Ed. n #040
Transcript of Ed. n #040
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Espírito Livre · Julho/2012 02
l icença
Espírito Livre · Julho/2012 03
Editorial
O uso do software l ivre e padrões abertos
em órgãos públ icos, prefeituras e na
administração públ ica como um todo ainda
não é unanimidade, mesmo seu uso
apresentando claras e evidentes vantagens
aos usuários e quem quer que o uti l ize.
Devagar mas de forma constante, vemos
aos poucos, prefeituras e projetos de lei
sinal izando que existe um interesse no uso
do software l ivre e padrões abertos na
administração públ ica, e seu uso quase
sempre vem amparado em razões l igadas a
economia de l icenças e na independência de
fornecedores de software.
Mas nem tudo são flores. Neste cenário
ainda existem aqueles que não enxergam
todos os benefícios que podem ser
alcançados com o uso de programas com
código fonte disponível e l ivre. Os padrões
abertos de documento são outra via que
merece atenção, já que vários municípios e
estados já demonstraram seu interesse ao
regulá-los através de leis. Alguns estados
notadamente estão a frente neste quesito, o
que, pelo menos em teoria, deveriam
inspirar aos que ainda não se
movimentaram neste sentido, a anal isarem
possibi l idade de projetos e leis que
amparem seus cidadãos e resguarde
documentos importantes em formatos
abertos e que possibi l i te acessá-los no
futuro. Entretanto esta medida não deve ser
uti l izada somente nas situações
mencionadas aqui . Os exemplos que serão
encontrados nesta edição servem para
demonstrar que existe uma nova
mental idade, novas ferramentas, novos
softwares, novos formatos de arquivos. Em
um mundo que se viu, por décadas,
uti l izando os mesmos formatos,
fornecedores e desenvolvedores, estar neste
mundo novo não é tarefa fáci l . Comunidades
fortes e um mercado ativo e maduro,
preparado para prover soluções a este
públ ico também são deveras importante. A
sociedade agradece.
Um abraço forte a todos e até mais!
João Fernando Costa Júnior
Editor
Diretor GeralJoão Fernando Costa Júnior
EditorJoão Fernando Costa Júnior
RevisãoVera Cavalcante e João Fernando Costa Júnior
Arte e DiagramaçãoHél io José S. Ferreira e João Fernando Costa Júnior
Jornalista ResponsávelLarissa Ventorim CostaES00867JP
CapaCarlos Eduardo Mattos da Cruz
Colaboradores desta ediçãoCarl isson Galdino, Cleuton Sampaio, Davi Pessanha, DaviesNassaro, Edson Praczky, Francisco Rodrigues, Geovane LeonardoSantos Braga, Giany Abreu, Igor Morgado, João Fernando CostaJúnior, Jonatas Murça, José James Figueira Teixeira, J . S. Júnior,Marcelo Massao, Marcos Si lva Vieira, Reginaldo Radel , RobsonLeite, Ryan Cartwright, Sérgio Graça e Thiago Glauco Sanchez.
ContatoSite: http: //revista.espiritol ivre.orgEmai l : revista@espiritol ivre.orgTelefone: +55 27 8112-4903
ISSN Nº 2236031X
O conteúdo assinado e as imagens que o integram, são de inteira responsabilidade de seus
respectivos autores, não representando necessariamente a opinião da Revista Espírito Livre
e de seus responsáveis. Todos os direitos sobre as imagens são reservados a seus
respectivos proprietários.
Uma mensagempara o leitor
07 PROMOÇÕES
por vários autores
09 SOFTWARE LIVRE NAADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
por Davi Pessanha e Marcelo Massao
15 PODER PÚBLICO, SOFTWARELIVRE E EDUCAÇÃO
por Marcos Silva Vieira
17 O SOFTWARE LIVRE NO PODERPÚBLICO
por Reginaldo Radel
28 WARNING ZONE - Nº 40
por Cárlisson Galdino
37 OPENSOURCE NO CHÃO DEFÁBRICA
por Thiago Glauco Sanchez
41 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
por Geovane Braga
43 DATA MINING COM SOFTWARELIVRE
por Jônatas Murça
51 FUJA DO GOOGLE
por Davies Nassaro
55 CÓDIGO COMUM
por Igor Morgado
Espírito Livre · Julho/2012 04
sumário ⁄⁄edição julho 2012
36 AUDITORIA DE SISTEMAS COMTIGER
por J. S. Júnior
05 NOTÍCIAS
por João Fernando Costa Júnior
03 EDITORIAL
por João Fernando Costa Júnior
57 QUADRINHOS
por Ryan Cartwright e José James Teixeira
61 AGENDA
por vários autores
06 CARTAS
por vários autores
21 SISTEMA DE ATENDIMENTOCOM SOFTWARE LIVRE
por Sérgio Graça e Giany Abreu
31 AAMO, UM FRAMEWORKMÓVEL BRASILEIRO
por Cleuton Sampaio e Francisco Rodrigues
13 SOFTWARE LIVRE: TECNOLOGIAA SERVIÇO DA SOCIEDADE
por Robson Leite
Campanha de doações ao projeto
FreeBSD
A fundação FreeBSD esta fazendo uma
campanha de arrecadação de doações para
o projeto. Se o FreeBSD te ajudou ou ainda
te ajuda, custa muito pouco retribuir ao
projeto com doações a partir de U$ 5,00
via Paypal ou cartões de crédito. Para saber
mais, bem como fazer suas doações, visite
http: //www.freebsdfoundation.org/donate.
Conheça o Nightingale, music player
para GNU/Linux baseado no Songbird
O Nightingale é um projeto derivado do
player Songbird para Windows. Ele foi
desenvolvido através da plataforma
XULRunner. O player conta com um banco
de dados SQL para gerenciar a sua
bibl ioteca e usa o plugin GStreamer para
reprodução de áudio. A interface é
bastante elegante e agradável . Tem
suporte multiplataforma e possibi l idade de
instalar novos plugins, adicionando ainda
mais recursos ao software. Quer saber
mais? Visite http: //getnightingale.com.
0 A.D., um Age of Empires
opensource
0 A.D. é um game 100% free e
multiplataforma, que irá agradar os
amantes de jogos de estratégia. O jogo
lembra bastante Age of Mythology e Age of
Empires, tem belos gráficos e está
disponível para diversos sistemas
operacionais, a lém de ter seu fonte
disponível . Se você já perdeu horas com
games de estratégia, vale a pena conferir.
Visite http: //play0ad.com e divirta-se!
FF Multi Converter, um digno "tudo
em um" para conversões de arquivos
O FF Multi Converter é uma poderosa
ferramenta para conversão de arquivos de
vídeo, áudio, imagens e outros
documentos. O software promete converter
seus arquivos de forma rápida e fáci l . Vale
destacar que ele está l icenciado sob GPL e
portanto é sóftware l ivre. A l ista de
formatos suportados é bastante extensa.
Saiba mais em https: //sites.google.com/
site/ffmulticonverter.
Notícias
notícias
Espírito Livre · Julho/2012 05
por João Fernando Costa Júnior
Esta seção reune os úl ti mos comentári os,
mensagens, e-mai l s e sugestões que recebemos
de nossos l ei tores.
M ui to i nteressante, al ém de ser uma fonte de
conheci mento para a área da i nformáti ca e para
nós estudantes dessas tecnol ogi as. Traz as
i nformações de forma cl ara e propõem fáci l
entendi mento e compreensão.
Franciele Reis Kovalski - São Miguel do
Oeste/SC
M ui to i mportante poi s contri bui mui to para
quem está i ni ci anto na área.
Farley Dyego Pereia - Montes Claros/MG
É uma óti ma revi sta, para o l ei tor quequer fi car bem i nformado sobre tudo e todosos eventos no mundo tecnol ógi co e todas asnovi dades pel o si te. Acredi to que todos queestão i nterl i gados com tudo que rol a nomundo da i nformáti ca, deveri am l er arevi sta.
Rodrigo Motter - Maravilha/SC
Gosto mui to das matéri as e arti gos,
acompanho sempre pel os posts no Facebook.
Luciano S.Lopes - Laranjeiras do Sul/PR
A revi sta é 1 00%. Gosto bastante do materi al
da revi sta.
Lucas Cerezer e Sousa - Descanso/SC
A revi sta Espíri to Li vre é demai s! Tem
i nformações mui to i nteressantes e que aj udam
os estudantes em suas pesqui sas acadêmi cas.
Bruna Luiza Basei - Guaraciaba/SC
Ol hei um pouco a revi sta, e achei mui tobacana. N ão a conheci a, mas agora vou l ercom frequênci a.
Rafael Gomes - São Miguel do Oeste/SC
Um trabal ho espetacul ar e que contri bui
horrores com a cena naci onal do SL.
Eduardo Maes - Blumenau/SC
É sem sombra de dúvi da, uma referênci a ao
mundo do Software Li vre, pri nci pal mente aos
amantes do SL, apresentando vári as facetas do
segmento do mundo da tecnol ogi a da
i nformação. Parabéns a toda equi pe! Segui mos
em frente. . . "
Zenaide Busanello Belle - São Paulo/SP
A Revi sta Espíri to Li vre é formi dável , mui to
bom os conteúdos das matéri as nel a publ i cada.
Para quem não tem conheci mento do Uni verso
do Software Li vre, el a i ncenti va, a usar. Parabéns
a equi pe, pel a publ i cação.
Adriano Henrique Rezende - Maringá/PR
Uma revi sta essenci al para o setor de
i nformáti ca no Brasi l e ai nda mai s para o mundo
Li nux.
Demian M. Walendorff - Brasília/DF
Esta de parabéns! Tornando cada di a mai s o
mundo do software l i vre um l i vro aberto!
Marlon Dauernheimer - Cunha Pora/SC
A revi sta Espíri to Li vre é uma base para o
mundo l i vre/OpenSource no Brasi l . Encontramos
tudo que está mai s em evi dênci a no mundo
OpenSource e temos sempre conteúdo de forma
cl ara e com a mai or qual i dade possível . É
real mente um show!
Mailson M. dos Santos Filho - Maceió/AL
Uma revi sta de óti ma qual i dade com
conteudo super i nteressante, assuntos
especi fi cos. . . Recomendável para todo
profi ssi onal que desej a i nformações preci sas e
confi ávei s.
Rosangela Souza Saraiva - Brasília/DF
Coluna do leitor
coluna do leitor
Espírito Livre · Julho/2012 06
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Espírito Livre · Julho/2012 07
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Ganhadores da promoção FASOL 2012:1. Larissa Marcioliver Santarém/PA2. Caroline de Souza Vieira Rio de Janeiro/RJ3. Dirceo Antonio Chittolina Junior Porto Velho/RO
Ganhador da promoção WinLinux Day:1. Marcelino Rodrigo Saraiva Belém/PA
Ganhadores da promoção PythonBrasil[8]:1. Tales P. de Andrade São José dos Campos/SP2. Marcelo Viana Silva Embu/SP
Ganhadores da promoção PASL.NET.BR:1. Laisa Oliveira Ouro Preto/MG2. Andrea Marco Rossignoli Perolo Camanducaia/MG3. Carlos Alberto Bezerra Júnior Areia Branca/RN4. Davidson Fernandes São Paulo/SP5. Antonio de Oliveira Silva Filho Benevides/PA
capa · software livre na administração pública
Espírito Livre · Julho/2012 09
SSOOFFTTWWAARREE LLIIVVRREENNAAAADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOOPPÚÚBBLLIICCAApor Davi Pessanha e Marcelo Massao
E m mais um ano deeleições tivemos aoportunidade de co-
nhecer as propostas e pla-nos de governo doscandidatos a prefeito e ve-readores em mais de cincomil municípios brasi leiros.Foram propostas voltadaspara a educação, saúde,transporte, segurança etc.Porém difici lmente (salvoraras exceções) algum can-didato apresenta em seuplano de governo um tipode ação ou estratégia quediga respeito a implantaçãoe uso do Software Livre porparte da administração pú-bl ica. É preferível acreditar
que tal fato ocorra por purafalta de conhecimento, nãoapenas daquele que preten-de governar uma cidade porquatro anos mas tambémpela grande maioria dosseus assessores. Falando deuma forma general izada aprópria estrutura que seráuti l izada pela equipe detecnologia da informação(quando existe) é pouco ouquase nunca colocada emum plano de governo, comose uma prefeitura pudessefuncionar sem a existênciade computadores, servido-res (máquinas e não pesso-as), sistemas e acesso àinternet.
www.s
xc.hu
Espírito Livre · Julho/2012
Falando especificamentede sistemas, entramos emuma discussão que na mai-oria das situações sempreacaba ficando em segundoplano em grande parte dasprefeituras brasi leiras: a uti -l ização do Software Livre.De acordo com a Associa-ção Nacional para o Soft-ware Livre1 (de Portugal) osoftware l ivre deve ser pri-vi legiado e usado de formapreferencial por parte daadministração públ ica porcausa de quatro princípiosbásicos:
1 – Legal (não existe có-pia i legal de software)
2 – Político ( independên-cia de fornecedor desoftware)
3 – Social (comparti lhar oconhecimento)
4 – Econômico (não exis-te compra de l icenças)
No que diz respeito a re-lação Software Livre x Go-verno Federal podemosencontrar uma excelentedefinição no portal do Minis-tério do Planejamento, Or-çamento e Gestão2:
“O software livre é uma op-
ção estratégica do Governo Fe-
deral porque reduz custos,
amplia a concorrência, gera
empregos e desenvolve o co-
nhecimento e a inteligência do
país nessa área.”
Uma das grandes iniciati -vas do Governo Federal foia criação do Portal doSoftware Públ ico3 onde sãodisponibi l izados centenasde softwares l ivres que po-dem ser implantados em to-
das as esferas daadministração públ ica (fe-deral , estadual e municipal)como também podem seruti l izados pela sociedadeem geral . Abaixo algunssoftwares disponíveis noPortal do Software Públ icoque merecem destaque euma pequena descrição deacordo com informaçõesobtidas no próprio portal :
Cacic - Primeiro Softwa-re Públ ico do Governo Fede-ral , resultado do Consórciode Cooperação entre a SLTI- Secretaria de LogísticaTecnologia da Informação,do Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão- MPOG e a DATAPREV - Em-presa de Tecnologia e Infor-mações da PrevidênciaSocial , desenvolvido peloEscritório Regional da DATA-PREV no Espírito Santo.
O Cacic é capaz de forne-cer um diagnóstico precisodo parque computacional edisponibi l izar informaçõescomo o número de equipa-mentos e sua distribuiçãonos mais diversos órgãos,os tipos de softwares uti l i -zados e l icenciados, confi-gurações de hardware,entre outras. Também podefornecer informações patri -moniais e a local ização físi -ca dos equipamentos, am-pl iando o controle do par-que computacional e a se-gurança na rede.
Linux Educacional -O Linux Educacional é umasolução de software que co-
labora para o atendimentodos propósitos do ProInfo deforma a favorecer ao usuá-rio final no que se refere aouso e a acessibi l idade, bemcomo ao responsável pelolaboratório no que se referea manutenção e atual izaçãoda solução.
A versão 3.0 do LinuxEducacional , foi baseadaem uma distribuiçãoGNU/Linux chamadaKubuntu, com uma identi-dade visual simples e atra-tiva, apl icativos educacio-nais personal izados, ferra-mentas de acesso e buscados conteúdos educacio-nais, repositório Debian deconteúdos educacionaismantido pelo MEC e ferra-mentas de produtividade.
Prefeitura Livre - OPREFEITURA LIVRE é umasolução de gestão munici -pal completamente l ivre ecom suporte comercial deuma rede de empresas es-pecial izadas. Você não pre-cisa pagar qualquer valorreferente a l icença desoftware para uti l izar estasolução, basta baixar o có-digo-fonte e configurá-loadequadamente com os di-versos SOFTWARES LIVRESque compõem a solução. OPREFEITURA LIVRE é a únicasolução de gestão munici -pal que implementa os prin-cipais conceitos associadosao Cadastro Técnico Multifi -nal i tário (CTM) e ao Geo-processamento Corporativo.Sendo um SOFTWARE LIVREdesenvolvido sob um fra-
capa · software livre na administração pública
10
Espírito Livre · Julho/2012 11
mework estruturado em 3camadas (MVC), ele podeser adaptado rapidamentea qualquer nova demanda.
Pandorga - O PandorgaGNU/Linux é uma distribui-ção educacional criada em2006 especialmente paracrianças, pré-adolescentese escolas de ensino infanti le fundamental . Seu propósi-to é fazer do laboratório deinformática um ambiente desegurança, diversão eaprendizado, com muitos jo-gos e programas que exer-citem a mente sem perder oprazer em estudar. Queridapelos educadores, pais ealunos, a distribuição edu-cacional Pandorga tem umatrajetória de sucesso, real i -zações, trabalho e diversãogarantida desde o desen-volvedor até o usuário final ,os alunos!
i-Educar - O i-Educar éum software de gestão es-colar. Central iza as informa-ções de um sistemaeducacional municipal , d i -minuindo a necessidade deuso de papel , a dupl icidadede documentos, o tempo deatendimento ao cidadão eracional izando o trabalhodo servidor públ ico. O i-Edu-car foi desenvolvido inicia l -mente pela prefeitura deItajaí-SC e fora disponibi l i -zado como software l ivreatravés de uma parceriatecnológica com a CobraTecnologia. Com o i-Educaré possível controlar todo ocadastro de alunos, com
seus dados pessoais, fami l i -ares e pedagógicos. Funcio-nal idades como matrículas,transferências, emissão decertificados e diplomas,suspensões, quadro de ho-rários e relatórios gerenciaissão real izados de forma in-tegrada. O sistema contatambém com um módulo debibl ioteca que faz a gestãode bibl iotecas de cada esco-la.
e-cidade - O e-cidadedestina-se a informatizar agestão dos Municípios Brasi-leiros de forma integrada.Esta informatização con-templa a integração entreos entes municipais: Prefei-tura Municipal , Câmara Mu-nicipal , Autarquias, Funda-ções e outros.
A economia de recursos ésomente uma das vanta-gens na adoção do e-cida-de, além da l iberdade deescolha dos fornecedores egarantia de continuidade dosistema, uma vez apoiadopelo Ministério do Planeja-mento.
Como um exemplo de su-
cesso e uti l ização doSoftware Livre por parte daadministração públ ica muni-cipal temos o caso de Si lvaJardim – RJ , que é uma dastrês prefeituras brasi leirassignatárias do ProtocoloBrasíl ia , junto com NovoHamburgo – RS e Nova Au-rora – PR. O Protocolo Brasí-l ia é um documentoelaborado com o intuito defirmar compromisso entreorganizações para uti l iza-
ção do ODF (Open Docu-ment Format) como padrãopara o armazenamento dedocumentos internos e paraa troca de documentos comas demais organizações sig-natárias do protocolo4.
Principais softwareslivres utilizadosatualmente pelaPrefeitura de SilvaJardim:
Squid: É um cache deproxy para a Web, supor-tando HTTP, HTTPS, FTP, emais. Ele reduz o tráfego derede e melhora o tempo deresposta fazendo o cache ereusando os sites da Webmais acessados. Ele podeser instalado na maioria dosSistemas Operacionais, in-cluindo o Windows e é l i -cenciado pela GNU GPL5.
pfSense: É uma distri -bu ição do FreeBSD gratu i-ta , l ivre e customizadapara traba lhar como fi-rewal l e roteador. Além deser um firewal l e roteadorpoderoso e flexível ela in-clu i uma longa l i sta de re-cursos e um sistema quepermite expansão semcomprometer a d istribu i-ção base. É um projeto po-pu lar com mais de ummi lhão de downloads des-de sua criação e possu iinsta lações para protegerpequenas redes domésti-cas, com um PC e umXBox, a grandes corpora-ções, un iversidades e ou-tras organizações comcentenas de d isposi tivos6.
capa · software livre na administração pública
Espírito Livre · Julho/2012 12
Cacic: Como visto acima,o Cacic (Configurador Auto-mático e Coletor de Infor-mações Computacionais)fornece um diagnóstico pre-ciso do parque computacio-nal e disponibi l izainformações como o núme-ro de equipamentos e suadistribuição nos mais diver-sos órgãos, os tipos desoftwares uti l izados e l icen-ciados, configurações dehardware, entre outras.
Dansguardian: É um fi ltrode conteúdo da Web. Atual-mente pode ser uti l izadoem Linux, FreeBSD,OpenBSD, NetBSD, Mac OSX, HP-UX, e Solaris. Seuconceito é o de bloquearconteúdo e não URLs espe-cíficas. Desta forma, tem-seum controle mais dinâmicoe menos rígido, pois não é osite que é bloqueado, mas oconteúdo7. A Prefeitura deSi lva Jardim o uti l iza larga-mente para atender às re-gras de sua política deacesso.
LibreOffice: O LibreOfficeé uma suíte de apl icaçõesde escritório destinada tan-to à uti l ização pessoalquanto profissional . Ela écompatível com as princi-pais suítes de escritório domercado e oferece todas asfunções esperadas de umasuíte profissional : editor detextos, plani lha, editor deapresentações, editor dedesenhos e banco de dadosalém de exportação paraPDF, editor de fórmulas ci-entíficas, extensões, etc8. O
LibreOffice está disponívelna maioria das plataformascomputacionais: MS-Win-dows (Xp, Vista, Sete),Linux (32 e 64 bits, pacotesdeb e rpm), MacOS-X (pro-cessadores Intel ePowerPC). A Prefeitura jáuti l izava o OpenOffice 1.0 e,desde então, tem acompa-nhado a evolução da suíte.Atualmente todas as máqui-nas da Prefeitura tem oLibreOffice instalado.
Além dos softwares cita-dos acima a Prefeitura tam-bém uti l iza diversasdistribuições GNU/Linux se-ja em servidores como emmáquinas cl ientes, comoUbuntu, Debian, Linux Minte CentOS.
ConclusãoA adoção do Software Livrepor parte da administraçãopúbl ica no Brasi l deveria es-tar em um estágio bemmais avançado do que oatual , tendo em vista a qua-l idade dos softwares dispo-níveis e o incentivooferecido pelo próprio Go-verno Federal . Em algunscasos a implantação deuma política de uso doSoftware Livre é prejudica-da pela falta de técnicosdispostos a mudar antigosparadigmas (alguns por ex-emplo não vivem sem umNext – Next – Finish) , pordesconhecimento e visãodos gestores públ icos e napior das hipóteses quandoexistem interesses escusospor trás desta questão. É
inegável que vários e signi-ficativos avanços já foramfeitos, porém muito aindapode e deve ser melhoradoem termos de desenvolvi-mento de software, suportee manutenção a fim de quefinalmente o Software Livreganhe o espaço que merecedentro da administraçãopúbl ica.
Referências1 - http://va.mu/bCcP
2 - http://va.mu/bCcs
3 - http://va.mu/Xj
4 - http://va.mu/bCc5
5 - http://va.mu/bCdS
6 - http://va.mu/bCda
7 - http://va.mu/bCd1
8 - http://va.mu/bCeF
DAVI PESSANHAtrabalha na divisão deTI da Prefeitura de SilvaJardim/RJ. Twitter:@dpessanha
MARCELO MASSAO
é formado em Sistemasde Informação comespecialização emNovas Tecnologias noEnsino da Matemática eTecnologias daInformação Aplicadas a Educação.Funcionário público da Prefeitura de SilvaJardim/RJ, atualmente exercendo a funçãode Gerente de TI.
capa · software livre na administração pública
Espírito Livre · Julho/2012 13
por Robson Leite
SSooffttwwaarree LLiivvrree::tteeccnnoollooggiiaa aa sseerrvviiççooddaa ssoocciieeddaaddee
Quando pensamos na
importância do
software l ivre no
mundo atual , uma pergunta
que nos deve guiar é: so-
mos realmente donos de
nossos próprios documen-
tos? A maioria dos formatos
uti l izados, seja em fotos, ví-
deos ou arquivos de texto, é
fechado e de propriedade
de grandes empresas de
tecnologia. Será que, daqui
há vinte ou trinta anos, ain-
da conseguiremos lê-los?
O uso de formatos aber-
tos é fundamental para ga-
rantir o l ivre acesso às
informações e documentos -
agora e em longo prazo -
com independência de for-
necedores e softwares. Pos-
sibi l i ta também a l ivre troca
de informações entre dife-
rentes programas e apl icati -
vos. Com isso, a informação
passa a pertencer em sua
total idade ao usuário.
www.s
xc.hu
capa · software livre: tecnologia a serviço da sociedade
Espírito Livre · Julho/2012 14
Hoje, essa mudança é
fundamental para a possibi-
l idade de plena implemen-
tação do software l ivre, pois
garante a l ivre circulação de
informações e documentos
pelos diversos sistemas
operacionais. Falo, nova-
mente, de l iberdade de ex-
pressão, de conhecimento e
tecnologia, da possibi l idade
gerada pelo software l ivre,
de código-fonte aberto, de
que qualquer usuário possa
copiá-lo, distribuí-lo, estu-
dá-lo, modificá-lo, aperfei-
çoá-lo e disseminá-lo.
Em relação ao setor pú-
bl ico, a adoção do software
l ivre se faz fundamental por
duas questões, além das já
mencionadas: a segurança
nacional , por não deixar in-
formações importantes a
respeito do Estado brasi lei -
ro nas mãos de empresas
multinacionais; e a econo-
mia que gera aos cofres pú-
bl icos no pagamento de
l icenças de software.
Pensando nisso, uma das
primeiras leis que fiz após
me tornar Deputado Esta-
dual foi a Lei do ODF, que
prevê a uti l ização de pa-
drão aberto de arquivos pe-
los órgãos públ icos do Rio
de Janeiro, nos tornando o
segundo estado do país a
alcançar esta grande con-
quista.
Estimo que a adoção do
modelo l ivre aqui na Assem-
bleia Legislativa, vai gerar
uma economia de R$300,00
a R$400,00 por computa-
dor. No Estado do Rio de Ja-
neiro essa economia pode
chegar a R$ 20 milhões por
ano. Um bom exemplo é a
Petrobras, que após real izar
essa mudança passou a ter
uma economia de mais de
R$25 milhões por ano no
pagamento de l icença de
software.
Atualmente existe um
movimento forte e organi-
zado na sociedade em defe-
sa do Padrão Aberto.
Precisamos aproveitar esse
momento para estimular o
Estado brasi leiro a l iderar o
país na adoção do software
l ivre.
A ordem do dia é demo-
cratizar. Precisamos ofere-
cer alternativas que en-
fraqueçam os monopól ios
da tecnologia, que são or-
ganizados a serviço do
grande capital , e não da so-
ciedade, da informação e
da comunicação l ivre.
ROBSON LEITE
Deputado EstadualPT/RJ, Presidente daComissão de Cultura.Professor, escritor,militante das Pastoraise funcionário licenciado daPetrobras. contato@robsonleite. com.br e@robson_leite.
capa · software livre: tecnologia a serviço da sociedade
capa · poder público, software livre e educação
Espírito Livre · Julho/2012 15
por Marcos Silva Vieira
PODER PÚBLICO,SOFTWARE LIVRE EEDUCAÇÃO
U ma das primeiras no-tícias que l i sobreSoftware Livre e Po-
der Públ ico, remete a umamatéria de 2003 que relata-va entre outras coisas queos poderes executivo e le-gislativo queriam que o ser-viço públ ico substituísse osprogramas em software pro-prietário pagos por Softwa-re Livre.
Na época o então minis-tro da cultura, Gi lberto Gi l ,queria que o Brasi l fosseum polo de Software Livre
no mundo. José Dirceu, mi-nistro-chefe da casa civi l ,anunciou que o Governo Fe-deral iria trocar programasde computador que custamuma fortuna por programasgratuitos, lemos sim, gra-tuitos. Neste ponto é queacabo divergindo. Pensou-se e algumas pessoas aindapensam, que o significadode Software Livre é gratui-dade do software. Bem, te-mos várias questões aanal isar sob este contexto,sabemos que todo o soft-
www.s
xc.hu
Espírito Livre · Julho/2012 16
ware produzido é fruto deum trabalho, e tambémconcordamos que todo otrabalho deve ser remune-rado. então de onde vemesta ideia de que SoftwareLivre é gratuito? Bem, por-que levanto esta questão?Porque de 2003 até agoracriamos uma situação ondequando se fala em SoftwareLivre no Brasi l , não se podefalar em custos operacio-nais, que vão desde a cria-ção até a capacitação depessoas aptas a uti l izá-lo.Como podemos falar emsustentabi l idade se muitosdos que criam Software Li-vre para os mais diversosfins estão abandonando dis-tribuições por não poderemmantê-las? Bem e o que is-to tem a ver com pode pú-bl ico, Software Livre eeducação? Simples, se o go-verno não começar a tomarmedidas mais enérgicasquanto ao uso, capacitaçãoe obtenção de Software Li-vre tanto nos ambientes ad-ministrativos quanto nasescolas, teremos em breveum recuo nas bases instala-das de Software Livre. Já vi-mos neste ano situaçõescomo a retirada da l icençaCreative Commons do sitedo Ministério da Cultura (doex-ministro Gi lberto Gi l ) , esua mudança de posiciona-mento em relação à refor-ma dos direitos autorais eàs l iberdades civis na inter-net, e o pregão eletrônico(n. 116/7066-2012 – gi-log/br) da Caixa Econômica
Federal , na ordem de 112milhões de reais, que con-traria um histórico de inves-timento em desenvol-vimento e adoção deSoftwares Livres produzidosespecificamente para a ins-tituição.
Bem, isto é um retroces-so em vista de tantas con-quistas que o Software Livretem feito em administra-ções públ icas e privadas.Quanto a educação, o pro-blema é maior, há relatosem todo o Brasi l de labora-tórios de informática fecha-dos por causa de falta decapacitação de docentespara o uso de Software Li-vre Educacional . É de sumaimportância que isto ocorra,pois sem isto acabaremossucumbindo a uma real ida-de impar. a de termos esco-las com laboratórios deinformática repletos decomputadores com softwareproprietário.
Anos atrás, tive uma vi-são gloriosa do Software Li-vre e do Software LivreEducacional desbancandoo monopól io privado domercado de software noBrasi l . Porém hoje, devido aerros históricos de interpre-tação de conceitos sobreSoftware Livre, acho que es-tamos vivendo um tempode cabo de guerra, onde umlado tenta fomentar manei-ras de tornar o Software Li-vre autossustentável e, emcontrapartida o outro ladoquerendo que tudo fique co-mo está. Cabe a nós entusi-
astas, simpatizantes ecriadores de Software Livremudarmos este conceito emostrar que o Software Li-vre é economicamente viá-vel para todos os setores.desde que não se esqueçade que capacitação de pes-soal ainda é tudo.
Na esfera públ ica esco-lar, a inda aguardo para verum retorno do Software Li-vre Educacional de formaproativa, para que esponta-neamente busquemos pormudanças no ambiente detrabalho, solucionando eantecipando-se aos proble-mas, visando metas de lon-go prazo que beneficiem aorganização, planejamentoe execução de ideias.
Referênciashttp://va.mu/aQx0
http://va.mu/aQyD
MARCOS S ILVA
VIEIRA
Professor desde 1986.Pedagogo -Coordenador deAmbientes Informatizados no ensinofundamental em Alvorada/RS - Palestranteem Tecnologia & Educação. Participa doprojeto Pandorga Gnu/Linux dando apoiopedagógico, divulgação e testes dossoftwares. Participante ativo do PSPB. Foium dos ganhadores do IV Prêmio AçãoColetiva, edição 2010. Entusiasta dedistribuições Linux desde 2004.
capa · poder público, software livre e educação
capa · o software livre no poder público
Espírito Livre · Julho/2012 17
OO SSooffttwwaarree LLiivvrree nnooPPooddeerr PPúúbblliiccoopor Reginaldo Radel
Quando o assunto étecnologia e principal-mente Software Livre(SL), em seu quarto man-dato o deputado estadualEdson Praczyk (PRB-PR),é considerado uma referên-
cia na Assembleia Legislati -
va do Estado do Paraná.
Formado em Processa-
mento de Dados / Engenha-
ria de Software pela
Faculdade ESSEI de Curiti -
ba-PR, em 2008. Fez tam-
bém curso de extensão
Shel l BASH - Seminário I I I
Hacker Union, tendo como
professor o papa do shell Jú-
l io César Neves, e curso de
Java na Elaborata Informáti-
ca. Usuário Linux desde
1999, tendo conta cadastra-
da no site linuxcounter.net,
sob o número 352.063, atu-
almente faz o curso de Aná-
l ise de Sistemas no Centro
Tecnológico da Universidade
Positivo de Curitiba.
Desde seu primeiro man-
dato, Praczyk assumiu a
bandeira da luta pela ado-
ção do uso do SL em todos
os órgãos públ icos do Esta-
do. Em 1999 apresentou o
primeiro Projeto de Lei nes-
se sentido, que infel izmente
acabou não sendo aprova-
do, mas foi de forma perse-
verante que reapresen-
tando-o em 2003 alcançou
êxito, quando al iás a sua
proposta tornou-se a pri-
meira Lei aprovada por uma
Assembleia naquela legisla-
tura, motivo de muita ale-
gria, marcando no âmbito
do Poder Públ ico a primeira
vitória de muitas outras pa-
ra toda a comunidade do
Software Livre.
Outros projetos de lei , fo-
ram por ele apresentados e
aprovados como por exem-
plo, Lei 14.195/2003, que
determina os serviços ele-
trônicos que rodem em sis-
tema operacional aberto, lei
15.742/2007 - que versa so-
bre a padronização de do-
cumentos em formato ODF,
Espírito Livre · Julho/2012 18
a primeira no Brasi l , servin-
do de modelo para vários
municípios e estados do
país, como Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul , e até ou-
tros países, bem como para
o Protocolo Brasi l ODF Bra-
síl ia .
Visando disseminar ainda
mais o SL, Praczyk tem par-
ticipado regularmente de
eventos relacionados ao te-
ma, como a Latinoware e o
FTSL - Fórum de Tecnologia
do Software Livre, promovi-
do pelo SERPRO-PR. Tam-
bém fez-se representar
através de seus parceiros e
assessores, Mike Tesl iuk,
Wi lson Prosdocimo e Regi-
naldo Radel - chamado por
ele de “Pinguim”, sendo
que este foi funcionário da
antiga Conectiva, por 3
anos e meio.
No seu dia a dia, a uti l i -
zação de Software Livre é
de 100%, tornando seu ga-
binete referência com direi-
to a visitas de outros
parlamentares e represen-
tantes de órgãos governa-
mentais, das esferas
municipal , estadual e fede-
ral , para verificar in loco o
perfeito funcionamento da
estrutura e trocar experiên-
cias com outros ideal izado-
res da causa, figuras como
Vitório Yoshinori Furusho
(CELEPAR), Antônio Carlos
Tiboni (SERPRO), Marcos Vi-
nícius Ferreira Mazoni (SER-
PRO), e o professor Antônio
Carlos Marques (Colégio Es-
tadual Leôncio Correa).
As estruturas do seu ga-
binete e do escritório pol iti -
co ambas são baseadas
sobre a plataforma Linux,
conforme descrição abaixo:
Seu gabinete na Assem-
bleia Legislativa é composto
pelos seguintes serviços:
•Compartilhamento de
arquivos através de Samba
e NFS;
•Compartilhamento de
impressoras através de
CUPS;
•Compartilhamento de
scanner através do SANE;
•PABX Asterisk sobre sis-
tema operacional Debian
(realizando interconexão
com o do escritório);
•Serviço de Boot remoto;
neste ambiente as estações
também rodam Linux, inclu-
sive os notebooks dos seus
funcionários utilizam o mes-
mo sistema;
•Nos dois ambientes pos-
sui roteadores Mikrotik com
um sistema operacional
próprio baseado em Linux e
através deste é feito toda a
parte de firewall e rotea-
mento além da VPN
(OpenVPN) entre os pontos
permitindo assim um acesso
mais seguro a alguns dados;
•Em nível de rede é utili-
zada divisão da rede por
Vlans para separação de
trafego de voz e dados utili-
zando switchs Cisco para
gerenciar esta parte inter-
namente e claro o mikrotik
realizando o roteamento en-
tre as vlans;
Deputado Edson Praczyk, Jon Maddog Hall e Reginaldo RadelFoto: Divulgação/Edson Pracsyk
Marcus Mazoni e Edson PraczykFoto: Divulgação/Edson Pracsyk
capa · o software livre no poder público
Espírito Livre · Julho/2012 19
•Possui também uma ter-
ceira estrutura em Datacen-
ter onde possui o servidor
para intra e extranet, utili-
zando sistema Debian com
Apache, PHP 4 e 5, MySQL e
serviço de e-mail - software
Qmail, além de outras ferra-
mentas, tudo monitorado
através da estrutura do es-
critório utilizando o soft-
ware Nagios;
•Neste servidor encon-
tra-se também seu site ofi-
cial, feito obviamente sobre
a plataforma Drupal , a qual
possui uma série de dados
dos quais são acessados
por alguns funcionários uti-
lizando o LibreOffice com
ODBC para resgatar dados
do banco MySQL e por sua
vez realizar envio de mala
direta.
Em seu escritório pol itico,
a estrutura também predo-
minantemente SL, é com-
posta pelos seguintes
serviços:
•Sistema de autentica-
ção NIS;
•Compartilhamento de
arquivos através de Samba
e NFS;
•Compartilhamento de
impressoras através de
Cups;
•Compartilhamento de
Scanner através do SANE;
•Serviço de boot remoto
(diskless) sobre sistema
operacional openSUSE;
•Pabx Asterisk sobre sis-
tema operacional Debian;
•Sistema de envio de
campanhas telefônicas
através do sistema NewFiesDeputado Edson Praczyk e Julio Cezar Neves no III Fórum de Tecnologiaem Software LivreFoto: Divulgação/Edson Pracsyk
Jomar Silva, Edson Praczyk e Vitório FurushoFoto: Divulgação/Edson Pracsyk
capa · o software livre no poder público
Espírito Livre · Julho/2012 20
(opensource) utilizando sis-
tema operacional;
•CentOS e plataforma de
telefonia FreeSwitch;
•Gravação de sessões
plenárias utilizando placa
de TV em sistema Debian
com mencoder.
Além destes serviços as
estações de trabalho tam-
bém utilizam Linux, sendo
que, duas delas com propó-
sito especial, sendo:
•estação de edição de ví-
deos e áudios: rodando
Ubuntu e utilizando o
Cinelerra para edição de ví-
deos, o Audacity para edi-
ção de áudios e alguns
outros como Inkscape, De-
VeDe, etc;
•estação de editoração e
design: rodando openSUSE
e utilizando Scribus, Gimp,
Inkscape, dentre outros
softwares livres, para edi-
ção de imagens, confecção
de folders, jornal, livreto e
cartões.
Graças a essas iniciativas
o Estado do Paraná poupou
cerca de R$ 500 milhões de
2003 a 2008. Fonte:
http://va.mu/bGsD. Em tri-
buna, diversas vezes, faz
menção das vantagens no
uso do SL, principalmente
quanto o Poder Públ ico ga-
nhará em segurança e esta-
bi l idade.
Seu envolvimento com o
movimento do SL, transcen-
de as atividades de deputa-
do, sendo presidente do
PRB - Partido Republ icano
Brasi leiro, adotou a solução
em Drupal para a criação
dos sites do partido e de
seus candidatos.
Atendendo à sol icitação
do sr. Luiz Eduardo Guaral-
do - l íder do grupo de usuá-
rios LTSP-BR, em 2008, por
todo um ano doou apoio fi -
nanceiro para manter um
servidor e dois domínios
(ltsp-br.org e ltsp.org.br) ,
razão pela qual o próprio
professor Júl io César Neves,
costuma afirmar “o deputa-
do Edson Praczyk é um
'GNU' legítimo e não um
'boi' oportunista”.
REGINALDO RADEL trabalha na
assessoria de imprensa do Deputado
Edson Praczky.
Deputado Edson Praczyk "um GNU legítimo"Foto: Wilson L. Prosdocimo
capa · o software livre no poder público
capa · sistema de atendimento com software livre
Espírito Livre · Julho/2012 21
SSiisstteemmaa ddee aatteennddiimmeennttooccoomm SSooffttwwaarree LLiivvrreepor Sergio Graças e Giany Abreu
IntroduçãoDevido a necessidade de informatizar a comunicação da Secretaria de Educação com as
Escolas de nossa rede, se fez necessária a pesquisa para encontrar um Software que fos-
se OpenSource, que as informações pudessem ser acessadas de qualquer computador
com acesso a internet, que permitisse a sol icitação de serviços, envio, recebimento,
acompanhamento de correspondências, envio de documentação em anexo e gerencia-
mento das sol icitações pelos administradores de cada setor.
Depois de testar algumas soluções sem muito sucesso, pois nenhuma delas conseguia
atender perfeitamente nossa necessidades, encontramos o OsTicket que é uma platafor-
ma Web e OpenSource criada para o gerenciamento e registro de pedidos de HelpDesk,
tais como: pedidos de suporte ou pedidos de solução de um determinado problema, den-
tre outras situações existentes em uma determinada empresa e/ou organização.
Escolhemos essa plataforma por ser uma solução OpenSource e com isso conseguimos
customizá-lo para atender algumas necessidades específicas de nossa Secretaria.
A interação dos usuários com a plataforma pode ser realizada via email, telefone ou sim
plesmente através dos formulários disponibilizados para registro dos tickets ou chamados.
www.s
xc.hu
Espírito Livre · Julho/2012 22
Tela principal do sistema:
Algumas funcionalidades e características do sistema:- Ser OpenSource, com uma configuração extremamente flexível , a plataforma pode
ser personal izada de acordo com a necessidade e conhecimento do usuário ou empresa;
- Ter um sistema de resposta automática;
- Ter um sistema de alertas;
- Fazer registro e acompanhamento do andamento/atendimento de um determinado
ticket/chamado;
- Ter um sistema de permissões e controles de acesso;
- Ter a possibi l idade de anexar arquivos aos tickets/chamados;
- Ter possibi l idade de definir status e prioridades dos tickets/chamados;
- Ter a possibi l idade de registrar notas internas;
- Sem a necessidade de uma conta para fazer abertura de um ticket/chamado;
- Ter a possibi l idade de cada área e/ou setor da empresa, administrar o seu espaço
dentro da plataforma;
- Fazer a transferência interna de tickets/chamados;
capa · sistema de atendimento com software livre
Espírito Livre · Julho/2012 23
O sistema é divido em 3 módulos:1. Interface do Cl iente/Usuário;
2 . Painel de Equipe ou Pessoal ;
3. Painel de Administração.
Na tela do destinada ao cl iente/usuário ele poderá:
- Ver todos os tickets/chamados que foram abertos por ele;
- Fi l trar os tickets/chamados que serão exibidos;
- Organizar a visual ização por data, número, assunto ou departamento;
- Dar respostas ou acrescentar informações, além de anexar arquivos tickets/chama-
dos, que estão em andamento;
- Fazer abertura de tickets/chamados.
Tela do Cliente/Usuário:
Tela de Abertura de tickets/chamados:
capa · sistema de atendimento com software livre
Espírito Livre · Julho/2012 24
Painel de Equipe/PessoalNesta tela, o administrador do Setor/Departamento pode:
- Ver todos os tickets/chamados que foram enviados de todas as escolas ou setores e
endereçados a ele;
- Fi l trar os tickets/chamados que serão exibidos;
- Deletar, editar ou fechar tickets/chamados;
- Local izar tickets/chamados, uti l izando diversos fi l tros;
- Organizar a visual ização por data, número, assunto ou departamento;
- Dar respostas ou acrescentar informações, além de anexar arquivos tickets/chama-
dos, que estão em andamento;
- Fazer abertura de tickets/chamados;
- Modificar configurações básicas de acordo com as permissões dadas pelo administra-
dor geral do sistema.
Painel de Equipe ou Pessoal
capa · sistema de atendimento com software livre
Espírito Livre · Julho/2012 25
Painel de AdministraçãoNesta tela, o administrador geral do sistema poderá:
- Fazer a configuração geral de todo o sistema de acordo com cada organização;
- Ver os logs de acesso ao sistema;
- Definir parâmetros para os e-mai ls, templastes e anexos;
- Criar departamentos, setores, usuários e grupos;
- Criar tópicos de ajuda;
- Definir permissões para cada um dos itens criados, dentre outras coisas.
Painel de Administração
Considerações finaisNossa ideia é apresentar essa excelente plataforma para aqueles que acreditam no uso
do Software Livre e necessitam de um Sistema de Tickets/Chamados com as característi -
cas que apresentamos:
- OpenSource, que pode ser usado para qualquer fim;
- Pode ser faci lmente customizado;
- Totalmente Web e consome pouquíssimos recursos do servidor;
- Roda com o Apache, com PHP 4.3, MySQL 4.4 ou superior;
- Extremamente funcional e de fáci l aprendizado.
capa · sistema de atendimento com software livre
Espírito Livre · Julho/2012 26
Acreditamos que o OsTicket será uma excelente aposta para sua Prefeitura, Secreta-
ria, Departamento ou Setor de Suporte. Dentre outras coisas o fato de permitir a criação
ou geração de mão de obra local para o aprendizado de uso do sistema ou mesmo a pro-
gramação e customização de módulos do mesmo, com isso podemos gerar conhecimen-
to e renda locais.
Roda em: Windows/Linux/MacOS
Download: Osticket http://www.osticket.com/downloads.php
Homepage: OsTicket http://www.osticket.com/
Guia de Instalação: http://www.osticket.com/wiki/Installation
Características: http://www.osticket.com/features.php
SERGIO RAÇAS
Coordenador/Técnico do NTM de VoltaRedonda. Desenvolvedor do Projeto GNU/LinuxVRlivre. Mantenedor da CustomizaçãoLiberdade. Administrador do Portal IAESMEVR.Técnico de Informática [email protected]://vrlivre.users. sourceforge.nethttp://tecnicolinux.blogspot. comhttp://iaesmevr.blogspot. comhttp://iaesmevr.orgTwitter: @sergiogracas
G IANY ABREUDesenvolvedora do Projeto GNU/Linux VRlivre.Administradora do Portal IAESMEVR.Coordenadora Pedagógica de Informática [email protected]://www. iaesmevr.org/moodlehttp://iaesmevr.blogspot. comtwitter: @gianyabreu
capa · sistema de atendimento com software livre
Episódio 40
A Resposta
warning zone · episódio 40
por Cárlisson Galdino
Esta é uma longa história. . . Uma históriasobre super heróis e super vi lões, mas umahistória diferente. Talvez você não saiba denada do que está acontecendo (por ondetem andado nos últimos 39 meses?), se foreste o caso, prepare-se para um resumodos acontecimentos.
O Brasi l é conhecido internacionalmentena área de desenvolvimento de tecnologia.Graças a um pólo tecnológico que abrigadiversas empresas fortes, local izado em. . .Pernambuco? Não, não. . . São Paulo? Não!Em Stringtown! Uma grande cidadelocal izada no interior da imensa Bahia.
Dentre tantas empresas fortes, haviauma em especial que nos interessa, umaempresa pioneira ao tentar mesclar formasde vida a circuitos: a SysAtom Technology.Seu projeto AtionVir pretendia criar formasbiológicas capazes de prevenir e corrigircircuitos defeituosos.
28Espírito Livre · Julho/2012
O projeto ia bem e o AtionVir já corrigiao primeiros circuitos. Só faltava um passoimportante para uma forma de vida:repl icação.
Quando os funcionários da SysAtomTechnology se preparavam para um novoteste de uma nova versão do AtionVir, umatragédia ocorre, que termina levando oprédio da empresa abaixo.
Os funcionários que estavam presentes,bem como o chefe, sobrevivem ao acidentee se descobrem infectados pelo AtionVir.Estranhamente, ao invés de morrerem elesadquirem super poderes (ei , isso é umahistória de super-heróis! O que vocêesperava?).
O chefe Ol iver se torna um homemmonstruoso inteiramente metál ico e adotacomo novo nome Tungstênio, Ele reune trêsfuncionários da empresa: Louise, que setorna uma mulher aquosa e adota o nomeSeamonkey; Arsen, que ganha um corpoenorme e monstruoso de pedras, adotandoo nome Montanha; e Valdid, que vira umabesta peluda humanoide e gigante, comcabeça bovina e chifres, que adota o nomede. . . Bem, ele adota vários nomes. Volta emeia surge com um nome novo. O maisrecente é Biotanque.
O Grupo SATAV (como bem disseMontanha: “SysAtom Technology AtionVir,dã! ”) é formado pelos quatro, com oobjetivo de dominar o mundo! (como diriaSeamonkey: “??”). Para confrontar ogrupo, que depois adotou como nomeGrupo Satã, sobraram apenas o casalPandora Vardamir e Darrel Dylan, antigosfuncionários da SysAtom.
Pandora adquiriu poderes elétricos euma voz metal izada, enquanto os poderesde Darrel são um mistério. Até o momentoele tem uti l izado algo que se assemelha aum teletransporte. Os dois foram tambémos únicos da empresa que sofreram com oAtionVir, mas não sofreram deformaçõesvisíveis em seus corpos. Pandora adotou o
codinome Stormdancer, enquanto Darrelescolheu ser o Cigano, embora prefira sertratado ainda como Darrel .
Quando o grupo estava em situação deperigo, um novo aventureiro apareceu paraauxi l iar: Fernando Xion Júnior, conhecidocomo Júnior, antigo estagiário da SysAtomTechnology. Praticante de esgrima e semsuper-poderes, ele adota o codinomexFencer e se une a Pandora e Darrel na lutacontra o Grupo Satã.
No episódio anterior, o trio de heróisparte para a base do Grupo Satã em umaação surpresa, mas eles próprios ficamsurpresos ao ver o cerco pol icia l .
Chegando na base propriamente, elesdescobrem que o exército está atacando abase e o grupo está lá fora em guerra.
Antes que mais informações pudessemser assimi ladas, Pandora é atingida poruma bala perdida e eles partemimediatamente daquele lugar.
Na verdade Biotanque não participou doconfronto, visto que pode ser ferido porbalas. Ele preferiu ficar na base para nãose arriscar.
Biotanque: Quê, véi? Nada a ver!Alguém tinha que ficar pra tomar conta doQG, né não?
Tungstênio: Pronto? Terminou anarração?
É, acho que sim.Tungstênio: Que narraçãozinha
demorada dessa vez, hein? Tá, vamos aoque interessa. Estamos todos reunidos aquiporque. . .
Biotanque: E ele nem disse que agente derrotou o exército! Mermão, oExército! ?
Seamonkey: Verdade. Vai ver é porquenão aconteceu no episódio anterior, não é?
Montanha: E daí, sua burra! Era umaretrospectiva da história, não do episódioanterior!
Tungstênio: Vão começar a discutir denovo?
warning zone · episódio 40
29Espírito Livre · Julho/2012
Montanha: Al iás, a retrospectivasozinha já deve ter ficado bem maior que oepisódio anterior!
Biotanque: Tá, gente, bora prestaratenção? A chefia quer falar. . .
Montanha: …Seamonkey: …Tungstênio: Obrigado. Como ia
dizendo, tenho um novo plano aqui para onosso grupo. Para começar, devo lembrarque nosso plano inicia l era de dominaçãomundial somente, não é?
Montanha: Com certeza.Tungstênio: Pois é, era só isso! Não
tinha nada a ver com o Governo. Eusimplesmente não mandei eles se metereme mandarem o Exército vir até aqui . Agoraa coisa muda. Eles estão pedindo guerra enós vamos começar uma.
Biotanque: A gente vai pra Brasíl iaexplodir tudo lá?
Tungstênio: Ainda não. Vamossequestrar o Prefeito de Stringtown.
Montanha: …Biotanque: …Seamonkey: Nada a ver.
Tungstênio: Como?Seamonkey: Exército não tem nada a
ver com o Governo Municipal .Tungstênio: Eu não pedi sua opinião,
Seamokey. Está determinado que faremosisso.
Montanha: Toma!Tungstênio: Por duas razões: primeiro
que eles precisam aprender do que somoscapazes, segundo porque eles podemquerer nos atacar de novo a qualquermomento e não farão isso se tivermos umrefém importante.
Biotanque: Legal , e quando a gentevai?
Tungstênio: Agora mesmo.
CÁRLISSON GALDINO
Bacharel em Ciência da Computação e pós-graduado em Produção de Software com Ên-fase em Software Livre. Membro da AcademiaArapiraquense de Letras e Artes, é autor decordéis como o Cordel do Software Livre e oCordel da Pirataria, dentre outros. Mais sobreele em http://bardo.ws/
warning zone · episódio 40
30Espírito Livre · Julho/2012
O nome “AAMO” quer dizer “Lua”, noidioma dos índios Xavantes. É a essênciado framework que é baseado na l inguagemLua, criada na PUC-RJ .
Qual é a necessidade?Se você já tentou criar apl icações “mobi le”,certamente já passou pelo di lema: “façoprimeiro para Android ou para iOS?” O AA-MO responde esta questão de forma sim-ples: “faça uma só vez e rode em todas asplataformas! ” Com ele, você descreve suastelas, incluindo os eventos que poderão seracionados, e associa código-fonte Lua aeles. Quando sua apl icação estiver pronta,você a insere dentro de um (ou mais) pro-jetos berço, que são fornecidos pelo AAMO,e distribui para quantas plataformas quiser.
Ainda tem dúvidas?Ok, vamos mostrar um exemplo bem sim-ples. Imagine que você queira fazer umaapl icação assim:
Você informa um número, cl ica no botãoe o programa o decompõe em seus fatoresprimos, exibindo uma mensagem com oresultado.
CCoonnhheeççaa oo AAAAMMOO,, oo ffrraammeewwoorrkk mmóóvveell BBrraassiilleeiirroo
desenvolvimento · aamo, o framework móvel brasileiro
Espírito Livre · Julho/2012 31
ppoorr CClleeuuttoonn SSaammppaaiioo ee FFrraanncciissccoo RRooddrriigguueess
Figura 01: Imagem gerada pelo
AAMO Editor
LLUUAA NNOOVVAA
www.s
xc.hu
Uma apl icação AAMO é composta por uma (ou mais) definição de tela, em XML, e osarquivos de código-fonte Lua correspondentes aos eventos descritos em cada tela.Podemos gerar o arquivo XML manualmente, ou uti l izar o “AAMO Editor”, que está emdesenvolvimento e permite “desenhar” a tela. Eis o código XML desta tela:
<?xml version=" 1. 0" encoding=" utf- 8" ?><ui>
<version>0. 2</version><uiid>1</uiid><title>Fatoração</title><onLoadScript></onLoadScript><onEndScript></onEndScript>
<element><id>1</id><type>2</type><percentTop>0</percentTop><percentLeft>0</percentLeft><percentHeight>5</percentHeight><percentWidth>100</percentWidth><text>Fatoração com Crivo de Eratóstenes</text>
</element>
<element><id>2</id><type>2</type><percentTop>10</percentTop><percentLeft>0</percentLeft><percentHeight>5</percentHeight><percentWidth>12</percentWidth><text>Valor</text>
</element>
<element><id>3</id><type>1</type><percentTop>10</percentTop><percentLeft>13</percentLeft><percentHeight>10</percentHeight><percentWidth>30</percentWidth><text></text>
</element>
<element><id>4</id><type>3</type><percentTop>30</percentTop><percentLeft>0</percentLeft><percentHeight>10</percentHeight><percentWidth>30</percentWidth><text>Fatorar</text><onClickScript>calcular</onClickScript>
</element>
</ui>
Espírito Livre · Julho/2012 32
desenvolvimento · aamo, o framework móvel brasileiro
Notou a tag “onClickScript”? Eis o arquivo “calcular.lua”, que é invocado quando obotão é pressionado:
- - Fatoração com o Crivo de Eratóstenes- - Cleuton Sampaio, Julho de 2012
function erato( n)local t = {0, 2}for i = 3, n, 2 do t[ i] , t[ i+1] = i, 0 endfor i = 3, math. sqrt( n) do for j = i*i, n, 2*i do t[ j ] = 0 end endreturn t
end
function getPrimo( )local nprimo = 0ind = ind + 1
while tabela[ ind] ~= nil doif tabela[ ind] ~= 0 then
nprimo = tabela[ ind]break
elseind = ind + 1
endendif tabela[ ind] == nil then
nprimo = numeroendreturn nprimo
end
function calcular( )local res = numeroind = 0local primo = getPrimo( )local result = " "
while res > 1 dolocal resto = math. fmod( res, primo)if resto > 0 then
primo = getPrimo( )else
result = result . . " "res = res / primoif res == 1 then
primo = primo * sinalUltimo;endresult = result . . primo
endend
return result
end
numero = tonumber( aamo. getTextField( 3) )local resultado = tostring( numero)
if numero >= 3 then
Espírito Livre · Julho/2012 33
desenvolvimento · aamo, o framework móvel brasileiro
if numero < 0 thensinalUltimo = - 1;numero = numero * ( - 1) ;
elsesinalUltimo = 1;
endtabela = erato( numero)resultado = calcular( )
end
aamo. showMessage( resultado)
E está pronta nossa apl icação! Só isso! Agora, é só “empacotar” em um dos projetosberço do AAMO (atualmente Android e iOS), e distribuir. Veja abaixo exemplos rodandoem Android e iOS.
O AAMO uti l iza os componentes e recursos nativos de cada dispositivo móvel , aocontrário dos frameworks baseados em WebView com HTML 5 e Javascript. Além disto,contará com um ambiente de desenvolvimento próprio: O AAMO Editor, no qual vocêpoderá criar, depurar e testar sua apl icação.
Conheça mais sobre oAAMO e, se quiser, junte-sea nós para ajudar adesenvolvê-lo. Atualmenteestamos na versão 0.2 epartindo para a versão 0.3.A expectativa é que até ofinal de 2012 já tenhamosuma versão beta (1.0).
__Wiki e código-fonte do projeto:
http://code.google.com/p/aamoframework/
__Nosso portal:
http://www.thecodebakers.org
Espírito Livre · Julho/2012 34
FRANCISCO RODRIGUESÉ Arquiteto de Software com muitos anosde experiência em desenvolvimentomobile. Desenvolvedor Java certificado,com mestrado em informática pela UFRJ.Cofundador do portal de desenvolvimentomobile “The Code Bakers”. Além disso, éescritor com livro publicado sobredesenvolvimento de games mobilemultiplataforma.
CLEUTON SAMPAIOÉ Mestre, formado pelo IBMEC RJ, comcertificação PMP e SCEA. Além de arquitetode sistemas, é professor universitário eescritor profissional, com vários livrospublicados. Possui muita experiência emaplicações móveis, tendo um livro sobre oassunto. É também coordenador dacomunidade Open Source The CodeBakers. Atualmente, está publicando umlivro sobre jogos móveis multiplataforma.
desenvolvimento · aamo, o framework móvel brasileiro
Espírito Livre · Julho/2012 36
por J. S. Júnior
AAuuddiittoorriiaa ddee SSiisstteemmaassLLiinnuuxx ccoommTTiiggeerr
www.s
xc.h
u
Tiger
Muitos administradores de Linux inciantes,
ainda se perguntam como checar seu sistema
e verificar se Hardening está bem feito.
Existem várias ferramentas que podem
checar todas estas brechas, que com o
cotidiano do dia a dia, esquecemos de verificar
ou simplesmente não fazemos. Assim
apresento a vocês, uma solução l ivre sob
l icença GPL, que é uma ferramenta para
auditoria de segurança, como também para
detecção de intrusão. O Tiger tem inúmeras
características interessantes que justificam
seu uso e uma delas é a checagem de binários
default do seu sistema. O Tiger traz consigo o
John The Ripper ótima ferramenta para
anal isar as senhas de usuários no seu sistema.
Para instalar o Tiger em uma distribuição
Debian, basta digitar o comando abaixo:
Durante a instalação pode aparecer
algumas telas para confirmação como a do
Tripwire. Basta selecionar Ok e continuar. Se
for o caso, o Tripwire poderá sol icitar a criação
de uma senha para seus arquivos. Se assim for
basta criar uma e continuar. Para colocar o
Tiger em ação e verificar o que está
acontecendo basta rodar o comando do Tiger
para checagem, conforme a descrito abaixo:
Este processo poderá levar um certo tempo,
pois agora o Tiger irá anal isar todo seu
sistema, senhas, binários, cron, permissões,
etc. Após terminar ele criará um relatório de
log dentro da pasta “var/log/tiger/
<nome.do.arquivo.gerado>”, geralmente
inciado com “report. . . ” , ou “security.report. . . ” .
No entanto se preferir gerar o log em um
diretório especifico basta gerar o Tiger desta
forma. Primeiro cria-se o diretório:
Logo após rodar o comando para que o Tiger
comece a auditoria.
Temos também o arquivo de configuração
do Tiger que servirá para ajustá-lo ao nosso
gosto “/etc/tiger/tigerrc ”.
A ferramenta é extremamente fáci l de usar,
e resolve uma gama de problemas que temos
e esquecemos de desabi l i tá-los ou de ajustá-
los quando terminamos uma instalação de um
servidor. Vale apena checar com bastante
calma o arquivo gerado pelo Tiger
(security.report. . . ) , pois nele você encontrá
mais detalhes para terminar seu hardening.
Referência: http: //www.nongnu.org/tiger.
# aptitude install tiger
# tiger
# mkdir auditoria
# tiger l auditoria
Fonte
:sxc.h
u
J . S. JÚNIORFormado em Redes de computadores, Pós-Graduando em Segurança de Redes, CertificadoITILv3, Analista de rede, Instrutor na 4Linux nocurso de Segurança em Redes Linux, Membro doTime de Tradução do Debian l10n – PortuguêsBrasil.
sysadmin · auditoria de sistemas linux com tiger
mercado · opensource no chão de fábrica
Espírito Livre · Julho/2012 37
por Thiago Glauco Sanchez
OpenSource noChão de Fábrica
O intuito desta série de artigos é apresentar
ao leitor como os sistemas de software livre vem ga-
nhando espaço no setor industrial por meio da automa-
ção e controle de produção e como você pode utilizar
seus conhecimentos de Tecnologia da Informação, Admi-
nistração de Redes, Programação e Eletrônica entre ou-
tros para tirar proveito deste filão de mercado.
www.s
xc.hu
Espírito Livre · Julho/2012 38
Primeiro, quero apresentar ao leitor o
conceito de automação industria l . Automa-
ção é o processo de criar autômatos ou
mecanismos que executam tarefas sem a
intervenção humana. Apesar de muitas re-
ferências indicarem a revolução industria l
como inicio da automação você pode verifi -
car no documentário “Inventos da Antigui-
dade – Máquinas dos Deuses” que há
fortes indícios que os gregos e os egípcios
conhecem técnicas de hidrául ica, pneumá-
tica e uso de magnetita para fazer estátuas
de deuses flutuar, chorar, jorrar leite, rugir
e mesmo se abraçarem. Como os conheci-
mentos de física e matemática eram muito
restritos nestas épocas, elas geravam
grande temor e garantiam aos sacerdotes
doações e grande respeito.
A maior parte destes conhecimentos
perdeu-se em guerras, acidentes, incêndios
ou foram absorvidos por outras rel ig iões e
seu acesso tornou-se altamente restrito.
Estes conhecimentos ressurgiram nova-
mente com a revolução industria l e a auto-
mação de tarefas tornou-se redução de
custos de produção industria l em escala,
traduzido em aumento de lucro e menor
preço do produto final , tornando-o mais
aceito no mercado, como é até hoje.
A automação e o software livreCom o surgimento dos computadores, o
controle destas máquinas passou a ser fei-
to por hardware e software ao invés de me-
cânica fina e pneumática. O aumento da
flexibi l idade das l inhas de produção e a
grande precisão permitida pelos sistemas
informatizados tornaram estes sistemas
mais atraentes e com melhor retorno
econômico.
Partindo do principio da economicidade
e do código que poderia ser alterado, adap-
tado e otimizado às necessidades especifi -
cas, já era de esperar que os sistemas de
automação começassem a se valer dos sis-
temas de software e hardware l ivre, levan-
do o conceito do software l ivre para o chão
das fábricas modernas. O GNU/Linux, ainda
pouco usado em sistemas de controle, já é
amplamente uti l izado em sistemas monito-
res, seja embarcado em coletores de infor-
mação ou em servidores que processam as
informações coletadas.
Porque embarcar um sistemaoperacional?Podemos dizer de forma simplória que um
sistema operacional embarcado é uma ver-
são sem gordura do sistema operacional
com alguns esteroides que o otimizam para
o hardware e apl icação em questão. Muitas
apl icações específicas e críticas uti l izam
hardware otimizado, como processadores e
circuitos de apl icação específica. Para oti-
mizar o uso destes dispositivos o Sistema
Operacional deve ser alterado.
Um sistema operacional embarcado ofe-
rece otimização do uso do hardware em re-
lação ao doméstico, além de ofertar ao
desenvolvedor uma camada de abstração
e pode se valer de chamadas de sistema
para operações de leitura e escrita em me-
mória ou drives e ainda criar apl icações
com linguagens de alto nível .
Porque usar o GNU/Linux?O GNU/GNU/Linux é um grande redutor de
custos. No caso do desenvolvimento de
dispositivos embarcados, o uso de siste-
mas l ivres reduz o custo de aquisição de l i -
cenças para IDEs, APIs e compi ladores que
usualmente tem seu valor de estimado por
instalação. Além disso a economia em uti l i -
zar mi lhares de l inhas de código já escrito
e testado reduz em meses o tempo de de-
senvolvimento, como, por exemplo, para
integrar uma pi lha de protocolos TCP/IP no
seu dispositivo.
O GNU/Linux é muito uti l izado por pes-
quisadores, cientistas e estudantes o que
garante que seu estado de arte esteja de
acordo com os mais recentes avanços na
área.
mercado · opensource no chão de fábrica
RTU, um exemplo de GNU/Linuxembarcado na industriaUma Unidade Remota de Telemetria – RTU,
é um dispositivo muito uti l izado nas indus-
trias de óleo e gás, distribuição de energia
e água, estações de telecomunicações e
outras apl icações de grande abrangência
geográfica. Uma RTU coleta medidas, como
pressão de l inhas gás, tensão elétrica ou
informações de ambiente e enviam para
um terminal remoto por meio de uma rede
de dados. Esta rede pode ser ethernet, rá-
dio, celular ou telefonia discada.
Diversas empresas estão embarcando
GNU/Linux nestes dispositivos de teleme-
tria industria l . De acordo com Rick Peng, da
MoxaInc. , em seu paper “How to use GN-
U/Linux in Industria l Automation” isto se
deve a algumas características chaves:
- Segurança: Os sistemas GNU/Linux e
Unix possuem menos ameaças que outros
sistemas;
- Disponibi l idade: Não é necessário reini-
ciar o sistema todo após atual izar um mó-
dulo do sistema e, a falha de um serviço
fornecido pelo sistema operacional não im-
pl ica na indisponibi l idade de todo o siste-
ma;
- Custos: Além das reduções de custos e
l icenças no desenvolvimento os sistemas
l ivres reduzem custos em manutenção e
atual izações.
Num próximo artigo vamos falar de sis-
temas SCADA com software l ivre.
Espírito Livre · Julho/2012 39
THIAGO GLAUCO SANCHEZ
Tecnólogo em gestão de tecnologia dainformação; Técnico em eletrônica plena.Atualmente trabalho com administração desistemas e redes na Petrobras SA. Autor do LivroProgramando com Perl - Editora Brasport.
mercado · opensource no chão de fábrica
Vivemos em um mo-mento historiográfico re-
pleto de mutabi l idades
sociais, culturais, tecnológi-
cas. O novo universo distri -
bui-se com altas
tecnologias. A global ização
trouxe a informação acele-
rada, portanto interferiram
de forma repleta no mundo
educacional . As novas vi-
vências estabeleceram-se
no mercado de trabalho e
na organização social edu-
cativa. Quase todos os gru-
pos sociais obtiveram
acesso à heterogeneidade
comunicacional .
Dentro deste contexto vi-
sual izamos alguns estudan-
tes que tem acesso ao
computador, internet, en-
tretanto podem ser absorvi-
das de uma maneira
errônea, pois dentre os me-
canismos virtuais existem
ações negativas que devem
ser excluídas. O processo
de ensino e aprendizagem
apesar da tentativa de al-
guns profissionais, não al-
cançou o avanço virtual . A
retratação que se tem foto-
grafado na memória é de
unidades escolares sucatea-
das, materiais didáticos in-
suficientes e professores
sem treinamento adequado
para as novas propostas
tecnológicas. Impossibi l i tan-
do estes o acesso à infor-
mação. Não temos mais o
analfabetismo da leitura e
da escrita ou o analfabetis-
mo cultural . Agora se tem
uma nova vertente. O anal-
fabetismo virtual concentra-
se na vida do professor e
aluno. A exclusão digital es-
tabelece-se democratica-
mente, pois muitos
brasi leiros ainda não têm
oportunidades de serem in-
seridos no mundo virtual ,
tecnológico. Em nossa na-
ção temos um numero ex-
pressivos de analfabetos. O
procedimento Tecnológico
em nossa sociedade con-
temporânea heterogênea
Informática na educação
educação · informática na educação
Espírito Livre · Julho/2012 41
por Geovane Leonardo Santos Braga
www.s
xc.hu
deve ser pensado de forma
democrática, portanto abra-
çando as múltiplas deman-
das estabelecidas em
nossas cotidianidades.
Desse modo a tecnologia
obviamente serve para con-
sol idar o procedimento ci-
entifico e os métodos
didáticos no processo de es-
colarização ou no processo
de desenvolvimento e pro-
dutividade acadêmica,
econômica, entre outros re-
cursos metodológicos, edu-
cativos. As ações
educacionais no mundo in-
formatizado devem ser for-
matadas como um recurso
essencial na formação do
cidadão, alunado. A educa-
ção tradicional ista não
acompanha mais a pós-mo-
dernidade, pois o processa-
mento de ensino-
aprendizagem, segundo a
visibi l idade pós-moderna,
se realça pela mutabi l idade
direta de ações e situações
problemáticas, ou mesmo
inusitadas e árduas.
Assim sendo o docente
atualmente tem que enfren-
tar inúmeras questões que
dificultam a escolarização.
Além das diversidades cul-
turais, éticas, étnicas no re-
lacionamento entre
gêneros, personal idades e
modelos comportamentais
especiais temos que pre-
senciar o narcotráfico, vio-
lência e falta de
respeitabi l idade e a intriga,
perseguição que se estabe-
lece no cotidiano, portanto
alguns professores apresen-
tam-se desmotivados, feri -
dos e sem conhecimento da
sol idariedade e do princípio
da eticidade, sociabi l idade
e da operabi l idade do direi-
to das obrigações e deve-
res. Desse modo devem-se
repensar as fi losofias edu-
cacionais e as metodologi-
as, pois a escola precisa
acompanhar as mudanças
dos tempos. Não ficar esta-
cionada com os mesmos
padrões. Assim sendo supo-
nha-se que os alunos mo-
dernos querem uma escola
inovadora, atraente. Os re-
cursos ultrapassados na sa-
la de aula devem ser
remodelados, pois o regen-
te não vai se identificar e
nem enfrentar discentes
nos padrões tradicional is-
tas, no entanto em muitos
casos a educação tradicio-
nal ista sedia-se na funcio-
nal idade, portanto
devem-se mesclar os méto-
dos. Muitos alunos da
educação de jovens adultos
não tiveram oportunidade
de escolarização. Não tive-
ram acesso ao mundo digi-
tal , entretanto aparente-
mente algumas prefeituras
estão pensando no futuro
digital de nossa sociedade.
Muitas municipal idades im-
plantaram nas propostas
curriculares a tecnologia,
portanto luta-se contra a
exclusão digital de crianças,
idosos, adolescentes e, ate
mesmo, professores que
não estão preparados para
a tecnologia. Em muitas
unidades escolares temos
professores que não sabem
interpretar um texto ou ma-
nusear um computador.
No Espírito Santo, as po-
l íticas educacionais implan-
tadas no processo de
escolarização levam a infor-
mática nos ementários das
escolas públ icas. Desse mo-
do têm sido norteadas na
direção da modificação pe-
dagógica. No município de
Vi la Velha alterou-se a pro-
posta curricular, contribuin-
do com a formação de
discentes. Embora a evolu-
ção digital seja lenta e os
planos governamentais se-
jam simplórios. Nota-se que
a discipl ina de tecnologia
têm sido coerente e siste-
maticamente têm enfatiza-
do a mudança no processo
metodológico.
Espírito Livre · Julho/2012 42
GEOVANE
LEONARDO DOS
SANTOS BRAGA
É mestre pelaUniversidade Federaldo Estado do Rio deJaneiro, jornalista.Especialista em supervisão escolar.Professor de tecnologia educacional,licenciado pleno em língua portuguesa.
educação · informática na educação
sistemas · data mining com software livre para apoio a tomadas de decisões
Espírito Livre · Julho/2012 43
Com o aumento da facilidade e baixo custo para armazenardados, a tecnologia proporcionou às empresas a possibi l idade de guardaruma quantidade extensa de dados, que superam as habi l idades humanasem extrair informações úteis (conhecimento) desses dados. É necessária auti l ização de ferramentas e técnicas para anal isar essas bases de dados.Em resposta a essa necessidade, surgiu a data mining.Data mining ou mineração de dados é um processo automático de
anál ise e busca de informações em dados armazenados em um banco dedados, uti l izando um software com técnicas de intel igência artificia l ,estatística e/ou banco de dados.
O objetivo principal desse processo é gerar conhecimento e auxi l iar asempresas a tomarem as decisões mais corretas, descobrindo e extraindoinformações úteis entre os dados contidos no banco de dados.
Para gerar conhecimento e descobrir informações em um banco dedados, a data mining trabalha juntamente com o processo KnowledgeDiscovery in Databases (KDD), que significa descoberta de conhecimentoem base de dados.
por Jônatas Murça
DDAATTAA MMIINNIINNGG CCOOMMSSOOFFTTWWAARREE LLIIVVRREE PPAARRAAAAPPOOIIOO AATTOOMMAADDAASS DDEEDDEECCIISSÕÕEESS
KNOWLEDGEDISCOVERYDATABASE (KDD)Segundo Fayyad, Piatetsky-Shapiro e Smyth (1996), oKDD é um processo globalpara extrair conhecimentosobre os dados. Ele é umprocesso não trivia l , comvárias etapas, interativo eiterativo, com objetivo deidentificar padrões compre-ensíveis, novos, vál idos epotencialmente úteis a par-tir de grandes conjuntos dedados, ou seja, o KDD preo-cupa-se com o desenvolvi-mento de tarefas e técnicaspara dar sentido aos dados.
Arquitetura do KDDConforme a Figura 1, o KDDé composto por sete eta-pas, que segundo Borges(2006) são classificados emtrês fases operacionais, quesão: o Pré-processamento,que abrange todas as fun-ções relacionadas à organi-zação, captação, etratamento dos dados; a Mi-neração de dados que éresponsável pela descober-ta de padrões; e o Pós-Pro-cessamento, que englobaos padrões e conhecimentodescoberto.A fase operacional de
pré-processamento é carac-terizada como a preparaçãodos dados para serem apl i -cados no algoritmo de mi-neração de dados. Já opós-processamento possui aresponsabi l idade de proces-sar o conhecimento desco-berto, para garantir um
bom grau de compreensãoe interesse do usuário, dasregras descobertas. (LIMA,2009)O processo KDD não se
dá exclusivamente por algo-ritmos e técnicas, é neces-sário que exista aintervenção humana. Ousuário fará a anal ise e defi-nição das metas a serem al-cançadas com a extração doconhecimento no contextoda apl icação, e aval iar se asrespostas geradas são úteis.Além disso, se o processo deKDD não atingir os objetivospropostos, o usuário poderáreiniciar o processo, poden-do ser refeito até que a res-posta possa ser consideradaalgum tipo de conhecimentoque não seria possível iden-tificar simplesmente pela vi-sual ização dos dados.(GONCHOROSKI , 2007)
Pré-processamentoO pré-processamento é afase que opera sobre os da-dos de entrada com objeti -vo de convertê-los noformato adequado para asfases posteriores. (LIMA,2009)De acordo com Han,
Kamber e Pei (2012) a faseoperacional de pré- proces-samento é composta pelasquatro primeiras etapas doKDD, que são as etapas del impeza, integração, sele-ção e transformação dosdados. Juntas elas possuemum papel fundamental noprocesso de descoberta deconhecimento em base dedados, pois elas são res-ponsáveis desde a correçãode dados que estão arma-zenados no banco de dadossem nenhum tipo de trata-mento, até adequação da
Espírito Livre · Julho/2012 44
Figura 1Data Mining e KDD (Fonte: Adaptado de HAN; KAMBER; PEI, 2012, p. 7)
sistemas · data mining com software livre para apoio a tomadas de decisões
formatação dos dados paraserem usados por uma de-terminada técnica ou algo-ritmo de mineração dedados. Sendo que quantomelhor os dados forem tra-tados melhor serão os re-sultados da mineração.(GOLDSCHMIDT; PASSOS,2005)
Limpeza dos Dados:
Limpeza dos dados oudata cleaning é a primeiraetapa do KDD e do pré-pro-cessamento. Essa etapapossui o objetivo de corrigiros erros nos dados armaze-nados no banco de dados,removendo ruídos e dupl i -cações, além de preencherdeterminados valores deatributos esquecidos ao se-rem preenchidos. (LIMA,2009)
Interação dos Dados:
Segundo Han, Kamber ePei (2012) na data integrati -on ou integração dos dados,o anal ista combina dadosde várias fontes em um ar-mazenamento de dados. Aintegração pode auxi l iar areduzir, evitar redundânciae inconsistências no conjun-to de dados. Com isso podeajudar a melhorar a veloci-dade e a precisão do pro-cesso posterior demineração de dados.
Seleção dos Dados:
Na etapa de seleção dosdados é onde são identifica-dos os dados a serem uti l i -zados e extraídos na fasede mineração de dados.Nessa etapa do processo deKDD, a junção de mais de
uma base de dados podeser necessária conforme aetapa de integração, porémdeverão ser definidos quaisos dados dos mesmos serãousados e onde estão local i -zadas. (GONCHOROSKI ,2007)
Transformação dos
Dados:
Transformação dos dadosou data transformation é aetapa onde os dados de en-trada serão recebidos pelaetapa anterior. Os dados jáestarão formatados, diferen-tes de quando não haviamsido preprocessados. (GON-CHOROSKI, 2007)Após a transformação dos
dados, vêm as próximas fa-ses do processo KDD, quesão compostas pela própriaMineração de dados, no qualserá real izada a escolha dequais algoritmos de minera-ção de dados serão uti l iza-dos. Posteriormente a fasede pós-processamento, ondeserá feito a anál ise dos re-sultados obtidos, com intuitode verificar se o conheci-mento gerado será úti l aocontexto proposto. (GON-CHOROSKI, 2007)
Mineração de DadosMineração de dados ou data
mining trata-se de um pro-cesso de minerar ou extrairconhecimento de grandesvolumes de dados. (AMO,2004)O termo mineração de
dados tornou-se uma esco-lha popular, pois o mesmocaracterizou esse processo
devido o seu objetivo, ondea mineração de dados pos-sui o intuito de encontrarum pequeno conjunto depreciosos dados a partir deuma grande quantidade dematerial bruto. (HAN;KAMBER; PEI , 2012)A mineração de dados
pode também ser conheci-da como data mining, ex-tração de conhecimento apartir de dados, extração deconhecimento, dados/anál i -se de padrões, arqueologiade dados e dragagem dedados. (HAN; KAMBER; PEI ,2012)Segundo Fayyad, Pia-
tetsky-Shapiro e Smyth,(1996) muitas pessoas con-fundem a data mining com oprocesso KDD, porém naverdade o KDD é um proces-so mais amplo, e a DM trataapenas de uma das etapasdo processo geral .Os dados uti l izados pelo
software de data mining
vêm das etapas do pré-pro-cessamento. A origem des-ses dados pode surgir debancos de dados, data wa-rehouse, web, repositóriosde informação, ou outrosdados que são transmitidospara o software de forma di-nâmica, porém desde queos dados sejam significati -vos para a apl icação deseja-da pelo usuário. As fontesmais básicas de dados paraapl icações em mineração dedados são os bancos de da-dos data warehouse e dadostransacionais. (HAN;KAMBER; PEI , 2012)
Espírito Livre · Julho/2012 45
sistemas · data mining com software livre para apoio a tomadas de decisões
Como mostra a Figura 2,os objetivos da DM são defi-nidos através da uti l izaçãopretendida, podendo ser di-vididos em dois grupos: ve-rificação e descoberta. Coma verificação, o sistema é l i -mitado apenas para verifi -car determinadas hipóteses.Enquanto que com a desco-berta, o sistema de formaautônoma visa encontrarnovos padrões. Além disso,o grupo descoberta subdivi-de-se também em dois gru-pos, que são: a previsão,onde o sistema encontrapadrões para prever futurosvalores de variáveis; e adescrição, onde o sistemaencontra padrões paraapresentar de forma com-preensível a um usuário.(FAYYAD; PIATETSKY-SHAPI-RO; SMYTH, 1996)Segundo Sumathi e Siva-
nandam (2006) as empre-sas buscam os recursosoferecidos pelos softwaresde DM para descobrir pa-drões e relações nos seusdados, a fim de auxi l iar nastomadas de decisões de ne-gócios. A data mining ao seruti l izada nos negócios podeajudar nas tendências devendas locais, desenvolvercampanhas de marketingmais intel igentes e comprecisão prever a lealdadedo cl iente.
Pós-ProcessamentoA etapa de pós-processa-mento encerra o ciclo doKDD. Nessa etapa que secoloca em ação todo o co-
nhecimento adquirido du-rante as etapas anteriores.(GONCHOROSKI , 2007)
Avaliação e Apresen-
tação:
Na etapa de aval iação ouevaluation, depois dos da-dos minerados, é necessá-rio interpretá-los e aval iar oresultado obtido, pois osmesmo serão uti l izados co-mo apoio a tomada de deci-são. (GONCHOROSKI , 2007)A aval iação do processo
possui o objetivo de garan-tir que o resultado geradoatendeu às expectativas es-peradas, ou seja, ver se asinformações descobertas noprocesso KDD são realmen-te úteis. (AMORIM, 2006)De acordo com Amorim
(2006), os resultados doKDD podem ser mostradosde diversas formas. Entre-
tanto, estas formas devempossibi l i tar a real ização deuma anál ise criteriosa paraidentificar a necessidade dereiniciar o processo, até queo usuário alcance os seusobjetivos.No entanto, segundo Le-
mos (2003), não existe aobrigação de aval iar a ne-cessidade de reiniciar ape-nas nessa etapa, podendofazer isso também nas ou-tras etapas antecedentes.
TAREFAS ETÉCNICASDE DATA MININGAs tarefas são as especifi -cações que o usuário buscanos dados, que tipo de re-gularidades ou categoriasde padrões que ele possui ointeresse em encontrar, ouque tipo de padrões poderiasurpreendê-lo. Por exemplo:
Espírito Livre · Julho/2012 46
Figura 2Objetivo da Data Mining (Fonte: Própia, 2012)
sistemas · data mining com software livre para apoio a tomadas de decisões
um gasto exagerado de umcl iente de cartão de crédito,divergente dos padrõesusuais de seus gastos.(AMO, 2004)Já as técnicas de data mi-
ning consistem na especifi -cação de métodos quecertifiquem como descobriros padrões que interessamo usuário, de acordo com astarefas sol icitadas. (AMO,2004)A seguir, serão apresen-
tadas algumas tarefas demineração de dados.
Análise de Regras de As-sociaçãoAssocia os dados de acordocom a sua semelhança, ve-rificando a quantidade dapresença de itens encontra-dos nos registros de umbanco de dados. Com isso,ela encontra tendênciasque possam ser usadas pa-ra entender e explorar pa-drões de comportamentodos dados. Por exemplo, asua apl icação em um super-mercado permite observarque X% dos cl ientes quecompram o produto Z tam-bém adquirem na mesmacompra o produto Y, mos-trando a associação entreos dois produtos. Nesse ca-so, cada compra efetuadapor um cl iente, correspondea um registro no banco dedados. (AMO, 2004)
Análise de PadrõesSequenciaisDe acordo com Amo (2004),
a anál ise de padrões se-quenciais possui o intuitode identificar sequencias deeventos que ocorrem fre-quentemente em um bancode dados. Com sua apl ica-ção ela permite a previsãode futuros acontecimentos.Por exemplo, a sequenciade eventos {carro; som;pneu} ao ser encontradasvárias vezes em um bancode dados, dão a ideia quecl ientes que compram car-ros, tempos depois com-pram pneus e trocam osom.
Classificação e PrediçãoDe acordo com Han, Kam-ber e Pei (2012) classifica-ção é o processo de buscarum modelo (ou função) quedescreve e distingue clas-ses de dados ou conceitos.Segundo Amo (2004) a clas-sificação foca em apresen-tar e distinguir conceitos ouclasses, com o objetivo deuti l izar o modelo para predi-zer a classe de objetos queainda não foram classifica-dos.Esse modelo construído
baseia-se na anál ise préviade um conjunto de dadosde amostragem ou dadosde treinamento, contendoobjetos corretamente classi-ficados. Por exemplo, se ogerente de um supermerca-do está interessado em des-cobrir características deseus cl ientes, para classifi -cá-los como bom ou maucomprador, com esse tipode tarefa de DM, sso torna-
se possível , uti l izando-sede exigências (faixa econô-mica, idade e etc) para per-mitir a classificaçãoindividual de todos os cl ien-tes. (AMO, 2004)Para Amo (2004), os
usuários em algumas apl i -cações, estão mais interes-sados em predizer valoresausentes em seus dados doque descobrir classes deobjetos. Nessa situação, atarefa da DM é a predição.A seguir, serão apresen-
tadas duas técnicas uti l iza-das na construção declassificadores, que são astécnicas de Árvore de Deci-são e Redes Neurais.
Técnica de Árvore deDecisãoA árvore de decisão é umatécnica de classificação epredição da data mining.Essa técnica é um diagramaque expõe uma decisão queestá sendo aval iada e asimpl icações de escolheruma das alternativas possí-veis e disponíveis. (NÓBRE-GA, 2007)Para Elmasri e Navathe
(2005) a árvore de decisãorepresenta graficamente asregras para classificação.Essa representação é feitaatravés da elaboração deuma estrutura de fluxogra-ma semelhante a uma ár-vore. (HAN; KAMBER; PEI ,2012)Ela é composta por nós
internos e externos que sãoconectados por ramos. O nóinterno, também conhecido
Espírito Livre · Julho/2012 47
sistemas · data mining com software livre para apoio a tomadas de decisões
com nó intermediário ou de-cisório, é a unidade de to-mada de decisão que aval iaatravés de teste lógico qualserá o próximo nó descen-dente. Já o nó externo, tam-bém conhecido como folhaou nó terminal , está associ-ado a um rótulo ou a um va-lor. (NÓBREGA, 2007) AFigura 3 representa a estru-tura de uma árvore de deci-são apl icada em umrestaurante. Neste caso, aárvore irá indicar se o cl ien-te vai ou não esperar poruma mesa.Em geral , de acordo com
Nóbrega (2007) a árvore dedecisão passa pelas seguin-tes etapas:- Primeiramente deve de-
terminar a decisão a seranal isada, sendo esse o nóinicia l (o nó raiz) da árvore;- Apontar as possíveis al-
ternativas para essa deci-são e as estimativas deprobabi l idade de ocorrenciapara cada alternativa;- Definir o resultado es-
perado associado à ocorrên-cia de cada alternativa, ouseja, resultado possível pa-ra a decisão.Se deparar novamente
em outra decisão, deve-serepetir esse procedimentoaté um nó final ser alcança-do.A técnica de árvore de
decisão é muito popular,pois a sua construção declassificadores de árvoresde decisão não necessitamde nenhum conhecimentode domínio ou parâmetro
de ajuste. Além disso, ela éapropriada para o uso emdescoberta de conhecimen-to, e possibi l i ta a represen-tação do conhecimentoadquirido em uma forma(árvore) intuitiva e, geral-mente, de fáci l assimi laçãopelos seres humanos. (HAN;KAMBER; PEI , 2012)Para Han, Kamber e Pei
(2012), a classificação feitapor árvore de decisão pos-sui uma boa precisão. En-tretanto, o sucesso nauti l ização depende dos da-dos e algoritmo uti l izados.
Técnica de RedesNeurais ArtificiaisUma rede neural artificia l éuma técnica que é projeta-da para modelar a maneiracomo o cérebro humano re-al iza uma tarefa particularou função de interesse. Es-sa rede é geralmente de-senvolvida uti l izando-se
componentes eletrônicos oué simulada por programa-ção em um computador di-gital . (HAYKIN, 1999)As redes neurais artifici -
a is surgiram no ano de1943, quando o neurofisio-logista McCul loch da Uni-versidade de Yale, e o lógicoWalter Pitts, começaram apesquisar como funcionamos neurônios biológicos, pu-bl icando posteriormente emum artigo. Embora o focoda pesquisa fosse paracompreensão da anatomiado cérebro, descobriu-seque este mesmo modelopoderia fornecer inspiraçãopara o campo de estudo daintel igência artificia l , po-dendo servir para resolverproblemas fora do âmbitoda neurobiologia. (BERRY;LINOFF, 2004)Segundo Berry e Linoff
(2004) na década de 1950,profissionais da computa-
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Figura 3Uma Árvore de Desição para definir se vamos ou não esperar por uma mesa(Fonte: Adaptado de RUSSELL; NORVIG 2004, p. 634)
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ção implementaram ummodelo de rede neural cha-mando de Perceptrons ba-seado no trabalho deMcCul loch e Pitts. Porémnão obteve sucesso nos re-sultados, devido à carênciade recursos tecnológicos eteóricos. Com isso, em 1970houve uma grande diminui-ção na elaboração de estu-dos de implementações deredes neurais, voltando aser foco de pesquisa ape-nas no ano de 1982, quan-do John Hopfield inventouuma forma de treinamentode redes neurais que soluci-onou parcialmente as difi -culdades teóricas inicia is.O projeto de redes neu-
rais artificia is é implemen-tado baseado emneurônios. O neurônio éuma unidade de processa-mento de informação que éde fundamental importânciapara a operação de uma re-de neural . A Figura 4 apre-senta o diagrama em blocosque mostra o modelo de umneurônio, e identifica trêselementos básicos do mo-delo neuronal . (HAYKIN,1999)Uma rede neural , quando
é empregada para a tarefade classificação, é tipica-mente uma coleção de uni-dades de processamento deneurônio com conexõesponderadas entre as unida-des. (HAN; KAMBER; PEI ,2012)
Análise de Clusters(agrupamento)Diferente da tarefa de clas-sificação e predição onde asclassificações são pré-defi-nidas pelo pesquisador, atarefa de anál ise de clustersou agrupamento não existemodelo de conjunto de da-dos para classificar. Essa ta-refa de DM trabalha sobredados no qual as etiquetasdas classes não estão defi-nidas. (AMO, 2004)Essa tarefa tem como ob-
jetivo identificar agrupa-mentos de objetos, queidentificarão uma classe.Por exemplo, ao apl icar aanál ise de clusters em umbanco de dados de um su-permercado, pode-se des-cobrir que cl ienteslocal izados em determina-dos pontos da cidade costu-mam ir ao supermercadoaos sábados, enquanto cl i -entes aglutinados em outra
local ização na cidade costu-mam fazer compras nassextas-feiras. (AMO, 2004)
SOFTWARES LIVREPARA MINERAÇÃO DEDADOSWEKA: Segundo o site ofi -cia l do Weka (www.cs.wai-kato.ac.nz), é uma coleçãode algoritmos de aprendiza-do de máquina para tarefasde mineração de dados. Osalgoritmos podem ser apl i -cados diretamente a umconjunto de dados ou cha-mado a partir do seu pró-prio código Java. Wekacontém ferramentas paradados de pré-processamen-to, classificação, regressão,clustering, regras de associ-ação e visual ização. É tam-bém ideal para odesenvolvimento de novossistemas de aprendizagemde máquina.R: O R é um software l ivre
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Figura 4Modelo de um neurônio (Fonte: HAYKIN, 1999, p. 36)
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para elaboração de gráficose computação estatística. Oprograma oferece uma vari-edade de técnicas gráficase estatísticas, modelos l ine-ares e não l ineares, testesestatísticos clássicos, anál i -ses de séries, classificação,etc. (AMOROSO, 2012)
De acordo com Amoroso(2012) esse software é umpacote integrado de softwa-res para faci l i tar o trabalhocom dados, cálculos e exibi-ção de gráficos. As ferra-mentas incluem umgerenciador de dados e ar-mazenamento, operadorespara cálculos em exibições(matrizes em particular),uma coleção de ferramen-tas para anál ise de dados,faci l idades para exibição dedados e recursos de progra-mação para os usuáriosavançados. Além disso, oprograma pode se associara vários bancos de dados ebibl iotecas que uti l izem l in-guagens como Perl , Python,C ou Fortran.
REFERÊNCIAS__AMORIM, Thiago. Conceitos, Técni-cas, Ferramentas e Aplicações de Mi-neração de Dados para GerarConhecimento a Partir de Bases deDados. 2006. 50 f. Monografia (Gradu-ação em Ciência da Computação) .Universidade Federal de Pernambuco,Pernambuco, 2006.__AMOROSO, Danilo. Um programacomplexo para análises estatísticas ecriação de gráficos. Disponível em:<http://www.baixaki. com.br/downlo-ad/r.htm>. Acessado em: Julho de2012.__AMO, Sandra de. Técnicas de Mine-ração de Dados. 2004. UniversidadeFederal de Uberlândia.__BERRY, Michael J. A. ; LINOFF, GordonS. data mining Techniques. 2. ed.Indianapolis, NI: Wiley Publishing Inc,2004.__BORGES, Helyane Bronoski. Redu-ção de Dimensionalidade em Basesde Dados de Expressão Gênica. 2006.153 f. Dissertação (Mestrado em Infor-mática) – Programa de Pós-Graduaçãoem Informática, Pontifícia Universida-de Católica do Paraná, Curitiba, 2006.__ELMASRI, Ramez; NAVATHE, Sham-kant B. Sistemas de Banco de Dados.4. ed. São Paulo, SP: Pearson Addison,2005.__FAYYAD, Usama M. ; PIATETSKY-SHA-PIRO, Gregory; SMYTH, Padhraic. FromAdvances in Knowledge Discovery anddata mining. Menlo Park, CA: AAAIPress, 1 996.__GOLDSCHMIDT, Ronaldo; PASSOS,Emmanuel. data mining: UmGuia Prático: Conceitos, Técnicas, Fer-ramentas, Orientações e Aplicações.Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2005.__GONCHOROSKI, Sidinei Pereira. Uti-lização de Técnicas de KDD em umCall Center Ativo. 2007. 125 f. Mono-grafia (Graduação em Ciência da
Computação) . Centro Universitário Fe-evale, Novo Hamburgo, 2007.__HAN, Jiawei; KAMBER, Micheline;PEI, Jian. data mining Conceptsand Techniques. 3. ed. Waltham, MA:Elsevier, 2012.__LEMOS, Elaine Prezepiorski. Análisede Crédito Bancário com o Uso dedata mining: Redes Neurais e Ár-vores de Decisão. 2003. 1 47 f. Disser-tação (Mestrado em Ciências) –Programa de Pós-Graduação em Mé-todos Numéricos em Engenharia, Uni-versidade Federal do Paraná, Curitiba,2003.__LIMA, Lorena Mascarenhas. Minera-ção de Dados Utilizando AlgoritmosGenéticos Adaptativos. 2009. 81 f.Monografia (Graduação em Ciência daComputação) . Universidade Federalda Bahia, Salvador, 2009.__NÓBREGA, Newton C. Medeiros. UmEstudo Teórico da Avaliação de Riscosem Projetos de Investimento em Or-ganizações. 2007. 63 f. Monografia(Graduação em Engenharia de Produ-ção) . Universidade Federal de Juiz deFora, Minas Gerais, 2007.__RUSSELL, Stuart; NORVIG, Peter. In-teligência Artificial. 2. ed. Rio de Ja-neiro, RJ: Elsevier, 2004.__HAYKIN, Simon. Redes Neurias: Prín-cipios e Prática. 2. ed. Porto Alegre,RS: Artmed, 1999.__WAIKATO. Weka 3: data miningSoftware in Java. Disponível em: <http://www.cs.waikato.ac.nz/ml/weka/>. Acessado em: Julho de 2012.
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JÔNATAS MURÇAé graduando emSistemas deInformação pelaFaculdade deComputação de MontesClaros. Contato: portaljonatas@gmail. com
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opinião · fuja do google e tenha mais autonomia em suas buscas na web
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por Davies Nassaro
FFuujjaa ddoo GGooooggllee eetteennhhaa mmaaiissaauuttoonnoommiiaa eemmssuuaass bbuussccaassnnaa wweebb
J á faz algum tempo que oGoogle domina os meca-nismos de pesquisas na
rede mundial de computa-dores. Esse fato deve-seprincipalmente a sua pode-rosa ferramenta de busca,que em mil issegundos apre-senta-nos uma enorme vari-edade de páginas webrelacionadas ao assunto.Surgiu uma dúvida ou esta-mos a procura de um deter-minado tema ou palavra erecorremos logo a ele, semtitubear um segundo.
Acontece que toda essafaci l idade que nos é dispo-nibi l izada tem seu preço, enesse caso, é a própria l i -
berdade de escolha. Quan-do recebemos os resultadosde nossas pesquisas feitasatravés do Google, cl icamoslogo nos primeiros endere-ços que aparecem, semquestionarmos se é issomesmo que estamos procu-rando ou se o resultado sa-tisfaz totalmente nossanecessidade ou ainda senão existe outros resultadosmais adequados. Outro fatoainda a ser mencionado éque a ordem dos resultadosnão é um simples apanhadode páginas que contém re-ferências ao assunto busca-do. Essa ordenação égerenciada por um evoluído
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e altamente complexo mo-tor de busca desenvolvidopela Google, e que precisade investimentos para semanter e ser aperfeiçoado.E de onde vem esses inves-timentos?
Vem de empresas quepagam ao Google para queseus sites apareçam no to-po de suas l istas de pesqui-sas, ou seja, suas buscassão exibidas através do viéscapital ista, onde quem pa-ga consegue um maior des-taque, independentementede ser bom ou não.
Se você, como milharesde outras pessoas ao redordo mundo, não está lá mui-to satisfeito com esse cená-rio e começa a questionarcomo o Google controla suavida, não se desespere. Ain-da existem alternativas pa-ra quebrar esse paradigma
Uma ótima opção é o
Blekko (http: //blekko.com).Um novo mecanismo debusca que ganhou muitonotoriedade graças a suapolítica de resultados l ivresde spans e por ser desen-volvido por Rich Skrenta.Para quem não sabe, Skren-ta, hoje com 45 anos, foi ocriador do primeiro vírus decomputador, ha 30 anosatrás.
Mas como o Blekkofunciona?
O Blekko dá a l iberdadeao usuário de classificar osresultados mais relevantespara suas buscas e aindaguarda esses resultados pa-ra pesquisas futuras. Por-tanto, com o passar dotempo, as buscas real izadaspor um determinado usuá-rio ficarão cada vez mais re-finadas e, o maisinteressante, esse refina-
mento é baseado no querealmente importa para es-se usuário. Para ser reco-nhecido no ambiente Blekkobasta o internauta se ca-dastrar e estar logado nosistema. O cadastro é gra-tuito.
O Blekko até o momento,não possui um sistema deindexação de resultados pa-go como os do Google, oque exalta ainda mais suapolítica anti -spam. Um se-não com relação ao seumecanismo de buscas éque ele é baseado em sitesamericanos e não possuiuma abrangência muitogrande, dificultando umpouco as buscas em outrospaíses, mas esse é um en-trave que promete ser solu-cionado em breve pela suaequipe de desenvolvimento.
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Slashtag – um atrativo amais para o BlekkoSlashtag é um modo maisaprimorado e fáci l de uti l i -zar o motor de busca doBlekko. Essa ferramenta fi l -tra os resultados da pesqui-sa e auxi l ia na busca dosresultados mais relevantes,el iminando assim os spanse conteúdos indesejáveis. Obuscador já disponibi l iza al-gumas slashtags padroniza-das aos usuários, masnovas slashtags podem sercriadas conforme o critérioe necessidade de cada um.É possível incluir uma l istade sites em uma Slashtag eentão fazer uma busca se-gundo esses sites. As slash-tags também podemexecutar funções de orde-namento dos resultados.
Uso das Slashtags noBlekkoUma bom exemplo da funci-onal idade das Slashtags, sedá quando o usuário pes-quisa sobre um determina-do assunto, como a“Educação brasi leira”, porexemplo. O que esse usuá-rio espera é encontrar re-sultados em sitesconfiáveis, como os .gov ou.edu, entre outros. Dessaforma os hospedeiros de si-tes duvidosos e spans sãobanidos dos resultadosapresentados.
ConcluindoAinda é cedo para dizer se oBlekko veio realmente paraficar e se sua política de l i -berdade e exclusão aosspans serão realmente du-radouras ou, se esse meca-nismo é só mais um
modismo como tantos ou-tros que já apareceram eaparecerão ainda no univer-so virtual . Cabe a cada umexperimenta-lo e tirar suaspróprias conclusões.
Referências:http://va.mu/YFA7
Espírito Livre · Julho/2012
DAVIES NASSARO
Técnico emTelecomunicações eInformática, Licenciadoem Computação eEspecialista emSegurança de Redes deComputadores. É administrador de Redesde Computadores e presta consultoria emTecnologia da Informação e SegurançaDigital.
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Desenvolvo programas decomputador e já escrevi mi lhares de l i -nhas de código. A maioria das pessoasusam programas como correio e agendaeletrônicos, mensagens instantâneas, pro-cessador de texto, plani lha de calculo,apresentações. Para mim, programa é fer-ramenta e existe para poupar esforços, fa-ci l i tando o lazer e o trabalho.
E, mais cedo ou mais tarde, o usuáriotem pensamentos do tipo: “hum …. esteprograminha bem que podia fazer tal coi-sa. . . ” , ou “podia fazer esta mesma coisa,mas de outro jeito”. O ponto é que a ferra-menta, ainda que boa, tem um espaço infi -nito para ser melhorada. E quem estámelhor posicionado para identificar oportu-nidades de melhoria é o usuário: afinal , aferramente é um meio para que o usuárioalcance suas metas; é ele quem sente on-de a ferramenta é falha.
Na história da tecnologia, é colossal oimpacto que tiveram as inúmeras melhori-as descobertas e implementadas por usuá-rios em suas ferramentas. Pouquíssimosdestes usuários ficaram famosos ou ricos,mas foi graças a eles que o progresso téc-nico avançou. E o que permitiu a estesusuários implementar estas melhorias foieste fato: eles eram donos de suas ferra-mentas. Ou, ao menos, tinham l iberdadepara modificá-las.
É aqui que a história das ferramentas in-tangíveis – como um texto, um código – seseparam das ferramentas tangíveis. É mui-to mais fáci l repl icar uma ferramenta intan-gível do que uma ferramenta tangível ; émais fáci l , por exemplo, repl icar um pro-grama de computador que um computador.E, se todos podem simplesmente copiar aferramenta, porque alguém iria querercomprá-la? Diante disso, as pessoas que
CCóóddiiggoo ccoommuumm
opinião · código comum
Espírito Livre · Julho/2012 55
por Igor Morgado
www.s
xc.hu
dependem da venda de ferramentas intan-gíveis para viver tiveram que se protegerdo risco da cópia. E a cópia se tornou cri-me. E, para assegurar a identidade do pro-grama, para evitar que alguém pudesseafirmar “não copiei o seu programa, crieium programa diferente do seu, pode ver ocódigo”, o código foi fechado: não é possí-vel adquirir um software, o que se adquireé uma l icença para o uso. A propriedade dosoftware é do fabricante. O usuário não po-de melhorar a ferramenta sem ferir um di-reito do proprietário.
O impacto do fechamento do código é arepressão da criatividade e do avanço tec-nológico. Os usuários são inúmeros: não sóas suas necessidades são muito variadas,como as maneiras de encontrar soluçõespara satisfazer estas necessidades tam-bém são. É verdade que nem todo usuáriosabe mexer em código. Mas há muitas pes-soas que sabem. E qualquer usuário pode-ria conversar com uma destas pessoaspara dizer: “Veja, deve ter um jeito de me-xer nesse código para que ele faça isso eaqui lo, dessa maneira”. A competição sefaria não mais tanto por meio de campa-nhas publ icitárias e merchandising, maspela pura força dos produtos em termos deresolução de problemas. Em termos de fo-mentar a criatividade e o progresso técni-co, abrir o código parece ser a coisa certa afazer.
Diante disso, como fica a questão da
proteção as receitas de quem vende
software para sobreviver? Uma proposta équebrar o paradigma, e perguntar: a indús-tria de software precisa vender software?
Parece que não. Há um enorme horizon-te para serviços associados: a implantaçãode software em empresas, o treinamentotanto de pessoal especial izado quanto deusuários, a demanda por consultorias es-pecial izadas. Atividades que tem por fun-damento a melhoria contínua dosprogramas e, portanto, atividades exerci-das por empresas que terão interesse emmanter desenvolvedores pesquisando emelhorando os softwares já existentes nomercado. É outro modelo de negócio.
E é isso que as diversas iniciativas decriação de programas baseados em códigoaberto vem demonstrando. Os primeirosanos deste modelo foram de afirmação en-quanto possibi l idade. Os próximos serão deaproximação com os usuários e de afirma-ção como padrão da indústria.
Espírito Livre · Julho/2012 56
IGOR MORGADO
é gerente de infraestrutura na HANZO enas horas vagas divide seu tempo livrecom software livre, matemática, escotismoe aikido.
opinião · código comum
Quadrinhospor Ryan Cartwright e José James Figueira Teixeira
quadrinhos
57Espírito Livre · Julho/2012
Departamento Técnico - Impressora
60Espírito Livre · Julho/2012
quadrinhos
Agenda
agenda / entre aspas
Espírito Livre · Julho/2012 61
DEZEMBRO 2012
Evento: Palestra com
Richard Stallman
Data: 03/12/2012
Local: Brasília/DF
Evento: CONSEGI V
Congresso Internacional
de Software Livre e
Governo Eletrônico
Amazônico de Software
Livre
Data: 03 a 07/12/2012
Local: Belém/PA
Evento: JavaOne Latin
America 2012
Data: 04 a 06/12/2012
Local: São Paulo/SP
Evento: COMSOLiD 2012
Data: 06 a 08/12/2012
Local: Maracanaú/CE
Evento: Palestra com
Richard Stallman
Data: 11/12/2012
Local: São Carlos/SP
Evento: Palestra com
Richard Stallman
Data: 12/12/2012
Local: Sorocaba/SP
Evento: Rails Girls RJ
Data: 14 e 15/12/2012
Local: Rio de Janeiro/RJ
JANEIRO 2013
Evento: Campus Party
Brasil 2013
Data: 28/01 a 03/02/2013
Local: São Paulo/SP
MARÇO 2013
Evento: Document
Freedom Day 2013
Data: 27/03/2013
Local: Em várias cidades do
mundo
ABRIL 2013
Evento: Festival Latino
Americano de Instalação
de Software Livre Flisol
2013
Data: Ainda sem data
definida
Local: Em várias cidades do
mundo
Estou condenado a ser livre.
JeanPaul Sartre (21 de Junho de 1905 15 de Abril de 1980) foi um filósofo
existencialista francês do início do Século XX.
Fonte: Wikiquote
agenda / entre aspas