Época de desova de cinco espécies de peixes sedentários em...
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XVI Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 2007
Época de desova de cinco espécies de peixes sedentários em lagode várzea, Manacapuru, Amazonas, Brasil.
Marilson Farias GAMA1; Maria Gercilia Mota SOARES2; Sidnéia Aparecida AMADI03
lBolsista PIBIC INPA/FAPEAM; 20rientadora INPA/CPBA; 3 Colaboradora INPA/CPBA
Na Amazônia Central a flutuação sazonal do nível da água modifica as condições do meio ambientee influencia o ciclo de vida das espécies de peixes. No período de alagação os peixes alimentam-seintensamente, crescem e acumulam reservas de gordura para serem utilizadas na época dereprodução e de águas baixas, quando ocorre escassez de alimentos (Junk, 1985). Por isso, areprodução tem grande importância, uma vez que o seu êxito depende o recrutamento econseqüentemente a manutenção das populações de peixes. Para garantir o sucesso reprodutivo adesova ocorre quando as condições do meio ambiente são favoráveis à sobrevivência das larvas ejuvenis (Suzuki e Agostinho, 1997). Nesse contexto, o presente trabalho propõe determinar operíodo reprodutivo de cinco espécies de peixes sedentários nos lagos Jaitêua e São Lourenço,Manacapuru, AM, BR. Os peixes foram coletados mensalmente de agosto/2006 a maioj2007,utilizando malhadeiras com malhas variando entre 20 a 120mm entre nós opostos, expostasdurante 24 horas, com despesca a cada seis horas. Após as capturas foram registrados os dadosbiométricos, comprimento padrão (cm) e peso tota I (g), sexo e estádio de maturaçãogonadal. A identificação dos estádios de maturação gonadal foi conforme a escala proposta porVazzoler (1996) e modificada para o estudo: 1- imaturo, II- início de maturação, III- emmaturação avançada, IV- maduro, V- desovado e VI- em repouso. Os resultados referem-se àsanálises de 537 exemplares de peixes, sendo 228 Serrasalmus spilopleura (piranha-amarela), 125Serrasalmus elongatus (piranha-mucura), 89 Serrasalmus rhombeus (piranha-preta), 52 Hopliasmalabaricus (traíra) e 43 Satanoperca jurupari (cará bicudo) (Figura 1). A distribuição percentualdos estádios de maturação gonadal indica que S. spilopleura, S. rhombeus e S. elongatus iniciam odesenvolvimento das gônadas em agosto com desova em dezembro (Figura 1). Esses resultadossão similares aos obtidos para S. spilopleura (Rubiano, 1999) e S. elongatus (Leão et aI., 1990).Para S. rhombeus o número de exemplares coletados foi baixo, sendo difícil a definição do períodoreprodutivo. H. malabaricus também apresentou gônadas madura no mês de agosto, com pico emdezembro. Embora seja baixo o número de exemplares os resultados são semelhantes àquelesapresentados por Santos et aI. (2004), que sugerem período reprodutivo entre a seca e aenchente. Finalmente, para o S. jurupari os dados não permitem inferências sobre o períodoreprodutivo, sendo necessárias mais coletas para completar a amostragem.
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Figura 1- Estádios de maturação gonadal: 1- imaturo, II- início de maturação, III- maturaçãoavançada, IV- maduro, V- desovado, VI- repouso
Palavras-chave: Amazônia Central, peixes, período reprodutivo.
Bibliografias citadas
Junk, w.J.; Furch, K. 1985. The Physical and Chemical Properties of Amazonian Waters and their Relationshipswith the Biota. In: Prance, G.T.; Lovejoy, T.E. (Eds). Key Environments Amazonia. Perqarnon Press, Oxford. p.3-17.
Leão, E.L.; Chaves, P.Te.; Martinez, J.M.V.; Bittencourt, M.M. 1990. Aspectos da reprodução da piranha-mucura Serrasalmus elongatus Kner, 1860 (Teleostomi, Serrasalmidae) no arquipélago das Anavilhanas rioNegro, Amazonas. In: Anais do XVII Congresso Brasileiro de Zoologia. Londrina, PR. BR. p. 313.
Rubiano, A.M. 1999. Táticas reprodutivas de espécies de Characiformes em área de várzea na AmazôniaCentral (lago do Rei). Dissertação de Mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Universidade doAmazonas, Manaus, Amazonas. 112pp.
Santos, G.M.; Ferreira, E.J.G.; Zuanon, J.A.S. 2006. Peixes Comerciais de Manaus. IBAMA, Manaus, AM, BR.144pp.
Suzuki, H.I.; Agostinho, A.A. 1997. Reprodução de peixes do reservatório de Segredo. In: Agostinho, A.A.,Gomes, L.e. (Ed.). Reservatório de Segredo: bases ecológicas para o manejo. EDUEM, Maringá, Paraná. p.163-182.
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