Edmar Luiz Rinaldi_Diadema_Renato Kinouchi
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EDMAR LUIZ RINALDI
A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no ensino de Geografia nas
Escolas do Estado de São Paulo.
UAB – UFABC
2012
1
EDMAR LUIZ RINALDI
A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no ensino de Geografia nas
Escolas do Estado de São Paulo.
Monografia apresentada à UAB UFABC – Universidade Aberta
do Brasil - Universidade Federal do ABC, para obtenção do grau de Especialista
em Ciência e Tecnologia, sob a orientação do Professor Doutor Renato Kinouchi.
UAB – UFABC
2012
2
Rinaldi, Edmar Luiz
A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no
ensino de Geografia nas Escolas do Estado de São Paulo.
Edmar Luiz Rinaldi. Santo André/SP, 2012.
O autor da presente monografia é aluno da UAB-UFBAC.
3
EDMAR LUIZ RINALDI
A realidade e as possibilidades do uso de tecnologia no ensino de Geografia nas
Escolas do Estado de São Paulo.
Monografia apresentada à UAB UFABC – Universidade Aberta
do Brasil - Universidade Federal do ABC, para obtenção do grau de Especialista
em Ciência e Tecnologia, sob a orientação do Professor Doutor Renato Kinouchi.
Aprovado: ____/____/_______
UAB – UFABC
2012
4
RESUMO
De acordo com o Currículo do Estado de São Paulo, para as Ciências Humanas e suas
Tecnologias (Princípios para um currículo comprometido com o seu tempo - Uma escola
que também aprende, pg 10) “... A tecnologia imprime um ritmo sem precedentes ao
acúmulo de conhecimentos e gera profunda transformação quanto às formas de estrutura,
organização e distribuição do conhecimento acumulado. Nesse contexto, a capacidade de
aprender terá de ser trabalhada não apenas nos alunos, mas na própria escola, como
instituição educativa. Isso muda radicalmente a concepção da escola: de instituição que
ensina para instituição que também aprende a ensinar...”, procuro descrever o uso que
faço da tecnologia em sala de aula, e as possibilidades que esta mesma tecnologia me
abre, quanto ao conduzir meu trabalho didático-pedagógico e de construção de uma
aprendizagem com significado, fato este que me conduziu à apresentação deste trabalho,
onde procuro olhar sistematicamente para os usos que fazemos da tecnologia em sala de
aula, bem como procurar identificar novos horizontes para a condução da nossa jornada
de aprendizagem-ensino-aprendizagem, com os alunos do Ensino Médio da Escola
Estadual Professor Gualter da Silva.
5
ABSTRACT
According to the Curriculum of São Paulo for the Humanities and its technologies
(Principles for a curriculum committed their time - A school that also learns, pg 10), "... The
technology prints an unprecedented pace to the accumulation of knowledge and generates
profound transformation in the ways of structure, organization and distribution of
accumulated knowledge. In this context, the ability to learn has to be worked not only on
students, but the school itself, as an educational institution. That radically changes the
design of the school: the institution that teaches institution also learn to teach ... " I try to
describe my use of technology in the classroom, and the possibilities it opens me this
same technology, as the lead my work and didactic-pedagogic construction of a
meaningful learning, a fact that led me to the presentation of this work, where I try to look
systematically for the uses we make of technology in the classroom, as well as seek to
identify new horizons for the conduct of our journey of learning-teaching-learning, with
students from the High School State School Teacher Gualter da Silva.
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 8
2 JUSTIFICATIVA 10
3 I- O USO QUE SE FAZ DA TECNOLOGIA EM SALA DE AULA 12
4 II- TIPOS DE EQUIPAMENTOS E SOFTWARES DISPONÍVEIS 13
5 III- O PROCESSO DE APRENDIZAGEM-ENSINO-APRENDIZAGEM COM
TECNOLOGIA 15
6 IV- A TECNOLOGIA EM SALA DE AULA, OS DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO
DE UMA APRENDIZAGEM COM SIGNIFICADO EDUCATIVO 18
7 V- EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA, ATÉ ONDE É POSSÍVEL APRENDER COM
TECNOLOGIA? 20
8 VI – O PAPEL DO PROFESSOR COMO SELECIONADOR DE CONTEÚDO 23
9 VII- UTILIZANDO A TECNOLOGIA EM SALA DE AULA 24
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26
7
Introdução
O objetivo deste trabalho é identificar o quanto a tecnologia é utilizada hoje nas escolas
do Estado de São Paulo, e as reais possibilidades de utilização no ambiente escolar em
um futuro próximo.
Para tanto, descreverei o uso que hoje se faz da tecnologia nas escolas do Estado de
São Paulo, com ênfase na E.E. Professor Gualter da Silva, escola onde leciono e irei
identificar quais tipos de tecnologia estão disponíveis e as que poderão ser utilizadas no
desenvolvimento do processo de aprendizagem-ensino-aprendizagem.
O Currículo do Estado de São Paulo para as Ciências Humanas e suas Tecnologias, no
tópico, As relações entre educação e tecnologia (pgs. 21 a 22) tem, para a questão da
tecnologia, a seguinte compreensão:
“A educação tecnológica básica é uma das diretrizes que a LDBEN estabelece para
orientar o currículo do Ensino Médio. A lei ainda associa a “compreensão dos
fundamentos científicos dos processos produtivos” ao relacionamento entre teoria e
prática em cada disciplina do currículo. E insiste quando insere o “domínio dos
princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna” entre as
competências que o aluno deve demonstrar ao final da educação básica. A tecnologia
comparece, portanto, no currículo da educação básica com duas acepções
complementares:
a) como educação tecnológica básica;
b) como compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos da produção.
A primeira acepção refere-se à alfabetização tecnológica, que inclui aprender a lidar com
computadores, mas vai além. Alfabetizar-se tecnologicamente é entender as tecnologias
da história humana como elementos da cultura, como parte das práticas sociais, culturais
e produtivas, que, por sua vez, são inseparáveis dos conhecimentos científicos, artísticos
e linguísticos que as fundamentam.
8
A educação tecnológica básica tem o sentido de preparar os alunos para viver e conviver
em um mundo no qual a tecnologia está cada vez mais presente, no qual a tarja
magnética, o celular, o código de barras e outros tantos recursos digitais se incorporam
velozmente à vida das pessoas, qualquer que seja sua condição socioeconômica.
A segunda acepção, ou seja, a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos
da produção, faz da tecnologia a chave para relacionar o currículo ao mundo da produção
de bens e serviços, isto é, aos processos pelos quais a humanidade – e cada um de nós –
produz os bens e serviços de que necessita para viver. Foi para se manter fiel ao espírito
da lei que as DCN introduziram a tecnologia em todas as áreas, tanto das DCN como dos
PCN para o Ensino Médio, evitando a existência de disciplinas “tecnológicas” isoladas e
separadas dos conhecimentos que lhes servem de fundamento.”
9
Justificativa
O presente trabalho se justifica diante da realidade do uso de tecnologias nas escolas do
Estado de São Paulo, tendo como caso de estudo a unidade escolar na qual leciono, a
Escola Estadual Professor Gualter da Silva.
A referida unidade possui equipamentos de informática (computadores, notebook e
impressoras), projetor de vídeo e espaço para seu uso. Os equipamentos são
subutilizados devido à falta de material didático adequado para sua utilização.
Atualmente é utilizado o projetor de vídeo, para a projeção de filmes temáticos, visando à
integração, motivação e valorização do ambiente escolar, familiar e social onde nossos
alunos estão incluídos.
Os computadores da sala de informática são em número reduzido, apenas 15 (quinze)
unidades, e pouco utilizados, sendo que apenas os computadores da Direção,
Coordenação e da Sala dos Professores têm uso diário.
Para que a inclusão digital aconteça na Escola, é necessária a ampliação do número de
equipamentos disponíveis, bem como a qualificação dos profissionais e dos alunos
envolvidos nesse processo educacional.
A inclusão de uma disciplina específica para a educação digital de nossos alunos deve ser
parte integrante desse esforço para a melhoria da educação.
Há também muitos tópicos em Geografia, possíveis de se utilizar as ferramentas de
informática, desde a Geografia Física, passando pela Geologia, Geomorfologia,
Climatologia, além da Astronomia e Cosmologia, até a formação do Universo e do nosso
Sistema Solar.
Em Geografia Humana também utilizaremos a tecnologia, para construir a rede de
relações técnico-científico-informacionais e de evolução das cidades e das sociedades
humanas, com suas contradições, disputas e choques (evitáveis e inevitáveis) presentes
na construção das sociedades humanas em um mundo cada vez mais globalizado,
10
internacionalizado e conectado.
Um levantamento concernente ao Currículo adotado pelo Estado na disciplina Geografia
mostrará grandes possibilidades de utilização das ferramentas de informática para a
fixação de conceitos e conteúdos diversos dentro desta área do conhecimento.
Minha proposta então é a de efetuar este levantamento, bem como do material didático-
pedagógico adequado e, dentro das possibilidades da nossa Unidade Escolar, estar
levando a efeito esta construção do conhecimento escolar, com a participação efetiva das
ferramentas de informática disponíveis atualmente.
11
I- O uso que se faz da tecnologia em sala de aula
Como a tecnologia é utilizada nas escolas do Estado de São Paulo?
Atualmente, os únicos recursos tecnológicos disponibilizados são: computadores nas
salas de informática, dos professores, secretaria e direção, os quais ainda são
subutilizados quanto às possibilidades de seu uso para o alunado; bem como o
retroprojetor com recursos de multimídia, com o qual desenvolvemos atividades de
exposição de filmes com sentido didático-pedagógico e temas que envolvam a
continuidade do aprendizado no bimestre.
O uso dos computadores se restringem a atividades extra-classe, onde são apresentados
tão somente as possibilidades de uso no aprendizado dos recursos de composição de
textos, tabelas e apresentações, bem como a utilização da internet para diversas
finalidades, tais como pesquisas em sites de busca.
Desta maneira, efetivamente utilizamos o recurso audiovisual e multimídia da exposição
de filmes temáticos e os computadores acabam sendo utilizados de uma maneira muito
tímida, perto das possibilidades reais de sua utilização.
12
II- Tipos de equipamentos e softwares disponíveis
Quais tipos de tecnologia para educação estão disponíveis hoje?
De acordo com Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida (2001, pg 7), “... a inserção das
tecnologias da informação e comunicação - TIC na educação brasileira desde algumas
experiências isoladas realizadas em universidades com o uso do computador até o
momento atual. Apesar da presença cada vez mais frequente nas escolas, sua inserção
em diferentes níveis e modalidades educacionais tem abordagens contraditórias, como
práticas de determinados conteúdos disciplinares, ou domínio de recursos
computacionais, situações voltadas a projetos, com grandes desafios e ambiguidades.”
Ainda com Almeida (2001, pg 16), “Existem programas (softwares) apropriados para
diferentes níveis e metodologias de ensino, fundamentados em distintas concepções ou
abordagens educacionais. Alguns visam a fixação de conteúdos curriculares e o
desenvolvimento psicomotor. Outros permitem desenvolver a criatividade, a
representação do pensamento e a construção do conhecimento de quem o utiliza. Há
também jogos interativos, simuladores e laboratórios virtuais. Com o avanço das
tecnologias de informação e comunicação, a classificação dos novos softwares segundo
suas características básicas torna-se sutil devido à sua complexidade e possibilidade de
engajar-se em mais de uma classe.”.
Em Análise dos diferentes tipos de software usados na Educação, artigo escrito por José
Armando Valente, Integrante do Nied/Unicamp, o autor se refere aos seguintes tipos de
software:
- tutoriais: recursos utilizados geralmente como auxílio no uso de softwares os mais
diversos, nem sempre com conteúdo didático-pedagógico adequado, servindo apenas
como guias de utilização dos softwares em geral;
- programação: recurso específico para desenvolvimento de softwares nas mais variadas
áreas do conhecimento, geralmente com visão comercial e não educativos;
- processador de texto: recurso dos mais utilizados em todas as áreas da informática,
13
onde se pode desenvolver desde textos com finalidades comerciais, educativas, lúdicas,
artísticas, etc., em todas as áreas de conhecimento;
- multimídia e internet: outro recurso dos mais utilizados, onde podemos localizar desde
textos, planilhas, apresentações, vídeos, músicas, etc., servindo atualmente como uma
grande biblioteca virtual, na qual devemos sempre ter cuidado quanto à veracidade das
informações obtidas, pois nem sempre correspondem ao contexto ao qual tenhamos
interesse em estudar;
- desenvolvimento de multimídia ou páginas Web: outro recurso utilizado tão somente
pelos programadores de conteúdo, sites e outros meios de comunicação pela Web;
- simulação e modelagem: recursos utilizados nas áreas de engenharia e matemática; e
- jogos: recursos utilizados tendo em vista a área comercial, tendo atualmente muitos
seguidores e profissionais ligados ao seu desenvolvimento e distribuição, dentre outras
atividades correlatas, sendo também dos mais utilizados no mundo todo.
Todos os recursos tecnológicos mencionados acima são possíveis de ser utilizados no
meio da educação, mas o quadro que temos do uso que se faz das tecnologias da
informação e comunicação – TIC, pouco aproveitado no meio escolar, são utilizados tão
somente os recursos multimídia e internet, sendo que os recursos multimídia são
utilizados dentro da escola, e a internet tão somente para garantir que pesquisas nas
páginas web disponíveis e algumas indicadas por nós sejam levadas a cabo.
Recursos tecnológicos mais avançados estão geralmente ligados ao aprendizado em
cursos específicos em escolas particulares, nas Escolas Técnicas (Federais e Estaduais)
e nem sempre disponíveis nas escolas do Estado, seja por falta de meios técnicos e
operacionais, seja pela falta de pessoal qualificado para levar adiante projetos de
desenvolvimento dessa modalidade.
Portanto, ainda não exploramos o potencial dos recursos tecnológicos a que temos
acesso, e, ainda temos grande dificuldade em recorrer a tais recursos, seja por falta de
conhecimento sobre o uso de tais ferramentas, seja por não identificarmos as utilidades
práticas que a tecnologia pode nos proporcionar.
14
III- O processo de aprendizagem-ensino-aprendizagem com tecnologia
A tecnologia pode ajudar no desenvolvimento cognitivo e sensorial de nossos alunos?
Em “Construir as competências desde a escola”, Phillipe Perrenoud (1999) demonstra que
“...a abordagem por competências considera os conhecimentos como ferramentas a
serem mobilizadas conforme as necessidades, a fim de que se possa resolver
determinadas situações-problema apresentadas na escola, no trabalho e fora dele.”.
Ainda com Perrenoud (1999), “A transferência de conhecimentos ou sua integração em
competências não são automáticas e passam por um trabalho, isto é, um
acompanhamento pedagógico e didático sem o qual nada ocorrerá, a não ser para os
alunos com grandes meios para isso. O exercício da transferência faz parte do trabalho
regular da escola.”
Os conhecimentos, compreendidos então como ferramentas utilizadas de acordo com as
necessidades, e, o trabalho ou acompanhamento pedagógico e didático necessário para
sua transferência acabam justificando o uso das tecnologias como elementos de fixação
de conteúdos e de conhecimento, quando devidamente acompanhados pelo professor.
Dessa maneira, as tecnologias são instrumentos importantes no processo de ensino e
aprendizagem e têm que ser compreendidas como ferramentas necessárias à fixação de
conhecimento e na construção do conhecimento em si, com as correlações e conexões
que o aluno desenvolve durante esse processo, que podem ajudar no seu
desenvolvimento cognitivo e sensorial.
Almeida (2001, pg. 17) diz que “Segundo Papert (1985, 1994, 1999), Valente (1993, 1999)
e Almeida (1996a), as práticas pedagógicas com computadores podem ser: instrucionistas
ou construcionistas, além de assumir posições intermediárias entre um e outro.”
Quanto ao instrucionismo, temos a seguinte abordagem, “aprender com o uso das
tecnologias de informação e comunicação significa adquirir ou apreender informações
apresentadas em ordem crescente de complexidade, cuja fixação é obtida pela repetição
que condiciona o comportamento. O controle do ensino é realizado pela tecnologia em
15
uso, considerada uma máquina de ensinar skinneriana que transmite informações e
conteúdos conceituais.” Almeida (2001, pg. 17).
Com relação ao construcionismo, “o aluno ensina o computador através de um software
usado para desenvolver uma apresentação sobre determinado tema, resolver uma
situação-problema ou implementar um projeto. O aluno, construtor ativo de suas próprias
estruturas mentais (Papert, 1985, p. 33), desenvolve o seu conhecimento representando
as ações de acordo como ele pensa sobre o tema em estudo. O computador, ao ser
tutorado pelo aluno, permite a integração entre os conteúdos e a forma como o aluno os
estrutura, promovendo o desenvolvimento de novas e mais complexas estruturas de
pensamento.” Almeida (2001, pg. 18).
Essas duas abordagens têm suas vantagens e desvantagens, sendo que a instrucionista
é mais utilizada no desenvolvimento de tutoriais e programas de computador que
executam atividades específicas, controladas e com resultados esperados; já a
construcionista pressupõe que o aluno seja agente na construção do conhecimento, onde
a tecnologia é utilizada de uma maneira que possibilite a percepção de novos
conhecimentos dentro do proposto pelo software utilizado.
A tecnologia pode servir ao desenvolvimento do aprendizado e à melhoria do
conhecimento de nossos alunos, desde que tenhamos as ferramentas adequadas a tais
propósitos.
O desafio é o nosso aprendizado tecnológico e a conexão com os conteúdos e
conhecimentos exigidos pelo currículo, que, desde o princípio, já menciona as
ferramentas tecnológicas como necessárias ao desenvolvimento do ensino na escola, nos
princípios para um currículo comprometido com o seu tempo, uma escola que também
aprende, “A tecnologia imprime um ritmo sem precedentes ao acúmulo de conhecimentos
e gera profunda transformação quanto às formas de estrutura, organização e distribuição
do conhecimento acumulado. Nesse contexto, a capacidade de aprender terá de ser
trabalhada não apenas nos alunos, mas na própria escola, como instituição educativa.
16
Isso muda radicalmente a concepção da escola: de instituição que ensina para instituição
que também aprende a ensinar. Nessa escola, as interações entre os responsáveis pela
aprendizagem dos alunos têm caráter de ações formadoras, mesmo que os envolvidos
não se deem conta disso. Vale ressaltar a responsabilidade da equipe gestora como
formadora de professores e a responsabilidade dos docentes, entre si e com o grupo
gestor, na problematização e na significação dos conhecimentos sobre sua prática.”
Currículo do Estado de São Paulo – Ciências Humanas e suas Tecnologias (pg 10/11).
17
IV- A tecnologia em sala de aula, os desafios para a construção de uma
aprendizagem com significado educativo.
Quais os desafios para uma educação tecnológica com significado para a educação de
nossos alunos?
Segundo Liene Frota Chamchaum (3º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação -
Universidade Federal de Pernambuco - Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na
Educação): “O docente enquanto educador necessita de atualizações constantes para
discutir temas relacionados à disciplina que leciona, procurando ainda, desenvolver novas
formas metodológicas para trabalhar os conteúdos em sala de aula. Esta é uma prática
que deve sempre acompanhar o docente e educador. No entanto, ainda nos deparamos
com uma prática pedagógica focada no tradicional e não disposta a acompanhar as
inovações educacionais.”
Em Mazon e Trevizan (Fecundando o processo da interdisciplinaridade
na iniciação científica, 2001, pg. 83): “O enfoque disciplinar moderno é consequência
essencial da postura científica altamente racional e rigorosa que promove a excessiva
especialização e fragmentação, resultando em alienação e depauperamento do ser
humano.”
Dessa maneira, o grande desafio para o professor, enquanto agente no processo de
aprendizagem-ensino-aprendizagem é, além de se manter atualizado com o
desenvolvimento das novas tecnologias que garantam o ganho no aprendizado coerente
com o Currículo, procurar manter o foco na sua disciplina e na prática pedagógica,
evitando, dessa maneira, a fragmentação e a perda de foco no objeto estudado.
A qualificação dos profissionais de educação no uso das ferramentas de tecnologia e o
aproveitamento destas para levar adiante a formação do alunado em suas disciplinas é o
desafio atual do ensino, que poderá levar a educação que temos hoje a novos patamares
de qualidade e garantirá, dentre outras coisas, sua inserção aluno na sociedade e melhor
qualificação para o mundo do trabalho.
18
O professor tem que garantir a pertinência dos objetos tecnológicos com o conteúdo
curricular a ser apreendido e avaliar os resultados obtidos para garantir a continuidade e
melhoria das condições de ensino e aprendizagem.
O professor garantirá o atendimento à grade curricular exigida pelo Currículo e, ao mesmo
tempo, incentivará o aluno a buscar novas formas de interação com a tecnologia e a sua
disciplina, tornando o aprendizado mais significativo e agradável, tendo em vista que
estarão utilizando de uma maneira produtiva a tecnologia disponível na atualidade.
19
V- Educação e Tecnologia, até onde é possível aprender com tecnologia?
O que é educação tecnológica?
Muitas escolas do Brasil já possuem um laboratório de informática com acesso à Internet,
softwares educacionais e programas básicos (editores de texto, programas de edição de
imagens e apresentações, planilhas de cálculo, etc).
Como utilizar os recursos tecnológicos de maneira a garantir o desenvolvimento do
aprendizado do aluno? Somente a existência dos recursos tecnológicos nas escolas
garantirá uma educação de mais qualidade? Estas são apenas algumas questões
levantadas por educadores brasileiros.
Se o computador é apenas uma ferramenta, sem o auxílio de um professor qualificado ele
não é capaz de trazer avanços educacionais, o aprendizado depende muito de uma
utilização adequada dos recursos da tecnologia, já que há a necessidade de um projeto
pedagógico que envolva cada disciplina e os recursos do computador, somente o uso do
software não garante o aprendizado, tornando nosso aluno mero digitador sem
consciência sobre o uso desses recursos.
Uma escola que resolve utilizá-lo como recurso didático necessita de bons professores,
preparados e treinados, para utilizar os recursos oferecidos por este sistema tecnológico
de forma significativa,o professor deve agir como um orientador do projeto que está sendo
desenvolvido e os alunos, dessa maneira, conseguirão atingir os resultados esperados
pelos educadores.
Quando procuramos recursos didático-pedagógicos na internet, geralmente o resultado
que obtemos é uma grande profusão de textos, links para outros sites, planilhas,
apresentações, vídeos, vídeo aulas, etc., todos com as mais variadas orientações e
visões sobre os saberes procurados.
Somente em geografia, quando efetuamos qualquer pesquisa sobre temas ligados à
disciplina, podemos ter respostas em várias páginas, com dezenas ou centenas de links
para sites que contenham o resultado da pesquisa, como, por exemplo:
20
www.sogeografia.com.br
www.brasilescola.com/geografia
pt.wikipdeia.org/wiki/Geografia
www.ibge.gov.br
www.ibge.gov.br/english/
www.escolakids.com/geografia
www.geografiaparatodos.com.br
www.educação.uol.com.br/geografia
www.geografia.uol.com.br
www.mundoeducação.com.br/geografia
www.periodicos.pucmina/index.php/geografia
www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia
e-revista.unioeste.br/index.php/geoemquestao
www.revistas.ufg.br/index.php/bgg
periodicos.uem.br/ojs/index.php/BolGeogr
www.unb.br/aluno_de_graduacao/cursos/ geografia
www.ppgg.ufam.edu.br/
pt.wikipedia.org/wiki/ Geografia do_Brasi l
www . geografia .ufrj.br /
guiadoestudante.abril.com.br › Home › Profissões
www . geografia .seed.pr.gov.br /
geografia .org.br /
www . geografia .fflch.usp.br /
cascavel.ufsm.br/revista geografia /index.php/revista geografia
www.ufpe.br/rbgfe/index.php/revista
www . geografia .ufc.br /
br.groups.yahoo.com/group/lista geografia /
www.sorocaba.ufscar.br/ufscar/?curso=22
www3.ufpa.br/ppgeo/
www.ppg geografia .ufpr.br /
www.campoterritorio.ig.ufu.br/
www.posgeo.ufba.br/
www.facebook.com/pages/ Geografia -Depressão/252902311432116
21
depgeounir.blogspot.com/
www.igc.ufmg.br/
www.ufrgs.br/ geografia /
Como se pode perceber, atualmente há uma grande variedade e diversidade de sites
onde podemos encontrar desde informações as mais sérias, como as ligadas a órgãos
governamentais os mais diversos, universidades e outras instituições educacionais, até
mesmo sites de pesquisa como o www.wikipedia.org, sites de busca de informações e
blogs de pessoas que disponibilizam na internet os mais variados conteúdos, sejam
educacionais ou não.
Cabe ao orientador da pesquisa que oriente ao aluno a descartar informações não
confiáveis e procurar apenas em locais onde exista mais confiança e segurança na
informação. Dessa maneira, o papel do professor não fica restrito apenas à sua prática
didático-pedagógica, sendo ampliado para o de instrutor e construtor do conhecimento
dos nossos alunos.
22
VI – O papel do professor como selecionador de conteúdo
Qual o papel do professor no processo de aprendizagem e uso de tecnologia?
O professor acaba tendo grande importância no processo de aprendizagem de seus
alunos, pois partem dele, sempre tendo em vista as orientações curriculares pertinentes à
sua disciplina, as considerações teóricas e construções de sistemas cognitivos que serão
percebidos e utilizados por seus alunos.
Dessa maneira, quando procuramos utilizar as TIC’s como ferramentas que auxiliem na
construção do aprendizado, temos que ter sempre muito cuidado de estar garantindo um
aprendizado significativo e pertinente, de fontes confiáveis.
A liberdade de escolha na procura das informações deve ser garantida, desde que nossos
alunos sejam orientados a procurar nos locais indicados em bibliografia prévia e, também,
em outros locais os quais eles tenham mais familiaridade e, dessa forma, fazendo a
confrontação entre os dados obtidos naqueles sítios e os resultados esperados de suas
pesquisas. Eventuais discrepâncias entre as informações obtidas irão ajudá-los a
compreender que é sempre importante verificar a procedência e correção das
informações, bem como mostrar que nem todas as informações disponibilizadas na rede
web são confiáveis, cabendo a eles o trabalho de procurar sempre em mais de uma fonte
qualquer tipo de informação, para que possam ter segurança de que sejam corretas as
respostas obtidas.
Selecionar locais para pesquisa não implica em que toda a verdade esteja apenas nos
locais indicados pelo professor, mas que é um caminho seguro que garantirá que seu
aprendizado seguirá de acordo com o esperado para sua série, sempre tendo como
premissa as orientações do currículo do estado de São Paulo.
23
VII- Utilizando a tecnologia em sala de aula
Identificados os atuais usos de tecnologia no ambiente escolar, passo a propor outros
meios de utilização dos equipamentos disponíveis:
1. Vídeo aulas temáticas, com temas vinculados aos conteúdos abordados nos
bimestres;
2. Aulas com utilização dos computadores da unidade, visando à melhor
compreensão dos conteúdos, bem como possibilidades de pesquisa mais ampla dos
conteúdos abordados no bimestre;
3. Criação de blogs e web sites por turma e a consequente construção de
conhecimento digital sobre os conteúdos abordados e sua disponibilização imediata;
4. Possibilidade de avaliação de atividades por e-mail, blog ou outro meio eletrônico
possível;
5. Ampliação do universo cultural e científico, com a interação dos alunos com a
documentação científica disponibilizada na internet, através da pesquisa e consulta a sites
e bibliotecas digitais disponíveis;
6. Outras utilizações de tecnologia concorrentes à melhor fixação e ampliação do
conhecimento.
O Currículo adotado pelo Estado na disciplina Geografia nos traz grandes possibilidades
de utilização das ferramentas de informática para a fixação de conceitos e conteúdos
diversos dentro desta área do conhecimento, tendo em vista a grande diversidade de
temas possíveis de ser abordados.
De acordo com o Currículo do Estado de São Paulo para a disciplina de Geografia (pg.
75/76 , temos: “O encurtamento das distâncias, associado à expansão das redes de
comunicação e transporte, tanto de mercadorias quanto de pessoas e informações, assim
como as alterações promovidas no mundo do trabalho pelo advento cada vez mais
24
acelerado de novas tecnologias, permitem, a todo momento, vislumbrar um leque de
interações capazes de romper com as barreiras culturais, aproximando lugares e mundos
diferentes.
Como afirma o sociólogo Anthony Giddens (2000), “quando a imagem de Nelson Mandela
pode ser mais familiar para nós que o rosto de nosso vizinho de porta, alguma coisa
mudou na natureza da experiência cotidiana”.”
Ainda com relação ao Currículo do Estado de São Paulo (pg. 76), “Enfim, esta nova
dimensão de espaço – o virtual –, que, de acordo com David Harvey (1996, p. 219),
imprime uma compressão do tempo-espaço de forma tão radical, influenciando inclusive a
maneira como representamos o mundo para nós mesmos, deve ser prioridade para o
ensino da Geografia do século XXI.”
Finalmente, o Currículo do Estado de São Paulo (pg. 76), “A revolução provocada pelo
advento das tecnologias de comunicação e informação, responsáveis pelo surgimento
dessa nova concepção de espaço, e que representa de forma contundente uma das
grandes revoluções do nosso tempo, de forma contraditória, não atinge a todos
igualmente. Se, por um lado, provoca mudanças nas relações pessoais, socioculturais e
nas formas de produzir e trabalhar, por outro, tem sido responsável pela acentuação das
desigualdades entre povos e nações. Como enfatizou Tabo M’Beki, ex-presidente da
África do Sul, ainda existem mais linhas telefônicas na ilha de Manhattan do que em toda
a África, ao sul do Saara.”
Seguindo as orientações curriculares do Estado de São Paulo, para a disciplina de
Geografia, os desafios para utilização dos recursos tecnológicos estão postos, pois a
compreensão da dimensão virtual do espaço é mesmo prioridade dentro de nossa
disciplina.
Sendo assim, todos os recursos apresentados neste tópico deverão ser apreendidos por
nós, professores, e utilizados como recurso essencial para a realização do aprendizado
com nossos alunos. O desafio está lançado e temos que procurar aprender e, além de
aprender, construir novos saberes com os recursos que temos à nossa disposição.
25
Referências Bibliográficas
Currículo do Estado de São Paulo: Ciências Humanas e suas tecnologias / Secretaria da
Educação: coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Paulo Miceli. - São
Paulo: SEE, 2010.
Almeida, F. J. & Fonseca Júnior, F. M. Projetos e ambientes inovadores. Secretaria de
Educação a Distância. Brasília, Ministério da Educação, SEED-Proinfo, 2000.
Almeida, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação, Projetos, Tecnologia e Conhecimento
– 1ª ed. - São Paulo: PROEM, 2001.
Chamchaum, Liene Frota. Contribuição Para o Ensino Aprendizagem de
Geografia Utilizando Computador, in 3º Simpósio Hipertexto e Tecnologias da Educação –
redes sociais e aprendizagem – Anais Eletrônicos. Universidade Federal de Pernambuco -
Núcleo de Estudos de Hipertexto e Tecnologias na Educação.
Mazon, Luciano e Trevisan, M. A.. Fecundando o processo da interdisciplinaridade na
iniciação científica. Rev Latino-am Enfermagem 2001 julho; 9(4):83-7.
26