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Aluno (a): ______________________________________________ Nº: ______ Questão 01. (Unicamp 2016) As revoluções de independência na América hispânica foram, ao mesmo tempo, um conflito militar, um processo de mudança política e uma rebelião popular. (Rafael Rojas, Las repúblicas de aire. Buenos Aires: Taurus, 2010, p. 11.) São características dos processos de independência nas ex-colônias espanholas na América: a) o descontentamento com o domínio colonial e a agregação de grupos que expressavam a heterogeneidade étnica, regional, econômica e cultural do continente. b) o caudilhismo, sob a liderança política criolla, e o discurso revolucionário de uma nova ordem política, que assegurou profundas transformações econômicas na América. c) o uso dos princípios liberais de organização política republicana e a criação imediata de exércitos nacionais que lutaram contra as forças espanholas. d) a participação de indígenas e camponeses, determinante para a consolidação do processo de independência em regiões como o México, e sua ausência nas ações comandadas por Bolívar. Questão 02. (Unicamp 2014) Desde o período neolítico, os povos de distintas partes do mundo desenvolveram sistemas agrários próprios aproveitando as condições naturais de seus habitats e do conhecimento adquirido e transmitido entre os membros da comunidade. Assinale a alternativa que estabelece corretamente a relação entre o povo habitante de uma determinada área, o sistema produtivo por ele desenvolvido, as condições naturais aproveitadas e os produtos cultivados. a) Egípcios; uso da irrigação e drenagem; planícies úmidas e férteis dos rios Tigres e Eufrates; arroz e café. b) Incas; uso de terraços com técnicas de curvas de nível e irrigação de vales; aproveitamento dos altiplanos andinos; batata e milho. c) Chineses; uso intensivo dos terraços das altas montanhas; planalto de Anatólia no extremo leste da Ásia; café e cacau. d) Mesopotâmicos; uso de cultivos de inundação e de regadio; vales férteis dos rios Ganges e Amarelo; cana-de-açúcar e feijão. Questão 03. (Enem 2013) O canto triste dos conquistados: os últimos dias de Tenochtitlán Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos estão espalhados. Destelhadas estão as casas, Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido, Nos escudos esteve nosso resguardo, mas os escudos não detêm a desolação… PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento). O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à) a) tragédia causada pela destruição da cultura desse povo. b) tentativa frustrada de resistência a um poder considerado superior. c) extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol. d) dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados. e) profetização das consequências da colonização da América. Questão 04. (Enem 2012) Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de Veragua [Panamá] maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas. Ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade. Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado). Disciplina: História Atividade Complementar Professor (a): Data: ____/____/____ Ensino Médio Turma: ª série___ Bimestre: º

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Aluno (a): ______________________________________________ Nº: ______

Questão 01. (Unicamp 2016) As revoluções de

independência na América hispânica foram, ao

mesmo tempo, um conflito militar, um processo de

mudança política e uma rebelião popular. (Rafael Rojas, Las repúblicas de aire. Buenos Aires: Taurus, 2010,

p. 11.)

São características dos processos de independência

nas ex-colônias espanholas na América:

a) o descontentamento com o domínio colonial e a

agregação de grupos que expressavam a

heterogeneidade étnica, regional, econômica e

cultural do continente.

b) o caudilhismo, sob a liderança política criolla, e o

discurso revolucionário de uma nova ordem

política, que assegurou profundas transformações

econômicas na América.

c) o uso dos princípios liberais de organização

política republicana e a criação imediata de

exércitos nacionais que lutaram contra as forças

espanholas.

d) a participação de indígenas e camponeses,

determinante para a consolidação do processo de

independência em regiões como o México, e sua

ausência nas ações comandadas por Bolívar.

Questão 02. (Unicamp 2014) Desde o período

neolítico, os povos de distintas partes do mundo

desenvolveram sistemas agrários próprios

aproveitando as condições naturais de seus habitats

e do conhecimento adquirido e transmitido entre os

membros da comunidade.

Assinale a alternativa que estabelece corretamente a

relação entre o povo habitante de uma determinada

área, o sistema produtivo por ele desenvolvido, as

condições naturais aproveitadas e os produtos

cultivados.

a) Egípcios; uso da irrigação e drenagem; planícies

úmidas e férteis dos rios Tigres e Eufrates; arroz e

café.

b) Incas; uso de terraços com técnicas de curvas de

nível e irrigação de vales; aproveitamento dos

altiplanos andinos; batata e milho.

c) Chineses; uso intensivo dos terraços das altas

montanhas; planalto de Anatólia no extremo leste

da Ásia; café e cacau.

d) Mesopotâmicos; uso de cultivos de inundação e de

regadio; vales férteis dos rios Ganges e Amarelo;

cana-de-açúcar e feijão.

Questão 03. (Enem 2013) O canto triste dos

conquistados: os últimos dias de Tenochtitlán

Nos caminhos jazem dardos quebrados;

os cabelos estão espalhados.

Destelhadas estão as casas,

Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém

as tivesse tingido,

Nos escudos esteve nosso resguardo,

mas os escudos não detêm a desolação…

PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo:

Contexto, 2007 (fragmento).

O texto é um registro asteca, cujo sentido está

relacionado ao(à)

a) tragédia causada pela destruição da cultura desse

povo.

b) tentativa frustrada de resistência a um poder

considerado superior.

c) extermínio das populações indígenas pelo Exército

espanhol.

d) dissolução da memória sobre os feitos de seus

antepassados.

e) profetização das consequências da colonização da

América.

Questão 04. (Enem 2012) Mas uma coisa ouso

afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi

nesta terra de Veragua [Panamá] maiores indícios de

ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola

em quatro anos, e que as terras da região não podem

ser mais bonitas nem mais bem lavradas. Ali, se

quiserem podem mandar extrair à vontade.

Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud

AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos

anos depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).

Disciplina:

História

Atividade Complementar Professor (a):

Data:

____/____/____

Ensino Médio

Turma: ª série___ Bimestre: º

O documento permite identificar um interesse

econômico espanhol na colonização da América a

partir do século XV. A implicação desse interesse na

ocupação do espaço americano está indicada na

a) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero

católico.

b) promoção das guerras justas para conquistar o

território.

c) imposição da catequese para explorar o trabalho

africano.

d) opção pela policultura para garantir o povoamento

ibérico.

e) fundação de cidades para controlar a circulação

de riquezas.

Questão 05. (Uff 2010) A DESCOBERTA DA

AMÉRICA E A BARBÁRIE DOS CIVILIZADOS

– A conquista da América pelos europeus foi uma

tragédia sangrenta. A ferro e fogo! Era a divisa dos

cristianizadores. Mataram à vontade, destruíram

tudo e levaram todo ouro que havia.

Outro espanhol, de nome Pizarro, fez no Peru coisa

idêntica com os incas, um povo de civilização muito

adiantada que lá existia. Pizarro chegou e disse ao

imperador inca que o papa havia dado aquele país

aos espanhóis e ele viera tomar conta. O imperador

inca, que não sabia quem era o papa, ficou de boca

aberta, e muito naturalmente não se submeteu.

Então Pizarro, bem armado de canhões conquistou e

saqueou o Peru.

– Mas que diferença há, vovó, entre estes homens e

aquele Átila ou aquele Gengis-Cã que marchou para

o ocidente com os terríveis tártaros, matando,

arrasando e saqueando tudo?

– A diferença única é que a história é escrita pelos

ocidentais e por isso torcida a nosso favor.

Vem daí considerarmos como feras aos tártaros de

Gengis-Cã e como heróis com monumentos em toda

parte, aos célebres “conquistadores” brancos. A

verdade, porém, manda dizer que tanto uns como

outros nunca passaram de monstros feitos da

mesmíssima massa, na mesmíssima forma. Gengis-

Cã construiu pirâmides enormes com cabeças

cortadas aos prisioneiros. Vasco da Gama encontrou

na Índia vários navios árabes carregados de arroz,

aprisionou-os, cortou as orelhas e as mãos de

oitocentos homens da equipagem e depois queimou

os pobres mutilados dentro dos seus navios.

Monteiro Lobato, História do mundo para crianças. Capítulo LX

O texto de Monteiro Lobato expressa a dificuldade de

definirmos quem é civilizado e quem é bárbaro. Mas

isso à parte, pensando a atuação europeia nos

séculos XVI e XVII nas áreas americanas, um

número razoável dessas visões equivocadas

justificou o avanço espanhol e a destruição dos

astecas, maias e incas explicados por:

a) necessidades sociais impostas pelas

características culturais do território espanhol e

pela presença muçulmana que limitava as

condições de enriquecimento da monarquia,

levando à conquista da América e à constituição

de uma base política iluminista.

b) necessidades religiosas decorrentes da perda de

poder da Igreja Católica frente ao avanço das

reformas protestantes e das alianças com as

potências ibéricas para estabelecer o Império da

Cristandade, baseado na Escolástica.

c) necessidades políticas oriundas das tensões na

Península Ibérica que levaram a Espanha a

organizar o processo de conquista do Novo Mundo

como única alternativa para sua unidade política,

utilizando para isso o apoio do Papado e da França

de Francisco I.

d) necessidades econômicas provenientes da divisão

do território espanhol, fruto da diversidade

cultural e étnica, e das disputas pelo poder entre

Madri e Barcelona, ampliadas pelas vitórias

portuguesas na África e na Ásia e pelo

desenvolvimento da economia do açúcar no Brasil.

e) necessidades econômicas, políticas e religiosas

dos recém-centralizados estados modernos,

através do mercantilismo metalista que inundou a

Europa de prata e de ouro, levando em seguida a

uma revolução nos preços, que provocou inflação,

e ao avanço de novas formas de desenvolvimento

da agricultura.

Questão 06. (Enem 2010) O Império Inca, que

corresponde principalmente aos territórios da

Bolívia e do Peru, chegou a englobar enorme

contingente populacional. Cuzco, a cidade sagrada,

era o centro administrativo, com uma sociedade

fortemente estratificada e composta por

imperadores, nobres, sacerdotes, funcionários do

governo, artesãos, camponeses, escravos e soldados.

A religião contava com vários deuses, e a base da

economia era a agricultura. principalmente o cultivo

da batata e do milho.

A principal característica da sociedade inca era a

a) ditadura teocrática, que igualava a todos.

b) existência da igualdade social e da coletivização

da terra.

c) estrutura social desigual compensada pela

coletivização de todos os bens.

d) existência de mobilidade social, o que levou à

composição da elite pelo mérito.

e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a

existência de uma aristocracia hereditária.

Questão 07. (Enem 2008) Na América inglesa, não

houve nenhum processo sistemático de catequese e

de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de

algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios

confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-se

separados. Na América portuguesa, a catequese dos

índios começou com o próprio processo de

colonização, e a mestiçagem teve dimensões

significativas. Tanto na América inglesa quanto na

portuguesa, as populações indígenas foram muito

sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as

doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados

pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes,

escravizados.

No processo de colonização das Américas, as

populações indígenas da América portuguesa

a) foram submetidas a um processo de doutrinação

religiosa que não ocorreu com os indígenas da

América inglesa.

b) mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos

indígenas da América inglesa.

c) passaram pelo processo de mestiçagem, que

ocorreu amplamente com os indígenas da América

inglesa.

d) diferenciaram-se dos indígenas da América

inglesa por terem suas terras devolvidas.

e) resistiram, como os indígenas da América inglesa,

às doenças trazidas pelos brancos.

Questão 08. (Uff 2006) Os depósitos de diamante e

ouro na Nigéria - fontes de riquezas e recursos -

estimularam a ocupação do território africano,

provocada pela ganância que trouxe à luz a face

cruel do Imperialismo.

fonte: "Isto É - Dinheiro" - 25/02/04

Assinale a opção que melhor indica a ocupação

imperialista da África, no final do século XIX e nas

primeiras décadas do século XX.

a) A Alemanha, impulsionada pelo seu

desenvolvimento industrial pós 1870, não aceitou

participar da corrida imperialista na África,

privilegiando a ocupação dos territórios europeus,

como a Polônia.

b) A guerra dos bôeres foi o conflito entre os colonos

holandeses e os africanos do sul, interessados em

preservar o domínio francês sob o seu território.

c) A Conferência de Berlim, ocorrida entre 1885-

1887 pretendeu fixar as regras da partilha

territorial da África, atendendo às reivindicações

dos nativos.

d) O desenvolvimento tecnológico europeu

necessitou de matérias primas encontradas nas

regiões africanas. Por isso, deve-se considerar que

o Imperialismo foi um fenômeno exclusivamente

econômico.

e) A colônia inglesa da Rodésia teve o nome escolhido

em homenagem a Cecil Rhodes, o responsável por

sua constituição. O território foi administrado pela

Companhia Britânica da África do Sul até 1923.

Questão 09. (Uerj 2006)

A mão da limpeza

(...)

Ê, imagina só

O que o negro penava

(...)

Negra é a mão de quem faz a limpeza

Lavando a roupa encardida, esfregando o chão

Negra é a mão, é a mão da pureza

(...)

Limpando as manchas do mundo

com água e sabão

Negra é a mão da imaculada nobreza

(...)

Gilberto Gil

A luta dos negros pela igualdade de direitos contou,

nos Estados Unidos, nas décadas de 1950 e 1960,

com a liderança do pacifista Martin Luther King. No

Brasil, por meio de sua música, Gilberto Gil é uma

das vozes que denunciam as condições precárias de

vida de parcela dessa população.

O processo histórico que deu origem à exclusão

social de parte considerável da população negra,

tanto no caso norte-americano quanto no brasileiro,

e uma de suas consequências estão relacionados em:

a) oficialização do apartheid - acesso a escolas

segregadas

b) implantação do escravismo nas colônias -

desvalorização do trabalho manual

c) empreendimento de política imperialista -

restrição à ocupação de cargos de liderança

d) existência de relações escravistas na África - uso

diferenciado de meios de transporte coletivos

Questão 10. (Uerj 2004) Ao longo dos primeiros

duzentos anos de dominação colonial, os espanhóis

desenvolveram um setor mineiro que permitiu a

manutenção da economia metropolitana (...). Os

enclaves necessitavam de grande quantidade de mão

de obra indígena que, recrutada por sorteio, era

encaminhada periodicamente às minas, retornando

a seguir às comunidades de origem para ser

substituída por novos contingentes requisitados de

igual maneira.

(PINSKY, Jaime (coord.). História da América: através de textos.

Campinas: Editora da Unicamp, 1986.)

O texto acima descreve a seguinte forma de trabalho

nativo utilizada pelos espanhóis na América:

a) hacienda

b) encomienda

c) contratación

d) repartimiento

Questão 11. (Enem 2016) A linhagem dos

primeiros críticos ambientais brasileiros não

praticou o elogio laudatório da beleza e da grandeza

do meio natural brasileiro. O meio natural foi

elogiado por sua riqueza e potencial econômico,

sendo sua destruição interpretada como um signo de

atraso, ignorância e falta de cuidado. PADUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e

crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de Janeiro:

Zahar, 2002 (adaptado).

Descrevendo a posição dos críticos ambientais

brasileiros dos séculos XVIII e XIX, o autor

demonstra que, via de regra, eles viam o meio

natural como

a) ferramenta essencial para o avanço da nação.

b) dádiva divina para o desenvolvimento industrial.

c) paisagem privilegiada para a valorização fundiária.

d) limitação topográfica para a promoção da

urbanização.

e) obstáculo climático para o estabelecimento da

civilização.

Questão 12. (Enem 2016) A África Ocidental é

conhecida pela dinâmica das suas mulheres

comerciantes, caracterizadas pela perícia,

autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora

atestada por viajantes e por missionários

portugueses que visitaram a costa a partir do século

XV, consta também na ampla documentação sobre a

região. A literatura é rica em referências às grandes

mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito

para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade,

é tão típico da região.

HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência

feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e

XX). In: PANTOJA. S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em

terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.

A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social

da África Ocidental pode ser relacionada a uma

característica marcante das cidades no Brasil

escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa

pela

a) restrição à realização do comércio ambulante por

africanos escravizados e seus descendentes.

b) convivência entre homens e mulheres livres, de

diversas origens, no pequeno comércio.

c) presença de mulheres negras no comércio de rua

de diversos produtos e alimentos.

d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do

continente de origem dos escravizados.

e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades

ligadas ao pequeno comércio urbano.

Questão 13. (Unicamp 2017) O documento abaixo

foi redigido pelo governador de Pernambuco,

Caetano de Melo e Castro, em 18 de agosto de 1694,

para comunicar ao Rei de Portugal a tomada da

Serra da Barriga.

“(...) Não me parece dilatar a Vossa Majestade da

gloriosa restauração dos Palmares, cuja feliz vitória

senão avalia por menos que a expulsão dos

holandeses, e assim foi festejada por todos estes

povos com seis dias de luminárias. (...) Os negros se

achando de modo poderosos que esperavam o nosso

exército metidos na serra (...), fiando-se na aspereza

do sítio, na multidão dos defensores. (...) Temeu-se

muito a ruína destas Capitanias quando à vista de

tamanho exército e repetidos socorros como haviam

ido para aquela campanha deixassem de ser

vencidos aqueles rebeldes pois imbativelmente se

lhes unir-se os escravos todos destes moradores

(....)”.

Décio Freitas, República de Palmares – pesquisa e comentários em

documentos históricos do século XVII. Maceió: UFAL, 2004, p.

129.

Sobre o documento acima e seus significados atuais,

é correto afirmar que

a) foi escrito por uma autoridade da Coroa na colônia

e tem como principal conteúdo a comemoração da

morte de Zumbi dos Palmares. A data de 20 de

novembro, como referência ao líder do quilombo,

tem uma conotação simbólica para a população

negra em contraponto à visão oficial do 13 de maio

de 1888.

b) o feito da tomada de Palmares, em 1694, pelos

exércitos da Coroa, é entendido como menos

glorioso quando comparado à expulsão dos

holandeses de Pernambuco, em 1654. Os dois

eventos históricos não têm o mesmo apelo para a

formação da sociedade brasileira na atualidade.

c) o texto de Caetano de Melo e Castro indica que

Palmares não gerou temor às estruturas coloniais

da Capitania de Pernambuco. A comemoração

oficial do Dia da Consciência Negra é uma

invenção política do período recente.

d) o Quilombo de Palmares representou uma ameaça

aos poderes coloniais, já que muitos eram os

rebeldes que se organizavam ou se aliavam ao

quilombo. A data é celebrada, na atualidade, como

símbolo da resistência pelos movimentos negros.

Questão 14. (Enem 2016)

Texto I

Documentos do século XVI algumas vezes se referem

aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente

brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo

“brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao

status econômico e jurídico desses eram muito mais

populares. Assim, os termos “negro da terra” e

“índios” eram utilizados com mais frequência do que

qualquer outro.

SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando

o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem

Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).

São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).

Texto II

Índio é um conceito construído no processo de

conquista da América pelos europeus.

Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos

de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de

outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses

e anglo-saxões terminaram por denominar da

mesma forma povos tão díspares quanto os

tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São

Paulo: Contexto, 2005.

Ao comparar os textos, as formas de designação dos

grupos nativos pelos europeus, durante o período

analisado, são reveladoras da

a) concepção idealizada do território, entendido como

geograficamente indiferenciado.

b) percepção corrente de uma ancestralidade comum

às populações ameríndias.

c) compreensão etnocêntrica acerca das populações

dos territórios conquistados.

d) transposição direta das categorias originadas no

imaginário medieval.

e) visão utópica configurada a partir de fantasias de

riqueza.

Questão 15. (Enem 2016)

TEXTO I

TEXTO II

Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja

para atrair novos devotos, pois eram obedientes a

Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o

conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja

transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava

corretos e que deviam ser imitados por escravos que,

em geral, traziam outras crenças de suas terras de

origem, muito diferentes das que preconizava a fé

católica.

OLIVEIRA; A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca

Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado).

Posteriormente ressignificados no interior de certas

irmandades e no contato com outra matriz religiosa,

o ícone e a prática mencionada no texto estiveram

desde o século XVII relacionados a um esforço da

Igreja Católica para

a) reduzir o poder das confrarias.

b) cristianizar a população afro-brasileira.

c) espoliar recursos materiais dos cativos.

d) recrutar libertos para seu corpo eclesiástico.

e) atender a demanda popular por padroeiros locais.

Questão 16. (Enem 2016) O que ocorreu na Bahia

de 1798, ao contrário das outras situações de

contestação política na América Portuguesa, é que o

projeto que lhe era subjacente não tocou somente na

condição, ou no instrumento, da integração

subordinada das colônias no império luso. Dessa

feita, ao contrário do que se deu nas Minas Gerais

(1789), a sedição avançou sobre a sua decorrência.

JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C.

G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).

São Paulo: Senac, 2000.

A diferença entre as sedições abordadas no texto

encontrava-se na pretensão de

a) eliminar a hierarquia militar.

b) abolir a escravidão africana.

c) anular o domínio metropolitano.

d) suprimir a propriedade fundiária.

e) extinguir o absolutismo monárquico.

Questão 17. (Unicamp 2016) Os estudos históricos

por muito tempo explicaram as relações entre

Portugal e Brasil por meio da noção de pacto colonial

ou exclusivo comercial. Sobre esse conceito, é

correto afirmar que:

a) Trata-se de uma característica central do sistema

colonial moderno e um elemento constitutivo das

práticas mercantilistas do Antigo Regime, que

considera fundamental a dinâmica interna da

economia colonial.

b) Definia-se por um sistema baseado em dois polos:

um centro de decisão, a metrópole, e outro

subordinado, a colônia. Esta submetia-se à

primeira através de uma série de mecanismos

político-institucionais.

c) Em mais de uma ocasião, os colonos reclamaram

e foram insubordinados diante do pacto colonial,

ao exigirem sua presença e atuação nas Cortes dos

reis ou ao pedirem a presença do Marquês de

Pombal na colônia.

d) A noção de pacto colonial é um projeto

embrionário de Estado que acomodava as tensões

surgidas entre os interesses metropolitanos e

coloniais, ao privilegiar as experiências do “viver

em colônia”.

Questão 18. (Enem 2015) A língua de que usam,

por toda a costa, carece de três letras; convém a

saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna

de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem

Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem

terem além disto conta, nem peso, nem medida.

GÂNDAVO, P M. A primeira historia do Brasil: história da província

de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de

Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).

A observação do cronista português Pero de

Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência

das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra

a

a) simplicidade da organização social das tribos

brasileiras.

b) dominação portuguesa imposta aos índios no

início da colonização.

c) superioridade da sociedade europeia em relação à

sociedade indígena.

d) incompreensão dos valores socioculturais

indígenas pelos portugueses.

e) dificuldade experimentada pelos portugueses no

aprendizado da língua nativa.

Questão 19. (Enem 2015) Iniciou-se em 1903 a

introdução de obras de arte com representações de

bandeirantes no acervo do Museu Paulista, mediante

a aquisição de uma tela que homenageava o

sertanista que comandara a destruição do Quilombo

de Palmares. Essa aquisição, viabilizada por verba

estadual, foi simultânea à emergência de uma

interpretação histórica que apontava o fenômeno do

sertanismo paulista como o elo decisivo entre a

trajetória territorial do Brasil e de São Paulo,

concepção essa que se consolidaria entre os

historiadores ligados ao Instituto Histórico e

Geográfico de São Paulo ao longo das três primeiras

décadas do século XX.

MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de

bandeirantes e a tradição da retratística monárquica europeia.

Revista do LEB, n. 44, tev. 2007.

A prática governamental descrita no texto, com a

escolha dos temas das obras, tinha como propósito

a construção de uma memória que

a) afirmava a centralidade de um estado na política

do país.

b) resgatava a importância da resistência escrava na

história brasileira.

c) evidenciava a importância da produção artística

no contexto regional.

d) valorizava a saga histórica do povo na afirmação

de uma memória social.

e) destacava a presença do indígena no

desbravamento do território colonial.

Questão 20. (Unicamp 2014) A história de São

Paulo no século XVII se confunde com a história dos

povos indígenas. Os índios não se limitaram ao papel

de tábula rasa dos missionários ou vítimas passivas

dos colonizadores. Foram participantes ativos e

conscientes de uma história que foi pouco generosa

com eles.

(Adaptado de John M. Monteiro, “Sangue Nativo”, em

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/sangue-

nativo. Acessado em 14/07/2013.)

Sobre a atuação dos indígenas no período colonial,

pode-se afirmar que:

a) A escravidão foi por eles aceita, na expectativa de

sua proibição pela Coroa portuguesa, por pressão

dos jesuítas.

b) Sua participação nos aldeamentos fez parte da

integração entre os projetos religioso e bélico de

domínio português, executados por jesuítas e

bandeirantes.

c) A existência de alianças entre indígenas e

portugueses não exclui as rivalidades entre

grupos indígenas e entre os nativos e os europeus.

d) A adoção do trabalho remunerado dos indígenas

nos engenhos de São Vicente contrasta com as

práticas de trabalho escravo na Bahia e

Pernambuco.

Questão 21. (Enem 2014) O índio era o único

elemento então disponível para ajudar o colonizador

como agricultor, pescador, guia, conhecedor da

natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser

tratado como gente, ter reconhecidas sua inocência

e alma na medida do possível. A discussão religiosa

e jurídica em torno dos limites da liberdade dos

índios se confundiu com uma disputa entre jesuítas

e colonos. Os padres se apresentavam como

defensores da liberdade, enfrentando a cobiça

desenfreada dos colonos.

CALDEIRA, J. A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999

(adaptado).

Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a

conversão dos indígenas ao catolicismo. Essa

aproximação dos jesuítas em relação ao mundo

indígena foi mediada pela

a) demarcação do território indígena.

b) manutenção da organização familiar.

c) valorização dos líderes religiosos indígenas.

d) preservação do costume das moradias coletivas.

e) comunicação pela língua geral baseada no tupi.

Questão 22. (Enem 2014) A transferência da corte

trouxe para a América portuguesa a família real e o

governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo,

boa parte do aparato administrativo português.

Personalidades diversas e funcionários régios

continuaram embarcando para o Brasil atrás da

corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o

ano de 1808.

NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada

no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

Os fatos apresentados se relacionam ao processo de

independência da América portuguesa por terem

a) incentivado o clamor popular por liberdade.

b) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana.

c) motivado as revoltas escravas contra a elite

colonial.

d) obtido o apoio do grupo constitucionalista

português.

e) provocado os movimentos separatistas das

províncias.

Questão 23. (Enem 2013) De ponta a ponta, é tudo

praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão

nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a

estender olhos, não podíamos ver senão terra com

arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até

agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata,

nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos.

Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém

o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que

será salvar esta gente.

Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.;

FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo:

Contexto, 2001.

A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o

projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho,

o relato enfatiza o seguinte objetivo:

a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os

povos nativos.

b) Descrever a cultura local para enaltecer a

prosperidade portuguesa.

c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o

potencial econômico existente.

d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para

demarcar a superioridade europeia.

e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para

evidenciar a ausência de trabalho.

Questão 24. (Unicamp 2013). “Quando os

portugueses começaram a povoar a terra, havia

muitos destes índios pela costa junto das

Capitanias. Porque os índios se levantaram contra os

portugueses, os governadores e capitães os

destruíram pouco a pouco, e mataram muitos deles.

Outros fugiram para o sertão, e assim ficou a costa

despovoada de gentio ao longo das Capitanias. Junto

delas ficaram alguns índios em aldeias que são de

paz e amigos dos portugueses.”

(Pero de Magalhães Gandavo, Tratado da Terra do Brasil, em

http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ganda1.html.

Acessado em 20/08/2012.)

Conforme o relato de Pero de Gandavo, escrito por

volta de 1570, naquela época,

a) as aldeias de paz eram aquelas em que a catequese

jesuítica permitia o sincretismo religioso como

forma de solucionar os conflitos entre indígenas e

portugueses.

b) a violência contra os indígenas foi exercida com o

intuito de desocupar o litoral e facilitar a

circulação do ouro entre as minas e os portos.

c) a fuga dos indígenas para o interior era uma

reação às perseguições feitas pelos portugueses e

ocasionou o esvaziamento da costa.

d) houve resistência dos indígenas à presença

portuguesa de forma semelhante às descritas por

Pero Vaz de Caminha, em 1500.

Questão 25. (Enem 2013) Seguiam-se vinte criados

custosamente vestidos e montados em soberbos

cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do

Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul

para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava

destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve

repetidas vivas do povo que concorreu alegre e

admirado de tanta grandeza.

“Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro”, Bahia apud DEL

PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR.,

R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo:

Brasiliense, 1994 (adaptado).

Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação

do Rei do Congo evidencia um processo de

a) exclusão social.

b) imposição religiosa.

c) acomodação política.

d) supressão simbólica.

e) ressignificação cultural.

26. (Unicamp 2016) “Uma categoria inferior de

servidores que coexiste nas grandes casas com os

domésticos livres são os escravos. Um

recenseamento enumera em Gênova, em 1458, mais

de 2 mil. As mulheres estão em uma proporção

esmagadora (97,5%) e 40% não têm ainda 23 anos.

São totalmente desamparadas; todos na casa a

repreendem, todos batem nela (patrão, mãe, filhos

crescidos) e os testemunhos de processos em que

elas comparecem mostram-nas vivendo,

frequentemente no temor de pancadas. Em Gênova

e Veneza, a escrava-criada é essencial no prestígio

das nobres e ricas matronas.

(Adaptado de Charles De la Roncière, “A vida privada dos notáveis

toscanos no limiar da Renascença”, em Georges Duby (org.),

História da vida privada - da Europa feudal à Renascença, vol 2.

São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 235-236.)

Sobre o trabalho nas cidades italianas do período em

questão, podemos afirmar corretamente que:

a) O declínio da escravidão está ligado ao novo

conceito antropocêntrico do ser humano e a uma

nova dignidade da condição feminina no final da

Idade Média.

b) O trabalho servil era predominantemente feminino

e concorria com o trabalho escravo. A escravidão

diminuiu com essa concorrência, desdobrando-se

no trabalho livre.

c) Conviviam inúmeras formas de trabalho livre,

semilivre e escravo no universo europeu e a

sobreposição não era, em si, contraditória.

d) O uso do castigo corporal igualava as escravas a

outros trabalhadores e foi o motivo das rebeliões

camponesas do período (jacqueries) e agitações

urbanas.

Questão 27. (Unicamp 2015) Engenheiros,

naturalistas, matemáticos e artistas, sob o mecenato

de Nassau, investigaram a natureza e

transformaram a paisagem nordestina. Recife

tornou-se uma das cidades mais importantes da

América, com modernas pontes e prédios. Além do

incentivo à arte, o governo [de Nassau] promulgou

leis que eram iguais para todos, impedindo

injustiças contra os antigos habitantes.

RAMINELLI, Ronald. “Invasões Holandesas”, In: VAINFAS,

Ronaldo (dir.). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro:

Objetiva, 2001, p. 315.

As transformações durante o governo de Maurício de

Nassau (1637-1645), em Pernambuco, são exemplos

de um contexto em que

a) o mecenato e a aplicação de leis idênticas para

holandeses e luso-brasileiros eram uma

continuidade do modelo renascentista,

representando um período de modernização da

região.

b) houve dinamização da economia açucareira na

região, com a reativação de engenhos e perdão de

dívidas dos antigos proprietários, impulsionando

a remodelação da cidade de Recife.

c) houve a aplicação de princípios mercantilistas

para a obtenção de lucros e a perseguição, por

parte dos holandeses calvinistas, a judeus,

cristãos-novos e católicos.

d) as expedições dos artistas e cientistas tinham o

propósito de retratar a paisagem e identificar

potencialidades econômicas da região, pois o

açúcar estava em declínio no comércio

internacional.

Questão 28. (Enem 2015) No início foram as

cidades. O intelectual da Idade Média – no Ocidente

– nasceu com elas. Foi com o desenvolvimento

urbano ligado às funções comercial e industrial –

digamos modestamente artesanal – que ele

apareceu, como um desses homens de ofício que se

instalavam nas cidades nas quais se impôs a divisão

do trabalho. Um homem cujo ofício é escrever ou

ensinar, e de preferência as duas coisas a um só

tempo, um homem que, profissionalmente, tem uma

atividade de professor e erudito, em resumo, um

intelectual – esse homem só aparecerá com as

cidades.

LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José

Olympio, 2010

O surgimento da categoria mencionada no período

em destaque no texto evidencia o(a)

a) apoio dado pela Igreja ao trabalho abstrato.

b) relação entre desenvolvimento urbano e divisão de

trabalho.

c) importância organizacional das corporações de

ofício.

d) progressiva expansão da educação escolar.

e) acúmulo de trabalho dos professores e eruditos.

Questão 29. (Unicamp 2014) O termo “bárbaro”

teve diferentes significados ao longo da história.

Sobre os usos desse conceito, podemos afirmar que:

a) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas

civilizações para qualificar os povos que não

compartilhavam dos valores destas mesmas

civilizações.

b) Entre os gregos do período clássico o termo foi

utilizado para qualificar povos que não falavam

grego e depois disso deixou de ser empregado no

mundo mediterrâneo antigo.

c) Bárbaros eram os povos que os germanos

classificavam como inadequados para a

conquista, como os vândalos, por exemplo.

d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros

povos que viviam da caça e da coleta, como os

persas, em oposição aos povos urbanos

civilizados.

Questão 30. (Unicamp 2014) À medida que as

maneiras se refinam, tornam-se distintivas de uma

superioridade: não é por acaso que o exemplo parece

vir de cima e, logo, é retomado pelas camadas médias

da sociedade, desejosas de ascender socialmente. É

exibindo os gestos prestigiosos que os burgueses

adquirem estatuto nobre. O ser de um homem se

confunde com a sua aparência. Quem age como

nobre é nobre.

(Adaptado de Renato Janine Ribeiro, A Etiqueta no Antigo Regime.

São Paulo: Editora Moderna, 1998, p. 12.)

O texto faz referência à prática da etiqueta na França

do século XVIII. Sobre o tema, é correto afirmar que:

a) A etiqueta era um elemento de distinção social na

sociedade de corte e definia os lugares ocupados

pelos grupos próximos ao rei.

b) O jogo das aparências era uma forma de disfarçar

os conluios políticos da aristocracia, composta por

burgueses e nobres, e negar benefícios ao Terceiro

Estado.

c) Os sans-culottes imitavam as maneiras da

nobreza, pois isso era uma forma de adquirir

refinamento e tornar-se parte do poder econômico

no estado absolutista.

d) Durante o século XIX, a etiqueta deixou de ser um

elemento distintivo de grupos sociais, pois houve

a abolição da sociedade de privilégios.

Questão 31. (Enem 2014) Todo homem de bom

juízo, depois que tiver realizado sua viagem,

reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido

escapar de todos os perigos que se apresentam em

sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros

acidentes que diariamente podem aí ocorrer que

seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer

pô-los todos diante dos olhos quando querem

empreender suas viagens.

J. PT. “Histoire de plusieurs voyages aventureux”. 1600. In:

DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800. São

Paulo Cia. das Letras. 2009 (adaptado).

Esse relato, associado ao imaginário das viagens

marítimas da época moderna, expressa um

sentimento de

a) gosto pela aventura.

b) fascínio pelo fantástico.

c) temor do desconhecido.

d) interesse pela natureza.

e) purgação dos pecados.

Questão 32. (Uff 2012) Considerando o processo de

expansão da Europa moderna a partir dos séculos

XV e XVI, pode-se afirmar que Portugal e Espanha

tiveram um papel predominante. Esse papel,

entretanto, dependeu, em larga medida, de uma rede

composta por interesses

a) políticos, inerentes à continuidade dos interesses

feudais em Portugal; intelectuais, associados ao

desenvolvimento da imprensa, do hermetismo e da

Astrologia no mundo ibérico; econômicos,

vinculados aos interesses italianos na Espanha,

nos quais a presença de Colombo é um exemplo; e

sociais, vinculados ao poder do clero na Espanha.

b) políticos, vinculados ao processo de fragmentação

política das monarquias absolutas ibéricas;

sociais, associados ao desenvolvimento de novos

setores sociais, como a nobreza; coloniais,

decorrentes da política da Igreja católica que via

os habitantes do Novo Mundo como o homem

primitivo criado por Deus; e econômicos, presos

aos interesses mouros na Espanha.

c) políticos, vinculados às práticas racistas que

envolviam a atuação dos comerciantes ibéricos no

Oriente; científicos, que viam na expansão a

negação das teorias heliocêntricas; econômicos,

ligados ao processo de aumento do tráfico de

negros para a Europa através de alianças com os

Países Baixos; e religiosos, marcados pela ação

ampliada da Inquisição.

d) políticos, associados ao modelo republicano

desenvolvido no Renascimento italiano; religiosos,

decorrentes da vitória católica nos processos da

Reconquista ibérica; econômicos, ligados ao

movimento geral de desenvolvimento do

mercantilismo; e sociais, inerentes à vitória do

campo sobre a cidade no mundo ibérico.

e) políticos, vinculados ao fortalecimento da

centralização dos estados ibéricos; econômicos,

provenientes do avanço das atividades comerciais;

religiosos, relacionados com a importância do

Papado na Península Ibérica; e intelectuais,

decorrentes dos avanços científicos da

Renascença e que viram na expansão a realidade

de suas teorias sobre Geografia e Astronomia.

Questão 33. (Unicamp 2012) De uma forma

inteiramente inédita, os humanistas, entre os

séculos XV e XVI, criaram uma nova forma de

entender a realidade. Magia e ciência, poesia e

filosofia misturavam-se e auxiliavam-se, numa

sociedade atravessada por inquietações religiosas e

por exigências práticas de todo gênero.

(Adaptado de Eugenio Garin, Ciência e vida civil no Renascimento

italiano. São Paulo: Ed. Unesp, 1994, p. 11.)

Sobre o tema, é correto afirmar que:

a) O pensamento humanista implicava a total recusa

da existência de Deus nas artes e na ciência, o que

libertava o homem para conhecer a natureza e a

sociedade.

b) A mistura de conhecimentos das mais diferentes

origens - como a magia e a ciência - levou a uma

instabilidade imprevisível, que lançou a Europa

numa onda de obscurantismo que apenas o

Iluminismo pôde reverter.

c) As transformações artísticas e políticas do

Renascimento incluíram a inspiração nos ideais

da Antiguidade Clássica na pintura, na

arquitetura e na escultura.

d) As inquietações religiosas vividas principalmente

ao longo do século XVI culminaram nas Reformas

Calvinista, Luterana, Anglicana e finalmente no

movimento da Contrarreforma, que defendeu a fé

protestante contra seus inimigos.

Questão 34. (Enem 2011) O açúcar e suas técnicas

de produção foram levados à Europa pelos árabes no

século VIII, durante a Idade Média, mas foi

principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e

XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época

passou a ser importado do Oriente Médio e

produzido em pequena escala no sul da Itália, mas

continuou a ser um produto de luxo, extremamente

caro, chegando a figurar nos dotes de princesas

casadoiras.

CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716).

São Paulo: Atual, 1996.

Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial,

o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para

dar início à colonização brasileira, em virtude de

a) o lucro obtido com o seu comércio ser muito

vantajoso.

b) os árabes serem aliados históricos dos

portugueses.

c) a mão de obra necessária para o cultivo ser

insuficiente.

d) as feitorias africanas facilitarem a comercialização

desse produto.

e) os nativos da América dominarem uma técnica de

cultivo semelhante.

Questão 35. (Unicamp 2011)

No quadro acima, observa-se a organização espacial

do trabalho agrícola típica do período medieval. A

partir dele, podemos afirmar que

a) os camponeses estão distantes do castelo porque

já abandonavam o domínio senhorial, num

momento em que práticas de conservação do solo,

como a rotação de culturas, e a invenção de novos

instrumentos, como o arado, aumentavam a

produção agrícola.

b) os camponeses utilizavam, então, práticas de

plantio direto, o que permitia a melhor

conservação do solo e a fertilidade das terras que

pertenciam a um senhor feudal, como sugere o

castelo fortificado que domina a paisagem ao

fundo do quadro.

c) um castelo fortificado domina a paisagem, ao

fundo, pois os camponeses trabalhavam no

domínio de um senhor; pode-se ver também que

utilizavam práticas de rotação de culturas,

visando à conservação do solo e à manutenção da

fertilidade das terras.

d) A cena retrata um momento de mudança técnica

e social: desenvolviam-se novos instrumentos

agrícolas, como o arado, e o uso de práticas de

plantio direto, o que levava ao aumento da

produção, permitindo que os camponeses

abandonassem o domínio senhorial.

Questão 36. (Unicamp 2011) Referindo-se à

expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta

português Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no

poema “Padrão”:

“E ao imenso e possível oceano

Ensinam estas Quinas, que aqui vês,

Que o mar com fim será grego ou romano:

O mar sem fim é português.”

(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA

XX, 1997, p. 49.)

Nestes versos identificamos uma comparação entre

dois processos históricos. É válido afirmar que o

poema compara

a) o sistema de colonização da Idade Moderna aos

sistemas de colonização da Antiguidade Clássica:

a navegação oceânica tornou possível aos

portugueses o tráfico de escravos para suas

colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam

servos presos à terra.

b) o alcance da expansão marítima portuguesa da

Idade Moderna aos processos de colonização da

Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e

romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o

domínio português expandiu-se pelos oceanos

Atlântico e Índico.

c) a localização geográfica das possessões coloniais

dos impérios antigos e modernos: as cidades-

estado gregas e depois o Império Romano se

limitaram a expandir seus domínios pela Europa,

ao passo que Portugal fundou colônias na costa do

norte da África.

d) a duração dos impérios antigos e modernos:

enquanto o domínio de gregos e romanos sobre os

mares teve um fim com as guerras do Peloponeso

e Púnicas, respectivamente, Portugal figurou como

a maior potência marítima até a independência de

suas colônias.

Questão 37. (Enem 2011) Acompanhando a

intenção da burguesia renascentista de ampliar seu

domínio sobre a natureza e sobre o espaço

geográfico, através da pesquisa científica e da

invenção tecnológica, os cientistas também iriam se

atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma,

o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a

expressão e o sentimento.

SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.

O texto apresenta um espírito de época que afetou

também a produção artística, marcada pela

constante relação entre

a) fé e misticismo.

b) ciência e arte.

c) cultura e comércio.

d) política e economia.

e) astronomia e religião.

Questão 38. (Enem 2011) Se a mania de fechar,

verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido

talvez de um profundo sentimento de insegurança,

estava difundida no mundo rural, estava do mesmo

modo no meio urbano, pois que uma das

características da cidade era de ser limitada por

portas e por uma muralha.

DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História

da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia.

das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram

importantes mudanças no final da Idade Média,

quando elas assumiram a função de pontos de

passagem ou pórticos. Este processo está

diretamente relacionado com

a) o crescimento das atividades comerciais e

urbanas.

b) a migração de camponeses e artesãos.

c) a expansão dos parques industriais e fabris.

d) o aumento do número de castelos e feudos.

e) a contenção das epidemias e doenças.

Questão 39. (Enem 2010) O príncipe, portanto, não

deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu

propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com

uns poucos exemplos duros poderá ser mais

clemente do que outros que, por muita piedade,

permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao

roubo.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe,

reflexão sobre a Monarquia e a função do

governante.

A manutenção da ordem social, segundo esse autor,

baseava-se na

a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.

b) bondade em relação ao comportamento dos

mercenários.

c) compaixão quanto à condenação de transgressões

religiosas.

d) neutralidade diante da condenação dos servos.

e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do

príncipe.

Questão 40. (Enem 2008) A Peste Negra dizimou

boa parte da população europeia, com efeitos sobre

o crescimento das cidades. O conhecimento médico

da época não foi suficiente para conter a epidemia.

Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: "As

pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e

todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e,

assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se

mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas

próprias mãos (...) E morreram tantos que todos

achavam que era o fim do mundo."

Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In:

William M. Bowsky, The Black Death: a turning point in history?

New York: HRW, 1971 (com adaptações).

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente

da Peste Negra que assolou a Europa durante parte

do século XIV, sugere que

a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos

tempos.

b) a Igreja buscou conter o medo, disseminando o

saber médico.

c) a impressão causada pelo número de mortos não

foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e

identificáveis.

d) houve substancial queda demográfica na Europa

no período anterior à Peste.

e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado

pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.

Questão 41. (Pucpr 2017) Leia o texto a seguir.

A primeira missa no Brasil é um momento

emblemático do início da colonização portuguesa na

América, celebrada poucos dias após a chegada e

desembarque dos portugueses na costa brasileira,

imortalizada pela narrativa na Carta de Pero Vaz de

Caminha e no óleo sobre tela de Victor Meirelles. A

ocupação de fato demorou um pouco mais a

acontecer, dentre as razões para seu início, temos

a) o aumento do comércio de especiarias com o

Oriente, levando à maior necessidade de mercados

consumidores.

b) a descoberta de metais preciosos na colônia

portuguesa, acelerando o interesse da metrópole

na exploração de sua colônia.

c) a probabilidade da tomada das terras por

corsários ingleses que vinham atrás do

contrabando de escravos indígenas para outras

colônias.

d) a necessidade de tomar posse e defender suas

terras para evitar a vinda de exploradores sem o

conhecimento da coroa portuguesa.

e) a construção das feitorias para armazenar pau-

brasil e carregar navios, promovendo a migração

de um grande contingente de portugueses para

povoar e cuidar das novas vilas.

Questão 42. (Fgv 2017) O que queremos destacar

com isso é que o tráfico atlântico tendia a reforçar a

natureza mercantil da sociedade colonial: apesar das

intenções aristocráticas da nobreza da terra, as

fortunas senhoriais podiam ser feitas e desfeitas

facilmente. Ao mesmo tempo, observa-se a ascensão

dos grandes negociantes coloniais, fornecedores de

créditos e escravos à agricultura de exportação e às

demais atividades econômicas. Na Bahia, desde o

final do século XVII, e no Rio de Janeiro, desde pelo

menos o início do século XVIII, o tráfico atlântico de

escravos passou a ser controlado pelas comunidades

mercantis locais (...).

João Fragoso et alii. A economia colonial brasileira (séculos XVI-

XIX), 1998.

O texto permite inferir que

a) o tráfico atlântico de escravos prejudicou a

economia colonial brasileira porque uma enorme

quantidade de capitais, oriunda da produção

agroindustrial, era remetida para a África e para

Portugal.

b) as transações comercias envolvendo a África e a

América portuguesa deveriam, necessariamente,

passar pelas instâncias governamentais da

Metrópole, condição típica do sistema colonial.

c) a monopolização do tráfico negreiro nas mãos de

comerciantes encareceu essa mão de obra e

atrasou o desenvolvimento das atividades

manufatureiras nas regiões mais ricas da América

portuguesa.

d) as rivalidades econômicas e políticas entre

fidalgos e burgueses, no espaço colonial,

impediram o crescimento mais acelerado da

produção de outras mercadorias além do açúcar e

do tabaco.

e) nem todos os fluxos econômicos, durante o

processo de colonização portuguesa na América,

eram controlados pela Coroa portuguesa,

revelando uma certa autonomia das elites

coloniais em relação à burguesia metropolitana.

Questão 43. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2017)

Concedo-vos que esse índio bárbaro e rude seja uma

pedra: vede o que faz em uma pedra a arte. Arranca

o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca,

bruta, dura, informe, e depois que desbastou o mais

grosso, toma o maço, e o cinzel na mão, e começa a

formar um homem, primeiro membro a membro, e

depois feição por feição, até a mais miúda: ondeia-

lhe os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos,

afia-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces,

torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços,

espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe

os vestidos: aqui desprega, ali arruga, acolá recama:

e fica um homem perfeito, e talvez um santo, que se

pode pôr no altar.

VIEIRA, Antônio. Sermões. Porto: Lello & Irmão, 1959.

O texto, escrito no século XVII, pode ser interpretado

como

a) o reconhecimento da humanidade intrínseca dos

indígenas e africanos, que deveriam possuir os

mesmos direitos dos europeus.

b) uma analogia entre o trabalho de evangelização

desenvolvido nas colônias e a criação do homem

por Deus.

c) a exigência da escravização dos indígenas que,

através do trabalho forçado, poderiam alcançar a

salvação eterna.

d) um discurso contra o trabalho desenvolvido nas

missões jesuíticas implantadas pelos europeus

nas colônias americanas.

Questão 44. (Fgv 2017)

Leia o excerto de uma peça teatral, de 1973.

Nassau

Como Governador-Geral do Pernambuco, a

minha maior preocupação é fazer felizes os seus

moradores. Mesmo porque eles são mais da metade

da população do Brasil, e esta região, com a

concentração dos seus quase 350 engenhos de

açúcar, domina a produção mundial de açúcar. Além

do mais, nessa disputa entre a Holanda, Portugal e

Espanha, quero provar que a colonização holandesa

é a mais benéfica. Minha intenção é fazê-los felizes…

sejam portugueses, holandeses ou os da terra, ricos

ou pobres, protestantes ou católicos romanos e até

mesmo judeus.

Senhores, a Companhia das Índias

Ocidentais, que financiou a campanha das

Américas, fecha agora o balanço dos últimos quinze

anos com um saldo devedor aos seus acionistas da

ordem de dezoito milhões de florins.

Moradores

Viva! Já ganhou! (...) Viva ele! Viva!

Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra. Calabar: o elogio da

traição, 1976. Adaptado.

Sobre o fato histórico ao qual a obra teatral faz

referência, é correto afirmar que

a) as bases religiosas da colonização holandesa no

nordeste brasileiro produziram uma organização

administrativa que privilegiava a elite luso-

brasileira, ao oferecer financiamento com juros

subsidiados e parcelas importantes do poder

político aos grandes proprietários católicos.

b) a grande distância entre as promessas de

tolerância religiosa e a realidade presente no

cotidiano dos moradores da capitania de

Pernambuco deu-se porque os dirigentes da

companhia holandesa impuseram o calvinismo

como religião oficial e perseguiram as demais

religiões.

c) a presença da Companhia das Índias Ocidentais

no nordeste da América portuguesa trouxe

benefícios aos proprietários luso-brasileiros, como

o financiamento da produção, mas reproduziu a

lógica do colonialismo, ao concentrar a riqueza no

setor mercantil e não no produtivo.

d) a felicidade prometida pelos invasores holandeses

não pôde ser efetivada em função da lógica

diplomática presente na relação entre Portugal e

Holanda, pois se tratava de nações inimigas desde

o século XV, em virtude da disputa pelo comércio

oriental.

e) as promessas dos invasores holandeses se

confirmaram, e a elite ligada à produção

açucareira e ao comércio colonial foi amplamente

beneficiada, principalmente pelo livre comércio, o

que explica a resistência desses setores sociais ao

interesse português em retomar a região invadida

pela Holanda.

Questão 45. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2017)

“A vinda da Corte com o enraizamento do Estado

português no Centro-Sul daria início à

transformação da colônia em metrópole

interiorizada. Seria esta a única solução aceitável

para as classes dominantes em meio à insegurança

que lhes inspiravam as contradições da sociedade

colonial, agravadas pelas agitações do

constitucionalismo português e pela fermentação

mais generalizada no mundo inteiro da época, que a

Santa Aliança e a ideologia da contrarrevolução na

Europa não chegavam a dominar.”

Maria Odila Leite da Silva Dias. A interiorização da metrópole e

outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005.

O texto oferece uma interpretação da independência

do Brasil, que implica

a) o reconhecimento da importância do processo de

emancipação, que influenciou a luta por

autonomia na Europa e em outras partes da

América, impulsionou a economia mundial e

estabeleceu as bases para um pacto social dentro

do Brasil.

b) a caracterização da emancipação como um ato

meramente formal, uma vez que ela não foi

acompanhada de alterações significativas no

cenário político, nem de reformas sociais e

econômicas capazes de romper a dependência

externa do Brasil.

c) o reconhecimento da complexidade do processo de

emancipação, afetado simultaneamente por

movimentos como os reflexos da Revolução

Francesa, a Revolução do Porto, as disputas

políticas na metrópole e na colônia e as tensões

sociais dentro do Brasil.

d) a caracterização da emancipação como uma

decorrência inevitável do declínio econômico

português provocado pela invasão napoleônica,

pelo endividamento crescente com a Inglaterra e

pela redução nos recursos obtidos com a

colonização do Brasil.

Gabarito:

Resposta da questão 1:

[A]

As lutas de Independência da América Espanhola

foram conduzidas pela classe criolla e basearam-se

na busca pelo fim das desigualdades sociais e pelo

fim do domínio desequilibrado da Espanha sobre as

Colônias.

Resposta da questão 2:

[B]

Utilizando técnicas de irrigação baseadas no uso de

terraços de água, os Incas, nos planaltos andinos,

tinham sua economia baseada na produção de

excedentes. Seus principais produtos eram a batata

e o milho.

Resposta da questão 3:

[B]

A tomada do México pelos espanhóis junto aos

astecas foi facilitada por uma série de fatores, dentre

os quais podemos destacar:

- inicialmente, os astecas consideraram que os

espanhóis eram deuses;

- os espanhóis usaram da "guerra bacteriológica"

para matar os astecas;

- belicamente falando, os espanhóis eram muito

mais preparados para o enfrentamento do que os

astecas.

Sendo assim, as tentativas de resistência por parte

dos astecas foram frustradas.

Resposta da questão 4:

[E]

O processo de conquista e colonização da América

pelos espanhóis esteve ligado à busca de riquezas,

fossem elas especiarias ou metais preciosos. O texto,

de 1503, retrata a perspectiva de encontrar ouro na

região, num momento em que ainda não haviam sido

descobertas as grandes minas do México e Peru, e no

qual a Espanha ainda buscava uma forma de atingir

as índias, demonstrando inclusive as divergências

quanto à continuidade do processo expansionista.

Resposta da questão 5:

[E]

A questão remete às várias teorias racistas,

sobretudo as do século XIX fundamentadas no

Darwinismo Social, que reforçaram o eurocentrismo

como justificativa para a submissão de diversos

povos pelos europeus, motivada por interesses

econômicos, políticos e religiosos.

Resposta da questão 6:

[E]

A sociedade inca era estamental, ou seja, a posição

social do indivíduo era definida pelo nascimento e,

nesse sentido, não havia mobilidade. A estrutura de

poder era aristocrática, na qual uma elite guerreira

e administrativa concentrava o poder, portanto, a

sociedade era marcada pela desigualdade.

Resposta da questão 7:

[A]

Os dois processos de colonização ocorreram em

contextos distintos. A América portuguesa teve sua

colonização iniciada no século XVI, época da Contra

Reforma apoiada no Concílio de Trento, quando a

questão religiosa era determinante, principalmente

nos reinos católicos. A América Inglesa foi colonizada

no século XVII e aqueles que buscaram o novo

continente o faziam para exploração, no sul, usando

o escravo africano; ou como refugiados, no norte,

dada a situação de crise da Inglaterra devido à

Revolução Puritana e a seus efeitos. Não havia, por

parte da Igreja Anglicana ou dos protestantes, uma

política de conversão dos nativos.

Resposta da questão 8:

[E]

Resposta da questão 9:

[B]

Resposta da questão 10:

[D]

Resposta da questão 11:

[A]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de

Geografia]

No período colonial e imperial, a preocupação com o

meio ambiente era secundária no pensamento

brasileiro. Existiam preocupações com a degradação

do meio natural do ponto de vista estético, com a

perda de elementos da fauna e da flora, bem como

críticas à falta de cuidado com o solo, que levou a

graves problemas em regiões como o Vale do Paraíba

(RJ/SP) durante do ciclo do café.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de

Sociologia]

Nos séculos XVIII e XIX, o pensamento político

brasileiro era majoritariamente positivista. Assim

sendo, o meio ambiente tinha como principal função

permitir o progresso da nação.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de

História]

Quando, no texto, é dito que “o meio natural foi

elogiado por sua riqueza e potencial econômico” fica

clara a associação entre a natureza brasileira e seu

uso para o progresso econômico da Nação.

Resposta da questão 12:

[C]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de

Geografia]

Na África Ocidental, o papel das mulheres é

destacado no comércio informal de mercadorias

variadas com destaque para alimentos, roupas e

artesanato. Esta característica cultural e econômica

foi herdada pelo Brasil em decorrência da entrada de

população negra escrava no período colonial.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de

História]

O texto retrata uma característica da cultura

africana que foi trazida para o Brasil pela escravidão,

e se tornou uma das maiores características

escravistas brasileiras: o chamado escravismo de

ganho (escravos que faziam serviços urbanos, como

o comércio ambulante). O destaque do texto é que

tanto na África quanto no Brasil esse trabalho era

exercido de maneira significativa pelas mulheres.

Resposta da questão 13:

[D]

A formação de quilombos foi uma das formas de

resistência encontrada pelos escravos no Brasil

colonial. O Quilombo dos Palmares foi o maior e mais

duradouro dos quilombos, o que representava uma

ameaça aos poderes coloniais, uma vez que o

número de escravos fugitivos que lá viviam era alto.

Derrotar Palmares não foi fácil, já que os negros se

aproveitaram da geografia da Serra da Barriga para

resistir.

Obs.: A data que hoje se comemora como símbolo da

resistência e valorização negra no Brasil é 20 de

novembro, que remete ao dia do falecimento de Zumbi

dos Palmares, ocorrida em 1695. A data a qual o texto

se refere, da destruição de Palmares, é 18 de agosto

de 1694 e não é comemorada hoje em dia.

Resposta da questão 14:

[C]

Ao desprezarem a diversidade cultural indígena, os

europeus que chegaram ao continente americano

demonstram seu etnocentrismo, que se manifesta

tanto na linguagem que utilizam, quanto nas

atitudes que tomam nesses novos territórios.

Resposta da questão 15:

[B]

Com o objetivo de impor o catolicismo aos negros

africanos, a Igreja utilizou-se das imagens sacras

para disseminar a religião cristã, uma vez que as

imagens de santos mostravam-se fiéis e devotas a

Deus e ao poder da Igreja, como descreve o texto II e

mostra o texto I.

Resposta da questão 16:

[B]

As Conjurações Mineira e Baiana, a despeito de

objetivarem a Independência, tinham bases e ideais

diferentes. Dentre esses ideais, a abolição da

escravatura: era um desejo da Conjuração Baiana,

mas não fazia parte dos ideais da Inconfidência

Mineira.

Resposta da questão 17:

[B]

O Pacto Colonial regia a relação entre Metrópole e

Colônia, determinando que qualquer riqueza ou

lucro encontrada ou existente na Colônia pertencia

100% à sua Metrópole.

Resposta da questão 18:

[D]

Os portugueses enxergaram os indígenas de maneira

etnocêntrica, medindo o povo indígena a partir dos

seus próprios valores. Por isso, a crítica à falta de fé,

lei e rei.

Resposta da questão 19:

[A]

Na chamada República Oligárquica, o estado de São

Paulo buscava ocupar um lugar de hegemonia na

política nacional, uma vez que já comandava a

economia brasileira devido ao ciclo do café. Assim, o

uso da figura do bandeirante nas obras de arte foi

uma forma de legitimar essa hegemonia.

Resposta da questão 20:

[C]

Ainda que alianças tenham sido feitas entre

europeus e alguns grupos nativos, a rivalidade entre

índios e europeus sempre existiu, o que levou,

associado a outros fatores, a um grande número de

mortes entre os indígenas.

Resposta da questão 21:

[E]

Os padres jesuítas tiveram maior contato com os

indígenas do litoral brasileiro, que pertenciam ao

troco linguístico tupi-guarani. Nesse sentido, o

domínio – por parte dos jesuítas – da língua tupi foi

fundamental para a convivência e o contato.

Resposta da questão 22:

[B]

A vinda da Família Real para o Brasil foi o primeiro

passo do processo de Independência da Colônia,

uma vez que elevou o status do Brasil, invertendo a

posição de Portugal e Brasil no pacto colonial, e deu

aos colonos uma autonomia de ação inédita.

Resposta da questão 23:

[A]

Ao afirmar que "o melhor fruto que dela se pode tirar

me parece que será salvar essa gente", Caminha

demonstra que o português buscaria, através da

catequese, "civilizar" o indígena, considerado

selvagem por não ter "fé, lei nem Rei".

Resposta da questão 24:

[C]

Ao mencionar o início do povoamento da terra,

Gandavo refere-se ao início da colonização efetiva,

com a implantação da atividade canavieira, que teve

no índio, antes do africano, a primeira forma de mão

de obra escrava. A reação do indígena à captura e

escravização levou, entre outras formas, à fuga para

áreas mais distantes do litoral, ocupado agora pelo

colonizador europeu.

Resposta da questão 25:

[E]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de

História]

O Congado, ou Festa do Rei Congo, é um movimento

de sincretismo religioso realizado no Brasil desde os

tempos coloniais. A festa é uma mistura de cultos

católicos e africanos, na qual se comemora, ao

mesmo tempo, a vida de São Benedito, o encontro de

Nossa Senhora do Rosário e a vida do negro Chico-

Rei.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de

Sociologia]

A festa da Coroação do Rei do Congo, também

chamada de Congado, é uma importante

manifestação cultural brasileira. Ela surgiu durante

o período colonial, a partir de um processo de

ressignificação cultural de festas africanas. Desta

maneira, somente a alternativa [E] pode ser

considerada correta.

Resposta da questão 26:

[C]

Como o texto enfatiza, uma gama de trabalhadores

livres e escravos convivia nas cidades italianas, em

especial nas chamadas casas grandes, as

residências das famílias nobres.

Resposta da questão 27:

[A]

Somente a alternativa [A] está correta. A questão

remete as invasões holandesas no Brasil, sobretudo

em Pernambuco entre 1630-1654 com destaque

para o governo de Nassau, 1637-1644. Segundo o

historiador Pedro Puntoni em seu livro “A Guerra dos

Holandeses” (coleção “Guerras e Revoluções

Brasileiras”) em 1637 a Companhia das Índias

Ocidentais decidiu enviar um governador experiente

para seus negócios no Brasil. A escolha recaiu sobre

João Maurício de Nassau, conde de Nassau. Este

consolidou o domínio da Companhia no então

chamado Brasil Holandês. Nassau passou para a

História como um bom estadista com viés

humanista. Usou de moderação política e tolerância

religiosa no convívio com os pernambucanos. Para

isso muito contribuiu o seleto grupo de 46

intelectuais que o acompanharam, homens cultos,

artistas, cientistas. Era o Mecenato de Nassau no

nordeste brasileiro. Surgiram os primeiros tratados

sobre flora e fauna brasileira, lindas imagens

registradas pelos pintores como Albert Eckout e

Frans Post. Nassau mandou construir a “Cidade

Maurícia”. Trata-se de uma espécie de continuação

do Renascimento Cultural com a modernização do

nordeste brasileiro.

Resposta da questão 28:

[B]

O desenvolvimento urbano e o renascimento cultural

promoveram transformações na sociedade, como o

surgimento de novas profissões urbanas,

promovendo, também, uma nova divisão do

trabalho.

Resposta da questão 29:

[A]

O termo bárbaro foi usado diversas vezes ao longo da

História para designar aqueles que eram de fora.

Para os romanos, por exemplo, era bárbaro todo

aquele que não falava latim.

Resposta da questão 30:

[A]

O próprio texto é bem claro em sua afirmação: “o ser

homem se confunde com a sua aparência. Quem age

como nobre é nobre”. Sendo assim, a etiqueta era

uma forma de distinção social na França absolutista.

Resposta da questão 31:

[C]

As viagens ultramarinas do século XV foram

rodeadas de expectativas com relação aos perigos

que podiam ser encontrados no mar. Monstros

marinhos, rodamoinhos gigantescos que “engoliam”

embarcações, pontos de tempestades que nenhum

navio atravessaria e a queda profunda ao se alcançar

a linha do horizonte eram alguns dos medos dos

navegantes.

Resposta da questão 32:

[E]

A expansão marítima representa a expansão do

comércio, portanto, burguês, apesar de interessante

para a nobreza que controlava o Estado. Na

expansão Ibérica não se encontram interesses

italianos. Vale a pena lembrar que muitos

historiadores consideram o Estado Moderno ainda

como um “Estado Feudal”. A expansão somente foi

possível devido à centralização do poder em Portugal

e Espanha, caracterizados politicamente como

monarquias absolutistas.

Do ponto de vista religioso, as monarquias ibéricas

tiveram o apoio do Papa e se utilizaram de novas

tecnologias derivadas do conhecimento, oriundo do

renascimento.

Resposta da questão 33:

[C]

Apesar de cristãos, os humanistas se preocuparam

em compreender o ser humano a partir de novas

perspectivas, definidas pelo racionalismo,

valorizando o individualismo. A ideia básica de

Renascimento Cultural está associada ao resgate da

cultura clássica, Greco-romana. No século XVI, o

movimento de Reforma Religiosa, denominada de

protestante, incorpora elementos originados com o

Renascimento, destacando-se a visão crítica de

mundo e o próprio individualismo, sendo que os

reformadores foram combatidos pela Igreja Católica

com maior vigor a partir da contrarreforma.

Resposta da questão 34:

[A]

O sistema colonial desenvolvido durante a Idade

Moderna enquadra-se no processo de expansão do

comércio, responsável por fortalecer o Estado

absolutista e possibilitou o enriquecimento da

camada burguesa. Todo o processo de exploração

colonial tinha como objetivo gerar riqueza,

acumulada segundo a visão mercantilista de

economia.

Resposta da questão 35:

[C]

O quadro representa o trabalho servil, típico dos

camponeses no período medieval, ainda no interior

da estrutura feudal, quando o servo estava

subordinado a um senhor feudal – representado no

quadro pelo castelo – e possuía pouco conhecimento

técnico. No entanto, a rotação de culturas, deixando-

se uma parte do campo em descanso, era uma

prática comum e visava reduzir o desgaste da terra.

Resposta da questão 36:

[B]

A partir dos versos de Fernando Pessoa percebe-se a

referência ao Mediterrâneo, “mar com fim”, utilizado

pelos gregos em suas diáspora e atividades

mercantis e que, séculos depois ficou sobre controle

dos romanos a ponto de ser tratado pelos mesmos

como o mare nostrum. Ao mesmo tempo, refere-se ao

“mar sem fim”, numa alusão ao Atlântico,

desconhecido no primeiro século de expansão

marítima e que ficou sobre controle português,

garantindo ao Estado lusitano o caminho para as

Índias, o controle do litoral africano e as terras

litorâneas do Brasil.

Resposta da questão 37:

[B]

A expressão renascentista nos remete à Idade

Moderna, momento em que uma nova visão de

mundo se desenvolveu ao mesmo tempo em que a

burguesia e o comércio estavam em expansão. A

cultura renascentista resgatava valores greco-

romanos em contraposição a visão medieval ainda

predominante na sociedade e, dessa maneira,

revalorizou a razão, estimulando a reflexão e o senso

crítico, com novas descobertas científicas, assim

como uma nova arte, que refletia não apenas a

adoção de novas técnicas, mas a valorização do ser

humano e de sua vida cotidiana.

Resposta da questão 38:

[A]

O final da Idade Média é caracterizado por um

processo de transformações socioeconômicas que

envolveram as cidades. Se durante a Alta Idade

Média a cidade manteve-se isolada, durante a Baixa

Idade Média ela tendeu a crescer, impulsionada por

maior circulação de mercadorias provenientes do

oriente. O Renascimento, comercial e urbano,

possibilitaram o surgimento da burguesia e das

raízes do processo de acumulação de capitais.

Resposta da questão 39:

[E]

A moral política para Maquiavel é marcada pelo

pragmatismo, ou seja, pela necessidade de atingir

seus propósitos. O propósito do “príncipe” (do

governante) é governar e manter a ordem social e

para isso não deve se preocupar com a visão que

possam formar sobre sua pessoa, com a reputação

de cruel.

Maquiavel foi o primeiro intelectual a teorizar e

defender o modelo absolutista de Estado, com o

poder concentrado nas mãos do governante, como

representação máxima desse mesmo Estado.

Resposta da questão 40:

[A]

O testemunho de Agnolo di Tura faz uma associação

direta entre o enorme número de mortos devido à

Peste Negra e o fim do mundo. Essa associação

expressa, por sua vez, uma visão teocêntrica e

dogmática medieval, que considerava que os

diversos fenômenos simultâneos como surtos de

fome, a Guerra dos Cem Anos e a Peste Negra eram

sinais da cólera de Deus, reforçando a crença no

final dos tempos.

Resposta da questão 41:

[D]

Somente a alternativa [D] está correta. A questão

remete ao período denominado Pré-Colonial, 1500-

1530, entre a viagem de Cabral em 1500 à viagem de

Martim Afonso de Souza em 1530. Neste período não

ocorreu ocupação portuguesa no Brasil, pois o país

ibérico priorizou o comércio das especiarias no

oriente deixando o Brasil em segundo plano. Na

viagem de Cabral em 1500 havia uma preocupação

em defender as terras lusitanas demarcadas pelo

Tratado de Tordesilhas diante da possibilidade de

invasões.

Resposta da questão 42:

[E]

Como o texto ressalta, existiam, na Colônia,

comerciantes de escravos que agiam sem a anuência

da Coroa Portuguesa. Esses comerciantes acabavam

por ajudar a formar certa autonomia colonial e

mercantil frente a Coroa.

Resposta da questão 43:

[B]

O fragmento do texto do padre Antônio Vieira faz

uma analogia do processo de catequese realizado

pelos religiosos católicos diante dos gentios com o

trabalho de um artista que, utilizando uma matéria-

prima, como uma pedra, produz um homem perfeito

ou um santo no altar. A proposição [B] é a única que

contempla o teor do texto de Vieira.

Resposta da questão 44:

[C]

A presença holandesa no Brasil colonial, através do

governo das Companhias das Índias Ocidentais,

ajudou por desenvolver a capitania de Pernambuco,

em especial na produção de açúcar. Mas a presença

holandesa não modificou o panorama social da

Colônia, beneficiando, assim, as elites.

Resposta da questão 45:

[C]

O texto da historiadora Maria Odila Leite da Silva

Dias analisa o processo de independência do Brasil

em uma perspectiva bem ampla, levando em

consideração acontecimentos históricos externos e

internos que impactaram muito no sete de setembro

de 1822. Entre os fatos históricos externos podemos

citar a Revolução Francesa, a expansão napoleônica,

o Bloqueio Continental, a vinda da corte portuguesa

para o Brasil em 1808, a Revolução Liberal do Porto

em 1820, além de muitas tensões sociais dentro do

Brasil, como a Inconfidência Mineira, Conjuração

Baiana, Conjuração Carioca e a Revolução

Pernambucana de 1817.