Educação Em Geografias_Wenceslao

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EDUCAÇÃO E GEOGRAFIAS E(M) VÍDEOS 1 experimentações Wenceslao Machado de Oliveira Jr O artigo se comporá como um relato a partir de fragmentos da oficina “Educação e Geografias e(m) vídeos - percurso de criação de pequenos vídeos com professores” que vem sendo desenvolvida ao longo do segundo semestre de 2012, destacando as proposições iniciais e as criações realizadas. Nas primeiras partes busca-se explicitar a experiência da relação universidade-escola através de uma oficina 2 . Nas partes seguintes apresenta-se e discute-se alguns dos acontecimentos em palavras e imagens ocorridos, apontando as potencialidades destes junto aos objetivos do Projeto “Imagens, Geografias e Educação”. Para além disto, brinca-se nesta escrita de configurar a oficina como um lugar, um espaço, a partir das expressões utilizadas por Doreen Massey (2008). As trajetórias que compuseram aquele espaço Um grupo de estudantes de vários níveis acadêmicos. Um professor universitário. Alguns diletantes, fãs das pesquisas e buscas que temos feito. Um grupo de professores de escolas públicas e privadas, graduados em Geografia, História ou Artes Visuais. Uma apostila com vinte e um textos selecionados pelo professor universitário e pelos estudantes. 1. Breves Notas sobre Ciência Gonçalo M. Tavares 2. Rumores discretos da subjetividade/ Sujeito e escritura em processo Rosane Preciosa 3. A Educação Visual da Memória: Imagens Agentes do Cinema e da Televisão Milton José de Almeida 4. Desafixiar pensamentos, desfigurar lugares em imagens Wenceslao Machado de Oliveira Jr. 5. Pelo espaço: uma política da espacialidade/ Proposições iniciais e Acabar juntos: política do lugar como eventualidade Doreen Massey 6. A rasura dos lugares: fragmentos espaciais re-existentes em vídeo - Wenceslao Machado de Oliveira Jr. 7. A postulação da realidade/ A conjura dos falsários Eduardo Pellejero 8. O conto da ilha perdida José Saramago 9. Primeiras histórias/ Benfazeja João Guimarães Rosa 10. Estórias Abensonhadas/ O cego Estrelinho Mia Couto 11. Francis Bacon: Lógica da sensação/ Pintar as forças e A pintura antes de pintar Gilles Delleuze 12. Montando cenários - Wenceslao Machado de Oliveira Jr. 13. Extremidades do vídeo/ Vídeo e descentralização da linguagem - Christine Mello 1 Resumo expandido enviado para a reunião anual do Projeto “Imagens, Geografias e Educação”, a ocorrer em Dourados-MS, entre os dias 7 e 9 de novembro de 2012. 2 Serão colocados em outro tipo de letra todos os textos que foram retirados diretamente dos materiais entregues aos estudantes-professores da oficina.

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  • EDUCAO E GEOGRAFIAS E(M) VDEOS1

    experimentaes

    Wenceslao Machado de Oliveira Jr

    O artigo se compor como um relato a partir de fragmentos da oficina

    Educao e Geografias e(m) vdeos - percurso de criao de pequenos vdeos com professores que vem sendo desenvolvida ao longo do segundo semestre de 2012, destacando as proposies iniciais e as criaes realizadas. Nas primeiras partes busca-se explicitar a experincia da relao universidade-escola atravs de uma oficina2. Nas partes seguintes apresenta-se e discute-se alguns dos acontecimentos em palavras e imagens ocorridos, apontando as potencialidades destes junto aos objetivos do Projeto Imagens, Geografias e Educao.

    Para alm disto, brinca-se nesta escrita de configurar a oficina como um lugar, um espao, a partir das expresses utilizadas por Doreen Massey (2008). As trajetrias que compuseram aquele espao

    Um grupo de estudantes de vrios nveis acadmicos. Um professor universitrio. Alguns diletantes, fs das pesquisas e buscas que temos feito.

    Um grupo de professores de escolas pblicas e privadas, graduados em Geografia, Histria ou Artes Visuais.

    Uma apostila com vinte e um textos selecionados pelo professor universitrio e pelos estudantes.

    1. Breves Notas sobre Cincia Gonalo M. Tavares 2. Rumores discretos da subjetividade/ Sujeito e escritura em processo Rosane

    Preciosa 3. A Educao Visual da Memria: Imagens Agentes do Cinema e da Televiso

    Milton Jos de Almeida 4. Desafixiar pensamentos, desfigurar lugares em imagens Wenceslao Machado de

    Oliveira Jr. 5. Pelo espao: uma poltica da espacialidade/ Proposies iniciais e Acabar juntos:

    poltica do lugar como eventualidade Doreen Massey 6. A rasura dos lugares: fragmentos espaciais re-existentes em vdeo - Wenceslao

    Machado de Oliveira Jr. 7. A postulao da realidade/ A conjura dos falsrios Eduardo Pellejero 8. O conto da ilha perdida Jos Saramago 9. Primeiras histrias/ Benfazeja Joo Guimares Rosa 10. Estrias Abensonhadas/ O cego Estrelinho Mia Couto 11. Francis Bacon: Lgica da sensao/ Pintar as foras e A pintura antes de pintar

    Gilles Delleuze 12. Montando cenrios - Wenceslao Machado de Oliveira Jr. 13. Extremidades do vdeo/ Vdeo e descentralizao da linguagem - Christine Mello

    1 Resumo expandido enviado para a reunio anual do Projeto Imagens, Geografias e Educao, a ocorrer em Dourados-MS, entre os dias 7 e 9 de novembro de 2012. 2 Sero colocados em outro tipo de letra todos os textos que foram retirados diretamente dos materiais entregues aos estudantes-professores da oficina.

  • 14. Empirismo Hereje/ Anotaes sobre o plano-sequncia e Que ser natural? Pier Paolo Pasolini

    15. Da impossibilidade de se representar o espao real: a (no) objetividade do plano-sequencia - Wenceslao Machado de Oliveira Jr.

    16. O galo de ouro e outros textos para cinema/ O despojo e A frmula secreta Juan Rulfo

    17. Deleuze entre caos e pensamento Luiz B.I. Orlandi 18. Fotografias, restos quase mortais Alik Wunder 19. Por uma teoria deleuziana da fabulao Ronald Bogue 20. Imaginao e Mobilidade Gaston Bachelard 21. Desterritorialidades Ludmila Sarraipa e Ivnia Marques

    Dois dvds com imagens. Dezenas de fotografias e inmeros fotgrafos.

    Vdeos e trechos de filmes. Cerca de vinte, mltiplos, criados no grupo ou selecionados por ns.

    Sbados pela manh, entre 9 e 13 horas. Faculdade de Educao. Unicamp. Sala de aula ED02 e Laboratrio de Informtica ED08. Softwares de edio de imagens.

    Uma pesquisa em desenvolvimento, cujo material ser tambm composto pelas criaes em imagens realizadas durante a oficina.

    Estas eram as trajetrias foras mais ntidas que ali estavam co-presentes. Proposies iniciais: um certo cenrio

    A organizao da oficina. Objetivos amplos, pretensiosos. Prticas com linguagem escrita e audiovisual. Conceitos que remetem para universos tradicionais na educao tensionados por conceitos que remetem para outros possveis para a educao, pensada sobretudo nas proximidades com a criao... de vdeos, de geografias, de currculos... a partir de experimentaes com as imagens.

    - Oferecimento de leituras, discusses e contato com vdeos, trechos de filmes e fotografias que tenham potncia mobilizadora do pensamento espacial proposto pela geografia escolar, bem como ofeream outros possveis percursos curriculares;

    - Conversas acerca das potencialidades dos conceitos de verdade, comunicao e informao numa relao de tenso com os conceitos de fico, fabulao, menoridade, resistncia e expresso em contextos escolares onde as imagens (audio)visuais se fazem presentes;

    - Criao de pequenos vdeos pelos e com os participantes de mltiplas maneiras (pesquisa em acervos de imagens e sons, captura de imagens, edio e ps-produo) que tenham potencia mobilizadora do pensamento espacial (que criem geo-grafias...) em contextos escolares;

    - Criao de percursos fotogrficos pelos e com os participantes que tenham potencia mobilizadora do pensamento espacial (que criem geografias...) em contextos escolares.

  • Os primeiros encontros... co-presena e negociaes

    No programa para o primeiro encontro estava escrito: - Percursos aleatrios a textos literrios e cartes com imagens; - Via pintura de Francis Bacon propor desafios (desfiguraes) s linguagens-imagens; - Conversa acerca da relao Educao e Linguagem-Imagem (aproximao dos conceitos de fico, fabulao, expresso, potncia menor e resistncia); - Imagens como um dado do caos (Fora) que exige pensamento (a ideia de educao que perseguiremos na oficina).

    No programa para o segundo encontro estava escrito: - Conversa a partir de textos literrios buscando criar mltiplos entre-meios onde as imagens em fotografia e vdeo estejam desacostumadas dos hbitos figurativos; - Caminhada fotogrfica a partir de um tema, um estmulo, um afeto espacial (que pode ser tanto calcado na visualidade quanto refratrio a uma captura visual); - Conversa a partir das fotos feitas na caminhada.

    No programa estava escrito que entre o segundo e o terceiro encontro

    estavam previstas Atividades no presenciais a serem realizadas ao longo da semana - Escrita sobre a experincia fotogrfica; - Pesquisa de fotgrafos e fotografias em museus, sites, bibliotecas, galerias, etc (MIS, MAC, Flickr, Instagram, Sesc, etc).

    Nas colagens acima de trechos do programa da oficina expressam-se

    desejos de uma educao vivida como proliferao de pensamentos que se dessem nos desvios provocados pelas imagens ao hbito comum de pensar: 1. o espao como uma superfcie esttica e fechada, coerente e passvel de ser representada em mapas tradicionais, 2. a fotografia e o vdeo como uma prova do real visvel, como mera ilustrao visual daquilo que existe no espao geogrfico, 3. a educao como um conjunto de aes que visam explicar, ilustrar, informar, comunicar com e atravs de imagens. Trajetrias abertas

    No segundo encontro fizemos a caminhada pelo centro de Campinas. A seguir mostramos alguns dos conjuntos de trs fotografias tiradas-criadas pelos estudantes-professores.

    Elas poderiam se configurar como sequncias ou trpticos. Em nossa perspectiva inicial aqueles que produzissem sequncias buscariam constituir uma narrativa e aqueles que compusessem as fotos como trpticos buscariam compor um certo acontecimento por rebatimento de cenas, a exemplo do que fazia Francis Bacon, artista cujas obras e buscas expressivas foram apresentadas e brevemente discutidas no primeiro encontro. Com isto, buscvamos que os professores criassem miradas para a cidade que pudessem ter um carter narrativo e no narrativo. No foi bem isto que ocorreu, pois as misturas de leituras e proposies fizeram esta distino inicial se tornar fluida, o narrativo e

  • o no narrativo se imiscuindo nas conversas que tivemos a partir de cada trio de fotografias que nos era apresentado.

    Muitos dos estudantes-professores nem mesmo se preocuparam em compor uma coisa ou outra antes de tirar as fotos. As fotos, em grande medida, eram pensadas isoladamente, ainda que muitas tenham sido captadas em torno de um tema mobilizador do olhar e do pensamento. Vrias das composies em sequncia ou trptico foram realizadas na hora da exposio ou mesmo durante a conversa sobre as fotos. Algumas composies foram feitas com quatro fotos.

    Abaixo apresento algumas miradas. Novas? Primeiramente alguns trpticos, que foram em maior quantidade que as

    sequncias, talvez por serem temticos, a exemplo do formato escolar, talvez porque permitiam composies mais aleatrias entre fotos tiradas uma a uma, talvez...

    Aglomeraes

    Verde no cinza

    O cu da minha rua

    Tempo

  • Mos dadas

    A seguir, algumas das sequncias, quer foram pensadas tanto por sequncias temporais um fato aps o outro quanto por sequncias de aproximao do mais prximo ao mais distante ou vice-versa. Buscas

    Conflito

    Reflexos

    (In)compreenso da (ir)realidade

  • No encontro seguinte propusemos alguns processos de desfigurao das fotografias, tanto sobre imagens j impressas quanto em imagens em formato digital. O processo mais destacado foi aquele que se d a partir de databending, o qual foi apresentado durante o encontro.

    Basicamente, o databending se realiza atravs de procedimentos que efetivam a abertura (leitura) de um arquivo digital de imagem em softwares de leitura de som ou texto. Esta dobra de um tipo de arquivo em outro mecanismo leitor (decodificador) leva a imagem a aparecer alterada de sua visualidade inicial, conforme os exemplos abaixo. Duas caractersticas deste procedimento nos pareceram potentes para nossas buscas de desfigurar as fotografias e vdeos: 1. as alteraes serem imprevisveis ao manipulador, uma vez que elas se processam aleatoriamente a partir de alteraes no na imagem, mas nos cdigos digitais do arquivo e 2. Estas alteraes mantm a esttica geral fotogrfica e videogrfica, mas se desfaz da verossimilhana de posio e de cores entre a imagem e a realidade espacial remetida nas fotos e vdeos.

    Estes arquivos corrompidos nos do outras imagens que fazem fugir a visualidade habitual das fotografias e vdeos, radicalizando a sua existncia como imagem bidimensional e digital, criao precria que, justo em sua precariedade nos permite criar linhas de fuga ao pensamento habitual de olhar uma foto e um vdeo como sendo a reproduo representao fiel da realidade visual de um certo lugar. O fato das deformaes se darem em linhas retilneas que salientam as linhas de varredura das imagens digitais colocam diante de ns a natureza bidimensional e criada destas imagens, as quais, no entanto, permanecem sendo fotos, estendendo a prpria linguagem fotogrfica para outras margens, para outras potencialidades de expresso do mundo, do espao. Poticas? No se sabe. Polticas? Com certeza, ao arrastar a fotografia para outras composies com o espao geogrfico, deslocando-a de seu aprisionamento como mera prova documental da visualidade (existncia) de um lugar, mas mantendo nestas novas imagens fotogrficas os traos e potncias da esttica verossimilhante que lhe rendeu o sentido de documento do real. Estrias-at-aqui... entrelaadas

    Aps finalizarmos maneira mambembe, inacabada... as conversas e experimentaes com e na linguagem fotogrfica, iniciamos a parte mais diretamente voltada s imagens videogrficas.

    No cabealho do programa da oficina, lia-se: - Os vdeos criados na oficina sero disponibilizados no site do Projeto em licena livre. - Haver a disponibilidade de mdia digital para que os participantes possam levar

  • consigo suas criaes e as dos demais para efetiva utilizao em seus prprios (atuais ou futuros) contextos escolares.

    No cronograma, o entre-tempo dos quarto e quinto encontros lia-se:

    Vislumbrando Cenrios (tcnicas diversas: cmera parada, panormica, travelling, plano-sequncia, ngulos inusitados, enquandramentos inusitados, dentro-fora do quadro, zoom in, zoom out, etc) - Captao de imagens quaisquer com os equipamentos que os prprios inscritos tiverem (tomadas nicas de no mximo 5 minutos cada vdeo)

    Ao final do quarto encontro foi realizada uma breve apresentao sobre

    as tcnicas bsicas de filmar que compem a gramtica do filme: planos, enquadramentos, ngulos, profundidade de campo, distncia focal e movimentos de cmera. Tudo voltado para que os estudantes-professores se sentissem mais tranquilos para realizar a atividade no presencial a ser realizada ao longo da semana nos bairros de moradia ou trabalho e nos trajetos cotidianos dos inscritos: um plano-sequncia de, no mximo, um minuto e meio.

    Nos encontros que se seguiram, buscamos, conforme constava no programa: Desacostumar os olhos intensidade e diferena nas miradas pro mundo (a partir das imagens e das leituras) - Conversa a partir das imagens feitas pelos inscritos

    Escrita a partir da experincia de captura que se desdobre numa pauta/inteno de gravao para a captura a ser feita a seguir. Desconstruindo cenrios - Nova captura de imagens j pensando em editar pequenos filmes Atividade no presencial a ser realizada ao longo da semana nos bairros de moradia ou trabalho e nos trajetos cotidianos dos inscritos - Edio dos filmes - Assistncia e conversa sobre os filmes editados

    Seguimos nosso programa enquanto notvamos a drstica reduo dos

    estudantes-professores. Dos vinte e cinco iniciais restaram a metade, com presena oscilante nos encontros. J somos mais pessoas ligadas universidade que pessoas ligadas s escolas. Desarticulaes que nos levam a pensar... articuladas aos esforos e encantamentos dos que seguiram negociando juntos devires possveis para este espao-oficina: lista de emails, pesquisa e circulao de sugesto de fotos e vdeos a serem assistidos, produo de materiais para mobilizar as proposies iniciais, captura de um pequeno punhado de imagens em vdeo, experimentaes com imagens nas escolas, instalao de softwares de edio em computadores pessoais, conversas em pequenos grupos ou duplas sobre variadas questes que atravessam as buscas dos professores e como, talvez, nossa maneira de lidar com as imagens podem vir a ser fortes nestes combates. Muitas outras composies, heterogneas, multiplicidades discretas e constantes se fazendo notar em mnimos gestos, olhares, criaes. Re-capturas

  • constantes, tdios diversos. Cansaos e alegrias. Tortas salgadas e doces, ch, caf, gua, biscoitos, refrigerantes, gentilezas e gratides.

    Se trajetrias humanas foram perdidas, trajetrias no humanas tm adensado nossas conversas: acontecimentos em imagens tambm em palavras surgem para nos fazer acreditar que algo se moveu nos corpos docentes, que alguma metamorfose est se dando no corpo invisvel e inumano da educao e da geografia que estes estudantes-professores gestam em suas prticas dirias nas escolas. Devires outros das imagens forando outros devires nos humanos.

    Acabar juntos a poltica do lugar como eventualidade

    At o momento em que escrevo este resumo, fizemos seis encontros

    presenciais ao longo de dois meses e meio. Esto previstos somente outros dois at o final de novembro. Neles pretendemos, conversar sobre e realizar: - Experimentao destas criaes em vdeo nas escolas onde os participantes trabalham - Escrita a partir das experimentaes curriculares Atividades no presenciais com acompanhamento dos integrantes do grupo de pesquisa e/ou outra forma de registro, ao longo das semanas Conversa final sobre as experimentaes curriculares com os vdeos e fotos produzidos

    Muita coisa para pouco tempo. Provvel. J percebemos isto nas outras partes da programao. preciso mais tempo pra conversar com calma, encontrar onde as rasuras se encontram mais potentes nas experimentaes dos estudantes-professores nas vrias frentes de combate que nos propusemos neste plo do Projeto: desacostumar o pensamento acerca do espao geogrfico, desfigurar as imagens-linguagens do vdeo e da fotografia, lanar a educao a outras margens. Em poucas palavras: provocar devires que metamorfoseiem estas zonas asfixiadas de nossas vidas de professores em figuras imprevistas.

    Em torno do evento que tem sido a oficina, um povo porvir, pode-se dizer, foi criado, onde parte das trajetrias humanas heterogneas que ali se agruparam decidiram seguir negociando juntos com as trajetrias inumanas outras maneiras de configurar currculos escolares em torno de fabulaes em imagens que realizam combates comuns.

    Assumimos nossas aes como pertencentes esfera da micropoltica educativa, tendo como principais foras agenciadas as obras criadas em vdeo pelos estudantes-professores que engendrem outras possibilidades de fazer fugir a educao, as imagens escolarizadas e o espao geogrfico para outras paragens onde acabaremos, contaminados por elas, metamorfoseados.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    AMORIM, Antonio Carlos. Imagens e narrativas entrecortando a produo de

    conhecimentos escolares. Educao e Sociedade. Campinas, SP: vol. 25 n. 86, 2004.

    BOGUE, Ronald. Teoria deleuziana da fabulao. In: AMORIM, Antonio Carlos; MARQUES, Davina & DIAS, Susana (Orgs.) . Conexes: Deleuze e Vida e Fabulao e.... Petrpolis, Campinas: DP et Alii, ALB, 2011.

  • DELEUZE, Gilles. Conversaes. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

    DELEUZE, Gilles. Francis Bacon Lgica da sensao. Rio de Janeiro: jorge Zahar, 2007.

    DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Flix. Kafka, para uma literatura menor. Lisboa: Assrio & Alvim, 2003.

    MASSEY, Doreen. Pelo espao uma nova poltica da espacialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

    ONETO, Paulo Domenech. A que e como resistimos: Deleuze e as artes. In: LINS, Daniel (org). Nietzche e Deleuze arte e resistncia. Fortaleza: Forense Universitria, 2009.

    PELLEJERO, Eduardo. A postulao da realidade. Lisboa: Vendaval, 2009.