ENDOMARKETING PARA FIDELIZAR CLIENTES INTERNOS · Portanto, para haver uma comunicação eficiente...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
ENDOMARKETING PARA FIDELIZAR CLIENTES INTERNOS
ORIENTADOR:
PROFº: JORGE VIEIRA
RIO DE JANEIRO JULHO/2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
ENDOMARKETING PARA FIDELIZAR CLIENTES INTERNOS
DANIELLE DE FIGUEIREDO EMERICH
Monografia apresentada ao Curso de Pós graduação em Marketing da Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial à obtenção do grau de especialista em Marketing, sob orientação do Professor
Rio de Janeiro
JULHO/2011
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AGRADECIMENTOS
Ao meu esposo Pablo que participou ativamente da construção deste trabalho me dando todo apoio e carinho. Aos meus pais Daniel e Angélica, minha filha Lívia e meu irmão Herick que sempre estão presentes em minha vida.
DEDICATÓRIA
Dedico primeiramente a Deus por guiar minha vida me dando toda força e coragem que necessito para vencer todas as minhas barreiras.
Em especial, agradeço ao Prof. Jorge Vieira pelos ensinamentos e competência durante a orientação dessa pesquisa. Não posso deixar de mencionar o carinho e dedicação todo especial de meu esposo que durante todos esses anos me incentivou para continuar meus estudos e em especial este trabalho de conclusão. Aos meus pais por terem me colocado no mundo de uma forma que me sentisse amada e encorajada para seguir minha vida pelo caminho do bem. E as pessoas que estão sempre ao meu lado me dando força como minha filha, minha amiga Elisângela, meu irmão, familiares e amigos.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO... 5
1 – A Comunicação e a Cultura nas organizações sociais atuais... 8
1.1 – Conceitos de organizações... 8
1.2 – O que é cultura... 8
1.3 – Conceituando comunicação... 9
1.4 – Culturas organizacionais... 10
2 – O Endomarketing como função do marketing... 17
2.1 – Abordagem histórica... 18
2.2 – Definição de marketing... 20
2.3 – O Marketing e suas funções... 21
3 – O Endomarketing e a imagem corporativa... 23
3.1 – A importância da comunicação interna para o Endomarketing .... 23
3.2 – Ferramentas do Endomarketing... 25
3. 3 – Endomarketing como componente da formação da imagem... 28
3.3.1 – Motivação... 30
3.3.2 – Informação e Comunicação... 33
3.4 – Imagem: reflexo no atendimento... 34
3.5 – O Endomarketing e o Rh... 41
4 - Motivos de se fazer Endomarketing... 46
4.1 – Reais objetivos... 47
4.2 – O que as organizações esperam com o endomarketing... 48
5 - Caso Aché laboratórios Farmacêutico... 48
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INTRODUÇÃO
Qual é o principal produto da área de RH? Planos de cargos e salários bem
feitos? Recrutamento e seleção eficientes? Treinamento? É lógico que não.
Modernamente podemos afirmar que o mais importante "produto" da área de Recursos
Humanos é garantir que a empresa possua um conjunto de Talentos Humanos
plenamente identificados com a missão e visão da organização – e, conseqüentemente,
disposto a ajudá-la a atingir seus objetivos com lucro e responsabilidade social.
A capacidade de os empregados funcionarem como "guardiões dos interesses da
empresa", ou seja, responsáveis de maneira incondicional pela satisfação dos clientes,
independentemente da área em que atuem, depende, em grande parte, do apoio e
encorajamento que recebem de seus líderes diretos. Por isso, dizemos que o
Endomarketing é uma atividade estratégica que envolve todas as categorias de
empregados. Com um foque especial para os funcionários que estão diretamente ligados
ao público final, seja nas vendas, no atendimento ao cliente e até mesmo na internet.
Para fazer que o mercado externo responda positivamente aos estímulos que lhe
são dirigidos, a empresa terá que garantir que seu mercado interno -
colaboradores/empregados – seja capaz de cumprir as promessas feitas aos
consumidores.
A atual expectativa de novidades na Administração de Empresas tem se focado
na inteligência empresarial. A despeito do grande número de "ecos" que cada obra
significativa gera, resultando num proliferar de "consultores" e palestrantes loquazes e
repetitivos, os trabalhos verdadeiramente originais têm sido capazes de detectar o
impacto das mudanças na tecnologia da Informação sobre a gestão das empresas,
objetivando um processo contínuo de modernização.
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A primeira constatação está na compreensão da cultura empresarial. Cada
empresa possui uma rede de interconexões muito característica. Essa rede liga pontos
físicos de sua estrutura, como sua localização e a tecnologia com que fabrica seus
produtos e/ou prestam seus serviços até pontos intangíveis, como a missão a que a
empresa se propõe, a imagem que seus funcionários fazem dela, suas relações com seus
fornecedores e clientes, o conhecimento contábil, etc. Essa rede é o que chamamos de
cultura empresarial.
A alta administração da empresa não é, nem faz e, às vezes, nem mesmo difunde
a cultura da empresa; ela apenas é uma parte importante dessa cultura. Esse é um fato
mal compreendido por alguns administradores, que, muitas vezes, acreditam-se capazes
de mudar radicalmente a empresa simplesmente dando-lhe uma nova missão. Essa é
uma falta de entendimento que pode colocar uma empresa em dificuldades. Esses
administradores não enxergam na empresa um organismo vivo, dotado de suas próprias
características e comportamentos; e esses comportamentos não são os comportamentos
dos administradores.
Constata-se que a maioria dos empresários ou gestões de uma organização tem
conhecimento amplo sobre diversas áreas: tecnologia, recursos humanos, administração
de material, marketing, etc. No entanto, desconhece completamente qualquer formulário
ou qualquer legislação contábil, terceirizando ao elemento contador, que também na
maioria das vezes não compõe o quadro dos empregados.
É óbvio que não se pretende recriminar os gastos de uma empresa que estão
voltados para a reciclagem de pessoal, para o marketing ou para a tecnologia, o que se
questiona é o “não saber”, o “não entender”, “o não interessar” diretamente os
compromissos relacionados à modernização, competição, evolução empresarial, o
próprio ambiente de trabalho e o planejamento estratégico e sua execução. E o que se
percebe é que é justamente nesta facção da empresa onde os gastos e até prejuízos
podem levar qualquer investimento à falência.
O objetivo deste estudo, através da metodologia da pesquisa bibliográfica é
abordar e aquilatar através da pesquisa bibliográfica a importância do Endomarketing na
fidelização do cliente.
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O primeiro capítulo conceitua a organização, enfatizando os aspectos que
norteiam suas atividades com cultura e sub-cultura como forma de comunicação. Esses
são dois pontos importantes de qualquer organização. Conhecer a organização implica
necessariamente conhecer os aspectos que as compõe.
O segundo capítulo trata das questões do Endomarketing, suas implicações na
busca pela qualidade e competitividade e como a aplicabilidade correta pode se refletir
em um relacionamento mais direto com o consumidor. Após uma breve narrativa na
História do Marketing, necessária para o entendimento do termo Endomarketing, as
atenções se voltam para o funcionário, principal elemento de estudo. A comunicação
interna é abordada como fator estratégico no sucesso dos negócios, como agente de
aproximar e motivar pessoas e como estratégia na consolidação de imagem da
organização junto ao seu público. Além disso, a informação, a motivação, a
participação, as políticas de recursos humanos, o reconhecimento e a pesquisa de clima
organizacional são tratados como ferramentas que a organização dispõe para medir e
envolver o público interno.
A partir da análise dos fatores investigados no capítulo I e II, o terceiro capítulo
se propõe a discutir o Endomarketing como agente difusor da imagem organizacional na
sociedade. A informação, a motivação e comunicação surgem como variáveis que
interferem no processo de legitimação dessa imagem. A imagem com reflexo no
atendimento trás uma discussão sobre a necessidade das empresas se adaptarem as
novas exigências da sociedade que culminou uma tomada de consciência sobre a
importância de umas relações públicas para as organizações.
Finalmente o estudo mostra a importância da comunicação interna como forma
de motivação do profissional da organização, dando toda a informação necessária sobre
valores e culturas da empresa visando assim à satisfação profissional, como
conseqüência trabalhando e desempenhando seu papel dentro a organização de forma a
ter uma vantagem competitiva e fidelizando mais clientes.
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A COMUNICAÇÃO E A CULTURA NAS ORGANIZAÇÕES
SOCIAIS ATUAIS.
Hoje em dia o homem pela sua natureza e personalidade criada a partir de
gerações e da sociedade que vive em constantes mudanças, torna-se cada vez mais
difícil saber quais suas reais necessidades, sejam elas de auto-realização ou
psicológicas. Mas a verdade é que o papel do homem é procurar ele mesmo satisfazer
suas necessidades, através da procura pelo seu bem estar e de tudo que envolve a
melhoria da qualidade de vida.
1.1- Conceitos de Organização
As organizações podem ser definidas como coletividades especializadas na
produção de um determinado bem ou serviço. SROUR (1997:107). Isto é que dizer que
a organização é um grupo de pessoas que se unem com os mesmos objetivos. Nela
estará agregado todo o recurso material e humano necessários para fazer funcionarem de
forma a atingirem as metas propostas
1.2- O que é Cultura
Segundo KOTLER, cultura é o principal determinante dos desejos e do
comportamento de uma pessoa. O comportamento humano é em grande parte adquirido
ao crescer em uma sociedade. Uma criança adquiriu valores, percepções, desejos e
comportamentos de sua família e de outras instituições importantes.
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Todo grupo ou sociedade possui uma cultura, e a influencia da cultura sobre o
comportamento de um consumidor pode variar muito. O fracasso no ajuste pode resultar
em um marketing ineficiente ou em erros embaraçados. Durante uma venda de uma
blusa social, por exemplo: Esta loja terá como público alvo pessoas de alto escalão,
como gerentes, diretores e altos executivos. O vendedor tem estar informado como deve
ser a composição e estilos da roupa, pois no ato da venda ele pode e deve orientar o
cliente para melhor atende-lo, caso contrário ele poderá perder a venda, e o que é mais
grava, o cliente sair da loja com uma percepção destorcida da marca e de seus produtos.
A cultura faz parte dos fatores culturais que podem influenciar no
comportamento do consumidor analisado por KOTLER. São eles:
Fatores Culturais – Cultura, Sub-cultura e Classe Social.
Fatores Sociais – Grupos de referência, família, papéis e status.
Fatores pessoais – Idade e estágio no ciclo de vida, ocupação, estilo de vida
entre outros.
Fatores psicológicos – Motivação, percepção, aprendizagem, crenças.
1.3- Conceituando Comunicação
Embora existam muitas maneiras de se definir comunicação, a maioria dos
autores pesquisados concordam que comunicação é a transmissão de uma mensagem de
um emissor para um receptor por via de algum meio, e este receptor se comunica través
de um meio que pode ser chamado de feedback.
A comunicação segundo KOTLER (2003,30) é a ferramenta que possui o
sentido mais amplo do marketing, e é percebida em quase tudo que envolve a empresa,
desde uniformes dos funcionários ao catálogo de vendas; do desenho comum as filiais
de determinada organização às campanhas publicitárias; do gestual do funcionário no
atendimento à comunicação de pagamentos enviada para os domicílios.
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Aos profissionais de comunicação compete elaborar com qualidade as auditorias
de cultura para podermos nos dirigir ao público interno, considerando os valores
mínimos que essa organização está compartilhando, até para que se comunique de
acordo com uma linguagem comum para que as pessoas nos entendam, nos
compreendam. Precisaremos também considerar as nuances das tipologias de cultura, se
aceitarmos que a cultura organizacional é fragmentada.
Os valores são transmitidos por meio da comunicação. O indivíduo comunica
sua cultura a começar pela vestimenta que usa no trabalho, passando por seus hábitos,
suas atitudes. Ele está o tempo todo se comunicando pelo olhar, pelo gesto, pela escrita,
ele está, na verdade, mostrando valores. Então a comunicação é, realmente, o melhor
caminho para se estudar a cultura organizacional. É pela análise da comunicação de uma
empresa que percebemos o pensar e o sentir dessa organização.
Portanto, para haver uma comunicação eficiente dentro de uma empresa, é
preciso que se saiba como gerenciá-la, de forma a garantir a participação efetiva de
todos os envolvidos, criando um clima de compreensão que permitirá, mais a frente,
atenderem ao cliente com qualidade e eficiência.
1.4 – Culturas Organizacionais
O homem não pretende só satisfazer suas necessidades para sobreviver, mas
também para desfrutar seja no âmbito familiar e/ou profissional.
Entretanto o ser humano procura hoje em dia ambientes que se sintam
valorizados e respeitados com sua linguagem e cultura, pois o homem deixou de ser o
homem econômico em que seu objetivo era único e somente a sobrevivência, para ser o
homem social que quer ser valorizado, Para Chiavenato, 2000 "... o ser humano é
motivado, não por estímulos econômicos e salariais, mas por recompensas sociais,
simbólicas e não materiais".
A partir dessa conscientização do homem social, as empresas estão buscando
uma melhoria da qualidade dentro das organizações que façam com que os funcionários
sejam comprometidos de forma integral com as metas da empresa.
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"A base da linguagem cultural própria e homogênea de toda a empresa é um
conjunto de valores estabelecidos por eles próprios e aceitos como necessários e bons
para regular a relação das pessoas entre si e com a própria organização.
“Esses valores são os paradigmas do comportamento individual e coletivo na
busca de melhores índices de Produtividade e Qualidade em tudo que se faça”.
(CERQUEIRA, 1994.)
O esforço interno das empresas para que esses valores sejam realmente pontos
de partida para que o funcionário engrene na produtividade depende hoje de vários
fatores, tais como: tarefas estimulantes e ambientes de trabalho motivador.
Parece-nos que, o grande desafio é fazer com que os empregados respondam
favoravelmente às demandas da organização.
No momento pós-reengenharia, alguns estudos procuraram fazer uma
comparação entre a economia que visa lucro e a economia que evita o desperdício
financeiro. Essa diferença na administração ocorre quando a empresa, independente do
seu tamanho (grande, média, micro e pequena) está apenas preocupada com o seu
faturamento e sua movimentação no mercado econômico, e por desconhecimento deixa
vazar valores imensuráveis na sua área contábil. Como isso ocorre? Afinal é papel do
responsável pela contabilidade manter o equilíbrio financeiro da empresa. É simples
observar que gastos são efetuados pelo não cumprimento de certos compromissos
contábeis, e que certamente poderiam ser evitados se o administrador tivesse a
preocupação de entender ou pelo menos conhecer um pouco mais dos mecanismos
contábeis.
No entanto, acontece justamente que neste novo milênio não dá mais para ficar
submisso “a jeitinho brasileiro”, pois se espera do administrador, empresário, gestor ou
gerente um posicionamento mais eficaz e eficiente, além é claro de maior clareza na sua
administração. Vive-se uma era de globalização e de concorrência virtual nos diversos
níveis da organização. Logo, esse conhecimento flui através da rede passando de um
setor para outro, criando-se “nós” na administração. Pode-se entender, então, o
desequilíbrio produzido na rede quando se mudam vários nós simultaneamente. Mas o
que é mais relevante é que, estando o conhecimento da empresa entranhado em todos os
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segmentos da instituição, esse conhecimento flui através destes nós. Vale dizer, flui
através do contato direto entre as pessoas que trabalham na empresa e que entendem de
determinado assunto específico, mas também têm uma visão global de toda organização
empresarial.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa esse novo milênio não é
dominado pelos céticos. A crença e as obras pela humanidade são marcas fundamentais
para compor o profissional atualizado. Ele valoriza e preserva a natureza, preocupa-se
com o seu ambiente familiar e social, além do profissional.
Ele está sempre querendo aprender de tudo um pouco e um pouco de tudo. Não
existem barreiras, embora deleguem tarefas a terceiros, ele acompanha cada passo, cada
movimento, cada ato. Ele trabalha muito, mas não deixa de viver qualitativamente. E,
para ter qualidade de vida, é condição "sine qua non" melhorar o ambiente em que vive.
A forma de melhorar o mundo será peculiar a cada um, mas sempre culminará na
caridade pelo próximo. Sem dúvida, para ser um profissional moderno e atuante é
preciso ser completo: espírito, família, social, técnico e comportamental. Se não tiver
um dos aspectos, faltar-lhe-á aquilo que o homem independente do seu "status quo"
persegue desde o início da humanidade: a sua felicidade.
O ser humano não tem limites, mas, decididamente, ele é o retrato daquilo que
pensa e acredita ser. A força que existe dentro de cada um é infinitamente maior do que
se imagina. O administrador/gestor sabe disso e usa como ferramenta estratégica,
enquanto os demais amargam na mediocridade dos obstáculos, no medo em perder ou
se preocupando com o brilho da estrela que não é dele, enquanto a sua está ofuscada.
Constata-se que as mudanças na sociedade alteram o comportamento das
organizações. O cenário mundial está interligado em um processo de grandes desafios
que interferem e transformam as organizações, exigindo que se passe da era taylorista
para a era do conhecimento tão rápido, visível e onipresente que faz parte de um mundo
deslumbrado com os avanços tecnológicos, esbarrando nas fronteiras do tempo e do
espaço. A evolução da sociedade é uma etapa de transição na vida e no relacionamento
das pessoas com os avanços da ciência. Adaptar-se às circunstâncias presentes e
instantâneas da realidade mundial é questão de sobrevivência para as organizações no
processo de globalização da sociedade.
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Na conjuntura sócio-econômica globalizada, as distâncias que isolam as pessoas
estão se reduzindo rapidamente e a tecnologia da informação e comunicação oferece
oportunidades para explorar e descobrir novas formas de gestão das organizações,
ligando todas as áreas organizacionais em um intercâmbio de conhecimentos sobre
novos produtos e serviços. A globalização constitui a chave para explicar os fenômenos
e processos mundiais deste novo século. A sociedade vive em uma aldeia global, onde a
competição ultrapassou todas as fronteiras.
Se a economia globalizada exige das empresas uma visão empreendedora e a
adoção de postura estratégica de inovação gerencial, qual deve ser o comportamento dos
profissionais que compõem as organizações? Que transformações são necessárias para
que as organizações possam sobreviver no mercado globalizado? Quais são as
estratégias que devem ser adotadas pelas organizações?
Segundo Drucker (1998), a estratégia global para o sucesso da administração
envolve os aspectos: estratégia, cultura organizacional e as pessoas que compõem a
organização. Do ponto de vista econômico, as transformações são momentâneas,
acompanhando a administração e a transição destas fases onde as pessoas fazem suas
análises de custos e benefícios através de transações financeiras no mundo, conectadas
às redes informativas. As transformações aparecem como determinantes, através do
crescimento da computação e da comunicação, que estão ligadas diretamente aos
objetivos tecnológicos que proporcionaram este desenvolvimento.
Entretanto, as mudanças de cenários e a tecnologia da informação e
comunicação como ferramenta de suporte ao armazenamento, atualização e geração de
dados para obter informações, em paralelo com a evolução das empresas, foram
surgindo metodologias revolucionárias, mas que nem sempre deram certo. Ao longo do
tempo, descobriu-se que o poder dessas metodologias nem sempre se manifestava
quando elas eram confrontadas com a complexa e imprevisível realidade das
organizações.
Para Aquino (1998) na economia globalizada, a maior mudança foi na gestão de
pessoas das organizações, que deixam de ser apenas a força de trabalho, o ativo
intangível ou o capital intelectual para se transformarem em talentos humanos ou o fator
estratégico de crescimento das organizações, porque o poder não está mais na mão da
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empresa e sim na mão do cliente. O novo conceito de organização está voltado para o
cliente. É ele que diz o que quer comprar e cabe aos gestores evitarem que esta mudança
seja uma ameaça à sobrevivência da organização, fazendo com que ela se mantenha e
prospere neste novo cenário é um desafio que só será superado se a empresa utilizar
todo o seu pessoal de forma diferenciada.
Este diferencial está na prestação de serviços. Isto poderá definir se o cliente
será fiel à organização ou irá procurar por algo que realmente possa suprir suas
necessidades. O problema de falta de criatividade que ronda as organizações, que
preferem copiar que inovar faz com que saiam na frente às organizações que souberem
inovar, que colocarem no mercado produtos e serviços que conquistem a atenção do
consumidor e que tenham uma equipe profissional delineada com os princípios e os
objetivos da organização.
Para Drucker (1999), em um mundo em transformação contínua, a capacidade de
inovar assume um papel fundamental para o sucesso de qualquer organização. Pode-se
dizer que a busca da excelência está vinculada à busca da inovação. É visível que o
consumidor quer desconto e prazo, mas, além disto, ele quer novidades, ele quer ser
surpreendido com produtos e serviços novos. A organização que ouvir o mercado e
surpreender seus clientes, certamente vencerá, pois estará buscando a excelência na
prestação de serviços aliado à satisfação de seus clientes.
Conquistar e manter os clientes é um desafio. Não importa quantos bons
produtos e serviços tenham a organização, é preciso transformar cada pessoa da
organização em um vendedor ativo, visando oferecer o que o cliente não espera o que o
surpreenda. Só assim, têm-se clientes satisfeitos, proporcionando a ele momentos
mágicos e isto será possível se as organizações adotarem a ferramenta gestão
estratégica.
A implementação da gestão estratégica exige a adoção de novas idéias sobre o
conceito de administração moderna, expurgando os clichês e expressões supérfluas, que
deve ser julgada por suas conseqüências práticas, conectadas com o aqui e agora do
mercado globalizado e orientada para as relações humanas, onde o homem passa a ter
valor profissional e não apenas agregar valor profissional ao trabalho.
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Segundo Gomes e Braga (2001), são reconhecidos que as pessoas têm
criatividade, necessidades de significação, segurança, mudanças e querem pertencer a
um grupo. Elas serão o centro das atenções e influenciarão o ambiente que as cerca. O
trabalho entre elas exigirá um equilíbrio constante entre mudança e segurança,
criatividade, controle, iniciativa e cooperação. Assim, o gestor precisa se tornar capaz
de lidar com a ambigüidade. Grupos de pessoas também adquirem a habilidade de auto-
organização. Mas, esta habilidade não deverá ser usada contra os objetivos da
organização, sendo necessário orientá-la tanto em favor da organização, quanto do
indivíduo.
Os indivíduos têm necessidades e expectativas diferentes e cada um controla
conscientemente sua relação com o ambiente externo. Assim, os modelos e as estruturas
de trabalho que os motivam não são únicos. A Escola Sociotécnica considera que o
comportamento das pessoas, face ao trabalho, depende da forma de organizá-lo e do
conteúdo das tarefas a serem executadas, pois o desempenho e os sentimentos a eles
relacionados são fundamentais para que os indivíduos obtenham orgulho e satisfação do
trabalho. As relações entre os subsistemas técnico e social de cada sistema devem ser
consideradas conjuntamente, para que se possa atingir simultaneamente tanto o objetivo
organizacional (lucro etc.), como o desenvolvimento e a integração dos trabalhadores.
A cultura organizacional deve ser analisada inicialmente pela cultura do meio
em que a empresa opera e pelas sub culturas da empresa. Encontramos conjuntos de sub
culturas que são culturas de pleno direito, com contornos claramente definidos, ainda
que não aceitos pela ótica do consenso.
É assim que vejo a correlação entre comunicação, poder e cultura
organizacional. Com interfaces que se destinam a estudar o poder organizacional que
não tem forma, mas que existe e determina nossa trajetória profissional.
Segundo Fleury (1991), há vários caminhos para se desvendar a cultura de uma
organização. Dentre eles destacam-se:
1. O Histórico das Organizações: o momento de criação de uma
organização e sua inserção no contexto político e econômico da época propiciam o pano
de fundo necessário para compreensão da natureza da organização, suas metas, seus
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objetivos. O fundador neste contexto tem um papel fundamental, pois ele detém a
concepção global sobre o projeto da organização e tem o poder para estruturá-la,
desenvolvê-la e tecer elementos simbólicos consistentes com esta visão.
2. Os incidentes críticos por que passou a organização, tais como crises,
expansões, pontos de inflexão, de fracassos ou sucessos também são formadores de sua
história. Nestes momentos, o tecido simbólico se revela mais facilmente ao pesquisador,
pois certos valores importantes de serem preservados ou, pelo contrário, questionados,
emergem com maior nitidez;
3. O Processo de Socialização de Novos Membros: o momento de
socialização é crucial para a reprodução do universo simbólico. É através das estratégias
de integração do indivíduo à organização que os valores e comportamento vão sendo
transmitidos e incorporados pelos novos membros. As estratégias mais usuais são os
programas de treinamento e integração de novos funcionários. Os rituais de socialização
desempenham ao mesmo tempo o papel de inclusão do indivíduo ao grupo e
delimitação do processo de exclusão dos demais;
4. As Políticas de Recursos Humanos: as políticas de recursos humanos têm
papel relevante no processo de construção de identidade da organização por serem as
mediadoras da relação entre capital e trabalho. Analisando as políticas explícitas e
principalmente as políticas implícitas de recursos humanos de uma organização é
possível decifrar e interpretar os padrões culturais desta organização;
5. O Processo de Comunicação: a comunicação é um dos elementos
essenciais no processo de criação, transmissão e cristalização do universo simbólico de
uma organização. É preciso identificar os meios formais orais (contactos diretos,
reuniões, telefonemas) e escritos (jornais, circulares, "memos") e os meios informais,
como por exemplo, a "rádio-peão". O mapeamento dos meios permite o desvendar das
relações entre categorias, grupos e áreas da organização;
6. A Organização do Processo de Trabalho: a análise da organização do
processo de trabalho em sua componente tecnológica e em sua componente social,
como forma de gestão da força de trabalho, possibilita a identificação das categorias
presentes na relação de trabalho. Assim, ela é importante para desvendar aspectos
formadores da identidade organizacional, além de fornecer o referencial para se decifrar
a dimensão político-construtiva do elemento simbólico. Ou seja, para se questionar
como elementos simbólicos ocultam ou instrumentalizam relações de poder é preciso
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rebater a análise para o plano concreto das relações entre os agentes no processo de
trabalho;
7. As Técnicas de Investigação: derivam das propostas teórico-
metodológicas desenvolvidas pelos autores. Na ênfase quantitativa utiliza-se
levantamento de opinião, através de questionários, escalas, entrevistas, etc. Na ênfase
qualitativa utilizam-se dados secundários da própria organização (documentos,
relatórios manuais de pessoal, organogramas, jornais, etc.). As técnicas mais utilizadas
para coleta de dados primários são entrevistas, observação participante e não
participante e dinâmicas de grupo, com uso de jogos e simulações.
Cultura usualmente é tida como o padrão de desenvolvimento refletido nos
sistemas sociais de conhecimento, ideologia, valores, leis e rituais cotidianos. Também
é vista como o grau de refinamento e evidente em tais sistemas de crenças e práticas.
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O ENDOMARKETING COMO FUNÇÃO DO MARKETING
O endomarketing é o marketing voltado para dentro da empresa. Para termos
mais clareza a respeito dos conceitos usados convém começar abordando o próprio
marketing. Essa abordagem não visa, porém, a um estudo específico e aprofundado do
marketing, já que o assunto central é o endomarketing. Vou usar um modelo que nos vai
permitir acompanhar a própria evolução do conceito e da realidade do marketing até
chegar a sua concepção mais atual e eficiente. Phillip Kotler criou um esquema muito
útil que mostra a evolução do marketing dentro da empresa, chegando até sua estrutura
atual.
Esse esquema possui quatro estágios, mais deve caminhar para o quinto
segundo, Bekin.
O primeiro estágio de sua organização não compreende sequer a existência do
departamento de marketing. Em seu lugar, temos um simples departamento de vendas,
ao lado da área de produção, finanças, pessoal, contabilidade.
No segundo estágio, as funções de marketing já estão localizadas no
departamento de vendas como uma função auxiliar, para atender, por exemplo, às
necessidades de pesquisa de novos mercados trazidas pelo crescimento da empresa.
O terceiro estágio já requer a necessidade urgente de um departamento de
marketing, desenvolvimento de produtos, publicidade, promoção de vendas. Nesse
momento, os eventuais problemas ou as necessidades de crescimento da empresa não
podem mais ser resolvidos por meio de um mero esforço concentrado nas vendas.
Surgem questões relativas ao tipo de cliente que se deve buscar, à maneira como a
empresa é vista pelo mercado e pelos consumidores, aos concorrentes, a possíveis
mudanças nos produtos, desde sua qualidade até a embalagem, de sua distribuição à sua
promoção, por exemplo.
Aqui, chegamos ao quarto estágio. A empresa já possui um departamento de
marketing complexo, com profissionais competentes e funções específicas. O
departamento de marketing exerce suas atividades específicas exatamente como todos
os outros departamentos da empresa. Em geral, surgem conflitos com o departamento
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de vendas. Mas, via de regra, a atividade de marketing acaba assumindo prioridade em
relação às vendas, que passa a ser uma função englobada pelo marketing e coordenada
por um vice-presidente de marketing. Por exemplo: nessa estrutura, o departamento de
marketing compreende a administração de marketing, a publicidade e a promoção de
vendas, a pesquisa de mercado e o desenvolvimento de produtos.
Existem muitas empresas ainda em processo evolutivo. Temos que associar o
quadro atual em um sentido macroeconômico com a estabilidade de nossa moeda. As
empresas e os empresários conseguiram planejar e elaborar melhor suas estratégias. E, a
partir daí, eles perceberam que, para implantá-las, dependiam da mobilização interna,
como já mencionado antes. E é nesse momento que entra o reconhecimento da
valorização das informações que as pessoas têm aquilo que hoje denominamos
'economia do conhecimento' ou 'economia da informação'. E é a partir daí que se
começa o quinto estágio.
2.1 – ABORDAGEM HISTÓRICA
“Endo” provém do grego e quer dizer “ação interior ou movimento para dentro”.
Endomarketing é, portanto, marketing para dentro.
É a utilização de modernas ferramentas de marketing, porém, dirigidas ao
público interno das organizações. São ações estruturais que visam à ação para o
mercado.
Também Saul Faingaus Bekin, Consultor empresarial, autor do termo
"Endomarketing" registrado no INPI, desde 1995, autor de “Conversando sobre
Endomarketing” em 1995 e de “Endomarketing, como praticá-lo com sucesso” em
2004, define Endomarketing da seguinte maneira: “ ações gerenciadas de marketing
eticamente dirigidas ao público interno (funcionários) das organizações e empresas
focadas no lucro, das organizações não-lucrativas e governamentais e das do terceiro
setor, observando condutas de responsabilidade comunitária e ambiental.”
Já a analise de Medeiros Brum, autora do livro “Um olhar sobre o marketing
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interno” (2000), passeia pelos conceitos que formam o Marketing interno, e o define: “é
dar ao funcionário educação, carinho e atenção, tornando-o bem preparado e bem
informado para que possa tornar-se também uma pessoa criativa e feliz, capaz de
surpreender, encantar e entusiasmar o cliente”. Acrescenta, ainda, que “é um esforço
feito por uma empresa para melhorar o nível de informação e, com isso, estabelecer uma
maior aproximação com o seu funcionário”. Segundo a autora, o marketing interno está
mais voltado para um processo de comunicação interna.
Com base nesses conceitos, constata-se que o conceito de marketing interno ou
endomarketing envolve temas como: motivação dos funcionários, comunicação,
comprometimento, valores, instrumentos de marketing e satisfação do consumidor.
O endomarketing tem como principal objetivo fortalecer as relações internas da
empresa com a função de integrar a noção de cliente e fornecedor interno, fazer com
que todos os funcionários tenham uma visão compartilhada sobre o negócio da empresa,
incluindo itens como gestão, metas, resultados, produtos, serviços e mercados nos quais
atua. O que propicia melhorias tanto na qualidade dos produtos como na produtividade
pessoal e na qualidade de vida no trabalho.
O Endomarketing é, portanto, uma decorrência da necessidade de se motivar
pessoas para os programas de mudança que começaram a serem implantados, desde a
década de 50, no mundo inteiro. Daí até o momento atual, as empresas tiveram tempo
para encontrar as mais diversas maneiras de se comunicar com o público interno, dando
origem às técnicas hoje utilizadas.
Quando os conceitos da qualidade passaram a ser trabalhado, houve uma
dificuldade muito grande das organizações em perceber que todo e qualquer processo
educativo e de mudança exige um processo acelerado de comunicação.
O que aconteceu, na maior parte das empresas, foi um desabamento na pirâmide
organizacional em relação ao grau de comprometimento das pessoas com os programas.
Sabe-se que ainda hoje o envolvimento maior se dá na parte de cima da pirâmide (alta
direção e gerências). A base da pirâmide (supervisores e funcionários comuns) continua
tendo um envolvimento menor, a não ser que a empresa coloque a sua disposição as
informações de que necessita para o engajamento total.
21
As reações constatadas na base da pirâmide são, muitas vezes, resultado da
inexistência de um processo de comunicação interna adequado, que se utilize
instrumentos sistêmicos e integrados, de forma a tornar as pessoas motivadas a
trabalharem pelo mesmo fim.
2.2 – DEFINIÇÕES DE MARKETING
Marketing palavra inglesa (de market, mercado) de mais uso que as expressões
equivalentes, mercadológicas ou comercialização. Marketing é o conjunto de atividades
que visam orientar os fluxos de bens e serviços do local que são gerados para os
consumidores ou usuários. Em sentido mais estrito, Marketing é um conjunto de
técnicas coordenadas que permitem uma empresa conhecer o mercado presente e o
potencial para determinado produto com a finalidade de maximizar o volume de vendas.
Nas empresas que trabalham para clientes certos e nos monopólios, o Marketing tem
uma importância secundária, mas quando a empresa possui para o mercado, precisa
prever o que, quando, onde, com que imagem, em que quantidade e a que preço será
possível colocar o produto no mercado.
O Marketing utiliza técnicas fundamentais em estatísticas, demografia,
geopolítica, interpretação da legislação aplicável à área objeto de análise, utilização
dos meios de comunicações e econometria. As técnicas de Marketing são objetos de
estudos sistematizadas em escola de comunicação social e reconhecidas como
atividade econômica de grande importância no conjunto da economia nacional, tanto
pela geração direta de empregos como pela promoção das vendas, que aquecem o
consumo e a economia que promovem o desenvolvimento. Marketing é um conjunto
de técnicas utilizadas para a comercialização e a distribuição de um produto entre os
diferentes consumidores, com a finalidade de satisfazer seus desejos, exigências e
poder aquisitivo. Inclui a planificação, a organização, a direção e o controle das
decisões sobre as linhas dos produtos, os preços, a promoção e os serviços de pós-
venda.
Com o aumento do número de concorrentes em quase todos os ramos de negócios
o campo de atuação do Marketing passou a incluir funções como serviços de
22
atendimento ao cliente e comunicação com o consumidor. Em algumas empresas, a
diretoria de Marketing detém poder decisório sobre áreas das mais diversificadas,
como programação visual e embalagem, preço, relações públicas, e pesquisa e
desenvolvimento de produtos novos.
2.3. – O MARKETING E SUAS FUNÇÕES
O Marketing tem uma grande importância para empresa no mercado hoje. É ele
que tornará um produto ou serviço de uma empresa conhecido, e garantirá um lugar de
destaque entre os concorrentes no mercado. É impossível dissociar o Marketing da
empresa, assim também como, o marketing da mídia tem um papel muito importante e
de grande influência no mercado. Nós somos levados diariamente e a todo instante a
optar sempre pelo que ele nos oferece. Sendo assim já que o papel do marketing é levar
ao consumidor uma boa imagem da empresa, colocando seu produto ou serviço em uma
posição elevada quase insubstituível em relação a outros (concorrência) toda e qualquer
empresa de uma forma ou de outra tem e precisa e é levada inconscientemente a fazer o
Marketing de seu produto ou serviço para garantir e estabilidade de sua empresa no
mercado. E como forma de necessidade focar grande parte de seus esforços de
marketing para o público interno.
Não adiantando nada fazer todo processo de marketing como solicitado pelo
Kotler, desde pesquisa, desenvolvimento, excelência em atendimento depende
unicamente de esforços do marketing interno, endomarketing, como motivação,
comunicação, plano de carreira, reconhecimento profissional dentre outros esforços.
23
O ENDOMARKETING E A IMAGEM CORPORATIVA
3.1 – A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO INTERNA
PARA O ENDOMARKETING
O sucesso da empresa moderna depende de diversas variáveis, mas é o
marketing o principal instrumento que pode levar ou não ao topo da concorrência.
Portanto, a rapidez com que as empresas produzem mudanças, reside justamente na
simplicidade de seu Marketing. E a palavra simples, aqui, significa foco. Foco no que
realmente é essencial para o sucesso. Como um avião que enfrenta constantemente uma
tempestade, mas não perde de vista o seu norte, a empresa de marketing eficiente não
perde o seu foco.
O planejamento de comunicação eficiente não permite que a empresa fique
perdida no meio de tantos posicionamentos possíveis, alternativas de mídia e segmentos
de consumidores. O planejamento de comunicação deixa claro como, com quem e o quê
se deve comunicar. Umas das estratégias do Marketing para atingir o consumidor é o
próprio funcionário da empresa. De nada adianta uma empresa investir em comerciais
entusiásticos e malas diretas com ofertas tentadoras e, na hora em que o cliente chegar à
loja, o vendedor está com aquela cara de peixe morto, sem ter a menor idéia da oferta
que foi mencionada e ainda tenta empurrar um produto da concorrência. Na hora da
verdade, o funcionário, que representa o sucesso ou fracasso de toda estratégia e
investimento, foi esquecido de ser avisado, treinado e incentivado (KOTLER, 1999).
A empresa moderna tem que contemplar basicamente três públicos distintos:
ü O consumidor/usuário final;
ü O lojista (ou representante) que vende os produtos e;
ü O funcionário que lida diretamente com o produto.
E assim sendo, a empresa terá maiores chances de obter sucesso, pois o
funcionário prestará um atendimento adequado ao consumidor, dentro dos padrões da
24
empresa, como, principalmente, estará motivado e conhecedor que também será
reconhecido e recompensado. Existem várias formas de se obter esta integração – o
funcionário que veste a camisa da empresa -, o envolvimento, o comportamento e o
coração das pessoas. Ninguém nasce sabendo e a fórmula do sucesso é:
ü Contratar as pessoas certas;
ü Treinar, treinar e treinar;
ü Motivar, motivar e motivar.
As empresas excelentes valorizam ao extremo seus novos funcionários: promova
visitas departamentais, ocasião em que são servidos de café e chá pelos próprios
diretores. Demonstram o discurso da importância. Faz com que o funcionário se sinta
parte de um time no qual as pessoas é que fazem a excelência. Desta maneira, percebe-
se que a participação dos funcionários da empresa, do porteiro ao presidente, é
fundamental para que qualquer estratégia tenha um final feliz. E se a concorrência se
apropriar da estratégia? Pior do que a concorrência saber é o funcionário não saber.
De acordo com KOTLER (1999) o Endomarketing é uma resposta adequada a
uma situação internacional de mercado que conhecemos bem: a globalização. Hoje o
objetivo da empresa é criar e levar até o consumidor um produto de serviço cuja
qualidade responda às suas necessidades, desejos e expectativas. Há duas maneiras de
obter vantagem competitiva, fazendo melhor do que os outros ou fazendo algo
diferenciado dos outros. A estratégia para se obter um produto diferenciado reside na
capacidade de adequar o produto à percepção do cliente, e é aqui que o Endomarketing
entra. O Endomarketing é um conjunto de ações de marketing para o público interno -
funcionários - das empresas e organizações. É um processo cujo foco é sintonizar e
sincronizar, para implementar e operacionalizar a estrutura de marketing da empresa ou
organização que visa ação-para-o-mercado.
25
3.2 – FERRAMENTAS DO ENDOMARKETING
Endomarketing ou Marketing Interno tem se tornado uma ferramenta de extrema
importância para as organizações. A razão de tal importância é porque se constituiu em
um processo cujo foco é sintonizar e sincronizar todas as pessoas que trabalham na
empresa na implementação e operacionalização de ações mercadológicas.
O principal benefício que se busca é o fortalecimento e construção de
relacionamentos, compartilhando os objetivos da empresa e fortalecendo estas relações,
inserindo a noção de que todos são clientes de todos também dentro da empresa.
Antes de vender o produto para seus clientes, as empresas precisam convencer
seus funcionários a comprá-lo. O Endomarketing surge como elemento de ligação entre
o cliente, o produto/serviço e o colaborador.
Isto significa tornar o colaborador um aliado, fomentando a idéia de que seu
sucesso está ligado ao sucesso da empresa.
O Endomarketing deve ser trabalhado como uma ferramenta de comunicação e
integração para que todos possam cumprir suas tarefas com eficiência.
É importante que todos saibam a respeito dos objetivos, estratégias, metas e
formas de atuação só assim é possível começar a entender os clientes externos de forma
mais coerente e eficaz, diminuindo custos, tempo e possibilitando o surgimento de um
clima interno mais harmonioso no qual todos compartilhem do mesmo senso de direção
e de prioridade.
Quando o marketing interno é bem feito, o marketing externo será muito mais
abrangente. Basta perceber o que os empregados dizem nas empresas classificadas pela
revista Exame como melhores empresas no Brasil para se trabalhar. Se cada empregado
for multiplicador da boa imagem da empresa, os produtos fabricados por ela também
serão bem aceitos pelos seus clientes.
O Endomarketing possui uma importância estratégica e, neste sentido, não pode
ser separado do marketing. Do ponto de vista estratégico, o endomarketing é um
processo para adequar a empresa a um mercado orientado para o cliente. Deste modo, a
26
relação da empresa com o mercado, passa a ser um serviço feito pelos clientes internos
para os clientes externos.
As empresas desejam crescer, conquistar mercados, manter os índices que já
possuem ou, simplesmente, garantir seu lugar, sua sobrevivência para os próximos anos.
O Endomarketing é, portanto, um processo que visa adequar a empresa ao
atendimento do mercando, tornando-se competitiva a partir do envolvimento de seus
clientes internos à estrutura organizacional. Assim o objetivo de estabelecer um clima
permanente de motivação do colaborador, dando-lhe dignidade, responsabilidade e livre
iniciativa é de sua importância.
O autor Bekin (2004) estabelece alguns processos de motivação:
- Chamamento a parcerias, à cooperação e lealdade.
- Valorização do indivíduo dentro do seu grupo.
- Reforço contínuo de uma atitude baseada em valores compartilhados.
- Recompensas e prêmios dirigidos ao grupo para que todos se beneficiem dos
resultados positivos.
- Criação de um ambiente de interação dentro da empresa.
- Envolvimento dos funcionários no planejamento e na tomada de decisões.
- Estímulo à iniciativa e a atitude criativa.
- Delegação de poderes de acordo com a natureza da função exercida.
- Remuneração adequada.
- Integração baseada nos valores e objetivos da empresa.
Podemos dizer que existe um espaço bem menor entre os interesses dos
empresários e dos empregados. Até algum tempo atrás, o empregado e o empregador
27
não se encontravam e quando havia a necessidade de conversar era por meio de
encarregados, ou seja, o empregador nunca ouvia a necessidade de seu empregado e
dependendo do tamanho da empresa dificilmente o empregador sabia quem eram seus
empregados.
Embora a cultura entre o empregado e o empregador possa ser diferente, hoje, os
empresários prometem tratar seus funcionários como capital humano, oferecendo-lhes
motivação no trabalho, benefícios mais atraentes, valorização em seu desempenho,
ambiente saudável, horários flexíveis, estímulos no aumento de sua produtividade, etc.
O endomarketing existe para atrair e reter seu primeiro cliente: os
clientes internos, obtendo significativos resultados para as empresas e, também, atraindo
e retendo clientes externos.
Essa atitude estratégica visa dar aos funcionários uma noção da importância de
um serviço orientado para atender aos clientes, fazendo-os ter a capacidade de
responder qualquer dúvida que surja dentro da companhia, e isso inclui envolvimento,
comprometimento, valorização e, principalmente, qualificação do funcionário, visando
assumir responsabilidades e iniciativas, conhecendo todas as rotinas de serviço da
empresa onde atuam. Afinal, uma informação errada dada ao cliente externo ou uma
imagem negativa pode comprometer todo o desenvolvimento de um projeto.
Podemos classificar vários instrumentos que podem ser utilizados para a prática
e implantação do Endomarketing.
Para Requena (2003) as ferramentas do endomarketing constituem como o
treinamento e o desenvolvimento, a comunicação interna e externa plena, a liderança
visionaria e o fluxo de informações técnicas, entre outras. E ainda afirma que “estes e
outros componentes administrativos devem ser abordados e enriquecidos quanto aos
conteúdos”.
Brum (1998) classifica os instrumentos operacionais que podemos utilizar:
28
- Vídeos: institucionais ou de apresentação dos produtos (têm como objetivo
colocar os clientes internos com a realidade em que seu produto é utilizado)
- Manuais técnicos e educativos (seu objetivo é a apresentação de produtos,
serviços, lançamentos, tendências em relação à tecnologia e a moda)
- Revistas com histórias em quadrinhos
- Jornal interno com a utilização de vários encartes, como, por exemplo, área de
recursos humanos, projetos, produção e associação de funcionários. Pode ser utilizada,
também, a versão do jornal de parede.
- Cartazes motivacionais, informativos e de forma de quebra-cabeça, sempre
com o objetivo de passar novas informações para a equipe interna.
- Canais diretos: reuniões com o diretor, presidência ou ouvidor interno.
- Palestras internas, programas para apresentar as novidades da empresa, as
tendências e a evolução que a mesma teve.
- Grife interna: registro em roupas (uniformes), bonés e acessórios.
- Memória, ou seja, o resgate da história da empresa, com o objetivo de passar
da mesma, às pessoas que a desconhecem.
- Rádio interna
- Vídeo jornal para a divulgação de lançamentos, pronunciamentos de diretores e
gerentes.
- Intranet.
- Convenções internas: uso da equipe interna para divulgação de atividades.
Conforme classificado, são vários os instrumentos que podem ser utilizados. E
por serem vários, eles apresentam uma variação em relação ao custo (implantação e
29
manutenção), do nível de envolvimento da coordenação (tempo dedicado para o
desenvolvimento e manutenção do instrumento), da abrangência (número de
funcionários envolvidos) e durabilidade (necessidade de utilização). Desta forma, uma
empresa que possui pouca disponibilidade de tempo para a coordenação e implantação
deste processo de Marketing interno precisa evitar a escolha de instrumentos que exijam
alto grau de envolvimento da coordenação. Caso contrário, corre o risco de ter
problemas no desenvolvimento do seu plano.
3.3 – ENDOMARKETING COMO COMPONENTE DA
FORMAÇÃO DA IMAGEM
O Endomarketing repassa para o cliente, a satisfação do funcionário, traduzindo
um eficaz e sólido conceito de serviço bem-feito, um serviço desejado perfeitamente
executado. Essa sinergia de estratégia e execução é o combustível dos que criam e
lideram uma organização moderna. Sabe-se que o Endomarketing ainda é pouco
viabilizado, pois é tido como um conceito inovador do marketing, mas a qualidade
desse serviço é à base da sustentação de credibilidade junto ao cliente. O desempenho
dos funcionários quando no atendimento ao cliente é a oportunidade quase que única de
atrair o consumidor. Muitos clientes se afastam de determinada empresa porque não foi
atendimento a contento, pelo recepcionista ou telefonista e, no entanto, outros dão
preferência pelo atendimento eficaz e caloroso dos funcionários.
É através do Endomarketing que a empresa pode vislumbrar aumentar sua fatia
no mercado cada vez mais competitivo. O que a empresa faz para criar, alimentar e
reforçar o relacionamento com o cliente é decisivo para a eficácia e eficiência de seu
marketing. Trabalhar arduamente para atrair novos clientes e depois ter complacência
em relação ao reforço desse relacionamento não tem muito sentido. Ainda assim, as
empresas normalmente cometem esse erro. A empresa se concentra em atrair novos
clientes para a organização, mas dá pouca ou nenhuma atenção ao que deveria ser feito
para que os clientes voltem sempre.
30
Os benefícios do Endomarketing têm duas mãos. Muitos consumidores de
serviços ou bens materiais gostariam de poder agradar as empresas que ambicionam
verdadeiros clientes. Observa-se que em particular, devido à intensidade de sua
interação, heterogeneidade e intangibilidade, a prestação de serviços tem uma inerente
capacidade maior do que as mercadorias para criar a lealdade dos clientes. A natureza
invisível e variável dos serviços, por exemplo, de uma oficina mecânica, cabeleireiro,
imobiliária, entre outros, dá uma clara vantagem competitiva com os clientes existentes.
A intensidade da interação de muitos serviços oferece aos consumidores uma
oportunidade de observar o comportamento do fornecedor e consolidar suas impressões.
A maioria dos consumidores prefere um tratamento diferenciado, quer parta do gerente,
do representante, do vendedor, da recepcionista ou até mesmo do porteiro. O que
importa para o consumidor é manter um relacionamento constante e personalizado com
a empresa. Querem que esses representantes entrem em contato com eles de preferência
a terem sempre de tomar a iniciativa do contato (KOTLER, 1999).
O desejo dos clientes de entrosamento mais ativo e personalizado com o seu
fornecedor fica evidente a cada dia. Determinados tipos de serviços, que são constantes
por sua própria natureza, mas também em relação a serviços de hotelaria, bancos,
livrarias, por exemplo, que são prestados de modo intermitente, de certa forma ilustra
que a aproximação do funcionário com o cliente facilita e atrai o relacionamento com a
clientela. No entanto, quando se trata de uma empresa grande, percebe-se que quando o
Endomarketing não está sendo exercitado, registram-se casos do próprio funcionário
indicar o concorrente como uma melhor opção para o cliente. E aquele consumidor que
procura um atendimento preferencial, acaba se decepcionando. É comum algum amigo
se referir ao banco onde possui conta-corrente, que não conhece o gerente e muito
menos tomou um cafezinho na agência bancária, mas todo final de ano presenteia
aquele gerente e distribui brindes para a equipe funcional. Portanto, percebe-se que há
um interesse por parte do cliente, em manter um contato com a prestadora de serviço, e
dificilmente ele a trocará repentinamente. Mas esta mesma empresa, em raríssimos
casos, se preocupa em retribuir.
31
3.3.1 – MOTIVAÇÃO
Motivação é um conjunto de necessidades, metas, desejos e forças positivas ou
negativas que impedem ou afastam um indivíduo em relação a certas ações, atividades,
objetivos ou condições em termos de vendedores, motivação é o ímpeto que os mantém
produtivos ano após ano. Até que ponto os vendedores de sucesso permanecem
motivados? A resposta é que eles gostam do desafio de trabalhar com clientes e serem
bem remunerados por suas habilidades em gerar negócios por meio de criatividades,
conhecimento, confiança e integridade. Para motivar esses vendedores, os gerentes
precisam tratá-los como colaboradores. Esses esforços exercem impacto máximo
quando incluem pessoal de apoio, além dos diretamente ligados nas vendas. A Sankyo
Pharma, que a empresa que em breve estarei falando sobre o Caso dá reconhecimento
para seus vendedores através de prêmios em dinheiro, viagens e é reconhecido frente a
todos os funcionários que estão diretamente ligados a vendas numa convenção nacional,
onde têm além de todos os vendedores a nível Brasil, escritório e ainda representantes
internacionais de relações exteriores.
Antes de oferecer motivação externa, contudo, os gerentes de vendas procuram
automotivação nos próprios candidatos antes de contratá-los. Os vendedores também
devem receber padrões claros de desempenho e serem recompensados pro cumpri-los.
Especialmente em economias estagnadas ou em mercados em declínio, é preciso que os
gerentes de vendas saibam como desafiar e estimular a força de venda.
Para satisfazer as expectativas da administração de vendas, os vendedores
precisam saber quais são essas expectativas, e a maneira mais elementar de comunicá-
las consiste numa clara descrição de cargo. A organização deve discriminar as
atividades que os vendedores devem executar e o modo como o desempenho será
avaliado. As atividades especificadas podem incluir as listadas abaixo.
1 – Função de vendas:
•Planejar as atividades de vendas
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•Procurar indicações de novos clientes
•Visitar contas potenciais
•Identificar os tomadores de decisão
•Preparar informações e apresentações de vendas
•Fazer apresentações de vendas
•Superar objeções
•Apresentar novos produtos
•Visitar contas novas
2 – Lidar com os Pedidos
•Redigir pedidos
•Aviar pedidos
•Administrar problemas de entrega
•Localizar pedidos extraviados
•Controlar devoluções
3 – Atendimento sobre o produto
•Informar-se sobre o produto
•Testar equipamentos
•Supervisionar instalação
•Treinar os clientes
•Supervisionar reparos
•Realizar manutenção
4 – Administração de informações
•Fornecer informações técnicas
•Receber e fornecer feedback
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•Confirmar as informações (checá-las com os superiores)
5 – Atendimento a conta
•Abastecer prateleiras
•Montar displays
•Recebes estoque para o cliente
•Controlar propaganda e promoção local
6 – Comparecimento a reuniões e entrevistas
•Participar de conferências e seminários de vendas
•Comparecer a reuniões regionais de vendas
•Trabalhar e dar apoio em conferências dos clientes
•Organizar exposições dos produtos
•Participar de sessões periódicas de treinamento
7 – Treinamento / recrutamento
•Recrutar novos representantes de vendas
•Treinar novos vendedores
•Apoiar e trabalhar com trainees e novatos
8 – Entretenimento
•Entreter clientes com esportes ou outras formas de diversão.
•Sair com os clientes para almoçar, happy hour ou jantar.
•Recepcionar e mostrar a empresa e a cidade aos clientes.
•Oferecer festas, eventos para os clientes.
34
9 – Viagens
•Viajar para fora da cidade, estado e ou país.
•Passar noites na estrada, avião ou hotel.
•Conhecer sua região de "cabo a rabo".
10 – Distribuição
•Estabelecer um bom relacionamento com os distribuidores
•Vender para distribuidores
•Controlar crédito
•Cobrar contas vencidas
3.3.2 – INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Seu objetivo é facilitar e realizar trocas construindo relacionamentos com o
público interno, compartilhando os objetivos da empresa ou organização, harmonizando
e fortalecendo estas relações e assim integrar a noção de "cliente" nos processos
internos da estrutura organizacional propiciando melhoria na qualidade de produtos e
serviços com produtividade pessoal e de processos. Em outras palavras, o
Endomarketing existe para atrair e reter o cliente interno com a função de obter
resultados eficientes para a empresa, atraindo e retendo seus clientes externos.
Duas linhas de ação guiam este processo: a atitude e a comunicação. A atitude
visa dar ao funcionário consciência da importância estratégica de um serviço orientado
para atender os clientes. Inclui o envolvimento, o comprometimento, a valorização e
qualificação do funcionário (todos os funcionários, desde a recepcionista até o
presidente) para que ele possa assumir responsabilidades e iniciativas.
35
A linha de comunicação deve estabelecer um amplo sistema de informações
capaz de dar subsídios para que todos possam cumprir suas tarefas com eficiência.
Todos devem saber o que a empresa produz e suas rotinas de serviços. Assim os
funcionários conhecerão a empresa (saberão o porquê de fazer e para quem fazer) e
poderão "vender" a empresa para o cliente externo. Unindo a linha de comunicação e
atitude, faz-se o Endomarketing.
Podemos ver que o Endomarketing é de suma importância para uma empresa,
seus funcionários são informantes e divulgadores em potencial dentro de uma
organização. Uma informação errada dada ao seu cliente ou uma imagem negativa
passada da organização pode comprometer o desenvolvimento de todo um projeto. Por
isso existe uma necessidade dos administradores ficarem atentos ao seu público interno.
Mostram a força do Endomarketing das pequenas empresas coisas que as rivais
esquecem de fazer, desde entregar bombons e flores com um rádio até colocar ferros e
tábuas de passar em armários de apartamentos de hotel. Mostram a importância de
projetos de serviços úteis ao cliente, como equipar uma discoteca com armários
chaveados. Constata-se que todos os que estão envolvidos com a empresa, independe da
função, representa a organização junto ao consumidor. Desde o presidente de um
supermercado que anda pelos corredores de sua loja, até o camareiro de um hotel que
ensina aos hóspedes o funcionamento de um rádio (KOTLER, 1999).
3.4 – IMAGEM: REFLEXO NO ATENDIMENTO
Treinar o Endomarketing com eficiência para clientes exigentes ou não, é
evidente que resultará em lucros, no entanto as pesquisas que nortearam este trabalho,
concluíram que são poucas as organizações que mantêm essa visão. A filosofia de
investir no funcionário para que ele represente fielmente a organização na qual trabalha,
ainda é vista como desperdício de tempo e dinheiro. Lamentavelmente poucas se
preocupam em consolidar essa moderna estratégia. Poucos têm idéia de que o
Endomarketing é vantajoso, pois além da empresa competir no preço, ela também estará
36
competindo com o seu concorrente, no atendimento. A ligação social em geral não
supera uma fraqueza marcante no preço ou no serviço. Entretanto, pode encorajar o
cliente a permanecer num relacionamento na ausência de razões poderosas para mudar;
pode proporcionar à empresa uma oportunidade de responder a falhas no serviço ou a
solicitações dos concorrentes antes da fuga do cliente.
Quando o Endomarketing funciona e passa para o cliente o quanto à empresa é
generosa e atenciosa com os próprios funcionários, isso reflete de forma positiva para o
elo cliente – empresa, que é muito mais interessante que qualquer concorrente. Sendo
assim, são vários os benefícios do Endomarketing, pois além de oferecer aos
funcionários da empresa uma satisfação com o seu trabalho, transmitindo-lhes
segurança e reconhecimento, esta estratégia também garante um desempenho maior de
seu staff.
Quem presta um serviço ou vende uma mercadoria tem que saber como seu
trabalho entra no plano mais amplo das operações do negócio, como seu trabalho
contribui para a empresa. Essas pessoas precisam compreender e acreditar na meta para
qual contribuem; precisam ter uma causa, já que atender aos outros é algo que exige
demais e é muito frustrante para ser bem-feito sem uma boa causa, além do seu salário.
As grandes empresas que praticam o marketing interno – Endomarketing - lutam por
algo que valha a pena e comunicam essa idéia a seus empregados com paixão. Paixão
pode ser uma palavra meio estranha para ser usada aqui, mas é a única que traduz o
compromisso ardente voltado para valores visados que distingue as empresas que
melhor fazem o Endomarkentig de outras. Entre tantas vantagens, o Endomarketing
também mantêm a atração, o desenvolvimento, a motivação e a retenção de empregados
de qualidade, não perdendo os mesmos para a concorrente (KOTLER, 1999).
Endomarketing resgata a dignidade ao trabalho.
No entanto, curiosamente, observa-se que o Marketing, até mesmo nos
organogramas das grandes e modernas empresas, não ocupa um lugar de destaque que
lhe é devido, por vezes aparece até como "Setor de Marketing", provavelmente por falta
37
de conceito acadêmico na nossa sociedade empresarial. Frisamos ainda que, Marketing
(expressão nitidamente estrangeira) é sinônimo de mercadologia, portanto poderão ser
utilizadas como expressões intercambiáveis. Como nosso intuito não é conceituar o
Marketing, pois teríamos que nos estender nos tópicos de sua ampla abrangência (ex.:
marketing de organizações não necessariamente comerciais igrejas, partidos
políticos, campanhas sociais, etc. ·), nos detemos nas responsabilidades e vantagens do
Endomarketing como veículo voltado para atrair, manter e aumentar uma determinada
clientela.
O Endomarketing além de satisfazer a autoconfiança dos empregados, tem como
objetivo principal à utilização de técnicas e instrumentos que viabilizem o aumento da
produtividade e rentabilidade da empresa, respeitando primordialmente os direitos do
consumidor. Para que isso ocorra, utilizará mecanismos para atrair seu público alvo:
clientela. Como se trata de uma empresa moderna, cuja postura dos sócios esteja
voltada para qualidade dos produtos e prestação de serviços oferecidos à clientela,
respeitando o direito do consumidor e, obviamente, visando uma rentabilidade
apreciável, não negará recursos financeiros para que o Departamento de Marketing
dinamize suas estratégias de ação, utilizando o Endomarketing.
Dentro de uma cultura organizacional moderna, o Endomarketing contará com a
parceria dos demais departamentos da empresa que através de estratégias e táticas de
ação possam enfrentar um mercado altamente competitivo. Caberá ao Departamento de
Marketing implantar o Endomarketing dentro de um modelo comportamental que lhe
sirva de base para seu planejamento e para todas as suas decisões de médio a longo
alcance. O Departamento de Marketing que se utiliza desse comportamento
administrativo citado, já possui base para planejar suas atividades. No entanto, com
toda modernidade oferecida, também deverá buscar alternativas para ser eficaz nas suas
responsabilidades. Nunca e em momento algum, o profissional de marketing atingirá
um estágio ideal. Trata-se de uma busca constante de inovações, observando-se é claro,
algumas "tradições teóricas e práticas" inerentes às suas responsabilidades. Mas as
técnicas de criação, inovação, qualidade, estratégia de venda, etc., nunca poderão ficar
estacionadas.
Todas as ferramentas utilizadas pela equipe de marketing sofrerão sempre
reciclagem para que possa facilitar os processos produtivos da empresa, justificando os
38
recursos destinados a este departamento. Isto é, liberdade de procedimentos com apoio
financeiro, que terão que retribuir em rentabilidade garantida para o investidor. O
Departamento de Marketing estará sempre destinando e manipulando os produtos os
serviços de real interesse para o consumidor. Seduzindo-o constantemente até que ele
se torne fiel à empresa e consequentemente mais um veículo de propaganda (o famoso
boca-a-boca).
Diversos outros mecanismos contribuem para atrair o consumidor, cabendo ao
Departamento de Marketing viabilizá-los através de um conjunto de ações indutoras da
modernização industrial e tecnológica, com o intuito de contribuir para o incremento da
qualidade e da competitividade dos produtos e/ou serviços oferecidos, de forma veloz
para acompanhar a competição externa. Evidentemente, o que justifica manter uma
equipe de marketing é a capacitação da mesma em transformar seus procedimentos,
com baixos custos, em rentabilidade contínua para a empresa. Mas quando se trata de
consumidor (pessoa e não franqueador) direto com o produto e/ou serviços. Consumidor
atento à qualidade x preço, qualidade x atenção, qualidade x limpeza, qualidade x
facilidades, etc., o profissional de marketing certamente recorrerá a outros recursos (até
mais dispendiosos) que permitam uma aproximação da empresa e o consumidor, e isso
é possível através do Endomarketing (KOTLER, 1999).
O intercâmbio entre estes departamentos gera indubitavelmente resultados
qualitativos. O executivo de marketing deverá também vender a idéia para todos os
funcionários da empresa. Ou seja, todos deverão "vestir a camisa" da organização. Além
de sugestões advindas da clientela, da pesquisa, da agência de publicidade, o
Departamento de Marketing também deverá ouvir e adaptar sugestões dos próprios
funcionários, pois muitos deles lidam diretamente com a clientela, enfim todos os
funcionários terão que estar envolvidos e integrados na campanha conduzida pelo
Endomarketing para seduzir o consumidor. Descartar sugestões dos funcionários é
imperdoável. Todos os recursos terão seu "peso" e pensar em atrair clientela sem poder
garantir um atendimento adequado e atento, certamente os resultados serão frustrantes.
Por fim, numa empresa moderna racionalizar, otimizar, encontrar uma estética
ideal para oferecer o produto e/ou serviços ao consumidor é um processo rotativo de
evolução na área de marketing. O desafio de manter a empresa em liderança frente aos
seus concorrentes é preocupação diária do Departamento de Marketing, o mesmo
39
aplicará seu plano de ação através de estratégias que envolverão recursos internos e
externos com a colaboração e participação dos demais departamentos , para
vender uma excelente imagem da organização (KOTLER, 2000).
O profissional de Endomarketing quer levar também para fora da organização,
outras atividades que contribuam para a imagem de uma empresa que não somente visa
lucros, mas que tem uma responsabilidade social todas as pessoas que estão
relacionadas. Endomarketing é uma ciência de comunicação, que exige
profissionalismo. Exige pesquisa, planejamento, estratégia e critérios e uma empresa
moderna tem que investir nesta estratégia.
A representatividade do setor de serviços na economia de muitos países
industrializados possibilita imaginar que em poucos anos estes países possam ser
chamados de países serviçalizados. A simples observação da participação do chamado
setor terciário (serviços), na economia de um grande número de países, permite deduzir
que este setor emprega grande número de pessoas em todo o mundo. Além disso, não
há propriamente empresas de serviços. O que existe são empresas nas quais os
componentes serviços é maior ou menor do que em outras. Todos invariavelmente
prestam serviços (KOTLER, 1999).
O serviço cada vez mais se torna uma importante fonte de obtenção de vantagem
competitiva. A diferenciação estabelecida através do melhor desempenho no serviço
prestado estabelece uma vantagem mais difícil de ser copiada pelos concorrentes que a
tecnologia desenvolvida para produtos manufaturados. Os administradores de empresas
do setor industrial perceberam que as empresas vendem tanto mercadorias (produtos
tangíveis) quanto serviços (produto intangível) e preocupam-se igualmente com a
qualidade de ambos. Da mesma forma, a prestação de um serviço envolve aspectos
tangíveis. As instalações onde o serviço é prestado, a aparência dos funcionários e as
informações confiáveis são exemplos destes aspectos. Muitas vezes, os clientes
deslocam-se até o local onde o serviço é fabricado e consomem o serviço no exato
momento em que o mesmo está sendo produzido. Desta forma, ocorre um grande
número de interações entre cliente e funcionários (KOTLER, 2000).
Alerta-se que características como a aparência descuidada e atitudes esnobes dos
funcionários, afetam negativamente as impressões que o cliente terá do serviço.
40
Entretanto, ele jamais saberá se o trabalhador de uma fábrica de eletrodomésticos, por
exemplo, tem uma atitude esnobe ou está mal vestido. Assim, os funcionários com os
quais o cliente interage enquanto o serviço está sendo realizado, exercem importante
papel na percepção que o cliente terá da qualidade do serviço. O treinamento e a
motivação são fatores fundamentais para manter os funcionários comprometidos com a
qualidade do serviço. Os funcionários que contatam diretamente com os clientes são
fazedores de Marketing. O contato rotineiro com o cliente é uma importante forma de
obter informações sobre suas necessidades e expectativas. A entrada sistemática das
informações do mercado permite aperfeiçoar os processos (em função do valor criado
para o cliente), cujos outputs apresentam um significante impacto na qualidade do
serviço (KOTLER, 1999).
A empresa que desejar criar valor para o cliente deve ter em mente que as
características valorizadas pelos clientes, no serviço prestado, são muitas vezes
subjetivas, enquanto que as características valorizadas nas mercadorias são
normalmente objetivas. A produção e o consumo do serviço ocorrem simultaneamente,
pois a troca de informações cliente/empresa ocorre intensamente a cada contato, ou seja,
cada vez que o serviço é executado. A todo instante ocorrem momentos da verdade que
são avaliados pelo cliente para formar a sua percepção da qualidade do serviço. Ainda
que existam muitas atividades que são realizadas durante a interface com o cliente, há
um grande número de atividades de apoio que podem ser administradas, de forma a
auxiliar o bom desempenho dos funcionários da linha de frente. Assim, pode-se
satisfazer o cliente ao mesmo tempo em que se dispende esforços apenas naquilo que
gera receitas, já que, em tese, o cliente dispõe-se a pagar por aquilo que ele valoriza.
O funcionário é o responsável direto pela imagem da empresa que será passada
ao cliente durante a prestação do serviço. Daí a importância de suas aspirações serem
satisfeitas. Aqui, é importante considerar que no âmbito operacional existe o
relacionamento entre clientes internos e fornecedores internos. Em cada etapa de um
processo, o funcionário é o cliente da etapa anterior e um fornecedor da etapa seguinte.
Este relacionamento entre cliente / fornecedor interno existe em todos os níveis
hierárquicos da empresa. Isto mostra mais uma vez, a importância dos funcionários
estarem satisfeitos com suas funções para garantir a qualidade do serviço prestado ao
cliente externo. Alguns desses momentos são chamados de momentos fundamentais da
41
verdade. Estes momentos fundamentais são de suma importância e se forem mal
conduzidos geram certamente a perda do cliente. Neste instante está em jogo toda a
reputação da empresa (KOTLER, 2000).
Assim, considerando-se o conceito de momentos da verdade, passa-se a pensar
em termos de resultados e a partir daí em funções, tarefas, estruturas organizacionais e
procedimentos. Então, pode-se fazer um levantamento de todos os momentos da
verdade vividos pelos clientes durante o contato com a empresa e aperfeiçoar aqueles
que necessitam serem melhorados, acrescentando valor a todos. A quantidade de
momentos da verdade experimentados pelo cliente pode variar com acontecimentos
extraordinários que possam ocorrer. Este fato demonstra a importância de a empresa ter
processos empresariais flexíveis para conduzir de maneira adequada os possíveis
incidentes. Com já foi mencionado, nem sempre os momentos da verdade envolvem
interações sociais (relações interpessoais). Por exemplo, a impressão passada para o
cliente ao andar pelas dependências da empresa, ao estacionar o carro no
estacionamento da empresa ou ao ver uma publicidade da empresa, são momentos da
verdade. A soma de todas essas impressões gera a imagem do serviço transmitida ao
cliente.
Portanto, em empresas de serviço, os funcionários que lidam com a interação são
os donos da empresa, pois depende deles passar a imagem que a empresa valoriza.
Assim, é fundamental que os funcionários que tratam direto com os clientes externos
estejam capacitados e preparados para as funções que exercem.
A missão da empresa diz respeito a como ela pretende ser identificada no
mercado onde atua. Orientada por sua missão, a empresa determina sua estrutura
organizacional que irá capacitá-la a criar o valor esperado pelo cliente para satisfazer
suas necessidades. Por isso, é importante que todos os funcionários saibam a direção
que a empresa deseja seguir. Enunciar e divulgar a missão da empresa a todos os
funcionários é fundamental. Os funcionários têm um importante papel na prestação do
serviço. Depende deles a satisfação dos clientes. Além do que, considerando-se o
conceito de cliente interno, os funcionários são clientes de alguma etapa do processo.
Os requisitos dos funcionários devem ser perfeitamente entendidos e operacionalizados.
Tais requisitos estão relacionados com o treinamento, ambiente agradável (instalações
42
adequadas e bom relacionamento com os colegas), salário e oportunidade de
desenvolvimento de suas potencialidades (KOTLER, 2000).
No setor de serviços, mais do que em qualquer outra indústria, os funcionários
são os principais responsáveis pela qualidade gerados pelas atividades que executam. As
características de intangibilidade e simultaneidade que caracterizam o serviço fazem
com que a vinculação do serviço prestado à pessoa do funcionário que interage com o
cliente seja inevitável. Desta forma, faz-se necessário à condução de pesquisas com o
objetivo de determinar os requisitos dos funcionários para depois iniciar as atividades
de aperfeiçoamento da qualidade do serviço. Muitas vezes as satisfações das
necessidades dos funcionários geram consideráveis melhorias na qualidade do serviço
(KOTLER, 1999).
3.5 – O ENDOMARKETING E O RH
Como já foi comentado na introdução desta monografia podemos afirmar
que o mais importante "produto" da área de Recursos Humanos é garantir que a empresa
possua um conjunto de Talentos Humanos plenamente identificados com a missão e
visão da organização – e, conseqüentemente, disposto a ajudá-la a atingir seus objetivos
com lucro e responsabilidade social. Embora alguns puristas ainda "torçam o nariz" ao
ouvir falar de marketing, nossa experiência tem demonstrado que o seu uso pode ajudar
e muito os profissionais da área de Recursos Humanos. Mas, para que isso aconteça,
algumas premissas devem ser observadas:
- O endomarketing deve ser considerado parte da gestão estratégica;
- O processo de endomarketing não pode ser prejudicado por falta de
estrutura organizacional ou por ausência de apoio gerencial;
- A alta gerência tem que demonstrar, constantemente, um apoio ativo ao
processo de endomarketing.
As atividades de marketing interno não podem ser implementadas como uma
campanha motivacional pura e simples ou como um conjunto de atividades totalmente
separadas, sem conexão com objetivos e metas mais amplos, que envolvam toda a
43
organização. Quando isso acontece, o risco de que nada duradouro seja alcançado é
esmagador.
É importante refletir novamente sobre a capacidade de os empregados
funcionarem como "guardiãs dos interesses da empresa", ou seja, responsáveis de
maneira incondicional pela satisfação dos clientes, independentemente da área em que
atuem, depende, em grande parte, do apoio e encorajamento que recebem de seus líderes
diretos. Por isso, dizemos que o endomarketing é uma atividade estratégica que envolve
todas as categorias de empregados, que na verdade, em alguns casos, deveria focar
muito mais a média e a alta gerência.
A falta de compreensão das estratégias da empresa e a inexistência de
verdadeiros "provedores de soluções para os clientes" quase sempre andam juntas, o que
se deve em parte a um conhecimento insuficiente do conteúdo de uma estratégia voltada
para a plena satisfação dos consumidores.
Acreditamos que, em parte, isso é um problema de atitude. Atitudes diferentes ou até
negativas têm que ser mudadas. Por outro lado, problemas de atitude normalmente
advêm da falta de compreensão dos fatos.
O treinamento, em forma de programas internos ou externos, é quase sempre um
componente básico necessário a um programa de endomarketing. Três tipos de
treinamento podem ser assim incluídos:
- Desenvolvimento de uma visão holística de como funciona uma estratégia
voltada para prestação de serviços e qual o papel de cada indivíduo em relação aos
outros indivíduos, funções dentro da empresa e clientes;
- Reforço de atitudes favoráveis em relação a uma estratégia voltada para diferenciação
através da prestação de serviços;
- Desenvolvimento e reforço das habilidades de comunicação, vendas e interação
inter e intradepartamental.
O treinamento, junto com a comunicação interna, constitui a ferramenta
predominante do gerenciamento do endomarketing. Apoio das lideranças e
comunicação.
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Os programas de treinamento não são o bastante em um programa de
endomarketing. Para que se obtenha continuidade do programa, o papel da alta gerência,
das gerências de nível médio e dos supervisores é de suma importância.
O suporte por parte das lideranças pode se dar de várias maneiras:
- Continuidade ao programa formal de treinamento por meio de ações gerenciais
cotidianas.
- Encorajamento ativo dos liderados como parte das tarefas cotidianas da
liderança.
- Envolvimento dos liderados no planejamento e na tomada de decisão.
- Feedback aos liderados e fluxo de informações e comunicação nos dois
sentidos, nas interações formais e informais.
- Estabelecimento de um clima aberto e encorajador.
O apoio das lideranças e a comunicação interativa interna são ferramentas
predominantes do aspecto de gerenciamento de atitudes no endomarketing, mas são
também, é claro, ingredientes-chave no gerenciamento da comunicação.
A maioria dos gerentes e supervisores compreende que existe a necessidade de
informarem a seus subordinados sobre as novas estratégias orientadas para os serviços e
as novas formas de se desempenharem nas interações comprador / vendedor. O desafio
é: como fazer que seus liderados compreendam e pratiquem as novas estratégias, tarefas
e maneiras de pensar?
Em algumas organizações a área de RH já vem contando com o apoio de
agências de propaganda e promoções, especializadas em campanhas para público
interno, que funcionam como valioso auxílio na hora de produzir vários tipos de
material de suporte (recursos audiovisuais, material escrito, folhetos, revistas internas).
É essencial conquistar e manter o tipo adequado de empregados na empresa. As
descrições de cargo, os procedimentos de recrutamento, o plano de carreira, salário,
prêmios e benefícios indiretos, assim como outras ferramentas da administração de
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pessoas, devem ser utilizados pela organização de forma tal, que as metas do
endomarketing sejam atingidas. Nenhuma dessas tarefas é nova. Entretanto, são com
freqüência, utilizadas de forma passiva, mais como procedimentos administrativos do
que como ferramentas ativas de marketing para alcançar os objetivos internos. Além
disso, as implicações do marketing externo nessas tarefas são freqüentemente
negligenciadas, ou por questões de "eficiência de custo", ou porque a gerência não está
simplesmente consciente delas. Devido à abordagem gerencial tradicional, a maioria dos
empregados são apenas considerados custos e não recursos geradores de receita.
Os efeitos internos de qualquer campanha ou atividade de comunicação externa
de massa são raramente reconhecidos em sua totalidade. Entretanto, os empregados
quase sempre formam um público-alvo muito interessante e responsivo a campanhas
publicitárias, lançamento de novos produtos e serviços e ações promocionais. A
pesquisa interna pode ser utilizada para descobrir, por exemplo, atitudes dos
empregados em relação a determinada campanha publicitária ou apelo promocional.
Devemos nos lembrar de que a primeira "grande venda" é aquela que fazemos dentro de
casa, para os nossos colaboradores, que deverão sustentar as promessas que fazemos ao
mercado.
Ao planejar e implementar uma estratégia de endomarketing, algumas diretrizes
devem ser observadas. Antes de tudo, o foco do endomarketing deve ser reconhecido e
totalmente aceito pelas lideranças. O empregado sente que as lideranças o consideram
importante quando lhe é permitido participar do processo; tanto no processo de pesquisa
interna, quanto no planejamento de seus ambientes de trabalho, nas metas e escopo de
suas tarefas, nas rotinas de informação e feedback e nas campanhas externas. Quando os
empregados compreendem que são capazes de se envolver na melhoria de algo que lhes
é importante, ficam dispostos a se comprometer com o negócio e com a estratégia de
endomarketing.
Entretanto, nunca deve ser esquecido o foco externo da estratégia e de qualquer
programa de endomarketing. A melhoria do ambiente de trabalho e das tarefas dos
colaboradores, é claro, constitui um objetivo importante em si mesmo. No entanto, o
principal foco do endomarketing recai sobre o impacto de cada empregado no marketing
externo. O objetivo primordial é o de melhorar a consciência para serviços e clientes e
portanto, em última análise, as habilidades de marketing interativo e o desempenho do
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marketing externo pelos funcionários. Conseqüentemente, o foco interno e o externo do
endomarketing caminham lado a lado.
O endomarketing tem que envolver e começar pela alta gerência e também
incluir gerentes de nível médio e supervisores. Um suporte contínuo da gerência - não
apenas "da boca para fora" - é fundamental para o desenvolvimento competente do
processo
A opinião do público interno tem grande influência nas opiniões e perspectivas
do público externo, do consumidor em geral. Partindo desse princípio, as empresas cada
vez mais têm investido no endomarketing como uma estratégia de Recursos Humanos.
4 - MOTIVOS DE SE FAZER O ENDOMARKETING
Para que a empresa tenha funcionários motivados precisa
reconhecer o trabalho realizado. Reconhecê-los como indivíduos, remunerá-los
adequadamente e possibilitar progresso profissional.Das seguintes formas:
- Tornando evidente os valores e objetivos da empresa;
- Fornecendo recompensas e prêmios aos colaboradores, quando se alcança o
resultado esperado, ou para algum funcionário que se destacou perante
os outros em um determinado período;
- Criando uma ambiente de influência mútua dentro da empresa;
- Envolvendo os colaboradores no planejamento e na tomada de decisões;
- Estimulando-os a tomar iniciativa e a ser mais criativos;
- Remunerando adequadamente.
O Endomarketing torna-se ainda mais importante no cenário em que se vive
hoje.
Bekin (2004, p. 7) retrata esse cenário como um mercado orientado para o
cliente/consumidor, onde serviço prestado agrega valor ao produto. Portanto
para que as empresas sobrevivam, precisam valorizar as pessoas, isso inclui também os
colaboradores.
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“As empresas que satisfazerem seus clientes internos serão as com maior chances de terem clientes externos também satisfeitos. Organizações bem sucedidas responsabilizam seus gerentes e áreas de suporte com atribuição-chave de ajudar os funcionários da linha de frente a realizar um reconhecimento serviço de qualidade aos clientes e confirmado por eles.”
(BEKIN, 2004, p. 140).
4.1- REAIS OBJETIVOS
Segundo Chiavenato (2004, p. 448), o termo Qualidade de Vida no Trabalho foi
criado por Louis Davis na década de 1970, para ele o conceito Qualidade de Vida no
Trabalho, refere-se à preocupação com o bem estar geral e a saúde dos trabalhadores no
desempenho de suas tarefas.
Nesse aspecto é possível observar dois lados: o dos colaboradores que
reivindicam ao empregador o bem estar e a satisfação no trabalho; e de outro lado o
empregador que se interessa pelo resultado que esses efeitos positivos causam na
produtividade e a qualidade.
“Para bem atender o cliente externo, a organização não deve esquecer o cliente interno. Isso significa que, para satisfazer o cliente externo, as organizações precisam antes satisfazer os seus funcionários responsáveis pelo produto ou serviço oferecido”. (CHIAVENATO, 2004, p. 448).
Essa exigência no mercado não está direcionada apenas às grandes empresas,
mas também nas micro e pequenas empresas (MPEs). E diferentemente do que muitos
acreditam, Endomarketing não é apenas comunicação interna, mas ferramentas e
instrumentos que ajudam a satisfazer as necessidades dos principais clientes que
são os colaboradores.
relacionamento entre áreas; assim por diante.Portanto são inúmeros os motivos para se
praticar Endomarketing nas empresas.
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4.2–O QUE AS ORGANIZAÇÕES ESPERAM COM O
ENDOMARKETING
Neste contexto o endomarketing, continua-se sendo uma ferramenta que pode
ser utilizada para alcançar os objetivos da organização. Então, o principal papel do
endomarketing é de fazer com que todos os funcionários envolvidos tenham uma visão
compartilhada do negócio da empresa, podem falar sobre gestão, metas, produtos,
serviços, mercados e resultados.
O endomarketing está voltado para a globalização, que as empresas hoje em dia
visam levar até os seus clientes um produto ou serviço com que a qualidade responda
toda as necessidades, desejos e cumpra as expectativas dos seus cliente.
CASO: ACHE LABORATÓRIOS FARMACÊUTICO
CONHECENDO O ACHÉ
O Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. é uma empresa de capital 100% nacional. Ao longo de sua trajetória de mais de quatro décadas, o Aché vem se consolidando como uma empresa dinâmica ao estabelecer parcerias comerciais estratégicas, dentro e fora do País, e pelo contínuo desenvolvimento de produtos e serviços, de modo a atender às necessidades dos profissionais de saúde e dos consumidores, proporcionando saúde e bem-estar à população.
Com mais de 3000 colaboradores possui duas plantas industriais. A maior delas, localizada no município de Guarulhos, na Grande São Paulo, também abriga sua sede administrativa. A segunda está instalada na Avenida Nações Unidas, região sul da capital paulista, além de uma das maiores forças de vendas do setor farmacêutico do País –, o Aché obteve, no balanço do ano, um resultado econômico expressivo, contabilizando Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 292 milhões.
O Aché dispõe de um amplo e diversificado portfólio de medicamentos sob prescrição e isentos de prescrição (MIP), além de crescente número de moléculas de produtos genéricos, fabricados sob a marca Biosintética. Atualmente, são comercializadas mais de 250 marcas, em aproximadamente 600 apresentações, nas seguintes classes terapêuticas: sistema cardiovascular, aparelho respiratório, sistema musculoesquelético, sistema nervoso, entre outras.
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MISSÃO, VISÃO E VALORES
Visão
Ser o melhor laboratório farmacêutico do Brasil, preferido pelos consumidores e profissionais de saúde, por viabilizar o acesso a produtos e serviços inovadores que proporcionam saúde e bem-estar para toda a população.
Missão
Disponibilizar continuamente, com qualidade, criatividade e rentabilidade, produtos e serviços inovadores e acessíveis, que promovam a saúde e bem-estar dos consumidores, com colaboradores motivados e capacitados e respeito às pessoas e ao meio ambiente.
Valores
• Integridade • Respeito às Pessoas • Respeito ao Meio-Ambiente • Espírito Empreendedor • Inovação • Crescimento Sustentável
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
Atrair e manter profissionais competentes e estimular seu desenvolvimento são
estratégias fundamentais da gestão de pessoas no Aché.
Para concretizá-las o Aché investe continuamente no desenvolvimento dos seus
profissionais por meio de programas internos, cursos técnicos externos e subsídio para
MBA, Pós-graduação e Idiomas.
O desenvolvimento de lideranças ganhou destaque com a realização de três
programas diferenciados, realizados in company, envolvendo 250, de um total de 335
gestores.:
• MBA in Company em Gestão Empresarial (FIA) – aprimoramento
profissional
• Jeito Aché de Liderar – orientado para o desenvolvimento das
competências gerenciais Aché
• Gestão Estratégica de Marketing (ESPM)
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A capacitação da Força de Vendas que engloba a participação de cerca de 1300
colaboradores, fundamental para a realização da estratégia, está continuamente
envolvida em ações de desenvolvimento seja por meio da participação em reuniões, seja
pela participação em eventos de formação específica.
Ao todo a programação anual conta com a realização de aproximadamente 60
eventos de desenvolvimento abrangendo conceitos relativos a:
Técnicas de Vendas
Aulas Médicas
Negociação
Técnicas de Apresentação
Por sua relevância para o cumprimento da estratégia, a área Industrial mantém
uma programação anual que assegura a capacitação de todos os seus 900 colaboradores
em ações de desenvolvimento essenciais para o aprimoramento da função e outras
voltadas para a melhoria contínua. Vale destacar na grade de desenvolvimento a
formação em Lean 6 Sigma, onde os colaboradores treinados têm a oportunidade de
desenvolvimento através da participação e liderança de projetos utilizando ferramentas
consolidadas pelo mercado.
Visando a preparação de liderança para atender necessidades futuras da
organização, estamos na 3ª Edição do Programa Trainee, que além do rodízio pelas
diferentes áreas da empresa, prevê a realização de um projeto aplicável , a participação
em treinamentos específicos e acompanhamento das ações de desenvolvimento
alinhadas a evolução de carreira. Ao todo foram contratados 27 profissionais para
atuação no programa.
A preocupação do Aché com o aprimoramento, reconhecimento e valorização de
seus profissionais, resultou em um investimento de R$ 6,4 milhões associados a 166 mil
horas de treinamento.
Os resultados deste investimento se refletem no preenchimento de 55% das
vagas abertas na empresa, sendo preenchidas por meio de recrutamento interno.
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PROGRAMA DE RELACIONAMENTO
O PRA Você – Programa de Relacionamento Aché – surgiu de uma
convergência de idéias, sugestões, anseios e desejos de nossos colaboradores e do
propósito da empresa em criar canais que possam estreitar vínculos e estabelecer maior
aproximação entre empresa e colaboradores. Saiba mais do PRA Você:
• Café & Cia
• Viva o Aché
Café & Cia
Um encontro realizado com a presença do Presidente e colaboradores. Esta é
uma oportunidade para compartilhar experiências profissionais, conhecer um pouco do
dia-a-dia dos colaboradores e do presidente, bem como tratar outros assuntos a respeito
da empresa e do negócio que poderão surgir espontaneamente.
Viva o Aché
Por meio do Viva o Aché, os familiares dos colaboradores são convidados a
conhecer todo o processo da nossa industria visitando a fábrica e os setores
administrativos da empresa.
A comunicação interna abrange todos os assuntos que possam influenciar no
cotidiano de trabalho ou na relação entre o colaborador, empresa e seu gestor. Para
formalizar as mensagens direcionadas aos colaboradores, conheça os meios de veículos
e ferramentas constituídos e produzidos especialmente para esta finalidade.
• Reunião Inaugural
• Reunião Gerencial
• Reunião de Resultados
• Intranet
• Revista Integração
• Mural
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• Informativo DPV – Direto Para Você
• Comunicados
• Portal TDV – Treinamento & Desenvolvimento de Vendas
• Via I-PAC
• Ações de Endomarketing