EDIÇÃO 33 • JULHO DE 2019...reinventando o mercado da saúde IR PARA PÁGINA ... No dia em que o...

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360 EDIÇÃO 33 • JULHO DE 2019 Inovação ao alcance das mãos Conheça soluções que estão reinventando o mercado da saúde IR PARA PÁGINA 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

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360EDIÇÃO 33 • JULHO DE 2019

Inovaçãoao alcance das mãosConheça soluções que estão reinventando o mercado da saúde

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A aprovação da reforma da Previdência em pri-meiro turno pela Câmara dos Deputados, com 379 votos favoráveis (eram necessários 308), co-locou Câmara dos Deputados e Senado Federal nos holofotes, transformando-os nos protagonis-tas da política nacional. Me refiro, aqui, ao bom protagonismo, aquele que agrega, que anda para frente, que assume posição de destaque por servir à Nação e aos brasileiros. É bom dife-renciar esse papel daquele outro, anteriormente desempenhado pelo próprio poder Legislativo que sequer analisava a conveniência para o país e, sim, aprovava ou não de acordo com interesses pessoais e/ou corporativos, não importando se a sociedade precisava ou não daquela determina-da medida.

Foram apenas 131 votos contrários à nova Previdência. A margem folgada surpreendeu até ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e mostra uma consciência social por parte dos deputados federais que há muito não víamos. Acompanhei pela TV a votação e, confesso, fiquei emocionado com o resultado. Estamos escrevendo um impor-tante capítulo na história desse país, que pode nos levar ao crescimento e desenvolvimento que tanto almejamos.

A FEHOESP e todos os seus sindicatos filiados defenderam e apoiaram a reforma da Previdência desde o início, pois sabemos que, sem ela, novos investimentos em setores essenciais para a socie-

dade, como a saúde, são inviáveis. Somente com a reforma previdenciária é possível melhorar o Sis-tema Único de Saúde (SUS), o financiamento do setor e propiciar um cenário mais otimista aos in-vestidores e empresários. Sem isso fica difícil gerar empregos, hoje outro grande problema do país.

O segundo turno de votação da reforma, na Câmara dos Deputados, acontecerá no início de agosto. Depois, é a vez do Senado discutir, votar e – esperamos – aprovar a reforma. Até que esse processo esteja concluído precisamos estar aler-tas para que nenhuma nova declaração do Presi-dente da República provoque desgastes e atritos que podem colocar tudo a perder.

A reforma da Previdência por si só não vai ti-rar o Brasil da crise, mas é um excelente começo. Paralelamente, a sociedade também precisa agir para pressionar seus representantes a debater uma reforma administrativa do Estado, impor-tante para melhorar a qualidade do gasto públi-co, além da reforma tributária. Enquanto o país avança e mostra sinais de maturidade, Bolsonaro se mostra mais preocupado em fazer do filho um embaixador nos EUA. Lamentável, mas vamos continuar fazendo a nossa parte e como já disse nosso grande artista brasileiro: “apesar de você, amanhã há de ser outro dia”.

Yussif Ali Mere JrPresidente

Legislativo assume o protagonismo

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ÍNDICE0506

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Iniciativas, serviços e aplicativos inovadores em saúde já estão presentes

nas empresas, transformando o setor

CAPA 16

Governo e iniciativa privada unem forças para combater surto de sarampo em São Paulo

Artigo: a revisão da RDC 50, que regula projetos de estabelecimentos de saúde, e seus impactos no setor

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Destaque on-line

Notas e Índice de Inflação dos Serviços de Saúde FEHOESP

Confira no Boletim Econômico da Federação a evolução dos leitos no país

FEHOESP e Cruz Vermelha se unem para oferecer mais uma opção em qualificação profissional

ANS divulga a produção assistencial da saúde suplementar no ano passado

28

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DESTAQUE ON-LINE

No dia em que o Brasil comemorou o Dia do Hospital, 2 de julho, a FEHOESP divulgou para a imprensa nacional release defendendo um modelo assistencial que priorize a prevenção, a atenção básica e o atendimento “no lugar certo”. “Muitos pacientes acabam procurando os prontos-socorros de hospitais por oferecerem atendimentos mais rápi-dos e eficientes, quando na verdade deveriam procurar um consultório, uma UBS, um posto de saúde”, alerta o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr.

Ele explica que o hospital é um elo importante da cadeia de saúde, mas pela complexidade, estrutura e tecnologias que dispõe, deveria tra-tar prioritariamente casos mais complexos. “Hoje, pelas deficiências do sistema de saúde brasileiro, tanto público quanto privado, o hospital aca-ba suprindo as falhas do sistema e vira, muitas vezes, porta de entrada”.

A Federação, que hoje representa cerca de 55 mil serviços privados de saúde, defende um sistema de saúde hierarquizado e integrado, onde ações de assistência se complementem. Nesse contexto, é preciso valo-rizar as ações de promoção e prevenção e toda rede assistencial, que começa com o programa médico de família, os serviços primários de saúde, os consultórios, as UBS, os ambulatórios de especialidades, os serviços de diagnósticos, as clínicas até chegar ao hospital.

Nessa cadeia - explica o presidente da Federação - o hospital fica como uma das últimas opções por se tratar de um equipamento de alto custo. “É importante esclarecer que quem precisa de hospital deve ter acesso a ele. Defendemos apenas uma hierarquização da assistência em benefício do cidadão e da sustentabilidade do sistema de saúde, que precisa ser mais resolutivo e eficiente”, afirma.

Como mudar isso?A FEHOESP defende a informatização total do sistema, com integração de dados de saúde públicos e privados; a melhoria do atendimento pri-mário e secundário, especialmente no SUS; o enfoque em ações pre-ventivas que destaquem hábitos saudáveis e o esclarecimento da po-pulação.

“O hospital sempre foi – desde sua origem histórica - um local de acolhimento. Sofrer, padecer de algum mal ou simplesmente suspeitar que está doente leva o paciente a pensar no hospital como um lugar adequado para resolver seus problemas. Mas, na verdade, precisamos conscientizar a população que nem sempre isso é verdadeiro. As auto-ridades de saúde também precisam agir para tornar o sistema de saúde mais eficiente”, finaliza Yussif Ali Mere Jr.

Quem segue as redes sociais da FEHOESP verificou que, no intuito de conscientizar a população sobre como procurar o atendimento certo no lugar certo, a Federação fez vários posts em suas redes durante o mês de julho. Você ainda não é seguidor da FEHOESP? Não perca tempo, acesse o Facebook, Instagram, Twitter e Linkedin da Federação e tenha acesso a informações e campanhas em primeira mão.

PORTAL FEHOESP 360

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Atendimento certo no lugar certo

O portal da FEHOESP divulgou a Resolução Operacional (RO) 2.439, de 19/07/2019, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que dispõe sobre a instauração do regi-me de direção fiscal na operadora Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). Segundo a ANS, isso ocorreu em decorrência de anormalidades econômico- financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento à saúde.

O índice de reajuste dos planos individuais e familiares, com vigência de 1º de maio de 2019 a 30 de abril de 2020,

Saúde suplementar

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NOTAS

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo divul-gou, em 19 de julho, a quarta fase do Corujão da Saúde. Des-ta vez, estabelecimentos de saúde da região de Bauru inte-ressados em prestar serviços de radioterapia ao Governo do Estado podem manifestar seu interesse. A Resolução da SES não previu data limite para isso.

Nessa quarta fase, as instituições aderentes definirão sua capacidade de atendimento, conforme tipologia definida. Os pagamentos serão realizados com base na tabela SUS,

Corujão da Saúde inicia quarta fasecom recursos provenientes do Ministério da Saúde. A FEHOESP é parceira da SES na divulgação do Corujão da Saúde por acreditar que a melho-ria do setor de saúde passa por maior integração entre os setores público e privado. Dúvidas e in-formações podem ser sanadas diretamente na Federação pelo tel (11) 3224-7171, ramal 211, com Patrícia Molina.

IEPAS divulga agenda de cursos do segundo semestreO Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS), instituição criada e mantida pela FEHOESP e pelo SINDHOSP, está divulgando sua agenda de cursos e even-

ÍNDICE DE INFLAÇÃO

Índice de Inflação dos Serviços de Saúde FEHOESP – IISSF – junho 2019

% Índice Indicador Cálculo

Salários e encargos 55,00 INPC-IBGE 0,0100% 0,0055%

Materiais médicos de uso do paciente 20,00 IPC-FIPE 0,3000% 0,0600%

Materiais de consumo geral 2,00 IPCA-FIPE 0,0100% 0,0002%

Serviços de nutrição e dietética 4,00 IPCA-FIPE Alimentação -0,5100% -0,0204%

Manutenção de edifício e equipamentos 4,00 IGPM-FGV 0,8000% 0,0320%

Limpeza 3,00 INPC-IBGE 0,0100% 0,0003%

Despesas gerais 12,00 IGPM-FGV 0,8000% 0,0960%

Total 0,1736%

tos para o segundo semestre deste ano. Basta acessar iepas.org.br, e clicar nas datas grifadas do calendário que aparece na tela inicial da página.

também foi divulgado pelo portal da FEHOESP: será de 7,35%, ou seja, superior à inflação dos últimos 12 meses ( ju-nho de 2018 a junho de 2019) medida pelo INPC (IBGE), de 3,31%. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União em 23 de julho.

O Departamento de Assistência à Saúde (DAS) da FEHOESP está à disposição dos prestadores de serviços do Estado caso necessitem orientações sobre temas relaciona-dos à área. Basta telefonar para (11) 3221-7474, ramal 230, com Kátia.

A evolução dos leitos no paísm março de 2019, o Sistema Único de Saúde

(SUS) contabilizou 330.037 leitos, divididos en-tre leitos gerais e complementares. Ao comparar março de 2019 com dezembro de 2018, nota-se o fechamento de 957 leitos SUS no país, o que significa uma redução de 0,3% no número total de leitos, segundo o Cadastro Nacional de Esta-

belecimentos de Saúde (CNES). Quanto aos leitos não SUS no Brasil, ou seja, leitos privados volta-dos ao sistema suplementar e/ou ao pagamento particular, nota-se a abertura de 3.021 novos, com crescimento de 1,9% no período em questão. A informação consta da sexta edição do Boletim Econômico da FEHOESP. Veja tabela abaixo:

E

BOLETIM ECONÔMICO

Edição nº 6 - maio de 2019 Dados de janeiro a março de 2019 07

Leitos

SUS Não SUS

Saldo no trimestre Variação % Saldo no trimestre Variação %

Mar19 Dez18 Mar19/Dez18 Mar19 Dez18 Mar19/Dez18

Leitos gerais 299.225 300.280 -0,4% 134.746 132.508 1,7%

Cirúrgicos 74.642 74.744 -0,1% 42.460 41.926 1,3%

Clínicos 107.768 107.812 0% 47.518 46.617 1,9%

Obstétricos 39.329 39.535 -0,5% 13.211 13.075 1%

Pediátricos 39.108 39.302 -0,5% 10.384 10.271 1,1%

Outras Especialidades 33.075 33.640 -1,7% 15.482 15.075 2,7%

Hospital/Dia 5.303 5.247 1,1% 5.691 5.544 2,7%

Leitos complementares 30.812 30.714 0,3% 28.174 27.391 2,9%

Unidade intermediária 5.024 4.964 1,2% 3.829 3.711 3,2%

Unidade intermediária neonatal 508 530 -4,2% 18 25 -28%

Unidade isolamento 3.204 3.203 0% 1.107 1.088 1,7%

UTI adulto 14.393 14.371 0,2% 16.054 15.646 2,6%

UTI pediátrica 2.504 2.504 0% 2.187 2.036 7,4%

UTI neonatal 4.760 4.722 0,8% 4.281 4.209 1,7%

UTI de queimados 158 164 -3,7% 75 75 0%

UTI coronariana tipo II e III 261 256 2% 623 601 3,7%

Total de leitos 330.037 330.994 -0,3% 162.920 159.899 1,9%

Tabela - Brasil: Leitos hospitalares por especialidades e complementares - SUS e Não SUS

Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES) - Consulta 16/04/2019

PARCERIA

ma nova parceria nasce no setor da saúde: de um lado a FEHOESP, uma instituição que repre-senta os hospitais, clínicas e laboratórios no Es-tado de São Paulo, trazendo vitórias políticas e conteúdo de qualidade para tomada de decisões de seus associados; e do outro a Cruz Vermelha Brasileira, braço paulista de uma entidade pre-sente em mais de 191 países com atuação cente-nária em causas humanitárias. “A Cruz Vermelha tem atuação mundial e tivemos a oportunidade de conhecer melhor o trabalho de voluntariado e de educação na área de saúde praticado pela

U entidade por meio da representação localizada em São Paulo, a Cruz Vermelha Brasileira”, afirma Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP.

A Cruz Vermelha surgiu há 155 anos. Foi fun-dada por Henry Dunant, que teve a ideia de criar uma organização humanitária após participar da Batalha de Solferino (ocorrida durante a Segunda Guerra da Independência italiana, em 1859, ten-do como vitorioso o exército francês), onde teve contato com o sofrimento de diversos soldados e demais pessoas envolvidas no conflito. Após es-

FEHOESP e Cruz Vermelha se unem para oferecer mais uma opção em qualificação profissional

08

Uma parceria de qualidade

POR ELENI TRINDADE

crever um livro sobre tudo o que viu e convidar amigos para pensar com ele uma solução para di-minuir o sofrimento das vítimas da guerra, criou uma lista de direitos para pessoas envolvidas em confrontos. A iniciativa de Dunant deu origem à Convenção de Genebra, importante documento que foi a base para a estruturação do Direito In-ternacional Humanitário.

Ao Brasil, a Cruz Vermelha chegou em 1908 por meio da criação da primeira representação no Rio de Janeiro (RJ), onde fica a sede nacional até hoje. A entidade está em São Paulo desde 1912 e logo de início atuou na Capital paulista com a criação da Escola de Enfermagem. De lá para cá, a atuação se estendeu por todo o Estado, com tra-balhos em prevenção de desastres, parceria com a Defesa Civil, mapeamento de riscos dentro de comunidades carentes e capacitação de lideran-ças comunitárias para atuarem na linha de frente, e com rapidez, na prevenção de sinistros e em ocorrências de emergência.

“No que diz respeito à resposta em ocorrência, nós somos um dos principais braços do poder pú-blico, principalmente do Departamento de Assis-tência Social e da Defesa Civil”, explica Aline Rosa, gerente de Projetos Sociais e Voluntariado da

Cruz Vermelha Bra-sileira. “Por exemplo, no ano passado, no in-cêndio do Paissandu (Pré-dio Wilson Paes de Barros, em 1º de maio de 2018, que deixou sete mortos e dois desaparecidos), trabalhamos de maio a agosto focados no atendimento humanitário às pesso-as que foram acometidas pelo incêndio”, explica ela. De acordo com Aline, foram mais de 1.200 voluntários envolvidos e a entidade firmou-se, na ocasião, como posto de coleta, arrecadando sete toneladas de itens necessários, mas também au-xiliando com apoio psicológico e social, fazendo acolhimento no abrigo. “Essa atuação é necessá-ria porque as pessoas perdem seu ponto de refe-rência”, destaca ela.

O trabalho de voluntariado, uma das marcas da entidade, dura o ano todo. A Cruz Vermelha Brasileira trabalha com um banco de dados com

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Aline Rosa, gerente de Projetos Sociais e Voluntariado da Cruz Vermelha Brasileira

Incêndio no prédio Wilson Paes de Barros, em 1º/5/2018, deixou sete mortos e dois desaparecidos

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duas mil pessoas inscritas, que são convidadas a assistir a uma palestra, com duração de cerca de uma hora, sobre a história e a atuação da entida-de. “É comum as pessoas criarem a expectativa de que, sendo voluntárias da Cruz Vermelha, vão fazer resgates em escombros numa área de alto risco ou em situações de grandes desastres. Esse encontro é justamente para alinhar esses detalhes e para os participantes saberem o que realmente podem fazer para contribuir como voluntário”, ex-plica a gerente da Cruz Vermelha. Ao assumir essa função, o indivíduo passa por um processo de ca-pacitação, que vai desde o básico, que é uma for-mação institucional, até um treinamento especí-fico de acordo com a área que ele vai se envolver. Para participar, é necessário fazer inscrição no site www.cruzvermalhasp.org.br.

Parceria

Com a cooperação entre a FEHOESP e a Cruz Ver-melha Brasileira, agora os associados da Federa-ção terão mais uma opção de serviço. Os colabo-radores das empresas associadas terão desconto de 10% na matrícula e mensalidades nos cursos de especialização, técnicos, capacitação e cursos in company. “O convênio da FEHOESP vai propor-cionar aos colaboradores dos nossos associados uma formação qualificada, com nível de qualida-de excelente. É mais um serviço que a Federação traz para fortalecer seu portfólio”, destaca Luiz Fernando Ferrari Neto. Mais informações no Portal FEHOESP 360.

PARCERIA

O vice-presidente do SINDHOSP, Luiz

Fernando Ferrari Neto

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Cursos

Com um braço educacional voltado para a forma-ção na área da saúde, a Cruz Vermelha Brasileira mantém cursos voltados para a formação técnica com maior duração para capacitar mesmo quem não tem vivência na área. Com cerca de 1.200 alunos matriculados atualmente, os principais cursos são: Radiologia, Auxiliar e Técnico de En-fermagem. Os cursos de menor duração abran-gem desde cuidados com idosos até berçarista, recreacionista, bombeiro civil e primeiros socor-ros, entre outros. A entidade promove, ainda, cur-sos in company para treinamento de equipes em empresas.

Hospital

Antigo Hospital Defeitos da Face, hoje o Hospital da Cruz Vermelha Brasileira em São Paulo é uma das referências na área de tratamento de quei-maduras e cirurgias plásticas reparadoras e vem ampliando seu portifólio de atendimento. “O hos-pital está em um processo de melhoria contínua e está passando pelo processo de acreditação da ONA (Organização Nacional de Acreditação), em que alinhamos nossos processos focando na se-gurança do paciente”, explica Sebastião César de Vasconcellos, diretor Médico da instituição.

Por ser um hospital eminentemente cirúrgico, explica ele, o foco é a qualidade total com proces-sos bem definidos, desde a entrada do paciente, passando por toda a ala de internação até a alta. “Estamos alinhados com o mercado de saúde e aptos a oferecer ao nosso paciente, ao nosso médico cirurgião, colaboradores e familiares um serviço de primeira linha. O próximo passo é am-pliarmos o atendimento da estrutura para ofere-cer cirurgia do aparelho digestivo laparoscópica, cirurgia gi-necológica videolapa-roscópica e, ainda, um centro cirúrgi-co de ortopedia”, enumera ele.

Sebastião César de Vasconcellos, diretor Médico

A Agência Nacional de Saúde Suplemen-tar (ANS) divulgou, em meados de julho, o Mapa Assistencial 2018, que traz os procedimentos re-alizados pelas operadoras de planos de saúde, como consultas, internações, exames e terapias, durante o ano, bem como a despesa assistencial. “O setor mostra pujança, apesar de o número de beneficiários de planos de saúde ter ficado estável. A pergunta que temos que fazer, como gestores, empresários e lideranças é: podemos ser mais eficientes e resolutivos com os mesmos

ANS divulga a produção assistencial da saúde suplementar no ano passado. Foram 1,4 bilhão de procedimentos

médico-hospitalares com despesas de R$ 160 bilhões

SAÚDE SUPLEMENTAR

recursos?”, questiona o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr.

O número de beneficiários de planos de as-sistência médica cresceu apenas 0,23% de 2017 para 2018, passando de 47.154.344 beneficiários para 47.264.010. Já o número de consultas por beneficiário apresentou leve queda de um ano para outro: de 5,9 consultas por usuário em 2017, para 5,8 consultas em 2018 (Gráfico 1). Cerca de 20% dessas consultas foram realizadas em servi-ços de urgência e emergência.

Os números do

Mapa Assistencial 2018

POR ANA PAULA BARBULHO

12

Também ficou estável o número de consultas ou outros procedimentos realizados por profis-sionais não médicos, identificados no item assis-tencial “outros atendimentos ambulatoriais”. A Instrução Normativa (IN) nº 21/DIPRO/2009 define outros atendimentos ambulatoriais como aqueles realizados em regime ambulatorial de caráter ele-

2,00

1,80

1,60

1,40

1,20

1,00

0,80

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0,93

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0,05 0,03 0,06 0,040,14

0,38

1,01

0

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3

4

5

6

7

8

7,00

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5,00

4,00

3,00

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1,00

Gráfico 1 - Número de consultas médicas por beneficiários da Saúde Suplementar

Fonte: SIP/ANS/MS e SIB/ANS/MS.

5,76,0 6,1 6,0 6,05,9 5,9 5,9

5,2 5,3 5,25,8

Autogestão Cooperativa Médica Filantropia Medicina de Grupo

Seguradora Especializada em Saúde

Total

2017 2018

tivo, urgência ou emergência. Esses procedimen-tos incluem as consultas/sessões, como também outros procedimentos realizados em ambiente ambulatorial, por exemplo, as vasectomias. Dos atendimentos ambulatoriais, os mais realizados são as consultas com fisioterapeutas, seguidas pelas consultas com psicólogos (Gráfico 2).

Gráfico 2 - Número de outros procedimentos ambulatoriais por tipo de procedimento e por beneficiário, 2017 e 2018

Outros atendimentos ambulatoriais não discriminados

Fonte: SIP/ANS/MS e SIB/ANS/MS.

2017 2018

Consultas/sessões com Fisioterapeuta

Consultas/sessões com Psicólogo

Consultas/sessões com Fonoaudiólogo

Consultas/sessões com Nutricionista

Consultas/sessões com Terapeuta Ocupacional

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Já as seguintes terapias: transfusão ambulato-rial, quimioterapia sistêmica, radioterapia mega-voltagem, hemodiálise aguda, hemodiálise crô-nica e implante de dispositivo intrauterino – DIU, tiveram um aumento de aproximadamente 20% em 2018, em relação ao ano anterior (Gráfico 3).

passado de 0,17 para 0,29 exame de hemoglobina glicada por beneficiário/ano, o que corresponde a um incremento anual de cerca de13%. De acor-do com o VIGITEL Saúde Suplementar, ano base 2017, entre 2008 e 2017, o número de beneficiá-rios de planos de saúde, com 18 anos ou mais, residentes em uma das 26 capitais ou no Distrito Federal, diagnosticados com diabetes, passou de 5,8 para 6,9. “Isso mostra a importância dos exames preventivos”, defende o presidente da FEHOESP (Gráfico 4).

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SAÚDE SUPLEMENTARBr

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Gráfico 3 - Número de terapias realizadas por beneficiário em 2017 e 2018

Fonte: SIP/ANS/MS e SIB/ANS/MS.

2,5

2,0

1,5

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0,5

2017 2018

1,7

2,0

O número de exames complementares cres-ceu 5% em relação a 2017, segundo o Mapa As-sistencial da ANS. Dentre os exames que apre-sentaram maiores aumentos, destacam-se os de hemoglobina glicada, holter de 24 horas e resso-nância magnética. “O envelhecimento populacio-nal e, consequentemente, o aumento de doenças crônicas, faz com que o número de exames para diagnóstico e controle dessas doenças cresça”, afirma o presidente da FEHOESP, Yussi Ali Mere Jr.

A publicação da ANS traçou um paralelo dos últimos cinco anos (de 2014 a 2018) entre o núme-

ro de exames de hemoglobina glicada, que pos-sibilita o diagnóstico do diabetes tipo

2, e as internações por essa cau-sa. A relação do número des-

ses exames por beneficiário apresentou um significativo aumento no período, tendo

Yussif Ali Mere Jr,presidente da FEHOESP

Gráfico 4 - Número de exames de hemoglobina glicada por beneficiário da saúde suplementar

Fonte: SIP/ANS/MS e SIB/ANS/MS.

O aumento no número de exames de hemo-globina glicada manteve estável as internações que têm como causa o diabetes tipo 2 (Gráfico 5).

Gráfico 5 - Número de internações por diabetes mellitus por 1.000 beneficiários da saúde suplementar

Fonte: SIP/ANS/MS e SIB/ANS/MS.

0,8

0,7

0,6

0,5

0,4

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2014 2015 2016 2017 2018

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0,10

0,05

2014 2015 2016 2017 2018

NúmerosA produção assistencial do setor de saúde suplementar em 2018 totalizou 216,4 milhões de consultas médicas ambu-latoriais, 57,4 milhões de consultas em serviços de urgên-cia e emergência, 164,2 milhões de outros atendimentos ambulatoriais (o que inclui consultas e sessões com nutri-cionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupa-

cional, psicólogo e outros procedimentos ambulatoriais), 861,5 milhões de exames complementares, 93,4 milhões de terapias e 8,1 milhões de internações (Tabela 1).

No total, os beneficiários de planos de saúde realizaram mais de 1,4 bilhão de procedimentos em 2018. Esse volume assistencial gerou uma despesa de R$ 160 bilhões (Tabela 2).

15

Para o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, o setor suplementar precisa encontrar meios de se tornar mais re-solutivo rapidamente. “O volume de despesas assistenciais é grande e sabemos que o setor não é sustentável a médio

prazo. Precisamos acelerar os debates e implementar novos modelos de negócios que agreguem valor para toda a ca-deia assistencial, e principalmente para o paciente”, defende Yussif Ali Mere Jr.

2017 2018

1º Sem. 2º Sem. 1º Sem. 2º Sem.

1. Consultas médicas 134.300.774 136.004.152 138.224.408 136.130.303

1.1. Consultas médicas ambulatoriais 106.705.275 107.612.136 107.928.414 108.496.825

1.2. Consultas médicas em Pronto-Socorro 27.275.224 27.995.430 30.026.483 27.339.415

2. Outros atendimentos ambulatoriais 79.162.442 77.835.887 82.549.594 81.687.963

3. Exames complementares 409.026.048 407.877.481 428.843.629 432.616.419

4. Terapias 39.260.170 37.956.069 44.196.607 49.215.994

5. Internações 3.894.475 4.082.656 3.922.290 4.188.267

5.1. Clínica 1.600.797 1.687.282 1.571.156 1.702.828

5.2. Cirúrgica 1.631.477 1.728.232 1.682.803 1.809.947

1º Semestre 2º Semestre

1. Consultas médicas 12.856.252.134,83 12.455.973.274,16

1.1. Consultas médicas ambulatoriais 8.736.540.359,18 8.820.833.885,52

1.2. Consultas médicas em Pronto-Socorro 3.467.530.902,92 2.980.925.385,32

2. Outros atendimentos ambulatoriais 6.630.066.713,58 6.662.367.829,59

3. Exames complementares 16.678.505.782,90 16.887.442.255,66

4. Terapias 6.190.181.270,37 6.598.857.114,30

5. Internações 34.610.189.168,79 33.569.192.721,39

6. Demais despesas médico-hospitalares 3.405.795.088,73 3.527.518.288,12

7. Procedimentos odontológicos 1.535.827.212,09 1.545.446.975,98

7.1 Consultas odontológicas iniciais 95.033.487,35 94.904.845,10

7.2 Procedimentos preventivos 220.360.923,70 213.697.585,20

7.3 Exodontias simples de permanentes (12 anos ou mais) 18.566.434,94 19.410.156,82

7.4 Próteses odontológicas 56.888.866,41 65.589.052,16

7.5 Próteses odontológicas unitárias (Coroa e restauração metálica fundida) 69.647.863,04 75.698.465,01

Tabela 2 - Despesas assistenciais para 2018 em R$ correntes

Fonte: SIP/ANS/MS - 04.2019.

Tabela 1 - Produção assistencial 2017 e 2018

Iniciativas de start ups reunidas em evento da FEHOESP mostram como é possível inovar e

manter negócios eficientes e rentáveis

POR ELENI TRINDADE

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Inovação na prática é possível

Omundo anda veloz e na atual era das respostas rápidas, das conexões instantâneas e do acesso fácil a qualquer tipo de informação, toda a ca-deia produtiva vem passando por mudanças. O setor da saúde, fundamental na economia brasi-leira, é um dos mais impactados pelas inovações que trazem conforto aos pacientes, agilidade no atendimento médico e melhora da performance da gestão dos estabelecimentos de saúde. Esses e outros temas foram debatidos com especialis-tas do setor durante o evento “Transformando a inovação em prática”, promovido pela FEHOESP no Dia do Hospital, 2 de julho, com patrocínio da Captalys.

De acordo com Carlos Alberto Ballarati, diretor executivo da I9med, todas essas mudanças vêm provocando uma verdadeira corrida no setor da saúde no Brasil porque várias tendências estão surgindo e se consolidando simultaneamente de tal maneira que estão revolucionando todo o seg-mento. Exemplos são o surgimento de grandes redes de hospitais e de laboratórios; o aumento da demanda de saúde, enquanto há déficit de lei-tos; crescimento de custos por um lado, mas com ganhos para a segurança do paciente de outro; sofisticação da tecnologia; envelhecimento da população; chegada de investidores internacio-nais; maior foco em atendimento primário, em informações genéticas e na longevidade das pes-soas; uso crescente da telemedicina; inteligência

CAPA

artificial associada à nanotecnologia para possi-bilitar testes e exames mais rápidos, completos e acessíveis, entre outras.

“A inovação vem ocorrendo cada vez mais rápido. Para efeito de comparação entre diferen-tes tecnologias ao longo da história humana, as inovações mais recentes atingiram um volume maior de pessoas num curto período de tempo: enquanto os aviões de carreira levaram 60 anos para chegar a um público de 50 milhões de pesso-as e o celular demorou 10 anos para atingir esse total, o Ichat (suporte online da Apple) demorou um ano, e o jogo Pokemón Go! levou apenas 19 dias”, explica Ballarati.

Aliada importante da qualidade no atendi-mento, a tecnologia impacta na humanização da medicina, na individualização cada vez maior dos tratamentos e medicamentos; na busca de mais eficiência na gestão e nos modelos de remune-ração dos prestadores de serviços. Para Luiz Fer-nando Ferrari Neto, vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP, os investimentos em hu-manização que hoje em dia são vistos como ino-vadores, na verdade são uma demanda do setor da saúde que já existe há muito tempo e que aca-baram ficando em segundo plano diante de tanta

inovação tecnológica. “Quando me formei em Medicina na Santa Casa de São Pau-

lo, um dos meus professores, que já tinha 50 anos de formado, dizia que não existia doença, mas, sim, do-ente. Ele enfatizava que a prática correta da medicina deveria ser a

de conversar com o pa-ciente, obter todo seu his-tórico e conhecer os sintomas para realmente elevar o cuidado com a pessoa. O fato é que o sistema cresceu, mudou muito e tornou-se hospitalocêntrico”, relata ele.

De fato, esse ainda é o retrato atual, mas, de acordo com Carlos Ballarati, grandes mudanças estão ocorrendo. “Os hospitais cada vez mais dei-xarão de tratar doenças para preveni-las, usando todas as inovações possíveis. Os planos de saúde também estão seguindo essa linha de cuidar cada vez menos da doença e mais da saúde das pes-soas que, por sua vez, estão ficando mais preo-cupadas em cuidar da própria qualidade de vida, que ainda é deixada nas mãos dos médicos e dos convênios”, ressalta o executivo da I9med. No entanto, há um entrave em toda essa avalanche tecnológica que precisa ser superado. Trata-se da quantidade incontável de informações produzi-das que não são devidamente usadas no setor. “A tecnologia e todas as inovações geram um volu-me de dados imenso e isso não é usado correta-mente na saúde. Ao mesmo tempo, a tecnologia na saúde eleva os custos e esse investimento pre-cisa ser colocado em prática para gerar benefícios para as empresas e para os pacientes”, destaca.

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Carlos Alberto Ballarati, diretor executivo da I9med

Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP

Público durante o evento “Transformando a inovação em prática”

Diversas são as soluções disponíveis no mer-cado para fazer uso correto dos dados e recursos disponíveis: da gestão mais eficiente dos gastos, passando por soluções técnicas para obter eco-nomia real de energia e de dinheiro, assim como a integração de dados que possibilitem atendi-mento mais ágil para casos graves até a sistema-tização de processos internos para a melhora do desempenho financeiro e qualitativo. Conheça, a seguir, algumas delas.

Para tirar o máximo de benefícios dos investi-mentos em inovação, as empresas precisam, paralelamente, atuar para fazer uma boa gestão do fluxo de caixa. De acordo com Lucas Castilho Muñoz, gerente de Portfólio da Captalys, gestora de crédito com foco no setor da saúde, todas as empresas, sejam de que tamanho forem, podem ter uma vida financeira mais sustentável. É preci-so, segundo ele, entender o contexto econômico para que a tomada de decisões seja a mais asser-

tiva possível. “No cenário externo, o aumento da taxa de juros americana está prestes a

acontecer, porque os EUA estão crescen-do internamente. Isso cria uma pressão

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Gestão do fluxo de caixa

interna por aumento de salários dos trabalhado-res locais, por causa do baixo nível de desempre-go que aquele país registra e porque o governo Trump está barrando a entrada de imigrantes, além de estar em uma ‘guerra’ de preços com a China”, explica ele. O “fator EUA” mantém a eco-nomia externa estabilizada e é bom para o Brasil.

Já o cenário interno brasileiro, de acordo com o economista, sinaliza uma expectativa positiva do mercado com as reformas. “Enquanto a Pre-videnciária está em tramitação e negociação, ge-rando a perspectiva de ajustes das contas públi-cas, a reforma tributária é um pouco mais difícil, mas também é importantíssima para o país”, ex-plica ele. A expectativa dos empresários tem um papel forte no cenário econômico, já que a eco-nomia depende, também, do nível de confiança dos investidores e empresários. “Quando a eco-nomia vive bons períodos, a tendência é que to-dos os seus atores com poder de decisão pensem que a economia deve ficar ainda melhor. Assim, o desempenho fica acima do realizado. Já quando a economia está ruim, o realizado costuma ficar abaixo”, explica Muñoz.

Independentemente desse cenário, o gerente da Captalys destaca que o Brasil está conseguin-do manter um nível razoável de taxa de juros, com o Banco Central anunciando que o índice deve fechar em 5,5% até o final de 2019. “Com o ce-nário externo de valorização do dólar e o cenário

Lucas Castilho Muñoz, gerente de Portfólio da Captalys

CAPA

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interno de redução da taxa de juros, entendemos que o atual governo sinaliza com a vontade de es-timular o nível de crédito na economia para que o país volte a crescer”, detalha. Os bancos ainda es-tão cautelosos para fornecer crédito às empresas, o que traz forte impacto para toda a cadeia pro-dutiva, uma vez que cinco grandes instituições financeiras são detentoras de 90% das iniciativas de crédito no país.

“Na Captalys, atuamos voltados para o crédito, trazendo o mercado de capitais para perto dos empresários e criando produtos próprios para o setor da saúde. Isso é possível porque compila-mos dados de operadoras e demais bancos de dados do SUS, para entender como gerir melhor e facilitar os pagamentos dos recebíveis do sistema público. É uma estrutura elaborada com análises específicas para a saúde, já que o setor tem mui-tas especificidades e regras a cumprir”, afirma ele. Entre as soluções oferecidas estão: antecipação de receitas, em que o faturamento fica disponível em poucos dias; capital de giro, um crédito de curto prazo para o negócio; compra de equipa-mentos para garantir negociações em melhores condições com os fornecedores e recursos para reformas e expansão das instalações da empresa, em que é possível investir em infraestrutura para oferecer o melhor atendimento aos clientes.

Quando o assunto é solução em saúde, o aten-dimento de home care ganha destaque, porque esse é um dos serviços que mais cresce no seg-mento. A necessidade de os pacientes terem um

tratamento mais humanizado e mudanças epi-demiológicas são alguns dos motivos para isso. Por isso, fazer a gestão adequada dos variados profissionais envolvidos com esse segmento é fundamental. De acordo com Pedro Alvarez, che-fe comercial da Z Life Care, empresa que faz a gestão e auditoria de serviços de atendimentos domiciliares, a agilidade trazida por um produto específico para esse serviço é percebida em ga-nho de qualidade de atendimento e gestão dos recursos.

“Nossa solução ZLifeCare tem 16 milhões de usuários e é traduzida para 16 idiomas e, além de gastar pouca memória do celular e consumir menos bateria, é composta por duas interfaces. A primeira é o ‘Painel do Gestor’, que mostra in-formações dos atendimentos, localização dos profissionais entre outros dados para melhorar a performance dos agendamentos e planejamento das atividades, pois é possível ver indicadores para otimizar todo o processo”, explica ele.

A outra interface, de acordo com Alvarez, é o aplicativo móvel, que informa tudo o que o profis-sional precisa para prestar o melhor atendimento ao paciente. “O gestor acompanha a evolução do paciente de forma integrada e não apenas em fichas ou por Whatsapp, como é feito hoje. A nossa plataforma permite ir adiante. Reduzimos em 90% o tempo para aquisição de informações que atualmente estão espalhadas", enfatiza. Com a massificação do big data, diz o executivo, have-rá uma avalanche ainda maior de dados. “Todas essas informações precisarão ser coletadas, ana-lisadas e trabalhadas corretamente para permitir que esse universo de dados possa ser usado em prol de um processo de cuidados eficaz.”

Gestão de profissionais de saúde em campo

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Tecnologia para economia de energia

Assim como gerir as operações e os deslocamen-tos de profissionais, também faz diferença nos custos de qualquer empresa buscar alternativas para reduzir o consumo de energia elétrica – o segundo ou terceiro maior gasto dos estabeleci-mentos de saúde, de acordo com Fernando Sal-danha, gerente de experiências da FibexAV. “Cada organização tem uma estrutura própria e precisa de projetos específicos, mas, em geral, é possível economizar fazendo a programação do desliga-mento da iluminação de salas não usadas em determinadas horas do dia; adotando persianas customizadas de acordo com a incidência de sol no local e com sensores que evitam desperdícios e desligando as luzes de locais sem movimenta-ção”, explica ele.

O ar-condicionado é considerado um dos grandes responsáveis pelo alto consumo de ener-gia. De acordo com Saldanha, é possível também reduzir custos neste caso específico. “Soluções de automação costumam ajudar muito a controlar todo o desempenho do aparelho, além de tra-zer um conforto maior, já que dá uma sensação de maior autonomia e conforto para o paciente enquanto está internado, melhorando, inclusive, sua recuperação”, acredita ele.

Uma solução específica para ar-condicio-nado, de acordo com Armando Giovanetti, da CTech Brasil, é capaz de reduzir o gasto com ener-

gia sem comprometer o desempenho do aparelho. “O aplicativo Eco Nomiza mo-

dula o aquecimento do compressor

do ar-condicionado de forma mais eficiente, e mantém a temperatura de conforto. Em uma situ-ação padrão, quando o dispositivo não está insta-lado, ocorrem 12 ciclos de carga elétrica por hora. Já com o uso do dispositivo são gerados sete ci-clos, isto é, há menos exigência de uso de energia. Consequentemente, o gasto é menor”, explica. De acordo com Giovanetti, o coletor de calor so-lar usa a própria temperatura para manter o nível do compressor e reduz em até 74% o consumo. “O coletor é colocado na saída quente por meio de programação e informa para o compressor que não precisa aquecer o gás, porque este já chega numa temperatura boa, aumentando a velocida-de do gás e antecipando a mudança de estágio de gasoso para líquido”, destaca ele. Com isso, o sis-tema do ar-condicionado ganha mais eficiência. Para o especialista, é urgente economizar energia elétrica porque se o Brasil crescer mais, economi-camente falando, não terá energia para todo mun-do e pode vir a sofrer um novo apagão elétrico.

Outras soluções para economia de energia nos estabelecimentos de saúde são: a conscien-tização dos colaboradores para apagar as luzes quando não estão sendo usadas; controle inte-grado de LED, que gera de 40% a 50% de redu-ção de gastos e, finalmente, equipamentos como dimmers e sensores. “Além disso, um ambiente mais sustentável usa a luz natural do sol que, in-tegrada a ambientes internos, inclusive berçários e salas de recuperação, traz mais motivação e alegria para os pacientes”, ensina Fernando Sal-danha, da FibexAV.

Fernando Saldanha, gerente de experiências

da FibexAV

Armando Giovanetti, da CTech Brasil

24

CAPA

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Os acidentes e eventos inesperados, além de devastar a vida das vítimas e de seus familiares, têm forte impacto nos custos da saúde. As pre-ocupações continuam se o atendimento não for feito de maneira correta e no tempo adequado, já que eventuais complicações saem ainda mais caras para todos os envolvidos. “Uma complica-ção quadriplica os custos por mau atendimento ou tempo inadequado de atendimento ou, ainda, feito em local sem recursos necessários, porque o tempo é crucial para salvar vidas. Se o atendimen-to for feito no local certo, reduz a mortalidade em um quarto”, explica Jamil Ribeiro Cade, fundador e CEO da W3.Care, empresa criadora do Tele-trauma, plataforma criada para atendimento do politrauma que pode ser acessada por hospitais, clínicas, centros de emergência, ambulâncias e todo o corpo médico. Centralizar os dados e di-recionar os profissionais de atendimento para os estabelecimentos mais aptos a atender cada caso é a solução proposta pelo Teletrauma. “Basea-dos em sete tipos

Eficiência para a tomada de decisões

A tecnologia aplicada aos processos de fatura-mento também traz resultados positivos e facilita planos de ação, mas nem sempre isso é feito nas empresas. É o que explica Fábio Monsanto, res-ponsável pelas áreas comercial e de negócios da Tradimus. A empresa, parceira da FEHOESP, criou soluções que ajudam a remover gargalos nas re-lações comerciais entre prestadores de serviços e operadoras de planos de saúde. “Com dados baseados em 127 operadoras e 15 milhões de contas, foram gerados 250 mil arquivos e eles de-monstraram que 45% das operadoras fazem de-monstrativos de custos em PDF. Fazemos a estra-tificação e análise desses dados e, com um banco de informações, conseguimos ter um tempo de retorno com maior eficiência para as empresas”, destaca ele.

Os associados e contribuintes da Federação têm acesso ao serviço que oferece 100% de auto-mação da baixa e estratificação dos demonstrati-vos, até 98% do faturamento conciliado, análise mais rápida de glosas, redução de até dez vezes do tempo médio de recurso e melhoria dos in-dicadores financeiros das empresas. Segundo Monsanto, com as informações centralizadas em

banco de dados, há mais retorno e eficiência operacional. “A vantagem é que é possível

ver o montante, o prazo, o que é glosado e tudo isso gera controles e facilidade

de montar planos de ação”, destaca.

Solução de suporte e gestão para vítimas de traumas

Fábio Monsanto, responsável pelas áreas comercial e

de negócios da Tradimus

Jamil Ribeiro Cade, fundador eCEO da W3.Care

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de traumas, geramos um algoritmo para tomada de decisões nas ambulâncias, assim o paciente pode ser encaminhado para o centro hospitalar adequado”, explica.

Todos os recursos são integrados e, por meio de tecnologia GPS, os colaboradores ficam sa-bendo para qual hospital devem ir; as equipes recebem dados sobre as condições clínicas do paciente; o prontuário fica disponível com da-dos em tempo real e informações do convênio. Assim, a plataforma vai se ajustando ao cenário que se apresenta. “O programa permite criar es-tatísticas de quantos pacientes são atendidos em determinados períodos; qual o tempo médio de atendimento e deslocamento; quais os des-fechos, entre outros. Com isso reduzimos custos hospitalares e deslocamentos desnecessários. O aplicativo permite ao corpo médico saber tudo o que acontece em tempo real e até criar um mapa de calor com os traumas e ocorrências mais fre-quentes”, finaliza.

Gestão do Ciclo da Receita na Saúde Todos os passos necessários para a gestão do ci-clo da receita na saúde podem ser centralizados com o intuito de melhorar a eficiência e diminuir perdas financeiras. De acordo com Hélio Fran-qui, representante da Avatar Soluções em Saúde, o trabalho começa com a verificação de rotinas diárias, evitando acúmulo nas entregas do fatu-ramento e a realização de auditoria nas rotinas de gestão, assim como acompanhamento dos

resultados e da pro-dutividade dos traba-lhadores.

Todos os detalhes a serem considerados podem levar tempo e exigir esforços iniciais de diferentes equipes na organização, mas fazer alterações nos métodos de trabalho, quando elas se mostram necessárias, é o que realmente traz resultados de médio e longo prazo nas contas e no desempe-nho da empresa. “Na Avatar fazemos esse diag-nóstico detalhado e entregamos soluções, como alertas para a alta direção sobre qualquer tipo de inconsistência ou incongruência no sistema de pagamento e recebimento, conferência e audi-toria de contas e verificação de preços em uma linha histórica. Tudo isso é necessário porque auditar contas no modelo de pagamento ainda mais usado, o fee for service, é extremamente complicado, pois não é fácil conferir e listar todos os itens usados nos procedimentos”, explica ele.

Os resultados desses esforços aparecem de forma clara para os empresários, garante ele. “Os principais ganhos são a diminuição de perdas, aumento de faturamento e atualização de preços que, infelizmente, costumam ficar defasados por muito tempo; certeza de cobrar tudo o que é real-mente devido; diminuição de glosas, diminuição do retrabalho, entre outros”, enumera.

Hélio Franqui, representante daAvatar Soluções em Saúde

Capital paulista e os municípios da Gran-de São Paulo já vivem um surto de sarampo. O aumento expressivo no número de casos levou autoridades federais, estaduais e municipais de saúde a se reunirem, no último dia 23 de julho, na Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES), para traçarem uma estratégia objetivando impedir uma possível epidemia. A FEHOESP e o SINDHOSP foram convidados, participaram do encontro e são parceiros do Ministério da Saúde e da SES nessa campanha de conscientização junto aos prestadores privados de serviços de saúde.

A participação da Federação e do Sindicato é importante porque, segundo fontes do Ministério da Saúde e da SES, os primeiros casos da doença

A na Capital surgiram justamente nas classes A e B, ou seja, pacientes beneficiários de planos de saú-de e que, portanto, utilizam instituições privadas. “Precisamos conter o avanço da doença. A equipe de ponta, dos serviços de urgência e emergência e os médicos precisam estar atentos aos sintomas e ao diagnóstico do sarampo. Casos suspeitos de-vem ser isolados e comunicados imediatamente às secretarias municipais de saúde e vigilância sa-nitária local”, adianta o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr.

FEHOESP e SINDHOSP enviaram comunica-do a todos os prestadores privados de saúde do Estado alertando para os riscos do sarampo aos pacientes, familiares e profissionais e pedindo

Campanha tenta barrar

avanço do sarampo

PREVENÇÃO

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POR ANA PAULA BARBULHO

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medidas urgentes dos gestores. “Todos os co-laboradores de hospitais, clínicas, laboratórios, consultórios, empresas de home care, consultó-rios odontológicos e demais estabelecimentos de saúde do Estado de São Paulo precisam ser vaci-nados com urgência. A medida vale também para os colaboradores terceirizados, como serviços de limpeza, recepção, manobrista etc. Isso é impor-tante para evitarmos o avanço e a disseminação da doença entre a população”, afirma Yussif Ali Mere Jr.

Os profissionais de saúde devem tomar a va-cina do sarampo em duas doses, com intervalo de 30 dias, independentemente da idade. A reco-mendação do Ministério e da SES, e que está sen-do divulgada pela FEHOESP e pelo SINDHOSP, é que o profissional tome as vacinas e apresente sua carteira de vacinação atualizada ao RH da empresa. “É uma forma de os estabelecimentos de saúda ajudarem a controlar o surto, já que esses dados vacinais serão enviados à SES e transformados em informa-ção estatística importante para as es-tratégias dos órgãos de saúde. A vacina é uma medida fundamental para evitar o alastramento da doença. O profissional que trabalha em saúde tem a obrigação de pre-servar a sua saúde, do seu paciente e de sua própria família”, defende o vice-presidente do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto.

Números alarmantes

Até 24 de julho (data de fechamento desta edi-ção), foram detectados 500 casos de sarampo na Capital paulista e mais 800 casos estavam em investigação no Estado. O número preocupa por ser o maior registrado em 20 anos. A FEHOESP lembra que em caso de suspeita de sarampo, o serviço de saúde deve fazer a notificação à auto-ridade municipal competente em até 24 horas. “Essa medida é importante porque é preciso fa-zer o bloqueio vacinal de todos os que convive-ram com o paciente para que tomem a vacina em até 72 horas para evitar a contaminação”, explica Yussif Ali Mere Jr.

Outra medida importante que deve ser adota-da pelos serviços de urgência e emergência está relacionada à triagem dos possíveis infectados. O

vice-presidente do SINDHOSP orienta: “Para evi-tar a contaminação na própria sala de espera do pronto-socorro, ambulatórios ou dos serviços de saúde, deve-se fazer uma triagem prévia e rápida dos pacientes na entrada do estabelecimento, separando os casos suspeitos em uma sala iso-lada e colocando máscara no doente. Dentro do possível, orienta-se evitar tempo de espera longo e com vários pacientes juntos”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) conta-biliza 80 mil casos de sarampo no mundo atual-mente, incluindo países da Europa e Américas. E estima que o surto afetará 300 milhões de pesso-as. “Nós, empresários, gestores e profissionais de saúde temos a responsabilidade social de fazer de tudo para evitar que a doença se alastre e saia de controle”, defende o presidente da FEHOESP.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce do sarampo pode ser fei-to pelo médico pela somatória de três sintomas específicos, a chamada tría-de: febre alta, exantema,

Yussif Ali Mere Jr,presidente daFEHOESP

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tosse, coriza ou conjuntivite. Se o paciente apre-sentar essa condição, orienta-se a realização de exame laboratorial, que é realizado por meio da sorologia para detecção de anticorpos IgM e IgG específicos. Atualmente, também se impõe a co-leta de amostras biológicas para o isolamento viral, a fim de conhecer o genótipo do vírus cir-culante, identificando possível importação viral e diferenciando o vírus selvagem do vírus vacinal.

Os anticorpos específicos da classe IgM podem ser detectados no sangue, na fase aguda da do-ença, desde os primeiros dias até quatro semanas após o aparecimento do exantema. A presença de anticorpos da classe IgM indica infecção recente pelo vírus do sarampo. Os anticorpos específicos da classe IgG começam a aparecer logo após a fase aguda da doença, desde os primeiros dias e, geralmente, continuam sendo detectados muitos anos após a infecção.

Para a detecção de anticorpos podem ser uti-lizadas as seguintes técnicas: ensaio imunoenzi-mático (EIA/ELISA) para dosagem de IgM ou IgG; inibição da hemaglutinação(HI) para dosagem de anticorpos totais-IgG; imunofluorescência para dosagem de IgM e IgG; e neutralização em micro-placa (IgG). Todos os testes têm sensibilidade e especificidade um pouco inferior a 100%. As in-formações são da SES.

Tratamento

Para o sarampo, o tratamento profilático com an-tibiótico é contraindicado e não existe tratamen-to específico. A OMS recomenda a administração de vitamina A às crianças acometidas pela do-ença, a fim de reduzir a ocorrência de casos gra- ves e fatais.

“Os doentes devem manter a hidratação, o suporte nutricional, repousar e diminuir a hiper-termia. Estes são os cuidados básicos contra o sarampo”, explica Luiz Fernando Ferrari Neto, vi-ce-presidente do SINDHOSP. Muitas crianças ne-cessitam de quatro a oito semanas para recuperar o estado nutricional que apresentavam antes da doença. A SES orienta que as complicações de-correntes do sarampo, como diarreia, pneumonia e otite média, devem ser tratadas de acordo com normas e protocolos estabelecidos pelo Ministé-rio da Saúde.

Complicações

O sarampo é uma doença viral aguda, altamente transmissível, que pode deixar sequelas ou até mesmo ser fatal. No mundo, segundo a Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS), a doença se man-tém como uma causa importante de morte em

PREVENÇÃO

27

crianças menores de 5 anos de idade. As compli-cações mais comuns são: infecções respiratórias; desnutrição, doenças diarreicas e complicações neurológicas. De acordo com a SES, as pneumo-nias em crianças com sarampo são frequentes e de significativa morbidade e mortalidade, assim como a otite média.

Algumas crianças com menos de dois anos de idade que contraem sarampo desenvolvem diar-reia durante e/ou após a fase aguda da doença, agravando o estado geral, com risco de desidra-tação e aumento da desnutrição. Até um a dois meses depois da fase aguda da doença, podem ocorrer óbitos em crianças desnutridas. As pos-síveis sequelas do sarampo são diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento.

Prevenção

A única forma de prevenir a ocorrência do sa-rampo na população é através da vacina trípli-ce viral (sarampo, caxumba e rubéola). A vacina é composta por vírus vivos atenuados contra as três doenças e seus componentes são altamen-te imunogênicos e eficazes. A proteção inicia-se duas semanas após a aplicação e sua eficácia é superior a 95% para o sarampo, rubéola e caxum-ba. Segundo a SES, a transmissão da doença acontece de quatro a seis dias antes do apareci-mento do exantema até quatro a seis dias após o seu surgimento.

Quem deve se vacinar

Profissionais de saúde: devem tomar duas doses da vacina em um intervalo de 30 dias

Pessoas de 1 a 29 anos: duas doses da vaci-na em um intervalo de 30 dias

Pessoas de 30 a 59 anos: devem tomar ape-nas uma dose da vacina

Pessoas acima dos 60 anos: estão liberados

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES) dá as seguintes orientações aos estabeleci-mentos de saúde:

Identificação e notificação imediata à vigi-lância sanitária e órgãos competentes de todo e qualquer caso suspeito ou confirma-do de sarampo na população;

Adoção das medidas de controle pertinen-tes, ou seja, vacinação de rotina, de grupos de risco e vacinação de bloqueio;

Assegurar o diagnóstico laboratorial, assim como monitorar as demais condições de risco.

As secretarias municipais de saúde devem:

Proceder à notificação imediata em até 24h à SES;

Proceder à investigação do caso e à coleta de espécimes clínicos (sangue, secreção nasofaríngea e urina) para a realização do diagnóstico laboratorial;

Adotar prontamente as medidas de contro-le (bloqueio vacinal e operação limpeza).

Como agir em casos

suspeitos e/ou confirmados

de sarampo

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da vacina, pois já tiveram contato com o vírus.

H

Esse é apenas um dos itens, mas considero o mais impactante, pois poderá de imediato reduzir drasticamente a quantidade de leitos disponível no Brasil, seja no setor público ou privado, espe-cialmente leitos de internamento geral e UTIs. Outra dúvida: Por que 1,50m e não 1,35m ou 2m? Talvez a resposta fosse óbvia, porque com 1,50m a equipe tem maior facilidade de acesso aos lei-tos e fica mais confortável para manobras e colo-cação de equipamentos. Ok, mas com 1,60m fica-ria mais confortável ainda e será que 1,45m já não é o suficiente? O que sei sobre esse item é que em UTIs teremos uma redução estimada do número de leitos em 30%.

POR NORTON RICARDO RAMOS DE MELLO*

ARTIGO

á mais de dois anos que a RDC 50/02 tem sido objeto de estudos no Ministério da Saúde para promover alterações em seu conteúdo, até porque, passados 17 anos de sua publicação ti-vemos inúmeros avanços na medicina e demais áreas da saúde, portanto, supõe-se ser necessária ao menos uma atualização.

Ocorre que algumas coisas estão, no míni-mo, estranhas e podem ser bem complicadas no momento da implementação. Imagine o afas-tamento lateral entre leitos passando de 80cm para 1,50m (não importa se REPAE, Observação, Internamento ou UTI). Imaginou? Agora imagine os hospitais de pequeno e médio portes que atu-almente possuem dificuldade em manter leitos afastados das paredes (qualquer afastamento), ou UTIs cuja distância entre leitos atual é de um metro. Foi o que percebi tendo acesso ao texto dessa revisão.

RDC 50: A Norma de projetos

em saúde em revisão e seus impactos

Passados 17 anos da

publicação da RDC 50,

tivemos inúmeros

avanços na medicina

e demais áreas da

saúde, portanto,

supõe-se ser

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Finalizando, duas outras coisas me incomo-dam: 1. Se você não sabia disso é porque o pro-fissional que cuida dos seus projetos ou não lhe avisou ou ainda não sabe (as duas hipóteses são péssimas). 2. Se não entrarmos no cenário de discussão antes ainda de ir à consulta pública, teremos todos que engolir as determinações de Brasília.

Querendo ou não, a RDC 50 foi um grande avanço no sentido de disciplinar a forma de pro-jetar e de se analisar projetos de saúde. A atuali-zação é bem-vinda, desde que não implique dei-xar a população brasileira sem assistência.

*Norton Ricardo Ramos de Mello é engenheiro ci-vil, engenheiro biomédico, sócio-diretor Técnico da Bioeng Projetos, membro da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB), da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hos-pitalar (ABDEH) e da International Federation of Hospital Engineer (IFHE)

Vamos pegar um outro item: centro cirúrgico. As salas de cirurgia deverão possuir obrigatoria-mente 36m², o que atualmente é considerado como Sala de Grande Porte. Não poderá mais existir salas de 20m² ou 25m² (pequeno e médio portes). Bem, com essa alteração, centros cirúr-gicos de pequenos hospitais se resumirão a uma única sala. Cirurgias oftalmológicas em salas de 36m² serão um espetáculo, pois poderemos colo-car um home theater e vender ingressos na porta, tamanho o espaço ocioso.

E por aí vão as alterações, influenciando as unidades de apoio como os Serviços de Nutrição e Dietética (SND), Farmácia, etc. A regra, porém, não é retroativa, ou seja, eles não podem exigir essas mudanças de imediato!!! De fato, mas tem uma "pegadinha" nesse processo: sempre que você quiser fazer uma reforma deverá apresentar o projeto de acordo com as novas regras e isso im-plicará na redução da sua capacidade produtiva.

No caso do centro

cirúrgico, as salas

deverão possuir

36m², considerado

grande porte.

Com essa alteração,

centros cirúrgicos de

pequenos hospitais

se resumirão a

uma única sala"

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A atualização é

bem-vinda, desde

que não implique

deixar a população

brasileira sem

assistência"

CHARGE

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