Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha Volume II
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0800 647 3700
Rua Jamary, Bairro Olaria - Porto Velho/RO - CEP 76801-917Telefone (69) 3216-3700 - www.mp.ro.gov.br
1
Epilepsia em Debatena Sociedade
Por Edmilson FonsêcaVol. II
VENDA PROIBIDA
MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALTEL. (69) 3216-3700
CAOP SAÚDE TEL. (69) 3216-3989CAOP EDUCAÇÃOTEL. (69) 3216-3976
CASA DA CIDADANIATEL. (69) 3223-2998www.mp.ro.gov.br
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALTEL. (69) 3216-0500 ou 3216-0539
ASSOCIAÇÃO RONDONIENSEDE EPILEPSIA - ARE
TEL. (69) 9285-6136 e 9231-0909E-MAIL: [email protected]
ASSISTÊNCIA À SAÚDE DE PACIENTES COM EPILEPSIA - ASPE
Cx.P. 6106-13083-970 CAMPINAS - SPTEL. (19) 3521-7292
E-MAIL: [email protected]
DEFENSORIA PÚBLICATEL. (69) 3216-5053 ou 3216-5057
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE EPILEPSIA
E-MAIL: [email protected]
PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇAHéverton Alves de Aguiar
PROJETO GRÁFICO E PRODUÇÃOWaldiney Farias Braga - Segraf/MPRO
EXPEDIENTE
TELEFONES ÚTEIS
APRESENTAÇÃO
Coube-me a honrosa tarefa de ler em primeira mão a
publicação “Epilepsia em Debate”, de autoria do Procurador
de Justiça Edmilson Fonsêca, Decano do Ministério Público de
Rondônia.
Concebido para distribuição na rede de ensino do
Estado de Rondônia, verifi ca-se que sua compreensão vai
muito além do plano educativo, servindo também para o
despertar da sociedade e das autoridades constituídas para a
consecução de uma política de saúde pública em atenção à
pessoa com epilepsia.
Em tão boa hora, o propósito do trabalho torna efetivo,
na área da saúde, um dos aspectos do Plano Geral de Atuação
(PGA) da Instituição para o biênio 2011/2012, aprovado pelo
Colégio de Procuradores de Justiça, este em harmonia com o
projeto “Epilepsia Fora das Sombras” da Organização Mundial
da Saúde (OMS), executado no Brasil pela ASPE.
De outro tanto, afi gura-se oportuna a empreitada,
em consonância com o novo perfi l que se almeja para o
Ministério Público Brasileiro, com atuação precípua na área
social, cumprindo, desse modo, mandamento da Carta da
República de 1988.
Plantada em terra fértil – Rondônia – certamente a
publicação “Epilepsia em Debate” renderá bons frutos, cem
vezes tanto.
Por derradeiro, ouso recomendar a sua leitura por ser
esclarecedora e de fácil acesso, apesar do tema árido.
Bom proveito.
HÉVERTON ALVES DE AGUIARProcurador-Geral de Justiça
4 29
ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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5
Um caso exemplar é o de Ana Maria, que padece de
epilepsia há mais de cinquenta anos.
Ela não se deixou abater pelo preconceito e pela
discrimação da sociedade.
Com esforço e dedicação, diplomou-se em “Desenho
Artístico e Publicitário“ pelo Instituto Universal Brasileiro.
Com o seu talento artístico, tem conseguido manter
boa qualidade de vida.
27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Professor Li Li Min (Unicamp/SP) – Palestra sobre Epilepsia
no auditório do MPRO – Porto Velho/RO – em setembro de
2010;
2. Drª Li Hui Ling – Palestra sobre Epilepsia no auditório do
MPRO (GIS) – Porto Velho – em Setembro de 2010;
3. Profª Maria Carolina Doretto (UFMG) – Palestra sobre
Epilepsia no auditório do MPRO (UNIR), em junho de 2011;
4. E. APPLETTON/Richard – Tudo sobre Epilepsia – São Paulo/
SP – Andrei Editora LTDA – 2000;
5. DA COSTA, Araújo Filho/Geraldo – Dostoiévski e Eu: A
Epilepsia em Nossas Vidas – Teresina/Piauí – 2005;
6. CARLOS ALEIXO Sepúlvida/Fernando – Manual de Epilepsia
– Colina Editora – 2000;
7. DE ALBUQUERQUE/Marly e CUKIERT/Artur – Epilepsia e
Qualidade de Vida – Editora Alaúde – 2007.
8. CONEXÃO 10.000 - ASPE
26
se machuque;
( ) oferecer líquidos e/ou passar álcool auxilia na recuperação da
pessoa para que retorne da crise;
( ) deve-se virar o rosto da pessoa de lado para que a baba não
seja aspirada;
( ) devem-se evitar aglomerações em tomo do doente para que
o indivíduo possa respirar melhor;
( ) chamar socorro de um profi ssional de saúde;
( ) deve-se colocar o dedo ou um objeto na boca do doente para
que este não morda ou se engasgue com a língua.
outros: _____________________________________________
9- Como você avalia seus conhecimentos sobre epilepsia?
( ) nenhum
( ) insufi ciente
( ) moderado
( ) avançado
10-Marque abaixo a resposta que achar correta:
10.1 - Você acha que a pessoa com epilepsia é defi ciente?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
10.2 - Você acha que a epilepsia é uma doença espiritual?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
10.3 - Você acha que a pessoa com epilepsia é perigosa?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
10.4 - Você acha que a pessoa com epilepsia é rejeitada pela
sociedade?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
10.5 - Você acha que a epilepsia é uma doença contagiosa?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
10.6 - Você acha que a baba pode transmitir a doença?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
10.7 - Uma pessoa com epilepsia tem mais difi culdade de
conseguir emprego?
( ) sim ( ) não ( ) não sei
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Dra. Rosária Gonçalves Novais (Defensora Pública de
Rondônia)
Dr. Li Li Min (UNICAMP-SP)
Dr. Lucas Magalhães (UFMG)
Dr. Eduardo Portela (neurologista - BH)
Profa. Maria Carolina Doretto (UFMG)
25
II- DADOS SOBRE EPILEPSIA:
1- Você sabe o que é epilepsia? ( ) sim ( ) não
2-Se sim, o que é?____________________________________
___________________________________________________
3- Se não, o que você acha que é? _______________________
___________________________________________________
4- Você acredita que a epilepsia seja causada por quais
fatores?
( ) verme
( ) fatores tóxicos
( ) mau olhado
( ) fatores genéticos
( ) castigo de Deus
( ) vontade de alguma coisa
( ) doenças infecciosas
( ) traumas ou agentes físicos
( ) outros: ___________________________________________
5- Você conhece alguém com epilepsia? ( ) sim ( ) não
6- Se sim, qual a relação social dessa pessoa com você?
( ) mesmo ambiente de trabalho;
( ) mesmo ambiente de estudo;
( ) vizinho;
( ) parente distante;
( ) parente que reside na mesma cidade;
( ) parente que reside na mesma casa;
( ) outros:____________________________________
7 - Você já presenciou alguma crise convulsiva? ( ) sim ( ) não
8- Durante a crise, como você acha que as pessoas devem
socorrer o doente? Marque apenas as opções que achar
corretas:
( ) nada deve ser feito;
( ) a pessoa em crise deve ser totalmente imobilizada;
( ) deve-se apoiar a cabeça do indivíduo em crise para que não
24
9. ENQUETE SOBRE EPILEPSIA
Caro leitor,
Creio ter chegado o momento para saber como anda
seu conhecimento acerca da Epilepsia.
Para tanto, esta coluna lança uma enquete “TESTE
SEU CONHECIMENTO” sobre o tema, objetivando sondar seu
aprendizado.
I- DADOS PESSOAIS:
1-Idade: ______ anos
2- Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
3- Nível de escolaridade:
( ) Analfabeto;
( ) Sabe ler e escrever;
( ) Ensino Fundamental incompleto até a 4a série;
( ) Ensino Fundamental incompleto após a 4a série;
( ) Ensino Fundamental completo;
( ) Ensino Médio incompleto;
( ) Ensino Médio completo;
( ) Superior incompleto;
( ) Superior completo.
4. Cor ou Raça: ( ) branca ( ) negra ( ) amarela ( ) parda
( ) indígena ( ) outra
5. Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) divorciado
( ) outro:
6-Profi ssão: ________________________________________
_____________
7- Religião: ( ) católica ( ) evangélica ( ) espírita ( ) nenhuma
( ) Outra:
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................11
1. SÍNTESE HISTÓRICA ...................................................................................................................12
2. NOVAS DROGAS PARA O TRATAMENTO DA EPILEPSIA ........................................13
3. PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE PRIMEIROS SOCORROS .....................................15
4. A ESCOLA MODERNA PRECISA PREPARAR-SE PARA
RECEBER ALUNOS(AS) COM EPILEPSIA ...............................................................................16
5. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A ESCOLA SOBRE
O ALUNO(A) COM EPILEPSIA ....................................................................................................17
6. BULLYING E BAIXO REDIMENTO DO ALUNO(A) COM EPILEPSIA ...................18
7. SEGURANÇA DA PESSOA COM EPILEPSIA NO DIA A DIA ..................................20
8. FÉRIAS DAS PESSOAS COM EPILEPSIA ...........................................................................21
9. ENQUETE SOBRE EPILEPSIA ..................................................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................27
23
Segundo pesquisa, o meio de transporte mais seguro
para a pessoa com epilepsia é o avião.
Por incrível que pareça, nesse tipo de transporte a crise
epiléptica não acontece com frequência.
Quando ocorre, geralmente está associada ao estresse.
Viagem aérea muito longa, que implique atravessar
fusos horários, sem dúvida afeta os horários da medicação e
pode resultar em crise epiléptica.
Em todo caso, não deixe de curtir suas merecidas férias
por conta da epilepsia.
22
como insere-se nos direitos sociais, assegurados na Carta da
República.
Quando se trata de uma viagem de férias de pessoa
com epilepsia, a lista de preocupações aumenta, levando-se
em consideração o meio de transporte a ser utilizado:
Meio de Transporte
TERRESTRE (ÔNIBUS)MARÍTIMO (NAVIO)AÉREO (AVIÃO)
Neste quesito, o problema não é o meio de transporte
a ser utilizado, mas sim, o estresse.
A viagem por via terrestre, especialmente a de ônibus,
mais comum, não oferece tantos problemas se o viajante com
epilespia, nesse tipo de transporte, não desencadeia crise de
estresse capaz de levá-lo à crise epiléptica.
Assim, ele pode curtir suas férias normalmente, fazendo
uso de sua medicação rotineira.
Como se sabe, a viagem marítima costuma provocar
enjoo nas pessoas.
No caso de pessoa com epilepsia, se ela tiver enjoo
do mar, isso pode afetar a efi cácia das drogas antiepiléticas
ministradas para o controle da doença.
Uma boa conversa com o médico é necessária para
que ele prescreva algum remédio contra o enjoo em viagem
marítima.
11
INTRODUÇÃO
Pretendemos, meu caro leitor, doravante, travar com
você um diálogo simples e acessível acerca da Epilepsia.
Minha modesta intenção não é fazer ciência, mas
mantê-lo informado sobre a Epilepsia.
As pessoas com Epilepsia buscam participação
no processo jurídico-social e pedem proteção contra o
preconceito e a discriminação.
O papel da imprensa nesse processo é de capital
importância: para informar que as pessoas com epilepsia são
seres humanos comuns, que têm direito à proteção e respeito
como qualquer cidadão, dignamente considerado.
Preocupada com a situação das pessoas com epilepsia
no mundo, a Organização Mundial de Saúde – OMS lançou
uma Campanha Global denominada “Epilepsia Fora das Sombras” executada no Brasil pela ASPE, que tem como
fi nalidade principal criar um modelo de atendimento integral
aos pacientes com epilepsia, bem como melhorar sua
qualidade de vida e a de seus familiares.
Cuida-se, portanto, de um tema de direitos humanos,
que diz respeito à sociedade e ao Estado, por força da Carta
da República, consagradora da dignidade da pessoa humana,
como fundamento do Estado Democrático de Direito.
12
1. SÍNTESE HISTÓRICA
Os gregos, há mais de 3 mil anos, empregavam a
palavra epilepsia para indicar a crise convulsiva, relacionada à
possessão sagrada e não à enfermidade neurológica.
Coube a Hipócrates, patrono da medicina, na sua
dissertação “Da Doença Sagrada”, refutar as crendices sobre
a epilepsia proporcionando a investigação científi ca sobre a
doença.
Pelo Código de Hamurabi, a pessoa com epilepsia
era tida como incapaz e proibida de casar, bem como seu
testemunho não era válido em juízo.
Um médico grego, de nome Aetius, sugeriu que a
epilepsia era provocada por tara sexual e recomendava a sua
castração como solução para a cura da doença.
Um outro médico romano, chamado Galeno, admitiu
o cérebro como centro das convulsões.
Por isso, como remédio para todas as crises de epilepsia,
recomendava pó de crânio humano para a cura, situação que
perdurou por vários séculos.
O mito do demônio nas crises epilépticas ganhou
relevância com o advento do Cristianismo na descrição do
Novo Testamento de uma cura e exorcismo feitos por Jesus
Cristo em um menino epiléptico. (Mt, 17: 14 -21 )
Nesta passagem evangélica residem os mitos mais
resistentes acerca da epilepsia: demônio, água e fogo como
provocadores de crises epilépticas.
As pessoas com epilepsia passaram pelos mais
esdrúxulos e cruéis tratamentos, tais como: ingestão de urina
21
8. FÉRIAS DAS PESSOAS COM EPILEPSIA
Quem não gosta de viajar de férias?
O direito às férias anuais é consagrado ao cidadão
como fundamento da dignidade da pessoa humana, bem
Carteira de Identifi cação
NOME COMPLETOENDEREÇONÚMERO DO TELEFONEE-MAILMÉDICO TIPO DE CRISEPRIMEIROS SOCORROS ADEQUADOS
Nos clubes e balneários populares, em dia de
lazer, é recomendável que a pessoa com epilepsia esteja
acompanhada de pessoas (amigos, parentes) que saibam de
sua condição e que possam lhe prestar socorro em caso de
crise.
Seria de bom grado que a pessoa com epilepsia
conhecesse e dominasse sua aura, ou seja, um aviso (aviso-
prévio) que antecede a crise; ele próprio sairia do banho (rio,
piscina, lagoa, etc) sem maiores problemas.
No tratamento dentário, não deixe de falar com o
dentista sobre a epilepsia de seu fi lho ou familiar. Ele, o
dentista, certamente saberá adotar as medidas necessárias
em caso de crise durante o tratamento dentário.
No que tange à identifi cação da pessoa com epilepsia,
um grande número de organizações recomenda carteira de
identifi cação em cartão ou em plástico, onde são anotados os
seguintes dados:
20
7. SEGURANÇA DA PESSOA COM EPILEPSIA NO DIA A DIA
Este capítulo versa sobre a segurança da pessoa com
epilepsia no dia a dia.
O assunto é abrangente e está ligado a múltiplas
preocupações, tais como:
Preocupações com segurança
NO LAR NO BANHONO TRATAMENTO DENTÁRIONA IDENTIFICAÇÃOE EM MUITOS OUTROS ASPECTOS
Embora sua residência seja razoavelmente segura para
toda a família, ainda assim, são necessárias algumas medidas
extras, especialmente quando se trata de criança.
Algumas medidas protetivas no lar são indispensáveis,
vejamos:
Medidas de
segurança
no lar
FECHAR O FOGÃO E OS BOTÕES
REPARAFUSAR AS PORTAS DO BANHEIRO E DO LAVATÓRIO PARA FORA
USAR AVENTAL DE COZINHEIRO
CABO DE PANELAS VOLTADOS PARA A PESSOA QUE COZINHA
NÃO SAIR CARREGANDO FRIGIDEIRAS COM LÍQUIDOS FERVENTES
O FORNO DE MICRO ONDAS É MAIS SEGURO QUE O FORNO CONVENCIONAL
PORTAS DE MADEIRA SÃO MAIS SEGURAS QUE PORTAS DE VIDRO
ARMÁRIOS EMBUTIDOS PARA EVITAR CANTOS PONTUDOS
CHUVEIRO É MAIS SEGURO QUE BANHEIRA, ETC
13
e fezes humanas, sangue de pessoas recém-executadas,
sangria para dar escape aos maus espíritos, e até ingestão
deum agente químico – cautério.
Com promessas de cura fácil, muitos pacientes
morreram nas mãos de alquimistas ao ingerir as misturas feitas
por esses feiticeiros.
Hoje, a cura e o controle das crises estão mais ao
alcance das pessoas com epilepsia, especialmente os mais
necessitados.
Com dignidade e coragem não será difícil sepultar os
mitos que ainda cercam a doença epilepsia.
2. NOVAS DROGAS PARA O TRATAMENTO DA EPILEPSIA
Como é sabido, no meio especializado, nos últimos
15 ou 20 anos, novas drogas antiepilépticas (DAES) foram
introduzidas no tratamento da epilepsia, com maior efi cácia
no controle das crises.
Contudo, não se pode desprezar o tratamento com os
medicamentos mais antigos.
Nessa perspectiva, os medicamentos mais antigos (de
primeira linha, bem como os de segunda linha), por força, dos
termos da Portaria 864/2002, do Ministério da Saúde, que trata
do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para epilepsias
refratárias, deveriam ser regularmente fornecidos pela rede do
SUS, o que infelizmente não acontece na prática.
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(DAES) de Primeira Linha
FENOBARBITAL
FENITOÍNA
CARBAMAZEPINA
ÁCIDO VALPRÓICO
Novas (DAES)
Novas Esperanças
CARISBAMATO
GANAXOLONA
HUPERZINA
VALROCEMIDA, ETC.
CIRURGIA (NOVAS TÉCNICAS)DIETA CETOGÊNICA (À BASE DE GORDURA)ESTIMULAÇÃO DO NERVO VAGO (MARCA-PASSO)CÉLULAS TRONCO (PESQUISA)
(DAES) de Segunda Linha
LAMOTROGINA
VIGABATRINA
GABAPENTINA
TOPIROMATO
Além disso, novos drogas antiepiléticas estão sendo
testadas em modelos animais.
Vale, ainda, destacar esperanças revolucionárias no
tratamento da Epilepsia.
Diante de tanta esperança – algumas já realidades – a
pessoa com epilepsia deve ser otimista e não deprimida.
19
aspecto, com pessoal e material adequados para abordar a
questão na sala de aula.
Outra questão angustiante é o rendimento escolar do
aluno com epilepsia.
Em razão da falta de informações é comum professores
e pais culparem a epilepsia pelo baixo rendimento do aluno.
Ledo engano. A questão merece maior refl exão, pois a
escola e os pais podem estar ignorando outras causas para o
baixo progresso do aluno na escola.
Entretanto, se a escola e os pais estiverem seguros de
que o baixo rendimento do aluno é decorrente da epilepsia,
neste caso, deve-se considerar:
Fatores a
considerar
DESGOSTO EM RELAÇÃO À ESCOLA POR CAUSA DAS PROVOCAÇÕES
POSTURA DO PROFESSOR DE QUE O ALUNO NÃO PROGRIDE POR CAUSA DA EPILEPSIA
CRISES FREQUENTES, PRINCIPALMENTE DE AUSÊNCIA
DANO CEREBRAL MÍNIMO QUE PODE AFETAR ARÉA DO CONHECIMENTO (EX: LEITURA)EFEITOS COLATERAIS DAS DROGAS ANTIEPILÉPTICAS (EX: EMBRIAGUEZ, SONOLÊNCIA, FALTA DE CONCENTRAÇÃO)
De outro lado, é preciso que o professor tenha cuidado,
pois o aluno com epilepsia gosta de usar a doença como
forma de gazetear aulas de que não gosta, provocando queda
de seu rendimento escolar.
18
Informações
para a escola
COMO SE APRESENTAM AS CRISES DO SEU FILHO
SE SEU FILHO TEM UM AVISO (AURA) DA CRISE QUANTO TEMPO DURAM AS CRISES
QUE PRIMEIROS SOCORROS SÃO NECESSÁRIOS
QUANTAS CRISES SEU FILHO VEM TENDO POR SEMANA OU POR MÊS
SE EXISTE UM PADRÃO NAS CRISES
SE SEU FILHO TOMA COMPRIMIDOS OU OUTRAS FORMAS DE MEDICAÇÃO DURANTE O DIA
SE EXISTEM EFEITOS COLATERAIS NO TRATAMENTO COM AS DROGAS QUE SEU FILHO USA
QUAL A MEDIDA QUE GOSTARIA DE TOMAR SE HOUVER UMA EMERGÊNCIA NA ESCOLA
Comemora-se no dia nove de setembro, em todo o
território nacional, o Dia Nacional e Latino Americano de
Epilepsia, com a realização de diversos eventos em todos os
Estados da Federação.
6. BULLYING E BAIXO RENDIMENTO DO ALUNO(A) COM EPILEPSIA
Lamentavelmente, em pleno século XXI, ainda ocorrem
na escola caçoadas, chacotas e provocações aos alunos com
epilepsia, brincadeiras maldosas por parte dos colegas; é o
chamado bullying.
Neste caso, uma boa ideia é incorporar ao programa
educacional da escola – na medida do possível – palestras
enfatizando o tema epilepsia.
As associações de epilepsia podem contribuir neste
15
O que fazer
O que não fazer
FICAR CALMO.POSICIONAR A PESSOA DE LADO.PROTEGER A CABEÇA DA PESSOA PARA QUE NÃO SE MACHUQUE.TIRAR DE PERTO DA PESSOA TUDO QUE POSSA MACHUCÁ-LA OU OFERECER RISCOS DE FERIMENTO.AGUARDAR A CRISE PARAR. DEPOIS EXPLICAR À PESSOA QUE ELA TEVE UMA CRISE.ACALMAR OS OBSERVADORES. SE A DURAÇÃO DA CRISE FOR MAIOR QUE 5 MINUTOS, CHAMAR A AMBULÂNCIA.
APAVORAR-SE.COLOCAR OBJETOS NA BOCA.RESTRINGIR OS MOVIMENTOS DA PESSOA.TENTAR SEGURAR OU DESENROLAR A LÍNGUA DA PESSOA. APLICAR SUBSTÂNCIAS NO CORPO DA PESSOA.DAR LÍQUIDOS OU ÁLCOOL PARA CHEIRAR.DAR REMÉDIOS NA BOCA DURANTE A CRISE.SACUDIR A PESSOA.TENTAR INTERROMPER A CRISE.
3. PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE PRIMEIROS SOCORROS
A pedido de alguns leitores, indicaremos alguns
procedimentos básicos – indispensáveis – no atendimento de
primeiros socorros à pessoa com epilepsia, no momento da
crise.
Segundo a ASPE, esses procedimentos podem ser
resumidos da seguinte maneira:
16
4. A ESCOLA MODERNA PRECISA PREPARAR-SE PARA RECEBER ALUNOS(AS) COM EPILEPSIA
Não há outro caminho para a escola moderna. É
necessário preparar-se para receber alunos com epilepsia.
Ao que me parece, a escola moderna precisa entender
o tratamento com drogas antiepilépticas, para que esses
medicamentos não sejam confundidos com drogas ilícitas no
ambiente escolar.
Em alguns países desenvolvidos, as escolas adotam
procedimentos rígidos em relação ao ingresso de
medicamentos em suas dependências.
Nessas escolas, existe fi scalização e local adequado
para guardar, com segurança, drogas anticonvulsivas fora do
alcance de alunos menos avisados.
Os professores dessas escolas estão orientados e
treinados sobre o problema dos alunos com epilepsia e agem
in loco parentis, ou seja, eles tomam os mesmos cuidados que
os próprios pais do aluno com a doença.
Convém destacar que o problema de remédios
na escola está sendo amenizado, graças às novas drogas
Em pleno século XXI, Rondônia não possui políticas
públicas para a epilepsia, em que pese o Estado contar com
35.000 mil pessoas com a doença.
Este texto foi escrito no dia 09.09.2011, considerando o
“Dia Nacional da Epilepsia”, em homenagem às pessoas que
padecem desse distúrbio neurológico.
17
antiepilépticas, que só precisam ser tomadas duas vezes ao
dia, evitando, assim, que sejam ministradas várias vezes na
escola, em prejuízo das aulas.
Aproveito a oportunidade para parabenizar a ilustre
Deputada Federal Jô Moraes, do PCdoB de Minas Gerais, pela
feliz ideia de apresentar ao Congresso Nacional Projeto de Lei
(PL) que institui o Programa Nacional de Atenção à Saúde de
Pessoas com Epilepsia – PNAPE.
5. INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA A ESCOLA SOBRE O ALUNO(A) COM EPILEPSIA
Todos sabemos que a escola é fundamental para o
desenvolvimento do ser humano.
Diante desta assertiva, é necessário, hoje em dia,
que a escola, compreendendo sua direção, professores e
funcionários, tenha o máximo de informações acerca de seus
alunos com epilepsia.
É recomendável, nesse aspecto, que a família do aluno
com epilepsia leve essas informações à escola, embora muitos
pais sintam difi culdades em tratar do assunto.
O certo é que a ignorância em que estarão os professores
pode colocar o aluno com epilepsia em situação de risco.
Assim, no tocante à epilepsia de seu fi lho, não deixe de
informar a escola sobre: