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NOVO PRESIDENTE DA ACSP/FACESP CRITICA INTERVENCIONISMO ESTATAL O desafio da desoneração da folha de salários

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Edição 69 - Abril de 2011 da publicação Empresa Brasil da CACB

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Abril de 2010 1NOVO PRESIDENTE DA ACSP/FACESP CRITICA INTERVENCIONISMO ESTATAL

O desafi o da desoneração

da folha de salários

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Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: José Geminiano Acioli JuremaRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: José Arimáteia Araújo SilvaRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSCS Quadra 02 - Edifício Palácio do Comércio - 1º andarBairro: Setor Comercial Sul Cidade: Brasília CEP: 70.318-900

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Deocleciano Moreira AlvesRua 143 - A - Esquina com rua 148,Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaAv. Ana Jansen, 2 - QD 19 - SL 801Ed. Mendes Frota - Bairro: São Francisco Cidade: São Luis CEP: 65.076-730

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Leocir Paulo MontagnaRua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Rainer ZielaskoRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: José Paulo Dornelles CairoliRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Ednei Pereira dos SantosRua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Alexandre Santana PortoRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Wilson Charles103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2009/2011

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESArdisson Naim Akel - PRArthur Avellar - ESFernando Pedro de Brites - DFJosé Geminiano Acioli Jurema - ALJosé Sobrinho Barros - DFLeocir Paulo Montagna - MSLuiz Carlos Furtado Neves - SCSadi Paulo Castiel Gitz - SEWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISJoão José de Carvalho Sá - BA

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOSDeocleciano Moreira Alves - GO

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJadir Correa da Costa - RRPaulo Sérgio Ribeiro - MTSergio Roberto de Medeiros Freire - RN

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAltair Correia Vieira - PAGilberto Laurindo - APRonaldo Silva Resende - RN

COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAMaria Salette Rodrigues de Melo - PR

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOEduardo Machado

COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli Fróesfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALOlívia Bertolini Thais Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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O Congresso se aproxima rapidamente. Em agosto, estaremos em Salvador, discutindo uma pauta de assuntos que irão ajudar a refl etir sobre os cami-nhos da economia. Os convidados farão sua parte,

e vamos ter um elenco de conferencistas que vão trazer equilíbrio às informações, pois elas virão tanto do governo como da iniciativa privada. O encontro vai servir de ponto de refl exão sobre o papel da representatividade no momento em que estaremos comemorando os 200 anos da primeira Associação Comercial do país e da América Latina, instalada na Bahia.

Ao longo dessa discussão pontuam as reformas que a CACB

defende e pelas quais luta. Uma delas, sem dúvida, é tratada pela

matéria de capa desta edição. A desoneração da folha de pa-

gamento. Um assunto que faz minguar o mercado de trabalho

formal e que tira a competitividade das empresas. A incidência de

mais de 130% do que o trabalhador ganha como tributos adicio-

nados ao desembolso das empresas faz com que as práticas da

informalidade ganhem status e o trabalhador prefi ra a economia

informal, muitas vezes regida sob o signo do contrabando. Esse

assunto será debatido no 21º Congresso da CACB.

Vamos também nos debruçar sobre outro problema que nos

perturba no ambiente de negócios. O crédito. Banco do Brasil e

Sebrae estarão conosco para traçar um cenário dos fi nanciamen-

tos e da tendência que o capital de giro toma num país que, neste

momento, adota políticas de restrição ao consumo para controlar

a infl ação e utiliza os juros como um fator inibidor do crescimento

do consumo e da infl ação. Para onde vamos?

Nos preocupamos ainda com os cenários da iniciativa privada,

dependente de políticas da União, como na área de infraestrutu-

ra, carente de projetos e com grande demanda de investimentos.

Como todos sabem, o governo também está cortando os inves-

timentos. Estamos, portanto, num momento delicado cujos des-

dobramentos estarão mais visíveis no segundo semestre, quando

estaremos reunidos para tratar do tema do Congresso “Salto para

o Futuro – Facilitando Caminhos”.

Temos um encontro marcado em Salvador, de 9 a 11 de agosto.

Congresso da CACB ganha prioridade

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasile da Federasul

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3 PALAVRA DO PRESIDENTECongresso da CACB, marcado para agosto, em Salvador, terá elenco de conferencistas do governo e do setor privado.

5 PELO BRASIL Associação Comercial de Maceió lança convênios de incentivo ao empreendedorismo.

8 CAPAGoverno planeja medidas para reduzir o “custo Brasil” e retomar propostas como a desoneração da folha.

14 CASE DE SUCESSO Associação Comercial de Santo Ângelo (RS) contribui para o desenvolvimento educacional e a qualifi cação profi ssional.

16 CONJUNTURADesde 1º de abril, todo o sistema CACB e suas entidades associadas prestam serviço de “segunda geração” da Nota Fiscal Eletrônica - NFE.

17 NEGÓCIOSFavorecido pela expansão da economia no país, o setor de refeições coletivas projeta um crescimento de 20% nas receitas deste ano, em comparação ao ano anterior.

20 GESTÃODois catarinenses e um alagoano foram os vencedores do MPE Brasil – Prêmio de Competitividade. Todos são oriundos do Empreender Competitivo.

22 DESTAQUE FEDERAÇÕESO empresário Rogério Amato tomou posse da presidência da ACSP/Facesp com críticas ao intervencionismo estatal.

24 DESTAQUE CACBCACB encaminhou ao Senado Federal, em março, uma proposta de revisão da Lei de Responsabilidade Fiscal.

26 DESTAQUE CBMAEA CACB, por meio do projeto CBMAE, inaugurou em março mais dois postos de solução de confl itos amigáveis: em Goiânia (GO) e Cerquilho (SP).

28 TENDÊNCIASTrabalho integrado entre governo e entidades empresariais promove crescimento e garante valor agregado ao setor têxtil de Pernambuco.

30 BIBLIOCANTO“Wikileaks: A guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado” chega ao Brasil em uma das operações editoriais mais ambiciosas de anos recentes.

31 ARTIGOO economista Marcel Domingos Solimeo analisa a perda de competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo.

ÍNDICE

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E Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Christian42/Fotolia.comRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Karen Horn, Neusa Galli Fróes, Olivia Bertolini, Thais MargalhoExecução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: 51.3392.7932Avenida Chicago, 92. CEP: 90240-010 - Porto Alegre-RS

14 CASE DE SUCESSO

17 NEGÓCIOS

8 CAPA

SUPLEMENTO ESPECIAL

Levantamento do Sebrae mostra demandas da Copa 2014 e como as MPE podem ser benefi ciadas

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PELO BRASIL

Secretaria do Trabalho e ACMaceió discutem caminhos para a empregabilidadeO presidente da Associação Co-

mercial de Maceió, Gemiano Jurema, recebeu, no início de março, na sede da entidade, o secretário de Trabalho, Emprego e Renda do Esta-do, Herbert Motta. O encontro mar-cou o fechamento do primeiro ciclo de visitas com o objetivo de conhecer os programas e projetos voltados ao empreendedorismo, com foco na ge-ração de emprego e renda.

Durante a reunião, a coordenadora do Empreender, Cléa Carvalho, apre-sentou o Programa, presente em 20 municípios alagoanos e que, por meio da Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas (Federalagoas), hoje conta com 850 empresas cadastradas.

Motta ressaltou a importância do

trabalho das Associações Comerciais em prol do desenvolvimento eco-nômico e geração de renda. Apro-ximadamente 149 mil pessoas estão desempregadas em Alagoas, dentro

do universo de 1,2 milhão de pessoas economicamente ativas, segundo da-dos do IBGE de 2009. Dessas, 99 mil não têm ocupação alguma.Fonte: Federalagoas / edição Imprensa CACB

Coordenadora do Empreender, Cléa Carvalho, apresentou a programação

Livro vai contar a história da AcesajDepois da repercussão do trabalho apresentado du-

rante o Reencontro do Capacitar Nordeste, em feve-reiro, no Recife, a Associação Comercial e Empresarial de Santo Antônio de Jesus (Acesaj) decidiu publicar sua história. O projeto, em fase de elaboração, tem como objetivo registrar, além de números e fatos que construí-ram este case de sucesso, histórias sobre a visão empre-endedora que existe dentro da própria entidade.

O atual diretor-executivo, Ailton Lago, por exemplo, começou a trabalhar na Acesaj, há 13 anos, como assis-tente de informática. Ailton considera que “a promoção interna incentiva a criatividade, proatividade e a desco-berta de novos talentos, fazendo da entidade uma orga-nização dinâmica e focada nos resultados”.

Fonte: CACB com informações Acesaj

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Ailton, Maria da Glória e Ivani Quadros

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PELO BRASIL

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Flores, festas e negócios em Apucarana

Mais de 5 mil pessoas visitaram a 1ª Mostra de Festas em Apucarana (PR). O evento, que integra os projetos aprova-dos na 1ª fase do Empreender Compe-titivo, foi realizado pelo núcleo setorial de Floriculturas da Associação Comer-cial de Apucarana (Acia). A CACB, o Sebrae e a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) promoveram a ação.

Durante a mostra, o público pôde acompanhar, nos 46 estandes, 36 em-presas dos diversos segmentos na área de eventos, como casamento, decora-ção, lojas de enxoval e evento. Segun-do os organizadores, foram fechados, em média, 50 contratos por estande e R$16 mil em prêmio sorteados.

Para os expositores, a Mostra repre-sentou uma oportunidade de networking e negócios, já que muitos contratos e

parcerias foram fi rmados. A programa-ção contou, ainda, com desfi les e apre-sentação de tango e bolero. Com o su-cesso desta 1ª edição, os organizadores já pensam na edição de 2012, com mais empresas expositoras e maior movimen-tação de negócios.

Fonte: Imprensa CACB

A Associação Comercial e Em-presarial de Guarulhos (ACE) foi uma das homenageadas da 6ª edi-ção do prêmio Fiesp – Conserva-ção e Reúso da Água, que ocorreu no fi nal de março, na sede da Fe-deração das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.

A entidade participou da pre-miação com o projeto implemen-tado na Casa do Empreendedor, em 2009, que permite o arma-zenamento da água de chuva por meio de dois reservatórios de 5 mil metros cúbicos. A água armazena-da permite uma redução mensal de 30% no consumo da água forneci-da pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), o que representa uma diminuição de R$ 175,53 na conta da entidade.

“Foi importante para a entidade participar dessa premiação, sobretu-do representando nossa cidade. Vale ressaltar que o prêmio contou com a participação de grandes industriais do estado de São Paulo”, disse Wil-son Lourenço, presidente da ACE.

A ACE-Guarulhos foi represen-tada no evento por Wilson Louren-ço (presidente da ACE), Jorge Taiar (vice-presidente de Comércio) e William Paneque (diretor de Meio Ambiente).

Fonte:ACE Guarulhos/

edição Imprensa CACB

ACE Guarulhos recebe homenagem por reúso da água da chuva

Grande público acompanhou os eventos

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Outubro de 2010 7Abril de 2011 7

Eliezer: Brasil deve seguir exemplo da Coreia na educação Investimentos em educação, ciência,

pesquisa e inovação, bem como a desbu-rocratização e a redução da informalidade, pautaram os debates do evento 2º Líder Sudeste. O evento, realizado no fi nal de março, no Rio de Janeiro, foi organizado pela Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje), Em três dias de debates, empresários e representantes de vários estados brasileiros e de entida-des que fomentam o empreendedorismo jovem no Brasil foram unânimes ao dizer que vivemos um momento sem prece-dentes de oportunidades no país, mas que muitos desafi os precisam ser encarados.

Na avaliação de Eliezer Batista, um dos mais infl uentes empresários do Brasil,

o país precisa, de um lado, investir em educação ao se inspirar em modelos educacionais como o da Coreia, consi-derado o melhor do mundo, e, por ou-tro, criar um ambiente favorável ao em-preendedorismo. “Aqui, temos tributos de Suécia e serviços de Angola”, afi rmou.

De acordo com outros palestrantes, problemas como infraestrutura defi ciente e alta carga tributária também atrapalham o desenvolvimento e o fomento de novas empresas no país. “Ainda sofremos com a informalidade e a concorrência desleal no mundo dos negócios. Para nos tornarmos competitivos mundialmente precisamos acabar com esses dois entraves”, ressaltou o presidente do Grupo JBS, José Batista Jr.

O Conselho Diretor da CACB participou do 2º Líder Sudeste Conaje, realizado na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Os jovens empresários homena-gearam o presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, que falou aos empreendedores no evento Metrópole, lembrando o quanto é importante a representa-ção na vida empresarial.

Fonte: Imprensa CACB e Conaje

Homenagem

Zielasko defende em Brasília ocontrole de produtos do Paraguai

O presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais do Paraná), Rainer Zielasko esteve em Brasília, no iní-cio de março, para tratar de assuntos de interesse dos empresários paranaenses. Na pauta, infraestrutura, entrada indiscri-minada de produtos importados e o Con-gresso da entidade que será realizado, em novembro, em Foz do Iguaçu.

Em audiência com a senadora Gleisi Hoffmann, Rainer apresentou sua preo-cupação com a entrada indiscriminada de produtos importados do Paraguai. Du-rante a conversa, fi cou acordado que a Faciap, por meio da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná, e a Associação dos Municípios do Oeste Paranaense(Amop) irão apurar dados para formular uma proposta para o

problema. Outro assunto abordado du-rante o encontro foi o da infraestrutura no interior do estado do Paraná, que inibe a instalação de empresas e faz com que elas

se concentrem apenas ao redor da capi-tal. Dentre essas melhorias, Rainer sugere investimentos em aeroportos e estradas.

Fonte: Imprensa CACB

Senadora Gleisi Hoffmann e o presidente da Faciap, Rainer Zielasko

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Desoneração da folha inaugura reforma tributária por etapas Governo busca consenso para enviar proposta ao Congresso ainda no primeiro semestre do ano

Uma das mais antigas bandeiras do setor produtivo nacional, a desoneração da folha de pagamento começou a avan-çar. O debate faz parte da estratégia que

tornaria mais fácil, em tese, a execução de uma reforma tributária por etapas. Dessa forma, o governo poderia conseguir aprovar as mudanças por meio de projetos específi cos, o que se diferenciaria do caminho adotado em vezes anteriores em torno de um projeto único.

Promessa de campanha de Dilma Rousseff, a desoneração da folha de salários promete uma larga discussão. Uma das alternativas, por exemplo, seria a redução da contribuição previdenciária devida pelas empresas, que atualmente representa 20% do total da folha, o que teria de ser compensado com um novo tributo ou novas alíquotas. Na prática, a ideia defendida pelos empresários é reduzir os encargos de modo a proporcionar maior competitividade ao produto nacio-nal, além de contribuir para a geração de novos postos de trabalho e redução da informalidade.

Outra opção da equipe econômica do governo é a proposta de reforma tributária encaminhada à Câmara, em 2008, pelo ex-deputado e atual chefe da Casa Civil,

ministro Antonio Palocci, que pregava a desoneração gradual da folha em três anos.

Palocci previa que a compensação pelas perdas na arrecadação geradas com a desoneração da folha viria com o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que incluiria vários tributos, além do ICMS. A proposta em estudo – cujo alívio seria de R$ 30 bilhões só com a queda de seis pontos percentuais na contribuição ao INSS – trabalha em cima dos encargos considerados de cunho fi scal. Não inclui a contribuição ao Sistema S, que é repassada pela Previdência às empresas, e o FGTS, um dinheiro que vai para o trabalhador.

Segundo os técnicos do Ministério da Fazenda, para desonerar a folha será necessário aprovar no Congresso uma Propostade Emenda à Constituição (PEC), o que o governo pretende fazer ainda no primeiro semestre.

Projetos fatiadosNo Congresso, o líder do PSDB, Duarte Nogueira

(SP), aponta a desoneração da folha de salários como prioridade. Para ele, a medida aumentará a competitivi-dade das empresas e sua capacidade de absorver mais mão de obra. “Eu acho que é importante que haja um

Medida aumentaria a competitividade das empresas e sua capacidade de absorver mão de obra.

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alinhamento dentro do governo, e nós, da oposição, que sempre defendemos as reformas, vamos ajudar a fazê-la se o governo colocar o seu capital político e a sua maioria governista na mesma direção.”

“A estratégia de enviar os projetos fatiados está correta porque, desse jeito, será mais fácil criar con-sensos”, afi rmou o líder do PT na Câmara, Paulo Tei-xeira (SP). “O governo está preocupado em tirar os gargalos ao processo de desenvolvimento. Se mistu-rarmos a discussão de impostos estaduais e federais, não iremos a lugar algum”, completou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, disse que há várias alternativas: elevar a tribu-tação sobre o faturamento da empresa, criar um novo imposto sobre a movimentação fi nanceira ou esperar que o aumento na formalização do emprego torne desnecessária qualquer compensação.

Sindicalistas são contraDesde 2007, o governo tenta desonerar a folha, e

inicialmente pretendia cortar a contribuição à Previdên-cia em cinco pontos percentuais. Entre 2008 e 2009, os estudos fi caram engavetados devido à crise interna-cional. Segundo o Ministério da Fazenda, cada ponto percentual de redução da contribuição previdenciária tem impacto de R$ 4 bilhões a menos nas receitas.

Em encontro com banqueiros em São Paulo, o pre-sidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afi rmou que o projeto de desoneração da folha sai ainda este ano, o que pode superar a casa de 0,5% do PIB, segun-do relato do colunista Guilherme Barros do portal IG.

Os sindicalistas são radicalmente contra a proposta de reduzir a contribuição previdenciária. “Se fi zer isso, a Dilma não terá dinheiro para pagar os aposentados”, disse Paulo Pereira, presidente da Força Sindical. “Há três anos os patrões fi zeram a mesma proposta. Prega-mos que as perdas fossem repassadas para uma tribu-tação sobre o faturamento. Aí eles recuaram”, disse o petista Artur Henrique da Silva, da CUT.

Hoje, no Brasil, existem duas espécies de encargos trabalhistas: os destinados aos trabalhadores e ao go-verno. Somente com a conjugação de benefícios para as três partes envolvidas nessa relação – empregador, empregado e governo – será possível, na prática, fo-

mentar a ampliação do mercado de trabalho e o inte-resse dos investidores estrangeiros, diz a advogada tra-balhista Tônia Russomano, do escritório Andrade Maia Advogados, de Porto Alegre.

Uma brutal diferençaSegundo o levantamento do professor José Pasto-

re, os tributos sobre a folha de pagamentos das em-presas mais as regulamentações trabalhistas represen-tam 103,46% do salário nominal de um empregado no Brasil. Na França esse custo equivale a 70,27% do rendimento de um funcionário; na Argentina, 70,27%; na Alemanha, 60%; no Japão, 11,8%; nos Estados Uni-dos, 9,03%; e nos chamados tigres asiáticos a média é de 11,5%. “Esse brutal diferencial do custo da mão de obra brasileira em relação ao resto do mundo é deci-sivo para o comprometimento da competitividade da produção nacional”, destaca.

Cerca de um terço do custo de um empregado for-mal para uma empresa, de acordo com Pastore, refere-se a tributos incidentes sobre a folha de pagamentos.

Para o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, criador da ONG Movimento Brasil Competitivo, o Brasil perde em competitividade porque, do total do custo da folha de pagamento, o operário leva 50%. Desse valor bruto total, no mínimo 40% são impostos. “Quando se pega uma cadeia produtiva, de um automóvel, de um móvel, de um sapato, há dez etapas nas quais esses impostos vão se acumulando. Na hora de exportar, eles vão embuti-dos no custo do produto. Em nenhum país do mundo há esse custo embutido”, ensina Gerdau. E completa: “É muito importante, na iniciativa do governo, tocar no tema da desoneração da folha de pagamento pela primeira vez. Nesses produtos que têm categoria produtiva longa, deve haver uns 10% a 12% de impostos embutidos. No mun-do internacional, compete-se por uma diferença de 0,5%, 1% ”, atestou Gerdau em entrevista à Folha de S. Paulo.

Palocci esboçou proposta de

desoneração da folha em 2008

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CAPA

Para CACB, medida é uma dasprioridades na agenda de reformas

A CACB luta pela redução do custo da formalida-de no trabalho e o aumento da contratação de traba-lhadores formais. Dessa forma, será possível ampliar o potencial de arrecadação da Previdência Social e reduzir o seu défi cit, afi rma o presidente da entidade, José Paulo Dornelles Cairoli.

Em sua opinião, os altos custos que incidem no emprego formal, no Brasil, favorecem a informalidade, a economia invisível e o contrabando. “Por causa disso, a desoneração da folha é uma das iniciativas prioritárias na agenda de reformas”, destaca o dirigente.

Os estados mais pobresDe acordo com Cairoli, com a medida também

será possível deter os altos índices de informalidade nos estados mais pobres do país, como Piauí e Maranhão, onde chegam a 70% dos trabalhadores (ver tabela).

“Essa situação precisa mudar urgentemente para consolidarmos a situação dos trabalhadores que cus-tam até 103% a mais do que efetivamente recebem, além de aumentar os custos das empresas e reduzir a sua competitividade”, acrescenta o presidente da CACB. “A redução desses encargos, mais do acelerar o processo de formalização de nossa economia, tende a benefi ciar mais os estados mais pobres e reduzir as

desigualdades regionais”, completa.Para o presidente da Facesp (Federação das Associa-

ções Comerciais do Estado de São Paulo) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato, qualquer passo no sentido de reduzir os encargos fi scais ou tribu-tários representa uma conquista para o setor produtivo. Esses avanços, segundo ele, podem e devem ser graduais para que sejam consistentes. “A partir do momento em que a contratação de trabalhadores se torna mais acessível para o empregador, esse, sem dúvida, deverá, sempre que for necessário, oferecer mais postos de trabalho”, atesta.

Custo BrasilA desoneração da folha de pagamento também

poderá representar o início para uma ampla revisão nas relações de trabalho, na opinião de Geminiano Jurema, presidente da Federação das Associações Co-merciais do Estado de Alagoas (Federalagoas) e da As-sociação Comercial e Empresarial de Maceió.

A redução do chamado custo Brasil será outro efei-to da iniciativa do governo, segundo o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais, Wander Luis Silva. “Hoje esses custos difi cultam a competitividade das empresas nacionais em negócios no mercado internacional”, atesta. “A multiplicidade de encargos também concorre para um alto índice de empresas informais, ao lado de prejudi-car a sobrevivência e até mesmo determinar o fecha-mento de empresas legalmente constituídas.”

CompetitividadeJoão Bezerra Filho, presidente da Associação Co-

mercial e Empresarial de Caruaru (PE), nota que uma pesquisa recente mostrou o Brasil na 58ª colocação, em um ranking de 139 países mais competitivos. Entre os cinco itens de destaques citados como inibidores de competitividade do país, foi relacionado o custo da mão de obra. Isso mostra, segundo ele, a necessidade de rever a carga tributária como um todo.

“A sociedade organizada não pode mais esperar

Cairoli: “Com a desoneração será possível ampliar o potencial de arrecadação da Previdência Social e reduzir o seu défi cit”

Page 11: Empresa Brasil 69

Abril de 2011 11

que as empresas fechem as portas, para se manifestar apenas quando o caos estiver instalado. Não pode-mos pagar a conta da inefi ciência dos gastos públicos”, acrescenta Bezerra Filho. “Temos a necessidade urgen-te de uma reforma tributária que possa reduzir o ‘cus-to Brasil’ e fazer frente aos concorrentes internacionais que estão conquistando os mercados e fragilizando a economia nacional. A redução desses tributos e a me-lhoria da nossa infraestrutura seriam passos determi-nantes para nos tornarmos uma potência econômica.”

Estado 2005 2006 2007 2008 2009

Distrito Federal 37,2 37,9 37,2 36,9 35,0

São Paulo 42,5 41,1 39,4 37,9 37,1

Santa Catarina 41,1 41,0 38,4 38,2 38,1

Rio de Janeiro 46,3 44,9 45,3 44,4 42,7

Rondônia 51,6 51,6 47,1 47,7 43,6

Paraná 48,3 47,6 46,7 44,3 44,6

Rio Grande do Sul 48,0 48,9 48,3 46,0 45,1

Espírito Santo 53,0 49,2 49,9 50,2 47,0

Minas Gerais 51,5 50,1 49,1 46,5 47,7

Mato Grosso do Sul 50,3 51,9 51,4 48,7 50,0

Acre 54,3 54,8 51,6 50,7 50,2

Amazonas 59,3 54,7 53,1 48,7 51,7

Mato Grosso 56,1 56,2 55,1 53,4 51,9

Amapá 58,5 53,7 53,4 45,9 52,2

Goiás 55,4 54,9 53,8 52,7 52,6

Roraima 64,8 63,1 57,5 55,1 52,9

Alagoas 62,7 61,4 61,1 57,6 55,7

Rio Grande do Norte 61,1 59,9 59,6 58,4 56,7

Sergipe 60,8 62,2 59,4 56,7 57,7

Pernambuco 63,3 62,3 60,6 61,3 59,5

Paraíba 67,6 68,9 66,5 63,7 61,2

Tocantins 68,3 68,1 64,7 61,2 63,6

Pará 65,0 66,0 58,1 63,4 64,1

Bahia 69,0 67,0 66,6 65,7 64,3

Ceará 70,3 69,8 67,8 67,5 65,2

Maranhão 77,6 76,2 71,1 68,6 70,0

Piauí 77,2 76,9 74,6 73,5 74,0

Brasil 53,1 52,1 50,8 49,2 48,7

Fonte: Ipeadata

Tipos de encargos % sobre o salário

A - Obrigações sociais

Previdência Social 20

FGTS 8

Salário-educação 2,5

Acidentes de trabalho (média) 2

Sesi 1,5

Senai 1

Sebrae 0,6

Incra 0,2

Subtotal A 35,8

B - Tempo não trabalhado 1

Repouso semanal 18,91

Férias 9,45

Feriados 4,36

Abono de férias 3,64

Aviso prévio 1,32

Auxílio-enfermidade 0,55

Subtotal B 38,23

C - Tempo não trabalhado 2 13º salário 10,91

Despesa de rescisão contratual 2,57

Subtotal C 13,48

Informalidade nos estados

Encargos Sociais Básicossobre o Salário

(% de trabalhadores)

D - Refl exos dos itens anteriores Incidência cumulativa grupo A/B 13,68

Incidência do FGTS sobre o 13º 0,87

Subtotal D 14,55

Total Geral 102,06

Fonte: Itens da Constituição e CLT.

“ ”“Custo da mão de obra é fator inibidor da competitividade”

João Bezerra Filho

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12 Empresa BRASIL

CAPA

Um estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) defende a desoneração da folha de pagamento como impulso para geração de no-vos postos de trabalho. Em entrevista a Empresa Brasil, o economista Salomão Quadros, respon-sável pelo levantamento, explica que a proposta prega a redução da contribuição previdenciária que incide sobre os pagamentos, de 20% para 12%. Para equilibrar as receitas do Instituto Na-cional de Seguridade Social (INSS) seria criada outra fonte de recursos.

A pesquisa foi encomendada em 2009 pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fe-nep), dado o alto custo da folha de pagamento do setor em comparação com outras categorias profi ssionais. A seguir, leia os principais trechos da entrevista:

Empresa Brasil: Como deve ser feita a desoneração da folha?

Salomão Quadros: A proposta deve ser efe-tuada de forma gradativa, pois é preciso pensar em repor as perdas provocadas pela redução da alíquota do índice que incide sobre os pagamen-tos do INSS.

E no que se refere à geração de novos postos de trabalho?

Com base em pesquisas não somente no Brasil como em vários outros países, foi possível consta-tar que a desoneração da folha de pagamentos não teve uma reação muito forte no que se refere à ge-ração de novos postos de trabalho. A repercussão foi apenas mediana, não havendo referências em relação a compensações plenas na força-trabalho.

Quais os pontos mais positivos cons-tatados pelo estudo?

Como ponto positivo é preciso destacar o fato de que a desoneração da folha deve pro-vocar uma migração signifi cativa de pessoas que vivem hoje no mercado informal, o que lhes daria maior segurança.

No caso da perda de receita pelo INSS, qual seria a alternativa para a re-composição dessas receitas?

O estudo sugere uma pequena tributação das empresas, pois o Brasil já está muito explorado em termos de tributos, cuja carga está em torno de 35% do PIB. Então não é possível desonerar com-pletamente a folha de pagamentos.

E quanto às demais taxas que incidem sobre a folha?

Há outras taxas menores que estão diluídas. Mostrar o caminho da desoneração é importante, mas não se deve atribuir à iniciativa a possibilidade de ocorrer uma explosão na geração de empre-gos. É importante mencionar que esse estudo foi feito com base na realidade de uma categoria pro-fi ssional que emprega muita gente. Nasceu de um trabalho que vem sendo desenvolvido entre FGV e a Federação. Não há estudo que comprove que a desoneração da folha pode alavancar postos de trabalho, mas o mais certo é se preparar para uma reposição tributária, e a alternativa sobre o fatura-mento das empresas está entre as mais palatáveis, além de não ser infl acionário. Mesmo sendo de 2009, as conclusões desse estudo continuam vá-lidas e os parâmetros atuais.

Estudo da FGV propõe a redução da contribuição previdenciária que incide sobre os pagamentos

“Mostrar o caminho da desoneração é importante, mas não se deve atribuir à iniciativa a possibilidade de ocorrer uma explosão na geração de empregos”

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Abril de 2011 13

O verdadeiro nó dos exportadores é o câmbio

O Brasil está em pleno ciclo virtuoso de em-prego e com índices crescentes de queda na infor-malidade. Por isso, não há razões concretas para o debate em torno da desoneração da folha de pagamentos. A opinião é do economista Fernan-do Gaiger Silveira (Ipea), que teme o agravamento das contas da Previdência Social, no caso de uma eventual desoneração da folha a partir da redução da contribuição previdenciária.

“Dadas as condições da economia brasileira, no momento, não vejo justifi cativa nesse debate”, disse Gaiger em entrevista a Empresa Brasil. Ape-sar de as pesquisas sobre desoneração da folha serem inconclusivas sobre a geração de empre-gos, ele ressalta que a iniciativa, na melhor das hipóteses, acabará repassada aos salários. “Além disso, cada ponto percentual da contribuição pre-videnciária representa recursos de alta enverga-dura, o que vai exigir uma contrapartida em ter-mos de caixa previdenciária”, enfatiza.

É preciso jogar limpoGaiger assinala que o tema sempre surge

quando os segmentos empresariais reclamam da competitividade do produto nacional no mercado externo. Em sua opinião,no entanto, o verdadeiro nó enfrentado pelos exportadores é a sobrevalo-rização do real. “É preciso jogar limpo. Desonera-ção da folha nada tem a ver com geração de em-prego, mas com necessidade de reduzir os custos do produto brasileiro, e a saída para os empresá-rios é essa. Ocorre que esses tributos não estão ligados ao produto especifi camente, mas à folha de salários da empresa”, afi rma.

O economista aponta outra saída para a

redução dos custos das empresas no Brasil. “É muito mais razoável desonerar impostos indi-retos que são repassados ao consumidor; são regressivos e não têm relação com a Previdência Social”, indica. “Por isso, é preciso mostrar, de forma clara, que a desoneração da folha é para as empresas exportadoras ganharem competi-tividade e não para gerar emprego e diminuir a informalidade. Mas é preciso se discutir o que fazer com as contas previdenciárias.”

Grau de desigualdadeSobre a carga tributária e o “custo Brasil”, o eco-

nomista não tem dúvidas: “É evidente que temos uma carga elevada em nível de renda per capita, mas é preciso considerar o grau de desigualdade do país”, assinala. “Nesse sentido, o governo vem ban-cando políticas sociais e de proteção social impor-tantes, tanto para a educação como o próprio Bol-sa-Família que distribui recursos para 13 milhões de famílias. Somos também o país abaixo do Equador que tem o maior nível de proteção de seus idosos. Temos pressões fi scais que impactam a carga, sim, mas o mais importante no ‘custo Brasil’ é o câmbio.”

Para o economista, a competitividade do produto brasileiro depende do câmbio

Fernando Gaiger Silveira: “Pleno

emprego não justifi ca o debate”

Page 14: Empresa Brasil 69

14 Empresa BRASIL

Associação de Santo Ângelo (RS) inova e cria departamento de estágios

A Associação Comercial, Cultural, In-dustrial, Serviços e Agropecuária de Santo Ângelo (Acisa), município situa-do na região noroeste do Rio Grande

do Sul, chama a atenção por uma iniciativa inovado-ra. Em setembro de 2005, criou o Departamento de Educação Profi ssional e Estágios (Depe) e, desde então, contribui para o desenvolvimento educacio-nal e a qualifi cação de estudantes locais. No período acumulado, ofereceu mais de 2,3 mil estágios e a efetivação de 308 profi ssionais. Atualmente, soma 398 estagiários em atuação no mercado de trabalho e conta, em seu banco de dados, com mais de 3 mil inscritos e 200 empresas cadastradas. Opera ainda em parceria com 16 escolas de ensino médio e 17 universidades.

O sucesso da Acisa é tal que, desde 2009, a entidade presta assessoria a outras associações fi lia-das, com o intuito de disseminar a ideia de qualifi car estudantes e criar novos “Depes” em outras loca-

lidades. A associação de Santo Augusto, localizada na mesma região, por exemplo, já começa a andar sozinha. Outras oito ACIs gaúchas e de outros esta-dos, como Santa Catarina, Paraná e Ceará, também estão em vias de seguir o mesmo caminho.

Oportunidade realDe acordo com o presidente da Acisa, Bruno

Krug, o estágio oferecido pela entidade prepara o estudante para todas as exigências do mercado de trabalho. “Oferecemos uma oportunidade real, com a qual os alunos têm a chance de iniciar a sua vida profi ssional”, atesta. Além disso, o Depe con-tribui para a sustentabilidade fi nanceira da própria instituição. Há cinco anos, segundo Krug, 90% da arrecadação da entidade resultava do pagamento das mensalidades, com o restante de outros servi-ços. Hoje, a soma da contribuição dos sócios com as receitas obtidas por meio do Depe perfaz 80% da arrecadação da Acisa. Os 20% restantes vêm de

Colaboradores da Acisa contribuem

para a qualifi cação dos estudantes

da Região

Entidade gaúcha presta assessoria para outras ACIs do país e contribui para o mercado de trabalho; nos últimos seis anos, ofereceu mais de 2,3 mil estágios e a efetivação de 308 profi ssionais.

CASE DE SUCESSO

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Abril de 2011 15

Krug, da Acisa: sucesso da entidade inspira outras associações

serviços, como palestras e cursos. Krug destaca ainda que as taxas administrativas

dos convênios entre Acisa e empresas contratantes são mais acessíveis em comparação aos concorren-tes – de 12% sobre o valor da bolsa-auxílio. Outra vantagem é que os recursos investidos pelas empre-sas acabam fi cando no mesmo município, o que é importante para o seu desenvolvimento.

Sobre as entidades que almejam criar um depar-tamento semelhante, o dirigente explica que a asses-soria prestada pela entidade ensina todos os passos necessários, inclusive no aspecto legal. O custo varia de acordo com o porte da associação interessada e pode ser compensado em poucos meses.

Conforme a secretária executiva da Acisa, Odi-la de Fátima da Motta, a entidade levou cerca de três anos para a montagem do departamento que é amparado pela Lei de Estágios nº 11.788, seguin-do orientações da Secretaria Estadual de Educação, com quem mantém convênio para atuar com estu-dantes de escolas públicas estaduais. Além disso, a criação do departamento só foi possível com a alte-ração estatutária da Acisa, aprovada em Assembleia Geral Extraordinária e registrada em cartório.

Procura por universitáriosHoje, segundo Odila, a maior procura é por alu-

nos universitários dos cursos de administração, ciên-cias contábeis, pedagogia, engenharia civil e mecâ-nica, biomedicina, enfermagem e direito. Segundo ela, grande parte das vagas no ensino médio é para os cursos de técnico em contabilidade, secretariado e magistério. Além disso, a entidade ainda dispõe de um banco de profi ssionais, com um cadastro que conta com, aproximadamente, 809 currículos. Mais informações podem ser obtidas junto à Acisa pelo telefone (55) 3313-3200 ou pelos e-mails [email protected] e [email protected]

Assessoria qualifi cadaA assessoria da Acisa ensina como evitar proble-

mas legais para a constituição de um Departamento de Educação Profi ssional e Estágios (Depe). O custo varia de acordo com o porte da associação interes-sada e pode ser compensado em poucos meses.

Sobre a Acisa:A Associação Comercial, Cultural, In-

dustrial, Serviços e Agropecuária de Santo Ângelo (Acisa), na região noroeste do Rio Grande do Sul, criada em 1929, conta com cerca de 220 empresas associadas. Localiza-da na cidade de Santo Ângelo, a 450 qui-lômetros de Porto Alegre, a Acisa adquiriu confi ança e respeito por parte da população local, de quase 76 mil habitantes, uma vez que participa ativamente de diversas comis-sões e reuniões com a Prefeitura Municipal, segundo o presidente da entidade, Bruno Krug. Além disso, o dirigente lembra que a Acisa de Santo Ângelo presta apoio jurídico aos associados e, em breve, também vai oferecer consultorias em outras áreas além da dos estágios, como contabilidade, gestão de pessoas e meio ambiente.

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16 Empresa BRASIL

CONJUNTURA

A partir de 1º de abril, todo o sistema CACB e suas entidades associadas es-tarão prestando o serviço de “segunda geração” da Nota Fiscal Eletrônica - NFE.

O Progerecs/CACB trabalha para que a entidade unida se torne a maior rede nesse trabalho à semelhança do que já ocorre com a certifi cação digital.

O diretor-geral da NFE do Brasil, Marco Antônio Zanini, lembra que 480 mil empresas deverão ado-tar a versão 2.0. No modelo atual são informados o emissor e o destinatário; são discriminados os pro-dutos, os valores e os impostos devidos. Tudo isso é enviado para as secretárias da Fazenda estaduais em arquivo eletrônico, no formato XML. Já a segunda geração da Nota Fiscal Eletrônica, segundo Zanini, é um refi namento da solução existente. Ou seja, per-mitirá o cruzamento e a conferência das informações de todo o ciclo de vida do documento fi scal.

Com a segunda geração da NF-e, tanto vendedor como comprador terão responsabilidades sobre uma nota fi scal. E deverão informar desde o registro de saí-da do produto à confi rmação do recebimento da mer-cadoria, passando por devolução, registro de roubo de carga, carta de correção e outras ocorrências. “Com isso, antigas práticas, como a emissão de uma nota para um local com uma alíquota mais baixa do que o destino real da mercadoria, deixarão de existir”, afi rma Zanini. “Com o aumento de informações, o fi sco pre-tende diminuir o número de fraudes e de sonegação.”

Principais vantagens da NF-e 2.0

Uma das principais alterações da NF-e 2.0 é a adequação do novo layout ao Simples Nacional. An-teriormente, não existiam campos próprios para as empresas tributadas pelo sistema simplifi cado, o que gerava confusão entre muitos contribuintes.

Outra mudança está relacionada ao registro

de emissão em contingência. Com a NF-e 2.0, o contribuinte não precisa mais registrar a utilização dessas alternativas de emissão no Livro de Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrência (RUDFTO). Agora, o registro da data, hora e justifi cativa para a contingência é feito no pró-prio arquivo da NF-e.

O sistema de gestão administrativa e fi nanceira, o Controller, já está totalmente de acordo com a NF-e 2.0, trazendo mais facilidade na adaptação, segurança na informação transmitida ao Fisco e, principalmente, integração total com o web service da Receita Federal, dispensando a necessidade de utilização de um emissor.

16 Empresa BRASIL

Versão 2.0 da Nota Fiscal Eletrônica já está em vigorDesde o dia 1º deste mês é obrigatória a emissão de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) na versão 2.0; o novo formato exige ainda mais informações sobre as transações entre empresas e clientes

Zanini: “Aumento de informações diminui o número de fraudes e de sonegação”

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INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

ABRIL/2011 – WWW.SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

Mapeamento divulgado pelo Sebrae mostra demandas que serão geradas pelos investimentos para a realização da Copa de 2014 no Brasil e como as MPE podem ser benefi ciadas

Oportunidades de negóciosPrimeira etapa do estudo aponta as oportunidades na construção civil, tecnologia da informação e comunicação, turismo e produção associada ao turismo. Até junho, serão divulgados outros cinco setores

Setores estratégicos

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2 EMPREENDER // SEBRAE

/ / Espec ia l Sebrae na Copa de 2014 / /

AINDA NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2011, SERÃO MAPEADOS MAIS CINCO SETORES: AGRONEGÓCIO,

MADEIRA E MÓVEIS, TÊXTIL E CONFECÇÃO, COMÉRCIO

VAREJISTA E SERVIÇOS.

Construção civil, tecnologia da informação, turismo e produção associada ao turismo. Esses qua-tro setores da economia ofere-

cem 448 oportunidades de negócios para pequenas empresas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Os dados fazem parte do`Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede´, divulgado pelo Sebrae no fi nal do mês de março. Ainda no primeiro semestre de 2011, serão mapeados mais cinco setores: agronegócio, madeira e móveis, têxtil e confecção, comércio vare-jista e serviços.

O trabalho é uma das ações previstas no Programa Sebrae na Copa de 2014, que receberá, até 2013, investimentos de R$ 79,3 milhões. Os recursos serão aplicados em pro-

gramas de consultoria, inovação e acesso a mercados, como o Sebrae Mais, Sebraetec, Agentes Locais de Inovação (ALI) e Centrais de Negócios. Para atender à demanda, novas soluções também poderão ser criadas.

A ideia é permitir que elas ocupem um espaço maior na economia, não apenas no período até 2014, mas no futuro. Atual-mente, 99% das empresas brasileiras são micro ou pequenas e elas respondem por 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Em países como a Alemanha, a participação no PIB chega a 40%”, afi rma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

De acordo com o mapeamento do Sebrae, encomendado à Fundação Getulio Vargas (FGV), haverá possibilidades de negócios para pequenos empreendimentos antes, durante e após o evento. As 448 oportunidades de negó-cios foram extraídas de uma lista de atividades nas quais essas empresas podem empreender com grande chance de sucesso. Esses seg-mentos incluem as compras governamentais (com as garantias previstas na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa) e os negócios dire-tamente com o mercado – que representam a maior parte das oportunidades.

Neste primeiro momento, o levanta-mento está sendo feito em âmbito nacio-nal. A segunda etapa será a identifi cação das atividades mais promissoras em cada estado que sedia a Copa, levando em con-sideração as aptidões locais.

SEBRAE FAZ MAPEAMENTO E LANÇA PROGRAMA DE CAPACITAÇÃOForam identifi cadas 448 oportunidades em quatro setores da economia

E

Estudo foi divulgado pelo presidente do Sebrae, Luiz Barretto, em coletiva realizada no Rio de Janeiro

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Abril de 2011 3

E

CONSTRUÇÃO CIVIL É O SETOR QUE GANHARÁ MAIS COM MUNDIALSetor absorverá maior parte dos recursos investidos pelo setor público e iniciativa privada

O setor da construção civil ab-sorverá a maior parte (R$ 22,8 bilhões) dos R$ 33 bilhões a serem investidos pelo poder

público e iniciativa privada em infraestru-tura, turismo e consumo, para a Copa do Mundo. Os dados, do Ministério do Espor-te, refl etem também os mercados promis-sores para as MPE.

O estudo do Sebrae/FGV identifi cou 128 oportunidades para empresas do se-tor. As mais promissoras surgem na con-dição de fornecedores ou prestadores de serviços para as grandes empresas. São atividades como consultoria, prestação de serviços, fornecimento de matéria-prima, insumos e equipamentos, representantes comerciais e agentes do comércio de ele-trodomésticos, móveis e artigos de uso do-méstico, comércio varejista de ferragens, madeira e materiais de construção.

“A ideia é aproveitar a oportunidade da Copa para aumentar o nível de competiti-vidade e promover o desenvolvimento das pequenas empresas”, destaca o gerente de Serviços do Sebrae, Vinícius Lages.

O fornecimento de insumos relacio-nado ao comércio atacadista deve gerar oportunidades, já que são comprados, normalmente, em empresas locais e de menor porte. As longas distâncias e o custo do transporte geram oportunidades

também para os empreendimentos locais que atuem no fornecimento de materiais frágeis (como vidro).

Na área de projetos, chamou a atenção o potencial de oportunidades para os servi-ços especializados de arquitetura. Adminis-tração, serviços complementares como ali-mentação, transporte, controle patrimonial, comércio de ferramentas e equipamentos de pequeno porte e transporte de pessoal também podem ser explorados.

Em relação a segurança, meio ambien-te e saúde, as oportunidades surgem para empresas especializadas principalmente em serviços de assessoria, consultoria e treinamento em segurança do trabalho, meio ambiente e saúde ocupacional. Nos canteiros de obra, cabe às pequenas em-presas prestarem serviços às grandes em atividades de aluguel de máquinas e equi-pamentos e transporte rodoviário de carga.

O mapeamento também mostra como oportunidades as atividades em edifi ca-ções e de instalações. Por fi m, em insu-mos, as perspectivas surgem por meio da complementação de materiais como adu-bos, boca de lobo, cadeado, caixa de des-carga plástica, argamassa industrializada e caixa de incêndio. No caso da produção de tijolos, cerâmica, saibro, pó xadrez e ar-gamassa, há grandes chances de contrata-ção de pequenas empresas.

“A IDEIA É APROVEITAR A OPORTUNIDADE DA COPA PARA AUMENTAR O NÍVEL DE COMPETITIVIDADE E PROMOVER O DESENVOLVIMENTO DAS PEQUENAS EMPRESAS”, DESTACA O GERENTE DE SERVIÇOS DO SEBRAE, VINÍCIUS LAGES.

Nos canteiros de obra, cabe às pequenas empresas prestarem serviços às grandes em atividades como aluguel de máquinas e equipamentos e transporte rodoviário de carga

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4 EMPREENDER // SEBRAE

/ / Espec ia l Sebrae na Copa de 2014 / /

O MERCADO É PROMISSOR PARA AS PEQUENAS EMPRESAS

QUE TRABALHEM COM DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE OU POSSUAM PACOTES PRONTOS

E CUSTOMIZÁVEIS PARA AS ATIVIDADES MAIS USUAIS, COMO

SOLUÇÕES DE GESTÃO HOTELEIRA E DE SAÚDE.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO GANHA IMPULSO COM COPA 2014

Desenvolvimento de softwares, projetos e assistência técnica, manutenção e suporte. Essas são algumas das 105 oportunidades

que podem ser aproveitadas pelas pequenas empresas do setor da tecnologia da informa-ção (TI) nos períodos pré e durante Copa do Mundo de 2014. Os benefícios serão compro-vados também no longo prazo.

“A Copa e seus investimentos vão per-mitir a criação de novos produtos e ser-viços e a melhora na qualidade dos que já existem. Tornar as pequenas empresas mais competitivas e inovadoras é o gran-de desafi o do Sebrae. O evento esportivo

inaugura essa jogada”, destaca Vinícius Lages, gerente de Serviços da instituição.

//OportunidadesPara mapear as oportunidades foram consideradas demandas do setor públi-co e privado. O primeiro, em obras como estruturação de estádios e centros de mídia. A iniciativa privada, pelas neces-sidades das empresas e consumidores fi nais por soluções de tecnologia da in-formação, como transmissão de dados e desenvolvimento de softwares e serviços.

Em software, o mapeamento identifi cou oportunidades decorrentes dos investimen-tos de adequação do evento e de setores relacionados indiretamente à competição futebolística, como hotéis, bares, restauran-tes, turismo e saúde. O mercado é promissor para as pequenas empresas que trabalhem com desenvolvimento de software ou pos-suam pacotes prontos e customizáveis para as atividades mais usuais, como soluções de gestão hoteleira e de saúde.

As áreas de assistência técnica, manuten-ção e suporte correspondem a um bom cam-po de atuação para as pequenas empresas. O aperfeiçoamento técnico e investimento em qualidade e manutenção será o grande dife-rencial. O nível de satisfação dos clientes com esses serviços ainda é muito baixo. E

As áreas de assistência técnica, manutenção e suporte exigirão investimento em qualidade e manutenção

Mapeamento de oportunidades do Sebrae mostra 105 oportunidades de negócios para esse setor da economia

D

Page 21: Empresa Brasil 69

Abril de 2011 5

TURISMO, NEGÓCIOS E FUTEBOLEmpresas do setor devem ganhar em competitividade

De acordo com o Ministério do Turismo, o número de visitantes estrangeiros tende a crescer pro-gressivamente até 2014. Só no

ano da Copa, o país espera receber 8 mi-lhões de visitantes, sendo 600 mil apenas no mês do Mundial. O número de brasilei-ros que devem viajar internamente durante o evento pode chegar a 3 milhões. Consi-derando o incremento potencial no setor, o ‘Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede” identifi cou 98 atividades do setor promis-soras para as pequenas empresas.

Para o gerente de Serviços do Sebrae, Vinícius Lages, a Copa do Mundo é um ca-talisador de dinâmicas de inovação, gestão e novos modelos de negócios. “Quando eventos desse porte chegam a um país pro-movendo uma série de oportunidades de negócios e estabelecendo requisitos técni-cos e gerenciais a serem cumpridos, temos a chance de trazer o futuro para o presente, acelerando processos que ocorreriam mais lentamente”, ressalta.

O evento apresenta boas oportunida-des que deverão surgir a partir da oferta de produtos e serviços para turistas, ou-tras empresas e organizações responsá-veis pelo evento. Perspectivas de bons negócios também para as agências de viagem, tanto emissivas quanto as de re-ceptivo. No caso das primeiras, é preciso destacar a relevância do fl uxo de turis-tas domésticos durante o evento. Jogos não somente da seleção brasileira, como

também de outros países tradicionais do futebol, podem despertar o interesse dos brasileiros e motivar viagens internas, proporcionando uma demanda extra no período dos jogos para as empresas.

//Pacotes ofi ciaisNo turismo receptivo,há duas maneiras distintas de as agências se benefi ciarem das oportunidades da Copa. Em primei-ro lugar, elas devem se credenciar nas operadoras internacionais, que, por sua vez, são agentes credenciados do Tour Operator Programme (TOP) da Match/Fifa. Os participantes desse programa têm o direito de vender, em seus países de origem, pacotes ofi ciais com ingressos para os jogos da Copa do Mundo 2014. A Match, empresa responsável por asse-gurar acomodações à Federação Interna-cional de Futebol (Fifa), também contra-ta e reserva unidades habitacionais nos meios de hospedagem das cidades-sede.

As oportunidades também podem ser aproveitadas pelas pequenas empre-sas que fornecem serviços técnicos ou operacionais a outros empreendimentos do setor, como limpeza e manutenção, terceirização de mão de obra e lavande-ria. Outras atividades rentáveis são as de apoio ao turismo, mais direcionadas aos próprios turistas, na promoção de passeios diversos, assim como aqueles serviços que colaboram para a competiti-vidade de destinos turísticos, como as lan houses e as casas de câmbio.

SÓ NO ANO DA COPA, O PAÍS ESPERA RECEBER 8 MILHÕES DE VISITANTES, SENDO 600 MIL APENAS NO MÊS DO MUNDIAL.E

A Copa do Mundo deve despertar interesse dos brasileiros e estimular viagens internas.

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6 EMPREENDER // SEBRAE

/ / Espec ia l Sebrae na Copa de 2014 / /

PRODUÇÃO ASSOCIADA AO TURISMO TAMBÉM LUCRA COM A COPAPequenas empresas são fundamentais no setor

No campo da produção associada ao turismo, as circunstâncias favoráveis serão muitas e vão abranger várias modalidades de

serviços, produtos, atividades, profi ssionais, vocações e talentos.

Produção associada é o conceito ado-tado pelo Ministério do Turismo e Sebrae para defi nir segmentos, atividades e ser-viços que agregam valor aos produtos tu-rísticos, como artesanato, manifestações culturais, gastronomia e atividades artís-ticas e esportivas.

O ‘Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede’ levantou 117 atividades, de diversos ramos econômicos, nos quais as pequenas empresas terão relevante papel e serão benefi ciadas diretamente em termos de negócios, geração de empregos, desenvol-vimento e consolidação no mercado.

O levantamento também aponta as vulnerabilidades e desafi os da produ-ção associada a serem enfrentados para elevar a qualidade do turismo brasileiro e dos serviços oferecidos aos turistas e torcedores da Copa 2014. “Esse mapea-mento será referência para o processo de aceleração da qualidade e da inovação dos produtos e serviços das pequenas empresas, antes, durante e depois da Copa”, ressalta Vinícius Lages, gerente de Serviços do Sebrae.

//Economia criativa Entre os temas e ramos econômicos que se destacam na produção associada em tu-rismo se destaca a economia criativa. Car-naval, artesanato, manifestações culturais, produtos alimentícios regionais, atividades artísticas e esportivas e outras áreas vão criar boas oportunidades para pequenas empresas na Copa 2014.

Produtos alimentícios regionais, desen-volvidos por agroindústrias e setor agropecu-ário, constituem outro bom exemplo. Vinhos, cachaças e frutas tropicais são itens típicos de diferentes regiões brasileiras que deverão ser inseridos nos produtos turísticos da Copa.

Turistas estrangeiros gostam de experi-

mentar e descobrir novos sabores nos destinos visitados. Esses itens podem gerar produtos turísticos, como visitas a alambiques, vinhedos e plantações de frutas. Ainda em termos de-gustativos, merecem destaque as castanhas, o guaraná, o açaí e a erva-mate, cujos cultivos, processos de coleta e embalagem envolvem comunidades em diferentes regiões.

As manifestações culturais também estão entre as maiores agregadoras de valor ao turismo e terão esse papel nas 12 cidades-sede. Elas envolvem espetáculos de artes cênicas, circenses, dança e música, e geram negócios e trabalho para produtores culturais, artistas, profi ssionais e trabalha-dores dos setores técnico e artístico.

Carnaval, artesanato e manifestações culturais vão criar boas oportunidades para as empresas na Copa

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Empreender Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 604/605, módulos 30 e 31, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645 - Fone: (61) 3348-7494 - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 - Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

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Setor de refeições coletivas vive fase de ouro

Expansão do mercado de trabalho no Brasil turbina setor responsável por 200 mil empregos

Em 2010 foram fornecidos 9,4 milhões de refeições/dia, com uma receita de R$ 10,8 bilhões. Em 2011, o faturamento deve chegar a R$ 12,5 bilhões, com um total de 10,5 milhões de refeições/dia

Um dos segmentos mais favorecidos pelo crescimento da economia no país, o setor de refeições coletivas vive uma fase de ouro. Nos últimos

dez anos, praticamente dobrou de tamanho, o que poderá repetir-se em um período mais curto, dados o incremento de novos postos de trabalho e a série de obras previstas para a Copa de 2014.

Em 2010 foram fornecidos 9,4 milhões de refeições/dia, com uma receita de R$ 10,8 bilhões, podendo alcançar R$ 12,5 bilhões neste ano. Conforme dados do diretor-su-perintendente da Aberc (Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas), Antonio Guimarães, o segmento oferece cerca de 200 mil empregos diretos e consome um volume de 5 mil toneladas de alimentos por dia.

Guimarães observa que o Brasil se destaca neste setor, pois é um dos únicos países em que as empresas ofere-cem refeições no intervalo da jornada motivados pelo Pro-grama de Alimentação do Trabalhador (PAT), instituído pela Lei nº 6.321, de 1976. O PAT prioriza o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários mínimos mensais. O programa resulta da

parceria entre governo, empresa e trabalhador. “Por mui-tos anos a sistemática brasileira de disponibilizar refeições aos colaboradores das empresas deve continuar”, avalia o diretor-superintendente da Aberc.

Guimarães assinala, no entanto, que os preços praticados são atualizados anualmente, o que ele julga problemático, apesar de acompanhar os custos. “Essa área parece fácil, mas é complexa, pois o mercado não retribui fi nanceiramente para o segmento”, analisa. “É preciso ter volume, comprar bem e ter mão de obra especializada para ter resultados”, atesta Guimarães.

Quando a Aberc foi criada, em 1984, contava com apenas 13 prestadoras de serviço fi liadas. Hoje, são 90 entidades associadas que, juntas, respondem por 95% das refeições coletivas servidas no país. Entre os estados, São Paulo é o mais forte no segmento, com 40% do mercado. Depois vêm o Rio de Janeiro (12%), Minas Gerais (9%), Rio Grande do Sul (7,5%) e Paraná (7%).

Uma das empresas com mais fome de vencer nesse concorrido mercado é a Puras, do Rio Grande do Sul. Atualmente, as suas 1,4 mil unidades de negócios, distri-buídas em 21 estados e no Distrito Federal, servem mais

NEGÓCIOSNEGÓCIOS

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18 Empresa BRASIL

de um milhão de refeições por dia e o faturamento anual ultrapassa R$ 1,26 bilhão.

De acordo com o presidente da empresa, Hermes Gazzola, a Puras teve, nos últimos 10 anos, um incre-mento médio de 16%. “Em 2009, em função da crise econômica mundial, o crescimento foi menor, mas su-peramos esse período e fechamos 2010 com um índice muito positivo (33%), retomando porcentuais de anos anteriores, em que a instabilidade e as variáveis fi nanceiras não pressionaram tanto nosso setor”, avalia. “A tendência é manter o ritmo de crescimento pelos próximos anos, sem alterar a estrutura de gestão ou abrir o capital”, diz.

“Essa década será a do Brasil. Muitos setores serão benefi ciados com o redimensionamento dos mercados internacionais, principalmente o setor petrolífero offshore, onde somos um dos principais players”, prosseguiu. Se-gundo ele, a produção do país será o foco de grandes in-vestidores, o que fortalecerá o mercado interno, amplian-do a base da economia. “Naturalmente algumas reformas serão necessárias para possibilitar esse alinhamento.”

Quanto ao setor de refeições coletivas, Gazzola acredita que o mercado deve se benefi ciar desse cená-rio. “Mas somente as empresas que adotarem a cultura de gestão estarão aptas para enfrentar os desafi os que o mercado deverá impor”, adverte o empresário.

Inspiração para o sucessoPara Hermes Gazzola, o sucesso tem relação direta

com o fato de a empresa seguir a Filosofi a Empresarial Puras que estabeleceu instrumentos como visão, missão e valores praticados pelos mais de 22 mil profi ssionais que

trabalham na Puras. “Nossos líderes e nossas equipes atu-am como verdadeiros donos do negócio, com metas e indicadores claros e defi nidos”, pondera. “Além disso, faz parte dos nossos valores termos clientes e consumido-res fi delizados por meio de um relacionamento sincero, serviços bem feitos, com melhoria contínua e inovações.”

Antonio Guimarães, diretor-superintendente da Aberc: “É preciso ter volume, comprar bem e ter mão de obra especializada para ter resultados”

Os cinco principaismercados no país:■ 1º lugar - São Paulo: 40% ■ 2º lugar - Rio de Janeiro: 12%■ 3º lugar - Minas Gerais: 9%■ 4º lugar - Rio Grande do Sul: 7,5%■ 5º lugar - Paraná: 7%

(Fonte: Aberc)

Dados do mercado derefeições coletivas no Brasil:Número de refeições fornecidas:■ 2010: 9,4 milhões de refeições/dia■ 2011: 10,5 milhões de refeições/dia (*)

(*) Expectativa da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC)

Faturamento do setor:■ 2010: R$ 10,8 bilhões ■ 2011: R$ 12,5 bilhões (*)

(*) Expectativa da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC)

Volume: ■ 200 mil empregos diretos■ Consome 5 mil toneladas de alimentos por dia

A Aberc estima que o potencial teórico das refeições coletivas no Brasil é superior a 41 milhões de unidades diariamente. O setor conseguiu manter-se estável nos últimos anos graças, em parte, ao processo da terceirização e de desenvolvimento de novos nichos de mercado. Nesta década prevê-se um crescimento de 10% ao ano, duplicando-se em sete anos.

NEGÓCIOS

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Hermes Gazzola: presidente e fundador da Puras

A história de empreendedorismo do fundador e presidente da Puras começou quando Hermes Gazzo-la, ainda menino, ajudava seus pais, Francisco e Gema, em um pequeno restaurante da família em Porto Alegre, que, na época, se destacava pela qualidade do atendi-mento personalizado. Aos 21 anos, o jovem Hermes dividia seu tempo entre os estudos e a ajuda aos pais, quando um dos clientes do restaurante solicitou a comi-da dos Gazzola para dentro de sua empresa.

Demonstrando desde cedo a sua percepção para os negócios, Hermes assumiu o desafi o. E, assim, fun-dou em janeiro de 1979, a empresa Hermes Gazzola. No ano seguinte, com o restaurante dando um excelen-te retorno e com a visão de que o negócio de alimenta-ção para empresas teria um futuro promissor, Hermes fundou a Refeições Puras, que, em seguida, passou a se chamar Puras do Brasil Sociedade Anônima.

Com visão estratégica e perfi l de liderança ativa, o empresário busca a inovação constante dos produtos e serviços da Puras. Em suas viagens ao exterior procu-ra trocar experiências com especialistas no segmento, participando de feiras e visitando operações de restau-rantes nos Estados Unidos, Japão, na América Latina e em diversos países da Europa.

Graduado em Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Hermes Gazzola também atua fortemente na área so-cial. Idealizou o Puras Cidadã, que distribui, por ano, em parceria com os clientes da Puras, cerca de 3,5 mi-lhões de refeições balanceadas a instituições sociais por meio de uma série de programas como o Alimentação Solidária, Prato Popular e Juventude Saudável.

Hoje, a empresa, que completou três décadas em 2010, possui cerca de 1,4 mil unidades de negócio, entre restaurantes empresariais, plataformas marítimas, escolas e gestão de serviços em infraestrutura, através da empresa Infrall. Atualmente, possui cerca de 22 mil pro-fi ssionais e está presente em 365 municípios brasileiros. A Puras serve mais de um milhão de refeições por dia e seu faturamento anual ultrapassa R$ 1,26 bilhão.

“”

Nossos líderes e nossas equipes atuam como verdadeiros donos do negócio, com metas e indicadores claros e defi nidos

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20 Empresa BRASIL

GESTÃO

Competitividade premiada

Os catarinenses Cândido Prada (Paintech) e Ilton Bem (Uninfo) e o alagoano George Delfi no (Del fi no Centro Automotivo) comemoraram no fi nal de março, em

Brasília, a conquista do MPE Brasil – Prêmio de Competitivi-dade. Ponto em comum entre todos os participantes: garra, aplicação e a participação nos programas Empreender ou Empreender Competitivo.

Através da dinâmica de aprendizado contínuo e evo-lução promovidos pelos Programas desenvolvidos pela CACB e Sebrae, os empresários concretizaram projetos cultivados ao longo dos anos e viram, assim, suas empre-sas entre as nove melhores das 99 mil na disputa.

Para o coordenador nacional do Empreender, Carlos Alberto Rezende, o prêmio é resultado de um trabalho de sinergia entre a CACB, as Associações, os empresários e Sebrae. “Uma prova de que o Empreeender apoia efe-tivamente empresas competitivas”, afi rmou.

Para chegar a essa grande vitória, as empresas passa-ram por uma maratona de coleta de dados e entrevistas. As 99 mil inscritas preencheram um formulário com os dados e avanços da empresa. 125 foram classifi cadas como vencedoras da etapa estadual. Desse universo, 38 foram visitadas pelos auditores do prêmio, que ve-

rifi caram todos os itens da empresa: processos adminis-trativos, incentivos aos funcionários, gestão de projetos e processos, projetos de sustentabilidade e de cunho social fi zeram parte dos itens analisados. Finalmente, 18 empresas foram selecionadas para a fi nal e nove rece-beram o grande prêmio: oito categorias (indústria, co-mércio, agronegócio, serviços de turismo, serviços de TI, serviços de saúde, serviços de educação e outros serviços) e um destaque em responsabilidade social. A iniciativa funciona como incentivo às micro e pequenas empresas brasileiras, reconhecendo sua importância e os resultados alcançados com a utilização dos conceitos de gestão, excelência, qualidade e competitividade.

Evolução e excelência:“Não foi uma ação única. Foi um processo. Concor-

damos que as empresas inscritas em 2010 participariam novamente este ano. Queríamos ver a evolução”, afi r-mou Scheila Lenzi, consultora regional da Facisc/Sebrae que orienta os núcleos setoriais do Alto do Vale, de onde vem uma das empresas vencedores: a Paintech.

A ganhadora na categoria indústria nasceu em 1997 em Rio do Sul (SC). É uma empresa prestadora de ser-viços de pintura eletrostática a pó, pintura eletroforese (KTL) e fabricante de peças para bicicletas na linha de ba-gageiros, rodas laterais para bicicletas infantis.

Completados dez anos de vida e já com o nome no mercado, a empresa visou garantir as conformida-des de processos. Em 2008 obteve a certifi cação ISO 9000 e, no ano seguinte, ISO 9001:2000, o que com-prova o foco da entidade em estabelecer uma gestão da qualidade e resultados.

Hoje, a Paintech tem 17 funcionários e uma estrutura encontrada somente em grandes centros industriais, com equipamentos que garantem a qualidade do produto, efi -ciência e rapidez na entrega.

“Estamos buscando sempre o aprimoramento em-presarial. Sabemos que nosso maior patrimônio são as pessoas que fazem parte do nosso dia a dia, colaborado-

O “MPE Brasil - Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas” é um reconhecimento estadual e nacional às micro e pequenas empresas que promovem o aumento da qualidade e a disseminação de conceitos e práticas de gestão

Ilto Bem (E) e Cândido Prada comemoram prêmio em Brasília

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Abril de 2011 21

res, administradores e, principalmente, os clientes que exigem sempre qualidade e efi ciência. Graças a cada um pudemos conquistar este prêmio”, destaca Cândido Prada, diretor da empresa e coordenador dos núcleos setoriais de Rio do Sul.

Tecnologia aliada à humanizaçãoCombinação perfeita entre tecnologia de ponta e

valorização das pessoas. Para Ilto Dal Bem, sócio-pro-prietário da Uninfo Sistemas, esses foram elementos basilares para a eleição da empresa como vencedora na categoria tecnológica.

Com uma década de história, 30 colaboradores e projeto contemplado pelo Programa Empreender Competitivo, a empresa, especializada em software empresarial, encontrou na sua origem, o Polo Tecno-lógico do Oeste Catarinense (Deatec), também um mercado potencial. A carteira de clientes da empresa é composta, principalmente, por micro e pequenas empresas: Supermercado, Ferragem e Materiais de Construção, Lojas de Calçados e Confecção, Assistên-cia Técnica, Atacado e Distribuidor, Indústria, loja de móveis e eletrodomésticos.

Para o consultor Regional do Empreender, no Oeste Catarinense, Osvaldo Mota, a Uninfo é exem-plo de um trabalho constante visando ao aprimora-mento. O prêmio, segundo ele, é um reconhecimen-to do trabalho realizado. “A empresa vem buscando o aprimoramento continuado. O Empreender auxiliou na identifi cação das potencialidades e foi um motivador da participação continuada na premiação”, afi rmou.

Para o presidente do Deatec, Francis Marcel Post, o reconhecimento nacional recebido pela Uninfo serve como um estímulo para que outras empresas visem me-tas direcionadas para a qualidade e excelência em gestão.

Um passo à frente do mercadoVisão de futuro, busca constante pela gestão com-

petitiva, acompanhamento das exigências do mercado e satisfação dos clientes externos e internos (colaboradores) e relacionamento com parcerias saudáveis. Estes são as principais características da Del Fino Centro Automotivo. O diagnóstico, de George DelFino, proprietário da em-presa vencedora na categoria comércio, pode ser com-provado com números.

Segundo pesquisa da empresa, o índice de satisfação dos clientes saltou de 89% (2008) para 99% . A em-presa registrou um incremento no resultado fi nanceiro na ordem de 15%, na comparação entre 2008 e 2009.Com os avanços, a empresa aumentou sua estrutura físcia e proporcionou maior conforto aos clientes.

Paralelamente à ampliação da instalações, a em-presa, que conta com apenas 12 funcionários, buscou novas técnicas de gestão: implantação, sistematizada, dos 8 critérios do Modelo de Excelência na Gestão.Implantação de uma política socioambiental. Gestão democrática e busca de novos conhecimentos.

Segundo Defi no, o Empreender Competitivo foi o despertar na busca da gestão efi ciente, conquistada atra-vés do conhecimento transmitido pelos consultores.

A Associação Comercial de Maceió e o Movimento Alagoas Competitivo, liderado pelo 1º vice-presidente da CACB, Sérgio Papini, “continuam prestando suas orienta-ções, no sentido de continuarmos investindo na busca de melhorias constantes”, afi rmou.

A meta da empresa agora é conquistar as certifi cações do Instituto de Qualidade Automotiva (I.Q.A. e selo ver-de).” Vamos conseguir”, afi rmou Delfi no.

A força do Empreender:O Programa Empreender incentiva o desenvolvimento gerencial, o as-

sociativismo e a geração de emprego e renda entre empresas de um mes-mo setor e mesma área de atuação. Nos núcleos setoriais mais avançados, a parceria Sebrae/ CACB desenvolve o Empreender Competitivo.

De acordo com Josiane Minuzzi, analista do Sebrae de Santa Catarina, o papel das associações é fundamental, já que elas mobilizam e incentivam a participação do empresário e estimulam seu crescimento. “Sem o apoio da CACB, não estaríamos aqui”, afi rmou. O estado teve o maior número de empresas candidatas e números absolutos.

Das 38 empresas escolhidas para participar da etapa nacional, 10 par-ticipam dos Programas desenvolvidos pela CACB/ Sebrae.

Integram o Competitivo Del Fino Centro Automotivo de Alagoas a para-nanese CRG Informática e Serviços e Serviços (MEGASULT) e a catarinense Uninfo; Kayrós Business, Jaraguá do Sul; e a Suprema Contabilidade.

Também entre as fi nalistas da etapa nacional, as representantes de Santa Catarina, participantes do Empreender: Duraline, Rodrigo Conci Drogaria e Manipulação, Laboratório Científi co, Paintech e Escola Técnica Dama.

George DelFino: “O Empreender Competitivo foi o despertar na

busca de gestão efi ciente”

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22 Empresa BRASIL22 Empresa BRASIL

Novo presidente da ACSP e Facesp critica o intervencionismo estatalEm seu discurso de posse, Rogério Amato afi rmou que continuará a trilhar o caminho contra a burocracia, a alta tributação e a volta da CPMF; defendeu a livre iniciativa, o empreendedorismo e a parceria com as demais entidades empresariais

DESTAQUE FEDERAÇÕES

O empresário Rogério Pinto Coelho Amato assumiu, no fi nal de março, a presidência da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e da Facesp

(Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). O evento reuniu o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito Gilberto Kassab, o diretor do Sebrae-SP Alencar Burti, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da CACB.

Em seu discurso de posse, Amato afi rmou que continuará a trilhar o caminho contra a burocracia, a alta tributação e a volta da CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira). Defendeu a livre ini-ciativa, o empreendedorismo e a parceria com as demais entidades empresariais. “Queremos atuar em conjunto com as demais entidades empresariais, sempre que essa união contribuir para fortalecer a posição da clas-se empresarial ou da sociedade, sem prejuízo da ação individual de cada uma”, enfatizou. Anunciou ainda uma agenda de debates sobre os grandes temas nacionais e

questões específi cas que afetam o setor empresarial.Em seu discurso, Rogério Amato criticou o crescente

intervencionismo estatal no país. “O aumento da burocra-cia, como a recente pérola da obrigatoriedade do relógio de ponto com o uso de papel, com claro retrocesso tec-nológico e ambiental. O fi scalismo e o arbítrio, como a ‘penhora online’, que não apenas afeta a empresa, mas, muitas vezes, invade a esfera individual e familiar”, citou.

Amato prosseguiu, com outro exemplo: “A insta-bilidade, complexidade e insegurança jurídica, quando a empresa depende de vários órgãos públicos, que não atuam de forma coordenada, como ocorre em relação ao meio ambiente”.

Para evitar que os empreendedores, sobretudo os micro, pequenos e médios, se sintam “solitários, abando-nados e até acuados” diante dessa e de outras situações semelhantes, o novo presidente da ACSP e da Facesp dis-se que irá mostrar “ao empreendedor que ele faz parte de uma comunidade que irá apoiá-lo, orientá-lo e oferecer serviços que possam ajudá-lo a superar suas difi culdades”.

“A atuação de nossas entidades não se limita à defesa retórica de seus valores, como a liberdade de empreender, respeito ao direito de propriedade e aos contratos, igualdade de oportunidades, mas também em ações tomadas diante da diversidade dos desafi os que se apresentam no dia a dia”, acrescentou.

Como exemplo, Amato recordou a mobilização da ACSP e Facesp durante a Constituinte, na defesa da Lei de Responsabilidade Fiscal, na criação do “Im-postômetro” e nas mobilizações contra a aprovação da MP 232, a prorrogação da CPMF e contra a excessiva carga tributária e burocrática existente no país.

Concluiu: “Temos ainda outros desafi os pela frente: ampliar e melhorar a prestação de serviços para os associados, na medida em que as associa-ções comerciais dependem de seus serviços para garantir sua autonomia fi nanceira”.

“A burocracia não afeta apenas a empresa, muitas vezes invade a esfera individual efamiliar”

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Março de 2011 23Abril de 2011 23

Empresa Brasil: Quais são os seus planos para a sua gestão? Quais as prioridades?

Rogério Amato: Uma característica da ACSP, e acredito que de todas as associações comerciais, é a continuidade. Outra é a manutenção dos prin-cípios e valores. A partir dessas premissas, pre-tendemos tornar a entidade, através de suas 15 distritais, e a Facesp, por meio das mais de 400 associações comerciais do interior, mais próximas do micro e pequeno empresários, para que eles possam sentir a existência de uma entidade que se preocupa com eles e que pode não apenas orientá-los como defendê-los quando necessário. Essa será a maior prioridade.

Pretende criar algum novo núcleo na estrutura da Federação?

As estruturas da ACSP e a da Facesp têm se re-velado efi cientes, mas novas missões podem deman-dar a criação de novos organismos. Vamos primeiro defi nir as novas missões, com a colaboração das diretorias e conselhos, e depois ajustar as estruturas necessárias ao bom desempenho das entidades.

Qual deve ser o foco de atuação da Fe-deração daqui para a frente?

Além do contato mais direto com os empre-sários, especialmente os de menor porte, a ACSP e a Facesp precisam estar preparadas para acom-panhar os temas políticos econômicos e sociais de maior relevância, e se manifestar em relação aos mesmos, com base no ideário que tem norteado suas atuações ao longo do tempo. Elas precisam ser a voz dos empresários.

Quais devem ser as prioridades da agen-da empresarial no país?

Acredito que a agenda prioritária deveria ser a de buscar a unidade das entidades empresariais em relação aos temas de maior importância para a livre iniciativa, sem prejuízo da atuação individual de cada uma. A partir dessa unidade seria possível defi nir os temas mais relevantes para serem ataca-dos em conjunto, como, por exemplo, as várias reformas de que o país necessita.

Qual deve ser a posição do meio em-presarial no que se refere à racionaliza-ção e redução dos gastos públicos?

Essa é uma luta histórica e permanente das as-sociações comerciais, a da redução e racionalização dos gastos públicos, do aumento da efi ciência do governo, para permitir que o Estado possa aumen-tar os investimentos e reduzir a carga tributária.

Micro e pequenosempresáriosterão prioridadeA seguir, leia a entrevista exclusiva de Rogério Amato a Empresa Brasil:

“ACSP e a Facesp devem fi car mais próximas do micro e pequeno empresário”

Rogério Pinto Coelho Amato, 62 anos, é paulistano, formado em administração pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo, com vários cursos de extensão e especialização. Filho do empresário Mario Amato e de Rogé-ria Pinto Coelho Amato, atua no setor priva-do como presidente do Conselho de Adminis-tração da Springer.

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24 Empresa BRASIL

A CACB encaminhou ao Senado Federal, em março, uma proposta de revisão da Lei de Responsabilidade Fiscal. A ideia é ampliar o escopo dessa legislação a fi m

de estimular a redução da carga tributária; viabilizar o aumento dos investimentos públicos e possibilitar maior controle das despesas correntes no longo prazo.

Em reunião com os senadores Benedito de Lira (PP-AL), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Delcídio do Amaral (PT-MS), a entidade foi representada pelo seu 1° vice-presidente, Sérgio Papini.

O documento entregue pela CACB prevê uma diminuição gradativa da carga tributária a partir do au-mento anual do teto do Simples Nacional, e a imposição de um teto para o crescimento das despesas correntes. “Esse é um plano de redução dos gastos públicos em longo prazo, com o objetivo de garantir o crescimento do Brasil nos próximos 15 a 20 anos”, explicou Papini.

Pela lei atual, as despesas correntes podem crescer de um ano para o outro na mesma porcentagem de crescimento das receitas. A Proposta de Lei Comple-

mentar (PLC) da CACB, de sua parte, sugere que elas cresçam sempre nos mesmos patamares das receitas, gerando pequenos superávits. Com o valor economi-zado, o governo poderia ampliar os investimentos públi-cos ou reduzir a carga tributária. Na alternativa da redu-ção da carga tributária, a PLC sugere que essa seja feita por meio da ampliação do teto do Simples Nacional. Com isso, um número maior de empresas passaria a ser enquadrado nessa modalidade de contribuição.

“As pequenas e médias empresas seriam desone-radas como um todo, facilitando o crescimento do se-tor responsável pelo maior número de empregos no Brasil”, reforça Sérgio Papini. “Hoje se discute muito sobre o aumento do teto do Simples, mas apenas de forma ocasional. Nós queremos que esse aumento seja constante, para que o setor seja desonerado gra-dativamente”, acrescentou.

O senador Delcídio do Amaral disse que a pro-posta é fundamental para o incremento da economia nacional e será discutida na Comissão de Finanças e Tributação do Senado Federal, da qual é o presidente.

Entidade encaminhou documento ao Senado com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável do país

CACB propõe revisão da Lei de Responsabilidade Fiscal

DESTAQUE CACB

Sérgio Papini (D) em reunião com

os senadores Benedito de Lira e

Delcídio do Amaral

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Abril de 2011 25

Proposta traz nova ferramenta para aumentar crescimento do PIB

Empresa Brasil: Detalhe os pontos que considera principais da PLC.

A PLC envolve três variáveis: despesas correntes, investimento público e carga tributária. Como a pro-posta prevê que a cada ano fi scal os entes federados ampliem suas despesas correntes num percentual sempre inferior ao crescimento da receita orçamentá-ria, a cada ano haverá uma pequena sobra que poderá ser destinada para incrementar o investimento público ou para reduzir a carga tributária.

Qual a sua expectativa em relação ao trâmite da PLC no Senado?

A expectativa é de que o tema terá muitos senado-res favoráveis, pela acolhida que tivemos nos nossos pri-meiros contatos, viabilizados pelo senador Benedito de Lira (PP-AL). Isso porque ela traz uma nova ferramenta – desvinculada da política monetária – para combater a infl ação e aumentar o patamar de crescimento anual do PIB. A proposta será também uma bandeira importante para a micro e a pequena empresa. Isso porque a dimi-nuição da carga tributária se daria na prática, a cada ano, pelo aumento paulatino do teto das empresas tributadas pelo Simples Nacional. Poderá também ser uma ban-deira de todos os que almejam uma educação inova-dora de alto conteúdo tecnológico, dado o aumento do investimento público voltado para a competitividade da economia brasileira no longo prazo.

Detalhar como funcionaria na prática a proposta proporcionaria pequenos superá-vits de receitas?

Por hipótese, suponhamos que o orçamento de re-ceitas da União para 2011 fosse de R$ 1 trilhão e o de despesas correntes fosse de R$ 600 bilhões (60% das receitas orçamentárias) Se o crescimento real do orça-

mento de receitas para 2012 for de R$ 50 bilhões (5%), o crescimento real de despesas terá que ser sempre inferior a R$ 30 bilhões. Suponhamos que a LC passe e só auto-rize um incremento de metade desses R$ 30 bilhões para as despesas correntes. Nesse caso teríamos uma sobra de R$ 15 bilhões para usar no incremento do Investimento Público e/ou na redução da carga tributária para o exercí-cio de 2012. Se esses R$ 15 bilhões forem distribuídos de maneira equitativa entre essas duas variáveis, teríamos R$ 7,5 bilhões de aumento no Investimento Público e R$ 7,5 bilhão de diminuição na carga tributária. Para diminuir a car-ga tributária, não seria necessária nenhuma mudança nas alíquotas de impostos nem na estrutura da arrecadação. Isso porque essa redução se daria apenas pela elevação do teto das empresas tributadas pelo Simples Nacional.

Leia a seguir a entrevista com o 1° vice-presidente da CACB, Sérgio Papini, sobre a Proposta de Lei Complementar encaminhada pela entidade ao Senado:

Investimento público no Brasilé inferior aos emergentes

O investimento da União e das estatais federais subiu pelo sétimo ano seguido em 2010, atingindo perto de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo números da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. O volume investido é um pouco superior aos 3,26% do PIB de 2009 e mais que o dobro do 1,59% do PIB registrado em 2003. As inversões do governo federal tiveram um impulso mais signifi cativo em 2006, ganhando fôlego nos anos seguintes com o Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC), de 2007.

Entre as estatais, o grande destaque é a Petrobras, que, sozinha, in-vestiu o equivalente a 2,03% do PIB nos 12 meses até outubro. É quase 70% a mais que o 1,21% do PIB investido pela União nos 12 meses até novembro de 2010. Nesse quadro, a União e as estatais federais respon-deram por 17,9% do total investido.

O volume de investimento público no Brasil é pequeno em relação aos outros países emergentes, em média, acima de 7% do PIB.

Proposta também foi apresentada ao senador Francisco Dornelles

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Rede CACB amplia postos de conciliação extraprocessual

A fi m de garantir cada vez mais espaço para a sociedade resolver seus confl itos de forma pacífi ca, a CACB, por meio de seu projeto Arbitragem, inaugurou

em março, em parceria com o Sebrae Nacional e os tribunais de justiça estaduais, dois novos Postos Avançados de Conciliação Extraprocessual (PACEs): em Goiânia (GO) e Cerquilho (SP).

O PACE funciona como um instrumento de ce-leridade do Judiciário junto à associação comercial. A ideia é resolver confl itos de forma amigável, em um local de fácil acesso, com a redução de custos e o tempo processual, sem envolver o Judiciário.

Em Cequilho, o Posto Avançado funcionará na associação comercial local. Os trabalhos terão início após o curso de capacitação dos conciliadores e a adequação às novas regras exigidas pelo Conselho Nacional de Justiça para o implementação do mode-lo. A juíza da comarca de Cerquilho, Tatiana Moreira, propôs o estudo de um planejamento para articular parcerias com o Procon-SP e a prefeitura local.

Em Goiânia, o posto funcionará junto à Asso-ciação Comercial de Goiás (Acieg), com apoio da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg). O novo PACE está em fase de planejamento de ações. O

Entidade inaugurou em março, por meio do projeto CBMAE, mais dois PACEs: em Goiânia (GO) eCerquilho (SP); modelo começou a ser instalado em abril de 2008 e conta atualmente com 11 postos

DESTAQUE CBMAE

O presidente da Facieg

Deocleociano (C)Moreira e demais

autoridades, nainauguração do

Pace (GO)

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Abril de 2011 27

presidente da Acieg, Pedro Bittar, disse que a Asso-ciação abraçou a iniciativa da mesma forma que o fez com as cortes arbitrais. Ele lembrou que a enti-dade trabalha com métodos alternativos de solução de confl itos há 15 anos, antes mesmo da publicação da Lei de Arbitragem no Brasil.

Para o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Vitor Lenza, o Brasil deve seguir os exemplos dos Estados Unidos e China, além de diversos paí-ses europeus, que também atuam com os Métodos Extrajudiciais de Solução de Confl itos (MESCs). “A iniciativa é importante, pois simplifi ca e desonera os processos. Nesse sentido, pretendemos levar o PACE para todas as cortes arbitrais do interior e demais municípios, a fi m de expandir o sistema em todo o estado”, ressalta.

O modelo de PACEs começou a ser trabalhado pela CBMAE em abril de 2008, com a criação do Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual de São Paulo em parceria com o Tribunal de Justiça daquele estado. A experiência deu certo e, em outubro do mesmo ano, a CACB, o Conselho Nacional de Justiça e o Sebrae Na-cional se reuniram para assinar um acordo e formalizar o trabalho que vinha sendo realizado. Em seguida foi ins-talado um modelo piloto de PACE em Santa Catarina, dada a cultura associativa daquele estado.

O diretor fi nanceiro da CACB, George Teixeira, explica que o projeto propõe “uma justiça ágil e a inte-ração entre Justiça e a sociedade do estado de Goiás,

A conciliação é uma forma de solução extrajudicial de controvérsias em que um terceiro, o conciliador, exerce a tarefa de aproximar as partes em confl ito, e também sugere e propõe soluções, esforçando-se para levá-las a um entendimento que ponha fi m ao confl ito. No Pace, o acordo é homologado por um juiz.

O que é conciliação?

e deve ser adotado como modelo para todo o país”.A rede CBMAE conta atualmente com 11 PACEs:

Patos de Minas, Uberaba, Uberlândia, Rio Branco, Goiânia, Cerquilho, Florianópolis, Campo Grande, São José do Rio Preto, São Paulo e Maceió. Também estão em fase de negociação para implantação os Pa-ces de Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Manaus, Três Marias, Suzano, Ipatinga, Chapecó e outros.

Cerquilho, nointerior de SãoPaulo, inauguraPosto de Conciliação

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TENDÊNCIAS

Diferencial e competitividade são as tendências da moda pernambucanaEntidades empresariais e o governo de Pernambuco se unem para potencializar a indústria têxtil e de confecções no estado. A Facep e Acic participaram da articulação

Além dos belos cenários, Pernambuco é conhecido também pela produção têxtil. A região do Agreste, por exemplo, abriga o 2º maior polo do país, com cerca de

20 mil empresas, que geram mais de 25 mil empregos. A produção chega a 18 mil peças/ano. Para alavancar os negócios do setor, a partir do seu valor agregado pela inovação, foi criado recentemente o núcleo gestor da cadeia têxtil e de confecções, com o objetivo de avaliar e monitorar a execução das atividades e projetos de de-senvolvimento, principalmente, na qualifi cação de pro-fi ssionais e incentivos para o crescimento.

O Núcleo garantiu um aporte de R$ 2,4 milhões repas-sados pelo governo do estado e através de investimentos da iniciativa privada. A expectativa é de que sejam benefi ciados aproximadamente 4,5 mil estabelecimentos que integram o arranjo produtivo, pontos formais de venda e produção

de confecções, em 35 municípios. Serão instaladas escolas para qualifi cação de mão de obra. As empresas receberão incentivos para que consolidem suas marcas, aumentem o portfólio de produtos e ganhem mais espaço no mercado.

“Se existem recursos, união, estrutura favorável à produção de têxteis e confecção, temos que tomar essa dianteira e agir no sentido de fomentar o cresci-mento da produção, a qualifi cação dos empresários e trabalhadores da indústria têxtil”, ressalta o presidente da Associação Comercial de Caruaru, João Bezerra da Silva. Segundo ele, a meta é consolidar o polo como fabricante de moda de alto nível, ampliar as linhas de crédito para o setor, formalizar as empresas que ainda não atingiram este estágio, abrir canais de comercializa-ção para exportação, entre outras ações.

Um dos projetos que serão acompanhados pelo núcleo já está em curso. Trata-se do centro de refe-

Trabalho integrado promove o

crescimento do setor têxtil e

confecções de Pernambuco

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Abril de 2011 29

rência da moda pernambucana, localizado em Jabo-atão dos Guararapes. Criado em janeiro deste ano, é resultado de um convênio fi rmado entre a secre-taria de desenvolvimento econômico do estado e a Petroquímica Suape. O projeto conta com R$ 1,9 milhão em recursos e tem como objetivo agregar valor à confecção e produção têxtil do Estado com ações nas áreas de design, adaptação de tecnologia e capacitação cultural. O espaço será destinado à incubação de empresas que serão escolhidas por meio de seleção pública.

A iniciativa é vista com entusiasmo pelos empre-sários. Segundo eles, o setor tem passado por uma evolução que se iniciou com o foco na confecção do produto fi nal e hoje busca o conceito, pelo diferen-cial e pela competitividade.

“Nossa região é excelência em produção, porém nem todas as empresas têm conhecimento dos con-ceitos de moda, know-how, design. Nos últimos anos, os empreendedores têm buscado capacitação e infor-mação, investindo em profi ssionais da área, estilistas e em melhorias de instalações. A criação do núcleo e do centro de referência vem em boa hora”, afi rmou Val-técio Pedro, sócio-diretor da Algodeiro.

A Algodeiro, afi liada à Associação Comercial de Caruaru, é um dos destaques da moda nordestina e a única da região a trabalhar com o algodão ecológico. Apostando nesse diferencial, a empresa, que tem em seu quadro 30 funcionários, apurou um crescimento substancial de vendas e consolidou a marca no mer-cado. “Quando começamos, 5% da nossa produção era destinada a confecções com materiais ecológicos. Hoje, quase 70%, e até o fi nal do ano, focaremos ape-nas nesse produto”, comenta Valtécio.

A Algodeiro alia know-how e inovação ao design

O núcleo gestor da cadeia foi anunciado, no fi nal de fevereiro, no Recife, durante a primeira reunião do conselho de desenvolvimento da indústria têxtil. Criado como uma organização social, sem fi ns lucrativos, vai integrar o plano estratégico da cadeia e terá como responsabili-dades avaliar e monitorar a execução das ativi-dades e projetos de desenvolvimento do setor.

É composto por uma governança que envolve todas as entidades que têm infl u-ência sobre o desenvolvimento do setor de confecções no estado: secretarias e agências de desenvolvimentos, Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), siste-ma “S”, Sindtextil, Sindvest, Facep (Federação das Associações Comerciais de Pernambuco), bancos de fomento, associações comerciais (em especial a Associação Comercial e Em-presarial de Caruaru) e industriais das cidades do Polo, além de universidades.

Entusiasta do modelo, o governador, Edu-ardo Campos, garantiu que várias sugestões dessas entidades foram incorporadas ao plano estratégico que é baseado em ações e obras e ações estruturadoras. “Quando a gente pensa coletivamente, não inventa moda. Quando a gente vai na fonte de quem já pensou e es-tudou sobre o assunto, e coloca em ordem as tarefas, a tendência é acertar mais do que errar”, comentou o governador durante o anúncio da instalação do núcleo gestor.

O núcleo

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30 Empresa BRASIL30 Empresa BRASIL

Uma história de cinema

BIBLIOCANTO

Foi por meio da paixão pela

internet que Assange começou

a se destacar no submundo hacker de Melbourne dos anos 80, formadopor adolescentes

autodidatas

No fi nal de fevereiro chegou às livrarias do Brasil a obra “Wikileaks: A guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado”. Em uma das operações

editoriais mais ambiciosas de anos recentes – tradu-zido em oito idiomas, o livro foi lançado de forma simultânea na Europa, Ásia, Estados Unidos e Amé-rica Latina –, a publicação da Editora Verus /Record mostra os bastidores daquele que é considerado o maior vazamento da história da diplomacia interna-cional, ocorrido ao fi nal de 2010.

Escrita pelos jornalistas David Leigh e Luke Harding, do jornal britânico The Guardian, a obra relata desde as origens de Assange – o criador do site Wikileaks – até o momento em que se tornou uma das maiores

celebridades do planeta. Descrito em seu próprio perfi l, em um site de encontros, como um “australiano sarcástico, obcecado por computadores e um intelectual ativis-ta que procura uma sereia para romance, fi lhos e conspiração criminosa”, Assange, fi -lho de mãe esquizofrênica e paranoica e de um pai viciado em heroína, salvou-se graças à internet. Foi por meio dessa paixão que ele começou a se destacar no submundo hacker de Melbourne dos anos 80 formado por adolescentes autodidatas.

Mesmo sem concluir os cursos de com-putação e física numa instituição para adultos, Assange tornou-se um deus na vida eletrô-nica. Com o pseudônimo Mendax, cuja tra-

dução em latim poderia ser “falácia gloriosa”, ele acabou cometendo algo, ao mesmo tempo, falaz e glorioso: ha-ckear, em 1991, a rede militar norte-americana.

Preso pela polícia australiana por 24 acusações de hacking, ele se declarou culpado em 1996, mas não cumpriu pena. Multado em US$ 2.100, o juiz aceitou a tese de seu advogado sobre sua instável história de vida e o liberou sob o argumento de que ele era mais um “bisbilhoteiro” que agia por “curio-sidade intelectual”.

Foi em 1999 que Julian Assange concebeu a ideia de um site para divulgar informações sigilosas. Em 2006, fi nalmente, surgiu o wikileaks.org, site que permite o en-vio anônimo de documentos vazados combinado com tecnologias de criptografi a de ponta – processo que co-difi ca a informação de tal maneira que somente a pessoa (ou o computador) com a chave pode decodifi cá-la.

Com uma narrativa repleta de elementos tradicio-nais das histórias de detetives, o livro revela um lado pouco conhecido do público que acompanhou a divul-gação de dados sem paralelo nos anais do jornalismo.

Foi por iniciativa de jornalistas investigativos do The Guardian que começou a ser montado o plano de divulgação conjunta do site Wikileaks com quatro jornais e uma revista semanal. No princípio das nego-ciações com Assange, apenas o próprio jornal britâni-co e o The New York Times fariam parte do projeto. Mas dado o interesse do australiano de disseminar as informações em maior escala, foram incluídos o jornal espanhol El País, o francês Le Monde e a revis-ta semanal alemã Der Spiegel. No fi nal, nada menos do que aproximadamente 300 milhões de palavras foram editadas e divididas para serem publicadas. Tal amplitude do processo de edição de relatórios diplo-máticos, montado por cada uma das publicações, em separado, acabou negligenciada pela maior parte da mídia internacional, que os considerou, de modo de-preciativo, uma “divulgação em massa” leviana.

Vazados pelo soldado americano Bradley Manning, de 22 anos, que teve acesso a uma rede gigantesca de informações secretas do Departamento de Esta-do americano a partir de seu posto de trabalho, em Bagdá, esses 251.287 documentos praticamente não livram nenhum país.

Logo após o lançamento do livro, o cineasta Ste-ven Spielberg comprou os seus direitos para utilizá-lo como base para um roteiro sobre o site criado por Ju-lian Assange. Bradley Manning está confi nado em uma solitária na base de Quântico, na Virgínia, à espera de julgamento em corte marcial.

Milton Wells

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Encargos e Competitividade ■ Marcel Domingos Solimeo*

A indústria brasileira vem enfrentando grande desafi o representado pela perda de competitividade no mercado externo e, em muitos casos, também no interno,

pelo crescimento expressivo das importações, que vem abrangendo inclusive produtos dos quais o país era tradi-cionalmente grande exportador. Embora muitos fatores possam contribuir para explicar essa situação, não há dú-vida de que a valorização acentuada do Real, bem como a desvalorização da moeda de alguns importantes par-ceiros comerciais, tem contribuído para agravar os pro-blemas da indústria para competir lá fora e aqui dentro.

A valorização do Real se afi gura como uma tendên-cia irreversível no curto e médio prazos, devido à situação do mercado fi nanceiro mundial, que está com excessiva liquidez, e poucas alternativas de investimentos ou aplica-ções nos países desenvolvidos, cujas economia se acham estagnadas ou em recessão. Assim, nações emergentes que vêm apresentando crescimento signifi cativo, para o cenário atual, de suas economias se tornam atraentes para os capitais, tanto os especulativos, como os investimentos.

Como o Brasil oferece perspectivas de continuida-de do crescimento, grandes projetos em andamento, oportunidades atrativas em função da Copa do Mundo, das Olimpíadas e da exploração do Pré-Sal, em um ce-nário de tranquilidade política, com a democracia con-solidada, além de uma taxa de juros bastante favorável para os capitais de curto prazo, o país está, como se diz no mercado fi nanceiro, no radar dos investidores. Embora isso seja muito positivo em uma perspectiva de longo prazo, o grande afl uxo de recursos externos, apesar das medidas do governo e da compra de moe-das estrangeiras pelo Banco Central, acaba provocando a valorização do Real. Essa valorização não será rever-tida por medidas casuísticas, como as que estão sendo adotadas, ou pela intervenção do Banco Central.

A solução para a perda de competitividade das em-presas é o aumento da produtividade e a redução de cus-tos. Aumentar a produtividade depende das empresas,

e elas estão investindo em modernização para esse fi m. Competitividade, no entanto, é sistêmica. Não basta o setor privado fazer sua parte, se continuar sendo preju-dicado na concorrência com o exterior pelas defi ciências da infraestrutura e pela tributação elevada e irracional. Os encargos sobre a mão de obra representam um dos prin-cipais custos que afetam a competitividade das empresas, com o agravante de que seu peso é maior naquelas que são de mão de obra intensiva, isto é, as maiores gerado-ras de emprego. Não é simples reduzir o montante dos encargos, porque todos têm destinos e defensores defi -nidos. É preciso, contudo, começar a enfrentar o proble-ma, mesmo que seja para uma solução gradativa. Alguns desses encargos claramente não têm relação com o fator trabalho, e deveriam ser suprimidos de imediato. Para os demais se poderia fazer um programa de desoneração, que não poderia ser muito gradativo, pela urgência de-corrente da valorização cambial, mas se poderia estudar, eventualmente, uma compensação em outros tributos. A questão é urgente porque estamos criando empregos em outros países com o grande aumento das importações e desestruturando setores importantes da economia.

*Marcel Domingos Solimeo é economista e superintendente institucional da ACSP.

ARTIGO

“”

Não basta o setor privado fazer sua parte, se continuar sendo prejudicadona concorrência com o exterior pelas defi ciênciasda infraestrutura e pela tributação elevada e irracional

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