ensaio

4
ESTRATÉGIAS DE TEXTUALIZAÇÃO A textualidade é o conjunto de particularidades que permite que um texto seja um texto, não sendo apenas sequências de frases que não tem consonância umas com as outras. Essas peculiaridades serão abordadas no decorre do texto. Mas antes de adentrar nesse tema e mostrar as estratégias de textualização, faremos uma explanação de como o texto passou a ser estudado na sua totalidade e não por partes fechadas. Em 1960 surgi na Europa o estudo sobre o texto, que mais tarde, em 1970, resultou na Linguística Textual. Segundo Anna Christina Bentes (2001) no livro Introdução a Linguística, aponta que a Linguística Textual não se desenvolveu de igual modo nos países, mas de formas diversificadas. Diante disso, Bentes mostra que houve três momentos que apontam as preocupações que surgiram. No primeiro momento houve um aumento do objeto de análise da Linguística Textual. Antes as frases eram analisadas isoladamente, mas quando surgiam fenômenos que as teorias sintáticas e semânticas não davam conta de explicar, recorriam para a análise transfrástica, onde a analise parte da frase para o texto. No segundo momento, com o auge da gramática gerativa, surgiram as primeiras propostas de elaborar gramáticas textuais. Essas gramáticas tinham como objetivo fazer uma reconstrução do texto, tendo-o como algo fechado e estável. Dentre os autores que se destacaram nas propostas dessas gramáticas estão: Van Dijk, Petöfi, Schmidt, Beaugrande, Dressler, Gívón, Weinrich. As propostas desses teóricos

description

Estratégias de textualização

Transcript of ensaio

ESTRATGIAS DE TEXTUALIZAO A textualidade o conjunto de particularidades que permite que um texto seja um texto, no sendo apenas sequncias de frases que no tem consonncia umas com as outras. Essas peculiaridades sero abordadas no decorre do texto. Mas antes de adentrar nesse tema e mostrar as estratgias de textualizao, faremos uma explanao de como o texto passou a ser estudado na sua totalidade e no por partes fechadas. Em 1960 surgi na Europa o estudo sobre o texto, que mais tarde, em 1970, resultou na Lingustica Textual. Segundo Anna Christina Bentes (2001) no livro Introduo a Lingustica, aponta que a Lingustica Textual no se desenvolveu de igual modo nos pases, mas de formas diversificadas. Diante disso, Bentes mostra que houve trs momentos que apontam as preocupaes que surgiram. No primeiro momento houve um aumento do objeto de anlise da Lingustica Textual. Antes as frases eram analisadas isoladamente, mas quando surgiam fenmenos que as teorias sintticas e semnticas no davam conta de explicar, recorriam para a anlise transfrstica, onde a analise parte da frase para o texto. No segundo momento, com o auge da gramtica gerativa, surgiram as primeiras propostas de elaborar gramticas textuais. Essas gramticas tinham como objetivo fazer uma reconstruo do texto, tendo-o como algo fechado e estvel. Dentre os autores que se destacaram nas propostas dessas gramticas esto: Van Dijk, Petfi, Schmidt, Beaugrande, Dressler, Gvn, Weinrich. As propostas desses tericos sugiram com o propsito de fazer uma reflexo desses fenmenos que a sintaxe e a semntica no conseguiam explicar. Por fim, o terceiro momento. Nesse perodo o texto no visto como algo acabado, mas como algo que est em construo. analisado dentro do contexto onde produzido. O falante de sua lngua natural tem pleno conhecimento quando de quando um texto ou apenas vrias frases juntas, sem nexo. Nesse aspecto o que se sabe sobre texto no se resume apenas com a anlise da frase. O falante nativo tem competncia de fazer a partir de um texto: parfrase, resumos, perceber se o texto est completo ou no, como tambm fazer um texto a partir de outro. Para Marchuschi (1998 a), citado por Bentes, relata que no final da dcada de 70 o que antes era chamado de gramtica do texto, passa agora a ser chamada de noo de textualidade. Beaugrande & Dressler que estudam os padres de textualidade (coerncia e coeso) e tambm como se dar o processamento cognitivo do texto. No processo de textualizao alm de incluir a coerncia e coeso envolvem ainda a informatividade, a situacionalidade, a intertextualidade, a intencionalidade e a aceitabilidade (centrados nos usurios) (KOCH 2010, P.7). Para que um texto seja considerado texto importante ter esses fatores citados. Podemos analisar que a coerncia e a coeso no se dar apenas no texto, mas envolver outros fatores que so externos a ele. Como j foi citado no inicio por Beaugrande & Dressler, a textualidade se d por meio da coeso, coerencia, situacionalidade, informatividade,intertextualidade, intencionalidade e aceitabilidade. Esses elementos compoe a texto. Ingedore Koch(2009) no livro Introduo a Linguistica, conceitua coeso. Para ela coeso a forma como os elementos linguisticos presentes na superficie textual se interligam, se interconectam, por meio de recursos tambem linguisticos (35). Diante disso podemos dizer que coeso o elemento que une uma frase a outra dando a ela sentido, dando assim a hamonia no texto. No livro Lutar com palavras: coerencia e coeso, Irand Antunes (1937) mostra que a funo da coeso dentro de um texto promover a continuidade do mesmo, j que o elemento que unem uma frase a outra ou faz referncia aquilo que j foi dito, se utilizam de elementos coesivos. A coeso pode ser por referencia ou substituio. A coeso por referncia tem por obetivo, como o prprio nome j diz, fazer referencia a algo, geralmente so utilizados os pronomes pessoais, demonstrativos, possessivos, indefinidos, relativos, como tambem pelos adverbios de lugar. Ingedore Koch (2009) se referencindo a coerncia diz que de acordo com Beaugrande & Dressler, a coerencia diz respeito ao modo como os elementos subjacentes superfcie textual entram numa configurao veiculadora de sentidos (p, 40) desse modo a coerencia j trata do sentido geral, por exemplo do tema de um texto, quando h um distanciamento do tema com o que diz no corpo do texto, dezemos que no houve coerncia.