ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA EBRAMEC CURSO … · FIGURA 7 Lian, Chen, Hammes e Kolster:...
Transcript of ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA EBRAMEC CURSO … · FIGURA 7 Lian, Chen, Hammes e Kolster:...
ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC CURSO DE ACUPUNTURA
ALEXIA BEZERUSKA
ANÁLISE DO PERFIL ENERGÉTICO EM PESSOAS TATUADAS UTILIZANDO A ELETROACUPUNTURA RYODORAKU
CURITIBA 2015
ALEXIA BEZERUSKA
ANÁLISE DO PERFIL ENERGÉTICO EM PESSOAS TATUADAS UTILIZANDO A ELETROACUPUNTURA RYODORAKU
Projeto de Pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso de Acupuntura, apresentado ao EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa, sob orientação do Professor Gustavo Silveira.
CURITIBA
2015
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos voluntários desta pesquisa por permitirem o andamento
do estudo e a confiança em mim depositada.
Andei... por caminhos difíceis, eu
sei.
Mas olhando o chão sob
meus pés, vejo a vida correr.
E assim, a cada passo que der,
tentarei
fazer o melhor que puder.
Aprendi... não tanto quanto quis,
mas eu vi,
conhecendo o universo ao meu
redor,
aprendo a me conhecer melhor.
E assim escutarei,
o tempo que me ensinará a tomar
a decisão certa a cada momento.
Mas sei que hoje se encontram
meu passado,meu presente e meu
futuro.
Hoje sinto em mim a emoção da
despedida.
Hoje é o ponto de chegada, e ao
mesmo tempo, ponto de partida.
E partirei... em busca de muitos
ideais.
(Autor desconhecido)
RESUMO
Este estudo objetivou verificar a influência e os efeitos da tatuagem que estão localizadas nos canais da acupuntura. Fizeram parte desta pesquisa 12 indivíduos, de qualquer faixa etária, com tatuagens pelo corpo de fácil acesso. Para a realização da pesquisa foi utilizado o aparelho de eletroacupuntura Ryodoraku, modelo AcusPointer. Tanto a acupuntura como a tatuagem utiliza a aplicação de agulha causando estímulos na pele e nos canais energéticos, podendo alterar o equilíbrio da energia nos canais, tornando-os mais ou menos ativos. Foi possível concluir através da literatura e com os dados da pesquisa que a aplicação da tatuagem pode influenciar na circulação de Qi, podendo causar desequilíbrios nos meridianos e possíveis patologias. Há uma necessidade de maiores pesquisas neste assunto.
Palavras-chave: Acupuntura, Tatuagem, Ryodoraku.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Pulmão, 2006.............
17
FIGURA 2: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Intestino Grosso,
2006................................................................................................................
19
FIGURA 3: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Estômago, 2006......... 20
FIGURA 4: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Baço, 2006................. 21
FIGURA 5: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Coração, 2006........... 22
FIGURA 6: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Intestino Delgado,
2006................................................................................................................
23
FIGURA 7 Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal da Bexiga, 2006............... 25
FIGURA 8: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Rim, 2006.................. 26
FIGURA 9: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Pericárdio, 2006......... 27
FIGURA 10: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Triplo Aquecedor,
2006................................................................................................................
29
FIGURA 11: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal da Vesícula Biliar,
2006................................................................................................................
31
FIGURA 12: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Fígado, 2006............ 32
FIGURA 13: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Gráfico Ryodoraku, 2006........ 41
GRÁFICO 1: Ryodoraku Caso 1.....................................................................
43
GRÁFICO 2: Caso 1....................................................................................... 44
GRÁFICO 3: Ryodoraku Caso 2..................................................................... 45
GRÁFICO 4: Caso 2....................................................................................... 45
GRÁFICO 5: Ryodoraku Caso 3..................................................................... 47
GRÁFICO 6: Caso 3............ .......................................................................... 47
GRÁFICO 7: Ryodoraku Caso 4..................................................................... 48
GRÁFICO 8: Caso 4....................................................................................... 48
GRÁFICO 9: Ryodoraku Caso 5..................................................................... 49
GRÁFICO 10: Caso 5..................................................................................... 50
GRÁFICO 11: Ryodoraku Caso 6................................................................... 51
GRÁFICO 12: Caso 6..................................................................................... 51
GRÁFICO 13: Ryodoraku Caso 7................................................................... 52
GRÁFICO 14: Caso 7.....................................................................................
GRÁFICO 15: Ryodoraku Caso 8...................................................................
GRÁFICO 16: Caso 8.....................................................................................
GRÁFICO 17: Ryodoraku Caso 9...................................................................
GRÁFICO 18: Caso 9.....................................................................................
GRÁFICO 19: Ryodoraku Caso 10.................................................................
GRÁFICO 20: Caso 10...................................................................................
GRÁFICO 21: Ryodoraku Caso 11.................................................................
GRÁFICO 22: Caso 11...................................................................................
GRÁFICO 23: Ryodoraku Caso 12.................................................................
GRÁFICO 24: Caso 12...................................................................................
FOTO 1: Bezeruska, Tatuagem caso 1, 2011...............................................
53
54
54
56
56
57
57
58
59
60
60
44
FOTO 2: Bezeruska, Tatuagem caso 2, 2011................................................. 46
FOTO 3: Bezeruska, Tatuagem caso 3, 2011................................................ 47
FOTO 4: Bezeruska, Tatuagem caso 4, 2011................................................ 49
FOTO 5: Bezeruska, Tatuagem caso 5, 2011................................................ 50
FOTO 6: Bezeruska, Tatuagem caso 6, 2011................................................ 52
FOTO 7: Bezeruska, Tatuagem caso 7, 2011................................................ 53
FOTO 8: Bezeruska, Tatuagem caso 8, 2011................................................ 55
FOTO 9: Bezeruska, Tatuagem caso 9, 2011................................................ 56
FOTO 10: Bezeruska, Tatuagem caso 10, 2011............................................ 58
FOTO 11: Bezeruska, Tatuagem caso 11, 2011............................................ 59
FOTO 12: Bezeruska, Tatuagem caso 12, 2011............................................ 61
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 1
2 ACUPUNTURA........................................................................................... 4
2.1 HISTÓRICO.............................................................................................. 5
2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS................................................................ 6
2.2.1 Yin e Yang............................................................................................. 6
2.2.2 Cinco Movimentos................................................................................ 6
2.3 PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS........................................................ 7
2.3.1 Qi – Energia........................................................................................... 7
2.3.2 Sangue.................................................................................................. 9
2.3.3 Essência e Espírito................................................................................ 10
2.3.4 Líquidos Orgânicos................................................................................ 10
2.4 CANAIS.................................................................................................... 10
2.4.1 Canal do Pulmão................................................................................... 17
2.4.2 Canal do Intestino Grosso................................................................ 18
2.4.3 Canal do Estômago............................................................................... 19
2.4.4 Canal do Baço....................................................................................... 20
2.4.5 Canal do Coração.................................................................................. 21
2.4.6 Canal do Intestino Delgado................................................................... 22
2.4.7 Canal da Bexiga.................................................................................... 23
2.4.8 Canal do Rim......................................................................................... 25
2.4.9 Canal do Pericárdio............................................................................... 27
2.4.10 Canal do Triplo Aquecedor.................................................................. 28
2.4.11 Canal da Vesícula Biliar....................................................................... 29
2.4.12 Canal do Fígado.................................................................................... 31
2.1 ACUPONTOS............................................................................................. 32
3 TATUAGEM.................................................................................................. 34
3.1 HISTÓRICO.............................................................................................. 34
3.2 PREFERÊNCIA.......................................................................................... 34
3.3 APLICAÇÃO............................................................................................... 35
4 RYODORAKU............................................................................................... 36
4.1 APLICAÇÃO............................................................................................... 39
5 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO..................................................... 41
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................
REFERÊNCIAS................................................................................................
62
63
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A: Ficha de Avaliação................................................................. 66
APÊNDICE B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido........................ 68
1
1. INTRODUÇÃO
Quando um estímulo é aplicado ao corpo humano através de sua
superfície, invariavelmente ocorre uma reação, podendo alterar o equilíbrio da
energia nos canais, tornando-os mais ou menos ativo. (GONGWANG, 2004)
De acordo com Mao-Liang (2001), os canais de energias podem ficar
bloqueados por possíveis incisões cirúrgicas, cicatrizes, tumores, grumos e
abscessos em seu trajeto, ou por pressão mecânica, injeção de fluido,
congelamento ou perturbações por estimulo cutâneo tal como esfregar
repetidamente as costas ou até mesmo com uma escova suave aplicada no
trajeto.
As agulhas de acupuntura são instrumentos utilizados para estimulação
dos pontos de acupuntura. Em passado remoto, vários outros materiais foram
usados como lasca de pedra, bambu, ferro, ouro, platina, espinhos, etc
(YAMAMURA, 2001). Conforme o autor, atualmente, a agulha é o instrumento
mais utilizado na prática da acupuntura, com o objetivo de estimular os pontos
contidos nos canais de energia. O ângulo de penetração da agulha de
acupuntura e os estímulos que nela são efetuados interferem na circulação de
Qi, podendo intensificá-la, reduzi-la ou alterar a polaridade dos canais de
energia, tornando-os mais ou menos ativos.
A dermopigmentação (tatuagem) é uma aplicação subcutânea obtida
através da introdução de pigmentos por agulhas. Jr, Sálvio, Vargas et. al.
(2009) afirmam que a agulha pode atingir uma profundidade de cerca de 1,5
milímetros ou 1/16 de uma polegada. A freqüência de perfuração da pistola de
aplicação é de aproximadamente 3000 Hz.
Tanto a acupuntura como a tatuagem utiliza a aplicação de agulha
causando estímulos na pele e nos canais energéticos.
Para Mann (1971) a moléstia, física e mental, mostra-se na superfície do
corpo, na pele, que se torna assim uma espécie de espelho onde se refletem
os distúrbios internos. De acordo com o ensinamento dos antigos chineses, Qi,
a energia da vida, flui através de 12 canais, num fluxo constante do qual
depende a saúde do corpo, desde que senão lhe apresente nenhum obstáculo.
2
Entretanto, desde que Qi seja bloqueado de algum modo, causando excesso
em algumas partes e deficiência em outras a moléstia se apresenta.
Com os conceitos da Medicina Tradicional Chinesa sobre os canais ou
canais energéticos na superfície corporal e os hábitos de uso de tatuagens nos
dias atuais, surgiu o questionamento a respeito da aplicação de tatuagens
sobre estes canais, os efeitos que podem ser caudados e as possíveis
conseqüências desta prática.
Porém no contexto da Medicina Tradicional Chinesa não existem relatos
da repercussão da tatuagem nos canais energéticos, despertando, desta
forma, o objetivo de realizar uma análise do perfil energético dos canais que
estão sendo afetados pela tatuagem, através da eletroacupuntura Ryodoraku.
O presente trabalho tem como finalidade perceber a influencia e os
efeitos da tatuagem que estão localizadas nos canais da acupuntura.
O trabalho foi realizado na Escola Brasileira de Medicina Chinesa,
localizada na Rua Jornalista Caio Machado, 87 – Santa Quitéria – Curitiba –
PR.
Contribuíram para esta pesquisa 12 indivíduos, de qualquer faixa etária,
com tatuagens pelo corpo de fácil acesso. Para a realização da pesquisa foi
utilizado o aparelho de eletroacupuntura Ryodoraku, modelo AcusPointer. A
pesquisa foi realizada de Junho/2010 a Fevereiro/2011.
A abordagem da pesquisa é de cunho quantitativa. “A abordagem
quantitativa prevê a mensuração de variáveis preestabelecidas para verificar e
explicar sua influência sobre outras mediante a análise da freqüência de
incidências e correlações estatísticas”. (DYNIEWICZ, 2007, p.91)
Foram convidados indivíduos que tinham tatuagens pelo corpo em
lugares de fácil acesso, por onde passam os canais e colaterais. Antes de
utilizar a eletroacupuntura Ryodoraku, foi realizada uma ficha de avaliação
(apêndice A) constando dados pessoais, dados da tatuagem, patologias pré e
pós existentes da tatuagem, temperatura do ambiente e o gráfico do
Ryodoraku, para a análise da energia dos canais. Após o paciente ter
descansado pelo menos 10 minutos, foi aplicado a eletroacupuntura. Em
seguida, foi realizada uma análise comparativa entre o gráfico da energia
medida de todos os canais com a energia dos canais por onde assam a
3
tatuagem, bem como, foi feita relação entre os achados e alguma patologia que
ocorreu após a tatuagem.
O trabalho irá descrever inicialmente a Acupuntura, fundamentando seu
histórico, princípios fundamentais, propriedades fundamentais, os canais de
energia e acupontos. No capitulo seguinte, será apresentado o histórico da
tatuagem, suas preferências e aplicações. Em seguida, o Ryodoraku será
descrito. No próximo capítulo, será apresentado o encaminhamento
metodológico do estudo. E então, finalizando, no ultimo capítulo, os resultados
obtidos na pesquisa serão analisados e discutidos para verificar se houve
influencia da tatuagem nos canais de acupuntura.
4
2. ACUPUNTURA
Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam agulha e
puncionar, respectivamente, a acupuntura visa à terapia e cura das
enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de
agulhas em pontos específicos. (WEN, 1985) Trata-se também de uma terapia
reflexa, em que o estímulo de uma área age sobre outra(s). Para este fim,
utiliza, principalmente, o estímulo nociceptivo. (LUNDEBERG, 1993)
Entretanto, além do sentido restrito de agulhamento, a palavra
acupuntura pode ter sentido mais amplo, o do estímulo do acuponto segundo as
várias técnicas disponíveis (agulhamento, alterações de temperatura, pressão e
outras). A acupuntura faz parte de um conjunto de conhecimentos teórico-
empíricos, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que inclui técnicas de
massagem (Tui-Na), exercícios respiratórios (Qi gong), orientações nutricionais
e a farmacopéia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e mineral).
(ALTMAN, 1997)
Segundo O’Conner & Bensky (1996), a Acupuntura promove diversas
funções na Medicina Tradicional Chinesa. Ela controla o fluxo do Qi através
dos canais de energia e dos órgãos, remove bloqueios, fortalece o Qi protetor
do corpo e diminui a patogenicidade dos excessos. Para poder usar a
Acupuntura de modo efetivo contra a variedade das doenças que esta é capaz
de tratar, deve-se compreender o significado do Qi, dos canais de energia, dos
órgãos e dos excessos, assim como bloqueios que se manifestam neles. Fazer
o uso da Acupuntura sem o conhecimento dos seus princípios filosóficos e
teóricos é como se usasse os antibióticos sem o conhecimento da fisiologia,
anatomia, e farmacologia na concepção ocidental.
2.1 HISTÓRICO
A Medicina Tradicional Chinesa tem-se desenvolvido através de um
espaço de tempo de, pelo menos, 3.000 mil anos. (O’CONNER & BENSKY,
1996)
5
De acordo com o autor, os achados arqueológicos da última dinastia
Chang (1000 a.C.) incluem agulhas de acupuntura e ossos, nos quais estavam
gravadas discussões sobre patologia medica. Na dinastia Han (206 a.C. a 220
d.C.), as bases teóricas e práticas da Medicina Chinesa estavam
estabelecidas, salientando-se os conceitos de Yin e Yang, dos cinco
movimentos, teoria dos canais de energia, vários métodos de inserção de
agulha, farmacopéia e abordagem relativamente sofisticada da terapia. Os
clássicos médicos que estabeleceram os fundamentos da Medicina Chinesa
tinham sido escritos por volta do século 4 d.C. A medicina Chinesa continuou a
se desenvolver em dinastias posteriores, que refinaram e expandiram os
conceitos firmados nos clássicos antigos.
Segundo Wen (1985), esta ciência surgiu na China em plena Idade da
Pedra, isto é, há aproximadamente 4.500 anos. Conforme o Huang Di Nei Jing,
escrito há cerca de 700 a.C., os chineses da Idade da Pedra descobriram que o
aquecimento do corpo com areia ou pedra quente aliviava as dores abdominais
e articulares. Em várias partes da China foram encontrados Zhen Shi – agulhas
de pedra – que datam da Idade da Pedra. Essas agulhas diferem da de costura
e, por terem sido encontradas juntamente com outros instrumentos de cura,
presume-se que a Acupuntura já era conhecida e praticada naquela época.
Gongwang (2004) relata que durante a era da Pedra Lascada, as pedras
Bian eram utilizadas para puncionar, promover sangria ou drenar abscessos.
Com o passar do tempo, percebeu-se que a manipulação em determinados
locais do corpo aliviava os desconfortos e/ou curava determinadas doenças.
Provavelmente esse foi um dos processos que conduziu à descoberta dos
pontos de acupuntura. Inicialmente, os pontos não possuíam localização
definida ou nomes próprios.
A evolução da humanidade trouxe o aperfeiçoamento dessa técnica. No
início as agulhas eram de pedra, hoje são de ligas de prata, de ouro ou de aço
inoxidável. A teoria foi evoluindo do “ponto isolado” para a “teoria dos
meridianos” que liga os pontos aos órgãos. (WEN, 1985)
6
2.2 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS
2.2.1 Yin e Yang
No conceito do Yin e do Yang encontra-se a origem de muitas idéias que
serão discutidas adiante e também como os chineses vêem o próprio mundo.
O termo Yin/Yang foi utilizado, de modo um tanto técnico por mais de
2.000 anos e que se expandiu além dos seus significados originais de lados
sombrios e ensolarados de uma montanha, respectivamente. O Yin e Yang são
manifestações de uma dualidade fundamental do Universo, uma dualidade
essencialmente unificada. O símbolo do Tai ou da grande polaridade mostra o
conceito Yin/Yang numa forma gráfica, em que o preto representa Yin e o
branco, Yang. As duas cores formam espiral, que desaparece gradualmente e
interpenetram-se. Ambos, quando se deseja compreender os processos de
saúde e de doença, segundo as concepções da Medicina Tradicional Chinesa.
(O’CONNER & BENSKY, 1996)
É importante lembrar que o Yin e Yang são complementares e não
contraditórios. Ao contrário, busca-se uma harmonia entre os dois e qualquer
desequilíbrio deve ser evitado. Todas essas aplicações do Yin e do Yang são
relativas, isto é, o que é Yin em relação a uma coisa pode ser Yang em relação
a outra. Por exemplo, a parte interior do corpo é Yin quando comparada ao
dorso, porém, em relação à parte anterior do corpo, o tórax é Yang em relação
ao abdômen.
2.2.2 Cinco Movimentos
Desde aproximadamente 400 a.C. os chineses têm utilizado outro
conjunto de conceitos em sua tentativa de compreender o mundo. Trata-se da
teoria dos Cinco Movimentos, constituídos pelos Movimentos: Madeira, Fogo,
Terra, Metal e Água, e que são vistos como cinco propriedades inerentes a
todas as coisas. É importante que estes movimentos sejam compreendidos
como processos ou tendências e não como blocos elementares de construção.
(O’CONNER & BENSKY, 1996)
7
A palavra chinesa que foi traduzida como Movimento (Xing) significa
andar, mover e, talvez mais concernente, um processo. Por isso, é referida a
teoria dos Cinco Movimentos ao invés de Cinco Elementos. Os movimentos
fornecem um sistema de correspondência e padrões nos quais inúmeros
fenômenos são colocados, principalmente de forma relacionada ao processo
de mudança. (O’CONNER & BENSKY, 1996)
Mais especificamente, cada Movimento é uma simbolização de uma
categoria de funções e de qualidades afins. Por exemplo, movimento Madeira
associa-se a funções de crescimento ou desenvolvimento. O fogo representa
as funções que atingiram o seu estado máximo e estão prestes a iniciar o
processo de declínio. O Metal simboliza as funções que estão em declínio, a
Água representa aquelas funções que realmente atingiram o máximo estado de
declínio e que estão prontas a mudar em direção ao crescimento e, por fim, a
Terra designa o equilíbrio ou a neutralidade ou, em outro sentido, a Terra é um
“tampão” entre os outros movimentos. (O’CONNER & BENSKY, 1996)
Existem 36 seqüências possíveis de ordenação dos Movimentos,
embora muitas tenham aparecido na China através dos anos, destacam-se
duas que são as mais importantes na Medicina Tradicional Chinesa, que são
as seqüências de geração e de dominância, as quais são, freqüentemente,
aplicadas à fisiologia, patologia, diagnóstico e classificação e seleção dos
Pontos de Acupuntura para o tratamento. (O’CONNER & BENSKY, 1996)
2.3 PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS
2.3.1 Qi – Energia
O Qi (pronuncia-se Tchi) é uma palavra não traduzível do léxico médico
chinês, significa uma tendência, movimento, algo como energia. Existem dois
aspectos principais de Qi. De um lado o Qi como matéria sem forma e quando
esta substância está adoecida, passa a apresentar sintomas. Por outro lado, o
Qi é também, um termo para designar aspectos funcionais e ativos do corpo.
Quando os médicos chineses fazem o diagnostico (ouvindo uma historia,
sentindo o pulso etc.) estão na realidade medindo os diferentes tipos de Qi, e
8
quando realizam a Acupuntura, obtém-se o Qi através de manipulação de
agulhas. O Qi, portanto, um exemplo de ausência de dicotomia de
matéria/energia, da Medicina Chinesa. (O’CONNER & BENSKY, 1996)
Para Maike (1995) a palavra Qi significa substância e função. Qi, sangue
e fluídos do corpo são substâncias fundamentais do corpo humano para manter
as atividades vitais normais. Sua existência e funções, especialmente as do Qi,
geralmente manisfestam-se nas atividades funcionais dos vários tecidos e
órgãos.
Segundo O’Conner & Bensky (1996), Qi Fonte é a energia básica do
corpo formado pela Essência dos Rins, pelos nutrientes absorvidos do alimento
e pela energia absorvida do ar pelos Pulmões, fluindo por todo o corpo e é a
base de todos os movimentos e atividades. Embora seja impossível defini-lo
precisamente, existem maneiras de diagnosticá-lo, significando com isso que
pode-se medir sua força e também os tratamentos para reforçá-la. Esta
energia Qi Fonte manifesta-se de seguintes modos:
- Qi dos Órgãos: promove as atividades fisiológicas e funções de cada
Órgão;
- Qi dos Canais de Energia: promove as funções de transporte e de
movimento dos Canais de Energia;
- Qi nutritivo: é o Qi que circula junto com o Sangue e suas principais
funções fisiológicas são de transformar e produzir o Sangue, fazê-lo circular e
auxiliá-lo na nutrição dos tecidos do corpo;
- Qi protetor: é o Qi que circula fora dos Canais de Energia e dos
Órgãos, tem a função de aquecer os Órgãos, circula entre a pele e os
músculos para regular os pólos cutâneos, abrindo-os ou fechando-os (deste
modo, prove a defesa do corpo contra doenças externas) e protege e umedece
a pele e os pelos.
- Qi ancestral: é o Qi que se coleta no tórax tendo como seu centro, o
Ponto de Acupuntura VC-17 (Shanzhong). Circula até a garganta e desce para
o abdômen. Este Qi sustenta a respiração e a fala, regula os batimentos
cardíacos e é importante no fortalecimento do corpo quando é desenvolvido
pela meditação.
9
Os chineses encaram todo o funcionamento do organismo e da mente
como dependente do fluxo normal das energias do organismo ou força vital,
que denominam Qi. Qi é uma energia universal que cerca e permeia todas as
coisas. (KIDSON, 2006)
Conforme Scilipoti (2007) a medicina tradicional oriental é uma medicina
energética. A energia, em sentido amplo, á e emanação, a vibração ou o sopro
que une e compõe tudo o que existe. Tudo é energia pura sob diversas formas
e em contínua transformação.
Segundo o autor, a energia humana se renova constantemente a partir
de elementos retirados do ambiente, os quais são assimilados pelo organismo.
Essa energia é chamada de Qi pelos orientais, energia vital do homem. Nossa
existência, como seres orgânicos, não depende de nós, mas de outras
energias muito mais fortes, as quais têm origem no Caos perfeito.
O Qi é a base de todos os fenômenos do universo e proporciona uma
continuidade entre as formas material e dura e as energias tênues, rarefeitas
em materiais. Portanto, isso evita completamente o dilema que permeia a
filosofia ocidental desde a época de Platão até os tempos atuais, ou seja, a
dualidade e o contraste entre o materialismo e o idealismo. (Maciocia, 2007)
2.3.2 Sangue
Na medicina ocidental, o liquido vermelho que circula pelo corpo é
chamado sangue, porém isto constitui somente uma parte segundo conceito
chinês. Assim, além de ser considerada uma substância, o Sangue é também
visto como força, como um nível de atividade do corpo que está envolvido com
a sensibilidade dos Órgãos dos sentidos, assim como é considerado um nível
profundo do corpo, por exemplo, na progressão de doenças febris.
Tradicionalmente, refere-se que o sangue é produzido no aquecedor médio,
utilizando o Qi derivado do ar nos pulmões e dos alimentos digeridos pelo
baço. A principal função do sangue é transportar os alimentos para todas as
partes do corpo, por isso, o sangue está relacionado firmemente ao Qi nutritivo.
(O’CONNER & BENSKY, 1996)
10
2.3.3 Essência e Espírito
Segundo O’Conner & Bensky (1996) a essência (uma característica Yin) é
o aspecto do corpo que serve de base para o crescimento, desenvolvimento e
reprodução. A essência inata é a parte da essência do corpo herdada dos pais.
Após o nascimento essa essência determina cada um dos padrões de
crescimento. Se for perdida a essência inata chamais pode ser substituída,
mas pode ser complementada pela essência adquirida, que é derivada dos
alimentos.
O mesmo autor cita que o espírito (uma característica Yang) é a força
que está por trás dos estados mentais e das ações humanas, de modo que
todas as formas de consciência e de pensamento são manifestações do
espírito.
2.3.4 Líquidos Orgânicos
Os líquidos orgânicos incluem o suor, a urina, a saliva, as lágrimas e as
diversas secreções, podendo ter características finas (Yang) ou espessas (Yin).
Os líquidos orgânicos finos umedecem músculos, pele, partes moles e as
membranas das aberturas sensoriais e excretórias, enquanto os espessos
umedecem e nutrem os órgãos e o cérebro e facilitam os movimentos dos
ossos e das articulações. (O’CONNER & BENSKY, 1996)
2.4 CANAIS
Canais são trajetos por onde circulam Qi e Xue, interconectado os Zang-
Fu e estruturas do corpo. Nos canais, localizam-se os pontos de acupuntura,
estruturas tridimensionais situadas anatomicamente entre pele, músculos,
ramos nervosos, vasos, tendões, ossos e ligamentos. O conhecimento da
teoria dos canais, da função e da localização dos pontos, possibilita não só a
elaboração do diagnóstico e o estabelecimento do tratamento, como o
desenvolvimento de pesquisas nas diversas áreas da medicina. (GONGWANG,
2004)
11
Os canais, colaterais e pontos de acupuntura foram descobertos, através
dos conhecimentos adquiridos na prática clínica, no decorrer dos séculos. São
divergentes as opiniões dos mestres de acupuntura sobre pontos e canais.
(GONGWANG, 2004)
A maioria afirma que os pontos foram a origem dos canais e colaterais.
Entretanto, outra corrente, baseada na prática do Qi Gong, afirma que não
existem pontos, pois pode sentir-se a circulação de Qi em trajetos
correspondentes aos canais. (GONGWANG, 2004)
Os 160 pontos registrados no Nei Jing, considerados pontos básicos,
influenciaram de forma decisiva à definição dos trajetos dos canais e colaterais.
(GONGWANG, 2004)
Segundo o autor citado acima, documentos médicos com mais de 2.000
anos, relativos a trajetos dos canais e seus pontos, demonstram que pontos e
canais foram descobertos através de observação criteriosa e sistemática:
1. A intensidade da sensação “De Qi” produzida pelo agulhamento de um
mesmo ponto variava de um indivíduo para outro, embora o trajeto de
irradiação para uma região distante era semelhante.
2. A sensação “De Qi”, nem sempre percorria todo o trajeto do canal e sim
pequenos trechos, assim, se o local onde terminava a sensação fosse
agulhado havia a transmissão do “De Qi” por mais um trecho. Por
exemplo: o agulhamento de VB30 transmitia a sensação “De Qi” até
VB34 e o agulhamento deste último até o VB39.
3. Nos documentos antigos, existem relatos demonstrando que os canais
principais possuíam pontos específicos, eram em número de onze e
situavam-se nos membros inferiores e superiores.
4. Registros em seda com a descrição dos onze canais foram encontrados
na tumba de Ma Wang.
Segundo O’Conner & Bensky (1996) a teoria dos canais de energia
originou-se com a observação dos efeitos terapêuticos obtidos pela
estimulação de certos pontos no corpo. Supôs-se que alguns pontos foram
descobertos acidentalmente quando, por exemplo, uma pessoa foi
12
inadvertidamente golpeada ou queimada e em conseqüência disto, a dor ou
doença localizada em outra parte do corpo aliviava-se espontaneamente.
De modo semelhante, durante as investigações sobre os aspectos
externos do corpo relacionados aos sintomas da doença, foi relatado que
determinados locais da pele reagiam pela presença da doença, que se
tornavam sensíveis ao toque ou manifestavam alterações na coloração,
presença de umidade, aumento de consistência ou outras alterações da pele. A
massagem destes pontos de reação também pode atenuar a doença ou
mesmo eliminá-la.
Gradualmente, foi reconhecida uma conexão entre a causa e efeito, de
tal modo que a estimulação destes locais no corpo tornou-se necessária para o
tratamento dos sintomas específicos. O desenvolvimento das agulhas mais
finas e técnicas de cauterização, contribuiu para a descoberta dos novos
pontos em tecidos mais profundos e a localização de pontos ainda não
especificados na pele.
Os locais e as características terapêuticas dos pontos de acupuntura
tornaram-se mais específicos, passando então a receber nomes específicos.
Com o tempo, juntando as características de numerosos pontos,
verificaram que muitas propriedades terapêuticas dos pontos de acupuntura
não eram domínio exclusivo de qualquer ponto especifico, mas eram comuns
para muitos outros pontos de acupuntura. Observou-se também que pontos
específicos eram freqüentemente capazes de afetar uma variedade de
sintomas, alguns localizados nas proximidades, outros longe da localização do
ponto, incluindo-se neste grupo, as patologias dos órgãos internos.
Deste modo foi absolutamente normal inferir que aqueles pontos com
sintomatologia comum tinham conexões internas, mesmo que fossem
separados um do outro, de modo que o potencial terapêutico de um ponto era
estendido alem de uma distancia considerável dentro do corpo.
A idéia de separar ou isolar os pontos de acupuntura originou
gradualmente o conceito de linhas ou de canais de energia, fato este,
confirmado pelo fenômeno da transmissão da sensação da acupuntura, que já
era mencionado há muito tempo, e um fenômeno similar experimentado pelos
antigos praticantes da meditação e pelas técnicas de ginástica.
13
Através dessas evidencias, foi inserida a existência dos canais de
energia como os vasos de ligação e o Qi como meio de transmissão. Os pontos
de acupuntura foram especificados baseando-se nas propriedades terapêuticas
comuns, constituindo o que se chama atualmente de canais de energia
principais. Cada um destes canais de energia principais reflete as
características sintomatológicas dos seus pontos constituintes e do órgão
interno ao qual está unido.
Para o autor, os canais de energia formam uma rede que cobre o corpo
tanto vertical quanto horizontalmente, ligando os órgãos internos com a pele,
músculos, ligamentos, ossos e todos os outros tecidos e integrando cada parte
do corpo como um todo. Existem dois tipos principais de canais de energia: os
troncos principais (jing), que estão geralmente distribuídos verticalmente sobre
o corpo, numa localização relativamente profunda. Os canais de conexão (Luo)
estão distribuídos horizontalmente e mais superficialmente sobre o corpo. Os
troncos ou os canais de energia principais situam-se nos membros mais
superficialmente e penetram as cavidades toracoabdominais para se unir aos
órgãos internos. Os canais de energia de conexão, amplamente distribuídos na
superfície do corpo, unem-se aos canais de energia principais, tecidos
conectivos e regiões cutâneas. Todos os canais de energia, exceto dois (ao
longo da linha mediana do corpo), são bilaterais, isto é, duplicados em ambos
os lados do corpo.
Os clássicos livros médicos orientais explicam o fenômeno canal
energético da seguinte forma: acredita-se que o canal é o caminho da
circulação, o conteúdo é a energia do canal e externamente existe uma
quantidade de resistência energética diferente da energia do canal (fluxo de
energia). Esta circula pelo corpo 50 vezes por dia, diz-se 20 cm a cada
inspiração. O fluxo energético tem a função de proteger o corpo de um ataque
externo. (SCILIPOTI, 2007)
Segundo Wen (1985) o canal é responsável pela boa circulação de Qi,
Xue, Ying e Wei. Para Gongwang (2004) a função terapêutica do canal e dos
colaterais pode ser determinada pelo transporte de Qi e Xue, refletindo sinais e
sintomas, transmitindo sensação de agulhamento no canal e no colateral. Os
canais e os colaterais têm a função de regular a deficiência ou excesso
14
baseado no equilíbrio Yin e Yang, no transporte de Qi e Xue sob condições
normais.
A circulação de Qi e de sangue segue essencialmente a via dos canais
de energia. Embora o Qi e o sangue circulem juntos, é o Qi que assume o
papel de “condutor”. O Qi é considerado o “comandante do sangue”, isto é, a
sua força motriz. (O’CONNER & BENSKY, 1996)
O conceito de Qi nos canais de energia é muito complexo. Por principio,
a seguinte referência aparece no Capitulo 38 do Ling Shu:
“(O Qi) nos três (Canais de Energia) Yin do braço caminha através dos
órgãos internos para as mãos; (o Qi) nos três (Canais de Energia) Yang do
braço caminha através das mãos para a cabeça; (o Qi) nos três (Canais de
Energia) Yang da perna caminha através da cabeça para os pés; (o Qi) nos
três (Canais de Energia) Yin da perna caminha através dos pés para o
abdome.”
O sistema de canais e colaterais funciona transportando Qi e Xue,
nutrindo Yin e Yang, e garantindo a harmonia e o equilíbrio das funções
fisiológicas. Na prática clínica, a diferenciação, a seleção dos pontos ao longo
dos canais, a tonificação e a sedação nos métodos de agulhamento
fundamenta-se nas teorias dos canais e dos colaterais. (GONGWANG, 2004)
De acordo com O’Conner & Bensky (1996) existe no corpo um sistema
de canais de energia ou vasos que integram todas as partes do corpo,
formando um organismo unificado. Os canais de energia são formados por
troncos maiores e ramos menores que unem-se internamente aos órgãos vitais
e externamente aos membros, tecidos e orifícios sensoriais. O Qi e o sangue
circulam por toda a parte do corpo por meio desta rede de canais de energia,
de modo que a conexão entre os órgãos internos e a periferia do corpo é
mantida principalmente por meio dos canais de energia.
O Ling Shu ressalta que o ser humano nasce com os 12 canais, através
deles e por eles as doenças ocorrem e são curadas e as condições dos canais
e colaterais podem influenciar a vida e a morte do ser humano. Canais e
colaterais têm suas próprias áreas de circulação. O Qi e o Xue dos canais
originam-se do Qi e do Xue dos Zang-Fu, através das propriedades de
transmissão e transporte dos canais. Esse sistema pode não somente refletir
15
os sinais e sintomas dos Zang-Fu, mas também drenar o Qi do canal e regular
a função do Qi e do Xue desses órgãos, por meio da estimulação em pontos
específicos e, por meio disso, alcançar o objetivo terapêutico. (GONGWANG,
2004).
Os doze canais regulares e seus ramos que percorrem o corpo
longitudinal e transversalmente, profunda e superficialmente, conectam-se
internamente com os Zang-Fu, com articulações, membros e outros tecidos do
corpo. Os oito Mai conectam-se aos doze canais regulares para fortalecer a
associação de Yin e Yang, Qi e Xue. Os canais tendíneos e as regiões
cutâneas conectam-se com membros, músculos e pele, desse modo todos os
Zang-Fu e tecidos do corpo humano formam uma única rede orgânica.
(GONGWANG, 2004)
Na concepção da Medicina Tradicional Chinesa, os órgãos internos não
são vistos como entidades anatômicas independentes. Centraliza-se a atenção
nos relacionamentos funcionais e patológicos entre a rede de canais de energia
e os órgãos. É tão íntima esta identificação, que cada um dos 12 canais de
energia principais mantém o nome dos órgãos internos correspondentes.
(O’CONNER & BENSKY, 1996)
Segundo Chonghuo (1993) a teoria de Jing-Luo (canais e colaterais)
estuda as alterações fisiopatológicas dos canais e colaterais e as relações
entre estes e os órgãos internos do corpo. O sentido prático desta teoria reside
em servir de base teórica para a Acupuntura, assim como de guia para a
prática clínica em diversas áreas da Medicina Tradicional Chinesa.
Os sinais e os sintomas refletidos nos canais e colaterais podem ser
divididos de acordo com o local, as alterações em um canal, e o número de
canais envolvidos. Também podem ser divididos de acordo com a área afetada
por onde eles passam e órgãos aos quais pertencem. Os sinais e sintomas
refletidos nos canais e nos colaterais classificam-se em deficiência, excesso,
frio e calor. (GONGWANG, 2004)
Geralmente, quando o Qi e o Xue dos canais estão bloqueados, ocorre
dor e edema nas regiões afetadas. A estagnação de Qi e Xue pode
transformar-se em calor, surgindo edema, eritema, sensação febril e dor na
pele. Estas são consideradas síndromes de excesso e calor. Quando há
16
deficiência na circulação de Qi e Xue, pode ocorrer dormência, déficit motor,
hipofunção e frio nas regiões acometidas. Esses sinais e sintomas são
considerados síndromes de frio e de deficiência dos canais e dos colaterais. As
condições gerais de frio, calor, deficiência e excesso dos Zang-Fu também
podem ser refletidas na superfície do corpo através dos canais e dos colaterais.
(GONGWANG, 2004)
Jingmai Pian (capítulo sobre os canais e colaterais) de LingShu diz: “os
canais e colaterais determinam a vida e a morte, tratam de doze tipos de
doenças, normalizam a deficiência e o excesso, não podem ficar obstruídos”.
O sistema de canais e colaterais inclui os doze canais regulares e os oito
Mai (vasos) extras. Existem também doze canais divergentes, doze canais
tendíneos e doze regiões cutâneas. Nos colaterais, encontram-se os quinze
colaterais, colaterais superficiais, colaterais minúsculos, etc. Primordialmente, o
sistema de canais e colaterais foi dividido em grupos Yin e Yang, cada um
deles dividido em três subgrupos, com uma relação de correspondência
oposta. (GONGWANG, 2004)
Os três subgrupos Yin e Yang foram usados para denominar os canais,
os canais divergentes, as ramificações colaterais e os canais tendíneos. Os
três Yin e os três Yang, em combinação com os pés e as mãos constituem os
12 canais. (GONGWANG, 2004)
Os três canais localizados na face medial dos membros superiores são
os canais Yin e os localizados na face lateral são os canais Yang das mãos. Os
três localizados ao longo da face lateral dos membros inferiores são os canais
Yang e os da face medial são os Yin dos Pés. (GONGWANG, 2004)
Os doze canais regulares têm trajeto próprio de circulação, que se
interligam entre eles, e constituem o alicerce de todo o sistema de canais e
colaterais. Os oito Mai extras possuem trajeto próprio de circulação, sendo o
Ren Mai e o Du Mai os mais importantes; por isso, os doze canais e os dois
extras são chamados de “os catorze canais”. (GONGWANG, 2004)
A distribuição dos colaterais, dos canais divergentes, dos canais
tendíneos e das regiões cutâneas acompanha o trajeto dos canais
correspondentes. (GONGWANG, 2004)
17
2.4.1 Canal do Pulmão
O canal do pulmão é de natureza Yin e apresenta-se acoplado ao canal
do intestino grosso que é Yang. Recebe energia do canal do fígado e a
transmite ao canal do intestino grosso. Pertence ao elemento Metal e possui 11
pontos de cada lado. (WEN, 1985)
Nascendo no nível do centro do abdômen atravessa o diafragma, entra
nos pulmões e alcança as axilas. Desce ao longo da face radial e palmar do
braço; segue pelo antebraço, para terminar a nível da unha polegar (leito
unguenal). (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: mal estar torácico, dispinéia, tosse,
hemoptise, febre, coriza, dor torácica, hiperidrose, sudorese noturna, urticária,
dor cutânea, medo, depressão, claustrofobia e dor ou parestesia ao longo da
área do canal. (WEN, 1985)
FIGURA 1: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Pulmão, 2006.
2.4.2 Canal do Intestino Grosso
Este canal é Yang, acoplado com o canal do pulmão, que é Yin. Recebe
energia do canal do pulmão, transmitindo-a ao canal do estômago. Seu
elemento é Metal e possui 20 pontos de cada lado. (WEN, 1985)
18
Tem seu início na ponta do dedo indicador, sendo a continuação do fluxo
energético do canal do pulmão. Sobe pelo dedo indicador dorso-radial da mão,
passando pelo músculo do primeiro interossal, depois pela face dorso-radial do
antebraço, entre os músculos extensores do longo e curto do polegar; sobe até
o dorso lateral do cotovelo, na borda lateral do cotovelo, na borda lateral do
músculo bíceps e tríceps do braço, chegando até o ombro. Do ombro, o canal
caminha pela região superescapular, liga-se com Du Mai no ponto Dazhui
(DM14), depois volta para a fossa supraclavicular, ligando ao ponto Quepen
(E12) do canal do estômago. Deste ponto, parte um ramal pelo pescoço
mediastínico que desce para o abdômen, ligando-se com o intestino grosso. Do
espaço mediastinal sai uma conexão que se liga aos pulmões. Da fossa
supraclavicular, o canal sobe pela borda lateral do músculo
esternocleidomastóideo do pescoço até a região mandibular pelo lado da boca
e caminha pelo lado oposto à asa do nariz, cruzando na altura do lábio. (WEN,
1985)
Seus principais sintomas são: gengivite, faringite, amigdalite, boca seca,
coriza, obstrução nasal, fadiga, cansaço, calafrios, tremor, paralisia ou
espasmo facial, acne, pouca sociabilidade, aversão ao fogo, dor ou parestesia
ao longo do canal, dor abdominal, constipação ou diarréia. (WEN, 1985)
19
FIGURA 2: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Intestino Grosso, 2006.
2.4.3 Canal do Estômago
O canal do estômago recebe energia do canal do intestino grosso,
transmitindo-a ao canal do baço. Seu elemento é Terra e possui 45 pontos de
cada lado. (WEN, 1985)
Tem sua origem nos dois lados do nariz e, comunicando-se com o canal
da bexiga na raiz do nariz, penetra pelo arco dentário superior e sai pela
pálpebra inferior do olho, descendo pelo ângulo da boca para a mandíbula. A
partir do ângulo mandibular, sobe pelo arco zigomático na frente do ouvido e
passa pela testa até a borda do cabelo. O ramo principal desce pela
mandíbula, pelo lado ântero lateral do pescoço ao longo do lado medial do
músculo esternocleidomastóideo até a fossa supraclavicular onde se situa o
ponto Quepen (E12). A partir deste ponto, o canal divide-se em dois ramos,
sendo um profundo e outro superficial. O ramo profundo desce ao longo do
esôfago, passa pelo diafragma até a região do estômago e tem um ramo que
se liga com os órgãos do baço. O ramo superficial do canal desce pelo ponto
Quepen (E12) pela linha do mamilo; passa na borda costal; atravessa a lateral
do músculo reto-abdominal até a região inguinal na lateral do osso púbico;
20
desce pela borda medial da artéria femoral; depois segue pelo lado ântero
lateral da coxa, na origem dos músculos sartório e tensor da fáscia lata,
descendo pela borda lateral do músculo reto-femoral ao longo da rótula dos
joelhos; atinge o lado ântero lateral da tíbia e o lado do músculo da tíbia
anterior até o dorso do pé, passando entre o segundo e o terceiro metatarso
até o segundo dedo do pé. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: distenção gástrica, náuseas e vômitos, dor
epigástrica, constipação, paralisia ou espasmo facial, acne, pouca
sociabilidade, aversão ao fogo, dor ou parestesia ao longo do canal. (WEN,
1985)
FIGURA 3: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Estômago, 2006.
2.4.4 Canal do Baço
Este canal é de natureza Yin e apresenta-se acoplado ao canal do
estômago, que é de natureza Yang. Recebe a energia do canal do estômago, e
transmite-a ao canal do coração. Pertence ao elemento terra e possui 21
pontos de cada lado. (WEN, 1985)
Este canal começa no dedão do pé, sobe ao longo medial do dedão,
primeiro metatarso ao maléolo medial. Continua ao longo da borda póstero
medial da tíbia; passa pelo lado medial do joelho, e sobe pelo lado medial da
coxa, atingindo a região da virilha; segue pela região ântero lateral do abdômen
21
e pelo lado do peito até a axila. O ramo profundo parte da região inguinal;
introduz-se na cavidade do abdômen; liga-se ao canal do baço e ao do
estômago; passando pelo diafragma; contorna então o esôfago e atinge a raiz
e o lado inferior da língua. Este canal possui um outro ramo que sai do
estômago, passa pelo diafragma e liga-se ao coração. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: palidez, epistralgia, distensão abdominal,
náuseas e vômitos depois de comer, opressão no peito, diarréia, icterícia,
depressão, insônia, sonolência, distrofia e fraqueza muscular, anemia,
menorragia, dificuldade de concentração e preocupação. (WEN, 1985)
FIGURA 4: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Baço, 2006.
2.4.5 Canal do Coração
Este canal é de natureza Yin, apresenta-se acoplado ao canal do
intestino delgado, que é Yang. Recebe energia do canal do baço, transmitindo-
a ao canal do intestino delgado. Pertence ao elemento Fogo e possui 9 pontos
de cada lado. (WEN, 1985)
A energia deste canal sai do coração pelo caminho do nervo autônomo
do sistema cardiovascular; descendo, passa pelo diafragma, comunicando-se
com o intestino delgado. O ramo principal sai do coração e sobe pelo pulmão,
atingindo a axila. Passa então ao longo do ramo medial e ulnar do braço e
22
desce pelo epicôndilo medial do cotovelo e pelo lado medial dos músculos
flexores ulnar carpal. Passa pelo pulso entre o quarto e quinto metacarpos da
mão e chega ao ponto do dedo mínimo. O ramo colateral profundo sobre do
coração ao longo do esôfago, da faringe e da raiz da língua, passa atrás do
nariz, por entre os olhos, comunicando-se com os seus tecidos. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: falta de ar, aperto no coração, palpitação,
sensação de calor e rubor no rosto, calor na palma da mão, suor noturno, boca
seca e sede, língua avermelhada, dor ou formigamento no braço ao longo do
canal, nervosismo, insônia e falta de memória. (WEN, 1985)
FIGURA 5: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Coração, 2006.
2.4.6 Canal do Intestino Delgado
Este canal é de natureza Yang, e se apresenta acoplado ao canal do
coração, que é Yin. Recebe a energia do canal do coração, transmitindo-a ao
canal da bexiga. Pertence ao elemento Fogo e possui 19 pontos de cada lado.
(WEN, 1985)
A energia do canal do intestino delgado começa no ponto do dedo
mínimo (quinto) da mão, sobe pelo lado ulnar da mão, passando pelo punho; a
seguir corre ao longo do lado ulnar dos músculos extensor carpo ulnar do carpo
e flexor carpo ulnar; no cotovelo passa pelo lado medial do olecrano; depois
sobe pelo lado ulnar do músculo tríceps braquial até a borda posterior e lateral
do ombro. A partir do ombro, sobe, passando ao longo do osso omoplata e da
23
fossa supraclavicular por entre o tronco (pelo espaço mediastinal); liga-se ao
coração, desce e, atravessando o diafragma e o abdômen, atinge o intestino
delgado. Um de seus ramos sobe da fossa supraclavicular ao longo do lado do
pescoço (em posição póstero lateral) do músculo esternocleidomastóideoao
lado do rosto até o ângulo lateral do olho, dirigindo-se, então, para trás do
ouvido. O outro ramo desce lateralmente ao rosto passando pela parte inferior
do olho até seu ângulo medial. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: dor na nuca, ombro e braço ao longo do
trajeto do canal, zumbido, surdez, dor na garganta e diarréia. (WEN, 1985)
FIGURA 6: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Intestino Delgado, 2006.
2.4.7 Canal da Bexiga
Este canal recebe a energia do canal do intestino delgado e a transmite
ao canal dos rins. Pertence ao elemento Água e possui 67 pontos de cada
lado. (WEN, 1985)
O canal da bexiga tem seu início no ângulo medial dos olhos, subindo
pela região frontal, parietal e occipital da cabeça. Tem um ramo que desce da
região parietal para o ouvido, retornando ao trajeto principal na fossa
suboccipital. Possui outro ramo que, saindo da parte mais alta e superficial da
cabeça, se introduz no cérebro, voltando ao trajeto principal na fossa
suboccipital (no ponto Tianzhu (B10)). Da nuca, ao longo dos músculos
paravertebrais, o trajeto principal desce pelas costas até a região sacroilíaca,
24
pela nádega, por trás da coxa, até a fossa poplítea. Há um ramo nas costas
que se liga aos rins e depois à bexiga, descendo pelo lado da virilha e por
detrás da coxa até o poplíteo. Da nuca sai outro ramo, que, descendo pelo lado
medial da omoplata e pelo lado dos músculos ílio-costais até a nádega, liga-se
com o canal da vesícula biliar no ponto Huantiao (VB30); atrás da região
trocanteriana, desce pelo lado do músculo bíceps femoral até o poplíteo. Da
fossa poplítea, o canal da bexiga desce entre os músculos atrás da perna pelo
lado do tendão de Aquiles e pela borda do maléolo lateral do pé, até a borda
lateral do quinto dedo do pé. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: lombalgia, dor nas costas, rigidez na nuca
e costas, dor ciática, dor na região sacro-ilíaca, dor de cabeça frontal, parietal e
occipital, obstrução nasal, coriza, dor no olho, infecção e distúrbio de micção.
(WEN, 1985)
25
FIGURA 7: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal da Bexiga, 2006.
2.4.8 Canal do Rim
Sendo Yin, este canal se apresenta acoplado ao canal da bexiga, Yang,
de quem recebe a energia que, posteriormente, transmite ao canal do
pericárdio. Pertence ao elemento Água e possui 27 pontos em cada lado.
(WEN, 1985)
O canal dos rins começa na planta do pé e ascende, pelo lado ínfero-
medial da cabeça do primeiro metatarso, seguindo pelo lado medial do osso
cubóide, região póstero inferior do maléolo medial e ao longo da borda medial
do músculo gastrocnêmio, na região póstero medial do joelho e, medialmente à
26
coxa, ao longo dos músculos adutor e grácil, entre a pélvis e ventralmente às
vértebras até o rim. O trajeto tem seu início no rim, desce pelos músculos
psoas até a pélvis e a bexiga. Saindo da pélvis, corre ao longo do lado medial
do músculo reto-abdominal (ao lado da linha Alba) e do externo até a frente do
pescoço. Há um ramo que sai do rim, sobe, passando pelo diafragma e segue
paralelo ao pulmão, ao longo da traquéia e da garganta, até a raiz da língua.
Outro ramo sai do pulmão, une-se ao coração e, passado pelo peito, liga-se ao
pericárdio, de onde transmite energia ao canal do pericárdio. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: cansaço, pouca resistência, boca e
garganta seca, impotência, esterilidade, distúrbio do crescimento, distúrbio de
desenvolvimento de dentes e ossos, esquizofrenia, queda ou ausência de
cabelo, surdez, zumbido, vertigem, formação de cálculos, oligúria ou poligúria.
(WEN, 1985)
FIGURA 8: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Rim, 2006.
27
2.4.9 Canal do Pericárdio
O canal do pericárdio é Yin. Recebe energia do canal dos rins,
transmitindo-a ao canal do triplo aquecedor. Pertence ao elemento Fogo e
possui 9 pontos em cada lado. (WEN, 1985)
A energia deste canal começa no peito; descendo, passa pelo diafragma
e se liga a todas as partes do triplo aquecedor. Um ramo sai do ponto central
da axila e corre ao longo da borda medial do músculo bíceps do braço, entre o
canal do pulmão e do coração, até o lado medial do cotovelo. Desce, então, ao
longo dos tendões do músculos longo da palma e do músculo flexor carpo
radial da mão. Na mão, ele passa entre o terceiro e o quarto metacarpos, no
terceiro dedo. Há um ramo da mão que se liga ao quarto dedo. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: dor no coração, rubor e calor no rosto,
calor na palma da mão, aperto no peito, palpitação, distensão abdominal,
irritabilidade, ansiedade, riso incontrolável e dor ou amortecimento no braço ao
longo do trajeto do canal. (WEN, 1985)
FIGURA 9: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Pericárdio, 2006.
28
2.4.10 Canal do Triplo Aquecedor
Este canal é de natureza Yang e vem acoplado ao canal do pericárdio,
que lhe fornece energia transmitindo-a ao canal da vesícula biliar. Pertence ao
elemento Fogo e possui 23 pontos em cada lado. (WEN, 1985)
Este canal começa no ponto do quarto dedo da mão, sobe pelo lado
dorsal da mão, entre o quarto e quinto metacarpos, passa pelo punho no meio
do lado dorsal do punho e do antebraço, entre os ossos rádio e ulnar. Sobe,
passa pelo olecrano (no lado radial) e lado radial do músculo tríceps no lado
posterior do ombro. O trajeto passa atrás do ombro, sobe pela supra-escapular
e atrás da nuca da região auricular até a região lateral do supercílio, onde se
liga ao canal da vesícula biliar. Há um ramo que sai da supraclavicular, entra
no tronco do copo, desce pelo mediastino e se liga ao pericárdio e à pleura.
Descendo, passa pelo diafragma indo até a cavidade abdominal, ligando-se ao
peritônio e à serosa intestinal, visceral e pélvica. O ramo do pulmão (pleura)
sobe pela nuca, ao longo da borda posterior da orelha na região temporal,
desce até a região maxilar, alcançando então a região infra-orbital. (WEN,
1985)
Seus principais sintomas são: zumbido, vertigem, transpiração
espontânea, tosse, dor na faringe, membros frios, má disposição,
desconcentração, anorexia, náusea, distensão abdominal, desequilíbrio hídrico,
polidipsia, edema, oligúria e distúrbio genital. (WEN, 1985)
29
FIGURA 10: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Triplo Aquecedor, 2006.
2.4.11 Canal da Vesícula Biliar
Este canal é de natureza Yang, acoplado ao canal do fígado, que é Yin.
Recebe energia do canal do triplo aquecedor, transmitindo-a ao canal do
fígado. Pertence ao elemento Madeira e possui 44 pontos. (WEN, 1985)
O canal começa no ângulo lateral do olho, sobre para a região temporal,
desce por trás do ouvido, ao longo do lado da nuca pela frente do canal triplo
aquecedor até a fossa supraclavicular. Há um ramo que passa por trás e entra
no ouvido, saindo pela frente da orelha no ângulo lateral do olho. Desse
mesmo ponto, sai outro ramo que desce pelo lado medial da mandíbula,
atravessa a região maxilar inferior do olho, e desce pelo pescoço até atingir a
fossa supraclavicular. A seguir, acompanhado do outro ramo, desce pelo
mediastino, passa pelo diafragma e liga-se com o fígado e a vesícula biliar.
30
Saindo da vesícula biliar, desce pelo lado lateral do abdômen e atinge a região
inguinal e vira por trás, na região trocantérica. O canal principal sai do ângulo
lateral do olho, passa na frente da orelha pela lateral da cabeça, e desce pela
lateral do músculo trapézio na região supraescapular. Segue pela frente do
ombro, ao lado do peito, desce pelo lado do tronco na região trocantérica,
ligando-se com o canal da bexiga na região da nádega. Desce pela borda
lateral da coxa, perna e pela parte ântero lateral do tornozelo até o lado dorsal
do pé, passando entre o quarto e quinto metatarsos no quarto dedo do pé. Há
outro ramo que se separa no lado dorsal do pé, passa entre o primeiro e
segundo metatarsos até o lado dorsal do dedão do pé e liga-se com o canal do
fígado. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: enxaqueca (dor temporo-oftálmica), dor no
ouvido, dor na nuca, dor na axila, dor no quadril, coxa e perna, perturbação de
visão, conjuntivite, vertigem, surdez, boca amarga, insônia, ansiedade,
irritabilidade e fobia. (WEN, 1985)
31
FIGURA 11: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal da Vesícula Biliar, 2006.
2.4.12 Canal do Fígado
Este canal é de natureza Yin, acoplado ao canal da vesícula biliar, que é
Yang. Recebe a energia do canal da vesícula biliar, e a transmite ao canal do
pulmão. Pertence ao elemento Madeira e possui 14 pontos de cada lado.
(WEN, 1985)
Este canal começa no dedão do pé, pelo lado do pé entre o primeiro e o
segundo metatarsos, passando no ponto Zhonfeng (F4), 1 polegada NE frente
do maléolo medial. Cruza com o canal do baço no ponto Sanyinjiao (BP6)
acima do maléolo medial, e sobe pelo lado ântero medial da perna na borda
medial da tíbia. Segue pelo lado medial do joelho e coxa para a região genital
externa e suprapúbica, onde se junta com o canal do Ren Mai. Continuando
sua trajetória, sobe pelo lado do abdômen, até a reborda costal, ligando-se ao
32
fígado e à vesícula biliar. Este canal possui um ramo que sobe atravessando o
diafragma pelo lado posterior do tórax, esôfago, laringe; passa pela região
naso-faringeal e liga-se aos olhos. Desse ramo, sai dos olhos atingindo a
região maxilar e ao redor dos lábios. O ramo do fígado passa pelo diafragma e
pulmão ligando-se ao canal do pulmão. (WEN, 1985)
Seus principais sintomas são: dor suprapúbica, distúrbio de
menstruação, distúrbios de micção, conjuntivite, tendinite, espondilite,
irritabilidade, emotividade, insônia e estado maníaco. (WEN, 1985)
FIGURA 12: Lian, Chen, Hammes e Kolster: Canal do Fígado, 2006.
2.5 ACUPONTOS
Os acupontos foram empiricamente determinados no transcorrer de
milhares de anos de prática médica. (RISTOL, 1997)
Conforme Wu (1990), Acuponto é uma região da pele em que é grande a
concentração de terminações nervosas sensoriais, Essa região está em
relação íntima com nervos, vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas
articulares.
De acordo com Farber & Timo-Iaria (1994) sua estimulação possibilita
acesso direto ao SNC.
33
Os acupontos possuem propriedades elétricas diversas das áreas
adjacentes: condutância elevada, menor resistência, padrões de campo
organizados e diferenças de potencial elétrico. (ALTMAN, 1992)
Segundo HWANG (1992), junções específicas mastócito-célula nervosa foram
observadas nos acupontos, bem como relatos de degranulação de mastócitos
no acuponto após sua estimulação com agulha. Funcionalmente, os mastócitos
estão intimamente relacionados às reações de hipersensibilidade imediata,
inflamação neurogênica e enfermidades parasitárias.
O acuponto é definido como um ponto da pele de sensibilidade
espontânea ao estímulo e à resistência elétrica reduzida. Possui um diâmetro
de 0,1 a 5cm, entretanto é uma área de condutividade elétrica amplamente
aumentada comparada às áreas da pele ao redor. (SCHWARTZ, 2008)
Estes estão localizados próximos a articulações e bainhas tendíneas,
vasos, nervos e septos intramusculares, na ligação músculo-tendínea, nos
locais de maior diâmetro do músculo e nas regiões de penetração dos feixes
nervosos da pele. (DRAEHMPAHEL & ZOHMANN, 1997)
34
3. TATUAGEM
3.1 HISTÓRICO
A prática da ornamentação da pele é um hábito tão antigo quanto a
civilização, tendo sido encontrada em múmias do período entre 2.000 a 4.000
a.C. Não se sabe ao certo sua origem. Alguns autores acreditam que ela possa
ter surgido em várias partes do globo, de forma independente; outros crêem
que ela tenha sido difundida pelo mundo, a partir das grandes navegações dos
países europeus. (JR, SÁLVIO, VARGAS ET. AL., 2009)
Desde sua origem, como parte de ritual, de inscrição de marca punitiva
ou de identificação grupal, até a generalização do uso na sociedade ocidental
contemporânea, muitas têm sido as funções da tatuagem. Contudo, esta
prática sempre recebeu atenção médico-legal e recentemente científica. Nos
Estados Unidos (EUA) e Europa há mais de 100 milhões de pessoas com
tatuagens. Na Itália estima-se cerca de um milhão de tatuados. (JR, SÁLVIO,
VARGAS ET. AL., 2009)
3.2 PREFERÊNCIA
A área e outros aspectos estreitamente vinculados a questão do gênero
são o tipo de escolhas que são feitas em relação ao local da tatuagem e ao
desenho. Essas escolhas estão orientadas fundamentalmente pelos padrões
sexuais. No caso das mulheres, suas preferências quanto aos locais do corpo
são a parte baixa das costas, seguida pelo pescoço, o tornozelo, o quadril e a
barriga e, em proporções menores, os braços e o peito. Em contrapartida, os
homens inclinam-se a tatuar os braços, seguidos pelas costas e o tornozelo e,
em quantidade menor, o peito, o antebraço e o pescoço. (PÉREZ, 2003)
Conforme a autora citada acima, essas diferenças expressam a forma
como se percebe o corpo, com base em parâmetros referentes ao “feminino” e
ao “masculino”, marcando limites e transmitindo valores. O corpo é uma
construção cultural e, como tal, sinalizado, fragmentado e sexualizado em cada
uma de suas parte. Assim, por exemplo, a parte baixa das costas, o quadril e o
35
pescoço – locais preferidos, como vimos, pelas mulheres – são considerados
áreas de especial conotação erótica feminina, adornados e exibidos como
formas de atração sexual. Já no caso dos homens, os braços e as costas são
relacionados à força e à virilidade, atributos dominantes da masculinidade.
3.3 APLICAÇÃO
Na tatuagem as agulhas penetram na pele em uma profundidade de
cerca de 1,5 milímetros ou 1/16 de uma polegada. A freqüência de perfuração
da pistola de aplicação é de aproximadamente 3.000Hz. A tatuagem artística
deve assegurar que a tinta penetre em quantidade o suficiente para ser
permanente e não mais profunda do que necessário. A profundidade varia em
determinadas zonas do corpo, como a pele é mais fina em lugares como os
órgãos genitais e mais profunda sobre os pés (planta). (JR, SÁLVIO, VARGAS
ET. AL., 2009)
A aplicação da tatuagem, no ato de marcar a pele ocorre uma cadeia de
reações fisiológicas, bioquímicas e consequentemente liberação de
neurotransmissores e citocinas. No momento que ocorre as microlesões da
pele pela agulha da pistola de tatuagem e a tinta penetra da derme ocorre uma
grande diapedese local, ou seja, migração leucocitária, principalmente de
histiócitos (macrófagos) que fagocitam e fixam o corante da tinta usada na
tatuagem. Do ponto de vista histopatológico, as alterações são leves.
Normalmente existe uma infiltração perivascular superficial, composta de
pequeno número de linfócitos e macrófagos com pigmento em seu interior.
Discreta fibrose da derme é um aspecto quase constante. Quando existe uma
resposta mais pronunciada, esta normalmente consiste em maior fibrose
dérmica, ou em aumento do número de histiócitos (macrófagos), ou ambos.
(BRASILEIRO-FILHO, 2006)
36
4. RYODORAKU
Segundo Scilipoti (2007) o Ryodoraku é baseado na resistência da pele
à estimulação elétrica e, cientificamente, observa a função do corpo a partir da
observação do sistema nervoso autônomo.
De acordo com, a teoria chinesa, o Qi e o Sangue circulam através dos
canais de Energia, comunicando-se com os Pontos de Acupuntura situados na
pele. Os Canais de Energia e os Pontos de Acupuntura têm, portanto, uma
função de condução, fato este que levou os pesquisadores atuais à investigar
suas propriedades elétricas. (O’CONNER & BENSKY, 1996)
Em 1950, Yoshio Nakatani, procurando medir a resistência da pele de
modo geral em pacientes com nefrite, descobriu uma linha semelhante ao
canal do rim, que apresentava uma série de pontos nos quais a
eletrocondutibilidade era mais alta em relação às áreas circundantes. Ryo
significa bom, do significa condutividade ou eletrocondutividade e raku significa
linha. (SCILIPOTI, 2007)
Segundo o autor, o Ryodoraku é um fenômeno patológico. Nakatani
afirma que esse mecanismo pode ser explicado pelo reflexo víscero-epidérmico
dos nervos simpáticos. Os impulsos saem das vísceras e atingem a medula
espinhal. Depois, os reflexos são reenviados sobre a superfície cutânea pelos
nervos simpáticos eferentes, nos quais aparecem como um sistema de
conexão longitudinal, como as linhas dos canais.
Os estudos sobre os fenômenos elétricos da pele podem ser realizados
de duas maneiras: na primeira, aplica-se uma corrente elétrica externamente, e
são medidas a eletrocondutibilidade e a resistência da pele, ao passo que na
outra, não se usa fonte externa da corrente, mas sim a própria corrente elétrica
da pele medindo-se as flutuações no potencial ou na corrente elétrica. Ambas
as técnicas tem sido empregadas nas investigações sobre as conexões entre
os Canais de Energia e os Pontos de Acupuntura.
As experiências realizadas com primeiro método evidenciam que
existem locais da pele com eletrocondutibilidade mais alta do que em áreas
adjacentes, tal como acontece com os pontos Ryoduraku (pontos de
capacidade excelente, descobertos no ano de 1950 pelo médico japonês,
37
Yoshio Nakatan). Porém existem algumas diferenças entre estas áreas e os
Pontos de Acupuntura. Assim, alguns dos pontos Ryoduraku coincidem com os
locais dos Pontos de Acupuntura Tradicionais, porém outros não tem esta
correspondência. Por exemplo, de acordo com os materiais coletados em
Shanghai, mediando-se o potencial elétrico ao longo do Canal de Energia do
Estomago. Situado na borda anterolateral da perna, no ponto E-37 (Shangjuxu)
em que se mediu em pessoas saudáveis e outros com apendicite, verificou-se
que a posição dos PONTOS Ryoduraku variavam. Em alguns, correspondiam
ao local do ponto E-36 (Zusanli), mas em outros não.
Muitos pesquisadores tem verificado que a eletrocondutibilidade da pele
sobre os Pontos de Acupuntura, nem sempre é melhor que em outras áreas. O
Instituto de Fisiologia e de Grupo de Pesquisa da Faculdade de Medicina
Tradicional de Shanghai selecionou 28 pontos de acupuntura situados em
varias partes do corpo para o estudo, e observou que a eletrocondutibilidade da
pele sobre estes pontos era mais alta do que as áreas ao redor, enquanto em
outros pontos da pele eram similares ou inferiores. São relatados também que
os pontos Ryoduraku são alinhados ao longo dos vasos de capacidade
excelente, alguns dos quais correspondem aos trajetos dos canais de energia
de acupuntura.
No Instituto Fujian de Medicina Chinesa, as pesquisas realizadas
evidenciaram que a distribuição destes vasos coincidia, em sua maior parte,
com os Canais de Energia da Acupuntura tradicional, porém, o estudo mais
cuidadoso realizado na região medial dos membros abaixo do cotovelo e do
joelho, efetuado pelo Instituto de Fisiologia de Shanghai nos pacientes com
nefrite, hepatite, tuberculose pulmonar e pneumonia lobar, mostrou resultados
que não coincidem com tais vasos de capacidade excelente dentro destas
regiões que, de acordo com a teoria tradicional, são atravessadas pelos canais
de energia dos Rins, Fígado e Pulmão.
Além disso, conforme estudos realizados na China, demonstrou-se que
a intensidade da eletrocondutibilidade de determinadas áreas da pele não
aumenta ou diminui de acordo com os trajetos dos canais de energia em si,
mas está relacionada com o local anatômico. Assim, as medições realizadas
pelo Instituto de Fisiologia e de Grupo de Pesquisa da Faculdade de Medicina
38
Tradicional de Shanghai demonstraram que a eletrocondutibilidade da pele da
cabeça é mais alta que em qualquer parte do corpo, vindo o tronco em
segundo lugar e as extremidades por ultimo. No tronco, a eletrocondutibilidade
da região sacra é maior do que em outras áreas da região dorsal, e no tórax é
maior do que no abdômen, na parte anterior do corpo. Em relação aos
membros, ocorre um aumento gradual na eletrocondutibilidade, conforme se
aproxima da região craniana, enquanto que os pontos situados na área flexora
do cotovelo e do joelho mostraram um grau mais elevado de
eletrocondutibilidade relativamente aos outros Pontos de Acupuntura situados
nos membros. Foi também demonstrado que havia uma conexão uniforme
entre a eletrocondutibilidade e as diferenças de temperatura da pele. É um fato
importante, pois reflete as relações entre a transpiração e a resistência elétrica
da pele. Mas pode sugerir também que a dilatação dos vasos sanguíneos da
pele pode levar a um aumento da sua eletrocondutibilidade.
Alguns pesquisadores acreditam que, pelo fato da condutibilidade de
alguns pontos Fonte não se aproximar dos valores médios de outros pontos do
mesmo Canal de Energia, consideram que os pontos Fonte não deveriam ser
incluídos como representantes dos pontos de capacidade excelente.
Entretanto, os estudos realizados na Primeira escola de medicina de Shanghai,
na Escola de medicina de Zhongshan, e em outras partes, mostram que a
eletrocondutibilidade dos pontos Fonte pode ter valores similares aos dos
valores médios observados sobre os Cinco pontos Shu antigos, que estão
presentes em cada Canal de Energia, e não sobre outros Pontos de
Acupuntura comuns situados ao longo dos Canais de Energia.
As investigações realizadas na China, mediram as flutuações na
condutibilidade não somente dos pontos Fonte, mas também de outros pontos
que são considerados importantes na teria tradicional da Acupuntura, por
exemplo, os pontos Shu antigos, alarme, reunião, conexão e outros pontos
localizados no corpo, assim como de alguns pontos auriculares. Foram também
realizadas as pesquisas em cadáveres e animais de experimentação, porém os
resultados variaram bastante.
Usando-se o segundo método, isto é, medindo-se a corrente elétrica da
pele, evidenciou que existe ponto semelhante aos pontos motores, que
39
registraram grande intensidade de corrente elétrica. A distribuição desses
pontos mostrou que era a mesma daquela com eletrocondutibilidade elevada
que a corrente elétrica estava relacionada ao local anatômico de mensuração,
observando-se novamente que a corrente aumenta em direção cranial.
As pesquisas realizadas na Escola de Medicina de Hebei e em outras
partes mostraram que as flutuações da corrente elétrica dos pontos de
Acupuntura de determinados Canais de Energia coincidiram com as atividades
funcionais dos Órgãos internos associados ao Canal de Energia em questão.
A estimulação do Ponto de Acupuntura afeta intensamente, tanto a
eletrocondutibilidade como a corrente Elétrica da pele, e esta estimulação pode
determinar mudanças tanto nos Pontos de Acupuntura como de Pontos que
não são de Acupuntura, embora, as alterações dos Pontos de Acupuntura
sejam relativamente mais evidentes que nos outros.
Os pesquisadores identificaram a existência de correntes elétricas
especiais ao longo dos trajetos dos Canais de Energia e observou-se que
quando obtinha a sensação da estimulação da agulha de Acupuntura eram
notadas ondas elétricas distintas nos Canais de Energia e tanto nos Pontos de
Acupuntura como nos não –Acupuntura e em alguns Canais de Energia esta
onda podia ser discernida sobre um longo segmento.
A importância dos Canais de Energia nos estudo da fisiologia, patologia,
diagnostico e tratamento não pode ser exagerada. A conexão funcional
existente entre os Canais de Energia, a fisiologia e a patologia contém grandes
informações que a medicina moderna que ainda não pode explicar ou talvez
não ter ainda descoberto. Este conhecimento aguarda nosso empenho no
futuro.
4.1 APLICAÇÃO
Durante a mensuração, o paciente segura o eletrodo, mas ele não deve
mudá-lo de mão ou mudar sua pressão sobre o eletrodo. A mão do operador
não deve tocar o paciente, pois podem ser registrados resultados mais altos. O
operador também não pode esfregar, apertar ou tocar o ponto a ser medido
com os dedos ou o eletrodo. O eletrodo deve ser colocado sobre cada ponto de
40
medição em ângulo reto e com pressão igual. A mensuração não é precisa se
for executada logo após exercício físico ou refeição. O paciente precisa
descansar 10 minutos antes da mensuração. (SCILIPOTI, 2007)
Segundo o autor, a leitura de eletrocondutividade do medidor (24 pontos
de mensuração) para ambas as mãos e ambos os pés são traduzidos no
gráfico Ryodoraku. Somando-se os valores dos 24 pontos eletrocondutivos e
dividindo-se por 24, obtém-se o valor médio. Dessa forma pode traçar um
intervalo com 1,4cm (0,7cm abaixo e 0,7cm acima da linha central obtida
através do valor médio). Este espaço representa o campo fisiológico.
Os pontos para mensuração são: P9, C7, PC7, ID5, TA4, IG5, BP3, F3,
B65, R4, VB40 e E42.
41
5. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O estudo foi realizado com o aparelho Ryodoraku AcusPointer.
Foram convidadas pessoas que possuíam tatuagem pelo corpo, por
onde passam os canais de energia da acupuntura citados neste trabalho.
Primeiro foi solicitado que o participante da pesquisa descansasse 10
minutos. Então, foi realizada uma ficha de avaliação (Apêndice A), contendo os
dados pessoais, localização da(s) tatuagem(ns), canal por onde a tatuagem
estava passando, patologias pré e pós-existentes a(s) tatuagem(ns),
temperatura do ambiente e o gráfico do Ryodoraku. Após, foi entregue o termo
de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B) para o participante ler e
assinar.
Após calibrar o aparelho Ryodoraku a 200 MicroAmperes (μA), o
participante segurava o eletrodo, sempre com a mesma pressão. Foram
mensurados os pontos das mãos e após os dos pés, com pressão igual e
medição em ângulo reto. Não foi realizado nenhum tipo de toque no
participante.
Logo em seguida, foi realizado o gráfico (figura 13). Somando os 24
pontos e obtendo um valor médio, foi traçado um intervalo com 1,4cm (0,7cm
abaixo e 0,7cm acima da linha central obtida através do valor médio).
FIGURA 13 : Lian, Chen, Hammes e Kolster: Gráfico Ryodoraku, 2006.
42
Assim, puderam-se verificar quais canais estavam acima ou abaixo do
valor médio. Ao final, foram comparados os canais fora do padrão com os
canais que passavam a(s) tatuagem(ns) e foi feita uma análise em gráfico e
tabela para a conclusão do estudo.
43
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram estudados doze casos, onde cinco podemos relacionar com algum
sintoma relatado. Sete casos não foram relacionados os sintomas, entre eles 5
casos relataram que os sintomas iniciaram antes da aplicação da tatuagem e 2
casos relataram os sintomas após a aplicação da tatuagem, porém não estão
relacionados com os canais alterados.
Os casos serão citados abaixo particularmente. Podemos perceber a
influencia e os efeitos da tatuagem em todos os casos.
CASO 1
Mulher, 24 anos, apresentando cefaléia (região occipital e frontal),
disfunção temporomandibular e cervicalgia, relatando sintomas após a
aplicação da tatuagem.
As tatuagens passam pelos canais: Vesícula Biliar, Estômago, Bexiga,
Rim, Pulmão, Baço e Pericárdio.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 1), a mesma
apresenta:
- Deficiência: Pulmão (bilateral), Pericárdio (esquerdo).
- Excesso: Fígado (bilateral), Rim (bilateral), Bexiga (direito).
GRÁFICO 1: Ryodoraku Caso 1.
Observa-se no gráfico 2 que entre os canais que passam as tatuagens,
57% estão alterados.
44
GRÁFICO 2: caso 1
Podem-se relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
Yamamura (2001) relata que sintoma de plenitude de Qi do canal do Rim
inclui dor de característica Yin ao longo da coluna vertebral. Assim como,
plenitude de Qi do canal da Bexiga inclui dor característica Yin no pescoço e no
dorso e cefaléia no vértex e região frontal. Segunda Maciocia (2007) a maioria
das patologias crônicas eventualmente afetam o Rim.
FOTO 1: Bezeruska, Tatuagem caso 1, 2011.
CASO 2
Mulher, 28 anos, apresentando gastrite, cefaléia frontal, estresse,
cervicalgia e cistite, relatando sintomas após a aplicação da tatuagem.
45
As tatuagens passam pelos canais: Pulmão, Intestino Grosso, Baço.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 3), a mesma
apresenta:
- Deficiência: Pulmão (esquerdo), Triplo Aquecedor (direito), Intestino Grosso
(direito), Baço (direito), Bexiga (esquerdo).
- Excesso: Coração (esquerdo), Rim (bilateral), Vesícula Biliar (esquerdo).
GRÁFICO 3: Ryodoraku Caso 2
Observa-se no gráfico 4 que entre os canais que passam as tatuagens,
100% estão alterados.
GRÁFICO 4: caso 2
Podem-se relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
Sintoma de plenitude de Qi do canal do Intestino Grosso inclui
cervicalgia. Sintoma de plenitude de Qi do canal do Baço inclui vômitos e dores
no epigástrico. (YAMAMURA, 2001)
46
A função mais importante do Baço é a de transporte e transformação
dos alimentos e fluidos. Qualquer desarmonia do Baço interferirá no processo
digestivo. (MACIOCIA, 2007)
FOTO 2: Bezeruska, Tatuagem caso 2, 2011.
CASO 3
Mulher, 26 anos, apresentando rinite, asma e falta de memória,
relatando esses sintomas após a aplicação da tatuagem.
A tatuagem passa pelos canais: Intestino Grosso, Triplo Aquecedor e
Vesícula Biliar (Trajeto interno); Intestino Delgado e Bexiga (Trajeto
Superficial).
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 5), a mesma
apresenta:
- Deficiência: Estômago (esquerdo).
- Excesso: Coração (esquerdo), Intestino Delgado (esquerdo), Vesícula Biliar
(direito).
47
GRÁFICO 5: Ryodoraku Caso 3
Observa-se no gráfico 6 que entre os canais que a tatuagem passa, 40%
estão alterados.
GRÁFICO 6: caso 3
Não podemos relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
FOTO 3: Bezeruska, Tatuagem caso 3, 2011.
48
CASO 4
Mulher, 34 anos, apresentando insônia e relatando esse sintoma antes
da aplicação da tatuagem.
A tatuagem passa pelos canais: Pulmão, Pericárdio, Intestino Grosso,
Intestino Delgado, Triplo Aquecedor.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 7), a mesma
apresenta:
- Deficiência: Pericárdio (direito).
- Excesso: Triplo Aquecedor (bilateral), Baço (direito), Fígado (direito),
Bexiga (direito).
GRÁFICO 7: Ryodoraku Caso 4
Observa-se no gráfico 8 que entre os canais que a tatuagem passa, 40%
estão alterados.
GRÁFICO 8: caso 4
49
Não podemos relacionar a patologia relatada com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
FOTO 4: Bezeruska, Tatuagem caso 4, 2011.
CASO 5
Mulher, 27 anos, apresentando dor de estômago e cefaléia, relatando
esses sintomas após aplicação da tatuagem.
As tatuagens passam pelos canais: Intestino Grosso, Intestino Delgado,
Triplo Aquecedor, Bexiga, Vesícula Biliar, Pulmão, Coração, Pericárdio, Baço.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 9), a mesma
apresenta:
- Deficiência: Triplo Aquecedor (bilateral), Intestino Grosso (esquerdo).
- Excesso: Pulmão (esquerdo), Baço (direito).
GRÁFICO 9: Ryodoraku Caso 5
Observa-se no gráfico 10 que entre os canais que passam as tatuagens,
44% estão alterados.
50
GRÁFICO 10: caso 5
Podem-se relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
Conforme Maciocia (2007) a função mais importante do Baço é a de
transporte e transformação dos alimentos e fluidos. Qualquer desarmonia do
Baço interferirá no processo digestivo.
Yamamura (2001) refere dor no epigástrico, vômitos e dor abdominal à
plenitude de Qi do canal do Baço.
FOTO 5: Bezeruska, Tatuagem caso 5, 2011.
CASO 6
Homem, 26 anos, apresentando convulsão e gastrite, relatando esses
sintomas antes da aplicação da tatuagem.
As tatuagens passam pelos canais: Pulmão, Intestino Grosso, Intestino
Delgado, Pericárdio, Triplo Aquecedor, Bexiga, Vesícula Biliar.
51
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 11), o mesmo
apresenta:
- Deficiência: Pericárdio (bilateral), Intestino Delgado (bilateral), Triplo
Aquecedor (bilateral), Intestino Grosso (bilateral).
- Excesso: Pulmão (direito), Coração (esquerdo), Baço (bilateral), Fígado
(bilateral), Bexiga (bilateral).
GRÁFICO 11: Ryodoraku Caso 6
Observa-se no gráfico 12 que entre os canais que passam as tatuagens,
86% estão alterados.
GRÁFICO 12: caso 6
Não podemos relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
52
FOTO 6: Bezeruska, Tatuagem caso 6, 2011.
CASO 7
Homem, 18 anos, apresentando infecção intestinal após a aplicação da
tatuagem. E outros sintomas antes da aplicação como cefaléia, disfunção
temporomandibular e sinusite.
A tatuagem passa pelo canal: Bexiga.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 13), o mesmo
apresenta:
Deficiência: Pulmão (bilateral), Pericárdio (direito), Coração (bilateral),
Intestino Delgado (direito), Triplo Aquecedor (bilateral), Intestino Grosso
(bilateral).
Excesso: Baço (bilateral), Fígado (bilateral), Rim (bilateral), Bexiga
(bilateral), Vesícula Biliar (bilateral), Estômago (esquerdo).
GRÁFICO 13: Ryodoraku Caso 7
53
Observa-se no gráfico 14 que entre os canais que a tatuagem passa,
100% estão alterados.
Canais alterados
100%
Canais não alterados
0%
Caso 7
GRÁFICO 14: caso 7
Não podemos relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
FOTO 7: Bezeruska, Tatuagem caso 7, 2011.
CASO 8
Mulher, 37 anos, apresentando enxaqueca após a aplicação da
tatuagem.
As tatuagens passam pelos canais: Intestino Delgado, Triplo Aquecedor,
Pulmão, Intestino Grosso, Pericárdio, Coração, Vesícula Biliar, Bexiga.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 15), o mesmo
apresenta:
Deficiência: Pericárdio (direito), Coração (direito), Triplo Aquecedor
(esquerdo), Estômago (bilateral).
54
Excesso: Pulmão (esquerdo), Baço (bilateral), Bexiga (bilateral).
GRÁFICO 15: Ryodoraku Caso 8
Observa-se no gráfico 16 que entre os canais que passam as tatuagens,
62% estão alterados.
GRÁFICO 16: caso 8
Pode-se relacionar a patologia relatada com estes canais com tatuagem
que estão alterados.
Segundo Yamamura (2001) sintoma de plenitude de Qi do canal da
Bexiga inclui cefaléia no vértex e na região frontal.
55
FOTO 8: Bezeruska, Tatuagem caso 8, 2011.
CASO 9
Homem, 32 anos, apresentando insônia e cefaléia após a aplicação da
tatuagem.
As tatuagens passam pelos canais: Estômago, Vesícula Biliar, Bexiga,
Pulmão, Intestino Grosso, Intestino Delgado, Pericárdio, Triplo Aquecedor.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 17), o mesmo
apresenta:
Deficiência: Triplo Aquecedor (bilateral), Rim (direito).
Excesso: Fígado (bilateral), Vesícula Biliar (direito).
56
GRÁFICO 17: Ryodoraku Caso 9
Observa-se no gráfico 18 que entre os canais que passam as tatuagens,
25% estão alterados.
GRÁFICO 18: caso 9
Não podemos relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
FOTO 9: Bezeruska, Tatuagem caso 9, 2011.
57
CASO 10
Mulher, 30 anos, apresentando azia e rinite antes da aplicação da
tatuagem.
A tatuagem passa pelos canais: Intestino Grosso, Intestino Delgado,
Bexiga.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 19), o mesmo
apresenta:
Deficiência: Intestino Delgado (esquerdo), Triplo Aquecedor (esquerdo),
Intestino Grosso (bilateral).
Excesso: Pericárdio (direito), Intestino Delgado (direito), Baço (direito),
Rim (direito), Bexiga (bilateral).
GRÁFICO 19: Ryodoraku Caso 10
Observa-se no gráfico 20 que entre os canais que a tatuagem passa,
100% estão alterados.
GRÁFICO 20: caso 10
58
Não podemos relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
FOTO 10: Bezeruska, Tatuagem caso 10, 2011.
CASO 11
Mulher, 52 anos, apresentando enxaqueca, intestino preso, insônia e dor
no joelho antes da aplicação da tatuagem.
A tatuagem passa pelo canal: Vesícula Biliar.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 21), o mesmo
apresenta:
Deficiência: Vesícula Biliar (bilateral), Estômago (bilateral).
Excesso: Coração (esquerdo), Baço (esquerdo).
GRÁFICO 21: Ryodoraku Caso 11
Observa-se no gráfico 22 que entre os canais que a tatuagem passa,
100% estão alterados.
59
GRÁFICO 22: caso 11
Não podemos relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
FOTO 11: Bezeruska, Tatuagem caso 11, 2011.
CASO 12
Mulher, 27 anos, apresentando pedra no rim, dor nos olhos, enxaqueca,
bruxismo, rinite e sinusite após a aplicação da tatuagem.
As tatuagens passam pelos canais: Bexiga, Baço e Vesícula Biliar.
Conforme o gráfico do Ryodoraku abaixo (gráfico 23), o mesmo
apresenta:
Deficiência: Vesícula Biliar (bilateral).
Excesso: Baço (bilateral), Bexiga (direito).
60
GRÁFICO 23: Ryodoraku Caso 12
Observa-se no gráfico 24 que entre os canais que passam as
tatuagens, 100% estão alterados.
GRÁFICO 24: caso 12
Podem-se relacionar as patologias relatadas com estes canais com
tatuagem que estão alterados.
Sintoma de plenitude de Qi do canal da Bexiga inclui cefaléia no vértex e
região frontal. Assim como plenitude de Qi do canal da Vesícula Biliar inclui dor
nos olhos e inflamação da articulação temporomandibular. (YAMAMURA, 2001)
61
FOTO 12: Bezeruska, Tatuagem caso 12, 2011.
62
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escolha por este tema iniciou a partir da curiosidade e a falta de
estudos a respeito da aplicação de tatuagens sobre os canais de energia, os
efeitos que podem ser caudados e as possíveis consequências desta prática.
Mediante os resultados obtidos no presente trabalho podemos concluir
que a aplicação da tatuagem pode influenciar na circulação de Qi. Observamos
que em todos os casos há um desequilíbrio nos meridianos por onde passam a
tatuagem, como foi mostrado nos gráficos. Porém não podemos concluir se há
relação com os sintomas relatados, podendo existir outras influências e
patologias anteriores à aplicação da tatuagem.
Há uma necessidade de estudos com um número maior de participantes,
assim como a importância de mensurar a energia antes e depois da aplicação
da tatuagem, assim poderiam ser descartadas as patologias pré-existentes.
Outra sugestão para trabalhos posteriores é realizar a mensuração da energia
no momento da aplicação da tatuagem, obtendo resultados mais precisos.
63
REFERÊNCIAS
1. Gongwang, L. Tratado Contemporâneo de Acupuntura e Moxibustão. Pontos
e Meridianos. Roca: São Paulo, 2004.
2. Jr SCM, Sálvio VSMC, Vargas MLC, Leme MP, Rodrigues GP, Babinski MA.
Principais efeitos fisiológicos imediatos a aplicação de tatuagem sobre os
meridianos de acupuntura. Acta Scientiae Medica. 2009;2(1):29-38.
3. Yamamura, Y. Acupuntura Tradicional – A Arte de Inserir. 2ed. Roca: São
Paulo, 2001.
4. Wen, TS. Acupuntura clássica chinesa. 2ed. Cultrix: São Paulo, 2006.
5. Lundeberg, T. Peripheral effects of sensory nerve stimulation (acupuncture)
in inflammation and ischemia. Scandinavian Journal Rehabilitation Medicine.
1993;61-86
6. Altman, S. Acupuncture as an emergency treatment. California Veterinarian.
1979;15(1):6-8.
7. Scilipoti, D. Filosofia e Acupuntura Ryodoraku. Roca: São Paulo, 2007.
8. Chonghuo, T. Tratado de Medicina Chinesa. Roca: São Paulo, 1993.
9. Kidson, R. Acupuntura para todos, O que esperar desta técnica milenar e
como obter melhores resultados. Nova Era: Rio de Janeiro, 2006.
10. Maike, SRL. Fundamentos essenciais da Acupuntura Chinesa. Ícone: São
Paulo, 1995.
11. Pérez, AL. A identidade à flor da pele. Etnografia da prática da tatuagem na
contemporaneidade. Mana. 2006;12(1).
64
12. Brasileiro-Filho, G. Bogliolo - Patologia. 7ed. Guanabara: Rio de Janeiro,
2006.
13. Acupuntura: um texto compreensível. Shanghai College of traditional
Medicine; traduzido e editado para língua inglesa por Jonh O’conner e Dan
Bensky; tradução Maria Lydia Remedio; revisão cientifica Ysao Yamamura –
São Paulo: Roca, 1996.
14. Maciocia, G. Os fundamentos da Medicina Chinesa: um texto abrangente
para acupunturistas e fisioterapeutas. Roca: São Paulo, 2007.
15. Mann, F. Acupuntura: A antiga arte chinesa de curar. Hemus: São Paulo,
1971.
16. Qiu Mao-Liag. Acupuntura Chinesa e Moxibustao. Roca: São Paulo: 2001.
17. Ristol, EG. Acupuntura y neurología. Revista de Neurología (Barcelona),
v.25, n.142, p.894-898, 1997.
18. Wu, DZ. Acupuncture and neurophisiology. Clinical Neurology and
Neurosurgery, v.92, n.1, p.13-25, 1990.
19. Draehmpael D, Zohmann A. Acupuntura no cão e no gato. Princípios
básicos e prática científica. Roca: São Paulo, 1997.
20. Hwang, YC. Anatomy and classification of acupoints. Problems in
Veterinary Medicine, v.4, n.1, p.12-15, 1992.
21. Farber PL, Timo-Iaria C. Acupuntura e sistema nervoso. Jornal Brasileiro de
Medicina, v.67, n.5-6, p.125-131, 1994.
65
22. Schwartz, C. Quatro patas cinco direções. Um guia de Medicina Chinesa
para cães e gatos. Ícone: São Paulo, 2008.
23. Dyniewicz, AM. Metodologia da Pesquisa em Saúde para Iniciantes.
Difusão: São Paulo, 2009.
66
APÊNDICE A – Ficha de Avaliação
Data da avaliação: ____ / ____ / _____
Nome:__________________________________________________________
Data de Nascimento : ____ / ____ / ____ Idade: _________
Endereço:______________________________________Bairro:____________
CEP: _____________ Telefone: ____________________
Tatuagem:
Tempo: _________
Canal afetado: ___________________________________________________
Tempo: _________
Canal afetado: ___________________________________________________
Tempo: _________
Canal afetado: ___________________________________________________
Tempo: _________
Canal afetado: ___________________________________________________
Tempo: _________
Canal afetado: ___________________________________________________
Tempo: _________
Canal afetado: ___________________________________________________
Tempo: _________
Canal afetado: ___________________________________________________
67
Patologias pré existentes: __________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Patologias pós existentes: __________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Temperatura do ambiente: __________
GRÁFICO RYODORAKU
68
APÊNDICE B – Termo de consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa. Leia
cuidadosamente o que se segue e, em caso de dúvida, pergunte ao
responsável pelo estudo. Este estudo está sendo conduzido por Alexia
Bezeruska, RG: 7.324.294-0, telefone: 3272-8921/ 9924-0272, endereço: Rua
Maria Verônica Stroparo, 61, Bairro São Braz, Curitiba-Pr.
O objetivo deste estudo é analisar a energia do canal da acupuntura por
onde está passando a tatuagem, através da eletroacupuntura Ryodoraku e
comparar com outros canais por onde não passam a tatuagem, bem como,
comparar com alguma patologia existente.
Você responderá uma ficha de avaliação, contendo perguntas sobre
dados pessoais e patologias pré e pós existentes da tatuagem. Após será
realizado a análise da energia dos canais, através do aparelho da
eletroacupuntura Ryodoraku. Será mencionada a energia do canal através de
um ponto específico do canal correspondente, bilateralmente. Para a análise da
energia não é utilizado agulha. A avaliação não é dolorosa e não transmite
nenhum tipo de perigo.
As informações colhidas nesta pesquisa serão analisadas, não sendo
divulgada a identificação de nenhum indivíduo.
Durante o período da pesquisa até a conclusão da mesma você terá o
direito de ser mantido informado sobre os resultados parciais ou totais da
pesquisa.
Comprometo a utilizar os dados e o material coletado somente para esta
pesquisa e eventual publicação em revistas científicas, sem a identificação das
pacientes.
Eu discuti com a pesquisadora sobre a minha decisão em participar do
estudo, e ficaram claros para mim quais são os propósitos, os procedimentos,
as garantias de confidencialidade e esclarecimentos.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar
meu consentimento a qualquer momento antes ou durante a avaliação sem
penalidades.
69
Declaro para os devidos fins, e a quem possa interessar o meu
consentimento para participar voluntariamente do presente estudo.
_____________________ _______________________
Assinatura do voluntário Assinatura do pesquisador
Data: _____________