Ediçao N.º 1571

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Diário do Alentejo 1 junho 2012 facebook.com/naoconfirmonemdesminto 30 “da” faz psicanÁlise para tratar distÚrbio de personalidade: chama-se “diÁrio” mas na prÁtica É semanÁrio Uma investigação Não confirmo, nem desminto descobriu que o “DA” está a ser acompanhado por um psicólogo do Clube de Jornalistas e que o ficheiro clínico revela que o jornal demonstra distúrbios de dupla personalidade por ter “Diário” no nome mas na prática ser semanário. Foi um emotivo “Diário do Alentejo” que nos confirmou esta história: “Só quem anda há muitos anos nas ro- tativas e empilhado nas melhores papelarias é que percebe o meu sofrimento. É muito difícil viver nesta duplicidade! Não é como a revista ‘Sábado’ que se chama assim, mas sai à quinta – é muito pior! Sabe o que é ser gozado pelo ‘DN’ e pelo ‘Sol’? Bocas do jornal ‘i’ ainda aturo, eles vendem menos do que eu… Só quero respeito, e não acabar como ‘A Capital’ ou o ‘Independente’… Página de Necrologia lança OPA hostil sobre o “DA” Trata-se de um exclusivo Não confirmo, nem desminto que promete abalar o mundo dos media, da alta finança e das lápides funerárias. A página de ne- crologia deste jornal está prestes a lançar uma proposta de aquisição sobre o “DA”, como nos relatou o seu advogado: “A minha cliente está farta! Farta de ser o jornal a recolher os louros quando toda a gente sabe que é a necrologia que faz o jornal… Aqueles quatro senhores que costumam vaguear pelas Portas de Mértola a recitar a nossa página sabem do que estamos a falar. Se a página de necrologia fosse transferida para o boletim agrícola do Ministério da Agricultura dedicado ao míldio e ao oídio, aquilo ia vender mais do que pãezinhos quentes num país de terceiro mundo. Se não fosse a minha cliente, as pessoas não socializariam tanto. Deixar-se-ia de ouvir o desbloqueador de conversa mais eficaz às sextas: ‘Olha, sabes quem é que morreu?’”. Autor da página de humor do “DA” apanhado em orgia violenta com malacuecos do Diogo das Farturas A relação tensa de Miguel Relvas com os jornalistas tem marcado a atuali- dade nacional. Porém, não foi a jornalista do “Público” ameaçada com a di- vulgação de dados da sua vida privada quem pagou a fava, mas sim um cola- borador deste semanário. Uma fuga de informação de um relatório de Silva Carvalho revelou o que já se suspeitava: o autor da página de humor do “DA” foi apanhado numa orgia violenta com malacuecos do Diogo das Farturas. Consta que o humorista, que foi considerado “o novo Guilherme Leite, mas com cabelo”, estava na cozinha de sua casa a “debulhar” um saco com fartu- ras quando foi interrompido pelo seu nutricionista e uma brigada da ASAE. No momento em que foi apanhado em flagrante, a única desculpa que usou foi: “Não é o que parece, é só sexo, não estou a comer este churro recheado de chocolate…”. E foi exatamente esse churro que nos relatou momentos de horror: “Esse senhor comediante é um selvagem! Tinha o apetite do Malato depois de correr a maratona…”. Inquérito Vai celebrar os 80 anos do “DA”? DÁRIO FESTA DE ESPUMA, 68 ANOS Organizador de eventos e pessoa que empresta os suspensórios a Sá Pinto A minha empresa já está a preparar uma grande festa com balões, música ao vivo com o organista Rúben Rubéola, passeios de pó- nei e degustação de sumos de ameixa. Destaque para o bolo de aniversário com dois metros de altura de onde sairá o presidente da Ambaal a cantar o tema “Congratulations” de Cliff Richard. Por fim, magnífico espetáculo de fogo de artifício chinês – consiste em comprar uma aparelhagem da loja dos chineses, ligá-la à ele- tricidade e esperar que expluda. Não dura muito tempo… JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA, 64 ANOS Diretor de jornal e pessoa que acha que os homossexuais cospem fogo e morrem quando expostos ao Sol Sou um grande apreciador de imprensa regional. Apesar de ser uma lenda do jornalismo mundial, gosto de descer da minha mag- nificência e conhecer um pouco do que se faz pela província – leia- se, “tudo o que é de fora de Lisboa”. Vou celebrar comprando uma torta da Dan Cake e espetando-lhe 80 velinhas. Muitos parabéns ao “Diário do Alentejo”, em especial à página de humor a que cha- mamos carinhosamente de “fonte”. PRIMEIRA EDIÇÃO DO “DA”, 80 ANOS Jornal extremamente bem conservado Não sei se me apetece muito festejar, sinceramente. É verdade que estou muito bonito, com um grafismo interessante, sim senhor, mas já na primeira edição há 80 anos o tema era a crise!… Não po- demos falar de outras coisas com interesse? O chefe Nobre podia dar uma receita decente de fatias douradas – as minhas ficam to- das moles e gordurosas. E aquela página de humor tem a piada de um furúnculo a ser lancetado. Falem de coisas que interessem às pessoas, como a extinção de sapateiros no Vale do Guadiana ou a criação de lamas em Vale de Rocins. Uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/La Redoute descobriu que os trabalhadores do “Diário do Alentejo” foram, depois de muitos esforços e idas ao vidente Mokambo, bem sucedidos em convencer o diretor Paulo Barriga a usar outra camisa nos editoriais: “Tínhamos de fazer alguma coisa, não podia continuar”, afirmou-nos fonte do jornal disfarçada com uma gabardine cinzenta e uns óculos da Hello Kitty. “Fizemos de tudo para o convencer – mandámos um email anónimo a ameaçá-lo de que, caso não trocasse de indumentária, raptaríamos o senhor que escreve os textos de filatelia, e ele nem pestanejou; enviámos uma camisa igual com a etiqueta a dizer ‘made in ditadura sanguinária pelas mãos de crianças órfãs e famintas’, e nada… Até que um dia ele chegou ao jornal, fechámos a redação à chave, e fizemos-lhe a cabeça em água com uma maratona de vídeos dos Nirvana em que eles usam umas camisas do mesmo estilo e perguntámos-lhe: ‘É assim que queres acabar, Paulo?’ E ele lá se convenceu, finalmente. Aquela camisa era tããããããooo 1992… Com uns cobres que juntámos, compramos-lhe esta farpela na Feira de Castro. Fica ou não fica melhor?”. Trabalhadores do “Diário do Alentejo” fazem vaquinha e compram uma camisa nova para Paulo Barriga usar nos editoriais a continuar , disfarçada com s óculos da Hello o convencer – mo a ameaçá-lo ndumentária, reve os textos jou; enviámos ueta a dizer ia pelas mãos e nada… Até nal, fechámos he a cabeça de vídeos dos mas camisas mos-lhe: ‘É lo?’ E ele lá se la camisa era cobres que ta farpela na ica melhor?” .

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Diario do Alentejo

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“da” faz psicanÁlise

para tratar distÚrbio

de personalidade:

chama-se “diÁrio” mas

na prÁtica É semanÁrio

Uma investigação Não confirmo, nem desminto descobriu que o “DA” está a ser acompanhado por um psicólogo do Clube de Jornalistas e que o ficheiro clínico revela que o jornal demonstra distúrbios de dupla personalidade por ter “Diário” no nome mas na prática ser semanário. Foi um emotivo “Diário do Alentejo” que nos confirmou esta história: “Só quem anda há muitos anos nas ro-tativas e empilhado nas melhores papelarias é que percebe o meu sofrimento. É muito difícil viver nesta duplicidade! Não é como a revista ‘Sábado’ que se chama assim, mas sai à quinta – é muito pior! Sabe o que é ser gozado pelo ‘DN’ e pelo ‘Sol’? Bocas do jornal ‘i’ ainda aturo, eles vendem menos do que eu… Só quero respeito, e não acabar como ‘A Capital’ ou o ‘Independente’…

Página de Necrologia lança OPA hostil sobre o “DA”

Trata-se de um exclusivo Não confirmo, nem desminto que promete abalar o mundo dos media, da alta finança e das lápides funerárias. A página de ne-crologia deste jornal está prestes a lançar uma proposta de aquisição sobre o “DA”, como nos relatou o seu advogado: “A minha cliente está farta! Farta de ser o jornal a recolher os louros quando toda a gente sabe que é a necrologia que faz o jornal… Aqueles quatro senhores que costumam vaguear pelas Portas de Mértola a recitar a nossa página sabem do que estamos a falar. Se a página de necrologia fosse transferida para o boletim agrícola do Ministério da Agricultura dedicado ao míldio e ao oídio, aquilo ia vender mais do que pãezinhos quentes num país de terceiro mundo. Se não fosse a minha cliente, as pessoas não socializariam tanto. Deixar-se-ia de ouvir o desbloqueador de conversa mais eficaz às sextas: ‘Olha, sabes quem é que morreu?’”.

Autor da página de humor do “DA” apanhadoem orgia violenta com malacuecos do Diogo das Farturas

A relação tensa de Miguel Relvas com os jornalistas tem marcado a atuali-dade nacional. Porém, não foi a jornalista do “Público” ameaçada com a di-vulgação de dados da sua vida privada quem pagou a fava, mas sim um cola-borador deste semanário. Uma fuga de informação de um relatório de Silva Carvalho revelou o que já se suspeitava: o autor da página de humor do “DA” foi apanhado numa orgia violenta com malacuecos do Diogo das Farturas. Consta que o humorista, que foi considerado “o novo Guilherme Leite, mas com cabelo”, estava na cozinha de sua casa a “debulhar” um saco com fartu-ras quando foi interrompido pelo seu nutricionista e uma brigada da ASAE. No momento em que foi apanhado em flagrante, a única desculpa que usou foi: “Não é o que parece, é só sexo, não estou a comer este churro recheado de chocolate…”. E foi exatamente esse churro que nos relatou momentos de horror: “Esse senhor comediante é um selvagem! Tinha o apetite do Malato depois de correr a maratona…”.

Inquérito Vai celebrar os 80 anos do “DA”?

DÁRIO FESTA DE ESPUMA, 68 ANOS Organizador de eventos e pessoa que empresta os suspensórios a Sá Pinto

A minha empresa já está a preparar uma grande festa com balões, música ao vivo com o organista Rúben Rubéola, passeios de pó-nei e degustação de sumos de ameixa. Destaque para o bolo de aniversário com dois metros de altura de onde sairá o presidente da Ambaal a cantar o tema “Congratulations” de Cliff Richard. Por fim, magnífico espetáculo de fogo de artifício chinês – consiste em comprar uma aparelhagem da loja dos chineses, ligá-la à ele-tricidade e esperar que expluda. Não dura muito tempo…

JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA, 64 ANOSDiretor de jornal e pessoa que acha que os homossexuais cospem fogo e morrem quando expostos ao Sol

Sou um grande apreciador de imprensa regional. Apesar de ser uma lenda do jornalismo mundial, gosto de descer da minha mag-nificência e conhecer um pouco do que se faz pela província – leia-se, “tudo o que é de fora de Lisboa”. Vou celebrar comprando uma torta da Dan Cake e espetando-lhe 80 velinhas. Muitos parabéns ao “Diário do Alentejo”, em especial à página de humor a que cha-mamos carinhosamente de “fonte”.

PRIMEIRA EDIÇÃO DO “DA”, 80 ANOS Jornal extremamente bem conservado

Não sei se me apetece muito festejar, sinceramente. É verdade que estou muito bonito, com um grafismo interessante, sim senhor, mas já na primeira edição há 80 anos o tema era a crise!… Não po-demos falar de outras coisas com interesse? O chefe Nobre podia dar uma receita decente de fatias douradas – as minhas ficam to-das moles e gordurosas. E aquela página de humor tem a piada de um furúnculo a ser lancetado. Falem de coisas que interessem às pessoas, como a extinção de sapateiros no Vale do Guadiana ou a criação de lamas em Vale de Rocins.

Uma investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/La Redoute descobriu que os trabalhadores do “Diário do Alentejo” foram, depois de muitos esforços e idas ao vidente Mokambo, bem sucedidos em convencer o diretor Paulo Barriga a usar outra camisa nos editoriais: “Tínhamos de fazer alguma coisa, não podia continuar”, afirmou-nos fonte do jornal disfarçada com uma gabardine cinzenta e uns óculos da Hello Kitty. “Fizemos de tudo para o convencer – mandámos um email anónimo a ameaçá-lo de que, caso não trocasse de indumentária, raptaríamos o senhor que escreve os textos de filatelia, e ele nem pestanejou; enviámos uma camisa igual com a etiqueta a dizer ‘made in ditadura sanguinária pelas mãos de crianças órfãs e famintas’, e nada… Até que um dia ele chegou ao jornal, fechámos a redação à chave, e fizemos-lhe a cabeça em água com uma maratona de vídeos dos Nirvana em que eles usam umas camisas do mesmo estilo e perguntámos-lhe: ‘É assim que queres acabar, Paulo?’ E ele lá se convenceu, finalmente. Aquela camisa era tããããããooo 1992… Com uns cobres que juntámos, compramos-lhe esta farpela na Feira de Castro. Fica ou não fica melhor?”.

Trabalhadores do “Diário do Alentejo” fazem vaquinha e compram uma camisa nova para Paulo Barriga usar nos editoriais

a continuar , disfarçada com s óculos da Hello o convencer –

mo a ameaçá-lo ndumentária, reve os textos jou; enviámos

ueta a dizer ia pelas mãos e nada… Até

nal, fechámos he a cabeça de vídeos dos

mas camisas mos-lhe: ‘É

lo?’ E ele lá se la camisa era cobres que ta farpela na ica melhor?”.