EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA: AVANÇOS E DESAFIOS. 1 BALANÇO DE FIM DE DÉCADA.

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EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA:

AVANÇOS E DESAFIOS.

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BALANÇO DE FIM DE DÉCADA.

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Contexto mundial

Era pós industrial. Sociedade do conhecimento. Novas configurações do mundo

globalizado. Novas configurações da sociedade e

da democracia.

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Era pós industrial

A base da pirâmide de mão de obra se estreita como resultado do processo de automação que está substituindo as tarefas repetitivas e braçais.

Produção industrial envolve cada vez menor número de trabalhadores do que a produção de bens e serviços.

A terceirização desloca postos de trabalho na indústria para atividades autônomas e informais ou para o desemprego.

A globalização separa investimento, trabalho, produção e consumo.

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direção da produção

concepção da produção

projeto de processos e equipamentos

supervisão, administração e controle do trabalho

trabalho sub-qualificado agrícola, industrial ou de serviços

A antiga pirâmide produtiva

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direção da produção

concepção da produção

projeto de processos e equipamentos

supervisão, administração e controle do trabalho

Automação.

A nova pirâmide produtiva

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Sociedade do conhecimento

Revolução tecnológica: informação mais acessível. Competências cognitivas superiores requerem maior

base de conhecimento. Atividades laborais não automatizadas exigem mais

conhecimento. Produto tem mais conhecimento concentrado do que

matéria prima concentrada. Crescimento econômico depende também de

acumulação de conhecimentos. A organização do trabalho muda consideravelmente,

das tarefas fragmentadas para equipes de trabalho cooperativo.

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Novas configurações globais

O mundo do pós guerra: bipolaridade Transformações políticas da segunda

metade do século 20: fim da guerra fria, queda do primeiro império, multipolaridade.

Século 21: queda do segundo império, não polaridade.

O mundo caminha para a descentralização do poder econômico e político.

Novos protagonistas no cenário mundial: BRICs.

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Outra configuração da democracia

Da hierarquia às redes distribuídas. Do crescimento à sustentabilidade. Da padronização à diversidade.

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Um futuro incerto

Daqui há vinte anos: 70% das carreiras que serão importantes não existem

ainda. O conhecimento dobrará a cada 73 dias. O local-global (glocalização) e o nacional-internacional. A mobilidade profissional será uma exigência

autonomia para gerenciar sua própria carreira.

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Novas demandas educacionais

Competências para viver no século 2110

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O BRASIL ESTÁ PREPARADO? Crise de qualidade e atrasos acumulados

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Coréia e Brasil

Figura 1 - Evolução Educacional: Brasil e Coréia

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1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 1999

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A diferença da educação Figura 2 - Evolução do Pib per Capita: Brasil e Coréia

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ln(p

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Pisa: desempenho em Matemática

0 100 200 300 400 500 600

Finlândia

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2000 2006

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Pisa: desempenho em Leitura

0 100 200 300 400 500 600

Finlândia

Coréia

França

Alemanha

Espanha

EUA

Portugal

México

Indonésia

Brasil

2003 2006

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Lanterninha do Pisa 2006

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Mat. Leit.

BrasilMéxicoUruguaiGréciaPortugalEspanhaPolôniaOCDEInglaterraAustráliaJapão

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O que nos diz o IDEB

Estamos melhor nos anos iniciais do ensino fundamental.

O segundo segmento do fundamental e o médio são preocupantes.

A questão da sustentabilidade e da melhoria dos resultados já obtidos.

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FATORES QUE EXPLICAM A MÁ QUALIDADE

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Fatores culturais Um sistema de ensino que começou por cima. Historicamente uma escola programada para uma

minoria. Expansão para todos da mesma escola minoritária. Cultura de excelência para poucos. Dificuldade de incorporar todos com qualidade.

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Fatores institucionais e gerenciais

Estrutura da governança da educação escolar, regime de colaboração e pacto federativo.

Universalização tardia do acesso ao Ensino Fundamental. Pedagogia da repetência. Carreiras e salários dos professores. Turno escolar curto: baixo número de horas-aulas

(média: 4 horas/dia) Baixa escolaridade dos pais e falta de acesso a bens

culturais Não há demanda social pela qualidade: 70% dos pais

consideram que as escolas públicas são boas porque têm vaga e Bolsa Família.

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Contexto político institucional complexo

Autonomia dos 27 Estados e dos 5 mil municípios na Educação Básica

Investimento Público: 3,9% do PIB Financiamento: Estados 45% Municípios 40% Governo Federal 15% Regime de colaboração sujeito às

turbulências da política.

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Educação em estados nacionais federativos

Três níveis (Alemanha, Estados Unidos, México, Argentina): Nacional. Sub nacional ou regional ou local. Escola.

Quatro níveis: o Brasil é o único: Nacional. Estadual. Municipal. Escola.

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Desde a Constituição: 20 anos de reformas

Marco constitucional, 1988 requer lei complementar (LDB).

Conferência Nacional de Educação, 1994. Sistemas de Avaliação Externa e Informação:1995 FUNDEF: APROVADO EM 1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação/LDB:1996 Parâmetros Curriculares Nacionais: 1998 Diretrizes Nacionais de toda a Educação

Básica:1998 Implantação do ENEM: 1998 Plano Nacional de Educação: 2000

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Descaminhos do desenvolvimento curricular

PCNs e PCNs em Ação: sem engajar os sistemas de ensino público estaduais e municipais.

Faltaram os currículos de estados e municípios. DCNs e PCNs não eram suficientes para as

escolas. Projeto Pedagógico esvaziado do currículo. Distorções do modelo de seleção, aquisição e

provisão do livro didático. Sem currículo não há gestão do currículo

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O desastre da formação de professores

Separação de polivalentes e especialistas de disciplinas.

Fragmentação disciplinar. Dissociação entre teoria e prática. Pouco valor dos conteúdos a serem

ensinados. Nenhum cuidado com o perfil de

competências docentes a serem constituídas no curso de formação.

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Cacofonia curricular e pedagógica

Perda da pouca capacidade de formulação pedagógica ao longo dos anos 1970 e 1980.

Didática esvaziada de sentido técnico e inchada de temas genéricos, sociológicos, filosóficos ou psicológicos.

Fragmentação e esvaziamento dos conteúdos de ensino. Percalços da descentralização e da construção curricular

na dinâmica da descentralização e da municipalização. Manutenção da distância entre educação básica e a

política de formação de professores.

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Educação continuada contaminada com os mesmos equívocos da educação inicial.

Seleção dos insumos didáticos: reforço da segmentação e fragmentação.

Uso demagógico do tempo: jornada encurtada ou tempo integral e, no meio, o vácuo.

Falta de domínio do ensino na sala de aula, que leva a falta de monitoramento por parte da gestão.

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AVANÇOS DESTA DÉCADA

Bem posicionados no grid de largada.

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Avanços político institucionais

Universalização do acesso à educação básica. Equacionamento dos problemas de

financiamento. Municipalização e protagonismo municipal. Marcos regulatórios nacionais estabelecidos. Sistemas de avaliação e base de dados

instalados.

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O QUE FALTA FAZER

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Desenvolvimento curricular Currículo como alinhamento das decisões pedagógicas

expectativas de aprendizagem expressas em competências que os alunos vão constituir; conteúdos a serem trabalhados, organizados de modo sequencial no tempo; situações de aprendizagem, sequências didáticas, atividades de professores e alunos; procedimentos de avaliação de processo, acompanhamento e recuperação alinhados com avaliação externa de resultados. pactos e consensos sobre o currículo situados num determinado período de tempo: o currículo não é fixo ao longo dos anos mas é

único em cada ano.

Preparar pessoal técnico em nível de secretaria e/escola para fazer a gestão desse currículo: acompanhar sua implementação no dia a dia.

Desatrelar a educação continuada dos professores das concepções que presidem a formação inicial. Ensinar o professor a ensinar ESTE currículo, usando ESTE material. Criar oportunidades de enriquecimento cultural e tecnológico para os professores Acompanhar cada turma ou sala de aula usando indicadores de avaliação e observação do desempenho do professor. Não admitir que o aluno não aprenda.

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Gestão do currículo e do ensino aprendizagem

Nível de secretaria: Utilização dos resultados da avaliação e de bancos de

dados; Monitoramente escola por escola; Preparação de subsídios para fortalecer a escola na gestão

do currículo: recursos didáticos, orientações, etc.; Alimentação de canais permanentes de comunicação com a

escola; Liderança de projetos coletivos de aprendizagem e ensino.

Nível de escola: Compreensão e uso de indicadores de avaliação; Monitoramento professor por professor – aluno por aluno. Formulação e execução de projetos coletivos de

aprendizagem e ensino.

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Fortalecer os professores Educação continuada baseada na escola e arejada das concepções da

formação inicial que prepare especialistas e professores para: Ensinar UM currículo e dar conta da gestão desse currículo. Dar conta da gestão da sala de aula e da aprendizagem Carregados nos conteúdos a serem ensinados e com foco no COMO

ensinar. Com ênfase no domínio do tempo, do espaço e da dinâmica da aula. Estabelecer vínculos verdadeiros com os alunos.

Criar oportunidades para o professor: Tornar-se o melhor leitor e produtor de textos que seu potencial

permita. Ter acesso a bens culturais e científicos.

Instituir mecanismos de avaliação pelo mérito: Avaliar o desempenho do professor levando em conta a aprendizagem

de seus alunos; Instituir mecanismos para progredir na carreira que envolvam verificar

a competência do professor.

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OBRIGADA!Guiomar Namo de Mello

[email protected] www.namodemello.com.br

Agosto de 2010