EIXO 2 ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO D2.1 Economia...
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EIXO 2 – ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO
D2.1 Economia Brasileira (24h)
Professor : Alexandre Comin
16, 20, 21, 23, 26 e 27 de setembro de 2011
1
Teoria e história do
desenvolvimento
O desenvolvimento econômico é
um processo de elevação do produto que,
devido a sua velocidade e persistência, é
capaz de reduzir de forma significativa tanto a
distância da renda por habitante de um país
com relação aos países já desenvolvidos
quanto o volume e a proporção da população
considerada pobre.
A definição de DEC deve incluir
A produção interna diversificada de bens e
serviços (IMBS & WACZIARG) que, além de
abastecer uma parte das necessidades
internas, são trocados no mercado mundial.
Exclui a situação na qual uma base produtiva
muito especializada gera uma dependência
extrema da exportação de uma pequena
família de produtos.
Diferenças inerentes
às atividades econômicas
O conteúdo específico daquilo que é produzido
não é indiferente para o DEC numa
perspectiva de longo prazo.
“o ponto de partida para explicar a atual
riqueza e pobreza das nações.” REINERT
Atividades com retornos crescentes:
• Economias de escala
• Economias de escopo
• Economias de aglomeração
• Progresso técnico: na prática, a inovação está
na origem de quase todos os processos de
diversificação com retornos crescentes
A industrialização é essência do DEC
Historicamente o DEC sempre apareceu
associado à industrialização.
Kaldor parte da ampla evidência histórica de
que “...existe uma correlação muita elevada
entre a taxa de crescimento do Produto Interno
Bruto e a taxa de crescimento da produção
manufatureira.”
Indústria e crescimento econômico
Elaboração: IEDI 2011.
Por que a indústria tem esse papel?
Basicamente é ela quem abarca as atividades
que apresentam as características dinâmicas
de escala, escopo e aglomeração.
E a indústria possui um perfil de
oportunidade tecnológica inigualável. Cria e
recria novos bens de consumo, matérias-
primas, máquinas e instalações e processos
de trabalho que tornam possível os ganhos de
produtividade no restante da economia.
Restrições externas ao crescimento
Por que razão um país precisa de uma
significativa e contínua diversificação produtiva
para sustentar o DEC ao invés de se apropriar
das diversas economias por meio da
importação de bens industriais?
(modernização)
Kaldor: abordagem keynesiana
As diferenças nas taxas de crescimento devem
ser explicadas pelo ritmo do crescimento da
demanda.
Numa economia aberta, as restrições do
balanço de pagamentos são as mais
importantes na definição do ritmo máximo
de crescimento.
Três atributos críticos da IT:
• Proporciona retornos crescentes, não só para si,
mas para o conjunto da economia.
• Seus produtos são quase todos comercializáveis,
o que lhe permite continuar no crescimento
produto/produtividade para além dos limites do
mercado nacional.
• É o setor que mais rapidamente renova seu
portfólio de produtos em direção àqueles que
apresentam (mesmo que apenas temporariamente)
as maiores elasticidades renda da demanda.
Países industrializados continuam tão
industrializados como antes
• Globalização não eliminou sua ampla
hegemonia sobre a produção industrial.
•Tendência de alta no superávit em
manufaturas na relação aos demais
países (antes da crise).
•Não uma mudança da indústria para os
serviços nas exportações mas
recomposição com maior valor
agregado.
Os países que atingiram o DEC
são economias industrializadas e que
exportam predominantemente bens
industriais, mesmo que alguns deles também
sejam grandes exportadores de serviços e/ou
de bens não-industriais.
Como chegaram à industrialização?
A lógica da especialização produtiva
Papel insubstituível do Estado na arrancada
em direção à redução continuada da diferença
com relação aos países mais ricos.
Agenda da política de desenvolvimento se
altera drasticamente quando um país
amadurece, particularmente nos regimes de
comércio exterior, que passam do
protecionismo à defesa do multilateralismo.
Amsdem
Nega a hipótese de perfeita circulação de
conhecimento que é específico às firmas.
O denominador comum de todas as
experiências bem sucedidas é a
implementação de políticas de
desenvolvimento de caráter vertical, a
diversificação industrial pela incorporação
progressiva dos setores de mais elevada
intensidade tecnológica.
As vantagens comparativas
são criadas muito mais do que herdadas.
O DEC no longo prazo intensifica a
importância das vantagens comparativas
criadas com relação às naturais.
Trajetórias de DEC da UNCTAD
(antes da crise) 1. Tigres I: maturidade industrial, acumulação de capital,
aumento da produtividade, das exportações e do emprego industriais.
2. Tigres II: industrialização rápida há décadas, mas num estágio anterior.
3. México, Filipinas, Caribe e América Central: redes internacionais de produção, especialização em operações intensivas em mão-de-obra, desempenho pouco dinâmico do investimento, do VA, da produtividade e do DEC.
4. Brasil, Argentina: industrialização mais avançada, mas não sustentada pelo aprofundamento industrial, desempenho insatisfatório da IT, exportações se concentra em produtos primários e manufaturados de baixo VA.
5. Crescimento sustentado através da especialização em produtos intensivos em recursos naturais (Chile).
Proporção da renda per capita, 1900/2006
(países desenvolvidos =100)
0
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06
PD
s =
10
0
AL (sem Brasil)
África
Brasil
Fonte: elaboração própria com base em Historical Statistics of the World Economy: 1-2006 AD de Angus Maddison (disponível em
http://www.ggdc.net/maddison/Historical_Statistics/horizontal-file_03-2009.xls, acesso em 4/4/2009).
Notas: A fonte apresenta os dados de PIB em dólares Geary-Khamis de 1990. PDs incluem 30 países da Europa Ocidental, Austrália, Nova
Zelândia, Canadá, EUA e Japão.
Proporção da renda per capita, 1900/2006
(países desenvolvidos =100)
0
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00
20
06
PD
s =
100
Tigres 1a. ger.
Tigres 2a. ger.
China
Índia
Fonte: elaboração própria com base em Historical Statistics of the World Economy: 1-2006 AD de Angus Maddison (disponível em
http://www.ggdc.net/maddison/Historical_Statistics/horizontal-file_03-2009.xls, acesso em 4/4/2009).
Notas: A fonte apresenta os dados de PIB em dólares Geary-Khamis de 1990. PDs incluem 30 países da Europa Ocidental, Austrália, Nova
Zelândia, Canadá, EUA e Japão.
A desindustrialização periférica
A desindustrialização negativa, predominante
entre os países em desenvolvimento (PEDs)
associa recuo da indústria (inclusive em
termos absolutos), baixos investimentos (BK) e
ganhos de produtividade modestos, quando
não são negativos.
Papel central da IT
1. Em todos os casos de crescimento rápido,
a indústria figura como elemento dinâmico.
2. Atende a mínimos critérios de
aprimoramento (upgrading) produtivo.
3. Aumento das manufaturas nas importações
e nas exportações e os produtos primários
jogam um papel menos dinâmico, ao
menos do lado das exportações.
Especificidades da Indústria de
Transformação brasileira
1. Peso elevado tanto no PIB quanto nas
exportações.
2. Diversificação pela ISI avançou muito mais.
3. Tamanho do mercado brasileiro dá estabilidade à
estrutura produtiva, no mercado interno e nos
ganhos de escala para o externo.
4. Instrumentos de política industrial, científica e
tecnológica e de comércio exterior (BNDES,
Petrobras, políticas setoriais automobilística e
eletrônica, APEX-Brasil, Fundos Setoriais, PDP).
Singularidade brasileira
A avaliação da UNCTAD precisa de um
pequeno ajuste e deslocar o Brasil do grupo 4
para uma categoria à parte.
É como se o Brasil fosse colocado em algum
ponto do Oceano Pacífico, a meio caminho
entre o Chile e a Ásia.
2
O desenvolvimento
industrial recente no
Brasil
Evidências de desindustrialização:
•Macroeconomia
•Densidade
•Composição
•Tecnologia
•Inserção internacional
Evolução macroeconômica
Perda de dinamismo da indústria após a
implantação do Plano Real: de 1994 a 1999
ela não cresceu praticamente nada ao passo
que o PIB se elevou em pouco mais de 10%.
Em 1990/2007 a economia brasileira cresceu
mais de 50% em termos reais ao passo que a
IT apenas um terço.
Composição do PIBcf
(% atividades que geram VA)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
%
Agrop. 16 16 15 14 14 14 16 13 13 13 13 11 14 16 14 14 13 13 12 11 11 10 10 13 13 12 12 12 12 11 12 12 14 14 12
Extrat. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 4 4 3 3 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 2 4 4 5 5 6 7
Transf. 36 37 39 39 40 39 38 39 39 40 39 40 38 38 41 40 40 39 38 36 35 36 38 35 33 31 32 31 31 32 32 33 33 33 34
Constr. 7 8 7 8 8 8 8 8 9 9 9 9 8 7 7 8 10 10 11 10 10 10 11 12 13 14 15 15 14 13 12 11 10 10 10
Demais* 39 39 38 38 38 38 38 38 38 37 37 38 37 35 34 34 35 36 37 41 42 41 40 38 40 41 41 41 40 40 40 39 37 37 38
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05
Fonte: Elaboração própria com base em IBGE e compilação do IPEA/Dimac (apud Boletim de conjuntura (74), setembro de 2006). Para 2004 e
2005 os resultados são preliminares, estimados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) a partir das Contas Nacionais Trimestrais.
* Inclui o Comércio, os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP), o Transporte, as Comunicações e Demais atividades de serviços.
Queda geral na densidade
• Perda de 5 pontos percentuais no período
1996/2004, (47% para 42%). Sem o Grupo de
derivados de Petróleo, teria evoluído de 0,47 para
0,40, uma perda de 7 pontos percentuais.
• Não foi uma hipotética especialização que
compensaria a rarefação de algumas cadeias pelo
adensamento de outras. A única ampliação de
grande monta, petróleo, é desvio estatístico.
• A queda foi particularmente pronunciada nos
setores mais dinâmicos da indústria com forte
predominância das Divisões de maior conteúdo
tecnológico no terço inferior do ranking.
VTI, matérias-primas e gastos de
pessoal no VBP
0
10
20
30
40
50
60
% VBP
VTI/VBP 46,9 45,8 45,3 45,7 44,9 44,0 44,0 43,1 42,0 42,3 43,2
Mat Primas 46,6 47,7 48,2 48,2 48,7 49,7 49,1 50,0 51,3 50,5 49,4
Pessoal 21,4 20,3 20,2 16,8 15,1 14,5 13,6 13,2 12,5 13,3 13,8
VTI s Pet 46,6 45,6 44,5 43,9 42,1 41,8 41,8 40,3 39,5 39,2 40,1
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Fonte: IBGE, Pesquisa Industrial Anual.
Ranking da variação da densidade
(1996/2006) -15 -5 5 15 25 35 45 55 65 75 85
Petróleo e álcool
Vestuário
Celulose e papel
Minerais não-metálicos
Metalurgia
Madeira
Couro e calçados
Alimentos e bebidas
Total
Têxteis
Instrumentação e automação
Edição
Automóveis
Móveis e diversas
Outros equips. transporte
Reciclagem
Metal
Máquinas e equipamentos
Borracha e plástico
Fumo
Química
Material elétrico
Escritório e informática
Eletrônica e comunicações
média (%)
variação (p.p.)
Fonte: IBGE, Pesquisa Industrial Anual.
Composição
Estabilidade estrutural.
Com algumas exceções, o sentido geral das
mudanças foi:
setores intensivos em recursos naturais
(petróleo e ferro)
elevado conteúdo tecnológico
(eletrônico e químico)
Grupos que mais ganharam % VTI
11,3
4,1
1,2
1,0
0,6
0,6
0,5
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
23.2 Fabricação de produtos derivados do petróleo
27.2 Siderurgia
15.6 Fabricação e refino de açúcar
15.1 Abate e preparação de produtos de carne e de pescado
24.2 Fabricação de produtos químicos orgânicos
34.4 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores
27.4 Metalurgia de metais não-ferrosos
35.3 Construção, montagem e reparação de aeronaves
30.2 Fabricação de máquinas e equipamentos de sistemas eletrônicos para processamento
de dados
35.9 Fabricação de outros equipamentos de transporte
21.2 Fabricação de papel, papelão liso, cartolina e cartão
p.p.
média 1996/97
var. entre 1996/97 e 2005/06
3/4
Fonte: IBGE, Pesquisa Industrial Anual.
Intensidade tecnológica do VTI
0
5
10
15
20
25
30
35
40
% V
TI
AT 8,7 8,8 8,6 9,3 9,5 9,7 8,5 6,7 6,9 7,0 7,2
MAT 27,9 29,0 27,9 25,8 24,7 25,3 25,1 25,3 25,9 24,8 24,5
MBT 24,4 23,9 24,7 27,6 31,8 30,0 31,1 33,7 34,6 36,1 36,0
BT 39,0 38,4 38,8 37,3 34,0 35,1 35,3 34,4 32,6 32,1 32,3
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Fonte: IBGE, Pesquisa Industrial Anual.
Pesquisa e desenvolvimento
no Brasil
• mercado interno
• imitação/adaptação de tecnologias de
países desenvolvidos (PDs)
• concentrado inovações incrementais
• multinacionais liderem os setores de
maior intensidade tecnológica
Saldo comercial: total
-30
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-10
0
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20
30
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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
US
$ b
i d
e 2
00
6
Total
Produtos industriais
não industriais
Fonte: MDIC/Secex
Saldo comercial: tecnologia
-30
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40
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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
US
$ b
i d
e 2
00
6
alta tecnologia
média-alta tecnologia
média-baixa tecnologia
baixa tecnologia
Fonte: MDIC/Secex
Participação das exportações brasileiras de manufaturas,
produtos agrícolas, minerais e combustíveis no total mundial,
1980/2007, em percentagens
Fonte: Organização Mundial de Comércio.
0
1
2
3
4
19
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19
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01
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06
20
07
%
manufaturas agrícolas
minerais total
tendência manufaturas
Participação do saldo comercial brasileiro de manufaturas,
produtos agrícolas, minerais e combustíveis no total mundial,
1980/2007, em percentagens
Fonte: Organização Mundial de Comércio.
As importações mundiais de Minerais e combustíveis somente são publicadas pela fonte para os anos de 1980, 1985, 1990 e
de 1994 a 2007. O segmento pontilhado da curva indica que os dados foram interpolados para os anos sem informação. Por
falta de informações da fonte, em 2006 e 2007, as importações mundiais de todas as classes de mercadoria foram estimadas a
partir do valor das exportações respectivas.
0,57
3,48 3,65
-2
-1
0
1
2
3
4
19
80
19
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01
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%
manufaturas agrícolasminerais totaltendência manufaturas
PRINCIPAIS CAPÍTULOS DA NCM DE ACORDO COM A VARIAÇÃO DO SALDO
COMERCIAL ENTRE 2000/02 E 2007/08, ACUMULADAS E DÓLARES
CONSTANTES DE 2006
Descrição do Capítulo NCM % %
acum
$ mi
2006
Total 100 26.934
Minérios, escorias e cinzas 1 37,1 37,1 9.996
Carnes e miudezas, comestíveis 2 29,3 66,4 7.889
Sementes e frutos oleaginosos, grãos, sementes, etc. 3 21,0 87,4 5.652
Ferro fundido, ferro e aço 4 18,8 106,2 5.069
Fonte: Elaboração própria com base em Secex/MDIC.
Valores deflacionados pelo Deflator do PIB dos Estados Unidos, sendo que o
índice de 2008 é estimado pelo Fundo Monetário Internacional.
A contribuição à ampliação do saldo comercial foi extremamente
concentrada. Basta a soma dos quatro primeiros capítulos do ranking
para superar a ampliação total do saldo comercial havida no período,
que foi de US$ 27 bilhões (sempre em valores de 2006).
Quase todos os demais setores que tiveram uma contribuição mais
substantiva à ampliação do superávit comercial são ligados à
exploração de recursos naturais abundantes no país: matérias-
primas agrícolas, alimentos e bebidas, madeira e fumo.
Valor Adicionado Manufatureiro per
capita de países e regiões
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
US
$ d
e 2
00
0
PDs 3.573 3.730 3.996 4.291 4.509
Brasil 703 721 702 700 744
SE As. 128 164 166 199 267
AL&C 664 680 736 739 792
Coréia 1.699 2.028 2.492 2.855 4.130
China* 167 254 313 366 610
1991 1995 1998 2000 2006
Fonte: ONUDI.
* Inclui Hong Kong e Taiwan.
Participação do Brasil no Valor
Adicionado Manufatureiro mundial
2,02,5
0
2
4
6
8
10
12
14
1993 1995 1998 2000 2003 2006
Países em desenvolvimento
Mundo
%
Fonte: ONUDI.
A Indústria de Transformação sofreu
•uma redução generalizada de sua densidade
•um rebaixamento do perfil tecnológico
enfraqueceu sua competitividade e sua
contribuição à inserção externa
reduziu seu poder de dinamizar a economia
Desindustrialização truncada
Começou mais tarde e avançou menos do
que nos vizinhos porque se deparou aqui com
indústrias e remanescentes da política
industrial mais resistentes às pressões pela
liberalização e ao acirramento da concorrência
internacional.
Em perspectiva internacional
Longo e intenso processo de desindustrialização
relativa.
Dupla ameaça:
• fronteira tecnológica em acelerada expansão
• ampliação da concorrência no interior do mundo
em desenvolvimento
3
Cenário atual
Vulnerabilidade externa
Crise de balanço de pagamentos a curto prazo é
pouco provável mesmo num cenário de
aprofundamento da crise internacional.
A continuidade projetada de preços elevados em
commodities é crítica para o equilíbrio do saldo de
transações correntes.
Causas da deterioração recente da situação externa
são, em parte, estruturais e continuarão a pesar
negativamente, em qualquer cenário.
Contínua reprimarização da pauta projeta maior
vulnerabilidade no longo prazo.
Transações correntes
Rápida e forte deterioração...
... mas reservas minimizam riscos a curto
prazo.
Causas envolvem comércio, serviços e
rendas...
... e refletem, em parte, irreversibilidades
estruturais.
Saldo em transações correntes, em dólares
constantes de 2010 e % do PIB, 1981/2011
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
-60
-50
-40
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-20
-10
0
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20
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
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1999
2001
2003
2005
2007
2009
20
11
US
$ b
i d
e 2
01
0
% P
IB
Fonte: Bacen / dólares; FMI / deflator do PIB dos EUA; IpeaData / média dos últimos 12 meses (para 2011, junho)
Reservas internacionais
As reservas internacionais, da ordem de US$
332 bilhões (abr/jun 2011) garantem:
• 17 meses de importações
• 90 meses de déficit em transações correntes
51
Transações correntes e seus componentes
Médias
2004/06 2010/11 diferença
Transações correntes 14,5 -48,9 -63,3
Balança comercial 45,9 22,9 -23,0
Serviços -8,3 -33,1 -24,8
Rendas -27,2 -41,6 -14,4
Fonte: Bacen (para 2011, junho)
Serviços
• Transportes
• Turismo (despesas de quase US$ 16 bilhões em
2010)
• Tecnologia (US$ 20 bilhões)
∙ Computação e informação (3,5 bi)
∙ Royalties e licenças (quase 3 bi)
∙ Aluguel de equipamentos (quase 14 bi)
53
Rendas
Lucros e dividendos, forte crescimento desde
2004:
• quase US$ 20 bilhões a mais em 2010 para IDE
• US$ 5 bilhões a mais para investimento em carteira
54
Balança comercial
Saldo caiu de patamar...
... mas se estabilizou após a crise.
Pauta mais concentrada em primários...
... e deterioração em setores manufatureiros.
55
Saldo mensal (e média móvel de 12 meses) da
balança comercial, 2005/jul2011
Fonte: MDIC/Secex
-1
0
1
2
3
4
5
6
2005.0
1
2005.0
3
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5
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7
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9
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1
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5
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7
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1
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5
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7
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1
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1
2008.0
3
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5
2008.0
7
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2009.0
1
2009.0
3
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5
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7
2009.0
9
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1
2010.0
1
2010.0
3
2010.0
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2010.0
7
2010.0
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1
2011.0
3
2011.0
5
2011.0
7
US
Bi
57
58
59
Exportações, importações e saldo comercial dos
capítulos NCM que mais reduziram o saldo entre
jan/jul de 2008 e de 2011, em US$ bilhões
60
dif.
2011
2008
2011 2008
Cap.
NCM Descrição do Capítulo NCM S M X S M X
Total 1,3 13,2 124,5 137,6 11,9 96,5 108,4
87 VEICULOS AUTOMOVEIS,TRATORES,ETC.SUAS
PARTES/ACESSORIOS -5,9 -4,6 12,0 7,4 1,3 7,0 8,3
85 MAQUINAS,APARELHOS E MATERIAL ELETRICOS,SUAS
PARTES,ETC -4,8 -12,3 15,1 2,8 -7,5 11,5 4,0
84 REATORES
NUCLEARES,CALDEIRAS,MAQUINAS,ETC.,MECANICOS -4,0 -11,2 18,7 7,6 -7,1 14,4 7,3
88 AERONAVES E OUTROS APARELHOS AEREOS,ETC.E SUAS
PARTES -1,4 0,4 1,4 1,8 1,8 1,3 3,2
76 ALUMINIO E SUAS OBRAS -1,1 0,1 1,0 1,0 1,1 0,5 1,7
Subtotal -17,2 -27,6 48,2 20,5 -10,4 34,8 24,4
Fonte: MDIC/Secex
Exportações, importações e saldo comercial dos
capítulos NCM que mais ampliaram o saldo entre
jan/jul de 2008 e de 2011, em US$ bilhões
61
dif.
2011
2008
2011 2008
Cap.
NCM Descrição do Capítulo NCM S M X S M X
Total 1,3 13,2 124,5 137,6 11,9 96,5 108,4
26 MINERIOS,ESCORIAS E CINZAS 14,1 22,5 0,9 23,4 8,4 1,0 9,4
17 ACUCARES E PRODUTOS DE CONFEITARIA 4,6 7,3 0,0 7,3 2,7 0,0 2,8
12 SEMENTES E FRUTOS
OLEAGINOSOS,GRAOS,SEMENTES,ETC. 3,0 10,7 0,1 10,7 7,7 0,1 7,7
09 CAFE,CHA,MATE E ESPECIARIAS 2,0 4,2 0,0 4,3 2,2 0,0 2,2
27 COMBUSTIVEIS MINERAIS,OLEOS MINERAIS,ETC.CERAS
MINERAIS 1,9 -7,4 22,5 15,1 -9,2 19,4 10,2
subtotal 25,5 37,3 23,5 60,8 11,8 20,5 32,3
Fonte: MDIC/Secex
Exportações dos capítulos NCM que mais
contribuíram para saldo comercial, jan/jul de
2008 e de 2011, em US$ bilhões e %
62
2011 2008
# Cap.
NCM Descrição do Capítulo NCM X %
%
acu. X %
%
acu.
137,6 100,0
108,
4
100,
0
1 26 MINERIOS,ESCORIAS E CINZAS 23,4 17,0 17,0 9,4 8,7 8,7
2 12
SEMENTES E FRUTOS
OLEAGINOSOS,GRAOS,SEMENTES,ETC. 10,7 7,8 24,8 7,7 7,2 15,8
3 02 CARNES E MIUDEZAS,COMESTIVEIS 7,7 5,6 30,4 7,2 6,6 22,4
4 17 ACUCARES E PRODUTOS DE CONFEITARIA 7,3 5,3 35,7 2,8 2,5 25,0
5 72 FERRO FUNDIDO,FERRO E ACO 7,2 5,2 41,0 7,2 6,7 31,6
6 09 CAFE,CHA,MATE E ESPECIARIAS 4,3 3,1 44,1 2,2 2,0 33,7
7 23
RESIDUOS E DESPERDICIOS DAS INDUSTRIAS
ALIMENTARES,ETC. 3,5 2,5 46,6 2,8 2,5 36,2
8 47
PASTAS DE MADEIRA OU MATERIAS FIBROSAS
CELULOSICAS,ETC. 2,8 2,1 48,7 2,3 2,1 38,4
9 24
FUMO (TABACO) E SEUS SUCEDANEOS
MANUFATURADOS 1,5 1,1 49,8 1,4 1,3 39,6
1
0 41
PELES,EXCETO A PELETERIA (PELES COM PELO),E
COUROS 1,2 0,9 50,6 1,2 1,1 40,8
Fonte: MDIC/Secex
Exportações, importações e saldo comercial de
Confecções, 2008 a jan/jul de 2011,
em US$ milhões
-1.000
-800
-600
-400
-200
0
200
400
600
800
1.000
1.200
2008 2009 2010 Jan/Jul10 Jan/Jul11
US
$ m
ilh
ões
saldo comercial exportações importações
Fonte: MDIC/Secex. Inclui Capítulos NCM 61 a 63.
A reprimarização da pauta externa
Reforço da especialização primária
Déficit manufatureiro
Preços de commodities críticas para o saldo
brasileiro (agrícolas e ferro) são menos voláteis
e devem continuar elevados nos próximos
anos.
Participação das exportações de produtos
intensivos em recursos naturais de países
selecionados, 1995/2009, em %
Fonte: COMTRADE, elaboração de LÉLIS, CUNHA, SANTOS & PRATES (2011)
Países 1995 2000 2002 2005 2006 2007 2008 2009
África do Sul 45,8% 50,8% 55,8% 57,2% 57,4% 56,4% 59,8%
Alemanha 15,8% 14,6% 14,8% 15,4% 16,2% 15,6% 16,4% 16,0%
Argentina 64,2% 68,4% 70,8% 70,8% 69,5% 69,7% 69,1% 68,5%
Austrália 64,2% 68,1% 67,7% 71,6% 73,9% 73,7% 80,0% 79,8%
Brasil 48,5% 46,6% 51,8% 51,0% 53,7% 55,4% 58,5% 64,2%
Canadá 42,0% 37,4% 39,1% 46,7% 48,0% 50,1% 56,6% 53,2%
Chile 91,1% 89,5% 89,0% 90,6% 92,1% 91,8% 90,2% 91,2%
China 19,7% 15,2% 13,6% 11,6% 11,0% 10,6% 11,0% 10,0%
Colômbia 69,0% 66,8% 66,1% 68,2% 67,3% 63,8% 71,4% 75,4%
EUA 23,7% 18,5% 19,2% 21,0% 22,1% 23,6% 27,6% 26,5%
Índia 41,5% 40,6% 41,7% 45,1% 46,3% 48,0% 48,3% 42,5%
México 24,7% 18,0% 17,1% 24,3% 25,5% 26,1% 28,2% 26,3%
Peru 84,1% 79,6% 84,2% 86,6% 89,3% 89,0% 88,3% 89,0%
Rússia 69,6% 70,0% 76,8% 64,8% 78,9% 79,6% 77,8%
Venezuela 89,5% 92,9% 89,0% 92,8% 95,9% 92,9% 96,6% 97,6%
Índices de preços das commodities,
média de 2002 = 100, 1992/2011
Elaboração de LÉLIS, CUNHA, SANTOS & PRATES (2011)
377
293
304
319
50
90
130
170
210
250
290
330
370
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/92
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/92
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v/9
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93
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t/9
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ez/9
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ai/9
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95
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/96
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/97
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98
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t/9
8fe
v/9
9ju
l/9
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ez/9
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0o
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00
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1a
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/01
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/02
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03
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4ju
l/0
4d
ez/0
4m
ai/0
5o
ut/
05
ma
r/0
6a
go
/06
jan
/07
jun
/07
no
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7a
br/
08
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t/0
8fe
v/0
9ju
l/0
9d
ez/0
9m
ai/1
0o
ut/
10
ma
r/1
1
Fonte: CRB, FMI, Banco Mundial e Unctad. Elaboração própria.
CRB FMI Unctad Banco Mundial
Quantum das exportações de produtos básicos, semi-
manufaturados e manufaturados, 2000/10, 2002 = 100
Fonte: Funcex.
60
80
100
120
140
160
180
200
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Básicos
Semi-manufaturados
Manufaturados
Balança comercial manufatureira e taxa de câmbio efetiva
real, 1989/2010, em dólares constantes de 2010 e 2000 = 100
Fonte: Banco Central do Brasil.
O saldo da balança comercial manufatureira foi deflacionado pelo IPA dos Estados Unidos. O câmbio real foi
deflacionado pelo INPC.
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
TCER Balança Manufatureira
20
10
= 1
00
US
$ b
i d
e 2
01
0
4
Políticas de
desenvolvimento
econômico e social
no Brasil
http://www.planejamento.gov.br/noticia.asp?p=not&cod=7571&cat=155&sec=10
Sociais
Desenvolvimento Produtivo
Infra-estrutura
Políticas de desenvolvimento econômico e social
Espe
ciais
Sociais
Desenvolvimento Produtivo
Infra-estrutura
Políticas de desenvolvimento econômico e social
Espe
ciais Competitividade
Políticas Sociais
1. Aperfeiçoamento do Sistema Único de
Saúde (SUS)
2. Bolsa Família
3. Fortalecimento do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS)
4. Segurança Alimentar e Nutricional
5. Educação Básica
6. Educação Profissional e Tecnológica
7. Educação Superior - Graduação, Pós-
Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão
8. Cultura: Preservação, Promoção e Acesso
9. Esporte e Grandes Eventos Esportivos
10.Planejamento Urbano
11.Resíduos Sólidos
12.Segurança Pública com Cidadania
13.Coordenação de Políticas de Prevenção,
Atenção e Reinserção Social de Usuários
de Crack, Álcool e Outras Drogas
14. Cidadania e Justiça
15.Agricultura Familiar
16.Reforma Agrária e Ordenamento da
Estrutura Fundiária
17.Trabalho, Emprego e Renda
18.Previdência Social
19.Políticas para as Mulheres: Enfrentamento
à Violência e Autonomia
20.Enfrentamento ao Racismo e Promoção da
Igualdade Racial
21.Promoção dos Direitos de Crianças e
Adolescentes
22.Promoção e Defesa dos Direitos Humanos
23.Promoção dos Direitos de Pessoas com
Deficiência
24.Autonomia e Emancipação da Juventude
25.Proteção e Promoção dos Direitos dos
Povos Indígenas
Políticas de Infra-estrutura
1. Transporte Rodoviário
2. Transporte Hidroviário
3. Transporte Ferroviário
4. Transporte Marítimo
5. Aviação Civil
6. Energia Elétrica
7. Combustíveis
8. Petróleo e Gás
9. Gestão Estratégica da Geologia, Mineração e Transformação Mineral
10.Oferta de Água
11.Gestão de Riscos e Resposta a Desastres
12.Comunicações para o Desenvolvimento, a Inclusão e a Democracia
13.Moradia Digna
14.Saneamento Básico
15.Mobilidade Urbana e Trânsito
Políticas e Temas Especiais
1. Democracia e Aperfeiçoamento da Gestão Pública
2. Gestão da Política Econômica e Estabilidade do Sistema
Financeiro Nacional
3. Integração Sul-Americana
4. Política Externa
5. Mar, Zona Costeira e Antártida
6. Política Nacional de Defesa
7. Desenvolvimento Regional, Territorial Sustentável e
Economia Solidária
Políticas de Desenvolvimento
Produtivo e Ambiental 1. Desenvolvimento Produtivo
2. Ciência, Tecnologia e Inovação
3. Política Nuclear
4. Política Espacial
5. Micro e Pequenas Empresas
6. Comércio e Serviços
7. Comércio Exterior
8. Agropecuária Sustentável, Abastecimento e Comercialização
9. Inovações para a Agropecuária
10. Agricultura Irrigada
11. Pesca e Aquicultura
12. Defesa Agropecuária
13. Turismo
14. Biodiversidade
15. Mudanças Climáticas
16. Florestas, Prevenção e Controle do Desmatamento e dos Incêndios
17. Licenciamento e Qualidade Ambiental
18. Conservação e Gestão de Recursos Hídricos
Obrigado.
A tese A Desindustrialização Truncada pode ser encontrada aqui:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=000477166
IEDI 2011. Indústria e Política Industrial no Brasil e em Outros Países. Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, São Paulo, 93 pp.
MARCOS TADEU CAPUTI LÉLIS, ANDRÉ MOREIRA, CLARA DO CARMO RIOS DOS SANTOS, DANIELA MAGALHÃES PRATES, 2011. “As Exportações Brasileiras e os Ciclos de Commodities: tendências recentes e perspectivas” (aguardando publicação).