Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto da …C… · Economia Solidária nos bairros São...
Transcript of Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto da …C… · Economia Solidária nos bairros São...
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DEVITÓRIA-EMESCAM
ROSENITA PEREIRA DA SILVAROSIENE DE ANDRADE PEREIRATATIANE DA PENHA DOS SANTOS
Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto daEconomia Solidária nos bairros São Benedito, Penha e Itararé
VITÓRIA2007
ROSENITA PEREIRA DA SILVAROSIENE DE ANDRADE PEREIRATATIANE DA PENHA DOS SANTOS
Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto daEconomia Solidária nos bairros São Benedito, Penha e Itararé
VITÓRIA2007
Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado ao curso de Serviço Social daEscola Superior de Ciências da Santa Casade Misericórdia de Vitória – EMESCAM,como requisito parcial para obtenção dograu de bacharel em Serviço Social.Orientador: Profº. Alexandre SilvaRampazzo
ROSENITA PEREIRA DA SILVAROSIENE DE ANDRADE PEREIRATATIANE DA PENHA DOS SANTOS
Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto daEconomia Solidária nos bairros São Benedito, Penha e Itararé
Trabalho de conclusão de curso submetido ao Curso de Serviço Social da Escola
Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, como
requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Serviço Social.
Aprovadas em ______ de ____________ de 2007.
______________________________________________Profº. Alexandre Silva RampazzoEscola Superior de Ciências da Santa Casa deMisericórdia de Vitória – EMESCAMOrientador
______________________________________________Profª. Helena Marfisa VenturimEscola Superior de Ciências da Santa Casa deMisericórdia de Vitória – EMESCAM
_________________________________________Leonora Michelin Laboissière MolBanco Bem – Banco de DesenvolvimentoComunitário
Ao professor Alexandre Silva Rampazzo que nosnorteou de forma eficaz neste trabalho, nãopoupando esforços para nos conduzir neste caminhointenso em busca da ciência.
Ao Banco Bem, estendendo nosso reconhecimento àequipe de profissionais e usuários que prontamentese colocaram à disposição para efetivar essetrabalho, e, em especial a Leonora Michelin Mol peloapoio e motivação.
A professora Helena Marfisa Ventorin pelo aceite emparticipar da nossa banca e pelo interesse nasmanifestações de Desenvolvimento LocalComunitário.
A amiga Lúcia de Fátima Assis Rocha que nãomediu esforços e contribuições para efetivaçãodesse TCC, estando conosco até o último minuto.Fantástica, digna de toda nossa admiração, carinhoe gratidão.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me habilitar e na sua infinita bondade me abençoou
possibilitando que me aperfeiçoasse e aprendesse cada vez mais em cada período
e por me colocar numa família que me ama e me ensinou os seus caminhos. A Ele
toda honra, glória e minha profissão de hoje em diante! “Até aqui me ajudou o
Senhor!”
Aos meus amados pais Dona Delsita e Sr° Aloísio, há se não fossem vocês! aos
meus nove irmãos, cunhados, cunhadas, sobrinhos, sobrinhas, tios e tias, primos e
primas, em especial a minha irmã Rosilene – que superou as minhas dividas – a
todos que nesses quatro anos, prontamente dispuseram-se a colaborar, à medida
do possível, com o cumprimento de minhas obrigações.
À professora mestra Elizete Cardozo, uma profunda conhecedora da profissão e da
realidade social em que vivemos; pesquisadora, estudiosa, fantástica! Digna de toda
minha admiração e que investiu e acreditou em meu potencial. Obrigada!
Aos demais professores que, não reservando esforços, fizeram com que o seu saber
chegasse até a minha pessoa de forma inigualável.
Às minhas amigas Tatiane e Rosiene que através de uma afinada parceria me
acompanharam durante esses quatro anos, além de me acolherem em suas casas
me emprestando os seus entes queridos, Dona Hilma, Sr. Valdeci, Raquel, Renata,
Dona Celina, Sr Jorge, Thiago, Vó Ilda, sempre me abençoando com o seu: Deus
facilita! Sem dúvida nenhuma, contribuíram para a efetivação desse TCC.
Rosenita Pereira da Silva
A Deus por tudo que tens me proporcionado na vida.
Agradeço ainda
Aos meus pais Hilma e Valdeci por absolutamente tudo. Dos erros e acertos, tudo
me ajudou a ser quem eu sou hoje.
Às minhas irmãs Renata e Raquel por tudo que me ajudaram, em especial a Raquel
por trabalhar no Banco Bem e sempre me socorrer nas horas de ‘sufoco’.
A Leonora que não mediu esforços para a concretização do Banco Bem e pela ajuda
de sempre, a Valmir pelas caminhadas pelo bairro para ouvir os entrevistados, sem
vocês tudo seria mais difícil.
A amiga Lucia por seu apoio, carinho e ajuda nas horas de dúvida, medo, angustia e
vontade de desistir. Ela é sempre uma força que me motiva a seguir em frente.
A amiga Ignez por tudo que me ajudou até hoje, e por acreditar em mim.
A amiga Monika, exemplo de amizade, lealdade e por tudo que vivemos juntas.
Aos amigos que nessa longa caminhada me apoiaram em tudo Fabio, Geo, Di, Déia,
Driana, meus afilhadinhos queridos Arthur e Luiza.
Às companheiras de TCC e amigas Rosenita e Tatiane, por nossa amizade, nossos
trabalhos e nossas loucuras, por esses anos que trabalhamos juntas. Vocês já
fazem parte da minha vida!
Às professoras Marfisa e Lurdinha pela ajuda com bibliografias, livros e incentivos
sempre dando dicas sobre o tema.
A Denise e Cleonice pelo aprendizado durante o estágio, vocês foram muito
importante em minha vida acadêmica.
Enfim a todos que passaram pela minha vida nesses quatro anos de faculdade e
que, mesmo sem saber, me ensinaram mais do que posso dizer em palavras.
Às minhas mães Hilma e Celina que sempre fizeram “comidinhas” gostosas pra
gente, e estavam sempre preocupadas em nos alimentar....
Rosiene de Andrade Pereira
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos eternos e incontáveis aos meus pais, Jorge e Celina, que se
empenharam de corpo, alma e coração na minha criação, investindo dinheiro, amor,
dedicação, respeito, oração... para que eu realizasse esse sonho. Saibam que se eu
fosse listar todos os motivos que tenho para agradecê-los daria um novo TCC!
Ao meu irmão Thiago, pela pureza de espírito e alegria de vida que iluminam meu
ser! À minha avó Ilda pela confiança que sempre depositou em mim. Amo vocês!
À tia Helena, vó Vitória e dona Dulce hoje, distantes dos olhos, mas sempre perto do
coração.
Aos familiares e amigos pelo incentivo e confiança. A tia Zezé e família sempre
presentes, não poupando esforços, conselhos e orações. A mamãe Hilma pelo
carinho e cuidado! E pelas deliciosas mentiras salgadas, doces... Hum!!!
A Cleonice e Denise, coordenadora e supervisora de estágio, que com carinho e
competência me passaram conhecimentos e experiências valiosas. E a toda a
equipe do SECRI pelo aprendizado.
Aos professores da Emescam, em especial a Lurdinha e Marfisa, por compartilharem
seus ensinamentos. Aos funcionários pela contribuição para com minha graduação.
A minha turma, em especial as minhas parceiras e amigas Rosenita e Rosiene,
pelos momentos de descontração e estudo sem os quais não seria possível chegar
até a conclusão desta etapa. Nem sei mais onde eu termino e vocês começam!
À equipe do Banco Bem e tomadores de empréstimos de consumo que
carinhosamente nos receberam, contribuindo com a construção dessa pesquisa. Em
especial, a Leonora, Raquel e Valmir, pela parceria redonda, vocês são incríveis!
À equipe da Setger, em especial a Andressa, à equipe do CDDH da Serra e a
Normeliana, que compartilharam experiências e conhecimentos, solidários sempre!
A Liliene, Manoel, Lúcia, Padrinho, Madrinha, Sérgio, Carlos, Dani, Gústavo, Rose
João Lopes, Ana Paula, Roberta, Éricson, Débora, Joseane, Sol, Yuri, Michel,
Gardênia, Valério... Amigos que amo... Cada um de vocês é importante pra mim!
Ao senhor Jesus pela vida, inspiração e por todas as bênçãos a mim concedidas.
Obrigada simplesmente por tudo! Tatiane da Penha dos Santos
"Toda comunidade por mais pobre que seja éportadora de soluções para seus problemas"
João Joaquim de Melo Neto
RESUMO
A Economia Solidária é um tema bastante atual e legítimo, seu fortalecimento no
Brasil se dá num período marcado pela precarização do trabalho e recessão
econômica. Este modelo econômico baseia-se nos princípios de colaboração
solidária, auto-gestão, democracia e respeito ao meio ambiente. A riqueza destas
experiências é imensa, assim como a pluralidade de práticas econômicas e sociais
que esta compreende. Diante do exposto, a presente pesquisa tem como objeto a
Moeda Bem - uma Moeda Social Circulante, válida somente nos bairros inseridos na
área de abrangência do Banco Bem, como forma de incentivar e dinamizar a
economia local.
Pretende-se aqui avaliar os resultados sociais a partir do uso da Moeda Bem, de
modo a identificar se estes empréstimos refletem mudanças positivas na vida dos
tomadores de empréstimo. Ademais, procurou-se traçar o perfil socioeconômico dos
tomadores de empréstimos de consumo.
Para atender estes objetivos, foi realizado um levantamento bibliográfico de acordo
com a atualidade da discussão do tema Economia Solidária no Brasil, e o estudo de
caso do Banco Bem, localizado no bairro de São Benedito em Vitória/ES. Trata-se de
uma pesquisa descritiva, ou seja, visa descrever os fatos sem, no entanto, interferir
nesta realidade.
No que se refere ao resultado obtido com esta pesquisa, inferimos que a existência
de um Banco Popular que oportuniza crédito a população cuja situação financeira é
desfavorável, tem refletido impactos positivos não apenas em termos pessoais, mas
também, em significativas mudanças nas relações interpessoais nas comunidades.
Palavras-chave: economia solidária, desenvolvimento local, empréstimo de
consumo, moeda local e vulnerabilidade social.
ABSTRACT
Solidary economy is a modern concept which has been strengthened in Brazil in a
period of reduced income jobs and economic recession. It is based on solidary
collaboration principles, self-management and respect to the environment. This has
been a rich experience, involving a multitude of economic and social practices. This
research has as its main subject the study of social currency called “Moeda Bem”
which can be redeemed only in the boroughs within the area of operations of “Banco
Bem” as a way to foster and strengthen local economy.
Social results of the application of “Moeda Bem” will be verified in order to identify its
effectiveness of lending in the occurrence positive changes in the life of the
borrowers. Furthermore the socio-economic profile of the borrowers is delineated.To
attain this objectives a bibliography survey was carried out according to the most
recent opinions about solidary economy in Brazil focusing especially the “Banco
Bem” agency in the borough of São Benedito, Vitória-ES.
Based on the observed behavior of the borrowers we conclude that the presents of a
popular “bank” positively impacts the lives of poor people, not only in its personal
affairs as well as their communitary relations.
Key words: solidary economy, breeding local, loan as of expenditure , coin local AND
frailty social.
LISTA DE SIGLAS
ANTEAG - Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão
BC – Banco Central
CNES – Conferência Nacional de Economia Solidária
CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão
CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social
CUT - Central Única de Trabalhadores
EPS - Economia Popular Solidária
EES - Empreendimentos Econômicos Solidários
EAF – Entidades de Apoio e Fomento
FBES - Fórum Brasileiro da Economia Solidária
FEPS - Fórum de Economia Popular Solidária do Espírito Santo
FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
GTBrasileiro - Grupo de Trabalho Brasileiro da Economia Solidária
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IQU - Índice de Qualidade Urbana
ITCPs - Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MPF – Ministério Público Federal
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
OCB - Organizações das Cooperativas Brasileiras
OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PMV - Prefeitura Municipal de Vitória
SEAGRI - Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária
SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SECRI - Serviço de Engajamento Comunitário
SIES - Sistema Nacional de Informações da Economia Solidária
SENAES - Secretaria Nacional de Economia Solidária
SPC - Serviço de Proteção ao Crédito
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- O Campo da Economia Solidária no Brasil ............................................... 34
Tabela 1 - Áreas e população dos bairros de Vitória nos anos de 1991 e 2000,por Região Administrativa ........................................................................................ 40
Tabela 2 - Melhores e piores bairros segundo os resultados do IQU/Período1991 e 2000 .............................................................................................................. 41
Figura 2 – Estrutura Organizacional do ARTIDEIAS ................................................ 43
Gráfico 1 - Sexo ........................................................................................................ 53
Gráfico 2 - Faixa etária ............................................................................................. 53
Gráfico 3 - Grau de Escolaridade ............................................................................. 54
Gráfico 4 – Bairro ..................................................................................................... 54
Gráfico 5 - Tempo de moradia .................................................................................. 55
Gráfico 6 - Estado civil .............................................................................................. 55
Gráfico 7 - Posição do entrevistado em relação ao chefe do domicílio .................... 56
Gráfico 8 - Total de membros da família .................................................................. 56
Gráfico 9 - Tipo de moradia ..................................................................................... 57
Gráfico 10 -. Abastecimento de água ....................................................................... 57
Gráfico 11 - Tipo de pavimentação .......................................................................... 58
Gráfico 12-. Empregabilidade por membro de família ............................................. 59
Gráfico 13 – Tipo de contrato trabalhista por membro de família ............................ 59
Gráfico 14 – Renda mensal familiar ......................................................................... 60
Gráfico 15 – Renda mensal individual ...................................................................... 61
Gráfico 16 – Opções de maior peso no orçamento familiar ..................................... 61
Gráfico 17 – Como vive durante o mês .................................................................... 62
Gráfico 18 – Como foi gasto o dinheiro do empréstimo ........................................... 63
Gráfico 19 – Conseguiu quitar o empréstimo ........................................................... 64
Gráfico 20 - Como você percebe o empréstimo do Banco Bem .............................. 65
Gráfico 21 – Dificuldade na aquisição do empréstimo ............................................. 67
Gráfico 22 – Decisão do empréstimo ....................................................................... 68
Gráfico 23 – Prefere comprar fiado ou com a Moeda Bem ...................................... 69
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................... 18
2 - CONCEITUANDO A ECONOMIA SOLIDÁRIA .................................................. 23
3- O OBJETO: A MOEDA DO BANCO BEM DE SÃO BENEDITO ........................ 40
3.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO DO BAIRRO ............................................................... 40
3.2 - O BANCO BEM ................................................................................................ 44
3.3 - A MOEDA ......................................................................................................... 47
4 - TRAÇANDO O PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS TOMADORES
DE EMPRÉSTIMOS DA MOEDA BEM ................................................................... 52
5 – ANALISANDO RESULTADOS SOCIAIS A PARTIR DO USO DA
MOEDA BEM ........................................................................................................... 63
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 71
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 76
ANEXOS .................................................................................................................. 80
ANEXO A - ............................................................................................................... 81
ANEXO B - ............................................................................................................... 88
ANEXO C - ............................................................................................................... 94
ANEXO D - ............................................................................................................... 97
ANEXO E - ............................................................................................................... 98
ANEXO F - ............................................................................................................... 99
1 – INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata da Economia Solidária cujo fortalecimento se deu nas últimas
décadas. A acentuada crise estrutural do mercado de trabalho, ocasionada pelo desemprego
em massa, agravou-se mais com a abertura do mercado interno às importações, é nesta
conjuntura, que a Economia Solidária ressurge como reação dos movimentos sociais às crises
instauradas nas relações de trabalho.
Atualmente, evidencia-se a emergência deste novo modo de organização econômica, cujas
práticas são pautadas nas relações de colaboração solidária e auto-gestão, na democracia e no
respeito ao meio ambiente. Em função desse quadro ganha força o debate sobre os impactos
socioeconômicos resultantes da Economia Solidária, que envolve uma diversidade de práticas
econômicas e sociais organizadas sob a forma de: cooperativas, associações, empresas
autogestionárias, redes de cooperação, complexos cooperativos, entre outros, que realizam
atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio
justo e consumo solidário.
Não obstante a sua importância política, social e econômica, a economia solidária que surge
como uma economia voltada para os segmentos mais pobres da sociedade e trabalhadores em
geral, conquistou espaços públicos importantes. Sua magnitude e complexidade já podem ser
vistas, não como experiências isoladas e passageiras dentro do capitalismo, mas como uma
nova ideologia de desenvolvimento sustentável, que possa vir a ser uma política pública de
geração de trabalho e renda aos trabalhadores excluídos do mercado formal.
Neste sentido e, por tudo já exposto, entende-se que o presente projeto tem sua relevância em
três dimensões: acadêmica, social e profissional. Do ponto de vista acadêmico a economia
solidária é um tema bastante atual e legítimo, seu fortalecimento está intimamente ligado,
tanto à atual conjuntura econômica brasileira quanto ao contexto das contradições da
sociedade capitalista, que reside na produção coletiva de riqueza e sua apropriação privada.
Por interesse profissional e pessoal entende-se ser a escolha desse tema significativa, pelo
histórico de vida e de moradia das integrantes do grupo que lhes propiciou uma aproximação
com as práticas de Economia Solidária, despertando nestas o interesse em trabalhar
profissionalmente com o desenvolvimento local.
Sua relevância para a sociedade se justifica pela aproximação com os movimentos sociais e
com a forte presença da exclusão socioeconômica, neste contexto a economia solidária ganha
um novo significado, o de geração de trabalho e renda e inclusão social, além de repensar a
economia sob a ótica do trabalho coletivo. Pois a economia solidária envolve a construção
coletiva de saberes e práticas de trabalhadores, em sua maioria, de baixa escolaridade.
Configura-se num movimento social à medida que emana da vontade do povo, da articulação
comunitária com o intuito de criar soluções próprias, para prover suas necessidades locais.
A presente pesquisa terá como foco o Banco Bem, localizado no bairro de São Benedito em
Vitória, criado pelos associados da Artidéias, que desde 2005 propõe uma nova alternativa de
crédito para os moradores das três comunidades inseridas em sua área de abrangência – São
Benedito, Penha e Itararé. Trata-se de uma instituição comunitária que concede o crédito à
população e cujo objetivo é o de promover o desenvolvimento de empreendimentos solidários
que gerem trabalho e renda para a própria comunidade, contribuindo para o enfrentamento da
pobreza e incentivando o desenvolvimento local. Ainda em 2005, o Banco Bem lançou o
Projeto da Moeda Social Circulante (Moeda Bem), esta moeda circula apenas nas
comunidades inseridas em sua área de abrangência, como forma de dinamizar a economia
local, e já conquistou reconhecimento e credibilidade junto à população.
Como já mencionado as ações do Banco Bem estão voltadas para o microcrédito, disponível
em três linhas - estipuladas a partir das necessidades da população e do objetivo do Banco - o
empréstimo produtivo voltado para o fomento de novos empreendimentos e/ou ampliação de
negócios já existentes, o empréstimo habitacional para reforma de moradias e o empréstimo
de consumo, como o próprio nome já diz é voltado para as necessidades de consumo da
população e que é o único cedido em Moeda Bem, sendo, portanto, objeto desta pesquisa.
Dentro dessa análise, o estudo pretende identificar se os empréstimos de consumo, concedidos
em Moeda Bem refletem mudanças positivas na vida socioeconômica dos tomadores de
empréstimos.
A metodologia adotada para a realização dessa pesquisa compreende uma abordagem
quantitativa e qualitativa para a pesquisa de campo e qualitativa para a entrevista com
funcionários do Banco Bem. Trata-se de uma pesquisa descritiva quanto aos fins; e pesquisa de
campo, bibliográfica e de estudo de caso, quanto aos meios.
No que concerne aos tomadores de empréstimos de consumo, a população do universo de
estudo, foi calculada em 32 pessoas, entre empréstimos concedidos de outubro de 2005 a
maio de 2007. A amostra entrevistada equivaleu a 50% desta população, o que corresponde a
16 pessoas, escolhidas através do cadastro de clientes do Banco Bem, de acordo com a
possibilidade de serem encontradas durante os meses de julho a outubro, período em que
realizamos as entrevistas. O grupo tentou localizar todos os tomadores de empréstimos no
período, porém não foi possível Os entraves encontrados em localizar os potenciais
entrevistados deveram-se basicamente ao grande contingente de tomadores de empréstimos
que não possuíam telefone tendo em vista a constante troca de telefones celulares por parte
dos usuários, a ausência em suas casas durante o dia por razão de trabalho, além de 03 destes,
terem mudado para o interior do estado e um caso de falecimento. Ressaltamos, pois, que a
amostra possui este relevante viés.
Preliminarmente a pesquisa com os tomadores de empréstimos de consumo foi aplicado um
questionário semi-estruturado com fim exploratório para compreender a funcionalidade desta
instituição junto à equipe de funcionários do Banco Bem.
Quanto ao método de levantamento de dados, considerou-se a entrevista pessoal como a
melhor alternativa para obtenção dos resultados pretendidos. As entrevistas foram realizadas
de acordo com os dois tipos de questionário semi-estruturado (Anexos A e B) com pergunta
abertas e fechadas: um para os tomadores de empréstimos de consumo e outro para os
funcionários do Banco Bem, que nos permitiu a obtenção de dados quantitativos via
instrumentos próprios, e também, uma melhor percepção do ambiente. As entrevistas foram
individuais, concebidas no local de residência do entrevistado e os questionários foram
preenchidos pelo entrevistador, com duração média de 40 minutos, e sempre que possível, as
entrevistas foram gravadas.
Para a pesquisa bibliográfica, foram selecionados autores que são protagonistas da discussão
sobre economia solidária no Brasil, por meio de pesquisas em livros e trabalhos científico-
acadêmicos, bem como em suas referências, em citações de Encontros, Fóruns de Economia
Solidária do Espírito Santo e por meio de sugestões obtidas com professores do curso de
Serviço Social.
Em relação ao tratamento dos dados, tabulou-se os dados coletados na pesquisa de campo em
planilhas do Excel, quando se tratavam de perguntas fechadas e as perguntas abertas foram
tabuladas na forma de listas, descritas conforme a fala do entrevistado. Os dados das
entrevistas com funcionários foram transcritos e utilizados na construção do capítulo três.
Vale ressaltar ainda que em função do tamanho diminuto da amostra, todas as figuras expõem
não apenas os valores relativos (%), mas também os valores absolutos.
O objetivo desta pesquisa é relatar os resultados sociais a partir do uso da Moeda Bem.
Inicialmente, o capítulo 1, introdução, reporta-se ao esclarecimento das causas que
despertaram o interesse por este campo de estudo e a sua relevância para o campo do saber e
para a sociedade, bem como apresenta a organização geral do presente trabalho.
No capítulo 2 subseqüente, foi realizada uma revisão da literatura relacionada ao tema em
estudo, abordando as múltiplas nomeações atribuídas à Economia Solidária.
O capítulo 3 descreve o histórico e o funcionamento atual da Moeda Bem sendo
complementado com uma pequena exposição sobre o histórico e perfil das moedas. Este
capítulo, também, traz uma breve caracterização do Bairro onde o Banco Bem está localizado.
Por sua vez, o capítulo 4 traça o perfil socioeconômico dos tomadores de empréstimos da
moeda Bem a partir de uma pesquisa descritiva quantitativa e qualitativa.
Por fim, os resultados sociais a partir do uso da Moeda Bem são analisados no capitulo 5.
E o capítulo 6 conclui com as principais considerações desenvolvidas a partir desta pesquisa.
2 - CONCEITUANDO A ECONOMIA SOLIDÁRIA
Para falar de Economia Solidária no Brasil faz-se necessário resgatar o histórico das
condições socioeconômicas e políticas vivenciadas nos últimos anos, destacando-se a crise
estrutural do mercado de trabalho.
As décadas de 80 e 90, no Brasil, configuraram-se num período marcado pela precarização do
trabalho, reestruturação produtiva e desigualdades de distribuição de renda.
No Brasil, a intensificação do processo de reorganização da produção e do trabalho chamada
de reestruturação produtiva, associada à implementação de políticas denominadas neoliberais,
com restrição de crédito e equilíbrio orçamentário implicando na abertura comercial, reduziu
expressivamente os postos de trabalho formais, como afirma o artigo:
Nos anos 90, a adoção de políticas de corte neoliberal, que promoveram a aberturacomercial e a internacionalização da economia, aprofundou o processo deintrodução de inovações tecnológicas e de novos métodos de gestão da força detrabalho. Acrescentam-se a isso, mais recentemente, as tentativas dedesregulamentação do mercado de trabalho, principalmente mediante a
flexibilização dos contratos. Este conjunto de transformações teve comoconseqüências sociais importantes a precarização e informalização do trabalho e ocrescimento do desemprego, que ampliaram a fragmentação dos coletivos detrabalhadores e tiveram forte impacto sobre as relações de trabalho e sobre asorganizações sindicais. (ARAÚJO, CARTONI, JUSTO, 2001, p. 01).
É neste contexto, como afirma Singer (2000), que a Economia Solidária ressurge -
principalmente na perspectiva do cooperativismo - como reação dos movimentos sociais às
crises instauradas nas relações de trabalho, ocasionadas pelo desemprego em massa, que
sofrem um agravamento com a abertura do mercado interno às importações no início da
década de 90.
A diminuição dos postos de trabalho formais abre terreno para a criação de novas formas de
organização do trabalho, é nesse momento que (re)surgem as primeiras experiências em
economia solidária com base na associação coletiva e auto-gestão. Singer, citado por Chaves e
Pinto (2007), enfatiza que a combinação entre força de trabalho excedente e um conjunto de
militantes sociais críticos e engajados tem possibilitado avanços importantes no âmbito da
economia solidária.
Contudo, como afirma Chaves e Pinto (2007, p. 61), as experiências coletivas de
trabalhadores, agrupados sob a forma de gestão diferenciada e democrática, não são recentes,
decorrem do pensamento cooperativista ou cooperativismo que surgiu no século XIX, na
Inglaterra, como resultado das lutas operárias que aconteceram após a 1ª Revolução
Industrial, e dos precursores do socialismo utópico, dentre eles Charles Fourier (1772-1827),
Conde de Saint Simon (1760-1825), Philip Burchez (1796-1865), Louis Blanc (1812-1882) e
Robert Owen (1771-1858), que é considerado o pai do cooperativismo
O inglês Robert Owen foi um dos ideólogos e militante desse novo modelo de organização do
trabalho, sua contribuição ao cooperativismo pode ser observada em três etapas: na primeira
Owen organizou uma indústria de tecidos, oferecendo participação nos lucros aos seus
operários, promovendo a organização de serviços comunitários de educação, saúde e
assistência social; no segundo Owen criou uma colônia, onde, sob o regime coletivista,
pretendia harmonizar a agricultura e a indústria, a fim de demonstrar que se poderia acabar
com o pauperismo, eliminando-se o assalariado, contudo diferentemente da sua primeira
experiência em que reforçara a causa final, a idéia de lucro, da vantagem imediata e direta,
proporcional ao trabalho de cada um, aqui ele anulava completamente essa força, com o
agravante de não substituí-la por nenhuma outra, em que pese o alto nível de compreensão
dos componentes do grupo, o resultado desta segunda experiência foi um fracasso; e a terceira
etapa compreende a Cooperativa de Rochdale, em que um grupo de tecelões, sob a liderança
de Owen, implementou o cooperativismo, sob a forma de organização sócio-econômica.
(GUAZZI, 1999)
De acordo com a Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (SEAGRI, 2007) foi
na Inglaterra que surgiu a primeira cooperativa formal de consumo denominada “A Sociedade
dos Pioneiros Eqüitativos”, também conhecida como Cooperativa de Rochdale, fundada em
1844, na cidade de mesmo nome, criada por 28 tecelões. Singer (2000) aponta que os
princípios estabelecidos e seguidos pelos pioneiros de Rochdale correspondem a: (a) gestão e
controle democrático dos sócios (1 membro, 1 voto); (b) adesão livre e aberta dos sócios
(vínculo aberto e voluntário); (c) igualdade na participação econômica; (d) distribuição das
sobras e juros entre os sócios proporcional as compras feitas na cooperativa; (e) vendas
somente à vista; (f) Produtos de qualidade; (g) educação, treinamento e informação; (h)
Autonomia e independência em relação ao Estado e a outras organizações. São princípios
observados até hoje:
Com ela (Cooperativa de Rochdale) nascem os fundamentos da doutrinacooperativista vigentes ainda hoje, pautados nos princípios morais e de conduta, queorientaram a estrutura e as regras gerais que regulamentaram seu funcionamento,conhecido como o Estatuto da Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale.(CULTI, 2002, p. 06)
O exemplo de Rochdale se irradiou pela Inglaterra e mais tarde por outros países, tanto que no
mesmo período, surgem iniciativas de cooperativismo na França incentivadas pelas teorias de
Charles Fourier e Pierre Proudhon, e levando à criação de novas cooperativas, com diversas
tipologias: cooperativas de consumo que são aquelas cujas atividades consistem em formar
estoques de bens de consumo para distribuição ao seu quadro social, em condições mais
vantajosas de preço; cooperativas de créditos são as que reúnem poupanças de seus
cooperados para benefício destes, realizando empréstimos aos mesmos a juros mais baixos
que os praticados pelos bancos comerciais, cooperativas de produção são aquelas em que os
meios de produção, explorados pelos associados, pertencem à cooperativa; e etc. (BRASIL,
2007.)
No Brasil, a criação de cooperativas remonta aos anos 70, porém ficaram restritas a certos
segmentos da economia, como o setor rural, por exemplo. A partir dos anos 80, período
marcado pela redemocratização do Brasil, como mencionado anteriormente, inicia-se um
intenso movimento reacionário ao contexto sócio-político e econômico do País.
Nesta perspectiva, a economia solidária retoma a idéia de enfrentamento à falta de trabalho, e
ressurge como um movimento social que apresenta alternativas de organização do trabalho e
formas mais solidárias de produzir e distribuir bens e serviços, se reconstruindo a partir das
iniciativas da sociedade civil, nos bairros, municípios, estados, etc.
Assim, emergem diversas formas de economia popular como alternativa a precarização do
trabalho. Também se manifestam diversas formas de economia solidária como uma nova
proposta de organizar a economia e a sociedade em torno da convicção de que outra economia
é possível.
Alguns autores consideram que a economia solidária não é, no todo, um fenômeno emergente,
visto que, muitas das suas expressões se configuram em práticas muito antigas em nossa
sociedade, porém, nos dias atuais, existem inúmeras formas de produção não-capitalistas,
sendo comum associá-las a economia solidária. No entanto como afirma Mance (2002, p. 01)
“[...] o termo economia solidária abarca muitas práticas econômicas e não há um consenso
fechado sobre o seu significado”.
Segundo Cattani (2003, p. 234) existem diversos nomes para a economia solidária:
Por trás da diversidade de conceitos que visam instituir novos modos de organizaçãodo trabalho e da produção – economia social, economia de proximidade, economiasolidária ou de solidariedade, socioeconomia solidária, economia social,humanoeconomia, economia popular, economia do trabalho, economia do trabalhoemancipado, colaboração solidária – existe uma busca comum de se recuperar osentido original do vocábulo economia, que em grego significa a gestão, o cuidadoda casa.
Para França Filho e Laville (2006, p. 58) a economia popular diz respeito a um conjunto de
atividades de produção, comercialização ou prestação de serviços efetuados coletivamente
pelos grupos populares, principalmente no interior de bairros pobres e marginais das grandes
cidades latino-americanas. Os autores enfatizam que são as “relações de reciprocidade”
construídas no cotidiano que fundamentam as práticas desta economia.
Conforme Razeto (1993) citado por Singer e Souza (2000, p. 242) “nem toda economia
popular é solidária e nem toda economia solidária é popular”. A autora aponta que a economia
popular é composta, não simultaneamente, por cinco tipos de atividades e empreendimentos:
(a) Soluções assistenciais (Ex: Programas Oficiais de assistência); (b) Atividades ilegais e
com pequenos delitos (Ex: venda de drogas); (c) Iniciativas individuais não estabelecidas e
informais (Ex: camelôs); (d) Microempresas e pequenas oficinas e negócios de caráter
familiar, individual ou de dois ou três sócios (Ex: associativismo); (e) Organizações
econômicas populares, que buscam de formas coletivas e solidárias, resoluções imediatas para
seus problemas, seja social, cultural, econômico entre outros (Ex; geralmente surgidos de
paróquias, sindicatos, etc.). Nesta perspectiva a autora compreende que nem todas as
atividades desenvolvidas na economia popular têm o caráter solidário, uma vez que tem como
objetivo possibilitar a subsistência dos que a praticam, enquanto que a economia solidária está
ligada a uma ideologia de reciprocidade de lucros e benefícios, do bem-viver coletivo.
A economia popular surge nas camadas mais humildes, de pessoas excluídas do mercado
formal de trabalho, como forma de sobrevivência, ou seja, o termo economia popular se refere
“à economia espontânea daqueles e daquelas que não encontram lugar no mercado de
trabalho e tomam iniciativas econômicas voltadas para garantir a sobrevivência física própria
e de suas famílias”. (ARRUDA, 2006, p. 03)
Quanto à economia informal, (que pode ser tomada como sinônimo da economia popular),
França Filho e Laville (2006, p. 59) dizem que:
Esta compreende, sobretudo, iniciativas individuais, sem relação com tradiçõeslocais nem com laços comunitários específicos. [...] representa uma espécie desimulacro das práticas mercantis oficiais, pois se trata de reproduzir tais atividadesmercantis e a lógica que as acompanha, porém, sem adoção do registro legal.
Gaiger (2007, p. 02), em seu artigo “Uma questão de competências, de concorrência... ou de
projetos?” afirma que a economia solidária “nasceu de um outro lugar social na sociedade e
no mundo econômico; por conseguinte, a partir de outro ponto de vista.” Contudo, resta-lhe,
nos dias atuais, “resgatar tais valores para atualizar a fidelidade a seu projeto”. Segundo o
autor essa nova economia foi “banalizada sob o rótulo de economia informal”, por suas
condições de subalternidade e precariedade. Sob esta ótica, salientamos que Gaiger não
compreende a economia solidária como sendo economia informal, e dá preferência ao
primeiro termo em detrimento do segundo.
Em relação à “economia social”, Guélin (1998) citado por Lechat (2002, p. 124) salienta que
este conceito, que foi o primeiro termo a surgir (e que se aproxima da noção atual da
economia solidária) aparece “no final do primeiro terço do século XIX como uma outra
maneira de fazer da Economia Política”, segundo o autor, economia social, ou “ économie
sociale”, não é um termo de fácil definição, pois, ao longo de um século e meio, já assumiu
diversas conotações. Atualmente, o autor a define como:
[...] composta por organismos produtores de bens e serviços, colocados emcondições jurídicas diversas no seio das quais, porém, a participação dos homensresulta de sua livre vontade, onde o poder não tem por origem a detenção do capitale onde a detenção do capital não fundamenta a aplicação dos lucros. (GUÉLIN,1998 apud LECHAT 2002, p. 125)
Houtart (2001) citado por Cattani (2003, p. 235) identifica dois sentidos para o termo
economia social: “(a) um seria o de indicar a existência de um setor ou dimensão da economia
que deve estar voltada para o social; (b) O outro seria uma economia comprometida com as
necessidades sociais e humanas, ou seja, uma economia que atenda as demandas da
reprodução - reprodução simples relacionada a sobrevivência, e reprodução ampliada da vida
no que tange o bem-viver individual, comunitário e social”.
A economia social pode ser compreendida como “o setor da economia de um país que não é
estatal nem privada.” (ARRUDA, 2006, p. 04)
Para Arruda “O termo socioeconomia solidária equivale a economia solidária, tendo como
única diferença a ênfase no sentido social que deve ter a verdadeira economia – aquela que é
fiel ao seu sentido etimológico – [...].” (CATTANI, 2003, p. 232)
Arruda entende a socioeconomia como:
[...] Proposta de fazermos uma economia a serviço do social, do humano, capaz decriar e distribuir produtos necessários, mais que à sobrevivência, à vida humana, deforma ampla e satisfatória. Bem estar e satisfação para todas e todos, que nospermitem dispor de tempo e energia para desenvolvermos nossas capacidades epotenciais superiores de seres humanos. (ARRUDA, 2000, p. 03)
Segundo Pacs e Casa (1998) os que utilizam o termo socioeconomia solidária, entendem esta,
como sendo a que melhor identifica o real objetivo da atividade econômica, que é o cuidar da
casa e dos seus habitantes, além de conferirem o valor central do conceito e da sua prática.
(in: CATTANI, 2003)
A economia plural é também um conceito constantemente relacionado à economia solidária,
caracteriza-se por ser "[...] uma economia que admite uma pluralidade de princípios do
comportamento econômico”. (FRANÇA FILHO; LAVILLE, 2006, p. 115)
O conceito de economia plural abrange as inúmeras formas de comportamento da economia,
assim Coraggio afirma que “o termo Economia Solidária que abrevia uma ampla variedade de
propostas e expectativas e deve permanecer plural, permitindo a experimentação responsável
na busca de novas formas de organização da produção e reprodução.” (SÉRIE SEMEANDO
SOCIOECONOMIA, 2003, p. 65)
O conceito de economia solidária veio a surgir na década de 90, como afirmam França Filho e
Jean-Louis Laville (2004, p. 109)
Enquanto conceito, o termo economia solidária elabora-se, portanto, no início dosanos 90 na França, fruto sobretudo das pesquisas desenvolvidas no Crida em Paris(Centre de Recherche et d’Information sur la Démocratie et l’Autonomie), sob acoordenação de Jean Louis Laville, visando exatamente dar conta da emergência edo desenvolvimento do fenômeno de proliferação de iniciativas e práticassocioeconomicas diversas, as chamadas iniciativas locais na Europa.(grifo nosso)
Contudo, na literatura brasileira o conceito de economia solidária, aparece pela primeira vez
em 1993 no livro Economia de Solidariedade e organização popular, organizado por Gaddoti,
em que o autor chileno Luis Razeto a descreve como:
[...] uma formulação teórica de nível científico, elaborada a partir e para dar conta deconjuntos significativos de experiências econômicas [...], que compartilham algunstraços constitutivos e essenciais de solidariedade, mutualismo, cooperação eautogestão comunitária, que definem uma racionalidade especial, diferente de outrasracionalidades econômicas. (RAZETO apud LECHAT, 2002, p.130)
Atualmente, o conceito de economia solidária, tem se expandido pelo Brasil, principalmente
nas últimas décadas, e partir da segunda metade dos anos 90, ganha visibilidade no setor
acadêmico. Hoje, existem diversos autores que trabalham a questão da economia solidária.
França Filho e Laville (2004, p. 118) definem a economia solidária “ c o m o c o n ju n to d e
a tiv id a d e s c o n trib u in d o p a ra a d e m o c ra tiz a ção d a e c o n o m ia a p a r tir d e e n g a ja m e n to s d e
c id a d a n ia [ .. .] ” . A c re sc e n ta m a in d a , q u e n o c a so b ra s ile iro a e c o n o m ia so lid ária é
u til iz a d a p a ra id e n tif ic a r a s d iv e rsa s in ic ia tiv a s d e g ru p o s so c ia is , q u e o rg a n iz a m c o m
b a se n a so lid a rie d a d e e n a d e m o c ra c ia , p a ra re a liz a re m a tiv id a d e s e c o n ôm ic a s , d e
e n fre n ta m e n to a su a s n e c e ss id a d e s lo c a is .
Mance (2002, p. 03) entende que a economia solidária também engloba a questão do
“financiamento” e em geral, associa-se a:
[...] práticas de consumo, comercialização, produção e serviços (entre os quais o definanciamento) em que se defendem, em graus variados, entre outros aspectos, aparticipação coletiva, autogestão, democracia, igualitarismo, cooperação eintercooperação, auto-sustentação, a promoção do desenvolvimento humano,responsabilidade social e a preservação do equilíbrio dos ecossistemas.
No âmbito do Sistema Nacional de Informações da Economia Solidária (SIES), “do governo
federal”, a Economia Solidária é compreendida como um “conjunto de atividades econômicas
– de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas e realizadas
solidariamente por trabalhadores e trabalhadoras sob a forma coletiva e autogestionária”
(BRASIL, 2005).
A economia solidária apresenta práticas opostas ao capitalismo, visto que nesse sistema o
homem é o sujeito e finalidade da ação e não o lucro como no capitalismo, segundo a CNES:
A Economia Solidária se caracteriza por concepções e práticas fundadas em relaçõesde colaboração solidária, inspiradas por valores culturais que colocam o ser humanona sua integralidade ética e lúdica e como sujeito e finalidade da atividadeeconômica, ambientalmente sustentável e socialmente justa, ao invés da acumulaçãoprivada do capital. (CNES, 2006, p. 02)
O Fórum Brasileiro da Economia Solidária (FBES) entende que:
A economia solidária constitui o fundamento de uma globalização humanizadora, deum desenvolvimento sustentável, socialmente justo e voltado para a satisfaçãoracional das necessidades de cada um e de todos os cidadãos da Terra seguindo umcaminho intergeracional de desenvolvimento sustentável na qualidade de sua vida.(Carta de princípios, 2005).
A economia solidária abarca também o significado de geração de trabalho e renda e inclusão
social, além de repensar a economia sob a ótica do trabalho coletivo, conforme o Catálogo de
produtos publicado pelo Fórum de Economia Popular Solidária do Espírito Santo:
É um conjunto de atividades econômicas em que ocorre a propriedade coletiva dosmeios de produção organizados sob forma de gestão coletiva e participativa, aexemplo de cooperativas populares, associações, empresas autogestionárias e gruposde trabalhos. Envolve a prestação de bens, prestação de serviços, finanças, trocas,comércio e consumo. (FEPS, 2005)
Observa-se entre os conceitos estudados que em geral o termo economia solidária se refere a
organizações que assumem os conceitos de solidariedade, autogestão, colaboração, como
princípios básicos para essa nova organização social e econômica. Além disto, está
intimamente ligada à geração de trabalho e renda, ou ligados diretamente a esses como as
cooperativas de consumo solidário e as cooperativas de crédito solidário, e os clubes de
trocas.
A Economia Popular e Solidária, por sua vez, retrata uma visão mais ampla, traduzindo uma
opção que o indivíduo faz por um modo de vida, pois refaz um projeto para a sociedade com
valores novos e distintos dos até então apresentados. Ela abrange as atividades que atuam na
economia popular e na economia solidária, concomitantemente, assumindo características
especificas dos dois conjuntos.
A partir dos conceitos acima citados, pode-se afirmar que a Economia Popular é distinta da
Economia Solidária, mesmo que possam interagir entre si. É possível identificar atividades da
economia popular que não são solidárias, como as cooperativas familiares de cunho
capitalista, como também são possíveis identificar ações da economia solidária que não são
populares como as organizações não-governamentais que trabalham no combate à fome, por
exemplo. Assim caracterizam-se como atividades econômicas classificadas como tendo
origem popular e solidária:
A Economia Popular Solidária surge a partir de iniciativas de base comunitária emgeral construídas por organizações vinculadas aos setores populares. Trata-se deatividades produtivas que tanto se inserem no Mercado quanto constituem redes decomercialização próprias (o Mercado Solidário). O campo da EPS, baseado napequena empresa comunitária, na agricultura familiar, no trabalho doméstico,autônomo, nas cooperativas e empresas autogestionárias, aos poucos supera odesafio do Mercado e viabiliza (e se viabiliza) sua competitividade no mesmo,constituindo-se como uma alternativa desde o interior das relações mercantis. Trata-se de um outro circuito econômico diferenciado do mercantil-capitalista e do estatal
no qual os pobres constroem suas próprias alternativas comunitárias de provisãomaterial da sua existência através de relações de solidariedade. (LISBOA apudBARCELLOS, 2000 p. 43)
A partir dos diversos conceitos estudados, evidencia-se uma incessante busca pela
estruturação do processo de economia solidária brasileira. Nota-se uma convergência de que a
economia solidária brasileira somente pode ser entendida, se restituída no panorama de uma
economia popular, porém, a proposta da economia solidária pretende ir além das
características próprias da economia popular. As iniciativas da economia popular solidária
não se limitam a esfera da chamada “reprodução simples”, elas estão mais direcionadas para a
“reprodução ampliada”, ou seja, sua ação abrange não apenas o nível da renda imediata, como
também, o nível mais geral, de reivindicação de direitos, ampliando sua ação ao espaço
publico, nas dimensões: social, econômica, política e cultural. Contudo a economia popular e
solidária abarca uma diversidade de princípios do comportamento econômico em seu
conceito, ainda em construção, que nesse ponto se assemelha ao conceito de economia plural,
porque admite o desenvolvimento de várias lógicas econômicas. (FRANÇA FILHO;
LAVILLE, 2006, p. 99)
A economia solidária emana do povo, ou seja, ela nasce da vontade do povo, e não pode
acontecer a partir de uma solidariedade forçada, “é popular” à medida que surge por iniciativa
própria da comunidade. Mas, como afirma Razeto citado por Barcellos (2000, p. 35) “nem
toda economia popular é solidária”, ou seja, o empreendimento pode ser popular, estar
organizado sob as formas comunitárias, cooperativas, associativas e autogestionárias, mas
fundamentar-se sob a lógica do capital; neste caso ela seria uma economia popular, mas não
solidária.
Também é possível identificar características da socioeconomia solidária na prática da
economia solidária, pois suas ações também giram em torno do social e do humano, à medida
que propõem uma racionalidade econômica voltada para o sujeito, enquanto principio e
finalidade da atividade econômica, “Só a economia solidária pode satisfazer efetivamente as
necessidades e realizar as os desejos e aspirações profundas dos seres solidários que somos”.
(CATTANI, 2003, p. 233).
Entretanto a economia popular e solidária não se assemelha a economia informal, pois esta se
refere a “sobrevivência”, a resolver as necessidades imediatas e, muitas vezes passageiras, até
que o individuo reencontre um lugar no mercado de trabalho, enquanto a economia popular
solidária propõe um novo modo de organização social. Como afirma Singer (2000, p. 13) “A
economia solidária surge como modo de produção e distribuição alternativo ao capitalismo,
criado e recriado periodicamente pelos que se encontram (ou temem ficar) marginalizados do
mercado de trabalho”. É possível relacionar a economia solidária à economia social no
sentido de que ambos nascem como uma iniciativa das classes trabalhadoras contra a miséria
e o desemprego. (LECHAT, 2002, p. 136)
Concebendo o sentido etimológico dos termos “economia” que em grego quer dizer “normas
da casa”; e “solidária”, que segundo Mance (2001, p. 17), “deriva de solidu, que quer dizer
algo forte, que dificilmente se deixa destruir por uma força externa”; o significado do termo
economia solidária, equivale às normas da casa que dificilmente se deixarão destruir por uma
força externa.
Para compreensão deste “novo” universo de práticas econômicas, França Filho e Laville
(2006, p. 60) verificam a necessidade de se fazer a distinção entre, pelo menos, três
modalidades principais que compõem o campo da economia solidária, que são: “os
empreendimentos econômicos solidários (EES), isto é, as iniciativas que operam a economia
solidária na ponta; as entidades de apoio e fomento (EAF) aos empreendimentos; e as formas
de auto-organização política.”, diante disto, será explicitado como se encontram estas
“modalidades principais” no atual contexto da economia solidária.
Cabe aqui ressaltar, a recente pesquisa denominada “Mapeamento da Economia Solidária”
realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através da Secretaria Nacional de
Economia Solidária (SENAES), pela qual é possível verificar a expansão deste setor no país,
bem como os diversos atores inseridos neste contexto, conforme o Mapa -1:
Figura 1
O Campo da Economia Solidária no Brasil
FONTE: Atlas da economia solidária no Brasil
Atualmente os empreendimentos da economia solidária não se restringem a iniciativas
isoladas e fragmentadas, pelo contrário, cada vez mais assumem espaços de visibilidade no
setor econômico. A expressão dessa nova economia encontra-se presente em todos os
territórios brasileiros, evidenciando a concretização desta nova forma de produção e
distribuição, em grupos organizados solidariamente, formados por trabalhadores e
trabalhadoras marginalizados do mercado capitalista. (CHAVES; PINTO, 2007, p. 63)
Isso se deve muito ao trabalho das entidades de apoio, assessoria e fomento que contribuem
com a consolidação dos empreendimentos solidários. São “organizações que desenvolvem
ações nas varias modalidades de apoio direto junto aos empreendimentos econômicos
solidários, tais como: capacitação, assessoria, incubação, assistência técnica e organizativa e
acompanhamento”.(SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO EM ECONOMIA
SOLIDÁRIA, 2006, p. 02)
Estas organizações surgem a partir da década de 80, promovendo projetos alternativos
comunitários que auxiliavam grupos comunitários a desenvolverem-se coletivamente em
atividades econômicas. São formadas por organizações não-governamentais (ONGs), serviços
e entidades ligadas às igrejas, incubadoras universitárias (tecnológicas e de cooperativas
populares), como: Cáritas, Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Autogestão (ANTEAG), Central Única de Trabalhadores (CUT).
Neste âmbito das entidades de fomento, cabe destacar a atuação das Incubadoras
Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs), que segundo França Filho e Laville (2004,
p.156) “são entidades universitárias destinadas à incubação de cooperativas e a grupos de
produção associada [...]”, os autores acrescentam ainda que as ITCPs são constituídas por
equipes multidisciplinares compostas por: professores, alunos de graduação e pós-graduação e
funcionários, todos pertencentes às mais diversas áreas do saber. “Elas atendem grupos
comunitários que desejam trabalhar e produzir em conjunto, dando-lhes formação em
cooperativismo e economia solidária e apoio técnico, logístico e jurídico para que possam
viabilizar seus empreendimentos autogestionários.” (SINGER, 2002 apud FRANÇA FILHO e
LAVILLE, 2004, p. 157)
Quanto à auto-organização política França Filho e Laville (2006, p. 66) apontam que cada vez
mais os atores da economia popular e solidária buscam reconhecimento institucional,
acrescentam que “este movimento reivindica direitos, interroga as políticas públicas e
propõem outras.” Os autores evidenciam as redes e os fóruns como sendo as principais formas
de auto-organização política deste movimento.
As redes “consistem num associacionismo mais amplo, compreendendo certo número de
experiências concretas, assim como de organizações de fomento e apoio que compartilham
valores e regras comuns” (FRANÇA FILHO; LAVILLE, 2006, p. 67).
As redes nascem a partir das experiências da sociedade, um exemplo expressivo é a Rede de
Socioeconomia Solidária, criada em 2001, no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.
Atualmente, a economia solidária tem se articulado em vários fóruns locais, regionais e
também no Fórum Brasileiro de Economia Solidária. França Filho e Laville (2006, p. 67)
definem os fóruns como sendo “espaços de reunião de atores, que supõe a participação de
representes de instituições públicas do Estado.”
Cabe aos fóruns intervir com mais força na construção de políticas públicas através do
encaminhamento de proposições, ou seja, os fóruns se configuram com espaços de
intermediação em relação ao Estado.
Em âmbito nacional, destacam-se algumas práticas de auto-organização da sociedade civil
como, por exemplo, a constituição do Grupo de Trabalho Brasileiro da Economia Solidária
(GT Brasileiro), constituído por organizações e redes de uma diversidade de práticas e
segmentos da economia popular solidária.
Em 2003, o Governo Federal, criou a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES),
no mesmo ano foi criado o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) com a
incumbência de articular e mobilizar as bases da economia solidária pelo país, em torno de
uma Carta de princípios e uma Plataforma de Lutas, e de fazer a interlocução junto ao
governo, em especial junto à recém-criada SENAES.
Em junho de 2003, a III Plenária Nacional da Economia Solidária, após debates em 18 estados
brasileiros, aprovou a Carta de Princípios, contendo 3 partes distintas que se complementam:
a história e o momento atual; os princípios gerais; princípios específicos; o que a economia
solidária não é. Assim, os princípios gerais de que regem a economia solidária, são:
I. A valorização social do trabalho humano;
II. A satisfação plena das necessidades de todos como eixo da criatividade tecnológica e
da atividade econômica;
III. O reconhecimento do lugar fundamental da mulher e do feminino numa economia
fundada na solidariedade,
IV. A busca de uma relação de intercâmbio respeitoso com a natureza;
V. Os valores da cooperação e da solidariedade;
VI. O valor central da economia solidária é o trabalho, o saber e a criatividade humanos e
não o capital-dinheiro e sua propriedade sob quaisquer de suas formas;
VII. A Economia Solidária representa práticas fundadas em relações de colaboração
solidária, inspiradas por valores culturais que colocam o ser humano como sujeito e
finalidade da atividade econômica, em vez da acumulação privada de riqueza em geral
e de capital em particular;
VIII. A Economia Solidária busca a unidade entre produção e reprodução, evitando a
contradição fundamental do sistema capitalista, que desenvolve a produtividade, mas
exclui crescentes setores de trabalhadores do acesso aos seus benefícios;
IX. A Economia Solidária busca outra qualidade de vida e de consumo, e isto requer a
solidariedade entre os cidadãos do centro e os da periferia do sistema mundial;
X. Para a Economia Solidária, a eficiência não pode limitar-se aos benefícios materiais de
um empreendimento, mas se define também como eficiência social, em função da
qualidade de vida e da felicidade de seus membros e, ao mesmo tempo, de todo o
ecossistema;
XI. A Economia Solidária é um poderoso instrumento de combate à exclusão social, pois
apresenta alternativa viável para a geração de trabalho e renda e para a satisfação
direta das necessidades de todos, provando que é possível organizar a produção e a
reprodução da sociedade de modo a eliminar as desigualdades materiais e difundir os
valores da solidariedade humana.
Por fim os empreendimentos econômicos solidários, que num verdadeiro polimorfismo, se
organizam de inúmeras formas como: cooperativas, associações, empresas autogestionárias,
entre outros, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças
solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário. E apesar desta heterogeneidade, nestes
empreendimentos, as relações de práticas solidárias se fundamentam em princípios de
participação, autogestão, democracia, igualitarismo, cooperação, autosustentabilidade,
desenvolvimento humano, responsabilidade social e a preservação do meio ambiente.
Assim, dentre estas inúmeras expressões da Economia Solidária no Brasil, destacam-se as
perspectivas complementares da produção, da comercialização e do consumo.
No âmbito da produção, a Economia Solidária tem como principal expressão o
cooperativismo, que é entendido pelas Organizações das Cooperativas Brasileiras (OCB)
como “associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer
aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa
de propriedade coletiva e democraticamente gerida.”
Assim, a Economia Solidária melhora para o cooperador as condições de trabalho, mesmo
quando estas continuam deixando muito a desejar. Afinal de contas, assumir o poder de
participar das decisões e, portanto de estar informado a respeito do que acontece e que opções
existem é um passo importante para a redenção humana do trabalhador.
A autogestão duma empresa solidária é – ou deveria ser – totalmentediferente da gestão capitalista, primeiro porque os conflitos entre interessesseccionais deve ser muito menor, segundo porque podem ser travadosabertamente e resolvidos por negociações em que todos tomam parte.Numa empresa solidária todas as informações relevantes estão disponíveisaos interessados. (SINGER; SOUZA, 2000, p. 20)
Outro exemplo expressivo, no universo da prática de comercialização solidária, relacionado
ao domínio do que poderíamos chamar de uma economia sem dinheiro, são os sistemas de
trocas locais, mais conhecidos pela expressão “ clubes de trocas”.
Estes consistem numa associação de pessoas (ao mesmo tempoprodutores e consumidores individuais) cuja finalidade é intercambiar bens eserviços sem recurso a uma lógica mercantil e adotando-se, na maioria doscasos, moedas sociais como instrumento regulação das relações de troca.(FRANÇA FILHO; LAVILLE, 2006, p. 62)
Para Melo Neto (2003) o clube de trocas é uma articulação entre produtores, prestadores de
serviços e consumidores do bairro, que se reúnem semanalmente para trocarem seus bens e
serviços utilizando moeda social.
Nem todos os clubes de troca adotam moeda fictícia. Tais práticas alimentam a proliferação
de um circuito de trocas não monetárias cujo fundamento é uma lógica de dádiva, ou seja, o
objetivo das trocas é, para além da satisfação utilitária dos bens ou serviços, fortalecer ou criar
vínculos sociais entre as pessoas envolvidas.
O presente trabalho tem como foco os tomadores de empréstimos em Moeda Bem, que é uma
das práticas de Economia Solidária, que se insere no âmbito da comercialização e das finanças
solidárias. Neste universo, da prática da comercialização solidária, existem também outros
exemplos dignos de nota como já citados anteriormente como os Clubes de Trocas e as Feiras
Solidárias, não sendo objeto deste trabalho.
A tendência pelo desenvolvimento de Cadeias Produtivas Solidárias que articulam em
diferentes esferas na Economia Solidária permite articular solidariamente os diversos elos de
cada cadeia produtiva, em rede de agentes que se apóiam e se complementam, ou seja, o
consumo solidário com a produção, a comercialização e as finanças, de modo orgânico e
dinâmico e de nível local até global. A Economia Solidária amplia as oportunidades de
trabalho e intercâmbio para cada agente sem afastar a atividade econômica do seu fim
primeiro, que é responder as necessidades produtivas e reprodutivas da sociedade e dos
próprios agentes econômicos.
Nesse trabalho será analisado um dos instrumentos desta cadeia, que é a Moeda Solidária,
tendo como especificidade a realidade dos tomadores de empréstimo em Moeda Bem.
3 – O OBJETO: A MOEDA DO BANCO BEM DE SÃO BENEDITO
3.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO DO BAIRRO
O Bairro São Benedito é um morro que se localiza na periferia de Vitória, ocupa uma área de
196.747,70 m2, com uma população de aproximadamente 1.365 pessoas, e um total de 331
domicílios, segundo dados do Índice de Qualidade Urbana (IQU), 2000. (Tab.1)
Tabela 1 – Áreas e população dos bairros de Vitória nos anos de 1991 e 2000, por Região Administrativa
Bairros por RegiõesAdministrativas
Área (m²) População(1991)
População(2000)
Variação(absoluta) nºpopulação
Variação (%) nºpopulação
RA4 – MARUÍPEAndorinhas 137.387,30 1.973 2.113 140 7,10%Da Penha 256.751,40 5.649 6.650 1.001 17,72%Bonfim 358.995,60 7.226 8.594 1.368 18,93%Itararé 493.467,70 6.877 7.585 708 10,30%Joana D’arc 1.087.895,00 2.315 2.486 171 7,39%Maruípe 331.633,00 4.063 3.911 (152) -3,74%Santa Cecília 455.874,10 1.472 1.363 (109) -7,40%Santa Martha 513.805,80 6.112 6.913 801 13,11%Santos Dumont 125.878,30 2.011 1.940 (71) -3,53%São Benedito 196.747,70 2.006 1.365 (641) -31,95%
São Cristóvão 422.169,30 3.755 4.059 304 8,10%Tabuazeiro 1.290.912,00 5.007 6.305 1.298 25,92%
5.671.517,20 48.466 53.284 4.818 9,94%Fonte: IBGE (2000); IBGE (1991); SEDEC/DI/INF (2003) e SEDEC/DIT/INF (2004)
Segundo relatos de alguns moradores antigos a comunidade de São Benedito, faz parte de um
bairro que foi criado há mais de 40 anos, na área de uma propriedade denominada Fazenda
Maruípe, que atualmente, compreende além de São Benedito (Morro Grande) o bairro da
Penha. A ocupação se deu principalmente através de mobilizações populares apoiadas pelo
sargento Ascendino Fagundes de Aguiar o “Carioca”, na época, líder popular da comunidade,
que junto dos moradores abriu as ruas do bairro à noite, organizado sob a forma de mutirões e
iluminados a luz do lampião.
Atualmente evidencia-se um baixo índice na qualidade de vida da população residente neste
bairro, de acordo com o Segundo relatório da Prefeitura Municipal de Vitória, IQU, o bairro
ocupou o 79º lugar entre os bairros de Vitória no ranking do melhores e piores bairros
segundo os resultados do IQU (Tab. 2).
Tabela 2 – Melhores e piores bairros segundo os resultados do IQU/Período 1991 e 2000Melhores bairros 1991 Ranking 2000 Ranking Piores bairros 1991 Ranking 2000 RankingP. Santa Helena 0,80 6 0,84 1 São Benedito 0,23 75 0,20 79Mata da Praia 0,85 3 0,83 2 Conquista 0,11 78 0,22 78Ilha do Frade 0,89 2 0,81 3 Ilha das Caieiras 0,34 60 0,29 77Praia do Canto 0,84 4 0,80 4 Piedade 0,36 56 0,30 76Ilha Bela 0,89 1 0,80 5 Fonte Grande 0,39 50 0,34 75Jardim da Penha 0,79 7 0,79 6 Santos Reis 0,24 74 0,34 74Barro Vermelho 0,75 10 0,78 7 Nova Palestina 0,06 79 0,36 73Santa Lúcia 0,75 11 0,77 8 Gurigica 0,25 70 0,36 72Enseada do Suá 0,80 5 0,75 9 Resistência 0,12 77 0,37 71Bento Ferreira 0,76 9 0,75 10 Jesus de Nazareth 0,34 59 0,37 70Parque Moscoso 0,77 8 0,74 11 Santo André 0,25 73 0,42 65
São José 0,25 72 0,42 64Grande Vitória 0,25 71 0,44 57Redenção 0,22 76 0,40 68
Fonte: IBGE (2000); IBGE (1991); SEDEC/DIT/INF (2003) e SEDEC/DIT/INF (2004)
É interessante ressaltar que uma das características atuais deste bairro é a força de seu
trabalho em cooperativas cuja mobilização iniciou por meio de cursos oferecidos pelo
Instituto C&A, para adolescentes da ONG denominada Serviço de Engajamento Comunitário
(SECRI), porém o interesse maior foi demonstrado por 60 mulheres que se inscreveram para o
curso de Customização de Roupas, e depois desse curso decidiram juntar-se para trabalhar na
produção de artesanatos.
Em dezembro de 2002, essas mesmas mulheres conseguiram um empréstimo de R$ 300,00
compraram materiais, produziram e foram expor seus produtos em uma feira como primeira
experiência de comercialização. A partir desses resultados elas decidiram continuar com o
grupo que hoje se denomina Bem Arte e Moda. No ano seguinte esse grupo de mulheres
concede um empréstimo aos ex-alunos da marcenaria do SECRI dando início a confecção de
peças de madeira, e a constituição do grupo Bem Arte em Madeira. No mês de outubro de
2003 as mulheres do Bem Arte Moda concedem um novo empréstimo, desta vez a uma das
associadas do referido grupo que percebeu suas habilidades culinárias se sobressaindo mais
em relação às de moda e se desligou do Bem Arte Moda, para unir-se a outras mulheres
criando assim, o Bem Nutrir, voltado inicialmente para a fabricação de doces, panetones e
chocotones, e hoje também produzem salgados e tortas bem como o fornecimento de coffee-
break e refeições, assim, com o surgimento de novos grupos oportunizando a inclusão
econômico-social, nasce a Artidéias.
Em setembro de 2003, nasce a Artidéias, com a missão de combater, através daEconomia Solidária, a falta de alternativa de trabalho e renda, contribuindo para adiminuição dos níveis de pobreza e para a luta coletiva por melhor qualidade devida. (MOL, 2005, p. 01)
A articulação sob o signo da solidariedade se faz muito presente nesta comunidade motivando
a criação de novos grupos produtivos, assim em agosto de 2004 surgiu o Bem Limpar, a partir
da iniciativa de uma moradora que aprendeu a fazer sabão, reunindo outras pessoas que se
interessaram por esta atividade, passando a produzir produtos de limpeza, tais como: sabão de
álcool, sabão líquido, amaciante de tecidos e vassouras ecológicas, feitas de garrafas pet. Este
projeto contou com o apoio de um grupo de empresários que concedeu um empréstimo para
as despesas com treinamento e compra de maquinário. Dois anos depois, em julho de 2006 o
projeto Banco Bem-dignidade às moradias foi aprovado pela Brazil Foundation,
possibilitando o fomento de um novo grupo de produção, o Bem Construir, voltado para a
fabricação e comercialização de tijolos ecológicos, além de capacitar os integrantes para a
produção deste tipo de material.
Atualmente, existem 06 grupos produtivos que compõem a Associação de Artesãos
Atelier de Idéias (Artidéias), contudo, visando garantir maior consistência e
crescimento dos projetos que já existem e pensando na possibilidade da criação de
novos projetos, a Artidéias com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE) e da empresa Dai Brasil desenhou uma nova estrutura
organizacional, colocando o Fórum de Desenvolvimento Comunitário como principal
facilitador entre a comunidade e o Banco Bem, conforme figura 1.
Figura 1 – Estrutura Organizacional do ARTIDEIAS (segundo relato da autora Leonora M. L. Mol)
A economia solidária resgata a possibilidade de o indivíduo inserir-se socialmente nas
atividades econômicas, inspiradas na cooperação e autogestão no trabalho, com isso, segundo
os relatórios de atividades de 2007, a idéia de criar o Bem Aprender pauta-se em objetivos
que vão de encontro aos princípios desta nova organização econômica, não somente nas
relações de trabalho, como também, em todas as instâncias de produção da vida, com isso,
espera-se que através do Bem Aprender os trabalhadores tenham uma maior aproximação
com as diretrizes da Economia Solidária, organizem-se em torno de um projeto econômico-
social que privilegie a valorização do trabalho e não do capital, construam novas relações
interpessoais e de respeito a natureza, contribuam com o empoderamento dos associados
estimulando o desenvolvimento de todas suas potencialidades como seres humanos e que
Artidéias
Bem Aprender-Escola deEconomia Solidária
Banco Bem – BancoComunitário deDesenvolvimento
Bem Incubar - Fomentode empreendimentos eAssessoria à CoopBem
Fórum de DesenvolvimentoComunitário
detenham as ferramentas necessárias para a vivência do trabalho-criação, em que têm o
controle sobre todo o processo de produção e, administração do trabalho.
Uma estratégia interessante para fortalecer os grupos é o Bem Incubar, voltado para
a fomentação de novos empreendimentos solidários, além de “articular e constituir
novas tecnologias que agreguem valor aos produtos e serviços dos grupos
existentes, para que se tornem solidários econômica e socialmente e viáveis” (MOL,
2007, p. 04).
Tendo em vista um dos objetivos do Banco Bem que é a promoção do
desenvolvimento local e a organização comunitária, o fortalecimento do Fórum de
Desenvolvimento Comunitário é fundamental para a articulação entre as oito
comunidades de abrangência do Banco, pois através dele é possível o intercâmbio
entre estas comunidades, promovendo a discussão entre assuntos comuns a todas.
A organização das pessoas através dos movimentos sociais ou comunitários não se
constitui propriamente numa novidade, mas, são visíveis as mudanças alcançadas
nas comunidades de São Benedito, Penha e Itararé nas suas dimensões econômica,
social, ambiental e humana e, principalmente, na descoberta das potencialidades, a
partir da prática da Economia Solidária.
3.2 – O BANCO BEM
O desejo de estruturar um Banco Comunitário surgiu em um Seminário sobre Qualificação
Profissional e Economia Solidária realizado pela Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) que
contou com a participação de João Joaquim de Melo Neto, um dos criadores do Banco
Palmas, de Fortaleza – Ceará, pioneiro no Brasil, que apresentou o processo de criação do
Banco Palmas, pioneiro no Brasil. Foi nessa oportunidade que os associados do Artidéias
conheceram e se entusiasmaram com a experiência, e decidiram criar o Banco Bem para
trazer um grande bem para as três comunidades, São Benedito, Penha e Itararé.
A Idéia de criar um Banco Comunitário dentro da comunidade, não parecia muito remota, se
observado a prática de empréstimo já existente nos grupo Artidéias, a diferença consistiria
basicamente em ampliar a ação, consolidando as relações de colaboração inspiradas na
Economia Solidária.
Assim, nos dias 13, 14 e 15 de junho de 2005, Joaquim retornou a Vitória-ES para realizar a
Oficina de Estruturação do banco, voltada para a Criação do primeiro Banco Comunitário do
Estado do Espírito Santo.
Em 06 de outubro de 2005 o Banco Bem foi inaugurado pelos associados da Artidéias a partir
de duas grandes doações: um cheque no valor de R$10.000,00, doado por um grupo de
empresários de Vitória, e um terreno, no valor estimado de R$9.000,00, doado pelo Serviço
de Engajamento Comunitário. Este Banco visava atender, inicialmente, às três comunidades
inseridas em sua área de abrangência – São Benedito, Penha e Itararé - hoje, porém, suas
ações também se estendem aos bairros Bonfim, Consolação, Engenharia, Florestas e Jaburu,
contudo o projeto da moeda Bem, só veio a ser efetivado em fevereiro de 2006.
Atualmente o Banco Bem configura-se juridicamente como uma Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), e é gerido pela Associação de Artesãos Ateliê
de Idéias, tendo como objetivo geral incentivar a criação de novos empreendimentos
solidários que oportunizem a geração de trabalho e renda para os moradores das comunidades
abrangentes, desenvolvendo o comércio local e sustentável.
Neste sentido, o Banco Bem também desenvolve ações específicas visando à implantação do
crédito produtivo, em que realiza ações voltadas para o fomento de uma produção local
sustentável, seja em empreendimentos solidários individuais ou coletivos.
Diante da situação de exclusão econômico-social evidenciada nas comunidades atendidas pelo
Banco Bem, onde é possível identificar o difícil acesso aos bens de consumo, dentre eles
alimentos, roupas, etc., o Banco Bem tem como uma de suas metas incentivar o comércio
justo, através de uma central de comercialização e uma feira de produtores locais,
fortalecendo os laços de solidariedade comunitária e possibilitando que todos tenham acesso
aos produtos locais.
Ainda neste campo de atuação o Banco Bem busca mostrar à população a importância de um
consumo ético e responsável, que valoriza não somente os pequenos produtores da região,
como também o meio ambiente, por se tratar dos produtos fabricados na economia solidária,
que coloca o ser humano como sujeito e finalidade da ação econômica.
Atualmente o Banco Bem tem 248 clientes e uma fila de 298 aguardando empréstimos. Desta
clientela alguns esperam um novo empréstimo. Trata-se de uma instituição comunitária que
oportuniza o crédito à população inserida em sua área de abrangência.
O objetivo desta experiência econômica solidária é criar mecanismos de desenvolvimento
local. O Banco Bem se configura num “projeto de desenvolvimento local com inclusão social,
voltado para geração de renda na perspectiva da Economia Solidária” (MOL, 2005, p. 02). O
microcrédito é um desses mecanismos de incentivo ao consumo local, que atua em três linhas:
produtivo - oferecido em Reais a quem deseja constituir ou ampliar seu próprio negócio,
habitacional - destinado àqueles que desejam reformar suas casas e de consumo - realizado
em Moeda Bem podendo variar de 10,00 (dez Bens) até 100,00 (cem Bens), e sem cobrança
de juros. Contudo a grande maioria dos tomadores de empréstimos tem nome no Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC) ou alguma dificuldade de comprovação de renda, devido a este
fator, o Banco Bem recorreu a outras formas de "avaliação" e "aprovação" de crédito, quem
aprova o empréstimo é a própria comunidade através do conselho de aprovação de crédito do
Banco Bem, composto por moradores da comunidade, e em alguns casos o pedido de
empréstimo é levado ao Fórum Bem Maior, que reúne os moradores de todas as comunidades
atendidas pelo Banco Bem, a partir de visitas realizadas pelos agentes de créditos do Banco
Bem, ou seja, há um acompanhamento pelos próprios moradores a estes empréstimos. O
percentual de inadimplência é estimado em aproximadamente 20%.
Hoje o Banco Bem já beneficiou vários empreendimentos, algo em torno de R$137.254,41
mil reais, priorizando projetos coletivos que geram novos postos de trabalho e renda para os
moradores (costureiras, artesãos, vendedor de água de coco, vendedor de churrasquinho, entre
outros). Este processo vem desenvolvendo a comunidade, incentivando consumo da Moeda
Bem e principalmente constituindo novos referenciais de cidadania. Contudo, a manutenção
deste empreendimento popular de organização e defesa dos interesses locais é possível a partir
de algumas parcerias (ONGs, Prefeitura, universidades, e outros).
O Banco Bem assim, recria novas possibilidades perante as regras impostas pelo capitalismo;
da economia "individualizante" surge uma nova economia, desta vez uma economia coletiva,
pautada em princípios de colaboração, reafirmando o slogan “Outra economia acontece” do
Fórum Brasileiro de Economia Solidária (2006).
3.3 – A MOEDA
Hoje em dia, a moeda parece ser uma coisa comum, porém, nem sempre ela teve
esse lugar, com a diversificação das atividades humanas e a conseqüente
necessidade de troca, esta se tornou cada vez mais complexa exigindo a criação de
algo que facilitasse esse processo de comercialização.
Ao longo da História, as sociedades humanas desenvolveram inúmeras fórmulaspara efetivar as trocas de produtos e bens. Em algumas zonas, as trocas se baseavamem padrões monetários de valor material, empregando produtos de origem animal,vegetal ou mineral; em outras, as comunidades concretizavam suas relaçõescomerciais através da troca de objetos de valor simbólico e cultural, sem umautilidade prática, tais como adereços, conchas, etc. Essas trocas estimularam odesenvolvimento de feiras, alcançando grande importância econômica (e social) emdiversas regiões, por exemplo, na Ásia, Europa Mediterrânea, no Oriente Médio eNorte da África. Esses mercados livres demonstraram que o comércio e as trocas jáeram uma vocação de diversas sociedades humanas, muito antes do surgimento dosistema capitalista e das moedas nacionais. (BÚRIGO, 2001, p. 03)
Nesse contexto nasce então a moeda que se apresenta como uma unidade de valor
que é aceita por um determinado grupo, comunidade, ou até mesmo país.
Castro e Lessa (2005, p. 90-91) afirmam:
As novas atribuições impõem novas qualidades à moeda; sua aceitação ilimitadarequer atributos como ser homogenia, divisível, facilmente transportável, de difícilfalsificação etc. Ingressa-se na economia monetária propriamente dita – esta fase seinaugura, historicamente, com a adoção dos metais preciosos como base física parao incipiente regime monetário.
Seria inadequado, segundo Pilagallo (2000), atribuir o surgimento da democracia ao advento da
economia monetizada. Mas é inegável a contribuição da moeda para o capitalismo. Ao gerar e
espalhar a riqueza, a circulação de dinheiro ajudou a emergir uma classe que se beneficiou da
mobilidade social, passando a pressionar por uma representação política que refletisse a nova
realidade econômica.
Com isso o sistema financeiro assumiu papel central nas estratégias de expansão das
sociedades capitalistas. Controlado hegemonicamente por grupos e conglomerados
empresariais de caráter financeiro, a dinâmica do sistema repercute cada vez mais nas
decisões econômicas. Para Pilagallo (ibid) apesar de sua importância política, social e
econômica, o funcionamento do sistema financeiro (com suas constantes inovações) parece
ainda pouco compreendido pela maioria das pessoas e pelas organizações da sociedade civil.
Nessa perspectiva o sistema financeiro assume papel de controle sobre a sociedade, como
afirmam Mizruchi e Stearns (1994) citado por Burigo (2001, p. 03):
Weber estudou o papel do dinheiro nas sociedades ocidentais modernas, a suaimportância para a racionalização da vida social e a definição dos preços dos bens eserviços. Ele classificava o sistema financeiro como um caso especial de poder,preocupava-se com o controle do dinheiro e o poder das instituições financeiras e doEstado.
Segundo Búrigo (ibid), moeda corrente é aquela que circula legalmente num país, e
considera-se moedas fortes aquelas que têm curso internacional, como instrumento
de troca e reservas de valor. A partir do processo de legitimação simbólica e jurídica
de uma moeda única dá-se a construção e manutenção do poder político na
sociedade moderna. Porém, com a crescente onda do desemprego e desigualdade
social a sociedade civil se mobiliza em torna de alternativas para amenizar estas
conseqüências trazidas por um sistema econômico controlado por uma minoria em
detrimento de uma maioria.
O autor relata ainda que em determinado momento a sociedade começa a se unir num intenso
movimento reacionário ao contexto sócio-político e econômico do País, em busca de soluções
para a situação de desemprego e miséria. Assim sendo, começam a surgir novos tipos
economia e de moedas.
A economia solidária trouxe a criação de formas diferenciadas de produção, pautadas em
formas mais solidárias de produzir e distribuir bens e serviços. Com isso dá-se o surgimento
das moedas sociais e clubes de trocas.
Experiências dos clubes de trocas que empregam a sua própria moeda e vemganhando destaque nos últimos anos, [...]. O uso do dinheiro próprio nos clubes detrocas vem fortalecendo a idéia da moeda social, na qual são incorporados elementosde natureza social e de criação de relações econômicas sob bases solidárias.(BURIGO, 2001, p. 09)
Em relação à moeda social circulante, esta “é um instrumento essencialmente local, criada
para dinamizar a economia de uma comunidade ou a um conjunto de comunidades” (Palestra
proferida por Leonora M. L. Mol, durante o I Seminário de Economia Solidária da
EMESCAM - mai. de 2007), isso em função de oportunizar as comunidades mais um
instrumento para driblar a macroeconomia, e dessa forma possibilitar uma autonomia sobre
algumas questões econômicas e o desenvolvimento local.
Atualmente o Banco Bem se encontra em pleno funcionamento e lançou a sua própria moeda.
É o "Bem", que não é concorrente do real ou de outra moeda, mas seu valor equivale ao valor
do Real, pois para cada Bem circulando existe o mesmo valor em real. A Moeda Bem é
voltada para financiar o consumo e é utilizada apenas nas comunidades de abragência do
Banco Bem, permitindo às famílias comprarem em qualquer comércio cadastrado.
O lançamento oficial da moeda ocorreu no dia 16 de março de 2006 com o slogan “Esta
moeda vai fazer bem para muita gente”, e contou com a participação de representantes das
três comunidades, autoridades estaduais e municipais, representantes do terceiro setor e
admiradores do projeto, totalizando 223 convidados. Durante essa comemoração,
representantes da Prefeitura Municipal de Vitória, informaram a todos sobre a intenção de
investir mais de R$ 100.000,00 (cem mil reais) no Banco Bem, notícia esta que trouxe grande
contentamento. A partir de então, a Moeda Bem ganhou destaque na mídia e passou a ser
conhecida por moradores e comerciantes da região. De acordo com o Relatório do Banco
Bem, em março de 2006 haviam 35 comerciantes cadastrados e recebendo a Moeda Bem em
seguimentos como: supermercado, drogaria, padaria etc., contabilizando no fim do mês de
março cerca de R$2.530,50 circulando.
Inicialmente a moeda foi disponibilizada através dos associados (artesãos) do Artidéias e
funcionários do Banco, que passaram a receber 10% dos seus rendimentos em Bens. Porém,
existem outras formas de disponibilização da moeda, que são: empréstimo para consumidores
indicados inicialmente pelo próprio comércio ou para consumidores já conhecidos do Banco
Bem e/ou a troca do Real pelo Bem. Os empréstimos em Bens terão como limite o valor de
100 unidades monetárias, ou seja, B$100,00 (cem bens), estes são desprovidos de juros e
pagáveis em até duas vezes.
Os documentos internos do Banco informam que o lastro inicial da moeda (em março/2006)
para créditos de consumo era de R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais), oriundos do
primeiro investimento no Banco, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), feito pela
Prefeitura Municipal de Vitória. Nesse mesmo período foram efetuados 8 créditos para
consumo, totalizando o montante de B$ 829,00 (oitocentos e vinte nove bens) créditos
concedidos.
A Moeda Bem, buscando uma identidade e segurança, possui alguns itens que a identificam:
papel moeda, tarja holográfica, marca d’água, numeração de série e tinta especial que impede
fotocópias. A emissão da Moeda Bem foi possível através das parcerias estabelecidas com a
Prefeitura Municipal de Vitória, que autorizou a utilização de R$ 4.700,00 (quatro mil e
setecentos reais) dos R$ 30.000,00 (trinta mil reais) investidos no Banco Bem em dezembro
de 2005, e com a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), que investiu R$ 2.300,00,
totalizando o montante de R$ 7.000,00 (sete mil reais) correspondente ao custo total da
impressão de 20.000 (vinte mil) cédulas da Moeda Bem.
Embora o Banco Central do Brasil (BC) saiba da existência dos 12 Bancos Comunitários
espalhados pelo Brasil, inclusive o Banco Bem, ainda não há uma linha reguladora para os
bancos comunitários, mas existe a possibilidade de criação de algo que venha a regular esses
bancos. Sabe-se que apenas o Banco Palmas recebeu uma visita do Ministério Público Federal
(MPF) solicitado pelo BC e foi constatado o “caráter social do projeto e depreendeu-se daí
que estas moedas não concorrem com o Real, pois equivalem a recebíveis, a exemplo dos
vales transporte, não sendo válidas para pagamentos de impostos” (MENEZES, 2007, p. 47).
Entretanto, a situação legal dos bancos comunitários no país ainda é provisória.
Sabe-se que a construção e manutenção do poder político na sociedademoderna passava, e ainda passa, pela criação de um processo delegitimação simbólica e jurídica da moeda única. Geralmente, aconsolidação de uma moeda oficial única em determinado território ocorresomente após se conseguir eliminar outras moedas que estão emcirculação. Além disso, as autoridades estão sempre em alerta, procurandoevitar o surgimento de moedas emitidas por setores descontentes com amoeda existente. (BURIGO, 2001, p. 03)
O Banco Bem vem então ao encontro dessa possibilidade de a própria comunidade gerir sua
microestrutura econômica de forma a considerar as características locais da comunidade e
suas necessidades em termos de desenvolvimento econômico, social, cultural e político.
A criação da Moeda Bem além de resolver problemas emergenciais das famílias, garantindo,
principalmente através dos empréstimos, o acesso a remédios, gás de cozinha, gêneros
alimentícios e outros produtos básicos, também eleva a auto-estima e a confiança da
comunidade. É através desta economia popular gerada a partir da produção e do consumo
solidário dos próprios moradores que tem se alcançado o desenvolvimento econômico destas
comunidades, evidenciando uma grande diferença na vida da população.
4 – TRAÇANDO O PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS TOMADORES DE
EMPRÉSTIMOS DA MOEDA BEM
A análise dos resultados da pesquisa de campo realizada permite sintetizar algumas
conclusões quanto ao perfil socioeconômico dos tomadores de empréstimo de consumo do
Banco Bem. São, em sua maioria mulheres de meia idade, situando-se as mesmas numa ampla
faixa entre 31 e 40 anos, apresentam nível de instrução baixo, tendo em sua maioria não
concluído o ensino fundamental, renda individual entre 1 e 2 salários mínimos mensais,
residentes em casas próprias, de alvenaria contendo entre 04 e 06 cômodos, cujo acesso se dá
através de escadarias cimentadas, o que possibilita o acondicionamento do lixo, possuem
energia elétrica, água canalizada e esgotamento sanitário. No âmbito familiar pode-se apontar
que não são família numerosas, compreendem até 5 pessoas, com idade entre 25 e 64 anos,
porém, a quantidade de crianças é relevante, principalmente aquelas com idade entre 7 e 15
anos e apresentam renda familiar de 2 salários mínimos mensais.
Quanto à situação de classe, os tomadores de empréstimos possuem até 2 membros da família
empregados, a maioria com registro em carteira. Embora a presença feminina seja
preponderante, em relação ao empréstimo de consumo, nota-se que o homem, ainda, exerce o
papel de chefe do lar, ou seja, eles são os responsáveis pela manutenção do domicilio. Um
aspecto interessante observado é que a maioria dos tomadores de empréstimos de consumo
não recebe benefícios assistenciais. Quanto aos gastos mensais apontam o investimento em
alimentação, energia e saúde como tendo maior peso no orçamento familiar.
Em relação à qualidade de vida, os tomadores de empréstimos de consumo têm uma vida
estável, pois como afirmam, vivem o mês “nem com dificuldade e nem com facilidade”.
O retrato acima foi feito tomando-se as respostas de maior freqüência para elaborar um perfil
tipificado dos tomadores de empréstimo. A seguir, serão apresentados, conforme a análise do
conjunto dos respondentes, os dados acrescidos de comentários que os contextualizam.
Dos 16 entrevistados, 13 são mulheres e houve apenas 03 homens, o que reflete o papel
predominante da mulher na tomada de empréstimos de consumo, que são voltados para
atender às necessidades emergenciais da família. Por outro lado, explicita a forte presença
feminina nos trabalhos informais que não lhes conferem emancipação econômica, estando
mais sujeitas a exclusão e aos trabalhos domésticos. No gráfico 1, tem-se a descrição dos
empréstimos por sexo.
Grá fico 1 - S e x o
1381%
319%
MA SCULINO
FEMININO
No gráfico 02, tem-se a descrição da idade dos entrevistados. Os dados refletem que a maioria
dos tomadores de empréstimos de consumo estão em idade economicamente ativa, cerca de
07 deles possuem idade entre 31 e 40 anos, 04 possuem idade entre 20 e 30 anos e apenas 01
entrevistado possui idade acima de 65 anos.
Grá fico 2 - Ida de
16%
213%
213%
425%
743%
20 a 30 A NOS
31 a 40 A NOS
41 a 50 A NOS
51 a 64 A NOS
A CIMA DE 65A NOS
Já o gráfico 03 mostra o grau de escolaridade dos tomadores de empréstimo de consumo, em que é
possível observar que 10 dos entrevistados não concluíram o ensino fundamental, ou seja, não
concluíram a 8ª série, e 03 concluíram o ensino médio, ou seja, concluíram o 3º ano. Este resultado
está ligado ao tipo de trabalho em que estão inseridos, geralmente aqueles que não necessitam de
muito conhecimento teórico, como aqueles ligados as áreas de limpeza e serviços braçais como, por
exemplo: domésticas, pedreiros, ajudantes de pedreiros e auxiliar de serviços gerais.
Gráfico 3 - Escolaridade
63%
12%
6%
19%
0%0%0%
ENSINO FUNDAMENTALINCOMPLETO
ENSINO FUNDAMENTALCOMPLETO
ENSINO MÉDIOINCOMPLETOENSINO MÉDIOCOMPLETO
ENSINO SUPERIORINCOMPLETO
ENSINO SUPERIORCOMPLETO
SEM ESCOLARIDADE
Já o gráfico 04 mostra a divisão dos entrevistados por bairros em que residem, retratando que
os moradores do bairro São Benedito, onde está localizada a sede do Banco Bem, solicitaram
mais empréstimos de consumo, sendo 07 entrevistados residentes neste bairro.
Grá fico 4 - Ba irro
638%
318%
744%
ITA RA RÉ
PENHA
SÃ O BENEDITO
Quanto ao tempo de moradia nos bairros inseridos na área de abrangência do Banco Bem, foi
possível identificar que os moradores, em sua maioria residem por muitos anos nestes bairros.
O gráfico 05 revela que 05 entrevistados residem no bairro entre 31 e 40 anos e 04
entrevistados residem no bairro entre 21 e 30 anos. Durante as entrevistas os entrevistados
relataram que nasceram e cresceram no bairro, e não há pretensão de mudança de bairro.
Também identifica-se que a maioria dos entrevistados mencionou a luta do sargento Carioca
em prol da fundação do bairro, o que reflete o carinho pela comunidade.
Grá fico 5 - Te m po de m ora dia
319%
213%
213%
425%
530%
0 a 10 A NOS
11 a 20 A NOS
21 a 30 A NOS
31 a 40 A NOS
A CIMA DE 41A NOS
O gráfico 06 retrata o estado civil dos entrevistados, no qual é possível identificar que a
maioria, cerca de 06 deles, são casados e 05 são solteiros, contudo, durante as entrevistas
pode-se perceber que a maioria dos que se dizem solteiros, na realidade, vivem em situação de
união estável, ou seja, este gráfico apresenta este viés, pois apesar de viverem maritalmente
com um companheiro, julgam-se solteiros.
Grá fico 6 - Esta do civil5
31%
16%
16%
319%
638%
CA SA DO
SOLTEIRO
DIV ORCIA DO
V IÚV O
UNIÃ OESTÁ V EL
Dentre os 16 entrevistados, observa-se no gráfico 07, que quanto à posição do entrevistado em
relação ao chefe do domicilio, apesar do sexo feminino ser preponderante, 09 dos
entrevistados, dentre eles os 03 homens, são chefes do domicílio, 06 são esposas dos
responsáveis pelo lar.
Grá fico 7 - Posiçã o do e ntre vista do e m re la çã o a o che fe do dom icílio
0%0%
16%
638%
956%
CHEFE DODOMICILIOMA RIDO
MULHER
FILHO/FILHA
OUTRO
No gráfico 08 atenta-se para o total de membros da família dos entrevistados. Os números
descrevem uma realidade que se difere da geralmente observada em áreas periféricas, onde, as
famílias são compostas por muitos membros. Dos entrevistados, 15 possuem família
composta por até 05 pessoas, o que demonstra que os tomadores de empréstimos possuem
família relativamente pequena, em vista de outras realidades postas no contexto brasileiro.
Também foi possível identificar que a maioria dos familiares dos entrevistados possui idades
entre 25 e 64 anos, ou seja, já possuem idade economicamente ativa, seguido dos familiares
com idade entre 07 e 15 anos, além dos abaixo de 07 anos, o que representa um percentual
relativamente alto de crianças nas famílias.
Gráfico 8 - Total de membros da família
0%
16%
1594%
ATÉ 5PESSOAS
DE 06 A 10PESSOAS
ACIMA DE 11PESSOAS
Quanto ao tipo de moradia dos entrevistados nota-se, gráfico 09, que 12 entrevistados residem
em casas de alvenaria e 04 em casas de madeira. São em sua maioria, casas próprias, apenas
02 são alugadas, 01 casa foi cedida pelo filho ao entrevistado e 01 vive em regime de
comodato. Quanto ao número de cômodos das casas, 08 entrevistados possuem casas de 04 a
06 cômodos, 05 entrevistados possuem casas com no máximo 03 cômodos e 03 entrevistados
possuem casas com mais de 07 cômodos. Durante as entrevistas, observou-se que os
domicílios, são providos de certo conforto, contendo bens de primeira necessidade como
cama, geladeira, fogão, etc., e também bens úteis ao lazer, como televisor, rádio, DVD, etc., o
que não significa que este conforto seja exacerbado, pelo contrário, muitas residências
possuíam móveis muito antigos e quase todas as casas de alvenaria estavam inacabadas, ou
seja, ainda em processo de construção.
Gráfico 9 - Tipo moradia
0%
1275%
425%
0%
ALVENARIA
MADEIRA
MISTA
OUTRAS
Os próximos gráficos referem-se às condições de moradia dos tomadores de empréstimos de
consumo. O gráfico 10, mostra que todos os entrevistados possuem em suas residências água
canalizada, uma acessibilidade a um recurso comum e necessário, que nem todos os
moradores do bairro São Benedito possuem.
G rá fico 10 - Aba ste cim e nto de á gua
00%
16100%
CANALIZADA
OUTROS
Quanto à energia elétrica, 13 entrevistados possuem energia padrão, enquanto 03 utilizam
energia clandestina, ou seja, ‘gato’. Em relação ao esgotamento sanitário, 15 entrevistados
dispõem da rede fornecida pela concessionária e 01 utiliza uma rede construída por
moradores. Quanto à acomodação do lixo, 12 entrevistados acondicionam o lixo em locais
apropriados até que seja recolhido pelos garis, 03 entrevistados acomodam o lixo em
caçambas/lixeiras coletivas e 01 entrevistado acomoda o lixo em via pública.
O gráfico 11 mostra o tipo de pavimentação do local em que os tomadores de empréstimos
residem, ou seja, 12 entrevistados residem em locais cimentados, 03 entrevistados residem em
áreas asfaltadas e 01 entrevistado reside em área com paralelepípedo. Durante as entrevistas
constou-se que a maioria dos entrevistados reside em locais onde o acesso se dá através de
escadarias, rampas e pedras sendo estas cimentadas.
Estes dados permitem às pesquisadoras a inferirem que as condições de moradia dos
entrevistados, são de fundamental importância para a percepção das condições
socioeconômicas em que os entrevistados vivem, estando relacionado também com a
qualidade de vida dos tomadores de empréstimos de consumo.
Grá fico 11 - Tipo de pa vim e nta çã o
0%
16%
319%
1275%
A SFA LTO
PA RA LELEPÍPEDO
CIMENTA DO
SEM PA V IMENTA ÇÃ O
Os próximos gráficos referem-se aos rendimentos recebidos e padrão de vida dos tomadores
de empréstimos de consumo.
O gráfico 12 exibe a quantidade de membros da família que exercem alguma atividade
rentável. Pode-se observar que a maioria dos entrevistados possui até 02 pessoas da família
trabalhando, 03 entrevistados não possuem nenhum membro da família exercendo alguma
atividade laborativa, 02 entrevistados possuem entre 03 e 04 pessoas economicamente ativas
na família e apenas 01 entrevistado respondeu que possui mais de 05 pessoas trabalhando na
família. Este resultado leva a crer que o percentual de pessoas inseridas no mercado de
trabalho formal e informal é proporcional se comparado à quantidade de membros da família.
Além disso, é alto o número de crianças e jovens.
Grá fico 12 - Em pre ga bilida de por m e m bro da fa m ília
212,5%
16,3%
318,8%
1062,5%
Z ERO PESSOA
A TÉ 02PESSOA SDE 03 A 04PESSOA SA CIMA DE 05PESSOA S
Em relação aos tipos de contratos trabalhistas firmados por membros da família, observa-se
que 13 familiares dos entrevistados são empregados com registro em Carteira de Trabalho e
Previdência Social (CTPS), 03 familiares dos entrevistados são empregados sem registro em
CTPS, 03 familiares dos entrevistados são integrantes de grupos produtivos/cooperativas, 03
familiares dos entrevistados são autônomos, 03 familiares dos entrevistados são
aposentados/pensionistas, 01 familiar dos entrevistados é estagiário com remuneração e 01
familiar dos entrevistados encontra-se inativo, porém recebendo o Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS).
Grá fico 13 - Tipo de contra tos tra ba lhista s por m e m bro da fa m ília
310,7%
310,7%
310,7%
1350,0%
310,7%
13,6%
0,0%
13,6%
0,0%
EMPREGA DO COM REGISTRO
EMPREGO SEM REGISTRO
EMPREGA DOR
POR CONTAPROPRIA /INDIV IDUA LMENTEINTEGRA NTE DE GRUPOPRODUTIV O/COOPERA TIV AA POSENTA DO/PENSIONISTA
A PRENDIZ /ESTA GIA RIO COMREMUNERA ÇÃ O TRA BA LHO TEMPORÁ RIO(BICO)OUTRO
Prosseguindo para o gráfico 14, tem-se a descrição da renda familiar mensal em Reais,
declarada pelos próprios entrevistados. Do total 07 pessoas revelaram receber entre 01 e 02
salários mínimos, em Reais estes rendimentos giram em torno de R$380,00 a R$760,00,
evidenciando a situação econômica desfavorável da população atendida pelo Banco Bem. Dos
16 entrevistados, 04 responderam ter uma renda mensal de até R$1.140,00, sendo que 01
destes encontra-se recebendo o FGTS, 03 afirmaram ter renda abaixo do salário mínimo (de
R$380,00 quando da realização da entrevista), 01 ganhava menos de R$1.520,00 e apenas 01
auferiu mais do que R$1.520,00. Dos sete respondentes que afirmaram receber até R$760,00,
três incluíram no cálculo os valores recebidos pelo Bolsa Família, inclusive dois dos três
entrevistados que recebem abaixo de 01 salário mínimo e 01 entrevistado que recebe até
R$1.140,00.
Grá fico 14 - Re nda m e nsa l fa m ilia r
0%
16%
16%
16%
319%
319%
744%
MENOS DE 1 SA LÁ RIO MÍNIMO(A TÉ R$ 380 ,00)01 A 02 SA LÁ RIOS MÍNIMOS (R$380,00 A R$ 760 ,00) 02 A 03 SA LÁ RIOS MÍNIMOS (R$760,00 A R$ 1.140,0003 A 04 SA LÁ RIOS MÍNIMOS (R$1.140,00 A R$ 1.520,00MA IS DE 04 SA LÁ RIOS MÍNIMOS (MA IS DE r$ 1 .520,00)FGTS
NÃ O SA BE/NÃ O RESPONDEU
Também perguntou-se aos entrevistados qual a sua renda individual mensal em Real, dos 16
respondentes, 10 revelaram receber entre R$380,00 até R$760,00, 04 recebem valor menor
que 01 salário mínimo e apenas 02 entrevistados revelaram não obter renda alguma. Diante do
exposto, cabe salientar que quem mais contribui financeiramente com a manutenção do
domicílio, são os maridos, 06 responderam que são as mulheres e 01 entrevistado respondeu
que sua mãe é quem mais contribui com a manutenção do domicílio.
Grá fico 15 - Re nda m e nsa l individua l
0%0%0%2
13%
425%
1062%
SEM RENDA
MENOS DE 1 SA LÁ RIO MÍNIMO(A TÉ R$ 380 ,00)01 A 02 SA LÁ RIOS MÍNIMOS(R$ 380,00 A R$ 760,00) 03 A 04 SA LÁ RIOS MÍNIMOS(R$ 760,00 A R$ 1.140 ,00MA IS DE 04 SA LÁ RIOS MÍNIMOS( MA IS DE R$ 1 .520,00)NÃ O SA BE/NÃ O RESPONDEU
A seguir, são descritas no gráfico 16 as respostas no tocante às opções de maior peso no
orçamento familiar, cabe aqui ressaltar que cada entrevistado pode escolher até três opções.
Com 28 votos os entrevistados consideraram que a alimentação é o que mais pesa no
orçamento, seguido da energia com 09 votos, saúde com 05 votos, gás de cozinha com 04
votos, telefone, aluguel e vestuário obtiveram 03 votos cada, além de aluguel/habitação com
02 votos, e 01 voto abarca a educação e não sabe responder. No que se refere à educação, foi
possível captar, ao longo das entrevistas que o valor gasto com material escolar tem um peso
considerável, pois a grande maioria dos entrevistados ficou em dúvida quanto ao peso que
este representa, contudo, o valor investido em material escolar é relativamente alto no início
do ano letivo, cabendo apenas a manutenção deste no decorrer do ano.
Grá fico 16 - Opçõe s de m a ior pe so no orça m e nto fa m ilia r
0%
0%
12%
49%
37%
512%
12%
37%
25%3
7%
1228%
0%
921%
ALIMENT AÇÃO
ENER GIA
T ELEF ONE
ALUGUEL/HAB IT AÇÃO
EDUCAÇÃO
IMP OS T O
ÁGUA
S AÚDE
T R ANS P OR T E
VES T UÁR IO
LAZ ER
GÁS
NÃO S AB E
O próximo gráfico retrata a percepção dos entrevistados em relação a como sua situação
financeira lhe permite viver o mês. Esta pergunta objetiva captar opiniões, o que é certamente
algo subjetivo, porém pode-se inferir sobre as condições de vida do tomador de empréstimo
de consumo a partir de seu próprio olhar. Vê-se que a maioria, 14 respondentes, relatou que
vivem: “nem com dificuldade, nem com facilidade”, evidenciando a situação socioeconômica
desfavorável na qual esta população está inserida.
Gráfic o 1 7 - Com o vive dura nte o m ês
0%
212%
1488%
DIFICULDA DE
FA CILIDA DE
NEM DIFICULDA DENEM FA CILIDA DE
Afinal, podemos notar que a realidade socioeconômica dos tomadores de empréstimos de
consumo do Banco Bem, não se diferencia da realidade da maior parte da população
brasileira, onde o desemprego, o baixo nível de escolaridade e a situação de vulnerabilidade
são reflexos, inclusive, do empobrecimento e da desigualdade do país.
Ao longo das entrevistas realizadas nos três bairros, foi verificado o grande potencial de
Desenvolvimento Humano, a ser explorado, que seria relevante, também, para ampliar a
inclusão social, econômica e política dos moradores destas áreas.
5 – ANALISANDO RESULTADOS SOCIAIS A PARTIR DO USO DA MOEDA BEM
Na pesquisa de campo realizada levantou-se aspectos em relação à Moeda Bem, a qual tem
como pretensão oferecer novas alternativas de consumo aos moradores locais,
potencializando-os a dirigir sua própria economia e contribuindo para o desenvolvimento
local. Assim, a Moeda Bem, visa amenizar problemas latentes do sistema econômico
brasileiro vivenciado pelos seus usuários.
Durante as entrevistas pode-se observar que os resultados sociais do uso da Moeda Bem só
puderam ser captados de forma subjetiva, quando se pode perceber melhor ao se aproximar da
situação de precariedade socioeconômica dos entrevistados, depreendendo-se daí que o fator
principal que leva os moradores a solicitar empréstimos de consumo está relacionado às
necessidades básicas. Sendo assim, quando perguntado com o que foi gasto o dinheiro do
empréstimo, a maioria dos entrevistados revelou tê-lo gasto com alimentação conforme
exibido no gráfico 18. Não é difícil compreender estas respostas devido à condição de baixa
renda dessas pessoas.
Gráfico 18 - Como foi gasto o dinheiro do empréstimo
0%
638%
1062%
ALIMENTOS
UTILIDADESDOMÉSTICAS OUTROS
Dessa observação acima, percebe-se que um dos impactos sociais mais contundentes advindos
deste empréstimo, se mensurado qualitativamente, está relacionado ao empoderamento dos
tomadores de empréstimo, mesmo estando voltado para a necessidade de compras de
alimentos - que remonta uma situação financeira débil. Notou-se ao longo das entrevistas, que
as pessoas se sentem satisfeitas em conseguir quitar o empréstimo adquirido, tanto que a
maioria dos respondentes quitou o empréstimo (gráfico 19), o que pressupõe a idéia de que
estes empréstimos não são considerados pelos usuários como um benefício, mas como um
“acordo” firmado entre o tomador de empréstimo e o Banco Bem no qual ele se
responsabiliza pelo pagamento.
Gráfico 19 - Conseguiu quitar o empréstimo
212%
1488%
SIM
NÃO
Diante do exposto foi possível identificar em algumas entrevistas que o sentimento de
estímulo e fortalecimento das potencialidades pessoais foram resgatados a partir da aquisição
do empréstimo de consumo. Tendo em vista o fato de este suscitar nos usuários o sentimento
de protagonismo de seu projeto de vida econômico e social, pois o tomador de empréstimos,
mesmo estando em situação financeira vulnerável, sente que pode pagar o empréstimo
adquirido junto ao Banco Bem. Desta forma quando indagados se a Moeda Bem melhorou sua
qualidade de vida, a maioria dos entrevistados respondeu que sim, e apenas 1 disse que não, o
que pode ser demonstrado por meio dos depoimentos abaixo que a presença do Banco Bem e
da Moeda Bem transmite a segurança de ter onde recorrer na hora da necessidade.
"Porque toda vez que preciso eu consigo fácil, pois não e necessário consulta noSPC”. (E 01)
"Superou muito a situação de necessidade que eu estava". (E 02)
"Quando a gente precisa ela está presente". (E 04)
"Poder de aquisição". (E 05)
"Porque não precisei pegar dinheiro com ninguém". (E 06)
"Porque quando não tenho dinheiro ela que resolve". (E 07)
"Quando eu recebi a moeda pela 1º vez eu estava devendo a farmácia, paguei comatraso e ainda ganhei desconto". (E 15)
Em outros depoimentos pode-se observar que os entrevistados expressaram ter muito orgulho
de poder contar com um Banco Comunitário no bairro, atribuindo ao Banco Bem um papel
simbólico de transformação social comunitária. Esta concepção tem ligação com o alto índice
de violência urbana e vulnerabilidade social vivenciados nas regiões atendidas pelo banco
comunitário. Durante as entrevistas, pode-se notar o sentimento de auto-estima elevada das
pessoas, quando perguntadas sobre como a Moeda Bem e o Banco Bem estão contribuindo
para o desenvolvimento da comunidade. Interessante destacar que este otimismo, reflete as
percepções, ainda que subjetivas, de melhorias sociais nestas comunidades.
"Temos outro olhar quando fala do bairro São Benedito". (E 03)
"Desenvolvendo coisas boas, antes dos projetos não tinha nada, hoje tem atéônibus". (E 04)
"Através do banco bem, as pessoas passaram a conhecer o bairro de outra forma, olado bom do bairro. Hoje temos muitas visitas, documentários do bairro”. (E 07)
“Virou referência, antes era morro São Benedito, agora as pessoas falam bairroSão Benedito". (E 15)
"Eu vejo que as pessoas estão construindo casas, montando seu próprio negócio, evejo muita felicidade nessas pessoas”. (E 16)
Pode-se constatar também, que mesmo sendo as ações do Banco Bem voltadas para o
microcrédito, os entrevistados, não o percebem com a mesma funcionalidade de um Banco
comum, conforme o gráfico 20.
Gráfico 20 - Como você percebe o empréstimo do Banco Bem
638%
1062%
ATO DESOLIDARIEDADE
EMPRÉSTIMO BANCÁRIONORMAL
Daí inferir-se que esta percepção que os respondentes demonstraram em relação ao Banco
Bem, está ligada, também, à facilidade encontrada na aquisição do empréstimo de consumo.
Quando perguntado ao entrevistado se ele encontrou dificuldade em adquirir o empréstimo
apenas três pessoas relataram ter encontrado dificuldades, estando estas relacionadas à falta de
lastro (Moeda Bem) em caixa.
"Demora". (E 03)
"Não foi difícil, mas também não foi ‘facinho’, porque não tinha a moeda, tinha queesperar chegar". (E 14)
"Eu encontrei porque demorou muito. Eles disseram que estava esperando aspessoas pagarem para emprestar". (E 16)
Quando se perguntou aos entrevistados se eles conheciam os critérios
estabelecidos pelo Banco Bem para aquisição dos empréstimos, 15 dos
respondentes, afirmaram terem conhecimento destes critérios, e apenas 1, relatou
desconhecê-los. Diante dos depoimentos, podemos inferir que do ponto de vista dos
entrevistados, os critérios do Banco Bem diferem-se da lógica capitalista dos bancos
comerciais, de forma a possibilitar o acesso dessa população, que certamente, a
maioria, não atenderia aos requisitos exigidos em outros Bancos exigindo
procedimentos diferenciados.
"Precisaria passar por uma entrevista de avaliação”. (E 10)
"Pagar na data do vencimento, além de mim a outros necessitados”. (E 01)
"Referência de outra pessoa”. (E 02)
"Tem que pagar; pago sem juros e tem que ter o aval de alguém da comunidade”.(E 05)
O fato de residirem em áreas periféricas, marcadas pela discriminação social, faz
com que os moradores sintam-se menos cidadãos que os moradores de áreas
nobres, e muitas vezes, aceitam essa condição de discriminados. Todavia, durante a
realização das entrevistas, um respondente ao se referir ao atendimento do Banco
Bem disse: “lá eles tratam a gente como gente de verdade” (E 10) - uma frase muito
marcante – uma vez que foi possível notar que a questão da acessibilidade é muito
valorizada pelos moradores. No tocante ao acesso ao Banco Bem, pode-se inferir
que o bom atendimento é um relevante fator de inclusão social, que corrobora com o
desenvolvimento dos potenciais desses indivíduos e com o fortalecimento da
cidadania."Eles trataram a gente como conversaram com todo mundo". (E 14)
"Trata a gente direitinho". (E 11)
"São atenciosos". (E 05)
"Fui bem tratado, as pessoas são bem educadas para falar com a gente". (E 16)
"Fui muito bem atendida por todos". (E 01)
No que concerne à utilização da Moeda Bem pode-se perceber que a maioria dos
entrevistados expressa satisfação em adquirir o empréstimo, pois o mesmo solucionou o
problema emergencial, conforme exibido no gráfico 21, contudo, quando questionados em
relação à concessão de um novo empréstimo a maioria dos entrevistados respondeu não
precisar de um novo empréstimo, entretanto, ficou evidente o desejo de obtê-lo novamente
quando necessário.
Gráfico 21 - Dificuldade na aquisição do empréstimo
1381%
319% SIM
NÃO
Afinal, pode-se constatar que a utilização da Moeda Bem trouxe inúmeras melhorias para os
moradores inseridos em sua área de abrangência.
Algumas inferências podem ser feitas em relação a ação do Banco Bem e as melhorias
individuais e coletivas para os tomadores de empréstimo. Dentre elas pode-se citar que o
Banco é visto pelos tomadores de empréstimo como uma forma de solidariedade entre os
sujeitos da comunidade, uma vez que possuem critérios mais humanos em relação aos demais
bancos que perseguem uma lógica capitalista, o que traz a marginalização dessa parte da
sociedade. Esta questão da solidariedade se dá no momento em que o sujeito tomador de
empréstimo percebe que aquele dinheiro lhe foi emprestado por seus pares e, portanto deverá
ser devolvido para que possa ser revertido em novos empréstimos, o que pressupõe a
construção de uma nova perspectiva diante da vida e das relações sociais igualitárias.
Outro aspecto a ser citado é em relação ao empoderamento que o empréstimo de consumo
confere a mulher, visto que esta se encontra inserida num contexto de complexas relações de
discriminação de gênero. Ao longo das entrevistas se constata que estas mulheres têm menos
renda, menos acesso ao emprego formal e, portanto, menos acesso ao crédito formal – dos
entrevistados 9 não possuem conta em Banco comercial, contudo, dos entrevistados do sexo
masculino, todos possuem conta neste Bancos Comerciais – contudo, evidencia-se um
processo de retomada de espaços de decisões e de consciência social das oportunidades que
lhe são oferecidas, a medida que elas decidem individualmente solicitar os empréstimos de
consumo ao Banco Bem, conforme gráfico 22. Essa consciência ultrapassa a tomada de
iniciativa individual de conhecimento e atingi a superação da situação particular de
coadjuvante em que se encontram, devolvendo poder, dignidade e principalmente a liberdade
de decidir e controlar seu próprio destino.
Gráfico 22 - Decisão do empréstimo
425%
1275%
COLETIVA
INDIVIDUAL
No tocante ao uso da moeda, via empréstimos de consumo, é valioso relatar que os
entrevistados preferem utilizar a Moeda Bem a comprar fiado (gráfico 23), ou seja, infere-se
daí que a Moeda Bem preserva a auto-estima do tomador de empréstimo de consumo ao passo
que ele não dependerá do favor. Isto representa o retorno à condição de gestor de suas
condições de vida e trabalho, pois quando ele por meio do empréstimo pode quitar uma
dívida, tem sua auto-estima elevada em função de não ser mais discriminado pelo grupo social
a que pertence gerando dessa forma um sentimento de desejo e condição de retomar as rédeas
de sua vida.
Gráfico 23 - Prefere comprar fiado ou com a Moeda Bem
1594%
16%
MOEDA BEM
FIADO
Diante do exposto, é possível inferir que embora a necessidade seja a razão principal da
solicitação dos empréstimos de consumo, é possível elencar as vantagens percebidas pelos
entrevistados quanto ao uso e aceitação da Moeda Bem conforme depoimentos abaixo:
"Vejo muitas vantagens. Na hora da necessidade vai ao banco e consegue a moedapra comprar o gás, isso já e uma grande solicitação”. (E 05)
"A gente ganha desconto, também ao invés de comprar em outro lugar a gentecompra no próprio bairro". (E 07)
"Eu creio que a moeda bem tem muito valor, pois o comercio nos atende comfacilidade". (E 10)
"É mais barato comprar com o bem, tem desconto". (E 11)
"Desconto no comércio local". (E 12)
Dos entrevistados 9, indicaram a Moeda Bem a outras pessoas, e como se vê nos depoimentos
abaixo, a indicação é feita para alguém próximo. Depreende-se daí que está percepção
otimista em relação à Moeda Bem demonstra a aceitação e compromisso com a iniciativa.
"Vizinhos, amigos e parentes". (E 01)
"Nora" (E 02)
"Mãe, esposo e vizinhos". (E 03)
"Vizinhos, parentes e comerciantes" (E 04)
"Amigo de trabalho". (E 05)
"Cunhada, vizinho e irmãos da igreja". (E 06)
Por fim, os depoimentos a seguir enfatizam o caráter emergencial, de empoderamento e de
solidariedade da Moeda Bem.
"Ela é uma benção”. (E 01)
"Representou uma coisa tão boa, o amor das pessoas do banco, não desperta aganância das pessoas, já o real da vontade de pegar mais". (E 02)
"Uma mãe, na hora que a gente precisa ela está sempre presente". (e 03)"uma coisa boa". (E-04)
"Ela representou a possibilidade de alimentação, uma luz no fim do túnel". (E 05)
"Um meio de tirar do sufoco". (E 06)
"É muito legal, ter a moeda, comprar com ela e poder ajudar outras pessoas". (E07)
"Uma ajuda quando precisei". (E 08)
"Boa, pra ajudar em casos de necessidade". (E 09)
"Um projeto que na hora que precisei eu fui até o banco bem, e foi o banco e amoeda que me socorreu". (E 10)
"Uma ajuda para as pessoas". (E 11)
"Foi boa, porque quando precisei ela me ajudou". (E 12)
"Uma ajuda e uma oportunidade". (E 13)
"Foi ótima, eu tava precisando muito se não fosse ela, não sei não". (E 14)
"A moeda bem me ajudou a tirar o pé da lama". (E 15)
"Um gesto de amor, de carinho. Representa para mim um valor imenso que elatem". (E 16)
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa nos reporta a um momento de solidão e enfrentamento de nossa própria
consciência, em que a reflexão sobre tudo é espontânea e natural. Coisas nos vêm à mente
mesmo que não diretamente ligadas ao nosso objeto de pesquisa, mas ligadas à nossa história
de vida. Nesse momento, por se tratar de uma pesquisa realizada por três futuras Assistentes
Sociais nada mais natural, também, do que os embates filosóficos, conceituais que muito nos
enriqueceram.
Esta história de fazer um curso de serviço social representa para nós uma necessidade latente
que nesse processo de reflexão mostrou ter seu surgimento a partir de nossa história de vida.
Que por coincidência é comum a todas do grupo. Somos brasileiras, mulheres, raça parda e
afro-descentes, classe social, que apesar de não estar abaixo da linha da pobreza, não podemos
nos considerar como verdadeiramente incluídas nesse sistema social capitalista vigente no
país da exclusão. Dessa forma algo em nossas vidas nos aproximou de uma profissão que
busque, desempenhar um compromisso ético e político com a defesa da vida e dos direitos
humanos e com a construção da cidadania, da democracia e da equidade.
Nessa perspectiva de reflexão sobre nossa história de vida e de busca por um conhecimento
científico que nos respalde a uma ação de caráter profissional, possivelmente efetiva, é que
optamos por investigar as ações do Banco Bem e se os empréstimos de consumo, concedidos
em Moeda Bem refletem mudanças positivas na vida socioeconômica dos tomadores de
empréstimos.
No caminhar da pesquisa foi-nos possível constatar que o trabalho desenvolvido pelo Banco
Bem representa uma nova perspectiva de prática econômica, que se diferencia da proposta
pelo capitalismo, voltada para uma lógica mais solidária que se vincula a uma estratégia de
desenvolvimento local cujos protagonistas saíram de sua mera posição de habitantes e de
meros consumidores para a de cidadãos ativos, sujeitos de sua própria história.
Ao estudar a existência da Moeda Bem através dos empréstimos de consumo, conhecemos a
dura realidade de pobreza e vulnerabilidade social a qual estão submetidos os moradores dos
bairros São Benedito, Penha e Itararé. Tal aproximação nos permitiu identificar, embora numa
análise subjetiva, potenciais humanos capazes de fomentar uma transformação
socioeconômica em uma área antes conhecida, apenas, por suas mazelas.
De fato, a mobilização em torno de uma economia voltada para a justiça social, tem trazido
impactos consideráveis na vida dessa população. Os empréstimos de consumo conferem aos
tomadores de empréstimo não apenas o poder de consumo, mas também o empoderamento
humano via o acesso aos mínimos sociais, conferidos, através da satisfação demonstrada pelos
usuários, quando, por via do empréstimo de consumo, tornam-se protagonistas de sua vida
econômica, frente a suas necessidades emergenciais.
A economia solidária surge de um esforço coletivo, de uma organização comunitária e de
Ongs que acreditaram na possibilidade de fortalecer um outro tipo de economia que seja
vinculada à identidade da formação social local. Assim, podemos inferir que o Banco Bem é
uma iniciativa advinda da própria comunidade por estar vinculada ao movimento de luta, em
busca de novas alternativas de enfrentamento à pobreza e exclusão social.
A criação da Moeda Bem incute a idéia de enfrentamento à pobreza, fruto de um sistema
econômico excludente, como é o capitalismo, através da valorização das atividades
econômicas que se pratica na região. Esta estratégia possibilita não apenas o desenvolvimento
financeiro do local, como também, o desenvolvimento do potencial humano destas
comunidades.
Diante do exposto, identificamos durante a realização das entrevistas, que os tomadores de
empréstimos de consumo têm como características, as situações de risco social e pessoal,
identificadas principalmente, no que diz respeito ao nível de escolaridade e inserção no
mercado de trabalho. Contudo, evidenciou-se também, a latente capacidade de resistência
frente as adversidade.
No tocante a Moeda Bem, percebe-se que esta, configura-se numa proposição rica, capaz de
dar movimento a toda uma comunidade em prol de seu auto-desenvolvimento, porém, é
notório que o Projeto encontra-se em processo de amadurecimento, pois, os moradores ainda
não têm clareza quanto ao uso da Moeda, embora sejam inúmeras as formas de divulgação
criadas pelo Banco Bem ainda não foi possível atingir a população total da área de
abrangência visto que, a cultura de utilização da Moeda Oficial Brasileira (Real) é
preponderante. Assim sendo, faz-se necessário um processo de transformação cultural que
produza na comunidade uma aproximação em relação à Moeda Bem.
Vale ressaltar que, nossas reflexões nos permitem afirmar que apenas a introdução de uma
moeda local, não é suficiente para assegurar o desenvolvimento do comércio, nem tão pouco a
melhoria da qualidade de vida da população envolvida. Como também, não se pretende
afirmar aqui, que a circulação da Moeda Bem extinguirá a pobreza a qual os moradores de sua
área de abrangêcia estão inseridos. Uma vez que mudar uma sociedade é um processo lento e
persistente que se faz ao longo de uma história e que a pobreza talvez nunca se extinga, visto
que o sujeito está situado numa sociedade determinada e num determinado modo de produção
– em nosso caso o capitalismo – que é permeado de contradições e conflitos das e entre as
classes sociais. Contradições e conflitos, nas quais o sujeito se constitui, é constituído e
constitui.
Porém é notório, o impacto social trazido com o uso da Moeda Bem na vida dos tomadores de
empréstimos de consumo, pois observamos ao longo das entrevistas, o envolvimento da
comunidade em um Projeto que, através dos serviços prestados, tem alcançado a satisfação e
o bem da coletividade.
Por isso, acredita-se ser relevante o papel de regulador da economia familiar que os usuários
atribuem aos empréstimos de consumo, visto que o mesmo serve para elevar o poder de
compra da maioria dos moradores dos bairros de abrangência, além de dinamizar a economia
local e de um modo muito subjetivo, agregar aos tomadores de empréstimo em Bens a
segurança de atender suas necessidades emergenciais, e com isso, contribui indiretamente
com o resgate da auto-estima destes, que muitas vezes encontram-se em situação financeira
débil.
Conforme já abordado no capítulo anterior em relação às mudanças positivas na vida
socioeconômica dos tomadores de empréstimos podemos inferir que a conscientização do
sujeito em relação à importância da economia popular e solidária, que o Banco Bem
representa para estes sujeitos, e de que este é uma ação da comunidade, na comunidade e para
a comunidade. Sendo assim, podemos inferir que a maioria das pessoas que moram nas
periferias urbanas não usufruem dos bens produzidos pelo conjunto da sociedade (produzidos
pelos próprios excluídos-incluídos). Nesses bens não possuídos, estão: o acesso ou
permanência na escola; o acesso ao trabalho; o desenvolvimento de uma competência não só
de ter acesso, mas de produzir saberes e bens; o desenvolvimento de uma competência de
descobrir, produzir e exercitar poder, cidadania e o desenvolvimento de uma competência de
elaborar e vivenciar sentimentos.
Nessa perspectiva é que percebemos o Banco Bem como um gerador de consciência e de
desenvolvimento de outros modos de perceber-se e de perceber a sociedade em sua volta e
agir sobre ela, ou seja, desenvolver-se por meio de relações de troca entre si e em seu
cotidiano.
Adquirimos, também, por meio desta pesquisa, objetivos não antes previstos o que demonstra
a riqueza da pesquisa, que às vezes nos conduz a caminhos inesperados. Dentre os objetivos
não previstos observamos a questão do empoderamento social e econômico da mulher que
antes se colocava no papel de coadjuvante e a partir do conhecimento das ações do Banco
Bem, e isto nos aponta o fato de que embora os tomadores de empréstimo não tenham o
conhecimento teórico e cientifico sobre o tema economia popular e solidária, percebem o
significado social destes termos ao tomarem os empréstimos de consumo. Pois estes
produziram nestas mulheres uma reconceituação quanto ao seu papel na família e na
sociedade, passando dessa condição de coadjuvante para o de protagonista de sua vida
econômica e familiar. Isto representa a aquisição da cidadania econômica ao se tornarem
emancipada economicamente.
Outra questão observada e relativa à necessidade de aumento no valor do empréstimo de
consumo, bem como do lastro, pois se obtivermos maior número de pessoas atendidas pelo
empréstimo de consumo maior a possibilidade de aumento da cadeia produtiva.
A pesquisa também nos aponta que muito ainda tem-se a construir em nosso país quando se
fala de economia solidária e isto nos mostra que os profissionais envolvidos nesta questão têm
um amplo campo de pesquisa e trabalho, uma possibilidade é investigar sobre a relação entre
empréstimo de consumo e a dinamização da cadeia produtiva. Isto para que o tema
ECONOMIA POPULAR e SOLIDÁRIA possa se fortalecer em busca dos princípios de
participação, autogestão, democracia, igualitarismo, cooperação, sustentabilidade,
desenvolvimento humano, responsabilidade social e a preservação do meio ambiente.
Fica aqui nosso desafio e incentivo aos profissionais do Serviço Social em prol da
consolidação de ações – pesquisas, reflexões, trabalho coletivo - visando uma economia
inclusiva, ou seja, que considere o sujeito como agente de sua transformação e da
transformação social.
7– REFERÊNCIAS
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O Método nasCiências Naturais e Sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira,2001. p. 131 e p. 163.
ARAÚJO, A. M. C.; CARTONI, D. M.; JUSTO, C. R. D. M. Reestruturação produtiva enegociação coletiva nos anos 90. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.16,n.45, Fev. 2001.
ARRUDA, Marcos. 2004, Economia Solidária e o renascimento de uma sociedadehumana Matrística. Que fatores contribuíram para o nascimento e o crescimento de umaeconomia fundada na solidariedade? Que visão e objetivos permeiam a idéia e a prática deuma economia solidária? Que estratégia é possível visualizar para o desenvolvimento de umaeconomia solidária a escala global? In: IV FÓRUM SOCIAL MUNDIAL. 2004, Mumbai,Índia. Palestra apresentada no Painel Economia Solidária organizado pela Rede Internacionalde Redes promotoras, em Mumbai, India.
______. A Cultura da Socioeconomia Solidária. 2000. p. 4
______. 1998 Globalização e desenvolvimento comunitário autogestionário. português.p. 26
______. Estratégias de formação no campo da economia dos setores populares. In:SEMINÁRIO ECONOMIA DOS SETORES POPULARES: SUSTENTABILIDADE EESTRATÉGIAS DE FORMAÇÃO, 1., 2006, Salvador, Resumos... Salvador: Capina, 2006.p. 01-27).
BARCELLOS, A. P. Economia popular e solidária: uma alternativa à crise do mercadode trabalho brasileiro nos anos 90. 2000. 69 f. Monografia (Trabalho de Conclusão deCurso de Graduação em Ciências Econômicas) – Faculdade de Ciências Econômicas,Universidade Federal de Santa Catarina.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em:http://www.agricultura.gov.br/. Acesso em 12 jun. 2007.
______. Sistema Nacional de Informação em Economia Solidária - SIES. Atlas da economiasolidária. 2006.
ESPIRITO SANTO. Fórum Estadual de Economia Solidária – FEPS. Vitrine solidária:catálogo de produtos. 3. 2005.
BÚRIGO. F. L. Moeda social e a circulação das riquezas na economia solidária.Florianópolis, 2001.
CASTRO, Antonio B. de; LESSA, Carlos F. Introdução a economia - uma abordagemestruturalista. 37 ed., Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
CATTANI, Antônio David. A outra economia. Porto Alegre: Veraz, 2003. 306p.
CHAVES, D. F; PINTO, I. M. J. Economia solidária como alternativa de desenvolvimentoregional. T&C Amazônia, Amazônia, n. 10, p. 60-67, fev. 2007
CNES - CONFERÊNCIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDARIA, 1., 2006, Brasília.Anais... Brasília. Economia solidária como estratégia e política de desenvolvimento:SENAES, 2006.
CULTI, Maria Nezilda. O cooperativismo popular no Brasil: importância erepresentatividade. In: Congresso Europeu de Latino-americanistas, 3,Amsterdã. Resumos..., 2002.
FRANÇA FILHO, G. C.; LAVILLE, J. A economia solidária: uma abordagem internacional.Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
______. Ação pública e economia solidária uma perspectiva internacional. Porto Alegre:Editora da UFRGS, 2006.
GAIGER, L. (2002) A Economia Solidária diante do modo de produção capitalista.Disponível em: http://www.ecosol.org.br/textos.quadro.htm. Acesso em 02 mai. 2007.
______. Uma questão de competências, de concorrência... ou de projetos? Disponível em:http://www.ecosol.org.br/textos.quadro.htm. Acesso em 02 mai. 2007.
GUAZZI, D. M. Utilização do QFD como uma ferramenta de melhoria contínua do graude satisfação de clientes internos. Uma aplicação em cooperativas agropecuárias. 1999.Tese (Engenharia de Produção) – Faculdade de Engenharia de Produção, UniversidadeFederal de Santa Catarina. 1999.
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formaçãoprofissional. São Paulo: Cortez, 2006.
LECHAT, N.M.P. Economia social, economia solidária, terceiro setor: do que se trata?.Civitas – Revista de Ciências Sociais, n.1, p. 123-140, jun.2002. Disponível em:http://www.revistaseletronicas.pucrs.br/civitas/ojs/include/getdoc.php. Acesso em 15 Mar.2007.
MANCE, E. A. A revolução das redes: a colaboração solidária como alternativa pós-capitalista a globalização atual. CEPAT - Informa, Ano 4, N. 46, p.10-19, dezembro de 1998
Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores, Curitiba, PR.Disponível em: http://www.milenio.com.br/mance/rede.htm. Acesso em 30 mai. 2007.. 1998.
______. Redes de economia solidária: a expansão de uma alternativa global. In: FÓRUMSOCIAL MUNDIAL, 2., 2002, Porto Alegre. Disponível em:http://www.milenio.com.br/mance/fsm2.htm. Acesso em 30 mai. 2007.
MELO NETO, J. J; MAGALHÃES, S. Bairros pobres, ricas soluções: Banco Palmas, pontoa ponto, Fortaleza: Expressão Gráfica, 2003.
MENEZES. M. S. Sistema de moeda local: uma investigação sobre seus potenciais comoalternativa à exclusão financeira a partir do caso do Banco Bem em Vitória/ES. BeloHorizonte – UFMG, 2007.
MOL, L. M. L. Histórico da instituição gestora do banco bem. Banco Bem, Vitória, 2006.
PERUZZO, Cecília. A comunicação nos movimentos populares – a participação naconstrução da cidadania. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
PILAGALLO, Oscar. A aventura do dinheiro - uma crônica da história milenar da moeda.São Paulo: Publifolha, 2000.
PMV – PREFEITURA MUNICIPAL DE VITORIA. Histórico dos Bairros. Gurijica eMorro de São Benedito. Disponível em:http://www.vitoria.es.gov.br/secretarias/sedec/gurigica1.htm#benedito. Acessado emJunho/2007.
PMV – PREFEITURA MUNICIPAL DE VITORIA. (2004). Índice de Qualidade Urbana(IQU): bairros de Vitória – 1991 e 2000. Coordenadoria de Planejamento, Novembro de2004. Disponível em: http://www.vitoria.es.gov.br/secretarias/estrategica/iqu1991a2000.htm.Acessado em Junho/2007.
REIS, Renato H. dos. A constituição do sujeito político, epistemológico e amoroso naalfabetização de jovens e adultos. 1998. Tese (Doutorado em Educação) UniversidadeEstadual de Campinas. 1998.
SÉRIE SEMEANDO SOCIOECONOMIA. Economia Solidária no Fórum Social Mundial.Rio de Janeiro: PACS, n. 7, 2003. p. 80.
SINGER, P.; SOUZA, A. R. A economia solidária no Brasil: a autogestão como resposta aodesemprego, São Paulo: Contexto, 2000.
TIRIBA, L. Economia popular e cultura do trabalho: pedagogia da produção associada.Injui, RS: Editorial Unijui, 2001.
YAZBEK, M. C. Classes subalternas assistência social. 3 ed. São Paulo: Cortez, 1999.
ANEXOS
ANEXO A – Questionário Socioeconômico: Perfil dos Tomadores de Empréstimos em
Moeda Bem.
QUESTIONARIO SÓCIO-ECONÔMICO
PERFIL DOS TOMADORES DE EMPRÉSTIMOS EM MOEDA BEM
Pesquisador: Data: / /07 Hora:
Bloco I - Caracterização do entrevistado
1. Nome:____________________________________________Apelido:_______________
2. Idade:_________ 3. Sexo: • M. • F. Telefone:___________________
4. Bairro de moradia: • Itararé. • Penha. • São Benedito.4.1 Há quanto tempo mora na região?___________________________________________
5. Qual é a posição do entrevistado em relação ao chefe/responsável do domicilio?__________________________________________________________________________
6. Estado Civil:
• Casado • Solteiro • Divorciado • Viúvo • União Estável
7. Escolaridade
• Ensino fundamental Incompleto • Ensino Superior Incompleto
• Ensino fundamental Completo • Ensino Superior Completo
• Ensino Médio Incompleto • Sem escolaridade
• Ensino Médio Completo
8. Qual o número de membros de sua família?_________
• ___0 a 6 anos. • ___16 a 17 • ___25 a 64
• ___7 a 15 • ___18 a 24 • ___Acima de 65.
Bloco II - Caracterização do domicilio
9. Tipo de moradia:
• Alvenaria. • Madeira. • Mista. • Outras.______________
10. Sua residência é:
• Alugada. R$_____ • Cedida • Própria • Outros______________
11. Número de cômodos da casa:__________Quais os cômodos?
• ___Sala. • ___Banheiro • ___Quarto
• ___Cozinha • ___Área de serviço • ___Outros.
12. Abastecimento de água principal:
• Canalizada • Outros______________________________________________
13. Energia elétrica:
• Padrão. • Clandestina • Inexistente.
14. Esgotamento sanitário:
• Rede da Concessionária • Rede construída por moradores.
• Fossa • Despeja na rua/encosta/córrego. • Não sabe.
15. Destino do lixo:
• Lixo acondicionado. • Caçamba/lixeiras coletivas. • Via pública
• Encosta • Terreno vazio. • Queimado no local
16. Tipo de pavimentação:
• Asfalto • Paralelepípedo. • Cimentado • Sem pavimentação.
Bloco III – Renda familiar
17. Quantas pessoas trabalham atualmente?____________________________________
18. Descreva as principais atividades exercidas por estas pessoas:
Atividade Nº de pessoas Idade
• Empregado com registro
• Empregado sem registro
• Empregador
• Por conta própria/ individualmente
• Integrante de grupo produtivo/cooperativa
• Aposentado/pensionista
• Aprendiz/estagiário com remuneração
• Trabalho temporário (bico)
• Outro
19. Renda mensal familiar (em salário mínimo – SM ou R$)
• Menos de 1 SM (até R$380,00) • de 1 a 2 SM (R$380,00 a 760,00)
• de 2 A 3 SM (R$760,00 a R$1.140,00) • de 3 a 4 SM (R$1.140,00 a R$1.520,00)
• Mais de 4 SM (Mais de R$1.520,00) • Não sabe/não respondeu
20. Quem mais contribui financeiramente para a manutenção do domicilio?__________________________________________________________________________
21. Renda mensal individual:__________________________________________________________________________
22. Recebe algum tipo de beneficio?
• Sim • Não • Não sei responder.22.1 Se sim. Qual?__________________________________________________________
22.2 Qual o valor total somando todos os benefícios? (R$) ___________________________
23. Escolha três opções que considera de maior peso no orçamento familiar:
• Alimentação. • Aluguel/habitação. • Água • Transporte • Lazer
• Energia • Educação. • Saúde • Vestuário • Gás
• Telefone • Imposto. • Não sabe • Outro:____________
24. Em sua opinião a renda mensal da sua família lhes permite viver durante o mês com:
• Dificuldade. • Facilidade • Nem dificuldade e nem facilidade
Bloco IV – Moeda Bem
25. Quem é o titular do empréstimo?__________________________________________
26. A decisão de tomar o empréstimo foi coletiva (consenso) ou individual?__________________________________________________________________________
27. Como você conheceu a Moeda Bem? Principal:
• Através de vizinho • Através da família • Através de comércio local
• Mídia/ divulgação. • Banco Bem • Outros:_______________
28. Como você soube da possibilidade de tomar empréstimo junto ao Banco Bem?
• Através de vizinho • Através da família • Através de comércio local
• Mídia/ divulgação. • Banco Bem • Outros:_______________
29. O que te levou a procurar o Banco Bem?
• Juros baixos, ou zero • Forma de concessão do credito, que são mais fáceis
• Indicação. • Necessidade • Outros:_______________
30. Você já solicitou quantos empréstimos em moeda Bem?______________________
31. Encontrou dificuldade em adquirir o empréstimo?
• Sim. • Não.31.1Se sim. Qual?______________________________________________________
32. Você esta ciente dos critérios pré-estabelecidos para conseguir o empréstimo?
• Sim. • Não.32.1 Se sim. Pode citar algum?_________________________________________________
33. Como foi gasto o dinheiro oriundo do empréstimo?
• Alimentos • Pagamento de contas (água, luz, etc.)
• Utilidade doméstica• Outros: _________________________________________
34. O empréstimo resolveu seu problema?
• Sim. • Não.
35. Você conseguiu quitar o empréstimo de acordo com o prazo determinado?
• Sim. • Não.35.1Se não. Por quê?________________________________________________________
36. Continua precisando de um novo empréstimo?
• Sim. • Não.
37. Você sugere alguma melhoria no sistema de concessão de empréstimo?__________________________________________________________________________
38. Você costuma comprar fiado/caderneta no comércio local?
• Sim. • Não.38.1 Se sim. Qual comércio?___________________________________________________
39. Você preferi comprar fiado ou comprar com a Moeda Bem oriunda do empréstimo?
• Moeda Bem. • Fiado39.1 Por quê?______________________________________________________________
40. Você gostou do atendimento do Banco Bem?
• Sim. • Não.40.1Por quê?_______________________________________________________________
41. Quais diferenças você vê entre os Bancos Comerciais e o Banco Bem?__________________________________________________________________________
42. Como foi à aceitação da moeda Bem no comércio local?
• Ótima • Boa • Razoável • Ruim
43. Antes de tomar o empréstimo em Moeda Bem você já era usuário desta Moeda?
• Sim. • Não.43.1 Alguém mais utiliza a Moeda Bem em sua casa?______________________________
44. Você costuma fazer a troca de Reais por Moeda Bem?
• Sim. • Não.
45. Quais as vantagens em usar a moeda Bem?__________________________________________________________________________
46. Você acha que a moeda Bem melhorou sua qualidade de vida?
• Sim. • Não.46.1 Se sim. Como?_________________________________________________________
47. Você já pensou em tomar empréstimo para fins de produção?
• Sim. • Não.47.1 Se sim. Para produzir o quê?______________________________________________
47.2 Se não. Por quê?________________________________________________________
48. Você percebe o Banco Bem como um ato de solidariedade ou como um empréstimo bancárionormal? Explique.__________________________________________________________________________
49. Você sabe o que é economia solidária?
• Sim. • Não.
50. Você conhece os Grupos de Produção/Cooperativas existentes na região em especial noBairro São Benedito?
• Sim. • Não.50.1 Se sim. Qual?__________________________________________________________
51. Você participa ou têm interesse em participar de alguma das cooperativas existentes naComunidade?
• Sim, participo • Não, mas tenho interesse • Não participo e não tenhointeresse.51.1 Por quê?______________________________________________________________
52. Você indicou a moeda Bem para alguém?
• Sim. • Não.52.1 Se sim. Quem?_________________________________________________________
53. Você já pegou empréstimo em Banco Comercial?
• Sim. • Não.
54. Você possui conta em banco comercial?
• Poupança • Conta corrente • Conta salário
• Nenhuma das alternativas • Todas as alternativas acima.
55. O que você acha que pode melhorar no uso e na aceitação da moeda Bem?__________________________________________________________________________
56. Como a moeda Bem e o Banco Bem estão contribuindo para o desenvolvimento daComunidade?__________________________________________________________________________
57. Você acha que a moeda Bem deve continuar a existir?
• Sim. • Não.57.1 Por quê?______________________________________________________________
58. O que a Moeda Bem representa para você?__________________________________________________________________________
ANEXO B – Questionário Organização do Banco Bem: Investigação Sobre o Histórico eFuncionamento do Banco e da Moeda Bem
QUESTIONÁRIO ORGANIZAÇÃO DO BANCO BEM
INVESTIGAÇÃO SOBRE O HISTÓRICO E FUNCIONAMENTO DO BANCO E DA MOEDA
BEM
Pesquisador: Data: / /07 Hora:
Bloco I - Caracterização do entrevistado
1. Nome:___________________________________________ 2. Telefone:_____________
3. Profissão:_________________________4. Tempo de trabalho no Banco Bem:______
Bloco I - Caracterização do Banco Bem
5. Você sabe como surgiu o Banco Bem?
__________________________________________________________________________
6. Quando se pensou em um Banco Comunitário para região a qual foi o principal objetivo paraa sua criação?__________________________________________________________________________
7. Atualmente, com o Banco em pleno funcionamento alguns dos objetivos mudaram?
• Sim. • Não.7.1 Se sim, o que mudou?_____________________________________________________
8. Descreva a organização do banco bem (hierarquia/organograma).
__________________________________________________________________________
9. Como funcionam as atividades do Banco Bem?
__________________________________________________________________________
10. Um dos princípios dos bancos comunitários é contribuir com o desenvolvimento econômico esocial da comunidade em que atua. Cite as ações desenvolvidas pelo banco bem para contribuircom o desenvolvimento comunitário.__________________________________________________________________________
11. O banco bem é sustentável?
• Sim. • Não.
11.1. Se não. Existe um projeto futuro para alcançar a sustentabilidade?
__________________________________________________________________________
11.2. O que você entende por sustentabilidade?
__________________________________________________________________________
11.3. O que você entende por sustentabilidade?
__________________________________________________________________________
12. Quem são os parceiros do banco bem, e de que maneira contribuem com as ações do Banco?__________________________________________________________________________
13. Existe algum critério de aceitação destes parceiros?
• Sim. • Não.13.1 Se sim. Qual?__________________________________________________________
14. Se os patrocinadores deixarem de investir no Banco Bem existem outros meios de
sustentabilidade Bancária?
• Sim. • Não.
15. Quais são os maiores desafios do Banco Bem?
__________________________________________________________________________
16. No I Seminário de Economia Solidária da EMESCAM, você falou da impossibilidade dosusuários acumularem dinheiro no banco bem, ou seja, não é possível ter uma poupança. A quese deve esta proibição? E se a mesma representa para o Banco Bem uma ameaça/limitação?__________________________________________________________________________
17. Como é a relação do Banco Bem com a Prefeitura Local?
• Ótima • Boa • Razoável • Ruim17.1.Exemplifique:___________________________________________________________
18. Como é a relação do Banco Bem com os projetos e os grupos existentes na comunidade?
• Ótima • Boa • Razoável • Ruim • Inexistente18.1.Exemplifique:___________________________________________________________
19. Como é a relação do Banco Bem com outros Bancos Comunitários?
• Ótima • Boa• Razoável • Ruim • Inexistente19.1.Exemplifique:___________________________________________________________
20. Qual a relação do Banco Bem com o Banco Central?
__________________________________________________________________________
21. Explique a relação existente entre o Banco Bem e os grupos produtivos (empreendimentos)?
__________________________________________________________________________
22. Há pretensão de levar este projeto a outras comunidades? (que projeto? do banco?)
• Sim. • Não.
23. Compreendendo ser o Banco Bem um Banco Comunitário, ou seja, da comunidade, como sedá a participação da comunidade nas ações do Banco?__________________________________________________________________________
24. A comunidade tem acesso aos documentos do Banco Bem?
• Sim. • Não.
25. Quais as mudanças sociais já foram observadas a partir das ações do Banco Bem nasComunidades de sua abrangência?__________________________________________________________________________
26. Como você vê o Banco Bem?
__________________________________________________________________________
Bloco II – Concessão de empréstimos
27. Quais as linhas de credito do Banco Bem?
__________________________________________________________________________
28. Há preferência do Banco Bem por determinadas operações de créditos?Por quê?__________________________________________________________________________
29. Descreva o processo de empréstimo.
__________________________________________________________________________
30. Qual a finalidade dos empréstimos concedidos pelo Banco Bem?
__________________________________________________________________________
31. Quais os critérios do Banco Bem para a concessão do empréstimo?
__________________________________________________________________________
32. Existe um prazo (tempo) estipulado para concessão de empréstimos?
• Sim. • Não.32. 1 Se sim, qual?__________________________________________________________
33. Como e feita à análise dos créditos?
__________________________________________________________________________
34. Após a concessão do empréstimo e feito algum acompanhamento ao cliente?
• Sim. • Não.34. 1 Se sim, como?_________________________________________________________
35. Quais as atividades contempladas com os empréstimos de produção?
• Produção • Comércio
• Serviço. • Outros: ________________________________________
36. Como é a relação do Banco Bem com estes novos empreendimentos surgidos a partir dos
empréstimos concedidos?
• Ótima • Boa • Razoável • Ruim
37. Como surgiu à idéia de criar o empréstimo de consumo (concedido em Moeda Bem) que é
um valor relativamente pequeno se comparado aos valores concedidos nos demais tipos de
empréstimos?
__________________________________________________________________________
38. Quais as garantias oferecidas aos tomadores de empréstimos em moeda bem?
__________________________________________________________________________
39. O empréstimo de consumo é uma operação priorizada?
• Sim. • Não.39.1Por quê?_______________________________________________________________
40. Você considera que o empréstimo de consumo se aproxima de uma ação assistencialista?
• Sim. • Não.40.1Por quê?_______________________________________________________________
41. Você também falou do Comitê que autoriza os empréstimos, este comitê é permanente?
• Sim. • Não.41.1Se não, como funciona a eleição de seus membros?____________________________
42. No Seminário já mencionado, você relatou que o número de inadimplência é pequeno, a quese deve isso?
__________________________________________________________________________
43. Qual a postura do Banco Bem com os tomadores de empréstimo inadimplentes, além dacobrança verbal?
__________________________________________________________________________
44. Como surgiu e qual a finalidade do Fórum Bem Maior?__________________________________________________________________________
Bloco III – Moeda Bem
45. Quais os benefícios do uso da moeda bem?
__________________________________________________________________________
46. Como está sendo a aceitação da à Moeda Bem no comércio local?
• Ótima • Boa • Razoável • ruim
47. Quais são as principais dificuldades de circulação da Moeda Bem no comércio local?__________________________________________________________________________
48. Há procura por parte dos proprietários de comércios o interesse de que o seu comércio sejaum recebedor da Moeda Bem?
• Sim. • Não.Bloco IV – Usuários
49. Qual o depoimento de usuários, você pode citar como exemplo do bomrelacionamento com o Banco?__________________________________________________________________________
50. Qual o depoimento de usuários você pode citar como exemplo de mudança social?__________________________________________________________________________
51. Qual o depoimento de usuário você pode citar como exemplo de consciência solidária?__________________________________________________________________________
Bloco V – Funcionários
52. Qual seu sentimento e motivação em trabalhar em um Banco Comunitário?__________________________________________________________________________
53. Fale sobre o reconhecimento do trabalho do Banco junto aos parceiros e comunidades:__________________________________________________________________________
Foto 2: Vista do alto do Morro São Benedito
Foto 3: Sede do Banco Bem em baixo e acima a sede da Escola de Economia Solidária BemAprender
ANEXO D – Moeda Bem
Ilustração 2: Cédula de cinqüenta centavos de Bem – frente e verso.
Ilustração 3: Cédula de hum Bem – frente e verso.
ANEXO E – Material de divulgação
Ilustração 1:Banner dedivulgação daMoeda Bemafixado na sededo Banco Bem
Ilustração 2: Convite para a festa de lançamento da Moeda Bem – frente e verso.
ANEXO F – Tabulação de dados da pesquisa de campo.
Gráfico 1: Número de membros da família por grupo de idade
DESCRIÇÃO Nº0 a 6 ANOS 87 a 15 ANOS 1216 a 17 ANOS 118 a 24 ANOS 1125 a 64 ANOS 23ACIMA DE 65 ANOS 4
DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM
0 a 6 ANOS 8 14%7 a 15 ANOS 12 20%16 a 17 ANOS 1 2%18 a 24 ANOS 11 19%25 a 64 ANOS 23 39%ACIMA DE 65 ANOS 4 7%
59 100%
47%
814%
12%
1220%
1119%
2339%
0 a 6 ANOS
7 a 15 ANOS
16 a 17 ANOS
18 a 24 ANOS
25 a 64 ANOS
ACIMA DE 65 ANOS
COMENTÁRIO: Observamos que os entrevistados em relação ao número de membros dafamília por faixa etária, têm uma considerável divergência, onde 39% possuem entre 25 e64 anos, 20% possuem entre 7 e 15 anos, 19% possuem entre 18 e 24 anos, 14% possuementre 0 e 6 anos, 7% possuem mais de 65 anos e apenas 2% têm idade entre 16 e 17 anos.
Gráfico 2: Descrição da aquisição da residência.
DESCRIÇÃO NºALUGADA 2CEDIDA 1PROPRIA 12OUTROS 1
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMALUGADA 2 13%CEDIDA 1 6%PRÓPRIA 12 75%OUTROS 1 6%
16 100%
COMENTÁRIO: Pode-se observar que a maioria dos entrevistados, cerca de 75%, residemem casas de próprias e apenas 13% residem em casas alugadas.
16%
213%
16%
1275%
ALUGADACEDIDA
PROPRIA
OUTROS
Gráfico 3: Total de cômodos da casa.
DESCRIÇÃO NºATÉ 3 CÔMODOS 5DE 4 A 6 CÔMODOS 8ACIMA DE 7 CÔMODOS 3
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMATÉ 3 CÔMODOS 5 31%DE 4 A 6 CÔMODOS 8 50%ACIMA DE 7 CÔMODOS 3 19%
16 100%
531,3%
318,8%
850,0%
ATÉ 3 CÔMODOS
DE 4 A 6 CÔMODOS
ACIMA DE 7 CÔMODOS
COMENTÁRIO: Observa-se que 50% dos entrevistados residem em casas de 4 a 6cômodos, 31% em casas de até 3 cômodos e apenas 19% residem em casas com maisde 7 cômodos.
Gráfico 4: Descrição dos cômodos da casa.
DESCRIÇÃO NºSALA 11COZINHA 16BANHEIRO 13ÁREA DE SERVIÇO 4QUARTO 28OUTROS 2
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSALA 11 15%COZINHA 16 22%BANHEIRO 13 18%ÁREA DE SERVIÇO 4 5%QUARTO 28 38%OUTROS 2 2%
74 100%
22%
1115%
1622%
1318%
45%
2838%
SALA
COZINHA
BANHEIRO
ÁREA DE SERVIÇO
QUARTO
OUTROS
COMENTÁRIO: 38% dos entrevistados possuem quarto, 22% possuem cozinha, 18%possuem banheiro, 15% possuem sala e apenas 5% têm área de serviço e ainda 2% possuemoutros tipos de cômodos
Gráfico 5: Energia elétrica.
DESCRIÇÃO NºPADRÃO 13CLANDESTINA 3INEXISTENTE 0
DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM
PADRÃO 13 81%CLANDESTINA 3 19%INEXISTENTE 0 0%
16 100%
1381%
319%
00%
PA DRÃ O
CLA NDESTINA
INEXISTENTE
COMENTÁRIO: Pode-se observar que a maioria dos entrevistados, cerca de 81%, possuienergia elétrica padrão e apenas 19% têm energia elétrica clandestina.
Gráfico 6: Esgotamento sanitário.
DESCRIÇÃO NºREDE DA CONCESSIONÁRIA 15FOSSA 0REDE CONSTRUÍDA POR MORADORES 1DESPEJA NA RUA/ENCOSTA/CÓRREGO 0NÃO SABE 0
DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM
REDE DA CONCESSIONÁRIA 15 94%FOSSA 0 0%REDE CONSTRUÍDA POR MORADORES 1 6%DESPEJA NA RUA/ENCOSTA/CÓRREGO 0 0%NÃO SABE 0 0%
16 100%
0%
16%
1594%
0%
0%REDE DACONCESSIONÁRIA
FOSSA
REDE CONSTRUÍDAPOR MORADORES
DESPEJA NARUA/ENCOSTA/CÓRREGONÃO SABE
COMENTÁRIO: Em relação ao esgotamento sanitário, 94% dos entrevistados utilizam oesgotamento fornecido pela rede concessionária e apenas 6% utilizam uma rede construída pormoradores.
Gráfico 7: Acomodação do lixo.
DESCRIÇÃO NºACONDICIONADO 12ENCOSTA 0CAÇAMBA/LIXEIRAS COLETIVAS 3TERRENO VAZIO 0VIA PÚBLICA 1QUEIMADO NO LOCAL 0
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMACONDICIONADO 12 75%ENCOSTA 0 0%CAÇAMBA/LIXEIRAS COLETIVAS 3 19%TERRENO VAZIO 0 0%VIA PÚBLICA 1 6%QUEIMADO NO LOCAL 0 0%
16 100%
0,0%0,0%
0,0%
1275%
319%
16%
A CONDICIONA DO
ENCOSTA
CA ÇA MBA /LIXEIRA SCOLETIV A STERRENO V A Z IO
V IA PÚBLICA
QUEIMA DO NO LOCA L
COMENTÁRIO: Em relação à coleta de lixo, 75% dos entrevistados acondicionam o lixoem local apropriado, 19% colocam em caçambas e/ou lixeiras coletivas e apenas 6% deixamo lixo em vias públicas.
Gráfico 8: Idade dos trabalhadores ativo por tipo de atividades
DESCRIÇÃO NºEMPREGADO COM REGISTRO DE 18 ANOS A 30 ANOS 8EMPREGADO COM REGISTRO DE 31 ANOS A 50 ANOS 5EMPREGADO COM REGISTRO DE 51 ANOS A 64 ANOS 2EMPREGADO COM REGISTRO ACIMA DE 65 ANOS. 0EMPREGO SEM REGISTRO DE 18 ANOS A 30 ANOS 1EMPREGO SEM REGISTRO DE 31 ANOS A 50 ANOS 0EMPREGO SEM REGISTRO 51 ANOS A 64 ANOS 0EMPREGO SEM REGISTRO ACIMA DE 65 ANOS 0EMPREGADOR DE 18 ANOS A 30 ANOS 0EMPREGADOR DE 31 ANOS A 50 ANOS 0EMPREGADOR DE 51 ANOS 64 ANOS 0EMPREGADOR ACIMA DE 65 ANOS 0POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 18 ANOS A 30 ANOS 1POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 31 ANOS A 50 ANOS 1POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 51 ANOS A 64 ANOS 0POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE ACIMA DE 65 ANOS 0INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 18 ANOS A 30 ANOS 2INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 51 ANOS A 64 ANOS 0INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA ACIMA DE 65 ANOS 0APOSENTADO/PENSIONISTA DE 18 ANOS A 30 ANOS 0APOSENTADO/PENSIONISTA DE 31 ANOS A 50 ANOS 0APOSENTADO/PENSIONISTA DE 51 ANOS A 64 ANOS 0APOSENTADO/PENSIONISTA ACIMA DE 65 ANOS 3APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO 14 A 18 ANOS 1APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO DE 19 ANOS A 25 ANOS 0APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO ACIMA DE 26 ANOS 0TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 18 ANOS A 30 ANOS 1TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 31 ANOS A 50 ANOS 1TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 51 ANOS A 64 ANOS 0TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) ACIMA DE 65 ANOS 0OUTRO 31 ANOS 1
DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM
EMPREGADO COM REGISTRO DE 18 ANOS A 30 ANOS 8 28%EMPREGADO COM REGISTRO DE 31 ANOS A 50 ANOS 6 21%EMPREGADO COM REGISTRO DE 51 ANOS A 64 ANOS 2 7%EMPREGADO COM REGISTRO ACIMA DE 65 ANOS. 0 0%EMPREGO SEM REGISTRO DE 18 ANOS A 30 ANOS 1 3%EMPREGO SEM REGISTRO DE 31 ANOS A 50 ANOS 0 0%EMPREGO SEM REGISTRO 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%EMPREGO SEM REGISTRO ACIMA DE 65 ANOS 0 0%EMPREGADOR DE 18 ANOS A 30 ANOS 0 0%EMPREGADOR DE 31 ANOS A 50 ANOS 0 0%EMPREGADOR DE 51 ANOS 64 ANOS 0 0%EMPREGADOR ACIMA DE 65 ANOS 0 0%POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 18 ANOS A 30 ANOS 1 3%POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 31 ANOS A 50 ANOS 1 3%POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE ACIMA DE 65 ANOS 0 0%INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 18 ANOS A 30 ANOS 2 7%INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 31 ANOS A 50 ANOS 1 3%INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA ACIMA DE 65 ANOS 0 0%APOSENTADO/PENSIONISTA DE 18 ANOS A 30 ANOS 0 0%APOSENTADO/PENSIONISTA DE 31 ANOS A 50 ANOS 0 0%APOSENTADO/PENSIONISTA DE 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%APOSENTADO/PENSIONISTA ACIMA DE 65 ANOS 3 10%APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO 14 A 18 ANOS 1 3%APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO DE 19 ANOS A 25 ANOS 0 0%APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO ACIMA DE 26 ANOS 0 0%TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 18 ANOS A 30 ANOS 1 3%TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 31 ANOS A 50 ANOS 1 3%TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) ACIMA DE 65 ANOS 0 0%OUTROS 31 ANOS 1 3%
29 100%
0%
0%0%0%0%0%0%
0%0%0%0%0%
13%
13%
0%
13% 3
10%
13%
0% 0%1
3%
0%7%
13%0%
0%
13%1
3%
0%
27%
621%
828%
EMPR EGADO COM R EGIST R O DE 18 ANOS A 30 ANOS
EMPR EGADO COM R EGIST R O DE 31 ANOS A 50 ANOS
EMPR EGADO COM R EGIST R O DE 51 ANOS A 64 ANOS
EMPR EGADO COM R EGIST R O ACIMA DE 65 ANOS.
EMPR EGO SEM REGIS T RO DE 18 ANOS A 30 ANOS
EMPR EGO SEM REGIS T RO DE 31 ANOS A 50 ANOS
EMPR EGO SEM REGIS T RO 51 ANOS A 64 ANOS
EMPR EGO SEM REGIS T RO ACIMA DE 65 ANOS
EMPR EGADOR DE 18 ANOS A 30 ANOS
EMPR EGADOR DE 31 ANOS A 50 ANOS
EMPR EGADOR DE 51 ANOS 64 ANOS
EMPR EGADOR ACIMA DE 65 ANOS
POR CONT A PROPR IA/INDIVIDUALMENT E DE 18 ANOS A 30ANOSPOR CONT A PROPR IA/INDIVIDUALMENT E DE 31 ANOS A 50ANOSPOR CONT A PROPR IA/INDIVIDUALMENT E DE 51 ANOS A 64ANOSPOR CONT A PROPR IA/INDIVIDUALMENT E ACIMA DE 65ANOSINT EGRANT E DE GR UPO PRODUT IVO/COOPER AT IVA DE 18ANOS A 30 ANOSINT EGRANT E DE GR UPO PRODUT IVO/COOPER AT IVA DE 51ANOS A 64 ANOSINT EGRANT E DE GR UPO PRODUT IVO/COOPER AT IVA ACIMADE 65 ANOSAPOSENT ADO/PENS IONIST A DE 18 ANOS A 30 ANOS
APOSENT ADO/PENS IONIST A DE 31 ANOS A 50 ANOS
APOSENT ADO/PENS IONIST A DE 51 ANOS A 64 ANOS
APOSENT ADO/PENS IONIST A ACIMA DE 65 ANOS
APRENDIZ /EST AGIAR IO COM R EMUNER AÇÃO 14 A 18 ANOS
APRENDIZ /EST AGIAR IO COM R EMUNER AÇÃO DE 19 ANOS A25 ANOSAPRENDIZ /EST AGIAR IO COM R EMUNER AÇÃO ACIMA DE 26ANOST R AB ALHO T EMPORÁR IO (B ICO) DE 18 ANOS A 30 ANOS
T R AB ALHO T EMPORÁR IO (B ICO) DE 31 ANOS A 50 ANOS
T R AB ALHO T EMPORÁR IO (B ICO) DE 51 ANOS A 64 ANOS
T R AB ALHO T EMPORÁR IO (B ICO) ACIMA DE 65 ANOS
OUT R O 31 ANOS
COMENTÁRIO: Pode-se observar que em relação ao tipo de atividades exercidas por idade pelos entre-vistados que, 28% tem idade entre 18 a 30 anos, 21% entre 31 a 50 anos são empregados com registro10% são aposentado/pensionista acima de 65 anos de idade, 7% empregado com registro com idade 51a 64 anos o mesmo percentual com idade 18 a 30 anos são integrantes de grupo produtivo/cooperativa,
3% para as demais atividades.
Gráfico 9: Quem mais contribui no domicilio
DESCRIÇÃO NºMARIDO 9MULHER 6FILHOS 0OUTROS 1
DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM
MARIDO 9 56%MULHER 6 38%FILHOS 0 0%OUTROS 1 6%
16 100%
0%
638% 9
56%
16%
MARIDO
MULHER
FILHOS
OUTROS
COMENTÁRIO: Em relação à manutenção do domicilio, nota-se que quem mais contribuifinanceiramente é o marido com cerca de 56%, e a mulher com 38%.
Gráfico 10: Recebe benefícios.
DESCRIÇÃO NºSIM 6NÃO 10NÃO SABE RESPONDER 0
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 6 38%NÃO 10 62%NÃO SABE RESPONDER 0 0%
16 100%
0,0%
638%
1062%
SIM
NÃO
NÃO SABERESPONDER
COMENTÁRIO: Observa-se que 62% dos entrevistados não recebem nenhum tipode benefício assistencial resultado que contribui diretamente com a baixa qualidadevida da população e apenas 38% recebem algum benefício.
Gráfico 10.1: Tipo de benefício.
DESCRIÇÃO NºBOLSA FAMÍLIA 6BPC 0PETI 0NÃO RECEBE 10
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMBOLSA FAMÍLIA 6 38%BPC 0 0%PETI 0 0%NÃO REBEBE 10 62%
16 100%
0%0%10
62%
638%
BOLSA FAMÍLIA
BPC
PETI
NÃO RECEBE
COMENTARIO: Observa-se que entre os entrevistados que recebem algumtipo de benefício assistencial, todos recebem o Bolsa Família, cerca de 38% dototal de entrevistados.
Gráfico 10.2: Valor total de todos os benefícios.
DESCRIÇÃO NºR$18,00 2R$95,00 3NÃO SABE/NÃO RESPONDEU 1
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMR$18,00 2 33%R$95,00 3 50%NÃO SABE/NÃO RESPONDEU 1 17%
6 100%
233%
117%
350%
R$18,00
R$95,00
NÃ O SA BE/NÃ ORESPONDEU
COMENTÁRIO: Dentre os entrevistados que recebem benefícios assistenciais, 50%recebem R$95,00 e 33% recebem R$18,00
Gráfico 11: Titular do empréstimo.
DESCRIÇÃO NºHOMEM 3MULHER 13
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMHOMEM 3 19%MULHER 13 81%
16 100%
319%
1381%
HOMEM
MULHER
COMENTÁRIO: Dentre os titulares do empréstimo de consumo, evidencia-se a presençamássica das mulheres com cerca de 81% do total de entrevistados.
Gráfico 12: Como conheceu a moeda bem.
DESCRIÇÃO NºVIZINHO 0MÍDIA/DIVULGAÇÃO 1FAMÍLIA 1BANCO BEM 11COMÉRCIO LOCAL 2OUTROS 1
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMVIZINHO 0 0%MÍDIA/DIVULGAÇÃO 1 6%FAMÍLIA 1 6%BANCO BEM 11 69%COMÉRCIO LOCAL 2 13%OUTROS 1 6%
16 100%
0,0%
1169%
213%
16%
16%
16%
VIZINHO
MÍDIA/DIVULGAÇÃO
FAMÍLIA
BANCO BEM
COMÉRCIO LOCAL
OUTROS
COMENTÁRIO: Observa-se que a maioria dos entrevistados, cerca de 69%, conheceram aMoeda Bem através do Banco Bem, 13% através do comércio local, 6% mídia/divulgação e omesmo valor percentual conheceram através da família, 6% conheceram através de outrasfontes.
Gráfico 13: Como soube da possibilidade de adquirir empréstimo.
DESCRIÇÃO NºVIZINHO 2MÍDIA/DIVULGAÇÃO 0FAMÍLIA 1BANCO BEM 9COMÉRCIO LOCAL 1OUTROS 1
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMVIZINHO 2 13%MÍDIA/DIVULGAÇÃO 0 0%FAMÍLIA 1 6%BANCO BEM 9 56%COMÉRCIO LOCAL 1 6%OUTROS 3 19%
16 100%
16%
213%
319%
16%
956%
0,0%VIZINHO
MÍDIA/DIVULGAÇÃO
FAMÍLIA
BANCO BEM
COMÉRCIO LOCAL
OUTROS
COMENTÁRIO: Observa-se que a maioria dos entrevistados, cerca de 56%, souberam dapossibilidade de adquirir empréstimos através do Banco Bem, 19% através de outras alternativas,13% através do vizinho, 6% através da família e o mesmo valor percentual através do comérciolocal.
Gráfico 14: O que te levou a procurar o banco bem.
DESCRIÇÃO NºJUROS BAIXOS, OU ZERO 3INDICAÇÃO 1FORMA DE CONCESSÃO DO CREDITO 0NECESSIDADES 12
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMJUROS BAIXOS, OU ZERO 3 19%INDICAÇÃO 1 6%FORMA DE CONCESSÃO DO CREDITO 0 0%NECESSIDADES 12 75%
16 100%
0%
16%
319%
1275%
JUROS BAIXOS,OU ZERO
INDICAÇÃO
FORMA DECONCESSÃO DOCREDITONECESSIDADES
COMENTÁRIO: 75% dos entrevistados procuraram o Banco Bem por necessidaderesultado este que descreve a característica econômica dos bairros São Benedito, Penha eItararé.
Gráfico 15: Total de empréstimos solicitados
DESCRIÇÃO Nº1 112 43 04 0MAIS DE 05 1
DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM
1 11 69%2 4 25%3 0 0%4 0 0%MAIS DE 05 1 6%
16 100%
0,0%0,0%4
25%
1169%
16%
1
2
3
4
MAIS DE 05
COMENTÁRIO: Em relação ao total de empréstimos solicitados, 69% dosentrevistados solicitaram apenas 1 empréstimo, 25% solicitaram 2 empréstimos eapenas 6% solicitaram mais de 5 empréstimos
Gráfico 16: Conhece os critérios para aquisição do empréstimo
DESCRIÇÃO NºSIM 15NÃO 1
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 15 94%
NÃO 1 6%16 100%
16%
1594%
SIM
NÃO
COMENTÁRIO: A maioria dos entrevistados, cerca de 94%, foram informados doscritérios para aquisição do empréstimo de consumo junto ao Banco Bem.
Gráfico 17: O empréstimo resolveu seu problema.
DESCRIÇÃO NºSIM 15NÃO 1
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 15 94%NÃO 1 6%
16 100%
16%
1594%
SIM
NÃO
COMENTARIO: Nota-se que 94% dos entrevistados responderam que o empréstimo deconsumo atendeu as necessidades a que foi destinado
Gráfico 18: Precisa de um novo empréstimo.
DESCRIÇÃO NºSIM 7NÃO 9
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 7 44%NÃO 9 56%
16 100%
744%
956%
SIM
NÃO
COMENTÁRIO: Em relação à necessidade de um novo empréstimo 56% dosentrevistados não necessitam de um novo empréstimo e 44% precisam.
Gráfico 19: Compra fiado ou com caderneta.
DESCRIÇÃO NºSIM 6NÃO 10
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 6 38%NÃO 10 62%
16 100%
638%
1062%
SIM
NÃO
COMENTÁRIO: 62% dos entrevistados não compram fiado/caderneta e 38% compram.
Lista 1: Descrição do tipo de comércio que compra fiado/caderneta
E-02 "PADARIA, GÁS E MERCEÁRIA DO NOÉ"E-05 "BAR E PADARIA"E-06 "BARZINHO"E-07 "LOJA DE ROUPA E NO ARMARINHO"E-09 "NO COMERCIO DE GÁZ"E-10 "MERCEARIA DO EDSON E DO SR. MARTIN"
Gráfico 20: Gostou do atendimento do banco bem.
DESCRIÇÃO NºSIM 16NÃO 0
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 16 100%NÃO 0 0%
16 100%
0%
16100%
SIM
NÃ O
COMENTÁRIO: Com relação ao atendimento do Banco Bem, cerca de 100% dosentrevistados gostaram do atendimento que tiveram.
Gráfico 21: Aceitação da moeda bem no comercio local.
DESCRIÇÃO NºÓTIMA 5BOA 10RAZOÁVEL 0RUIM 1
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMÓTIMA 5 31%BOA 10 63%RAZOÁVEL 0 0%RUIM 1 6%
16 100%
16%
0,0%
531%
1063%
ÓTIMA
BOA
RAZOÁVEL
RUIM
COMENTÁRIO: Quanto à aceitação da Moeda Bem no comércio local, cerca63%dos entrevistados consideram boa, 31% considera ótima e apenas6% consideram a aceitação da Moeda Bem ruim.
Gráfico 22: Antes de tomar o empréstimo você já era usuário da moeda.
DESCRIÇÃO NºSIM 3NÃO 13
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 3 19%NÃO 13 81%
16 100%
319%
1381%
SIM
NÃ O
COMENTÁRIO: Pode-se observar dentre os entrevistados em relação ao usoda Moeda Bem, cerca de 81% disseram não terem utilizado a Moeda antes detomar o empréstimo de consumo e 19% disseram ser usuário da Moeda Bem.
Gráfico 22.1: Quem mais utiliza moeda bem na residência
DESCRIÇÃO NºMULHER 0MARIDO 1FILHO(A) 0NINGUEM 15OUTROS 0
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMMULHER 0 0%MARIDO 1 6%FILHO (A) 0 0%NINGUEM 15 94%
OUTROS 0 0%16 100%
0%0%0%
15 94%
16% MULHER
MA RIDO
FILHO(A )
NINGUEM
OUTROS
COMENTÁRIO: Em relação ao uso da Moeda Bem, 94% dos entrevistados responderamque nenhum outro membro da família, além dele, utiliza a Moeda Bem.
Gráfico 23: A moeda bem melhorou sua qualidade de vida.
DESCRIÇÃO NºSIM 15NÃO 1
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 15 94%NÃO 1 6%
16 100%
16%
1594%
SIM
NÃ O
COMENTÁRIO: Em relação à qualidade de vida, 94% dos entrevistados responderam quea Moeda Bem melhorou sua qualidade de vida.
Gráfico 24: Já pensou em tomar empréstimo para fins de produção.
DESCRIÇÃO NºSIM 7NÃO 9
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 7 44%NÃO 9 56%
16 100%
744%
956%
SIM
NÃO
COMENTÁRIO: Nota-se que 56% dos entrevistados nunca pensaram em adquirirempréstimo para fins produtivos e 44% gostariam de solicitar este empréstimo
Lista 2: Descrição do tipo de produção que pretende
E-02 "UM PONTO PRA VENDER MARMITEX OU CALDO DE CANA"E-04 "COMPRAR UM CARINHO DE ÁGUA DE CÔCO PRA REVENDER"E-05 "VENDER ROUPAS E ARTESANATO"E-06 "PRA REFORMAR A MINHA CASA"E-07 "SIM, INVESTIR EM REVENDER CHINÊLOS"E-10 "PARA REVENDER JÓIAS"E-15 "BARRACA DE DOCES E SALGADOS"
Lista 2.1: Descrição dos motivos para não produzir novos empreendimentos
E-01 "TENHO MEDO DE INVESTIR E NÃO RECEBER"E-03 "NÃO TENHO TEMPO"E-08 “NÃO TENHO TEMPO"E-09 "NUNCA ME INTERESSEI"E-11 "PORQUE NÃO DOU PARA ESSES NEGOCIOS DE TA VENDENDO"E-12 "PORQUE NÃO TEM NADA O QUE PRODUZIR"E-13 "NÃO PORQUE NÃO TENHO COMO PAGAR"E-14
"NO MOMENTO ESTOU DESEMPREGADA SE EU PEGAR EMPRÉSTIMO COMOEU VOU PAGAR"
E-16 "PORQUE PARA TRABALHAR POR CONTA PRÓPRIA, AINDA É CEDO DEMAIS"
Lista 3: Descrição de como percebe o banco bem
E-01 "UM ATO DE SOLIDARIEDADE, POIS AJUDA MUITA GENTE,"E-02
"SOLIDÁRIO, AQUILO ALI E UMA COISA QUE VÊM DE DEUS. QUANDO AQUELE BANCOINAUGUROU EU PENSEI AGORA TODO MUNDO VAI TER ONDE RECORRER"
E-03 "SOLIDÁRIO, NA HORA DO APERTO ELE NÓS TIRA DO SUFOCO"E-04 "NORMAL"E-05 "ATO DE SOLIDARIEDADE, PORQUE É SEM FINS LUCRATIVOS, COOPERATIVAS"E-06 "APESAR DOS JUROS BAIXOS NÃO HÁ TANTA DIFERENÇA"
E-07
"COMO SOLIDARIEDADE, PORQUE O BANCO DEPOIS DE ABERTO, MUITA GENTE CONSEGUIU INVESTIR EM ALGUMA COISA, O BANCO ORIENTA SE É ISSO MESMO QUE AGENTE DESEJA"
E-08 "NORMAL"E-09 "NORMAL, A RESPONSABILIDADE DE TER QUE PAGAR, É IGUAL AO BANCO COMUM"E-10 "AS PESSOAS PODEM VER QUE NÃO TEM JUROS E SE TIVER O JURO E POUCO"E-11 "SOLIDARIEDADE. É PRA AJUDAR AS PESSOAS QUE PRECISAM"E-12 "EMPRESTIMO NORMAL, SE A PESSOA TEM A FICHA LIMPA VAI LÁ E PEGA"E-13 "COMO SOLIDARIEDADE, ELE AJUDA MUITA GENTE"E-14 "ACHO QUE ELE AJUDA AS PESSOAS, SOLIDARIEDADE"E-15 "É SOLIDÁRIO, ESTÁ SERVINDO BEM AS PESSOAS DO MORRO"E-16
"NORMAL, PORQUE SE EU PEGAR EMPRÉSTIMO NO BANCO BEM VOU TER QUE PAGARDA MESMA FORMA QUE O BANCO COMUM"
Gráfico 25: Sabe o que é economia solidária
DESCRIÇÃO NºSIM 3NÃO 13
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 3 19%NÃO 13 81%
16 100%
1381%
319%
SIM
NÃ O
COMENTÁRIO: 81% dos entrevistados não sabem o significado de Economia Solidária
Gráfico 26: Conhece os grupos de produção.
DESCRIÇÃO NºSIM 10NÃO 6
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 10 62%NÃO 6 38%
16 100%
1062%
638% SIM
NÃO
COMENTÁRIO: Em relação aos grupos produtivos, 62% dos entrevistados disseramconhecer e 38% desconhecem.
Lista 4: Descrição das cooperativas existentes na comunidade
E-04 "BEM NUTRIR, BEM LIMPAR E A MARCENARIA"E-05 "ARTEIDÉIASE-07 "CONHEÇO TODOS OS GRUPOS PRODUTIVOS"E-08 "BEM LIMPAR"E-09 "BEM CONSTRUIR"E-10 "BEM ARTE E MADEIRA"E-11 "BEM NUTRIR"E13 "BEM CONSTRUIR"E-14 "BEM LIMPAR"E-15 "BEM NUTRIR"
Gráfico 27: Participa ou tem interesse em participar de alguma cooperativa.
DESCRIÇÃO NºSIM. PARTICIPO 4NÃO. MAS TENHO INTERESSE 5NÃO PARTICIPO E NÃO TENHO INTERESSE. 7
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM. PARTICIPO 4 25%NÃO. MAS TENHO INTERESSE 5 31%NÃO PARTICIPO E NÃO TENHO INTERESSE. 7 44%
16 100%
744%
425%
531%
SIM. PARTICIPO
NÃO. MAS TENHOINTERESSE
NÃO PARTICIPO ENÃO TENHOINTERESSE.
COMENTÁRIO: 44% dos entrevistados não conhecem e não têm interesse em participar de,31% não conhecem, mas têm interesse em participar e 25% participam.
Lista 5: Descrição do interesse em participar das cooperativas existentes nacomunidade
E-02 "PORQUE TENHO PROBLEMAS DE SAÚDE"E-03 "FALTA DE TEMPO"E-04 "BEM CONSTRUIR"E-05 "AINDA NÃO SURGIU A VAGA"E-07 "BEM LIMPAR"E-08 "BEM LIMPAR"E-09 "BEM CONSTRUIR"E-10 "FALTA DE OPORTUNIDADE"E-11 "NÃO TENHO TEMPO, SAIO AS 05H DA MANHÃ PRA TRABALHAR"E-13 "POR CAUSA DOS FILHOS"E-14 "POR CAUSA DO NENEM"E-15 "EU APRENDI A ANDAR COM AS MINHAS PRÓPRIAS PERNAS"E-16 "NÃO CONHEÇO"
Gráfico 28: Indicou a moeda bem para alguém.
DESCRIÇÃO NºSIM 9NÃO 7
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 9 56%NÃO 7 44%
16 100%
744%
956%
SIM
NÃO
COMENTÁRIO: 56% dos entrevistados indicaram a Moeda Bem para outros e44% não indicaram a Moeda
Gráfico 29: Já pegou empréstimo em banco comercial.
DESCRIÇÃO NºSIM 8NÃO 8
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 8 50%NÃO 8 50%
16 100%
850%
850%
SIM
NÃO
COMENTÁRIO: Em relação à concessão de empréstimo em Banco Comercial 50% dosentrevistados já adquiriram e o mesmo valor percentual não adquiriu.
Gráfico 30: Possui conta em banco comercial.
DESCRIÇÃO NºSIM 7NÃO 9
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 7 44%NÃO 9 56%
16 100%
956%
744%
SIM
NÃO
COMENTÁRIO: 56% dos entrevistados não possuem conta em Banco Comercial e44% possuem.
Gráfico 30.1: Descrição do tipo de conta em banco comercial que possui
DESCRIÇÃO NºPOUPANÇA 3CONTA CORRENTE 3CONTA SALÁRIO 3NENHUMA DAS ALTERNATIVAS 9TODAS AS ALTERNATIVAS ACIMA. 0
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMPOUPANÇA 3 17%CONTA CORRENTE 3 17%CONTA SALÁRIO 3 17%NENHUMA DAS ALTERNATIVAS 9 49%TODAS AS ALTERNATIVAS ACIMA 0 0%
18 100%
0,0% 317%
317%
317%
949%
POUPA NÇA
CONTA CORRENTE
CONTA SA LÁ RIO
NENHUMA DA SA LTERNA TIV A S
TODA S A SA LTERNA TIV A S
COMENTÁRIO: Observa-se uma disparidade em relação ao tipo de conta que oentrevistado possui em Banco Comercial onde, 49% não possuem conta, 17% possuem conta
poupança, o mesmo valor percentual possui conta corrente, o mesmo
Lista 6: Descrição do que pode melhorar no uso e aceitação da moeda bem
E-01 "ESTÁ BOA"
E-02
"PODE. A MOEDA AINDA NÃO TÁ EVOLUIDA NAS LOJAS, NO MERCADO. QUASENINGUEM ACEITA. ELES QUEREM UMA MOEDA QUE ELES POSSAM GANHAR ALÉM"
E-03 "CIRCULAÇÃO"E-04 "ESTÁ BOA"E-05
"PRECISA TER MAIS ROTATIVIDADE, DIVULGAÇÃO. EU ACHO QUE TEM QUE FAZERCOM QUE A POPULAÇÃO CONHEÇA MAIS A MOEDA BEM"
E-06 "TODOS OS COMÉRCIOS PODERIAM ACEITAR PARA MELHOR CIRCULAR"E-07 "MAIOR DIVULGAÇÃO"E-08 "DIVULGAÇÃO"E-09 "ALMENTAR A REDE DE COMERCIO LOCAL"
E-10
"EU ACHO QUE AS PESSOAS QUE AINDA NÃO CONSEGUIRAM O EMPRÉSTIMOQUE CONSIGAM! FALTA AS PESSOAS PROCURAREM MAIS O BANCO BEM PARA PEDIR INFORMAÇÕES"
E-11 "NÃO, TÁ BOM"E-12 "NÃO SEI RESPONDER"E-13 "MAIS COMÉRCIOS ACEITAREM"E-14 "FALTA AS PESSOAS SABEREM DA EXISTÊNCIA DA MOEDA"E-15 "DEVERIA CIRCULAR"E-16 "A ACEITAÇÃO DA MOEDA, DIVULGAÇÃO PARA OS COMERCIANTES"
Gráfico 31: Acha que a moeda bem deve continuar a existir.
DESCRIÇÃO NºSIM 16NÃO 0
DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 16 100%NÃO 0 0%
16 100%
0%
16100%
SIM
NÃO
COMENTÁRIO: Todos os entrevistados disseram que a Moeda Bem deve continuarexistindo.
Lista 7: Razões para que a moeda bem continue existindo
E-01 "CLARO, ELA NÃO PODE DEIXAR DE EXISTIR"E-02 "TEM MUITA GENTE CARENTE PRECISANDO"E-03 "SIM"E-04 "ELA VÊM NO MOMENTO CERTO QUE A PESSOA PRECISA"E-05 "ELA PODE TIRAR MUITA GENTE DO BURACO, FUFOCO"E-06 "SIM. FACILITA A VIDA DAS PESSOAS"
E-07"GERANDO RIQUEZAS PARA O NOSSO BAIRRO, O COMERCIANTE ENRIQUECE ASSIM,CONTRATA NOVOS FUNCIONÁRIOS"
E-08 "SIM"E-09 "PARA MUITAS PESSOAS ESTA E A OPORTUNIDADE DE TER O SEU PRÓPRIO DINHEIRO"E-10
"DEVE NÃO SÓ EXISTIR E SIM CRESCER MAIS, PARA QUE AS OUTRAS PESSOAS QUENÃO FAZEM PARTE DA NOSSA COMUNIDADE TAMBÉM CONHEÇAM A MOEDA".
E-11 "PODE SERVIR PARA OUTROS"E-12 "PORQUE TEM MUITAS PESSOAS QUE DEPENDEM DESSA MOEDA"E-13 "PORQUE ELA AJUDA MUITA GENTE"E-14 "PORQUE ASSIM COMO ELA ME AJUDOU PODE AJUDAR MAIS GENTE"E-15 "DEVE MULTIPLICAR POR ESSE MUNDÃO A FORA"
E-16"A MAIORIA AINDA NÃO CONHEÇE E ACHO QUE DEVEM DAR UMA ESPLICAÇÃO PARA ELES"