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1 Empreendedorismo Social para Jovens Produtores de Comunicação Comunitária 2016-2-TR01-KA205-036191 RELATÓRIO DO QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A FORMAÇÃO EM COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA (01)

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Empreendedorismo Social para Jovens

Produtores de Comunicação Comunitária

2016-2-TR01-KA205-036191

RELATÓRIO DO QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A FORMAÇÃO

EM COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA (01)

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

PARTE 1 - RELATÓRIO DO QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A FORMAÇÃO EM MEIOS DE

COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIOS: SÍNTESE BIBLIOGRÁFICA ......................................................... 15

1. MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIOS ......................................................................... 15

1.1.DEFINIÇÃO E ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIOS

........................................................................................................................................ 15

1.2.HISTÓRIA DA UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIOS

........................................................................................................................................ 21

1.2.1. BULGÁRIA ............................................................................................................ 21

1.2.2. PORTUGAL ........................................................................................................... 22

1.2.3. TURQUIA .............................................................................................................. 28

1.3.INVESTIGAÇÃO SOBRE PROGRAMAS PARA A JUVENTUDE NO ÂMBITO DA COMUNICAÇÃO

COMUNITÁRIA ................................................................................................................... 32

1.4.BOAS PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA

........................................................................................................................................ 40

1.4.1. BULGÁRIA ............................................................................................................ 40

1.4.2. PORTUGAL ........................................................................................................... 50

1.4.3. TURQUIA .............................................................................................................. 57

1.5. POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EM COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA NOS PAÍSES PARCEIROS ....... 65

1.5.1. BULGÁRIA ............................................................................................................ 65

1.5.2. PORTUGAL ........................................................................................................... 67

1.5.3. TURQUIA .............................................................................................................. 72

2. EMPREENDEDORISMO SOCIAL ........................................................................................... 75

2.1.DEFINIÇÃO E ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL

........................................................................................................................................ 75

2.2. HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL .................................................................. 80

2.2.1. BULGÁRIA ............................................................................................................ 80

2.2.2. PORTUGAL ........................................................................................................... 86

2.3.3. TURQUIA .............................................................................................................. 90

2.3. INVESTIGAÇÃO SOBRE PROGRAMAS PARA A JUVENTUDE NO ÂMBITO DO

EMPREENDEDORISMO SOCIAL ............................................................................................. 93

2.3.1. BULGÁRIA ............................................................................................................ 93

2.3.2. PORTUGAL .......................................................................................................... 105

2.3.3. TURQUIA ............................................................................................................. 111

2.4. BOAS PRÁTICAS DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL ....................................................... 116

2.4.1. BULGÁRIA ........................................................................................................... 116

2.4.2. PORTUGAL .......................................................................................................... 134

2.4.3. TURQUIA ............................................................................................................. 147

2.5. POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO SOCIAL NOS PAÍSES PARCEIROS ...... 161

2.5.1. BULGÁRIA ........................................................................................................... 161

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2.5.2. PORTUGAL .......................................................................................................... 167

2.5.3. TURQUIA ............................................................................................................. 173

2.6. ESTRATÉGIAS E POLÍTICAS NA EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL, FORMAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

NA UNIÃO EUROPEIA ......................................................................................................... 175

2.7. USO ESTRATÉGICO DA COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA PARA O EMPREENDEDORISMO SOCIAL

....................................................................................................................................... 188

PARTE 2 - RELATÓRIO DO QUADRO DE REFERÊNCIA: ANÁLISE .................................................. 192

1. EMPREENDEDORISMO SOCIAL PARA JOVENS PRODUTORES DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA:

RELATÓRIO COMPARATIVO DA ANÁLISE DE NECESSIDADES ENTRE PAÍSES

…………………………………………………………………………………………………………………………………………………….………….192

1.1. OBJETIVO DO ESTUDO ................................................................................................ 192

1.2. RECOLHA DE DADOS ................................................................................................... 193

1.3. AMOSTRA DA PESQUISA .............................................................................................. 193

1.4. ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA ............................................................................. 194

1.5. RESULTADOS DA PESQUISA......................................................................................... 194

2. RESULTADOS DA ANÁLISE DE NECESSIDADES DO CONSELHO CONSULTIVO NACIONAL E DOS

STAKEHOLDERS NA TURQUIA ................................................................................................. 220

2.1. METODOLOGIA ........................................................................................................... 220

2.2. ANÁLISES E RESULTADOS ........................................................................................... 222

3. RESULTADOS DA ANÁLISE DE NECESSIDADES DO CONSELHO CONSULTIVO NACIONAL E DOS

STAKEHOLDERS NA BULGÁRIA ............................................................................................... 228

3.1. METODOLOGIA ........................................................................................................... 228

3.2. ANÁLISE E RESULTADOS ............................................................................................. 230

4. RESULTADOS DA ANÁLISE DE NECESSIDADES DO CONSELHO CONSULTIVO NACIONAL EM

PORTUGAL ........................................................................................................................... 232

4.1. METODOLOGIA ........................................................................................................... 232

4.2. ANÁLISE E RESULTADOS ............................................................................................. 234

5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES ................................................................................................ 236

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INTRODUÇÃO

O projeto Erasmus+ 2016-2-TR01-KA205-036191 “Empreendedorismo

para Jovens Produtores de Comunicação Comunitária” (projeto SEYMM)

assenta na premissa de que a educação para o empreendedorismo social é

um processo de aprendizagem ao longo da vida, no qual o empreendedor

será continuamente confrontado com variados desafios. Na realidade, os

empreendedores sociais trabalham frequentemente em áreas desfavorecidas,

procurando soluções inovadoras para os problemas sociais mais prementes.

Neste contexto, os empreendedores sociais terão de ser ambiciosos e

persistentes, com vista a lidar com questões sociais complexas e/ou de

grande dimensão, e a oferecer novas ideias para uma mudança em larga

escala. Os empreendedores sociais são agentes de mudança na sociedade,

aproveitando oportunidades que outros desperdiçaram para melhorar

sistemas, inventar novas abordagens e criar soluções para melhorar a

sociedade. Enquanto um empreendedor comercial ou empresário pode criar

indústrias inteiramente novas, um empreendedor social desenvolve soluções

inovadoras para problemas sociais e depois implementa-as em larga escala.

O presente projeto enquadra-se em diversas prioridades. Assim, no

âmbito da prioridade mais relevante "Promover a educação para o

empreendedorismo e o empreendedorismo social junto dos jovens", este

projeto aborda a questão de como os jovens podem desenvolver

capacidades de empreendedorismo social para elaborar, dirigir e manter os

seus próprios media ou meios de comunicação comunitários (MCC). Os

media comunitários podem ser descritos como sendo um "terceiro" setor,

alternativos, meios de comunicação orientados para a abordagem de temas

da comunidade através da participação, interatividade e desenvolvimento

comunitário.

No domínio da prioridade "Promover trabalho juvenil de alta qualidade",

o projeto procura promover as capacidades de empreendedorismo social na

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comunicação comunitária, o que permitirá aos jovens trazer para o domínio

público os seus problemas e desafios comunitários, organizar-se,

desenvolver as suas comunidades e participar na esfera pública (envolvendo

stakeholders, sensibilizando, participando nas consultas públicas e sendo

intervenientes principais no discurso público).

No contexto da prioridade "Transparência e reconhecimento de

capacidades e habilitações para facilitar a aprendizagem, a empregabilidade

e a mobilidade laboral", o projeto procurará transferir e desenvolver o

ambiente da comunicação comunitária em cooperação com as comunidades

locais dos países parceiros.

O projeto baseou a selecção das prioridades nos seguintes

pressupostos:

- O empreendedorismo social partilha uma série de características

comportamentais com o empreendedorismo comercial;

- Emprego & Empreendedorismo são 1 dos 8 domínios de ação

promovidos pela Estratégia da União Europeia para a Juventude

(2010-18) e pelo recente Relatório da União Europeia para a

Juventude (publicado em 15/09/2015).

- O empreendedorismo é um competência essencial no Quadro de

Referência Europeu das Competências Essenciais para a

Aprendizagem ao Longo da Vida (2006).

- O empreendedorismo social é um elemento essencial do modelo

social europeu. Está intimamente relacionado com a Estratégia 2020

da União Europeia e representa um contributo significativo para a

sociedade.

A participação e o compromisso dos jovens é, na verdade, um desafio

importante para a Europa. A Europa necessita de jovens cidadãos ativos no

âmbito dos media, detentores de literacia mediática e competências em

comunicação comunitária que lhes permitirão causar um impacto positivo

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nas suas comunidades locais. A comunicação comunitária é uma área que

pode ter um impacto multiplicador a longo prazo tanto ao nível local como

europeu. Por esta razão, é importante que os Estados-membros da União

Europeia e do Conselho da Europa trabalhem juntos para aumentar a

capacidade dos jovens de desempenhar o seu papel na sociedade civil e na

participação cívica.

Ora, para desenvolver a capacidade de participação dos jovens, a sua

capacidade no âmbito da comunicação deve ser aumentada. A comunicação

comunitária consiste num conjunto de instrumentos e redes que os jovens

podem utilizar para se fazerem ouvir e se tornarem mais poderosos, através

de ações mediáticas subsequentes na comunidade e ao nível da cidadania

europeia.

Em 2008, o Parlamento Europeu definiu a importância dos Meios de

Comunicação Comunitários na Europa, “sem fins lucrativos e independentes,

não só do poder central nacional, mas também do poder local, que

desenvolvem essencialmente atividades de interesse público e no interesse

da sociedade civil, servindo objetivos claramente definidos, que incluem

sempre um benefício social e contribuem para o diálogo intercultural”

[Resolução 2008/2011(INI)].

Na mesma Resolução, o Parlamento Europeu aconselha os Estados-

Membros a garantirem, caso ainda não o tenham feito, o reconhecimento

jurídico dos meios de comunicação comunitários enquanto grupo distinto

paralelo aos meios de comunicação comerciais e públicos, sem prejuízo dos

media tradicionais. É também solicitado à Comissão que tenha "em conta os

meios de comunicação comunitários como uma solução alternativa e da base

para o topo para aumentar o pluralismo dos meios de comunicação quando

forem definidos indicadores para esse efeito”. Para que a comunicação

comunitária atinja o seu objetivo, alcançando a homogeneidade da

capacidade mediática dos jovens na Europa, torna-se necessária a co-

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criação de quadros, programas e parcerias/redes de formação entre as

múltiplas organizações que lidam com a juventude, tais como: organizações

voluntárias de comunicação comunitária, organizações de formação e

educação intercultural, redes de investigação em educação, ONG

sociopolíticas, entre outras.

Neste contexto, foi identificado como problema comum na Europa, o

facto de os jovens não conseguirem comunicar eficazmente a sua

mensagem por não possuirem a literacia mediática necessária ou as

competências para o fazer. Através da comunicação comunitária, as

organizações comunitárias e os grupos organizados de jovens devem

encorajar ativamente a participação destes na exploração das

potencialidades da Sociedade do Conhecimento, encorajando-os e

capacitando-os a inteirarem-se dos temas públicos e cívicos para que

possam da melhor forma exigir os seus direitos e prosseguir ações

consequentes. Caso contrário, os jovens podem enfrentar o risco de

marginalização. Sem o poder que lhes advém da comunicação comunitária,

as organizações comunitárias de jovens não se conseguem manter

efetivamente como "organizações de aprendizagem" - e é por esta razão

menos provável que se adaptem e sobrevivam nesta era de velocidade e

eixos económicos fundamentais.

As redes e os programas de formação em comunicação comunitária,

que são adaptados especificamente às necessidades e circunstâncias dos

jovens, ajudá-los-ão a beneficiar de oportunidades para um mais amplo

envolvimento na sociedade, a envolver o público e a contribuir para um

movimento jovem forte e para a Sociedade Civil como um todo. Para além

das estratégias recentes de literacia mediática, os jovens têm tido acesso

limitado às oportunidades de formação mediática, seja formação em

comunicação ou formação prática em ferramentas de comunicação. Devido a

esta falta de acesso à formação em comunicação (comunitária), os jovens

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não são capazes de transmitir a sua mensagem ao público. Isto limita o seu

envolvimento em processos participativos e diminui a oportunidade de

conseguirem apoio público para os seus objetivos e pontos de vista.

A principal ideia do projeto SEYMM é desenvolver módulos de formação

em comunicação comunitária para a juventude, segundo uma abordagem

"auto-organizada" inovadora, e orientar elementos jovens de comunidades

locais (municípios, bairros, comunidades desfavorecidas) através de um

processo em que eles possam:

a) Adquirir competências técnicas em Comunicação Comunitária;

b) Adquirir competências de empreendedorismo para estabelecer os

seus próprios media (por exemplo, um website de notícias locais,

um blog colaborativo, entre outros);

c) Gerir os seus próprios media com o envolvimento colaborativo da

comunidade - membros constituintes e grupos-alvo -, contribuindo

assim para a sustentabilidade e o impacto duradouros do projeto.

A Comunicação Comunitária, como terceiro setor dos media, é um

conceito que, apesar de relativamente novo, começou a estabelecer-se como

um meio de comunicação alternativo com o seu próprio enquadramento. O

projeto visa desenvolver e reforçar ainda mais a "Comunicação Comunitária

na Sociedade Civil”. Mais especificamente, o projeto visa conceber e

implementar abordagens e ferramentas que tornarão a comunicação

comunitária parte da cultura dos jovens, onde as competências que ajudam

a criar desenvolvimento comunitário de base serão transferidas para os

jovens. O outro elemento inovador é o recurso a uma abordagem "auto-

organizadora" dos resultados do projeto.

O projeto visa acompanhar as estratégias recentes de literacia

mediática implementadas em alguns países europeus, com vista a aumentar

o acesso a oportunidades de formação mediática, formação em media ou

formação prática em ferramentas de comunicação. O projeto visa

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igualmentar aumentar o acesso limitado à formação em comunicação

(comunitária), para que os jovens possam difundir a sua mensagem a um

público mais alargado.

O consórcio do projeto (Ege University-Turquia, www.ege.edu.tr;

Consultis-Portugal, www.consultis.pt; Zgura-M-Bulgária, www.zgura-m.eu)

detém competências relevantes neste contexto e assumiu outros projetos

similares no passado. Os resultados tangíveis do projeto são:

1. Um programa de formação completo para jovens que inclua os

seguintes tópicos:

• Empreendedorismo Social;

• Literacia Mediática e Ambiente Mediático;

• Técnicas de Comunicação;

• Criação de Comunidades;

• Design Visual e Produção;

• Media Comunitários;

• Comunicação Comunitária Impressa;

• Comunicação Comunitária Audiovisual;

• Comunicação Comunitária Digital.

2. Uma plataforma de e-learning, que não só acolherá os conteúdos,

mas também auxiliará o trabalho em rede e a aprendizagem colaborativa.

3. O desenvolvimento de uma metodologia de formação pedagógica,

que será um guia para a efetiva implementação do programa de formação,

de acordo com as metas e os objetivos traçados. O programa formará

jovens/trabalhadores de organizações da sociedade civil/voluntários não só a

um nível teórico mas também na aquisição prática de competências (uma

abordagem construtivista e participativa na formação). Funcionará como um

"guia de formação" para a implementação do programa de formação.

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4. Uma análise do empreendedorismo social e das necessidades de

formação em comunicação comunitária nos países parceiros, que será

baseada numa investigação quantitativa, assim como no estudo e na

avaliação das práticas de Comunicação Comunitária em Empreendedorismo

Social nos países parceiros.

5. Uma base de dados de media comunitários e respetivas organizações,

recolhida em cada país parceiro, inclui uma base de dados de boas práticas

no que se refere a Comunicação Comunitária, campanhas de organizações

da sociedade civil exemplares e colocação ativa nessas organizações de

meios de comunicação para jovens voluntários.

6. O resultado das formações será a criação de um meio de

comunicação comunitário, tal como o próprio website do projeto, que

direcionará e organizará os jovens para temas e desafios que se colocam às

suas comunidades.

7. Um Manual da Comunicação Comunitária para a Juventude, que será

um guia de referência sobre comunicação comunitária. Consistirá num livro

digital e conterá o programa de formação, informação sobre fontes

bibliográficas e inspiradoras, uma lista de organizações de relevo,

informação sobre o projeto, a metodologia adotada, etc.

8. Um website, que não só disponibilizará informação e alojará todos os

resultados, mas estará também associado a um conjunto de ferramentas de

redes sociais que levará à criação de uma rede de stakeholders. Também

proporcionará uma coleção de documentos sobre literacia mediática,

formação, estratégias de campanha para jovens e intervenientes em

comunicação comunitária.

9. Uma avaliação externa de qualidade e um relatório de análise dos

resultados e atividades do projeto.

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10. Uma série de boletins informativos digitais (newsletters) para

documentar e publicitar as atividades do projeto, dar acesso ao material

produzido, e ser largamente difundido em meios de comunicação e

stakeholders.

O envolvimento de stakeholders (por exemplo, associações de imprensa

e ONG) em atividades de criação de conteúdo (por exemplo, entrevistas

para os produtores de comunicação comunitária), assim como em eventos

de difusão, potenciará a disseminação do conceito de comunicação

comunitária e dará início à relação entre comunidades e produtores de

comunicação comunitária. Esta relação oferece mais oportunidades de

participação comunitária na criação de media do que os meios de

comunicação tradicionais (públicos ou com fins lucrativos).

Espera-se, assim, que o desenvolvimento de jovens empreendedores

com competências em comunicação comunitária tenha um impacto

significativo no desenvolvimento das comunidades, promovendo o empenho

dos jovens na sua comunidade relativamente aos problemas que a afetam.

O projeto SEYMM disponibilizará os seus resultados através de quatro

vias:

O1-Relatório do Quadro de Referência para a Formação em

Comunicação Comunitária.

Este relatório apresentará as conclusões do quadro de referência final,

pelo qual a formação em comunicação comunitária se regerá durante o

desenvolvimento da restante produção intelectual.

02-Programa de Formação em Comunicação Comunitária e

Empreendedorismo Social.

Os resultados da investigação efetuada conduzirão ao desenvolvimento

de materiais de ensino e aprendizagem concretos, que constituirão a base

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do programa de e-learning. O produto final será traduzido para os idiomas

de todos os países participantes.

03- Módulos de E-Learning com Exercícios Práticos

O principal objetivo é conceber e implementar conteúdos e

metodologias de formação para utilização ativa de competências em

comunicação comunitária e empreendedorismo social de jovens, nos idiomas

dos países parceiros.

04- Estratégia de Escalas de Avaliação e Impacto

Desenvolver atividades para criar escalas de avaliação, listas de

observação e ferramentas de impacto que assegurarão a recolha de

feedback no que diz respeito à eficácia, envolvimento e nível dos objetivos e

resultados de aprendizagem atingidos.

O primeiro resultado do "Relatório do Quadro de Referência para a

Formação em Comunicação Comunitária" que aqui se apresenta consiste em

duas partes essenciais - síntese bibliográfica e resultados da análise de

necessidades -, seguidas de uma conclusão.

Na síntese bibliográfica, definições e enquadramentos conceptuais,

história, política e legislação, assim como investigação sobre programas

para jovens no âmbito do empreendedorismo social e da comunicação

comunitária, serão analisados pelos países parceiros (Turquia, Portugal e

Bulgária).

São descritos os grupos-alvo de jovens, a utilização de meios de

comunicação comunitários, as boas práticas em comunicação comunitária e

empreendedorismo social nos países parceiros. É examinado o resultado da

investigação existente sobre programas para jovens no âmbito da

comunicação comunitária e do empreendedorismo social. São analisadas

políticas de relevo da União Europeia e documentos sobre educação não-

formal, formação e estratégias de empreendedorismo na União Europeia.

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São ainda apresentados exemplos de boas práticas, selecionados como

amostra intencional, assim como as necessidades dos potenciais formandos

em comunicação comunitária e empreendedorismo social.

Na secção sobre a análise de necessidades foi realizada uma análise

comparativa entre os países parceiros. Os formadores, técnicos de juventude

e outros profissonais envolvidos no estudo representam os grupos

intermediários mais importantes na possibilidade de alcance e influência dos

grupos desfavorecidos. Com este projeto, pretende-se contribuir para a

qualidade dos estudos relativos à juventude, com vista a desenvolver um

programa de formação direcionado a formadores e técnicos de juventude.

Esse programa de formação pretende incrementar, junto dos formadores e

técnicos de juventude, a utilização de meios de comunicação comunitários e

as competências em empreendedorismo social, aumentando neles a

capacidade de difundir informação junto dos jovens desfavorecidos, para que

estes possam estabelecer e gerir os seus próprios media.

No processo de realização do projeto, a investigação sobre as principais

necessidades dos formadores e técnicos de juventude quanto ao programa

de formação em empreendedorismo social e comunicação comunitária

constitui um passo essencial para atingir os objetivos do projeto. Para que o

programa de formação seja preparado para suprir as necessidades primárias

definidas no âmbito das "necessidades dos jovens na Europa", e para gerar

o conteúdo aplicável a essas necessidades, foram incluídos formadores,

técnicos de juventude e outros profissionais relevantes de todos os países

parceiros participantes no projeto. A recolha dos dados do estudo, que adota

a abordagem de investigação quantitativa, foi feita através de questionário.

A parte sobre os resultados da análise de necessidades foi enriquecida por

dados qualitativos cedidos pelo Conselho Consultivo Nacional e por

stakeholders locais de cada país parceiro.

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A conclusão do relatório inclui a interpretação da síntese bibliográfica e os

resultados da análise de necessidades conducente ao conteúdo do programa.

Inclui o quadro de referência para a formação dos jovens e os resultados de

aprendizagem específicos que se espera serem atingidos pelos participantes

no final do processo de formação.

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PARTE 1 - RELATÓRIO DO QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A

FORMAÇÃO EM MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIOS: SÍNTESE

BIBLIOGRÁFICA

1. MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIOS

1.1. DEFINIÇÃO E ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIOS

Os principais meios de comunicação têm uma estrutura que legitima e

reproduz uma série de valores dominantes numa sociedade. Isto é alcançado

particularmente através de meios de comunicação que utilizam instrumentos

mediáticos tradicionais. A propriedade e a estrutura organizacional dos

meios de comunicação evoluíram em direção a uma monopolização, o que

tornou invisíveis publicações alternativas ou outros meios de representação.

Os meios de comunicação alternativos nasceram para contrastar com os

principais meios de comunicação opondo-se ao discurso monopolizado e

estereotipado e a este sistema de representação. Este discurso crítico

preparou o caminho para a construção de discursos alternativos e novas

formas de entendimento ético, enquanto critica a linguagem machista, o

discurso sexista e o discurso do ódio, usados pelos meios de comunicação

em relação ao que é considerado o "outro". Este novo ponto de vista lançou

as bases para o surgimento e adoção de abordagens/estilos/tipos

alternativos. As massas, ao tornarem-se menos visíveis no domínio público e

ao serem ignoradas pelos principais meios de comunicação, começaram a

criar os seus próprios media para fazerem ouvir a sua voz, naquilo que tem

sido apelidado de meios de comunicação alternativos. Os meios de

comunicação alternativos são um conceito utilizado para definir os meios de

comunicação que não se enquadram nas fronteiras dominantes, no que diz

respeito ao discurso/estilo e forma, consistindo em diversas subculturas. Na

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realidade, é bastante difícil definir meios de comunicação alternativos devido

à ambiguidade da palavra. "Uma vez que o termo alternativo é geralmente

utilizado para designar o que é diferente do outro, principalmente diferente

do que é comum, com o objetivo de fornecer uma oportunidade de escolha,

por vezes num enquadramento estreito, evoca mais do que uma coisa,

sugestão ou comportamento de entre os quais se podem fazer escolhas"1.

Neste aspeto, os meios de comunicação alternativos têm várias

subcategorias e várias definições. No seu significado mais lato, meios de

comunicação alternativos são “uma série heterogénea de práticas mediáticas

desenvolvidas por diversos grupos e organizações, em contextos específicos

e diferentes, e utilizando uma grande variedade de meios de comunicação”2.

Segundo Atton, "por qualquer razão (aconselhamento estatal, pressão

financeira por parte dos anunciantes ou propriedade integrada,

conservadorismo intrínseco ao jornalismo, prioridades noticiosas), os meios

de comunicação alternativos são as histórias caseiras que não conseguiram

conquistar o seu lugar nos principais meios de comunicação"3. A diversidade

de meios onde estas histórias encontram lugar provoca o desenvolvimento

de diferentes perspetivas acerca dos meios de comunicação alternativos. A

este respeito, os meios de comunicação alternativos são enquadrados em

vários subgrupos, tais como, meios de comunicação radicais, dos cidadãos,

comunitários, não governamentais, rizomáticos.

1 Köksalan, E.M., Alternatif Medya Olarak Topluluk Televizyonları, in Kendi Medyanı Yarat cilt:2

(Haz:Yanıkkaya, B., Çoban B.), Kalkedon Yayınları, 2014, p.p.,253-283 - "Since the word alternative is generally

used to mark what is different from the other, especially different from the ordinary on behalf of providing an

opportunity of choice, at times in a close framework, it evokes more than one thing, suggestion or behaviour among

which choices can be made" (tradução livre). 2 Rodriguez, C.. Fissures in the Mediascape: An International Study of Citizens Media, Hampton Press, 2014 - “a

heterogeneous set of media practices developed by very diverse groups and organizations, in specific and different

contexts, and employing a great variety of media” (tradução livre). 3 Atton, C. Alternatif Medyaya Bakış: Kuram ve Metodoloji, in Kendi Medyanı Yarat cilt:1 (Haz:Yanıkkaya, B.,

Çoban B.), Kalkedon Yayınları, 2014, p.p.,21-63 - "for whatever reason ( state advice, financial pressure from the

advertisers or cross-media property, conservatism intrinsic to journalism, news priorities), alternative media is the

house stories that could not find their place in the mainstream media" (tradução livre).

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17

Os meios de comunicação comunitários são igualmente parte integrante

dos meios de comunicação alternativos, e constituem uma das abordagens

que os define. A característica fundamental desta abordagem advém do

esforço de descrever os meios de comunicação alternativos segundo o

conceito de comunidade. Comunidade, enquanto definição tradicional de

vizinhança ou organização social local numa região específica segundo

sociologistas, foi ajustada por antropólogos à cultura e rotulada como

cooperação política onde os elementos de cidadania, autonomia, sociedade

civil e identidade coletiva são enfatizados 4 . Enquanto a proximidade

geográfica é apresentada como o elemento mais vital que constrói a

comunidade nas abordagens tradicionais quanto ao conceito de comunidade,

as abordagens modernas estabelecem que o interesse mútuo é importante

para a comunidade florescer e que a comunidade não é algo forçado, mas

uma estrutura que é construída efetivamente pelos seus elementos5. Com

base nestas definições, a comunicação comunitária pode ser descrita como

um ambiente de comunicação que é criado pelos elementos que concordam

num mútuo interesse e sentimento de pertença a uma cultura específica,

quer haja proximidade geográfica ou não.

As dificuldades relacionadas com a definição de meios de comunicação

alternativos também se sentem ao definir meios de comunicação

comunitários. Segundo a Kern European Affairs (KEA), o termo comunicação

comunitária refere-se a “meios de comunicação sem fins lucrativos dirigidos

ou sob a alçada de comunidades, cujos interesses servem. Os membros da

comunidade podem participar na programação e na gestão desses MCC”6.

Por outro lado, Fuller considera “as comunicações/os meios de comunicação

4 Delanty, G., Bir Kavramın Anatomisi, Everest Yayınları, 2015. 5 Carpenter,N. Yerel Ötesi ve Topluluk Medyası Yerel Ötesiciliği, in Kendi Medyanı Yarat cilt:2 (Haz:Yanıkkaya,

B., Çoban B.), Kalkedon Yayınları, 2014, pp.215-253. 6 Kern European Affairs (KEA), The State Of Community Media In The European Union, 2007,

http://www.europarl.europa.eu/portal/en - “media that are non-profit and owned by or accountable to the community

that they seek to serve. CM are open to participation in programme making and management by members of the

community” (tradução livre).

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18

comunitários um conceito que se refere às diferentes formas como os

indivíduos e as organizações envolvem o público em meios participativos de

veiculação de temas, dependendo do tempo e do espaço”7, enfatizando a

variabilidade dos meios de comunicação segundo o tempo e o espaço.

Carpenter menciona que os meios de comunicação comunitários fazem parte

dos meios de comunicação civil8. Segundo Atton, “os meios de comunicação

comunitários são capazes de construir realidades opostas às convenções e

representações dos principais meios de comunicação"9. Embora os meios de

comunicação comunitários tenham uma posição periférica quando

comparados com os principais meios de comunicação, eles “representam

uma contribuição crucial em processos de desenvolvimento, desempenhando

um papel importante na democratização e construção da cidadania, nos

conflitos sociais e na sensibilização do público”10.

Avançando com base nestas definições, podemos falar das

características gerais dos meios de comunicação comunitários. Jankowski

definiu as características dos meios de comunicação comunitários da

seguinte forma:

1. Promoção da propriedade local, politicamente desfavorecida,

partilhada;

2. Conteúdo local;

3. Propriedade não profissional e voluntária;

4. Distribuição digital;

7 Fuller, L.K., Community Media: International Perspectives, Palgrave Publ., 2007, p.p.1-21 - “community

communications/media as a concept referring to how individuals and organizations involve publics in participatory

means of airing issues takes various forms, depending on time and place” (tradução livre). 8 Carpenter,N., Lie, R., Servaes, j., Community Media: Muting the democratic Media Discourse, Continuum:

Journal of Media and Cultural Studies, 17:1,pp.51-68 9 Atton, C., The Routledge Companion to Alternative And Community Media, Routledge Publ. 2015. - “community

media are able to construct realities that oppose the conventions and representations of the mainstream media"

(tradução livre). 10 Milan, S.,“Four Steps to Community Media as a Development Tool”. Development in Practice. Vol: 19

Numbers:4-5. 2009, pp.589-609 - “they represent a crucial input in development processes, playing an important

role in democratisation and building citizenship, social struggles, and awareness raising” (tradução livre).

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19

5. Distribuição geográfica e estrutura financeira não comercial, embora

possam incluir patrocinadores, publicidade, e assim por diante11.

Maslog refere as seguintes características dos meios de comunicação

comunitários:

1. Dirigidos e controlados por pessoas da comunidade;

2. Normalmente mais pequenos e de baixo custo;

3. Promovem comunicação bilateral interativa;

4. Sem fins lucrativos e autónomos, logo não comerciais;

5. Têm cobertura e alcance limitados;

6. Utilizam materiais e recursos locais apropriados;

7. Refletem as necessidades e os interesses da comunidade;

8. Os seus programas ou conteúdos apoiam o desenvolvimento da

comunidade12.

No âmbito do enquadramento destas definições e características, os

meios de comunicação comunitários têm uma estrutura voluntária sem fins

lucrativos que representa os seus membros política, cultural e socialmente,

criam conteúdos com vista às necessidades dos seus elementos, criam

independência através de processos de trabalho. Esta estrutura alternativa

de comunicação cria, por um lado, uma oportunidade para os membros da

comunidade se expressarem e, por outro lado, uma oportunidade de se

desenvolverem para que estes padrões de expressão possam ser difundidos.

Milan avalia a comunicação comunitária em quatro aspetos e sumaria a

relação entre comunicação comunitária e desenvolvimento na sua obra,

onde menciona o laço entre a comunicação comunitária e o desenvolvimento

humano13.

11 Hatcher, J.A., Community Journalism A An International Phenomen in Foundations of Community Journalism,

Sage Publ., 2012. 12 Fuller, L.K., Community Media: International Perspectives, Palgrave Publ., 2007, p.p.1-21 13 Milan, S.,“Four Steps to Community Media as a Development Tool”. Development in Practice. Vol: 19

Numbers:4-5. 2009, pp.589-609.

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20

Figura 1: Milan, S.(2009) “Four Steps to Community Media

as a Development Tool”. Development in Practice. Vol: 19

Numbers:4-5. pp.589-609.

Considera a comunicação comunitária no que se refere à comunidade,

infra-estrutura, desenvolvimento de competências e finanças, mencionando

as características dos meios de comunicação, e seguidamente conclui que

proporcionam o desenvolvimento humano através da transformação de

experiências individuais em experiências coletivas, formando laços sociais e

dando voz aos que até então não a tinham.

Outro estudo sobre os efeitos da comunicação comunitária no indivíduo

foi apresentado pelo Parlamento Europeu. Segundo o relatório, “a

Comunicação Comunitária fomenta a perspicácia empreendedora dos

voluntários. Tem a capacidade de ensinar indivíduos que trabalharão no

setor sem fins lucrativos a angariar fundos, planear iniciativas sociais e gerir

expectativas de múltiplas partes interessadas públicas e privadas”14.

Além da sua relação com este desenvolvimento, a comunicação

comunitária tem a característica de conferir aos grupos sem expressão nos

14 Kern European Affairs (KEA), The State Of Community Media In The European Union, 2007,

http://www.europarl.europa.eu/portal/en - “Community Media fosters the entrepreneurial acumen of its volunteers.

It has the ability to teach individuals who will work in the non-profit sector how to set up fund raisers, plan social

initiatives and the means to manage the expectations of multiple public and private stakeholders” (tradução livre).

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21

principais meios de comunicação a possibilidade de se fazerem ouvir, o que

é extremamente importante no que respeita a democratização e aos grupos

social, cultural e ideologicamente marginalizados e desfavorecidos, que têm

agora uma oportunidade de se exprimir.

1.2. HISTÓRIA DA UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

COMUNITÁRIOS

1.2.1. BULGÁRIA

Após a queda do regime comunista em 1989, o país introduziu o

pluralismo político e foram criadas instituições democráticas. As

transformações após 1989 mudaram radicalmente a situação dos meios de

comunicação no país.

A liberalização do mercado e a competição livre muito rapidamente se

apropriaram da esfera mediática, acelerando o processo de digitalização no

domínio dos meios de comunicação. Apesar do atraso, há sintomas positivos

para a sua compensação e superação.

A tendência crescente da participação dos jovens na audiência dos

novos meios de comunicação comunitários é clara. Por outro lado, o

processo de segmentação das audiências tem vindo a aprofundar-se. Nos

próximos anos, algumas mudanças ocorrerão na regulamentação da

comunicação comunitária.

A história da comunicação comunitária na Bulgária é bastante recente

uma vez que o primeiro meio de comunicação deste género foi lançado

depois do ano 2000. Na última década, há uma clara tendência de rápido

desenvolvimento de meios de comunicação comunitários criados por jovens.

Não há dados oficiais acerca da quantidade de meios de comunicação

comunitários que são difundidos na Internet. O mesmo se aplica aos

relatórios que pretendem monitorizar a história e o desenvolvimento de

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22

novas formas de comunicação comunitária. Os exemplos particulares de

portais da juventude funcionais, ou de outro tipo de comunicação

comunitária, são apresentados na secção sobre boas práticas deste relatório.

Nos últimos anos, como consequência das tendências mediáticas

mundiais, têm vindo a aparecer no mercado da comunicação para a

juventude búlgara novas formas de produtos e cultura mediáticos (como

blogs, vlogs, páginas públicas do Facebook, entre outras). Estes produtos

mediáticos estabeleceram formas inteiramente novas de interação e

comunicação entre jovens na Bulgária, assim como no resto do mundo.

1.2.2. PORTUGAL

No final do séc. XIX, a imprensa portuguesa já estava estruturada como

uma empresa comercial moderna, com caráter apartidário e abertura a

diferentes correntes de opinião. No entanto, apesar de a taxa de iliteracia

rondar os 90% em meados do séc. XIX, houve um crescimento do número

de publicações de trabalhistas e republicanos, especialmente durante a

segunda metade do século, o que se traduziu gradualmente num importante

veículo na formação da opinião pública.

O desenvolvimento dos meios de comunicação em geral no século XX

esteve intimamente relacionado com a história política de Portugal 15 .

Quando Salazar16 assumiu o poder em finais dos anos 20, foi confrontado

com uma imprensa aberta e variada. Durante a Primeira República (1910-

1926), a imprensa conseguiu libertar-se das restrições impostas pela

monarquia. Quando o autoritarismo se consolidou, em meados dos anos 30,

a censura na imprensa foi instalada. O regime de Salazar concentrou-se no

controlo do conteúdo dos jornais. O controlo dos meios de comunicação, que

15 Kelly, M., Mazzoleni, G., McQuail, D., The Media in Europe: The Euromedia Handbook, SAGE, 2004, pp. 180-

190. 16 António de Oliveira Salazar (28 Abril 1889, Vimieiro, — 27 Julho 1970, Lisboa) foi Primeiro Ministro e Ditador

de Portugal de 1932 a 1968. Fundou e dirigiu o Estado Novo, o governo autoritário de direita que liderou Portugal

de 1932 a 1974.

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23

depois se estendeu para os meios de comunicação eletrónicos, teve

obviamente um impacto importante no desenvolvimento político, social e

cultural do país.

O controlo rígido do conteúdo da imprensa escrita teve um impacto

negativo na qualidade e quantidade de jornais durante a ditadura. Com o

conteúdo controlado e a redução dos meios de distribuição e de leitores,

houve um declínio na imprensa regional, tornando-se a imprensa nacional

praticamente inexistente.

A evolução dos meios de comunicação eletrónicos nos primeiros anos do

Salazarismo foi lenta e de âmbito limitado 17 . As emissões de

radioamadorismo começaram a prosperar em Lisboa em meados dos anos

20. Depois destas fases iniciais, estações locais e de "bairro" emergiram em

Lisboa e, logo a seguir, no Porto, assim como algumas estações regionais de

menor dimensão a quem foi permitida a emissão durante o regime

salazarista. A primeira ação política de Salazar sobre os meios de

comunicação eletrónicos foi a criação da estação governamental Emissora

Nacional 18 (denominada atualmente de Radiodifusão Portuguesa, RDP),

resultante da integração de quase todas as estações privadas existentes.

Consciente da importância da rádio, a Igreja Católica – que já tinha um

envolvimento tradicional na imprensa regional – criou a sua própria estação

de rádio, Rádio Renascença (RR) que iniciou a transmissão em 1937. O

denominado oligopólio RR e RDP permaneceu para além da revolução.

A televisão chegou tarde a Portugal, apenas em 1957. As emissões

televisivas regulares estavam a cargo da RTP - Rádio e Televisão de Portugal,

designada como concessionária do serviço público de televisão. Durante a

ditadura de Salazar, a RTP foi sempre, a par com a imprensa oficial e a

17 Pinto, M., Sousa, H., Journalism Education at Universities and Journalism Schools in Portugal, in Journalism

Education in Europe and North America, an International Comparision, Hampton Press, pp.169-186. 18 A inauguração oficial aconteceu a 1 de Agosto de 1935.

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Emissora Nacional, a porta-voz principal da política do Estado Novo até ao

seu colapso.

O regime ditatorial foi deposto em 1974 e Portugal tornou-se uma

democracia. Grandes mudanças foram introduzidas na imprensa. A Lei de

Imprensa de 1975 assegurou que a liberdade de imprensa seria aplicada

sem estar subordinada a qualquer forma de censura19. Da mesma forma, a

Constituição de 1976 aprovou uma visão pluralista dos meios de

comunicação, declarando que a liberdade de imprensa seria garantida e que

nenhum grupo estava autorizado a exercer censura ou a obstruir a

criatividade jornalística20.

No entanto, estas leis não garantiram que a imprensa se tornasse livre

após a revolução. Na verdade, durante o denominado período revolucionário

de 1974-1975, a imprensa, ainda de propriedade privada, foi tornada

propriedade pública, isto é, os principais jornais tornaram-se propriedade do

Estado. A imprensa escrita nacionalizada desempenhou um papel central

após este período, já que os jornais não perderam os seus leitores e não

viriam a enfrentar qualquer competição por parte do setor privado até 1990.

A privatização dos principais jornais nacionais aconteceu no final dos anos

80, início dos anos 90.

No que diz respeito à imprensa local e regional, existem atualmente

cerca de 650 jornais locais e regionais em Portugal, maioritariamente com

uma periodicidade semanal. A desproporção entre o elevado número de

publicações e a dimensão do País tem um forte impacto no tamanho

modesto e na reduzida qualidade que caracteriza a maioria da imprensa

local e regional. O número de jornais diários deste segmento não é

substancial (cerca de 20), nem a sua circulação (que normalmente não

19 Cfr. Artigo 4.º da Lei da Imprensa, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 85-C/75, de 26 de fevereiro. 20 Cfr. Artigo 39.º da Constituição da República Portuguesa de 1976.

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excede as 10.000 cópias)21. A Igreja Católica é, direta ou indiretamente, a

principal proprietária da imprensa regional e local.

Relativamente aos meios de comunicação eletrónicos, o denominado

oligopólio da rádio (RR e RDP) não foi dissolvido depois da revolução, mas

foi desafiado no início dos anos 80 com o aparecimento de inúmeras

estações de rádio pirata e a subsequente alocação de frequências às

estações locais e regionais.

Na verdade, a década das rádios-pirata em Portugal teve um contexto

único para o qual contribuíram vários fatores: crise política e sucessivas

eleições; crise económica e consequentes medidas de austeridade; a

entrada na então CEE e a consequente vaga de projetos financiados; a

transição no contexto dos meios de comunicação do duopólio para a

liberalização; a acessibilidade ao equipamento de produção e emissão, assim

como a unanimidade no reconhecimento da necessidade de regular a

indústria e licenciar as rádios locais22. A situação política da pós-ditadura é

relevante quando se analisa esta época, porque as rádios-pirata apareceram

num contexto de maturação da jovem democracia portuguesa. O novo

contexto também reforçou a informação local. Este foi um elemento de

ligação entre as novas rádios e as populações, nomeadamente a informação

desportiva local, esquecida pelo duopólio e os meios de comunicação

nacionais.

O poder local também teve o seu papel na construção deste processo

reconhecendo que a rádio poderia ser uma aliada na conquista do eleitorado.

Na verdade, alguns municípios logo estabeleceram ligações com estações de

rádio locais, por vezes financiando-as. A propriedade de emissoras pirata era

21 Ainda assim, podemos mencionar algumas publicações locais e regionais historicamente relevantes, tais como

Açoriano Oriental, Jornal do Fundão ou Reconquista. 22 Reis, A. (2014), As rádios piratas em Portugal – contributos para um percurso, Universidade do Minho. Centro de

Estudos de Comunicação e Sociedade, pp. 9-28.

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26

diversificada: pequenos negócios, igreja, jornais locais, clubes de futebol,

associações culturais e desportivas23 e até empresas de publicidade24.

Não há registos do número exato de rádios em emissão antes da

legalização. A imprensa registou a existência de entre 400 a 800 estações de

rádio ilegais25.

A implementação de rádios pirata, em Portugal e no estrangeiro,

invariavelmente adveio do dinamismo de projetos de media criados por

cidadãos independentes. Esta organização, desde a montagem do

transmissor, as condições de logística até à definição da programação da

rádio, cruza-se com o espírito fundador da rádio comunitária, uma

característica de identidade que permite uma abordagem ontológica entre

rádios-pirata e comunitárias.

O sistema mediático português está altamente centralizado, nos meios

de comunicação eletrónicos, por exemplo, há poucas estações de rádio

nacionais e regionais. Apesar da ausência de informação exata e atualizada,

a quota de mercado dos jornais diários publicados regionalmente, da

televisão local e regional e das emissoras de rádio parece ser bastante

reduzida, especialmente se comparada com a quota de mercado dos meios

de comunicação de alcance nacional 26 - 27 . A disponibilidade existente de

canais de sinal aberto/gratuitos (tanto públicos como privados) ao nível

regional está também “claramente abaixo do que seria expectável e

desejável” 28 . No entanto, mais recentemente, em 2015, o Estado

implementou uma nova política de subsídios para apoiar a imprensa

23 Bonixe, L. (2014), O local como especialização - as rádios locais portuguesas enquanto espaço para a

comunicação de proximidade. In I Congresso de Estudos Rurais do Norte Alentejano “O Futuro do Mundo Rural em

Questão”. 24 Marcos, L.H. (1988), Rádios Locais, a lei e a realidade. Porto: Centro de Formação de Jornalistas. 25 Azevedo, A. (2001), As rádios locais no pós-25 de Abril. Observatório, 4, 113-122. 26 Davim, M., 2012, “Não se sabe quem vê a RTP Açores e a RTP Madeira”, Sol, 2 de Outubro. 27 Entidade Reguladora para a Comunicação Social – ERC 2009, Caracterização do sector da radiodifusão local.

Entidade Reguladora para a Comunicação Social – ERC 2010, A imprensa local e regional em Portugal. 28 AdC 2013, Televisão Digital Terrestre em Portugal, p. 48.

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27

regional/local29, o que pode constituir um desenvolvimento positivo para o

sistema mediático30. Por isso, há algumas situações genéricas a melhorar no

sistema mediático português, nomeadamente o acesso mediático de grupos

sociais e culturais, assim como comunidades locais31.

De qualquer modo, existem mais de 300 estações de rádio locais32. No

entanto, não há tradição de comunicação comunitária em Portugal. A Lei da

Rádio 33 é omissa no que diz respeito a estações de rádio comunitárias.

Projetos comunitários de rádio existem maioritariamente na Internet 34 .

Segundo consultas da Kern European Affairs’ (KEA), existe um número

considerável de estações comunitárias de rádio em Portugal. A maioria

provém de iniciativas estudantis ou locais35.

É possível apontar algumas experiências de rádios que recolhem alguma

da essência da comunidade, sem fins lucrativos e dinamizadas por

comunidades específicas. A primeira apareceu apenas em Setembro de 2011,

no Porto, com a Rádio Manobras 36 , a primeira rádio comunitária a ser

difundida em FM e que atualmente tem apenas emissão online37 24 horas

por dia. Em Lisboa, a Rádio Zero38 tem vindo a emitir apenas na Internet

desde 2004, visando intervir na sociedade através de conteúdos

comunitários e da promoção de atividades culturais, uma iniciativa da

29 Deceto-Lei n.º23/2015, de 6 Fevereiro, aprovou o novo sistema de incentivos financeiros estatais para os meios de

comunicação. Portaria n.º179/2015, de 6 Junho, aprovou o novo sistema de incentivos financeiros estatais para os

meios de comunicação ao nível regional e local. 30 Sublinha-se que Portugal não tem minorias nacionais de acordo com a definição utilizada por MPM2015

(Conselho da Europa, 2013), embora haja “meios de comunicação étnicos” em Portugal, que têm como públicos-

alvo as comunidades de imigrantes no país. 31Media Pluralism Monitor 2015 – Resultados. http://monitor.cmpf.eui.eu/mpm2015/results/portugal/. 32 http://www.gmcs.pt/pt/panorama-do-setor-20130314-115342. 33 Lei da Rádio, aprovada pela Lei n..º54/2010, de 24 Dezembro (alterada pela Lei n.º38/2014, de 9 Julho). 34 Jedrzejewski, S & Oliveira, M. 2015, “Getting listeners involved: Rádio Ás, a community radio web project”, in

Bonini, T. & Monclús, B. (eds.), Radio audiences and participation in the age of network society, Routledge, New

York., p. 255-257. 35 The State of Community Media in the European Union, Policy Department Structural and Cohesion Policies,

European Parliament, p. 16. 36 http://radiomanobras.pt/. 37 http://stream.radiozero.pt:8000/radiomanobrasonlive.mp3. 38 http://zeropt.radio.pt/.

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28

Associação Autónoma de Estudantes do Instituto Superior Técnico39 (AEIST),

de Lisboa.

Considerando a falta de regulamentação para estas rádios em Portugal

e o aumento da concentração dos meios de comunicação em grandes grupos

de media, levando ao desaparecimento de várias rádios locais e regionais,

reduzindo a visibilidade mediática dessas regiões e diminuindo a

possibilidade de expressão dos cidadãos nos meios de comunicação locais,

existem agora possibilidades reais para uma emancipação comunicacional a

baixo custo através da comunicação online e via rádio40.

1.2.3. TURQUIA

A comunicação comunitária é um conceito relativamente novo na

Turquia. Não há qualquer enquadramento legal ou diplomas legais que

refiram a comunicação comunitária, mas há instituições noticiosas, de rádio

e televisão que detêm características de comunicação comunitária.

Na Anatólia, o primeiro jornal foi publicado por embaixadas e minorias

de estados estrangeiros na Era Otomana. “News Bulletin” publicado pela

primeira vez pelos franceses em 1795, “Smyréen” publicado pelos

mercadores franceses em Izmir em 1824, “Filos Ton Neon” publicado em

1831 em romaico, “Lirokir” publicado em 1831 e “Ljuboslowije” publicado

em búlgaro em 1942, encontram-se entre os jornais publicados pelas

minorias, a maioria deles na era pré-republicana41. O primeiro jornal no

Império Otomano a ser publicado em turco foi “Takvim-i Vekayi" em 1831.

Na Turquia, após a Declaração da República em 1923, Istambul continuou a

ser o centro da imprensa e os jornais “Tanin”, “Tevhid-i Efkar”, “İkdam” e

39 Instituto Superior Técnico é a maior instituição para Arquitectura, Engenharia, Ciência e Tecnologia em Portugal,

abrangendo uma comunidade de mais de 10.000 pessoas. https://tecnico.ulisboa.pt/en/. 40 Martins, F., (2014), Recuperar o espírito das piratas: reflexões sobre rádios comunitárias em Portugal, do vazio

legal a uma proposta concreta, in Das Piratas À Internet: 25 Anos de Rádios Locais, CECS - Centro de Estudos de

Comunicação e Sociedade, p. 129. 41 Çakır,H. Tüm yönleriyle Radyo, Ankara: Siyasal Yayınevi, p.32, 2007.

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“Vatan” começaram a ser publicados. Em 1924, o jornal “Cumhuriyet” foi

publicado e em 1931, a primeira lei sobre a imprensa foi aceite. Em 1950, a

Turkish News Agency (TNA) foi estabelecida e a Lei de Imprensa, que ainda

hoje vigora com algumas alterações, entrou em vigor. Quando olhamos para

os anos 80, “Cumhuriyet”, “Milliyet”, “Hürriyet”, “Tercüman”, “Sabah”

atingiram proeminência como os poucos jornais que dirigiam os principais

meios de comunicação42. Por outro lado, o jornal 'Şalom' pode ser apontado

como exemplo de meio de comunicação alternativo ou, em outras palavras,

meio de comunicação comunitário. O jornal sediado em Istambul, publicado

pela primeira vez pelo jornalista Avram Levon em 1957, passou a ser

impresso em turco. Os dois jornais da comunidade romaica de Istambul, que

iniciaram a sua publicação em 1977, 'IHO' e 'Apoyevmatini' podem ser

igualmente avaliados no contexto de jornais comunitários. Estes jornais

ainda são publicados nos dias de hoje.

Apesar da longa história do jornalismo na Turquia, tanto como

principais meios de comunicação como comunitários, a rádio começou a ser

utilizada apenas em 1925. Estações sem fios estabeleceram-se em Ankara e

Istambul em 1925, e a primeira emissão de teste da rádio aconteceu em

1927, em Istambul. Até 1949, as emissões na Turquia eram feitas com a

ajuda de dois recetores em Ankara, e segundo decisão de 1959, foi previsto

que pequenas estações de rádio poderosas se pudessem estabelecer em 27

cidades. Com várias interrupções, no final dos anos 80, e oficialmente, (TRT)

Ankara ao nível nacional e, regionalmente Izmir, Antalya, Diyarbakir,

Erzurum e Çukurova ocuparam os seus lugares entre as cidades que

emitiam rádio43. A primeira emissão de rádio privada sediada em Istambul,

começou com a Kent Radio em 1992 e num período muito curto, mais de

42 Directorate General Office Press and Information, 1993. 43 Aziz, A., Radyo ve Televizyona Giriş. Ankara: Ankara Üniversitesi S.B.F.Y,1976

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30

100 rádios privadas começaram as suas emissões44. Um regulamento oficial

relativo às emissões de rádio entrou em vigor com a Lei n.º 3984

confirmada pelo Governo em 1994. Assim, as empresas de rádio privadas

foram autorizadas a estabelecer-se como individuais, instituições ou

empresas 45 . Alguns exemplos de rádios orientadas para a música e

entretenimento que emitem em banda FM nos anos 90 são: Radio D, Show

Radio, Kral Fm, Metropol Fm, Best Fm 46 . Para além destas, podemos

considerar Açık Radio (1995) e Nor Radio (2009) como meios de

comunicação comunitários. Ambas iniciaram as suas emissões nos anos 90 e

trouxeram uma nova perspetiva no âmbito da rádio na Turquia com as suas

emissões multilingues.

A primeira emissão televisiva na Turquia foi alcançada em 1968. Nos

primórdios da emissão de rádio na Turquia, a Companhia Anónima Turca de

Telefone sem Fio (TTTAŞ) foi constituída de acordo com o modelo comercial.

No entanto, quando esta empresa faliu, as emissões tornaram-se monopólio

do Estado em 193647. Em concordância com o Artigo 121.º da Constituição

de 1961, a Corporação de Rádio e Televisão da Turquia (TRT) foi fundada.

Nos anos 80, as emissões televisivas em todo o mundo com tendências

comerciais tiveram impacto na Turquia, e tirando vantagem de uma lacuna

na lei, o canal televisivo Magic Box Star 1 começou a emitir a partir do

satélite Eutelsat F5 em 1990. Nos anos 90, com a exceção dos canais da TRT,

outras empresas televisivas iniciaram rapidamente as suas emissões na

Turquia: 12 nacionais, 60 regionais e mais de 200 locais. Devido ao baixo

custo associado ao estabelecimento de uma estação de rádio, existem

aproximadamente 700.

44 Serarslan,M., Radyo Televizyon Düzeninde Yeni Değişimler Arayışlar ve Türkiye, yayınlanmamış Yüksek Lisans

Tezi, Marmara Üniversitesi S.B.E.1993. 45 Kuyucu,M., http://globalmediajournaltr.yeditepe.edu.tr/sites/default/files/Mihalis%20KUYUCU.pdf,,P.141,2013. 46 Çankaya, Ö., Dünden bugüne radyo televizyon.İstanbul: Beta Yayınları, p.110, 1997. 47 Seraslan,ibid.,p.79.

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A história da rádio e da televisão privadas na Turquia começou

oficialmente com o Conselho Supremo para a Rádio e Televisão (RTÜK) que

iniciou as suas funções em 1994. Ao conceder licença e permissão às

agências emissoras terrestres, digitais, por satélite e IPTV, o Conselho

Supremo para a Rádio e Televisão recebeu as candidaturas para

licenciamento de 251 agências televisivas terrestres e 1078 agências de

rádio terrestres. O RTÜK tem 148 agências televisivas e 53 agências de

rádio que transmitem por satélite, e 78 agências televisivas que transmitem

por cabo48. Entre estes canais há agências que transmitem em diferentes

línguas e dialetos. Segundos dados fornecidos pelo site oficial do RTÜK em

2017, atualmente existem 32 agências a transmitir em diferentes línguas e

dialetos, incluindo um canal de televisão e um de rádio pertencentes à TRT,

um canal de rádio regional, nove TV por satélite, oito TV locais e doze canais

de rádio locais.

Entre os mais importantes meios de comunicação dos nossos dias, a

Internet chegou à Turquia em 1987, com a Rede de Instituições de Ensino

Superior e de Investigação da Turquia sob a direção da Universidade Aegean,

e foi desenvolvida com um projeto mútuo gerido pela Universidade Técnica

do Médio Oriente e pelo TUBITAK (Conselho de Investigação Científica e

Tecnológica da Turquia) em 1991, e finalmente foi disponibilizada aos

cidadãos em 1993 49 . Hoje em dia, a Internet e as redes sociais são

consideradas fatores fundamentais que provocaram a redefinição dos meios

de comunicação comunitários. A razão para este facto prende-se com uma

das características fundamentais da comunicação comunitária: a

proximidade espacial deu lugar à proximidade virtual. A este respeito, com

as fronteiras a esbaterem-se, muitas comunidades continuam a associar-se

e a assegurar a proximidade através destes instrumentos, tanto na Turquia

como em todo o mundo. Várias comunidades que transmitem através de

48 www.rtuk.gov.tr. 49 Gönenç, Ö.E., İnternet ve Türkiye’deki Gelişimi, İstanbul Üniversitesi İletişim Fakültesi Dergisi, 2003, Sayı16.

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meios de comunicação tradicionais promovem as suas associações através

da internet ou das redes sociais.

1.3. INVESTIGAÇÃO SOBRE PROGRAMAS PARA A JUVENTUDE NO

ÂMBITO DA COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA

Alguns dos programas para a juventude em países da União Europeia

utilizando meios de comunicação comunitários são apresentados de seguida:

1. FORMAÇÃO INCLUSIVA EM VÍDEO DIGITAL NO TRABALHO

DOS JOVENS (InDVT)

Link: http://www.youth4med.com/?p=682

Descrição: O projeto Formação Inclusiva em Vídeo Digital no Trabalho

dos Jovens (InDVT) pretende incrementar a capacidade dos formadores e

técnicos de juventude e formandos na utilização do vídeo digital em

educação inclusiva não-formal.

Tendo em conta as políticas europeias, o projeto visa “Promover o

desenvolvimento profissional de formadores, técnicos de juventude e outros

profissionais em metodologias TIC", dando prioridade ao desenvolvimento de

materiais de formação para formadores e técnicos de juventude e formandos

no uso do vídeo digital na educação inclusiva não-formal.

O projeto visa “Promover a inclusão social e o bem-estar dos jovens”

através da formação de multiplicadores (formadores e animadores jovens)

sobre como encorajar os mais jovens (através de meios de comunicação

modernos) a exercerem cidadania ativa.

O projeto propõe uma metodologia concisa para a seleção de recursos

de vídeos digitais para utilização em educação inclusiva não-formal para

jovens. Existem materiais para a utilização do vídeo digital na educação

formal (escolas básicas e secundárias, os denominados estudantes

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abrangidos pela escolaridade obrigatória), mas não há muitos materiais e

principalmente não existe uma metodologia para a educação não-formal de

jovens. Este projeto tenta preencher a lacuna que se verifica nesta área.

Os principais produtos e atividades do projeto envolvendo os princípios

de formação básicos listados anteriormente, consistirão em:

- Metodologia para seleção de vídeo digital com objetivos inclusivos;

- Sistema de Gestão de Aprendizagem Online com materiais de

formação e casos práticos apropriados para monitores e formadores

de jovens;

- Formação para formadores e técnicos de juventude (oficina sobre a

construção de competências).

Parceiros no Projeto:

Sociedade de Estudantes de Arte de Computação (SCAS), Bulgária

Werft22, Suíça

Universidade Checa de Ciências da Vida de Praga, Faculdade de

Economia e Gestão, República Checa

Associação Europeia Youth4Media

Centro Nacional de Informação e Carreira para Estudantes (NSICC),

Bulgária

O projeto é financiado pelo Programa Erasmus+ da Comissão Europeia,

através do eixo "KA2 – Cooperação para a inovação e partilha de boas

práticas: Construção de Competências no domínio da Juventude".

2. JORNALISMO DO CIDADÃO E DIÁLOGO MEDIÁTICO DIGITAL

PARA PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Link: http://www.youth4med.com/?p=682

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Descrição: Participantes da Ucrânia, Polónia, Bielorrússia e Alemanha

participaram em várias sessões de formação, discussões e trabalho de grupo

intenso, para abordar diferentes aspetos do jornalismo online. Após a

introdução teórica ao mundo dos meios de comunicação digitais, os

participantes receberam formação prática e focaram-se na criação de

conteúdos escritos, reportar o evento e os seus principais tópicos. Fizeram a

cobertura de acontecimentos políticos recentes começando na Praça Maidan

em Kiev, enquanto relatavam a mudança dos ucranianos da zona de conflito

para a capital e a difícil situação financeira do cidadão comum ucraniano.

Enquanto lidavam com os tópicos mencionados anteriormente, os

participantes não ucranianos aprenderam uma grande quantidade de nova

informação sobre o país de acolhimento, os seus cidadãos e os desafios

diários. Os participantes discutiram a situação política atual com a Rússia e

os diferentes pontos de vista acerca dos fluxos migratórios dentro do país.

Com as ferramentas dos novos meios de comunicação, durante o curso de

formação foram tratados assuntos muito importantes sobre participação civil.

Vídeos criados durante o projeto em Kiev:

“Construir a Democracia na Ucrânia”

Após a revolução ucraniana a sociedade está a mudar. Fedir Musurahin

é estudante de jornalismo na Universidade Nacional Taras Shevchenko em

Kiev e tem um plano muito específico para o seu futuro. Ele apresenta a sua

visão da Ucrânia: www.youtube.com/watch?v=5HLgrZ5D9wc

“Fazer Jornalismo na Ucrânia”

28 jovens oriundas da Ucrânia, Alemanha e Bielorrússia encontraram-se

em Kiev, na Ucrânia, para partilhar os seus pontos de vista sobre o

jornalismo, formas de lidar com diferentes tópicos e dificuldades nos seus

países. "Conhecer participantes de diferentes países como Bielorrússia,

Ucrânia e Alemanha ajudou-me a entender que todos nós temos

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praticamente os mesmos problemas nos nossos países e lutamos pelas

mesmas razões" admite um dos participantes. Um participante da Alemanha

acrescentou "Trabalhar e viver com pessoas da Europa de Leste ajudou-me

a perder muitos preconceitos que tinha":

www.youtube.com/watch?v=xqiIVqzOxhk

“Consegue sobreviver com 50€ por mês?”

Se a Ucrânia quer aderir à UE, o seu governo tem de ter em

consideração que viver lá ou em outros países é diferente. Duas mulheres de

Kiev partilharam a sua luta diária para sobreviver com não mais que 50€ por

mês... http://www.youth4med.com/?p=655

3. SASME - ATIVAÇÃO SOCIAL DE SÉNIORES ATRAVÉS DA

EDUCAÇÃO MEDIÁTICA

Link: http://www.youth4med.com/?p=644

Descrição: Medida fundamental 2: Parcerias estratégicas de

cooperação para a inovação e partilha de boas práticas no domínio da

educação para adultos "Ativação Social de Séniores através da Educação

Mediática - programa inovador para organizações seniores"

O projeto propõe o Programa para a Ativação Social de Seniores através

de Educação Mediática a organizações e instituições que trabalham em prol

dos seniores. O Programa SASME é um conjunto de atividades e

instrumentos complementares que reforçam a abordagem tradicional ao

ensino e à aprendizagem. É uma combinação de formação presencial de

séniores - aprendizagem pela prática e entretenimento educativo -

aprendizagem de caráter lúdico. Contém os seguintes elementos:

Programa de Formação e materiais educativos para seniores

(utilizando revista da imprensa e vídeos como um meio de conteúdo

educativo).

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Manual para ONGs descrevendo o método de coordenação da

educação prática de seniores (estabelecendo um gabinete de

imprensa da revista e campanha social Voz Sénior Europeia -

European Senior Voice).

Método de organização da promoção e distribuição do Cartão de

Beneficiário Sénior, permitindo aos seniores usufruir de descontos

sobre produtos e serviços (envolvendo a comunidade local no

programa de benefícios).

Um jogo de tabuleiro para educação formal e informal de seniores

como ferramenta de acompanhamento para fortalecer os

conhecimentos e competências adquiridos nas formações.

Ao disponibilizar o Programa SASME a organizações que trabalham para

seniores, o consórcio do projeto criará condições para envolver os seniores

na aprendizagem ao longo da vida e na participação ativa na vida em

sociedade.

Nomeadamente:

Variar a oferta educativa para seniores através da criação de

organizações com um programa educativo complexo para

apresentarem materiais educativos relacionados com conteúdos e

temas de formação relevantes para seniores (como segurança social

e económica, saúde) sob a forma de revista educativa, criada por

seniores para seniores.

Melhorar as competências matemáticas básicas dos seniores e o

conhecimento económico necessário às situações do dia-a-dia, isto

é, poupanças e racionalização de despesas, angariação de fundos,

competências de apresentação e negociação envolvendo os seniores

na campanha social "Cartão de Beneficiário Sénior".

Transmitir aos seniores bases do jornalismo, marketing, lei de

Imprensa, competências chave de linguagem, assertividade,

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angariação de fundos em formações e motivá-los a participar na

vida em sociedade através de formações e trabalho na revista.

Preparar organizações de educação de adultos para a

implementação do programa SASME, procurando sensibilizar a

sociedade para o tema do envelhecimento e o papel dos seniores na

construção da sociedade civil, através da revista e envolvendo

empresários locais no apoio aos mais velhos para reforçar a

cooperação e a partilha de conhecimento e boas práticas entre

organizações que trabalham no setor da ativação social de seniores

através da educação mediática.

Através do cumprimento até ao final de Dezembro de 2018 dos

objetivos acima mencionados, estarão criadas as condições para envolver os

seniores (ameaçados pela exclusão social) na aprendizagem ao longo da

vida e para a sua ativação social, atingindo o principal resultado do projeto.

O projeto influenciará vários grupos-alvo: organizações que trabalham com

seniores, os próprios seniores, empresas locais, autoridades locais e

decisores políticos. O Projeto SASME está implementado no consórcio

internacional composto por organizações da Polónia, Alemanha, Roménia e

Lituânia através do Programa ERASMUS+ da União Europeia.

Parceiros: Alemanha (Bürgerhaus Bennohaus), Polónia (Polskie Gry

Planszowe), Lituânia (Fundo Social de Inovação) e Roménia (Centro para a

Promoção da Aprendizagem ao Longo da Vida). Organizador:

Stowarzyszenie MANKO.

4. NATIVOS DIGITAIS PARA A DEMOCRACIA

Link:http://ec.europa.eu/programmes/erasmus-plus/projects/eplus-

project-details-page/?nodeRef=workspace://SpacesStore/f46cf490-1895-

4314-8f48-ffb6ff8ac0bd

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Descrição:

Através do projeto foi implementado um programa de educação-

formação para uma amostra de alunos oriundos de escolas selecionadas

para os ajudar a transpor a indiferença e o desprendimento da política que

parece permear uma parte significativa da geração mais jovem.

O projeto desenvolveu e implementou com a colaboração de instituições

locais um percurso educativo sobre a democracia e a participação, que

reforçou o conhecimento e o entendimento do significado da cidadania ativa,

para estimular estudantes, nativos digitais a usar as TIC e os meios de

comunicação social como instrumentos para uma participação ativa na

sociedade civil.

Graças ao projeto e às atividades de difusão, em particular as emissões

de rádio na Internet e o blog, os jovens encontraram novas oportunidades

para transmitir a dimensão social em que vivem.

As atividades propostas foram: visionamento de filmes, debates em

aula, trabalho de equipa em palavras-chave selecionadas, participação ativa

na preparação das transmissões de rádio online, diferentes desafios no

Instagram, utilização ativa do blog do projeto.

Considerando as contribuições crescentes dos estudantes no blog DN4D,

parece que estes têm vindo a descobrir os novos meios de comunicação

social como um ambiente propício à expressão e partilha de ideias sobre

democracia.

5. PROMOVER E CAPACITAR JOVENS CRIATIVOS, INVENTIVOS,

EMPREENDEDORES NA EUROPA

Link: http://ec.europa.eu/programmes/erasmus-plus/projects/eplus-

project-details-page/?nodeRef=workspace://SpacesStore/8e7cb275-78b4-

4a80-84e1-d49a1b53d026

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Descrição:

C.R.E.ativE pretende capacitar jovens com recursos criativos e

empreendedores na Europa ao incentivar os jovens a participar ativamente

no debate e partilha de contribuições/propostas com pessoas responsáveis

pela política de juventude. Isto ocorrerá envolvendo 42 jovens e vários

decisores políticos/peritos de seis diferentes países membros e aderentes da

União Europeia (IT,ES,UK,SE,TR,PL), onde se confrontarão durante 12

meses em diferentes atividades, lidando principalmente com duas dimensões

de criatividade: criatividade social/voluntária e criatividade empreendedora.

Os objetivos serão atingidos no decorrer de três fases: durante a fase de

planeamento/preparatória, os beneficiários (jovens e decisores políticos)

serão identificados e capacitados numa atividade de brainstorming e

formação presencial e num fórum virtual de juventude, seguindo uma

metodologia comum com o fim de prepará-los durante os meses que

antecedem o seminário; durante a fase de implementação, será organizado

o seminário de juventude com a duração de quatro dias, envolvendo jovens

e decisores políticos no debate e partilha de ideias e boas práticas e/ou

seguimento de recomendações em temas, prioridades, objetivos do diálogo

estruturado, o método aberto de coordenação no âmbito da juventude e do

Pacto Europeu para a Juventude; finalmente, durante a fase de

avaliação/acompanhamento, os jovens serão envolvidos na produção de um

documento de acompanhamento através da aplicação e distribuição de

questionários específicos, e na participação numa reunião local para partilhar

a consecução do projeto e a utilização do Fórum Virtual. As três fases serão

acompanhadas por ferramentas apropriadas para comunicação e divulgação.

O seminário e respetivas atividades serão a oportunidade para os

jovens exercerem a cidadania europeia, fazendo assim as autoridades locais

entender a necessidade de ativar formas participativas recomendadas no

âmbito das políticas para a juventude em cooperação com os jovens e os

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seus representantes (em consonância com a “Carta Europeia revista sobre a

participação dos jovens na vida local e regional” de 21.05.2003).

1.4. BOAS PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA

Nesta secção apresentam-se diversos exemplos relacionados com

comunicação comunitária de cada país. Estes exemplos foram escolhidos de

entre aqueles que são representativos nos domínios social, económico e da

saúde no âmbito do projeto.

1.4.1. BULGÁRIA

1. MEDIA CAFE

Nome da Iniciativa: MEDIA CAFÉ.

Tipo de Iniciativa: Portal Web Independente para a Juventude.

Fundada por: Empresa “Viscomp”.

Data de Início: 2007.

Estratégia: O MediaCafe.bg é um portal web independente de nova

geração para a juventude. Através do portal, a equipa Media Cafe representa

a sua ideia de “independência, porque por trás dos 'media' e do 'café' não se

encontram organizações políticas ou círculos de correntes. Nós somos os

media, e o café é o que nos chama a atenção para esse facto e nos faz

comentá-lo contigo”.

A política do Media Cafe.bg é manter-se neutro perante intrigas políticas

e falsos perfis políticos. Devido a esta política, os utilizadores deste portal

não encontrarão quaisquer notícias criminais ou jornalismo sensacionalista.

A mensagem que o Media Café pretende passar aos jovens é "Desperta

a tua mente", principalmente porque se esforça para que toda a sociedade

se torne ativa e preste mais atenção àquilo que interessa.

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No MediaCafe.bg os jovens e as organizações para a juventude na

Bulgária podem encontrar orientação e notícias; o que os entusiasma a

todos depois de terminarem os cursos universitários - estágios, carreiras e

empreendedorismo empresarial.

Os eventos culturais são uma prioridade da equipa jovem do Media Café

e este é o espaço que vai orientar os jovens pelo mundo da arte

contemporânea, representações teatrais e produções cinematográficas que

se podem encontrar na Bulgária.

MediaCafe.bg é útil para todos aqueles que queiram refrescar o seu dia-

a-dia.

O Portal para a Juventude mediacafe.bg concede espaço para expressão

da opinião dos jovens e para oportunidades de desenvolvimento de

programas de estágio.

Grupos-alvo: Jovens e organizações para a Juventude na Bulgária

Stakeholders: 17360 "amigos" e seguidores no Facebook

Frequência: 7/24

Impacto: N/A

Línguas: apenas Búlgaro

Website: http://mediacafe.bg

Redes Sociais:

https://www.facebook.com/mediacafe.bg/?ref=page_internal

Conteúdos: O portal encontra-se dividido nas seguintes secções:

- Eventos – aqui os jovens podem encontrar informação acerca dos

eventos na sua cidade.

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- Secções de Negócio e Empreendedorismo - estas secções são úteis

para todos os jovens empreendedores, especialistas e docentes de

Tecnologias da Informação.

- Carreira e estágio

- Cultura e Arte

- Educação

- Análise

Materiais Visuais:

Outros: A plataforma web é fundada pela empresa ”Viscomp” e os seus

rendimentos provêm da publicidade.

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2. ORV MEDIA

Nome da Iniciativa: ORV MEDIA.

Tipo de Iniciatva: Portal web de Informação www.orvmedia.com,

Rádio ORV e ORV + plataforma vídeo.

Fundada por: ORV Media NGO.

Data de Início: 2005.

Estratégia: A ORV MEDIA iniciou atividade em 2005. Inicialmente, a

equipa ORV trabalhava maioritariamente na realização da produção ao vivo

da sua própria Rádio online ORV. Posteriormente, criou um website de

informação e uma secção de vídeo (ORV +). Os principais objetivos e

atividades de ORV MEDIA são promover o desenvolvimento do jornalismo,

das artes audiovisuais, atividades para a juventude e voluntariado. As

atividades da organização estão completamente empenhadas em envolver

os jovens.

O objetivo principal da equipa ORV é apoiar jovens artistas e fornecer-

lhes a plataforma para se exprimirem, aos seus talentos e às suas atividades.

Ao longo dos anos, ORV MEDIA tem estabelecido parcerias em vários

projetos ao nível local, nacional e internacional. ORV MEDIA também oferece

uma variedade de serviços aos seus clientes.

Grupos-alvo: Jovens, jovens artistas, profissionais e organizações para

a juventude na Bulgária

Stakeholders: 10119 são amigos do FB e seguidores de ORV media.

Frequência: 7/24

Impacto: N/A

Línguas: apenas Búlgaro

Website: http://www.orvmedia.com

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Redes Sociais:

https://www.facebook.com/orvmedia/?ref=page_internal

Conteúdos: ORV media fornece informação aos jovens búlgaros

através de algumas secções atrativas:

1. Secção especial de notícias, chamada “Notícias para a Juventude”,

onde é publicada informação útil sobre iniciativas de voluntariado na

Bulgária e no estrangeiro, sucesso desportivo ou educativo de jovens,

festivais e competições para jovens em várias áreas

2. Secção de projetos e iniciativas – ORV media organiza e/ou participa

em vários projetos e iniciativas entre os quais se encontram:

- ORV Academy – academia de artes para artistas de rua

(http://www.orvmedia.com/index.php/projects/353-orv-academy);

- "Youth MediaLab" – projeto internacional para a juventude dedicado

à produção de materiais áudio, vídeo e de texto para promoção de

atividades e organizações para a juventude

(http://www.orvmedia.com/index.php/projects/348-proekt-youth-

medialab);

- Transmissão de TV e rádio intitulada “No frontiers”;

- E muitos outros.

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Materiais Visuais:

Outros: ORV MEDIA tem uma rede de clientes muito bem desenvolvida

que inclui PMEs, instituições públicas e ONGs e permite-lhes assegurar as

suas atividades através de receitas provenientes da publicidade a eventos

privados, produtos, serviços, etc.

3. YOUTHHUB

Nome da Iniciativa: YOUTHHUB.

Tipo de Iniciativa: Portal Web de ONG para a Juventude.

Fundada por: ONG YouthHub.

Data de Início: 2016.

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Estratégia: A Associação YOUTHub é uma Organização não-

governamental (ONG) privada sediada em Sofia, Bulgária. YOUTHub.bg foi

lançada a 1 de setembro de 2016. O seu principal objetivo é constituir-se

como plataforma online para a juventude, onde jovens da Bulgária tenham

possibilidade de encontrar todo o tipo de oportunidades para o seu

desenvolvimento pessoal e profissional (cursos de formação, seminários,

intercâmbios, ligação em rede e outros eventos).

Paralelamente, a ONG pretende fornecer atividades educativas de alta

qualidade para os jovens no país. A intenção é investir no futuro dos jovens

búlgaros, ajudá-los a desenvolver as competências que necessitam para

serem bem-sucedidos nas suas vidas profissional e privada, assim como

guiá-los ao longo do seu crescimento.

A origem da ONG que lançou YOUTHub.bg remonta a 2012, quando a

sua fundadora Madlen Nenkova começou um grupo no Facebook. O objetivo

do grupo era servir como espaço de partilha de todas as oportunidades que

encontrava para os jovens permitindo-lhes estar envolvidos, ativos e em

crescimento. Até setembro de 2016, o grupo tinha adicionado mais de

13.000 pessoas, incluindo estudantes universitários, jovens profissionais,

trabalhadores em ONGs, professores, empresários e outros.

Grupos-alvo: Jovens na Bulgária.

Stakeholders: mais de 17.000 seguidores e visitantes.

Frequência: 7/24.

Impacto: N/A.

Línguas: Búlgaro e Inglês.

Link do Website: http://youthub.bg

Links das Redes Sociais:

https://www.facebook.com/youthub.bg/?ref=page_internal

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Conteúdo: YouthHub fornece informação aos jovens búlgaros sobre

educação, desenvolvimento profissional, desenvolvimento de novas

competências, oportunidades de mobilidade profissional e muitas outras.

Entre os seus projetos/iniciativas em curso encontram-se:

1. Academia de Liderança GLOW

2. “Open lectures in the bar”

3. “Social cafeteria – book for every one”

4. Ideas Rearranged – StartUP Conference

5. WIZZ Youth Challenge - competição internacional para a juventude

6. “The design as a magic” – programa de formação

e muitos outros que podem ser encontrados em YouthHub.bg .

Materiais Visuais:

4. YOUTH MEDIA FESTIVAL "HARLEQUIN"

Nome da Iniciativa: YOUTH MEDIA FESTIVAL "HARLEQUIN"

Tipo de Iniciativa: Festival Mediático para a Juventude

Fundada por: Televisão Nacional Búlgara, Turkish Airlines, NU Estúdios

de Cinema Boyana e VarnaNaMladite.com (plataforma web para a

juventude)

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Data de Início: 2010.

Estratégia: O festival para a juventude "ARLEKIN" obedece ao mote "O

Mundo aos meus olhos" e pretende encorajar a imaginação e a criatividade

das crianças e dos jovens na criação de filmes originais, programas de TV e

reportagens: programas de música, anúncios publicitários, telenovelas e

séries para crianças, transmissões desportivas, noticiários e todos os outros

formatos que interessem às crianças, assim como meios de comunicação na

Internet e rádio, incluindo todos os géneros.

Grupos-alvo: Crianças e jovens dos 8 aos 18 anos.

Stakeholders: mais de 10.000 seguidores e visitantes.

Frequência: Anual.

Impacto: N/A.

Línguas: Búlgaro, Inglês, Italiano, Russo.

Website: http://arlekinfest.com

Redes Sociais: N/A

Conteúdo: O Festival para a juventude "ARLEKIN" é uma competição

onde os participantes podem apresentar ideias, histórias da vida real ou

histórias baseadas nos seus cenários e sugestões para programas de cinema

ou desporto, música e TV.

Materiais Visuais:

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5. NULA 32 (НУЛА 32)

Nome da Iniciativa: NULA 32 (НУЛА 32).

Tipo de Iniciativa: Portal web de informação www.orvmedia.com,

Rádio ORV e ORV + plataforma de vídeo.

Fundada por: quatro jovens de Plovdiv - Atanas Yankov, Panayot

Stefanov, Iliya Dimitrov e Kostadin Buhchev.

Data de Início: Setembro 2015.

Estratégia:

NULA 32 é uma revista gratuita de Plovdiv. Os temas em debate estão

relacionados com a cultura, vida e personalidades da cidade. A revista é uma

alternativa distante da cultura pop. Aqui pode encontrar histórias

emocionantes e maravilhosas fotografias.

Grupos-alvo: jovens e artistas

Stakeholders: Mais de 28.000

Frequência: Perfil do Facebook: 7/24, Revista em papel: trimestral

Línguas: apenas Búlgaro

Website: http://nula32.bg

Redes Sociais: https://www.facebook.com/nula32/?ref=page_internal

Conteúdo: NULA 32 trabalha com a dinâmica cultural da cidade de

Plovdiv. A revista é única, com as suas páginas em papel e capa dura, o que

é tão pouco comum nesta era digital. Os tópicos tratados relacionam-se com

a natureza, história (o foco varia e refere vários aspetos do património

histórico) assim como o futuro da cidade.

Materiais Visuais:

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1.4.2. PORTUGAL

1. RÁDIO MANOBRAS

Nome da Iniciativa: Rádio Manobras.

Tipo de Iniciativa: Rádio.

Fundada por: Anselmo Canha.

Data de Início: Setembro 2011.

Estratégia: A Rádio Manobras é uma rádio comunitária para a cidade

do Porto, aberta a todos e a todos os grupos que o habitam, trabalham,

dão vida e definem a identidade da cidade. A Rádio Manobras realiza-se

numa prática diária coletiva, ativista e voluntária. É um espaço aberto

para a comunidade, feito pela comunidade e uma ferramenta à sua

disposição. Tem como objetivo principal promover a diversidade e o

progresso em todas e cada uma das matérias. É transmitido 24 horas

por dia na internet e esporadicamente na frequência 91,5 MHZ.

Grupos-alvo: Como é principalmente uma rádio de Internet, não é

possível limitar o grupo-alvo. Quando transmite numa frequência de rádio, o

grupo-alvo são os cidadãos da cidade do Porto.

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Stakeholders: 5620 seguidores na página de Facebook.

Frequência: Todos os dias.

Impacto: N/A.

Línguas: Português, embora esteja aberto a qualquer idioma.

WebSite: www.radiomanobras.pt

Redes Sociais: https://www.facebook.com/radiomanobras/

Conteúdo: O programa atual incluí temas como o feminismo, a saúde

mental, agricultura, experiências sonoras, etc.

Materiais Visuais:

2. PT.INDYMEDIA.ORG

Nome da Iniciativa: pt.indymedia.org

Tipo de Iniciativa: Website; Rádio; TV satélite.

Data de Criação: Novembro 1999.

Estratégia: A Indymedia é uma rede de ativistas e organizações

independentes de media que se apresentam como uma alternativa aos

meios de comunicação convencionais. A Indymedia é independente e livre de

quaisquer interesses. Oferece cobertura popular, não corporativa e não

comercial de questões sociais importantes e políticas. O conteúdo do site

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Indymedia PT é criado através de um sistema de publicação aberta:

qualquer pessoa pode fazer diretamente upload no site de uma reportagem

escrita, de áudio, vídeo ou uma imagem. Através deste sistema de "Direct

Media", Indymedia consome a linha divisória entre repórteres e situação

relatada, entre produtores ativos e público passivo: as pessoas podem falar

por si mesmas.

Grupos-alvo: Todos que procuram uma fonte de informação

alternativa.

Stakeholders: 29 352 seguidores no Facebook.

Frequência: Todos os dias.

Impacto: N.A.

Língua: Português.

Website: http://pt.indymedia.org/

Redes Sociais: https://www.facebook.com/indymedianetwork/

Conteúdo: A Indymedia reporta acerca de vários assuntos que

representam as lutas do nosso mundo moderno, desde a sexualidade,

ecologia, religião, política e movimentos sociais até a arte e cultura, entre

outros.

Materiais Visuais:

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3. RAUM

Nome da Iniciativa: Raum: Residências artísticas online

Tipo de Iniciativa: Plataforma Online

Fundada por: Terceiro Direito

Data de Início: 2015

Estratégia: Uma plataforma on-line que oferece residências a artistas,

com o apoio de estruturas ativas nos domínios da criação artística, do ensino

e da difusão, nomeadamente unidades de pesquisa universitária, projetos

publicitários, museus, escolas de artes visuais e projetos de arte

independentes. Os campos artísticos considerados são a fotografia e artes

visuais, cinema, arquitetura, design gráfico, música e arte sonora. Os

parceiros de Raum são convidados a iniciar processos criativos para serem

materializados nas propostas dos artistas convidados: textos de investigação,

ensaios visuais e de áudio e trabalhos de arte desenvolvidos especificamente

para a plataforma. A plataforma Raum é apoiada e é parceira de várias

instituições e entidades públicas e privadas, desde municípios a museus.

Grupos-alvo: Artistas e estudantes de arte.

Stakeholders: 3146 seguidores no Facebook.

Frequência: Quinzenal.

Impacto: N.A.

Língua: Português e Inglês.

Website: http://raum.pt/

Redes Sociais:

https://www.facebook.com/Raum-resid%C3%AAncias-

art%C3%ADsticas-online-371900256290770/

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Conteúdo: Poderá encontrar no site propostas de residências novas e

antigas, projetos em fase de desenvolvimento, assim como informação de

workshops e debates no âmbito das artes.

Materiais Visuais:

4. RÁDIO MIÚDOS

Nome da Iniciativa: Rádio Miúdos.

Tipo de Iniciativa: Rádio Online.

Fundada por: RádioMiúdos.pt - Associação Portuguesa Rádio Miúdos.

Data de Criação: Novembro 2015.

Estratégia: A Rádio Miúdos é a primeira rádio portuguesa para crianças

com linguagem, informação e conteúdo totalmente adaptados/adequados

aos jovens. A rádio promove a interação entre crianças com o conteúdo que

a rádio tem para oferecer desafiando todas as crianças a brincar com seu

próprio idioma e a explorar a cultura, a história e a língua portuguesa. Têm

como objetivo unir todos os países PALOP (Países Africanos de Língua Oficial

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Portuguesa) e todas as crianças que falam português. A idéia é combater o

"desamparo da lingua" que muitos emigrantes sentem, preenchendo assim

uma lacuna no panorama da língua portuguesa. Constitui um ponto de

encontro e uma ferramenta para que as crianças emigrantes, espalhadas

pelo mundo, possam praticar a língua e ter contacto com a cultura,

mantendo a ligação com Portugal.

Frequência: 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Impacto: 5548 seguidores no Facebook.

Língua: Português.

Website: www.radiomiudos.pt

Redes Sociais: https://www.facebook.com/radiomiudos/

https://www.youtube.com/channel/UCv8Jh8aifsr00tf-Lz2c0KQ

Conteúdo: A Rádio Miúdos inclui podcasts, entrevistas e desafios para

os participantes em Portugal e fora de Portugal. Poderá encontrar no site

informações sobre a Programação, Notícias, Entrevistas, Escolas, Desafios e

Podcasts. O programa inclui o tema da filosofia, livros, factos divertidos

sobre Portugal, cinema, meditação, ciência, etc.

Este projeto ganhou o 3º lugar na competição "Original Portuguese

Ideas" 2015, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian e COTEC, e

ganhou o 1º lugar na "Bolsa de Empreendedorismo 2016": a competição

"Canvas - Projects that Stand", promovida por Representação da Comissão

Europeia em Portugal.

Materiais Visuais:

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5. PORTUGUESE SMALL PRESS YEARBOOK

Nome da Iniciativa: Portuguese Small Press Yearbook.

Tipo de Iniciativa: Publicação impressa.

Fundada por: Catarina Figueiredo Cardoso e Isabel Baraona.

Data de Criação: 2013.

Estratégia: O “Small Press Yearbook” português é uma edição

impressa que contém páginas criadas por artistas contemporâneos. O livro

anuncia a produção anual de livros de artistas e auto-publicação, bem como

pesquisa académica e crítica sobre esses assuntos. O Anuário Português da

Pequena Imprensa complementa o projeto TIPO.PT uma plataforma on-line

dedicada a divulgar edições criadas por artistas, designers e ilustradores

portugueses, ou publicações que têm como tema central Portugal.

Frequência: Anual.

Impacto: 1221 seguidores no Facebook.

Língua: Português, Inglês e Francês.

Website: http://ptsmallpress.blogspot.pt/

Redes Sociais: https://www.facebook.com/ptsmallpress/

Conteúdo: O "Portuguese Small Press Yearbook" inclui textos críticos e

páginas criadas por artistas. Oferece ao público uma visão geral anual da

produção de autor e livros de publicação independente, anunciando também

os lançamentos previstos para o ano seguinte e os eventos de divulgação

das edições independentes, inclusivé eventos internacionais com

participação de portugueses.

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Materiais Visuais:

1.4.3. TURQUIA

1. AÇIK RADYO

Nome da Iniciativa: Açık Radyo (Open Radio).

Tipo de Iniciativa: Rádio.

Fundada por: Open Radio é uma coletividade, com 92 sócios com

quotas quase iguais.

Data de Início: 13 de novembro de 1995.

Estratégia: A Open Radio não está dependente de qualquer grupo de

interesses ou grupo capital. Também é completamente independente do

Estado e de qualquer tipo de ideologia, exceto os princípios de democracia

pluralista, do Estado de direito e a proteção e promoção dos direitos

universais e liberdades fundamentais do Homem. Assim, é um organismo

independente.

Durante os 20 anos de existência, a Open Radio recorreu ao talento e

esforço de 1133 indivíduos – dos 9 aos 75 anos – de todos os estilos de vida

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e com uma variedade rica de profissões – assim como alguns

desempregados – que contribuíram com mais de 1145 programas (talk

shows, programas musicais, etc.) para a estação de rádio.

Grupos-alvo: A Open Radio é uma estação de rádio “regional”, que

transmite para a área metropolitana de Istambul e os seus arredores.

Stakeholders: Ouvintes e alguns apoios institucionais.

Frequência: 7/24.

Impacto: 33.000 likes na página do Facebook.

Línguas: Turco.

Website: http://acikradyo.com.tr/

Redes Sociais: https://www.facebook.com/acikradyo/

Conteúdo: A Open Radio pode ser descrita como uma combinação de

Notícias + Música + Personalidades. A Open Radio transmite talk shows

sobre: notícias e comentários, ecologia, ambiente, cultura pública, filosofia,

língua, sociedade civil, nascimento, mulheres, juventude, organizações de

base, a cidade de Istambul, a Europa, a União Europeia, o Mediterrâneo,

Anatólia, direitos fundamentais, lei, movimentos pela paz, história,

matemática, jogos mentais, ciência, ficção científica, mitologia, antropologia,

cérebro humano, economia, arqueologia, economia política, política social,

meteorologia, climatologia, administração local, design, arquitetura,

literatura mundial, poesia, livros, dramaturgia, cinema, artes plásticas,

planeamento urbano, museus, comunicações, internet, jogos eletrónicos,

televisão, psicologia, trânsito, mundo dos negócios, publicidade, sociedade

de consumo, saúde, gastronomia, vinho, pão, azeite, café, aroma, futebol,

desporto, viagens, natureza, fotografia, aviação amadora, hipismo, vela,

preparação para terramotos, riscos e segurança no trabalho, direitos das

crianças, direitos dos animais, globalização, sociedade civil, movimentos

sociais...

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Materiais Visuais:

2. NOR RADIO

Nome da Iniciativa: Nor Radio.

Tipo de Iniciativa: Rádio online.

Fundada por: Comunidade Arménia, Nor Zartonk.

Data de Início: 2009.

Estratégia: A Nor Radio estabeleceu a sua política de transmissão da

seguinte forma: Nor Radyo é um projeto de rádio online na qual pessoas de

todo o mundo se podem exprimir livremente e partilhar as suas culturas.

Nor Radio é a voz da multiculturalidade e da coexistência. Neste contexto,

assume a sua posição de defesa da paz, liberdade, igualdade e fraternidade

contra o nacionalismo, todos os tipos de racismo, discriminação ética e

sexual. Amigos que partilham os mesmos objetivos e que também queiram

partilhar a sua riqueza cultural estão convidados a participar nesta

plataforma independente.

Grupos-alvo: A estrutura multicultural destes grupos reflete várias

culturas. A rádio online torna impossível limitar o grupo-alvo.

Stakeholders: Sociedade da Cultura e Cooperação Arménia.

Frequência: 7/24.

Impacto: 10.000 likes e 9.000 seguidores no facebook.

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Línguas: A rádio é agora emitida em nove línguas, incluindo turco,

arménio, sírio, homshetsi, adygean, tchetcheno, pomak, lazuri e curdo.

Website: www.norradyo.com

Redes Sociais:

https://www.facebook.com/norradyo/https://twitter.com/Norradyo

Conteúdo: Os programas emitidos na Nor Radio até hoje incluíram

trabalhadores, direitos dos animais, movimentos de mulheres, LGBT,

questões de género e movimento ecologista.

Materiais Visuais:

3. KAOS GL MAGAZINE

Nome da Iniciativa: Kaos GL Magazine.

Tipo de Iniciativa: Revista Online.

Fundada por: Associação Kaos GL.

Data de Criação: 1994.

Estratégia: Define-se como uma revista onde homossexuais podem ter

uma voz, partilhar os seus problemas e emitir opinião. É a única revista

direcionada para a proteção dos direitos LGBT na Turquia.

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Grupos-alvo: Abrange muitos locais na Turquia uma vez que os

grupos-alvo vão das organizações de mulheres contra a discriminação às

organizações não governamentais, dos académicos aos artistas.

Stakeholders: É patrocinada pela Agência Sueca de Cooperação

Internacional para o Desenvolvimento no âmbito do Projeto Rainbow.

Frequência: (7/24, diário, semanal, etc.).

Impacto: 67.000 likes e 65.000 seguidores na página do Facebook.

Línguas: Turco.

Website: http://www.kaosgldergi.com/dergi.php

Redes Sociais: https://www.facebook.com/KaosGL94/

Conteúdo: A revista é composta por secções e páginas, com as últimas

notícias da agenda LGBT, sobre pessoas e eventos que deixaram marca na

história LGBT, publicando trabalhos de organizações LGBT e discutindo a

implementação do Código Penal Turco nestas páginas, onde qualquer tipo de

violência contra LGBT’s é tornado público. Para além destes temas, estão

incluídos no site artigos sobre literatura, arte e saúde.

Materiais Visuais:

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4. AGOS NEWSPAPER

Nome da Iniciativa: Agos Newspaper.

Tipo de Iniciativa: Imprensa escrita.

Fundada por: Hrant Dink.

Data de Criação: 1996.

Estratégia: Dar voz aos problemas da comunidade arménia a viver na

Turquia, relembrando o património cultural arménio na Turquia, discutindo

fontes históricas escritas com jovens com poucos conhecimentos em

arménio.

Grupos-alvo: O conteúdo é preparado para a comunidade arménia e

vários grupos minoritários na Turquia.

Stakeholders: --------

Frequência: Semanal.

Impacto: A circulação diária do jornal é de cerca de 5.000.

Línguas: Turco e Arménio.

Website: www.agos.com.tr

Redes Sociais:

https://twitter.com/agosgazetesi

Conteúdo: É o primeiro jornal da Era da República publicado em turco

e arménio. Abordando assuntos políticos, culturais e sociais sobre a Turquia,

o jornal dá lugar aos problemas e eventos relacionados com a comunidade

arménia.

Materiais Visuais:

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5. PURPLE ROOF WOMEN'S SHELTER FOUNDATİON.

Nome da Iniciativa: Purple Roof Women's Shelter Foundation.

Tipo de Iniciativa: Site na Internet.

Fundada por: ---

Data de Início: 1990.

Estratégia: Purple Roof, estabelecida como fundação que fornece apoio

legal e prático a mulheres vítimas de violência, continua a partilhar

informação online e a discutir estratégias. Para além disso, disponibiliza

métodos e canais que podem elucidar as mulheres vítimas de violência no

que fazer nessa situação e os mecanismos legais que podem aplicar.

"Mulheres que desejem receber aconselhamento da Purple Roof são

inicialmente ouvidas ao telefone. As mulheres podem obter facilmente o

número de telefone da Purple Roof através da linha de serviço da lista

telefónica e, por vezes, são encaminhadas para a Purple Roof pela polícia,

governador do distrito, etc. As mulheres que obtêm a morada da Purple Roof

através de brochuras e da imprensa podem dirigir-se aos serviços sem

telefonar previamente. Depois de uma reunião presencial, as opções são

tidas em consideração em conjunto. De acordo com a sua vontade, as

mulheres podem ser encaminhadas para abrigos e continuar a obter apoio

psicológico, social e legal por parte do centro de cooperação."

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Grupos-alvo: Mulheres vítimas de violência.

Stakeholders: Banco Mundial (abrigos), patrocinadores, Delegação

Turca da Comissão Europeia.

Frequência: 7/24.

Impacto: 19 milhões de seguidores no Twitter.

Línguas: Turco, Inglês.

Website: https://www.morcati.org.tr/tr/

Redes Sociais:

https://twitter.com/morcativakfi

Conteúdo: O conteúdo do site na Internet engloba materiais visuais e

escritos, primeiramente sobre o centro de cooperação, informações sobre

casas de abrigo e listas de linhas de apoio, nos quais a violência para com as

mulheres é discutida para informar o público.

Materiais Visuais:

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1.5. POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EM COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA

NOS PAÍSES PARCEIROS

1.5.1. BULGÁRIA

A legislação búlgara não tem disposições específicas que regulem a

difusão de informação na internet. Existem disposições legais gerais na Lei

da Rádio e da Televisão e no Código Penal que proíbem o incitamento ao

ódio ou discriminação em todos os meios de comunicação. Para além disso,

não existem textos que se refiram especificamente à internet no Código de

Ética dos Meios de Comunicação búlgaro (alterações a este respeito são

aguardadas há muito tempo). O Conselho Nacional para a Ética Jornalística é

responsável por monitorizar se o Código de Ética é respeitado pelas partes.

Uma vez que apenas se pode censurar publicamente um alegado

incumpridor sem quaisquer sanções monetárias, os cidadãos preferem usar

procedimentos civis ou penais quando alegam violação dos seus direitos.

Orientações para a internet e normas de qualidade para a divulgação de

informação online são muito raras na Bulgária.

O setor dos meios de comunicação na Bulgária é regulado por duas leis:

a Lei da Rádio e da Televisão e a Lei das Comunicações Eletrónicas. As

cláusulas principais e o enquadramento da transição para o sistema digital

estão nelas incluídas50.

A Lei da Rádio e da Televisão búlgara (RTL), adotada em 1998, visava

transpor a Diretiva revista Televisão Sem Fronteiras (TWF). Como

reconhecimento do alinhamento pelo acervo comunitário, a Bulgária foi

admitida ao Programa MEDIA logo após o encerramento temporário do

capítulo de negociação “Política da Cultura e do Audiovisual”. A Bulgária é

também signatária da Convenção sobre a Televisão Transfronteiras do

Conselho da Europa e respetivo Protocolo Adicional. Desde 1998, foram

50 https://www.opensocietyfoundations.org/sites/default/files/mapping-digital-media-bulgaria-en-20130805.pdf

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adotadas cerca de 20 leis para alteração da RTL. Duas delas (2000, 2006)

visavam prosseguir o alinhamento da RTL pelo acervo comunitário.

No geral, a Bulgária tem conseguido acompanhar a transposição da Lei

Comunitária, uma vez que em fevereiro de 2008, ficou em segundo lugar

entre os Estados-membros com 99.77% de harmonização, devido à

transposição de 1720 Diretivas de um total de 1724. Mas as leis são apenas

instrumentos para o cumprimento dos objetivos e prioridades políticos.

As organizações da sociedade civil do setor da comunicação estão

representadas em grupos de peritos a vários níveis e participam ativamente

no processo legislativo. Ainda são uma fonte importante de conhecimento.

Ao mesmo tempo, a consolidação dos negócios do setor da comunicação na

Bulgária levou à natural transformação dos objetivos de algumas

organizações. Enquanto permanecem como parceiros legítimos no processo

legislativo, as associações de operadores de meios de comunicação estão

agora também a representar e proteger os interesses de negócios relevantes.

No setor não-governamental integrado envolvido no desenvolvimento e

democratização dos meios de comunicação, podem atualmente distinguir-se

duas alas separadas – organizações da sociedade civil e associações

empresariais. As visões sobre o negócio da comunicação diferem das do

setor civil também ao nível pan-europeu51.

A Constituição búlgara não distingue entre "falar" offline e online (Art.

39.º). Geralmente, a responsabilidade legal do conteúdo online pertence ao

autor ou a quem publica. Em 2011, alterações legais ao Código Penal

adicionaram prisão até quatro anos e sanções a partir dos BGN 5,000

(US$ 3,334; Eur 2,777) até BGN 10,000 (US$ 6,668; Eur 5,555) por

incitamento a vários tipos de discriminação, para além de violência e ódio

em “sistemas de informação eletrónicos” baseados em raça, nacionalidade,

grupo étnico e religião. As leis búlgaras definem discriminação como

51 http://ptks.pl/cejc/wp-content/uploads/2012/07/CEJC_Vol2_No1_Ognyanova.pdf

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tratamento desigual baseado no estatuto social ou estado civil, educação,

ideologia política, e afins.

Atualmente não existe qualquer autoridade competente para

monitorizar o conteúdo exclusivamente online. O Conselho para os Meios de

Comunicação Eletrónicos é responsável apenas pelo conteúdo das emissoras

de televisão e de rádio em todas as plataformas. Relativamente às

mensagens publicitárias, existe auto-regulação mas, como acontece com o

Código de Ética, tal não é eficaz.

Política Educativa no domínio da Comunicação Comunitária

A necessidade de um curso superior que combinasse a pedagogia e os

meios de comunicação foi identificada nos anos 70 por cientistas búlgaros.

Esta disciplina evoluiu com nomes diferentes: literacia mediática, educação

mediática e competência digital, mas literacia mediática foi aceite como a

mais largamente preferida. A primeira conferência sobre Educação Mediática

na Bulgária aconteceu a 20 de maio de 2002 na Universidade de Sofia "St.

Kl. Ohridski”.

Em 2003/2004, novamente na Universidade de Sofia "St. Kl. Ohridski”

foi introduzida a disciplina universitária chamada "Educação Mediática”. O

programa de licenciatura na Faculdade de Educação da mesma universidade

chamado "Pedagogia da Comunicação em Massa e Arte”, foi lançado em

2007.

1.5.2. PORTUGAL

Informação e comunicação são elementos centrais nas sociedades

modernas. Mas é importante ter em conta as formas diferenciadas e

assimétricas de acesso dos cidadãos à informação e à comunicação, não só

económica mas também social, cultural e educacionalmente. Esta questão

ainda faz mais sentido quando falamos de Comunicação Comunitária, meios

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de comunicação alternativos, promoção de diversidade dos meios de

comunicação e cidadania ativa.

Apesar disso, não há regulamentação específica relativamente à

Comunicação Comunitária em Portugal. Na verdade, Comunicação

Comunitária não é um conceito oficial em Portugal, embora seja possível

identificar políticas de comunicação que se referem indireta ou

tangencialmente à Comunicação Comunitária. Deste modo, Comunicação

Comunitária per se não está legalmente prevista na regulamentação

portuguesa do setor dos meios de comunicação. Na verdade, a

regulamentação principal do setor dirige-se às seguintes questões: Rádio,

Televisão, Emissão de Serviço Público, Comunicação Eletrónica, Literacia

Digital e Fundos Estatais para a Comunicação Social. No que concerne a

governação do setor da comunicação, as principais entidades são a ERC-

Entidade Reguladora para a Comunicação Social, responsável por

regulamentar os meios de comunicação em Portugal, e a ANACOM -

Autoridade Nacional de Comunicações, que tem a missão de regular o setor

das comunicações, incluindo as comunicações eletrónicas e postais. Uma

breve panorâmica da regulamentação é feita infra.

A Constituição da República Portuguesa (7.ª revisão-2005)

estabelece algumas normas jurídicas em relação aos meios de comunicação:

artigo 37.º (Liberdade de expressão e informação)52, artigo 38.º (Liberdade

de imprensa e meios de comunicação social)53, artigo 39.º (Regulação da

52 Artigo 37.º (Liberdade de expressão e informação) 1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu

pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar

e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações. 2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou

limitado por qualquer tipo ou forma de censura. 3. As infrações cometidas no exercício destes direitos ficam

submetidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação

respetivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa independente, nos termos da lei.

4. A todas as pessoas, singulares ou coletivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de

resposta e de retificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos. 53 Artigo 38.º (Liberdade de imprensa e meios de comunicação social) 1. É garantida a liberdade de imprensa. 2. A

liberdade de imprensa implica: a) A liberdade de expressão e criação dos jornalistas e colaboradores, bem como a

intervenção dos primeiros na orientação editorial dos respetivos órgãos de comunicação social, salvo quando

tiverem natureza doutrinária ou confessional; b) O direito dos jornalistas, nos termos da lei, ao acesso às fontes de

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69

comunicação social)54, artigo 40.º (Direitos de antena, de resposta e de

réplica política)55.

Lei n.º 30/2003 de 22 de agosto aprova o modelo de

financiamento do serviço público de radiodifusão e de televisão

(alterado pelos Decretos-Lei n.º 169-A/2005 de 3 de outubro, n.º 230/2007

de 14 Junho, n.º 107/2010 de 13 de outubro, e Lei n.º 83-C/2013 de 31 de

dezembro).

Televisão e Serviços Audiovisuais a Pedido, aprovados pela Lei

n.º 27/2007 de 30 julho (retificada pela Declaração de Retificação n.º

82/2007 de 12 de setembro, e alterada e republicada no anexo à Lei n.º

8/2011 de 11 de abril).

informação e à proteção da independência e do sigilo profissionais, bem como o direito de elegerem conselhos de

redação; c) O direito de fundação de jornais e de quaisquer outras publicações, independentemente de autorização

administrativa, caução ou habilitação prévias. 3. A lei assegura, com caráter genérico, a divulgação da titularidade e

dos meios de financiamento dos órgãos de comunicação social. 4. O Estado assegura a liberdade e a independência

dos órgãos de comunicação social perante o poder político e o poder económico, impondo o princípio da

especialidade das empresas titulares de órgãos de informação geral, tratando-as e apoiando-as de forma não

discriminatória e impedindo a sua concentração, designadamente através de participações múltiplas ou cruzadas. 5.

O Estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e de televisão. 6. A estrutura e o

funcionamento dos meios de comunicação social do setor público devem salvaguardar a sua independência perante

o Governo, a Administração e os demais poderes públicos, bem como assegurar a possibilidade de expressão e

confronto das diversas correntes de opinião. 7. As estações emissoras de radiodifusão e de radiotelevisão só podem

funcionar mediante licença, a conferir por concurso público, nos termos da lei. 54 Artigo 39.º (Regulação da comunicação social) 1. Cabe a uma entidade administrativa independente assegurar nos

meios de comunicação social: a) O direito à informação e a liberdade de imprensa; b) A não concentração da

titularidade dos meios de comunicação social; c) A independência perante o poder político e o poder económico; d)

O respeito pelos direitos, liberdades e garantias pessoais; e) O respeito pelas normas reguladoras das atividades de

comunicação social; f) A possibilidade de expressão e confronto das diversas correntes de opinião; g) O exercício

dos direitos de antena, de resposta e de réplica política. 2. A lei define a composição, as competências, a organização

e o funcionamento da entidade referida no número anterior, bem como o estatuto dos respetivos membros,

designados pela Assembleia da República e por cooptação destes. 55 Article 40.º (Direitos de antena, de resposta e de réplica política) 1. Os partidos políticos e as organizações

sindicais, profissionais e representativas das atividades económicas, bem como outras organizações sociais de

âmbito nacional, têm direito, de acordo com a sua relevância e representatividade e segundo critérios objetivos a

definir por lei, a tempos de antena no serviço público de rádio e de televisão. 2. Os partidos políticos representados

na Assembleia da República, e que não façam parte do Governo, têm direito, nos termos da lei, a tempos de antena

no serviço público de rádio e televisão, a ratear de acordo com a sua representatividade, bem como o direito de

resposta ou de réplica política às declarações políticas do Governo, de duração e relevo iguais aos dos tempos de

antena e das declarações do Governo, de iguais direitos gozando, no âmbito da respetiva região, os partidos

representados nas Assembleias Legislativas das regiões autónomas. 3. Nos períodos eleitorais os concorrentes têm

direito a tempos de antena, regulares e equitativos, nas estações emissoras de rádio e de televisão de âmbito nacional

e regional, nos termos da lei.

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Nos termos do artigo 38.º, n.º 5, da Constituição da República

Portuguesa, e artigo 5.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a

Pedido, o Estado tem de assegurar a existência e operação de um serviço

público de televisão. RTP - Rádio e Televisão de Portugal é o concessionário

da televisão de serviço público.

Lei da Rádio, aprovada pela Lei n.º 54/2010 de 24 de dezembro

(alterada pela Lei n.º 38/2014 de 9 de julho).

Em termos de nível de cobertura, o artigo 7.º da Lei da Rádio classifica

as estações de rádio como sendo de âmbito internacional, nacional, regional

ou local, em função da área a que pretendem garantir cobertura. Os meios

de comunicação comunitários não são definidos como categoria separada em

Portugal no cenário da rádio, apesar de a rádio comunitária estar

estabelecida e ser reconhecida por lei em vários países do mundo. Sem

suporte legal, as emissoras FM são normalmente forçadas a ocupar o seu

lugar como projetos comunitários online.

Em termos de programação, as estações de rádio podem ser

generalistas ou temáticas (artigo 8.º da Lei da Rádio). A classificação das

estações de rádio, em função da programação, é da responsabilidade da ERC

– Entidade Reguladora para a Comunicação Social. A Lei da Rádio (artigo

9.º) também prevê a existência de rádios educativas locais com

programação dirigida a público de ensino superior. Existem mais de 300

estações de rádio local, a maioria comercial, das quais três são propriedade

de universidades. Embora estas possam ser orientadas para a comunidade,

não se enquadram na categoria de rádio comunitária e não existe qualquer

organização a representar ou defender a rádio comunitária. De acordo com o

artigo 38.º, n.º 5, da Constituição da República Portuguesa e o artigo 5.º da

Lei n.º 54/2010, de 24 dezembro (Lei da Rádio), "o Estado assegura a

existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e de televisão".

De acordo com o artigo 50.º, n.º 2, da Lei da Rádio, "a concessão do serviço

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público de rádio é atribuída à Rádio e Televisão de Portugal, SA, por

períodos de 16 anos, nos termos de contrato a celebrar entre o Estado e a

concessionária".

Lei da Imprensa, aprovada pela Lei n.º 2/99 de 13 de janeiro

(retificada por Declaração de Retificação n.º 9/99 de 18 de fevereiro, e

alterada pelas Leis n.ºs 18/2003 de 11 de junho e 19/2012 de 8 de maio).

Para efeitos da presente lei, "integram o conceito de imprensa, todas as

reproduções impressas de textos ou imagens disponíveis ao público,

quaisquer que sejam os processos de impressão e reprodução e o modo de

distribuição utilizado" (artigo 9.º, n.º 1 da Lei da Imprensa). As publicações

são classificadas como periódicas e não periódicas; portuguesas e

estrangeiras; doutrinárias e informativas, e estas em publicações de

informação geral e especializada; de âmbito nacional, regional e destinadas

às comunidades portuguesas no estrangeiro (artigo 10.º). A imprensa

regional desempenha um papel altamente importante, não só dentro da sua

área de alcance imediato, mas também em termos de fornecer informação e

ajudar a manter os laços de familiaridade autêntica entre residentes locais e

comunidades de emigrantes espalhadas pelas mais remotas partes do

mundo. A Lei da Imprensa (artigo 14.º, n.º 2) define como publicações de

âmbito regional aquelas que, "pelo seu conteúdo e distribuição, se destinem

predominantemente às comunidades regionais e locais".

Decreto-Lei n.º 23/2015 de 6 de fevereiro aprovou o novo

sistema de incentivos do Estado à comunicação social.

Portaria n.º 179/2015 de 6 de junho aprovou o novo sistema de

incentivos do Estado à comunicação social de âmbito regional e local.

Assim, apesar da falta de regulamentação específica, a Comunicação

Comunitária segue na prática as diretivas da UE e visa objetivos

programados, mas sem enquadramento conceptual ou desenvolvimento

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profundo. Os Meios de Comunicação Comunitários são utilizados por

universidades, prestadores de educação e formação profissional,

organizações para a juventude e outros grupos da sociedade (YouTube,

jornais, plataformas digitais, blogs). Arte, cultura e questões sociais,

nomeadamente questões humanitárias, são as principais áreas de

intervenção no âmbito dos Meios de Comunicação Comunitários. Em muitos

casos, os Meios de Comunicação Comunitários utilizam as mesmas

plataformas e são até propriedade dos principais meios de comunicação.

1.5.3. TURQUIA

Não existe regulamentação publicada separadamente que se destine a

um modelo específico onde o Estado ou qualquer outra organização

comercial esteja sob o nome de meio de comunicação comunitário. A

legislação para os principais meios de comunicação também é válida para os

meios de comunicação comunitários. Regulamentos legais que possam estar

relacionados com instituições e publicações de comunicação comunitária

estão sujeitos a várias leis e regulamentos sobre radiodifusão terrestre,

transmissão em diferentes línguas e dialetos, e transmissão via internet.

Para além disso, como consequência de fazer parte da Convenção Europeia

sobre Televisão Transfronteiras, no domínio da emissão de rádio e televisão,

a respetiva lei é vinculativa. Procedimentos de permissão e inspeção

relativamente às transmissões dos meios de comunicação são da

responsabilidade do Conselho Supremo da Rádio e Televisão da Turquia

(RTÜK), autorizado pela Lei n.º 3984.

Os meios de comunicação comunitários na Turquia, independentemente

da sua estrutura, são regulados no âmbito do enquadramento legal pelo qual

se regem os fornecedores e operadores de serviços de comunicação

relacionados com a transmissão de comunicação. Os regulamentos legais

relacionados, que apenas consistem em leis relacionadas com a transmissão

de rádio e televisão privadas, não envolvem uma lei independente relativa à

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comunicação comunitária. A Lei n.º 6112 sobre Empresas de Rádio e

Televisão e Serviços de Comunicação determina as regras e procedimentos

relacionados com a regulação e inspeção dos serviços de transmissão de

rádio, televisão e opcionais, assegurando a liberdade de expressão e

informação, a estrutura administrativa, financeira e técnica, e as

responsabilidades dos fornecedores dos serviços de comunicação, assim

como o estabelecimento, a organização, os deveres, a autoridade e as

obrigações do Conselho Supremo da Rádio e Televisão56.

Incluídos no âmbito dos princípios legais de publicação e transmissão,

são importantes para a comunicação comunitária os artigos: "qualquer

publicação ou transmissão que inclua discriminação relativamente à raça, cor,

língua, religião, nacionalidade, género, deficiência, pensamento político ou

filosófico, secção e razões semelhantes, e que insulte indivíduos não será

permitida ou divulgada" e "Publicações unilaterais ou parciais sobre partidos

políticos e grupos democráticos não serão permitidas". Em relação às

comunidades, especificamente as questões sociais relacionadas com

publicações em meios de comunicação, existem cláusulas específicas para

grupos desfavorecidos e princípios sobre "não conterem abusos contra

crianças, pessoas frágeis ou com deficiência ou promoverem violência" e

"não conterem programas que abusem mulheres e promovam pressão contra

mulheres, o que é contrária à igualdade social." Embora estas sejam

cláusulas que se referem a comunidades, não são aceites como legislação

que regula e protege a estrutura independente da comunicação comunitária.

Outra regra que lida com a transmissão dos meios de comunicação

comunitários pode ser considerada no âmbito do contexto das regras

relacionadas com a transmissão em diferentes línguas. O Regulamento da

Transmissão da Rádio e Televisão em Diferentes Línguas e Dialetos

Tradicionalmente Usados no Dia a Dia dos Cidadãos Turcos entrou em força

56 http://www.mevzuat.gov.tr/MevzuatMetin/1.5.6112.pdf, Madde1.

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em 2004. Em conformidade, transmissões de rádio e televisão nacional

pública e privada em diferentes línguas e dialetos foram tornadas possíveis

com a permissão do Conselho Supremo da Rádio e Televisão (RTÜK). O canal

oficial do Estado de transmissão de rádio e televisão TRT também começou a

transmitir em diferentes línguas. No entanto, neste regulamento é possível

mencionar a existência de procedimentos de aprovação e inspeção do RTÜK

para além da ausência de regras especiais para os meios de comunicação

comunitários. A Internet e os meios de comunicação social são considerados

áreas alternativas de comunicação, incluindo os meios de comunicação

comunitários, e são sujeitos a regulamentos legais relativamente às

transmissões online como domínio de comunicação. Regulamentos sobre

publicações e transmissões na internet na Turquia não incluem regras

específicas para a estrutura dos meios de comunicação comunitários. O

primeiro trabalho de regulamentação foi realizado no início dos anos 2000. A

Lei n.º 4676, que foi submetida para aprovação como o primeiro

regulamento sobre publicação na internet, foi criticada, uma vez que a única

natureza da internet não foi tida em consideração em termos de outros

meios de comunicação, e mais tarde foi vetada pelo presidente A. Necdet

Sezer, já que deixar a transmissão e a publicação na internet à discrição das

autoridades públicas era incompatível com a natureza da Internet (Koç,

2013: 65-66). A Lei n.º 5651 foi adotada em 2007 após alguns estudos.

Houve alguma confusão relativamente a plataformas de comunicação social,

incluídas nos novos meios de comunicação com interação do utilizador, uma

vez que existem disposições vinculativas ao fornecedor de espaço e conteúdo

em regulamentos legais da transmissão via internet. No entanto, embora os

sites de comunicação social sejam considerados fornecedores de

comunicação, estes sites têm vindo a ser reconhecidos como fornecedores de

serviços de alojamento na internet e as suas obrigações têm sido

determinadas de acordo com esta definição, já que não existia descrição ou

discriminação prévia feita a este respeito. Enquanto isso, de acordo com a lei,

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fornecedor de serviços de alojamento na internet é uma entidade real ou

legal, desde que o serviço de alojamento na internet em termos técnicos

esteja em concordância com o fornecedor do site. Nos dias de hoje, nos sites

que têm conteúdo criado pelos próprios utilizadores, estes, seus proprietários,

são considerados fornecedores de sites (Koç, 2013:66). A Lei n.º 5651 sobre

o Regulamento das Publicações e Transmissões feitas na Internet e Luta

Contra Crimes Cometidos através destas Transmissões ou Publicações

contém cláusulas relativas à prevenção de crimes cometidos por ou através

de transmissões online, bloqueando o acesso à transmissão ou publicações57.

2. EMPREENDEDORISMO SOCIAL

2.1. DEFINIÇÃO E ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DE

EMPREENDEDORISMO SOCIAL

Nos últimos anos, o empreendedorismo social tem vindo a crescer

rapidamente e a atrair a atenção de muitos investigadores, representantes

do setor social, organizações e indivíduos. A fim de clarificar o conceito de

empreendedorismo social, é crucial definir, antes de mais, o que é

empreendedorismo. “Empreendedorismo descreve a combinação de um

contexto no qual se encontra um conjunto de características pessoais

necessárias para identificar e perseguir esta oportunidade, e a criação de um

resultado particular” 58 . O empreendedorismo social refere-se a um tipo

específico de empreendedorismo que se baseia em valores, necessidades e

benefícios sociais.

Apesar de o empreendedorismo social ter atingido um elevado nível de

atenção nos últimos anos, a sua definição permanece ainda vaga e não

57 http://www.mevzuat.gov.tr/MevzuatMetin/1.5.5651.pdf 58 Martin, R. L., & Osberg, S., Social entrepreneurship: The case for definition. Stanford social innovation review,

5(2), 2007, pp.28-39: “Entrepreneurship describes the combination of a context in which an opportunity is situated,

a set of personal characteristics required to identify and pursue this opportunity, and the creation of a particular

outcome” (tradução livre).

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existe um único meio para a definir (Martin & Osberg, 2007; Mair & Martí,

2006). Existem diferentes abordagens e avaliações que definem o conceito

baseadas em várias perspetivas. Primeiramente, o empreendedorismo social

é visto como não sendo uma estratégia de financiamento alternativa, mas

sim um meio de criar valor social. Em segundo lugar, é considerado como

negócio socialmente responsável. Em terceiro lugar, é visto como uma forma

de lidar com problemas sociais e auxiliar a transformação social (Mair &

Martí, 2006). Estas abordagens apontam para o empreendedorismo social

em organizações com e sem fins lucrativos.

O empreendedorismo social integra a criação de valor económico e

social (Mair & Martí, 2006). “O empreendedorismo social assinala o

imperativo de provocar mudança social, sendo essa potencial recompensa,

com o seu prolongado e transformador benefício para a sociedade, que

separa o setor e os seus profissionais”59. É “um processo que envolve a

utilização e combinação inovadoras de recursos na busca de oportunidades

de catalisar a mudança social e/ou abordar necessidades sociais”60. Esta

definição reflete três premissas básicas do empreendedorismo social: o

empreendedorismo social é um processo de criação de valor ao combinar

recursos de forma inovadora; uma intenção de explorar oportunidades para

criar valor social através da mudança social; a criação de novas

organizações (Mair & Martí, 2006). Assim, valor social, mudança social e a

criação de novas organizações têm lugar na premissa de definir

empreendedorismo social.

O empreendedorismo social difere de outras formas de

empreendedorismo pela prioridade que confere à promoção do valor social61.

59 İbid - “Social entrepreneurship signals the imperative to drive social change, and it is that potential payoff, with its

lasting, transformational benefit to society, that sets the field and its practitioners apart” (tradução livre). 60 Mair, J., & Marti, I., Social entrepreneurship research: A source of explanation, prediction, and delight.

Journal of world business, 2006, 41(1), 36-44 - “a process involving the innovative use and combination of

resources to pursue opportunities to catalyse social change and/or address social needs” (tradução livre). 61 İbid, p.36.

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Um empreendedor social tem a missão de criar e manter valor social através

de inovação contínua ao manter a responsabilização de todos os

constituintes. Apesar de as características do empreendedorismo, como

inovação, criatividade e motivação, se mantenham as mesmas, os

empreendedores sociais diferem de outros empreendedores pelo seu foco

nas necessidades e benefícios sociais. A motivação de um empreendedor

social é ajudar os outros e criar progresso mais do que os benefícios

financeiros 62 (Carraher, Welsh & Svilokos, 2016). A missão social é o

conceito mais explícito e central para os empreendedores sociais (Dees,

1998).

Na clarificação do conceito de empreendedorismo social, outro passo

importante é explicar de que modo a sua definição se diferencia da de um

empreendedor social e de uma empresa social. Enquanto as definições de

empreendedorismo social se focam num processo ou comportamento, o

empreendedor social aponta para os fundadores e a empresa social refere o

resultado do empreendedorismo social (Mair & Martí, 2006). Um

empreendedor tem a missão de criar riqueza e crescimento no negócio63. Os

empreendedores são pessoas com uma capacidade excecional de descobrir

novas oportunidades e encontrar o compromisso e motivação para as

prosseguir, e a vontade de enfrentar os riscos que isso acarreta (Martin &

Osberg, 2007). Os empreendedores sociais são um tipo de empreendedores,

caracterizados por terem uma missão social (Dees, 1998). Basicamente, o

empreendedor social e a empresa social ocupam o seu lugar no centro do

processo do empreendedorismo social.

Segundo Dees64, os empreendedores sociais representam agentes de

62 Carraher, S.M. and Welsh, D. H., & Svilokos, A., Validation of a measure of social entrepreneurship. European

Journal of International Management, 10(4), 2016, p.p. 386-402. 63 Carraher, S.M. and Welsh, D.H.B. (2015) Global Entrepreneurship, 2nd ed., Kendal Hunt Publishing,

Dubuque,IA. 64 Dees, J.G. (1998) The Meaning of ‘Social Entrepreneurship’, Unpublished paper funded by the Kauffman Center

for Entrepreneurial Leadership, Kansas City, Missouri.

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mudança no setor social através de cinco ações ideais:

Adotar a missão de criar e manter valor social;

Perseguir novas oportunidades para servir essa missão;

Embarcar num processo de inovação, adaptação e aprendizagem

contínuas;

Agir arrojadamente sem se limitar pelos recursos existentes;

Manter a responsabilização de todos os constituintes abrangidos por

todos os resultados.

Enquanto o empreendedorismo social é visto como tendo uma natureza

puramente não lucrativa, discute-se a possibilidade de o empreendedorismo

social ter lugar também em organizações lucrativas (Mair & Martí, 2006).

Presentemente, o empreendedorismo social tem ganho importância, tanto

para organizações com fins lucrativos como para organizações sem fins

lucrativos. O sucesso de muitos empreendedores de organizações lucrativas

também fornece resultados significativos para a riqueza e o avanço da

sociedade. Por exemplo, a Fundação Bill Gates ajudou no desenvolvimento

da saúde e da educação em larga escala e inspirou a missão do

empreendedorismo social (Carraher, Welsh & Svilokos, 2016).

Empreendedores sociais de sucesso são pessoas extraordinárias, capazes de

apresentar as suas ideias, criar mudança e influenciar os outros. Quer sejam

vencedores do Prémio Nobel como Muhammad Yunus65 ou empreendedores

sociais de negócios como Steve Jobs, eles despertam sempre o interesse das

pessoas (Martin & Osberg, 2007).

Os investigadores na área do empreendedorismo social sumariaram

os deveres e as responsabilidades do mesmo na lista que se

segue66:

65 Muhammed Yunus is a “banker and professor who developed the idea of giving micro-loans to the poor to aid

them in establishing their own businesses and helping themselves out of poverty” (Ernst, 2011: 29). 66 Carraher, S.M. and Welsh, D. H., & Svilokos, A. (2016). Validation of a measure of social entrepreneurship.

European Journal of International Management, 10(4), 386-402; Martin, R. L., & Osberg, S. (2007). Social

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Recolher recursos;

Construir estratégias para satisfazer as variadas necessidades

sociais;

Desenvolver e executar planos de negócios;

Obter recursos necessários;

Reunir indivíduos com uma visão comum e disposição para

contribuir na resolução do problema social;

Despender tempo e energia na consecução de objetivos;

Criar mensagens que possam ser facilmente entendidas pela

sociedade e pelos públicos-alvo;

Cumprir o compromisso e alcançar o valor que oferece.

Baseado no processo empreendedor de três fases de Sykes (1999),

Thompson (2007) propõe um processo de quatro fases incluindo passos para

os quais os verdadeiros empreendedores sociais deverão contribuir. Estes

passos são os seguintes67: (1) Visualizar-clarificar uma necessidade, lacuna

e oportunidade. (2) Encarar a oportunidade com o intuito de fazer algo com

isso; (3) Possibilitar-garantir que algo acontece com a aquisição dos

recursos necessários, como pessoas e capital e, se necessário, instalações;

(4) Representar-apoiar e liderar o projeto com vista a uma conclusão

satisfatória.

Para além dos muitos desafios que os empreendedores comerciais

enfrentam, os empreendedores sociais enfrentam muitos outros. A missão

social do empreendedor social obriga-o a enfrentar desafios distintos dos

outros empreendedores (Dees, 1998). Desenvolver bons planos de negócios,

entrepreneurship: The case for definition. Stanford social innovation review, 5(2), 28-39 ; Memili, E., & Welsh, D.

H. (2012). Towards a theory of nonfamily employees' organizational identification and attachment in family firms.

Journal of Technology Management in China, 7(3), 255-269.; Sharir, M., & Lerner, M. (2006). Gauging the success

of social ventures initiated by individual social entrepreneurs. Journal of world business, 41(1), 6-20.; Welsh, D.H.B.

& Pendleton, Y. (2006). Direct selling worldwide: the Mary Kay Cosmetics story. International Journal of Family

Business, 3(1), 61-68. 67 Thompson, J. L. (2002). The world of the social entrepreneur. International journal of public sector management,

15(5), 412-431.

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ter competências para os executar, conseguir fundos e recursos, e criar

motivação per se, assim como outros trabalhadores, estão entre os

problemas comuns (Carraher, Welsh & Svilokos, 2016). No entanto, é mais

difícil para empreendedores sociais adquirir recursos do que para

empreendedores comerciais 68 . Neste aspeto, a crowdfunding desperta

atenção como uma forma inovadora de recolher fundos para

empreendedores sociais. O crowdfunding (financiamento coletivo) depende

da participação do grande público com pequenas quantias para realizar

projetos ou empreendimentos. Esta atividade ganha força especialmente

através dos meios de comunicação social e conteúdo produzido pelo usuário.

O crowdfunding é muito importante para o empreendedorismo social, que

geralmente começa com orçamentos limitados, sendo que os meios

tradicionais de financiamento são muitas vezes inadequados 69 (Lehrer,

2013).

2.2. HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL

2.2.1. BULGÁRIA

O conceito de empresas sociais tem sido desenvolvido principalmente

pelo Centro Búlgaro do Direito Sem Fins Lucrativos, como o apoio do Projeto

financiado de Parceria USAID de 2002. O conceito de empresa social não

está integrado em políticas, lei ou debate público na Bulgária. As

organizações que estão maioritariamente envolvidas em desenvolvimento

comunitário e que se aproximam do conceito de empresas sociais são as

ONGs com diferentes perfis, prestadores de serviço social, chitalishtas e

68 Austin, J., Stevenson, H., & Wei‐Skillern, J. (2006). Social and commercial entrepreneurship: same, different, or

both? Entrepreneurship theory and practice, 30(1), 1-22.; Calic, G., & Mosakowski, E. (2016). Kicking Off Social

Entrepreneurship: How A Sustainability Orientation Influences Crowdfunding Success. Journal of Management

Studies, 53(5), 738-767. 69 Lehner, O. M. Crowdfunding social ventures: a model and research agenda,Venture Capital, 15(4), 2013, 289-311.

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81

cooperativas. A ONGs prestadoras de serviço social e organizações de

formação, junto com as cooperativas de pessoas com deficiência, formam

atualmente o setor empresarial comunitário da Bulgária. Este projeto

introduziu algum propósito ao termo “empresa social” na Bulgária no seio de

organizações não-governamentais e comunidades locais.

Os prestadores de serviço social das ONGs têm visto oportunidades

para terapia do trabalho, produção de bens pelos clientes, combinado com a

necessidade de financiamento adicional e olham agora para o

empreendedorismo social como forma de melhorar o desempenho financeiro

e a integração das suas organizações. Ainda assim, o empreendedorismo

social (na sua definição “ocidental” ideal) não é um modelo de negócio

popular para contribuir para o desenvolvimento sustentável da comunidade

apesar do reconhecimento mundial do seu potencial para a sustentabilidade.

Uma das razões é a falta de conhecimento acerca deste modelo social.

Para compreender a situação atual do setor comunitário/social na

Bulgária, é necessário ter em conta o desenvolvimento histórico do terceiro

setor no último século, marcado por mudanças intensas e dramáticas,

incluindo a transição de um regime comunista, seguido da reinvenção do

terceiro setor após 1989 com o início do capitalismo, que trouxe consigo

grandes janelas de oportunidade para o desenvolvimento juntamente com

uma atitude preconceituosa para com financiadores, instituições de caridade

e fundações.

Fundações, associações e cooperativas tinham uma longa história antes

do início do comunismo. Apoio mútuo no âmbito de uma série alargada de

atividades, incluindo, produção, consumo, crédito e comércio, desenvolveu-

se em diferentes esferas da vida pública, muito antes do final dos anos 80.

As suas raízes remontam à Idade Média. Organizações voluntárias e de

serviços prosperaram na Europa antes da Segunda Guerra Mundial e têm

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82

uma história rica e diversificada em todos os países do Sudeste da Europa,

incluindo a Bulgária.

Na Bulgária, depois do estabelecimento do estado da Nação em 1878 e

até ao final da Segunda Guerra Mundial, as formas mais difundidas de

atividade comunitária eram: cooperativas do setor agrícola, cooperativas de

crédito, cooperativas de produção, cooperativas de consumo, chitalishte

(uma forma específica de associação cultural, que apoiava e ainda apoia

atividades educativas e culturais em comunidades locais), fundações e

associações (entre estas, as associações de mulheres tornaram-se bastante

populares).

O período que começou com o final da Segunda Guerra Mundial e com a

expansão do comunismo trouxe tempos desfavoráveis para as organizações

comunitárias que tinham surgido antes e que acreditavam nos princípios da

cooperação, reciprocidade, autonomia. As cooperativas tornaram-se um

instrumento para transformar a propriedade privada em propriedade

socialista. No final dos anos 40 e início dos anos 50, as organizações do

terceiro setor estavam sob rígido controlo político e administrativo. Em

grande medida, as funções das organizações do terceiro setor foram

assumidas pelo setor público e a maioria das organizações de cidadãos foi

dissolvida.

A era comunista na Bulgária caracterizou-se pela industrialização e

urbanização forçadas. No entanto, a Bulgária teve sempre a vantagem de ter

solo fértil e boa agricultura, assim as cooperativas de produtores foram

preservadas pelo governo comunista como principais estruturas

organizacionais para o desenvolvimento da agricultura, enquanto as

mantinha ao mesmo tempo sob rígido controlo.

As primeiras chitalishtas emergiram em 1856 nas cidades de Svishtov,

Lom e Shumen onde os búlgaros mais ricos financiaram a sua fixação no

período do Despertar Búlgaro. As chitalishtas são organizações públicas que

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83

combinam funções diferentes, por exemplo, biblioteca, teatro, escola de

dança, música, línguas estrangeiras, clubes com vários interesses, etc.

Hoje em dia ainda existem chitalishtas em cada cidade pequena ou

grande ou vila, que preservaram o seu estatuto único de centros

comunitários. Atualmente existem 34541 chitalishtas na Bulgária e embora

tenham enfrentado rápidas mudanças na economia e sociedade da Bulgária,

continuam a desenvolver-se e a melhorar, oferecendo variados serviços

pagos que estão disponíveis a todos os cidadãos em pequenas e grandes

cidades e vilas.

O colapso do comunismo trouxe liberdade de visão e atividade a vários

grupos e iniciativas comunitárias. Investidores estrangeiros viram uma

oportunidade de influenciar processos democráticos e civis no país ao doar

fundos a organizações não-governamentais. Este processo beneficiou o

crescimento das ONGs na Bulgária, e influenciou o desenvolvimento da

democracia, embora tenha trazido também uma obsessão de criar novas

ONGs que quisessem acumular fundos visando o lucro. O Doutor Evgeni

Daynov, representante da fundação “Center of NGOs in Kurdjali”, figura

pública eminente e dissidente comunista, descreveu a história das ONGs na

Bulgária depois de 1989 da seguinte forma: investigadores e historiadores

traçaram alguns períodos diferentes na nova história do setor búlgaro das

ONGs. O início da década de 90 viu o surgimento de dois tipos principais de

ONGs – 1. centros e institutos, hoje referidos como “bancos de cérebros” ou

“institutos de investigação” e 2. todas as outras ONGs a operar como

instituições de solidariedade social, sindicatos e grupos ambientais.

No rescaldo de 1989, o desenvolvimento das ONG acompanhou a

formação de um novo sistema político, os meios de comunicação e o novo

setor dos negócios. Neste período, novas atividades comerciais eram

frequentemente adicionadas/combinadas com a atividade das ONGs e isto

causou a primeira onda de desconfiança pública em relação às atividades

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84

das ONGs que alegadamente estariam a servir interesses privados e não

públicos. Isto levou à mudança na legislação em meados dos anos 90,

removendo vários impostos e outros benefícios para as ONGs que lhes

estavam acessíveis na legislação do início da década.

Esta época trouxe ainda mais impedimentos ao desenvolvimento das

ONGs devido à subsequente crise económica e a atitude austeramente

negativa dos governos em relação à organização comunitária. O governo

liderado por Jan Videnov (1996) ficou conhecido pela hostilidade para com

as ONGs, quando aliados do governo “se juntaram” às ONGs para espiar as

suas atividades a partir do interior. O primeiro-ministro nomeou pessoas em

cada ministério para vigiar o trabalho das ONGs e reportar aos respetivos

ministros tudo o que acontecia no setor comunitário. Esta situação bloqueou

e mais tarde dissolveu o Sindicato das Fundações Búlgaras.

Apesar deste desenvolvimento, depois de 1997, instituições

internacionais reconheceram as ONGs como alternativa aos prestadores de

serviços governamentais e começaram a cooperar com elas numa variedade

de projetos de ajuda humanitária. Instituições internacionais pararam de

fornecer ajuda humanitária ao governo e usaram as ONGs como agentes de

controlo e distribuição que alcançavam as pessoas através das suas redes.

Mais tarde, instituições decisoras internacionais começaram a consultar

ONGs locais aquando da tomada de decisões relevantes para a realidade

búlgara. Assim, depois de 1998, uma parte significativa das organizações

comunitárias na Bulgária era agente direto nos processos de tomada de

decisões no país, em cooperação com o poder de estado executivo e

legislativo e outras organizações internacionais.

A adesão da Bulgária à UE (1 Janeiro 2007) reforçou o papel das

organizações do terceiro setor no desenvolvimento social e económico do

país. A visão estratégica e o papel do terceiro setor estão delineados em

todos os documentos-base nacionais preparados para seguir as diretivas da

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UE, como o Plano de Desenvolvimento Nacional 2007-2013, o Quadro de

Referência Estratégico Nacional 2007-2013, o Programa Nacional de

Reforma 2006-2009, etc.

Todos os Programas Operacionais (PO) promovem a interação entre o

Estado e organizações do terceiro setor assim como parcerias público-

privadas. As organizações do terceiro setor estão identificadas como

beneficiárias-chave de um número de ações financiadas pela EU em PO

Capacidade Administrativa e PO Recursos Humanos. Os Programas

Operacionais e as novas políticas que seguem as diretivas da UE têm

complementado as necessidades do terceiro setor búlgaro e resultaram num

rápido aumento do número de prestadores de serviço social subsidiado pelo

Estado. Isto foi precedido por uma situação onde existia (e ainda existe em

muitos casos) um sistema disfuncional e ineficiente de provisão de serviços

sociais. Outro fator para a procura crescente de serviços sociais pagos é a

baixa capacidade de absorção do mercado de trabalho, com um grande

número de pessoas com deficiência a serem afastadas do mercado de

trabalho devido ao decréscimo no desempenho profissional. As economias

locais subdesenvolvidas não são suficientemente sofisticadas para se

adaptarem às necessidades de pessoas com deficiência e aceitá-las no

mercado de trabalho. A pobreza a larga escala e a exclusão social são outros

fatores que levam à necessidade crescente de serviços sociais. Os 631 (e

mais) prestadores de serviços sociais na Bulgária desempenham nos dias de

hoje principalmente atividades delegadas pelo estado, como centros de dia

para crianças e adultos com deficiência, centros de dia para cidadãos

seniores, reabilitação social e centros de integração, abrigos para crianças

sem-abrigo; habitação protegida para pessoas com deficiência mental, etc.

O PO Recursos Humanos um Programa-Piloto de Apoio ao Empreendimento

Social através da Agência para Assistência Social com um orçamento total

de 15 680 000 BGN (aproximadamente 8 milhões de EUR), com duas

principais componentes: 1. Apoio às empresas sociais existentes, e 2. Apoio

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à fundação de novas empresas sociais. Esta é a primeira vez que um

programa oficial de estado reconhece e lida com problemas das empresas

sociais. Esta é uma iniciativa meritória que mostra os primeiros sinais do

apoio do estado às empresas sociais, embora o programa tenha sido

fortemente criticado pela falta de foco e critérios claros acerca do que é

empreendedorismo social. Como resultado desta falta de entendimento por

parte do Ministério do Trabalho e da Política Social, o Programa financiou 46

projetos sociais de prestadores de serviços sociais e outras ONGs. As

organizações que foram financiadas não têm, no entanto, capacidade para

desenvolver um negócio no âmbito da organização sem fins lucrativos, já

que não detêm competências básicas de negócios, marketing e

desenvolvimento de produto. Isto torna o programa menos sustentável do

que o desejado, investindo fundos em organizações sem as tornar

financeiramente independentes e orientadas para o mercado, o que é o

cerne do empreendedorismo social.

2.2.2. PORTUGAL

Durante as últimas duas décadas, o empreendedorismo social e a

inovação social têm-se tornado temas bastante populares para políticos,

empresários, etc. Na realidade, o empreendedorismo social é um termo

relativamente novo, não só como conceito académico, mas também como

prática política por parte de instituições de diferentes setores da sociedade.

No entanto, a sua presença abrange os discursos dos políticos e dos meios

de comunicação. Neste contexto, acredita-se que as empresas sociais e as

organizações híbridas possam ser a resposta certa para vários problemas

que afetam atualmente sociedades e negócios tradicionais.

Os empreendedores sociais são uma força impulsionadora para a

mudança social e a inovação empresarial, criando atividades eficazes e

negócios que aliam lucro e impacto. Os empreendedores sociais operam em

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87

todos os níveis da sociedade, dos mais locais aos nacionais e internacionais,

e são bem-sucedidos no tratamento de problemas sociais profundos em

áreas onde os governos, os mercados e as instituições de solidariedade

social falham. De facto, eles dão uma contribuição significativa – e a

aumentar rapidamente – para o bem-estar da sociedade, desempenhando

um crescente conjunto de funções sociais e culturais, anteriormente

providenciadas pelo setor público.

O chamado “terceiro setor” 70 pode ser visto como um interface

adequado para o crescimento de iniciativas de empreendedorismo social,

dado o seu potencial heurístico e uma conhecida diversidade de formatos

organizacionais71. Entre as principais características do terceiro setor em

Portugal sublinhamos a dependência do financiamento público, o peso das

entidades religiosas e assistenciais, a necessidade de formação e de

profissionalização do setor, a ausência de uma sociedade civil dinâmica e a

falta de ação coletiv 72 . Estes fatores e a inexistência ou natureza

fragmentada da legislação enquadradora do terceiro setor em Portugal,

podem ajudar a explicar a falta de reconhecimento e autonomia 73 . Na

realidade, apesar de algumas pessoas em Portugal reconhecerem um

conjunto de organizações sem fins lucrativos como terceiro setor, isto não se

verifica na maior parte da sociedade.

O setor não lucrativo em Portugal tem raízes profundas, mas estão

simultaneamente a desenvolver e a fortalecer o seu papel na sociedade.

Existem organizações não lucrativas muito antigas ainda ativas e relevantes,

70 O terceiro setor é um termo generalista que cobre uma série de diferentes organizações com diversas estruturas e

objetivos, que não pertencem ao setor público (isto é, o estado) nem ao setor privado (empresas privadas com fins

lucrativos). 71 Quintão, Carlota (2011), O Terceiro Setor e a sua renovação em Portugal. Uma abordagem preliminar, IS

Working Papers, Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, 2.ª Série. 72 Franco, R. C., S. W. Sokolowski, E. M. H. Hairel and L. M. Salamon (2005), O Sector não Lucrativo numa

Perspectiva Comparada, Lisbon and Baltimore, MD: Universidade Católica Portuguesa/ Johns Hopkins University. 73 Parente, C., Santos, M., Marcos, V., Costa, D., Veloso, L. (2012), Perspectives of Social Entrepreneurship in

Portugal: Comparison and Contrast with International Theoretical Approaches, International Review of Social

Research, Volume 2, Issue 2, June 2012, 113-134.

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88

como as Misericórdias, e também organizações muito recentes, criadas após

a revolução de 1974, dedicadas a um leque diverso de atividades74.

Tentando estabelecer uma linha temporal para mostrar a constituição

formal destes corpos associativos, que será um indicador claro da

importância do terceiro setor em Portugal, salientamos a criação da União

das Misericórdias Portuguesas 1976 75 , a União das Mutualidades

Portuguesas76 e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)77

durante os anos 80. A década de 80 também assistiu ao nascimento da

Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o

Desenvolvimento78, a Federação nacional das Cooperativas de Solidariedade

Social e a Confederação Cooperativa Portuguesa79.

74 Franco, R. C. (2005), Defining the Nonprofit Sector: Portugal, Working Papers of the Johns Hopkins

Comparative Nonprofit Sector Project, No. 43. Baltimore: The Johns Hopkins Center for Civil Society Studies. 75 A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) foi criada em 1976 para guiar, coordenar e representar as

Misericórdias, defendendo os seus interesses e organizando serviços de interesse comum. Como entidade de

economia social, guia-se pelo diálogo não só com as Misericódias, mas também com vários parceiros institucionais,

e durante os seus quase 40 anos de existência, tem sido capaz de antecipar vários problemas sociais, propondo

soluções adequadas e efetivas. http://www.ump.pt. 76 A União das Mutualidades Portuguesas, estabelecida em 1984, é uma associação mutualista que junta associações

mutualistas nacionais, com o objetivo de as promover e as representar em entidades públicas, privadas e sociais,

defenindo as orientações estratégicas e gerais do Movimento Mutualista. As Associações Mutualistas são

associações não lucrativas que desenvolvem ações complementares de segurança social, saúde, trabalho social e

promoção da qualidade de vida, preferencialmente para os seus membros e respetivas famílias. Segundo o Código

das Associações Mutualistas, o principal objetivo é providenciar segurança social e benefícios de saúde, mas

também podem seguir outros objetivos relacionados com a proteção social e a qualidade de vidas (isto é, serviços de

apoio social, trabalho social, atividades culturais). http://www.mutualismo.pt. 77 As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) são organizações constituídas sem fins lucrativos, pela

iniciativa privada de pessoas, com o objetivo de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e justiça

entre indivíduos. As IPSS não são administradas pelo estado ou autoridades públicas. O Estatuto das Instituições

Particulares de Solidariedade Social foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 119/83 de 25 Janeiro. 78 A Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) é uma

associação privada não lucrativa representando um grupo de 61 ONG registadas no Ministério dos Negócios

Estrangeiros. Tem o objetivo de representar e apoiar as ONGD Portuguesas a um nível nacional e internacional, e

pretende contribuir para a qualificação da ação comunitária nos domínio s da Cooperação para o Desenvolvimento,

Ajuda Humanitária e de Emergência e Educação para o Desenvolvimento. Foi criada em 1985.

http://www.plataformaongd.pt. 79 CONFECOOP é uma organização central do setor das cooperativas não agrícolas nacionais criada em 1988, nas

quais estão atualmente involvidas as seguintes federações: FENACERCI, FENACHE e FENACOOP.

http://confe.coop/.

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89

Durante os anos 90, foram criados o Centro Português de Fundações80,

a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local81 e a Rede Europeia

Anti-Pobreza–Portugal82.

Em 2010, foi criada a CASES como representante pública do terceiro

setor em Portugal e que procura “promover e apoiar o empreendedorismo

social e estimular a capacidade empreendedora dos/as cidadãos/ãs e das

organizações, visando o desenvolvimento sustentável”83.

Em 2013, foi publicada a Lei de Bases da Economia Social (Lei n.º

30/2013 de 8 de maio), dividindo as organizações em categorias no âmbito

da economia social portugues 84 . Exclui do Setor da Economia Social as

organizações orientadas para o mercado, mostrando que a política pública

para a economia social está totalmente focada no terceiro setor ou em

organizações sociais, mas não em empresas como tal.

Hoje em dia, o terceiro setor português é caracterizado por uma

presença esmagadora de estruturas organizacionais de Economia Social

tradicional, nomeadamente associações, instituições de assistência privadas

(IPSS), organizações religiosas, cooperativas, fundações e sociedades

mutualistas85. O setor é composto por mais de 55.000 organizações com

objetivos sociais.

80 O Centro Português de Fundações (CPF) é a Associação Nacional das Fundações Portuguesas. Criado em 1993,

por iniciativa das Fundações Eng. António de Almeida, Calouste Gulbenkian e Oriente, o CPF foi a resposta

institucional encontrada pelas fundações portuguesas para a necessidade de uma plataforma que servisse como

mediadora entre fundações, autoridades estatais e outras organizações da sociedade civil. http://www.cpf.org.pt. 81 MINHA TERRA - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local foi criada em 2000 e tem

como membros 58 associações de desenvolvimento local. Resultou do diálogo entre várias entidades que atuam em

zonas rurais. Cobre mais de 90% do território nacional. http://www.minhaterra.pt/. 82 A Rede Europeia Anti-Pobreza–Portugal (REAPN) é uma organização não governamental cujo principal

propósito é lutar contra a probreza e a exclusão social ao nível nacional através de informação, formação e

instrumentos de investigação. A REAPN é uma associação de solidariedade social não lucrativa criada em 1991

como Rede Nacional Portuguesa da Rede Europeia Anti-Pobreza. http://www.eapn.pt/. 83 Cooperativa António Sérgio para a Economia Social – Cooperativa de Interesse Público de Responsabilidade

Limitada (CASES). http://www.cases.pt. 84 Ver artigo 4.º da Lei n.º 30/2013 de 8 de maio. 85 Carvalho, A., Quantifying the third sector in Portugal: an overview and evolution from 1997 to 2007. Voluntas,

International Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations. ISTR – International Society for Third Sector

Research, 2010, 21(4): 588-610.

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2.3.3. TURQUIA

Embora o empreendedorismo social como termo seja relativamente

novo e se tenha tornado recentemente popular tanto na investigação como

na prática, tem uma longa história uma vez que há muito que são utilizadas

estratégias para lidar com questões sociais. No pensamento ocidental, o

empreendedorismo social remonta às empresas medievais que forneciam

benefícios através do mecenato das artes e dos donativos aos pobres.86 Com

o Iluminismo no século XVII, foram introduzidos o setor privado e empresas.

Seguidamente, entrou em cena um movimento de organizações sem fins

lucrativos tentando preencher as lacunas da sociedade 87 . É possível ver

exemplos de empreendedorismo social nos Estados Unidos que remontam ao

século XIX. William Lloyd Garrison estabeleceu a Sociedade Anti-Escravatura

em 1833 e Jane Adams formou um centro de assistência social chamado Hull

House em 1889 para os pobres das redondezas. No entanto,

empreendedorismo social e empreendedores sociais como termos só foram

estabelecidos muito tempo depois no final da década de 1970 com Freer

Spreckley em 1981, “referindo-se a uma empresa detida por aqueles que

nela trabalham e/ou residem numa dada localidade, governada por objetivos

sociais assim como comerciais e a funcionar cooperativamente”88 . Pouco

depois, em 1980, William Drayton introduziu o termo empreendedor social89.

As raízes do empreendedorismo social como domínio académico de

investigação remontam ao trabalho na criação de valor social,

responsabilidades sociais e finalmente responsabilidade corporativa social.

No entanto, o empreendedorismo com orientação social ganhou interesse

86 Curtis, T. ‘Newness’ in social entrepreneurship discourses: the concept of ‘danwei’in the Chinese experience.

Journal of Social Entrepreneurship, 2(2), 2011, 198-217. 87 Ernst, K. (2011). Heart over mind–An empirical analysis of social entrepreneurial intention formation on the

basisof the theory of planned behaviour (Doctoral dissertation, Bergische Universität Wuppertal). 88 Spreckley, 1981: p.3 as cited in Curtis, 2011: 203: “referring to an enterprise that is owned by those who work in

it and/or reside in a given locality, is governed by registered social as well as commercial aims and objectives and

run co-operatively” (tradução livre). 89 Barendsen, L., & Gardner, H., Is the social entrepreneur a new type of leader? Leader to leader, 2004(34),43.

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em 1986 com a obra de Dennis R. Young sobre empresários sem fins

lucrativos (Ernst, 2011). A obra de Dees (1998) também foi pioneira como

tentativa importante de definir e avaliar o empreendedorismo social em

detalhe.

A história do empreendedorismo social na Turquia remonta ao final do

século XIX. Formações como a criação de Darüşşafaka em 1872 (uma escola

secundária em Istambul para crianças pobres órfãs de pai) e a criação da

rádio do período da república que permitiu um entendimento da música

estão entre os primeiros exemplos de empreendedorismo social na Turquia90.

No entanto, estas não eram tentativas sistemáticas de empreendedorismo

social mas casos iniciais que podem ser considerados parte das raízes

históricas neste domínio.

Na Turquia, o empreendedorismo social começou a ganhar importância

no início do século XXI. O nascimento oficial do empreendedorismo social na

Turquia remonta ao estabelecimento de Ashoka no início do século XXI91.

Ashoka é uma organização internacional que promove o empreendedorismo

social incorporando empreendedores sociais individuais no âmbito da

organização. Ashoka foi fundada em 1980 e conseguiu o primeiro elemento

da Turquia em 2000. Atualmente, Ashoka tem 35 membros na Turquia

(www.turkey.ashoka.org).

É importante investigar também o trabalho académico sobre

empreendedorismo social na Turquia para compreender a história e a

evolução do empreendedorismo social no país. Considerando que mesmo a

investigação mundial sobre o empreendedorismo social está numa fase

embrionária, não surpreende que haja uma quantidade muito limitada de

investigação académica feita na Turquia.

90 Şengel, S., Sosyo-Ekonomik Kalkınma Açısından Sosyal Girisimciligin Önemi Ve Bir Degerlendirme.

5thInternational Congress on Entrepreneurship. SDU, 2013, pp. 311-318. 91 Işık, V., Ülke Ekonomilerine Katkıları Bakımından Sosyal Girşimler ve Türkiye’de Sosyal Girişimcilik.

Uluslararası İş ve Meslek Danışmanlığı Kongresi, İşkur, 2014, İstanbul Üniversitesi.

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92

Em países em desenvolvimento como a Turquia, o empreendedorismo

social tem ganho importância devido à preocupação com as condições de

trabalho desfavoráveis, ao declínio da assistência social geral na sociedade e

ao decréscimo do poder de compra92. Na Turquia, a distribuição de práticas

de empreendedorismo social baseadas no domínio do trabalho é a seguinte:

37.5% cuidado ambiental, 29% contra a pobreza, 29% educação, 16%

decréscimo da taxa de mortalidade materna e infantil e 12.5% decréscimo

da população afetada pela fome93.

Özdevecioğlu e Cingöz 94 sublinham que existem quase cem mil

empreendedores sociais na Turquia e que deveriam apoiar causas sociais

mesmo quando os esforços do Estado não são adequados. A construção de

escolas, residências de estudantes, centros, é uma das atividades para as

quais os empreendedores sociais na Turquia costumam contribuir. Uma das

universidades estatais da Turquia, Universidade Erciyes recebe em donativos

mais de 200.000.000 dólares americanos.

Kırılmaz 95 avaliou se os estilos de liderança dos empreendedores

sociais e o género tinham impacto na perceção do empreendedorismo na

Turquia. Levou a cabo uma investigação incluindo fundações e associações

para a família, ambiente, crianças, educação, pessoas com deficiência e

saúde. Alguns dos resultados da investigação incluem que a perceção do

carisma e criação de valores sociais para empreendedorismo social para

mulheres são mais altas do que as para empreendedores sociais masculinos

e que o intervalo de idade mais elevada de disposição para assumir

iniciativas é entre 40-49.

92 Budak, G., Yoksulluğa İnovatif bir Çözüm; Sosyal Girişimcilik. Hak İş Uluslararası Emek ve Toplum Dergisi,

2015, 4(8). 93 Çınar, B.,Büyüyen Kapsayıcı Piyasalar Türkiye’de Sosyal Girişimcilik Vakaları, 2012, Bilgi Üniversitesi

Yayınları. 94 Özdevecioğlu, M., & Cingöz, A. Sosyal girişimcilik ve sosyal girişimciler: Teorik çerçeve. ErciyesÜniversitesi

İktisadi ve İdari Bilimler Fakültesi Dergisi, (32), 2009, 81-95. 95 Kırılmaz, S. K., Sosyal girişimcilerin girişimcilik ve dönüştürücü liderlik algılarının belirlenmesine yönelik bir

araştırma. Girişimcilik ve Kalkınma Dergisi, 2013, 8(1).

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93

Helvacıoğlu96 avaliou o empreendedorismo social através da perspetiva

dos serviços bibliotecários. Afirma que ir além dos deveres tradicionais de

uma biblioteca pode propiciar a criação de valor social.

Çelik Yetim e Atlay Işık97 avaliaram um evento relacionado com causa

(Fethiye Race for Life) sob a perspetiva do empreendedorismo social.

Baseados na obra de Abdou et al. em 2010, Çelik Yetim e Atlay Işık

defenderam que eventos de caridade também são casos de

empreendedorismo social, juntamente com o marketing social.

Segundo Budak 98 , devido à atenção e necessidades crescentes, é

aceite que as práticas de empreendedorismo social ganharão mais atenção

por parte das organizações sem fins lucrativos, empresas, ONGs e governos,

tanto no nundo como na Turquia.

2.3. INVESTIGAÇÃO SOBRE PROGRAMAS PARA A JUVENTUDE NO

ÂMBITO DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL

2.3.1. BULGÁRIA

As orientações para promover o empreendedorismo para a juventude

estão significativamente presentes na legislação búlgara. Na maior parte

estão em consonância com a terceiro tema prioritário da ‘Europa 2020’,

nomeadamente – Crescimento inclusivo: fomentar uma economia com níveis

elevados de emprego que assegura a coesão social e territorial.’ (Comissão

Europeia, 2010, p. 5). As mais importantes são:

- Estratégia Nacional para a Juventude (2012–2020);

96 Helvacıoğlu, E.,CSosyal Girişimcilik Boyutunda Kütüphaneler. Bilgi Dünyası, 14(1), 2013,199-203. 97 Çelik Yetim, A., & Atlay Işık, D. Sosyal Amaç Bağlantılı Etkinlikleri Katılımı Etkileyen Başlıca Motivasyon

Faktörleri: Fethiye Yaşam için Yarış Örneği. Journal of International Social Research, 2016, 9(43). 98 Budak, ibid.

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94

A Estratégia Nacional para a Juventude 2010-2020, adotada pelo

Conselho de Ministros, declara que a Bulgária deve melhorar a atividade

económica e o desenvolvimento da carreira dos jovens e promover no seu

meio o empreendedorismo social. Para cumprir este propósito, é necessário

promover parcerias público-privadas e empreendedorismo social em serviços

para o desenvolvimento de jovens. Para atingir melhor realização e

participação ativa dos jovens na vida social e económica é necessário criar

um ambiente apropriado e confortável e condições para a educação escolar e

universitária no domínio do empreendedorismo social.

- Programa Nacional para a Juventude (2011–2015);

- Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Demográfico da

República da Bulgária atualizada (2012–2030);

- Estratégia para o Emprego atualizada (2012–2030);

- Outros.

Apesar dos inúmeros programas e iniciativas nacionais e internacionais

que visam intensificar o empreendedorismo dos jovens na Bulgária, a

proporção de trabalhadores independentes entre os jovens com 15–24 anos

é de 3.4%, e com 25–29 de 5.7% (Eurostat, 2009). Estes níveis estão

abaixo da média da União Europeia, onde as taxas para estes grupos etários

são respetivamente 4.0% e 8.7%. Simultaneamente, os jovens búlgaros

detêm o maior interesse em iniciar o seu próprio negócio quando

comparados com os seus pares da União Europeia.

As dificuldades associadas com o desenvolvimento do

empreendedorismo social na Bulgária estão relacionadas com a falta de

acesso ao financiamento e à informação, ao défice do conhecimento e

competências em gestão e aos baixos níveis de apoio para participação em

programas financiados por fundos europeus. Por estas razões, os esforços e

a promoção de iniciativas de negócio por parte dos jovens devem ser

considerados em duas linhas:

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95

- Primeira — a linha da educação com o fim de desenvolver

competências empresariais e a aplicação prática do conhecimento

adquirido — conhecimento e aprendizagem são o cerne da inovação;

- Segunda — a linha do fortalecimento de medidas para o

empreendedorismo social jovem.

Considerando estas duas linhas segue-se uma breve resenha de alguns

dos atuais programas nacionais e internacionais que visam promover o

empreendedorismo jovem na Bulgária.

Erasmus para Jovens Empreendedores

Erasmus para Jovens Empreendedores (Comissão Europeia, 2012)

auxilia os novos empreendedores a adquirir as competências necessárias

para começar ou gerir pequenas ou médias empresas. Visitam empresários

experientes em outro país da UE onde permanecem durante seis meses.

Durante este período, os jovens empresários recebem conhecimentos,

experiência e ideias sobre desenvolvimento de negócios. Como ‘empresário-

convidado’, podem candidatar-se aqueles que quiserem começar o seu

próprio negócio e tiverem um plano de negócios estabelecido, assim como

empresários que já tenham começado o seu próprio negócio nos últimos três

anos. Como ‘empresário-anfitrião’, podem candidatar-se empresários

experientes que queiram partilhar os seus conhecimentos e experiência com

novos empresários. Em quase todos os países da UE existe uma organização

intermediária, aprovada pela Comissão Europeia, que providencia assistência

e orientação sobre a candidatura ao programa. O apoio financeiro aos novos

empresários inclui: despesas de viagem para e do país de destino e

despesas de alojamento durante a visita.

Erasmus+

Erasmus+ (Comissão Europeia, 2014) é um programa da UE que visa

construir parcerias fortes entre educação e negócio. Promove inovação e

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96

competitividade. Coloca especial ênfase na resolução do desemprego jovem.

Integra vários programas implementados pela Comissão Europeia durante o

período (2007–2013) para promoção do empreendedorismo e da educação:

‘Aprendizagem ao Longo da Vida’, ‘Juventude em Ação’, ‘Erasmus Mundus’,

‘Tempus’ e outros. Erasmus+ apoia as seguintes ações: – projetos de

mobilidade para estudantes e docentes do ensino superior; – projetos de

mobilidade para jovens e formadores e técnicos de juventude; – diplomas

conjuntos de programas de mestrado; – parcerias estratégicas; – outras

iniciativas em educação e formação e no domínio da juventude. O orçamento

para o programa é de 14.774 mil milhões de euros e e estará operacional

durante o período 2014–2020. Os participantes no Erasmus+ são indivíduos

(estudantes, docentes, professores universitários, formadores no domínio

da educação, formadores e técnicos de juventude e outros) e organizações.

Semana Europeia das PMEs

A Semana Europeia das PMEs é uma campanha da Comissão Europeia

que visa fornecer informação e assistência a micro, pequenas e médias

empresas, oferecidas por autoridades nacionais, regionais e locais. Tem

lugar em 37 países e visa promover o empreendedorismo jovem como opção

de carreira. Para além disto, este evento reconhece o trabalho dos

empreendedores pela sua contribuição para a inovação social, o emprego e a

competitividade na Europa. Durante a Semana Europeia das PMEs, são

organizados exposições, workshops, dias abertos, fóruns financeiros,

conferências, etc. O coordenador dos eventos na Bulgária é o Ministério da

Economia e da Energia.

Programa para a Competitividade das Empresas e PMEs – COSME

(2014–2020)

O Programa para a Competitividade das Empresas e PMEs

(Regulamento, 2013) está disponível desde 2014 e visa facilitar o acesso ao

financiamento a pequenas e médias empresas, assim como melhorar o

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97

acesso aos mercados internacionais e promover o empreendedorismo. O

orçamento do programa é de 2.3 mil milhões de euros. Os beneficiários do

programa são: empresários existentes (pequenos negócios), novos

empresários (com especial atenção para jovens e mulheres empresárias), e

outros grupos-alvo. O apoio financeiro supõe principalmente duas formas:

estabelecimento de capital próprio e garantias de empréstimo.

Implementação de Projeto e Desenvolvimento de Centros para

Promover o Empreendedorismo em Universidades na Bulgária

Implementação de Projeto e Desenvolvimento de Centros para

Promover o Empreendedorismo em Universidades na Bulgária é financiado

pelo Ministério da Economia e Energia da Bulgária. Atualmente este projeto

apoia quatro centros de empreendedorismo, 15 estudantes e 13 empresas

de formação, 13 concursos, etc. Os programas e projetos mencionados

acima são apenas parte dos instrumentos para garantir apoio financeiro ao

empreendedorismo jovem na Bulgária. Alguns deles integram iniciativas

vigentes durante o período 2007–2013. Na sua forma atual, procuram evitar

alguns dos erros e fraquezas do anterior período programático. Para o

período 2014–2020, os esforços estão direcionados a: – melhorar programas

e políticas — simplificação e padronização de procedimentos para

preparação de projetos, submissão de projetos, avaliação de projetos e

relatórios sobre a implementação de projetos; – aumentar a absorção de

fundos da EU na Bulgária.

Programas Internacionais

Existem muitos programas e iniciativas internacionais que visam

promover o empreendedorismo jovem, que podem ser aplicados na Bulgária

(OECD, 2012).

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98

Think Big

O Programa Think Big (Pensar em Grande) está implementado no Reino

Unido, Alemanha, Irlanda, Eslováquia, República Checa e Espanha. Os

beneficiários do programa são jovens dos 13 aos 25 anos. Os participantes

recebem formação em competências empresariais e subsídios que vão das

300 às 2500 libras (325.82€ a 2715,18€). Passam por duas etapas de

formação. A duração da primeira etapa é de seis meses e a segunda de 12

meses. Os candidatos são apoiados por duas pessoas com mais de 18 anos

(não familiares) que são referências pessoais e estão em posição de ajudar

com o projeto, se necessário.

Projeto GATE (Growing America Through Entrepreneurship)

O Projeto GATE (Fazer Crescer a América através do

Empreendedorismo) está implementado em vários estados dos EUA —

Pennsylvania, Minnesota e outros. O grupo-alvo é constituído por jovens,

novos empresários com mais de 18 anos, residentes no respetivo estado e

autorizados a trabalhar na América. Os participantes do projeto passam por

três etapas: • Avaliação: os participantes reúnem-se com um conselheiro

para determinar as suas necessidades de serviço e para que o prestador

melhor colmate essas necessidades. • Formação: o Projeto GATE oferece

uma grande variedade de cursos de formação, incluindo cursos gerais de

negócios; cursos específicos em tópicos como lidar com questões legais e

pessoais; e cursos de formação especializados. • Consultoria empresarial: os

participantes têm a oportunidade de reunir com conselheiros empresariais

para assistência personalizada para o seu negócio, ideia de negócio, e/ou

candidatura a um empréstimo de negócio.

DEFi jeunes

O Programa DEFi jeunes existe em França e está implementado nas

regiões. Ajuda jovens empreendedores com idades entre os 18 e os 30 anos

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99

fornecendo microfinanciamento, formação e consultoria. Um júri regional

avalia os projetos dos candidatos quanto à sua viabilidade e capacidade de

mercado. Os projetos aprovados pelo júri recebem apoio financeiro até 6000

euros. No espaço de dois anos, o projeto deve ser implementado. Entretanto,

os participantes no programa recebem formação, aconselhamento e outros

serviços necessários. Orientações para aumentar a eficácia do uso de

programas europeus e nacionais que promovam o empreendedorismo jovem

na Bulgária devem incidir nas seguintes áreas: simplificação de

procedimentos administrativos para candidaturas e gestão de projetos;

proibição da permanente mutação de condições durante a implementação de

certos projetos; informação atempada sobre projetos a iniciar; suspensão

dos pagamentos em atraso aos beneficiários; aumento da competência dos

funcionários da instituição em administrar e gerir os programas. Promover o

empreendedorismo jovem, exceto através de programas e iniciativas,

fornecendo apoio financeiro que tem de ser implementado com o recurso a

redes empresariais, associações, incubadoras e outros clubes onde os jovens

partilhem ideias e experiência e também estabeleçam contactos com futuros

investidores.

O primeiro passo para o apoio institucional ao empreendedorismo

social, incluindo o envolvimento dos jovens, aconteceu em 2009

quando a Agência para a Assistência Social iniciou assistência financeira

direta no âmbito do programa BG051PO0015.1.01 - Empreendedorismo

Social - promovendo e apoiando empresas sociais/fase Piloto. O objetivo do

procedimento era apoiar o desenvolvimento do empreendedorismo social

como oportunidade para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos em

risco e ultrapassar o isolamento social. Um novo procedimento foi lançado

em 2011-BG051PO001-5.1.02 - Novas oportunidades. O principal objetivo

era apoiar o desenvolvimento do processo da economia social e a criação de

capital social, apoiando os municípios na criação de emprego e atividades

para pessoas em risco. Os objetivos específicos eram: apoiar indivíduos de

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grupos-alvo; organizar os custos sociais dos municípios; apoiar iniciativas

locais que visassem lidar com problemas locais que advêm da pobreza e da

exclusão social dos munícipes; criação e apoio de melhores práticas para o

desenvolvimento das empresas sociais. Como resultado das atividades

implementadas para apoiar o desenvolvimento do empreendedorismo social,

o Instituto Nacional de Estatística (NSI) apresentou os dados partilhados

para 2012, nos quais 4872 empresas se identificaram como "sociais". 2717

destas foram registadas como empresas e sociedades/cooperativas

comerciais. As empresas sociais como empresas/cooperativas comerciais

geraram um rendimento total de 3597 289 BGN e 3419789 BGN de

despesas operacionais. As áreas económicas com maior número de

empresas, sociedades e cooperativas são o comércio e a reparação de

veículos motorizados e motociclos (964) e produção (395). 2155 das que se

definiram como empresas sociais estão registadas como Pessoas Jurídicas

sem fins lucrativos e apenas 253 geraram lucro com o seu negócio. Em 2013,

o número de identidades que se definiram como empresas sociais foi mais

pequeno - 3612. Destas, 2046 foram registadas como sociedades e

cooperativas comerciais. As áreas de atividade económica das empresas

sociais - sociedades/cooperativas mantiveram-se inalterada. 1381 das

empresas sociais – sociedades/cooperativas gerou lucro. 1566 das auto-

identificadas como empresas sociais estão registadas como Pessoas Jurídicas

sem fins lucrativos e apenas 197 dessas geraram lucro com o seu negócio

(totalizando 22.116 BGN). Estas mesmas entidades legais sem fins

lucrativos geraram receitas de atividades não lucrativas no total de 179.675

BGN. Os dados do NSI relativos a 2012 e 2013 mostraram que o número de

sociedades que se identificaram como empresas sociais estava a diminuir.

Seguindo a metodologia do inquérito estatístico, em 2012, o NSI incluiu pela

primeira vez a questão sobre se os inquiridos se identificavam como

empresa social, sem especificar os critérios orientadores para a

autodeterminação. No entanto, os critérios orientadores para fins de

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relatório foram incluídos em 2013. O âmbito do estudo incluía todas as

empresas não financeiras e as organizações sem fins lucrativos no país que

desenvolveram atividades durante o ano em questão. A maior fonte de

informação era a contabilidade anual das empresas não financeiras,

compilando ou não o balanço, e o relatório anual das empresas sem fins

lucrativos. Para obter informação acerca do número de empresas sociais na

Bulgária, o NSI incluiu as seguintes questões no relatório anual de atividades

das empresas, como Referência da Empresa. Tendo em conta os dados,

verificamos que as estatísticas sobre as empresas sociais no país não estão

bem desenvolvidas. Os dados mais exatos referem-se a empresas

especializadas para pessoas com deficiência. Segundo a Agência para

Pessoas com Deficiência (APD) e a Associação Nacional de Empregadores de

Pessoas com Deficiência, no final de 2012, 131 empresas especializadas

estão incluídas no registo da APD. Destas, 67 são pequenas empresas e 64

microempresas. O número total de funcionários nestas empresas é de cerca

de 1200 pessoas, sendo 30% destas pessoas com deficiência. No entanto,

apenas 12% do total de 465.000 pessoas com deficiência no país trabalham

(segundo a Associação Nacional de Empregadores de Pessoas com

Deficiência). Já em Agosto de 2015, no registo da Agência para Pessoas com

Deficiência existem 281 empresas e cooperativas especializadas registadas

de pessoas com deficiência. Estas empregam 3364 pessoas com deficiência

(isto é, pessoas que detêm um certificado de percentagem de incapacidade

emitido pelo Comité de Avaliação da Capacidade de Trabalho). No geral, a

sociedade búlgara não cria oportunidades suficientes e adequadas para a

inclusão social dos grupos vulneráveis. Existe uma falta de entendimento e

resposta apropriada aos mais desfavorecidos. As atividades das empresas

sociais na Bulgária normalmente não são particularmente atrativas para o

negócio devido aos baixos ganhos e ao lento retorno do investimento. As

áreas de atividade mais comuns das empresas sociais na Bulgária são mais

frequentemente os serviços sociais e educativos. A produção e o comércio

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estão menos desenvolvidos. As entidades que lidam com a produção estão

maioritariamente direcionadas para os alimentos (pão, mel), souvenirs,

postais, carpintaria, artes plásticas e outros. Na legislação búlgara, nesta

fase, não há ainda uma definição oficial de empresa social, assim como

regras que regulem o estatuto, forma e atividade. Para além disso, o termo

empresa social não existe formalmente na legislação do país. O único tipo de

empresa regulamentada legalmente refere-se às empresas e cooperativas

especializadas de pessoas com deficiência.

Como estruturas de apoio ao empreendedorismo social para a

juventude, as associações representativas das organizações de consultoria

no país geralmente operam no domínio das consultoria de gestão e

programas europeus para empresários sociais. A Associação Búlgara de

Organizações de Consultoria de Gestão (BAMCO) reúne e representa

consultorias profissionais e consultores certificados. A Associação foi criada

em outubro de 1997. Através dos seus membros, a BAMCO tem acesso a

mais de 400 consultores de gestão altamente qualificados. A missão da

BAMCO é manter altos os padrões profissionais e éticos no domínio da

consultoria de gestão, para auxiliar no desenvolvimento do mercado dos

serviços de consultoria e auxiliar os seus membros na identificação e

realização de oportunidades de negócio. A Associação Búlgara de

Consultores em Programas Europeus (BACEP), criada em 2009, é a primeira

e única organização profissional não-governamental de firmas de consultoria

e peritos independentes cuja esfera de atividade está focada na captação e

utilização efetiva de fundos europeus. Através das suas atividades, a BACEP

visa contribuir para o aumento e eficácia da implementação e gestão do ciclo

completo do projeto de financiamento por parte dos fundos europeus do

setor privado e público búlgaro. Assim, contribui para a melhoria das

condições socioeconómicas e para o desenvolvimento sustentável na

Bulgária. Para alcançar este objetivo, a organização reúne e canaliza a

competência dos seus membros e é parceira da tutela na otimização do

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desenvolvimento e na implementação dos programas europeus. Os serviços

de consultoria para o Programa de Desenvolvimento Rural (RDP) 2014-2020

estão regulamentados num decreto separado. O Serviço Nacional de

Consultoria Agrícola disponibiliza consultas gratuitas e formação para

agricultores em produção de colheitas, criação animal, economia agrícola e

RDP. Outras agências governamentais e ONGs que fornecem apoio a

atividades no domínio do empreendedorismo social são: a Agência para

Pessoas com Deficiência (APD), a Associação Nacional de Empregadores de

Pessoas com Deficiência (NAEPD), o Instituto Sociedade Aberta, o Fundo

para a Alternativa Social (TSA), que apoia maioritariamente membros da

comunidade romanichel, a organização Alcançar a Mudança, que visa elevar

a caridade a um nível mais alto através do desenvolvimento de modelos de

empreendedorismo social para crianças e jovens em risco, etc.

O empreendedorismo social, incluindo o empreendedorismo

jovem e o empreendedorismo social jovem, na Bulgária é apoiado pelo

Eixo Prioritário 5 do Programa Operacional para o Desenvolvimento dos

Recursos Humanos. Para o período programático anterior 2007-2013, foram

alocados quase 121 milhões de euros, co-financiados pelo Fundo Social

Europeu e pelo orçamento nacional. No entanto, muitos municípios não

implementaram estes projetos devido a dificuldades burocráticas e

preocupações relacionadas com a sustentabilidade das iniciativas. Um

problema significativo na prática do empreendedorismo social na Bulgária é

a escassez de empreendedores altamente qualificados que tendem a

desenvolver iniciativas semelhantes. A avaliação inicial do setor e o estudo

das práticas correntes mostram que as empresas sociais precisam de

capacidade adicional, não só no desenvolvimento de projetos para atrair

financiamento adicional, mas também no desenvolvimento da capacidade

organizacional, estratégia e planeamento empresarial. Existe uma

necessidade de formação adicional no domínio do planeamento empresarial,

contabilidade, gestão financeira, marketing, estabelecimento de parcerias e

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coligações, entre outros. Com base nos problemas identificados, podemos

formular uma série de recomendações para melhorar as condições para o

empreendedorismo social na Bulgária: os recursos para apoiar empresas

sociais são gastos de forma não suficientemente eficaz. Para além disso, a

falta de competências e cultura empresariais por parte dos representantes

do setor das ONGs, que ainda produzem a maioria dos recursos humanos

dos empreendedores sociais, requer uma abordagem nova e moderna ao

financiamento de empresas emergentes ou existentes, na qual a provisão de

fundos não esgote o compromisso do patrocinador e seja acompanhada por

assistência e monitorização do desenvolvimento da empresa a longo prazo.

A mobilização dos recursos internos e externos disponíveis (oportunidades

de formas alternativas de turismo, atraindo jovens empreendedores

búlgaros do país e do estrangeiro para a causa do empreendedorismo social),

pode fornecer uma base mais alargada para o desenvolvimento do setor. O

trabalho ativo com os negócios locais para promover o empreendedorismo

social e as empresas sociais é também um passo nessa direção. Na verdade,

as possibilidades de um mercado integrado europeu e práticas desenvolvidas

nas economias líderes na Europa são um recurso que pode ser utilizado

muito mais eficazmente. A otimização da legislação e a criação de um

ambiente legal flexível é um pré-requisito para o desenvolvimento do setor.

Como indiciado pela prática europeia, uma solução verificada para apoiar o

empreendedorismo social é a criação de uma organização cívica que atue

como entidade, protegendo os interesses do setor do empreendedorismo

social. Esta gera e mantém uma base de dados de empresas sociais,

exercendo influência ao nível político; promove o empreendedorismo social

como atividade para o benefício da sociedade; traça e monitoriza esquemas

de aquisição e financiamento.

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2.3.2. PORTUGAL

Existem muitos programas em Portugal que incidem no

Empreendedorismo Social, alguns gerais e outros orientados para a

juventude. Diferentes programas públicos e privados serão descritos em

seguida.

O Programa Escolhas 99 visa mobilizar comunidades locais para

projetos de igualdade de oportunidades direcionados para crianças e jovens

das mais vulneráveis proveniências socioeconómicas, particularmente

imigrantes e minorias étnicas.

O Programa foi criado em 2001 e já conta com seis fases de

desenvolvimento: de 2004 a 2008 (Escolhas 2ª Geração), de 2007 a 2009

(Escolhas 3ª Geração), de 2010 a 2012 (Escolhas 4ª Geração), de 2013 a

2015 (Escolhas 5ª Geração); a 6ª Geração estará em curso até 31/12/2018.

No âmbito desta 6ª geração, o Programa Escolhas (PE) irá financiar 90

projetos, 88 em território nacional e duas experiências internacionais em

Luxemburgo e no Reino Unido, que podem ser renovados anualmente até ao

final de 2018. Em paralelo, o regulamento do programa garante que novos

projetos possam ser financiados para os anos 2017 e 2018, e estima-se que

o número de projectos financiados possa atingir os 130 até ao final de 2018.

Prevê-se que 90 projetos envolverão um total de 75.000 participantes.

22 projetos estão localizados no Norte, 12 no Centro, 40 em Lisboa, 4 no

Algarve, 7 no Alentejo, 3 projetos nas Regiões Autónomas dos Açores e da

Madeira e 2 projetos noutros territórios europeus, um no Luxemburgo e

outro no Reino Unido.

É expectável que os projetos financiados mobilizem por todo o país

mais de 840 entidades parceiras entre municípios, freguesias, agrupamentos

escolares, comissões de proteção de crianças e jovens em risco, o Instituto

99 http://www.programaescolhas.pt/.

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do Emprego e Formação Profissional (IEFP), associações de imigrantes e

instituições privadas de solidariedade social, entre outros.

As áreas de intervenção são as seguintes: empreendedorismo e

capacitação dos jovens, inclusão escolar e educação não-formal, formação

profissional e empregabilidade, cidadania e inclusão digital.

Comparada com as anteriores gerações do programa, na 6ª geração

existe uma extensão do grupo etário até aos 30 anos, permitindo assim uma

intervenção mais consistente no emprego e na empregabilidade.

O Programa Escolhas é financiado pela Direção Geral da Educação

(Ministério da Educação) e pelo Instituto da Segurança Social (Ministério do

Trabalho, Solidariedade e Segurança Social) e co-financiado pelo Fundo

Social Europeu / Portugal 2020 e pelos Programas Operacionais Regionais de

Lisboa e Algarve.

O Programa Empreende Já - Rede de Perceção e Gestão de

Negócios (EJÁ)100 é um programa de apoio à criação e desenvolvimento de

empresas e entidades da economia social, assim como a criação de emprego

para e por jovens. Este Programa foi concebido para apoiar a

empregabilidade dos Jovens NEET (acrónimo para “Neither in Employment

nor in Education or Training” - jovem que não está nem a trabalhar nem a

estudar ou a frequentar qualquer tipo de formação) e tem os seguintes

objetivos:

Promover uma cultura empreendedora centrada na criatividade e na

inovação através do apoio ao desenvolvimento de projetos que

visem a constituição de empresas ou de entidades da economia

social;

Apoiar a capacitação de jovens NEET através de formação,

aumentando os seus níveis de empregabilidade;

100 https://eja.juventude.gov.pt/#/programa.

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Apoiar a constituição de empresas ou de entidades de economia

social.

O grupo-alvo é constituído por todos os jovens que reúnam, à data de

candidatura, os seguintes requisitos:

com idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos;

residentes em Portugal;

que tenham completado a escolaridade obrigatoria;

que sejam considerados/as, face as regras comunitarias, NEET

(Neither in Employment nor in Education or Training);

que estejam inscritos/as nos serviços de emprego.

Este Programa para apoio a jovens empreendedores compreende o

desenvolvimento de duas ações:

Ação 1 - Apoio ao desenvolvimento de projetos com vista à criação

de empresas e de entidades da economia social (com base em ideias

próprias ou através de ideias disponibilizadas na Rede de Fomento

de Negócios). Nesta ação 1, os jovens empresários beneficiam de:

bolsa no valor de 691,71 euros (1,65x o IAS 101 ; seguro de

acidentes pessoais; formação com a duração máxima de 250 horas;

tutoria com a duração máxima de 30 horas.

Ação 2 - Apoio à sustentabilidade de entidades e de postos de

trabalho (criados ao abrigo do programa, resultantes dos projetos

desenvolvidos na ação 1 do programa). Nesta ação, os jovens

empreendedores beneficiarão de um apoio de 10.000,00 euros, por

projeto, para iniciarem um negócio ou uma entidade de economia

social e criar o seu emprego.

101 The Social Support Index (IAS), which serves as a reference for the calculation of various supports and benefits, is 421.32€ in 2017.

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A primeira fase de candidaturas decorreu entre 20.12.2016 e

06.03.2017.

A 1ª Edição do Concurso Nacional de Jovens Empreendedores102

foi desenvolvida pela Fundação da Juventude103 no ano letivo 2016/2017 e

visa promover o empreendedorismo criativo e social, estimulando a geração

de ideias e negócios inovadores. Todos os procedimentos relativos a

divulgação, promoção, candidatura, apresentação pública, avaliação e

publicação de resultados foram desenvolvidos entre março e junho de 2017.

O concurso tem os seguintes objectivos específicos:

Fomentar, reconhecer, distinguir e premiar a inovação, a

criatividade e o talento dos jovens empreendedores;

Identificar jovens talentos, através da organização de atividades de

proximidade e relacionamento com os principais agentes

intervenientes na educação e formação dos jovens;

Fomentar nos jovens a capacidade analítica, estimulando a reflexão,

o espírito crítico, a capacidade de expressão e de argumentação, a

imaginação e a criatividade em contexto de identificação de

oportunidades de negócios;

Potenciar o contacto dos jovens com o “mundo real”, preparando-os

para uma melhor integração no mercado de trabalho;

Envolver os professores na dinamização de atividades que

potenciem a criatividade e a valorização do talento, promovendo

uma melhoria dos mecanismos de formação dos jovens;

Incentivar os ideais da cooperação e do intercâmbio entre jovens

empreendedores, e estimular o aparecimento de jovens talentos ao

nível do empreendedorismo criativo e social.

102 http://ms.fjuventude.pt/jovensempreendedores2017/. 103 Fundação da Juventude é uma instituição privada de interesse público, não-lucrativa, focada na Formação, no Empreendedorismo e no Apoio ao Emprego Jovem, criada em 1989.

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De âmbito nacional, este concurso pretende incentivar um espírito

empreendedor nos jovens.

A 1ª Edição deste concurso dirige-se a dois grupos específicos:

Jovens a frequentar o ensino secundário, em escolas públicas ou

privadas, centros de formação profissional ou outras entidades

formadoras que promovam ofertas de dupla certificação para

jovens;

Jovens a frequentar o ensino superior, em universidades públicas ou

privadas, ou politécnicos, com idades compreendidas entre os 18 e

os 25 anos.

São admitidos a concurso trabalhos individuais ou em grupo, no

máximo, de 3 elementos, acompanhados por um professor/formador

responsável pelo projeto.

Os projetos devem enquadrar-se numa das seguintes áreas de

intervenção:

Empreendedorismo Criativo, que inclui as atividades das indústrias

culturais e criativas que fazem da utilização da criatividade, do

conhecimento cultural e da propriedade intelectual, os recursos para

produzir bens e serviços transacionáveis e internacionalizáveis com

significado social e cultural (como sejam as artes performativas e

visuais, o património cultural, o artesanato, o cinema, a rádio, a

televisão, a música, a edição, o software educacional e de

entretenimento e outro software e serviços de informática, os novos

media, a arquitetura, o design, a moda e a publicidade).

Empreendedorismo Social, onde se inserem os projetos que

preconizam respostas inovadoras que se distinguem das respostas

tradicionais, na resolução de problemas sociais, pelo seu potencial

de impacto e sustentabilidade.

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A avaliação dos projetos candidatos ao concurso é realizada de acordo

com os seguintes critérios: inovação e criatividade; elemento diferenciador

face ao mercado, originalidade das ideias; viabilidade; planeamento e

organização; potencial do impacto social; potencial do impacto económico.

O Programas de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do

Próprio Emprego, promovidos pelo IEFP – Instituto do Emprego e

Formação Profissional (Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança

Social).

Estes programas visam apoiar projetos para a criação de negócios que

gerem emprego e contribuam para a dinamização das economias locais,

através de crédito ao investimento com garantia e bonificação das taxas de

juro.

O grupo alvo é composto por jovens desempregados à procura do

primeiro emprego, com idades compreendidas entre 18 e 35 anos e o ensino

secundário completo.

O apoio é concedido através de crédito ao investimento com garantia e

bonificação das taxas de juro, e apoio técnico para criação e consolidação de

projetos com financiamento: acompanhamento do projeto aprovado e

consultoria para apoiar o desenvolvimento do projeto.

Muitos outros projetos de emprego e empreendedorismo podem ser

consultados no âmbito da intervenção do Ministério do Trabalho,

Solidariedade e Segurança Social, do Ministério da Economia e do Ministério

da Educação, muitos deles promovidos em conjunto por estas entidades

públicas104.

104 https://juventude.gov.pt/Emprego/Paginas/default.aspx.

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111

2.3.3. TURQUIA

No início dos anos 2000, estudos e políticas para a juventude que

emergiram no âmbito do quadro do Programa para a Juventude da União

Europeia tornaram-se o centro da atenção na Europa e eventualmente na

Turquia. A importância de estudos para a juventude na Turquia pode ser

entendida pela alta taxa de população jovem entre a população total.

Segundo os dados do Instituto de Estatística Turco (TSI) para o ano 2016, a

população total na Turquia no final de 2016 era de 79.814.871, sendo que a

população jovem entre 15-24 anos de idade perfazia 12.989.042, logo a

população jovem constituía 16.3% da população total.

No Relatório para o Desenvolvimento Humano (BM) das Nações Unidas

(2008), estima-se que no ano de 2023, aproximadamente 70% da

população da Turquia se encontrará em idade ativa e que a população ativa

continuará a crescer até 2040, embora a um ritmo mais lento. Esta condição

designada “janela de oportunidade demográfica”, acontece apenas uma vez

na história de um país105.

Embora os estudos para a juventude tenham entrado conceitualmente

na Turquia na década de 2000, os estudos feitos no terreno remontam a

anos anteriores. Gençtur, sediado em Istambul e fundado em 1979, e o

Centro de Serviços para a Juventude, sediado em Ankara e fundado em

1985, estão entre os primeiros estabelecimentos não governamentais que

organizaram atividades acerca dos estudos para a juventude na Turquia ao

nível internacional106. No plano de ação do Governo de 2008 acerca do tema

da implementação de estudos sobre a juventude na Turquia, com referência

105 Şentuna, M.,Çelebi, M. http://dergiler.ankara.edu.tr/dergiler/17/1587/17188.pdf. 106 Nemrutlu, G, Historical Development of Youth Studies in Turkey Civilian Field, Youth Studies and Policies in

Turkey Der. Nuran Yentürk vd. İstanbul, Bilgi University publishing, 2008, pp167-196.

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direta na juventude, foi usada a expressão “estudos direcionados para

consolidar a juventude serão aumentados”107.

Segundo Nemrutlu (2008), quatro eventos fundamentais afetaram o

desenvolvimento histórico dos estudos para a juventude que foram

realizados no domínio civil na Turquia:

1. Cimeira Habitat II em Istambul em 1996;

2. O início do Programa de Ação para a Juventude Europeia-

Mediterrânica, ao qual a Turquia se juntou em 1999;

3. O estabelecimento da Agência Nacional e a iniciativa do Conselho

para a Juventude em 2003;

4. Novos programas e projetos, iniciados por vários estabelecimentos

civis e públicos no domínio da juventude em 2005.

No início dos anos 2000 na Turquia, com as contribuições da União

Europeia, do Conselho Europeu e da Agência Nacional Turca, os projetos

para a juventude ganharam grande dinâmica. Com o apoio de ajudas

financeiras, como o Programa para a Juventude, os estudos para a

juventude foram difundidos. Como consequência da harmonização da

legislação europeia, a liberdade de organização aumentou e a sociedade civil

recebeu mais organizações para a juventude 108 . Os estudos para a

juventude conduzidos na Turquia focam-se em temas como a participação e

o desenvolvimento social dos jovens, atividades sociais e culturais,

providenciando educação e bolsas, saúde, programas de mudança e

ambiente.

107 Şentuna, M.,Çelebi, M., ibid. 108 Kurtaran, Y. & Yurttagüler, L., Youth Studies History, Şebeke Youth Participation Project Books– Number: 4,

Istanbul Bilgi University Publishing,2014, Istanbul.

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No âmbito do Erasmus+ gerido pela Agência Nacional Turca 109 ,

estudantes universitários, jovens, formadores e técnicos de juventude,

organizações e instituições não governamentais, instituições públicas,

organizações sem fins lucrativos e instituições ligadas ao desporto são

financiadas no âmbito de projetos e programas de intercâmbio. Estudantes

universitários podem beneficiar de estágios em mobilidade durante o verão e

um semestre de mobilidade de estudos nos países da União Europeia e

países candidatos.

Em 2012, a Agência Nacional Turca compilou projetos feitos por jovens

na Turquia num livro intitulado Implementação de Bons Projetos no âmbito

do Programa para a Juventude, incluindo títulos e respetivo sumário de

projetos estabelecidos na Turquia. Esses títulos são os seguintes: projetos

de intercâmbio jovem, projetos de empreendedorismo jovem, projetos de

democracia jovem, projetos de serviço de voluntariado europeu, projetos de

cooperação com países vizinhos da União Europeia, projetos de educação e

networking para formadores e técnicos, e estabelecimentos para a

juventude, encontros e projetos para líderes juvenis e responsáveis pelas

políticas para a juventude.

Entre as organizações de topo que ocupam o lugar mais proeminente

no âmbito dos estudos para a juventude implementados na Turquia está o

Ministério para a Juventude e o Desporto da República Turca 110 .

Implementando muito mais projetos como "Jovens não serão esquecidos”,

“Semana da Juventude”, “Cidades e Culturas”, “Damla Project”, “Academia

Internacional para a Juventude”, programa de apoio a projetos para a

juventude, 1 mestre 10 aprendizes e campos temáticos de jovens, o

Ministério tem vindo a desempenhar um papel fundamental no processo de

intensificação dos estudos para a juventude na Turquia.

109 http://www.ua.gov.tr/programlar/erasmus-programı/gençlik-programı. 110 http://www.gsb.gov.tr

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Excluindo os estudos conduzidos pela Agência Nacional Turca e pelo

Ministério para a Juventude e o Desporto, existem unidades de estudo para

a juventude no âmbito das universidades da Turquia. Entre estas, uma das

mais ativas é a Unidade de Estudos para a Juventude, criada em 2006, na

Universidade Bilgi em Istambul111. A unidade demonstra atividade no âmbito

do centro de estudos não-governamentais. Os domínios de trabalho da

unidade podem ser classificados em quatro títulos principais: realização de

trabalho científico sobre a juventude, políticas e estudos para a juventude,

apoiar a aprendizagem dos pares entre si no domínio dos estudos para a

juventude com o programa de networking, início de estudos inovadores para

a juventude com o programa modelo e as atividades visando o

desenvolvimento de políticas democráticas para a juventude com o

programa institucional. Algumas universidades que têm unidades para a

juventude como a Universidade Bilgi são: Universidade Arel, Universidade

Muğla Sıtkı Koçman, Universidade Bilkent, Universidade Akdeniz e

Universidade Hacettepe.

Financiado pela União Europeia e pela República Turca e com a

participação da unidade dos estudos para a Juventude da Universidade Bilgi,

ŞEBEKE é um dos projetos realizados. O objetivo do projeto é melhorar a

participação de jovens cidadãos e organizações não-governamentais (ONGs)

em discussões públicas e mecanismos de tomada de decisões. Por outro

lado, também se pretende que a participação social dos jovens seja apoiada.

No âmbito do projeto, o tema é o estatuto dos jovens na cidadania na

Turquia, logo a relação com o cidadão e a participação de jovens cidadãos

foi analisada no âmbito do quadro das dimensões social, política e

económica, e as sugestões políticas que foram requisito para a melhoria dos

111 http://www.genclik.bilgi.edu.tr

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cidadãos jovens e os textos estrangeiros sobre o tema foram traduzidos para

turco112.

Existem muitas organizações não-governamentais na Turquia e

conselhos/assembleias para a juventude no corpo dos municípios,

implementando ativamente estudos para a juventude. O Conselho para a

Juventude no âmbito da Fundação para Voluntários Comunitários (TOG)113 é

disso exemplo. A Fundação para Voluntários Comunitários fornece

mobilidade para os jovens no país e no estrangeiro, em temas específicos

para estabelecer sustentabilidade e criar áreas para os jovens aprenderem

uns com os outros. A Assembleia do Conselho para a Juventude da Cidade

İzmir 114 pode ser considerada como exemplo de um conselho para a

juventude que participa no contexto dos conselhos municipais/da cidade. A

assembleia realiza estudos no âmbito dos projetos da UE, informação, vida

natural e ambiente, empreendedorismo jovem, questões e sensibilização

para a juventude, os jovens e a política, comunicação, cultura-arte e cidade.

O Empreendedorismo Individual Jovem (Bigg) incluído em TUBITAK115

trabalha para o “apoio de ideias de inovação orientadas.” Programas de

apoio ao empreendedorismo que integram KOSGEB 116 são uma das

instituições que providencia o maior apoio aos jovens empresários na

Turquia. TOBB (Sindicado das Câmaras e Bolsa de Mercadorias da Turquia),

Conselho Municipal de Jovens Empresários 117 , trabalha em prol dos

seguintes objetivos: criar oportunidades de desenvolvimento de carreira aos

jovens ensinando-lhes métodos de auto-melhoria; apoiar jovens

empresários a estabelecer um negócio e a sustentá-lo com sucesso;

determinar políticas que ajudem a criar uma empresa nos setores de apoio

112 http://www.sebeke.org.tr/sebeke-nedir 113 https://www.tog.org.tr/neler-yapiyoruz-tog-topluluklari/ 114 http://www.izmirkentkonseyi.org.tr/Anasayfa 115 http://bigg.tubitak.gov.tr/bigg-hakkinda.htm 116 http://www.kosgeb.gov.tr/site/tr/genel/detay/1231/girisimcilik-destek-programi 117 https://www.tobb.org.tr/TOBBGencGirisimcilerKurulu/Sayfalar/Hakkimizda.php

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ao desenvolvimento da economia turca e direcionar os jovens

empreendedores para esses setores dando-lhes incentivos; organizar várias

atividades sociais e programas de formação com o objetivo de criar

consciência para a responsabilidade social nos jovens empreendedores, ao

participarem em organizações não governamentais e administrações locais;

possibilitar-lhes o estabelecimento de parcerias com essas instituições nos

seus estudos e projetos.

2.4. BOAS PRÁTICAS DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL

2.4.1. BULGÁRIA

1. THE NATIONAL ALLIANCE FOR SOCIAL RESPONSIBILITY

Nome da Iniciativa: Aliança Nacional para a Responsabilidade Social

Tipo de Organização: Organização não-governamental

Data de Início: 2009

Fundada por: Rede Nacional de Prestadores de Serviços a Pessoas com

Deficiência

Estratégia: Aliança Nacional para a Responsabilidade Social (NASR) é

uma organização não-governamental nacional a trabalhar ativamente para a

criação e realização de políticas, atividades e serviços efetivos sociais,

nacionais e locais. Os fundadores pretendem congregar possibilidades e

estimular os esforços de ONGs, temas empresariais, municípios e outras

entidades para criar um ambiente socialmente responsável, estimulando

participações sociais na rede comunitária, ajudando as pessoas na Bulgária a

alcançar melhor qualidade de vida.

• Apoio para pessoas com deficiência e outros grupos sociais

principalmente através da Rede Nacional de Prestadores de Serviços Sociais,

participação no Conselho Nacional para a Integração de Pessoas com

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Deficiência e uma parceria europeia ativa através de EASPD como sua

representante na Bulgária.

• Formação e implementação de políticas sociais locais ativas, criação e

desenvolvimento de responsabilidade social através dos municípios com o

aumento das oportunidades e contribuição para a melhoria dos serviços

sociais, a qualidade de vida das pessoas necessitadas e todos os cidadãos.

• Apoio ao desenvolvimento da responsabilidade social corporativa na

Bulgária focando-se em abordagens centradas nas pessoas, especialmente

aquelas que se referem a pessoas necessitadas, incluindo pessoas com

deficiência. Algumas das maiores empresas na Bulgária, que são membros

da NASR, por exemplo Solvey Sodi AD, KCM 2000 AD, Aurubis Bulgaria AD e

outras, contribuíram fortemente para a consecução destes objetivos.

• Espiritualidade, arte e cultura desempenham um importante papel nas

atividades da NASR; são uma condição crucial para o sucesso de qualquer

iniciativa e uma parte integrante dos critérios para uma vida melhor. Entre

os seus projetos de sucesso estão: Pass It On — Sensibilização para a

abertura de oportunidades no Mercado Laboral para pessoas com deficiência

através de Formação Vocacional e Estratégias ao Longo da Vida; o Projeto

The Common Voice Network - construir uma rede internacional para redes

nacionais de influência de prestadores de serviços sociais a pessoas com

deficiências intelectuais, múltiplas e autismo na Região Centro e Leste

Europeu; Empathy – inclusão social ativa de pessoas com deficiência através

da promoção e implementação de políticas para igualdade de oportunidades

e inclusão social com a criação de um Centro de Apoio para pessoas com

Deficiência.

Grupos-alvo: entidades legais com e sem fins lucrativos, municípios,

entidades e organizações municipais e regionais

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118

Stakeholders: apoio de diferentes comunidades sociais para uma

melhor qualidade de vida e desenvolvimento social acelerado da Bulgária.

Frequência: atividades em curso.

Impacto: A NASR tem mais de 100 prestadores de serviços que

também dirigem empresas sociais como parte das suas atividades de

reabilitação social. Tem 712 likes no Facebook.

Línguas (website): Búlgaro e Inglês.

Website: http://naso.bg/en/

Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/nasobg?fref=ts

YouTube:

https://www.youtube.com/channel/UCCFxSlNhO8jBE8QNfF3xqHQ

Conteúdo: O website da NASR inclui as seguintes secções: Sobre a

NASO, Notícias, Eventos, Projetos, Biblioteca, Prémios, Links, Contactos.

Materiais Visuais:

.

2. SOS ENTREPRENEURS

Nome da Iniciativa: SOS Empreendedores.

Tipo de Organização: organização sem fins lucrativos.

Data de Início: 2012.

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Fundada por: Fundação SOS Empreendedores.

Estratégia: A Fundação SOS Empreendedores é uma organização

búlgara sem fins lucrativos, que oferece serviço de apoio a micro, pequenas

e médias empresas e a jovens empreendedores e start-ups em todas as

fases de criação ou consolidação do seu projeto. A sua missão é promover e

desenvolver o empreendedorismo social e a iniciativa privada na Bulgária. A

Fundação SOS Empreendedores apoia e acompanha empreendedores

fornecendo-lhes informação e consultoria. A sua visão é agir como

intermediário entre empresas procurando apoio e suportando a organização.

As principais atividades da fundação incluem:

• Elaborar materiais informativos, bases de dados, desenvolvimento

de investigação, manuais, análises e estratégias;

• Apoiar iniciativas da sociedade civil, projetos, ongs e empresários;

• Organizar e participar em workshops, mesas redondas, conferências

e fóruns temáticos, seminários;

• Estabelecer e desenvolver redes de cooperação e participação

nessas redes, partilhar experiências, iniciativas de formação e

parcerias;

• Promover casos de estudo, “boas práticas” e abordagens inovadoras

entre empresários na Bulgária.

Grupos-alvo: Micro, pequenas e médias empresas, novos empresários

e start-ups.

Stakeholders: Micro, pequenas e médias empresas, novos empresários

e start-ups.

Frequência: atividades em curso.

Impacto: A SOS Empreendedores têm dois projetos realizados até à

data: “A competência Suíça em Empreendedorismo Social – Programa de

Formação” e “Tipos Contemporâneos de Engenharia Financeira para

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incrementar o Empreendedorismo Social". O número de pessoas envolvidas

não está disponível publicamente.

Línguas: Búlgaro.

Website: http://sos-predpriemachi.com

Redes Sociais: N/A.

Conteúdo: O website da Fundação SOS Empreendedores inclui as

seguintes secções: Sobre nós, Notícias e Eventos, Documentos, Projetos,

Newsletter e Contactos.

Materiais Visuais:

3. JUNİOR ACHİEVEMENT

Nome da Iniciativa: Junior Achievement.

Tipo de Organização: organização sem fins lucrativos para benefício

público.

Data de Início: 1997.

Fundada por: Mr. Dimi Panitza.

Estratégia: A Junior Achievement (JA) está entre as organizações

líderes mundiais, oferecendo programas e cursos atuais em negócios,

economia e desenvolvimento do espírito empreendedor através de

atividades educativas e práticas em literacia económica e financeira,

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competências de negócios, liderança e estratégias de sucesso. Desde 1997,

a organização motiva jovens a serem ativos e proativos e prepara-os para

serem capazes de realizar as suas ideias num ambiente competitivo.

A JA Bulgária realiza um número de iniciativas com especial foco em

providenciar oportunidades de desenvolvimento pessoal de jovens

desfavorecidos:

• As iniciativas Smart Start (Início Inteligente) e Manager for a Day

(Gestor por um Dia) em 2012 conseguiram a participação de 50 estudantes

do ensino superior de origem étnica romanichel de escolas em Samokov,

Sliven, Kotel e Yambol. Todos eles passaram um dia de trabalho intenso em

empresas e instituições e aprenderam a escrever CVs e cartas de motivação.

Todos os anos, jovens da rede SoS Kinderdorf participam na iniciativa

Manager for a Day. Mesmo sem beneficiarem de prioridade especial, foram

selecionados por empresas e instituições lideres como estagiários por um dia.

• A JA Bulgária dá oportunidade a alunos desfavorecidos (normalmente

jovens em acolhimento familiar) a fazerem parte do programa de estágio de

verão.

• Em parceria com a Coca-Cola HBC Bulgária, a JA Bulgária

proporcionou uma formação especializada de uma semana em

desenvolvimento pessoal, gestão de carreira e empreendedorismo a

estudantes órfãos a viver na Casa de Acolhimento na vila de Doganovo perto

de Sofia.

• A JA Bulgária concebeu em 2014 um projeto de parceria sobre

literacia financeira com a Metlife Bulgaria dando atenção exclusiva a quatro

escolas em Sofia caracterizadas pela localização desfavorecida em bairros

menos desenvolvidos, baixo orçamento das famílias e menor sucesso

académico. A literacia financeira é especialmente crucial para jovens com

esse historial.

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• O projeto "Coesão social da JA Bulgária", financiado pela Embaixada

do EUA, dirigiu um modelo de inovação social para o desenvolvimento

comunitário local e a participação ativa de stakeholders através do

encorajamento à educação para o empreendedorismo nos níveis 1-7 em

escolas em áreas do país económica e socialmente desfavorecidas

previamente selecionadas. Duas regiões caracterizadas pela população

etnicamente diversificada, baixa atividade económica e níveis elevados de

desemprego beneficiaram deste projeto – Shumen e Targovishte.

• O projeto da JA Bulgária “Empreendedorismo Ecológico para um

Desenvolvimento Sustentável” foi criado especificamente para contribuir

para a criação de negócios que respeitem a natureza e incluam uma

preocupação pela natureza no cerne da sua atividade económica. A equipa

JA Bulgária participou na atividade de plantação de árvores em 2014 (junto

com a empresa parceira Traventuria) e o objetivo é participar numa

atividade deste género pelo menos uma vez por ano.

Grupos-alvo: Jovens.

Stakeholders: Gestores de recursos humanos, empresários,

organizações de formação, ONGs para a juventude, comunidades locais, etc.

Frequência: Atividades em curso.

Impacto: O nome Junior Achievement foi mencionado 69 vezes em

documentos recentemente publicados pela Comissão Europeia (DG GROW),

apontando as boas práticas estabelecidas e apresentando os resultados

alcançados. Anualmente, 33.000 alunos e mais de 2.000 estudantes

universitários beneficiam dos programas de empreendedorismo jovem. A

página do Facebook tem 11.488 likes e é seguida por 11.371 pessoas.

Línguas: Búlgaro e Inglês.

Website: http://www.jabulgaria.org/en/

Redes Sociais:

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Facebook: https://www.facebook.com/jabulgaria/

Twitter: https://twitter.com/JABulgaria

Vimeo: https://vimeo.com/user3541960

YouTube: https://www.youtube.com/user/JABULGARIA

Conteúdo: O website da Junior Achievement contém as seguintes

secções: Sobre Nós, Notícias, Programas, Iniciativas, Projetos, Formação,

Histórias de Sucesso, Os nossos Professores, Recursos, Adesão e Compras.

Materiais Visuais:

4. ABLE

Nome da Iniciativa: ABLE.

Tipo de Organização: Associação.

Data de Início: 2011.

Fundado por: “Comunidade ativa de jovens empreendedores”.

Estratégia: A Associação de Líderes e Empreendedores Búlgaros

(ABLE) é uma organização não-governamental, estabelecida por alunos do

Programa de Jovens Líderes Búlgaros (BYLP). A sua missão é desenvolver a

sociedade civil ativa, inspirar liderança e promover a cultura empresarial na

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Bulgária. ABLE é uma comunidade vibrante de jovens empreendedores que

tentam fazer a diferença na realidade búlgara.

ABLE envolve-se numa variedade de atividades e projetos, entre os

quais diferentes eventos públicos, competições, iniciativas de incubadora e

outras. O projeto ABLE Mentor pretende associar jovens profissionais a

estudantes universitários e construir uma rede de pessoas, dispostas a

partilhar experiência, conhecimento, desafios pessoais e aspirações. O

projeto sensibiliza os estudantes para o empreendedorismo como meio de

ultrapassar dificuldades enquanto tentam atingir objetivos. Torna

prontamente disponível a informação sobre carreira e desenvolvimento

académico. Finalmente, auxilia estudantes a ousar dar o primeiro passo na

consecução daquele projeto há muito almejado. I-hub é outra iniciativa da

ABLE que visa fazer a ponte entre a educação académica e o design de

produtos tecnológicos comerciáveis. É um programa de dois meses que

encoraja a inovação transdisciplinar e a cooperação entre estudantes e

profissionais com diferentes historiais o que é crucial para o avanço pessoal

e profissional de ambos. I-hub é também uma oportunidade de realizar as

melhores ideias.

O programa permite aos participantes obter conhecimento fundamental

sobre como podem aplicar as suas ideias ao mundo dos negócios através de:

• Um curto estudo sobre as bases da economia e conceitos de

negócios;

• Um concurso para produtos tecnológicos orientados para o mercado

desenvolvidos por equipas;

• Partilha de conhecimento e experiência com profissionais no domínio

dos negócios e inovação;

• Feedback constante por parte de mentores com experiência;

• Apresentações a investidores.

Grupos-alvo: jovens empreendedores.

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Stakeholders: empresas emergentes, gestores de recursos humanos,

empresários, organizações de formação, ONGs para a juventude,

comunidades locais, etc.

Frequência: atividades em curso.

Impacto: Nos últimos cinco anos, ABLE atingiu mais de 200 membros,

10 projetos, 40 start-ups, 250 eventos, 1.000 formandos e 10.000

participantes em eventos. A sua página no Facebook tem 27.078 likes e é

seguida por 26.814 pessoas.

Línguas: Búlgaro e Inglês.

Website: https://www.ablebulgaria.org/en/

Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/ABLE.Bulgaria/?fref=ts

Twitter: https://twitter.com/ABLEBulgaria

Linkedin: https://www.linkedin.com/company/2800360

YouTube: https://www.youtube.com/user/ABLEBulgaria

Conteúdo: O website da ABLE inclui as seguintes secções: Sobre Nós,

Projetos, Pessoas, Notícias, Parceiros e Contactos.

Materiais Visuais:

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5. PARENT ASSOCIATION OF CHILDREN COOPERATIVES

Nome da Iniciativa: Associação de Pais de Cooperativas para Crianças.

Tipo de Organização: Associação.

Data de Criação: 2015.

Fundada por: Associação "PlayCentre Friends".

Estratégia: O novo tipo em desenvolvimento de Cooperativas é outro

bom exemplo de um nova forma de empresa. Esta cooperativa é o resultado

de um problema persistente na capital onde não há suficientes jardins-de-

infância para crianças pequenas. Os pais têm de ficar em casa, a tomar

conta dos filhos, ou têm de contratar uma babysitter, o que é muito

dispendioso. Um grupo de sete pais organizou esta nova cooperativa e, em

cada dia, um deles tira um dia de dispensa do trabalho para tomar conta de

crianças no pequeno apartamento que arrendam. Desta forma, todos

trabalham quatro dias por semana, e há sempre alguém de confiança a

tomar conta das crianças. Esta iniciativa tem vindo a desenvolver-se –

começaram a organizar cursos, reuniões, eventos ecológicos, etc, alguns dos

quais gerando lucro.

Grupos-alvo: pais de crianças até aos 7 anos.

Stakeholders: crianças, comunidades locais, etc.

Frequência: atividades em curso.

Impacto: 22 cooperativas parentais fazem parte da rede de

cooperativas para crianças da Associação de Pais. A página de Facebook da

associação tem 1.744 likes 1.738 seguidores.

Línguas: Búlgaro.

Website: http://priateli.info

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Redes Sociais:

Facebook:

https://www.facebook.com/asociacia.za.roditelski.kooperativi?fref=ts

Conteúdo: O website da Associação de Pais de Cooperativas para

Crianças inclui as seguintes secções: Cooperativas Parentais, Associação das

Cooperativas Parentais, Cooperativas Operacionais, Recursos, Contactos e

"Amigos" Play Centre.

Materiais Visuais:

6. CHOVEKOLUBIE

Nome da Iniciativa: Chovekolubie.

Tipo de Organização: Organização sem fins lucrativos para benefício

público.

Data de Início: 1992.

Fundada por: Dr. Emil Markov – psiquiatra.

Estratégia: A Associação "Chovekolubie" trabalha para o

desenvolvimento do potencial humano para promover a saúde mental como

valor para indivíduos e sociedade.

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Diretrizes principais:

- Apoiar e proteger pessoas com problemas de saúde mental,

resultando em formação e apoio para lidar com os próprios

problemas e para o crescimento espiritual pessoal;

- Aumentar a literacia psicológica na sociedade;

- Promover o Centro de Saúde Mental “Chovekolubie” como centro

para o despertar espiritual, sensibilização para os valores humanos

e promoção de experiência internacional em problemas de saúde

mental.

A Associação “Chovekolubie” em Pazardjik fornece serviços a pessoas

com deficiência mental, ajudando-as através de terapias alternativas:

terapia pela arte, terapia pelo trabalho, desporto (xadrez, em particular).

Desde 2001, a associação criou um Centro para a saúde mental e, desde

2002, uma empresa social. Desde 2005 a associação tem desenvolvido a sua

atividade criando um centro para reabilitação e integração social de pessoas

com deficiência mental onde existem serviços sociais delegados pelo Estado.

Os pacientes que estão em melhor condição são empregados pela

associação para trabalhar no centro para a saúde mental ou no centro para

reabilitação e integração social de pessoas com deficiência mental e ajudar

outros pacientes. Este negócio social não é auto-sustentável, não é lucrativo,

mas tem um objetivo social. Esta condição é típica da maioria dos

prestadores de serviço social atualmente.

Grupos-alvo: pessoas com deficiência mental.

Stakeholders: famílias de pessoas com deficiência mental,

empregadores de pessoas com deficiência mental, prestadores de serviço

social, instituições públicas, etc.

Frequência: atividades em curso.

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Impacto: Anualmente mais de 100 pessoas com problemas de saúde

mental beneficiam dos serviços, apoio e alojamento em curso. A página de

Facebook da associação tem 73 likes e 71 seguidores.

Línguas: Búlgaro e Inglês.

Website: http://chovekolubie.org/en/

Redes Sociais:

Facebook:

https://www.facebook.com/Сдружение-Човеколюбие-

249162145204791

Conteúdo: o website da Chovekolubie inclui as seguintes secções:

Sobre Nós, Notícias, Atividades e Projetos.

Materiais Visuais:

7. CENTRO CULTURAL “THE RED HOUSE”

Nome da Iniciativa: Centro Cultural “The Red House”.

Tipo de Organização: Organização sem fins lucrativos para benefício

público.

Data de Criação: 1996.

Fundado por: Fundação Gulliver Clearing.

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Estratégia: O Centro Red House para a Cultura e Debate organiza e

apresenta programas sociopolíticos, artísticos, culturais, assim como sociais

e educativos. A organização fomenta o desenvolvimento do setor

independente da arte contemporânea na Bulgária, fornece formação em

áreas e métodos menos conhecidos nas artes, cultura, atividades e práticas

sociais na Bulgária, contribui para o pluralismo nas formas estética e

organizacional para as artes e cultura na Bulgária, desenvolve cultura e

processos de grupo, através da apresentação de vários tópicos sociais cria o

ambiente para a publicidade adequada, desenvolve o pensamento crítico e o

discurso público, incentiva o desenvolvimento de várias comunidades e o

diálogo entre elas, fomenta o debate sociopolítico.

- Programas Políticos e Sociais

Os debates públicos, conferências e apresentações de análises

sociopolíticas focam a atenção em temas políticos, sociais e culturais

importantes que não são suficientemente discutidos na sociedade e nos

meios de comunicação. Como parte destes programas políticos e sociais, A

“Red House” organiza conferências públicas de intelectuais proeminentes

sobre tópicos relacionados com a sociedade em geral. As conferências são

publicadas em jornais e revistas ou em publicações informais.

- Programas de Artes e Cultura

A Red House é um espaço para experiências artísticas no domínio das

artes performativas e visuais, cinema, música, literatura e novos meios de

comunicação. O Centro organiza atuações de grupos independentes,

exposições de artistas visuais contemporâneos, conferências e debates, arte

e cultura contemporâneas. O Programa de Artes e Cultura da Red House

apresenta produções próprias, atuações de teatro de grupos independentes,

concertos e exposições. A Red House também apresenta as tendências

búlgaras e internacionais no desenvolvimento do cinema de documentário e

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arte experimental, assim como filmes vídeo de atuações de relevo - marcos

no desenvolvimento das artes performativas nos últimos 10 anos.

- Programas Social e Educativo

O programa social da Red House desenvolve a ideia do poder e eficácia

dos processos de grupo criativos e artísticos, tanto para a vida comunitária

como para a sociedade em geral. O programa tem como alvo os grupos mais

vulneráveis da sociedade. Até ao final de 2004, o foco é inteiramente a

integração social de crianças e jovens, desprovidas de cuidado parental e

que vivem em instituições sociais. Nos próximos anos, o grupo-alvo alargar-

se-á gradualmente para a prevenção e o trabalho com grupos sociais em

menor risco.

O principal elemento do programa educativo da Red House é o

desenvolvimento do Programa de Mestrado Práticas Artísticas Psicossociais e

Psicodrama – um programa em parceria com a Universidade Nova da

Bulgária.

Grupos-alvo: Grupos, comunidades, artistas, cientistas, etc.

Stakeholders: Comunidades locais, organismos públicos, instituições

públicas, estruturas culturais não formais.

Frequência: Atividades em curso.

Impacto: A “Red House” tem 83 parceiros que apoiam as suas

atividades. O número de beneficiários que usam os serviços da “Red house”

não está disponível publicamente. A página do Facebook tem 9.737 likes e

9.593 seguidores.

Línguas: Búlgaro e Inglês.

Website: http://www.redhouse-sofia.org

Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/redhousesofia/

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YouTube: https://www.youtube.com/user/redhousesofia

Conteúdo: O website da Red House inclui as seguintes secções: Sobre

nós, Apoiada por, Áudio/vídeo, Rss, Red B&B e Red Point Bistro.

Materiais Visuais:

8. NADEZHKO BAKERIES

Nome da Iniciativa: Padarias NadEzhko.

Tipo de Organização: Associação sem fins lucrativos.

Data de Criação: 2014.

Fundado por: Bread Houses Network.

Estratégia: As Padarias NadEzhko, desenvolvidas pela empresa

NadEzhko, são parte da “Bread Houses Network” e oferecem uma

combinação inovadora de padaria orgânica com panificadora interativa e

centro comunitário, onde pessoas de todos os quadrantes, grupos

socialmente excluídos e pessoas com deficiência se juntam regularmente

para fazer, cozer e cortar pão.

A companhia vende não só pão de alta qualidade e outros produtos

gourmet e serviços únicos (Bread building team building; Theatre of Crumbs

events; Bread in the Dark/BIND, conduzido por pessoas invisuais). Os 10

métodos únicos de panificação da empresa com diversas formas de arte são

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comprovados internacionalmente como uma nova forma de terapia artística,

“terapia do pão”.

As Padarias NadEzhko funcionam como concessão social, com padarias

em bairros de todo o mundo a servir igualmente como comunidade local e

centro de integração social. As padarias têm a missão de formar e empregar

como padeiros pessoas com baixo rendimento e órfãos (padeiros,

formadores em formação de equipas e organizadores comunitários), assim

como pessoas com necessidades especiais diversas e potencial para

desenvolver boas competências sociais (invisuais, pessoas com deficiência,

com síndrome de Down, etc.) para serem facilitadoras nas workshops

comunitárias, nos eventos coletivos de panificação. A missão destas padarias

é proporcionar a reunião da comunidade para relançar tradições locais,

educar sobre solidariedade, igualdade na diversidade, cooperação na vida e

nutrição sustentável, artes e criatividade.

As padarias NadEzhko têm atualmente duas empresas sociais na

Bulgária a operar em Sofia e Gabrovo, onde empregam padeiros órfãos com

formação. O seu plano e visão é expandir e abrir mais padarias na Bulgária e

em alguns outros países e, após atingir uma quantidade considerável de

clientes, lucros e popularidade, a rede evoluirá como franchising social com

novas padarias NadEzhko geridas por franchisados pró-ativos.

Grupos-alvo: Comunidades locais, jovens, pessoas com deficiência,

pessoas desfavorecidas.

Stakeholders: Comunidades locais, familiares de pessoas com

deficiência, legisladores, ONGs, etc.

Frequência: Atividades em curso.

Impacto: As Padarias NadEzhko são uma empresa social, parte da rede

Bread Houses Bulgaria. A Bread Houses Bulgaria é uma conhecida ONG que

gere uma das empresas sociais mais bem-sucedidas na Bulgária. Atualmente

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as Padarias NadEzhko trabalham com 11 parceiros – todos eles grandes

organizações. O número de clientes não está disponível publicamente, mas

os seus serviços podem ser facilmente acedidos por qualquer cidadão

búlgaro.

Línguas: Búlgaro e Inglês.

Website: http://nadezhko.com/en

Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/BreadHouseSofia

Plataforma Online: http://www.lovens.net

Conteúdo: O website das padarias NadEzhko inclui as seguintes

secções: bread.bg, Sobre nós, Programas, Empresas Sociais, Jogo, Onde

estamos e Contactos.

Materiais Visuais:

2.4.2. PORTUGAL

Como já foi mencionado anteriormente, o terceiro setor em Portugal é

composto por mais de 55.000 organizações com fim social, sendo

caracterizado pela forte presença de quadros organizacionais da Economia

Social tradicional, nomeadamente associações, instituições particulares de

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solidariedade social, organizações religiosas, cooperativas, fundações e

sociedades mutualistas. O terceiro setor pode ser visto como um interface

adequado para as iniciativas de empreendedorismo social crescerem. Os

empreendedores sociais são uma força impulsionadora para a mudança

social e a inovação empresarial, e operam a todos os níveis da sociedade,

desde o local ao nacional e internacional, e são bem-sucedidos no

tratamento de problemas sociais profundos em áreas onde os governos, os

mercados e as instituições de caridade estão a falhar.

O "Mapa de Inovação e Empreendedorismo Social em Portugal"

identificou 216 iniciativas com grande potencial para a inovação social118.

Seguiremos de perto algumas das iniciativas descritas neste instrumento. A

ideia principal é identificar iniciativas mais alargadas que possam criar e

apoiar iniciativas locais, assim como identificar algumas dessas iniciativas

locais com impacto direto nas comunidades. Todas as boas práticas e

iniciativas portuguesas selecionadas e descritas abaixo acrescentam valor

social a vários níveis: local, regional, nacional e mundial. Todas as

competências e experiências podem ser replicadas noutros países e

contextos.

1. MIES

Nome da Iniciativa: MIES - Mapa de Inovação e Empreendedorismo

Social.

Tipo de Organização: O MIES é um projeto de investigação que

identifica iniciativas de elevado potencial de empreendedorismo social.

Fundada por: IES - Social Business School e IPAV - Instituto Padre

António Vieira

118 A identificação de Iniciativas para a Inovação e Alto Portencial para o Empreendedorismo Social foi realizada

utilizando a metodologia ES+. Esta metodologia foca-se na análise da competitividade dos modelos empresariais

inovadores identificados. www.mies.pt.

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Data de início: 2015.

Estratégia: O MIES é um projeto de investigação que identifica

iniciativas de elevado potencial de empreendedorismo social. Tem como

objetivo mapear e disseminar casos de sucesso e boas práticas nacionais no

campo da inovação e do empreendedorismo social, usando a metodologia

ES+, uma metodologia que fomenta o envolvimento de proximidade com as

regiões em causa. O propósito desta metodologia internacionalmente

reconhecida, é o de identificar e mapear ideias e negócios transformadores

com potencial de crescimento, promovendo sempre a proximidade e

participação da comunidade onde se insere. Este método permite uma

melhor avaliação das necessidade e do potencial social, assim como a

disseminação e partilha das melhores práticas aos níveis regional e local. A

metodologia foi implementada em três regiões nacionais: Cascais, Vila Real

e Porto assim como na rede nacional do Programa Escolhas.

Grupos-alvo: Iniciativas que se enquadram na definição de inovação e

empreendedorismo social, ou seja, iniciativas que abordam questões sociais

/ ambientais negligenciadas, com um alto potencial de transformação

positiva na sociedade.

Stakeholders: Parcerias com instituições públicas e privadas

(nacionais e internacionais).

Impacto: Foram identificadas 4205 iniciativas; 444 foram estudadas

aprofundadamente e 134 foram selecionadas.

Línguas (Website): Português e Inglês.

Website: www.mies.pt

Redes Sociais:

https://www.facebook.com/miesportugal/

https://www.youtube.com/user/MIESPortugal

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Conteúdo: Esta iniciativa presta especial atenção à comunicação e à

partilha de conhecimento gerado através da criação de uma ferramenta

online que inclui um mapa interativo com os projetos identificados, a

publicação de um livro, a produção de vídeos curtos que destacam os

aspetos fortes de cada iniciativa e ajudam a divulgar as soluções e a

organização de eventos nacionais e internacionais. Também é possível

encontrar no site uma ferramenta de competitividade que ajuda o

empreendedor a criar e avaliar seu negócio social.

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138

2. LABORATÓRIO DE INVESTIMENTO SOCIAL

Nome da Iniciativa: Laboratório de Investimento Social.

Tipo de Organização: O Laboratório de Investimento Social é um

projeto que pretende ser um centro de conhecimento no que diz respeito ao

investimento social.

Fundada por: IES - Social Business School e Fundação Caloust

Gulbenkian.

Data de início: Fevereiro de 2014.

Estratégia: O Laboratório de Investimento Social têm como objetivo

dar aos empresários e empresas sociais acesso a fontes de financiamento,

bem como atribuir "Títulos de impacto social" que mobilizam capital privado

para investir em organizações e empreendedores sociais que demonstrem

impacto social e potencial retorno financeiro.

Esta iniciativa desenvolve e garante principalmente 3 serviços: suporte

de gestão, estudos de viabilidade e títulos de impacto social. Ele garante o

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suporte de gestão para organizações e investidores de forma a melhorar a

prontidão dos projetos para captar o investimento social e maximizar seu

impacto na prática diária. Desenvolve estudos de viabilidade de projetos de

investimento social em diferentes áreas, incluindo temas como

institucionalização de crianças e jovens, emprego de jovens, população idosa,

educação, saúde e justiça. Apoia organizações, investidores e entidades do

setor público no desenvolvimento e estruturação de títulos de impacto social.

Grupo-alvo: Organizações Sociais, investidores, entidades do sector

público; estudantes e profissionais que pretendem adquirir e desenvolver

conhecimento no sector de investimento social.

Stakeholders: Fundação Caloust Gulbenkian; IES - Social Business

School; Social Finance UK.

Impacto: O Laboratório de Investimento Social angariou 120 000€ em

investimento, 65 jovens participaram na "Academia Código Júnior", 7

participaram no programa de pesquisa SIB com notas de pesquisa

publicadas.

O primeiro "Título de Impacto Social" foi atribuído a um projecto de

código "Academia Código Júnior" para melhorar as percentagens de retenção

e as notas escolares. O resultado foi uma melhoria de 10% na performance

escolar e nas capacidade de raciocínio lógico.

Línguas (Website): Português e Inglês

Website: http://investimentosocial.pt/

Redes Sociais:

https://www.facebook.com/investimentosocial

https://twitter.com/invest_socialPT

https://www.linkedin.com/company/laborat%C3%B3rio-de-

investimento-social

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Conteúdo: É possível encontrar no website informação acerca dos

Títulos de Impacto Social, o programa de pesquisa SIB, o grupo de trabalho

para o investimento social, assim como artigos e notas de pesquisa.

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3. EKUI

Nome da Iniciativa: EKUI.

Tipo de Organização: Primeira linha de material didático e recreativo

inclusivo.

Fundado por: Calmira Macedo e desenvolvido pela Associação Leque.

Data de início: Abril 2015.

Estratégia: A EKUI é uma iniciativa desenvolvida pela Associação

LEQUE que visa garantir uma alfabetização e comunicação universal

inclusiva através da implementação de um Kit de 26 cartas com letras do

alfabeto, em que cada carta possui 4 Leituras diferentes (Linguagem de

gestos em Português, Braille, Alfabeto fonético e ortografia comum). Os

cartões alfabéticos são o primeiro produto da linha de materiais inclusivos

EKUI.

EKUI significa Equidade | Conhecimento | Universalidade | Inclusão. A

EKUI garante a equidade no acesso aos bens e serviços de Educação e

Reabilitação nas áreas de Comunicação, Aprendizagem, Alfabetização e

Componente Recreativa. A par das cartas foi também criada uma aplicação

Web para computadores, tablets e smartphones.

Esta linha de produtos tem uma forte componente de solidariedade uma

vez que a receita reverte totalmente para instituições do setor social.

Grupos-alvo: Crianças em idade escolar; Instituições escolares;

Instituições de saúde e Instituições sociais; profissionais.

Stakeholders: Instituições públicas e privadas (Fundação EDP;

Fundação Montepio; Missão Sorriso).

Impacto: Premiado em 2011 como Ideia Inovadora no II Bootcamp de

Empreendedorismo Social (IES); Reconhecido em 2015 como alto potencial

para empreendedorismo social; 2000 crianças beneficiaram dos cartões

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EKUI; Poupança familiar de 80%; Redução do analfabetismo de pessoas com

limitações sensoriais em 20% por ano.

Línguas (Website): Português.

Website: http://ekui.pt/web/

Redes Sociais: https://www.facebook.com/ekuipt/

Conteúdo: Pode-se encontrar no website informações sobre os cartões,

como comprá-los e depoimentos de profissionais.

4. SPECIAL SURF 78

Nome da Iniciativa: Special Surf 78.

Tipo de Organização: O Special Surf 78 é uma escola de surf

inovadora que oferece aulas a todos, principalmente a pessoas com

deficiência.

Fundada por: Edgar Batalha e Nuno Batalha.

Data de início: Abril 2011.

Estratégia: O Special Surf 78 é uma escola de surf inovadora criada

por dois professores de educação física e educação especial, amantes do surf.

Têm como missão proporcionar a todas as pessoas, especialmente às

pessoas com deficiência, a oportunidade de desenvolver atividades motoras

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em ambiente inclusivo, com acompanhamento técnico e pedagógico

adequado, bem como contribuir para o alargamento da oferta desportiva nas

áreas educacional, recreativa, terapêutica e competitiva para pessoas com

deficiência.

Neste contexto, a iniciativa Special Surf 78 visa promover a integração

social de pessoas com necessidades especiais cognitivas ou motoras

(temporárias ou permanentes) garantindo oportunidades iguais, acesso ao

desporto e lazer, saúde física e mental / bem-estar. Esta iniciativa decorre

no ambiente natural da praia (contacto directo com a natureza), utilizando o

mar, as ondas e o surf como instrumento de intervenção. A escola é

composta por uma equipa multidisciplinar de professores, técnicos,

terapeutas e psicólogos ligados às áreas de educação especial e surf.

Grupos-alvo: Todos que queiram aprender surf, com ou sem

necessidades especiais temporários ou permanentes.

Stakeholders: Instituições públicas e privadas.

Impacto: Desde o início, o projeto Special Surf 78 trabalhou

regularmente com três instituições e com treze instituições pontualmente,

colocando mais de 200 crianças com necessidades especiais na água.

Línguas (Website): Português.

Website: www.specialsurf78.com

Redes Sociais:

https://www.facebook.com/specialsurf78

https://twitter.com/specialsurf78

https://www.linkedin.com/in/specialsurf78

https://www.youtube.com/user/Specialsurf78

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Conteúdo: Poderá encontrar no website informação útil acerca das

aulas de surf bem como informação sobre surf inclusivo.

5. COLOR ADD

Nome da Iniciativa: Color ADD.

Tipo de Organização: Color ADD é um sistema de identificação de

cores que permite que pessoas daltónicas identifiquem qualquer tipo e

variante de cor.

Fundada por: Miguel Neiva at Miguel Neiva Associados - Design

Gráfico, Lda.

Data de início: Março 2010.

Estratégia: ColorADD é uma linguagem única, universal, inclusiva e

não discriminatória que permite que as pessoas daltónicas identifiquem

cores, com um amplo espectro de utilização em empresas e entidades,

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sempre que a cor é um fator de identificação, orientação ou escolha. Este

Sistema de Identificação de Cores foi criado em 2010 por uma empresa de

design - Miguel Neiva e Associados - Design Gráfico, Lda.

Esta iniciativa aborda o problema do daltonismo e portanto o seu grupo-

alvo é composto por todas as pessoas com dificuldades na interpretação de

cores, nomeadamente o daltónico. Estima-se que 350 milhões de pessoas

(cerca de 10% da população masculina e 0,5% da população feminina em

todo o mundo) são daltónicas. Neste contexto, o projecto Color Add foi

considerado pela revista Galileo como uma das 40 inovações que mudarão o

mundo.

O código ColorADD baseia-se em três símbolos gráficos que

representam as três cores primárias. Através do conhecimento adquirido na

"Teoria da adição de cores" ensinada nos primeiros anos de escolaridade, os

símbolos podem ser conjugados e toda a paleta de cores identificada

graficamente. O preto e o branco surjem como indicadores de tons escuros e

claros. O código torna-se "um jogo mental" fácil de memorizar e aplicar no

dia-a-dia.

ColorADD é universal. Permitindo a integração mantendo sempre a

privacidade do daltónico - é inclusivo sem discriminar. Assim, cada aplicação

é para todos e não especificamente para os daltónicos. A ColorADD adiciona

valor económico e social para empresas ou entidades que usam o código,

oferecendo aos seus consumidores um produto inovador com uma forte

pegada social.

A ColorADD já está implementada em várias áreas, como roupas,

têxteis e sapatos (rotulagem e catálogos), lápis, editores de livros didáticos,

transportes (mapas de metro), administração da cidade (por exemplo,

mapas, sinalização, acessibilidade, lixo seletivo, escolas), saúde

(acessibilidade e rotulagem farmacêutica), Food Retails (rótulo de

alimentação leve), entre outros, conquistando conhecimentos através de

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parcerias sólidas e criando experiências replicáveis essenciais para instalar o

código em uma escala global e transversal.

A educação é uma atividade estratégica na missão da ColorADD e,

consequentemente, está incluída no nosso Sistema de Licenciamento Pro-

bono. O Código tornou-se parte integrante das comunidades escolares, uma

ferramenta inequívoca ao serviço de professores e estudantes, concretizada

num protocolo assinado com o Ministério da Educação e Ciências de Portugal,

estabelecendo um exemplo socialmente responsável para o mundo.

Grupos-alvo: Indivíduos com dificuldade na interpretação de cores.

Stakeholders: Instituições públicas e privadas.

Impacto: O código é implementado de forma transversal por

empresas de referência e órgãos públicos em diferentes áreas: educação,

saúde, têxteis, transporte, etc. Premiado com a Medalha de Ouro de

Comemoração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, entre outros

reconhecimentos nacionais e internacionais.

Línguas (Website): Inglês.

Website: http://www.coloradd.net

Redes Sociais:

https://www.facebook.com/ColorADDoficial/

https://www.youtube.com/user/ColorADDvideos/videos?flow=grid&sort

=da&view=0

Conteúdo: Poderá encontrar no website informação sobre o Color Add

e como implementar em diferentes áreas, também poderá encontrar uma

secção" About us" e informação acerca de publicações e conferências.

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2.4.3. TURQUIA

1. B-FIT

Nome da Iniciativa: B-fit.

Tipo de Organização: B-fit é um club de fitness concessionado apenas

para mulheres em vários sítios na Turquia.

Fundada por: Bedriye Hülya.

Data de Início: 2006.

Estratégia: O objetivo do B-fit é oferecer às mulheres um contexto

desportivo e social para encorajar a sua independência. O espaço fitness do

B-fit fornece às mulheres uma zona confortável a preços acessíveis.

Enquanto oferece este serviço às clientes, o B-fit permite a centenas de

mulheres gerirem o seu próprio concessionário B-fit em vários locais na

Turquia. O B-fit permite que estas mulheres entrem no mundo do trabalho.

Basicamente, o B-fit contribui duplamente para as mulheres: fornecendo

áreas de fitness para consumidores finais e uma oportunidade de

estabelecer a própria empresa através de concessão.

Grupos-alvo: Mulheres de todas as idades que queiram praticar

desporto e/ou gerir a sua própria empresa através de concessão.

Stakeholders: Concessionários, empresas com acordos de adesão

institucionais, sócios individuais.

Frequência: O B-fit está aberto das 08:00 às 20:00, dias úteis e

sábados.

Impacto: O B-fit tem mais de 180.000 sócios no ginásio, 220

localizações de ginásios e emprega mais de 500 mulheres na Turquia.

Também tem um concessionário na Alemanha e no Norte do Chipre. Para o

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futuro, o B-fit planeia expandir-se para outros países com características

culturais semelhantes. O B-fit reinveste todo o lucro alcançado e desta

forma garante a sua sustentabilidade. Tem 42.647 likes no Facebook e

quase 10.000 seguidores no Instagram.

Línguas (website): Turco, Inglês.

Website: https://b-fit.com.tr/

Meios de Comunicação Social:

Facebook: https://www.facebook.com/bfitkadini/timeline

Twitter: https://twitter.com/bfitkadini

Instagram: https://www.instagram.com/bfitkadini/

Linkedin: https://www.linkedin.com/company/b-fit-kad-nlar-n-spor-ve-

ya-am-merkezi

YouTube: https://www.youtube.com/user/bfitkadini

Conteúdo: O website do B-fit inclui as seguintes secções; quem

somos; concessão; atual; loja b-fit; contactos; ferramenta para contabilizar

o exercício e a perda de peso. O website e os canais de meios de

comunicação social estão em consonância com os materiais visuais da marca,

como o uso da cor verde e o logótipo baseado na imagem de uma maçã

verde.

Materiais Visuais:

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Outros: A fundadora Bedriye Hülya recebeu o Prémio “Endeavor

Entrepreneur” em 2009, foi considerada a empresária social do ano em 2014

pela Fundação World Economic Forum’s Schwab. Ela é membro da Ashoka

desde 2012.

2. TARIMSAL PAZARLAMA

Nome da Iniciativa: Tarımsal Pazarlama.

Tipo de Organização: Empreendimento social de plataforma múltipla

que fornece formação a agricultores na Turquia.

Fundada por: Tülin Akın.

Data de Início: 2004.

Estratégia: Tarımsal Pazarlama é a primeira plataforma social de

comércio agrícola na Turquia. A ideia central de Tarımsal Pazarlama é

habilitar os agricultores e as suas famílias sensibilizando-os para questões

agrícolas. A fonte principal de informação é o website oficial, para além do

qual Tarımsal Pazarlama utiliza uma larga oferta de canais de comunicação,

desde SMS diários até à criação de produtos de hardware e software para

agricultores.

Grupos-alvo: Agricultores e as suas famílias.

Stakeholders: Parcerias com bancos e multinacionais (por exemplo,

Vodafone, Lassa, Intel).

Frequência: Comunica com os agricultores com muita frequência, por

vezes todos os dias através de SMS.

Impacto: Tarımsal Pazarlama conseguiu atingir e criar impacto em

12.000 aldeias rurais, 1 milhão de agricultores e 5 milhões de pessoas

incluindo famílias de agricultores. Tarımsal Pazarlama tem 6097 likes no

Facebook e 1362 seguidores no Twitter.

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Línguas (website): Turco.

Website: https://www.tarimsalpazarlama.com/

Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/tarimsalpazarlama

Twitter: https://twitter.com/TarmsalPazarlam

Conteúdo: O website Tarımsal Pazarlama inclui as seguintes secções:

setores onde operam, lista de membros, anúncios, bases de dados, links

locais e notícias. Contém também um mapa onde constam membros de

regiões específicas. O logótipo e as suas cores refletem o âmbito do

empreendimento com o foco na natureza e na agricultura.

Materiais Visuais:

Outros: O maior desafio de Tülin Akın foi trazer instrumentos modernos

para um mercado tradicional como a agricultura. Este desafio levou Tarımsal

Pazarlama a colaborar com grandes empresas e criar produtos inovadores.

Tarımsal Pazarlama é membro Ashoka desde 2012.

3. ÇÖP(M)ADAM

Tipo de Organização: Çöp(m)adam começou como projeto

experimental que lidava com questões de empregabilidade das mulheres na

Turquia e a importância da reciclagem. Çöp(m)adam tornou-se uma

sociedade anónima em 2008.

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Fundada por: Tara Hopkins.

Data de Criação: 2008.

Estratégia: “Çöp” significa “lixo” em turco; “madam” vem da palavra

francesa. “Çöp(m)adam” (Senhoras do Lixo) simboliza este significado –

pegar em lixo e transformá-lo em algo moderno e divertido. Çöp(m)adam

visa utilizar os desperdícios de uma forma criativa, estética e única. Os

produtos Çöp(m)adam são feitos com embalagens que seriam deitadas fora.

As produtoras da Çöp(m)adam são mulheres que nunca auferiram um

salário antes. Todos os produtos são únicos e assinados pelas suas criadoras.

As mulheres transformam os desperdícios em objetos interessantes e úteis

que são vendidos na oficina Çöp(m)adam, em lojas na Turquia e no

estrangeiro ou em cooperação com empresas multinacionais. Descrita pelas

palavras da própria fundadores Tara Hopkins Çöp(m)adam é “um local onde

as mulheres podem ser elas próprias e onde podem crescer e aprender umas

com as outras: um local para usarem as competências que têm, aprender

novas e, ao mesmo tempo, ensinar novas competências a outras pessoas.”

Grupos-alvo: São contratadas mulheres que nunca receberam um

salário.

Stakeholders: Patrocinadores Universidade Sabanci University e

Unilever, boutiques que vendem produtos Çöp(m)adam.

Impacto: Çöp(m)adam emprega mais de 400 mulheres. Muitas delas

fizeram formação com Çöp(m)adam e depois conseguiram empregos a

tempo parcial ou a tempo inteiro. Çöp(m)adam tem 880 likes no Facebook.

Línguas (website): Turco, Inglês.

Website: http://www.copmadam.com/

Redes Sociais:

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Facebook: https://www.facebook.com/%C3%87%C3%B6p-madam-

345840932287227/

Twitter: https://twitter.com/hashtag/%C3%A7%C3%B6pmadam

Instagram:

https://www.instagram.com/explore/tags/%C3%A7%C3%B6pmadam/

Conteúdo: O website Çöp(m)adam inclui as seguintes secções -

sobre, oficina, catálogo e blog. O logótipo reflete a criatividade da marca e o

conceito de homem/mulher do lixo.

Materiais Visuais:

Outros: A fundadora Tara Hopkins é a primeira empresária a iniciar o

programa Ashoka na Turquia, tornando-se a primeira representante.

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4. TÜRKİYE ÜÇÜNCÜ SEKTÖR VAKFI TÜSEV

Nome da Iniciativa: Türkiye Üçüncü Sektör Vakfı TÜSEV (Fundação

Terceiro Setor da Turquia).

Tipo de Organização: Tüsev é uma fundação global que trabalha para

desenvolver o setor com um todo.

Fundada por: 23 organizações da sociedade civil líderes na Turquia.

Data de Início: 1993.

Estratégia: Tüsev tem uma rede de apoio de mais de 100 associações

e fundações que partilham a visão de fortalecer as infraestruturas legais,

fiscais e operacionais do terceiro setor na Turquia. Os seus programas

incluem: Reforma da Lei da Sociedade Civil, Investimento Social, Relações

Internacionais e Networking, Investigação e Publicações. As áreas de

atividade incluem vários domínios, como serviços sociais, saúde,

empreendedorismo, reforma jurídica, cultura, solidariedade profissional,

planeamento familiar, agricultura, direitos humanos e desenvolvimento. A

missão de Tüsev é fornecer uma infra-estrutura de apoio legal e fiscal para

organizações sem fins lucrativos; encorajar transferências de recursos

eficazes para as organizações; facilitar parcerias entre o terceiro setor e os

setores público e privado; promover a colaboração entre a comunidade

internacional e o terceiro setor turco; e conduzir a investigação sobre o

papel, as necessidades e a dinâmica do setor.

Grupos-alvo: Organizações dos setores público, privado e terceiro

setor na Turquia e em plataformas internacionais.

Stakeholders: Tüsev tem uma rede de apoio de mais de 100

associações e fundações.

Frequência: Tüsev publica e-newsletters trimestralmente, organiza

frequentemente conferências e publica relatórios de investigação.

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Impacto: Tüsev foi o principal organizador do Fórum das Fundações UN

Habitat II Conference em 1996. Foi o facilitador do apoio financeiro

internacional para assistência às vítimas do terramoto catastrófico Marmara

em 1999. Tüsev tem 9379 seguidores no Twitter e 3382 likes no Facebook.

Línguas (website): Turco e Inglês.

Link do Website: http://www.tusev.org.tr/tr

Links das Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/tusevtr

Twitter: https://twitter.com/TUSEV

Conteúdo: O website Tüsev inclui as seguintes secções: sobre nós,

reforma da lei da sociedade civil, investimento social, relações internacionais,

investigação&publicações, imprensa e contactos.

Materiais Visuais:

Outros:

O modelo organizacional de Tüsev é baseado no modelo organizacional

do Centro da Fundação Europeia na Bélgica.

5. ALTERNATİF YAŞAM DERNEĞİ AYDER

Nome da Iniciativa: Alternatif Yaşam Derneği AYDER (Associação Vida

Alternativa).

Tipo de Organização: Ayder é uma organização não governamental.

Fundada por: Ercan Tutal.

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Data de Início: 2002.

Estratégia: Ayder foi criada com o objetivo de aumentar a consciência

para: as necessidades das pessoas social e fisicamente desfavorecidas; a

sua integração na vida social; e o desenvolvimento de parcerias entre os

grupos desfavorecidos, os governos, as autoridades locais e o setor privado.

Grupos-alvo: Pessoas com deficiência e grupos desfavorecidos.

Stakeholders: Fundação Vodafone Turquia, Ministério da Família e da

Política Social, Municípios, Rotários.

Frequência: Com o título Düşler Akademisi (Dreams Academy), Ayder

organiza frequentemente eventos de acordo com os seus objetivos.

Impacto: Ayder cria projetos sociais alternativos e inovadores, que

incluem elementos de educação, desporto, turismo e saúde para pessoas

com deficiência, grupos desfavorecidos e assim converter esta “grande

minoria” numa sociedade produtiva e ativa que possa participar de forma

independente na vida social. Têm 10.697 likes no Facebook e 3623

seguidores no Twitter.

Línguas (website): Turco, Inglês.

Website: http://www.ayder.org.tr/en

Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/DuslerAkademy

Twitter: https://twitter.com/DuslerAkademisi

Conteúdo: O website inclui as seguintes secções - associação,

academia, domínio, outro projeto, produtos/serviços, galeria, candidatura e

contactos.

Materiais Visuais:

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Outros: Ayder conquistou vários prémios como o Prémio Golden

Compass para organizações da sociedade civil na 11.ª Edição Golden

Compass Public Relations organizada pela Associação de Relações Púbicas

Turca (TUHID) em 2012 e ''Boas Práticas no Trabalho com Jovens''

preparado por UNDP e British Council em 2013.

6. TURKİSHWİN

Nome da Iniciativa: TurkishWin

Tipo de Organização: TurkishWin é uma plataforma de comunicação

internacional que junta mulheres com família, cultura e laços profissionais.

Fundada por: Melek Pulatkonak.

Data de Início: 2010.

Estratégia: A visão da TurkishWin é criar um mundo onde todas as

mulheres possam realizar o seu potencial. Os valores da TurkishWin são:

curiosidade, coragem, generosidade, fiabilidade e sentido de pertença. A

razão para a sua existência é inspirar, apoiar e celebrar as mulheres na sua

jornada de auto-atualização na Turquia e no estrangeiro numa irmandade

global. O seu mote é: "Se ela conseguiu, eu também consigo!"

Grupos-alvo: Mulheres de todos os setores, grupos etários e países

que se identifiquem com a Turquia. São membros mulheres de negócios,

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artistas, empresárias, investigadoras e estudantes. 65% dos membros

vivem na Turquia.

Stakeholders: Entre os principais apoiantes encontram-se Borusan

Holding, İltek Media, Microsoft e Turkcell.

Frequência: Os eventos ocorrem frequentemente em quatro

categorias: conferências, tutoria, campusWin e impacto.

Impacto: As suas atividades incluem: histórias da vida real através de

conferências, notícias e eventos, partilha de experiências com uma mulher

extraordinária através de tutoria, investimento nas próximas gerações

através de campusWin e transformar as mulheres em criadoras de mudança

através do impacto. Têm 18.883 likes no Facebook e 4443 seguidores no

Instagram.

Línguas (website): Inglês, Turco.

Website: http://www.turkishwin.com/

Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/TurkishWINners/

Instagram: https://www.instagram.com/officialturkishwin/

YouTube: https://www.youtube.com/turkishwin

Conteúdo: O website consiste nos seguintes títulos: sobre, convicções,

impacto, adesão, conferências, tutoria, eventos&notícias e campus.

Materiais Visuais:

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7. AKUT

Nome da Iniciativa: AKUT.

Tipo de Organização: AKUT é uma organização não-governamental

inteiramente voluntária, envolvida na procura, assistência e salvamento de

todos os que necessitem de ajuda em acidentes na montanha ou outros

acidentes na natureza, desastres naturais e outras situações de emergência.

Akut oferece pessoal formado, disciplinado e equipamento de alta-qualidade.

Fundada por: Nasuh Mahruki.

Data de Início: 1996.

Estratégia: Os valores de AKUT são: voluntariado, integridade,

fiabilidade, solicitude/humanitarismo e o respeito pela vida humana. Com

uma estrutura organizacional que lhe permite reagir rapidamente a uma

grande variedade de situações de emergência, AKUT tem a capacidade de

tomar decisões rápidas diante de uma situação de crise.

Grupos-alvo: Aqueles que necessitam de ajuda em acidentes na

montanha ou outros acidentes na natureza, desastres naturais e outras

situações de emergência.

Stakeholders: Akut tem mais de 200 membros permanentes e 1300

membros voluntários.

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Frequência: Akut tem filiais locais em 32 províncias da Turquia assim

como em Istambul com serviço 24/7.

Impacto: Akut tem 238.115 likes no Facebook, 541.160 seguidores no

Twitter e 18.412 seguidores no Instagram. Akut desempenhou um papel

extraordinário no salvamento das vítimas do catastrófico Terramoto

Marmara em 1999 na região e principalmente em Istambul.

Línguas (website): Turco, Inglês.

Website: https://www.akut.org.tr/en

Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/AKUT

Twitter: https://twitter.com/akut_dernegi

Instagram: https://www.instagram.com/akutdernegi/?ref=badge

YouTube: https://www.youtube.com/user/akut

Conteúdo: O conteúdo do website AKUT inclui as seguintes secções:

acerca de Akut, missão e valores éticos, código disciplinar, donativos e

contactos.

Materiais Visuais:

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8. YOUNGSDAY

Nome da Iniciativa: Youngsday.

Tipo de Organização: Youngsday é um blog mundial não lucrativo que

publica artigos sobre jovens profissionais, empresários e académicos de

diferentes países em vários domínios.

Fundado por: Pınar Bilgiç, Orkun Başaran, Sabri Sahin Can.

Data de Início: 2013.

Estratégia: Youngsday dedica-se à construção de uma comunidade de

jovens profissionais, académicos e empreendedores, de diferentes culturas e

localizações que estão dispostos a partilhar as suas perspetivas sobre

negócios e mundo académico à sua volta. A comunidade Youngsday está

empenhada em fazer a mudança através da informação e da partilha de

opiniões. Os princípios essenciais da Youngsday são: ser uma comunidade

sem fins lucrativos que se manterá sempre livre, os seus autores terem

entre 20-30 anos, manter a percentagem de autores a viver na mesma

cidade e ter a mesma nacionalidade a uma taxa muito baixa, ter uma

posição política neutral, publicar artigos às quartas-feiras, os donativos

serem determinados pelos coordenadores da Youngsday e os autores terem

cumprido seis meses de autoria.

Grupos-alvo: Quem pretender dar valor acrescentado à comunidade

será bem-vindo na Youngsday desde que tenha entre 20-30 anos.

Stakeholders: Autores de diferentes países com idades compreendidas

entre 20-30 anos.

Impacto: Youngsday juntou autores de 15 países com uma média de

idades de 26. Youngsday tem 423 likes no Facebook.

Línguas (website): Inglês.

Website: www.youngsday.com

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Redes Sociais:

Facebook: https://www.facebook.com/Youngsday

Twitter: https://twitter.com/youngsdayblog

Conteúdo: Youngsday inclui publicações de autores sobre os seguintes

temas: tecnologia, negócios, mundo académico, design&arquitetura,

economia&política, finança&mercados, geral, indústrias, estilo de vida. Os

autores partilham os seus artigos à quarta-feira, referido como Youngsday

(Dia dos Jovens).

Materiais Visuais:

2.5. POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO SOCIAL

NOS PAÍSES PARCEIROS

2.5.1. BULGÁRIA

Atualmente não existe uma definição clara de Empresas Sociais na

Bulgária. O conceito desenvolvido maioritariamente pelo “Bulgarian Center

for Non-for-profit Law” (Centro Búlgaro para a Lei Sem fins Lucrativos) não

está integrado em políticas, leis ou debate público na Bulgária. E mais – este

termo não está incluído em leis ou documentos de planeamento do Estado.

Nas atuais Estratégias Sociais Regionais, referem-se Empresas

Especializadas em vez de Empresas Sociais. É uma herança do passado

socialista, quando as empresas especializadas se estabeleciam para

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assegurar postos de trabalho para pessoas com deficiência. Algumas ainda

estão em funções.

Apesar da ausência de referência no quadro legislativo nacional, estão

planeadas algumas medidas a nível nacional e a sua implementação está

para breve. As principais fontes de informação que determinam as políticas

nacionais, regionais e locais no domínio do desenvolvimento dos serviços

sociais são:

1. Relatório Nacional sobre as Estratégias para a Proteção Social e

Inclusão Social 2008-2010;

2. Estratégia Nacional “Visão para a Desinstitucionalização das

Crianças na Bulgária”;

3. Estratégia para Assegurar a Igualdade de Oportunidades para

Pessoas com Deficiência 2008–2015;

4. Plano de Ação para Assegurar a Igualdade de Oportunidades para

Pessoas com Deficiência 2010–2011;

5. Lei da Assistência Social e outros.

Os documentos nacionais mais importantes no domínio do

empreendedorismo social são:

• Europa 2020: Programa Nacional de Reformas (atualizado em

2015);

• Conceito Nacional de Economia Social, 2011;

• Plano de Ação para Implementação da Estratégia para a Economia

Social 2014–2015 atribuído a um grupo de trabalho do Ministério do

Trabalho e Política Social;

• Estratégia Nacional para a Redução da Pobreza e Promoção da

Inclusão Social;

• Programa Operacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos

2014–2020.

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A Estratégia para assegurar a igualdade de oportunidades para pessoas

com deficiência 2008-2015 visa a execução efetiva da política do governo

búlgaro para a melhoria da sua qualidade de vida, contra a discriminação

com base em sinais de "lesão", assegurando a igualdade de oportunidades,

participação adequada e ativa em todas as esferas da vida pública.

A Estratégia para assegurar a igualdade de oportunidades para pessoas

com deficiência 2008-2015 delineia as medidas concretas, que deverão ser

implementadas para remover todas as barreiras (psicológicas, educativas,

sociais, culturais, profissionais, financeiras e arquitetónicas) à inclusão social

e igualdade de direitos de integração de pessoas com deficiência.

A lei para a integração de pessoas com deficiência cria condições para

os seus direitos de auto-determinação e participação adequada na vida

pública e na realidade da economia de mercado. A lei garante a criação de

um ambiente onde as pessoas com deficiência são maioritariamente

independentes, ao mesmo tempo que os seus direitos são preservados

relativamente à proteção social, serviços sociais adequados, educação e

formação integrada, ambiente laboral apropriado, oportunidades para

eventos culturais e desportivos, etc.

A definição de serviços sociais é determinada na Lei da Assistência

Social onde são considerados como atividades baseadas no trabalho social e

direcionados à assistência das pessoas apoiadas para implementação das

suas atividades diárias e inclusão social. Nas adendas à mesma lei, a

definição é apresentada como “atividades que apoiam e alargam as

oportunidades das pessoas para viverem uma forma de vida independente”.

A classificação de todos os tipos de serviços sociais nas regras para

aplicação da Lei da Assistência Social (Artigo 36.º) apresenta os serviços

sociais como serviços que são prestados em sociedade e em instituições

especializadas. Normativamente, está determinado que os serviços sociais

em instituições especializadas são prestados após esgotadas as

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oportunidades para serviços na comunidade. As regras para a aplicação da

Lei da Assistência Social definem que, em caso de necessidade, e de acordo

com as necessidades das pessoas em cada município, outros tipos de

serviços sociais poderão ser estabelecidos, o que dá oportunidade para o

desenvolvimento flexível de serviços para responderem às necessidades

concretas da comunidade.

Segundo a Lei da Assistência Social, os serviços sociais podem ser

prestados pelo Estado, municípios ou pessoas registadas segunda a Lei do

Comércio e entidades legais.

Durante os últimos anos, entraram no mercado dos serviços sociais

novos prestadores certificados. Alguns prestam serviços incluídos em

projetos financiados pelo FSE e outras fontes. Deu-se início a um processo

para atribuir serviços sociais a prestadores certificados, segundo o artigo

37.º das regras para a aplicação da Lei da Assistência Social. Por exemplo,

no município de Plovdiv existem atualmente cinco serviços atribuídos a

ONGs, o que representa 20% das atividades delegadas pelo Estado.

No seguimento da implementação da Estratégia Europa 2020, cada

Estado-membro deve identificar domínios-chave para o desenvolvimento, de

modo a atingir os objetivos conjuntos da estratégia. De acordo com o

Programa Nacional para a Reforma Bulgária 2020 (atualizado em 2015),

parte deste consistirá em modernizar o mercado de trabalho e introduzir

medidas de empregabilidade ativa para pessoas pertencentes a grupos

desfavorecidos. Ainda assim, a economia social parece ter sido afastada do

foco de interesse. Os primeiros documentos oficiais que tratam

especificamente o empreendedorismo social na Bulgária foram adotados em

2011: o conceito nacional para a economia social. Apesar de eleger

especificamente este setor como prioritário, nem o conceito nacional nem o

plano para a sua implementação têm uma visão clara de como deve ser

desenvolvido. Para além disso, no âmbito do quadro legislativo, a Bulgária

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ainda não definiu o termo "empresa social". Desde 2012, o Instituto

Nacional de Estatística da Bulgária começou a recolher dados acerca das

empresas sociais. Em 2013, os critérios para auto-identificação como

empresa social foram desenvolvidos. De acordo com os dados do INE para

2012, 4872 empresas foram definidas como sociais. Em 2013, o número de

empresas reduziu para 3612. As principais áreas de apoio das empresas

sociais na Bulgária são: 1. Providenciar emprego no âmbito da empresa

social ou serviços de consultoria para encontrar emprego para pessoas de

grupos desfavorecidos (por exemplo, pessoas com deficiência, mulheres

vítimas de violência, etc.); 2. Providenciar serviços sociais; 3. Providenciar

formação e serviços educativos.

No que diz respeito ao financiamento, dois programas operacionais

prevêem apoio financeiro para o empreendedorismo para o período 2014–

2020: Programa Operacional de Desenvolvimento de Recursos Humanos e

Programa Operacional para a Competitividade. Até Setembro de 2013,

existiam ou foram criadas 164 empresas sociais apoiadas pelo PODRH

durante o primeiro período programático, providenciando novos empregos a

3681 pessoas. No entanto, a grande questão é até que ponto este apoio

financeiro passaria, a curto prazo, da fase piloto para a fase de promoção de

resultados sustentáveis.

Deve ser dada especial atenção a políticas relacionadas com o mercado

de trabalho desenvolvidas pelo Conselho Económico e Social, sob proposta

do Conselho de Ministros. O desenvolvimento de mercados laborais segundo

as condições mundiais de crise financeira e económica e o alcance dos

objetivos da Estratégia de Lisboa é o tema proposto pelo Conselho

Económico e Social para trabalho conjunto durante 2009 para a rede dos

conselhos económicos e sociais nacionais dos países membros da União

Europeia. O Conselho Económico e Social da Bulgária é presidente este ano.

O Conselho Económico e Social considera este tema de extrema importância

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para o Comité Económico e Social Europeu e para os conselhos económicos

e sociais nacionais na presente fase de desenvolvimento da UE. Durante este

ano, há muitos desafios para o desenvolvimento económico e emprego, que

necessitam da procura de soluções adequadas, de políticas nacionais

concretas para ultrapassar o efeito negativo da crise económica mundial no

desenvolvimento dos mercados laborais na Europa. É necessário ter em

conta as posições da sociedade civil quando os governos utilizam estas

medidas.

Para além da análise e recomendações às políticas do mercado laboral

como um todo, as medidas e programas no domínio dos serviços sociais

foram destacados pela sua expansão em duas direções adicionais: prestação

de serviços sociais através de instituições especializadas e criação da

economia social – estabelecimento de “empresas sociais” para grupos-alvo

específicos.

Os desafios, de acordo com o Conselho Económico e Social, seguem,

pelo menos, em duas direções. Por um lado, as medidas direcionadas aos

grupos socialmente mais desfavorecidos na sociedade e, por outro lado, a

resposta, que deve ser dada com ações e programas adequados à

manutenção do emprego e ao rápido encaminhamento dos trabalhadores e

empregados dispensados considerando a crise profunda.

As propostas estão relacionadas com o compromisso claro e preciso da

política ativa com as funcionalidades e características especiais dos grupos-

alvo relevantes, dependendo da sua escolaridade e qualificação profissional,

idade, género, grau de capacidade para o trabalho e o estado do emprego.

Como grupos-alvo das atividades concretas, o Conselho Económico e Social

indica jovens (até aos 29 anos de idade) e idosos (grupo acima dos 50 anos).

Outro grupo é constituído por pessoas com diferentes graus de escolaridade

e qualificação profissional - tanto alta como baixa. As características do nível

e da dinâmica de emprego e desemprego nos mercados laborais locais e as

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principais barreiras à mobilidade profissional e territorial de pessoas por

regiões deverá ser tomada em consideração de forma mais precisa.

Segundo o Conselho Económico e Social, a política ativa do mercado

laboral deverá garantir o alcance de mudanças positivas nos três domínios-

chave prioritários, apontados no discurso oficial da Comissão Europeia

“Responsabilidade Partilhada para o Emprego” de junho de 2009. Inclui o

apoio ao emprego, a abertura de postos de trabalho e o encorajamento da

mobilidade; o desenvolvimento profissional como resposta às necessidades

do mercado de trabalho; o aumento do acesso ao emprego.

Concluindo, há a referir que a República da Bulgária desenvolve a sua

legislação com respeito pelo princípio da não discriminação, seguindo uma

política para a sua aplicação, assim como para assegurar a igualdade de

oportunidades e inclusão social dos grupos desfavorecidos na sociedade,

incluindo pessoas com deficiência. A proteção dos direitos humanos e das

liberdades fundamentais, e respetiva conformidade com os padrões

reconhecidos neste domínio, são a principal prioridade na política da

República da Bulgária.

2.5.2. PORTUGAL

O Empreendedorismo Social é o processo de encontrar e implementar

soluções inovadoras e sustentáveis para resolver problemas da sociedade, o

que se traduz em Inovação Social quando soluções mais eficazes

(comparadas com as alternativas existentes) são encontradas.

Neste contexto, Portugal está classificado como mercado impulsionado

pela inovação. O Empreendedorismo Social é um movimento que começa a

ser reconhecido ao nível nacional, com vários agentes a trabalhar nesse

domínio. O conceito de empresa social não está ainda totalmente

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estabelecido, levando a alguns equívocos. O conceito de empreendedorismo

social corporativo está a desenvolver-se lentamente.

Em 2013, foi publicada a “Lei da Economia Social” (Lei n.º 30/2013 de 8

de maio). Divide as organizações em categorias no âmbito da economia

social portuguesa (artigo 4.º). Exclui as organizações orientadas para o

mercado de serem consideradas parte do Setor Social da Economia,

independentemente do seu objetivo e missão social e mesmo quando

restringem o pagamento de dividendos ou a diferença salarial. Isto mostra

que a política pública para a economia social está totalmente focada no

terceiro setor ou em organizações sociais, mas não em empresas como tal. E

não existe forma legal específica para a empresa social.

No âmbito do setor público, existem vários intervenientes principais e

importantes, nomeadamente o Ministério da Economia, o Ministério do

Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, serviço público de emprego,

serviços da segurança social, Conselho Social e Económico, Conselho

Nacional para a Economia Social, Agência para a Competitividade e Inovação

e programa nacional para promover a implementação de pequenos projetos

de investimento. Ao nível governamental, também foi estabelecida uma

estrutura específica de apoio (EMPIS-Estrutura de Missão Portugal Inovação

Social) para desenvolver algum do ambiente de empreendedorismo social e

de investimento social no âmbito da Iniciativa Portugal Inovação criada em

dezembro de 2014. Com esta iniciativa, Portugal foi pioneiro na União

Europeia na canalização de uma parte importante (cerca de 150 milhões de

euros) de fundos estruturais europeus do novo ciclo de programas 2014-

2020 para a promoção de inovação social 119 . O primeiro convite para

apresentação de candidaturas iniciou-se em 2016.

Não tem intervenção direta no mercado, completa-se como um

vendedor absoluto, neutro e equidistante dos vários intervenientes neste

119 http://inovacaosocial.portugal2020.pt/.

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ambiente. Estes agentes serão os beneficiários dos fundos canalizados pela

Portugal Inovação Social, não só pelo seu papel de intermediários para fazer

chegar estes fundos às organizações mais pequenas e a empreendedores

sociais, mas também como beneficiários finais, inseridos nas comunidades

que pretendem servir, desenvolvendo diretamente projetos direcionados a

estes públicos nas áreas social, saúde, educação, justiça, etc.120

Este mercado é composto por mais de 55.000 organizações com

objetivo social. O mapeamento das iniciativas de empreendedorismo social

identificou 216 iniciativas (até fevereiro de 2015) com grande potencial para

a inovação social121.

As entidades da economia social podem ser divididas em:

• Cooperativas;

• Sociedades Mutualistas;

• Organizações Religiosas;

• Fundações;

• Instituições Particulares de Solidariedade Social;

• Associações com objetivos altruístas;

• Outras entidades com personalidade jurídica.

Os domínios de ação mais populares das entidades da economia social

estão relacionados com:

• As necessidades da população em envelhecimento;

• A valorização e sustentabilidade das artes e ofícios tradicionais;

• Negócios agrícolas.

As maiores preocupações estão direcionadas aos seguintes grupos-alvo:

• Pessoas com deficiência;

• Crianças e jovens;

120 http://www.easi-socialinnovation.org/index.php/2014-11-17-15-30-48/digital-social-innovation/14-

english/news/112-portugal-launches-social-innovation-initiative-a-strategy-for-the-civic-economy. 121 www.mies.pt.

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• Idosos;

• Desempregados122.

Na verdade, é possível identificar uma vasta variedade de desafios

sociais em áreas como a saúde e bem-estar, ambiente, desemprego,

envelhecimento e exclusão social.

Relativamente à dispersão geográfica, os desafios e as iniciativas de

empreendedorismo social podem ser encontradas em todo o território

português. No entanto, as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto tendem a

concentrar um número mais elevado de empresários e iniciativas dada a

proximidade com entidades e estruturas que apoiam a sua ação.

Neste contexto, o Grupo de Trabalho Português para o Investimento

Social foi lançado em julho de 2014 pela Fundação Calouste Gulbenkian e

co-financiado pela Comissão Europeia 123 . Visa promover um mercado de

investimento social português emergente, congregando diferentes agentes

proeminentes. As principais recomendações deste grupo de trabalho são:

• Fortalecer as competências das entidades da economia social

através de programas de capacitação;

• Introduzir instrumentos financeiros adequados às necessidades das

entidades da Economia Social;

• Promover uma cultura de orientação para os resultados no seio dos

serviços sociais públicos;

• Criar um centro de conhecimento e recursos para o investimento

social;

• Desenvolver um ecossistema de intermediários de investimento

social124.

122 SEFORIS - The State of Social Entrepreneurship - Key Facts and Figures (disponível em

http://www.seforis.eu/upload/reports/1._Key_Facts_and_Figures_of_Social_Entrepreneurship.pdf). 123 Grupo de Trabalho Português para o Investimento Social (http://grupodetrabalho.investimentosocial.pt/). 124 http://inovacaosocial.portugal2020.pt/wp-content/uploads/2015/07/Preview-Relat%C3%B3rio_GT_pt.pdf.

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Em linha com estas recomendações, foi lançada um política pública para

promover a Inovação Social. A estrutura pública “Portugal Inovação Social”

(EMPIS) age como catalisador para a inovação social e o investimento social

em Portugal, contribui para a criação ou reforço dos instrumentos,

conhecimento e competências necessários para mais e melhor inovação

social em Portugal, com maior impacto e sustentabilidade. O seu principal

foco de ação é a criação de um mercado de investimento social. O

financiamento público está disponível desde 2016 nas seguintes áreas125:

1. Capacitação para o Investimento Social, destinado a fortalecer a

capacidade das IIES de gerar impacto e receber investimento

social;

2. Parcerias para o Impacto, para co-financiamento de investimento

filantrópico por investidores sociais, com o objetivo de estabelecer

ou desenvolver IIES;

3. Títulos de Impacto Social (TIS), com vista à contratualização de

intervenções que levem a uma maior inovação e eficiência na

prestação de serviços públicos, numa lógica de reembolso dos

investimentos após demonstração dos resultados alcançados;

4. Fundo para a Inovação Social (FIS), para co-financiamento, numa

lógica de instrumento financeiro, de operações de investimento

social, realizadas por entidades investidoras qualificadas, que

concedam crédito e/ou quase-capital para a consolidação ou

expansão de IIES.

A maioria das iniciativas de empreendedorismo social está numa fase

embrionária do seu desenvolvimento. Considerando o ciclo de vida destas

iniciativas, a maioria tenta desenvolver modelos de negócios sustentáveis.

Aquelas que já estão preparadas para o crescimento tendem a escolher

estratégias como a concessão ou licenciamento, com replicação em

125 http://inovacaosocial.portugal2020.pt/index.php/programas-de-financiamento/.

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diferentes áreas geográficas. Já existem algumas redes ativas 126 , assim

como competições e prémios 127 para motivar e recompensar bons

desempenhos e boas práticas dos agentes do setor.

Simultaneamente, a política pública para promover a Inovação Social

está a consolidar-se e o mercado tem mais intervenientes, dando-se maior

importância ao ensino e à investigação nesta área. Na verdade,

Empreendedorismo e Empreendedorismo Social têm vindo a ser incluídos em

diversas universidades, licenciaturas e cursos de pós-graduação e currículos

de disciplinas, programas de investigação, mestrados e doutoramentos.

Mas qual é, em resumo, o estado do Empreendedorismo Social em

Portugal? Uma visão polarizada, com pontos fortes e fracos contraditórios, o

que indica a necessidade de continuar a trabalhar para fortalecer e

estabilizar o ecossistema.

Segundo a análise desenvolvida em julho de 2016 pela IES-Social

Business School, existem várias barreiras a ultrapassar no setor 128 ,

nomeadamente a falta de:

• Uma rede de incubadoras e aceleradores locais;

• Acesso ao investimento para internacionalização;

• Uma agenda política clara para o Empreendedorismo Social e um

quadro legal;

• Dimensão e robustez comprovada dos projetos de

Empreendedorismo Social;

• Apoio nos testes e criação de protótipos;

• Pensamento crítico e desambiguação de conceitos.

126 Alguns exemplos são: Rede Convergir, RedPES - Rede Portuguesa de Economia Solidária, Plataforma da

Transição Portugal, CRESAÇOR – Cooperativa Regional de Economia Solidária, ESLIDER, Plataforma Portuguesa

das ONGD, ANIMAR - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local. 127 Alguns exemplos são: Prémio INSEAD Empreendedorismo Social 2016, BPI Solidário, BPI Capacitar, Big

Impact Award, EDP Solidária 2016, Prémio de Empreendedorismo Social, Prémio António Sérgio. 128 Azevedo, C., Carlos, F., Martins, M. A. (2016). Social Entrepreneurship in Portugal: A Practical Guide. IES-

Social Business School, p.31.

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E também a existência de:

• Uma forte dependência do Governo;

• Uma abordagem conservadora por parte dos intervenientes

dominantes;

• Processos burocráticos.

Os principais pontos de ação para lidar com os obstáculos identificados

são129:

• Promoção do estabelecimento de incubadoras e aceleradores;

• Governação integrada;

• Criação de laboratórios de ideias;

• Regulação e definição de conceitos legais (por exemplo, empresa

social, empresa sem fins lucrativos – existe a necessidade de

desenvolver o quadro legal neste domínio particular);

• Aumento e institucionalização de iniciativas de sucesso;

• Consciência de possíveis obstáculos (falta de consenso conceptual);

• Apoio às necessidades de capital humano (orientação,

desenvolvimento pessoal);

• Visibilidade dada a iniciativas e boas práticas de alto potencial

(marketing e comunicação).

2.5.3. TURQUIA

O empreendedorismo social está a tornar-se uma força importante na

criação de valor social e na política social. A eficácia do empreendedorismo

social está fortemente relacionada com o grau de reconhecimento aos níveis

legal e corporativo. Assim, não é possível ver um nível semelhante de

eficiência em práticas de empreendedorismo social em todos os países.

Infelizmente, a Turquia está atrasada em relação às práticas dos países

129 Ult. op.cit., p. 33.

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europeus, tanto ao nível legal como corporativo. As empresas sociais na

Turquia consistem apenas em associações, fundações e cooperativas, logo o

empreendedorismo social ainda não consegue atingir todo o seu potencial.

Para além disso, as definições destas várias organizações na Turquia não

são totalmente claras e não podem atuar em plataformas legais e

corporativas ideais. A sua estrutura legal não pode ser definida totalmente

como fundação, associação ou sociedade. Há uma falta de definição correta

da sua existência, o que cria problemas na prática (Ersen, Kaya &

Meydanoğlu, 2010). Para além disso, as empresas sociais não usufruem de

benefícios fiscais. Por estas razões, a Turquia ainda não foi capaz de

alcançar todo o seu potencial em práticas de empreendedorismo social (Işık,

2014). Consequentemente, a legislação atual não fornece estruturas ideais

para empresas sociais.

Existe uma grande confusão na Turquia acerca da terminologia

utilizada relativamente a empresas sociais, empreendedorismo social,

organizações não-governamentais e organizações sem fins lucrativos. Esta

confusão cria problemas às empresas sociais na procura de um espaço

relevante numa base comercial e legal (Işık, 2014). Em muitos países, as

empresas sociais estão estabelecidas como “organizações sem fins

lucrativos”, cujo objetivo não é alcançar lucro financeiro mas utilizá-lo como

instrumento para lidar com um problema ou necessidade social. Na Turquia,

as ONGs não são reconhecidas como entidades legais. Outro problema na

Turquia é o facto de muitos empreendedores sociais e empresas sociais não

terem consciência absoluta das suas responsabilidades e dos seus direitos.

Isto leva-os a enfrentar problemas legais e sanções pecuniárias.

Infelizmente, os problemas que os empreendedores sociais e as empresas

sociais enfrentam normalmente permanecem a um nível pessoal, e não são

visíveis ao nível corporativo ou por públicos alargados.

Tal como foi mencionado no âmbito das boas práticas de

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empreendedorismo social na Turquia, Tüsev é uma importante rede de 100

associações e fundações que partilham uma visão de fortalecimento da infra-

estrutura legal, fiscal e de operações do terceiro setor na Turquia. A missão

da Tüsev de providenciar uma estrutura de apoio fiscal a organizações sem

fins lucrativos tem uma importância vital para melhorar o cenário legal para

as empresas sociais.

2.6. ESTRATÉGIAS E POLÍTICAS NA EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL,

FORMAÇÃO E EMPREENDEDORISMO NA UNIÃO EUROPEIA

O capital humano e social dos jovens é um dos patrimónios mais

importantes da Europa para o futuro. A União Europeia e os seus Estados-

Membros precisam de investir no potencial representado por 90 milhões de

jovens europeus em termos de competências, criatividade e diversidade130.

Mas quem são os jovens na Europa? E o que é que a UE está a fazer para os

ajudar a fazer a transição para a vida adulta, para se tornarem cidadãos

ativos totalmente envolvidos nas suas comunidades, a encontrar o seu lugar

no mercado de trabalho? A diversidade de jovens na Europa é grande,

embora as questões que eles enfrentam sejam muito semelhantes. Estas

são questões nas quais a União Europeia e os Estados-membros têm focado

a sua atenção ao longo dos anos, tentando dar as respostas e soluções

necessárias, nomeadamente às preocupações dos jovens sobre emprego e

estratégias educativas.

Na última década, a crise económica atingiu os jovens de forma

particularmente severa. Apesar das resoluções da UE e dos planos de

trabalho no domínio da Juventude adotados desde 2009, incluindo

estratégias transectoriais, a crise continuou a ter um impacto profundo e

desproporcional nos jovens europeus e na sua transição para a vida adulta.

130 2015 Relatório Conjunto do Conselho e da Comissão sobre a Execução do quadro renovado para a cooperação

europeia no domínio da Juventude (2010-18), OJ C 417/3, 15.12.2015, p. 18.

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E aumentou o fosso entre os que têm mais e os que têm menos

oportunidades. Alguns jovens são cada vez mais excluídos da vida social e

cívica. Pior ainda, alguns estão em risco de exclusão, marginalização ou até

de radicalização violenta131.

É por este motivo que a Comissão Europeia e os Estados-Membros

continuaram a trabalhar juntos durante os últimos anos, para melhorar a

empregabilidade dos jovens, a integração destes no mercado de trabalho, a

sua inclusão e participação social. Na verdade, existe uma necessidade

permanente e a longo prazo de cooperação transectorial reforçada no

domínio da juventude ao nível da UE, a fim de lidar adequadamente com

estes desafios. Em face de uma clivagem socioeconómica crescente, a

política tem de continuar a lidar com os problemas sociais profundos que

muitos jovens enfrentam, identificando soluções sustentáveis, e, nos dias de

hoje, evitar a radicalização violenta. Tudo isto requer cooperação mais

sistemática entre um conjunto de políticas ao nível da UE e dos Estados-

membros, tais como emprego, educação, formação, não-discriminação,

política social, cidadania, empreendedorismo e juventude, mas também

cultura, desporto e saúde.

Seguindo esta linha de pensamento, a Comissão Europeia assumiu a

intenção de priorizar o combate à radicalização e à marginalização de jovens,

e promover a inclusão dos jovens na vida social, cultural e cívica132 segundo

o Quadro Estratégico para a Cooperação Europeia na Educação e Formação

(“ET 2020”)133, o renovado Quadro para a Cooperação Europeia no Domínio

131 EU Youth Report 2015, Luxembourg: Publications Office of the European Union, 2016, p. 8. 132 Comunıcação da Comissão para o Parlamento Europeu, o Conselho, o Comité Económico e Social Europeu e o

Comité das Regiões, o Programa de Ação Europeu para a Segurança, COM/2015/0185 final. 133 Aumentar o emprego jovem é crucial para a política de emprego da UE no âmbito do crescimento e da estratégia

de emprego da Europa 2020. Passos específicos dados pela Comissão Europeia para ajudar a lidar com o

desemprego jovem com o passar dos anos incluem: a iniciativa Juventude em Movimento (2010), um pacote

completo de medidas de educação e emprego para jovens, que inclui a iniciativa Oportunidades para Jovens (2011),

que visa reduzir o emprego jovem, e O Teu Primeiro Emprego EURES, um esquema de mobilidade de emprego que

ajuda jovens a encontrar emprego, estágio profissional ou estágio em outros países da UE; o Pacote para o Emprego

Jovem (2012), incluindo a Garantia Jovem – adotada pelo Conselho em Abril de 2013 – que visa assegurar que

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da Juventude (2010-2018)134, o Plano de Trabalho para a Juventude da UE

para 2014-2015135 , o Plano de Trabalho para o Desporto da UE (2014-

2017)136 e o Plano de Trabalho para a Cultura da UE (2015-2018)137.

Baseado nos objetivos políticos comuns, o quadro de cooperação da UE

deu um forte impulso ao programas nacionais para a juventude, reforçando

ou mesmo originando a reorientação de prioridades políticas para a

juventude ao nível nacional e, por vezes, aos níveis regional e local. Com o

apoio do programa Erasmus+, o programa da UE para a educação, formação,

juventude e desporto, a União Europeia e os Estados-Membros têm vindo a

focar-se no emprego, inclusão e participação na vida democrática - temas

que se manterão prioritários nos próximos anos.

Por este motivo, em conjunto com os Estados-Membros, a Comissão

Europeia concordou numa cooperação transectorial reforçada com as

seguintes prioridades para os próximos três anos:

• Aumentar a inclusão social para todos os jovens;

• Assegurar uma participação mais forte de todos os jovens na vida

democrática e civil; e

todos os jovens até aos 25 recebem um oferta de trabalho de qualidade, a oportunidade de prosseguirem estudos,

aprendizagem ou estágio profissional até 4 meses depois de terminarem os estudos ou ficarem desempregados, o

Quadro de Qualidade para os Estágios Profissionais – adotado pelo Conselho em Março de 2014. O objetivo é que

os formandos adquiram experiência profissional de alta qualidade em condições seguras e justas, e encorajar mais

estágios transnacionais, a Aliança Europeia para a Aprendizagem, que junta autoridades públicas, negócios,

parceiros sociais, prestadores de EFP, representantes de jovens, e outros agentes importantes para promover

esquemas e iniciativas de aprendizagem na Europa; a Iniciativa Emprego Jovem (2013) que fortalece o Pacote de

Emprego Jovem e enfatiza o apoio a jovens na educação, emprego ou formação em regiões onde a taxa de

desemprego jovem está acima dos 25%; o Corpo Europeu de Solidariedade lançado em dezembro de 2016 que

permite aos jovens voluntariarem-se ou trabalharem em projetos em prol de comunidades e pessoas na Europa. 134 Resolução do Conselho de 27 Novembro 2009 sobre o quadro renovado para a cooperação europeia no domínio

da juventude (2010-2018), OJ C 311, 19.12.2009, p.1-11. 135 Resolução do Conselho e dos Representantes dos Conselhos dos Estados-Membros, reunião com o Conselho de

20 Maio 2014 sobre um Plano de Trabalho para a Juventude da União Europeia para 2014-2015, OJ C 183,

14.06.2014, p.1-9. 136 Resolução do Conselho e dos Representantes dos Conselhos dos Estados-Membros, reunião com o Conselho de

21 Maio 2014 sobre o Plano de Trabalho para o Desporto da União Europeia (2014-2017), OJ C 183, 14.6.2014,

p.12–17. 137 Conclusões do Conselho e dos Representantes dos Conselhos dos Estados-Membros, reunião no âmbito do

Conselho, sobre o Plano de Trabalho para a Cultura (2015-2018), OJ C 463, 23.12.2014, p.4–14. O Plano de

Trabalho para a Cultura (2015-2018) aborda os desafios principais enfrentados por organizações culturais, pequenas

e médias empresas no setor criativo ao nível nacional e da UE no contexto da globalização e da mundo digital.

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• Ajudar jovens a efetuar uma transição mais fácil da escola para o

mercado de trabalho.

Assim, o quadro de cooperação para jovens adotado segundo a

Resolução sobre um Novo Plano de Trabalho para a Juventude da UE (2016-

2018)138 visa capacitar cada vez mais os jovens, especialmente aqueles em

risco de exclusão. Deve ajudá-los a encontrar empregos de qualidade e a

participar na vida social. Os fundos do programa Erasmus+ irão

complementar a cooperação política sobre trabalho jovem, atividades

voluntárias e participação na vida democrática. A UE apoia o emprego, a

empregabilidade e a inclusão social dos jovens, especialmente presentes no

programa para emprego, crescimento e investimento, a Estratégia Europa

2020 e através de fundos da UE, tais como Erasmus+, Fundo Social Europeu

(FSE) e Iniciativa Emprego Jovem (IEJ).

Este novo Plano de Trabalho para a Juventude da UE para o período de

1 de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2018 é um plano operacional

flexível de 36 meses com um calendário preciso, com vista a permitir à UE e

aos Estados-Membros continuar a lidar mais pronta e eficazmente com as

taxas continuamente altas de desemprego jovem, a aumentar a inclusão

social e a participação de todos os jovens na vida democrática e cívica.

Estabelece 6 prioridades temáticas, em linha com as prioridades

acordadas no Relatório conjunto da UE sobre a Juventude 2015:

• Inclusão Social de todos os jovens;

• Participação de todos os jovens na vida democrática e cívica;

• Transição dos jovens da adolescência para a idade adulta;

• Apoiar a saúde e o bem-estar dos jovens;

• Enfrentar desafios e oportunidades da era digital para política

jovem;

138 Resolução do Conselho e dos Representantes dos Conselhos dos Estados-Membros, reunião no âmbito do

Conselho sobre um Plano de Trabalho para a Juventude da UE para 2016-2018, OJ C 417/1, 15.12.2015, p.5-8.

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179

• Responder às oportunidades e desafios advindos do número

crescente de jovens migrantes e refugiados na UE.

A ação dos Estados-Membros e da Comissão deverá ser direcionada a

todos os jovens, dando particular ênfase aos seguintes grupos:

• Jovens em risco de marginalização;

• Jovens sem emprego, nem educação, nem formação (NEET);

• Jovens com historial de migração, incluindo imigrantes recém-

chegados e jovens refugiados139.

No quadro da cooperação para a Juventude, é claro que a educação e a

formação são essenciais para promover a coesão social, a igualdade, a não-

discriminação e as competências cívicas. A desigualdade está no nível mais

alto dos últimos 30 anos na maioria dos países europeus e da OCDE, e tem

um impacto negativo nos resultados escolares, uma vez que os sistemas

educativos tendem a reproduzir padrões existentes de estatuto

socioeconómico. Quebrar o selo intergeracional de baixas qualificações deve

por isso ser uma prioridade. A maioria dos Estados-Membros tomaram

medidas para melhorar o acesso à educação para aprendentes

desfavorecidos. No entanto, persiste uma desigualdade educativa

significativa e o acesso à educação e formação de qualidade, a começar com

a educação e os cuidados pré-escolares, permanece um desafio em diversas

áreas para a UE. Simultaneamente, a desigualdade de género na educação e

formação, também baseada na continuidade de estereótipos de género,

deve ser combatida, assim como as diferenças de género nas escolhas

educativas.

Muito recentemente, em maio de 2017, a Comissão Europeia

apresentou uma nova estratégia para apoiar a educação escolar e

universitária de qualidade, inclusiva e orientada para o futuro. Na

139 Resolução do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, reunião no âmbito do

Conselho sobre um Plano de Trabalho para a Juventude da UE para 2016-2018, OJ C 417/1, 15.12.2015, p.2.

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180

Comunicação para o Desenvolvimento Escolar e Ensino Excelente para um

Ótimo Começo de Vida140, a Comissão identifica áreas onde a ação é urgente

e necessária, e explicita de que modo o apoio da UE pode ajudar os países

da UE a lidar com os desafios atuais:

• Aumentar a qualidade e a inclusividade das escolas;

• Apoiar professores excelentes e líderes escolares;

• Melhorar a governação dos sistemas de educação escolar.

Num contexto diferente mas na mesma linha, a Declaração de Paris dos

Ministros da Educação de 17 de março de 2015141 clamou por ação a todos

os níveis para reforçar o papel da educação (incluindo a educação não-

formal) na promoção da cidadania e dos valores comuns da liberdade,

tolerância e não-discriminação, fortalecendo a coesão social e ajudando os

jovens a tornarem-se mais responsáveis, recetivos e membros ativos de

uma sociedade diversificada e inclusiva. O acompanhamento ao estipulado

na Declaração é uma prioridade neste novo ciclo de trabalho 2016-2018.

Tomará várias formas, nomeadamente reuniões, difusão de boas práticas e

medidas concretas suportadas por financiamento do programa Erasmus+,

em linha com quatro áreas identificadas na Declaração:

• Assegurar que crianças e jovens adquirem competências sociais,

cívicas e interculturais, promovendo valores democráticos e direitos

fundamentais, inclusão social e não-discriminação, assim como

cidadania ativa;

• Potenciar o pensamento crítico e a literacia mediática;

• Promover a educação de crianças e jovens desfavorecidos; e

140 Comunicação da Comissão do Parlamento Europeu, o Conselho, o Comité Económico e Social Europeu e o

Comité das Regiões desenvolvimento escolar e ensino excelente para um ótimo começo de vida, COM/2017/0248

final, 30.05.2017. 141 Declaração sobre a promoção da cidadania e dos valores comuns de liberdade, tolerância e não-discriminação

através da educação, Paris, 17.03.2015.

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181

• Facilitar o diálogo intercultural através de todas as formas de

aprendizagem, em cooperação com outras políticas e outros

Stakeholders.

Focando-se na educação formal e na aprendizagem não-formal, a União

Europeia visa:

• Promover e facilitar a cooperação transectorial e parcerias entre

prestadores de educação formal, organizações para a juventude e

prestadores de serviços para a juventude ,com vista a desenvolver

abordagens integradas de programas de educação para a cidadania

envolvendo jovens, professores, formadores e técnicos de

juventude, pais e outros agentes de relevo;

• Potenciar estruturas participativas sustentáveis de educação formal

e formas de aprendizagem não-formal para promover o

desenvolvimento de competências sociais e outras relacionadas com

valores democráticos e direitos humanos, tais como a liberdade de

expressão e o respeito pela diversidade, através do exercício diário

de princípios democráticos;

• Suscitar o desenvolvimento de programas sobre literacia mediática,

promovendo a capacidade de análise crítica de informação na atual

sociedade de conhecimento, assim como programas de literacia em

TIC, visando o desenvolvimento de competências de utilizador

tecnológico que permitam o acesso, a gestão, a avaliação e a

criação de informação online útil142.

Simultaneamente, o empreendedorismo jovem está em alta na agenda

política da UE como outro instrumento para combater o desemprego jovem e

a exclusão social, assim como estimular a inovação entre os jovens143. Na

142 Resolução do Conselho sobre o encorajamento da participação política dos jovens na vida democrática na

Europa, OJ C 417/02, 15.12.2015, p.11. 143 Fomentar o empreendedorismo jovem é um dos objetivos da estratégia da Europa 2020 e da iniciativa Jovens em

Movimento. Emprego e Empreendedorismo são um dos oito domínios de ação promovidos pela Estratégia para a

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182

verdade, a União Europeia e os Estados-Membros trabalham juntos para

encorajar o empreendedorismo. O trabalho com jovens e a aprendizagem

não-formal desempenham um papel importante no desenvolvimento do

potencial criativo e inovador dos jovens, incluindo as competências

empresariais. A política para a Juventude e os programas ao nível nacional e

da UE apoiam este papel144.

Por fim, deve ser também enfatizado que a democracia, o pluralismo e

a cidadania ativa são valores fundamentais da União Europeia e devem ser

considerados no quadro para Juventude. Incluem valores de liberdade de

expressão e tolerância e visam a inclusão de todos os cidadãos europeus. A

democracia não deve ser tomada como certa e necessita de ser

constantemente preservada e estimulada. Os jovens na Europa mostram

apoio e crença geral no sistema democrático e nos organismos

representativos, mas são críticos relativamente à forma como o sistema é

operado na prática e aos resultados produzidos. Na realidade, consideram

extremamente difícil identificarem-se com canais tradicionais de participação

política, como partidos políticos e sindicatos, mas participam em formas

alternativas que permitam mais escolhas individuais, tais como campanhas,

petições, manifestações e eventos espontâneos que advogam uma causa

específica ou uma mudança tangível nas suas vidas. Isto significa que uma

das áreas prioritárias é a das tecnologias de informação e comunicação, em

particular a comunicação comunitária e a mobilidade, que oferecem novas

oportunidades de envolvimento e informação sobre processos políticos,

Juventude da UE (2010-18). O empreendedorismo é uma competência-chave no Quadro de Referência Europeu

sobre Competências-Chave para a Aprendizagem ao Longo da Vida (2006). 144 A Resolução de Conselho da UE da Estratégia para a Juventude sobre um quadro renovado para a cooperação

europeia no domínio da juventude (2010-18) inclui criatividade e empreendedorismo entre os oito domínios de ação,

como mencionado supra. A importância do empreendedorismo jovem é enfatizada nas Conclusões do Conselho

sobre a promoção do empreendedorismo jovem para fomentar a inclusão social dos jovens (2014). É dada especial

atenção ao "empreendedorismo social" que combina a dimensão social e a empreendedora. O estudo Trabalhar com

jovens: o valor do trabalho com jovens na União Europeia (2014) confirma o impacto do trabalho com jovens em

áreas como o empreendedorismo e a cultura, ao desenvolver competências transversais, aplicando competências na

prática e aumentando atividades culturais que influenciam a criatividade dos jovens. O programa Erasmus+ (2014-

20) aponta fortemente para a inovação e o empreendedorismo, particulamente no Eixo de Ação 2, através de

parcerias estratégicas e iniciativas jovens transnacionais.

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aceleram a difusão de informação e o desenvolvimento de formas de

participação alternativas145.

Considerando todas estas áreas, objetivos e prioridades – que se

referem principalmente a emprego, educação e formação, política social e

cidadania, mas também a cultura, desporto e saúde -, é natural que, sob a

cooperação da UE no domínio da juventude, os Estados-Membros e a

Comissão tenham acordado na lista de ações específicas em linha com estes

temas prioritários e num calendário para a sua implementação146.

Tabela 1: Ações, Instrumentos, Prazos baseados nos temas prioritários

Ações baseadas nos temas prioritários

Método de trabalho/Instrumento Resultado e Data prevista Ref.

Prioridade A:

Aumento da inclusão social de todos os jovens, tendo em conta os valores europeus

subjacentes

Conselho e Órgãos preparatórios

O papel do setor para a juventude na

prevenção da radicalização violenta.

Primeiro Semestre 2016

(poss.) Debate do Conselho.

A1

Definição de políticas baseadas em

conhecimento e factos

Estudo da Comissão sobre sistemas de

qualidade no trabalho com jovens na União

Europeia.

Segundo Semestre 2016:

Guia de Implementação.

A2

Diálogo estruturado/ Conselho e Órgãos Primeiro Semestre 2017: A3

145 Resolução do Conselho sobre o encorajamento da participação política dos jovens na vida democrática na

Europa, OJ C 417/2, 15.12.2015, p. 10-16. 146 Cfr. Anexo I da Resolução do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-membros, reunião com

o Conselho, sobre o Plano de Trabalho para a Juventude da União Europeia para 2016-2018, OJ C 417/1,

15.12.2015, p. 5-8.

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184

preparatórios

Aptidões e competências essenciais para a

vida dos jovens numa Europa diversificada,

conectada e inclusiva para participação ativa

na comunidade e na vida profissional.

(poss.) Resolução do Conselho.

Prioridade B:

Participação mais forte de todos os jovens na vida democrática e civil na Europa

Grupo de especialistas

Definir a contribuição específica do trabalho

com jovens, assim como a aprendizagem

não-formal e informal, para a promoção da

cidadania ativa e participação dos jovens em

sociedades diversificadas e tolerantes, e

evitar a marginalização e a radicalização que

possam resultar potencialmente em

comportamento violento.

Primeiro Semestre 2017

— Relatório

— — (poss.) Conclusões do

CoConselho.

B1

Definição de políticas baseadas em

conhecimento e factos

Estudo da Comissão sobre o impacto do

voluntariado transnacional através do

Serviço de Voluntariado Europeu.

Primeiro Semestre 2017

— Relatório

— — (poss.) Conclusões do Conselho

em resposta ao Estudo.

B2

Seminário para políticos para a

juventude e desporto:

Democracia, juventude e desporto —

abordagens transetoriais para participação

ativa e envolvimento dos jovens na vida

cívica e democrática através do desporto.

Segundo Semestre 2017

Relatório do Seminário sobre boas

práticas e recomendações sobre

como as abordagens transetoriais

entre juventude e desporto podem

promover valores democráticos e

envolvimento cívico entre os jovens.

B3

Prioridade C:

Transição mais fácila dos jovens da adolescência para a idade adulta, em particular

a integração no mercado de trabalho

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Aprendizagem entre pares nos Estados-

Membros e Comissão/Diretores Gerais

Trabalho com jovens como instrumento

reconhecido e de valor acrescentado para

cooperação transetorial no apoio à transição

dos jovens para a idade adulta e o mundo

do trabalho.

Segundo Semestre 2017

Relatório sobre boas práticas e

recomendações sobre o trabalho com

jovens como instrumento

reconhecido e de valor acrescentado

para cooperação transetorial no

apoio à transição dos jovens para a

idade adulta e o mundo do trabalho.

C1

Definição de políticas baseadas em

conhecimento e factos

Estudo da Comissão sobre trabalho juvenil e

empreendedorismo jovem.

Segundo Semestre 2017

— (poss.) Conclusões do Conselho

em resposta ao Estudo

C2

Prioridade D:

Apoio à saúde e bem-estar dos jovens, incluindo a saúde mental

Conselho e Órgãos preparatórios

Cooperação transetorial sobre a participação

para promover a saúde e o bem-estar dos

jovens na transição para a idade adulta, em

particular jovens com problemas de saúde

mental, muitas vezes relacionados com a

transição para a idade adulta. Focalização na

possível contribuição para a sociedade, e

não nos problemas.

Primeiro Semestre 2016

(poss.) Conclusões do Conselho.

D1

Segundo Semestre 2017

Aprendizagem transectorial de pares

entre os Estados-Membros.

D2

Prioridade E:

Contribuição para lidar com desafios e oportunidades da era digital para política

para a juventude, trabalho juvenil e jovens

Conselho e Órgãos preparatórios

Novas abordagens ao trabalho juvenil para

maximizar o desenvolvimento do potencial e

talento dos jovens e a sua inclusão na

sociedade.

Segundo Semestre 2016

(poss.) Conclusões do Conselho.

E1

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Formas novas, modernas e apelativas de

trabalho juvenil incluindo práticas de

trabalho juvenil online serão salientadas

para refletir novas tendências na vida dos

jovens e maximizar o alcance do trabalho

juvenil para incluir mais jovens nas suas

atividades.

Aprendizagem entre Pares

Novas práticas no trabalho juvenil e tornar o

trabalho juvenil mais apelativo aos jovens.

Primeiro Semestre 2017

Relatório sobre práticas existentes

que refletem as tendências e as

recomendações em implementação

na prática diária do trabalho juvenil

E2

Grupo de especialistas

Riscos, oportunidades e implicações da era

digital para jovens, trabalho juvenil e política

para a juventude.

Segundo Semestre 2017

Relatório do grupo de especialistas.

E3

Definição de políticas baseadas em

conhecimento e factos

Estudo da Comissão sobre o Impacto da

Internet e dos meios de comunicação social

na participação dos jovens e no trabalho

juvenil.

Primeiro Semestre 2018

Relatório.

E4

Conselho e Órgãos preparatórios

Desenvolvimento de métodos inovadores no

trabalho juvenil, incluindo instrumentos

digitais, para satisfazer as necessidades e

aspirações dos jovens de uma forma mais

eficiente, inteligente e relevante e para

fomentar a cooperação transetorial.

Primeiro Semestre 2018

(poss.) Conclusões do Conselho,

respondendo, entre outras, às ações

E3 e E4 acima mencionadas.

E5

Prioridade F:

Contribuição para dar resposta às oportunidades e desafios resultantes do número

crescente de jovens migrantes e refugiados na União Europeia.

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187

Grupo de especialistas

Definir a contribuição específica do trabalho

juvenil, assim como a aprendizagem não-

formal e informal, para dar resposta às

oportunidades e desafios resultantes do

número crescente de jovens migrantes e

refugiados na União Europeia.

Segundo Semestre 2018

— Relatório

— — (poss.) Conclusões do Conselho

em resposta ao Relatório.

F1

Outros

Tópico Instrumento/Ação Resultado e Data Prevista

Estratégia

para a

Juventude da

UE

Aprendizagem entre Pares

Proposta da Comissão para um

quadro flexível.

Primeiro Semestre 2016

Formalização de um Quadro Flexível

para Atividades de Aprendizagem

entre Pares.

O1

Definição de políticas baseadas

em conhecimento e factos

Avaliação intercalar da Estratégia

para a Juventude da UE e da

Recomendação sobre a Mobilidade

de Jovens Voluntários dentro da

União Europeia.

Segundo Semestre 2016:

(poss.) Conclusões do Conselho

em resposta à avaliação, incluindo a

avaliação da Recomendação do

Conselho sobre a Mobilidade de Jovens

Voluntários dentro da União Europeia.

O2

Relatório da UE para a Juventude .

Primeiro Semestre 2018:

Relatório conjunto da UE para a

Juventude.

O3

Erasmus+

Definição de políticas baseadas em

conhecimento e factos

Avaliação intercalar do Erasmus+ e

dos programas antecessores

Primeiro Semestre 2018:

Resposta à avaliação em cooperação

com os setores relevantes

(Educação, Formação, Juventude,

Desporto)

O4

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2.7. USO ESTRATÉGICO DA COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA

PARA O EMPREENDEDORISMO SOCIAL

A participação e o envolvimento dos jovens são um desafio significativo

para a Europa. Por esta razão, o crescimento do empreendedorismo social

na Europa é um dos factos mais encorajadores nos últimos anos. Com ou

sem apoio governamental, os empreendedores sociais impulsionam a

inovação social e a mudança em vários campos, incluindo a educação, a

saúde, o meio ambiente e o desenvolvimento local. O empreendedorismo

social não é um extra - é algo essencial se a Europa quer jovens líderes

motivados para se destacarem e agirem nas diferentes áreas da vida,

desenvolvendo soluções inovadoras para problemas sociais. É por isso que é

importante aumentar a capacidade de participação dos jovens na sociedade

civil.

Na verdade, as aptidões e o esforço não conduzem sempre, por si sós,

ao sucesso e às mudanças sociais. Embora os empreendedores sociais e as

empresas sociais abordem frequentemente problemas diversos e funcionem

segundo modelos organizacionais diversos, na realidade todos eles

enfrentam um conjunto muito semelhante de desafios. Um desafio em

particular incomoda o empreendedor social em qualquer lugar: com o

crescente número de organizações que adotam práticas que promovem o

bem social, como é que cada empreendedor social se pode diferenciar,

garantindo que a sua missão e o seu impacto se destacam da multidão?

De facto, o empreendedorismo social incide sobre a aplicação de

abordagens práticas, inovadoras e sustentáveis para beneficiar a sociedade

em geral, com enfoque nas pessoas marginalizadas e carenciadas. É essa

abordagem que distingue o empreendedor social do resto da multidão de

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pessoas e organizações bem-intencionadas que dedicam as suas vidas ao

bem social147.

O sucesso dos empreendedores sociais é medido através do impacto

gerado nas suas comunidades com o sucesso da sua iniciativa / projeto /

empresa. Quanto melhor sucedidos forem, maior a capacidade de realizarem

o bem social. Para que os empreendedores sociais maximizem o impacto,

eles devem efetivamente atingir e ativar os seus públicos-alvo, o que hoje é

mais difícil do que nunca na sociedade acelerada em que vivemos, mas que

pode tornar-se mais eficiente e efetivo pela utilização apropriada dos meios

de comunicação.

No entanto, na maioria dos países europeus, a utilização dos meios de

comunicação pelos empreendedores sociais é reduzida e insuficiente para

responder às suas necessidades de comunicação enquanto comunidades

com identidades específicas. E, de facto, os canais de comunicação não

estão a ser utilizados muito ativamente porque os empreendedores sociais

não possuem competências suficientes para geri-los de forma profissional.

Os empreendedores dominam a atividade a que se dedicam, mas não estão

preparados para aproveitar o potencial dos canais de comunicação, com

vista a promover as suas atividades e a atingir o seu público-alvo ou um

público mais alargado. Esta situação corresponde também ao problema

comum na Europa de que os jovens não conseguem comunicar a sua

mensagem de forma eficaz porque não possuem a necessária literacia

mediática nem as competências para fazê-lo.

Isto significa que, num mundo onde a comunicação se tornou uma parte

central e indispensável da vida e onde as redes sociais imperam, a literacia

mediática em geral e a literacia de comunicação comunitária em particular,

certamente aumentarão a qualidade do empreendedorismo social (jovem).

147 http://www.schwabfound.org/content/what-social-entrepreneur.

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Na verdade, a cidadania digital é parte de qualquer movimento de

empreendedorismo social. A inclusão digital e a inclusão social estão hoje

diretamente relacionadas. A Europa necessita de jovens cidadãos ativos na

comunicação, capacitados por meio da alfabetização mediática e

capacidades de comunicação comunitária que lhes permitam alcançar um

impacto positivo nas suas comunidades locais. A comunicação comunitária é

uma área que pode ter um impacto multiplicador de longo prazo, tanto a

nível local como a nível europeu.

Para aumentar o poder dos jovens, a sua capacidade de comunicação

deve ser aumentada. A comunicação comunitária é composta por um

conjunto de ferramentas e redes que os jovens podem utilizar para fazer

ouvir a sua voz e, através de ações de comunicação subsequentes na

comunidade e ao nível da cidadania europeia, tornarem-se mais confiantes e

capacitados. Os jovens empreendedores necessitam de blogs, sites e canais

do YouTube, entre outros, para atingir e ativar o seu público-alvo e, em

seguida, compartilhar com o mundo. Neste sentido, é uma prioridade

capacitar os jovens empreendedores sociais ao nível da cidadania digital e

da comunicação comunitária.

Neste contexto, não há dúvida de que a comunicação comunitária tem

impacto social. Como meio alternativo à comunicação pública e comercial, a

comunicação comunitária ocupa um espaço importante na participação do

cidadão. Estes meios de comunicação fornecem às comunidades acesso à

informação e voz, facilitando o debate ao nível comunitário, o intercâmbio de

informações e conhecimento e a participação na tomada de decisões

públicas. Onde quer que tenha sido implementada, tornou-se claro que a

comunicação comunitária pode desempenhar um papel específico e crucial

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no incentivo à participação pública, fortalecendo a diversidade cultural e

linguística, e dando voz a grupos carenciados e marginalizados148.

Neste sentido, as competências de empreendedorismo social aplicadas à

comunicação comunitária capacitarão os jovens a levar os seus problemas e

desafios comunitários ao domínio público, a auto-organizarem-se, a

desenvolverem as suas comunidades e a participarem na esfera pública.

Na verdade, a comunicação comunitária pode beneficiar grandemente

das capacidades empreendedoras dos jovens, e os empreendedores sociais

têm muito a ganhar com a comunicação comunitária.

Neste contexto, a ideia principal do projeto é desenvolver e

implementar novos módulos de formação e ferramentas pedagógicas,

concebidas como um modelo "auto-organizado" de comunicação juvenil, e

conduzir jovens membros de comunidades locais (municípios, bairros,

comunidades desfavorecidas, etc.) através de um processo onde poderão

adquirir competências técnicas ao nível da comunicação comunitária, assim

como competências empreendedoras para a criação e gestão da sua própria

comunicação com o envolvimento colaborativo da sua comunidade,

membros, eleitores e grupos-alvo.

Deste modo, a comunicação comunitária poderá tornar-se parte da

cultura juvenil, onde as capacidades e competências que suportam a criação

do desenvolvimento comunitário de base serão naturalmente transferidas

para os jovens.

148 Community Media: A Good Practice Handbook. UNESCO, Paris, 2011, p.7.

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PARTE 2 - RELATÓRIO DO QUADRO DE REFERÊNCIA: ANÁLISE

1. EMPREENDEDORISMO SOCIAL PARA JOVENS PRODUTORES DE

COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA: RELATÓRIO COMPARATIVO DA

ANÁLISE DE NECESSIDADES ENTRE PAÍSES

1.1. OBJETIVO DO ESTUDO

Os formadores e técnicos de juventude envolvidos nos estudos sobre

grupos desfavorecidos representam os intermediários mais importantes para

se atingir estes grupos desfavorecidos e influenciá-los. Neste projeto, visa-

se contribuir para a qualidade dos estudos para a juventude, desenvolvendo

um programa de formação dirigido aos formadores e técnicos de juventude.

O programa de formação a ser preparado foca-se no aumento da utilização

dos media comunitários por parte dos formadores e técnicos de juventude,

permitindo-lhes aumentar a capacidade de difundir informação junto dos

jovens desfavorecidos e habilitando-os a estabelecer e gerir os seus próprios

canais de comunicação.

No processo de realização do projeto, a pesquisa sobre as principais

necessidades dos formadores e técnicos de juventude relativamente ao

programa de formação sobre empreendedorismo social e comunicação

comunitária constitui um passo essencial para a consecução dos objetivos do

projeto. Para que o programa de formação fosse preparado para satisfazer

as principais necessidades definidas no âmbito das "necessidades dos jovens

da Europa" e para gerar o conteúdo aplicável a essas necessidades, foram

incluídos formadores e técnicos de juventude de todos os países parceiros

participantes no projeto.

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1.2. RECOLHA DE DADOS

A recolha de dados do estudo, que adota a abordagem de investigação

quantitativa, foi baseada no método de questionário. O questionário consiste

em 39 questões implícitas e explícitas que medem os conhecimentos e as

atitudes dos formadores e técnicos de juventude, incluindo especialmente:

• Informação pessoal e profissional;

• Utilização de meios de comunicação;

• Grupos-alvo prioritários nos seus estudos;

• Utilização de comunicação comunitária;

• Níveis de empreendedorismo social;

• Sugestões acerca do conteúdo do programa de formação a ser

desenvolvido sobre o tema.

Na preparação das questões que fazem parte do questionário, na

bibliografia sobre o tema e nos objetivos da investigação que serviram de

base e na determinação dos níveis de empreendedorismo dos participantes,

foi usada a Escala de Nível de Empreendedorismo de Carraher, Galler and

Svilokos (2016).

1.3. AMOSTRA DA PESQUISA

Na análise de necessidades, para que os formadores e técnicos de

juventude dos três países parceiros no projeto estivessem representados,

foram determinadas categorias relativas à amostra dos dados do

questionário a ser recolhida. Neste âmbito, os dados da investigação para

grupos desfavorecidos nos três países foram recolhidos por formadores e

técnicos de juventude em:

- Autarquias locais;

- Universidades;

- Instituições sem fins lucrativos e organizações não governamentais;

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194

- Escolas;

- Instituições Públicas;

- Instituições internacionais de voluntários.

1.4. ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA

Foram verificados os 450 questionários recolhidos na Turquia, em

Portugal e na Bulgária, tendo sido efetuada a análise dos dados da

investigação utilizando o programa de análise estatística SPSS em 353

questionários que foram preenchidos na totalidade. Os dados da

investigação foram interpretados por meio de estatística definitiva e análise

comparativa e foram resumidos através de tabelas e gráficos.

1.5. RESULTADOS DA PESQUISA

Para os jovens produtores de comunicação estabelecerem os seus

próprios meios de comunicação comunitários, foram analisados todos os

dados relacionados com os formadores e técnicos de juventude:

- Características demográficas (idade, habilitações literárias, vínculo

institucional, tipo de serviço e experiência no âmbito dos estudos

para a juventude, etc.);

- Formação sobre o tema dos estudos para a juventude;

- Níveis de empreendedorismo social;

- Estatuto de utilização dos meios de comunicação em estudos

relativos à juventude;

- Os jovens alvo dos estudos e os canais mediáticos que utilizam para

atingir este grupo-alvo de jovens;

- Nível de conhecimento sobre comunicação comunitária, utilização da

comunicação comunitária e atitudes relacionadas com a utilização

deste tipo de meios de comunicação;

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195

- Formação prévia em utilização dos meios de comunicação em

estudos relativos à juventude;

- A sua visão sobre o conteúdo da formação que consideram

necessário;

- Conteúdo do programa de formação em comunicação comunitária

que consideram apropriado para formadores e técnicos de

juventude.

Os resultados da investigação foram sumariados em sete títulos.

1. RESULTADOS RELACIONADOS COM AS CARACTERÍSTICAS

DEMOGRÁFICAS DOS FORMADORES E TÉCNICOS DE

JUVENTUDE

Quando as características demográficas dos participantes que foram

incluídos nas amostras oriundas da Turquia, de Portugal e da Bulgária foram

analisadas, verificou-se que foi conseguida a representação de amostras

relativas a todas as variantes demográficas determinadas no estudo. Neste

contexto, os resultados comparativos dos países em relação à idade, género,

habilitações literárias, tipo de trabalho, vínculo institucional, tipo de serviço

orientado para os estudos relativos à juventude e experiência em estudos

relativos à juventude, da amostra são apresentados em detalhe na Tabela 1.

O grupo de amostra da presente investigação é composto por 345

participantes, 153 dos quais são turcos (44%), 110 portugueses (32%) e 82

búlgaros (24%).

Neste contexto, os 345 participantes que compõem a amostra foram

identificados da seguinte forma:

- Quando avaliados em termos de variantes de idade, género e

habilitações literárias, trata-se maioritariamente de indivíduos: cuja

faixa etária se encontra entre 25-44 (57%), que são

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196

maioritariamente mulheres (68%) e têm habilitações literárias

correspondentes ao ensino superior (77%);

- Quando avaliados em termos de variantes de serviço prestado a

jovens, a maioria dos participantes dedica-se a serviços de:

consultoria (17%), ensino (16%), voluntariado (16%) e educação

(15%) ;

- A maioria está vinculada a organizações sem fins lucrativos (19%),

serviços sociais (18%) e administrações locais (14%), assim como

em trabalhos a tempo inteiro (61%) e voluntariado (18%);

- Novamente, a maioria dos participantes (60%) tem desempenhado

trabalhos direcionados para esta temática há 5 e mais anos.

Quando as características demográficas proeminentes deste presente

grupo de amostra foram avaliadas, o grupo de 153 participantes turcos

(44%) foi considerado como se apresenta em seguida:

- Composto maioritariamente por indivíduos que têm 25 ou mais anos

(91%), mulheres (72%) e cujas habilitações literárias correspondem

ao ensino superior (78%);

- A grande maioria dos participantes focam-se nos serviços sociais

(21%), na educação (21%), no ensino (19%) e na consultoria

(16%);

- A generalidade dos participantes trabalha em instituições públicas

(31%), universidades (24%) e ongs, e a maioria são trabalhadores

a tempo inteiro (70%) e voluntários (20%);

- Novamente, a maioria dos participantes (63%) tem desempenhado

trabalhos relacionados com esta temática há 5 e mais anos.

Examinando os 110 participantes portugueses (32%), pode dizer-se

que:

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197

- São maioritariamente indivíduos com 35 ou mais anos de idade

(66%), a maioria mulheres (71%) e cujas habilitações literárias

correspondem ao ensino superior (89%);

- A grande maioria dos participantes focam-se em serviços de

consultoria (39%), voluntariado (18%), educação (13%) e outros

(13%);

- Trabalham em ONGs (25%), organizações sem fins lucrativos

(16%), fundações (12%) e organizações internacionais (12%), e a

maioria são trabalhadores a tempo inteiro (66%) e voluntários

(15%);

- Novamente, a maioria dos participantes (79%) tem desempenhado

trabalhos relacionados com esta temática há 5 e mais anos.

Dos 82 búlgaros que compõem 24% da totalidade dos participantes,

pode dizer-se que:

- A maioria tem entre 18-34 anos (71%), são maioritariamente

mulheres (56%) e estudantes universitários (33%) e licenciados

(28%);

- A grande maioria dos participantes são professores (38%), dedicam-

se a outros serviços (12%) e à educação (11%);

- Em geral, são trabalhadores relacionados institucionalmente com

escolas básicas/secundárias (18%), universidades (17%),

prestadores profissionais de educação (11%) e organizações sem

fins lucrativos (10%), e a maioria são trabalhadores a tempo inteiro

(35%) e associados a um projeto (27%);

- Novamente, a maioria dos participantes (69%) tem desempenhado

trabalhos relacionados com esta temática há 1-5 anos.

Tabela 1: Características Demográficas dos Participantes por País

Turquia Portugal Bulgária Geral Turquia Portugal Bulgária Geral

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198

Idade N % N % N % N % Géner

o

N % N % N % N %

18-24

25-34

35-44

45-54

55+

14

49

37

29

24

9

3

2

2

4

1

9

1

6

15

22

49

14

10

14

20

44

13

9

32

26

14

8

2

39

32

17

10

2

61

97

100

51

36

18

28

29

15

10

Feminino

Masculino

110

43

72

28

78

32

71

29

46

36

56

44

234

111

%68

%32

Total 153 110 82 345 Total 153 110 82 345

Tipo de trabalho N % N % N % N % Habilitações N % N % N % N %

Tempo inteiro

Part-time

Voluntariado

Base em Projeto

Freelance

14

49

37

29

24

9

3

2

2

4

1

9

1

6

70

9

16

8

3

66

9

15

7

3

28

13

15

21

2

35

17

19

27

2

20

5

26

62

33

12

6

1

8

1

8

1

0

3

Secundário

Universitário

Universidade

Mestrado

Doutoramento

23

10

77

25

18

15

7

50

16

12

5

8

49

38

10

4

7

45

35

9

6

27

23

22

4

7

33

28

27

5

34

45

149

85

32

10

13

43

25

9

Total 153 106 79 338 Total 153 110 82 345

Serviços para a

Juventude

N % N % N % N % Vínculo

Institucional

N % N % N % N %

Orientador

Conselheiro

Instrutor

Animador

Serviços Sociais

Professor

Educador

Voluntário

Outros

9

24

13

2

33

9

29

32

2

6

16

9

1

21

6

19

21

1

9

3

7

7

7

42

12

9

13

8

3

6

6

6

38

11

8

12

2

29

2

2

4

2

10

13

10

3

39

3

3

5

3

13

18

13

20

56

22

11

44

53

51

54

24

6

17

6

3

13

16

15

16

7

Obra de caridade

Fundação

Org. Intern. Org.

Adm. Local

ONG

Org. s/ fins

lucrativos

Inst. Públ.

Escola Bás/Sec

Serviço Social

Universidade

Formação Prof

Prov.

Outros

2

5

9

12

22

14

48

1

1

37

-

1

1

3

6

9

14

9

31

1

1

24

-

1

9

5

1

9

4

11

10

19

-

18

12

7

9

5

1

9

4

10

9

18

-

17

11

7

4

10

10

2

20

13

5

3

1

7

4

2

5

12

12

2

25

16

6

4

1

9

5

2

20

20

24

46

38

63

23

2

62

16

9

1

6

6

7

14

11

19

7

1

18

5

3

1

Total 153 74 109 336

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199

Experiência N % N % N % N %

1-2 anos 2 1 8 7 2 3 66 1

3-5 anos 9 9 1 1 9 6 70 9

5-10 anos 2 1 5 4 2 3 78 2

10 + 8 8 2 2 7 3 12 1

37

59

25

38

1

6

2

0

59

2

05

2

55

6

6 2

33

7

Total 153 106 81 340

2. HABILITAÇÕES DOS PARTICIPANTES QUANTO AOS ESTUDOS

RELATIVOS À JUVENTUDE

58% dos formadores e técnicos de juventude (n=200) que participaram

no estudo mencionaram que receberam previamente formação em estudos

relativos à juventude, 42% (n=145) disseram que não receberam qualquer

formação sobre o tema. As habilitações dos participantes em relação aos

estudos relativos à juventude foram comparadas entre os países e a

diferença entre eles foi identificada (p=,000). De acordo com os rácios

educativos mais elevados, a ordem dos países foi: Portugal (45%), Turquia

(30%) e Bulgária (24%).

Quando foram analisadas as respostas dadas à questão sobre a

preparação do conteúdo da formação em estudos relativos à juventude,

61.4% dos participantes da Turquia, 51% dos participantes da Bulgária e

82.7% dos participantes de Portugal mencionaram que receberam

previamente formação em estudos relativos à juventude. Desta forma, a

maioria dos participantes turcos declararam que obtiveram formação através

de atividades de voluntariado e experiências de trabalho de campo (25.4%),

formadores e formação de formadores (16.9%) e formação em gestão de

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200

projetos (15.3%), que estiveram entre as formações mais frequentes. Para

os participantes búlgaros, aperfeiçoamento pessoal (29.3%), formadores e

formação de formadores (13.4%) apareceram nos primeiros lugares; os

participantes de Portugal (30.9%) mencionaram os seus estudos

universitários e de pós-graduação. Outra formação mais frequente entre os

participantes direcionava-se ao domínio da Pedagogia (16.9%). Participantes

dos três países afirmaram não ter recebido previamente formação em

webinars e tecnologia, enquanto as formações em empreendedorismo e

comunicação foram mencionadas apenas pelos participantes turcos.

Figura 2: Habilitações dos Participantes no domínio dos Estudos relativos à juventude

As experiências dos participantes em estudos relativos à juventude

foram obtidas com perguntas de resposta aberta, tendo sido observado que

as suas experiências têm sido definidas em paralelo com o projeto ou

15,3

8,5

13,5

1,70

16,9

1,7 1,7

5,1

0 0

25,4

10,210

0 0

42

22

0 0

48

0 02

12

0 0 0

23,1

4,47,7

5,5 5,5 4,4

37,4

0

9,9

2,1

0

10

20

30

40

50

60 TUR% (n=59) BULG% (n=50) PORT% (n=91)

Gestão de Projeto; Empreendedorismo, Formação em Comunicação, Formação Pedsagógica, Formação Psicológica,

Formadores e Formação de Formadores, Formação Física e Desporto, Belas Artes e Animação, Aprimoramento Pessoal, Grau

Universitário, Webinars e Tecnologia, Voluntariado, OutroS.

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201

domínio de trabalho em que aconteceram. De acordo com os dados

recolhidos, os projetos, as atividades e os produtos onde os participantes

ganharam experiência estão divididos em seis categorias em linha com os

profissionais identificados. 98% dos participantes da Turquia (n=150),

47.2% dos participantes da Bulgária (n=35); 91.8 dos participantes de

Portugal (n=101), falaram sobre as suas experiências relacionadas com os

estudos relativos à juventude. Três participantes de Portugal e seis

participantes da Bulgária foram incluídos noutra secção da categorização,

uma vez que não tinham apresentado uma área definitiva e deram

informação relativamente ao nível de experiência nesta questão. Em

conformidade, foi observado que os participantes da Turquia obtiveram

experiência através de projetos educativos sediados em instituições (39.3%),

projetos de autarquias locais (28.7%) e projetos de ONGs (23%). Enquanto

os participantes da Bulgária referiram mais a sua experiência em projetos de

ONGs (80%), e projetos educativos sediados em instituições (2.9%), os

participantes de Portugal mencionaram as suas experiências em projetos

educativos sediados em instituições (59.4%) e projetos de ONGs (26.7%).

Relativamente às experiências dos participantes em estudos relativos à

juventude por países, foi encontrada uma relação estatisticamente

significativa e forte (Cramer's V Value: 0,481; p=0,00). Para além disso,

também houve uma correlação estatisticamente significativa e forte entre o

vínculo institucional e as experiências dos participantes em estudos relativos

à juventude (Tur-Cramer’s V: 0,531, p=0,00; Bulg-Cramer’s V:0,638;

p=0,27; Port-Cramer’s V:0,435; p=0,01).

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202

Figura 3: Experiências no âmbito dos Estudos relativos à juventude

3. RESULTADOS RELATIVAMENTE AOS NÍVEIS DE

EMPREENDEDORISMO DOS FORMADORES E TÉCNICOS DE

JUVENTUDE

Quando os resultados da questão relativa aos níveis de

empreendedorismo dos participantes foram avaliados, os participantes

tinham a característica de empreendedores de nível bastante alto (Média

Geral=4,144). Quando as características dos participantes foram avaliadas,

pode dizer-se que eles tinham uma sensibilidade superior à média para os

temas ao estarem constantemente envolvidos no processo de aprendizagem,

profundamente interessados nos resultados criados, sentirem

responsabilidade pelos grupos de apoio, serem inovadores e criarem valores

sociais (Tabela 3).

23,328,7

39,3

80,7 0

80

0 2,9 0 0

17,1

26,7

0

59,4

37,9

3

NGO and publicinitiatives

project

Localgovernmental

and city councilprojects

Educationalinstitutionalprojects and

works

Public bodiesprojects and

social services

Private sectorand counselling

Other

Projetos por Domínios de Experiência

TUR% (n=150) BULG% (n=35) PORT% (n=101)

Projeto de ONGs e iniciativas públicas; Projetos de governação local e municípios; Projetos e Trabalhos de Educação

Institucional; Projetos de Entidades Públicas e Serviços Sociais; Setor Privado e Consultoria; Outros.

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203

Tabela 3: Afirmações Relativas aos Níveis de Empreendedorismo, Médias por Países

Afirmações Relativas aos Níveis de Empreendedorismo Média Turquia Portugal Bulgária

Aceito criar valor social (não apenas valor especial) como dever.

Crio novas oportunidades para desempenhar as minhas funções.

Estou em harmonia com o processo acerca das minhas funções.

Ajo com coragem sem estar limitado aos recursos existentes enquanto cumpro a minha

missão.

Procuro novas oportunidades para desempenhar as minhas funções.

Estou profundamente interessado nas consequências criadas pelo desempenho das

minhas funções.

Enquanto desempenho as minhas funções, tento ser aquele que 'muda o mundo'.

Aceito como missão apoiar o valor social (e não apenas o valor especial).

Empenho-me no processo inovador constante relativo às minhas funções.

Demonstro elevados sentimentos de responsabilidade para com os grupos de apoio que

sirvo.

Estou em constante processo de aprendizagem sobre as minhas funções.

4,1840

4,1424

4,1513

3,8101

4,1424

4,2611

3,8694

4,1246

4,1810

4,1869

4.5282

4,0403

4,0268

3,9530

3,5973

3,9799

4,0336

3,5168

3,9664

4,0201

3,9664

4.1745

4,2407

4,4074

4,4259

4,1481

4,4352

4,5463

4,1111

4,1574

4,3704

4,2500

4.5741

4,3750

4,0000

4,1500

3,7500

4,0500

4,3000

4,2000

4,3750

4,2250

4,5125

4.5000

Média Geral 4.144 3.934 4.333 4.222

Alpha Cronbach,873; KMO=,892

Quando avaliamos os níveis de empreendedorismo por país, o grupo

onde o nível de empreendedorismo é mais alto (Média Geral=4.333) é o dos

participantes portugueses. Segue-se a Bulgária (Média Geral=4.222) e

Turquia em terceiro lugar (Média Geral=3.934) na ordem de nível de

empreendedorismo. À luz dos resultados, podemos afirmar que os

participantes portugueses e búlgaros têm níveis de empreendedorismo mais

altos do que a média.

Outro tema incluído no estudo acerca do empreendedorismo foi

determinar as opiniões dos participantes em relação aos formadores e

técnicos de juventude que apresentam características empreendedoras. Com

as respostas às questões preparadas para determinar as atitudes dos

participantes no âmbito deste tema, foram analisados os dados que

mostram que a maioria dos participantes 82% (n=278) considera que cada

formador e técnico de juventude deve ser igualmente um empreendedor

social (6% negativos, 12% indecisos).

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204

Quando o grupo de amostra dos participantes do próprio país responde

à questão sobre o formador e técnico de juventude ter uma característica de

empresário, foram analisados os dados que mostram que 89% dos

participantes portugueses, 83% dos participantes turcos e 70% dos

participantes búlgaros têm uma atitude positiva sobre este tema.

Figura 4: Atitudes dos participantes em Relação ao Empreendedorismo dos

Formadores e técnicos de juventude analisadas por Países

4. RESULTADOS RELATIVOS À UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO NOS ESTUDOS SOBRE A JUVENTUDE

Constituindo apenas uma minoria dos formadores e técnicos de

juventude que foram incluídos na investigação, 40% (134 indivíduos)

mencionaram que utilizam meios de comunicação em atividades de trabalho

com jovens, enquanto que 60% afirma não utilizar. Dos 134 indivíduos que

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205

utilizam meios de comunicação, 41% são participantes turcos (n=55), 30%

são búlgaros (n=40) e 29% portugueses (n=39) (Figura 4.1).

Figura 5: Utilização dos Meios de Comunicação em

Atividades de Trabalho com Jovens

Enquanto apenas 48% (n=159) destes indivíduos mencionaram que as

suas funções passavam por criar e difundir conteúdo de meios de

comunicação no âmbito do serviço de formador e técnico de juventude, 52%

afirmaram não ter qualquer função nesse sentido. Quando ordenados os

participantes cujas funções incluem criar e difundir conteúdo, Portugal ocupa

a primeira posição com 43% (n=68), seguido da Bulgária com 32% (n=51)

e finalmente a Turquia na última posição com 25% (n=40) (Figura 4.2.).

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206

Figura 6: O Papel na Criação e Difusão de Conteúdo de

Comunicação acerca de Estudos sobre a Juventude

5. PÚBLICO-ALVO JOVEM NO ÂMBITO DOS ESTUDOS RELATIVOS

À JUVENTUDE E CANAIS DE COMUNICAÇÃO UTILIZADOS

PARA ATINGIR ESSA POPULAÇÃO

Uma vez que foram colocadas perguntas de resposta aberta visando

grupos primários e secundários, as respostas são compostas por dados

qualitativos que foram categorizados através da análise de conteúdo. Os

dados recolhidos indicam que os grupos primários visados se enquadram em

três diferentes categorias. Em conformidade:

- Categoria de Grupos não Especificados é a categoria onde os

grupos-alvo são definidos geralmente como “crianças”, “adultos” ou

“todos” de acordo com as características demográficas. Nesta

categoria, dá-se lugar aos dados nos quais as crianças e jovens são

mais considerados. Na subcategoria “todos”, há expressões como

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207

todos, todas as pessoas, sociedade e toda a sociedade. É o último

lugar de entre as três categorias com 13.3%.

- A Categoria Idade e Educação representa o grupo no qual os

participantes se identificam pela faixa etária, especificando as

habilitações literárias, e/ou enfatizando os seus problemas

individuais, de um modo mais especializado mas sem apontar

problemas sociais ou económicos. Nos dados qualitativos, os

participantes, definindo a faixa etária, criaram uma escala muito

mais alargada, sendo a faixa mais curta a dos 12 anos até à mais

larga, entre 12-35 anos. Por esta razão, na categoria da faixa etária,

foram considerados dois grupos, 5-17 anos e 18-35 anos. Os dados

foram categorizados de acordo com a intensidade nessas faixas.

Jovens com problemas comportamentais em risco ou definidos como

problemáticos foram também incluídos nesta categoria, já que se

aponta para a situação educacional. Para além disso, não havia

referência a qualquer problema social ou económico ao identificá-los

como problemáticos ou em risco. Assim, foi tratada separadamente

da categoria das questões sociais. Esta categoria tem o rácio mais

elevado com 65.7% entre as três categorias.

- A Categoria das Questões Sociais é composta por dados nos quais o

grupo-alvo de jovens é identificado com, pelo menos, um problema

social. Quando considerado como grupo-alvo do projeto, é de

extrema importância apontar para grupos-alvo de jovens que

representam uma questão ou condição social que os integre nesta

categoria. As definições dos grupos-alvo, compostos por seis

subcategorias, são valiosas no que diz respeito a salientar questões

sociais que se destacam nos países parceiros em defesa dos

participantes. Esta categoria tem o segundo rácio mais elevado

entre as três categorias com 16%.

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208

Tabela 4: Grupos-alvo Primários definidos em Três Categorias

TUR% (n=110) BUL% (n=37) POR% (n=101) Peso entre

Categorias %

GRUPO NÃO ESPECIFICADO 13.3

Crianças e Jovens/não especificado 12.7 13.5 7.9 10.9

Adultos/não especificado 0.9 0 0 0.4

Todos/não especificado 2.9 0 2 2

ESPECÍFICO À IDADE E HABILITAÇÕES 65.7

Crianças com idades entre 5-17 17.3 5.4 48.5 28.2

Jovens com idades entre 18-35 5.5 10.8 16.8 10,9

Estudantes: Secundário e universidade 39.1 10.8 10.9 23,4

Jovens psicologicamente problemáticos 0.9 5.5 5 3.2

ESPECÍFICO ÀS QUESTÕES SOCIAIS 16

Mulheres e raparigas 3.6 0 0 1.6

Pessoas expostas à desigualdade educativa 2.7 0 0 1.2

Pessoas com deficiência física e mental 4.5 0 1 2.4

Grupos desfavorecidos: problemas económicos e sociais 4.5 10.8 3.9 4.8

Pessoas que vivem em regiões desfavorecidas 0.9 32.4 0 5.2

Imigrantes e Refugiados 0 2.7 1 0.8

Outros (%5) 4.5 8.1 3 5

TOTAL 100 100 100 100

- Os grupos-alvo que geralmente se destacam, chamando a atenção entre a comparação dos grupos-alvo primários e subcategorias por países, estão

escritos a vermelho.

A identificação dos participantes do grupo-alvo de jovens de acordo com

as variantes idade e habilitações tem sido uma categoria importante no que

respeita a todos os países. Além disso, também é possível ver algumas

categorias que são dominantes na categoria Questões Sociais por país. Por

exemplo: nas questões sociais que interessam aos participantes por meio

dos grupos-alvo, salientam-se os grupos relacionados com problemas de

deficiência (4.5%), grupos económica e socialmente desfavorecidos (4.5%),

questões relacionadas com mulheres (3.6%), desigualdades na educação

(2.7%). Os grupos-alvo que têm problemas com o respeito pelas questões

de género (3.6%) e as desigualdades na educação (2.7%) foram apontadas

apenas pelos participantes turcos. Os participantes da Bulgária, por outro

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209

lado, referiram o enfoque em grupos expostos a altas taxas de desigualdade

regional e discriminação urbano-rural (32.4%) e grupos económica e/ou

socialmente desfavorecidos (4.5%). Finalmente, os participantes de Portugal,

apesar da baixa percentagem, apontam para grupos económica e

socialmente desfavorecidos (3.9%).

Figura 5.1. Grupos-alvo Primários Definidos em Três Categorias, por país

Os resultados relacionados com os grupos-alvo secundários revelam

novas subcategorias não mencionadas pelo grupo-alvo primário.

Identificadas de forma diferente dos grupos-alvo primários, novas categorias

institucionalmente qualificadas asseguraram que uma nova categoria

pertencente a grupos-alvo secundários fosse adicionada às categorias

principais. As novas categorias adicionadas com a definição de grupos-alvo

secundários foram: Progenitores e Famílias e Seniores na Categoria de

Grupos não Especificados; Educadores na Categoria Idade e Educação;

Pessoas Desempregadas na categoria Questões Sociais.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Children and youth/Unspesified (%10,9)

Adult/Unspesified (%0,4)

Everyone/Unspesified (%2)

5-17 years old children (%28,2)

18-35 years old youth (%10,9)

Students: High school and university (%23,4)

Psychologically problematic youth/students (%3,2)

Women and girls (%1,6)

People with education inequality (%1,2)

People with psyhical and mental disabilities (%2,4)

Disadvantages groups: Economic and social problems (%4,8)

People living in disadvantaged regions (%5,2)

Immigrants and refugees (%0,8)

Other (%5)

Grupos-alvo Primários e Juventude

TUR% (n=110) BULG% (n=37) PORT% (n=101)

Outros

Imigrantes e refugiados

Pessoas que vivem em regiões desfavorecidas

Grupos desfavorecidos: problemas económicos e sociais

Pessoas com deficiência física e mental

Pessoas expostas à desigualdade educativa

Mulheres e raparigas

Jovens/Estudantes psicologicamente problemáticos

Estudantes: secundário e universidade

Jovens entre 18-35 anos

Crianças entre 5-17

Todos/Não Especificado

Adultos/ Não Especificado

Crianças e Jovens/Não Especificado

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210

Tabela 5: Grupos-alvo Secundários Definidos em Quatro Categorias

Nos resultados relacionados com os grupos-alvo secundários, não foram

incluídos os jovens expostos a desigualdades na educação e os indivíduos

que vivem em regiões desfavorecidas, que se enquadram no grupo-alvo

primário. Quando analisámos as categorias respeitantes aos países,

mulheres e meninas (12.9%), progenitores famílias (11.8%), sociedade em

geral (11.8%) e crianças e jovens como grupo não especificado (9.4%)

TUR % (n=68) BULG % (n=24) PORT% (n=68) Peso entre Categorias

%

GRUPOS NÃO ESPECIFICADOS 53.1

Crianças e jovens/não especificado 9.4 29.2 5.9

10.7

Adultos/não especificado 0 0 47

18.1

Todos/não especificado 11.8 0 7.4

8.5

Progenitores e Famílias* 11.8 4.2 11.8

10.7

Idosos e séniores* 4.7 0 7.4

5.1

ESPECÍFICO À IDADE E EDUCAÇÃO 15.8

Crianças com idades entre 5-17 3.5 16.7 1.5

4.5

Jovens com idades entre 18-35 0 4.2 1.5

1.2

Estudantes: secundário e universidade 5.9 0 4.4

4.5

Educadores: Universitários e professores* 7.1 0 5.8

5.6

ESPECÍFICO ÀS QUESTÕES SOCIAIS 17.5

Mulheres e raparigas 12.9 0 0

6.2

Jovens expostos à desigualdade educativa 0 0 0

0

Pessoas com deficiências físicas e mentais 4.7 0 1.5

2.8

Grupos desfavorecidos: problemas económicos e sociais

3.5 12.5 2.8

4.5

Pessoas que vivem em zonas desfavorecidas 0 0 0

0

Imigrantes e refugiados 4.7 0 0

2.3

Jovens desempregados* 2.4 4.2 0

1.7

INSTITUIÇÕES RELACIONADAS 11.3

ONGs e Organizações de Caridade* 7.1 0 0 3.4

Universidades* 4.7 0 1.5

2.8

Outras Instituições* 4.7 16.7 1.5

5.1

Outros 1.1 12.3 0

2.3

TOTAL 100 100 100 100

*Grupos, aumentados em rácio ou recentemente acrescentados como grupos-alvo secundários.

- Os grupos-alvo, que geralmente se destacam, chamando a atenção entre a comparação dos grupos-alvo primários e subcategorias por países, estão escritos a

vermelho.

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211

aparecem em destaque exclusivamente na Turquia. Educadores (7.1%) e

ONGs e organizações de solidariedade social (7.1%) são os outros grupos

que se salientam. Relativamente aos participantes de Portugal, entre os

grupos-alvo secundários, os adultos (47%) têm uma frequência bastante

alta. Progenitores e famílias (11.8%) e sociedade em geral (7.4%) estão

entre os grupos proeminentes. Relativamente aos participantes da Bulgária,

observa-se que a subcategoria crianças e jovens salienta-se mais como um

grupo-alvo secundário comparado com os grupos primários. Crianças/jovens

com idades entre 5-17 anos (16.7%), instituições da administração privada

ou local que apoiam o empreendedorismo (16.7%) e grupos desfavorecidos

em relação a questões sociais (12.5%) surgiram entre os grupos

secundários. Os idosos foram considerados entre os grupos-alvo secundários

apenas na Turquia e em Portugal; jovens desempregados foram

considerados entre os grupos-alvo secundários apenas na Turquia e na

Bulgária.

6. RESULTADOS RELATIVAMENTE À UTILIZAÇÃO DA

COMUNICAÇÃO COMUNITÁRIA POR PARTE DOS

PARTICIPANTES

Quando foram analisadas as questões preparadas para determinar a

utilização por parte dos participantes da comunicação comunitária nas suas

atividades, a maioria dos participantes, 197 indivíduos (58%) mencionaram

que conhecem o conceito de comunicação comunitária, 142 indivíduos

(42%) nunca ouviram falar. Quando os primeiros foram analisados por país,

o nível mais alto de conhecimento foi registado em Portugal com 36%

(n=71), seguido da Bulgária com 30% (n=67) e com o nível mais baixo de

conhecimento ficou a Turquia com 30% (n=59) (Figura 6.1).

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212

Figura 8: Conhecimento Relativamente à Comunicação Comunitária

Adicionalmente, a minoria dos participantes, 40% (n=134) afirmaram

possuir competências em gestão ou direção de meios de comunicação

comunitários, sendo que o número de indivíduos indecisos acerca do assunto

é surpreendente (36%).

Quando os participantes que tiveram oportunidade de dirigir um meio

de comunicação comunitário foram analisados por país, a Turquia ficou em

primeiro lugar com 44% (n=60), seguida de Portugal com 30% (n=52) e

Bulgária no último lugar com 16% (n=22). Os participantes que disseram

não ter as competências necessárias para a gestão ocuparam a seguinte

ordem: Turquia com 52% (n=43), Bulgária com 27% (n=22) e Portugal com

20% (n=17) (Figura 6.2.).

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213

Figura 9: Deter Competências para Dirigir um Meio de Comunicação

Comunitário

7. RESULTADOS RELATIVAMENTE ÀS EXPECTATIVAS PARA O

PROGRAMA DE FORMAÇÃO

Os participantes responderam a questões de resposta aberta acerca das

suas expectativas relativamente aos programas de formação e 8 temas

ocorreram de acordo com as respostas dadas. Nestes temas, foi observado

que tanto as expectativas relacionadas com o conteúdo da formação, como

os temas acerca dos resultados do programa e do efeito de expansão,

vieram ao nosso encontro:

1. Tema sobre produção de conteúdo e desenvolvimento de

implementação de competências envolve as expectativas relativamente à

apresentação aplicada de como o conteúdo dos meios de comunicação deve

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214

ser preparado, e como se deve lidar com o conteúdo de produção e o

processo de gestão. A utilização de vários meios de comunicação de uma

forma integrada, ganhando novas competências de implementação,

produção e técnica, foi tratada neste tema.

2. Tema sobre utilização eficaz e apropriada dos meios de comunicação

no seu máximo potencial é composto por expectativas que refletem as

opiniões dos participantes sobre os meios de comunicação não serem

utilizados eficazmente e no seu máximo potencial. Neste tema foi tratada a

expectativa de formação que possa atribuir aos grupos-alvo uma perspetiva

mais alargada sobre o poder e o potencial dos meios de comunicação.

3. Tema sobre a criação de uma plataforma eletrónica sustentável e

produtiva, no qual as características relativas aos resultados do impacto da

expansão e do benefício da formação são abordados. Os participantes

mencionaram que avaliaram em qualidades avançadas aquelas que são

produtivas, sustentáveis e ampliáveis, e aquelas que podem ser integradas

em vários temas e têm acesso livre ao programa de formação.

4. Tema sobre as Instituições e Empresas de apoio a novos métodos e

melhor trabalho é um tema orientado para o resultado da formação. Reflete

a expectativa de incluir organizações não-governamentais e organizações de

solidariedade social para as apoiar e contribuir para a sua produção.

5. Tema sobre a melhoria da utilização dos meios de comunicação e da

competência em comunicação reflete as expectativas direcionadas para a

melhoria da utilização do contexto e instrumentos dos meios de

comunicação social, fornecendo a variedade de instrumentos utilizados e

aumentando assim a sua eficácia. Diferente do segundo tema, este assenta

no estabelecimento de uma competência de comunicação baseada no

computador no novo ambiente dos meios de comunicação que é seguida e

popularizada.

6. Tema sobre como ir ao encontro dos jovens e criar interação,

fugindo da assunção de não ter acesso suficiente e contacto com os jovens,

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215

é definido no âmbito da demonstração de possibilidades relativas às novas

oportunidades e instrumentos operacionais para a generalidade dos grupos-

alvo de jovens, particularmente os indivíduos desfavorecidos, esquecidos ou

isolados.

7. Tema sobre a criação de oportunidades educativas para aprender e

ensinar a trabalhar com novos instrumentos aponta para a criação de uma

fonte de referência através do programa, na aprendizagem de como utilizar

os novos ambientes e instrumentos dos meios de comunicação. Contempla a

concepção de um programa de formação, que pode ser facilmente acedido

por aqueles que dele necessitem, baseado no princípio de acesso livre em

relação à igualdade de oportunidades na educação.

8. Tema sobre o aumento da consciência e conhecimento social, reflete

a expectativa da criação de conhecimento social no que diz respeito às

questões sociais, temas sociais e grupos-alvo, numa perspetiva alargada.

Este tema também demonstra que existem expectativas no que diz respeito

à revelação de domínios que podem ser abordados em relação aos temas

em questão.

Os resultados, o tema das competências em desenvolvimento

relacionadas com a produção e implementação de conteúdos nos meios de

comunicação que têm maior frequência (23,5%), apontam para a prioridade

das necessidades relativas ao conhecimento e competências, incluindo

competências técnicas, na gestão de conteúdo. Aumentar a consciência e o

conhecimento social foi o tema com menor incidência (6,4%). A distribuição

é mostrada no Gráfico 7.1, juntamente com outros temas sobre expectativas

que se destacaram.

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216

Gráfico 1: Expectativas sobre o Programa Educativo, distribuição por Temas

Tabela 6: Expectativas sobre o Programa Educativo, por Países

Expectativas sobre o Programa Educativo TUR % (n=79) BUL % (n=65) PORT% (n=90) Peso entre

Temas%

Desenvolver competências de produção e implementação de

conteúdo.

19 23.1 27.8 23.5

Utilização eficaz e apropriada de meios de comunicação em

todo o seu potencial.

24.1 30.8 11.1 20.9

Criar uma plataforma eletrónica sustentável e produtiva. 15.2 3.1 14.4 11.5

Apoiar Instituições e Empresas para novos métodos e melhor

trabalho.

2.5 21.5 11.1 11.1

Melhorar a competência de utilização e comunicação com

meios de comunicação.

5.1 1.5 21.1 10.3

Ir de encontro aos jovens e criar interação. 8.9 13.8 5.6 9

Criar oportunidades educativas para aprender e ensinar

novos instrumentos.

7.6 4.6 8.9 7.3

Aumentar consciência e conhecimento social. 17.6 1.6 0 6.4

Aumentar consciência e conhecimento social

6,4%Ir de encontro aos

jovens e criar interação

9%

Desenvolver competências de

produção e implementação de conteúdo 23,5 %

Melhorar a competência de

utilização e comunicação com

meios de comunicação

10,3%

Utilização eficaz e apropriada dos meios

de comunicação em todo o seu potencial

20,9%

Criar novas oportunidades

educativas para aprender e ensinar novos instrumentos

7,3%

Apoiar Instituições e Empresas para novos

métodos e melhor trabalho 11,1%

Criar uma e-plataforma

sustentável e produtiva

11,5%

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217

O número mais elevado de participantes que partilharam as suas

opiniões acerca das expectativas quanto ao programa de formação foi de

Portugal (81.8%, n=90); o número menor de participantes a partilhar as

suas opiniões foi da Turquia (51.6%, n=79). Na distribuição por países,

enquanto as expectativas dos participantes portugueses estiveram mais

focadas no tema "Desenvolvimento de competências de produção e

implementação de conteúdo", também entre os temas, este é o mais

proeminente. Para os participantes da Bulgária e da Turquia, o tema mais

proeminente foi "Utilização eficaz e apropriada dos meios de comunicação

em todo o seu potencial". O tema "Aumentar consciência e conhecimento

social", que nenhum dos participantes de Portugal mencionou, é referido por

apenas 1.6% dos participantes, foi o terceiro tema mais proeminente de

acordo com os dados recolhidos entre os participantes turcos. O tema

“Melhorar a competência de utilização e comunicação com meios de

comunicação” teve taxas reduzidas em relação aos participantes da Turquia

19

24,1

15,2

2,5

5,1

8,97,6

17,6

23,1

30,8

3,1

21,5

1,5

13,8

4,6

1,6

27,8

11,1

14,4

11,1

21,1

5,6

8,9

0

TUR % (n=79) BULG % (n=65) PORT % (n=90)

Desenvolver competências de produção e implementação de conteúdo; Utilização eficaz e apropriada de meios de

comunicação em todo o seu potencial; Criar uma e-Plataforma sustentável e produtiva; Apoiar Instituições e Empresas

para novos métodos e melhor trabalho; Melhorar a competência de utilização e comunicação com meios de comunicação;

Ir de encontro aos jovens e criar interação; Criar oportunidades educativas para aprender e ensinar novos instrumentos;

Aumentar consciência e conhecimento social.

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218

e da Bulgária, sendo uma das expectativas mais frequentemente repetidas

pelos participantes portugueses. Consequentemente, a expectativa de ir de

encontro aos jovens e criar interação foi um tema proeminente para os

participantes da Portugueses em comparação com os participantes dos

outros dois países.

8. RESULTADOS RELATIVOS AOS TÓPICOS EXIGIDOS NO

PROGRAMA

Na questão acerca da determinação dos tópicos exigidos e necessários

no âmbito do programa de formação, os tópicos orientados para as

competências técnicas (design gráfico, segurança, produção e utilização de

plataformas online) foram os tópicos referidos pela maioria dos participantes

(23,5%). Os tópicos orientados para as competências de empreendedorismo

(20,3%), papel da comunicação comunitária (17,1%), gestão dos meios de

comunicação comunitários (15,3%) foram outros tópicos considerados

importantes. As estratégias de comunicação empresarial foram colocadas

em último lugar entre todos os tópicos (9,8%) (Figura 8.1).

Figura 11: Distribuição da Inclusão de Tópicos pelos Participantes

Competência

Técnica: 23,5%

Competência

de

empreendedorismo: 20,3%

Marketing

na Internet:

13,1%

O papel da

comunicação

comunitária: 17,1%

Estratégias de

comunicação

empresarial: 9,8%

Gestão de meios

de comunicação

comunitários: 15,3%

Outros:

1,9%

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Figura 12: Distribuição da Tendência dos Tópicos escolhidos por Países

Na distribuição da exigência de tópicos do programa de formação por

países, os participantes da Turquia focaram-se mais em tópicos orientados

para as competências técnicas e de empreendedorismo; os participantes

portugueses mostraram-se mais interessados nos tópicos orientados para a

competência técnica, gestão de meios de comunicação comunitários e

competências de empreendedorismo, enquanto os participantes búlgaros

focaram-se mais no papel dos meios de comunicação comunitários, nas

competências técnicas e no marketing na Internet. No entanto, quando

olhamos para a distribuição por taxa, aos tópicos que ocupam as seis

posições principais foi dado um nível médio-alto de importância, e mesmo os

tópicos estratégias de comunicação empresarial e marketing de internet

foram avaliados a uma taxa considerável.

105109

76

60

4037

1

44

36

56

31

43

31

76

50

32

56

43

26

4

0

20

40

60

80

100

120

Technical skill(23,5%)

Entrepreneurshipskill (20,3%)

The role ofcommunity media

(17,1%)

Community mediamanagement

(15,3%)

Internet marketing(13,1 %)

Businesscommunicationstrategies (9,8%)

Other (1,9%)

TUR (428 responds) BULG (241 responds) PORT (287 responds)

Competência Técnica; Competência de Empreendedorismo; Papel da Comunicação Comunitária; Gestão de Meios de

Comunicação Comunitários; Marketing na Internet; Estratégias de comunicação empresarial; Outros.

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220

2. RESULTADOS DA ANÁLISE DE NECESSIDADES DO CONSELHO

CONSULTIVO NACIONAL E DOS STAKEHOLDERS NA TURQUIA

2.1. METODOLOGIA

O objetivo da investigação foca-se em entender como a comunicação

comunitária e as atividades de empreendedorismo social na Turquia são

percecionadas pelos representantes de instituições e organizações que

desempenham um papel no tema, e como o cenário atual é interpretado e o

que é necessário para o desenvolvimento da área.

Foram realizadas duas entrevistas aos grupos de teste, consistindo em

7 participantes e 6 participantes. Os dados foram registados com um

gravador de voz e ao mesmo tempo por um repórter. Os participantes

sentaram-se em mesas redondas, as entrevistas demoraram 85 e 75

minutos. Nas entrevistas baseadas em pergunta-resposta, cinco questões

foram colocadas, do mais geral para o específico. O foco das discussões de

grupo é definir a diversidade e descobrir como os participantes percecionam

a situação e fazê-lo num ambiente de debate planeado onde eles possam

partilhar os seus pensamentos livremente149. Por isso, o processo utilizado

de pergunta-resposta procurou manter a conversa num estilo informal, para

que os participantes pudessem expressar os seus pensamentos, experiências

e sentimentos de forma mais confortável. Para assegurar que as perguntas

fossem compreensíveis e apropriadas, as mesmas foram avaliadas e

discutidas por todos os investigadores antes de a entrevista ao grupo de

teste ser efetuada.

As negociações do grupo de teste têm um papel importante na recolha

de dados qualitativos. A entrevista de grupo de teste é uma técnica de

recolha eficaz de dados qualitativos em métodos de investigação qualitativos

149 Krueger, R.A., Focus Groups: A Practical Guide For Applied Research. London: SAGE, 1994.

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221

focando-se num tema específico e em estudos de fronteira150. Foi notado

que as perguntas da entrevista deveriam afastar-se o mais possível da

linguagem técnica, ser de resposta aberta, apropriadas para conversação e

requerer interpretação 151 . De acordo com a natureza da investigação

qualitativa, os participantes nas entrevistas de grupo de teste foram

encorajados pelo investigador a transmitir conhecimento, experiência,

emoção, perceção, pensamentos e atitudes152.

A diversidade máxima de amostra foi assegurada ao incluir peritos em

organizações da sociedade civil, municípios, académicos, ordens

profissionais, imprensa e representantes do setor privado, que pudessem ter

conhecimento e dar contribuição significativos no entendimento e

desenvolvimento da comunicação comunitária e do empreendedorismo social

na Turquia. A amostra da investigação influenciou positivamente a riqueza

dos dados obtidos através do projeto de voluntariado "Empreendedorismo

Social para Jovens Produtores de Comunicação Comunitária", que foi incluído

no comité consultivo e consistiu em indivíduos que participaram no inquérito

seguindo a mesma base voluntária. A investigação qualitativa emerge como

método ideal, dado o conhecimento aprofundado e experiência que os

participantes têm nos seus domínios e o número limitado de tais peritos

competentes no domínio relevante. Por outro lado, o impacto positivo que os

participantes têm nos resultados das suas interações é a razão pela qual a

entrevista de grupo de teste é o instrumento ideal para a recolha de dados.

O conceito de comunicação comunitária e empreendedorismo social foi

definido pela apresentação feita pelo coordenador do projeto

"Empreendedorismo Social para Jovens Produtores de Meios de

150 Yildirim, A., & Simsek, H. (2008). Sosyal bilimlerde nitel arastirma yontemleri. Ankara: Seckin Yayinlari.

151 Kruger, R.A., & Casey, M.A., Focus group: A Practical Guide for Applied Research (3rd ed., p.157). Thousand

Oaks, CA: Sage Publications, 2000. 152 Çokluk, Ö., Yılmaz, K., & Oğuz, E., Nitel bir görüşme yöntemi: Odak grup görüşmesi. Kuramsal Eğitimbilim,

2011, 4(1), 95-107.

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222

Comunicação Comunitários" antes da investigação e a situação na Turquia

foi revelada, e os resultados da análise de necessidades feita com o projeto

"Empreendedorismo Social para Jovens Produtores de Comunicação

Comunitária" foram apresentados. Desta forma, foi assegurado que os

participantes tinham conhecimento básico do tema. No início do estudo de

pesquisa de teste, o objetivo da investigação foi explicado primeiro, e os

participantes começaram por se apresentar resumidamente. No âmbito do

estudo de grupo de teste, foram dirigidas aos participantes as seguintes

questões:

1. Vê-se a si próprio e aos grupos com quem trabalha como uma

comunidade? Acha que se reúnem em torno de uma identidade? Como

descreveria os grupos e a si mesmo?

2. Descobrimos que os canais mediáticos das instituições não são

utilizados muito ativamente em iniciativas de empreendedorismo social. Na

sua opinião, porque não são utilizados estes canais?

3. Que canais mediáticos usa com os grupos com que trabalha para

serem capazes de criar uma unidade ou serem capazes de obterem notícias

sobre o vosso trabalho, terem notícias uns dos outros, para se fazerem

ouvir?

4. Se não os usam, porque não o fazem?

5. Na sua opinião, que tipo de formações são necessárias para os

grupos de meios de comunicação comunitários com que trabalha criarem um

meio de comunicação comunitário, e ser capaz de aumentar a sua

capacidade de empreendedorismo social?

2.2. ANÁLISES E RESULTADOS

As entrevistas ao grupo de teste foram gravadas, a seguir as gravações

foram ouvidas e as entrevistas descodificadas. Adicionalmente, os

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223

investigadores tomaram notas durante as discussões do grupo de teste, que

foram de grande utilidade durante a análise do processo.

Como resultado da entrevista ao grupo de teste com 6 participantes, o

conteúdo do projeto e os seguintes resultados possíveis foram alcançados:

1. Primeiro, os participantes avaliaram a situação atual e salientaram

que o projeto abordou um problema importante para as necessidades das

iniciativas e organizações civis. Mencionaram que as organizações não-

governamentais da Turquia e os empreendedores sociais se sentem

desafiados a juntar-se, e os hábitos de utilização dos meios de comunicação

são fracos e ineficazes.

2. Os participantes referiram que existe uma linha ténue entre

empreendedorismo social e organizações não-governamentais, e que estas

duas estruturas são utilizadas sem distinção, estando na Turquia estas duas

entidades interligadas.

3. Os participantes indicaram que a Turquia precisa de mais

empreendedorismo social do que a maioria dos restantes países europeus,

para que os grupos desfavorecidos possam participar na vida social assim

como acelerar os seus processos de empregabilidade.

4. Foi enfatizado por todos os participantes que a educação

desempenha um papel importante não só para tornar a comunicação

comunitária exequível, mas também para promover o empreendedorismo

social.

5. Os participantes salientaram que deveria haver histórias de sucesso

sobre empreendedorismo social no futuro website. Assim, previram que a

motivação aumentaria e que a comunidade poderia envolver-se numa

sinergia dinâmica. Os participantes também recomendaram que os pequenos

vídeos daqueles que criaram os meios de comunicação comunitários no site

incluíssem jingles e slogans que sensibilizassem outras pessoas para o

empreendedorismo social. Adicionalmente, pensa-se que esta página deveria

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224

ser um meio interativo no qual os utilizadores possam partilhar as suas

experiências de uma forma orientada. Foi referido que o site deveria ser

sustentável, ser mantido ativo e renovado ao longo do tempo de acordo com

os novos desenvolvimentos.

6. Como resultado da entrevista, uma das formações necessárias seria

um módulo que a comunidade e o empresário social pudessem desenvolver

eles próprios, e as principais categorias de um possível conteúdo educativo

foram propostas, um módulo no qual o conhecimento técnico e teórico fosse

lecionado para promover os hábitos de utilização dos meios de comunicação.

Em conformidade, foi referido que as seguintes formações seriam

absolutamente necessárias:

- Uma educação na qual a dinâmica de grupo é utilizada para ensinar

um processo com o objetivo de encontrar um elo comum, servir um

objetivo comum;

- Uma educação na qual os empreendedores sociais se possam

desenvolver e compreender melhor as características dos seus

grupos-alvo;

- Formações para informar as pessoas acerca dos discursos de ódio,

discriminação de género, direitos das pessoas com deficiência e

sensibilizar para a temática;

- Formações para explicar o trabalho de equipa;

- Formações sobre meios de comunicação e os procedimentos legais

para a criação de uma empresa;

- Formações sobre diferenças culturais e conflito de gerações,

- Formações que descrevam processos diferentes de criação de

conteúdo para cada meio de comunicação. Por exemplo, processos

de programas de rádio, princípios básicos de produção de conteúdos

para redes sociais, produção de conteúdo para televisão.

- Formações sobre como aumentar patrocínios e número de

voluntários;

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225

- Formações sobre televisão, rádio e internet e respetiva informação

técnica e programas atuais;

- Formações que descrevam a criação de conteúdos sustentáveis, tais

como criação de blogs e fóruns, assim como garantir processos

técnicos para esta área;

- Formações sobre conteúdo e especificações técnicas para aplicações

móveis;

- Formação em liderança, motivação;

- Formação em meios de comunicação sociais e segurança na

internet;

- Formação em redação de projetos de candidatura a programas

europeus para aceder a financiamento estrangeiro;

- Formação de sensibilização para a não reprodução de discurso de

ódio ou sexista aquando da produção de conteúdos para meios de

comunicação;

- Formações em literacia mediática;

- Tutoriais em criação de fotos e vídeos para produzir conteúdo;

- Formações em redação de notícias e processos de produção.

A entrevista do grupo de teste com 7 participantes chegou às

seguintes conclusões relativamente ao conteúdo do projeto e às possíveis

formações:

7. Os participantes partilharam o trabalho realizado e explicitaram

como o incluíram nos seus próprios meios de comunicação e nos

principais meios de comunicação em geral, ou como não o

conseguiram fazer tantas vezes.

8. Todos os participantes referiram que tiveram dificuldade em

partilhar muito do valioso trabalho da sociedade civil e das

instituições públicas com os seus grupos-alvo devido às dificuldades

em utilizar ferramentas como meios de comunicação tradicionais e

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226

novos. Por isso, constataram que o projeto tem para eles grande

importância.

9. As ONGs e os representantes municipais referiram que a criação de

conteúdo é um dos maiores desafios que enfrentaram. Expressaram

que foi difícil comunicar muitos dos eventos de uma forma eficaz e

atrativa.

10. Os participantes disseram que utilizaram os meios de comunicação

social tanto quanto puderam, mas o trabalho não foi bem divulgado

devido à falta de interesse em responsabilidade social, questões da

sociedade civil das massas. Da perspetiva dos participantes, a

questão principal é transformar este trabalho num estilo que atraia

interesse, resgatá-lo da linguagem clássica, transmitir-lhe

criatividade e de forma marcante, e fazer com que retome ao

formato agressivo noticioso.

11. Foi referido que os grupos representados pelos participantes não

têm problema de pertença porque se juntam em redor de objetivos,

necessidades e partilhas comuns. No entanto, esta ligação é

viabilizada não apenas pela partilha de mensagens, mas

principalmente pela área comum de partilha.

12. Os participantes mencionaram que tiveram dificuldades com a

estratégia de mensagem e tema nos meios de comunicação e

quantas mensagens de repetição deveriam passar nos meios de

comunicação.

13. Afirmaram que, para além do texto, não têm conhecimento

suficiente sobre até que medida devem ser utilizadas imagens e

fotografias.

14. A questão que todos os participantes enfatizaram é que os

problemas são causados pelo regime de voluntariado dos estudos,

mantendo muitas vezes o trabalho ao nível amador, não podendo

ser realizado na sua totalidade. Em termos de utilização dos meios

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227

de comunicação, também referiram que estão a sentir dificuldades

ao nível dos recursos humanos quando tentam contactar pessoas

que trabalham determinada questão ou que querem realmente ser

voluntários. Estas pessoas deveriam mostrar interesse em

voluntariado e utilização dos meios de comunicação.

15. Foi dado ênfase ao aumento da necessidade de meios de

comunicação alternativos ao canais de comunicação tradicionais,

especialmente para transmitir ao nível local.

16. Os participantes mencionaram que os canais de comunicação social,

especialmente no contexto dos grupos etários, pretendem alcançar

população diferente, assim é necessário utilizar canais diferentes e

produzir mensagens diferentes para estes canais.

17. É proposto o estabelecimento de uma estratégia para encorajar

empreendedores sociais e estabelecer um estudo prático.

18. A diferença entre os rácios de acompanhamento dos meios de

comunicação de instituicões e dos que representam instituições

(líder) é destacada. Por vezes as instituições estão muito atrás da

imagem dos líderes.

19. Os participantes referiram que questionaram quais os seus papéis

na mudança dos meios de comunicação.

No contexto destes resultados, é referido que deveriam ser

implementadas as seguintes formações:

- Formação em computadores para desenvolver competências

técnicas dos voluntários e possibilitar a partilha dos conteúdos;

- Formação em institucionalização e governação para promover a

consciência de comunidade, para facilitar a profissionalização;

- Formação em voluntariado e como ser voluntário para melhorar o

compromisso de cada um;

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228

- Formação em comunicação eficaz e desenvolvimento pessoal para

partilhar mensagens corretas;

- Formação em escrita para meios de comunicação para editar

conteúdo (como escrever notícias e comunicados, que linguagem é

utilizada);

- Formação em estratégia de mensagem e temática nos meios de

comunicação para apresentar corretamente as mensagens

produzidas;

- Formação em gestão de agenda e momento para apresentar as

mensagens no contexto e momento certos:

- Educação em criação de conteúdos visuais para ser capaz de utilizar

imagens de grandes dimensões que afetem os grupos-alvo.

É enfatizada a importância para grupos desfavorecidos serem bem

informados acerca destas formações. É referido neste ponto que a criação de

um aspeto atrativo do módulo de formação para os participantes (como a

atribuição de um certificado) irá aumentar a participação.

3. RESULTADOS DA ANÁLISE DE NECESSIDADES DO CONSELHO

CONSULTIVO NACIONAL E DOS STAKEHOLDERS NA BULGÁRIA

3.1. METODOLOGIA

Data da reunião: 05.06.2017

Local: 8 Avksentii Veleshki str. Plovdiv, Bulgária

Duração: 17:00 – 20:00

Número de participantes: 18

Tipo de organização:

1. Rotaract club – estrutura para a juventude dos Rotários.

2. TimeHeroes – associação de voluntários para a juventude.

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3. The founders Institute, Bulgária – instituto que oferece serviços de

consultoria, procura e networking para StartUps e jovens empreendedores.

4. JCI – Plovdiv, Bulgaria – associação internacional de jovens

empreendedores.

5. Other – freelancers, desenvolvem conteúdo para meios de

comunicação para a juventude.

Programa:

17:00-17:30 Boas-vindas e apresentação dos participantes

17:30-18:00 Apresentação do projeto SEYMM

18:00- 18:20 Apresentação dos resultados do inquérito na Bulgária

18:20 -19:30 Debate

19:30-19:50 Resumo dos resultados do debate e conclusões

19:50-20:00 Encerramento da reunião e resolução sobre próximos

eventos

Questões em debate:

1. Como descreveria o processo de transformar um grupo numa

comunidade?

2. Pode dar exemplos de comunidades ativas na Bulgária?

3. Na sua opinião, o empreendedorismo pode ser impulsionado através

da comunicação comunitária?

4. É da opinião que os canais mediáticos são utilizados ativamente no

âmbito do empreendedorismo social?

5. Que canais mediáticos utiliza para difundir as suas atividades

comunitárias?

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6. É da opinião que o conceito SEYMM está em consonância com as

tendências e processos na Bulgária no domínio do empreendedorismo social

e da comunicação comunitária?

7. Que tópicos deveriam ser incluídos numa formação para jovens

criadores de meios de comunicação?

3.2. ANÁLISE E RESULTADOS

Resumo das afirmações dos participantes:

A reunião foi organizada como grupo de teste, moderada por um

elemento da equipa do projeto SEYMM – Petya Grudeva. O grupo NAB

concluiu que as seguintes características distinguem comunidade de grupo:

Objetivo comum e formas comuns de o atingir;

Partilha de valores comuns;

Identificação com uma causa;

Identidade comum;

As comunidades seguintes, ativas na Bulgária, foram reconhecidas por

membros:

“Zeleni balkani” – movimento ecologista;

“BG mama”- comunidade materna;

“TimeHeroes”- comunidade de voluntários para a juventude;

“JCI”- jovens empreendedores;

“Rotract”- jovens cidadãos socialmente ativos;

“The network of rescue team” – jovens voluntários ativos

durante desastres e situações de emergência.

Os participantes levantaram a questão de qual a razão para o facebook

não ser suficiente nos nossos dias.

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231

Como criar um meio de comunicação comunitário de conteúdo –

selecionar o slogan, preparar publicações, imagens e outros, formatar,

escolher o público-alvo apropriadamente, estabelecer prioridades e gerir o

tempo, gerir recursos, etc.

Os módulos iniciais de formação propostos no âmbito do projeto SEYMM

foram considerados úteis e necessários.

Recomendação:

Colocar na plataforma e-learning os links para meios de comunicação

comunitários ativos.

Sugestões dos participantes:

Na Bulgária, ainda existe falta de conhecimento sobre como pode o

empreendedorismo social ser incentivado através da comunicação

comunitária, e iniciativas como o projeto SEYMM aparecem no momento

certo.

Na Bulgária, os canais mediáticos não são utilizados proativamente no

domínio do empreendedorismo social, por isso há muito espaço para

desenvolvimento. O Facebook foi o canal mais popular para a difusão de

causas sociais e para a partilha de atividades comunitárias. Algumas

empresas sociais gerem lojas online, mas não têm capacidade ou recursos

para publicidade.

Todos os participantes confirmaram que o conceito SEYMM está

completamente em linha com os atuais processos em curso das

comunidades para a juventude na Bulgária.

Os próximos tópicos são recomendados pelos membros NAB:

Qual é a essência do empreendedorismo social e porque é diferente do

empreendedorismo empresarial?

Como candidatar-se a fundos (patrocinadores públicos e privados)?

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232

Como gerir um negócio sustentável no âmbito da empresa social?

Conclusões:

A reunião foi conduzida seguindo o formato de debate de grupo

respeitando a atmosfera de livre partilha de opiniões. Todos os comentários

e sugestões foram devidamente registados no local o que permitiu ao

moderador apresentá-los no final do debate. Desta forma, os participantes

confirmaram as conclusões e recomendações finais.

Os stakeholders foram informados que as suas afirmações serão

revistas e utilizadas pelos parceiros do projeto SEYMM para o

desenvolvimento da produção intelectual SEYMM.

4. RESULTADOS DA ANÁLISE DE NECESSIDADES DO CONSELHO

CONSULTIVO NACIONAL EM PORTUGAL

4.1. METODOLOGIA

O objetivo da investigação realizada foca-se na compreensão de como

as atividades da comunicação comunitários e do empreendedorismo social

são percecionadas por representantes de instituições e organizações que

desempenham um papel fulcral no tema, de como o cenário atual é

entendido e o que é necessário para o desenvolvimento e crescimento na

área.

110 formadores e técnicos de juventude portugueses expressaram a

sua própria perceção respondendo às 39 perguntas do inquérito que avalia o

conhecimento e as atitudes dos monitores de jovens em relação a várias

questões, nomeadamente a utilização de meios de comunicação

comunitários, níveis de empreendedorismo social e conteúdos do módulo de

formação. Este conjunto de respostas corresponde ao cenário nacional de

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233

stakeholders, incluindo atividades, agentes, objetivos, necessidades,

prioridades e desenvolvimentos futuros.

Após recolher as perceções dos stakeholders sobre o tema, o que na

realidade detalhou o cenário, foi a vez de questionar os elementos do

Conselho Consultivo Nacional, que são também representativos dos

stakeholders. Cinco entrevistas foram efetuadas por telefone, email, Skype e

reuniões presenciais de 15 a 20 de Junho de 2017. Com a exceção da

entrevista por email, todas as outras tiveram a duração de 45-60 minutos.

Os participantes expressaram os seus pensamentos e experiências de forma

bastante confortável. Para assegurar que as perguntas da entrevista eram

percetíveis e apropriadas, estas foram debatidas por investigadores antes da

realização das entrevistas. A composição do Conselho Consultivo Nacional

assegurou diversidade, com participantes peritos em diferentes áreas

académicas e institucionais, que pudessem contribuir em larga escala para a

compreensão e o desenvolvimento da comunicação comunitária e do

empreendedorismo social em Portugal.

O conceito de comunicação comunitária e empreendedorismo social, no

âmbito do projeto, foi relembrado na apresentação inicial feita pelos

investigadores. Desta forma, foi assegurado que os participantes tinham

conhecimento básico transetorial do tema. No início de cada entrevista, o

objetivo da investigação foi também explicado. Foram dirigidas aos

participantes as seguintes questões:

1. Vê-se a si próprio e aos grupos com quem trabalha como uma

comunidade? Acha que se reúnem em torno de uma identidade?

Como descreveria os grupos e a si mesmo?

2. Descobrimos que os canais mediáticos das instituições não são

utilizados muito ativamente em iniciativas de empreendedorismo

social. Na sua opinião, porque não são utilizados estes canais?

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234

3. Que canais mediáticos utiliza com os grupos com que trabalha para

serem capazes de criar uma unidade ou serem capazes de obterem

notícias sobre o vosso trabalho, terem notícias uns dos outros, para

se fazerem ouvir?

4. Se não os usam, porque não o fazem?

6. Na sua opinião, que tipo de formações é precisa para os grupos de

meios de comunicação comunitários com que trabalha criarem um

meio de comunicação comunitário, e ser capaz de aumentar a sua

capacidade de empreendedorismo social?

Os participantes foram informados que as suas afirmações seriam revistas e

utilizadas pelos parceiros do projeto SEYMM para o desenvolvimento da

produção intelectual SEYMM.

4.2. ANÁLISE E RESULTADOS

As entrevistas foram registadas pelos investigadores. Como resultado

das 5 entrevistas realizadas, pôde chegar-se às seguintes conclusões:

1. Os participantes confirmaram que o conceito SEYMM está

completamente integrado e em linha com os atuais processos em

curso no âmbito das comunidades para a juventude em Portugal.

2. Os participantes salientaram que o projeto lida com uma questão

importante para os Stakeholders, uma vez que a utilização dos

meios de comunicação pelos empreendedores sociais é diminuta e

ineficaz na resposta às suas necessidades de comunicação como

comunidades com identidades específicas. Os participantes

mostraram conhecimento de que a comunicação comunitária

aumentaria a qualidade do trabalho com jovens e a qualidade do

empreendedorismo.

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235

3. Os participantes mencionaram que os canais de comunicação não

estão a ser utilizados muito ativamente porque os empreendedores

sociais não têm competências suficientes para os gerir de uma

forma profissional. Embora dominem a sua temática, não estão

preparados para tirar partido do potencial dos canais de

comunicação a fim de promover as suas atividades e alcançar o seu

público.

4. Os participantes também referiram que existem inúmeras

estratégias-práticas que poderiam aumentar o empreendedorismo

social em Portugal, tais como:

a. Divulgação de experiências de sucesso em empreendedorismo

social nos principais meios de comunicação, plataformas online,

entre outros;

b. Replicar empresas sociais de sucesso;

c. Desenvolver ações/concursos que estimulem a criação de

projetos de empreendedorismo social;

d. Promover a participação de estudantes, de vários níveis de

escolaridade, em projetos existentes;

e. Desenvolver líderes em empresas sociais;

f. Convidar organizações tanto no setor como para além dele, para

trabalhar em conjunto e explorar oportunidades.

5. Finalmente, os participantes declararam que, no geral, o módulo de

formação apropriado para empreendedores sociais deveria ter

conteúdos que promovessem os hábitos de utilização dos meios de

comunicação. Em particular, foi referido que as necessidades de

formação incluem variados tópicos, nomeadamente:

a. Gestão de meios de comunicação social;

b. Marketing em meios de comunicação social;

c. Relações públicas;

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236

d. Competências técnicas (por exemplo, dicas e instrumentos sobre

como conceber/criar facilmente brochuras, posters, infografias,

newsletters, vídeos, princípios básicos sobre como produzir

conteúdo para redes sociais, plataformas online).

5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Avaliação geral relativa aos parceiros de acordo com os

resultados

Quando analisamos as experiências do projeto, os domínios de

experiência mais frequentemente observados foram organizações

não-governamentais e projetos de iniciativa pública (31.5%) e

projetos sediados em institutos educativos (42%). Tal pode

também acontecer uma vez que os formadores e técnicos de

juventude trabalham com entidades como institutos

educativos e ONGs como coordenadores e parceiros e

partilham as opiniões destas entidades em estudos relativos

à juventude. Observa-se que os participantes da Turquia

consideram os administradores locais como parceiros tal como essas

entidades. Podemos imaginar que seria uma importante

contribuição incluir mecanismos da administração local no

processo de criação de políticas direcionadas aos grupos-alvo

ou estudos sobre questões sociais.

Avaliação geral a respeito dos grupos-alvo de acordo com os

resultados

Sem especificações, participantes dos três países priorizaram

crianças, jovens e estudantes como grupo-alvo primário. Nos

grupos-alvo secundários, para além das crianças e jovens, também

adultos, famílias e a sociedade em geral foi considerada. A respeito

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237

dos grupos-alvo relacionados com questões sociais, os

participantes dos três países destacaram como grupos-alvo

primários os residentes em zonas desfavorecidas, grupos

económica e socialmente desfavorecidos, jovens

psicologicamente problemáticos e pessoas com deficiência.

Os grupos proeminentes nos grupos-alvo secundários foram

mulheres, grupos económica e socialmente desfavorecidos,

pessoas com deficiência e imigrantes-refugiados. Nos

resultados relacionados com os grupos-alvo secundários, os jovens

expostos a desigualdade educativa e residentes em regiões

desfavorecidas não foram incluídos.

Educadores (7.1%) e ONGs e organizações de caridade (7.1%)

foram colocados em evidência como grupos-alvo secundários.

Quando as experiências do projeto são analisadas, é expectável que

estes grupos-alvo tenham lugar de destaque. No entanto, o facto

de os formadores e técnicos de juventude considerarem

estruturas tais como organizações não-governamentais e

instituições educativas também como grupos-alvo, fortalece

a tendência de tomar estas instituições como parceiras em

estudos.

Avaliações gerais em relação ao programa de formação de

acordo com os resultados

Quanto à formação recebida pelos participantes que são formadores

e técnicos de juventude, o domínio dos graus universitários e das

formações de aprimoramento pessoal são os tipos de formação mais

proeminentes. A formação, que é detalhada por alguns participantes

com domínio das ciências sociais, é a mais comum na qual os

estudos relativos à juventude se baseiam. Consequentemente,

enquanto o programa de formação é desenvolvido, deve ter-

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238

se em consideração a contribuição da graduação para os

estudos relativos à juventude. Para além disso, as formações

de aprimoramento pessoal, formadores e formação de

formadores e formação pedagógica pode ser considerada

como passível de ser incluída para participantes no programa

que nunca tenham recebido essas formações, já que estas

formações supra mencionadas são frequentes. Formações em

gestão de projeto, empreendedorismo e comunicação podem

também ser incluídas no programa, uma vez que são menos

comuns nos participantes.

Foi observado que os participantes dos três países não receberam

formação em Webinars e tecnologia, e que apenas os participantes

turcos mencionaram formações em Empreendedorismo e

Comunicação. Por esta razão, pode dizer-se que há uma

necessidade intensa de formação técnica, formações em

empreendedorismo e comunicação no programa de formação.

No que diz respeito às expectativas relativas ao programa de

formação, a tendência geral aponta para a prioridade dada às

necessidades referentes ao conhecimento e competências de

gestão de conteúdo, consistindo também em competências

técnicas, o tema de desenvolvimento das competências de

produção e implementação de conteúdo dos meios de

comunicação (24%). Aumentar a consciência e o

conhecimento social (6%) foi revelado como sendo o tema com a

frequência mais baixa.

Na distribuição dos países, enquanto as expectativas dos

participantes portugueses do programa de formação se focaram

maioritariamente no "Desenvolvimento das competências de

produção e implementação", este tema foi o mais proeminente em

relação aos restantes temas. Para os participantes da Bulgária e da

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239

Turquia, o tema mais proeminente foi "Utilização eficaz e apropriada

dos meios de comunicação em todo o seu potencial."

Quando analisamos a distribuição por taxa, aos tópicos que ocupam

as seis posições principais foi dado um nível médio-alto de

importância, e mesmo os tópicos “estratégias de comunicação

empresarial” e “marketing na internet”, que tiveram as taxas mais

baixas, foram avaliados a uma taxa considerável.

No que diz respeito aos resultados específicos da investigação

por países:

Relativamente à Turquia:

Nos grupos-alvo, os participantes da Turquia, em harmonia com a

tendência geral, mostraram-se focados principalmente em grupos-

alvo não especificados, tais como crianças, jovens, adultos e

sociedade em geral. No entanto, no que diz respeito às questões

sociais, grupos relacionados com deficiência, grupos económica e

socialmente desfavorecidos, questões relacionadas com mulheres,

desigualdade na educação surgem em destaque. Apenas os

participantes turcos salientam os grupos-alvo que são vítimas de

desigualdade na educação e questões relacionadas com mulheres

(2.7%), o que é um resultado que vale a pena considerar. Os

seniores, que aparecem no grupo-alvo secundário, foram

considerados entre os grupos-alvo secundários na Turquia e em

Portugal; e as pessoas desempregadas foram consideradas entre os

grupos-alvo secundários na Turquia e na Bulgária. Relativamente

ao benefício comum do programa, pode dizer-se que várias

questões sociais foram apontadas e/ou mostrada tendência

em relação à Turquia. Quando considerados deste ponto de

vista, é possível que os participantes do programa de

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240

formação se interessem por várias questões sociais no

âmbito do empreendedorismo social.

Considerando as visões comuns dos participantes dos três países

parceiros, acerca das ONGs e instituições educativas, pode dizer-se

que os mecanismos de administração local da Turquia aparecem

com um agente importante. Especialmente no que diz respeito à

criação de resoluções regionais e locais para questões

sociais, é revelada a importância de incluir administrações

locais, assim como ONGs e instituições educativas.

Acerca das expectativas para o programa, os participantes da

Bulgária e da Turquia destacaram o tema "Utilização eficaz e

apropriada dos meios de comunicação em todo o seu potencial". Isto

leva-nos a pensar que nestes países, ao contrário da intensidade

quantitativa, as características qualitativas da utilização do meios de

comunicação podem ser problemáticas. A este respeito, dever-se-á

monitorizar o sucesso dos participantes na integração da formação

em literacia mediática neste programa, particularmente no que diz

respeito ao poder dos meios de comunicação, o seu potencial, a sua

utilização eficaz e a literacia mediática.

Entre as expectativas para o programa, o tema "Desenvolver a

consciência e o conhecimento social" ocupa um lugar perto do topo

ao contrário do que acontece nos outros países. Isto demonstra que

os participantes da Turquia se preocupam mais com o conhecimento

social relativo às questões sociais, quando comparados com os

participantes dos outros países. A razão pode ser o baixo nível de

interesse e conhecimento geral relativamente às questões sociais na

Turquia. Por esta razão, será benéfico incluir no programa a

competência de comunicação orientada para a criação de

conhecimento social.

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A respeito das formações esperadas especificamente para o

programa, participantes da Turquia focam-se em tópicos orientados

para as competências de empreendedorismo e técnicas. Quando os

participantes não mencionam formações técnicas

previamente recebidas, será útil conceber um programa que

colmate esta lacuna.

Relativamente a Portugal:

Os participantes de Portugal, em linha com a tendência geral,

focaram-se maioritariamente em grupos-alvo não especificados, tais

como, crianças, jovens, adultos e sociedade em geral, e estudantes

na categoria idade e habilitações. Apesar da baixa taxa

relativamente aos participantes de Portugal, a menção aos grupos

económica e socialmente desfavorecidos (3.9%) aparece em

destaque. Estudantes psicologicamente problemáticos, exceto nos

grupos em geral, é outro grupo-alvo. Isto leva-nos a concluir que

os participantes de Portugal podem não considerar as

questões sociais como um alvo tanto como os outros países.

Na distribuição por países, relativamente às expectativas do

programa, os participantes de Portugal focaram-se principalmente

no "Desenvolvimento de competências de produção e

implementação de conteúdo", e este foi também o tema mais

proeminente. Adicionalmente, enquanto o tema "Melhorar a

competência em utilização e comunicação de meios de

comunicação" apresentou um nível baixo entre os participantes da

Turquia e da Bulgária, é uma das expectativas expressadas mais

frequentemente pelos participantes de Portugal. Por outro lado, os

participantes de Portugal focaram-se em tópicos orientados para a

competência técnica e gestão de meios de comunicação

comunitários entre os tópicos de formação do programa. As

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expectativas e os tópicos de formação focados estão em

harmonia entre si.

Relativamente à Bulgária:

Enquanto os participantes da Bulgária referiram crianças, jovens e

adultos como grupos-alvo primários na categoria das questões

sociais, os grupos expostos a desigualdade regional e discriminação

urbano-rural (32.4%) e grupos socialmente desfavorecidos (4.5%)

foram mencionados em taxas altas. A este respeito, é possível

que as questões sociais relacionadas com residentes de

regiões desfavorecidas se destaquem das perspetivas dos

participantes do programa.

Para os participantes búlgaros, o aprimoramento pessoal (29.3%) e

formadores e formação de formadores (13.4%) apareceram nos

primeiros lugares. No entanto, formação técnica e em webinars

nunca foram mencionadas pelos participantes búlgaros, como

pelos restantes. Assim, esta necessidade deverá ser suprida

neste programa.

Mais uma vez, os participantes búlgaros salientaram o tema de

"Utilização eficaz e apropriada dos meios de comunicação em todo o

seu potencial" em relação às expectativas quanto ao programa de

formação, tal como fizeram os participantes da Turquia. Assim, os

participantes búlgaros enfatizaram a qualidade e a produtividade da

utilização dos meios de comunicação tanto quanto é elevada a taxa

de utilização dos meios de educação. A este respeito, a integração

de formação em literacia mediática no programa e o sucesso dos

participantes relativamente ao poder e ao potencial dos meios de

comunicação, a eficácia da sua utilização e a literacia mediática no

processo educativo, especialmente na Bulgária e na Turquia

justifica-se no programa. Adicionalmente, a expectativa de "ir de

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encontro aos jovens e criar interação" é um tema importante para

os participantes da Bulgária, comparada com as dos participantes

dos outros dois países. Especificamente para este país, aconselha-se

particular atenção à interação jovem no programa.

Os participantes da Bulgária focaram a sua atenção em temas como

“o papel da comunicação comunitária” e o “marketing na internet”.

Podemos afirmar que, de certa forma, isso iria de encontro à

expectativa de descobrir o verdadeiro potencial dos meios de

comunicação específicos para o país, a formação em

interação entre jovens e comunicação comunitária é mais

importante para a Bulgária.

A partir dos resultados da investigação e dos debates, foi apresentado

um programa de formação com duas unidades. As unidades foram

estruturadas como 'Empreendedorismo Social' e 'Comunicação Comunitária'.

Assim, pretende-se que os módulos referido abaixo sejam incluídos nas

unidades:

Unidade sobre Empreendedorismo Social

Introdução ao Empreendedorismo Social

Técnicas de Comunicação para a Juventude

Literacia Mediática

A Arte de Comunicar & Criar Comunidades

Unidade sobre Comunicação Comunitária

Introdução à Comunicação Comunitária

Introdução ao Design Visual e Produção

Meios de Comunicação Comunitários Impressos

Meios de Comunicação Comunitários Audiovisuais

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O programa de formação integrará fases teóricas e práticas, baseadas

em técnicas de aprendizagem não-formal dos módulos de cada unidade. Os

conteúdos dos módulos serão estruturados para serem desenvolvidos,

idealmente, em 25-40 diapositivos.