Entrevista com Donaldo Schüler PÁGINA CENTRAL informação€¦ · Fotógrafos Gilson Oliveira...

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informação Revista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXVIII Nº 127 – Novembro-Dezembro/2005 PÁGINA CENTRAL Entrevista com Donaldo Schüler Pesquisas da PUCRS ajudam no conhecimento e preservação da fauna brasileira PÁGINAS 6 A 9 Pesquisas da PUCRS ajudam no conhecimento e preservação da fauna brasileira PÁGINAS 6 A 9 DIRETOR DO MCT RECEBE PRÊMIO DA UNESCO PÁGINA 19 REDES DE COOPERAÇÃO AUXILIAM EMPRESAS PÁGINA 24 DIRETOR DO MCT RECEBE PRÊMIO DA UNESCO PÁGINA 19 REDES DE COOPERAÇÃO AUXILIAM EMPRESAS PÁGINA 24 Genética a serviço da biodiversidade Genética a serviço da biodiversidade

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informaçãoRevista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXVIIINº 127 – Novembro-Dezembro/2005

PÁGINA CENTRAL

Entrevista comDonaldo Schüler

Pesquisas da PUCRS ajudam no conhecimentoe preservação da fauna brasileira

PÁGINAS 6 A 9

Pesquisas da PUCRS ajudam no conhecimentoe preservação da fauna brasileira

PÁGINAS 6 A 9

DIRETOR DO MCT RECEBE PRÊMIO DA UNESCO PÁGINA 19REDES DE COOPERAÇÃO AUXILIAM EMPRESAS PÁGINA 24DIRETOR DO MCT RECEBE PRÊMIO DA UNESCO PÁGINA 19REDES DE COOPERAÇÃO AUXILIAM EMPRESAS PÁGINA 24

Genética a serviçoda biodiversidadeGenética a serviçoda biodiversidade

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26ENTREVISTA

2 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

NESTA EDIÇÃO

ReitorJoaquim ClotetVice-ReitorEvilázio Teixeira

Diretor-Editor daPUCRS InformaçãoCarlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaAna Paula Acauan

([email protected]) Interina

RepórteresBianca Garrido

([email protected])Carine Simas

([email protected])Greice Beckenkamp

([email protected])Mariana Vicili

([email protected])

EstagiáriasCaroline Eidt

Marina TodeschiniMariana Assis Brasil

FotógrafosGilson Oliveira

([email protected])Marcos Colombo

([email protected])Arquivo Fotográfico

Cléo Belicio([email protected])

RevisãoJosé Renato

Schmaedecke([email protected])

CirculaçãoMirela Vieira

da Cunha Carvalho([email protected])

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

WebmasterRodrigo Ojeda

([email protected])Conselho Editorial

Ir. Elvo Clemente,Délcia Enricone e

Solange Medina KetzerImpressãoEpecê-Gráfica

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

PUCRS Informaçãoé editada pela Assessoriade Comunicação Social

da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul

Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar,

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

Fone: (51) 3320-3500,ramais 4446 e 4338Fax: (51) [email protected]/revista

Tiragem: 45 mil exemplares

A PUCRS é uma Instituiçãofiliada à ABRUC

13 Pelo Campus – Labelo inaugura complexo de laboratórios14 Pelo Campus – Vestibular terá novas opções de cursos15 Panorama – Municípios fazem parceria com a PUCRS10 Novidades Acadêmicas – Ciências Aeronáuticas compra simulador11 Novidades Acadêmicas – Educação Física promove transformações12 Pesquisa – Idosos e crianças passam por avaliação nutricional13 Pesquisa – Passado ainda faz parte da organização escolar14 Pesquisa – Usuários de drogas são atendidos15 Radar – Seminário da Comunicação recebe importantes pesquisadores16 Saúde – Defeito cardíaco corrigido sem cirurgia17 Saúde – Incentivo a estudos com células-tronco18 Saúde – HSL terá Centro de Pesquisa Clínica19 Ciência – Diretor do MCT recebe prêmio da Unesco20 Em Foco – PUCRS apresenta resultados da auto-avaliação21 Tecnologia – Tecnopuc ampliará número de empresas22 Tecnologia – Siemens tem operação no Parque Tecnológico23 Tecnologia – Inaugurado Centro de Design do Ceitec24 Universidade Aberta – Redes de cooperação auxiliam empresas25 Gente – Crianças aprendem a nadar brincando28 Alunos da PUCRS32 Lançamentos da Edipucrs33 Mercado de Trabalho – Psicopedagogia Clínica e Institucional –

Psicopedagogo favorece melhor aprendizado34 Debates – História oral ganha espaço na academia35 Bastidores – Fotógrafos registram cotidiano da Universidade36 Pelo Rio Grande – Técnica inova em inseminação artificial38 Cultura – Épico atrai crianças39 Cultura – Contar histórias é encantar40 Sinopse44 Comunicação – Destaques UNITV na festa de aniversário46 Eu Estudei na PUCRS – As múltiplas facetas de Anonymus Gourmet47 Social – Diálogo intercultural no combate à fome48 Ação Comunitária – Alfabetização traz dignidade49 Tendências – Grupos PET em evidência no meio acadêmico50 Destaque – Mozart Russomano é Doutor Honoris Causa51 Opinião – Cidadania ativa – Jarbas Lima, diretor da Faculdade de Direito da PUCRS

6 CAPA

Reverência ao pensar– teórico da Literaturae professor doPós-Graduação emFilosofia da PUCRSDONALDO SCHÜLER

45PERFILJaderson Costa:destaque na áreacientífica

PUCRSadquire

acervo deJúlio Petersen

37CULTURA

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Universidadeajuda a preservar

espécies

Universidadeajuda a preservar

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Fotos da capa: Gilson Oliveira (paisagem, araponga e leão-baio), Adriano Gambarini / www.gambarini.com.br (lobo-guará), Marcos Di Bernardo (coral) e Wilson Costa (peixe anual)Arte sobre fotos da capa: Gilson Oliveira, Marcos Colombo e Rogério Fraga

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 3

PELO CAMPUS

Os Laboratórios Especializados emEletroeletrônica (Labelo) da PUCRS

e a Eletrobrás inauguram em no-vembro um novo e moderno complexo de la-boratórios de eficiência energética no prédio13 do Campus Central (antiga marcenaria).Considerado atualmente o maior laboratóriode calibração do Brasil e de ensaios elétricosda América Latina, acreditado pelo Inmetro, oLabelo realiza diversos ensaios relacionadosà segurança elétrica e à eficiência energética,atendendo anualmente a mais de 4 mil em-presas que enviam seus produtos para testes,como fogões, fornos de microondas, refrigera-dores e condicionadores de ar. Seguidamentefazem verificações para o Inmetro que apare-cem no programa Fantástico, da Rede Globo,e para o Programa Brasileiro de Etiquetagem,informando o grau de eficiência de algunsaparelhos e indicando o seu consumo, classi-ficando-os de A a G, sendo G o menos eficien-te. Seus testes são inclusive aceitos em paí-ses da Europa e nos EUA.

Com uma área de aproximadamente milm2, o complexo laboratorial foi equipado com

recursos doados pelo Global Environment Fa-cility, por intermédio do Banco Mundial, e comapoio do Programa das Nações Unidas para odesenvolvimento. O vice-diretor do Labelo,engenheiro Álvaro Theisen, acredita que osnovos laboratóriospermitirão atenderao aumento da de-manda dos serviçose melhorar a quali-dade dos serviços jáprestados, além dedisponibilizar servi-ços inéditos no País.

Dentre os novoslaboratórios de efici-ência energética es-tão os de refrigera-ção comercial e do-méstica, de apare-lhos como condicio-nadores de ar, ven-tiladores de teto emotores elétricos,apoiados pela Ele-

PUCRS ORGANIZA FEIRA DAS PROFISSÕES

Nos dias 26 e 27 de novembro aPUCRS promoverá a Feira das Pro-fissões com o objetivo de auxiliar a

comunidade em geral e, especialmente osalunos do Ensino Médio, na busca por es-clarecimentos sobre as possíveis escolhasprofissionais. O evento, que integra o Pro-grama Futuros Calouros da Pró-Reitoria de

Assuntos Comunitários, contará com a par-ticipação de todas as Faculdades.

Na programação estão previstas expo-sições, palestras, cursos e a arena – localonde profissionais que tenham se sobres-saído na carreira responderão a perguntasdo público. Também serão realizadas aapresentação de todos os cursos de exten-

são e a divulgação das atividades de ex-tensão e pós-graduação da PUCRS. Rece-berá incentivo ainda a integração de pro-fessores e alunos com os futuros vestibu-landos. O evento ocorrerá a partir das 10hno Centro de Eventos (prédio 41). A en-trada é franca. Informações pelo [email protected].

Labelo inauguracomplexo de

Labelo inauguracomplexo de

LABORATÓRIOS

Calorímetros usados em ensaios de eficiência energética

ENTRE EM CONTATO(51) 3320-3551 – [email protected]

trobrás. Também foram construídos outros la-boratórios como o de corrosão, de alta tensãoe a segunda fase de laboratório de ensaiospara equipamentos de áreas classificadas(utilizados em áreas de atmosfera explosiva,como gases, vapores e líquidos inflamáveis).Será possível também realizar ensaios de cor-rosão de água salina e ensaios de chuva emlocais especiais. Há ainda uma grande câma-ra de reverberação para ensaios acústicos,onde é medido o ruído de eletrodomésticos,como aspiradores, liquidificadores e secado-res de cabelo, que recebem o Selo Ruído doIbama e Inmetro.

Paralelamente à construção do comple-xo, foram ampliados alguns laboratórios lo-calizados no prédio 30, como o de fios ecabos, plugues e tomadas, lâmpadas e rea-tores, onde podem ser testadas, ao mesmotempo, cerca de 2 mil lâmpadas, dos maisvariados tipos.

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ESPAÇO DO LEITOR

4 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

A matéria sobre os “filhos daPUCRS”, De pai para filho, ficouexcelente.

Parabéns.

Maria Ivanoska S. VerçozaFaculdade de Arquitetura

e Urbanismo/PUCRS

Hoje tive nas minhas mãos arevista com a reportagem sobreo Núcleo de Assessoria JurídicaPopular (Najup). O texto ficouótimo!

Dani SallaberryPorto Alegre/RS

Gostaríamos de agradecer aespecial atenção que nos foi dadana matéria Alunos defendem agarantia dos Direitos Humanos,na edição setembro/outubro daPUCRS Informação. Em poucosdias de circulação da revista já ti-vemos novos contatos de estu-dantes interessados em participardo grupo, o que é indispensávelpara um trabalho como o nosso.Este espaço é, sem dúvida algu-ma, fundamental para o bom an-damento de nossas atividadesdentro da Instituição. Abraços.

Membros do Núcleode Assessoria Jurídica

Popular da PUCRS

Sou aluno da Graduação emAdministração da PUCRS e gos-taria de saber se é possível con-tribuir com algum texto, artigo,matéria ou pauta para a revistaPUCRS Informação.

Carlos HoffmannPorto Alegre/RS

N. R.: A Redação da revista PUCRSInformação aceita sugestões de pau-tas para reportagens. Os assuntos de-vem estar sempre vinculados à Uni-versidade.

ESCREVA PARAA REDAÇÃO:

Av. Ipiranga, 6681Prédio 1 – 5º andar

CEP 90619-900Porto Alegre – RS

E-mail: [email protected]: (51) 3320-3500,

ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

Vestibularterá novasopções de

cursos

As inscrições para o Vesti-bular estão abertas até 29de novembro. As provas

do concurso ocorrerão nos dias 10 e11 de dezembro (sábado e domin-go), com início às 16h. Neste Vesti-bular haverá novas opções. Admi-nistração terá duas outras linhas deformação: Gestão de Tecnologia daInformação e Marketing, com 60vagas cada à noite. Educação Físi-ca, além da licenciatura, passa acontar com Bacharelado pela ma-nhã (60 vagas). Outras informaçõessobre mudanças no curso podemser conferidas na página 11. Psico-logia terá também 50 vagas à noite,além das cem oferecidas nos turnostarde/noite. Outra novidade é a li-nha de formação de Ciências Con-tábeis (Controladoria e Finanças,com 60 vagas à noite).

O último dia para pagar a taxade inscrição do concurso será 30de novembro, independentementeda data em que foram efetuados opreenchimento e o envio de dados(on-line). O pagamento será aceitoem qualquer agência do Banrisul,do HSBC ou do Santander, confor-me opção do vestibulando, medi-ante a apresentação da guia im-pressa e em horário bancário.

Os interessados em testar osseus conhecimentos podem realizaras provas interativas, com ques-tões de vestibulares passados daUniversidade. Elas estão disponí-veis no site www.pucrs.br/provas.

Outras informações podem serobtidas no Setor de Ingresso daUniversidade, sala 305 do prédio 1do Campus Central, por meio dosite www.pucrs.br/vestibular ou te-lefone (51) 3320-3557.

PELO CAMPUS

Versão on-lineinclui áudio

A revista PUCRS Informa-ção terá uma novidade na

versão on-line a partir destaedição 127. Trechos inéditos da entre-vista com o professor Donaldo Schüler(páginas 26 e 27 na publicação im-pressa) poderão ser conferidos peloendereço www.pucrs.br/revista. Oobjetivo é explorar os recursos da in-ternet e permitir que o leitor possa teracesso a detalhes de depoimentos,que, muitas vezes, podem não serpercebidos no texto escrito.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 5

PANORAMA

MUNICÍPIOS fazem parceria com a PUCRS

Auxiliar o desenvolvimento dos mu-nicípios próximos à PUCRS ZonaNorte, buscando trabalhar suas vo-

cações, é o objetivo do projeto Visão de Em-preendedorismo e Integração Comunitária. Apartir da criação de convênios “guarda-chu-va”, a PUCRS oferece atividades de educaçãocontinuada visando a contribuir para o desen-volvimento dessas regiões. A iniciativa pre-tende oportunizar o cumprimento da missão evisão de futuro da Universidade. “Por meio desua visão de futuro, a PUCRS procura promo-ver ações inovadoras e em conjunto com acomunidade”, afirma a diretora da PUCRSZona Norte, Iára Claudio.

Santo Antônio da Patrulha (distante 80kmda Capital gaúcha) e Alvorada (distante30km) estão entre as primeiras cidades a in-tegrar a ação. Participaram dos encontros re-presentantes de diversas Faculdades, entreas quais Administração de Empresas, Direito,

Educação, Educação Física e Ciências doDesporto, Engenharia, Informática, Medici-na, Odontologia, Farmácia, Comunicação So-cial, Matemática, Química, Letras e Física,além da Fundação Ir. José Otão. Eles trocaramidéias com as equipes de governos procuran-do descobrir opções para suprir as demandasde cada localidade.

O Pró-Reitor de Extensão, Roberto Mos-chetta, destaca que a PUCRS pode ser umparceiro ímpar onde estiver inserida. “As co-munidades têm a possibilidade de trilhar co-nosco um caminho de desenvolvimento, en-contrando alternativas que as reposicionemem outro patamar”, enfatiza.

Para o prefeito de Alvorada, Carlos Brum,a parceria com a Universidade servirá comoâncora na qualificação da equipe de governo.A relevância da iniciativa também é percebidapelo prefeito de Santo Antônio da Patrulha,José Francisco da Luz. “O sonho da comuni-

UNIVERSIDADE PREPARA SUBCOMITÊ SOBRE ANIMAIS

APUCRS prepara o Subcomitê de Éti-ca para o Uso de Animais, vincula-do ao Comitê de Ética em Pesqui-

sa (CEP) e Escritório de Ética em Pesquisada Universidade. Coordenado pela professo-ra da Faculdade de Biociências AnamariaFeijó, que realizou tese de doutorado sobreo tema, um grupo de representantes de di-versas Faculdades está elaborando diretri-zes para o funcionamento do Subcomitê.Participam até o momento professores deMedicina, Odontologia e Farmácia, além deintegrantes dos Institutos do Meio Ambiente

e de Pesquisas Biomédicas. Outras faculda-des e órgãos poderão ser convidados a com-pletar o grupo.

O Subcomitê avaliará projetos de pesqui-sa com animais e ajudará a estabelecer prin-cípios para a docência. “Não cercearemos apesquisa. Nossa intenção é estabelecer limi-tes eticamente adequados”, enfatiza Anama-ria. Além de função deliberativa, terá a tarefaeducativa de orientar os professores e pes-quisadores. Por enquanto o CEP é respon-sável por essa análise. O Subcomitê deveráfuncionar no início de 2006. Grupo tem foco na docência e pesquisa

dade era o de se aproximar de uma universi-dade. A parceria possibilitará desenvolvimen-to econômico, cultural e educacional”, acredi-ta. O vice-prefeito Daiçon Maciel da Silvaconcorda: “A cidade somente cresce se tiveruma atividade viva, que é o ensino”.

O ciclo de palestras Outubro Jurídico foiuma das primeiras contribuições originadascom a parceria. O evento, realizado na Câ-mara Municipal de Santo Antônio da Patru-lha, teve por finalidade proporcionar a atua-lização sobre temas que exigem constanterevisão na área do Direito, como o DireitoTributário Municipal, responsabilidade fiscal,controle da administração municipal e im-probidade administrativa.

Quem tiver interesse em participar doprojeto pode entrar em contato pelo telefone(51) 3366-8242, www.pucrs.br/czn [email protected]. A organização é feitacom apoio da Pró-Reitoria de Extensão.

Representantes de Santo Antônio da Patrulha Professores e dirigentes na Prefeitura de Alvorada

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CAPA

Universidade ajuda Por Mariana Vicili

Muito se tem falado nas aplicações deanálises genéticas na área biomédi-ca, como testes de paternidade, in-

vestigações criminais e identificação de pesso-as em acidentes ou catástrofes. Entretanto, abiologia molecular também tem dado grandespassos na área da conservação ambiental.

Em nível mundial, um dos projetos em quealguns países já estão investindo é a realizaçãode um inventário genético da biodiversidade. Oconceito biodiversidade significa a diversidadeda vida, abrangendo animais, vegetais, fungose bactérias, entre outros.

A proposta dos cientistas do Consórcio In-ternacional de Códigos de Barra de DNA, cria-do em 2004, é utilizar um tipo de código debarras genético para identificar espécies apartir de seqüências no seu DNA. Com isso, épossível diferenciar espécies conhecidas ouaté descobrir outras novas de forma mais rá-pida e precisa. Algumas espécies podem serfisicamente idênticas, o que dificulta o seureconhecimento sem estudos genéticos. Issoajudaria a evitar, por exemplo, a extinção des-ses animais, pois apenas espécies reconheci-das cientificamente podem ser alvo de açõesgovernamentais de conservação.

O coordenador do Centro de Biologia Ge-

nômica e Molecular da PUCRS, professor San-dro Bonatto, único integrante brasileiro do co-mitê do consórcio, defende uma participaçãoimportante do Brasil no projeto, utilizando a in-fra-estrutura disponível nos laboratórios bra-sileiros, inclusive na PUCRS. Bonatto contaque, além de conhecer a biodiversidade doPaís, o objetivo é evitar a perda de patrimôniobiológico para outros países, como ocorreu an-teriormente quando espécies brasileiras foramidentificadas pelas características físicas.“Nos séculos 19 e 20, boa parte dos espé-cimes originais utilizados para essas identifi-cações foi levada para o exterior. Isso nãopode ocorrer novamente”, afirma.

Identificaçãopara o código

de barras genéticoÉ coletada uma amostra de tecido,

contendo células, do animal ou da planta;Dentro das células existe uma estru-

tura chamada mitocôndria, de onde seretira o material genético, o DNA mito-condrial (mtDNA);

Cada espécie costuma ter um pe-queno trecho deste DNA diferente, comoocorre com a impressão digital, o que fa-cilita a identificação. O processo acabasendo bem mais rápido, sem a necessi-dade de analisar o material genético demaneira completa;

Depois que aquele pedacinho é ana-lisado pelos pesquisadores, o que foidescoberto serve como identificaçãopara a espécie, funcionando como tira-teima e complementação caso uma aná-lise tradicional não seja suficiente.

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Cuidados especiaisAs amostras que che-

gam ao Centro de BiologiaGenômica e Molecular daPUCRS passam por váriasetapas até que gerem des-cobertas, resultado sempredo trabalho de várias pes-soas.

A bióloga e auxiliar delaboratório Cladinara Sarturiconta que uma das vanta-gens da análise genética énão necessitar de um ani-mal inteiro, por exemplo, pa-ra que seja feito o trabalho. Por isso, rece-bem amostras de sangue, tecido, pele ououtras pequenas partes do que será estu-dado, as quais são congeladas. “Se o mate-rial for utilizado em seguida, é congelado a-20°C. Em caso contrário, deve ser mantidoa -80°C. Em cada caixa cabem várias amos-tras. Numa dessas caixinhas, por exemplo,pode-se dizer que estamos carregando cembaleias ao mesmo tempo”, brinca.

O material é protocolado, de acordocom o tipo. É extraída uma amostra deDNA. Como não precisam de toda a amos-tra, é retirado apenas um fragmento, am-plificado no termociclador, que aquece erefrigera várias vezes o material. Logo apóssão feitas várias cópias suas para facilitaro trabalho. Depois, as cópias são coloca-

das num moderno aparelho chamado se-qüenciador, onde ficam durante duas outrês horas. O aparelho, como o próprionome diz, mostra qual é a seqüência dos“tijolinhos” que formam o DNA (as basesnitrogenadas). Só existem quatro delas:Adenina, Guanina, Citosina e Timina, ou A,G, C, T, que aparecem inúmeras vezes re-petidas na amostra. Cada ser vivo temuma seqüência diferente, por isso, sabendoa seqüência correta pode-se identificarqualquer ser vivo. Com a seqüência emmãos, os pesquisadores têm material pararealizar as interpretações necessárias.

Complicado? Felizmente os cientistasnão acham e fazem esse processo rotinei-ramente, gerando várias descobertas im-portantes todos os dias.

Aparelho identifica seqüências que formam o DNA

Material é retirado de pequenas amostras

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 7

a preservar espéciesPUCRS tem trabalhos pioneirosPesquisadores, professores e bolsis-

tas do Centro de Biologia Genômica e Mo-lecular da PUCRS, vinculado à Faculdadede Biociências, realizam importantes pes-quisas com diversas espécies de animaisna área da genética. O Centro é conside-rado uma referência nacional no assunto,sendo procurado por pesquisadores deoutras universidades e instituições para arealização de trabalhos em conjunto.

O trabalho muitas vezes exige dos pes-quisadores não somente conhecimento naárea da Biologia como também da Geolo-gia, por exemplo, para que compreendammelhor a relação de suas descobertas como que aconteceu no planeta ao longo dosanos. Analisando o material genético des-ses animais dos mais diversos tipos des-cobre-se, essencialmente, a história daevolução dessas espécies, utilizando oDNA como uma rica fonte de informações.

Um deles é feito em parceria com oInstituto Baleia Jubarte (IBJ). Esse tipo debaleia pode ser encontrado em várias par-tes do mundo, mas cada grupo costumadeslocar-se sempre entre os mesmospontos nos períodos de inverno e verão,dificilmente se misturando.

As baleias jubarte encontradas no li-toral brasileiro passam o inverno se repro-duzindo no arquipélago de Abrolhos, noSul da Bahia, e no verão voltam para aAntártida. Entretanto, não se sabia exata-mente em que lugar da Antártida elas vi-viam, como se comportavam, se estavamisoladas ou não e se a diversidade genéti-ca delas era grande ou pequena. Isso éimportante para a manutenção e evoluçãodas espécies. Portanto, quanto maior, me-

nos riscos elas correm. Animais com peque-na diversidade genética merecem um cuida-do especial quanto à conservação.

O Instituto Baleia Jubarte coletou peque-nas amostras de pele das baleias na Antár-tida e em Abrolhos. Também tirou fotos desuas caudas, que auxiliam na identificação,e gravou seus padrões vocais.

Com as amostras, os pesquisadores daPUCRS fizeram análises genéticas e algu-mas descobertas. A primeira foi o local ondecostumam ficar na Antártida. Anteriormenteacreditava-se que viviam na Península An-tártica, mas as comparações de DNA dasbaleias mostrou que as brasileiras vivemum pouco mais à direita, nas ilhas Geórgiado Sul. Também descobriram que apresen-tam alta diversidade genética e, assim comoem outras partes do mundo, sua populaçãoestá aumentando aos poucos, principalmen-te devido à diminuição da caça.

O professor Sandro Bonatto conta quemuitas das baleias já são conhecidas atépor nome, pois são praticamente as mes-mas que retornam a Abrolhos. Por meio daidentificação genética feita acabaram des-cobrindo, curiosamente, que uma delas, co-nhecida há anos como Florzinha por causade uma mancha em formato de flor queapresenta na cauda, era na realidade ummacho.

O projeto está tendo continuidade paraestudar outras informações, como grau deparentesco, comportamento e composiçãodos grupos. Uma das participantes é a bió-loga Ana Lúcia Cypriano de Souza, que fezestágio no IBJ, onde auxiliou a fazer coletas.“Sempre gostei de fazer esse tipo de traba-lho em campo, mas resolvi tentar algo novo,

investigando a par-te genética das ba-leias aqui no Cen-tro”, conta.

Estudado ocomportamentoda baleia jubarte

Foto: Fernanda Silveira de Nogueira

Lobo-guará

Outro projeto realizado é com o lobo-guará, considerado vulnerável, ou seja,quase em risco de extinção. Um dos ani-mais-símbolo do cerrado brasileiro e omaior canídeo da América do Sul, estásofrendo o impacto da devastação doseu hábitat natural, com a população sereduzindo continuamente. No Rio Grandedo Sul não é mais encontrado.

Antes desse projeto não se conhecianada sobre suas características genéti-cas. Foram recolhidas amostras de san-gue de animais em vários locais do paíse da Argentina com a ajuda de diversoscolaboradores. Os resultados prelimina-res mostram que não há diferenças ge-néticas entre animais de regiões diferen-tes, o que é uma boa notícia. Sendo as-sim, existe a possibilidade de se repovo-ar alguns locais com animais de outros,sem haver nenhum prejuízo.

Entretanto, sua diversidade genéticaé muito baixa, uma das menores conhe-cidas para grandes mamíferos. Porém,diferentemente do que se pensava, pormeio das análises feitas no Centro deBiologia Genômica e Molecular da PUCRSdescobriu-se que há milhares de anos apopulação foi reduzida por causa de fe-nômenos naturais e não devido a açãohumana recente. Acredita-se que o moti-vo foi a glaciação ocorrida há cerca de 20mil anos, que dizimou boa parte da espé-cie. Os lobos-guará, depois disso, conse-guiram se recuperar um pouco, mas logosua população diminuiu novamente.

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8 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

CAPA

Amplia-se conhecimento sobre jararacasA jararaca é muito venenosa, a principal

causadora de acidentes com cobras no Bra-sil, principalmente porque se adapta facil-mente a ambientes semi-urbanos. “Não sa-bíamos nada sobre a genética desse ani-mal. Achamos que era uma questão de saú-de pública estudá-lo”, conta o professorSandro Bonatto.

Depois de analisadas as amostras en-viadas de todo o País, descobriu-se que aespécie se separa em dois grandes grupos,entre o Norte e o Sul do Brasil, sendo adivisa o estado de São Paulo, o mesmo queocorre com outras espécies de animais. Omotivo ainda não ficou determinado, masse acredita que essa diferenciação foi cau-sada por algum evento geológico na região,o que separou os grupos, criando uma es-pécie de barreira ao longo dos anos.

Descobriu-se também que a diversida-de genética da jararaca é extremamenteelevada e que há cerca de 2 milhões deanos se mantém com uma população gran-de o suficiente para manter essa variedade.

Mas a maior descoberta ocorreu emduas ilhas do litoral de São Paulo: Queima-da Grande e Alcatrazes. Nessas ilhas foramencontradas duas espécies diferentes de ja-raraca que, mesmo tendo características di-ferentes e venenos únicos, geneticamente sãoidênticas às encontradas no continente, o quesignifica que suas ancestrais viveram fora dailha. A hipótese mais aceita é a de que hámilhares de anos um período de glaciaçãobaixou o nível do mar, permitindo que elas che-gassem até àquela região. Quando o níveldo mar voltou a subir, elas foram isoladas.

Descoberta por acasoO projeto das jararacas fez parte da

dissertação de mestrado do biólogo FelipeGrazziotin, que atua no Centro pesquisan-do outras espécies de cobras. Felipe lem-bra como conseguiram fazer a análisegenética de uma cobra-papagaio, umadas cobras mais raras do mundo e amea-çada de extinção, exemplificando comoem alguns casos ocorrem descobertascientíficas por acaso: “Até 2003 os pes-quisadores brasileiros tinham encontradosomente três dessas cobras. Pensávamos

que já estava extinta, mas naquele ano,numa cidade de São Paulo, um garoto atro-pelou e matou uma cobra a pauladas, elevou para o pai, o caseiro do sítio de umsuíço”. O pai achou a cobra tão bonita queresolveu fazer um cinto com ela. Cortou acobra e guardou a cabeça no congelador.Quando o suíço chegou e viu o animal,resolveu pesquisá-lo num catálogo de ser-pentes e não o encontrou. Na verdade elaestá lá, mas, como há anos não se via uma,a foto estava em preto-e-branco. O senhor

então ligou para o Butantan e enviouuma foto. Quando o pessoal viu, teveuma grande surpresa ao perceber quese tratava de uma cobra-papagaio. “Asorte foi que a cabeça tinha sido con-servada no congelador, então nos envia-ram para que fizéssemos a análise ge-nética”, conta o biólogo.

Descobriram, assim, que a espécieestá mais ameaçada do que pensavame que não é menos arborícola (vive emárvores) do que se supunha.

A ilha de Queimada Grande é infestada decobras jararaca-ilhoa. Essa cobra, diferente-mente das outras, sobe em árvores, se alimen-ta de aves e é muito mais ágil. Acredita-se que,devido à grande população, o alimento original,como pequenos ratos, foi ficando escasso e acobra se adaptou para subir nas árvores e bus-car outro tipo de alimento. Para conseguirem

abocanhar rapidamente os passarinhos,tornou-se mais ágil além de possuir umveneno mais poderoso.

Na ilha de Alcatrazes, utilizada comoalvo militar pela Marinha, encontra-se a ja-raraca-de-alcatrazes. A espécie dessa ilhaquando se modificou ficou menor e pas-sou a alimentar-se de bichos pequenos.

Serpente tem grande diversidade genética

Foto: Marcos Di Bernardo

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Gatos-do-mato híbridosOutro trabalho realizado é com gatos-

do-mato do Sul do Brasil, como o gato-do-mato-pequeno, o gato-do-mato-gran-de e o gato-palheiro ou gato dos pampas,espécies ameaçadas de extinção. Os pes-quisadores descobriram, por meio dasanálises genéticas, que existe uma gran-de segregação entre esses animais no RioGrande do Sul. Mais ao Norte, pode serencontrado o gato-do-mato-pequeno en-quanto ao Sul vive o grande. Entretanto,em alguns municípios do RS, como Ca-choeira do Sul, foram observados animaisestranhos, pois tinham características fí-sicas de um e genéticas de outro.

O professor Eduardo Eizirik acreditaque se trata de uma grande descoberta:“São animais híbridos naturais, ou seja,descendentes de cruzas de espécies di-

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 9

Macuquinho,a ave isolada

Ele vive escondido em locais sombri-os nas matas e dificilmente é visto. Omacuquinho, um pequeno pássaro dogênero Scytalopus, vive isolado, em gru-pos fragmentados, e alguns estão amea-çados de extinção, como o macuquinho-baiano.

Com a análise genética de amostrasrecolhidas pelo Brasil, descobriu-se aexistência de várias espécies antes des-conhecidas, algumas muito semelhantesno canto, o que dificultava sua descober-ta por outro tipo de identificação.

Existe também uma espécie total-mente diferente das outras, na Bahia.“Muitos pensavam que essa da Bahianão era uma espécie válida. Na verdadea análise de DNA comprovou que é umaespécie diferente, somente existe naque-le local e está ameaçada, necessitandode proteção para que não seja extinta”,conta o professor Sandro Bonatto. O pro-jeto envolve vários pesquisadores, inclu-sive do Museu de Ciências e Tecnologiada PUCRS, e faz parte da dissertação demestrado de Helena Mata.

ferentes, o que é muito raro entre felinos”. Oshíbridos nasceram da cruza entre o gato-do-

mato-pequeno e o grande e entre o peque-no e o palheiro.

Pesquisadores encontraram animais diferentes no RS

Foto: Eduardo Eizirik

Pesquisas sobre a onça-pintadaMuitas das pesquisas realizadas dão

continuidade a projetos anteriores. Sem-pre há algo novo a ser investigado, ques-tões a ser respondidas. Uma delas é so-bre a onça-pintada, cujo projeto originalé do professor Eduardo Eizirik, e agorafaz parte da tese de doutorado da biólo-ga Taiana Haag.

As onças-pintadas, há milhares deanos, formavam um único grupo. Por meio

da análise do seu material genético, já foidescoberto que se dividem em quatro gru-pos separados e que o rio Amazonas é umaimportante barreira geográfica para algu-mas delas.

A continuidade do projeto, que utiliza-rá uma técnica diferente e mais detalha-da, prevê agora o foco nos animais en-contrados na Mata Atlântica do interior doBrasil.

Há quatrogrupos no Brasil

Foto: Adriano Gambarini / www.gambarini.com.br

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NOVIDADES ACADÊMICAS

10 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

Ciências Aeronáuticascompra SIMULADOR

Os alunos da Faculdade de Ci-ências Aeronáuticas terão

em breve à sua disposiçãoum novo simulador de vôoadquirido pela PUCRS: oJet Trainer – Glass Cock-pit, similar ao Boeing B-737NG, fabricado pelaPrecision Flight Control.

O equipamento, cominstrumentação integral-mente digital, único naAmérica do Sul, será utilizado para trei-namento simulado de transição paraaeronaves a jato, treinamento de ge-renciamento coordenado de cabine esimulação de vôo em rota orientadapara linha aérea.

O vice-diretor da Faculdade, pro-fessor Hildebrando Hoffmann, acreditaque o simulador está alinhado às atu-ais e futuras exigências do mercado detrabalho. “Ele é indispensável para queo aluno possa aprender a pensar emalta velocidade, pois simula o vôo deaeronaves com performances aerodi-nâmicas de alta velocidade, diferente-mente de outros que já possuímos, quesão de baixa velocidade”, informa oprofessor.

O simulador será usado nas disci-plinas de Procedimentos Operacionaisde Cabine, Aviônica, Teoria de Operaçãode Jato e Práticas de Vôo em SimuladorObrigatórias. Também poderá estar dis-ponível a cursos de educação continua-da, proporcionando o conhecimentoprático das atividades de aeronaves

modernas. Dentre os recursos dessesaviões que podem ser reproduzidos es-tão o Sistema de Gerenciamento deVôo, Sistema Automático de Controle deVôo e os Sistemas de Indicação Eletrô-nica, todos digitais.

Segundo o professor Éder Henriq-son, as aeronaves modernas são muitocomplexas e exigem que os pilotos atu-em mais como gerentes dos sistemas eque tenham um conhecimento mais re-finado do funcionamento da máquina."Com o novo simulador, os futuros pilo-tos aprenderão na prática essas novastarefas exigidas e exercitarão uma filo-sofia operacional de trabalho em equi-pe, o que é necessário, interagindo comos colegas. Até então o treinamentopropiciava exclusivamente interaçãoinstrutor-aluno", conta.

O aparelho está em fase de cons-trução na Califórnia (EUA) e será mon-tado no Laboratório de Ciências Aero-náuticas. A previsão de início de fun-cionamento é no primeiro semestre de2006.

Lançada especializaçãoem Imagem Publicitária

OPrograma de Pós-Graduação em Comuni-cação Social lançou o curso de especiali-

zação em Imagem Publicitária, cujo slogansintetiza sua proposta: A imagem sob um novoolhar. O curso, inédito no país nesse segmento, évoltado a publicitários, designers, fotógrafos, produ-tores gráficos e eletrônicos, pesquisadores e profis-sionais da imagem publicitária.

De acordo com a coordenadora da especializa-ção, Sílvia Koch, o curso preenche uma lacuna naárea, pois se observou que há poucas opções empós-graduação para publicitários formados que nãosejam da área de marketing. “O diferencial do cursoé que o trabalho de conclusão não será uma mono-grafia, como geralmente ocorre. Será a elaboraçãode uma revista, a Imagem Publicitária, a primeira noBrasil específica do assunto. Ela será editada a par-tir dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, comtiragem prevista de 500 exemplares”, conta.

O programa das aulas intercala seminários edisciplinas teóricas (30%) e práticas (70%). Dentreelas estão as de Design em Publicidade, EspaçoAudiovisual e Propaganda, Publicidade e Semiolo-gia, A Prática da Fotografia como Ficção, Interativi-dade Visual, A Imagem no Cinema Contemporâneoe Processos Criativos.

O próprio curso recebeu tratamento publicitárioem sua divulgação, com campanha especial criadapor Saimon Bernardes, da Rede Gaúcha de Design,fotografia do professor Raul Krebs e planejamento emídia da professora Sílvia.

As aulas da primeira turma começaram em se-tembro e irão até dezembro de 2006. O número dealunos inscritos ultrapassou consideravelmente asvagas, estimulando a segunda edição do curso emabril de 2006. Informações adicionais podem serobtidas pelo telefone (51) 3320-3658 ou pelo sitewww.pucrs.br/famecos/pos/imagempublicitaria.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 11

EDUCAÇÃO FÍSICApromove transformações

Estão previstas para 2006 mudanças naFaculdade de Educação Física e Ciên-cias do Desporto (Fefid). Atualmente,

na graduação é oferecido o curso de Licencia-tura Plena, permitindo que os profissionaisatuem tanto em instituições de ensino comoem academias, clubes e hospitais, entre ou-tras. Atendendo a uma resolução do Ministé-rio da Educação, a Faculdade passa a ofere-cer duas modalidades de curso: Licenciatura,para quem pretende trabalhar em escolas, eBacharelado, para quem trabalhará em outrasinstituições. Os atuais alunos continuarão es-tudando o currículo da licenciatura plena.

As aulas da Licenciatura serão realizadasà noite e terão três anos e meio de duração. Ocurso de Bacharelado ocorrerá pela manhã,no período de quatro anos. No primeiro ano deambos, as disciplinas são as mesmas, possi-bilitando que, posteriormente, o aluno possamudar de opção se desejar.

A diretora da Fefid, professora SôniaGomes, acredita que essa diferenciaçãodas áreas é positiva. “Ajudará a fortalecera identidade de cada grupo e facilitará adiscussão em sala de aula, já que os inte-resses são semelhantes. Durante a facul-dade o aluno se aproximará mais da ‘vidareal’, da prática que exercerá quando seformar”, observa.

Além disso, serão criadas novas dis-ciplinas: Formação Pessoal, durante doissemestres; Estudos Olímpicos, primeirado Brasil nessa área; Educação Física eCultura da Paz; Atividade Física, Saúde eSociedade; Lazer e Qualidade de Vida;Ciência da Saúde do Desporto; Esportesde Raquete; e Atividade Física na Natureza.

Outra novidade é que a Licenciatura nãoexigirá um trabalho de conclusão. Os alunosserão avaliados pela produção científica reali-zada ao longo do curso, como trabalhos e pu-

Pós em Letras temmestrado inédito

OPrograma de Pós-Graduação em Letrasda Faculdade de Letras da PUCRS insti-

tuirá um novo eixo de estudos, denomi-nado Escrita Criativa. Existentes na maioria dasuniversidades norte-americanas, canadenses e in-glesas, os mestrados e doutorados nessa área sãoum amplo sucesso acadêmico e de público.

Ao final dos dois anos de curso, que faz parteda área de concentração em Teoria da Literatura, oaluno deverá apresentar uma obra literária comotrabalho final, similar à dissertação apresentadanos outros eixos.

Fazem parte do corpo docente professores daPós-Graduação em Letras, além de escritores-co-laboradores. Na área específica da criação literá-ria, ministrarão disciplinas Luiz Antonio de AssisBrasil e Charles Kiefer; como colaboradores para2006, coordenarão seminários Milton Hatoum(Prêmio Jabuti e um dos escritores mais traduzidosdo Brasil) e o professor Antonio Dimas (USP).

As inscrições para seleção vão até 14 de no-vembro e devem ser feitas na secretaria do Pósem Letras, prédio 8, 4º andar. Os candidatos admi-tidos às três vagas iniciais propostas para marçode 2006 ganharão bolsa de estudo da PUCRS, queos isentará do pagamento das mensalidades. In-formações: (51) 3320-3676.

blicações de artigos. Enquanto isso, os alunosdo curso de Bacharelado deverão realizar umtrabalho final, que deverá ser apresentado aosestudantes em forma de seminários abertospara que o conhecimento seja socializado.

FACE oferece novo curso seqüencial

APUCRS deuinício aonovo curso

seqüencial GestãoEstratégica de Trans-porte Coletivo Urba-no. A atividade fazparte de um convênioda Faculdade de Ad-ministração, Contabi-lidade e Economia(FACE) com a Associ-ação das Empresasde Transporte de Pas-sageiros de Porto Alegre (ATP), Sociedadede Ônibus (Soul), Viação Canoense (Vicasa)e a Empresa de Trens Urbanos (Trensurb).

Os alunos são funcionários das empre-sas e assistem às aulas no Campus Cen-tral. O curso tem duração de dois anos emeio, com disciplinas como Economia dosTransportes Públicos, Logística no Trans-porte Urbano e Introdução ao PensamentoLógico-Matemático.

Além do curso, foi firmada uma parce-ria com a ATP para o desenvolvimento con-

junto do projeto Bilhetagem Eletrôni-ca. Futuramente será instalado emtodos os veículos de transporte cole-tivo de Porto Alegre o sistema eletrô-nico de pagamento, com um cartãomagnético. A PUCRS dará apoio téc-nico-científico, por meio do Labora-tório ATP, onde será estudada a ges-tão do sistema de bilhetagem e oprojeto de marketing para a sua di-vulgação. Os recursos para o estudosão do BNDES.

Além da Licenciatura, haverá Bacharelado

Aulas de Gestão de Transporte Coletivo

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PESQUISA

12 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

Avaliação rea-lizada pelaFaculdade de

Enfermagem, Nutrição eFisioterapia (Faenfi) daPUCRS apontou que35,6% das mulheres e13,7% dos homens ido-sos residentes no IAPI,2ª região com maior nú-mero de pessoas da ter-ceira idade da Capital (a1ª é o Centro) estão comsobrepeso em relação àpopulação estudada. Aprevalência de normali-dade foi de 25,1% paraelas e 13,7% para eles.Houve menor prevalên-cia de baixo peso emambos os sexos, totali-zando 11% da popula-ção estudada. Os dados constam da pesqui-sa Vigilância Nutricional e Educação Alimen-tar e em Saúde da População Infantil e Idosade Porto Alegre. A Faenfi conta com financia-mento dos Ministérios da Ciência e Tecnolo-gia/CNPq e do Desenvolvimento Social eCombate à Fome. Tem como parceiros a Pre-feitura de Porto Alegre e o Hospital Moinhosde Vento.

Os dados foram obtidos a partir da ava-liação pelo Índice de Massa Corporal (IMC),que corresponde ao peso dividido pela altu-ra ao quadrado. O índice recomendado paraidosos é de 22 a 27kg/m². A população pes-quisada foi de 175 idosos do IAPI. Do total,120 (68,6%) eram do sexo feminino e 55(31,4%) do masculino. A maior parte da po-pulação ficou entre os 60 e 79 anos, emambos os sexos (79,45%). Considerando afreqüência de sobrepeso por sexo, encon-trou-se 53,3% e 43,6% entre mulheres ehomens, respectivamente.

Também foi identificada a circunferên-cia abdominal como indicador de risco parao desenvolvimento de doenças crônico-de-generativas. Observou-se um grande núme-ro de idosos com risco elevado para desen-volvimento de doença cardiovascular, em

Idosos e crianças passam porAVALIAÇÃO NUTRICIONAL

ambos os sexos. A maior prevalência foi en-contrada na população feminina, com 89,2%e 61,8% na população masculina. Segundoa Organização Mundial da Saúde, a circun-ferência abdominal da mulher deve ser nomáximo de 88cm e do homem, 102cm. Acircunferência é medida abaixo da costela.A coordenadora do curso de Nutrição, Marti-ne Hagen, responsável pela pesquisa, lem-bra que essa avaliação é rápida, não temcusto e pode ajudar a prevenir doenças. Re-sultados parciais indicam que 27,5% dosidosos pesquisados têm hipertensão e10,1%, diabetes. Outras morbidades foramapontadas por 62,4%.

Concluiu-se no estudo que os idosospesquisados têm alta prevalência de so-brepeso e risco de desenvolvimento de co-morbidades associadas à obesidade. “Osresultados mostraram a necessidade de serealizar intervenções nutricionais e de edu-cação em saúde a fim de reverter ou mini-mizar o problema”, destaca a professoraMartine.

A pesquisa também inclui 424 criançasde zero a 5 anos e 11 meses, da área da Uni-dade Básica de Saúde do Morro da Cruz. Das55 estudadas até o momento, 9,2% apresen-

taram risco de des-nutrição e 12,2%, so-brepeso. Depois dacoleta completa dedados, haverá identi-ficação e análise doshábitos alimentaresdas populações. Fi-nalizadas essas eta-pas, a Faenfi passaráa realizar o trabalhode intervenção. Ha-verá oficinas de edu-cação nutricional eem saúde nos domi-cílios e nas unidadesde saúde. Tambémserão verificados sa-beres e práticas decuidadores dos ido-sos e das crianças. “Apartir do estudo e tra-

balho com a comunidade, a PUCRS busca aju-dar a otimizar os recursos do sistema de saú-de e subsidiar os governos na execução de po-líticas públicas de atendimento à criança e aoidoso”, diz Martine.

Participam do projeto mais de 20 estu-dantes e professores da Faenfi, incluindoatuação conjunta da Nutrição com a Enfer-magem e a Fisioterapia. Há seis bolsistasde iniciação científica, além de voluntários.O estudo começou em 2004 com o treina-mento dos pesquisadores para a aplicaçãode instrumentos de coleta dos dados e ava-liação antropométrica. A pesquisa deve con-tinuar até 2006.

População infantil investigada no Morro da Cruz

Foto: Divulgação

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL INFANTIL*

Sobrepeso 12,2%Risco de desnutrição 9,2%

* Dados preliminares

IMC DE IDOSOS

Sobrepeso 35,6% das mulherese 13,7% dos homens

Baixo peso 11% do total

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 13

Equipe da Rede de Pesquisa Formação,Trabalho e Organização (FTO), da Fa-culdade de Filosofia e Ciências Huma-

nas da PUCRS, está investigando todas asescolas estaduais do Rio Grande do Sul quan-to à sua organização, instalações, equipa-mentos e parcerias visando à análise do graude inserção na dinâmica da sociedade da 3ªRevolução Industrial. Dados preliminares indi-cam alta dissociação entre escola e realidadevivida pelos alunos, que é marcada pelo usodas novas tecnologias. “O planejamento e osfundamentos que orientam a gestão estão de-sarticulados da formação pedagógica”, avaliaa coordenadora da pesquisa, professora Ju-lieta Desaulniers. Ela aponta uma visão aindaimediatista, que não abrange o processo glo-bal de mudanças.

Segundo a professora, o problema não éapenas a falta de equipamentos da geraçãoda 2ª Revolução Industrial e o seu uso àsvezes descontextualizado no processo forma-tivo, mas acresce-se a isso o baixíssimo ín-dice de tecnologias que distinguem a 3ª Re-volução Industrial, por meio das quais se am-pliam as relações virtuais que eliminam asbarreiras associadas a tempo e espaço, quepermitem o acesso ao conhecimento produ-zido no mundo, à inteligência coletiva e ci-dadania planetária.

Passado ainda faz parteda organização escolar

As novas tecnologias, alerta Julieta, sãomediações e como tais condensam os códi-gos da era atual. Por isso, também impres-cindíveis como instrumentos básicos em todaprática vivenciada pelos estudantes no âmbi-to da organização escolar. Pondera que asescolas estão empenhadas em desenvolverbem sua atribuição, mas esbarram em limi-tes devido ao acúmulo de responsabilidades.“Tecnologias não têm vida própria, pois sãotão-somente mediações. A pesquisa privile-gia a formação dos agentes”, destaca.

O tipo de planejamento das coordenado-rias e das direções da rede de ensino, alémdo tipo de relação que predomina entre pro-fessor e estudante na construção do conheci-mento e formação de competências, consti-tuem objetos da investigação. “Os resultadospreliminares apontam que os formadoressentem pouca autonomia na relação inter-pessoal com os alunos. Isso também é for-mação”, adverte Julieta.

O professor foi privilegiado na pesquisapor ser quem mais tempo interage com oestudante. Foi levantado o conjunto de com-petências que constitui o seu perfil, com des-taque para a disposição em utilizar as no-vas tecnologias em seu métier, abertura paraa novidade e ao próprio lançamento de ino-vações, capacidade para enfrentar, resolver

e se organizar frente a desafios, articulaçãode vários saberes e privilégio a atividadesem equipe.

Foram utilizados instrumentos como fichacadastral (dados de identificação da escola,corpo funcional e suas parcerias) e autodiag-nósticos (indicadores relativos à gestão es-tratégica de competências e formação, e aformação associada ao saber cuidar de si, dooutro e da natureza). O levantamento de da-dos se realizou por meio de censo, no âmbitoda gerência administrativa, junto aos respon-sáveis pelas coordenadorias e direção dasescolas, e por amostra, no âmbito da gerên-cia pedagógica e da formação, considerandoque nessa etapa da pesquisa foi privilegiadaa educação básica (educação infantil e ensi-no fundamental).

O projeto obteve aprovação da SecretariaEstadual da Educação para o levantamentode dados. Das 2.682 escolas que receberamos instrumentos, 706 responderam. A pesqui-sa, financiada pela Fapergs, envolve bolsistasde iniciação científica de vários cursos, comoCiências Sociais, Direito e Comunicação So-cial. A partir da análise dos dados são apre-sentadas modalidades de intervenção, envol-vendo os agentes, processos e recursos asso-ciados a fundamentos desta nova era paracolaborar com a organização escolar.

O que é a 3ªRevolução Industrial

Está caracterizada pela velocidadeque impõe ao ritmo das mudanças, algojamais experimentado na história da hu-manidade. As novas tecnologias da in-formação e da comunicação permeiamas relações sociais. A 3ª Revolução In-dustrial se baseia na biotecnologia, mi-croeletrônica, computação, robótica, te-lecomunicações e produção sob enco-menda. A 1ª Revolução ocorreu entre1760 e 1850, quando o vapor passou aser usado como fonte de energia de má-quinas e locomotivas na Inglaterra. Issodeu impulso à produção de tecidos e ou-tros produtos e agilizou o transporte. A2ª Revolução gerou mudanças no siste-ma de industrialização, com o surgimen-to da eletricidade, a partir da segundametade do século 19. Nesse período, fir-maram-se as organizações sociais,como fábricas, sindicatos e escolas. Al-guns autores consideram que a 3ª Revo-lução começou na década de 90.

Fonte: professora Julieta Desaulniers

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PESQUISA

A Faculdade de Psicologia daPUCRS, com apoio do Institutode Toxicologia, atende usuários

de drogas encaminhados por diversas ins-tituições. O trabalho, que começou há trêsanos, está sendo expandido a partir deparcerias com escolas públicas, Ministé-rio Público, Fundação de AtendimentoSocioeducativo (antiga Febem) e Progra-ma de Execução de Medidas Socioeduca-tivas (Pemse) da Fundação de AssistênciaSocial e Cidadania da Prefeitura da Capi-tal, integrado pela 3ª Vara do Juizado Re-gional da Infância e Juventude. Até omomento, cem jovens entre 12 e 20 anosrealizaram terapia breve na Universidade.A iniciativa propicia a prática de alunosde Psicologia em estágio clínico e motivapesquisas. O acompanhamento dos paci-entes resultou em duas dissertações demestrado. Outra está em andamento, alémde duas teses de doutorado. Cinco bolsis-tas de iniciação científica integram o pro-jeto, que conta com financiamento daPUCRS, CNPq e Fapergs.

O atendimento ocorre no Laboratóriode Intervenções Cognitivas (Labico), liga-do ao Serviço de Atendimento Psicológico(SAP), no 2º andar do prédio 11, e é coor-denado pela professora Margareth Olivei-ra, responsável pelo Grupo de Pesquisaem Intervenções Cognitivas e Comporta-mentos Dependentes, do Pós-Graduaçãoem Psicologia, e também supervisora dosestágios. Os primeiros jovens foram enca-minhados pelo Ministério Público dentrodo Projeto de Atenção Especial ao Adoles-cente Infrator Usuário de Drogas. Até me-

tade de 2003 houve trabalho piloto, enfa-tizando a prevenção, com os jovens fla-grados usando drogas.

Após identificação de dados sociode-mográficos, a equipe da PUCRS avalia asituação de cada adolescente em entre-vista com ele e com os pais. Depois, ojovem passa por testes específicos paradetectar prejuízos nas funções cognitivas,com enfoque na memória, atenção e reso-lução de problemas. O Instituto de Toxico-logia faz exames de urina para atestar ouso de drogas. Começam então as ses-sões semanais de psicoterapia breve. Sãoem média cinco. Cada jovem vem em tor-no de três meses ao Labico, mas algunsficam até um ano. Uma das metas da psi-coterapia é desenvolver estratégias paraque o adolescente possa aprender a recu-sar as drogas que lhe são oferecidas.

Um estudante de 19 anos, que preferenão se identificar, foi atendido no ano pas-sado pela equipe do Labico. A assistênciadurou seis meses. Flagrado com maco-nha, foi encaminhado pela Delegacia Espe-cializada na Criança e no Adolescente(Deca). Diz que a psicoterapia o ajudou atraçar caminhos e enfrentar problemas fa-miliares. Agora se prepara para o Vestibu-lar de Direito.

Esse modelo foi considerado o maisindicado para usuários de drogas na dis-sertação de mestrado de Ilana Andretta,agora doutoranda. O trabalho detectou quea técnica motiva para o tratamento, fa-zendo com que o jovem se dê conta deque a droga representa um problema queestá relacionado a situações na escola e

USUÁRIOS DE DROGASsão atendidos

a conflitos com a lei. Dos 50 jovens acom-panhados (incluídos na dissertação), 28terminaram o programa. “O resultado foiconsiderado muito bom por especialistasem congressos porque se trata de umgrupo resistente”, avalia Margareth. A psi-coterapia é baseada no estágio motiva-cional, que inclui pré-contemplação, con-templação, ação e manutenção. Medea mudança de comportamento. Todos oscasos são discutidos pelo grupo e inte-grantes do MP e do Pemse vêm à PUCRSperiodicamente para acompanhar osjovens.

Outra dissertação de mestrado, da alu-na Cristiane Cauduro, agora também dou-toranda, teve como foco o transtorno dedéficit de atenção com hiperatividade(TDAH). Foram comparados dois grupos: odo Labico e outro de estudantes não-usuá-rios de drogas. Do total dos jovens atendi-dos no Laboratório, 36,7% apresentaramTDAH. O outro grupo somou 10% com otranstorno. Segundo Margareth, o porta-dor de TDAH pode ser mais propenso ausar drogas porque é excluído e tem difi-culdade de aceitar regras.

A psicóloga Maisa Rigoni desenvolvedissertação sobre os efeitos da maconhaem relação às funções cognitivas. Investi-ga grupos do Labico e de uma escola, en-volvendo uma população mais jovem, poisfaltam dados científicos sobre esses pre-juízos em adolescentes.

O SAP atende também adultos. Infor-mações pelo telefone (51) 3320-3561. Nãosão cobrados os atendimentos do Labicopor convênios.

14 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

USO DE DROGAS NA AVALIAÇÃO INICIAL E NO FINAL DO ATENDIMENTO DO LABICO

ÁLCOOL TABACO MACONHA COCAÍNA CRACK SOLVENTE

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RADAR

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 15

Nos dias 3 a 4 de novembro a PUCRSsedia o 7º Seminário Internacionalda Comunicação, cujo tema será

Mediações Tecnológicas e a Reinvenção doSujeito. Entre os objetivos do encontro, pro-movido pelo Programa de Pós-Graduaçãoda Faculdade de Comunicação Social, estáo de debater as relações existentes entre astecnologias da comunicação e a constitui-ção de um novo sujeito, possibilitar a trocade idéias entre pesquisadores, estudiosos e

SEMINÁRIO DA COMUNICAÇÃOrecebe importantes pesquisadores

comunidade científica e qualificar a forma-ção dos estudantes. Foram convidados paraconferencistas do evento estudiosos reco-nhecidos na área da comunicação, dentreos quais destacam-se Néstor García Can-clini, Lucien Sfez, Patrick Tacussel, Jean-Serge Vigouroux, Marie-France Bouilly e Mu-niz Sodré. Também participam os professo-res da Famecos Francisco Rüdiger e Rober-to Porto Simões.

Os assuntos abordados permitem refletir

sobre o imaginário social, valores e repre-sentações coletivas na civilização pós-indus-trial, as novas tecnologias na construção dacidadania, cultura e comunicação no desen-volvimento latino-americano, cidadania mi-diatizada, as biotecnologias e a construçãosocial de um corpo perfeito e elementos paraa crítica do pensamento tecnológico. A coor-denação do Seminário é dos professores AnaCarolina Escosteguy, Juremir Machado da Sil-va e Cristiane Freitas.

Estudioso daliteratura é atração

de evento

AFaculdade de Letras promoveu,em outubro, o 6º Seminário In-ternacional de História da Lite-

ratura. O evento contou com a presençade um dos principais nomes dos estudosliterários mundiais: Hans Ulrich Gum-brecht, professor de literatura compara-da da Universidade Stanford, EUA. Seutrabalho abrange áreas diversas, indo doteatro medieval à história da televisão.Também incorpora paradigmas teóricos aexemplo da gramática gerativa, históriados conceitos, sociologia fenomenológi-ca, teoria geral dos sistemas e teoria bio-lógica da autonomia. No evento, ele par-ticipou da abertura e ministrou a confe-rência Devemos continuar a escrever“Histórias da Literatura” no século 21?.

O Seminário foi organizado em me-sas-redondas, sessões de comunicaçãoe workshops, com a participação de es-tudiosos de diversos países. Eles discuti-ram experiências e trabalhos na área.Entre os temas abordados estiveram osNovos suportes para a escrita da histó-ria da literatura, Erico Verissimo na trilhada história e Novas teorias, escrita reno-mada. A coordenação ficou a cargo dadiretora da Faculdade de Letras daPUCRS, Maria Eunice Moreira, com aparticipação de outros professores daUniversidade.

CONGRESSO INTERNACIONALDE EDUCAÇÃO FÍSICA

reúne especialistas

Engenharia de Produçãotem encontro nacional

OEncontro Nacional de Engenharia de Produção ocorreu de 29 de outubro a 1º de no-vembro, focalizando o tema A Engenharia de Produção e a Universidade Empreende-

dora. A Faculdade de Engenharia foi responsável pela organização do evento, que reuniu nú-mero superior a 2,5 mil participantes. Também houve atividades no Parque Esportivo.

O1º CongressoInternacio-

nal de Edu-cação Física reuniu,em outubro, especia-listas de diversas áre-as, como educadoresfísicos, nutricionistas,fisioterapeutas e mé-dicos do esporte. Maisde 1,5 mil pessoasparticiparam de cur-sos, palestras e ofici-nas, atividades reali-zadas no Prédio Poli-esportivo da Universi-dade. No mesmo local,ocorreu a 1ª Feira de Equipamentos, MateriaisEsportivos e Serviços.

Marcaram presença no evento algumaspersonalidades internacionais, como o croataDubravko Ratkajec, instrutor de fitness emacademias na Alemanha, responsável pela

organização do curso Step para iniciantes eavançados, e o argentino Fabian Mariotti, pro-fessor do Programa de Pós-Graduação emEducação da Universidade do Contestado,que falou a respeito do Circuito de recreaçãoe jogos cooperativos.

Programação contou com profissionais de diversas áreas

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SAÚDE

16 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

Os Serviços de Hemodinâmica, Cirur-gia Cardíaca e Cardiologia Pediátri-

ca do Hospital São Lucas (HSL) rea-lizaram recentemente três procedimentos defechamento de defeitos cardíacos congênitossem a necessidade de cirurgia. A nova técni-ca deverá expandir-se quando passar a sercoberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS).Uma das principais vantagens é que o paci-ente pode voltaràs atividades nor-mais em poucosdias sem correr osriscos de umaoperação.

Grande partedos defeitos car-díacos pode sercorrigida por meiode cateteres. Op r o c e d i m e n t oconsiste em obs-truir o local ondehá uma falha naparede que separaas cavidades docoração. O chefedo Serviço de He-modinâmica, Pau-lo Caramori, expli-ca que o tubo por-ta um aparelhooclusor, que servepara fechar aabertura. Feito de

metal especial, flexiona-se como uma mola.Ao ser introduzido pela perna do paciente, ficacomprimido dentro do cateter. Quando posi-cionado na cavidade do coração é pressiona-do para se expandir e fechar a parede. Segun-do o cardiologista Flávio Velho, que atendeuos três pacientes que passaram pelo procedi-mento, na correção de defeitos congênitossem cirurgia o mais comum é abrir vasos e

válvulas fechados.Obstruir paredesdo coração aber-tas é a novidade.

Dois dos paci-entes submetidosà intervenção es-tavam com o co-ração dilatado de-vido ao defeitocardíaco. A tercei-ra pessoa tinhaum pequeno orifí-cio no coração(forâmen oval).Ela sofreu um der-rame cerebral e ofechamento foinecessário paranão haver recor-rência. Importantena vida fetal, o fo-râmen oval emgeral desaparecena vida adulta.Mas entre 25 a

DEFEITO CARDÍACOcorrigido sem cirurgia

RADIOTERAPIA INTRA-OPERATÓRIA BENEFICIA MULHERES

OCentro de Mama do Hospital São Lu-cas realizou este ano a cirurgia de

número 50 associada à radioterapiaintra-operatória para o tratamento de mulhe-res com câncer de mama. Introduziu a técnicade forma pioneira no Brasil em janeiro de2004. Segundo o professor e coordenador doCentro, Antônio Frasson, a experiência estásendo excelente. “Nenhum caso de recorrênciafoi observado até o momento.” O procedimentoé feito em mais três centros no Brasil: Hospi-tais Sírio Libanês e Albert Einstein e Centro deOncologia Campinas, todos em São Paulo.

Reduzir as chances do aparecimento deum novo tumor e permitir que a radioterapiapossa ocorrer durante o procedimento cirúrgi-co são algumas das vantagens. “Buscamos,com a mesma eficácia, substituir as seis se-manas de tratamento com a radioterapia ex-terna por 15 minutos a mais de cirurgia utili-zando a radioterapia intra-operatória”, afirmaFrasson.

Devido à dificuldade de acesso a essetratamento complementar, muitas mulheresoptam por retirar a mama mesmo tendo apossibilidade de conservá-la. A distância a

que residem dos centros de radioterapia con-tribui para essa decisão. “Esse trabalho éadequado para o Brasil, pois temos poucoscentros. Com a técnica, a alta hospitalar ocor-re, em geral, no dia seguinte à operação.” Noentanto, o médico faz um alerta: “A técnicanão se aplica a todos os casos. Pode ser utili-zada apenas nas mulheres com mais de 45anos que apresentam tumores pequenos,quando a mama pode ser conservada”. Infor-mações no Centro de Mama (Av. Ipiranga,6690, 3º andar) ou pelo telefone (51) 3320-3000, ramal 2298.

Os defeitos cardíacos podem sercardiopatias congênitas. Ocorremquando há comunicação entre os doisátrios (câmara que dá entrada a outraestrutura ou órgão), conforme a figura.Com o problema, o sangue oxigenadoque deve seguir para a corrente sangüí-nea volta para o outro lado do coraçãoe se mistura com o não-oxigenado. Emgeral as complicações, como insufi-ciência cardíaca, hipertensão pulmonar(pressão alta nas artérias do pulmão) eembolia cerebral, aparecem na vidaadulta. O problema é diagnosticadopela ecografia transesofágica.

Entenda melhor

Cateter porta oclusor que se flexiona

30% da população não se fecha. SegundoFlávio Velho, o fechamento é indicado somen-te quando há complicações.

Participou da realização do procedimentoo diretor clínico do Hospital Cardio Barra doRio de Janeiro, Francisco Chamié. A Hemodi-nâmica costuma convidar especialistas paraa troca de informações em caso do uso denovas tecnologias.

Fotos: Divulgação

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Incentivo a estudoscom células-tronco

OMinistério da Ciência e Tecnologia,por meio do CNPq, financiará pes-

quisas relacionadas ao desenvolvi-mento de procedimentos terapêuticos inova-dores em terapia celular. Dos projetos aprova-dos no edital, 10% têm a participação daPUCRS, dois são coordenados pela Universi-dade e dois realizados em colaboração comoutras instituições. Os estudos englobam as-pectos básicos, ensaios experimentais comanimais e casos clínicos. Todos são realizadoscom células-tronco autólogas (obtidas damedula óssea do próprio paciente ou do ani-mal). O prazo de conclusão é de dois anos apartir do recebimento da verba.

O projeto Transplante de células-troncoda medula óssea para tratamento do proces-so neurodegenerativo induzido por epilepsiatemporal experimental, é coordenado peloneurologista Jaderson Costa da Costa, diretordo Instituto de Pesquisas Biomédicas (IPB) daPUCRS. Começará com pesquisas experimen-tais em modelos de animais de lesões neuro-lógicas progressivas no cérebro e na medula.Será enfocada a epilepsia temporal, em quehá processo de degeneração expressiva. Partesignificativa dos pacientes evolui para o qua-dro de perda de memória, tem crises que nãosão controladas com medicamentos e precisapassar por cirurgia. Dados preliminares deestudos do IPB demonstram que o transplantede células-tronco no hipocampo dos animaisdiminui o número de crises epilépticas.

Coordenado pelo especialista em cirurgiada mão e microcirurgia e professor da Facul-dade de Medicina Jefferson Luis Braga da Sil-va, o projeto Utilização de células-troncoadultas no tratamento de cicatrizes queloidi-

anas e de lesões nervosas periféricas propi-ciará a continuidade dos estudos clínicos rea-lizados desde 2002 na PUCRS. A novidadeserá a cultura celular com o objetivo de obtercélulas da medula óssea específicas, que sediferenciem mais em nervo. A perspectiva éde melhorar os resultados nos pacientes. Oestudo começará com modelos experimentais.A parte clínica será realizada no segundo anoda pesquisa. O projeto também inclui o trata-mento de cicatrizes queloidianas (as de peleque têm má qualidade estética).

Braga Silva e a professora da Faculdadede Medicina Denise Cantarelli Machado, tam-bém do Centro de Terapia Celular do IPB, par-ticipam da pesquisa coordenada por João An-tonio Pegas Henriques, da UFRGS. O Estudodos mecanismos de reparação de DNA e deremodelagem de cromatina associados aoprocesso de transdiferenciação de células-tronco mesenquimais humanas investigaráos mecanismos que fazem com que as célu-las se diferenciem. Denise lembra que hápoucos trabalhos na área básica. Jaderson daCosta completa que no caso das células-tron-co a aplicação clínica trouxe evidências antesque tivessem sido feitas pesquisas básicas.

A PUCRS integra ainda, sob a responsabili-dade do neurologista Maurício Friedrich, a pes-quisa coordenada por Rosalia Mendez-Otero,da Universidade Federal do Rio de Janeiro, so-bre Terapia celular pelo transplante autólogode células-tronco de medula óssea em paci-entes com acidente vascular cerebral (AVC)isquêmico. Participam as Universidades Fede-ral da Bahia e Estadual de Campinas. Cadacentro contará com verba para procedimentosem 20 pacientes com AVC em fase aguda.

Congressoreúne

especialistasDe 10 a 12 de novembro o Centro

de Terapia Celular do Instituto de Pes-quisas Biomédicas da PUCRS realiza o1º Congresso Brasileiro de Células-Tronco: Realidade e Perspectivas, noteatro do prédio 40. O último dia serádedicado à comunidade em geral, comlinguagem mais acessível. O eventoterá como presidente de honra o coor-denador do Instituto do Milênio de Bio-engenharia Tecidual, Ricardo Ribeirodos Santos, que proferirá a conferênciade abertura no dia 10, às 9h. A progra-mação conta com apoio do Instituto deCardiologia, Fapergs, Capes e CNPq.

PROGRAMAÇÃO

DIA 10/119h – Células-tronco em hepatopatias crônicas10h – Células-tronco: características e po-

tenciaisObtenção e preparoCélulas-tronco da medula óssea:biologia e emprego em terapia celu-lar e bioengenharia de tecidosBiomateriais: osteoindução ou osteo-condução?

13h30min – Células-tronco na Cardiologia:onde estamos e para onde vamos?14h10min – Implante de mioblastos naCardiologia: uso isolado ou co-cultura comcélulas-tronco?14h50min – Qual o presente e futuro dostransplantes convencionais15h10min – Terapia celular: do laboratóriode pesquisa à beira do leito do paciente16h45min – Qual a melhor via de adminis-tração?18h – Solenidade de Abertura

DIA 11/118h – Evidências experimentais e clínicas daterapia com células-tronco14h – Transplante de células-tronco: pre-sente e futuro14h30min – Expressão diferencial de genesem células15h15min – Alteração no DNA durante a di-ferenciação de células-tronco16h30min – Células-tronco de cordão17h – Transplante de Células-tronco em do-enças auto-imunes17h30min – Entrega do prêmio ao melhortrabalho18h – Cultura de células-tronco

DIA 12/118h – Co-responsabilidade dos meios de co-municação na divulgação dos avanços cien-tíficos10h – Células-tronco: ética, pesquisa e tra-tamento

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SAÚDE

18 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

EQUIPES ESPECIAIS ACOMPANHARÃO ATLETAS

Um projeto interdisciplinar pode faci-litar a vida dos atletas das equipesuniversitárias da PUCRS. A proposta

é fazer com que grupos de estudantes decursos como Fisioterapia, Medicina, Enfer-magem, Educação Física e Nutrição acom-panhem treinos e jogos das equipes. Um dosobjetivos é possibilitar vivências aos alunosem ações na prevenção de lesões, avalia-ções nutricionais, atendimentos emergenci-ais, apoio em quadra durante as competi-ções e, quando necessário, acompanhamen-

tos médico, nutricional, fisioterapêutico e deenfermagem.

Os atletas serão examinados pela equipede estudantes sob a coordenação da profes-sora Raquel Dias, da Nutrição, e terão suasaúde em geral avaliada pelos alunos do cur-so de Enfermagem, coordenados pela pro-fessora Karin Vargas. Também haverá análi-se postural, de força muscular e de flexibili-dade, com a equipe da Fisioterapia ou Edu-cação Física, acompanhados pelos profes-sores Rogério Voser e Adriana Moré Pacheco.

Segundo a professora Adriana, o cursode Fisioterapia ampliará suas atividades aca-dêmicas, inclusive em disciplinas relaciona-das à fisioterapia desportiva, visando à pre-venção de futuras lesões e à reabilitação dosatletas, se necessário. “Além dessas ativi-dades, os estudantes poderão realizar proje-tos de pesquisa em comum, pois trata-se deuma base de dados muito rica para a produ-ção científica”, observa. O projeto está embusca de patrocinadores, mas a previsão éque se inicie no próximo ano.

HSL terá Centrode Pesquisa Clínica

O Hos-pi ta lS ã o

Lucas (HSL) daPUCRS foi oúnico ligado aoensino privadodo Brasil sele-cionado pelosMinistérios daCiência e Tec-nologia e daSaúde para re-ceber, por meioda Financiadorade Estudos eProjetos (Fi-nep), apoio fi-nanceiro para acriação de umCentro de Pes-quisa Clínica.No total foram14 contempla-dos distribuídospelo País, quedeverão integrar a Rede Nacional de Unida-des de Pesquisa Clínica em Hospitais de En-sino. O projeto apresentado pelo HSL foi co-ordenado pelo professor Carlos Eduardo Polide Figueiredo.

O diretor clínico e acadêmico do HSL, pro-fessor Carlos Cezar Fritscher, acredita que aescolha se deve principalmente à credibilida-de e qualidade das pesquisas realizadas noHospital, à tradição da Universidade e ao tra-

balho eficiente epioneiro do Co-mitê de Éticaem Pesquisa daPUCRS, criadohá 15 anos.

Os centrosde pesquisa clí-nica realizam oschamados en-saios clínicos,que fazem partedo processo deaprovação e re-gulamentaçãode medicamen-tos. Quando sequer lançar umremédio novoou descobrir ou-tras proprieda-des de alguns jáconhecidos, osfabricantes ne-cessitam testá-los em pacien-

tes, utilizando centros de pesquisas em dife-rentes lugares do mundo. Isso é feito, pois pa-cientes europeus, por exemplo, podem reagirde maneira diferente dos brasileiros devido àvariabilidade genética da população.

Em 1996, o Brasil regularizou esses en-saios que são fiscalizados pela Comissão Na-cional de Ética em Pesquisa (Conep). O HSL éum dos que mais têm feito esse tipo de estu-do no País, com 110 projetos em andamento

atualmente. As áreas mais pesquisadas noHospital são as de pneumologia, cardiologia,oncologia, neurologia e geriatria.

Os pacientes que participam das pesqui-sas geralmente já consultam no HSL e devematender a rigorosos critérios. Eles recebem asinformações sobre a pesquisa, benefícios epossíveis riscos. Caso concordem, assinamum termo de consentimento. Em casos maisraros, são publicados anúncios na imprensa.Para que sejam feitos, os testes precisam seraprovados pela Conep e pelo Comitê de Éticaem Pesquisa da PUCRS.

A partir do primeiro semestre de 2006,graças ao financiamento, o Hospital terá umlocal mais amplo e específico para o atendi-mento, com 350m2. Haverá ambulatórios paraatendimentos, quartos para pacientes queprecisem ficar em observação, além de umlugar para os arquivos, sala de espera, se-cretaria e sala de monitoria. “Esse Centrorepresentará melhores condições aos paci-entes e pesquisadores, possibilidade de maisestudos e publicação de trabalhos. É umainiciativa importante para a população em ge-ral, os pacientes, os pesquisadores e o nos-so Hospital”, observa Fritscher.

Hospital integra rede nacional

Medicamentos serão testados

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CIÊNCIA

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 19

ODiretor do Museu de Ciências e Tec-nologia (MCT) da PUCRS Jeter Jor-

ge Bertoletti vai receber, no dia 10de novembro, o Prêmio Kalinga 2005 para aPopularização da Ciência, concedido pelaUNESCO. Isoladamente, ele é o terceiro brasi-leiro a ser agraciado com a distinção. A entre-ga ocorrerá durante o Fórum Mundial de Ciên-cia, na cidade de Budapeste (Hungria). O pro-fessor ganhará também a medalha UnescoAlbert Einstein. Além disso, convidado pelogoverno da Índia, deverá proferir conferênciasnas principais universidades do País.

A indicação do nome de Bertoletti para o

JeterBertolettiVinculado à PUCRS desde 1961,

bacharel e licenciado em História Na-tural, doutor em História Natural e Li-vre Docente em Biogeografia, Jeter Ber-toletti é um ativo professor e pesqui-sador. Idealizou e implantou váriosgrandes projetos para a Universidade,entre os quais o Museu de Ciênciase Tecnologia (MCT), o Museu Itine-rante (PROMUSIT), a Escola-Ciência(PROESC), com o auxílio da Organiza-ção VITAE, e o Pró-Mata – Centro dePesquisas e Conservação da Nature-za. O MCT, espaço interativo com22.000 m², recebeu, de dezembro de1998 a outubro de 2005, mais de1.200.000 visitantes. Suas coleções,iniciadas com o acervo particularde Bertoletti, hoje alcançam númerosuperior a 5 milhões de peças. OPROMUSIT, ao longo de 286 dias deatividades, já visitou 68 cidades, in-cluindo Brasília, Rio de Janeiro e Cha-pecó, atendendo cerca de 1.500.000pessoas. Entre outras atividades, oprofessor Bertoletti é também consul-tor de Ministérios e integra o Comitêde Divulgação Científica do CNPq.

Diretor do MCT recebeDiretor do MCT recebePRÊMIO DA UNESCO

Prêmio, ao qual concorrem personalidades detodo o mundo, partiu do professor Schuch, daUniversidade Federal de Santa Maria, rece-bendo o apoio da SBPC e de inúmeras insti-tuições nacionais e internacionais.

A distinção, criada em 1952 com recursosda Fundação Kalinga (Índia), teve como pri-meiro agraciado o Prêmio Nobel de 1929,Louis de Broglie, da França. Entre os distin-guidos com o Kalinga, outros seis já recebe-ram o Nobel: Bertrand Russel (1950), Sir Pe-ter Medawar (1960), Nicolai G. Basov e DavidSuzuki (1964) Karl von Frisch (1973) e KonradLorenz (1973).

Nova espécie de peixeé descrita para a ciência

Os fósseis do Museu de Ciências e Tecnologia(MCT) geraram, nos últimos 23 anos, 12

espécies novas para a ciência. A mais re-cente delas ocorreu este ano com a descoberta deum peixe fóssil: Roslerichthys riomafrensis. Os mate-riais-tipo, exemplares únicos utilizados na descriçãodessas novas espécies, ficam depositados na cole-ção de paleontologia do MCT. Assim, um dos únicos emais completo dinossauro do Rio Grande do Sul, Sa-turnalia tupiniquim, foi encontrado e descrito pelaequipe do Laboratório de Paleontologia e pertence àcoleção do MCT. As demais espécies descritas ao longodesses anos, pertencem a diferentes grupos taxonô-micos como peixes, répteis e mamíferos. Ao lado, alista dos materiais-tipo da coleção do MCT.

DETERMINAÇÃO

Ellimichthys maceioensis Malabarba et al., 2004,holótipoRoslerichthys riomafrensis Hamel, 2005, holótipoCooleyella amazonensis Duffin et al., 1996Aetosauroides subsulcatus, parátipoBarberenasuchus brasiliensis Mattar, 1987Exaeretodon riograndensis Abdala et al., 2002,holótipoProbelesodon kitchingi Teixeira, 1982Proterochampsa nodosa Barberena,Saturnalia tupiniquim Langer et al., 1999Luangwa sudamericana Abdala & Teixeira, 2004Charruodon tetracuspidatus Abdala & Ribeiro, 2000Noronhomys vespuccii Carleton & Olson, 1999,holótipo e ~40 parátipos

NÚMERO DECATÁLOGOMCP 4039-PV

MCP 4179-PVMCP 3384-PVMCP 13-PVMCP 220-PVMCP 1522-PV

MCP 1600-PVMCP 1694-PVMCP 3844-PVMCP 3167-PVMCP 3934-PVMCP 3460-PV

GRUPOTAXONÔMICOPeixe

PeixePeixe (tubarão)Reptilia, ArcossauroReptilia, ArcossauroReptilia, Cynodontia

Reptilia, CynodontiaReptilia, CynodontiaReptilia, DinosauriaReptilia, CynodontiaReptilia, CynodontiaMamífero

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EM FOCO

20 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

PUCRS apresenta resultadosda AUTO-AVALIAÇÃO

O processo de Auto-Avaliação Institucional da PUCRS – 2005 foi concluído,apresentando importantes dados que subsidiarão o planejamento estratégico da Universidade

e ajudarão a conhecê-la melhor. Veja alguns dos principais resultados:

Nos meses de maio e junho deste anoalunos, professores e funcionários partici-param da avaliação, por meio de dois ins-trumentos: uma pesquisa quantitativa on-line de satisfação (10.663 pessoas da co-

munidade acadêmica responderam) e pes-quisas qualitativas, em que comissões sereuniam, em cada Unidade, para discutir as-pectos da vida universitária.

Para o desenvolvimento do processo, a

PUCRS contou com o trabalho de mais de150 pessoas distribuídas entre as comis-sões Própria, Técnica e Setoriais de ava-liação. Os resultados foram apresentadosem outubro à comunidade acadêmica.

O PROCESSO

Resultados qualitativos Resultados quantitativos – algumas potencialidades e fragilidadesResultados qualitativosAlgumas potencialidadesImagem positiva da PUCRS, reconhecidapela comunidade interna e externa.Valorização da religiosidade, da fraternida-de, da solidariedade, do ideal marista e daintegração entre os membros da comunida-de acadêmica.Autonomia das Unidades para propor práti-cas e inovações.Condições favoráveis para o desenvolvi-mento e a divulgação da pesquisa e dasproduções científicas.Museu de Ciências e Tecnologia como refe-rência em pesquisa, com importante e di-versificado acervo.Benefícios a professores, funcionários e de-pendentes diretos, como descontos emmensalidades.Excelência e qualidade no cuidado e na manu-tenção, conservação e segurança dos Campi.Algumas fragilidadesPouca disponibilidade de horários livrespara estágios e atividades complementares,principalmente para alunos que precisamtrabalhar.Insuficiente integração entre graduação epós-graduação.Poucos espaços para estudos de alunose professores, para atendimento individualde alunos, convivência, lazer e confraterni-zação.Baixo percentual de professores com dedi-cação exclusiva.

Resultados quantitativos – algumas potencialidades e fragilidades81,3% dos respondentes estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a imagem externa da PUCRS.77,2% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a PUCRS como um todo.

CAMPUS CENTRAL75% ou mais dos respondentes, em cada caso, estão satisfeitos ou muito satisfeitos em relação aoMuseu de Ciências e Tecnologia (92%), à conservação e limpeza do Campus (90%), ao Parque Espor-tivo (85,6%), ao site da PUCRS (83,8%), ao sistema de consulta on-line da Biblioteca Central(80,3%), ao Centro de Eventos (80,2%), ao acesso às informações acadêmicas (79,3%), à revistaPUCRS Informação (78%) e ao Tecnopuc (77,4%).25% ou mais dos respondentes, em cada caso, estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos em relaçãoao custo dos documentos (60,3%), ao Restaurante Universitário (41,4%, dado obtido antes da inau-guração do novo RU), ao funcionamento do estacionamento (31,5%) e às salas de estudo (30,4%).

CAMPUS URUGUAIANA75% ou mais estão satisfeitos ou muito satisfeitos em relação à conservação e limpeza interna dosprédios (87,9%), política de salários dos professores (87,7%), política de benefícios – plano de saúdee previdência privada (84,5%) e número de alunos em sala de aula (82,9%).25% ou mais estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos em relação ao transporte coletivo urbano(64,1%), custo dos documentos (60,6%), telefones públicos (42,1%) e número de exemplares portítulo pesquisado na biblioteca (35,2%).

CAMPUS VIAMÃO75% ou mais estão satisfeitos ou muito satisfeitos em relação ao Museu de Ciências e Tecnologia(90,5%), programa de capacitação docente (88,5%), conservação e limpeza interna do prédio(85,7%), equipamentos de informática (80,7%), revista PUCRS Informação (86,6%), setor de recep-ção e informação (81,6%) e Hospital São Lucas (77,9%).25% ou mais estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos em relação aos terminais de atendimento ban-cário (35,3%), infra-estrutura de formaturas (29%), salas de aula (34%) e atualização do acervo naBiblioteca (25%).

PUCRS ZONA NORTE75% ou mais estão satisfeitos ou muito satisfeitos em relação aos laboratórios e salas especiais(88,3%), atendimento da Gerência de Recursos Humanos (86,1%), boletim PUCRS Notícias (82,4%),site da Unidade (81,7%), conservação e limpeza interna dos prédios (81,6%) e revista PUCRS Infor-mação (81,2%).25% ou mais estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos em relação aos terminais de auto-atendimentobancário (75,4%), transporte coletivo urbano (52,9%), acesso a portadores de necessidades especiais(46,8%) e número de exemplares por título na Biblioteca (41,6%).

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 21

TECNOLOGIA

INCUBADORA COMPLETA DOIS ANOS

No dia 10 de novembro, a Raiar In-cubadora de Empresas da PUCRSfesteja o seu segundo aniversário.

Na ocasião, duas empresas receberão o cer-tificado de graduadas, a Telemon e a Worbi(que entraram em novembro de 2003 naRaiar). Passaram pelo processo de incuba-ção, alcançando desenvolvimento suficiente

para serem habilitadas a sair da Incubado-ra. A Raiar conta no momento com dezincubadas e seis empresas associadas. Asincubadas desenvolvem produtos ou servi-ços inovadores e recebem apoio técnico,gerencial e financeiro. As associadas utili-zam a infra-estrutura e os serviços ofereci-dos pela Incubadora sem ocupar espaço

físico, mantendo vínculo formal.Três professores da PUCRS (Eduardo Be-

zerra e José Wagner Kaehler, da Engenharia,e César Marcon, da Informática) e 14 alu-nos ou ex-alunos são empresários na Raiar.Como estagiários ou bolsistas nas empre-sas incubadas há 49 estudantes da Univer-sidade.

OParque Tecnológico da PUCRS (Tec-nopuc) terá um Centro de Pesqui-

sa e Desenvolvimento (P&D) quepermitirá a instalação do dobro das empre-sas atuais. Hoje são 42 empreendimentosinstalados e associados. O investimento pos-sibilitará a criação de, no mínimo, 3 mil pos-tos de trabalho, além dos 2,2 mil existentes.Os empreendimentos serão abrigados numprédio de 15 andares, com 18 mil m² de áreaconstruída. As obras começarão no início de2006 e têm término previsto para 2007. Oprédio ficará localizado próximo à entrada doParque.

O projeto para a concretização do Centrode P&D recebeu verba da Financiadora deEstudos e Projetos (Finep), do Ministério daCiência e Tecnologia. O planejamento come-çou com a identificação das demandas dosparceiros do Parque. Foram convidados o go-verno do Estado, por meio da Companhia deProcessamento de Dados do RS (Procergs), aPrefeitura Municipal, com o Centro de Proces-samento de Dados (Procempa) e SecretariaMunicipal da Produção, Indústria e Comércio,Assespro, Softsul e Abinee, além de represen-tantes das empresas que integram o Tecno-

puc, de algumas Faculdades e da Pró-Reito-ria de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS.

A fase agora é de negociação com os in-teressados em se instalar no prédio. Dissodepende a elaboração do projeto arquitetôni-co e de instalações. As empresas terão de de-senvolver projetos com a PUCRS, oferecerbolsas aos alunos da Universidade e arcarcom a locação. Os empreendimentos que de-verão instalar-se são de tecnologia da infor-mação, saúde e biotecnologia, eletroeletrôni-ca e fontes alternativas de energia.

Do 4º ao 12º andar, áreas modulares po-derão abrigar negócios de pequeno, médio egrande porte. O prédio terá serviço de recep-ção, salas e auditórios de uso comum. Do úl-timo andar, haverá vista privilegiada do Cam-pus e da cidade. “O principal atrativo para asempresas é a proximidade com a massa crí-tica da Universidade, onde podem identificarfuturos bons profissionais e contar com aqualificação do corpo docente e de pesquisa-dores”, destaca o coordenador de Negocia-ções da Agência de Gestão Tecnológica (AGT),David Johnston, também professor da Facul-dade de Administração, Contabilidade e Eco-nomia.

Nos seus três anos de funcionamento, oTecnopuc amplia a relação com as empresaspor meio do desenvolvimento de projetos eoferece oportunidades aos alunos. Para o di-retor da AGT, Ricardo Bastos, professor da Fa-culdade de Informática, mudaram muito asrelações entre a Universidade e as empresas,fazendo com que o ensino não fique dissoci-ado da realidade. “A qualidade do corpo do-cente é fundamental para o sucesso dos pro-jetos. Os alunos podem ingressar no mundoprofissional mais cedo e envolverem-se como estudo de casos reais”, afirma. A AGT égestora do Tecnopuc.

Em 2004, o Tecnopuc recebeu o título deParque Tecnológico do Ano, conferido pela As-sociação Nacional de Entidades Promotorasde Empreendimentos Inovadores (Anprotec).A sua repercussão nacional e internacionalfica constatada pelo número de visitantes in-teressados em conhecer o modelo de gestãoe o funcionamento.

Outro empreendimento que deverá serconcluído em janeiro receberá operações daDell, Stefanini, CPM e Processor. O prédio deseis andares fica ao lado da atual constru-ção destinada à Dell.

TECNOPUC ampliaránúmero de empresasTECNOPUC ampliaránúmero de empresas

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TECNOLOGIA

22 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

SIEMENS tem operaçãono Parque Tecnológico

APUCRS é a única representante doBrasil numa atividade desenvolvidacom a Siemens e outros seis insti-

tutos de pesquisa e universidades dos Esta-dos Unidos, Irlanda, Alemanha e Índia. Deno-minado Global Studio Project (GSP), o traba-lho é realizado junto à Faculdade de Infor-mática (Facin), com foco na engenharia desoftware e estudo da técnica para desenvol-ver os programas de maneira global. Paratanto, um grupo de professores, alunos degraduação, mestrado e doutorado da Facinestá atuando numa área reservada ao projetono Parque Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc).

A PUCRS foi escolhida entre dez universi-dades brasileiras analisadas. A infra-estrutu-ra do Tecnopuc e a experiência em desenvol-vimento de software para outras grandes em-presas foram alguns dos motivos que pesa-ram para a decisão.

O processo de desenvolvimento de umsoftware é feito em conjunto pelas equipes,seguindo orientações do laboratório SiemensCorporate Research (SCR). As tarefas são de-batidas e divididas entre os participantes.Para o contato com as equipes do exterior,são realizadas reuniões por tele e videocon-ferências, além da comunicação via e-mail

DBSERVER COMPROMETIDA COM A UNIVERSIDADE

Aparceria entre a PUCRS e a DBServertem trazido benefícios para estudan-tes da Universidade. Desde que se

instalou no Parque Tecnológico da PUCRS(Tecnopuc), em 2004, a empresa envolveu-seem diversas atividades acadêmicas, além depromover a contratação de universitários,conciliando oportunidades de estágios, em-pregos, e a oferta de bolsas de estudo de gra-duação e de pós-graduação. Do total de 14bolsas que a DBServer disponibiliza, 12 estãodesignadas para a PUCRS, sendo dez paraalunos de graduação da Faculdade de Infor-mática e duas de mestrado.

São realizadas ações em parceria, comoworkshops e seminários. Atualmente, váriosprojetos estão sendo conduzidos, como a Pla-taforma de Serviços Móveis (PSM), com oobjetivo de criar um “ecossistema” de am-bientes integrados por serviços e informa-

ções em tempo real ecom mobilidade. Ini-cialmente, a rede seráinstalada no CampusCentral, onde a comu-nidade poderá rece-ber, em dispositivoscomo celulares, note-books ou palmtops,informações persona-lizadas, de acordocom seus interesses.Será possível tambémrealizar serviços comopagamentos e impressões de documentos re-cebidos em determinadas centrais.

Outro projeto é o GerpavGRID, que prevêo desenvolvimento de uma aplicação de gra-de para a gerência de pavimentos da cidadede Porto Alegre e a implantação de uma gra-

de que suporte a execução dessas aplica-ções de geoprocessamento. O GerpavGRIDdeverá orientar os investimentos em conser-vação e manutenção dos pavimentos da viaspúblicas da cidade, visando à otimização daaplicação dos recursos.

e por outras ferramentas nainternet.

Segundo o coordenador doprojeto na PUCRS, professorPaulo Fernandes, as vanta-gens para os alunos e pesqui-sadores da Universidade sãomuitas: “Para os estudantes éuma oportunidade ímpar. Alémda remuneração, participamde reuniões com estudantes eprofissionais do exterior. Elesestão se preparando para en-trar nesse mercado global”,afirma, lembrando que a ini-ciativa favorece a troca entrepesquisadores de alto nível.Fernandes também acreditaque a partir desse projeto podem surgir outrasparcerias futuras com a empresa.

As outras instituições participantes sãoas universidades de Carnegie-Melon, Mon-mouth e Harvard, dos EUA, de Limerick, daIrlanda, Técnica de München, da Alemanha, eo Instituto Internacional de Tecnologia da In-formação Bangalore, da Índia. A Universidadede Harvard participará apenas na parte deavaliação do processo, como dificuldades cul-

Alunos e pesquisadores tratam com unidades do exterior

Empresa oferece estágios e bolsas

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turais e de comunicação, fuso horário, entreoutros aspectos, e como eles influenciam notrabalho.

A Siemens é uma das empresas líderesdo mercado eletroeletrônico brasileiro, atuan-do há 100 anos no país com atividades nossegmentos de automação e controle; teleco-municação; geração, transmissão e distribui-ção de energia; medicina; transporte metro-ferroviário e iluminação.

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 23

Inaugurado Centrode Design do CeitecOCentro de Excelência em Tecnolo-

gia Eletrônica Avançada (Ceitec)instalou parte dos seus trabalhos

no prédio 93 do Parque Tecnológico da PUCRS(Tecnopuc). O Centro de Design executará oprojeto de circuitos integrados (chips). Ostrabalhos também são desenvolvidos naUFRGS. Ambas as instalações são provisó-rias. O Ceitec terá unidade no Bairro Lombado Pinheiro, que deverá entrar em funciona-mento no final de 2006. A sala limpa para aprodução de chips está prevista para 2007.

O professor da Faculdade de Informáti-ca (Facin) da PUCRS e conselheiro titulardo Ceitec pela Universidade, Fernando Mo-raes, explica que, apesar de provisórias, asestruturas permitirão o andamento dos tra-balhos. Também projeta que, pela proximi-dade, a PUCRS poderá desenvolver projetosconjuntos com o Ceitec. Como coordenadordo curso de Engenharia de Computação,Moraes convidará integrantes do Centro aministrarem palestras para alunos no finalde curso.

O Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Gradua-ção, Jorge Audy, diz que a instalação doCeitec no Tecnopuc concretiza uma longanegociação entre a Universidade, o Ministé-rio da Ciência e Tecnologia, a SecretariaEstadual da Ciência e Tecnologia e a Prefei-tura de Porto Alegre no sentido de definir alocalização provisória do Centro de Design eda administração até à conclusão das obras.

“A PUCRS pretende continuar apoiando oprojeto, que é estratégico para o Estado e oPaís.” Audy cita que a Universidade foi con-templada recentemente pela Financiadora deEstudos e Projetos/MCT com três projetosna área de microeletrônica (dois da Facin eum da Física).

Segundo a gerente Edelweiss Ritt, tra-balham no Centro de Design do Ceitec oitoprojetistas (engenheiros), três serão contra-tados em dois meses, há um responsávelpela administração de Infra-Estrutura emInformática e quatro bolsistas de iniciaçãocientífica, alunos da PUCRS e da UFRGS. Ogrupo elabora o projeto (design) de circuitosintegrados, que compreende a especificaçãodos circuitos, etapas de síntese, terminandono desenho físico dos chips (layout). Este éhoje enviado para fabricação no exterior,pois as instalações definitivas não estãoprontas. No momento está sendo atendidaa empresa Altus.

Edelweiss cita que o Ceitec está testan-do sua metodologia por meio de um projetodos professores Moraes e Ney Calazans,também da Facin.

Moraes explica que o Ceitec atende aempresas interessadas no desenvolvimentode circuitos integrados específicos para seusprodutos. Diz que a área é estratégica, poisprodutos eletrônicos necessitam agregar tec-nologia para serem competitivos no merca-do global.

Convênioaproxima

Universidadee Prefeitura

APUCRS e a Prefeitura dePorto Alegre assinaramum convênio “guarda-

chuva”, que poderá ser utilizadopor diversas unidades acadêmicasda Universidade por meio de ter-mos aditivos. O objetivo é desen-volver ações nas áreas de ensino,pesquisa e extensão.

Com a Faculdade de Engenha-ria já estão previstos dois projetos.O primeiro diz respeito à eficiênciaenergética, com o apoio do Grupode Eficiência Energética. O projetopretende auxiliar as secretariasmunicipais com o uso mais eficien-te da energia elétrica e redução deconsumo em escolas, hospitais eiluminação pública, entre outros.

Alunos da Faculdade tambémpoderão fazer trabalhos de conclu-são de curso baseando-se em pro-blemas reais da administração pú-blica.

A Faculdade de Informática jáhavia iniciado um projeto em par-ceria e pode ainda haver outros. Oprojeto GerpavGRID tem como ob-jetivo utilizar grades computacio-nais no monitoramento dos pavi-mentos da cidade, permitindo arealização de análises com os da-dos coletados e simulação de di-ferentes cenários, como condiçõesdo tempo e mudanças no tráfego.O sistema será utilizado pela Se-cretaria Municipal de Obras e Via-ção (Smov).

A equipe de pesquisa é lideradapelo Centro de Pesquisa em AltoDesempenho (CPAD) e Centro deAplicações Paralelas (CAP), da Fa-culdade de Informática, atuandoem conjunto com a UniversidadeFederal de Campina Grande, Pro-cempa, Smov, HP Brasil e DBServer.

Propostas de projetos com ou-tras Faculdades estão sendo estu-dadas.

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UNIVERSIDADE ABERTA

24 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

OPrograma Redes de Cooperação, daSecretaria do Desenvolvimento e

dos Assuntos Internacionais (Sedai)do governo do Rio Grande do Sul, visa a criarno pequeno, médio e microempresário a idéiade parceria, substituindo a concorrência pelacooperação. Dessa forma, possibilita que asempresas dos mais variados setores (serviço,comércio, indústria e sem fins lucrativos) pos-sam enfrentar o mercado de forma competiti-va, procurando obter melhores resultados.Entre as universidades conveniadas ao pro-grama está a PUCRS. Ela oferece consultoria,suporte técnico e infra-estrutura, sem custos,para as organizações participantes. Tambémintegram o projeto a Feevale, Unisc, Unicruz,Unijuí, UCPel, UCS, UFSM, Unisinos e URI.

Os consultores prospectam empresas domesmo segmento com objetivos e interessescomuns para formar uma entidade jurídica

que mantém a independência e individualida-de de cada participante. Segundo Denis Car-raro, coordenador do programa na PUCRS eprofessor da Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia, os trabalhos comessas organizações duram de oito meses aum ano até o lançamento no mercado.

A primeira etapa é realizada pelos técni-cos de cada instituição de ensino superior.Eles fazem a análise de cenário do setor inte-ressado. A partir desses dados, estruturam omodelo de gestão conforme a metodologia doprograma, definindo ações de marketing, ne-gociação, expansão, inovação e gestão. Tam-bém auxiliam os donos dos estabelecimentosna criação de uma marca própria.

A atuação das universidades é divididapor regiões. A PUCRS responsabiliza-se peloLitoral Norte e metropolitana do Delta do Jacuí.Atualmente, faz o acompanhamento de 33 re-

REDES DE COOPERAÇÃOauxiliam empresas

des que envolvem mais de 500 empresas. Osbons resultados já podem ser observados. “Ofaturamento de todas as redes da PUCRS ésuperior a R$ 200 milhões”, afirma Carraro.

Um dos diferenciais do programa feito naUniversidade é a parceria com suas Faculda-des, possibilitando a aproximação dos gradu-andos dos mais diversos cursos. “Alguns alu-nos já desenvolveram os trabalhos de conclu-são nas empresas que integram o projeto”,lembra Carraro.

Quem tiver interesse em participar podeentrar em contato com a PUCRS pelo [email protected] ou telefone (51)3320-3500, ramal 4830. Informações com aCoordenação Estadual do Programa (Av. Bor-ges de Medeiros, 1501 – 17º andar, Porto Ale-gre) pelos telefones (51) 3228-1075 ou3288-1077 e no site www.sedai.rs.gov.br/programas21.html.

Continuar com a estrutura de um micronegócio podendo utili-zar as ferramentas das grandes empresas, além de criar uma mar-ca forte que esteja mais próxima do cliente em várias cidades doRio Grande do Sul, estão entre os principais benefícios constatadospor Luciano Terra, presidente da primeira rede gaúcha de aviamen-tos, tecidos e artesanato, o Crie Mais Brasil. A vontade de partici-par do programa surgiu ao perceber a defasagem do setor em rela-ção a outros segmentos de mercado. Por isso, 22 pequenos vare-jistas uniram esforços para remodelar e informatizar suas lojas,realizar estratégias de marketing e divulgar produtos. A associaçãotem como meta incentivar a criatividade do cliente. “Damos su-gestões de uso para o nosso produto. Em 2006 pretendemos fazera 1ª Feira de Artesanato Crie Mais Brasil, onde também promove-remos cursos mostrando a possível utilização dos materiais”, afir-ma Terra. A meta é chegar ao final de 2006 com 50 lojas.

Incentivar a comunidade na busca por uma melhor qualidadede vida por meio do contato com o verde é a proposta da RedeTerraflor, lançada em setembro na PUCRS. Segundo Luiz Pinheiro,seu presidente, há comprovações de que o convívio com a nature-za relaxa e evita o estresse, muitas vezes curando pessoas eambientes doentes. Com o apoio da PUCRS, nove floriculturas,localizadas em Porto Alegre, Viamão (distante 10km) e Gravataí(23km), conquistaram diferenciais, usando técnicas de gestão emarketing com criatividade. “A parceria nos possibilitou trocaridéias, realizar compras em conjunto e contratar uma agência depublicidade e propaganda”, afirma o empresário. A meta é con-quistar 20 associados até 2006.

Busca pelo desenvolvimentoBusca pelo desenvolvimento Contato com o verdeContato com o verde

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GENTE

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 25

Crianças aprendema nadar brincando

Água para todos os lados, bracinhos eperninhas batendo agitados, sorrisose muita diversão. O curso Nadar

Brincando Baby, promovido pela Faculdade deEducação Física e Ciências do Desporto, estáem sua segunda edição e atrai cada vez maispequenos participantes, que têm entre seismeses e cinco anos. A proposta da atividadeé ensinar natação para crianças de maneiralúdica e descontraída. As aulas ocorrem emduas piscinas térmicas do Prédio Poliesporti-vo da PUCRS aos sábados pela manhã.

As turmas estão divididas em quatro ní-veis de aprendizagem, levando em conta odesenvolvimento psicomotor e a idade. Osalunos do níveis Baby I e II têm entre seismeses e três anos. Um dos pais ou responsá-veis entra com a criança na piscina paraacompanhá-la, motivá-la e passar seguran-ça. Segundo a coordenadora do curso, profes-sora Alessandra Scarton, é importante que opai sinta-se seguro na água para passar se-gurança ao filho.

O trabalho é feito em roda para que o alu-

no aprenda por imitação ao observar os ou-tros. A aula segue uma rotina que utiliza asrodas cantadas, para que associem cadamúsica ao que estão realizando. São feitasatividades que visam à propulsão de pernas,braços, saltos, deslocamentos e mergulhos.Também há o momento em que podem brin-car livremente com algum brinquedo na água.

As crianças que estão no nível III apren-dem a se adaptar ao meio líquido trabalhandoimersão, flutuação e propulsão de pernas.Enquanto isso, as do nível IV, além de todasessas atividades, começam a aprendizagemdo nado crawl e de costas e um pouco do pei-to e borboleta. Os pais não necessitam entrarcom eles na piscina, mas a maioria fica emvolta assistindo, tomando chimarrão e con-versando. É um programa de família.

Gisele Machado acompanha a filha Júlia,de quatro anos, e elogia o horário. “As aulasestão ótimas, muito interessantes. Melhorainda porque ocorrem aos sábados, entãoposso vir com ela e assistir”, registra.

O pai coruja Hugo Telles de Paula não en-tra na água, mas observa com atenção o filhoLeandro, de oito meses, com a esposa LuizaElena. “Sempre os acompanho para curtir jun-to a aula, passar mais tempo com o Leandro eajudar a trocá-lo depois, no banheiro”, conta.

Informações sobre próximas turmas: Pró-Reitoria de Extensão, sala 201 do prédio 40,ou pelo telefone (51) 3320-3680.

Desde outubro, o Parque Esportivo daPUCRS oferece mais uma opção às

comunidades acadêmica e em geral.Ministrada pelo professor Montanha, a Oficinade Capoeira proporciona maior contato com acultura afro-brasileira. No decorrer das aulas,jovens a partir de 12 anos aprendem, além degolpes, vários cantos, como puxada de roda,maculelê, ladainha e quadra. Também tocaminstrumentos como berimbau, pandeiro e ata-baque. O curso mescla capoeira angola e re-gional, compondo um tipo mais completo,como destaca Montanha, cujo instrutor foialuno do Mestre Bimba, criador da modalida-de regional.

O instrutor, 33 anos, pratica o esporte há17, tendo inclusive realizado treinamentos naEuropa, Oriente e Rio de Janeiro. Poucos sa-bem que seu verdadeiro nome é AlexandreTarso. “Até minha mãe me chama de Monta-nha.” O apelido, criado por amigos, deve-seao volume corporal do professor, que integra o

CAPOEIRA VALORIZA CULTURA AFRO-BRASILEIRAgrupo Abadá Capoeira. O objetivoda oficina, segundo Montanha, éuma melhor aceitação e difusãoda modalidade, ao longo da his-tória bastante discriminada.

Para alunos do curso deEducação Física da PUCRS,como Juliano Martins da Silva,de 24 anos, as aulas se tornamuma preparação profissional.Com experiência anterior, conti-nuará aperfeiçoando seus gol-pes, o que poderá ser um dife-rencial em seu currículo. Alunosde outros cursos como DaianeBelotto, 19, e Patrícia Martins daSilva, 21, da Administração, também se sen-tem atraídos pela capoeira e encaram as au-las como uma atividade prazerosa, que mo-dela o corpo de forma dinâmica e divertida.

As aulas são realizadas no Parque Espor-tivo, duas vezes por semana, e ocorrem às

terças e quintas-feiras, das 12h15min às13h45min ou das 17h às 18h30min. Nas se-gundas e quartas-feiras são das 20h às21h30min. Informações complementares pelotelefone (51) 3320-3622 ou pelo site www.pucrs.br/parqueesportivo.

Aulas ocorrem no Parque Esportivo

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26 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

ENTREVISTA

DONALDO SCHÜLER

Reverênciaao pensar

Por Ana Paula Acauan

Oprofessor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCRSDonaldo Schüler, um dos mais

respeitados intelectuais do País, acreditaque as ciências humanas estão retomandoo centro nesta época de incertezas. Daí seexplica o interesse que as humanidades des-pertam mesmo em profissionais de outrasáreas. Diz que está em voga uma revoluçãode cérebros, em que o conhecimento e a cria-tividade têm mais importância, enquanto aRevolução Industrial se baseava no braço.

Teórico da Literatura, Schüler se apro-xima da Filosofia pela atitude frente aomundo: de reflexão, busca da origem dosacontecimentos e consciência do não-sa-ber. “Em todas as circunstâncias vivemosnuma situação nova. Este momento é oque desconheço mais porque não foi vividopor ninguém. Não sei se as medidas queestou tomando agora são adequadas parao que vai acontecer.”

Em plena atividade intelectual e profis-sional, Schüler se diz um ocioso. No senti-do da palavra para os romanos, é alguémque trabalha sem obrigação. Na casa cer-

COMO FOI O SEU RETORNO À SALA DEAULA?

Estou aposentado desde 1990 pelaUFRGS. Não pensava mais em reiniciar acarreira na universidade porque tenho mui-ta atividade, mas o convite me agradou. Noprimeiro semestre trabalhei com mitologia eno segundo com os pensadores originários.A retomada me foi muito útil, pois os alunossão de um nível excelente. O meu método éde diálogo contínuo sobre os problemas quese propõe. Isso é uma lição grega: filosofiase faz conversando. Filosofia não é monólo-go, não é transmissão de conhecimentos,mas criação do pensamento. Levo os queestão comigo a refletirem sobre as ques-tões. Pela filosofia originária, da Grécia,deve ser entendido em primeiro lugar o pro-blema que está sendo discutido. Não seprocura propostas, mas identificar a meto-dologia filosófica sobre as origens. A minhaformação não é de filosofia. Sou teórico daliteratura. Simultaneamente trabalho comliteratura grega.

DAÍ VEM A LIGAÇÃO COM A FILOSOFIA?Na literatura grega não há gêneros. Não

se faz diferença entre épico, lírico e filosófi-co. A filosofia foi aparecendo e se tornouuma disciplina especializada tardiamente,nunca muito bem definida. A minha preocu-pação como teórico da literatura é sabercomo o discurso filosófico se constrói. Con-sidero a filosofia como um dos gêneros lite-rários. A filosofia parte de um não-saber erecai num não-saber. Não é uma posiçãocética em relação ao saber, mas um pontode partida. Diferentemente do discurso ci-entífico, que dá respostas. O papel funda-mental da filosofia é examinar o problemaoriginariamente. Isso marca a filosofia nes-sa situação do gênero literário.

A FILOSOFIA VEM DESPERTANDO MAIORINTERESSE. A QUE SE DEVE ISSO?

É um fenômeno internacional. Por voltados anos 80, no Brasil, por um equívoco, oregime militar resolveu criar uma universi-dade tecnocrática. Estávamos interessadosem ter, de um momento para outro, 100 mi-lhões de técnicos. Algumas escolas técnicasde alto nível foram niveladas com as de-mais. Os alunos que passaram por essa ex-periência notaram que os seus pais e avóssabiam mais do que eles. Nos anos 90 hou-ve um grande interesse pelas atividadeshumanas em todos os níveis. Participo de

cada de árvores e com vista da Zona Nortede Porto Alegre, encontra o ambiente pro-pício para produzir. Na solidão tem condi-ções para refletir – o que acaba sendomais proveitoso nos encontros com outraspessoas, adverte. Sua preocupação é como pensar e levar os alunos a refletir. Osconteúdos estão nas enciclopédias, enfati-za. “Temos de aprender a esquecer. Limpaa cabeça e permite que comecemos a re-fletir.” Quando precisa recorre à sua bi-blioteca de 10 mil livros e à internet.

Nascido em Videira (Santa Catarina)em 1932, recebeu o título de Cidadão dePorto Alegre e a Medalha Negrinho do Pas-toreio, do governo do RS. É bacharel, li-cenciado e doutor em Letras e Livre-Do-cente pela UFRGS e também doutor em Le-tras e Livre-Docente pela PUCRS. Realizouestágio de pós-doutorado na USP. Um dosseus trabalhos que obteve reconhecimentofoi a tradução de Finnegans Wake, doescritor irlandês James Joyce. Publicadono começo dos anos 40, foi escrito em lin-guagem inédita, desafiando leitores e críti-cos. À revista PUCRS Informação, o pro-fessor fala sobre o desafio de trabalhar namais complexa obra da literatura mundial.

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grupos de estudo com profissionais queprocuram locais para discutir humanidades.A disciplina científica é rigorosa. Por concei-to, as ciências humanas não têm rigor.Aquelas pessoas que trabalham com ciên-cia procuram completar a sua formação.Estamos diante de situações imprevisíveis.Os acontecimentos universais se particula-rizam e criam uma conotação própria e co-locam as ciências humanas dentro dessacategoria especial e fundamental. Isso quese observa na filosofia responde a essa in-quietação e está dentro de um âmbito gerale até mercadológico. O número de técnicose cientistas formados é muito superior aoque o mercado de trabalho pode absorver.

O DESAFIO DA UNIVERSIDADE É ENORMECOM A FALTA DE OPORTUNIDADES NOMERCADO DE TRABALHO?

É preciso falar nessa revolução a partirdos anos 50 do século passado, o computa-dor e a robotização. Se você hoje entranuma montadora de automóveis, encontraalguns operários qualificados e uma linhade robôs. Há uma espécie de retorno da es-cravatura, agora sem problema. Mas o ho-mem fica marginalizado. A Revolução In-dustrial estava fundamentada no braço. Vi-vemos uma revolução de cérebros. O de-semprego da mão-de-obra é mundial. Auniversidade lança todos os anos muitosprofissionais. A solução é o trabalho alter-nativo. Com formação universitária, a pes-soa tem mais condições de inventividade ecompetição do que outros. Pode ver o com-portamento do mercado e abrir uma micro-empresa.

A FORMAÇÃO TÉCNICA TAMBÉM PRECISADA VISÃO HUMANÍSTICA?

Isso leva a uma reumanização. Estamossaindo do período da especialização, quan-do nos preocupávamos com a desumaniza-ção. A pessoa conhecia um setor e se davapor satisfeita. Vivia mecanicamente, tecni-camente. Essa nova situação também au-mentou o tempo de lazer. Nos países desen-volvidos você tem 30 horas de trabalho porsemana. Metade do tempo é livre.

COMO FOI RECEBIDA A TRADUÇÃO DEFINNEGANS WAKE PELA CRÍTICA E PORESPECIALISTAS? QUANTO TEMPO DEDI-COU AO LIVRO?

Diretamente, cinco anos, levantando às5h e trabalhando até às 20h, 22h. O primei-

mente, 90% do globo terrestre. Hoje deve do-minar 100%. É um desgaste. Ele faz um mo-vimento contrário: de recuperação da criativi-dade da língua. Se eu não fizer a mesma coi-sa para o português, não traduzo.

A DEMOCRACIA BRASILEIRA ESTÁ FORTALE-CIDA PARA ENFRENTAR CRISES COMO AATUAL?

Estamos ensaiando. A nossa democraciaé curta. A Independência foi por golpe de Es-tado. Não surgiu de iniciativa popular, poisnem povo havia. A República foi implantadapor golpe de Estado. Os regimes de exceçãosão normais na história da República. Pelaprimeira vez estamos resistindo a todas ascrises. Isso não era possível algumas décadasatrás. No momento em que surgia inquietaçãopopular, setores do Exército punham ordem –o que significa acobertar os corruptos favorá-veis a quem governa. Não temos experiênciademocrática. Isso se verifica nos representan-tes do povo. Agem com o dinheiro públicocomo se fosse deles. Falta diferença entre avida privada e a pública. Temos vícios sérios.Precisamos passar por essa crise e corrigir osdefeitos sem deixarmos de ser uma naçãodemocrática. O sistema não é ideal, mas nãose descobriu um melhor. Os outros são de vi-gilância sobre a população. As pessoas dei-xam de ser criativas.

COMO INTELECTUAL O SENHOR VÊ SUCES-SORES?

Tenho grande repercussão com a juventu-de. No golpe de 1964, grande parte foi cassa-da. Como eu lecionava Literatura Grega, fuisalvo. Os meus alunos me colocavam do ladodo regime – trabalhava numa universidadepública, era pago pelo governo. Era um bur-guês – uma classe que deveria desaparecer -para que o operário ocupasse minha posição.Isso durou de 1964 a 1980, quando fui hosti-lizado. Aí a situação mudou e continua pormais de 20 anos. Espero o dia em que eu vol-te a ser hostilizado (risos). Para voltar ao ócio.Agora os jovens é que não me deixam enve-lhecer.

ro volume saiu em 1999 com 3 mil exempla-res – o que não é pouco no Brasil. Foi um êxi-to total num livro apontado como o mais com-plexo da literatura mundial. A palavra traduzirvem do latim traducere, levar de um lugarpara outro. No caso de Joyce, inventa uma lín-gua que não é inglês. Lida com 60 mil vocá-bulos. Falei com professores de inglês vindosdos Estados Unidos que dizem não entende-rem. Falando 3 mil vocábulos já somos muitobem formados. Nessa linguagem comum,quanto mais comunicativa, mais banal. Porconceito, a linguagem criativa não se entende.Os livros de que gosto são os que não enten-do. O novo sempre é difícil. Joyce exasperaessa situação. É uma atitude inclusive parasalvar a língua inglesa. Banalizou-se por seruniversal. No período dele, no início do século20, a Inglaterra dominava, direta ou indireta-

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 27

Na edição on-line da PUCRSInformação (www.pucrs.br/

revista), ouça trechos inéditosda entrevista de Schüler sobre o livroFinnegans Wake, sua opinião a respeitoda democracia nos EUA e no Brasil e dadiferença entre poetas e filósofos.

“”

Estamos diantede situações imprevisíveis.

Os acontecimentosuniversais se particularizam

e criam uma conotaçãoprópria e colocam as

ciências humanas dentrodessa categoria especial

e fundamental.

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ALUNOS DA PUCRS

Vídeo digital é destaque noFESTIVAL DA 1ª IDÉIA

Os acadêmicos LAURA CASTILHO eMARCELO RESTORI, do curso de

Produção Audiovisual – Cinema eVídeo, conquistaram o 2º lugar no Festival da1ª Idéia – evento paralelo ao 15º FestivalMundial de Publicidade de Gramado. A inicia-tiva teve a finalidade de estimular a produção

do vídeo digital independente no âmbito uni-versitário. Foram inscritos 28 trabalhos de di-versas faculdades de comunicação. Os estu-dantes receberam como prêmio pacotes deeditoração e uma placa de captura de vídeo,oferecidos pelas empresas patrocinadoras.

O filme realizado pelos alunos com a par-

ticipação de colegas teve duração média de 1minuto e retratou as relações na sala de aula.“Mostramos a história de um professor queexerce seu poder nos alunos aplicando provasdifíceis”, conta Restori. Os atores gaúchosBeto Ruas e Cris Kessler interpretaram o do-cente e uma aluna.

Chineses e israelenses participamde intercâmbio na PUCRS

Quatorze estudantes israelenses e19 chineses participaram de in-

tercâmbio nas Faculdades deLetras e de Comunicação Social. Na Fa-mecos, os acadêmicos cursaram as disci-plinas práticas do curso de Jornalismo, uti-lizando os laboratórios de rádio, televisão eon-line. A produção de textos narrativos eargumentativos ficou a cargo da Letras.

Os israelenses permaneceram na Uni-versidade por três meses. Nesse período,organizaram uma mostra aberta à comuni-dade sobre a vida e as universidades exis-tentes no seu país. “A mídia aponta coisasruins que acontecemem nosso país, comobombas e terrorismo,mas a vida é seme-lhante em Israel e noBrasil”, compara a es-tudante de Comunica-ção Rinat Kapuza, daYezreel Vally College, deNazaré.

Os chineses ficarãoaté o primeiro semestrede 2006 na PUCRScomplementando seusestudos em língua por-

Estudo trata decrustáceo gaúcho

Grande partedas espé-

cies de crustá-ceos utilizadasno Brasil comobioindicadoresambientais –cuja função éavaliar a qua-lidade da água –vem dos EUA eMéxico. Com oobjetivo de pa-dronizar uma es-pécie brasileira para esse estudo, a farma-cêutica BIBIANA DUTRA (foto), mestranda emZoologia, fez a pesquisa Variações Sazonaisdo Metabolismo de Hyalella (Crustácea,Amphiphoda, Hyalellidade). Com o trabalho,a estudante conquistou menção honrosa nareunião anual da Federação de Sociedades deBiologia Experimental 2005.

A primeira etapa da pesquisa consistiuem medir os fatores metabólicos dos Anphi-poda (crustáceos) encontrados no Planalto ePlanície do Estado e relacioná-los com os pa-râmetros ecológicos que os influenciam. Des-sa forma, o cultivo dos animais em laborató-rio seria facilitado. “Testamos diferentes die-tas procurando encontrar uma que os manti-vesse estáveis. Queremos garantir que elessintam apenas o efeito do pesticida, sem in-fluências da alimentação”, explica Bibiana.

A pesquisa é orientada pela professora daPUCRS Guendalina Oliveira com a colaboraçãoda docente Georgina Bond-Buckup e da douto-randa Daniela da Silva Castiglioni, do Labora-tório de Carcinologia do Pós-Graduação emBiologia Animal da UFRGS. A coleta de dadoscontinuará até fevereiro de 2007.

tuguesa – curso que fazem na Universida-de de Comunicação da China. Por meio dointercâmbio, os estudantes tiveram a pos-sibilidade de vivenciar o que aprendem nateoria. “A língua portuguesa tornou-se umaferramenta cotidiana. Sem viver no Brasilnão conheceríamos essa realidade”, acre-dita Yu Yue, apelidada de Laura.

Quem tiver interesse em participar deintercâmbios pode entrar em contato coma Assessoria para Assuntos Internacionaise Interinstitucionais (prédio 1, sala 205)do Campus Central, pelo telefone (51)3320-3660 ou e-mail [email protected].

Acadêmicosvivenciamrealidadebrasileira

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Trabalho defarmacovigilância

recebe prêmioCATHERINE ISOPPO

(foto), aluna daFarmácia, rece-

beu o 2º lugar no 1º PrêmioAfargs de Iniciação Cientí-fica com o trabalho Admi-nistração de medicamen-tos injetáveis: atuação dafarmacovigilância no mo-nitoramento das informa-ções essenciais para evi-tar erros de medicação. Odestaque foi entregue du-rante o Congresso Farma-cêutico da Associação dos Farmacêuticos doRS (Afargs), em setembro.

A acadêmica, que atua num projeto defarmacovigilância do Hospital São Lucas(HSL), monitorou as informações relacionadasao preparo e administração de medicamentosinjetáveis a partir das prescrições médicas.Constaram nas análises 13 medicamentosque apresentam particularidades referentes aestabilidade, compatibilidade, tempo de infu-

são e via de administração.Foram acompanhados,

em julho, 300 pacientes doHSL, o que correspondeu a1.265 prescrições. “Umadas preocupações da far-macovigilância é minimizara falta de informação,atentando para que asprescrições contenham osdados considerados essen-ciais para o uso seguro dosmedicamentos”, afirmaCatherine.

Como alternativa de prevenção sugere-sea complementação do sistema eletrônico deprescrição (em desenvolvimento), contendoinformações padronizadas quanto à formacorreta de utilizar os medicamentos. Alémdisso, está entre as propostas ampliar a atu-ação do farmacêutico assistencial, que tem afunção de orientar o uso seguro e racional dassubstâncias. A coleta de dados continuará atéo final do ano.

O talento empreendedor de GUSTAVO PICCININI

Aventurar-se nas mais diferentesáreas de atuação faz parte da vidaprofissional de GUSTAVO PICCI-

NINI (foto), recém-formado em Adminis-tração de Empresas. Em 2004 o acadêmi-co deu início ao seu mais recente projeto.Abriu uma franquia da À Lenha Pizzarianum bairro nobre da Capital gaúcha: o Mo-inhos de Vento. O empreendimento já erasucesso em Osório (98km de Porto Alegre) ena praia de Atlântida (distante 138km).

A iniciativa surgiu quando Piccinini per-cebeu o potencial do ne-gócio. Na época, verane-ava e era dono de umasurf shop em Atlântida.“Todo mundo falava napizzaria. Quando conver-sei com os clientes per-cebi que 90% deles mo-ravam em Porto Alegre.

Decidi investir na idéia. Fui conversar com oproprietário, Rodrigo Garcia, e inauguramosuma franquia”, conta. Foram oito meses deplanejamento. Hoje, o restaurante contacom aproximadamente 20 funcionários.

O talento empreendedor de Piccininicomeçou a ser desenvolvido nos primeirossemestres da faculdade. Aos 18 anos,quando o pai faleceu, houve a necessidadede trabalhar para pagar a faculdade. Esta-giou no Banrisul enquanto ajudava o avô aadministrar a empresa da família. Também

exerceu a atividadede promoter em algu-mas casas noturnas.Piccinini acredita queo segredo é planejar,estar cercado de pes-soas talentosas e terbons contatos profis-sionais.

Mostra de RRPPNeste ano a Mostra de Talentos em

RRPP estará completando suas bodasde prata. Para comemorar essa marca,o evento, que ocorrerá no dia 17 de no-vembro, terá novidades. O formato so-freu modificações visando proporcionarmaior dinamismo à exposição. Os pro-jetos desenvolvidos pelos alunos dos 7ºe 8º semestres do curso de RelaçõesPúblicas serão organizados por cores,de acordo com suas áreas específicas.Também haverá destaque para a uniãoentre o curso, os futuros profissionais eo mercado de trabalho. A mostra tementrada franca e será realizada no Cen-tro de Eventos do prédio 41.

Ex-alunos conquistamPrêmio Petrobras

LUIS ALCIDES DE BONI e EDUAR-DO GOLDANI, ex-alunos da Faculdadede Química, conquistaram o 3º lugarno Prêmio Petrobras de Tecnologia –um dos mais importantes da área noPaís. Aperfeiçoaram a técnica de pro-dução do biodiesel que desenvolverama partir do reaproveitamento do óleovegetal proveniente das frituras do bardo prédio 12 do Campus Central. Osestudantes receberam R$ 8 mil e DeBoni, uma bolsa de mestrado. Concor-reram à distinção mais de 300 traba-lhos de 18 estados brasileiros.

O estudo Titulação Potenciométricade Óleos/Gorduras para a Produção deBiodiesel foi elaborado sob a orientaçãodo professor Lavinel Ionescu. Os jovenstinham como objetivo conseguir o máxi-mo aproveitamento da quantidade dereagentes gastos na produção dobiocombustível, além de reduzir o volu-me dos resíduos de baixa qualidade ge-rados após sua fabricação. Para tanto,construíram eletrodos precisos com cus-to reduzido (R$ 5, quando no mercado opreço é acima de R$ 300), adaptaramsoftwares livres criando uma planilhaeletrônica para o tratamento dos dadose conseguiram uma economia de até30% na quantidade de catalisador.

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Foto: Divulgação

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ALUNOS DA PUCRS

Destaques do SALÃO DA PUCRSO 6º Salão de Iniciação Científica da PUCRS foi realizado em outubro. Na 5ª edição, o evento destacou 21 pesquisas, entreas quais 14 da Universidade. A revista PUCRS Informação apresenta os quatro últimos trabalhos agraciados no evento.

30 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

Formação de professoresrecebe incentivo

Contribuir para a formação dos professores de Literaturadas escolas públicas de Porto Alegre, transformando-os em lei-tores e promotores da leitura, foi o objetivo do projeto que ocor-

reu durante dois anos no Centro deReferência para o Desenvolvimentoda Linguagem (Celin) da Faculdadede Letras. O trabalho no Celin moti-vou a estudante PAULA ORTMANN,da Letras, a desenvolver a pesquisaFormação do leitor – professor/alunode Literatura, destaque que recebeudestaque no 5º Salão de IniciaçãoCientífica. “Ao se explorar a relaçãodo texto com o aluno surge o gostopela leitura. Procuramos incentivaresse aspecto por meio da qualifica-ção profissional, possibilitando re-pensar a didática utilizada nas aulasde literatura com uma nova perspec-tiva capaz de formar leitores”, afirma.

Estudo trata da fluoxetinaEDUARDO LUIZ PEDRAZZA, mestrando em Biologia Celular

e Molecular do Pós-Graduação em Biociências e ex-aluno deFarmácia, foi um dos agraciados no 5º Salão de Iniciação Cien-tífica. O acadêmico analisou o efeito da fluoxetina (usada no tra-tamento da depressão) nas atividades enzimáticas cerebrais,em especial na via de formação da ATP (adenosina trifosfato)em adenosina, consideradano estudo como um neuro-modulador do sistema ner-voso central. Sua função écontrolar a liberação e aação de outros neurotrans-missores – cuja atividadeconsiste em passar infor-mações de um neurôniopara o outro. Na pesquisafoi constatado que a drogaconsegue modular (aumen-tar ou diminuir) o mecanis-mo de transformação daATP em adenosina.

Estudo visa aaperfeiçoar turbinas

TIAGO BENETTI, do curso de Engenharia Mecatrônica,destacou-se no 5º Salão. Elerealizou a simulação numéri-ca do escoamento de um flui-do – no caso a água – numamicroturbina hidrelétrica heli-coidal. Com o auxílio de umsoftware altamente espe-cializado na área de dinâmicados fluidos computacional, oestudante analisou o compor-tamento das linhas de cor-rente e da distribuição depressão sobre o rotor do equi-pamento. “Observamos a for-mação de pequenos redemoi-nhos na periferia do eixo cen-tral que podem ser reduzidospor meio da otimização dageometria das pás”, explica.

Qualidade doscódigos-fonte é avaliada

EDUARDO FONSECA-BORN, do curso de Ciência da Com-putação, procurou, na sua pesquisa, identificar aspectos de umcódigo-fonte (texto feito pelo programador que, após ser compi-lado, transforma-se num aplicativo) bem escrito. Para tanto, le-vou em consideração a complexidade, a facilidade de manuten-ção e/ou a modificação, além da modelagem do programa. “Es-colhi o tema devido à grande procura por indicadores de quali-dade que possam ser entendidos por todas as pessoas e nãosomente por quemtem conhecimentotécnico na área. Umsimples número po-deria indicar a quali-dade de um código,sem que a pessoa te-nha de entendê-lo ouanalisá-lo manual-mente para saber seestá bom ou ruim”,afirma Eduardo.

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FACA se destaca em acrobacia aérea

RODRIGO BOEIRA e RODRIGOABATH, alunos do 5º semes-

tre da Faculdade de Ciên-cias Aeronáuticas (FACA), conquis-taram a 2ª e 5ªcolocações, respecti-vamente, na categoria básica do 21ºCampeonato Brasileiro de AcrobaciaAérea, que ocorreu em setembro nacidade de Itápolis, interior de SãoPaulo. Também foi destaque, na ca-tegoria esporte, o recém-formadoFELIPE LIMA, obtendo o 2º lugar. Osestudantes tiveram o patrocínio daGOL Linhas Aéreas e da EJ Escola de

Premiado voltada Dinamarca

O vencedor da Categoria Publicidade do PrêmioUPF Hans Christians Andersen, divulgado durante a11ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo,pôde usufruir em outubro sua distinção. A partir dacampanha publicitária que criou sobre os 200 anosda morte do contista que deu nome ao prêmio, GA-BRIEL COSTA, acadêmico do 6º semestre do cursode Publicidade e Propaganda da PUCRS, ganhoupassagem e hospedagem para permanecer duranteoito dias no país de origem do autor: a Dinamarca.Durante a viagem, conheceu as cidades de Copen-hague e Odense, terra natal de Andersen.

Segundo o estudante, a oportunidade foi muitoválida. “Em cada esquina existe um guia com infor-mações turísticas da cidade. Fui andando pelas ruaspara conhecer a região. Nessas caminhadas fiz al-guns amigos da Noruega e Inglaterra com os quaisainda mantenho contato. A cidade também é muitolinda. Há uma fusão da arquitetura antiga com amoderna. As pessoas são muito cultas e atenciosas.”

O prêmio foi promovido pela Universidade dePasso Fundo (UPF), Embaixada da Dinamarca e Pre-feitura de Passo Fundo com o objetivo de comemoraro bicentenário do escritor dinamarquês, criador decontos como A pequena sereia e O patinho feio.

Estudantes do Direitovisitam Brasília

Em outubro, a Faculdade de Direito realizou a 1ªViagem de Estudos Jurídicos a Brasília. Os estudan-tes ficaram três dias na cidade conhecendo os ór-gãos máximos dos três Poderes. Assistiram a ses-sões no Supremo Tribunal Federal e visitaram o Tri-bunal de Contas da União, Congresso Nacional, Tri-bunal Superior do Trabalho e Palácio do Planalto. Aorientação foi do professor Paulo Abrão, coordena-dor do Departamento de Direito Público.

Segundo a professora Denise Fincato, coorde-nadora do evento, na oportunidade os alunos pude-ram fazer correlações entre o direito estudado e oque se vê na prática. “Essa iniciativa foi perfeitapara unirmos os conteúdos da sala de aula com avivência prática”, acredita FÁBIO PACHECO, acadê-mico do 10º semestre de Direito. A atividade foipatrocinada pela Griff e Art, Instituto de Desenvolvi-mento Cultural, Livraria Casa do Advogado e Xeroxdo Prédio 11.

Concurso de sistemas computacionais

GUILHERME GUINDANI e HUGOSCHMITT, do curso de Enge-nharia da Computação, com

LUIZ CARLOS CARUSO, do Programade Pós-Graduação em Ciências daComputação, obtiveram a 1ª coloca-ção no 2º Xilinx Student Contest – con-curso nacional de projetos de siste-mas computacionais implementadosem lógica programável do tipo FPGA(dispositivo semicondutor usado paraprocessar informações digitais de for-ma similar a um microprocessador).

Os acadêmicos receberam R$ 1,7 mil,além de materiais da área. Concorre-ram ao destaque 20 trabalhos brasi-leiros.

O projeto SPP-NIDS – A Sea of Pro-cessors Platform for Network IntrusionDetection Systems, orientado pelos do-centes Fernando Moraes e Ney Cala-zans, tem como função detectar inva-sões em redes de computadores. O ma-terial utilizado foi construído pela uniãode diversos processadores organizadosnum único dispositivo, o FPGA.

Equipe de Shorinji Kemposobressai-se em Campeonato Mundial

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 31

RODRIGO YUPPEN e VINÍ-CIUS VIANA, alunos do

curso de Shorinji Kem-po do Instituto de Cultura Ja-ponesa, conquistaram o 5º lu-gar na categoria 2º Dan doCampeonato Mundial da área,que ocorreu em outubro na ci-dade de Fukui, no Japão. Aequipe é treinada pelo repre-sentante da organização mun-dial da modalidade no Brasil,Izidoro Yamamoto. Também in-tegraram o grupo os estudantes CARLARODRIGUES, DANIEL OSOWSKI, RAFA-EL FARINA e RAUL DOS SANTOS.

A arte marcial japonesa, criada em1947, objetiva ensinar bons valores àspessoas. É uma forma de treinamento

Aeronáutica Civil, que possibilitou odeslocamento dos jovens de PortoAlegre ao local do evento.

da mente e do corpo, visando beneficiartrês áreas da vida: autodefesa, desen-volvimento espiritual e melhora da saú-de. Atualmente, é praticada em 32 paí-ses tendo, em média, 2 milhões de pra-ticantes no mundo.

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LANÇAMENTOS DA EDIPUCRS

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NOS LABIRINTOS DE DOMCASMURRO – ENSAIOS CRÍTICOS

Juracy Assmann Saraiva (org.)251p. – Coleção Literatura Brasileira

Séries Grandes Obras, 2Os vários ensaios desta coletânea,escritos por pesquisadores do Brasile do exterior, analisam o romance DomCasmurro, de Machado de Assis, apartir de múltiplos ângulos e de pers-pectivas teóricas distintas. Todavia,em sua diversidade, enfatizam a na-tureza persuasiva e lacunar do texto.

AMOR E SEXO NA GRÉCIA ANTIGAReinholdo Aloysio Ullmann

143p. – Coleção Filosofia 194O autor focaliza uma temática antro-pológica fundamental: o amor e a se-xualidade, vividos de diversas formasao longo da história da humanidade.Aborda como o amor e o sexo foram viven-ciados na Grécia Antiga, destacandotemas como a homossexualidade, a con-tracepção, a relação entre a sexuali-dade e moral, a prostituição e o papeldesempenhado por homem e mulher.

GUIA PRÁTICODE UROGINECOLOGIA

Thaís Guimarães dos Santos eEverton Zuliani Carvalho (orgs.) – 113p.

O livro foi especialmente redigido para o es-

tudante, residente e ginecologista geral, com

objetivo de auxiliá-los em sua formação, in-

crementando as bases teóricas do conheci-

mento, mas com um sentido bastante práti-

co. Ressalta aspectos relevantes e atuais da

uroginecologia, utilizando nomenclatura aces-

sível e normatizada, de acordo com as reco-

mendações da Sociedade Internacional de

Continência.

ÉTICA E ESTÉTICA:A RELAÇÃO QUASE ESQUECIDA

Nadja Hermann119p. – Coleção Filosofia 193

Partindo da intuição de que a educação nãopode abandonar seus fins éticos, o interes-se deste trabalho é discutir como a lacunadeixada pela crítica a uma ética racionali-zada, que sustentam o projeto pedagógicomoderno, pode encontrar nova justificação.Isso implica a necessidade de desencadearum processo refletido sobre as formas derelação entre ética e estética, de modo aexplicitar os problemas e perspectivas quese apresentam à ética na educação, diante da emergência dos processos deestetização do mundo da vida.

EPISTEMOLOGIA AMBIENTALUma abordagem filosófico-científica

sobre a efetuação humana alopoiética

da Terra e de seus arredores planetáriosGeraldo Mario Rohde

407p. – Coleção Filosofia 37

A obra tem como objetivo a revolução científica

que emerge da plena e radical fundação das

Ciências Ambientais através de um ponto de

viragem epistemológico: a articulação recursi-

va e conjuntiva entre o saber e a capacidade de

efetuação humana na Natureza, no planeta

Terra e no Cosmo, seus arredores planetários.

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MERCADO DE TRABALHO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 33

PSICOPEDAGOGO favorecemelhor aprendizado

Écada vez mais freqüente crianças,adolescentes e adultos apresenta-rem dificuldades de aprendizagem.

Para ajudar a enfrentar problemas destetipo existe o psicopedagogo. O profissionalatua na prevenção, diagnóstico e trata-mento desses distúrbios, agregando infor-mações de diversas áreas do conhecimen-to com estratégias e instrumentos paraavaliar as causas dos problemas de apren-dizagem em âmbito escolar.

Entre suas atividades está a de avali-ar as possíveis causas da não-aprendiza-gem. Para tanto, estudam as esferas quepodem estar envolvidas nesse processo,a exemplo da escola, família, situação so-cioeconômica, social e cultural, além dodesenvolvimento orgânico-corporal, psi-cossocial e intelectual.

O tratamento, por sua vez, é construídode forma lúdica, por meio de um processodinâmico relacionado às tendências, inte-resses, necessidades e possibilidades decada pessoa. Nesse sentido, o psicopeda-gogo deve, quando julgar necessário, enca-minhar seus pacientes para serem atendi-dos por profissionais de outras áreas.

Querer ajudar as pessoas a melhorarsua qualidade de vida, utilizando como umdos instrumentos de trabalho a criatividade– para estimular o interesse pelo aprendi-zado – deve ser uma motivação constantena atividade profissional. Conhecer umpouco de todas as áreas do conhecimentotambém é fundamental.

Quem tiver interesse em seguir a car-reira poderá trabalhar em estabelecimen-tos educacionais, instituições de apoio aoSistema Único de Saúde, clínicas de diag-nósticos e atendimento psicopedagógico,organizações e centros comunitários, hos-pitais e consultórios.

Uma boa opção para os recém-forma-dos são as empresas. Segundo Thaís Re-jane Souza, aluna do curso de Psicopeda-gogia Clínica e Institucional da PUCRS, osexecutivos mudaram a visão que tinhamda área. “Muitos funcionários não dão con-ta das suas tarefas, pois apresentam difi-culdades de aprendizagem”, destaca a co-lega Nayra Elian Borges.

A rede estadual e municipal de ensinotambém precisa dos serviços desse pro-fissional. “Muitos professores não têm fa-cilidade de entender e identificar as difi-culdades de seus alunos”, destaca a co-ordenadora do curso de PsicopedagogiaClínica e Institucional, Maria Beatriz Ra-mos. “Um profissional especializado podeajudar a amenizar esses problemas”, com-plementa Thaís.

O curso de graduação da Universida-de é o primeiro do Brasil com habilitaçãona área clínica e institucional. Em virtudedisso ainda não há um valor de referênciapara a remuneração. A partir da formatu-ra da primeira turma, que ocorrerá no dia13 de janeiro de 2006, um grupo de re-cém-formados pretende criar o ConselhoRegional de Psicopedagogia junto com aAssociação Brasileira de Psicopedagogiacom o objetivo de cuidar também dessasquestões.

A formação psicopedagógica oferecidapela Universidade, com a duração de qua-tro anos, dá especial destaque para aspráticas e estágios. Convênios com diver-sas instituições, entre elas o Centro SocialMarista, o Centro Vida, o Hospital São Lu-

cas e o Núcleo de Atenção à Saúde deCrianças e Adolescentes em Idade Escolarda Prefeitura Municipal de Porto Alegre,além de clínicas e escolas particulares,estaduais e municipais, oportunizam ummaior contato com o mercado de trabalho.Todas as atividades são realizadas sob asupervisão das professoras do curso.

Nas práticas, os alunos fazem atendi-mentos clínicos individuais a crianças, jo-vens e adultos, elaborando, posteriormen-te, planos de intervenção para tratá-los.Durante os períodos de estágio os estu-dantes investigam e desenvolvem proje-tos educacionais nas instituições creden-ciadas à PUCRS.

A Faculdade de Educação oferece Pro-grama de Pós-Graduação completo comespecialização, mestrado e doutorado emEducação. Há, ainda, a especialização emPsicopedagogia.

ONDE CURSAR

Faculdade de Educação – Campus Central,Av. Ipiranga, 6681, prédio 15. Informações:(51) 3320-3527, [email protected] ouwww.pucrs.br/uni/poa/faced/psicopedagogia.

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DEBATES

34 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

QUAIS SÃO AS VANTAGENS E AS DES-VANTAGENS DESSE MÉTODO?

É um método de entrevista decampo muito emocionante, pois traba-lha com pessoas e, conseqüentemen-te, com sentimentos. São informaçõesque não são encontradas em outro lu-gar ou em arquivos, fazem parte davida cotidiana. Trabalha-se com signi-ficados, o que os fatos representavamno passado e que relação eles têmcom o presente. A desvantagem é quenem sempre é fácil recordar e lembrarcorretamente o que ocorreu.

ATÉ QUE PONTO É POSSÍVEL DIS-TINGUIR REALIDADE DE MENTIRAOU DETURPAÇÃO DOS FATOS NOSRELATOS DOS ENTREVISTADOS?

Os relatos são sempre verificadose o material “dialoga” com outros do-cumentos, como arquivos e jornais.Usa-se muito a lingüística e a psico-logia para tentar perceber o que estáimplícito.

O QUE MUDOU NO MÉTODO DESDE QUECOMEÇOU, HÁ MAIS DE 50 ANOS?

Antes era tudo muito direto, hoje sedá mais importância à subjetividade, aoque está por trás do depoimento. As no-vas tecnologias nos auxiliam muito. Usa-mos bastante a gravação em vídeo. Osrecursos multimídia nos permitem guar-dar entrevistas importantes de maneiramais completa. O uso do CD-ROM estácrescendo. Além disso, continuamos pu-blicando livros. Outra modalidade de co-municação eficaz é o teatro, principal-mente na Itália, onde faz sucesso. Lá, in-clusive há escolas de atores e narradoresde teatro que se baseiam na história oral.

EM QUE OUTRAS ÁREAS A HISTÓRIA ORALPODE SER UTILIZADA?

Além da História, pode ser usada em diver-sas áreas, como a Sociologia e a Antropologia.

COMO EVITAR QUE A SUBJETIVIDADE DOPESQUISADOR INTERFIRA NO QUE SERÁDOCUMENTADO?

O entrevistador não pode evitar que suasubjetividade interfira na hora de selecionarou editar. Mas isso faz parte do processo. Jáque se trata do documento de um encontro,não considero como uma interferência em si.Tem de haver a aceitação do outro, a consci-ência de que somos diferentes. O entrevista-

HISTÓRIA ORALganha espaço na academia

Ahistória oral é uma metodologia rela-tivamente nova para a investigaçãoem história e tem, aos poucos, se

consolidado no meio acadêmico. Por meiodela, são gravadas entrevistas que serão uti-lizadas para a análise e compreensão do pas-sado, com o auxílio de outros documentos.

Uma das maiores autoridades no assunto,o professor italiano Alessandro Portelli, estevena PUCRS para discutir o tema no 3º EncontroRegional Sul de História Oral – História Oral:experiências e expectativas.

Nascido em Roma, Portelli é licenciadoem Direito, Línguas e Literaturas Estrangeiras

Modernas. Atualmente leciona Literatura An-glo-Americana na Universidade de Roma (LaSapienza), dirige a revista de estudos ameri-canos Acoma e é presidente do Circolo GianniBosio, organização ligada à cultura popular.Ele falou com exclusividade à revista PUCRSInformação.

dor deve apenas abrir o espaço narrativopara que o entrevistado faça o seu relato

de maneira livre. Os obstáculos no di-álogo devem ser reconhecidos comobarreiras de cultura, gênero e idade. Aentrevista é um modo de falar pormeio dessas barreiras e não simples-mente fingir que não existem.

PODE-SE DIZER QUE ESSE MÉTODOASSEMELHA-SE AO TRABALHO JOR-NALÍSTICO?

Ele é bem mais crítico e aprofun-dado do que o jornalístico, apesar deser semelhante. Escuta-se mais, e ofoco, o direcionamento da conversa éo entrevistado que dá, e não o entre-vistador, como ocorre no jornalismo.

QUE TIPOS DE GRUPOS NORMAL-MENTE SÃO ENTREVISTADOS?

Entrevistamos todos os tipos depessoas, mas principalmente gruposque ainda não foram muito documen-tados. Eu trabalho muito com operários.

OS PESQUISADORES MAIS TRADICIO-NAIS ATUALMENTE RECORREM A ESSETIPO DE MATERIAL LEVANTADO PELAHISTÓRIA ORAL?

Eles estão começando a usar mais,principalmente porque a história oral temmelhorado seu método, que está mais ri-goroso, consciente e sem suspeita.

QUAIS AS TENDÊNCIAS O SENHOR PRE-VÊ PARA ESSE MÉTODO?

A tendência é haver uma internacio-nalização da história oral, que hoje aindaé muito local. Países como Brasil, México,Estados Unidos, Inglaterra e Itália já têmuma forte tradição.

ALESSANDRO PORTELLI

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BASTIDORES

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 35

FOTÓGRAFOS registramcotidiano da Universidade

Não há cantinho da PUCRS que elesnão conheçam. Encontrar rostosamigos pela Universidade é mais do

que comum para eles, que mantêm contatocom pessoas de diferentes funções. Os fotó-grafos Gilson Oliveira e Marcos Colombo regis-tram o dia-a-dia da Instituição e estão presen-tes nos eventos mais importantes, permitindoque, no futuro, os recortes que fazem dessarealidade sejam lembrados e conhecidos.

A rotina no Setor de Fotografia começa às7h30min e somente termina às 21h30min.Além de uma sala com computadores no an-dar térreo do prédio 7, os profissionais têm àdisposição um estúdio fotográfico e um labo-ratório de revelação em preto e branco, queàs vezes ainda é utilizado.

Logo que chegam, os fotógrafos verificamas tarefas agendadas para o dia, que não sãopoucas. Dentre as atividades realizadas estãoas fotos que serão utilizadas pela Assessoriade Comunicação Social, na revista PUCRS In-formação, no boletim PUCRS Notícias, naSala de Imprensa e na capa do site da Uni-versidade. O material produzido também édestinado à Agência Experimental de Publici-dade e Propaganda da Faculdade de Comuni-cação Social (Famecos) e a pesquisadores.Muitas vezes os fotógrafos saem a campo,como foi o caso da elaboração do Livro Ver-melho, organizado pelo Museu de Ciências eTecnologia e Edipucrs. Há ainda solicitaçõesdo Hospital São Lucas, jornal Mundo Jovem erevista Ruah, do Centro de Pastoral.

Anualmente, atendem a cerca de 800 pe-didos, que resultam em milhares de fotogra-fias, tantas que já perderam a conta. Colombo,há dez anos no setor, revela que gosta de fazerfotos noturnas e de pessoas ou objetos em ân-gulos diferentes. Gilson, que ingressou naPUCRS em 1997, prefere as fotos ambientais ede pesquisas. O Setor de Fotografia, vinculadoà Famecos, também trata e recupera imagens.

Dentre as fotografias que já tiraram, Co-lombo lembra uma feita em situação curiosa.O alvo era um ninho de sabiá que estavanuma bananeira atrás do prédio 30. “Fui comuma funcionária do Setor de Segurança e Me-dicina do Trabalho, que me acompanhou porquestões de segurança, até o telhado do pavi-lhão do fundo. Para isso, tivemos de pular pelajanela de uma sala de aula até a marquise

antes de subir ao telhado. Na volta, como de-moramos muito, havia estudantes na sala poronde passamos. Os alunos ficaram nos olhan-do surpresos entrando pela janela, em plenaaula, sem saber o que estava acontecendo.Foi muito constrangedor”, conta rindo.

Ambos concordam que o contato, princi-palmente com professores e funcionários daPUCRS, além de deixá-los por dentro do queocorre na Universidade, cria fortes vínculos.

Arquivo exige cuidados especiaisDesde 2003, Cléo Belício Lopes cui-

da do Arquivo Fotográfico da PUCRS,numa sala próxima ao Setor de Fotogra-fia. Para auxiliar no cadastramento e nabusca de imagens utiliza um banco dedados, onde as fotos são catalogadascom palavras-chaves, nome do evento,data em que foram feitas e pessoas queaparecem, entre outras informações.Quando está em alguma publicação daUniversidade, também traz a página e aedição em que saiu. É necessário umcuidado especial com a climatização dasala, que precisa ter ar condicionado. Osetor utiliza envelopes e caixas diferen-ciadas para guardar negativos, que re-presentam a maior parte do arquivo.Desde o final de 2003 o banco de ima-gens digitais também cresceu muito.

Além dos pedidos de busca de fotos parapublicações, Cléo também atende a solicita-ções de diversas unidades. “Eu sempre quistrabalhar com imagens. Gosto de fotos anti-gas, de preservá-las. É bom pensar que da-qui a alguns anos as pessoas poderão ternoção de como era a vida aqui na PUCRS,em épocas diferentes.”

Cléo organiza banco de imagens

“O que mais me estimula a trabalhar naPUCRS é poder conhecer inúmeras pessoas deáreas diferentes. Cria-se uma empatia, quefaz com que a nossa função supere qualquercontrato trabalhista. Quando tiro uma foto,penso na pessoa, tentando sempre buscar omelhor para não decepcioná-la”, enfatiza Gil-son. Futuramente, com a aquisição de novosequipamentos, acreditam que o trabalho pos-sa ser agilizado e ficar ainda melhor.

Colombo trabalha há 10 anos no setor Gilson acompanha pesquisadores

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PELO RIO GRANDE

36 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

Técnica inova emINSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Ainseminação artificial por videolapa-roscopia é uma alternativa de quali-ficação dos rebanhos ovino e capri-

no gaúchos. Para estimular essa prática e ha-bilitar médicos veterinários, a PUCRS e asempresas Pfizer e CORT assinaram um con-vênio. A técnica está começando a ganhar es-paço e se apresenta como a melhor opção deinseminação artificial e transferência embrio-nária nesses animais, explica o coordenadordo Pólo de Modernização Tecnológica da Fron-teira-Oeste, executado pelo Campus Uruguai-ana, Douglas Thompson. A professora da Fa-culdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomiade Uruguaiana Gisélida Baquini da Silva com-plementa que pelo procedimento é possívelusar sêmen congelado. Isso evita a dissemi-nação de doenças venéreas, pois há controlesanitário rigoroso. “O pequeno produtor podeter acesso, propiciando a uniformização dorebanho e contribuindo para o melhoramentogenético”, diz Gisélida.

A primeira ação da parceria será um cur-so no Laboratório de Reprodução de MedicinaVeterinária do Campus Uruguaiana da PUCRS.As aulas para a primeira turma começamneste mês de novembro. Serão oferecidos, porsemestre, dois cursos de extensão em Inse-

minação Artificial por Lapa-roscopia em Ovinos e Capri-nos (40 horas-aula). O pú-blico-alvo são veterinários,zootecnistas e alunos no fi-nal da graduação. As aulas,com enfoque teórico-práti-co, utilizarão o rebanho doCampus. Mais adiante, osprodutores poderão levarsuas ovelhas e cabras.

A inseminação artificialem ovinos e caprinos ocorremais freqüentemente deforma intravaginal e intra-cervical. Para usar sêmencongelado, em que a taxade concepção é mais alta, ainseminação deve ser viauterina, utilizando a video-laparoscopia. Segundo Gi-sélida, que coordena o cur-so de extensão, há uma re-tomada da valorização deovinos e caprinos no País.Além da lã, cresce o inte-resse pela carne das ove-lhas.

CENTRO INCENTIVA CRIAÇÃO DE AGROINDÚSTRIAS

OCentro Tecnológico de ConservasVegetais do Campus Uruguaiana

surgiu com a principal finalidade degerar e repassar tecnologia para a região daFronteira-Oeste do Estado. A partir deste se-mestre, os cursos de formação em processa-mento de conservas vegetais serão dirigidosàs prefeituras de Uruguaiana, Barra do Quaraíe Itaqui, que têm projetos de implantação deagroindústrias. Em Itaqui e Uruguaiana foramrealizadas as primeiras edições da capacita-ção. Até agora, a maioria dos participantesdos cursos oferecidos pelo Campus teve o ob-jetivo de preparar as conservas em casa.

Entre os temas estão Procedimentos paraa Obtenção de Picles Misto com o Uso do SalLight, Procedimentos para a Obtenção de umDoce Light de Pêssego, Custo para Implanta-ção de uma Pequena Indústria de ConservasVegetais e Processamento de Vegetais. Se-

gundo a coordenadora do Centro e professorada Faculdade de Zootecnia, Veterinária eAgronomia (FZVA), Roselaine Bonow, os cur-sos são gratuitos.

No Centro há as aulas práticas da discipli-na de Tecnologia de Produtos de Origem Vege-tal, da FZVA. A matéria-prima vem da horta epomar do Campus. São produzidas conservasmista (cenoura, couve-flor e vagem), de pepi-

no, cebolinha, vagem, beterraba, pimentão,tira-gosto de berinjela e pimentão. Geléias demorango, laranja, cenoura e laranja, doce deabóbora em calda, morango em calda, docede abóbora com coco e doce de abóbora empasta completam os itens do Centro. A ambro-sia é o único doce que não tem origem vegetal,pois há ovos e leite em boa quantidade. A ven-da ocorre no Quiosque do Campus, o que aju-da na manutenção desse espaço.

O Centro foi implantado em 2004 peloPrograma de Apoio aos Pólos de Moderniza-ção Tecnológica, dentro do projeto Desenvolvi-mento da indústria de conservas na Frontei-ra-Oeste e contou com a verba de R$69.527,00, do governo do Estado, via Consul-ta Popular. Começou a funcionar em nível deagroindústria em maio deste ano, em funçãoprincipalmente de acertos e treinamentospara operar a caldeira.

Cursos ensinam a processar conservas

Videolaparoscopia contribui para qualificar rebanhos

Método estimula o melhoramento genético

Foto: José Luiz Quadro

Foto: Divulgação

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CULTURA

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 37

PUCRS adquire acervode JÚLIO PETERSEN

Por Mariana Vicili

Oacervo de Júlio Petersen, umdos maiores bibliófilos do

Rio Grande do Sul, foi adqui-rido recentemente pela Universidade,perpetuando um trabalho de amor ededicação aos livros que se estendeupor mais de 50 anos. Fazem parte doscerca de 20 mil itens da coleção, origi-nais de obras raras de literatura do Es-tado, principalmente do século 19, cu-jos exemplares não estão mais dispo-níveis em bibliotecas; documentos eobras sobre municípios, todas as edições deAntônio Chimango, de Amaro Juvenal; a obracompleta do dramaturgo Qorpo Santo; docu-mentos históricos e livros referentes à Revolu-ção Farroupilha e à Revolução de 1893, alémde almanaques, anuários, jornais e revistas.Pode-se encontrar também obras autografa-das pelos autores.

O anúncio da compra ocorreu durante o 6ºSeminário Internacional de História da Litera-tura, realizado em outubro na PUCRS. A notí-

cia foi tão bem recebida pelos participantesque eles acabaram votando, por unanimida-de, uma moção de louvor à Reitoria, pelo es-forço em trazer para a Universidade uma co-leção de tamanha importância.

Todo o material será catalogado e ficaráà disposição, na íntegra, dos usuários da Bi-blioteca Central, junto aos outros acervos es-peciais. O projeto da nova biblioteca prevêum andar inteiro para essas coleções. A cu-radora do acervo será a diretora da Faculda-

Um colecionador dedicadoJúlio Heinzelmann Petersen, natural de

Taquara, foi, desde jovem, um grande ad-mirador da leitura. Comerciário, tambématuou na década de 40 como zagueiro egoleiro do Internacional, transferindo-seposteriormente para o Grêmio, onde jogouaté 1949. Foi ainda árbitro de futebol, es-porte que confessava ser sua outra paixão.

Começou a juntar sua coleção em1943, quando ganhou de um cunhado umaparte do livro Voluntários do Martírio, deÂngelo Dourado, que trata da Revolução de1893. Ficou curioso para ler o resto e, de-pois de encontrar o livro inteiro, gostoutanto que resolveu buscar outras obras so-bre o assunto.

Comprou, trocou e ganhou materiais,que aos poucos formaram um grandeacervo. Quando faleceu, em novembro de2002, sua coleção já ocupava dois cômo-dos do andar superior de sua casa.

Petersen costumava emprestar suas relí-quias, anotando nome, telefone e endereço dapessoa em um caderno, mas sob a condiçãode que, entre o Natal e o Ano-Novo, tudo esti-vesse de volta às prateleiras. Também nãogostava que fizessem fotocópias dos livros,pois muitas vezes danificava as obras.

Os filhos lembram que a biblioteca sem-pre foi algo que integrou o cotidiano da famí-lia, mas que o pai não deixava de fazer outrascoisas, atendê-los ou a algum amigo, numrelacionamento amoroso e tranqüilo.

Numa entrevista concedida há cinco anosao professor Assis Brasil no programa Tempode Letras (agora se chama Letras Nossas), daUNITV, Petersen revelou seu maior desejo,com o habitual bom humor: “Se eu morrer,quero que o acervo permaneça no Rio Grandedo Sul, que seja adquirido e mantido comple-to”. A vontade de o acervo ser adquirido pelaPUCRS foi levantada ainda em vida por Peter-

sen, que manifestou satisfação com aidéia desse futuro para seus livros, porseus laços de amizade com a comunidadedos irmãos maristas, desde a época emque estudou no Colégio Rosário, com pro-fessores e estudantes da Faculdade deLetras.

de de Letras (FALE), professora MariaEunice Moreira. Ela lembra o tempoem que freqüentava a casa de Peter-sen para pegar emprestado alguns li-vros: “Ele sempre deu um caráter so-cial à sua coleção, emprestava obraspara vários pesquisadores e somentepedia em troca uma cópia do resulta-do. Era muito procurado por alunos,professores, pesquisadores nacionaise estrangeiros. Esse acervo já resulta-va em muitas teses, dissertações e li-vros. Agora que está na PUCRS pre-tendemos que continue ativo e dispo-

nível”, conta Maria Eunice.O vice-diretor da FALE, Luiz Antonio de

Assis Brasil, que também fez inúmeras visitasà biblioteca de Petersen, ressalta a importân-cia de que se mantenha o acervo completo:“Ele vale não apenas como uma soma deobras, mas também como uma unidade. Re-presenta quais eram as preocupações de umbibliófilo, de um intelectual, na segunda me-tade do século 20, e o que ele achava interes-sante preservar”, observa.

Maria Eunice é curadora da coleção

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38 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

CULTURA

Oberço da humanidade (Mesopo-tâmia, hoje Iraque e Síria) é o

cenário de uma das histórias escri-tas mais antigas do mundo. Foi encontrada emtábuas de argila e está datada do ano 5 milantes de Cristo. Destaca valores humanos eacontecimentos semelhantes aos da Bíblia(como a Arca de Noé e o Jardim do Éden). Aautora e ilustradora nascida na Tchecoslová-quia Ludmila Zeman tinha um sonho: levaresse tesouro ao conhecimento das pessoas,especialmente das novas gerações. Adaptou aEpopéia de Gilgamesh e parece atingir o obje-tivo. A trilogia O rei Gilgamesh, A vingança deIshtar e A última busca de Gilgamesh foi pu-blicada em nove idiomas. No Brasil as obrassaíram pela Editora Projeto, com tradução deSérgio Capparelli. Ludmila, radicada no Cana-dá desde 1984, esteve na Faculdade de Letrasda PUCRS para o Encontro Internacional Clás-sicos para Crianças.

A obra original está escrita em forma depoema e não tem ilustrações. Para a adapta-ção, Ludmila realizou intensa pesquisa emmuseus da Europa para chegar aos desenhosmais próximos do que foi a realidade da Meso-potâmia. Conferiu altos-relevos, quadros efragmentos arqueológicos para recriar a cida-de, além da decoração e vestimenta da época.

Com a experiência de cineasta, desenhouas figuras com vida e movimento, mostrando

as expressões dos personagens e apresentandovisões panorâmicas e closes. Os monstros, porexemplo, são inspirados em esculturas. As bor-das das páginas são ilustradas com a escritacuneiforme – desenvolvida pelos sumérios econsiderada mais avançada que o sistema egíp-cio. Uma das ilustrações é inspirada no Portãode Ishtar, que está no Museu Pérgamo, de Ber-lim, e homenageia a deusa Ishtar (reproduzidaacima). Foi encontrado durante escavações naregião. O jogo com o qual os personagens se di-vertem, descoberto por arqueólogos ingleses emsuas escavações, está no Museu Britânico, emLondres. Ludmila também teve de criar partesda história que estavam incompletas. Agora tra-balha no longa-metragem sobre a epopéia, quedeverá estar pronto em três anos.

Saiba mais sobreA Epopéia deGilgamesh

A epopéia trata do rei Gilgamesh,que viveu em Uruk, na Mesopotâmia.Na lenda, Gilgamesh é metade homeme metade Deus. No volume 1 ele setorna um rei cruel por causa da soli-dão. Para impressionar os súditos, or-dena a construção de uma enormemuralha. O exaustivo trabalho traz tris-teza e desespero para o povo. SurgeEnkidu para mostrar ao rei a verdadei-ra amizade. No segundo volume da tri-logia Gilgamesh e Enkidu partem embusca do monstro Humbaba, que des-truiu a amada Shamhat, e acabam en-volvidos numa trama armada peladeusa Ishtar. Vencem o Touro do Céu,uma fera enviada pela deusa. Mas Gil-gamesh fica outra vez sozinho paraenfrentar um monstro ainda mais terrí-vel: a morte. Na terceira parte Gilga-mesh tem o desafio de encontrar o se-gredo da imortalidade. A sua descober-ta ao final de uma árdua aventura éuma bela e reconfortante lição de vida.

Ludmila em encontro na PUCRS

ÉPICO ATRAI CRIANÇASÉPICO ATRAI CRIANÇAS

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PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 39

contos clássicos e de suas recriações moder-nas por crianças e adolescentes entre 8 e 14anos. As histórias são transmitidas por nar-ração oral, livro, desenho animado, filme eCD-ROM. Participaram 20 crianças, entre alu-nos do Colégio Marista Champagnat e doCentro Marista Irmão Donato. Neste semes-tre, estão integradas outras 26 crianças docoral Cantando na Infância, da Fundação Ir-mão José Otão.

Nas releituras de autores contemporâneos,como a brasileira Paula Mastroberti e o nor-te-americano Jon Scieszka, são recriados con-tos de fadas, atualizando o tema para a reali-dade contemporânea. As crianças são mais

atraídas pelas releituras, que usam elemen-tos modernos, mas também apreciam os de-talhes fantásticos dos clássicos antigos. En-quanto as meninas demonstram maior inte-resse pelas fadas e princesas, os meninospreferem animais imaginários e aventuras.“Com as transformações sociais, econômicase culturais dos últimos 50 anos, esse legadocultural muitas vezes chega à criança primei-ra ou unicamente por meio de formas simpli-ficadas, cabendo à escola o papel de resis-tência e promoção do diálogo entre tradição emodernidade”, avalia a professora Sissa. Oprojeto, com financiamento da Fapergs, deveocorrer até 2006.

CONTAR HISTÓRIAS é encantarContar e encantar. Para concluir que as

duas palavras combinam, é precisoapenas acompanhar uma sessão de

narração de histórias no Centro de Referênciapara o Desenvolvimento da Linguagem (Ce-lin) da Faculdade de Letras (FALE) da PUCRS.Crianças e adultos observam atentos, arre-galam os olhos, sorriem, ficam sérios, co-mentam, tentam adivinhar e se surpreendem.O novo projeto do Celin, Contar e Encantar ésó Começar, promove a leitura tendo comofoco alunos do ensino fundamental, que as-sistem a sessões de narração, e professores,pais e demais interessados, participantes doCurso de Capacitação de Contadores de His-tórias.

Organizada pelas professoras Maria Tere-za Amodeo e Sissa Jacoby, a capacitação co-meça com aspectos teóricos sobre a narra-ção de histórias e as técnicas recomendadas.No segundo encontro os alunos do curso par-ticipam de uma sessão com a narração dehistórias pelo Grupo de Contadores do Celin.Partindo de um roteiro, os alunos analisam osprocedimentos da narração, observando asgraduandas da Letras quanto aos gestos, voze olhar. A capacitação inclui preparação cor-poral do contador e definição de critérios paraa seleção das histórias.

Os textos preferidos pelas contadoras doCelin são os contos de fadas nas versões in-tegrais e outros de autores como Ruth Rocha,Ziraldo, Eliane Ganem, Sérgio Capparelli eAna Maria Machado. Maria Tereza destacaque, a partir de teorias, as histórias sãoadaptadas para a narração porque precisam

passar da lin-guagem escritapara a oral. Masadverte que aestrutura é into-cável para quenão se perca ocaráter literário.Um dos exem-plos é A cindere-la, conto originalcom três bailes– na versão mo-derna há apenasum. A Branca deNeve tambémpassa por outrasduas armadilhasda bruxa, alémda maçã enve-nenada. “Não excluímos do texto os obstáculospor que passam os heróis que alcançam o su-cesso final, mas somente após vencerem taisdificuldades”, explica Maria Tereza.

No final da capacitação os participantesconduzem as sessões de narração com os alu-nos de ensino fundamental. Os cursos e assessões são oferecidos gratuitamente. Umadas participantes, a dona de casa Hilda Valen-ça, começou a atuar voluntariamente comocontadora de histórias em escolas medianteagendamento pela equipe do Celin. Com os fi-lhos crescidos, pretende trabalhar fora. Farávestibular para Pedagogia. Por enquanto, buscano curso de contação aperfeiçoar-se e perder atimidez.

A aluna de Pedagogia – Séries Iniciais daPUCRS Aliene da Rosa diz que a partir do cursodo Celin aprendeu que, para prender a atençãodas crianças, é preciso usar mais o corpo e“fazer caras e bocas”. Rosenir Wilhner, profes-sora da Escola Construir, já está praticandocom os seus estudantes os conhecimentos ad-quiridos na capacitação da Universidade. “Comas técnicas, eles se interessam mais. Contarhistórias não é apenas ler, mas interpretar,despertando a curiosidade.”

O fato de o Celin ser um espaço aberto àcomunidade é destacado pela diretora da FALE,Maria Eunice Moreira. Ela lembra que o Centrotambém permite ações inovadoras na área dalinguagem.

Afalta de tempo dos pais para ses-sões de leitura com os filhos e a ex-pansão da mídia, que readapta e

simplifica as histórias clássicas, fazem comque as crianças conheçam cada vez menosos contos de fadas em suas formas integrais.Esse é o tema de estudo do projeto Conto deFadas: Leituras e releituras – A recepçãodos clássicos infantis e suas recriações con-temporâneas, desenvolvido no Centro de Re-ferência para o Desenvolvimento da Lingua-gem (Celin) da Faculdade de Letras e orien-tado pela professora Sissa Jacoby.

O trabalho, que vem sendo desenvolvi-do há dois anos, investiga a recepção dos

PESQUISA TRATA DE CLÁSSICOS

Alunos participam de sessões de narração

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40 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

SINOPSE

SUS EM DEBATE

A PUCRS realizou o Seminário Di-retrizes e protocolos clínicos para oSistema Único de Saúde (SUS). Noevento foram debatidos o contexto, ohistórico e as maneiras mais eficazesde elaborar diretrizes e protocolos,além das ferramentas de gestão daassistência do SUS. O diretor da Facul-dade de Medicina, Ivan Antonello,aproveitou a oportunidade para apre-sentar o Programa de Incentivo a Mu-danças Curriculares nos Cursos deMedicina (Promed) implantado na Uni-versidade. O encerramento foi marcadopelo lançamento do livro Diretrizes eprotocolos clínicos para o SUS.

ENADEGilberto Cunha (Engenharia de Produ-

ção), Marcelo Yamaguti (Computação), Már-cia Dias (Ciências Sociais), Nara Basso (Quí-mica) e Rubem Vargas (Engenharia Química)foram os cinco professores da PUCRS sele-cionados para integrar comissão de especia-listas do Exame Nacional de Desempenho deEstudantes (Enade) em 2005.

ENERGIA SOLARFOTOVOLTAICA

Os professores Adriano Moehlecke e IzeteZanesco, coordenadores do CB-Solar, e amestranda de Engenharia e Tecnologia deMateriais Ana Paula Mallmann participaramdo 20º Congresso Europeu de Energia SolarFotovoltaica, em Madri, Espanha. Na oca-sião, apresentaram os trabalhos de pesqui-sa desenvolvidos na área pela Faculdade deFísica.

GASES POLUENTESA PUCRS assinou convênio com a Aero-

móvel Brasil S/A – empresa que vem testan-do o seu projeto de sistema de transporte au-tomatizado mundialmente. A partir da parce-ria, as entidades realizarão pesquisas tecno-lógicas com o objetivo de reduzir a emissãode gases poluentes e o consumo de energiacombustível. A idéia é incentivar e facilitar acooperação, o intercâmbio tecnológico, cien-tífico e o desenvolvimento de recursos huma-nos por meio da disseminação do uso, ensinoe treinamento em tecnologia de ponta.

SERVIÇO SOCIALA professora Elsa Helm, ex-diretora da

Faculdade de Serviço Social (FSS), com-pletou 100 anos no dia 13 de outubro.Ocupou o cargo de 1964 a 1975. No últimoano de administração elaborou um novoProjeto de Pós-Graduação em Serviço So-cial da FSS, oferecendo cursos de espe-cialização na área de serviço social psi-quiátrico e de administração de progra-mas de bem-estar social. Em 1976, fez oanteprojeto para a implantação do cursode mestrado, aprovado no mesmo ano.

SET UNIVERSITÁRIO

TESE DEDOUTORADOO professor do Departamento de Ci-

rurgia da Faculdade de Medicina daPUCRS Nédio Steffen defendeu tese dedoutorado na Escola Paulista de Medici-na da Universidade Federal de São Pau-lo. O trabalho trata do tema Configura-ção das pregas vestibulares em pacien-tes portadores de paralisia unilateralde prega vocal. A contribuição do estu-do centra-se na qualificação do diagnós-tico diferencial entre paralisia da pregavocal (alteração na transmissão do im-pulso nervoso) e imobilidade da pregavocal (fixação sem alteração do impulsonervoso), o qual pode ser feito por meioda videotelelaringoscopia, exame reali-zado no momento da consulta.

Em outubro ocor-reu na PUCRS o 18º SetUniversitário – festivalde laboratórios de co-municação social. Oevento incluiu mostracompetitiva, oficinas,palestras, debates emesas-redondas paraos acadêmicos dasáreas de Jornalismo,Publicidade e Propaganda, Relações Pú-blicas, Turismo, Hotelaria e Produção Au-diovisual – Cinema e Vídeo. Na ocasião,a Faculdade de Comunicação Social re-cebeu da Associação Latino-Americanade Publicidade o troféu Galo de Ourocomo homenagem pela participação eapoio ao Festival de Publicidade de Gra-mado (foto acima). A RBS também ho-menageou o curso pela passagem deseus 40 anos e pela contribuição para odesenvolvimento profissional da publici-dade no Estado e no País (foto abaixo).

TOTALIDADEO Instituto de Cultura Musical está sele-

cionando interessados em participar do Corale Orquestra da Totalidade. Os candidatos de-vem ter mais de 60 anos, gostar de cantar ousaber tocar algum instrumento musical. Serãoavaliadas a voz e a habilidade instrumental.Os ensaios são na Igreja Universitária CristoMestre, às quartas-feiras, das 14h30min às16h30min, sob a regência do maestro Frederi-co Gerling Junior. Informações no prédio 4 doCampus Central, pelo telefone 3320-3582 oue-mail [email protected].

ADMINISTRAÇÃONo 8º Simpósio de Administração da Pro-

dução, Logística e Operações Internacionais,realizado em São Paulo, foram apresentadossete trabalhos de professores e alunos domestrado em Administração e Negócios. Aspesquisas são dos professores Mirian Olivei-ra, Elizabeth Abdala, Leonardo Oliveira, PeterHansen, Cláudio Sampaio e Marcelo Perin,com os alunos Ricardo Feix, Vanessa Bart,Albert Geiger e Mauricio Gasparote.

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VERISSIMOE DOM QUIXOTE

A UNITV, canal 15 da NET, estáveiculando uma série de pequenosprogramas alusivos ao centenário deErico Verissimo e aos 400 anos de DomQuixote. A estrutura do programa in-clui depoimentos de personalidadespúblicas e professores de Literaturado Ensino Médio, além de leituras detrechos de O tempo e o vento e deDom Quixote. As exibições ocorrem atédezembro, de segunda-feira a sexta-feira, às 12h05min e 20h e aos sába-dos a partir das 18h. A produção é dasFaculdades de Letras e de Comunica-ção Social.

RELAXAMENTOO Programa Vida com Qualidade,

da Pró-Reitoria de Assuntos Comuni-tários (PRAC), oferece para os alunose funcionários da Universidade ativi-dades gratuitas de relaxamento e pre-venção de tensão cervical. Conduzi-dos pelos alunos do curso de Fisiote-rapia, os exercícios ocorrem todas asquintas-feiras no saguão da Biblio-teca Central, das 11h30min às13h30min. A atividade tem a orienta-ção do professor Fabrício Edler Ma-cagnan.

BIOCIÊNCIASDenis Rosemberg, aluno do curso

de Biociências, recebeu menção hon-rosa na 20ª Reunião Anual da Federa-ção de Sociedades de Biologia Experi-mental, em Águas de Lindóia (SP). Otrabalho Sulfato de cobre inibe a ati-vidade NTPDásica em membranascerebrais de zebrafish (Danio rerio) foidesenvolvido no Laboratório de Pes-quisa Bioquímica da Faculdade de Bio-ciências. Maurício Bogo e Carla Bo-nan orientaram o estudo.

DOCUMENTÁRIOO documentário Sobrevivências,

feito por alunos e ex-alunos da Facul-dade de Comunicação Social, AnaBrenner (formada), Gisleine Guerra(formada), Luciana Rangel, MarianaDutra, Mariane de Luca e Tatiana Man-tovani (formada), ganhou menção hon-rosa do júri popular na Mostra de San-to André (SP). Foram inscritos 190 tra-balhos no evento, tendo sido selecio-nados 22. As imagens foram feitas porLuis Adriano Madruga.

FAMECOS NA 12ª EXPOCOMOs trabalhos realizados pelos alunos e professores da Fa-

mecos receberam três prêmios na 12ª Exposição Universitáriade Pesquisas Experimentais em Comunicação (Expocom), noRio de Janeiro. A cerimônia de inauguração do Laboratório deHotelaria, realizada pelo Laboratório de Relações Públicas, fi-cou com o 1º lugar na categoria RP – Organização de Evento. Onúcleo de Jornalismo On-line conquistou a 2ª colocação na ca-tegoria Jornalismo – Programa de TV com o CanalFam. OCyberMix Áudio também levou o 2º lugar na premiação Jor-nalismo – Web Rádio. Ambos são programas ancorados noCyberFam, site de jornalismo on-line da Famecos.

ESQUISTOSSOMOSECarlos Graeff Teixeira, professor das

Faculdades de Medicina e Biociências edo Grupo de Parasitologia Biomédica,passou a integrar o Comitê Assessor deNormas Técnicas para Esquistossomosedo Ministério da Saúde. O convite partiuda Secretaria de Vigilância Sanitária.

LETRASA professora Regina Lamprecht,

coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Letras, foi nomeadapara coordenar o Comitê de Artes e Le-tras da Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado do Rio Grande do Sul(Fapergs) para o período que vai atéjulho de 2006.

CIÊNCIA E TECNOLOGIAO Conselho Estadual de Ciência e

Tecnologia tem como um de seus maisnovos integrantes o Pró-Reitor de Pes-quisa e Pós-Graduação, Jorge Audy. Elepassa a representar as universidades einstitutos de pesquisa do Rio Grande doSul. A entidade, formada também porintegrantes da Federação das Indústriasdo Estado e sociedade civil, define políti-cas para a área e assessora o secretárioestadual da Ciência e Tecnologia. Audyacredita que as universidades devemdesempenhar papel mais direto no de-senvolvimento econômico e social pormeio da capacitação e formação de pro-fissionais e, mais recentemente, da pes-quisa e inovação tecnológica.

MEDALHAJuarez Freitas, coordenador do Programa

de Pós-Graduação em Direito, foi agraciado,em outubro, com a medalha do mérito Minis-tro Miguel Seabra Fagundes, distinção máxi-ma outorgada pela Associação dos Tribunaisde Contas. A entrega da distinção ocorreu emGramado.

PROPRIEDADEINTELECTUAL

A PUCRS assinou convênio com aSecretaria Estadual da Ciência e Tecno-logia, Instituto Nacional da PropriedadeIndustrial, Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado, UFRGS e Unisinos. Oobjetivo é qualificar recursos humanosna área de propriedade intelectual etransferência de tecnologia por meio decursos e seminários sobre o tema. Se-gundo o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS, Jorge Audy, oacordo é um passo para a compreen-são da importância da propriedade in-telectual e investimentos nessa área es-timularão o crescimento da economiaestadual, a partir do desenvolvimentoindustrial. A parceria foi formalizada du-rante o 6º Seminário Propriedade Inte-lectual como Instrumento Estratégicopara o Desenvolvimento Industrial e Tec-nológico.

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42 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

SINOPSEATIVIDADES

NA FEIRA DO LIVROPela 10ª vez consecutiva a Edi-

pucrs participa da Feira do Livro dePorto Alegre, que se realizará na Pra-ça da Alfândega até 15 de novembro.Serão oferecidos descontos de 50%no estande 92. Também haverá ses-sões de autógrafos de livros da edito-ra. A novidade deste ano é a área ins-titucional da PUCRS, coordenada pelaPró-Reitoria de Extensão com a parti-cipação de outras Unidades Acadêmi-cas. O estande também terá sala deentrevistas que ficará sob a respon-sabilidade da Famecos (Centro de Pro-dução Multimídia, RadioFam, TV Foca,CyberFam e apoio da UNITV). Uma TVde plasma de 42 polegadas afixadana sala de edição estará apresentan-do permanentemente vídeos institu-cionais da PUCRS e as entrevistas rea-lizadas pela Famecos.

MEDALHAIRMÃO AFONSO

A Medalha Irmão Afonso – conce-dida a integrantes dos corpos docen-te, discente e administrativo da PUCRSe a personalidades ou visitantes ilus-tres merecedores do reconhecimentoda Universidade – foi entregue para51 agraciados em 9 de novembro, dataem que a Instituição comemorou 57anos. Receberam a distinção integran-tes de Faculdades, Hospital São Lu-cas, Prefeitura Universitária, ParqueEsportivo, Gerência de Tecnologia daInformação e Telecomunicação e Coor-denadoria de Registro Acadêmico.

QUALIDADE DE VIDANO PORTAL DO

PARQUE ESPORTIVOOs internautas agora têm à sua

disposição no portal do Parque Espor-tivo (www.pucrs.br/parqueesportivo) olink Qualidade de Vida, com dicas desaúde. Os instrutores do Parque apre-sentam sugestões de exercícios abor-dando assuntos relacionados à práti-ca de atividade física e esportiva. Aprimeira foi sobre a hidroginásticapara gestantes, escrita pela profes-sora Letícia Cardoso. O texto explicaas muitas vantagens oferecidas pelamodalidade para as grávidas que pro-curam superar dificuldades ou tornarmais agradáveis os nove meses degestação.

UNIVERSIDADE DOS AÇORES E PUCRSA PUCRS e a Universidade dos Açores (Portugal)

assinaram um termo de cooperação, em outubro, coma finalidade de integrar e promover intercâmbios deprofessores e alunos das Faculdades de Letras e His-tória nas áreas de literatura, lingüística e história.“Espero que esse protocolo de intenções seja um tijolopara a construção de uma integração maior”, salientao Reitor da Universidade dos Açores, Avelino de FreitasMeneses. O acordo também prevê a vinda de profes-sores da Universidade dos Açores para ministrar cur-

sos de literatura portuguesa em Porto Alegre. O Reitor Joaquim Clotet destacou que as ini-ciativas de integração podem ser ampliadas para outras áreas, como saúde e a bioética.

MÍDIA, EDUCAÇÃO E CIDADANIAOs professores Pedrinho Guareschi (Fa-

culdade de Psicologia) e Osvaldo Biz (Filoso-fia e Ciências Humanas) lançaram, em outu-bro, o livro Mídia, Educação e Cidadania:tudo o que você deve saber sobre mídia,pela Editora Vozes. A obra discute a partici-pação dos cidadãos na comunicação.

MUDANÇAS CLIMÁTICASAs mudanças climáticas estão atingindo

todos os cantos do planeta, determinandoimpactos cada vez mais intensos à medidaque a temperatura global aumenta. Para ilus-trar essa realidade, dez dos melhores fotó-grafos do mundo captaram imagens paramostrar o que está acontecendo. Elas ficarãoexpostas de 8 de novembro a 4 de dezembrono Museu de Ciências e Tecnologia daPUCRS, na exposição NorthSouthEastWest –uma visão de 360º do clima.

DIREITOFrancisco Moesch, professor do Departa-

mento de Direito Público da Faculdade de Di-reito, recebeu o prêmio Renato Móttola – re-conhecimento a quem faz, por seu trabalhoem defesa ao consumidor. O docente é de-sembargador do Tribunal de Justiça do Estadoe exerce a presidência estadual do InstitutoBrasileiro de Política e Direito do Consumidor.O troféu foi concedido pelo Instituto Nacionalde Educação do Consumidor e do Cidadão erevista Consumidor/Teste.

CONCURSO DE ARTIGOSPaulo de Lima (curso de Filosofia), Da-

nielle Rockenbach (curso de Pedagogia doCampus Viamão) e Ludinei Marcos Vian (Fa-culdade de Teologia) foram os vencedoresdo Concurso de Artigos Solidariedade. O pri-meiro lugar recebeu um computador, o se-gundo, uma impressora e o terceiro dicioná-rio Novo Aurélio. O concurso, destinado aosalunos de graduação, teve tema alusivo àCampanha da Fraternidade 2005. O Centrode Pastoral e o Projeto Solidariedade pro-moveram o evento.

SIMULADOR DA LUAA mais nova atração

do Museu de Ciências eTecnologia (MCT) estáem funcionamento. É osimulador da gravidadelunar construído na ofi-cina mecânica do MCT apartir do reaproveita-mento de alguns mate-riais sem uso do Insti-tuto de Pesquisas Cien-tíficas e Tecnológicas(IPCT). O equipamentofaz a simulação da gra-

vidade lunar, que é de 1,6 m/s2, em rela-ção à gravidade da Terra (g10 m/s2). “So-mos um dos poucos museus do mundocom um experimento desse tipo”, afirmao professor Luiz Marcos Scolari, coorde-nador da área da Física do MCT.

Para se conseguir a gravidade da Luasão utilizados contrapesos. Dessa forma,procura-se colocar no equipamento 70%da massa da pessoa, assim ela terá asensação de estar sobre a superfície lu-nar. O novo experimento está localizadono 3º pavimento do MCT.

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HARRY POTTERAs professoras Sissa Jacoby, Vera Aguiar,

Ana Maria Ibaños e Maria Luiza Oliveira coma aluna da Pós-Gradução em Letras Cris Gu-tkoski lançaram o livro Além da plataformanove e meia: pensando o fenômeno HarryPotter, pela UPF Editora. A sessão de autó-grafos ocorreu durante a 11ª Jornada Nacio-nal de Literatura de Passo Fundo.

ORDEM DO SANTO SEPULCROO Vaticano concedeu a Ordem do Santo

Sepulcro, no grau de Cavaleiro, ao coordena-dor do Departamento de Propedêutica Jurídi-ca da Faculdade de Direito, Wambert Di Lo-renzo. O professor recebeu a condecoraçãode Dom Filippo Santoro, bispo diocesano dePetrópolis (Rio de Janeiro), em cerimônia nacatedral daquela diocese.

GRÁFICA EPECÊA gráfica Epecê recebeu o diploma de

distinção com mérito pelo destaque entre asorganizações participantes do sistema deavaliação – ciclo 2004, do Programa Gaúchode Qualidade e Produtividade, 10ª edição doPrêmio Qualidade RS. O sistema de avaliaçãoconsiste numa ferramenta de gestão que per-mite diagnosticar o estágio de desenvolvi-mento gerencial e planejar ações visando àmelhoria contínua.

ARROIO DILÚVIOEm outubro, a Prefeitura de Porto Ale-

gre, Governo do Estado, Associação Brasi-leira de Engenharia Sanitária e Ambiental– seção Rio Grande do Sul e o Centro dePastoral da PUCRS realizaram o 1º Semi-nário Arroio Dilúvio. O evento integrou a12ª Semana Interamericana e a 5ª Sema-na Estadual da Água. A partir do seminá-rio e de discussões realizadas na sua pre-paração houve o lançamento do Núcleo deEstudos sobre o Arroio Dilúvio. A iniciativapartiu do Instituto do Meio Ambiente (IMA)e Pastoral Ambiental da PUCRS. A finali-dade é agregar iniciativas da Universidadee da comunidade (governo, empresas e

ONGs) visando a promover reflexões eações que possibilitem a revitalização doArroio Dilúvio. Segundo o professor Clau-dio Frankenberg, uma das principais pro-postas é incentivar a conscientização am-biental. Podem participar do núcleo pro-fessores, pesquisadores, alunos e a co-munidade em geral. Informações no IMApelo telefone (51) 3320-3640 ou [email protected].

Os alunos da Faculdade de Engenha-ria (Feng) Diego dos Santos, Tiago Leo-nardo Broilo e Tomás Sherrer, da equipeGambitech, conquistaram o 3º lugar no7º Desafio de Robôs que ocorreu durantea 14ª Semana da Engenharia e Mostrade Ciência e Tecnologia da Feng. A tarefadeste desafio foi um jogo de basqueteentre as equipes. Os robôs deveriamrealizar “cestas” num determinado tem-po. O vencedor foi aquele que conseguiumarcar mais pontos ao final. A primeirae segunda colocação ficaram com asequipes IO, do Colégio Evangélico AlbertoTorres (Lajeado), e Droid I, da Mecatrôni-ca Júnior de Brasília S/C (Mecajun) daUniversidade de Brasília.

DESAFIO DE ROBÔS

INSTRUMENTAÇÃOE IMAGENS MÉDICAS

A PUCRS foi um dos destaques no2º Simpósio de Instrumentação e Ima-gens Médicas que ocorreu, em outu-bro, na cidade de São Pedro, São Pau-lo. Com o trabalho Otimização do diag-nóstico de alterações de cabeçasmandibulares através de reconstru-ção e visualização volumétrica, o alu-no do curso de Física Fábio Maedarecebeu o prêmio de melhor trabalhodas sessões orais da área de Ima-gens Médicas. Lêonilson Gaião, mes-trando em Cirurgia na Odontologia, foico-autor no estudo. Houve também aparticipação de Ana Maria Silva (Fa-culdade de Física), Daniela Silva (Fa-culdade de Odontologia), Luciano Mo-rais (Faculdade de Odontologia), Clai-ton Heitz (Faculdade de Odontologia)e Marília Gerhardt de Oliveira (Facul-dade de Odontologia).

HOSPITAL SÃO LUCASAntônio Felipe Mercali, diretor-financei-

ro do Hospital São Lucas da PUCRS, foi ree-leito para a diretoria executiva da Associa-ção Brasileira de Hospitais Universitários ede Ensino (Abrahue). Mercali trabalha noConselho Fiscal da entidade e representa oshospitais filantrópicos, que compõem 28,6%das 157 instituições voltadas ao ensino.

HELP DESK E TELEFONIAOs setores do Help Desk e da Telefo-

nia da Universidade passaram por modi-ficações. As equipes agora dividem amesma sala na Gerência de Tecnologiada Informação e Telecomunicação (GTIT),por meio do Centro de Serviço e Gerên-cia. O local dispõe de mesas adaptáveispara cada funcionário, atendendo aosrequisitos ergonômicos adequados parao exercício das funções. Também é acús-tico, para que os ruídos não passem paraoutros setores. Existe ainda um telãoonde podem ser detectados problemasna rede ou na telefonia da PUCRS, ante-cipando, em muitos casos, os reparos eatendimentos aos usuários.

GASTROENTEROLOGIACarlos Francesconi, professor adjunto do

Departamento de Medicina Interna da Facul-dade de Medicina, foi indicado pelo ConselhoDiretor da Organização Mundial de Gastroen-terologia para ocupar o cargo de consultor deética da organização. A indicação teve apro-vação unânime na assembléia geral realizadadurante o Congresso Mundial de Gastroente-rologia, em Montreal, Canadá.

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COMUNICAÇÃO

44 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

DESTAQUES UNITVna festa de aniversárioO sétimo ani-

versário daUNITV, canal

universitário pioneiro noRio Grande do Sul e umdos primeiros a funcio-nar no País, foi come-morado com o tradicio-nal jantar realizado noRestaurante Panorama,no Campus Central daPUCRS. Presentes aoevento, o Vice-Governa-dor do Estado, AntonioHohlfeldt, e os secretári-os estaduais José Fortu-nati (Educação) e KalilSehbe (Ciência e Tecno-logia), além de dirigen-tes das Instituições de Ensino Superior queintegram a emissora e convidados.

O Troféu Destaque UNITV – 2005, entre-gue na ocasião, premiou projetos e trabalhosexpressivos nas áreas social, cultural e cien-tífica, distinguindo, também, a atuação mar-cante de pessoas e organizações. A progra-mação contou com o apoio cultural do Banri-sul, que esteve representado pelo Vice-Presi-dente Urbano Schmitt.

Um dos agraciados foi o Reitor da PUCRS,Ir. Joaquim Clotet, que recebeu o Destaque nacategoria Especial pelo trabalho em benefícioda educação, do ensino e da cultura.

Os premiadosCATEGORIA DESTAQUE SOCIAL

• Ensino de Pediatria na Comunidade –Fundação Faculdade Federal de CiênciasMédicas de Porto Alegre (FFFCMPA)

• Projeto SAJUIR / Restinga – Centro Uni-versitário Ritter dos Reis (UniRitter)

• Módulo Comunitário Lomba Do Pinhei-ro/CPOS/UFRGS – Universidade Federaldo Rio Grande do Sul (UFRGS)

• Projeto LITORAL – Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

CATEGORIA DESTAQUE CULTURAL• NONADA – Letras em Revista – Centro

Universitário Ritter dos Reis (UniRitter)• Projeto SECOM – Universidade Federal do

Rio Grande do Sul (UFRGS)• Oficina de Criação Literária – Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul(PUCRS)

CATEGORIA DESTAQUE CIENTÍFICO• Telmo Pedro Bonamigo – Fundação Fa-

culdade Federal de Ciências Médicas dePorto Alegre (FFFCMPA)

• Jefferson Cardia Simões – UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

• Jefferson Braga Silva – Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do Sul(PUCRS)

CATEGORIA DESTAQUE ESPECIAL• Projeto PESCAR – Fundação Pescar• Retratos do Rio Grande – Rede Pampa• Semana Farroupilha – Empresa Caldas

Júnior• Educar é Tudo – RBS• Miriam da Costa Oliveira – Diretora da

FFFCMPA• José Carlos Ferraz Hennemann – Reitor

da UFRGS• Joaquim Clotet – Reitor da PUCRS

Flávio Reis (esq.), Miriam e CarvalhoFortunati (esq.) e Hennemann

O jornalista Carlos Alberto Carvalho, Pre-sidente do Conselho Gestor da UNITV, falan-do durante o jantar, lembrou os objetivos docanal universitário de Porto Alegre, reafirman-do o compromisso social de promover a apro-ximação entre a produção acadêmica e os an-seios comunitários. Disse ainda que “valori-zar a competência e a criatividade, assegu-rando uma programação qualificada, é um di-ferencial que a UNITV vem perseguindo comobstinação”.

Mais de 200 pessoas participaram doevento que marcou a passagem do aniversá-rio da UNITV.

Hohlfeldt (esq.) e Joaquim Clotet

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PERFIL

JADERSON COSTA:destaque na área científicaEncontrar o neurologis-

ta Jaderson Costa daCosta não é uma ta-

refa muito fácil. Dividindoo tempo entre aulas naPUCRS, atendimentos a pa-cientes e pesquisas em la-boratório, Jaderson desta-ca-se por seu trabalho naárea da epilepsia e pesqui-sas com células-tronco. Re-centemente, foi eleito em-baixador da Liga Internacio-nal de Epilepsia, indicadopela Liga Brasileira.

Além de lecionar nagraduação e pós-graduaçãoda Faculdade de Medicina,dirige o Instituto de Pesqui-sas Biomédicas da PUCRS(IPB) e chefia o Serviço deNeurologia do Hospital SãoLucas (HSL).

Por muito pouco a Medi-cina não perdeu um talento-so profissional: na adoles-cência, quando decidia emque área trabalharia, esta-va em dúvida entre FísicaQuântica ou Medicina. Oneurologista acredita que,além das boas aulas de Biologia que tevena época do colégio, outro fator que influ-enciou sua escolha foi ter lido a biografiado médico Oswaldo Cruz, na infância, que oencantou muito. Leitura, aliás, é um dosseus passatempos preferidos, gosto queadmite ter herdado do pai, que sempre opresenteou com muitos livros.

Nascido em abril de 1948 na cidade deRio Grande, no Sul do Estado, aos dez anosmudou-se com os pais e os dois irmãospara Porto Alegre. Depois de cursar o giná-sio e o científico no Colégio Marista Rosá-rio, graduou-se em Medicina na UFRGS,onde também lecionou. A neurologia foiuma opção que logo lhe agradou na facul-dade, tendo inclusive publicado seu primei-ro trabalho ainda nesse período. Há maisde 30 anos é professor na PUCRS. “Gosto

de atuar como um multiplicador de conhe-cimento. A minha maior satisfação são aspessoas que formei e que acabaram assu-mindo posições importantes, como a coor-denadora da pós-graduação em Medicina,professora Magda Nunes. Ela foi minhaaluna e bolsista de iniciação científica. Emtermos de pesquisa, o que me mobiliza, memotiva, é o sofrimento dos pacientes, gostode buscar respostas, soluções. O que faze-mos no IPB, pesquisas com orientação clí-nica, é algo muito bom que colabora paraisso”, afirma o neurologista, que tambémdestaca o trabalho desenvolvido pelos pro-fissionais do Programa de Cirurgia de Epi-lepsia do HSL, atualmente um dos maisimportantes do mundo.

Quando não está trabalhando, gosta deenvolver-se com atividades mais caseiras,

pois se confessa um inti-mista. Ler ouvindo músicaclássica é uma delas. Avariada coleção de DVDsde óperas que possui re-vela uma das paixões deJaderson Costa. Sempreque pode, também a elasassiste ao vivo, assim co-mo a outras apresentaçõesmusicais, no Theatro SãoPedro e em casas de apre-sentações nacionais e in-ternacionais. Beethoven,Schubert, Bach e Shoas-tacovich são alguns dosgrandes compositores dosquais é fã.

Na infância aprendeua tocar acordeom, por im-posição do pai, mas doinstrumento hoje só querdistância. Também gostade viajar para conhecer lu-gares diferentes. “Se mesugerissem uma viagempara algum lugar inóspito,cheio de aventuras, e outrapara um local que ofereçaboas atrações culturais, fi-caria com a segunda op-

ção. Dentre os que já conheci, gosto muitode Paris, que transpira arte”, conta.

Casado com a também professora daFaculdade, Mirna Wetters Portuguez, temtrês filhos do primeiro casamento: Alessan-dro, Danielli e Frederico Guilherme, alémdos pequenos netos Francisco e Roberta.

Quanto ao futuro, um dos seus maioresplanos é expandir o IPB para atender àcrescente demanda das linhas de pesqui-sa, e nem pensa em parar de trabalhar:“Vou morrer trabalhando no laboratório eatendendo pacientes. Trabalho com prazer.Acho que o tempero da vida é poder diver-sificar as atividades, como estar no labora-tório, dar aula, participar de uma conferên-cia, atender pacientes, estudar, voltar paracasa, ouvir música, estar com a família,viajar. A monotonia mata”.

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 45

Diretor do IPB tem reconhecimento internacional

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EU ESTUDEI NA PUCRS

Por Ana Paula Acauan

Jornalista, cozinheiro, advogado e escritor,José Antonio Pinheiro Machado, 56 anos,tem múltiplas facetas. Sucesso com o pro-grama de culinária Anonymus Gourmet, na

RBS-TV, TV COM e Rádio Gaúcha, não descui-da dos clientes do escritório Pinheiro MachadoAdvogados. Nos momentos de folga escreveficção e reúne receitas para publicação em li-vro. Ele mal poderia imaginar que o seu perso-nagem, criado há 25 anos, iria devorar o cria-dor. Hoje é chamado nas ruas de AnonymusGourmet, que, aliás, está mais para Notorious.

Um aspecto menos conhecido da sua tra-jetória é de perseguido político. Ligado ao Par-tido Comunista Brasileiro (PCB) desde os 15anos, foi preso em 1968 por quatro meses.Estava ao lado de José Dirceu no Congressoda União Nacional dos Estudantes em Ibiúna,São Paulo, realizado clandestinamente, quan-do foi levado para o Presídio Tiradentes. Ema-greceu 20 quilos. “Meu pai não me reconhe-ceu quando voltei.” Na época era aluno de Ar-quitetura na UFRGS e atuava como jornalista.

A perseguição e o clima hostil dos anos70 fizeram com que o então diretor da Empre-sa Jornalística Caldas Júnior, Breno Caldas,enviasse Pinheiro Machado para a Europa, de1972 a 1974, onde estava a sua família tam-bém devido ao regime militar. “Atribuem aoRoberto Marinho, mas que eu saiba o Dr. Bre-no é que dizia: Nos meus comunistas nin-guém mete a mão.” Como correspondente doCorreio do Povo em Paris, fez coberturas comoa do Campeonato Mundial de Fórmula 1,quando Émerson Fitipaldi venceu, e a da Con-ferência de Paz do Vietnã.

Nesse período fora do País, conviveu comum ambiente que viria a influenciar o seu fu-turo. Ficou impressionado com a importânciadada pelos franceses à culinária. Também seconscientizou de que não poderia desperdiçara oportunidade de fazer um curso superior.

De volta ao Brasil, encontrou amparo naPUCRS, onde freqüentou a Faculdade de Di-reito. “Tenho uma gratidão especial à Uni-versidade e meu pai também sempre teve.Fomos acolhidos numa época em que éra-mos vistos por muitos como leprosos. As pes-soas temiam comprometer-se e dar cobertu-

ra.” Já advogado, o pai, Antonio Ribas Pi-nheiro Machado Neto, estudou História naPUCRS.

Pinheiro Machado diz que o curso de Di-reito foi extraordinário, citando professorescomo José Sperb Sanseverino e Paulo Bros-sard de Souza Pinto. Foi escolhido por unani-midade orador da turma na formatura, em1978, mas não pôde permanecer. Ganhouuma bolsa de estudos para a Itália, ofertadapelo Instituto Lélio Basso e por organizaçõesnão-governamentais.

Retornou em 1979, início da abertura po-lítica. Desde então – “quando virou um bomnegócio” – afastou-se dos partidos. Para Pi-nheiro Machado, hoje o Brasil e o mundo têmoutras causas, como preservação ambiental,miséria, fome, segurança pública e qualidadede vida.

Em 2005, completa 30 anos de atuaçãono Direito. Soma o tempo de estudante, quan-do começou a auxiliar o pai. O escritório temtradição na área administrativa, envolvendoações de particulares contra o poder público.“Nosso escritório é do tempo antigo, mais ar-tesanal, em que acompanhamos tudo.” Tra-balha com ele a esposa, Linda Elem UflackerLutz, também confeiteira.

As múltiplas facetas deANONYMUS GOURMET

“Fiz de tudo para abandonar o jornalismo,mas não consegui”, resume Pinheiro Macha-do. Depois de ter trabalhado em veículoscomo O Estado de São Paulo e Veja, ingressouna RBS-TV em 1995. A experiência na cozinhao levou ao Anonymus Gourmet. As receitas edicas que aprendeu com a mãe e as avós sãoalguns dos motivos do grande sucesso doprograma. Antes de apresentar qualquer pratona televisão, testa muitas vezes em casa.

Nenhuma das três filhas (uma de 30 anose gêmeas de 15) segue seus passos nas pro-fissões ou na cozinha. Mas o afiliado e sobri-nho Miguel Ângelo, de 2 anos, o Alarico, jádemonstra muito interesse por culinária eparticipa do programa Anonymus Gourmet. Oapelido vem de um colega de jornal gozadorque queria dar o nome ao filho, mas a mulher,ainda grávida, ameaçou até se separar.

Os livros de culinária são um sucesso edi-torial: vendem até 60 mil exemplares. O maisrecente foi lançado em outubro, Voltaremos!Receitas e conversas de forno e fogão, pelaL&PM. Com o título da obra, o apresentadordestaca o seu bordão consagrado, “voltare-mos!”, em que ele convida o telespectador aassistir a novas receitas no mais consagradoprograma de culinária do cenário gaúcho.

46 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

Advogado, Pinheiro Machado faz sucesso na TV

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SOCIAL

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 47

Incentivar a integração das mais diversasculturas agrícolas como estratégia no com-bate à fome e à degradação ambiental foi

uma das propostas apresentadas na Semanada Alimentação/RS 2005. A iniciativa teve porobjetivo promover a reflexão sobre esse pro-blema que, segundo dados da Organizaçãodas Nações Unidas para a Alimentação e aAgricultura (FAO), atinge 850 milhões de pes-soas no mundo. A PUCRS – por meio das Pró-Reitorias de Assuntos Comunitários e de Ex-tensão, Projeto Solidariedade e Centro dePastoral – promoveu o evento em conjuntocom o Conselho de Segurança Alimentar eNutricional Sustentável do Estado (Consea/RS), Ação da Cidadania – Comitê Gaúcho egoverno do Estado. As atividades contaramainda com o apoio de entidades governamen-tais e não-governamentais.

O tema escolhido para esta edição foi aSegurança Alimentar e o Diálogo Intercultu-ral. Nesse contexto, inserem-se o estímulo àpesquisa agropecuária e a elaboração de umsistema de comércio internacional mais justo.“No momento em que se trabalha muito aquestão tecnológica dos alimentos, devido ànecessidade de produção em escala, a FAOchama a atenção para outro aspecto, a cultu-ra dos povos e sua relação com os alimen-tos”, destaca o presidente do Consea/RS, Mi-guel Montaña.

O Dia Mundial da Alimentação – 16 de ou-tubro – marcou o início das atividades. Repre-sentantes de diferentescrenças deram a bênção aosalimentos durante o ato in-ter-religioso. No Parque Far-roupilha (Redenção), emPorto Alegre, foi montada aPraça de Segurança Alimen-tar e Nutricional Sustentá-vel. A comunidade pôde par-ticipar dos serviços gratuitosoferecidos, como a feira dasaúde, nutrição e aleitamen-to materno e a demonstra-ção da Emater/RSAscarde como criar uma horta eaproveitar os alimentos dis-poníveis para conseguir umarefeição mais saudável.

Diálogo intercultural noCOMBATE À FOME

A abertura oficial do eventoocorreu no dia seguinte. O repre-sentante da FAO no Brasil, JoséTubino, leu trechos da mensa-gem da entidade ressaltando aimportância do diálogo entre asdiferentes culturas. Na oportuni-dade, o Vice-Reitor, Ir EvilázioTeixeira, lembrou que, enquantomilhões de pessoas sofrem coma fome no mundo, 800 milhõesestão superalimentadas, comtendência à obesidade. “Quan-tos ainda terão que morrer ouesperar até 2015?”, questiona Ir.Evilázio, referindo-se ao ano es-tipulado pela ONU como prazopara a redução pela metade donúmero de pessoas que sofremcom a fome. Logo após a soleni-dade as autoridades presentesassinaram o Termo de Compro-misso com as Diretrizes Voluntá-rias para o Direito Humano à Ali-mentação, da FAO. O acordoprevê a incorporação das diretri-zes adotadas na 127ª Sessão doConselho da entidade, realizadano ano passado em Roma, Itália.Entre elas destaca-se a de rea-firmar a obrigação do Estadobrasileiro em promover a realização progres-siva do direito humano à alimentação ade-

quada. Até o momento, odocumento contabiliza 400assinaturas no País.

A programação da se-mana também contou comfeiras, palestras, minicur-sos e oficinas. Entre osdestaques esteve a Ofici-na do Curso de Nutrição –Alimentação Escolar.Nela, os participantes re-ceberam noções básicasde nutrição, higiene e ma-nipulação dos ingredientese vivências culinárias prá-ticas e de fácil aplicação,tanto em casa quanto emcreches e escolas.Neli beneficiada por oficina

Neli Rodrigues de Souza, merendeira daEscola de Ensino Fundamental Ayrton Senna,em Sapiranga (50km de Porto Alegre), tam-bém aprovou a oficina. “Reforcei muitos con-ceitos. Principalmente em relação à pirâmi-de nova da alimentação, por causa da obe-sidade. Temos que deixar a merenda maisbalanceada”, salienta. No minicurso de Hor-tas para a Alfabetização Ecológica – o ca-minho da sustentabilidade, os alunos co-nheceram os princípios da organização queos ecossistemas desenvolvem para susten-tar a vida e os princípios básicos de ecologiaa partir da horta. “Mostramos como o serhumano pode viver melhor na Terra e evitarsua extinção”, enfatiza a professora Ellen Nu-nes. A funcionária pública Maria Torii, 43anos, aprovou a iniciativa: “Ecologia não ésó ideal, é prática. Cuidar dessa área se re-fletirá na qualidade de vida”.

Público recebe orientações

Ato inter-religioso de bênção a alimentos

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AÇÃO COMUNITÁRIA

48 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

Por Bianca Garrido

Mais de 800 professores de esta-dos do Nordeste estão aptos a al-fabetizar jovens e adultos. Esse

é o resultado do Programa Alfabetização So-lidária que, por meio do Núcleo de Educaçãode Jovens e Adultos (Neja) da Faculdade deEducação da PUCRS, capacita professores erealiza cursos de formação e educação con-tinuada para interessados em ensinar a vera vida com mais dignidade. Em setembro, ainiciativa recebeu premiação no CongressoInternacional de Alfabetização em São Paulo,concedida pela ONG Alfasol, que agora man-tém o programa.

O programa existe desde 1996. Desde en-tão, já formou alfabetizadores em cidades daBahia, Paraíba e Rio Grande do Norte, contri-buindo para que milhares de pessoas apren-dam a ler e a escrever. “Se considerarmos oscerca de 13 milhões de analfabetos no Brasil,

Alfabetização traz dignidade

Programa tem impactointernacional

Em 2001 a PUCRS foi convidada a integrar o programa internacional de Alfa-betização Solidária no país de São Tomé e Príncipe, na Costa Africana. A primeiraetapa da missão, até o final de 2002, envolveu dez turmas de alfabetização. Até2003, mais de 2,7 mil alunos jovens e adultos foram alfabetizados pelos 180 pro-fessores santomenses que participaram do programa.

O Alfabetização Solidária se iniciou na PUCRS em 1996, com o lançamento deum programa nacional pelo governo federal em parceria com o Conselho de Reito-res de Universidades Brasileiras. A partir de 1997, a Instituição começou a rece-

ber futuros alfabetiza-dores de Araci, Crisó-polis e Rio Real, daBahia, Cacimba deAreia e Areia de Ba-raúnas, da Paraíba.Desde 2003 o progra-ma é mantido pelaONG Alfasol e os cur-sos passaram a serrealizados nos própri-os municípios benefi-ciados. Na Universida-de, o AlfabetizaçãoSolidária conta comapoio da Pró-Reitoriade Extensão.

Neja realizacapacitações

O Núcleo de Educação de Jovens e Adultos(Neja) da Universidade é composto por profes-sores, alunos de graduação e pós-graduação daFaculdade de Educação (Faced). Criado em1997, realiza cursos de extensão a professorese interessados, assessoria pedagógica a muni-cípios do Rio Grande do Sul, grupos de estudos,oficinas, palestras e seminários. Tem hoje umaturma de alfabetizadores no Campus Centralatendendo funcionários e moradores das comu-nidades próximas à Universidade, três gruposde trabalho na comunidade do Morro da Cruz,numa parceria com a Prefeitura da Capital e aorganização alemã Kinder Not Hilfe, além dasatividades do Programa Alfabetização Solidária.

Coordena o Núcleo a professora MariaConceição Cristofoli, com o apoio das professo-ras Jussara Loch, Maria Inês Corte Vitória, Sa-lete Campos de Moraes e Susana Maria Huer-ga, nove monitoras da Faced e colaboraçãodas pedagogas Lílian Gelatti e Márcia Caval-cante. Contatos com o grupo podem ser feitospor meio do telefone (51) 3320-3500, ramal4768, ou mesmo na sala 201 do prédio 15 doCampus Central.

nossa ação parece tí-mida, mas contribuí-mos para a diminui-ção do problema, in-fluenciando tambémem ações de políticaspúblicas para alfabe-tização de jovens eadultos em dez cida-des da Região Nordes-te”, garante a coorde-nadora, professora daFaculdade de Educa-ção (Faced) MariaConceição Cristofoli.

A equipe buscatrabalhar em locaiscom índices significativos de analfabetismo.Conforme Conceição, são oferecidos cursosde formação com duração média 120 horas evisitas mensais às comunidades atendidas,para acompanhamento e continuidade dos

Formação de professores na Bahia

trabalhos. Atualmente, as monitoras do Nejada Universidade atuam nas cidades de Jan-duís e São Rafael, no Rio Grande do Norte,com dez turmas de alfabetização em cada lo-calidade.

Turma de São Tomé e Príncipe

Fotos: Neja/Divulgação

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TENDÊNCIAS

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 49

GRUPOS PET em evidênciano meio acadêmico

OPrograma de Educação Tutorial(PET) na PUCRS completa em no-vembro 14 anos de atividades, com

grupos nas Faculdades de Letras, Biociências,Informática e Psicologia. Segundo a professo-ra Daisy Braighi, representante da Pró-Reito-ria de Graduação para o PET, o MEC recente-mente sinalizou a possibilidade de ampliaçãodo número de grupos.

O programa foi originalmente implantadona década de 70 pela Capacitação de Pessoalpara o Ensino Superior (Capes) em boa partedas universidades públicas, abrangendo pos-teriormente universidades privadas.

Consiste em formar grupos de 12 bolsis-tas, acompanhados de um professor-tutor,para desenvolver atividades que envolvampesquisa, ensino e extensão. Por meio dessestrabalhos, busca-se a qualificação dos alu-nos, conhecidos como “petianos”, propician-do condições para seu aperfeiçoamento desdea graduação.

No PET da Letras, são promovidas ativi-dades como aulas de reforço de Inglês e Por-tuguês para estudantes universitários caren-tes; os estudantes estão inseridos em gran-des projetos de pesquisa, como o de VariaçãoLingüística Urbana no Sul do País (Varsul);realizam apresentações de teatro dentro efora da PUCRS; promovem seminários aber-tos à comunidade acadêmica; participam desalões de iniciação científica e da organizaçãode jornadas, entre outras.

A tutora do grupo, professora Maria Tas-ca, fala sobre o perfil esperado de um petia-no: “Ele tem que ter vontade de crescer, deser uma pessoa qualificada, de trabalhar.Para mim, como tutora, é muito bom observaro desenvolvimento deles”.

Para a estudante Amanda Mambrum,participar do PET é um aprendizado constan-te. “Temos que estar estudando sempre, len-do muito. No começo me preocupei se conse-guiria conciliar com os estudos das aulas,mas está dando tudo certo”, conta.

O reconhecimento do trabalho dos inte-grantes do PET Biologia é evidente se obser-vadas a grande participação em laboratóriose centros de pesquisa de renome no Estado ea diversificada produção científica.

Eles também se envolvem na promoçãode atividades como seminários, cursos de ex-

tensão, apoio a iniciativas da Faculdade, au-xiliam na semana acadêmica, recepção decalouros e diversas outras. O tutor, Luiz Glock,observa que o seu papel é apoiar os alunos,mas que a iniciativa dos trabalhos deve partirdeles. Também lembra, orgulhoso, que váriosex-petianos estão hoje muito bem colocadosem universidades.

A bolsista Vanessa Graeff acredita queparticipar do PET traz muitos benefícios. “Tra-balhar aqui abre muitas portas, principalmen-te para estágios. Aos poucos também vamosconhecendo mais pessoas na Universidade enos sentimos mais seguros para interagir comos professores”, diz.

O PET da Informática agrega alunos doscursos de Ciência da Computação, Sistemasde Informação e de Engenharia da Computa-ção. Logo no início, os bolsistas já escolhemem que área de pesquisa querem atuar.

Dentre as atividades de extensão está atu-almente o oferecimento de um curso de capa-citação em informática básica para funcioná-rios da Prefeitura Universitária. Muitos tambématuam como monitores, auxiliam em atividadesda Faculdade e estão planejando um curso dequalificação para trabalhar com Linux, tendocomo alunos os próprios colegas de curso.

O professor-tutor, Alfio Martini, lembra aimportância de que não trabalhem apenascom pesquisa. Ressalta a integração do gru-po, tanto entre eles como com outros PETsda Universidade, que se reúnem mensalmen-te, e com outras instituições, em encontrosregionais e nacionais. O estudante de Enge-nharia da Computação Tiago Noronha contao que já mudou desde que ingressou no PET:“Eu não tinha muita noção de como era, mashoje vejo como é abrangente. Além de prati-carmos a técnica, aprendemos a lidar comas pessoas”.

A tutora do PET da Psicologia, professoraIrani Argimon, afirma que os integrantes, alémde também promoverem cursos, seminários eeventos para a comunidade acadêmica, parti-cipam de muitas ações voltadas para o so-cial, como a que realizam atualmente numasilo, onde promovem diversas atividades.Também possuem forte produção científica.“É muito gratificante ver essa gurizada se en-volvendo, se mobilizando”, observa.

A bolsista Carolina Palma compartilhada opinião dos colegas de que o PET é umaboa oportunidade para adquirir experiênciae fundamentar bases para um futuro aca-dêmico.

Bolsistas promovem cursos, eventos e participam de pesquisas

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DESTAQUE

50 PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005

MOZART RUSSOMANOé Doutor Honoris Causa

APUCRS realizou no dia 27 de outubrosessão solene de seu Conselho Uni-versitário, presidida pelo Reitor Joa-

quim Clotet, para a outorga do título de DoutorHonoris Causa ao professor Mozart VictorRussomano. A distinção é concedida a perso-nalidades que se notabilizam pelo saber oupela atuação em prol das artes, das ciências,da filosofia, das letras ou do melhor entendi-mento entre os povos. A saudação a Russo-mano, em nome da Universidade, foi feitapelo professor André Jobim de Azevedo, daFaculdade de Direito.

Nascido em Pelotas há 83 anos, Russoma-no recebeu o mesmo título pelas universidadesde Bordeaux-I (França), Católica de Pelotas,San Martin de Porres (Peru), Central do Leste

Diretora fazpesquisas comprêmio Nobel

Oprêmio Nobel de Química 2005,francês Yves Chauvin, orientou a

pesquisa realizada pela diretora daFaculdade de Química da PUCRS, Sandra Ein-loft, em sua tese de doutorado. Os pesquisa-dores têm também parceria em sete patentesde invenção de produtos na área de obtençãode aditivos para a gasolina com o uso de pro-dutos iônicos, a chamada “química verde”.Na tese, Sandra utilizou líquido iônico e nãosolvente orgânico na produção de moléculasque servem de aditivo para a gasolina. Estessolventes não causam impacto ambiental esão menos nocivos ao meio ambiente. A dire-tora da Química está entre os 20 cientistas domundo que se notabilizaram na área de líqui-dos iônicos, de 1994 a 2004, e foi incluída noranking do ISI Essential Science Indicators,que leva em conta o número de artigos publi-

cados e quantasvezes seu traba-lho serviu de refe-rência a outrospesquisadores.Sandra está em11º lugar, com se-te papers e a mé-dia de 75,71 cita-ções por artigo.

(República Dominicana), da Repú-blica do Uruguai e Nacional de Ensi-no a Distância (Espanha). Publicoucerca de 50 obras jurídicas, algu-mas reeditadas mais de 25 vezes, evárias centenas de artigos no Brasile em outros países, nas áreas doDireito do Trabalho e do Direito Pre-videnciário. Foi presidente do Tribu-nal Superior do Trabalho, correge-dor-geral da Justiça do Trabalho e éministro vitalício dessa Corte Supe-rior. No exterior, Mozart Victor Rus-somano exerceu, entre outros car-gos, os de presidente do Conselho de Adminis-tração da Organização Internacional do Traba-lho, presidente e fundador do Tribunal Admi-

nistrativo da Organização dos Estados Ameri-canos e juiz do Tribunal Administrativo do Ban-co Interamericano de Desenvolvimento.

Reitor Clotet entregou a distinção

T rês professores do Pro-grama de Pós-Gradua-ção em História da

PUCRS foram eleitos para adiretoria da Sociedade Bra-sileira de Pesquisa Histórica(SBPH). São eles o coordena-dor do Programa de Pós-Gra-duação Arno Kern (presiden-te) e os professores CharlesMonteiro (secretário) e Helderda Silveira (Tesoureiro). Omandato tem a duração detrês anos.

A SBPH, que comemora em 2005 oseu 25º aniversário, é a maior sociedadebrasileira formada exclusivamente porpesquisadores no campo da História, commais de 500 sócios. Participam, além depesquisadores, professores de mestrado edoutorado. A entidade surgiu quando co-meçaram a se formar os primeiros cursosde pós-graduação em História, e a conse-qüente necessidade de que os professorese pesquisadores se reunissem.

A sociedade promove encontros anu-ais, que geralmente duram uma semana,

Professores da PUCRSna diretoria da SBPH

quando são apresentados resultados depesquisas, discutidos aspectos metodoló-gicos e teóricos e promovidas mesas-re-dondas. Todos os anos a instituição publi-ca duas revistas.

Kern comemora o destaque da PUCRSna SBPH. “A eleição foi um reconhecimen-to nacional ao trabalho de qualidade reali-zado na Universidade. A PUCRS tem pro-duzido muitos trabalhos, livros, artigos eprojetos relevantes, o que causa uma boaavaliação externa. É o reflexo de um gran-de esforço”, observa.

Silveira, Monteiro, Sandra Brancato e Kern

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OPINIÃO

PUCRS INFORMAÇÃO Nº 127 – NOV-DEZ/2005 51

Arealidade social brasileira inspirareflexões especiais. Os estudiososvêem o flagrante como de “ano-

mia, atimia e acídia”, onde falecem a nor-ma, o ânimo e o prazer da cidadania. Triun-fo do atraso, diagnosticam outros. Estamosameaçados por uma cultura oficial, umaimprensa controlada, uma universidadeasfixiada e uma Justiça amordaçada. Umquadro de “aversão à lógica, ao raciocínioe ao conhecimento”. A garantia da liberda-de, a realização da Justiça e a construçãoda paz correm risco. Daí a importância dareflexão séria sobre uma cidadania marca-da pela participação popular.

A Constituição de 1988 consagrou aparticipação popular como instrumento delegitimação do poder. No artigo primeiro, oEstado brasileiro se elege “democrático dedireito” e afirma, como fundamento da Re-pública, a cidadania.

A cidadania está ali num sentido maisamplo do que o de titular de direitos políti-cos. Qualifica os participantes da vida doEstado. Reconhece as pessoas como inte-gradas na sociedade estatal. Significa queo funcionamento do Estado estará subme-tido à vontade popular. A democracia re-presenta liberdade positiva com a partici-pação política direta dos cidadãos. Assim,o Estado é dotado de sua Constituição limi-tadora do poder por meio do império do Di-reito, resultando “governo de leis e não dehomens”, que remete ao parágrafo únicodo artigo 1º, da Constituição, que consagrao princípio da soberania popular: “Todo opoder emana do povo”.

São princípios relativos ao regime políti-co: cidadania, dignidade da pessoa, plura-

lismo, soberania popular, represen-tação política e participação direta.

O conteúdo da expressão Es-tado Democrático de Direito não éformal. A democracia é fundamentoda República Federativa do Brasil. AConstituição prescreve o modo peloqual a democracia brasileira se realizará.Os mandamentos constitucionais não des-prezam, mas pelo contrário, recomendam orespeito aos mecanismos de participaçãodireta da sociedade na construção do Esta-do brasileiro.

A participação direta da população naadministração possibilita um maior contro-le e transparência dos gastos públicos. Oart. 48, parágrafo único, da Lei Comple-mentar, nº 101/2000 (Lei de Responsabili-dade Fiscal), assegura a presença popularno controle da administração pública.

Face a regras, constitucionais e infra-constitucionais, a inclusão prática de formasde influência direta do povo nas decisões degoverno merece muito mais atenção. A par-ticipação direta da população na elaboraçãodas peças orçamentárias dos poderes pú-blicos é o mecanismo mais eficaz para aconcretização da democracia ativa.

A idéia não é nova. Na Grécia antiga,“polis”, já houve experiências democráti-cas de se conferir às assembléias de cida-dãos a incumbência de opinar e decidir so-bre questões administrativas. Trata-se deimportante forma de amenizar a distânciaentre a administração pública e a realidadedas necessidades e anseios da população.A interferência direta nas decisões orça-mentárias fortalece a cidadania e o senti-mento de responsabilidade para as ques-

tões de ordem pública, além de legitimar asações de governo.

O orçamento participativo combina eharmoniza a democracia direta com a de-mocracia representativa, como uma con-quista a ser preservada e qualificada, emque o cidadão possa não só participar da ges-tão pública, mas também de seu controle.

O objetivo fundamental da Repúblicade “promover o bem de todos”, asseguradopelo inc. IV, do art. 3º da Constituição, so-mente pode ser atingido, quando se souberexatamente o que seja bem de todos. Quemmelhor sabe o que é bem para o povo é opróprio povo. A experiência do orçamentoparticipativo transcende o processo demera gestão pública e de planejamento de-mocrático, resultando num processo políti-co de geração de consciência e cidadania.O cidadão não encerra sua participação noato de votar, mas também decide priorida-des de gastos e controla a gestão do gover-no. Ele deixa de ser um coadjuvante paraser protagonista da gestão pública.

A cidadania está ali num sentido mais amplo

do que o de titular de direitos políticos. Qualifica os participantes

da vida do Estado. Reconhece as pessoas como integradas

na sociedade estatal. Significa que o funcionamento do Estadoestará submetido à vontade popular.

JARBAS LIMAJARBAS LIMADiretor da Faculdade de Direito da PUCRS

Cidadania ativaCidadania ativa“O povo inglês acredita ser livre, mas se engana redondamente; só o édurante a eleição dos membros do parlamento; uma vez eleitos estes,ele volta a ser escravo, não é mais nada.” – Jean Jacques Rousseau

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