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FOLHA POPULARFOLHA POPULARLauro de Freitas - BA Edição Setembro / 28- 14 e-mail: [email protected]
Centro de Referência da Cultura Afrobrasileira; Conselho de Igualdade Racial apresentará projeto de reforma e afirmação do espaço.
Patrimônio Municipal
O Centro de Referência da Cultura
Afro-brasileira de Lauro de Freitas é uma
importante ferramenta social na luta contra
o r a c i s m o e u m d o s p o u c o s e m
funcionamento no país. Foi construído no
ano de 2000, com recursos do Ministério
da Cultura e emendas parlamentares dos
Deputados Federais Luiz Alberto e
Reginaldo Germano.
Em seu projeto original, o Centro de
Referência funcionaria como uma espécie
de consulado universal. Ou seja, todos os
países africanos que não tivessem
consulados ou embaixadas na Bahia
poderiam utilizar essa estrutura para as
reuniões e articulações diplomáticas. A
proximidade com o aeroporto de Salvador
faz do centro um espaço estrategicamente
viável.
O ideal is ta , Dr. Mário Nelson
Carvalho, explica ainda que os bustos de
N e l s o n M a n d e l a ( r e f e r e n c i a l
internacional), Milton Santos e Zumbi dos
Palmares (referências nacionais) e o nome
Mãe Mirinha de Portão (referência local)
fazem alusão à abrangência da luta do
povo negro, tanto na África quanto em sua
diáspora.
Ainda, segundo Carvalho, a disposição
das imagens no interior do centro nos
remete à rota dos orixás e à diversidade da
cultura africana. “O Centro de Referência
é uma reprodução minimizada do
continente africano em Lauro de Freitas.
Cada imagem representa um segmento
étnico e suas divisões geopolíticas. Já o
auditório é a representação da união
africana, é o lugar comum a todos, um
espaço sem quinas, sem pontas, um lugar
a r r e d o n d a d o , o n d e t o d o s e s t ã o
representados de igual forma”, explica.
É no Centro de Referência da Cultura
Afro-brasileira de Lauro de Freitas que
funciona a Superintendência de Promoção
da Igualdade Racial, órgão do governo
municipal cujo objetivo é promover a
igualdade e afirmar as culturas negra,
indígena e cigana na cidade.
Racismo Institucional - Um dos
maiores desafios para o movimento negro
de Lauro de Freitas, frente ao centro de
referência, é o combate ao racismo
institucional. São inúmeras as iniciativas
racistas que atentam contra essa estrutura,
principalmente as oriundas da casa
legislativa.
No inicio do atual governo, uma
proposta de reforma do Centro de
Referência foi vetada na Câmara
M u n i c i p a l s e m n e n h u m m o t i v o
justificável. Além disso, há vereadores que
pregam a retirada das imagens do centro,
sob a justificativa de estarem buscando a
laicidade do estado. Porém, essa mesma
Câmara faz a leitura de um livro religioso
no inicio de cada sessão.
Chico Franco assume compromisso racial
Mário Nelson Carvalho,
baiano do Recôncavo;
“Economista e militante
da causa sócio-racial
afro-empreendedora"
Economista/Ucsal e Pós-
g r a d u a d o e m E n g e n h a r i a
Financeira/Fundação Getúlio Vargas/Rj.
Dirigente Empresarial - Grupo Góes
Cohabita( 1970 à 1995 ) Afro-empreendedor
- Gomes Carvalhos Ltda e consultor
empresarial na área habitacional.
Chico Franco é um dos mais
importantes e influentes quadros
políticos de Lauro de Freitas. Nasceu
no centro, mas viveu intensamente
toda a cidade. Chico conhece cada
canto do município, as pessoas mais
antigas e as que chegaram para somar
com o desenvolvimento da cidade.
Franco sabe que 83% da população
l au r o f r e i t en s e é co mp o s t a d e
negros(as) e pardos, segundo o IBGE, e
que um projeto político voltado para a
afirmação da identidade desse povo é
de fundamental importância para o
desenvolvimento do município.
Ao ingressar na política, em 1996,
Chico Franco se elegeu vereador de
Lauro de Freitas. Em 2000, foi reeleito
como o vereador mais votado da
cidade.
Após reunião com lideranças
negras Chico assume o compromisso
de lutar por questões inerentes a luta
racial e a promoção da igualdade.
1- revitalização do Centro de referência da
cultura afro-brasileira;
2- imunidade tributária às casas religiosas;
3- programa de desenvolvimento para o
empreendedorismo negro;
4- aplicação das leis 10.639/03 e 11.645/08;
5 -intensificação da política de combate a
anemia falciformeBabalorixá Edvaldo Fradique, Pai Kenu, recebe o vice prefeito
Bebel Carvalho e Chico Franco no Ilê Axé Opô Ajá OmimMãe Bezinha (esq), Carol (dir)
cidadelivre1.blogspot.com.br blogvocequerver.comAcesse os blogs da cidade:
Projeto Akpalô Nossa História, ganhador d o P r ê m i o O r i r e r ê C a b e ç a s I I u m i n a d a s promovido pelo Centro C u l t u r a l H u m a i t á e Secretaria de Educação do Estado do Paraná, ganha p rêmio em 2012 . As proposições pedagógicas t ê m c o m o a u t o r a s a Diretora da Divisão de Ações Afirmativas, Mestra em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia, Rosângela Accioly e a Pós-doutora e Professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, e coordenadora do PRODESE Narcimária Luz. O PRODESE Programa Descolonização Educação é grupo de pesquisa ligado ao CNPq.
Como desdobramento do prêmio, um catálogo foi produzido com relato do projeto com a finalidade de orientar as práticas p e d a g ó g i c a s d a s e s c o l a s , q u a n t o à implementação das leis 10.639.03 e 11.645.08.
Para Rosângela Accioly, a proposta descolonizadora posicionada politicamente por este grupo de pesquisa visa superar o modelo etnocêntrico que influencia as políticas de Educação no Brasil, reconhecendo e afirmando os contínuos civilizatórios que constituem a identidade nacional.
O “Akpalô nossa história”, surgiu da minha necessidade, enquanto pesquisadora de p r o p o r n o v a s m e t o d o l o g i a s q u e contemplassem o legado civilizatório dos povos aborígines e africanos nos conteúdos curriculares nas escolas... é antes de tudo, um convite aos pedagogos(as) contemporâneos para que vivenciem em suas práticas
p r o p o s i ç õ e s metodológicas, a partir de u m n o v o c o n t i n e n t e teórico epistemológico, que trate das presenças civilizatórias negras e aborígines no contexto da educação no século XXI”. Afirma Accioly.
A p r o p o s t a é inovadora e tem como ideia suprir a ausência das
histórias de outras civilizações, além das que secularmente o currículo escolar vem p r i o r i z a n d o . O u t r o d e s a f i o q u e o s educadores(as) tem apresentado à aplicação das leis 10.639.03 e 11.645.08 é a falta de material que traga o conteúdo de forma acessível ao alunado, por esta razão esta iniciativa.
O Comitê Gestor do programa Juventude Viva em Lauro de Freitas, a Superintendência de Promoção da Igualdade Racial – SUPIR, e o Coletivo de Entidades Negras - CEN apresentarão a proposta ao Ministério da Educação no sentido de fazer com que o projeto seja transformado numa política reparatória e auxilie na inclusão e desenvolvimento das comunidades negras em todo o país.
Pág - 02 FOLHA POPULAR Setembro - 14
Lauro de Freitas - Bahiawww.jornalfolhapopular.blogspot.com
Responsável DiretoresMichele BritoGabriel RochaRosana Galo
Colunistas Rilk MC
Ana Luzia
Colaboradores Marcos RezendeNilton TourinhoMárcio Santos
Revisores Élcio Gomes
Yuri SilvaSamuel Trindade
Fotografia Tom FrançaConselho Municipal
Promoção da Igualdade Racial
Bahia recebe primeira oficina de
divulgação e mobilização para edital no
Nordeste . Prêmio se lecionará 170
iniciativas culturais inéditas.
O Prêmio Cultura Hip Hop 2014 foi
apresentado na Bahia, na Escola de Dança
da FUNCEB, na sexta-feira (12/09), com a
presença do diretor do Centro de Música da
Fundação Nacional de Artes (Funarte),
Paulo César Soares. O encontro aconteceu
às 18 horas e teve intervenções artísticas de
rap, grafite, break, DJs e exibição de
videoclipes.
O edital está na segunda edição, e é uma
iniciativa da Funarte, entidade vinculada
ao Ministério da Cultura (MinC), e da
Secretaria da Cidadania e da Diversidade
Cultural (SCDC), com objetivo de divulgar,
valorizar e estimular a cultura hip hop. As
inscrições estão abertas até 09 de outubro.
Projeto ganha prêmio no Paraná
Hip Hop, o movimento da vida
Empreender. Essa é a palavra de
ordem na atual conjuntura sócio-
polít ico-cultural no Brasil . O
momento é bastante propício, e a luta
por igualdade racial, combate a
violência, crime organizado e tantos
outros desafios enfrentados pela
sociedade estão diretamente ligados à
sustentabilidade e a geração de
emprego e renda.
A instalação de uma agência do
Banco do Nordeste em Lauro de
Freitas, abre um vasto horizonte de
possibilidades e oportunidades que
f o m e n t a r á o s u r g i m e n t o d e
empreendimentos negros voltados à
g e r a ç ã o d e r e n d a ,
p r o p o r c i o n a n d o o
d e s e n v o l v i m e n t o d a s
comunidades e a inclusão.
S e g u n d o E d s o n C o s t a ,
coordenador do EMUNDE -
Encontro Mundial de Étnico
Empreendedorismo, as comunidades
estão recheadas de potenciais
empreendedores que precisam de
incentivos para montar seu próprio
negócio e a disponibilização de
linhas de crédito é uma importante
política para o desenvolvimento
social e econômico de nossa cidade.
O superintendente da SUPIR,
Cláudio Reis e o Conselho de
Promoção da Igualdade Racial se
reunirão com a direção do banco para
discutir sobre o CREDIAMIGO,
para debaterem sobre uma das linhas
de crédito da instituição.
“Faremos todo o esforço necessário
para que o AKPALÔ seja uma
referencia de politica educacional
de inclusão”. Afirma Dra. Adriana
Sec. Municipal de Educação.
Rosângela Accioly AciolyDiretora
da Divisão de Ações Afirmativas da
Secretaria Municipal de Educação
Banco do Nordeste fomentará o empreendedorismo negro
Rilk Mc, jovem negro empreendedor aguarda com grande expectativa o CREDIAMIGO
Racismo Institucional
A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, SEPIR
realizou no mês de setembro, a oficina de combate ao racismo
institucional em Lauro de Freitas. A formação é resultado de
uma parceria com o UNFPA - Fundo das Nações Unidas Para
as Populações e visa capacitar servidores públicos no combate
ao racismo institucional, além disso, é mais um passo para a
construção do PMCRI, Plano Municipal de Combate ao
Racismo Institucional.
Lauro de Freitas foi a primeira cidade a receber a
capacitação tendo em vista os avanços nas políticas de
promoção da igualdade e a participação efetiva do movimento
social negro nos fóruns de debates.
Combater o racismo institucional é ter a grandeza e a
capacidade de entender, que a estrutura do estado não foi
pensada para o conjunto da população. Ricardo Andrade
O Parque Santa Rita parou para ver mostra de hip hop, que
aconteceu no último fim de semana de agosto.
Kaos Mc, anfitrião chamou e o movimento atendeu. Rapers,
Bboys, grafiteiros, djs e artistas simpatizantes compareceram
na atividade que celebrou a vida e afirmou os artistas locais, que
tiveram a oportunidade de divulgar seus trabalhos
No próximo dia 11 de outubro outra mostra será realizada no
Conjunto Habitacional Dona Lindu durante a festa de
inauguração da sede da associação de moradores. Reinaldo
Ventura, articulador da Posse PCE naquela comunidade diz que
a expectativa é grande.
Em portão a ação acontecerá também no mês de outubro.
Dinexo Mc, o dono da casa, já articula com Yogi Nkrumah os
detalhes da festa.
Yogi e Dinexo
Edson Costa, EducadorCoordenador do EMUNDEDiretor de Direitos Humanosda Sec. Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania