[N. Finizio, G. Ladas] an Introduction to Differen(BookFi.org)
Educação com qualidade social para todos · ladas, foi divulgado para toda a rede de ensino...
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ISSN 1981314-7
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dezembro2012 - Ano XI
nº 64A revista Educando em Mogi é um projeto da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por meio da Secretaria de Educação
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Em 2013 vamos para o 12º ano da Revista Educando em Mogi, cientes de que, ao longo destes anos cumpri-mos nosso dever, mas, para além disto, tivemos o pra-zer de nos dedicar integralmente à missão que nos foi confi ada: a educação mogiana. Mas temos consciência também de que é preciso encarar os novos desafi os. A mentora desta revista, a secretária municipal de Educa-ção de Mogi das Cruzes (SP), Maria Geny Borges Avila Horle, deixou o cargo neste mês, mas conosco fi cou o seu legado de muito trabalho, empenho e dedicação por estes 12 anos como titular da Pasta.
Só temos a agradecer por este período inestimável de crescimento e aprendizagem. Foram tempos de desafi os, de projetos audaciosos, sonhos que foram realizados a seu tempo, pois na educação nada é a cur-to prazo, tudo é um processo. Como dizia o mestre Paulo Freire “O mundo não é, está sendo”. Trazemos nesta edição, um artigo de Maria Geny que nos mostra seu trabalho à frente da educação municipal mogiana.
Falando em novos desafi os, vamos refl etir sobre como deve ser a escola dos dias atuais, como trabalhar a questão dos valores nesta sociedade em constante evolução. Dedicamos um espaço especial sobre as cre-ches. O atendimento em Mogi das Cruzes cresceu em ritmo acelerado nos últimos anos com a construção de 40 novas unidades, além do investimento em forma-ção dos profi ssionais que atuam neste segmento.
Não podíamos deixar de parabenizar os nossos alunos e educadores que foram premiados neste ano por seu comprometimento em inovar, em buscar crescer a cada dia e engrandecer a educação mogiana.
Desejamos que o próximo ano seja de muitas realizações para todos e todas que militam pela educação, que veem na educação um caminho para transformar a sociedade. A Revista Educando em Mogi também aproveita a ocasião para dar as boas vindas à nova secretária municipal de Educação, professora Rosemary Roggero!
Editorial
Expediente
Secretaria Municipal de EducaçãoCoordenadoria de Comunicação SocialAv. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277Centro Cívico – Mogi das Cruzes – SPCEP 08790-900Tel.: (11) 4798-5011revistaeducando.sme@pmmc.com.brwww.mogidascruzes.sp.gov.br
■ Conselho EditorialMaria Geny Borges Avila HorleEulália Anjos SiqueiraKelen Cristiane dos Santos ChaconMaria Estela Ribeiro FernandesMarilda Aparecida Tavares Romeiro Safi ti■ Jornalista ResponsávelKelli Correa Brito – MTB 40.010■ Coordenação EditorialBernadete Tedeschi Vitta Ribeiro
■ Nossa capaCEIM Profª Lourdes Guerra de Campos■ Projeto Gráfi coJorge Ricardo (CCS)■ Diagramação Eduardo de Carvalho Rodrigues Leite■ Fotolito, impressão e acabamentoMarpress Gráfi ca e EditoraAv. Henrique Peres, 1.500Mogi das Cruzes/SPTel.: (11) 4723-6600 www.marpress.com.br■ Tiragem4.000 exemplares
A Revista Educando em Mogi nº 64 é uma publicação da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes, por meio da Coordenadoria de Comunicação Social, e não se responsabiliza por conceitos emi-tidos em artigos assinados.
■ Colaboraram nesta ediçãoAdriane Romero Branco Ana Paula FriasDeise CardosoDiane Mota Mello FreireEquipe Gestora da EM Dr. Luiz Beraldo
de MirandaÉrica Graziele Pires de Souza PereiraGabriela PasqualeJosé Miguel de MattosJuliana MirandaJurandir Camini JúniorKelli Correa BritoLucia Helena Martins GonçalvesMaria Geny Borges Avila HorleMarcus Vinicius Moreira MartinsSilvia Chimelo■ FotosJorge Moraes (Mogi News)Ney Sarmento (CCS)Arquivos das Escolas Municipais
ÍndicePrioridades4Valores éticos, morais e cidadania:desafios da escola para o século XXI10
Especial: Creches14Festa marca entrega da 40ª creche22
Um pouco de Mogi em Moçambique25Escola Municipal celebra a conquista de 4 prêmios27
Professor Cidadão 2012:vencedores são conhecidos em cerimônia especial28
Alunos dão show em competição de dança30Software mogiano é o único brasileiro vencedor em prêmio internacional32
Professora do Cocuera é premiada33Formação: recursos digitais em projetos de aprendizagem34
O Haicai como instrumento na percepção ambiental36Concertos de Natal38
PRIORIDADES
Quem sabe onde quer chegar, encontra o caminho certo e o jeito de caminhar.
Thiago de Mello
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Nas diferentes esferas da administração pública ouve-se sempre que educação é a “prima rica”, que os recursos que lhe são garantidos por lei dão ao gestor da pasta e ao chefe do executivo condições de realizar tudo o que gostariam.
Sim, os recursos são grandes, mas os desafios são ainda maiores. Garantir educação com qualidade social a todas as crianças da creche até o fundamental é a missão imputa-da ao município pela Constituição Federal. Para cumprí-la é necessário tornar cada vez mais eficaz a aplicação dos recursos que lhe são destinados.
Aí entra uma questão importante, a priorização das ações para que o investimento seja realmente eficaz.
E o que é prioridade? O significado é simples, quer dizer o que vem primeiro. Mas... o que deve vir primeiro? O acer-to da resposta é que garante o sucesso das políticas públicas.
A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO
Fomos responsáveis pelo sistema municipal de educação em Mogi das Cruzes durante 12 anos e com alegria partici-pamos da sua evolução e da elaboração e implementação de uma política educacional de Estado em nossa cidade, fruto do trabalho de dois prefeitos preocupados com as questões sociais, com a melhoria da qualidade de vida de seu povo e com a evolução contínua dos serviços prestados.
Assumimos a Secretaria de Educação em 2001 com a missão de por em prática um plano ousado – o Plano de Governo Participativo - PGP, apresentado à população pelo prefeito Junji Abe em 2000 e por ela referendado nas elei-ções daquele ano. Este Plano teve continuidade em sua se-gunda gestão, de 2005 a 2008.
Em 2008, ao ser eleito, o prefeito Marco Bertaiolli dei-xou claro que faria uma gestão com continuidade mas sem continuísmo e a programação da Secretaria de Educação foi então adequada às novas necessidades sociais e ao novo Plano de Governo.
Ao mesmo tempo, seguindo a determinação da Lei Or-gânica de Mogi, o Conselho Municipal de Educação elabo-rou e a Câmara Municipal aprovou os Planos Municipais de Educação válidos para cada dois anos.
Maria Geny Borges Avila Horle
Estas foram nossas bússolas. A busca do cumprimento das missões estabelecidas guia-ram nossos passos.
Ao iniciamos o trabalho em janeiro de 2001 nossa preocupação foi implementar as ações ne-cessárias ao funcionamento do Sistema Munici-pal de Ensino de Mogi das Cruzes, recentemente criado e ainda não estruturado.
O organograma da Secretaria foi revisto, al-guns departamentos criados e outros extintos, visando dar condições organizacionais e equipe de profissionais apropriadas para as novas pers-pectivas educacionais que os Planos de Governo apontavam e o novo Sistema exigia.
O arcabouço normativo do Sistema foi sendo construído com a reorganização do Conselho Municipal de Educação e a expedição de normas para a organização das escolas e do Sistema.
O plano de trabalho elaborado, cujas metas e ações foram anualmente avaliadas e reformu-ladas, foi divulgado para toda a rede de ensino buscando a adesão de todos os profissionais à missão proposta. O processo de planejamento foi implantado em todas as áreas.
PRIORIDADES
Em todo este período a finalidade do nosso trabalho foi oferecer educação com qualidade social para todas as crianças mogianas.
E para isto, quais as prioridades? Resumiría-mos em duas:
1. EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA, aquela que não faz distinção entre educação infantil e ensino fundamental, mas propicia um desen-volvimento contínuo da criança.
Como conseguir? Garantindo o acesso de to-das as crianças de zero a dez anos à escola, o mais perto possível de suas casas ou com con-dições facilitadas para chegar a ela.
Para isto promoveu-se a expansão do atendimen-to, com a criação de novas creches e pré-escolas municipais ou subvencionadas e escolas de ensino fundamental municipais ou municipalizadas.
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Foram construídos e ampliados prédios e novas escolas foram instaladas, obedecendo a critérios técnicos embasados em estudos reali-zados a partir do censo escolar.
Implantou-se um grande programa de trans-porte escolar, do qual participam hoje os alunos da educação infantil e fundamental da zona rural que moram a mais de um quilometro da escola. Usufruem dele, também, alunos da zona urbana que residem em bairros que ainda não dispõem daquele nível de ensino.
2. EDUCAÇÃO INTEGRAL, aquela que leva em conta todas as dimensões do ser huma-no. Trata-se de proporcionar mais oportunida-des de aprendizagem para todos os alunos, não buscando apenas o desenvolvimento intelectu-al, mas o social, cultural, físico, emocional, éti-co, de cidadania, de envolvimento com a defesa do meio ambiente.
Todas as escolas precisam oferecer educação integral, mesmo que não atendam em tempo integral. A educação integral pode se dar em tempo parcial ou em tempo integral.
Nos últimos quatro anos, a administração municipal vem investindo muito na educação integral em tempo integral para todas as crian-ças, independente de sua idade.
AÇÕES IMPLEMENTADAS PARA O ALCANCE DAS PRIORIDADES
Para que alcançássemos nossa finalidade de oferecer educação com qualidade social para todas as crianças e para que estas prioridades pudessem se concretizar, vários conjuntos de ações foram implementadas.
A elaboração das Diretrizes Curriculares para as escolas do Sistema Municipal foi fruto do tra-balho de um grupo de profissionais da Secreta-ria de Educação, junto com os ciclos de estudos realizados por todos os educadores do Sistema Municipal de Ensino para sua análise e revisão. Da mesma forma, foram construídas as Matrizes Curriculares Municipais para a Educação Básica,
orientações que têm por finalidade auxiliar o professor na organização do processo educativo, e as Unidades Didáticas, que trazem sugestões de planos de ação para o professor.
Projetos e programas foram organizados visando a dina-mização do ensino e o enriquecimento curricular. Como exemplo: o programa de tecnologia educacional, os progra-mas de artes, em especial de música, e os de esportes.
Particular atenção tem merecido os alunos que apresen-tam dificuldade para aprender, com a ampliação e reorgani-zação do atendimento pela EMESP, criação do Centro de Apoio ao Aluno Portador de Necessidades Educacionais Especiais - Pró-Escolar, para auxiliar o seu desenvolvimen-to nas “salas comuns” em inclusão. Temos também o apoio psicológico aos alunos com transtorno comportamental e o programa de saúde do escolar realizado em parceria com a Secretaria de Saúde.
A alimentação escolar foi reformulada, com a inclusão no cardápio de maior quantidade de gêneros in natura: car-nes, verduras e legumes e a aquisição de gêneros produzidos na região. O Conselho de Alimentação Escolar passou a ter uma atuação efetiva no acompanhamento de todas as ações do Programa: compra e distribuição dos gêneros, planeja-mento dos cardápios, elaboração das refeições, prestação de contas dos recursos investidos.
A gestão escolar recebeu uma atenção especial, buscan-do-se o fortalecimento da participação da comunidade nas tomadas de decisão sobre a organização escolar e pela pri-meira vez na história da Prefeitura foram descentralizados recursos municipais para as unidades escolares.
A preocupação dos dois administradores municipais com a valorização dos nossos profissionais levaram à revisão dos Estatutos e criação dos Planos de Carreira do Magistério e dos demais Servidores Municipais. Tivemos também a de-signação de Vice-Diretores, Coordenadores Pedagógicos e a formação da equipe de supervisão escolar, aliada a um extenso programa de formação contínua dos profissionais que atuam na educação.
Ainda no apoio ao aperfeiçoamento do trabalho dos edu-cadores, duas ações precisam ser lembradas: a instalação da Escola Ambiental e a criação do Centro Municipal de
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Formação Pedagógica - CEMFORPE. Duas referências na busca de uma nova visão da es-cola, do ensino, da aprendizagem e de nosso compromisso social.
Em conjunto com outras Secretarias Muni-cipais, a Educação trabalhou intensamente vi-sando proporcionar a todos os cidadãos con-dições para o acesso ao mercado de trabalho e a programas de geração de renda com a oferta de cursos de qualificação profissional básica no CRESCER e no CIP.
Classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA) foram instaladas em todas as escolas mu-nicipais, da zona urbana e rural, cujas comuni-dades delas necessitassem. E pela primeira vez na sua história, a rede municipal passou a aten-der jovens e adultos nas turmas de EJA do 6º ao 9º ano do fundamental.
O UNIVERSO ATENDIDO
Em decorrência destes Planos postos em prática, observamos expressiva mudança no número de atendimentos pelas duas redes de ensino públicas, a municipal e a estadual.
De 2000 a 2011 houve um aumento de 5,37% no número total de alunos da educação básica (infantil + fundamental + médio) em Mogi das Cruzes, matriculados nas escolas municipais, estaduais e particulares. Mas observamos um comportamento desigual nas diferentes redes de ensino, na absorção deste novo contingente de alunos. Enquanto a rede municipal cresceu 68,25%, o número de matrículas na rede estadu-al diminuiu 19,91%. Em 2011, a rede municipal atendeu 52,3% dos alunos do 1º ao 5º anos que estudam em escolas públicas. Hoje, os percen-tuais do número de alunos na rede municipal de ensino e do atendimento de 1º ao 5º anos au-mentaram ainda mais com as novas matrículas e com a municipalização de escolas estaduais.
Aumentar o número de alunos e de profissionais nessa proporção pode desequilibrar o sistema. Sa-bemos que as escolas com maior aproveitamen-to e sucesso escolar são as que possuem corpo docente estável, com um projeto pedagógico que se mantém por um bom período de tempo. Mas, mesmo assim, as escolas municipais alcançaram em 2011 o índice de 5,6 no IDEB, meta prevista pelo MEC para o ano de 2013.
E QUAIS OS PRÓXIMOS PASSOS?
A base do trabalho está pronta, a estrutura está completa, as condições foram dadas. Um plano de trabalho para os próxi-mos anos deverá considerar que estamos num patamar abso-lutamente diferente do que tínhamos em 2000. Estamos numa nova fase, mais crescidos, mais desenvolvidos, mais maduros.
Agora é nos organizarmos para um programa de melhoria contínua no trabalho, que pressupõe atenção com a implemen-tação plena e aprofundamento de todos os programas criados e com a elevação dos índices de aproveitamento escolar.
Além disto, é necessário que se executem ações para a universalização da educação infantil e para a implantação de programas e ações voltadas à juventude mogiana.
Embora entre 2000 e 2011 tivéssemos ampliado o aten-dimento às crianças em idade de creche em 29% e o aten-dimento à pré-escola em 45%, a vinculação de 60% dos re-cursos da educação ao ensino fundamental pelo Fundef, no período de 1997 a 2006, impediu um avanço ainda maior. A partir de 2007, com a aprovação do Fundeb, passamos a ter melhores condições financeiras necessárias para construir prédios próprios para as unidades municipais e subvencio-nadas e expandir o atendimento a este nível de ensino con-forme necessário. É o que a administração municipal vem fazendo nos últimos quatro anos e com certeza continuará no próximo período.
Quanto a ter as políticas para a juventude como uma de suas prioridades, o Plano de Governo da administração municipal para o período 2013/2016 aponta este compromisso.
Finalizo parafraseando as palavras da Profª Drª Geraldina Porto Witter em artigo publicado na Educando em Mogi nº 59, comemorativa dos 10 anos da revista. “Nova adminis-tração se inicia e é momento para festejar, mas também re-pensar o grande esforço financeiro e de recursos humanos, analisar e reconsiderar as metas gerais alcançadas e a serem atingidas. As muitas batalhas vencidas mostram a necessi-dade de lutas ainda mais profundas. Que se tenha coragem e força para auto-superação”.
Maria Geny Borges Avila Horle, Secretária Municipal de Educação (2001/2012).
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VALORES
O acelerado processo de reestruturação e integração econômica do capita-lismo no final do século XX ocasionou uma corrida produzida pela revolu-ção tecnológica e pelas demandas e finalidades de políticas educacionais em um intenso processo de transformações técnico-científicas, econômicas, so-ciais, culturais e políticas pelas quais passam as sociedades contemporâneas.
Torna-se cada vez mais evidente o fato de que a revolução tecnológi-ca está favorecendo o surgimento de uma nova sociedade, marcada pela técnica, pela informação e pelo conhecimento, de uma sociedade técnico--informacional ou sociedade do conhecimento. Esses desafios da socieda-de contemporânea têm levado a escola a assumir novas funções, ao mesmo tempo em que no desempenho desse novo papel social ajuda a forjar o modelo de sociedade na qual está inserida. A escola tem se modificado ao logo do tempo e não tem sido a mesma em todos os momentos sociais.
Nesse sentido, a escola de hoje precisa ser analisada e estudada, conside-rando as múltiplas demandas que visam a atender por conta do atual con-texto. Na redefinição de sua função social, a tão falada crise, parece nada mais ser do que uma adequação necessária para o contínuo exercício de sua tarefa institucional.
A escola obrigatória, laica e universal, instituída e consolidada em nosso modelo social, surge tendo como função ajudar no processo de inserção so-cial dos indivíduos. A democratização do acesso à escolarização está atrelada a uma necessidade de manutenção da organização social, diante da comple-xidade da vida em sociedade.
ÉTICOS, MORAIS E CIDANANIA:
Prof. Dr. José Miguel de MattosProf. Esp. Adriane Romero Branco
DESAFIOS DA ESCOLA PARA O SÉCULO XXI
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Como instituição social, a escola passou a auxiliar no processo de homogeneização da sociedade, atra-vés da transmissão cultural, constituindo-se como uma instituição baseada em princípios que visavam padronizar sua clientela, fracionar e hierarquizar sa-beres e pessoas. O sujeito, por exemplo, é capacitado para o ingresso no mercado de trabalho, sendo pos-sível seu acesso a determinados conteúdos e a sua adaptação e adequação às relações sociais exigidas nas diferentes atividades profissionais e no exercício da vida pública, conformando-o dentro de normas e padrões comuns.
Parece que a escola tem cumprido, historicamen-te, esta função sem conflitos, mas em se tratando de uma instituição social, não podemos compreendê-la de forma linear e harmoniosa. Na verdade, não pode-mos nunca falar da sociedade como um “todo” social fechado e sem conflitos, e o mesmo cabe para suas instituições. Embora a função da escola seja a de au-xiliar no processo de homogeneização social, a tensão e as contradições são inevitáveis.
A escola tem tido objetivos distintos dependendo da classe de origem dos seus sujeitos. As classes popula-res, a classe média e a elite têm buscado diferentes ob-jetivos na escola. Da mesma forma, a escola tem pos-sibilitado a esses sujeitos diferentes oportunidades o que é coadunado com Lunardi (2004, p.10) ao afirmar que “com objetivos diferentes, a sociedade tem ofere-cido às suas classes sociais, principalmente em países com um modelo capitalista exacerbado, como no caso brasileiro, escolas desiguais”. Acrescenta ainda a pes-quisadora que “quando diferentes classes frequentam a mesma escola, o princípio da igualdade de entrada continua ratificando as desigualdades de saída.
Evidencia-se com isso que a escola tem múltiplas funções sociais, atreladas ao modelo de sociedade na qual está inserida e uma delas é a guarda, tutela e ocupação em detrimento do trabalho de socializa-ção dos conhecimentos historicamente produzidos, justamente, para uma clientela que, muitas vezes, só dispõe do espaço escolar para esse acesso.
Todas as mudanças para atender às exigências do mundo contemporâneo podem e devem ser absor-vidas pela escola de modo que gere perspectivas de-mocráticas de construção de uma sociedade moder-na, justa e solidária, o que, evidentemente, não deve significar a aniquilação da diversidade e das singula-ridades dos sujeitos.
Em uma sociedade de conhecimento e de aprendi-zagem, é preciso dotar os sujeitos sociais de compe-tências e de habilidades para a participação na vida social, econômica e cultural, a fim de não ensejar novas formas de divisão social, mas a construção de uma sociedade democrática na forma e no conteúdo.
Para que consigamos evoluir nessa direção, é pre-ciso que a escola tenha uma formação voltada para a cidadania, para a formação de valores – valorização da vida humana em todas as dimensões. Isso significa que a instituição escolar não produz mercadorias e que não pode pautar-se pelo “zero defeito”, ou seja, pela perfeição. Ela lida com pessoas, valores, tradi-ções, crenças, opções. Não se pode pensar em “fa-lha zero”, objetivo de qualidade total nas empresas. Libâneo, Oliveira & Toschi (2003, p.117) reforçam que “escola não é fábrica, mas formação humana. Ela não pode ignorar o contexto político e econômico; no entanto, não pode estar subordinada ao modelo econômico e a serviço dele.”
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Às funções sociais descritas acima, acrescenta-se a formação ética, que deve ser um dos pontos fortes da escola do presente e do futuro. Trata-se de for-mar valores e atitudes diante do mundo da política e da economia, do consumismo, do individualismo, do sexo, da droga, da depredação ambiental, da violência e, também, das formas de exploração que se mantêm no capitalismo contemporâneo.
Segundo Habermas (1987, apud Libâneo, Oliveira & Toschi, 2003, p.120), “é possível reabilitar a so-ciedade no âmbito da esfera pública, de modo que as pessoas possam participar das decisões não por imposição, mas por uma disposição de dialogar e de buscar consenso, com base na racionalidade das ações expressas em normas jurídicas compartilhadas.”
Uma educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove para seus alunos domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e coletivas dos alunos, bem como a inserção no mundo e a constituição da
cidadania também como poder de participação, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Qualidade é, pois, conceito implícito à educação e ao ensino.
Para isso, a escola precisa e deve propiciar a seus alu-nos um ensino que possa ter como foco principal da aprendizagem, formar cidadãos plenos e conscientes de seus direitos e deveres. É necessário que a escola repense a formação dos indivíduos que por ela pas-sam, pois as novas exigências do processo produtivo acabam remetendo à escola o papel de propiciar ape-nas o domínio de saberes enciclopédicos que hoje não são mais contemplados de maneira significativa na atu-al concepção de currículo. Os conteúdos trabalhados pela instituição escolar não estimulam a formação de habilidades e competências no sujeito como compre-ensão, pensamento analítico e abstrato e flexibilidade de raciocínio para compreender situações novas e so-lucionar problemas, nem a formação de competências sociais, como, liderança, tomada de decisões, habilida-de de comunicação, entre outras. (MELLO, 1995).
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A autonomia do indivíduo que passa pela escola deve ser garantida, para que possa gerenciar sua pró-pria vida e atuar ativamente na elaboração dos valo-res sociais, pautados na libertação humana. Para que de fato ela assuma este papel, Martelli (1991, apud MELLO 1995, p. 35) afirma que:
(...) utilidade e justiça, eficiência e criatividade, autonomia e responsabilidade podem reconstituir a escola, que precisa de um verdadeiro processo democrático de modernização e reforma, de liberalização e autonomia.
E conclui afirmando que:
Numa época em que a complexidade dos saberes (...) pode tornar difícil para a maioria o acesso e a compreensão do que acontece até mesmo em sua vida diária, numa época em que o pensar e o saber atuar podem recompor cisões ou criar abismos, numa época como esta, o esforço fundamental de quem está do lado da justiça social (...) tem que se consistir na promoção da conquista e da difusão das mais amplas, extensas e articuladas ofertas de educação, de instrução, de formação, de atualização cultural, artística, científica, técnica e profissional.
Espera-se da escola, portanto, que ela contribua para a “qualificação da cidadania”, esta vai além da reivindi-cação da igualdade formal, para exercer de forma res-ponsável a defesa de seus interesses (MELLO, 1995).
Assim, a escola deve se preparar para dar respos-tas à sociedade atual que exige um sujeito cada vez mais habilitado a lidar com a complexidade, que saiba promover intervenções na realidade e que valorize a liberdade, o respeito e a cidadania.
Uma escola que eduque e forme o indivíduo para emancipação e democracia sem discutir e entender a própria sociedade em que estamos inseridos, já não atende às demandas do mundo contemporâneo.
José Miguel de Mattos é Doutor em Língua Portuguesa e Diretor da E.M. Coronel Almeida.
Adriane Romero Branco é Especialista em Educação e Professor Coordenador da E.M. Coronel Almeida.
Referências Bibliográficas:
LIBÂNEO, J.C.; OLIVEIRA, J.F &TOSCHI, M.S.. Educação es-colar: políticas, estrutura e organização. São Paulo. Cortez, 2003.
LUNARDI, G.M. A função social da escolarização básica: re-flexões sobre as práticas curriculares da escola. VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sócias. Coimbra/Portugal, 2004.
MELLO, G.N.. Cidadania e competitividade: desafios educa-cionais do terceiro milênio. São Paulo. Cortez, 1995.
SAVIANI, D. Escola e Democracia. Campinas-SP. Autores As-sociados, 2005.
Quando a sociedade valorizar a liberdade e procurar consolidar a democracia, teremos bases mais sólidas para se construir uma escola autônoma e criativa, ca-paz de promover uma aprendizagem contínua face às transformações culturais, econômicas e sociais, além de preparar os indivíduos para o exercício da cidada-nia. Eis o grande desafio da escola: formar pessoas que possam contribuir decisivamente na construção de uma sociedade que valorize a própria educação e a democracia. Que torne a educação prioritária, essen-cial, forçando nossos governantes a enxergá-la como tal. Se a educação não é prioridade para a sociedade e para os eleitores, como poderá ser para aqueles que elaboram, julgam e executam as leis em nosso país?
Dentro deste contexto, o Brasil, nesse início de sé-culo, depara-se com um de seus maiores desafios: a educação para formação de valores éticos e morais e de cidadania. Pensar em sustentabilidade, novas tecnologias, redução da desigualdade social, melhor qualidade de vida, entre outros, é pensar numa edu-cação que seja capaz de contribuir com a formação de indivíduos que sejam capazes de lidar com com-plexidades e desafios. Do nível básico ao superior, a escola precisa se organizar para integrar, preparar e formar cidadãos capazes de ter um papel crítico, que sejam solidários, humanos, éticos e que estejam ap-tos a superar a ideologia e o senso comum a favor da cidadania e do bem comum. Afinal, como destaca o professor Saviani (2005, p.34), “a educação é vida; vida é desenvolvimento; e a finalidade do desenvolvi-mento é mais desenvolvimento”.
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Papel da creche
O Parecer do Conselho Nacional de Educação/Câmara do Ensino Básico nº 07/2011 – que con-ta o início das atividades das creches e tem como relator o conselheiro César Callegari, renomado sociólogo e educador paulista – revela que “o atendimento em creche passou por mudanças no transcurso do tempo e isso não apenas no Brasil”.
No documento, a autora de “Creche – Realidade e Ambiguidade”, Emília Cipriano, cita que a cre-che surgiu na Europa, no fim do século XVIII e início do século XIX, com a finalidade de atender (guardar) crianças de até 3 anos de idade durante o período de trabalho das famílias, sendo, pois, uma instituição atrelada às necessidades do nascente ca-pitalismo e urbanização.
Ela prossegue, relatando que, no Brasil, o sur-gimento da creche, no fim do século XIX, não foi diferente e deu-se sob a forma de filantropia. Com o passar do tempo, o Estado foi assumindo o serviço, integrando as creches em uma política de proteção à maternidade e à infância, ligadas à área de saúde e assistência social.
Aos poucos, o espaço foi deixando de ser um local onde os pais apenas deixam seus filhos para poder trabalhar e passou a assumir um papel educacional, acompanhando a criança desde os seus passos ini-ciais, os primeiros contatos com a linguagem escri-ta, socialização e higiene, dentre outras atividades.
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Primeiras definições de creche como local educacional datam de 1971, mas o trabalho efetivo teve início há 16 anos com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
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O processo, porém, não é tão recente. A primeira men-ção da educação infantil na legislação educacional brasileira deu-se com a Lei nº 5.692/71, que em apenas um artigo e de maneira bastante vaga dispunha que “os sistemas de ensino velarão para que as crianças de idade inferior a 7 anos recebam conveniente educação em escolas maternais, jardins de infância e instituições equivalentes”.
Foi a Constituição Federal de 1988 que deu nova dimen-são às creches, incluindo-as no capítulo da Educação, ex-plicitando sua função eminentemente educativa, à qual se agregam as funções de cuidado. Diz o inciso IV do art. 208 que “o dever do Estado com a Educação será efetivado me-diante garantia de (...) Educação Infantil, em creche e pré--escola, às crianças até 5 anos de idade”.
Contudo, ainda após a vigência da Constituição de 1988, as creches continuaram a funcionar sob a órbita da assistên-cia social. Sua inclusão na área educacional se deu, de forma mais efetiva, a partir do advento da Lei nº 9.394 de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
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A creche e a pré-escola mudaram, passando a exercer um papel de extrema importância na educação de uma criança. Pode-se considerá-las a “escola antes da escola” e especialistas não têm dúvidas quanto a isso.
De acordo com a secretária de Educação de Mogi das Cruzes, Maria Geny Borges Avila Horle, a creche, que era vista sob o aspecto da assistência social – com o objetivo de apenas cuidar de crian-ças, cujas mães trabalhavam – passou há pouco mais de 15 anos a integrar a área educacional.
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Desde então, considerando que todo o trabalho em educa-ção exige tempo, a creche tornou-se um espaço educacional acolhedor e rico em oportunidades para as crianças. A partir dos 4 meses de vida – idade em que são aceitas nas creches – é possível fazer um trabalho de desenvolvimento global.
Para Bruna Rocha de Siqueira, coordenadora da Educa-ção Infantil da divisão de Orientação Pedagógica do Depar-tamento Pedagógico da Secretaria de Educação de Mogi das Cruzes, a justificativa do atendimento de crianças pequenas nas creches, fora do âmbito familiar, não se expressa pela substituição do papel da família no desenvolvimento da criança e nem pela sua formação escolar precoce, mas sim pela integração entre o cuidar e o educar, visando a contri-buir para o pleno desenvolvimento da criança.
Para a secretária de Educação de Poá, Shirlene de Paula Pereira, a creche passou a ser vista como o alicerce do aprendizado e para ela, a creche ter se tornado um am-biente educacional foi uma das maiores conquistas adqui-ridas ao longo dos anos.
Segundo a secretária-adjunta de Educação de Arujá, Cris-tiani Freitas Ferreira, é cientificamente comprovado que o desempenho das crianças no ensino fundamental e médio está diretamente relacionado à oportunidade que ela teve de estudar na educação infantil.
A diretora do Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) Profª Ignêz Maria de Moraes Pettená, em Mogi das Cruzes, Márcia Angélica dos Santos, diz que oferecer esse ambiente educacional às crianças é ter a esperança de que o mundo possa ser melhor, abrindo oportunidades diferen-ciadas que, talvez, elas não tivessem acesso.
Segundo a psicopedagoga Andressa Suzuki, a creche é importante para a criança aprender a se socializar com ou-tras crianças, aprendendo as regras de convivência.
IMPORTÂNCIADESSA NOVAPOSTURA
“O conceito de educação integral é adotado em todo o sistema municipal de ensino, seja em período parcial ou integral. As atividades visam ao desenvolvimento cognitivo, emocional, social e físico dos pequenos alunos”.
Maria Geny Borges Avila Horle
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Evolução
As diferenças entre a criança que nunca frequen-tou uma creche e outra que esteve inserida neste ambiente educacional desde cedo são significati-vas. De acordo com a secretária de Educação de Mogi das Cruzes, Maria Geny Borges Avila Hor-le, muitos especialistas destacam a importância da educação infantil para as crianças desde a mais ten-ra idade. O aprendizado nesta fase inicial da infân-cia é fundamental para sua evolução nos demais níveis de ensino.
“É diferente o desenvolvimento de uma crian-ça que ingressou diretamente no 1º ano do ensino fundamental do de outra que frequentou a educa-ção infantil. A oralidade, o vocabulário e mesmo a questão motora são exemplos disto”, conta.
Para a coordenadora da Educação Infantil da di-visão de Orientação Pedagógica do departamento Pedagógico da Secretaria de Educação de Mogi das Cruzes, Bruna Rocha de Siqueira, durante todo o período da educação infantil, esse processo de construção do conhecimento vai se consolidan-do: “Nos primeiros anos, é possível perceber evo-luções no que tange à independência e autonomia na realização de algumas ações, como cuidados com o próprio corpo. Pode-se notar também um desenvolvimento na linguagem oral, no motor, nas relações e interações sociais”.
CRECHE FAZ
DIFERENÇANO DESENVOLVIMENTO
COMPORTAMENTO
De acordo com a psicopedagoga Andressa Suzuki, na maio-ria das vezes, a diferença entre as crianças fica visível, pois uma que frequentou a creche se adapta às regras e normas de convi-vência com muito mais facilidade do que as demais.
A psicopedagoga Gisele Lemos revela que o efeito nessa criança está mais relacionado à disciplina. “Como sabemos, a rotina vem para orientar os afazeres diários, dando um rit-mo às crianças”, diz a especialista que completa avaliando o lado intelectual. “Tendo as atividades expostas no ambiente em que se encontra em maior tempo, faz com que reveja e reflita sobre o assunto estudado, podendo até criar novas hipóteses sobre o tema”.
Segundo a diretora do Centro de Educação Infantil Mu-nicipal (CEIM) Profª Ignêz Maria de Moraes Pettená, na Vila Cintra, Márcia Angélica dos Santos, todos os pontos são mais positivos e favoráveis para as crianças que frequen-tam a creche. Não se pode esquecer, porém, que elas têm o direito de serem respeitadas como crianças e que o afeto familiar é um dos pontos mais importantes nesta fase.
“Isso é o que faz o homem do futuro, pois não só de es-cola se forma um bom cidadão. Existe a necessidade emo-cional para equilibrar seu desenvolvimento, formando o homem ou mulher com boa moral e costumes”, diz.
IDADE
Para a coordenadora-pedagógica do Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) Apolônia Pessoa de Oliveira, no Parque das Varinhas, Rosilene Moreira de Oliveira Santos, o ideal é que comecem a ir à creche desde bebês para que o desenvolvimento e estimulação avancem de acordo com a idade e a turma. “Mas temos de respeitar o tempo de cada criança. A média para se notar o desenvolvimento desta criança é no primeiro mês que está inserida na creche”.
Já está comprovado que há diferenças significativas na evolução das crianças que frequentam a escola desde os primeiros anos de vida.
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Expansão
A Organização Não Governamen-tal Todos pela Educação publicou um estudo, em janeiro de 2011, sobre o atendimento em creches e pré-escolas em todo o País, tomando por base o ano 2009. Segundo a pesquisa, entre 2005 e 2009, as matrículas em creches cresceram 34% em todo o Brasil - o total de crianças de até 3 anos com acesso à educação passou de 1,4 mi-lhão para 1,8 milhão. O ritmo acelerou especialmente a partir de 2006, mas o atendimento ainda é muito desigual.
Um projeto de lei que cria o novo Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que até 2020 os municípios de-verão atender, em creche, 50% das crianças de até 3 anos. Atualmente, segundo dados do Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), menos de 20% das crianças desta fai-xa etária estão matriculadas.
No caso de Mogi das Cruzes, a ci-dade encontra-se numa situação pri-vilegiada quanto ao atendimento em creche, comparando-se o seu desem-penho com o geral do Estado de São Paulo e do Brasil (veja quadros).
NÚMERO DE
VEM AUMENTANDOMATRÍCULAS
MOGI DAS CRUZES Creche Pré-Escola TOTAL
Alunos
Crianças
Atendimento em %
7.322
18.021
40,36%
10.913
11.573
94,30%
18.235
29.594
61,62%
SÃO PAULO Creche Pré-Escola TOTAL
Alunos
Crianças
Atendimento em %
403.317
1.590.963
25,35%
796.679
1.087.945
73,23%
1.199.996
2.678.908
44,79%
BRASIL Creche Pré-Escola TOTAL
Alunos
Crianças
Atendimento em %
1.470.020
8.159.785
18,02%
3.554.003
5.646.948
62,94%
5.024.023
13.806.733
36,39%
MOGI DAS CRUZES Creche Pré-Escola TOTAL
Alunos
Crianças
Atendimento em %
4.570
17.806
25,7%
10.129
12.466
81,3%
14.699
30.272
48,6%
SÃO PAULO Creche Pré-Escola TOTAL
Alunos
Crianças
Atendimento em %
554.115
2.358.320
23,4%
1.092.183
1.228.655
88,8%
1.646.298
3.586.975
45,8%
BRASIL Creche Pré-Escola TOTAL
Alunos
Crianças
Atendimento em %
1.247.634
15.794.646
7,8%
3.717.105
6.822.328
54,4%
4.964.739
22.616.974
21,9%
A EDUCAÇÃO INFANTIL EM NÚMEROS
2009
2011
Fonte: ONG Todos pela Educação
Fonte: Censo Escolar
É cada vez maior a demanda das famílias brasileiras por um local adequado para os pequenos, tanto para garantir a sua segurança e integridade física quanto o seu desenvolvimento intelectual e emocional.
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Cada cidade tem o seu método de implantação, mas uma coisa é comum a todas as creches: o plane-jamento pedagógico norteado pelas matrizes educa-cionais do município, atendendo às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Atividades lúdicas, educacionais e recreativas, dirigidas ou livres, obedecem a uma rotina diária e são adaptadas para atender às diferentes faixas etárias, sempre em harmonia com o projeto educa-cional municipal, para promover as diferentes áre-as do conhecimento: linguagem oral, matemática, língua portuguesa, artes, música e movimento.
Em Mogi das Cruzes, por exemplo, o trabalho pe-dagógico das creches parte – em linhas gerais – de perspectivas que garantam experiências e promo-vam o conhecimento de si e do mundo; favoreçam o contato das crianças com diferentes linguagens; ampliem a sua confiança e a participação nas ati-vidades individuais e coletivas; e possibilitem situa-ções de aprendizagem mediadas para construção da autonomia das crianças, vivências éticas e estéticas
PROJETOSAtividades e rotina
PEDAGÓGICOSCONSOLIDADOS
e também de diferentes grupos culturais que ampliem seus padrões de referência, de identidade e de diversidade.
“As aprendizagens construídas no espaço da creche con-templam o desenvolvimento social, afetivo, físico e cognitivo das crianças. O trabalho pedagógico da creche deve respeitar, ainda, as diferentes estruturas familiares para, então, contem-plar sua concepção educativa, tendo a família como parceira e interlocutora no processo educativo infantil, permitindo, assim, uma gestão democrática e participativa”, diz Bruna Rocha de Siqueira, coordenadora da Educação Infantil da divisão de Orientação Pedagógica do Departamento Pedagó-gico da Secretaria de Educação de Mogi das Cruzes.
A rotina é praticamente a mesma em todas as creches. As atividades têm início às 7h ou 7h30 e as crianças têm direito a cinco refeições e atividades dirigidas permeadas pela ludicidade. De acordo com Magda Mariano, pedagoga do Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) Profª Ivone Aparecida de Jesus Larrubia Moyá, as professoras são orientadas pela coordenadora-pedagógica por meio do seu plano de ação. Além disso, cada turma é atendida por uma professora e uma auxiliar de desenvolvimento infantil.
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A estrutura é cada vez mais especializada no atendimento infantil e capacitada a promover os melhores resultados.
Aos poucos, o que era uma lei breve e vaga – no que tangia ao atendimento às crianças menores – foi se aperfeiçoando e ganhando corpo. Surgiram normas mais específicas e, para atendê-las, uma estrutura mais profissional.
Hoje, por lei, todas as creches devem possuir uma equipe com profissionais diversificados para um atendimento adequado nas diferentes faixas etárias. E esta equipe é submetida a formação pro-fissional contínua, por meio das Secretarias Muni-cipais de Educação, que oferecem cursos de capa-citação e outras atividades de atualização.
Nas creches subvencionadas de Mogi das Cru-
Equipe
PROFISSIONAIS
QUALIFICADOSzes, a equipe é formada por: dirigente, auxiliar-administra-tivo, coordenador pedagógico, professoras, auxiliares de desenvolvimento infantil, auxiliares de cozinha, auxiliares de limpeza e lactarista. Nas creches municipais, a forma-ção é diferente: há o diretor da escola, professoras, auxiliar de apoio de administrativo, auxiliar de desenvolvimento da educação, auxiliar de desenvolvimento infantil e auxiliar de limpeza. Em algumas unidades, que atendem maior número de alunos, há também o coordenador pedagógico.
O DIA A DIA NA CRECHE
Cada creche tem suas peculiaridades, mas, de modo ge-ral, há uma rotina pré-estabelecida. Abaixo um exemplo da rotina do Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) Apolônia Pessoa de Oliveira, em Mogi. das Cruzes.
BERÇÁRIO E INICIAL A
Quadro curricularSegunda-feira: Linguagem oral e linguagem
escritaTerça-feira: Linguagem oral e artesQuarta-feira: Linguagem oral e matemáticaQuinta-feira: Movimento e músicaSexta-feira: Linguagem oral e ciências
naturais e sociais
INFANTIL IV
Quadro de rotina 7h - Recepção das crianças 7h30 - Leitura dos cadernos e recados,
mamadeiras 8h - Troca de fraldas, chamada, calendário, roda
da conversa, atividades pedagógicas e recreação dirigida
9h50 - Higiene das mãos, oração, almoço10h30 - Repouso, sono12h50 - Higiene das mãos, lanche, troca de
fraldas, parque, estimulação e recreação dirigida14h50 - Higiene das mãos, jantar (sopa, frutas),
recreação, vídeo/banho16h30 - Registro de recados nos cadernos, saída
Quadro curricularSegunda a sexta-feira: Língua portuguesa,
matemática, artes visuais, ciências naturais e sociais, música e movimento
Quadro de rotina 7h - Recepção das crianças 7h30 - Café 8h - Atividades de sala de aula (chamada,
calendário, quadro do tempo, roda da conversa, roteiro e ajudante do dia), atividades internas (pedagógicas) e atividades externas (recreação dirigida)
10h15 - Higiene das mãos, oração, almoço, higiene diária dos dentes e preparo para o repouso
11h15 - Sono13h15 - Higiene das mãos, lanche, atividades
externas (parque e movimento)15h15 - Higiene das mãos, jantar, atividades
internas (música e linguagem oral, revisão do dia, registro de recados nos cadernos)
16h30 - Saída
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A creche é a primeira porta de entrada para o mundo do ensino e, assim como ocorre em outros ciclos, aqui também há espaço para as crianças especiais. Além de cumprir o seu papel inclusivo, a creche acaba desenvolvendo outra importante função: a de identificação e encami-nhamento para diagnóstico.
Um trabalho importante, pois é possível identi-ficar problemas precocemente e dar o suporte ne-cessário tanto à criança, criando condições para o seu desenvolvimento, quanto aos pais, na busca do diagnóstico correto e das melhores opções para o atendimento ao seu filho.
No CEIM Prof. Epaphras Gonçalves Ennes, há duas crianças especiais. Uma delas é um menino de 4 anos que nasceu com hidrocefalia anoxia neona-tal, encefalite e atraso no desenvolvimento neuro-motor. De acordo com a coordenadora-pedagó-gica do local, Marlene das Dores Cecílio Lopes, a mãe avisou sobre a dificuldade do filho no ato da matrícula e, com isso, foi possível trabalhar com ele de acordo com a sua capacidade. “Ele não fala e não enxerga bem, mas tem uma ótima audição. Assim, trabalhamos a parte auditiva”, explica.
Além disso, como não há um profissional para o acompanhamento na creche, após longa batalha, Marlene conseguiu fazer com que a mãe encami-nhasse o menino à Escola Municipal de Educação Especial (EMESP) Jovita Franco Arouche: “Lá, ele faz acompanhamento com os profissionais especiali-zados e, aqui na creche, participa das atividades com as crianças, propiciando um bom relacionamento, já que as crianças conversam e brincam com ele.”
Estrutura
O
DESAFIODA INCLUSÃO
IDENTIFICAÇÃO
Além desse caso, Marlene conta que, durante o ano letivo de 2011, observaram que um aluno, hoje com 5 anos, tinha dificuldades em relacionar-se com os colegas, não comia, segurava um paninho e, muitas vezes, se jogava no chão e chorava copiosamente: “Chamamos os pais e solicitei que o levassem ao neurologista e ao psicólogo. A princípio houve resistência, mas a mãe procurou os especialistas e desco-briu-se que ele é autista.”
A mãe, com isso, se dedicou a conhecer mais sobre o pro-blema e a creche em ajudar o menino. “Hoje, ele é uma crian-ça mais tranquila e até reconhece as letras de seu nome. Tudo isso se deu graças à parceria dos pais com a creche”, diz.
Atualmente, Marlene revela que está com mais duas crianças com suspeita de autismo sendo acompanhadas por especialistas. “Geralmente, os problemas das crianças são detectados na creche e os pais são orientados para um diag-nóstico melhor por meio dos profissionais”, esclarece.
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Além de colaborar com o desenvolvimento de crianças com deficiência, a creche acaba ajudando a identificar problemas
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Juliana Miranda é repórter do Grupo Mogi News e foi responsável pelos textos do Especial Educação publicado no dia 20 de outubro de 2012 nos jornais Mogi News e Diário do Alto Tietê.
Curiosidades
A primeira unidade de atendimento em “creche” em Mogi das Cruzes foi a Creche Santana, mantida por entidade filantrópica e instalada em 7 de no-vembro de 1943. Iniciou atendendo 13 crianças e era uma unidade de assistência social.
Em 2000, cumprindo a determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passaram para a Secretaria de Educação 32 “creches”: 12 mu-nicipais e 20 filantrópicas subvencionadas pelo mu-nicípio. Estas unidades atendiam 3.655 alunos, sen-do 1.472 nas municipais e 2.183 nas filantrópicas.
Desde 1988, Mogi das Cruzes vem atendendo os alunos de até 5 anos por meio de Centros de Educação Infantil Municipais, de Centros de Educação Infantil mantidos por entidades filantrópicas (ou subvencionados) e de Escolas Municipais de Educação Infantil. Estas unida-des (municipais, subvencionadas e particulares) atendem em período parcial ou integral mais de 18 mil alunos.
Só no período integral, são 18 escolas munici-pais e 67 subvencionadas, totalizando quase sete mil crianças matriculadas em creches e mais de 2,5 mil em pré-escolas.
Inauguração da Creche Santana, em 7 de novembro de 1943
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Mais de 5 mil crianças foram benef ic iadas
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Kelli Correa Brito
Kelli Correa Brito é jornalista da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes.
Com direito a fogos e um bolo comemorativo, foi entregue no dia 22 de novembro, a 40ª creche do Pro-grama de Expansão de Creches de Mogi das Cruzes. Essa nova unidade, o CEIM Profª Neide Pimenta Ha-bice, na Vila Brasileira, marca o cumprimento de um compromisso do Plano de Governo da administração municipal com a população mogiana: a construção de 40 novas creches na cidade, beneficiando 5.248 crian-ças, atendidas em período integral. A Banda Sinfônica Municipal de Mogi das Cruzes, da qual faz parte o projeto de Bandas Sinfônicas Escolares, também par-ticipou da festa.
Havia uma lacuna no atendimento em creches e, com as novas unidades, foi possível atender um grande número de crianças, inclusive na idade de berçário. É a conquista de uma meta da Secretaria Municipal de Educação: oferecer ensino com quali-dade social para todas as crianças. Isso foi possível com a parceria das entidades e o empenho da equipe da Prefeitura de Mogi das Cruzes.
A comunidade destacou a importância das novas unida-des para a cidade. "A administração municipal cumpriu seu compromisso. O meu neto estava em uma escola particular e está há um mês aqui, saio para trabalhar na certeza de que ele está sendo bem atendido", disse Dinaura Soares dos Santos Pina, avó do aluno Marcos. A presidente da Socieda-de Amigos de Bairro das Vilas Brasileira e Pomar, Marcela Rocha, também comemorou a entrega da creche.
40 CRECHES
A primeira unidade entregue na cidade foi inaugurada em 2009, o CEIC Raio de Luz no Residencial Novo Horizonte. Desde então, foram construídos outros 39 prédios e 5.248 crianças de quatro meses a cinco anos de idade foram be-neficiadas, estudando em período integral. O atendimento em período integral é uma opção da cidade e visa dar opor-tunidade para as mães que trabalham e as que buscam se capacitar para conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
Todas as unidades contam com a mesma infraestrutura: berçário, horta, cantinho da leitura, salas de atividade, pátio coberto, entre outros. Nas 40 unidades foram investidos R$ 45,8 milhões e foram criados 800 postos de trabalho.
HOMENAGEM
A 40ª unidade, administrada pela Associação Benefi-cente Missionária Peniel, homenageia a professora Neide Pimenta Habice. Toda a família compareceu à solenidade. "Todos nos sentimos honrados por esta homenagem. Nei-de tinha uma predileção especial por crianças, era a eterna e carinhosa tia dos pequenos", contou o desembargador José Elias Habice, marido da patronesse. Eles tiveram três filhos e seis netos.
No local são atendidas 110 crianças a partir dos quatro meses em período integral. "Agradeço a oportunidade de sermos parceiros da administração municipal e dar especial atenção às crianças que aqui ficam o dia todo conosco", disse o coordenador da Associação Beneficente, pastor Ha-milton Ramos. A entidade é presidida pelo pastor Pedro Gaspar dos Santos.
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CRECHE BAIRRO ATENDIMENTO
1. CEIC Raio de Luz
2. CEIM Profª Mara Fierro Machado Pires
3. CEIC Curumim
4. CEIM Profª Maria Luziene Farias dos Santos
5. Creche Nossa Senhora do Carmo
6. CEIM Antonio Bós Vidal Filho
7. CEIM Profª Maria Luiza Fernandes
8. CEIM Profª Márcia Luiza Alves dos Anjos
9. CEIM Profª Amália Thereza Manna de Deus
10. CEIM Itamar Alves dos Santos
11. CEIM Prof. Epaphras Gonçalves Ennes
12. CEIM Maria Martinha Cardoso Paes
13. CEIM Prof. Miguel Pereira Alves Reis
14. CEIM Profª Ilka Lopes Campolino
15. CEIM Dra. Anna Becker Salém
16. CEIM Apolônia Pessoa de Oliveira
17. CEIM Maria José Alves de Souza
18. CEIM Prof. Osmiraldo da Silveira
19. CEIM Profª. Lourdes Guerra de Campos
20. CEIM Profª Maria Ap. Meirelles de Azevedo Arouca
21. CEIM Profª Maria José Andere
22. CEIM Profª Ivone Ap. de Jesus Larrubia Moya
23. CEIM Profª Amayr de Godoy Borba
24. CEIM Mauro Ottoni Martins
25. CEIM Profª Eliane Hiratsuka
26. CEIM Prof. Cácio Costa Neves
27. CEIM Prof. Walter Ap. da Silva
28. CEIM Arq. Aldemy Gomes de Oliveira
29. CEIM Profª Dora Maria Cardoso Pereira de Miranda
30. CEIM Raphael Cusatis
31. EM Profª Maria Eugênia F. de Araújo(Educação Infantil e Ensino Fundamental)
32. CEIM Prof. Geraldo Felício dos Reis
33. CEIM Profª Maria José de Martins Camargo
34. CEIM Júlia de Moraes Siqueira
35. CEIM Profª Adelaide Ferreira Vianna do Rio
36. CEIM Eng. Marcus Adalberto Abib
37. CEIM Clementina Alves Dalbelles
38. CEIM Profª Inezélia da Motta Rondon
39. EM Dom Paulo Rolim Loureiro
40. CEIM Profª Neide Pimenta Habice
Res. Novo Horizonte
Jd. Modelo
Nova Jundiapeba
Vila Cintra
Jundiapeba
Cesar de Souza
Jardim Piatã II
Conjunto Seki
Vila Lavínia
Vila Brasileira
Braz Cubas
Biritiba Ussu
Caputera
Vila Nova Aparecida
Parque Olímpico
Parque das Varinhas
Jundiapeba
Vila Cléo
Vila Natal
Jardim das Bandeiras
Residencial Mirage
Vila Suissa
Mogi Moderno
Parque São Marinho
Jardim Camila
Jardim Santos Dumont
Ponte Grande
Conjunto Residencial Cocuera
Chácara Jafet
Alto do Ipiranga
Parque Residencial Itapeti
CDHU Pitangueiras - César de Souza
Botujuru
Taiaçupeba
Conjunto do Bosque
Nova Jundiapeba
Vila Jundiaí
Cidade Parquelândia
Pindorama
Vila Brasileira
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110
164
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192
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240
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550
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150
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5.248
40 creches entregues
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A educação tem um grande papel de transformar a re-alidade dos educadores, alunos e, consequentemente, das comunidades nas quais as escolas estão inseridas. É com grande alegria que compartilho um pouco da minha experi-ência, pois também sou fruto desta transformação. Come-cei como professora estagiária na creche filantrópica e sub-vencionada Colégio Hermom, cresci profissionalmente ao longo dos anos e hoje, faço parte da diretoria da entidade.
Durante anos, por meio de ações e programas, vivenciei a evolução na educação de Mogi das Cruzes e me tornei apren-diz, neste processo, que influenciou grandemente a minha vida nos trabalhos relacionados à creche e à comunidade.
O Colégio ofereceu suporte para meu crescimento pro-fissional e me proporcionou oportunidades para conhecer outros países, por meio de intercâmbios educacionais. Em 2010, viajei para Moçambique para visitar uma missão cris-tã, que desenvolve trabalhos em Educação. Esta viagem mudou meu modo de ver as coisas, deparei-me com uma realidade triste, de exclusão social, sem oportunidades e perspectivas para muitas crianças. Então, senti a necessida-de de contribuir para a transformação daquela localidade.
Na minha volta ao Brasil, eu e minha família fomos con-vidadas a construir em Moçambique uma creche destinada a famílias carentes. Fiquei responsável por organizar a área pedagógica e treinar os professores. O que parecia simples se tornou muito complicado. Retornei com meus familiares em dezembro de 2011 e nos deparamos com famílias em situação de miséria, suas necessidades eram além da creche.
EM MOÇAMBIQUE
Dar o nosso melhor era o nosso lema. Começamos o tra-balho desenhando a planta da creche. Lá não havia padrões estabelecidos, mas segui os modelos das creches subven-cionadas de Mogi, que me fizeram lembrar as exigências da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. Meu esposo é construtor e foi o responsável pela construção.
UM POUCO DE MOGI EM
Érica Graziele Pires de Souza Pereira
MOÇAMBIQUEEm Moçambique, as creches fazem parte da Se-
cretaria de Assistência Social e Saúde. Os professores passam por um curso de seis meses. Não havia um referencial local a ser seguido, mas eu tinha a neces-sidade de transformação e a oportunidade de contri-buir para a educação daquelas crianças com a certeza que influenciaria o futuro delas. A experiência de tra-balhos desenvolvidos com a educação em Mogi me deu amparo e segurança no que estava fazendo.
Neste período, aproveitei para conhecer o sis-tema educacional do país e construir a proposta pedagógica da creche, planejar e formar uma equi-pe de trabalho eficiente para dar continuidade, na minha ausência, ao projeto educacional iniciado.
Não havia materiais didáticos, nem mesmo para a compra, desta forma adaptei os materiais levados por mim e pedi socorro para as minhas amigas di-retoras pedagógicas do Brasil, que me enviavam sugestões e materiais didáticos.
Procurei os orgãos responsavéis para a abertura da creche e fui surpreendida porque os documen-tos exigidos foram apenas exames de sangue e uri-na, meu e dos profissionais contratados. Entreguei os exames e logo já estávamos com o alvará de funcionamento e o boletim da Vigilância Sanitária.
Para a administração da unidade, usei os crité-rios estabelecidos para as escolas subvencionadas mogianas, que têm se destacado pela organização e administração. Elaborei um pedido de subvenção com regras a serem seguidas, custos por crianças, tabelas de gastos com porcentagens calculadas e planejadas. Organizamos um estatuto, abrimos uma conta bancária e fizemos contratos e termos de compromisso com todos os funcionários.
Iniciei a construção da proposta pedagógica com a caracterização da comunidade, o que foi fundamental para traçar metas, objetivos e plane-jamentos de aulas. Os estudos e as pesquisas de campo revelaram muitas crianças desnutridas, ca-sos de sarna e dificuldades de aprendizagem. Mais da metade da população do país está contaminada
Centro Infantil Castelo Mágico de Flores
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com o vírus HIV. Para mim, os piores problemas não eram estes, mas sim, o fato de muitas crianças serem órfãs e não possuírem referencial familiar.
Não havia parâmetros estabelecidos para a ela-boração de planos de aula, então planejei-os com base nas Matrizes Curriculares e orientações pe-dagógicas que recebi em Mogi. Elaborei projetos transversais, que buscavam criar gosto pela de lei-tura e hábitos de higiene e alimentação, além de ampliar a visão de mundo.
A CONCRETIZAÇÃO DE UM SONHO
A construção da creche durou seis meses e devi-do à qualidade educacional almejada e o orçamento financeiro, decidimos que poderíamos atender 60 crianças. Por meio de doações, recebemos materiais escolares e uniformes. Foi realizada uma reorganiza-ção do cardápio com a introdução de alimentos que contribuíssem no aspecto nutricional das crianças.
O Centro Infantil Castelo Mágico das Flores foi inaugurado no dia 16 de junho deste ano e dois dias depois começamos as aulas. Nosso trabalho foi inovador. Em pouco tempo, viramos uma refe-rência para as outras creches. A partir do início das aulas, passamos a controlar o peso das crianças, que com o passar dos meses ganharam peso e au-mento da imunidade.
Com a creche em pleno funcionamento, retor-namos ao Brasil. Ainda me sinto responsável e sou colaboradora por meio de materiais, oferta missio-nária e aconselhamentos. Esta viagem me ensinou a dar valor às mínimas coisas, pois agora sei que em outros lugares há alguém que gostaria de ter tudo o que temos, mas não pode.
Estes ensinamentos também foram adotados no Colégio Hermom, onde temos um lema: desper-dício zero. Oramos todos os dias para que Deus abençoe o Continente Africano e suas crianças.
Devemos deixar marcas por onde passamos e não podemos ser coniventes com a educação de má qualidade, sendo que temos recursos necessários para transformá-la.
É possível fazer a diferença com empenho e von-tade. Você já fez a sua hoje?.
Érica Graziele Pires de Souza Pereira é pedagoga e vice-diretora da creche subvencionada Colégio Hermom
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A Escola Municipal Professora Cleonice Felicia-no, no bairro Jardim Piatã I, em Mogi das Cruzes, é um importante exemplo de órgão público que faz diferença em sua comunidade. A equipe da es-cola tem desenvolvido projetos que visam a aten-der, não apenas alunos e professores, como toda a população em seu entorno. Este ano, quatro deles foram premiados no Prêmio Mogi News/Chevro-let de Responsabilidade Social do Alto Tietê.
Um dos ganhadores foi o projeto "Meu Bairro Tem Cultura", em que a escola e a comunidade do bairro mogiano realizaram uma série de ações para reconhecer e valorizar a identidade local e ainda, integrar o bairro à cultura da cidade. O resultado foi uma mostra com exposições e atividades cultu-rais abertas ao público.
Iniciativas para a valorização da cultura, prevenção em saúde e qualidade de ensino receberam o Prêmio MN/Chevrolet de Responsabilidade Social
Outra iniciativa vencedora foi "Aqui é o Meu Tra-balho", que buscou reconhecer o trabalho realizado pela equipe de 46 pessoas - entre professores, me-rendeiros e outros profissionais. Todos responde-ram a questionários e, diante dos resultados, foram implantadas melhorias. A ação resultou em maior envolvimento de todos, além de uma significativa redução de 98% nas faltas e abonos médicos.
O projeto "Dengue Aqui Não" também foi premiado. A ação utilizou apresentações teatrais, mutirões de limpeza e panfletos para a conscienti-zação e para a descoberta e eliminação de focos de reprodução do mosquito transmissor da dengue. No período de vigência do projeto, o Centro de Controle de Zoonoses de Mogi não registrou ne-nhum caso no bairro.
Outro homenageado foi a iniciativa "Coopera-ção Sustentável: Todos por Um Piatã Melhor". A ação atende 287 alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental, a maioria em situação de risco social.
A instituição de ensino decidiu rever seu plano político pedagógico a fim de elaborar um projeto de ensino que reconhecesse a identidade local e o meio ambiente e que valorizasse todo o público interno para o real aprendizado das crianças.
Matéria publicada no Caderno Negócios & Empregos, do Jornal Mogi News, em 25/11/2012.
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O clima de emoção tomou conta do Teatro Ma-noel Bezerra de Melo, o Bezerrão, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), que sediou a oitava edição do Prêmio Grupo Mogi News Professor Cidadão. Em solenidade especial, os jurados apre-sentaram os 27 professores vencedores, responsá-veis por transformar o ensino-aprendizagem em algo ainda mais prazeroso.
Além de um delicioso coquetel, o evento contou com a participação da Orquestra de Choro Sou-za Eurico, de Mogi das Cruzes, que apresentou os clássicos da MPB no decorrer de toda a cerimô-nia. A celebração recebeu os educadores de Mogi das Cruzes e região que participaram desta edição, os convidados e os representantes do Ensino, que avaliaram as propostas inscritas no prêmio.
De acordo com Bárbara Christina Ferreira, par-ticipante da iniciativa do Grupo Mogi News de Comunicação desde 2011, o Professor Cidadão dá mais visibilidade às iniciativas realizadas pelos educadores em sala de aula. Ela conquistou o 1º lugar na categoria Ensino Fundamental Ciclo I– Rede Estadual. “Por meio desta proposta, os pro-fessores são valorizados e incentivados a realizar atividades ainda mais criativas. Só de participar, considero-me vitoriosa”, comenta.
Vencedores
Os projetos que mais se destacaram foram conhecidos no Teatro Manoel Bezerra de Melo, na UMC
Gabriela Pasquale
Sonia Massae de Moraes, diretora vice-presidente e dire-tora de Circulação do Grupo Mogi News de Comunicação, ressalta a importância da iniciativa da empresa jornalística. “Eu me sinto bastante gratificada com o incentivo das di-retorias de ensino, que mostram aos professores como essa proposta enaltece o trabalho realizado por eles”, declara.
A educadora Lilian Aparecida França Magalhães, que participou pela primeira vez do Professor Cidadão e con-quistou a segunda colocação na categoria Educação Infantil – Rede Particular ficou surpresa com a sua vitória. “Estou muito feliz em saber que fui uma das vitoriosas do prêmio. Eu o considero muito importante e pretendo participar das próximas edições”, comenta.
Para a professora Renata Agueda de Souza, que con-quistou o 3º lugar na categoria Educação Infantil – Rede Municipal, a proposta da empresa jornalística prestigia os projetos desenvolvidos nas redes municipal, particular e estadual de ensino. “O Professor Cidadão mostra quanto é importante divulgar as atividades criadas pelos educa-dores. É a primeira vez que participo e, por isso, me sinto valorizada", conta.
RECONHECIMENTO
Segundo a dirigente de ensino de Suzano, Maria da Penha Gelk, o Professor Cidadão mostra aos professores a impor-tância de divulgar as propostas que são realizados diaria-mente nas instituições de ensino que lecionam. “A iniciativa do Grupo Mogi News merece ser parabenizada por todos. Isso porque abre espaço aos trabalhos realizados pelos pro-fessores que, por vezes, acreditam que as suas ideias não são tão representativas. É uma forma que eles encontram de divulgar o que é feito em sala de aula”, declara.
são conhecidos emcerimônia especial
Gabriela Pasquale é repórter do Grupo Mogi News. Matéria publicada no dia 20/10/2012.
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GANHADORES DO PRÊMIO GRUPO MOGI NEWS PROFESSOR CIDADÃO 2012
Categoria: Educação Infantil - Rede Municipal
1º lugar: Patricia Aparecida Ramires Gabriel
Escola: EM Prof. Eulálio Gruppi
Projeto: “Água: direito de todos, privilégio de poucos”
2º lugar: Maria Inês de Mello F. P. de Miranda
Escola: CEIM Sebastião da Silva
Projeto: “Aviõezinhos de papel: um processo de relei-
tura e criação por meio da ludicidade”
3º lugar: Renata Agueda de Souza
Escola: CEIM Richer Romanos Neto
Projeto: SAPI - Serviço de Apoio Pedagógico Itinerante
Categoria: Educação Infantil - Rede Particular
1º lugar: Renata Almeida Correa Leite
Escola: Colégio São Marcos
Projeto: “Somos diferentes”
2º lugar: Lilian Aparecida França Magalhães
Escola: Colégio Mello Dante
Projeto: “Descobrindo o segredo da lagarta para co-
nhecer uma linda borboleta”
Categoria: Ensino Fundamental Ciclo I -
Rede Municipal
1º lugar: Renata Monteiro
Escola: EM Profª Lourdes Prado Aguiar
Projeto: “O artista pode ser você!”
2º lugar: Silvia Helena dos Santos
Escola: EEF Antonio Marques Figueira
Projeto: “Música ao som do coração - tocando cida-
dãos com atitudes”
3º lugar: Lucymeire Gonçalves
Escola: Escola Ambiental de Mogi das Cruzes
Projeto: “Educação Ambiental além da sala de aula”
Categoria: Ensino Fundamental Ciclo I -
Rede Estadual
1º lugar: Bárbara Christina Ferreira
Escola: EE Profª Josephina Najar Hernandez
Projeto: “A Semana de 22 e sua diversidade: a in-
terdisciplinaridade como forma de aprendizagem no
ensino da arte”
2º lugar: Franklin Vinhos
Escola: EE Paulo Tapajós
Projeto: “Brinquedos feitos com materiais de reuso”
Categoria: Ensino Fundamental Ciclo I -
Rede Particular
1º lugar: Silvio Luiz Alvarez
Escola: Escola do Bosque
Projeto: “Arte e conscientização ambiental”
2º lugar: Fernanda Ruano Eboli
Escola: Colégio Brasilis
Projeto: “A mala mágica”
3º lugar: Roseli Rodrigues e Moraes
Escola: Colégio/Fundamental Ciclo I
Projeto: “Oficina da poesia: uma leitura do mundo
estimulando a criança a expressar o que tem de me-
lhor dentro dela”
Categoria: Ensino Fundamental Ciclo II -
Rede Estadual
1º lugar: Taciano Moreira Gonçalves
Escola: EE Dr. Rui Rodrigues Dória
Projeto: “Construção de casa alternativa com a reuti-
lização de embalagem longa vida como uma alterna-
tiva sustentável”
2º lugar: Zuleide Aparecida Padija de Oliveira
Escola: EE Prof. Benedito Borges Vieira
Projeto: “Xadrez e seu universo criativo”
3º lugar: Vera Lúcia Fernandes de Souza
Escola: EE Prof. Claudio Abrahão
Projeto: “Projeto primavera”
Categoria: Ensino Fundamental Ciclo II -
Rede Particular
1º lugar: Charles Camilo Meireles Leme
Escola: Colégio São Raphael
Projeto: “Discursando”
2º lugar: Edson Alves Martins
Escola: Colégio Brasilis
Projeto: “Telejornal cidadão”
3º lugar: Marcos Kovac
Escola: Escola Sesi Ferraz de Vasconcelos
Projeto: “Africanidade brasileira nas letras de samba
de Clara Nunes”
Categoria: Ensino Médio – Rede Estadual
1º lugar: Ronaldo Ceglio
Escola: EE Profª Laurinda C. de Mello Freire
Projeto: “Escola do sol”
2º lugar: Marcos Kovac
Escola: EE Valéria Eloy da Silva Kovac
Projeto: “Facebook - cidadania e novas linguagens na
Web 2.0”
3º lugar: Sergio Arlow
Escola: EE Prof. Mario Manoel D. de Aquino
Projeto: “Jornal Ler - leitura, entretenimento e recre-
ação”
Categoria: Ensino Médio - Rede Particular
1º lugar: Martha Maria de Oliveira
Escola: Centro Educacional Sesi 365
Projeto: “Um dia sem bullying”
2º lugar: Celso Luiz Manocchio
Escola: Colégio Brasilis
Projeto: “Cemitérios: mais a oferecer do que a morte!”
Categoria: Fora de Série
1º lugar: Ana Carolina Faber Boog
Escola: EMESP Profª Jovita Franco Arouche
Projeto: “Praticando exercícios e cidadania”
2º lugar: Andréa Cristina Nascimento de Lima
Escola: EE Aprígio de Oliveira
Projeto: “Revista Aprígio”
3º lugar: Ronaldo Ceglio
Escola: Sesi Ce – 113 Vila Industrial
Projeto: “EJA em foco - cultura com lazer”
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Em setembro deste ano, o professor de dança de nossa escola, Jurandir Camini, conhecido como Juninho, conversou conos-co se poderia levar os alunos para participar de um Festival de Dança em Guaianazes, na cidade de São Paulo. Ele nos trou-xe as informações e orientações, conversamos com os alunos e com os pais e fizemos nossa inscrição. A Secretaria Municipal de Educação, representada pela Ana Clara Correia, agendou e disponibilizou o ônibus para que fossemos ao evento.
Na semana da apresentação, tivemos alguns contratempos. Uma aluna teve catapora, fizemos a substituição; outra foi via-jar e fizemos a substituição; infelizmente no sábado à noite um aluno trincou o calcanhar. A mãe nos ligou, quase desistimos, mas a vontade de participar e o empenho dos alunos e do pro-fessor foi tão grande, que eles passaram a manhã de domingo ajustando os passos e lá fomos nós, às 11h da manhã, rumo à Cidade Tiradentes, Guaianazes.
Depois de quase duas horas chegamos ao local: Céu Água Azul - Prof. Paulo Renato Costa Souza. Os alunos estavam eufóricos, os pais e nós, da equipe da escola, estávamos an-siosos, a nossa apresentação seria a 37ª, de 57 apresentações. Havia grupos de dança das comunidades da região e de duas escolas de dança, que também iriam participar. Começaram as apresentações dos mais diversos estilos: ballet clássico, danças modernas e danças urbanas, nas categorias Baby, Infantil I, Infantil II e Adulto.
Alunos dão
SHOWem competição
de dança
Equipe Gestora da EM Dr. Luiz Beraldo de Miranda
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Foram belíssimas apresentações, nossos alunos e nós adqui-rimos uma bagagem cultural riquíssima, tivemos momentos de alegria, descontração e muita empolgação. Quando nossos pequenos se apresentaram, o público vibrou, aplaudiu, ficou em êxtase! Foi emocionante! O professor Juninho também se apresentou em duo com o primo dele, foi uma excelente apresentação. No final houve um intervalo para divulgação do resultado, momentos de tensão..
Conforme iam divulgando, a maioria dos resultados era 3º ou 2º lugar para grupo ou a comunidade e, normalmente, o 1º e o 2º lugar ficavam com as Academias de Dança. A con-corrência foi acirrada.
De repente, explodimos de felicidade ao ouvir o resultado: 1º LUGAR INFANTIL I DANÇAS URBANAS - GRUPO EMLBM (Escola Municipal Dr. Luiz Beraldo de Miranda).
Deise Cardoso é pedagoga com pós-graduação em Didática do Ensino Superior e atualmente é vice-diretora da escola.
Jurandir Camini Júnior é professor de dança e monitor da oficina de dança da EM Dr Luiz Beral-do de Miranda
LBM CREW
O Street Dance mais conhecido como Danças Urbanas, foi originalmente criado nas décadas de 70 e 80 nas ruas dos Estados Unidos por vários grupos de jovens dançarinos. Seguindo este estilo de dança surgiu o grupo LBM CREW, que nasceu do projeto criado na Escola Municipal Dr Luiz Beraldo de Miranda, no Parque Olímpico, nas oficinas de danças urbanas do programa Escola de Tempo Integral.
Esse grupo de dança tem se destacado pelo ta-lento desenvolvido. Recentemente participaram de dois campeonatos de dança realizados no bair-ro de Guaianazes, em São Paulo – 1º Festival de Dança do CEU Água Azul em 21/10/12, em que se classificaram em 1º lugar na categoria infantil de danças urbanas e no 2º Show de Talentos do
Deise CardosoJurandir Camini Júnior
Foi indescritível, emocionante, contagiante. Logo na sequência, o professor Juninho ganhou em 1º lugar no Duo Danças Urbanas Mas as emoções não pararam por aí, houve também 3 prêmios especiais (melhor equipe, melhor casal e melhor coreografia). Nosso professor também ganhou o troféu de melhor coreografia (pela apresentação dele). Os pais e familiares, que nos acompanha-ram, ficaram extremamente felizes e extasiados, foi realmente um momento único. Voltamos para Mogi em festa!
Agradecemos a todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram ou contribuíram para o nosso sucesso, para o sucesso de nossa escola, para o su-cesso de nossas crianças!
CEU Jambeiro em 11/11/12, em que repetiram o resultado, inclusive competindo com adultos e companhias de dança.
Eles deixaram a todos entusiasmados não so-mente por causa dos resultados obtidos, mas por todo o processo de superação que passaram para obter este resultado, uma vez que diversos acon-tecimentos não favoreciam o grupo. Mas com a dedicação conjunta entre professores, alunos, es-cola e responsáveis, contra todas as expectativas, o LBM CREW conseguiu se destacar e se superar com todos os louvores possíveis.
Este resultado somente foi possível graças a co-laboração de pais, funcionários, professores e ami-gos no empreendimento, onde se nota a impor-tância da criação de projetos onde a comunidade possa adquirir não somente o conhecimento sobre técnicas, mas sobre a cultura além do que está sen-do aprendido e desenvolvido, transformando so-nhos em realidade através da cultura e cidadania.
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O Software de Educação Infantil (SEI), ela-borado por orientadores de informática e pro-fessores da Secretaria Municipal de Mogi das Cruzes, foi o único vencedor brasileiro do XIII Prêmio de Inovação Educacional da Fundação Telefônica - Internacional. Dos 39 premiados, somente os mogianos representaram o Brasil. No dia 1º de novembro, imagens da cidade e do trabalho com o software foram registradas pela equipe organizadora do prêmio e exibidas para os outros países participantes, durante a entrega do prêmio no dia 28 de novembro, no Rio de Janeiro.
Para Renata Mandelbaum Altman, coor-denadora de projetos do Instituto Paramitas, parceiro da Fundação Telefônica, o diferencial do grupo foi a personalização do trabalho. “O software é baseado no contexto da escola e do município. De mais de 400 projetos brasileiros inscritos no prêmio, este é o único brasileiro que ganhou”. O software, lançado para a rede municipal em 2011, conquistou o 3º Prêmio da Categoria B (Educação Infantil de 3 a 6 anos).
O SEI é fruto de uma parceria entre pro-fessores da rede municipal e orientadores de informática. O pacote foi desenvolvido pelos orientadores Lisandro Magela da EM Anto-nio Nacif Salemi, Alexandre Rodrigues da EM Profª Cynira Oliveira de Castro e Rodrigo Martins Garcia da EM Profº Adolfo Martini. O material, distribuído em CD para as escolas, conta com mais de 250 atividades e teve a cola-boração de mais de 30 profissionais. O softwa-re é atualizado por meio de um link enviado por email para as unidades.
A professora Anymeyre Pires, do 1º ano do Ensino Funda-mental na EM Antonio Nacif Salemi, destacou a importância da informática na aprendizagem dos alunos. “O material é excelente, nos ajuda no desenvolvimento de nosso trabalho em sala de aula. Eu tive um aluno que não ia bem na sala, mas aqui se desenvolveu muito bem”. Para o orientador Lisandro, este trabalho não para com a conquista do prêmio. “É uma busca constante pela melhoria das atividades. Sempre esta-mos buscando ferramentas novas e os professores também nos trazem novas propostas. O principal objetivo é a aprendi-zagem do aluno em todas as áreas do conhecimento”.
Kelli Correa Brito
Kelli Correa Brito é jornalista da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes.
Software mogianoé o único brasileiro
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Uma nova forma de utilizar a informática no Ensino Fundamental foi introduzida na Escola Municipal Fu-jitaro Nagao, no Bairro do Cocuera, pela orientadora de informática Flávia Moreira dos Santos, que ganhou no início de setembro, o Prêmio Microsoft Educado-res Inovadores 2012 pela iniciativa inovadora em sala de aula. Ela foi escolhida para ser uma das represen-tantes do Brasil na grande final mundial deste ano, re-alizada entre 28 de novembro e 1º de dezembro, em Praga, na República Tcheca, durante o Fórum Global Microsoft Parceiros na Aprendizagem.
Mesmo dispondo de pouco recursos de informáti-ca na escola rural, que funciona em período integral e nem mesmo possui internet por estar localizada em área fora de cobertura, a professora conseguiu resul-tados surpreendentes com o projeto desenvolvido com os 22 alunos do 5º ano. Ela associou conceitos de robótica e sustentabilidade para estimular o ensino de Matemática e despertar a compreensão das crian-ças sobre a utilização dos recursos tecnológicos.
Flávia criou um circuito, utilizando recursos de ki-nect, um mecanismo que utiliza o movimento corpo-ral para ser acionado no lugar do mouse. Junto com os alunos, construiu carrinhos de papelão e garrafas pets, que foram interligados ao computador. O me-canismo é acionado a partir dos resultados das equa-ções matemáticas, como contas de multiplicação.
Assim, por exemplo, se o aluno acertar o resultado 7x7, respondendo 49, o veículo vai se movimentar. A partir daí a professora dividiu os estudantes por equi-pes e organizou uma competição entre eles, testando o conhecimento de Matemática.
“Tudo foi feito pelos próprios alunos. No início tiveram algumas dificuldades com cálculos, mas se esforçaram para aprender e participar. Depois disso, observamos uma grande melhora no nível de conhe-cimento em multiplicação”, conta Flávia, que regis-trou todo o processo em vídeo. Também foi organi-zado um campeonato, realizado no dia 5 de outubro.
Professora do Cocuera
Silvia Chimelo
A então diretora da Fujitaro Nagao, Cláudia Regina de Oliveira Lira, que abraçou a ideia trazida por Flávia, não escondia seu entusiasmo com a experiência, afirmando que houve uma melhora considerável no nível de conhecimen-to das crianças. A escola pretende ampliar o projeto para atender alunos de outros anos. A coordenadora pedagógica da escola, Terezinha Santos Cunha Sandoval, contou que a iniciativa também ajudou no desenvolvimento dos alunos de inclusão, com necessidades especiais, que demonstraram interesse pelo projeto.
A coordenadora do Programa de Tecnologia Educacional da Secretaria Municipal de Educação, Diane Mota Mello Freire, disse que existe uma troca de informações entre os orientadores de informática das escolas da cidade e que vá-rios outros trabalhos são desenvolvidos nos estabelecimen-tos de ensino, que têm autonomia para escolher o projeto que será aplicado junto aos alunos.
Siliva Chimelo érepórter do Jornal O Diário. A maté-ria foi publicada no Caderno Cidades do dia 14/09/12.
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Cada vez se fala mais da necessidade de um novo paradigma educacional capaz de corresponder às complexas exigências dessa sociedade global que se configura atualmente.
Sabemos que é um desafio realizar a integração das tecnologias ao currículo escolar. Esses instru-mentos podem contribuir na operacionalização da comunicação educativa a fim de desenvolver competências e habilidades para que os educandos possam atuar nessa sociedade que se configura.
A informática, atualmente, tornou-se de funda-mental importância para o desenvolvimento da so-ciedade. As escolas possuem o papel de possibilitar que os estudantes tenham acesso a computadores e internet e que participem de projetos educativos utilizando a informática.
O Departamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes, por meio do Programa de Tecnologia Educacio-nal, promoveu a formação para professores so-bre o uso de “Recursos Digitais em Projetos de Aprendizagem”, com o objetivo de desenvolver competências tecnológicas dos professores a fim de que integrem recursos digitais em seus proje-tos de aprendizagem.
Iniciamos a utilização da plataforma Moodle, implantada pelos Orientadores de Informática juntamente com o Departamento Pedagógico, como Ambiente Virtual de Aprendizagem para formação de todos os profissionais da Secretaria de Educação, para interação, discussão teórica, es-tudo e troca de experiência.
FORM
AÇÃO
Diane Mota Mello Freire
Essa formação tem como enfoque o letramento para as novas mídias utilizando aspectos dos meios de comunicação como o rádio, o cinema, a televisão e as novas tecnologias de comunicação de forma integrada para construir, explorar e compartilhar experiências e informações, complementadas pela utilização do ambiente virtual de aprendizagem.
A formação busca estimular os professores a pla-nejarem e desenvolverem projetos de aprendizagem que contribuam com as competências para lidar com a informação, de forma a perceberem o aluno como nativo digital e reconhecerem a necessidade da escola se adaptar à cibercultura, para que:
ampliem seu repertório de TIC e de possibili-dades de utilização das mesmas;
compreendam a importância dos processos midiáticos de informação;
apropriem-se das TIC em seu cotidiano e tam-bém em suas práticas pedagógicas.
Consideramos também que o trabalho com projetos de aprendizagem tem como propósito promover o aprendizado profundo e significativo do aluno, porque se baseia nas suas indagações e conflitos como temas reais e relevantes para suas vidas. Em decorrência dessa ligação afetiva com o novo conhecimento, o aluno mostra-se dispos-to a explorar todas as possíveis relações e inter-conexões desse com a sua “enciclopédia pessoal”, composta pelos conhecimentos prévios da cultura, somados às suas experiências de vida.
RECURSOS DIGITAISEM PROJETO DE APRENDIZAGEM
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É isso que torna significativa essas aprendiza-gens. As dúvidas e interesses do aluno irão gerar o próprio projeto. O ensino através de projetos de trabalho enfatiza o aspecto globalizador com aten-ção à resolução de problemas.
Há que se considerar como de fundamental im-portância nesse processo, o papel do professor, que tendo clareza dos seus objetivos, ajuda o aluno in-tencionalmente na construção de conhecimentos.
A formação possibilitou reflexão aos professores:
A inclusão de recursos digitais nas escolas ajuda a au-mentar a comunicação entre estudantes e professores, incen-tiva a participação nas atividades escolares e proporciona benefícios na aprendizagem, mas é necessário planejar e exe-cutar ações pedagógicas inovadoras, realizando atividades de aprendizagem de formas diferentes. Mas, nada adianta as escolas adquirirem os equipamentos se os professores não tiverem formação para usá-los. Os alunos dominam as no-vas tecnologias com muita facilidade, nada mais natural do que os professores passarem a usar os recursos digitais para melhorar o aproveitamento do ensino aprendizagem. (S.A.Q.P. - Fórum, Turma A)
Diane Mota Mello Freire é Mestre em “Educação: Currículo” na linha de pesquisa “Novas Tecnologias na Educação” e pedagoga pela PUC/SP com especialização em “Educação a Distância” pelo Senac. Atualmente é coordenadora do Programa de Tecnologia Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes.
Referência Bibliográfica:
FAGUNDES, L.SATO, L. MAÇADA, D. Aprendizes do Futu-ro: as inovações começaram. Coleção Informática para mu-dança na Educação. MEC, 1998.
Os projetos desenvolvidos pelos professores par-ticipantes da formação abordaram diversos temas, envolveram alunos, pais, demais professores e a co-munidade escolar, estimulando o uso de recursos digitais durante todo o processo de aprendizagem:
Os recursos digitais serão utilizados na gravação das ima-gens mensagens que serão enviadas para os colegas de cor-respondência de outra unidade escolar, gravada através do celular, na montagem das fotos que serão tiradas da escola e seus espaços para apresentar a outra turma, na digitação de bilhetes para os colegas. Os alunos serão os desenvolvedores da produção do conteúdo para os demais colegas aos quais eles irão se corresponder. (A.S.E.P. - Fórum, Turma A)
Novos desafios serão impostos devido à evo-lução tecnológica e à necessidade de formar nos-sos profissionais dentro do Programa de Tec-nologia Educacional, pois é “colocando em prática que se aprende e que se tem mais vontade de aprender” (L.H.M.S, da Turma A).
As tecnologias não são as redentoras de todos os problemas, mas podem contribuir para que a aprendizagem se torne significativa e desafiante.
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Quando olhamos pela janela de nossas casas não vemos matizes de cores ou diferentes níveis de brilho ou nitidez. Vemos árvores, casas, pessoas e carros a passarem. Em suma, vemos os objetos que compõem a paisagem não os elementos que os compõem. É com estas palavras e ana-logias que Max Wertheimer (1923) inicia um dos textos mais clássicos da sua psicologia da Gestalt. A percepção de formas categóricas e a organização destas formas é o que nos dá a dimensão do real, que nos permite interagir com a realidade. Nesse sentido, a questão que colocamos é: e se pudéssemos interagir também com estas formas do real de maneira sensitiva?Usar nossas sensações de modo a podermos compreender que somos parte integrante daque-le espaço, daquela comunidade, daquele ambiente. Enfim, chegarmos a uma prática pedagógica e social efetiva por meio das sensações que as formas ao nosso entorno nos suscitam. Notarmos algo que nos incomoda para tentarmos mudar, buscarmos uma compreensão do porque daquele fato ser como o é, ou notar simplesmente para gostar, para apreciar e cuidar como valor
A pressuposição de nosso trabalho para o ensino de Edu-cação Ambiental é a de que paisagem, do mesmo modo que um texto, pode ser lida e interpretada através do haicai, uma forma especial, extremamente concisa de poesia que se propõe a escrever sobre a natureza, ou seja, em principio, o haicai nasce da relação entre homem e natureza.
O HAICAI
O haicai faz um “letramento ambiental”, educa o olhar e ensina a ver, a melhor compreender a paisagem. Seus prin-cípios filosóficos e estéticos contribuem para desenvolver a concentração fazendo com que a criança aprenda a obser-var, admirar, explorar os detalhes para neles buscar a essên-cia e um momento de reflexão contribuindo de modo sig-
Lucia Helena Martins GonçalvesMarcus Vinicius Moreira Martins
nificativo no contexto geral do aprendizado. Na Educação Ambiental, o Haicai pode auxiliar na expressão de ideias filosóficas complexas como a temporalidade, a ciclicidade e a transitoriedade.
Vimo-nos diante desta questão ao analisar o poema do mestre Matsuo Bashô (1644-1694) e notar as semelhan-ças entre a paisagem do Japão feudal do século XVII, descrita pelo poeta, com as paisagens atuais da zona rural de Mogi das Cruzes:
A aldeia envelhece.No quintal de cada casa,
Os pés de caqui...
Neste poema, Bashô faz uma leitura da paisagem, pois segundo ele: “A planta começa a dar frutos depois de oito anos, aproximadamente. Como nos quintais há muito caqui, é sinal de que as moradias já não são tão novas!” (Primo Vieira in Bashô; livro: “Palhas de Arroz”). A partir disso, nos questionamos se não seria válido associar o fazer do haicai como uma forma de leitura e estudo da paisagem.
Associado ao debate da construção de haicais surgiu a questão relacionada às fronteiras das disciplinas, pois como não cobrar questões de linguagem? Qual seria o limiar entre o que é apenas produção textual e o que é um debate em torno da paisagem? Antes mesmo de fazermos incursões nesta área, buscamos a resposta para este dilema.
De forma sintética, Teruko Oda, haicaista internacio-nalmente reconhecida, nos mostra em seu livro “Flauta de Vento”, que o haicai é um excelente instrumento para o estudo da paisagem: “Sendo um poema popular, cuja ca-racterística principal é a referência a cenas do cotidiano, retratadas através da linguagem simples e objetiva, não é necessário que o praticante seja um profundo conhecedor de teorias da linguagem”.
OHAICAIcomo instrumento na
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O professor e escritor Paulo Franchetti acredita que um bom haicai é aquele que tem a modéstia e o despojamento da linguagem como valores centrais, ou seja, é um texto que se limita voluntariamente a situar uma dada percepção sensória, objetiva, num campo maior de referências (objetivas ou sub-jetivas), em que essa percepção ganhe sentido e componha um quadro único. A partir deste horizonte de reflexão, ficou--nos nítido, pois a forma do haicai pautava-se, justamente, na busca de uma linguagem simples e que ele poderia ser ensi-nado nas séries iniciais, como forma de desenvolver a sensi-bilidade, a criatividade e o poder de síntese e de expressão.
Os alunos do CEMPRE Benedito Ferreira Lopes, desde 2003 desenvolvem trabalhos com haicai na disciplina de ge-ografia. Os temas ou Kigos como são conhecidos no haicai, são escolhidos de acordo com a estação do ano com ênfase nos fenômenos atmosféricos.
Lúcia Helena Martins Gonçalves é professora de geografia do CEMPRE Benedito Ferreira Lopes.
Marcus Vinícius Moreira Martins é mestrando em Filologia e Língua Portuguesa, na Faculdade de Filo-sofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP)
Referências Bibliográficas
DEL RIO, V. & OLIVEIRA, L. (orgs.). Percepção Ambiental: a experiência brasileira. São Paulo: Universidade de São Carlos (SP) - Studio Nobel, 1996.
MASUDA, G.H. O Haicai no Brasil. São Paulo: Oriento 1988.
WERTHEIMER, M. (1923). Laws of organization in percep-tual forms. In: Ellis, W. (ed.). A Source Book of Gestalt Psycho-logy. London: Routledge & Kegan Paul. pp. 71-88.
O QUE VAMOS COLHENDO
Veja como foi a participação dos alunos do Cempre Benedito Ferreira Lopes no 11º Concurso Brasileiro de Haicai Infanto-Juvenil – 2011/2012, promovido pelo Grêmio Haicai Ipê (São Paulo/SP), que teve como tema "Da minha janela...". Mogi das Cruzes foi um dos qua-tro municípios paulistas a participar. De um total de 615 alunos do Estado, 267 eram do Cempre.
Categoria Infatil (até 10 anos)
19º lugar: João Vittor Pinheiro Madaleno – 10 anos
Da minha janela...Uma noite de outonosem ninguém na rua.
Menções Honrosas
Guilherme Torraga De Figueiredo – 10 anos
Árvore sem folhasno inverno toda Florida.
Pé de cerejeira.
Thaís Dos Anjos Incau – 10 anos
Da minha janela ...Vejo a serra tão azulada
E muito distante.
Categoria juvenil (de 11 a 14 anos)
1º lugar: Sara Ramos Dias – 14 anos
Abrindo-se devagarnasce um pouco a cada dia.
Flor de maio.
10º lugar: Wellington Conceição O. da Silva – 13 anos
A chuva escorrendoPelas paredes do prédio.
Manhã de inverno.
14º lugar: Heloiza Gabriella Maziero Jaques – 13 anos
Da minha janela ...Pássaros no jardim seco
reviram as folhas.
Menção Honrosa
Matheus de Paula Cordeiro – 13 anos
Da minha janelaVejo a grande lua cheia
Brilhando na água.
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O Concerto de Natal da Banda Sinfônica Municipal de Mogi das Cruzes, realizado no auditório do CEMFORPE no dia 18 de dezembro, marcou o encerramento do ano letivo de 2012 e prestou uma homenagem à secretária mu-nicipal de Educação, Maria Geny Borges Avila Horle, e sua adjunta, Maria Aparecida Cervan Vidal, que deixarão os cargos no final deste ano. O auditório recebeu uma decora-ção especial de Natal, que encantou o público.
Maria Geny está à frente da Secretaria Municipal de Edu-cação há 12 anos. Neste período, a rede evoluiu de mil para 2,7 mil funcionários e de 22 mil para 38 mil alunos. “Para nossa satisfação, a Prefeitura de Mogi das Cruzes é recheada de pessoas que se dedicam além da obrigação. E a Educação é exemplo disso. As idas e vindas não são fins e sim etapas que estamos cumprindo e sempre buscando o melhor para a cidade”, afirmou o prefeito Marco Bertaiolli. Em janeiro, a professora Rosemary Roggero assume a Pasta.
Concerto de Natal
Ana Paula Frias
Depois das homenagens, o público presente conferiu o Concerto de Natal da Banda Sinfônica Municipal de Mogi das Cruzes. A apresentação focada nos sucessos do sambista Adoniran Barbosa contou com a participação da cantora mogiana Aline Chiaradia. “Iracema”, “Samba do Arnesto”, “Tiro ao Álvaro”, “As Mariposas”, “Saudosa Maloca” e “Trem das Onze” foram algumas canções que encantaram a plateia.
A cada música, o maestro Daniel Bordignon contava um pouco da história do compositor. “Pesquisamos a história de Adoniran e suas composições. O espetáculo foi prepa-rado em homenagem à professora Maria Geny, que sempre gostou muito das músicas deste grande sambista”, explicou o maestro Daniel Bordignon.
O concerto também arrecadou brinquedos para a Cam-panha Natal de Sorrisos do Fundo Social de Solidariedade de Mogi das Cruzes.
emociona o públicocom músicas de
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Ana Paula Frias é jornalista da Secretaria Municipal de Saúde.
Emoção marca concertos de Natal das Bandas Sinfônicas Escolares
Kelli Correa Brito
Kelli Correa Brito é jornalista da Secretaria Municipal de Educação.
A Banda Sinfônica Escolar da Escola Municipal Profª Wanda de Almeida Trandafilov, no Parque São Martinho, abriu na noite de 20 de novembro a programação de Con-certos de Natal do Projeto Pequenos Músicos... Primeiros Acordes na Escola, promovido pela Prefeitura de Mogi das Cruzes por meio de sua Secretaria de Educação.
O evento foi resultado de um ano inteiro de dedicação das crianças nas aulas de música na escola. Na escola, 128 alunos e crianças e jovens da comunidade partici-pam do projeto. A iniciativa, baseada no projeto Música: Formação, Expressão e Emoção, realizado pela Escola Municipal Prof. Mario Portes desde 2003, promove o ensino de música em oito escolas municipais no contra--turno das aulas. Para as apresentações, todas as escolas contaram com uma infraestrutura de palco, luz e som.
As crianças do Parque São Martinho já estão se apre-sentando em outros locais e aprovam o projeto. “Acho muito bom. Pretendo continuar na música”, contou Ro-berta Glaucia Pires Amorim da Silva, 11 anos, aluna do 5º ano da unidade, que está aprendendo clarinete. Sua companheira de instrumento também está entusiasma-da. Aluna da Escola Estadual Des. Heráclides Batalha de Camargo, no Parque das Varinhas, Larissa Ribas Ferrari de 12 anos está no projeto desde o começo. “Meus pais me inscreveram no projeto e estão gostando. Eles me incentivam a continuar. Antes não fazia ideia de como era tocar, hoje gosto muito”.
A programação dos Concertos de Natal das Bandas Sinfônicas Escolares também contou com apresenta-ções nas escolas municipais Profª Noemia Real Fidalgo - Jardim Maricá, Dr. Luiz Beraldo de Miranda - Parque Olímpico, Profª Florisa Faustino Pinto - Jardim Santos Dumont, EM Profª Guiomar Pinheiro Franco - Jardim São Pedro e Profª Apparecida Ferreira Cursino - Jardim Universo. Os alunos do Cempre Dra. Ruth Cardoso, no Jardim Layr, também se apresentaram na quadra da escola. Encerrando a programação, a Banda Sinfôni-ca Jovem Mario Portes, da EM Prof. Mario Portes em Jundiapeba, fez seu concerto no dia 9 de dezembro no Auditório do Cemforpe.
SOBRE A BANDA
O grupo é formado por 78 músicos, entre co-ordenadores, monitores e alunos do programa, que reúne dois projetos: “Pequenos Músicos ... Primeiros Acordes na Escola” (realizado desde setembro de 2011 em 7 escolas municipais) e o “Música: Formação, Expressão e Emoção” (de-senvolvido desde 2003 na EM Prof. Mario Portes, em Jundiapeba). Ao todo, 1.343 alunos aprendem instrumentos musicais e a prática de banda fora do horário de aula.
Adoniran Barbosa
Secretaria Municipal de Educação