Edição #1 MAIO 2015

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Todos queremos a revolução, seja ela por motivos de opressão, cansaço com o sistema vigente, desilusão, desmotivação e oba-oba. Todos queremos algum tipo de transformação seja ela supercial ou substancial, o desejo do homem em sua grande maioria sempre foi pelo novo, talvez esse motivo seja uma das causas como a elite dominante faz mudanças constantemente em seus variados aspectos, porém sem modicar a base – a propriedade privada. Pensar sobre revolução sempre foi um tema que trouxe grandes confusões e embaraços, discussões e possessões que por m não conseguiram chegar a um denominador comum, o qual todos aqueles que defendem a ideia de uma revolução pudessem chegar a um acordo. A vontade pelo novo dentro do homem sempre existiu, mas isso não é o mesmo que dizer coragem. Vontade é aquilo que instiga o indivíduo, porém a coragem é o que leva a sua realização. A revolução é uma simbiose entre vontade e coragem, entre reexão e a prática, não consegue mudar nada somente querendo e não se pode ter coragem se não existir o desejo. A revolução nunca poderá ser concluída enquanto ela não se fartar de si para que outros possam ser convencidos. Sempre os vencedores de uma trama ideologizada escreveram sobre seus avanços e conquistas, de tal forma que aqueles que lêem ou ouvem suas raízes passadas admirem e busquem uma inserção neste meio. Diferentemente do que Marx falou, “que todo sujeito é um ser-histórico”, a história desenhada pelos triunfantes, anulam os vencidos de se projetarem como um sujeito histórico e vendem indulgências para que os mesmos possam sonhar com o paraíso. Lutamos contra um sistema que nos explora, batalhamos contra um inimigo ausente-presente, buscamos por liberdade. Arrancar as bases de um sujeito e permitir que o mesmo comece pelo meio sem um início é um homicídio culposo de uma arquitetura perniciosa e delirante. Se não nos debruçarmos sobre esta perspectiva toda revolução será colonizada, porque nascerá de algo já existente e construído com valores que não representam o indivíduo em sua essência, transformando esta queda de braço em pólos distintos, que é regulada pelos extremismos, nunca pela equidade valorativa. Conhecer uma história que não caracteriza sua real posição social é a mesma coisa que ter uma garrafa de água vazio no deserto. As regionalidades não podem ser suprimidas em detrimentos de uma homogeneização histórica-cultural, de porta vozes que nos transformam em meros repercutores de uma falácia. Por isso as teorias de Marx, de Lênin e de Trotsky não devem ser estudadas tendo como ponto central a cultura européia, seja ela russa ou alemã. Essas teorias devem ser enxertadas dentro do ambiente histórico-cultural da região que se debruçará em reetir sobre seus métodos, por isso, se faz necessário que a esquerda revolucionária latinoamericana conheça a história de suas regionalidades e especicidades, para que haja uma relação dialógica entre a teoria e o meio, formando assim a práxis revolucionária, destituída de toda signicação construída pela mais-valia-ideológica. SILÊNCIO SONORO por Marchesano Roubaram-me a vida! Tiraram-me a música! Apagaram a poesia! Destruíram a melodia! Banalizaram a arte! Que mundo é este que se vive sem estas coisas. Onde a multidão das palavras são mais valorizadas que o silêncio. Será que surdos são aqueles que não ouvem as palavras? Ou aqueles que não entendem o silêncio? Diga-me algo que não use palavras. Dê um grito mudo. Conte-me segredo calado. Não considere o silêncio uma falta e, sim as palavras um excesso. Cante com um silêncio audível, com uma voz quieta. Solfeje em repouso, e vibre sem acordar. O silêncio é a linguagem universal. O sol brilha e aquece em silêncio e as estrelas também. A lua em sua timidez troca somente olhares. As árvores, as flores e as plantas só contemplam. E os pássaros o que fazem? Afinam os ouvidos atentos. Quem ouviu o grilo falar nunca mais desejou o barulho do automóvel. A alma se afina no silêncio, a sabedoria conversa através de gestos. Por isso, os loucos criaram ruídos e vivem nas zonas de intenso barulho. A fala é prata, o silêncio é ouro! Por favor, se vieres usar as palavras, use-ás na mesma intensidade do cosmos, para que meus ouvidos não te repudiem, mas para que seja afinado pelo solfejo do natural. Falei duas palavras e ninguém me ouviu, usei mil e ninguém me entendeu, fiquei em silêncio e todos me observaram. Que bom é o silêncio sonoro! Todos pela Identidade Latinoamericana Edição dedicada à memória de Eduardo Galeano Sebastião Salgado, México OCHAPOLIN 01 MAIO2015 EN BUSCA DE LAS RAÍCES LATINOAMERICANAS En su (de Getúlio Vargas) adolescencia vivida algun tienpo en Ouro Preto brotó su espírito nacionalista, es lo que ha sugerido Jorge Abelardo: Vargas “se educo en el corazón del Brasil”. En 1954, con el objetivo de evitar o retrasar el Golpe de Estado ( el qual aconteció diez años después), él disparó con revolver un tiro en su corazón. Era una mañana de sol en Palacio del Catete en Rio de Janeiro. Creo que es necesario hacer un estudio acerca del estilo literario de Abelardo Ramos (en el império esclavista brasileño él puso en relieve los terratenientes que eran politivistas y “gramáticos sutiles”), tal cual Ludoviso Silva lo hizo con Carlos Marx. Al escribir historia con imaginación creativa, la veracidad de los hechos no es sacricada por Ramos; al contrario, el estilo literario hace más nítido el sentido histórico. Que manera expressiva de señalar, a propósito de los terratenientes con su cultura jurídico-formalista, que eran duenos de esclavos y gramáticos con pasión pór lãs regras y normas de la lengua. El estilo se hace pura literatura para iluminar nuestra história: “formación del Brasil con sus clases y etnias, sus plantadores lólogos, los antiguos esclavos proletarizados y esa fascinadora aleación de renamiento y barbarie”. Una sociedad de sangre, cruel y gramatical, una sociedad hecha de hambre (en el paraíso de calorias) y lucros exportables. Autor del libro Bolivarianismo y Marxismo (el método de abordar la lucha de clases y la cuestión nacional), Abelardo vió con extrena simpatia el papel de Vargas en la história de Brasil desde los anos 30, sin dejar de hacer restricciones a Luis Carlos Prestes, líder revolucionário antes de haber sido seducido por el stalinismo. Su entrada en Partido Comunista no le dio luces para percibir el drama de la nación latinoameracana fragmentada, mientras Abelardo Ramos tomando conciencia de la Patria Grande con el marxista Trotsky y el nacionalismo anti- imperialista de Miguel Ugarte que ha visto America Latina como nación inconcluso. Su manera de entender el camino político de Luis Carlos Prestes, que nunca en su vida conseguió superar el positivismo, merece que se destaque especialmente ese aspecto: el patriotismo de Prestes lo ha llevado al socialismo, pero el stalinismo lo aniquiló. Atención, decia Abelardo: el patriotismo en Inglaterra es reaccionario, mientras en America Latina es progresista. La falta de conexión latinoameriacana lo hizo acentuar la división entre naciones oprimidas y naciones opresoras. Conocía los primeros intelectuales brasileños marxistas como Euclides da Cunha y Tobias Barreto, pero no ha citado ninguno con la preocupación de unir Marx y Bolivar, tal cual sucedió con Mariátegui en Perú. por Gilberto Felisberto Vasconcellos "Historia de la Nación Latinoamericana" é uma obra clássica de Jorge Abelardo Ramos que retrata Nuestra América desde a colonização espanhola e portuguesa até os governos nacionalistas, como Getúlio Vargas e Perón, do século XX. Você consegue baixá-lo facilmente na rede, além disso, também disponível, recomendamos a versão em documentário audio-visual dividida em quatro capítulo que leva o mesmo nome da obra. CONTINUAÇÃO Brasil en La Pluma de Abelardo Ramos Nao contavam com nossas criticas? O Chapolin é um periódico que vai conversando com quem fez e faz história, uma produção independente que quebra porquinhos pra pagar as impressões com as moedas. Aqui pedimos sua contribuição para a descolonização, porque queremos com a sua ajuda desconstruir imaginários criados sobre nosso povo e nossa terra. Os grilhões colocados pela colonização devem ser arrebentados. Nosso jornal já chega descolonizado e auto-financiado. Nossa primeira edição foi bancada por seus idealizadores, mas as próximas serão vendidas a preço de custo. Os leitores que quiserem apoiar financeiramente este periódico devem entrar em contato. Expediente Redação e Edição: Marchesano, Topolino da Silva e Carlos Musgo 32 84553602 [email protected] facebook O Chapolin

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(Versão para impressão em folha A3) Conteúdo: - Todos pela Identidade Latinoamericana - Psicografando com Galeano - Brasil en La Pluma de Abelardo Ramos - Uruguay - Fala, Velho Marques - Silência Sonoro (Poesia) Reprodução permitida desde que citada a fonte.

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Page 1: Edição #1 MAIO 2015

Todos queremos a revolução, seja

ela por motivos de opressão, cansaço com o sistema vigente, desilusão, desmotivação e oba-oba. Todos queremos algum tipo de transformação seja ela supercial ou substancial, o desejo do homem em sua grande maioria sempre foi pelo novo, talvez esse motivo seja uma das causas como a elite d o m i n a n t e f a z m u d a n ç a s constantemente em seus variados aspectos, porém sem modicar a base – a propriedade privada.

Pensar sobre revolução sempre foi um tema que trouxe grandes confusões e embaraços, discussões e possessões que por m não c o n s e g u i r a m c h e g a r a u m denominador comum, o qual todos aqueles que defendem a ideia de uma revolução pudessem chegar a um acordo.

A vontade pelo novo dentro do homem sempre existiu, mas isso não é o mesmo que dizer coragem. Vontade é aquilo que instiga o indivíduo, porém a coragem é o que leva a sua realização. A revolução é uma simbiose entre vontade e coragem, entre reexão e a prática, não consegue mudar nada somente querendo e não se pode ter coragem se não existir o desejo. A revolução nunca poderá ser concluída enquanto ela não se fartar de si para que outros possam ser convencidos.

Sempre os vencedores de uma trama ideologizada escreveram sobre seus avanços e conquistas, de tal forma que aqueles que lêem ou ouvem suas raízes passadas admirem e busquem uma inserção neste meio. Diferentemente do que Marx falou, “que todo sujeito é um ser-histórico”, a história desenhada pelos triunfantes, anulam os vencidos de se projetarem como um

s u j e i t o h i s t ó r i c o e v e n d e m indulgências para que os mesmos possam sonhar com o paraíso.

Lutamos contra um sistema que nos explora, batalhamos contra um inimigo ausente-presente, buscamos por liberdade. Arrancar as bases de um sujeito e permitir que o mesmo comece pelo meio sem um início é um homicídio culposo de uma arquitetura perniciosa e delirante.

Se não nos debruçarmos sobre esta perspectiva toda revolução será colonizada, porque nascerá de algo já existente e construído com valores que não representam o indivíduo em sua essência, transformando esta queda de braço em pólos distintos, que é regulada pelos extremismos, nunca pela equidade valorativa. Conhecer uma história que não caracteriza sua real posição social é a mesma coisa que ter uma garrafa de água vazio no deserto.

As regionalidades não podem ser suprimidas em detrimentos de uma homogeneização histórica-cultural, de porta vozes que nos transformam

em meros repercutores de uma falácia. Por isso as teorias de Marx, de Lênin e de Trotsky não devem ser estudadas tendo como ponto central a cultura européia, seja ela russa ou alemã. Essas teorias devem ser enxertadas dentro do ambiente histórico-cultural da região que se debruçará em reetir sobre seus métodos, por isso, se faz necessário que a esquerda revolucionária latinoamericana conheça a história de suas regionalidades e especicidades, para que haja uma relação dialógica entre a teoria e o meio, formando assim a práxis revolucionária, destituída de toda signicação construída pela mais-valia-ideológica.

SILÊNCIO SONORO por MarchesanoRoubaram-me a vida!Tiraram-me a música!Apagaram a poesia!

Destruíram a melodia!Banalizaram a arte!

Que mundo é este que se vive sem estas coisas.

Onde a multidão das palavras são mais valorizadas que o silêncio.

Será que surdos são aqueles que não ouvem as palavras? Ou aqueles que não

entendem o silêncio?Diga-me algo que não use palavras.

Dê um grito mudo.Conte-me segredo calado.

Não considere o silêncio uma falta e, sim as palavras um excesso.

Cante com um silêncio audível, com uma voz quieta.

Solfeje em repouso, e vibre sem acordar.

O silêncio é a linguagem universal.O sol brilha e aquece em silêncio e as

estrelas também.A lua em sua timidez troca somente

olhares.As árvores, as flores e as plantas só

contemplam.E os pássaros o que fazem? Afinam os

ouvidos atentos.Quem ouviu o grilo falar nunca mais

desejou o barulho do automóvel.A alma se afina no silêncio, a sabedoria

conversa através de gestos.Por isso, os loucos criaram ruídos e vivem nas zonas de intenso barulho.

A fala é prata, o silêncio é ouro!Por favor, se vieres usar as palavras,

use-ás na mesma intensidade do cosmos, para que meus ouvidos não te repudiem, mas para que seja afinado

pelo solfejo do natural.Falei duas palavras e ninguém me ouviu, usei mil e ninguém me entendeu, fiquei

em silêncio e todos me observaram.Que bom é o silêncio sonoro!

Todos pela Identidade Latinoamericana

Edição dedicada à memória de Eduardo Galeano

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EN BUSCA DE LAS RAÍCES LATINOAMERICANASE n s u ( d e G e t ú l i o Va r g a s ) adolescencia vivida algun tienpo en Ouro Preto brotó su espírito nacionalista, es lo que ha sugerido Jorge Abelardo: Vargas “se educo en el corazón del Brasil”. En 1954, con el objetivo de evitar o retrasar el Golpe de Estado ( el qual aconteció diez años después), él disparó con revolver un tiro en su corazón. Era una mañana de sol en Palacio del Catete en Rio de Janeiro. Creo que es necesario hacer un estudio acerca del estilo literario de Abelardo Ramos (en el império esclavista brasileño él puso en relieve los terratenientes que eran politivistas y “gramáticos sutiles”), tal cual Ludoviso Silva lo hizo con Carlos Marx. Al escribir historia con imaginación creativa, la veracidad de los hechos no es sacricada por Ramos; al contrario, el estilo literario hace más nítido el sentido histórico. Que manera expressiva de señalar, a propósito de los terratenientes con su cultura jurídico-formalista, que eran duenos de esclavos y gramáticos con pasión pór lãs regras y normas de la lengua. El estilo se hace pura literatura para i l u m i n a r n u e s t r a h i s t ó r i a : “formación del Brasil con sus clases y etnias, sus plantadores lólogos, los antiguos esclavos proletarizados y esa fascinadora aleación de renamiento y barbarie”.

Una sociedad de sangre, cruel y gramatical, una sociedad hecha de hambre (en el paraíso de calorias) y lucros exportables. Autor del libro

Bolivarianismo y Marxismo (el método de abordar la lucha de clases y la cuestión nacional), Abelardo vió con extrena simpatia el papel de Vargas en la história de Brasil desde los anos 30, sin dejar de hacer restricciones a Luis Carlos Prestes, líder revolucionário antes de haber sido seducido por el stalinismo. Su entrada en Partido Comunista no le dio luces para percibir el drama de la n a c i ó n l a t i n o a m e r a c a n a fragmentada, mientras Abelardo Ramos tomando conciencia de la Patria Grande con el marxista Trotsky y el nacionalismo anti-imperialista de Miguel Ugarte que ha visto America Latina como nación inconcluso. Su manera de entender el camino político de Luis Carlos Prestes, que nunca en su vida conseguió superar el positivismo, m e r e c e q u e s e d e s t a q u e especialmente ese aspecto: el patriotismo de Prestes lo ha llevado al socialismo, pero el stalinismo lo aniquiló. Atención, decia Abelardo: el patriot ismo en Inglaterra es reaccionario, mientras en America Latina es progresista. La falta de conexión latinoameriacana lo hizo acentuar la división entre naciones oprimidas y naciones opresoras. Conocía los primeros intelectuales brasileños marxistas como Euclides da Cunha y Tobias Barreto, pero no h a c i t a d o n i n g u n o c o n l a preocupación de unir Marx y Bolivar, tal cual sucedió con Mariátegui en Perú. por Gilberto Felisberto Vasconcellos

"Historia de la Nación Latinoamericana" é uma obra clássica de Jorge Abelardo Ramos que retrata Nuestra América desde a colonização espanhola e portuguesa até os governos nacionalistas, como Getúlio Vargas e Perón, do século XX.Você consegue baixá-lo facilmente na rede, além disso, também disponível, recomendamos a versão em documentário audio-visual dividida em quatro capítulo que leva o mesmo nome da obra.

CONTINUAÇÃO Brasil en La Pluma de Abelardo Ramos

Nao contavam com nossas criticas? O Chapolin é um periódico que vai conversando com quem fez e faz história, uma produção independente que quebra porquinhos pra pagar as impressões com as moedas. Aqui pedimos sua contribuição para a descolonização, porque queremos com a sua ajuda desconstruir imaginários criados sobre nosso povo e nossa terra. Os grilhões colocados pela colonização devem ser arrebentados. Nosso jornal já chega descolonizado e auto-financiado. Nossa primeira edição foi bancada por seus idealizadores, mas as próximas serão vendidas a preço de custo. Os leitores que quiserem apoiar financeiramente este periódico devem entrar em contato.

ExpedienteRedação e Edição: Marchesano, Topolino da Silva e Carlos Musgo

32 [email protected]

facebook O Chapolin

Page 2: Edição #1 MAIO 2015

O famoso tango La Cumparsita não é argentino, ao contrário do que muitos pensam, foi composto por um uruguaio chamado Matos Rodríguez nos seus 17 anos de idade. Cumparsita é diminutivo de comparsa, referente a um conjunto de pessoas que vão junto pela rua, por exemplo, no carnaval. Carnaval que no Uruguai é comemorado aos sons dos tambores do Candombe , ritmo de resistência dos africanos contra a colonização espanhola, que permanece pulsalte nos bairros tradicionais negros como Barr io Sur e Pa lermo , em Montevidéu foto.Entretanto, a opressão continua com novas formas, recentemente o povo uruguaio, como no Brasil, enfrentou campanhas dos partidos conservadores (Nacional e Colorado) pela redução da maioridade penal, porém, através de um plebiscito a população se demonstrou contra a essa medida. Estas medidas não passarão, e os tambores da revolução tem de estourar os tímpanos dos responsáveis pelo sofrimento do povo uruguaio.

Uruguay

?

Quien es?

População 3.286.314 (2011)

Território 176.215 km²

PIB 75º (2013)

Alfabetização 98% Maior da América Latina

IDH 0,790 alto

Gini 45,3

Moeda Peso Uruguaio 1 UYU = 0,1128 BRL /1 UYU = 0,0379 USD

Governo República Presidencialista

Presidente Tabaré Vázquez Frente Ampla

Independência do Brasil 27/08/1828

Psicografandocom Galeano

Aborto Após a legalização em

2012, o número de

desistências subiu 30%

Marijuana mortes ligadas ao

tráfico da erva chegam a zero,

depois da descriminalização e

regulamentação

RAIO-X

Fala, Velho Marques!“A história de todas as sociedades que existiram até hoje é a história de lutas de classe” Logo na primeira frase do capítulo I do Manifesto Comunista deixa claro que, sempre houve uma divisão entre opressores e oprimidos. Essa contradição pode ser observada desde a antiguidade até os dias atuais – entre homens livres e escravos, patrícios e plebeus, servos e senhores, burgueses e proletários. Seus trabalhos históricos se desenvolveram com base nessa premissa, se fundamentando no materialismo histórico.

O modo de produção econômico (base) determina os aspectos

culturais (superestrutura) . Em outras palavras, não se pode julgar uma sociedade a partir de sua própria consciência, mas pelo contrário, é preciso explicar essa consciência a partir das contradições da vida material e do conito entre as classes. “O modo de produção da vida material condiciona o processo geral da vida social, político e espiritual” (Prefácio para a Crítica da Economia Política). Nesse sentido, a metáfora da base e da superestrutura, permeada pela luta de classes, é o fundamento para a concepção de História no Manifesto do Partido Comunista.

*Cada edição ordinária do CHAPOLIN contará com uma coluna sobre países da Nuestra América

[...]José Artigas encarnou a revolução agrária. Este caudilho, com tanta sanha caluniado e tão desfigurado pela história oficial, encabeçou as massas populares dos territórios que hoje ocupam Uruguai e (várias) províncias argentinas[...], no ciclo heróico de 1811 a 1820. [...]Seguiam Artigas, lança na mão, os patriotas. Em sua maioria eram “paisanos” pobres, gaúchos rústicos, índios que recuperavam na luta o sentido da dignidade, escravos que ganhavam a liberdade incorporando-se ao exército da independência. A revolução dos cavaleiros pastores incendiava a pradaria.

A PRIMEIRA REFORMA AGRÁRIA DA AMÉRICA LATINA: UM SÉCULO E MEIO DE DERROTAS PARA JOSÉ ARTIGAS

As Veias Abertas da América Latina, Eduardo GaleanoNa última quinta-feira (14) foi criado Fórum Regional contra Redução da Maioridade Penal de Juiz de Fora, existem várias frentes amplas por todo Brasil.

N u m m u n d o q u e p r e f e r e a segurança à justiça, há cada vez mais gente que aplaude o sacrifício da justiça no altar da segurança. Nas ruas das cidades são celebradas as cerimônias. Cada vez que um delinqüente cai varado de balas, a sociedade sente um alívio na doença que a atormenta.

DE PERNAS PRO AR: A ESCOLA DO MUNDO AO AVESSOEduardo Galeano

Brasil en La Pluma de Abelardo Ramos: Historia e Imaginacion Artistica

No sé si Abelardo Ramos estuvo en Brasil, pero lo que impresiona es la profundidad con que escribió acerca del país, revelando mas argúcia, en los distintos asuntos políticos y culturales, más que muchos de nuestros ensaystas y estudiosos.

Creo que incluso es posible saber que los autores leído para discutir la historia de Brasil, un país que todavía es poco conocido por el lat inoamericanos y lo Brasi l tambien no conoce la latinoamerica. C l a r o q u e A b e l a r d o R a m o s , preocupado con los orígenes de la balcanización del continente, tematizado el Tratado de Tordesillas en la disputa entre Portugal y España , aunque centrando su reexión desde el imperio esclavista , Getúlio Vargas y su suicidio en 1954 .

Sería un exageración decir que Abelardo Ramos elaboró uma teoria del Brasil, pero signicativo es lo que ha llamado la atención en la historia de Brasil. El Estado Nuevo de Getúlio Vargas, inaugurado en 1937 (por esa época Trotsky vivia en México) sufrió las conseqüências de la crisis capitalista de 29. El nacionalismo de Vargas, fundado en el mercado interno, favoreció el desarrollo industrial, fue el punto de partida de la hegenonia de la burguesía industrial. Con el Estado Nuevo hubo un equilíbrio multiclase que aglutinada plantadores de café paulista, burguesía comercial del Rio de Janeiro y burocracia estatal y las actividades agroexportadoras, sin dejar de hacer referencia a la indignación exógena de la burguesía del café. Aquí se resalta el dato biográco, pues Getúlio Vargas nacido en São Borja, Rio Grande do sul, región cuya ecomomía estuvo menos vinculada a los intereses exportadores. Eso fue dicho a propósito de la revolución de 1930

d ir ig ida por los gaúchos . El nacionalismo de Vargas culminó en la creación de la Petrobras y con la trágica Carta Testamento escrito antes del suicídio del Presidente en 1954.

Hay en el historiador Abelardo Ramos el estilo l iterario que f u n d a m e n t a s u i m a g i n a c i ó n artística al escribir história, siendo en ese aspecto similar al grande historiador socialista português, Oliveira Martins, dotado de una capacidad extraordinária de percibir y expresar la realidad histórica como si fuera un grand novelista. Digamos que Abelardo Ramos haria, como se puede vericar en sus reexiones históricas acerca del Brasil, rigurosa objetividad cientíca mezclada con uma antena estética. Su prosa está hecha muchas vezes con un montage de imágenes y símbolos que evoca el mejor cine dialético. Con el afán de reconstruir la personalidad histórica de Vargas, que es onipresente en sus páginas (rivalizando apenas con el lugar ocupado por Luís Carlos Prestes), nuestro colorado estableció un nexo de sentido entre São Borja missionera del Sur (ciudad en cuyo cenenterio estan enterrados Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola y Neuza Goulart) y la Minas Gerais barroca del escultor Aleijadinho con sus “subversivos Cristos”.

OCh Eduardo, pra começar, queremos dizer que estamos de luto por sua morte, que lamentamos muito.

EG Somos feitos de átomos, dizem os cientistas, mas um passarinho me contou que também somos feitos de histórias. De tempo somos. Somos seus pés e suas bocas. Os pés do tempo caminham em nossos pés. Cedo ou tarde, já sabemos, os ventos do tempo apagarão as pegadas.

OCh Sabemos que suas obras estão esgotando nas livrarias depois de sua morte. As novas gerações estão tomando contato com As veias abertas da América Latina.

EG Eu lamento que o livro não tenha perdido atualidade. A história não quer se repetir - o amanhã não quer ser outro nome do hoje - , mas obrigamos a se converter em destino fatal quando nos negamos a aprender lições que ela, senhora de muita paciência, nos ensina dia após dia. Nós nos negamos a escutar as vozes que nos advertem: os sonhos do mercado mundial são os pesadelos dos países que se submetem aos seus caprichos. O passado é mudo? Ou continuamos sendo surdos?

OCh Sim, porque nós fomos ensinados a pensar e não a sentir. E este racional se alimenta do sensorial, sendo assim, nos assassinou por dentro através de uma inanição sensorial. Portanto, a falta dessa percepção sensível nos trouxe até aqui, o desenvolvimento virou uma ameaça à vida.

EG O medo ameaça: se você ama, terá Aids. Se fuma, terá câncer. Se respira, terá contaminação. Se bebe, terá acidentes. Se come, terá colesterol. Se fala, terá desemprego. Se caminha, terá violência. Se pensa, terá angústia. Se duvida, terá loucura. Se sente, terá solidão. Vivemos um mundo infame, eu diria. Não nos incentiva muito… Um mundo mal-nascido. Mas existe outro mundo na barriga deste. Esperando… E é um mundo diferente. Diferente e de parto complicado. Não é fácil o seu nascimento. Mas com certeza pulsa no mundo que estamos. Um outro mundo que “pode ser”, pulsando no mundo que “é”.

Och Ser ia um mundo social is ta? ...Eduardo?!...Eduardo...Ê-Eduardo!

CONTINUA NO VERSO