Errar é humano – flutuar é divino · Errar é humano – flutuar é divino 11 – Olhe só isto...
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Errar é humano – flutuar é divino
oFegante, lutando PaRa ResPiRaR, enquanto minha vida
passava diante de meus olhos numa série de vinhetas me-
lancólicas, me vi sufocado, alguns meses atrás, debaixo do
tsunami de cartas de propaganda que jorrava em catadupas
pela janelinha do correio na porta de minha casa todo dia
pela manhã, depois de eu comer o meu arenque defumado.
Foi preciso que a nossa faxineira wagneriana, Grendel, após
ouvir um falsete abafado que veio de baixo de um mar de
convites de exposição de arte, campanhas de caridade, avisos
de que eu tinha sido contemplado em sorteios fajutos, viesse
me desentranhar das profundezas, com a ajuda do nosso
possante aspirador de pó. Enquanto eu estava arquivando
meticulosamente, em ordem alfabética, no triturador de
papéis, as novas correspondências recém-chegadas, percebi
que, no meio da profusão de catálogos que apregoavam
tudo, desde comedouros para gaiolas de passarinhos até
entregas mensais de pêssegos secos e de laranjas-lima, havia
uma revistinha que eu não tinha encomendado, Mistura
Mágica, cujas letras do título imitavam luz neon. Obviamente
dirigida ao público da Nova Era, seus artigos abrangiam
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desde o poder dos cristais até a cura holística e as vibrações
psíquicas, com dicas sobre a conquista da energia espiritual,
amor versus estresse, e exatamente aonde ir e que formulários
preencher para ser reencarnado. Os anúncios, que pareciam
escrupulosamente articulados para criar uma barreira prote-
tora contra a insensatez dos esquadrões especiais da polícia
cuja missão era perseguir vigaristas, apresentavam Desodo-
rizadores Terapêuticos, Energizadores de Redemoinho de
Água e um produto chamado Florais RoBustos, destinado
a incrementar o volume e a amplitude dos melões das ma-
dames. Não havia nem sombra de escassez de conselhos
parapsicológicos, oriundos de fontes como a “intuitiva espi-
ritual”, que conferia a validade dos seus estalos de gênio com
a ajuda de um “consórcio de anjos denominado Consórcio
dos Sete”, ou uma dançarina exótica, batizada com o nome
de Saleena, que se oferecia para “equilibrar a sua energia,
despertar o seu DNA e atrair a abundância”. Naturalmente,
no final de todas essas excursões em campo aberto rumo ao
centro da alma, um pequeno emolumento para cobrir os
gastos com os selos e quaisquer outras despesas que o guru
pudesse ter tido em uma outra vida deve ser solicitado. A
personagem mais espantosa de todas, no entanto, só pode
ser a “fundadora e líder divina do Movimento da Ascensão
da Deusa Hathor no Planeta Terra”. Conhecida pelos seus
adeptos como Gabrielle Hathor, uma deusa autoproclamada
que, segundo o seu assessor de imprensa, é “a plenitude da
fonte manifesta na forma humana”, essa eminência da Costa
Oeste nos diz: “Existe uma aceleração da reação cármica [...]
A Terra entrou num inverno espiritual que durará 426 mil
anos terrestres”. Ciente de que um inverno longo pode ser
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bastante severo, a senhora Hathor iniciou um movimento
para ensinar os seres a ascender para “dimensões de frequên-
cia mais elevada”, onde supostamente podem sair mais de
casa e jogar um pouco de golfe.
“Levitação, translocação instantânea, onisciência,
capacidade de materializar e desmaterializar, e outras do
mesmo tipo tornam-se parte das capacidades normais da
pessoa.” Assim a conversa mole ataca a cabeça dura dos in-
cautos com uma britadeira e proclama que, “dessas dimen-
sões de frequência mais elevada, o ser que ascendeu pode
apreender as frequências mais baixas, enquanto aqueles que
estão nas frequências mais baixas não podem apreender as
dimensões mais elevadas”.
Há um fervoroso apoio da parte de alguém chamado
Plêiades LuaEstrela – nome que me causaria uma conster-
nação infinita caso me dissessem no último instante que
pertencia ao meu cirurgião cerebral ou ao meu piloto. Os
acólitos no movimento da senhora Hathor devem submeter-
-se a um “procedimento humilhante” como parte de uma
rotina destinada a dissolver seus egos e alçar suas frequências.
Pagamentos em dinheiro vivo são malvistos, mas um pouco
de lealdade abjeta e de trabalho produtivo pode render uma
cama e um prato de feijão-da-índia orgânico, enquanto a
pessoa ganha ou perde consciência.
Menciono tudo isso pois, por coincidência, mais tarde
naquele mesmo dia, eu estava saindo da loja Hammacher
Schlemmer, assolado por uma indecisão obsessiva entre
comprar um descaroçador de azeitona computadorizado
ou a guilhotina portátil mais bonita do mundo, quando,
como o Titanic, trombei com um velho iceberg que eu havia
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conhecido na faculdade, Max Endorfina. Gorducho na sua meia-idade, com os olhos de um bacalhau e ostentando uma meia-peruca estofada com penugem suficiente para criar o trompe l’oeil de um topete, ele esmagou minha mão e desatou a contar casos da sua recente boa sorte.
– Só posso lhe dizer uma coisa, meu fedelho, tirei a sorte grande. Entrei em contato com o meu eu espiritual interior e, daí em diante, foi sopa no mel.
– Você pode elaborar um pouco mais isso? – indaguei, notando pela primeira vez sua indumentária elegante e bem cortada e o protuberante anel cor-de-rosa do tamanho de um tumor em estágio avançado.
– Creio que na verdade eu não deveria estar aqui batendo papo com alguém numa frequência inferior, mas como somos velhos conhecidos...
– Frequência?– Estou falando das dimensões. Nós que estamos
nas oitavas superiores aprendemos a não desperdiçar íons saudáveis com trogloditas mortais, entre os quais você se enquadra... sem querer ofender. Não que nós não estudemos e apreciemos as formas inferiores, graças a Leeuwenhoek, se você capta o que quero dizer. – De repente, com o instinto de um falcão para a sua presa, Endorfina virou a cabeça para uma loura de pernas compridas, numa microminissaia, que se empenhava em conseguir um táxi.
– Olha só que aparição, e com um beicinho de pri-meira qualidade – disse ele, enquanto as glândulas salivares engrenavam a terceira marcha.
– Podia estar numa foto de página dupla de revista masculina – suspirei, enquanto sentia um repentino ataque de insolação –, a julgar pela sua blusa transparente.
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– Olhe só isto – disse Endorfina, que tomou um fôlego
profundo e começou a elevar-se do chão. Para assombro
meu e também da Miss Julho, ele estava levitando meio
metro acima da 57th Street, em frente à loja Hammacher
Schlemmer. Tentando ver onde estavam escondidos os
fios, a coisinha doce e jovem aproximou a sua bela figura.
– Ei, como é que você faz isso? – ronronou ela.
– Tome. Aqui tem o meu endereço – disse Endorfina.
– Vou estar em casa depois das oito horas. Dê um pulo lá.
Vou fazer você tirar os pés do chão num instante.
– Vou levar o Petrus comigo – arrulhou ela, introdu-
zindo a logística do rendez-vous de ambos no abismo do seu
entresseio, e afastou-se com um meneio do corpo, enquanto
Endorfina descia lentamente até o nível do chão.
– Como pode? – falei. – Você agora é o Houdini?
– Ah, bem – suspirou em tom benévolo –, uma vez
que me digno a travar conversa com um quase paramécio,
posso muito bem revelar a você todo o esquema. Vamos
nos encaminhar à Stage Deli e dizimar alguns docinhos,
enquanto eu me exibo em todo o meu esplendor. – Com
isso, houve um estalido bastante audível, e Endorfina de-
sapareceu. Inspirei fundo e espalmei a mão sobre a minha
boca aberta, como uma atriz de cinema mudo espantada.
Segundos depois, ele reapareceu, com ar pesaroso.
– Desculpe. Esqueci que vocês, gente do último es-
calão, não podem se desmaterializar nem teletransportar.
Falha minha. Vamos bater perna até lá. – Eu ainda estava
me beliscando quando Endorfina deu início à sua história.
– Muito bem – disse ele. – Recuemos seis meses,
quando o filho da senhora Endorfina, Max, encontrava-se
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numa encrenca emocional e atolado num monte de atri-
bulações, as quais, se incluirmos a minha boina que eu não
sei onde meti, ultrapassavam as de Jó. Primeiro, aquele
biscoitinho da sorte de Taiwan a quem eu dava aulas par-
ticulares de hidráulica anatômica descartou-me em favor
de um aprendiz de confeiteiro; depois, fui processado no
montante de muitos presidentes mortos por ter entrado
de ré com o meu Jaguar num Salão de Leitura da Ciência
Cristã. Acrescente a isso o fato de meu filho único de um
holocausto conubial anterior ter desistido de sua lucrati-
va carreira advocatícia para tornar-se um ventríloquo. E
assim lá estava eu, triste e cabisbaixo, em busca de uma
raison d’être, um centro espiritual por assim dizer, quan-
do de súbito, caído do céu, topei com um anúncio num
número novo da revista Vibrações Ilustradas. Uma espécie
de spa que lipoaspira da gente o carma ruim, alça-nos para
uma frequência mais alta, onde podemos afinal tomar as
rédeas da natureza à la Fausto. Em geral, sou demasiado
sensato para morder uma isca desse tipo, mas, quando
saquei que a diretora executiva era uma autêntica deusa
em forma humana, me perguntei: que mal vai fazer? E não
havia nenhuma taxa. Eles não pegam em grana. O sistema
se baseia numa variante da escravidão, mas em troca a
gente ganha aqueles cristais, que nos dão mais força, e toda
a erva-de-são-joão que conseguir enfiar nos bolsos. Ah,
estou deixando de lado o fato de que ela nos humilha. Mas
faz parte da terapia. Assim, os sequazes dela colocavam
rabinho de burro nos fundilhos das minhas calças sem eu
saber e me pregavam todo tipo de peça. Claro que fui alvo
de risadas por um tempo, mas, digo-lhe uma coisa, isso
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dissolveu o meu ego. De repente me dei conta de que eu
tinha vivido vidas anteriores, primeiro como um simples
burgomestre e depois como Lucas Cranach, o Velho... ou
não, esqueci, talvez tenha sido o Jovem. De qualquer ma-
neira, o que me lembro depois disso foi que um belo dia
acordei em meu catre tosco e minha frequência estava na
estratosfera. Eu tinha uma espécie de nuvem em volta do
meu occipúcio e estava onisciente. Na verdade, logo depois
eu estava ganhando tudo na roleta no Belmont e dali a uma
semana atraía multidões toda vez que ia ao Bellagio em Las
Vegas. Se alguma vez me sinto inseguro sobre um cavalo
ou se devo apostar ou passar numa partida de vinte e um,
existe aquele tal consórcio de anjos que então consulto.
Afinal, só porque alguém tem asas e é feito de ectoplasma
não quer dizer que não possa perder. Olha só esta bolada.
Endorfina retirou de todos os bolsos diversos maços
grossos como dicionários, feitos de notas de mil dólares.
– Opa, me desculpe – disse ele, enquanto se atrapa-
lhava no esforço de recuperar alguns rubis que caíram do
seu paletó, quando mostrou a cornucópia de verdinhas.
– E ela não pede nenhuma remuneração por esse
serviço? – indaguei, enquanto meu coração desdobrava as
asas como um falcão peregrino.
– Bem, você sabe como são os avatares. São todos
gente boa.
Naquela noite, apesar de um tumulto de impreca-
ções oriundo da ala feminina e de um rápido telefonema
da parte dela para a firma Shmeikl e Filhos para conferir
se o nosso acordo pré-nupcial dava cobertura no caso de
um repentino ataque de demência precoce, me vi voando
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para o oeste, rumo ao Centro da Ascensão Sublime com
a sua divindade residente, uma aparição em peças de lin-
gerie chamada Insolação da Galáxia. Após me convidar a
penetrar no santuário que dominava o seu reduto, uma
fazenda abandonada, curiosamente semelhante ao rancho
de Charles Manson e seus adeptos, ela baixou a sua lixa de
unha e instalou-se confortavelmente num sofá.
– Tire um peso dos seus pés, meu bem – disse ela
num tom que tinha menos de Martha Graham do que de
Iris Adrian. – Quer dizer então que você deseja entrar em
contato com o seu centro espiritual?
– Sim. Gostaria de dar uma elevada na minha frequên-
cia, de adquirir a capacidade de levitar, de me teletransportar,
de me desmaterializar e ter onisciência suficiente para adi-
vinhar em tempo hábil os números selecionados aleatoria-
mente que compõem o resultado da Loteria de Nova York.
– O que faz para ganhar a vida? – indagou ela, estra-
nhamente destituída de onisciência para uma criatura da
sua reputada magnitude.
– Vigia noturno num museu de cera – repliquei –,
mas não é tão gratificante quanto parece.
Voltando-se para um dos núbios que a abanavam com
leques feitos de folhas de palmeira, ela disse:
– O que acham, rapazes? Parece que ele daria um
bom zelador. Talvez pudesse tomar conta da fossa séptica.
– Muito obrigado – falei, enquanto me punha de
joelhos e pressionava o rosto contra o chão, em submissão.
– Muito bem – disse ela, e estalou as mãos enquanto
um quincôncio de leais lacaios acudia às pressas, saindo de
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trás de cortinas de contas. – Deem uma tigela de arroz para
ele e raspem sua cabeça. Até que vague um leito, ele pode
dormir junto com as galinhas.
– Ouço e obedeço – sussurrei, desviando meus olhos
a fim de evitar que um olhar direto para a senhora Insola-
ção pudesse distraí-la das palavras cruzadas que ela havia
começado. Com isso, fui levado embora rapidamente, um
pouco apreensivo com a ideia de que eu pudesse ser marcado
com um ferro em brasa.
Até onde pude discernir nos dias que se seguiram, o
estabelecimento estava apinhado de perdedores de todas
as qualidades: poltrões e bundões, atrizes que norteavam
todos os seus passos segundo os planetas, os que tinham
excesso de peso, um homem envolvido em algum tipo de
escândalo no campo da taxidermia, um anão não assumi-
do. Todos buscavam ascender a um plano mais elevado,
enquanto trabalhavam de sol a sol numa submissão lobo-
tomizada para a deusa suprema, que de vez em quando era
vista dançando como Isadora Duncan ou inalando num
cachimbo comprido e depois dando gargalhadas cheias de
dentes como um chipanzé de pôster. Em paga de alguns
encantamentos e passes, feitos de vez em quando pelo
xamã-chefe do estabelecimento – um ex-leão de chácara
que julguei reconhecer de um documentário sobre aquela
lei americana que obriga a divulgação pública da foto do
rosto de todos os pedófilos do país –, os fiéis tinham de
mourejar de doze a dezesseis horas por dia, colhendo frutas
e legumes para o consumo da equipe, e fabricando artigos
vendáveis sortidos, como baralhos eróticos, dados feitos de
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espuma de borracha para pendurar no espelho retrovisor
interno dos carros, limpadores de migalhas de mesa para
restaurante. Além de minhas responsabilidades na manu-
tenção do sistema de drenagem, como zelador cabia a mim
coletar e ensacar as embalagens descartadas de barrinhas
de alfarroba e os papéis de cigarro que salpicavam a paisa-
gem. A ração diária, fortemente calcada em grãos de alfafa,
missô e água ionizada, era um pouco difícil para a pessoa
se acostumar, mas uma nota de dez dólares deslizada para
um dos lamas menos fervorosos, cujo irmão era o gerente
de uma cantina nas proximidades, assegurava uma remessa
intermitente de pasta de atum. A disciplina era frouxa, e
cabia a cada um agir de maneira responsável, se bem que
infringir as regras dietéticas ou furtar-se ao trabalho podia
levar a uma flagelação ou a ser pendurado num poste tele-
fônico. As humilhações se sucediam sem cessar como parte
de um ritual de purificação do ego e, por fim, quando foi
decretado que eu devia fazer amor com uma sacerdotisa
cármica que era igualzinha ao Bill Parcels, aquele famoso
treinador de futebol americano, resolvi que estava na hora
de dar um tempo. Encolhendo minhas costas por baixo da
cerca de arame farpado, escapuli na calada da noite e sacudi
as bandeirinhas na pista de pouso para poder pegar o último
747 para o Upper West Side.
– Então – disse minha mulher, com a benévola tole-
rância com que a gente se dirige a uma pessoa prematura-
mente senil –, você se desmaterializou e se teletransportou
para cá, ou é mesmo um guardanapo da Continental Airli-
nes o que estou vendo balançar no seu colarinho?
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– Não fiquei lá o tempo suficiente para poder fazer
isso – esquivei-me, abespinhado com a sua afronta sutil. –
Mas suei o bastante para conseguir este pequenino tour de
force. – E com isso levitei a quinze centímetros do chão e
flutuei, enquanto a boca de minha mulher se escancarava
como a boca do tubarão no famoso filme de Spielberg.
– Vocês, sabidões de frequência mais baixa, não en-
tendem nada – falei, cortando as asas dela com um júbilo
incontido, embora disposto a perdoar. A mulher emitiu
um ganido penetrante, do tipo que serve de alerta de um
bombardeio inimigo e sugere que nossos filhos corram e
procurem abrigar-se daqueles vodus saídos de um pesadelo.
Foi nesse instante que comecei a me dar conta de que eu
não conseguia descer e, por mais que tentasse me deselevar,
descobria que a manobra era impossível. Seguiu-se um
pandemônio similar à cena no camarote de navio no filme
Uma noite na ópera, os filhos se sacudiam e se esgoelavam
histericamente, enquanto os vizinhos acudiam correndo
para salvar-nos daquilo que deve ter se anunciado como
um banho de sangue. Durante todo esse tempo, eu não
parava de tentar, com todas as minhas forças, baixar-me,
fazendo caretas e me contorcendo como um mímico. Por
fim, entrando em cena com decisão, a minha cara-metade
chamou para si a responsabilidade de subjugar aquela de-
formação da física convencional e apanhou o esqui de um
vizinho com o qual bateu com toda força na minha cabeça,
despachando-me para terra firme num piscar de olhos.
A última notícia que tive de Max Endorfina foi que
ele se desmaterializou para nunca mais se rematerializar.
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Quanto a Insolação da Galáxia e o seu Centro da Sublime
Ascensão, corre o boato de que foram desmantelados por
fiscais da Receita Federal e reencarnaram, ou será reencar-
ceraram? Quanto a mim, jamais consegui ganhar as alturas
outra vez nem adivinhar o nome de um cavalo que no jóquei
chegue antes do sexto colocado.