Era uma vez na Rua Augusta pessoas não iguais

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Era uma vez na Rua Augusta pessoas não-iguais Jéssica L. A. Silva Design -Comunicação Visual 1º Semestre Projeto Experimental

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Projeto gráfico, ilustrações e diagramação do livreto desenvolvido no 1º semestre do curso de Design - Comunicação Visual.

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Era uma vez na Rua Augusta pessoas não-iguais

Jéssica L. A. SilvaDesign -Comunicação Visual

1º SemestreProjeto Experimental

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Este projeto tem como proposta dialogar com o público jovem uma questão perceptível a todos: a indiferença entre as pessoas. A cada

ano que passa as pessoas parecem estar mais ata-refadas. Para facilitar e agilizar tarefas e contatos, as pessoas priorizam a comunicação através do uso de tecnologias (telefone, sms e principalmen-te internet). Como reflexo dessa nova dimensão de mundo, quando as pessoas estão no “mundo real”, cara a cara umas com as outras, elas pare-cem se esquecer de como conviver com os de-mais e todas as suas diferenças.

Por estes dias me deparei com uma triste cena em uma praça: uma senhora, com uma roupa gas-ta e suja, estava caída ao chão. Até este momen-to não sei se ela estava morta ou desmaiada. Esta praça é um lugar movimentado, mas ninguém pa-recia vê-la. O que mais me tocou foi, enquanto eu esperava o auxílio do resgate para socorrê-la, um grupo de jovens, que eu já conhecia, todos da mi-nha faixa etária, passou e só olharam para a pobre senhora quando um deles pisou em sua perna. Agora eu pergunto: se hoje o planeta já está um

caos, prestes a explodir, por disputa de poder e dinheiro, o que esperar desses jovens de hoje e as gerações que se sucedem, sendo que todos vivem em suas bolhas com os in-separáveis fones de ouvido e tocadores de música e celulares?

Proposta

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Era uma vez na Rua Augusta, um mendigo manco que vivia no meio do lixo a pedir cigarros e mastigar copos de plástico e se lavando com água da sarjeta ao som do Village People, vendo as pessoas saindo do Vegas, pensando em como ele iria se divertir com elas.Havia uma mulher com longas botas de vinil parada na esquina de um boteco, comendo uma empada de palmito com ketchup e bebendo a última cerveja da noite. O mendigo manco a tirou para dançar mambo. O fotógrafo registrou a cena tendo como cenário grafiteiros noturno. O salto da mulher quebrou e o um cachorro a atacou, mas todos se surpreenderam quando o que ele mordeu não foi a perna da mulher, mas a empada!O cachorro, ao atravessar a rua, foi atropelado então o mendigo pegou a empada e saiu correndo e trombou com um grupo de executivos saindo de um puteiro que se irritaram. Eles bateram no mendigo, deixando-o manco da outra perna. um pedestre que assistia do outro lado da rua apenas disse: vai na boa! A puta foi consolar o mendigo e a polícia enquadrou os dois. Eu, que assisti a tudo, me senti um inútil por não ter feito nada. Ao meu lado, haviam alguns garotos que se divertiam com

a situação e ainda insultavam a puta. Quem era pior, eu e mais alguns outros que simplesmente observamos ou os garotos, que

se manifestavam de alguma maneira? Percebi ao fundo do grande barulho o ganido do cão, que estava

com uma patinha quebrada e quase se arrastando pra andar. Fui até ele, que se mostrou com medo. Senti no ar um cheiro de comida

misturado a outras coisas, então me dirigi até o boteco, que antes estava com meus amigos, e pedi quatro empadas. Dei duas ao cão

e comecei a procurar com os olhos a puta e o mendigo para lhe oferecerem o salgado, mas ambos já não estavam mais lá.

Me sento na calçada, ao lado do meu mais novo colega, que acaba ganhando mais duas empadas e cafunés na cabeça. Longe da conversa dos meus amigos, fique a observar o movimento da

rua de dentro dela. Comecei a seguir um garoto com os olhos. Ele estava

atravessando a rua, indo em direção ao Vegas, e neste curto trajeto, ele parou por duas vezes, uma para beijar um garoto e outra para

beijar uma garota. Então passei a observar a garota, que parou em uma esquina e se sentou encostada ao poste. Tirou da bolsa alguns

comprimidos e os engoliu com a ajuda de um bom gole de uma bebida escura, da qual desconheço.

De um dos prédios, sai um homem com cara de espanto gritando: “Um médico!? Um médico!?”. Uma moça olha para ele e

se faz indiferente. O homem então volta ao prédio. Após alguns minutos, a moça-indiferente começa a se agitar, indo de pessoa a

pessoa, parecendo estar procurando alguém. Ela procurava a garota que estava no poste, que estava desacordada e com a roupa suja de vômito. A moça nota que sua amiga não está nada bem, então

se desespera e começa a pedir ajuda, mas mais uma vez, ninguém parece se importar. Ela, sem saber o que fazer, se senta ao lado da

amiga e começa a chorar e beber. Quando ia me levantar pra tentar ajudá-las, um senhor se

aproxima de mim e do cão, se apresenta como veterinário e me pergunta o que havia acontecido com o animal. Conto a história

rapidamente e ele se propõe a ajudar. Ainda observo as duas garotas que continuam na mesma situação e conto a ele a história delas. O

senhor de cabelos brancos dá uma risada e diz: “As pessoas não merecem ajuda, somos egoístas por natureza e bobo aquele que discordar disso”. Encarei ele por alguns segundos, me lembrei de toda a cena que havia visto naquele curto espaço de

tempo, me levantei e sem dizer nada fui até as garotas e levei-as ao hospital. A única coisa que eu não queria era me tornar mais uma

pessoa indiferente ao caos.

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Era uma vez na Rua Augusta, um mendigo manco que vivia no meio do lixo a pedir cigarros e mastigar copos de plástico e se lavando com água da sarjeta ao som do Village People, vendo as pessoas saindo do Vegas, pensando em como ele iria se divertir com elas.Havia uma mulher com longas botas de vinil parada na esquina de um boteco, comendo uma empada de palmito com ketchup e bebendo a última cerveja da noite. O mendigo manco a tirou para dançar mambo. O fotógrafo registrou a cena tendo como cenário grafiteiros noturno. O salto da mulher quebrou e o um cachorro a atacou, mas todos se surpreenderam quando o que ele mordeu não foi a perna da mulher, mas a empada!O cachorro, ao atravessar a rua, foi atropelado então o mendigo pegou a empada e saiu correndo e trombou com um grupo de executivos saindo de um puteiro que se irritaram. Eles bateram no mendigo, deixando-o manco da outra perna. um pedestre que assistia do outro lado da rua apenas disse: vai na boa! A puta foi consolar o mendigo e a polícia enquadrou os dois. Eu, que assisti a tudo, me senti um inútil por não ter feito nada. Ao meu lado, haviam alguns garotos que se divertiam com

a situação e ainda insultavam a puta. Quem era pior, eu e mais alguns outros que simplesmente observamos ou os garotos, que

se manifestavam de alguma maneira? Percebi ao fundo do grande barulho o ganido do cão, que estava

com uma patinha quebrada e quase se arrastando pra andar. Fui até ele, que se mostrou com medo. Senti no ar um cheiro de comida

misturado a outras coisas, então me dirigi até o boteco, que antes estava com meus amigos, e pedi quatro empadas. Dei duas ao cão

e comecei a procurar com os olhos a puta e o mendigo para lhe oferecerem o salgado, mas ambos já não estavam mais lá.

Me sento na calçada, ao lado do meu mais novo colega, que acaba ganhando mais duas empadas e cafunés na cabeça. Longe da conversa dos meus amigos, fique a observar o movimento da

rua de dentro dela. Comecei a seguir um garoto com os olhos. Ele estava

atravessando a rua, indo em direção ao Vegas, e neste curto trajeto, ele parou por duas vezes, uma para beijar um garoto e outra para

beijar uma garota. Então passei a observar a garota, que parou em uma esquina e se sentou encostada ao poste. Tirou da bolsa alguns

comprimidos e os engoliu com a ajuda de um bom gole de uma bebida escura, da qual desconheço.

De um dos prédios, sai um homem com cara de espanto gritando: “Um médico!? Um médico!?”. Uma moça olha para ele e

se faz indiferente. O homem então volta ao prédio. Após alguns minutos, a moça-indiferente começa a se agitar, indo de pessoa a

pessoa, parecendo estar procurando alguém. Ela procurava a garota que estava no poste, que estava desacordada e com a roupa suja de vômito. A moça nota que sua amiga não está nada bem, então

se desespera e começa a pedir ajuda, mas mais uma vez, ninguém parece se importar. Ela, sem saber o que fazer, se senta ao lado da

amiga e começa a chorar e beber. Quando ia me levantar pra tentar ajudá-las, um senhor se

aproxima de mim e do cão, se apresenta como veterinário e me pergunta o que havia acontecido com o animal. Conto a história

rapidamente e ele se propõe a ajudar. Ainda observo as duas garotas que continuam na mesma situação e conto a ele a história delas. O

senhor de cabelos brancos dá uma risada e diz: “As pessoas não merecem ajuda, somos egoístas por natureza e bobo aquele que discordar disso”. Encarei ele por alguns segundos, me lembrei de toda a cena que havia visto naquele curto espaço de

tempo, me levantei e sem dizer nada fui até as garotas e levei-as ao hospital. A única coisa que eu não queria era me tornar mais uma

pessoa indiferente ao caos.

Enxerguei na moda a melhor maneira de con-seguir expressar esta visão de mundo sem que parecesse um sermão. A moda é um im-

portante meio de expressão de opiniões e estas podem ser expressas pelo corte de uma peça de vestuário, pelas cores e também pelas estampas trazidas nos tecidos.

No caso deste projeto, a camiseta foi escolhi-da para ser responsável em levar para as ruas a história Era uma vez na Rua Augusta pessoas não-iguais.

A camiseta é uma peça versátil e jovem, que está sempre nas passarelas de asfalto, indepen-dentemente de modismo, clima ou país. Esta, es-pecificamente, foi pensada para compor um visu-al despojado e “rocker”, assim como é o visual do público com quem vou trabalhar.

Produto

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Weslley, 18 anos recém completados, mora em São Paulo com sua família, seus pais e um irmão mais novo. Terminou o ensi-

no médio no ano passado (2007) e atualmente trabalha como auxiliar de produções de eventos em uma pequena produtora, da qual os donos são seus amigos. Apesar de não ganhar muito por este trabalho ele está muito satisfeito, pois faz algo que gosta, sem contar que para ele partici-par dos eventos e fazer a festa com seus amigos é sua grande recompensa.

Como a maioria de seus trabalhos são aos fins de semana, Weslley tem bastante tempo livre. Para ocupá-lo, ele fica praticamente o dia inteiro na internet, conversando via MSN e Orkut, assis-tindo vídeos (principalmente de shows de suas bandas preferidas de hardcore, screamo e metal core) e conhecendo outras bandas. Neste tempo livre ele também assiste a programas de música na TV (MTV, principalmente) e vai a shoppings e galerias fazer compras e “entreter suas namoradi-nhas”, como ele mesmo diz. Adora comprar rou-pas (principalmente camisetas) e acessórios. Não tem preferência por marcas de roupas, mas tem por tênis: Nike e All Star.

Com um pouco mais de 1,60m de altura e um corpo magro, Weslley faz bastante sucesso com as garotas e nunca está sozinho. Ele é bonito, mas seu estilo rock star, com direito a cabelinho bagunça-do e piercings, e seu jeito agridoce e alegre fazem com que ele esbanje charme e chame a atenção de todos que estão a sua volta.

Perfil

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