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Ensino SuperiorInovao e qualidade na docncia
Carlinda Leite e Miguel Zabalza (Coords.)
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Ficha Tcnica
Ttulo da obra Ensino Superior: Inovao e qualidade na docncia
Coordenao Carlinda Leite e Miguel Zabalza
Design da obra,
coordenao editorial e
reviso
Ana Caldas, Sara Pinheiro e Ana Sofia Faustino
Edio CIIE Centro de Investigao e Interveno Educativas
ISBN 978-989-8471-05-5
Data de edio Julho 2012
Depsito legal 347308/12
Comisso Cientfica Afonso Pinho Ferreira, Albertina Lima Oliveira, Alicia Rivera Morales,
Amlia Lopes, Amrico Peres, Amparo Martines March, Ana Mouraz,
Antonio Bolivar, Antnio Magalhes, Ariana Cosme, Aurlio Villa, Bento
Silva, Carles Monereo, Carlos Moya, Carolina Silva Sousa, Cleoni
Fernandes, Corlia Vicente, Cristina Rinaudo, Danilo Donolo, Elisa
Lucarelli, Elisabete Ferreira, Ftima Pereira, Ftima Vieira, Fellipe Trillo,
Fernando Remio, Flvia Vieira, Gisela Velez, Helena C. Arajo, Jesus
Maria Sousa, Joan Mateo, Joan Ru, Jorge Bento, Jos Alberto Correia,
Jos Antnio Ramalheira Corujo Vaz, Jos Augusto Pacheco, Jos Brites
Ferreira, Jos Caldas, Jos Carlos Morgado, Jos Manuel Martins Ferreira,
Jos Maria Maiquez, Ktia Ramos, Liliana Sanjurjo, Lusa Neto, Manuela
Esteves, Maria Amlia Ferreira, Maria do Rosrio Pinto, Maria Isabel
Cunha, Maria Teresa Fonseca, Marlia Morosini , Mario de Miguel Diaz,
Miguel Valero, Nilza Costa, Pedro Moreira, Pedro Teixeira, Preciosa
Fernandes, Rui Alves, Rui Trindade, Sebastian Rodrguez Espinar,
Uldarico Malaspina, Valeska Fortes de Oliveira
Capa Manuel Francisco Costa
Contactos CIIE Centro de Investigao e Interveno Educativas
Faculdade de Psicologia e de Cincias da Educao da Universidade do
Porto
Rua Alfredo Allen, 4200-135 Porto, Portugal
Tel. +351 220 400 615 | Fax. +351 226 079 726 | [email protected]
Nota: O contedo dos textos reunidos nesta obra da total responsabilidade dos seus autores.
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FERNNDEZ ENGUITA, Mariano.( 1998). O magistrio numa sociedade em mudana. In:
VEIGA, Ilma Passos A. (Org.). Caminhos da profissionalizao do magistrio.Campinas:
Papirus, p. 11-26.
HARGREAVES, Andy. (1998). Os professores em tempos de mudana- O trabalho e a cultura dos
professores na idade ps-moderna. Alfragide: McGraw-Hill.
LEITE, Denise; MOROSINI, Marlia (Orgs.). (1997). Universidade futurante: produo do ensino
e inovao. Campinas: Papirus.
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SAVIANI, Dermeval.(1997) A nova lei da Educao.Campinas: Papirus.
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8.69.
Ttulo:
Formar professores no ensino superior: o caso da formao inicial de professores
de Geografia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Autor/a (es/as):
Martins, Felisbela [Faculdade de Letras da Universidade do Porto]
Resumo:
O modelo de formao inicial de professores de Geografia na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto inseria-se num quadro de formao mono-disciplinar de Licenciatura ao
qual se lhe seguia inicialmente uma Formao Integrada e mais tarde um Curso de
Especializao em Ensino. Este modelo vigorou, em meio universitrio, desde 1987 a 2008. O
modelo que se lhe seguiu, organizado luz do Processo de Bolonha, resulta numa formao
acadmica agora correlacionada com a formao em Histria dando origem ao Curso de
Mestrado em Ensino da Histria e Geografia.
Ao longo destes anos tratou-se de promover uma formao inicial que fomentasse o
desenvolvimento de capacidades e atitudes conducentes a um desempenho profissional
reflexivo, problematizador crtico e em formao permanente.
Neste estudo pretendemos dar a conhecer como professores de Geografia formados por esta
Faculdade se apropriaram das concepes curriculares e modos de trabalho pedaggico
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desenvolvidos e que sentidos e significados foram desencadeados ao nvel das prticas.
Pretendemos contribuir para uma reflexo e desenvolvimento da formao de professores de
Geografia desenvolvida nesta Faculdade, agora que se encontra ligado formao de
professores de Histria e novos desafios e constrangimentos se nos colocam nesta modalidade
de formao.
Palavras-chave:
Formao Inicial de Professores de Geografia, modos de trabalho pedaggico, prticas
pedaggicas.
Introduo
Desde os finais do sculo XX que a formao inicial de professores de Geografia tem vindo a ser
desenvolvida em meio universitrio. Desde 1987, o modelo de formao na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto inseria-se no quadro de uma formao mono-disciplinar de licenciatura com
a durao mdia de cinco anos. Nos primeiros anos dava-se nfase a uma formao centrada nos
saberes geogrficos e medida que a formao avanava, centrava-se numa formao educacional
geral e especializada, que tentava articular a teoria com a prtica, para no final ser realizada em
contexto de insero profissional. Tratava-se de se promover uma formao inicial onde se
pretendia desenvolver capacidades e atitudes conducentes a um desempenho profissional reflexivo,
problematizador, crtico e em permanente aperfeioamento. Ou seja, se o tornar-se professor um
longo processo, pretendia-se dotar a formao inicial de mecanismos que conduzissem ao
desenvolvimento de aspectos evolutivos do processo de aprender e ensinar e preparar pessoas para
uma aprendizagem eficiente ao longo da vida.
Segundo esta perspectiva a linha condutora que nos guiou para a formao de professores de
Geografia orientou-se no sentido de serem gerados modos de trabalho pedaggico e de conduzir os
professores iniciantes a saberem conceber e gerir um currculo, nomeadamente o do ensino bsico,
que lhes permitisse adoptarem uma atitude investigativa de modo a pensarem nas suas aes e nos
modos de trabalho pedaggico a serem concretizados e a refletirem sobre eles.
Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto geraram-se interpretaes do prprio currculo
nacional do ensino bsico e secundrio, que foi amplamente divulgado junto dos alunos, futuros
professores e junto dos orientadores de estgio que nas escolas os acompanhavam. Tendo como
pano de fundo esta problemtica, questionamo-nos: como se apropriaram professores de Geografia
das concepes curriculares e modos de trabalho pedaggico desencadeados e que sentidos e
significados foram incorporados ao nvel das prticas?
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Nesta comunicao pretendemos dar conta das interpretaes ao nvel do Currculo encetados junto
destes docentes e as (re)interpretaes feitas por estes. Assim no ponto um fazemos uma breve
apresentao dos diferentes modelos de formao inicial de professores de Geografia da Faculdade
de Letras da Universidade do Porto realando, nos pontos seguintes, os referenciais tericos que
sustentam o papel do professor enquanto profissional num quadro de uma formao qualificante e,
em traos gerais, as aes desenvolvidas no Departamento de Geografia. Traamos de seguida o
caminho metodolgico percorrido e ouvimos as vozes dos orientadores de estgio e de jovens
professores recm-formados sobre as suas interpretaes do currculo nacional de Geografia e as
interpretaes efectuadas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Finalmente
terminamos com consideraes gerais sobre este estudo.
1 - A formao inicial de professores de Geografia na Faculdade de Letras da Universidade
do Porto.
Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto a formao inicial de professores de Geografia
para o Ensino Bsico (3 ciclo) e Ensino Secundrio iniciou-se no ano de 1987.
O primeiro modelo de formao denominou-se Formao Integrada90
e nele os estudantes
frequentavam, desde o 3 ano de licenciatura, disciplinas de formao educacional geral e
especfica91
. Em Geografia, a unidade curricular de formao educacional especfica denominava-
se Metodologia do Ensino da Geografia e nos dois ltimos anos foi configurado um novo plano de
estudos, em que esta disciplina foi substituda por outras quatro, das quais os alunos escolhiam
duas, a saber: Gesto Curricular em Geografia ou Ensino da Geografia em Portugal e na Europa,
Metodologias Didticas em Geografia ou Anlises das Aprendizagens em Geografia. Nestas
unidades curriculares os alunos entravam em contacto com a pertinncia e especificidade de
educao geogrfica, com as problemticas ligadas gesto do currculo, com as metodologias de
ensino e avaliao das aprendizagens. Tomavam contacto com os programas e orientaes
curriculares de Geografia do 7 ao 12 ano. Concebiam situaes educativas, elaboravam
documentos pedaggico didticos decorrentes das interpretaes dos documentos oficiais e da
sua implementao nas salas de aula.
A iniciao prtica profissional era efectuada no 5 ano e correspondia ao Estgio numa escola de
ensino bsico (3 ciclo) e /ou secundrio, ao longo de um ano e com duas turmas prprias. Alm do
90 - Nos primeiros quatro anos esteve em vigor uma situao de transio com uma Licenciatura de quatro
anos qual se seguia uma formao pedaggico-didtica e iniciao prtica profissional ps-licenciatura de
2 anos. 91 - Introduo s Cincias da Educao, Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Organizao e
Desenvolvimento Curricular e Metodologias de Ensino.
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Estgio, os alunos frequentavam uma unidade curricular leccionada na Faculdade denominada
Seminrio.
Este ciclo de formao inicial de professores terminou em 2005 entrando em vigor, at 2008, a
formao inicial atravs do Curso de Especializao em Ensino. Mais uma vez os estudantes ao
longo da sua licenciatura desde o 3 ano frequentavam disciplinas de formao educacional geral e
especfica92
e no final da licenciatura inscreviam-se no Curso de Especializao em Ensino, neste
caso de Geografia. Com a durao de um ano ele traduzia-se numa iniciao prtica profissional
na forma de Estgio numa escola bsica e/ou secundria e na unidade curricular de Seminrio.
Porm, a prtica destes alunos no era realizada em turmas prprias, mas, sim, nas turmas
atribudas aos seus orientadores. A formao na escola, semelhana do modelo anterior, incidia
sobre diferentes dimenses que tinham o sentido de promover a responsabilidade deontolgica, a
organizao, a gesto e realizao do processo de ensino-aprendizagem, nas suas componentes
cientfica e pedaggico-didtica bem como a iniciao ao desenvolvimento profissional ao longo da
vida, de modo a favorecer a valorizao e o empenho, a responsabilidade, o rigor, a reflexo, a
sistematicidade, a progresso, a criatividade e a autonomia.
Tambm, e como no modelo anterior, no Curso de Especializao em Ensino, os estudantes
frequentavam a unidade curricular leccionada semanalmente na Faculdade - o Seminrio. Este
visava aprofundar competncias cientficas e pedaggicas, estabelecer uma articulao entre teoria
e prtica, entre as Cincias da Educao, as reas disciplinares de Geografia e a prtica docente.
Para alm disto, pretendia-se desenvolver capacidades e atitudes conducentes a um desempenho
profissional reflexivo, problematizador, crtico e em permanente aperfeioamento. Recorria-se
discusso e anlise de experincias implementadas em cada ncleo de estgio e ainda realizao
de um trabalho de pesquisa susceptvel de ser aplicado na rea da disciplina de docncia.
Estes alunos eram ento acompanhados nas escolas por professores, orientadores de estgio aos
quais eram atribudas funes de acompanhamento no desempenho das atividades de formao e a
quem competia proceder sua anlise numa perspectiva reflexiva, formativa e de forma
continuada, de modo a promover uma cultura e atuao pedaggico-didtica dos estagirios, quer
de forma individualizada quer de forma coletiva.
De um modo geral, quer a Formao Integrada, quer a formao atravs do Curso de
Especializao em Ensino pautava-se por uma formao centrada nos primeiros anos, na formao
cientfica dos saberes geogrficos, e, medida que a formao avanava, centrava-se numa
formao educacional geral e especializada, que no caso da Geografia tentava articular a teoria com
a prtica, para no final ser realizada em contexto de insero profissional.
92 - No caso da formao especfica de Geografia as quatro disciplinas iniciais foram progressivamente
diminuindo e nos dois ltimos anos foram apenas leccionadas Gesto Curricular em Geografia e
Metodologias Didticas da Geografia.
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A partir de 2008-2009 e de acordo com o Processo de Bolonha a formao inicial de professores de
Geografia resulta numa formao acadmica interligada com a formao de professores de Histria
o Mestrado em Ensino da Histria e Geografia. A formao de professores de Geografia passa a
ter a obrigatoriedade de se realizar conjuntamente com a formao de professores de Histria
fundindo-se numa mesma formao profissional de docentes.
Para ingressar neste curso de Mestrado os alunos desta Faculdade podem possuir uma Licenciatura
em Geografia com minor em Histria ou possuir uma Licenciatura em Histria com minor em
Geografia. Para isso no 1 caso tm que possuir 120 ECTS em Geografia mais 54 ECTS em
Histria aos quais se juntam 6 ECTS de uma disciplina de opo e, no segundo, 126 ECTS em
Histria mais 54 ECTS em Geografia.
No caso da Licenciatura em Geografia com minor em Histria os alunos frequentam no 2 (2
semestre) e 3 ano um leque de 9 unidades curriculares93
. Por seu turno, no caso da Licenciatura em
Histria com minor em Geografia os alunos podem escolher 9 unidades curriculares de um leque
de 14 unidades curriculares, nos dois semestres dos 2 e 3 ano da Licenciatura94
.
Terminadas estas duas Licenciaturas os alunos ingressam no Mestrado em Ensino. Este curso ps-
graduado composto por dois anos: o 1 ano integra disciplinas das reas de formao educacional
geral e das didticas distribudas por dois semestres95
; o 2 ano dominado pela unidade curricular
de Iniciao Prtica Profissional (IPP). Esta compreende as componentes de Prtica de Ensino
Supervisionada, que se realiza na escolas bsicas e secundrias, e de Seminrio Integrador de
Histria e Geografia, que semanalmente e de modo alternado entre a Geografia e a Histria, se
realiza na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. De acordo com um regulamento
especfico da IPP os estudantes devem realizar um Relatrio Final de estgio, que objecto de
discusso pblica por um jri, e dever articular-se com o trabalho desenvolvido na prtica
docente.
Ao longo deste perodo a formao inicial de professores de Geografia da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto teve sempre em vista uma anlise e interpretao das polticas educativas
93 - Histria Econmica e Social na poca Medieval; Histria Medieval de Portugal; Histria Econmica e
Social na Europa Moderna; Histria Moderna de Portugal; Histria Econmica e Social na poca
contempornea; Mtodos e Tcnicas de Investigao Histrica; histria dos Descobrimentos e da Expanso
Portuguesa; Histria Contempornea de Portugal; Histria da Historiografia.
94 - Cartografia; Geografia de Portugal; Geografia Fsica de Portugal; Geografia Rural; Geografia Urbana;
Mudanas Globais e Ambiente; Pensamento Geogrfico; Sociedade, Territrio, Globalidade;
Desenvolvimento e Planeamento do Territrio; Geografia da Populao; Geografia Humana de Portugal;
Processos Atmosfricos e Hidrolgicos; Processos Ecolgicos da Biosfera; Processos Geomorfolgicos.
95 - Anlise Social da Educao; Didtica da Histria; Didtica ad Geografia I; tica e Deontologia;
Psicologia da Educao (1 semestre); Aplicaes Didticas em Histria e Geografia; Didtica da Geografia
II; Histria e Cidadania; Investigao Educacional; Problemticas Pedaggicas Contemporneas.(2
semestre).
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onde se privilegiava um papel para o professor de ser um agente capaz de levar a conhecer,
interpretar, compreender e refletir os fenmenos curriculares. Teve sempre em vista formar
professores de Geografia que soubessem conceber e gerir o currculo e que lhes permitissem
adoptar uma atitude investigativa de modo a pensarem nas suas aes e nos modos de trabalho
pedaggico a serem concretizados e refletirem sobre eles. Esta linha de pensamento e ao tem sido
desenvolvida e continuada no modelo de formao concebido luz do Processo de Bolonha,
embora esta seja partilhada com a disciplina de Histria. Continuamos a pretender contribuir para a
formao de docentes que possuam saberes que lhes permitam configurar situaes curriculares
adequadas aos contextos que caracterizam a escola e que constroem vises reais de uma
profissionalidade docente.
Tem sido, assim, uma constante, a ateno s polticas educativas e a aspectos de uma formao de
professores que privilegiem, acima de tudo, uma construo do currculo entendido como um
processo que envolve um conjunto de atores e uma prtica reflexiva.
2 O papel do professor enquanto profissional num quadro de uma formao qualificante
Em obra publicada nos anos 80 do sculo XX Lawrence Stenhouse defendia que os professores na
conduo da sua ao deviam de adoptar uma atitude investigativa em relao aos seu prprio
modo de ensinar (Stenhouse,1987:211), designando esta atitude investigativa como a disposio
para examinar com sentido crtico e sistematicamente, a prpria atividade prtica (ibidem). Na sua
tese, Stenhouse afirma que o processo de aperfeioamento profissional no se produz mediante a
transmisso de teorias, mas questionando essas habilidades e recursos que refletem as capacidades
pessoais com respeito prtica de ensino, ao conhecimento ministrado ou s pretenses
educativas (citado por Contreras, 2002:118). Ora, para tal, na opinio de Stenhouse, citado agora
por Day (2001:48), o professor tem que assumir o compromisso para questionar, de forma
sistemtica, o seu prprio ensino como base para o seu desenvolvimento; o compromisso e as
destrezas para estudar o seu prprio ensino; a preocupao em questionar e testar na prtica teorias
atravs do uso dessas capacidades.
Esta atitude investigativa por parte dos professores permite que estes pensem nas suas aes, nos
modos pedaggicos a serem concretizados e reflitam sobre eles. A ideia do professor que reflecte
na e sobre a ao a do profissional que pensa refletindo, desenvolvida por Donald Shn (1998),
quando advoga que a ideia de reflexo na ao, comum no dia a dia da prtica profissional e que
grande parte do conhecimento dos professores resulta da sua ao prtica, resultado dos sucessivos
e constantes processos de reflexo. Por outro lado, esta reflexo na e sobre a ao permite aos
professores reinterpretar o seu trabalho. O professor, ao refletir sobre a sua prpria prtica,
transforma-a em objecto de questionamento com vista melhoria das suas qualidades educativas.
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Na mesma linha de pensamento, Henry Giroux reala o carcter intelectual da atividade do
professor. Do seu ponto de vista, os professores devem ser capazes de assumir responsabilidades
ativas pelo levantamento de questes srias acerca do que ensinar, como devem ensinar, e quais as
metas mais amplas pelas quais esto lutando (ibidem), com o objectivo de construir um ensino
dirigido transformao de cidados crticos e ativos. Desta forma, os docentes so encarados
como intelectuais transformadores (Giroux,1997:161) que ajudam os estudantes a adquirir um
conhecimento crtico sobre as estruturas sociais bsicas. Reconhece-se, e na opinio de Zeichner
(1993:16), que os professores devem ser profissionais que desempenhem um papel ativo na
formulao tanto dos propsitos e objectivos do seu trabalho como nos meios para os atingir, ou
seja, professores prticos reflexivos (ibidem).
No quadro da formao inicial de professores de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade
do Porto estas foram as linhas mestras que nos orientaram e nos continuam a orientar. Defendemos
a ideia de que o papel para um professor deve ser o de um profissional que saiba ser um agente
participado ativo e autnomo e que saiba responder s necessidades da escola em que exerce a
profisso e dos alunos com quem trabalha. Consideramos haver a necessidade de pensar uma
formao de professores, no sentido, e segundo Flores (2000:151), que possibilite a aquisio e
reconstruo de destrezas, conhecimentos e disposies para reinterpretar o currculo, o que requer
uma maior participao dos professores no processo da sua construo e do seu desenvolvimento.
Defendemos uma formao de professores que permita a assuno por parte destes dum papel que
passe por cada um possuir domnio do conhecimento do que ensina, mas tambm que saiba para
que ensina. Uma formao que rompa com o papel de professor com uma orientao que se baseie
na reproduo de situaes (Leite,2005b:131), mas acima de tudo que seja ele prprio um
configurador de currculo(ibidem)96
. A formao de professores deve ultrapassar a centralizao
na especializao dos saberes e nas tcnicas e ser alargada e dar lugar a uma formao que
socialize os futuros professores com a profisso que lhes permita desenvolver uma mentalidade
curricular entendida como conscincia do sistema em que se est inserido e do papel, ou papis,
que nele desempenham, ou podem vir a desempenhar (Leite,2005b:138) e que os prepare para
serem co -autores do currculo e no apenas meros receptores(ibidem).
Desta forma, as imagens de um professor que reflita sobre a ao e participe na sua formao
implicam uma perspectiva de formao de professores que ultrapasse a relao linear e
hierrquica entre o conhecimento cientfico e a sua prtica (Flores, 2000:156). Alm do mais,
deve implicar, segundo Leite (2005c:372), ir mais alm dos conhecimentos disciplinares a que
cada um/a se encontra veiculado/a, sem no entanto, os deixar de ter em conta e conferir novas
96 - O entendimento dos professores como configuradores do currculo pressupe que desempenhem um
papel de gesto do processo de desenvolvimento curricular, cabendo-lhes o estatuto de mediadores entre as
propostas corporizadas no currculo nacional e a concretizao, pelos alunos, das aprendizagens pretendidas.
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profissionalidades que permitam que os professores desenvolvam competncias para lidar com as
situaes que as mudanas sociais tm gerado(ibidem). Como refere Flores (2000:157), uma
viso holstica e integradora dos processos de formao, superando a perspectiva disciplinar, no
sentido de uma atitude crtica fomentadora da dimenso auto -reflexiva do conhecimento.
Esta concepo de formao afasta-se da concepo qualificada do modelo tecnicista, para dar
lugar a uma formao qualificante que apoia uma investigao que por ser crtica e disfuncional,
, tambm ela qualificante (Correia, 1998:140). Ao mesmo tempo esta concepo de formao de
professores deve permitir desenvolver, uma tomada de conscincia, sobre o papel que tm como
agentes educadores e como tal devem de refletir e investigar sobre as suas prprias prticas.
Entenda-se, neste caso, que as prticas no dizem respeito s ao seu trabalho na sala de aula, mas
tambm fora dela. Ou seja, no entendemos uma formao de professores que permita s
desenvolver boas prticas dentro da sala de aula e que ignore o seu trabalho dentro do contexto da
escola e da comunidade. Entendemos, sim, uma formao de professores que v mais longe e que
permita desenvolver aes que levem os professores a colocar sistematicamente em questo o seu
prprio ensino, que sejam capazes de eles prprios estudarem e investigarem modos de trabalho
pedaggico de ensinar e de identificarem o interesse de o fazer. Uma formao de professores que
desenvolva uma nova atitude pedaggica, que desenvolva uma nova forma de estar em educao.
Ou seja, professores que sejam capazes de um desenvolvimento profissional autnomo,
possuidores de atitudes de auto - anlise atenta e permanente e onde no so ignoradas questes de
ordem social.
3 As aes desenvolvidas no Departamento de Geografia.
Orientadas pelas linhas de fora sublinhadas, no Departamento de Geografia, as docentes
responsveis pelas disciplinas de didticas especficas e pela insero prtica profissionalizante
foram produzindo momentos de formao e de reflexo, leccionando as disciplinas, organizando
reunies de trabalho, momentos de formao e documentos que refletem esta forma de interpretar a
formao de professores e o prprio currculo de Geografia. Este, em especial, a partir da
Reorganizao Curricular do Ensino Bsico apresenta uma organizao diferente das orientaes
curriculares anteriores baseando-se em competncias especficas e experincias educativas para as
desenvolver. Confere aos professores ainda a possibilidade de identificar outras de acordo com os
Projetos Educativos e Curriculares da Escola onde esto inseridos.
Esta produo de conhecimento desenvolvida ao nvel da Faculdade foi divulgada no s a
estudantes, futuros professores, mas tambm a professores que nas escolas os acompanhavam, os
orientadores de estgio.
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Todos os anos, mesmo antes da Reorganizao Curricular, era tradio no Departamento de
Geografia, no incio do ano lectivo serem realizadas vrias reunies onde se analisavam e
discutiam temticas ligadas didtica da Geografia, prtica lectiva e superviso pedaggica.
Estes momentos de formao prolongavam-se por todo o ms de Setembro de cada ano, eram
reunies de carter formativo onde havia grande partilha de conhecimento.
Em especial, na primeira dcada do sculo XXI as preocupaes das docentes do Departamento de
Geografia vocacionaram-se para a anlise, interpretao e desenvolvimento do Currculo Nacional
do Ensino Bsico e das Orientaes Curriculares de Geografia e das exigncias agora maiores que
se atribuam ao(s) professore(s) enquanto gestores do currculo. Perante a flexibilidade curricular
apresentada, procurou-se romper com lgicas clssicas de mera sequencializao dos modos de
organizar e gerir o currculo, de modo a romperem-se rotinas e concretizarem-se novas prticas e
modos de desenvolver a educao geogrfica. Estes momentos de partilha do conhecimento, quer
em momentos de formao, quer ao longo das didticas especficas foram-se sucedendo ao longo
de uma dcada e tornaram-se fundamentais para a formao de professores.
Por fora das sucessivas reestruturaes do curso, a nomenclatura das unidades curriculares foi
mudando, mas em todas elas tivemos o cuidado de privilegiar uma gesto do currculo de
Geografia que procure dar uma viso do seu ensino de uma forma integrada. Ainda, e transversal a
esta linha de trabalho, houve a preocupao da formao de professores ser centrada numa tomada
de conscincia sobre o papel do professor como um agente educador, ativo e configurador do
currculo procurando que estes se assumam como sujeitos de uma prtica investigativa e de
reflexo crtica.
4 O caminho metodolgico percorrido
Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto geraram-se interpretaes do Currculo Nacional
de Geografia e modos de trabalho pedaggico que foram amplamente divulgados por alunos,
futuros professores e orientadores de estgio que os acompanharam. Face ao trabalho desenvolvido
ao longo de mais de uma dcada encetmos um estudo cujo objectivo era perceber como jovens
docentes e seus orientadores se apropriaram destas interpretaes, desenvolveram modos de
trabalho pedaggico e que sentidos e significados foram incorporados ao nvel das prticas. Nesse
sentido, fomos ouvir as suas vozes. Para tal realizmos junto de orientadores de estgio do ano de
2007/2008 uma entrevista colectiva. Ainda solicitmos a jovens professores recm-
profissionalizados dirios de aula de uma unidade didtica especfica a Mobilidade. Recolhemos
18 dirios de aula correspondentes a 3 aulas consecutivas no tocante planificao de cada uma, ao
que lhes seguiu outros tantos relativos sua concretizao. Como em qualquer estudo de natureza
qualitativa obtivemos um conjunto de dados e informaes que foram objecto de organizao e
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sistematizao com o objetivo de extrair significados relacionados com a investigao. Portanto,
estes foram sujeitos a anlise de contedo. Com a leitura exaustiva da entrevista e dos dirios
emergiram categorias, foram identificadas unidades de registo o que nos orientou na anlise e
interpretao dos discursos proferidos pelos orientadores e professores relativamente s suas
prticas e compreender as (re)interpretaes por estes feitas.
5 - As interpretaes do Currculo Nacional de Geografia do Ensino Bsico e da FLUP pela
voz dos orientadores e jovens professores.
5.1 - A voz dos orientadores
Ao ouvirmos as vozes dos professores envolvidos nesta investigao foi para ns patente uma
postura de descrena face ao Currculo Nacional do Ensino Bsico e o de Geografia e aos modos de
trabalho pedaggico desencadeados por professores. Apesar de todos serem unnimes
relativamente s potencialidades do Currculo Nacional e de Geografia, os membros deste grupo
olham para o que est a acontecer nas escolas com bastante desconfiana, no acreditando que algo
tenha mudado na organizao curricular. Nunca se sentindo bem em relao a um currculo que
pretende dar maior nfase ao cariz interpretativo dos saberes a desenvolver, demonstram uma falta
de crena em todo o processo desencadeado. So crticos face forma como o Currculo Nacional
chegou s escolas e consideram que foram uns autodidatas. A falta de informao e informao
conduziu pouca adeso por parte dos docentes e as mudanas ao nvel da Geografia foram
significativas para alguns dos docentes. No seu entender desqualificaram a disciplina, fazendo
realar a perspectiva tcnica do currculo e a defesa da disciplina escolar. Contudo essa posio no
unnime. H vozes discordantes nas posies expressas. Pensamos poder dizer que esta discusso
sobre o processo de adeso e rejeio ao currculo nacional enveredou por diferentes formas de
estar na escola e entender a misso que esta deve ter. Por outro lado, foi defendida uma concepo
de currculo tcnica onde a transmisso de conhecimentos fundamental, pois importante dotar
os alunos de saberes considerados essenciais para serem avaliados em funo de objectivos
previamente definidos. A outra posio diferente, pois advoga a grande importncia dada
prtica em contexto da escola, permitindo ver que o papel do docente o de conduzir os alunos a
aprender a aprender, sendo considerados como pessoas que devem aprender conhecimentos que
perdurem durante a vida.
No que s interpretaes feitas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto diz respeito e aos
modos de trabalho pedaggico desencadeados, os orientadores foram unnimes em afirmar que elas
viabilizam a concretizao das aprendizagens e a formao de professores. Mas a par desta posio
defenderam que aps a profissionalizao os jovens professores no as vo usar mais. Estes
documentos acabam por ficar circunscritos aos professores que esto ligados formao inicial e
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durante a formao inicial. At porque nas escolas no tm interlocutores, ou seja, os restantes
professores das escolas no falam a mesma linguagem. Na sua opinio os jovens professores no
vo usar nem os documentos oficiais, nem os que trabalharam na Faculdade entrando de imediato
nos modos e rotinas escolares. H contudo a tomada de conscincia de que estes jovens professores
durante a formao inicial, ganharam ferramentas, autonomia e mestria e que at tm contribudo
para a prpria formao dos entrevistados.
5.2 - A voz dos professores recm-formados
A realizao dos dirios de aula implicava que cada professor expressasse o seu pensamento sobre
a preparao e a concretizao das suas aulas. Quando comeamos a fazer a primeira leitura dos
dirios ficmos logo com a noo de que estes professores tinham por fim trabalhar os contedos
temticos relativos ao tema Mobilidade. Ainda, os professores executam as suas aulas de acordo
com o que planificam demonstrando grande preocupao em motivar os alunos e sem sombra de
dvida so os agentes que lideram a ao. Encontramos professores que organizam e realizam as
suas aulas apoiando-se em manuais escolares, cadernos de atividades, recorrendo correo de
trabalhos de casa e de aula no caderno dirio usando revises dos assuntos das aulas anteriores. A
comunicao que estabelecem com os alunos tem como caraterstica o dilogo vertical, j que o
professor prev e recorre a procedimentos que tm por base explicar, resolver os problemas e
promover a elaborao de esquemas-sntese conducentes consolidao do conhecimento. Os
professores presentes nesta pesquisa tm a preocupao de perspectivarem um ensino em que
assumem o papel de organizadores de situaes de aprendizagem, evidenciam uma concepo de
ensino associada transmisso do saber focado nos contedos temticos da disciplina de
Geografia.
Mas encontrmos tambm professores que organizam e conduzem aulas tendo em ateno a
configurao de estratgias e recursos participao, segundo uma orientao que procura a
emancipao e a livre iniciativa dos alunos, pese embora os seus discursos sejam mais centrados no
saber e no saber-fazer. Desempenham um papel de professor animador e problematizador
traduzindo-se na prtica de envolverem os alunos em atividades de pesquisa e os levarem a
construir o seu saber. Mas parece haver nestes docentes uma predisposio para um trabalho
pedaggico onde se configura uma gesto partilhada e intencionalmente pensada.
Ao ser pedido aos professores para que refletissem sobre os seus modos de trabalho pedaggico
desencadeados fomos confrontados com poucos momentos de reflexo. Esta reflexo foi pouco
profunda e nem todos a fizeram. Os que a realizaram, essa reflexo debruou-se mais sobre o modo
como transmitir o saber e o saber fazer e ao modo como atingir os objectivos identificados sem
nunca abordarem as competncias geogrficas que deveriam ter em mente desenvolver.
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Consideraes Finais.
A formao de professores de Geografia na FLUP tem tido a preocupao de seguir uma linha de
pensamento que conduza para uma habilitao para docncia em que os atores desenvolvem uma
capacidade de refletir sobre as suas aes desencadeadas. Os esforos desenvolvidos tm passado
por uma interpretao curricular e por modos de trabalho pedaggico conducentes ao dos
professores, agora encarados como configuradores do currculo. Mas este estudo leva-nos a tirar
ilaes, que, pelo menos para estes professores envolvidos nesta pesquisa, nem o currculo de
Geografia configurado a nvel nacional, nem as interpretaes realizadas na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, tem sido (re)interpretadas nas prticas. Temos a crena que para a maioria
dos orientadores pedaggicos que ouvimos, defendem uma concepo tcnica do currculo e isso
para eles fundamental pois importante dotar os alunos de conhecimentos para estarem preparados
para os exames e para a vida. Por outro lado, os jovens professores, so docentes que se preocupam
com os seus alunos e com as suas aprendizagens, procuram criar situaes que motivem os seus
alunos, apelam s suas vivncias, mas pensamos poder inferir que gerem localmente, de forma
prescritiva, um currculo nacional de geografia que pretende ser flexvel e aberto. No sendo uma
situao unnime, julgamos poder inferir que estes professores planificam e organizam
predominantemente as suas aulas no sentido de assumirem o papel de organizadores do processo
ensino-aprendizagem, praticando um ensino associado transmisso do conhecimento, atravs do
dilogo e centrado em contedos temticos de Geografia. exercida uma ao muito mais
orientada por parte destes docentes e onde aparecem poucas aes conducentes emancipao e
liberdade efetiva de ao dos alunos. Ainda, no nos parece evidente que estes professores tenham
tido uma postura sistemtica e com sentido crtico sobre a sua prpria atividade, no tendo tido a
capacidade de adoptar uma atitude investigativa em relao ao seu prprio modo de ensinar
(Stenhouse,1987). A reflexo na ao e sobre a ao (Schn,1998 e Zeichner, 1993) que deveria ser
comum no dia a dia da prtica profissional docente, o procedimento de reinterpretao do seu
trabalho com vista melhoria das suas qualidades educativas, parece no estar muito presente, pese
embora a preocupao em que os alunos fiquem a saber contedos e se estabelea um bom clima
de aprendizagem.
No deixa de ser preocupante o resultado deste estudo. E se o cruzarmos com os estudos que temos
vindo a realizar junto dos estudantes do Mestrado em Ensino de Histria e Geografia, essa
preocupao aumenta, j que estes atores esto muito mais preocupados com uma formao
centrada nos saberes disciplinares, em especial na rea do minor que frequentam. Esto longe de se
aperceber que a sua formao tem de ser mais ampla e longe de se assumir como professores com
capacidade de adoptar uma atitude investigativa em relao ao seu prprio modo de ensinar. Por
isso questionamo-nos sobre como articular o currculo nacional de geografia, a formao inicial de
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professores e a cultura docente imersa nas prticas pedaggicas das escolas e as vozes dos nossos
jovens docentes.
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