Economia Fluminense de Revista - Fundação CEPERJ · UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro...

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1 Revista de Economia Fluminense

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Estação de São Cristóvão, RJ

Foto: Jorge Marinho

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Ranulfo VidigalDiretor-Presidente da Fundação CIDE

Este terceiro número da Revista de Economia Fluminense referenda sua proposta inicial no sentido de caracterizar-se como um veículo aber-

to e disponível a quem pesquisa, reflete, analisa einterage com a realidade econômica desse estado, ofe-recendo ao leitor matérias de exemplar conteúdo téc-nico recebidos da Academia, da administração públicae do universo privado.

Como exemplo, citamos o Artigo Científico dessa edi-ção, extrato de tese de mestrado submetida à bancana UNICAMP, onde o autor retrata a evolução da eco-nomia fluminense nas décadas de 80 e 90, pesquisandoexaustivamente o setor industrial dimensionando edemonstrando suas dificuldades, transformações e afase de recuperação com o advento do petróleo.

Destacamos, ainda, uma alentada entrevista com oSenador Sérgio Cabral Filho que, apesar de salientaros altos investimentos realizados no estado, mostra-sebastante preocupado com a geração de empregos e aqualidade de vida da população, com o desenvolvi-mento equilibrado do estado e, especialmente, com osproblemas que afligem a Região Metropolitana e suaadministração. Ele revela e expõe suas idéias ao deba-te num momento em que a questão Fusão X Desfusãoatinge seu mais alto grau de efervescência.

A cada dia que passa a realidade moderna nos impõee fica mais nítida a necessidade do investimento noconhecimento dos fenômenos que atuam sobre o ter-ritório e a população do Estado do Rio de Janeiro.Modestamente, a nossa Revista de EconomiaFluminense procura cumprir seu papel comoestimuladora e difusora do pensamento de quem efe-tivamente tem o que contribuir para a solução dos pro-blemas de nossa terra.

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Governo do Estado doRio de JaneiroGovernadora: Rosinha Garotinho

SEPCI - Secretaria de Estadode Planejamento eCoordenação InstitucionalSecretário: Tito Ryff

Fundação CIDE - Centro deInformações e Dados do Rio deJaneiroDiretor Executivo: Ranulfo Vidigal

UFF - Universidade FederalFluminenseFaculdade de EconomiaDiretora: Ruth Helena Dweck

UFRJ - Universidade Federaldo Rio de JaneiroFaculdade de EconomiaDiretor: sjdflsjfjslfs

Conselho EditorialSérgio Besserman, Luiz RobertoCunha, Renata La Rovere, JorgeBrito, Inês Patrício e AngelaFontes

Editores ExecutivosAdolfo Freire e Eduardo Duprat

Coordenação TécnicaHenrique Gurvitz

Equipe TécnicaAna C. Andrade, Armando deSouza Filho, Ricardo Willyee Seráfita Azeredo

Jornalista ResponsávelFranklin Campos

Revisãoajdlajsdlajsdl alsdasd

Projeto Gráfico e DiagramaçãoSandra Fioretti

IlustraçãoJoão Semeraro

Apoio Editorialfjlsdlsjdflsjlfjlf

CapaPolo Gás Químico - Caxias - RJFoto: çfkskfsçkfçsfs

IndicadoresIndicadoresIndicadoresIndicadoresIndicadoresambientais deambientais deambientais deambientais deambientais dequalidade doqualidade doqualidade doqualidade doqualidade doar para transportear para transportear para transportear para transportear para transporteurbanourbanourbanourbanourbanoAplicação para asAplicação para asAplicação para asAplicação para asAplicação para asemissões de NOemissões de NOemissões de NOemissões de NOemissões de NOxxxxxdo óleo dieseldo óleo dieseldo óleo dieseldo óleo dieseldo óleo dieselPor Neise Ribeiro

EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

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A Revista de Economia Fluminense é um espaço de divulgaçãode informações e análises sobre a realidade econômica e social do Estado.

Economia doEconomia doEconomia doEconomia doEconomia doséculo 21:século 21:século 21:século 21:século 21:exportar não bastaexportar não bastaexportar não bastaexportar não bastaexportar não bastaPor FernandoPeregrino

Ciência, tecnologiaCiência, tecnologiaCiência, tecnologiaCiência, tecnologiaCiência, tecnologiae inovação comoe inovação comoe inovação comoe inovação comoe inovação comoinstrumentos parainstrumentos parainstrumentos parainstrumentos parainstrumentos parao desenvolvimentoo desenvolvimentoo desenvolvimentoo desenvolvimentoo desenvolvimentodo Estado do Riodo Estado do Riodo Estado do Riodo Estado do Riodo Estado do Riode Janeirode Janeirode Janeirode Janeirode JaneiroPor Wanderleyde Souza

F u n d a ç ã o C I D ECentro de Informações eDados do Rio de Janeiro

Palácio Guanabara, Anexo,Rua Pinheiro Machado, s/nº,Laranjeiras, 22231-901Rio de Janeiro, RJTels: (21) 2299-5362 / 5363Fax: (21) 2552-5381e-mail: [email protected]: http://www.cide.rj.gov.br

i n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã oi n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã oi n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã oi n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã oi n f o r m a ç ã o , a c h a v e d e s u a d e c i s ã o

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Por Marco Antonio Lucidi

EnvelhecimentoEnvelhecimentoEnvelhecimentoEnvelhecimentoEnvelhecimentoativoativoativoativoativo

Cuidado: o BRASILCuidado: o BRASILCuidado: o BRASILCuidado: o BRASILCuidado: o BRASILestá envelhecendo !está envelhecendo !está envelhecendo !está envelhecendo !está envelhecendo !Por Arlindo Lopes Corrêa

PPPPPerfil da populaçãoerfil da populaçãoerfil da populaçãoerfil da populaçãoerfil da populaçãoidosa no Brasilidosa no Brasilidosa no Brasilidosa no Brasilidosa no BrasilPor Tereza CristinaNascimento Araujo eMaria Isabel Coelho Alves

Rio: negóciosRio: negóciosRio: negóciosRio: negóciosRio: negóciosdecolam a partir dodecolam a partir dodecolam a partir dodecolam a partir dodecolam a partir doaeroporto indústriaaeroporto indústriaaeroporto indústriaaeroporto indústriaaeroporto indústriaPor Eduardo Duprat F. deMello

O Pólo Gás-QuímicoO Pólo Gás-QuímicoO Pólo Gás-QuímicoO Pólo Gás-QuímicoO Pólo Gás-Químicoconsolida novosconsolida novosconsolida novosconsolida novosconsolida novosempregosempregosempregosempregosempregosPor Franklin Campos

O microcrédito eO microcrédito eO microcrédito eO microcrédito eO microcrédito eo empreendedorismoo empreendedorismoo empreendedorismoo empreendedorismoo empreendedorismoPor Marco Antonio Lucidie Alberto Brunner

PPPPPerfil Econômico doerfil Econômico doerfil Econômico doerfil Econômico doerfil Econômico doConsumidorConsumidorConsumidorConsumidorConsumidor

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InvestimentosInvestimentosInvestimentosInvestimentosInvestimentosno Estado dono Estado dono Estado dono Estado dono Estado doRio de Janeiro:Rio de Janeiro:Rio de Janeiro:Rio de Janeiro:Rio de Janeiro:perspectivas para operspectivas para operspectivas para operspectivas para operspectivas para operíodo 2005-2007período 2005-2007período 2005-2007período 2005-2007período 2005-2007Por Marta FrancoLahtermaher e FláviaCosta

PPPPPanorama da Economiaanorama da Economiaanorama da Economiaanorama da Economiaanorama da EconomiaFluminenseFluminenseFluminenseFluminenseFluminenseIndicadores EconômicosIndustriaisÍndices de PreçosComércioTransporte e de ComunicaçõesFinanças PúblicasNível de Emprego Formal1999 - 2005

Os pequenosOs pequenosOs pequenosOs pequenosOs pequenosmunicípiosmunicípiosmunicípiosmunicípiosmunicípiosinterioranos e ointerioranos e ointerioranos e ointerioranos e ointerioranos e odesenvolvimento dodesenvolvimento dodesenvolvimento dodesenvolvimento dodesenvolvimento doRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroPor René de Carvalho eKarina Kato

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Estado da economiaEstado da economiaEstado da economiaEstado da economiaEstado da economiafluminense no primeirofluminense no primeirofluminense no primeirofluminense no primeirofluminense no primeirosemestre de 2005semestre de 2005semestre de 2005semestre de 2005semestre de 2005Por HenriqueGurvitz

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M. Sc. em Engenharia de transporte1. IntroduçãoA partir de 1992, com a realização da Conferência das Nações Unidaspara o Meio Ambiente e Desenvolvimento – RIO-92, no Rio de Janei-

ro, ecoou em um grande número de países as questões de ambiente e desenvolvi-mento, tendo levado à divulgação, em âmbito internacional, do conceito de de-senvolvimento sustentável do relatório da Comissão Mundial para o Meio Ambi-ente e Desenvolvimento (mais conhecido como relatório Brundtland e publicadocomo “O Nosso Futuro Comum,): “um modelo de desenvolvimento que permite àsgerações presentes satisfazer as suas necessidades sem que com isso ponham emrisco a possibilidade das gerações futuras virem a satisfazer as suas própriasnecessidades”.

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Por Neise Ribeiro

Indicadores ambientais de qualidadeIndicadores ambientais de qualidadeIndicadores ambientais de qualidadeIndicadores ambientais de qualidadeIndicadores ambientais de qualidadedo ar para transporte urbanodo ar para transporte urbanodo ar para transporte urbanodo ar para transporte urbanodo ar para transporte urbano

Aplicação para as emissões de NOAplicação para as emissões de NOAplicação para as emissões de NOAplicação para as emissões de NOAplicação para as emissões de NOxxxxxdo óleo dieseldo óleo dieseldo óleo dieseldo óleo dieseldo óleo diesel

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Para avaliar o desempenho dospaíses em atingir o desenvolvimentosustentável, um dos documentosproduzidos na RIO-92, a Agenda 21,orienta a construção de indicadoresde desenvolvimento sustentável(IDS), provocando em todo o mun-do o início do processo de elabora-ção de metodologias que atendameste objetivo, uniformemente.Tomadores de decisão e o públicoestão interessados em informaçõesconfiáveis e sucintas sobre o meioambiente e os Indicadores de desen-volvimento sustentável (IDS) permi-tem conhecer o estado do meio am-biente em escala nacional e como omeio ambiente está se modificando.Os IDS permitem a descrição decomo uma nação está progredindoem relação às metas de desenvolvi-mento sustentável.

Uma das atividades em discussãointernacional, que preocupa os paí-ses, para atingir metas de desenvolvi-mento sustentável, é o transporte.Um dos pontos de discussão é queo transporte, sob a ótica social e eco-nômica, é atividade de melhoria daqualidade de vida, mas sob o pontoda questão ambiental é uma atividadeque degrada o meio ambiente, inter-ferindo nas condições de saúde pú-blica. Se a principal fonte de preocu-pação é a poluição atmosférica naszonas urbanas, onde se concentramcirculação rodoviária e congestiona-mentos, o transporte rodoviário étambém responsável, em escala re-gional e global, por problemas depoluição, tais como: a acidificação e amudança climática. O transporte ro-doviário tem significativa incidência nodesempenho ambiental de um país esobre a sua estratégia de desenvolvi-mento sustentável (CRA, 2000). NoBrasil, o modal de transporte rodovi-ário predomina, historicamente, so-bre os outros modais e, em decor-

rência, a frota de veículos também é uma das principais fontes de contribuiçãopara a poluição do ar (figura1.1).

O transporte requer grande quantidade de energia, utiliza principalmente opetróleo sendo a principal atividade que consome petróleo, internacionalmente.Segundo a Agência Internacional de Energia (Internacional Energy Agency-IEA)comparando-se os anos de 1973 e 2001 o setor de transporte aumentou de42,2 para 57,3 % o consumo de derivados de petróleo (figura 1.2).

Fonte: ANFAVEA, 2004

Indústria Transporte Outros setoresUso não energético

Derivados de petróleo (%)

Consumo de derivados de petróleo no mundopor setor, em %

Distribuição do número de veículos automotores porestados brasileiros, em 2002

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Figura 1.1

Fonte: IEA, 2001

Figura1.2

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1973 2001

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No Brasil, o Balanço energéticonacional (BEN) (MME, 2004) in-dica que o setor de transporte, em2003, consumiu mais de 43 mi-

No Brasil, as metas estabelecidaspara controle da qualidade do ar estãovinculadas aos problemas mais críticos,relacionados com os impactos locaisda poluição do ar (o transporte rodovi-ário é um deles) e são regulamentadaspela Resolução CONAMA n0 03, de28 de junho de 1990, que estabele-ce os padrões de qualidade parapoluentes do ar.

A qualidade do ar nas regiões me-tropolitanas em todo o mundo, apre-senta uma tendência de melhoria, (EPA,2004; EEA, 2003 , IBGE, 2004,FEEMA, 2004; CETESB, 2004), prin-cipalmente no que se refere às con-centrações de dióxido de enxofre(SO2); mas o ozônio troposférico(O3), as concentrações de óxidos denitrogênio (NOx), os poluentes atmos-féricos tóxicos e seus efeitos sobre asaúde humana, suscitam uma crescen-te inquietação aliada em grande parte àconcentração de fontes de poluição naszonas urbanas e ao uso igualmentecrescente dos veículos nos desloca-mentos urbanos.

Os óxidos de nitrogênio são oóxido nítrico (NO), o dióxido de ni-trogênio (NO2), o óxido nitroso(N2O), o trióxido de nitrogênio (N2O3)e o pentóxido de nitrogênio (N3O5). Arepresentação NOx se refere ao NOe ao NO2, os demais óxidos de nitro-gênio não estão incluídos nesta repre-sentação. O NO e o NO2 são referi-dos juntos porque as emissõesantropogênicas de NO2 são devidas,principalmente, às emissões de NO.As reações de transformação de NO aNO2 acontecem muito rapidamente naatmosfera, em conseqüência, as dire-trizes, os padrões de qualidade, os ris-cos a saúde humana são geralmenteexpressos em NO2, e não em NOx.O NO2 tem odor acre e é o únicopoluente que tem cor, laranja amar-ronzado, que produz uma camada decoloração amarronzada visível em mui-tos centros urbanos. O NO é produ-zido no motor dos veículos pela com-bustão do nitrogênio a altas tempera-turas e, transformado em NO2 pelaoxidação com o oxigênio, quando é

emitido para a atmosfera. A oxidaçãoatmosférica do NO a NO2 ocorre napresença de ozônio (O3), um gás in-color e um forte agente oxidante, en-contrado em duas camadas diferentesda atmosfera, troposfera e estratosfe-ra. Na troposfera, encontra-se o ozô-nio produto das reações de compos-tos orgânicos voláteis e os NOx com ooxigênio do ar, na presença de radia-ção solar. Este ozônio, ao nível do solo,é um poluente secundário, não é emi-tido diretamente por nenhuma fontede poluição e um dos poluentes quecompõem o smog fotoquímico.

Em relação aos impactos na saú-de, exposições curtas ao NO2 estãoassociadas à redução da função pul-monar e ao aumento à reatividade aalérgenos naturais. As exposiçõesprolongadas estão associadas ao au-mento do risco de infecções respira-tórias em crianças. A exposição aperíodos de poucos dias a altas con-centrações de ozônio pode provo-car efeitos adversos na saúde e, emparticular, redução da função pulmo-nar e problemas inflamatórios. A ex-posição a concentrações moderadaspor períodos longos pode reduzir afunção pulmonar em crianças (EEA,2003 e PARKHURST, 2004). Osóxidos de nitrogênio, também, sãoresponsáveis por significativos pro-blemas ambientais (acidificação,eutroficação e smog fotoquímico)(EEA, 2003).

A figura 1.4figura 1.4figura 1.4figura 1.4figura 1.4 ilustra a impor-tância do NOx e sua contribuição emtodos os problemas de poluição doar, desde locais, regionais até glo-bais. Um poluente de efeitos tão di-versos deve ter sua atenção redo-brada na elaboração de uma estra-tégia de controle da qualidade do are estratégias de transporte e noacompanhamento das estratégiasimplantadas.

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lhões de toneladas de petróleo,sendo o óleo diesel o combustí-vel de maior consumo pelo setor(figura 1.3).

Fonte: MME, 2004Figura 1.3

Composição do consumo do óleo diesel (%)

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2. As preocupações com asemissões de NOx do óleo di-esel no mundo e no Brasil

As preocupações com os óxi-dos de nitrogênio são internacio-nais. Desde 1970, a Agência deProteção Ambienta l dos EUA(Environmental Protection Agency -EPA) acompanha os seis principaispoluentes do ar: monóxido de car-bono, chumbo, óxidos de nitrogê-nio, material particulado, dióxido deenxofre e compostos orgânicos vo-láteis, e informa que as emissõesde todos esses poluentes têm dimi-nuído significativamente, exceto parao NOx que aumentaram, aproxima-damente, dez por cento entre 1970e 1998 (EPA, 1998).

A Agência Ambiental Européia(European Environmental Agency –EEA) apresenta que o transporte ro-doviário é a mais importante fontede emissão de NOx, nos principaiscentros urbanos na Europa. A análi-se dos dados de estações direcio-nadas para o tráfego de cidades eu-ropéias selecionadas, embora vari-em de cidade para cidade, indicamque as emissões do tráfego contri-buem significativamente para as con-centrações de NO2 em áreas urba-nas. As preocupações não param nasemissões dos NOx mas continuampela contribuição do NOx para a for-mação do ozônio troposférico (O3-nível do solo) (EEA, 2003).

A EEA (2003) informa que nosúltimos anos, o transporte rodoviá-rio tem sido responsabilizado pelasemissões de óxidos de nitrogênio,considerando que as ações de con-trole priorizaram a qualidade do com-bustível, com impacto significativo naredução de dióxido de enxofre.

KOJIAM e LOVEI (2001), doBanco Mundial, alertaram que o óleodiesel embora seja um combustíveleficiente e muito favorável sob o

ponto de vista da redução dos gasesdo efeito estufa, descobertas cientí-ficas recentes sugerem que as emis-sões dos veículos a diesel provo-cam mais danos à saúde pública doque as emissões dos outros com-bustíveis. E analisam que a adequa-bilidade do diesel em não contribuiras emissões dos veículos está agoraem questão.

Outro estudo internacional quereforça a preocupação com as emis-

sões de óxidos de nitrogênio porve ícu los é o rea l i zado porPARKHURST (2004). Conformeestudado por PARKHURST, para acidade de Oxford, na Inglaterra, asemissões de óxidos de nitrogêniodo escapamento dos veículos a die-sel, principalmente de ônibus, iden-tifica que está surgindo um proble-ma específico de saúde pública, peloaumento excessivo das concentra-ções de NO2 e, conclui que proble-mas similares podem estar afetan-do estratégias de transporte cen-

tradas em ônibus a diesel em ou-tros centros urbanos no mundo econfirma a importância da integraçãode políticas ambientais e de transpor-te. Em seu trabalho, PARKHURSTanalisa a estratégia de transporteadotada para a cidade de Oxford(Oxford Transport Strategy-OTS) emrelação a estratégia nacional de con-trole da qualidade do ar (Air QualityStrategy – AQS) para o Reino Uni-do, utilizando duas abordagens: queo problema de poluição do ar nãofoi bem compreendido por ocasiãoda elaboração da OTS e que o pro-blema da poluição do ar foi bemcompreendido mas outras conside-rações, incluindo fatores econômi-cos e outros fatores ambientais ti-veram maior peso na decisão.PARKHURST se fundamenta emestudos epidemiológicos e evidên-cias experimentais (Nyberg et al.,2000; Venn et a l . , 2001 in :PARKHURST) que o NO2 é respon-sável pelo aumento de danos a saú-de entre a população exposta. Asconclusões do trabalho são de quea estratégia da OTS de optar por ruasde tráfego preferenciais para ônibusa diesel demonstrou que a combus-tão do diesel, na ausência de tec-nologia de controle adequada dasemissões do escapamento dos ôni-bus, é uma contribuição significanteda poluição do ar urbana, principal-mente pelos óxidos de nitrogênio.

O trabalho de PARKHURST per-mite a observação de que não fo-ram adotados indicadores como fer-ramenta de gestão nem na elabora-ção da política pública e, tampouco,em sua avaliação para comprovarque a meta de melhor qualidade doar urbano e da saúde da populaçãoestava sendo alcançada pela estraté-gia de transporte (OTS).

Considerando os estudos inter-nacionais que estão focalizando a

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seFonte: EPA, 1998

Figura 1.2

Impactos ambientais e nasaúde das emissões deóxidos de nitrogênio

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importância dos NOx, leia-se,dióxido e monóxido de nitrogênio(NO e NO2), e a contribuição dotransporte rodoviário, torna-se sig-nificativa a análise dos dados dasemissões de poluentes e de quali-dade do ar referentes às duas prin-cipais regiões metropolitanas dopaís, Rio de Janeiro e São Paulo.Estas informações são disponibili-zadas, rotineiramente, pelos doisórgãos estaduais de meio ambien-te, CETESB e FEEMA.

São PauloO Relatório de Qualidade do

Ar no Estado de São Paulo-2003da CETESB (2004) é a fonte deinformação. Da anál ise da esti-

mativa das emissões das fontesmóveis de poluição do ar na Re-gião Metropolitana de São Pau-lo (RMSP), na Região Metropo-l itana de Campinas, e, tambémnos munic íp ios de Sorocaba eVotorantim ( juntos) e São Josédos Campos, em 2003, (CETESB,2004), observa-se que as emis-sões de óxidos de ni trogêniorelativas ao óleo diesel são maissignif icativas do que as da gaso-lina C e do álcool (tabela 4.1).Para melhor compreensão sãoa p r e s e n t a d o s o s d a d o s e m1000 t / ano e em porcentagem.

Tabela 2.1Estimativa de emissões do escapamento de veículos a óleodiesel, em 1.000 t/ano e porcentagem, para o ano de 2003

1 - Gasolina C: gasolina contendo 22% de álcool anidro e 700ppm de enxofre (massa)2 - Diesel: tipo metropolitano com 1100 ppm de enxofre (massa)Fonte: Elaborada a partir de CETESB, 2004

A análise dos dados da tabela 2.1permite observar que a contribuiçãodos NOx é significativa porque repre-senta, na RMSP e nas outras três áreasestudadas, mais do que 50% das emis-sões provenientes de uma única fon-te, o escapamento de veículos a óleodiesel. Esta observação não pode pas-sar despercebida e os indicadoresambientais, são um instrumento degestão que podem sinalizar as açõesde controle a serem implantadas.

Em relação à qualidade do ar paraSão Paulo, a CETESB (2004) informaque os padrões de qualidade do ar sãoviolados, principalmente, pelos gasesprovenientes dos veículos, motivo pelo

qual tem se dada grande ênfase ao con-trole das emissões veiculares. No casodo ozônio, o quadro reinante conduzà necessidade do controle dos com-postos orgânicos e óxidos de nitrogê-nio, que são os formadores dessepoluente por processos fotoquímicos.Os dados de NO2 mostram que opadrão horário (320 µg/m³) é algu-mas vezes ultrapassado. em 2003,houve três ultrapassagens do padrãoem duas estações na RMSP, destacan-do-se Parque D. Pedro II com um va-lor máximo de 391 µg/m³, (CETESB,2004). A figura 2.1 ilustra a evolu-ção das concentrações médias deNO2, no período de 1998 a 2003.

Fonte: CETESB, 2004Figura 2. 1- Evolução das concentrações médias de NO2 na RMSP, Cubatão e Inte-rior

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No caso dos óxidos denitrogênio, as médias anu-ais de NOX (NO e NO2),no per íodo de 1998 a2003, mostram que não háqualquer tendência nasconcentrações do NOx.

Apesar da medida de NOX

não possuir padrão legal, éimportante pois auxilia nainterpretação dos dados dequalidade do ar, (CETESB,2004). Em relação ao O3,este poluente secundário,ultrapassou o padrão dequalidade do ar em 72 diasno ano de 2003, na RMSP,representando cerca de 20 % dosdias do ano (CETESB, 2004).

Rio de JaneiroO Inventário de fontes emis-

soras de poluentes atmosféricosda Região Metropolitana do Rio deJaneiro da FEEMA (2004) é a fon-te de informação. Na Região Me-tropolitana do Rio de Janeiro(RMRJ), a FEEMA (2004) apre-senta a contribuição das fontes fi-xas e móveis e informa que osóxidos de nitrogênio são prove-nientes da queima de combustí-veis fósseis, evidenciando a mai-or parcela de contribuição por fon-tes móveis.

O inventário da FEEMA (2004)para as fontes móveis contabilizouas vias significativas quanto ao vo-lume de tráfego, na RMRJ, e avali-adas como principais contribuin-tes para as emissões veiculares.As vias escolhidas são represen-tativas de tráfego de veículos auto-motores, de veículos pesados,com situações de congestiona-mentos e fluxo de veículos nas 24horas do dia. A Avenida Brasil, ain-da uma importante via de inter-ligação de bairros e de saída e

Fonte: FEEMA, 2004Figura 2.2 - Contribuição de NOx por tipo de via

entrada da cidade do Rio de Janei-ro, comprova a importância dacontribuição das emissões de óxi-dos de nitrogênio (figura 2.2)(figura 2.2)(figura 2.2)(figura 2.2)(figura 2.2).

A analise das concentrações ho-rárias de NO2 registradas nas esta-ções de monitoramento, mostra que

Fonte: FEEMA, 2004Figura 2.3 – Concentração máxima horária de NO2, por estação de medição.

Em relação ao O3, a FEEMA evi-dencia que quando as concentraçõesmáximas horárias do poluente sãocomparadas ao padrão de uma hora -

160 µg/m3, à exceção da estação doCentro, todas registraram valores deconcentração acima do limite fixadopela legislação ambiental (figura 2.4)(figura 2.4)(figura 2.4)(figura 2.4)(figura 2.4).

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o padrão de uma hora ( 320 µg/m3)

fixado pelo CONAMA foi ultrapas-sado oito vezes na estação doCentro e cinco na estação de NovaIguaçu, conforme a figura 2.3(FEEMA, 2004).

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Fonte: FEEMA, 2004Figura 2.4 - Concentração máxima de uma hora de O3, por estação de medição.

A CETESB e a FEEMA são unâni-mes em observar que as emissões dosveículos são o principal problema depoluição do ar urbano (CETESB, 2004e FEEMA, 2004). O outro ponto sig-nificativo a ser considerado é a contri-buição do aumento das concentraçõesde NOx em relação ao aumento doconsumo do óleo diesel.

No Brasil, cerca de 42 milhões detoneladas de petróleo se destinaramaos transportes, representando cercade 48,5% do consumo nacional des-sa fonte de energia (MME, 2002). Este

percentual apresentou um crescimen-to de 0,6% no período de 1990 a2000. No ano de 2001, de toda aenergia consumida no setor de trans-portes brasileiro, 88% foram deriva-dos de petróleo, dos quais a gasolina eo óleo diesel representam respectiva-mente 31,1% e 59,6% (MME, 2002).

A figura 2.5figura 2.5figura 2.5figura 2.5figura 2.5 apresenta a evolu-ção do consumo de óleo diesel e ga-solina pelo transporte rodoviário entre1989 e 2004, demonstrando que oconsumo do óleo diesel é superior aoda gasolina.

Figura 2.5Evolução doconsumo doóleo diesel egasolina pelotransporterodoviário noBrasil, entre1989 e 2004

Configura-se que o óleo dieseldeve merecer atenção nas estratégiasde controle da poluição do ar e nasestratégias de transporte não só por-que seu consumo é superior dentrodos outros combustíveis automotivose pelo transporte rodoviário (BEN,2004) como também pelas emissõesde NOX.

É, exatamente, neste ponto que sedeve aplicar um instrumento de ges-tão, no caso os indicadores ambientais,para sinalizar as tomadas de decisões,tais como: uma política de controle depoluição por veículos a diesel, alterna-tivas tecnológicas dos veículos emelhorias no combustível.

Reforçando as conclusões daFEEMA e da CETESB, o IBGE (2004)apresenta a dimensão ambiental dosIDS e informa que, em âmbito nacio-nal, a concentração da maioria dospoluentes atmosféricos – partículasinaláveis, dióxido de enxofre e monó-xido de carbono – apresenta-se esta-cionária ou em declínio, na maior partedas regiões metropolitanas do país,com suas concentrações máximas di-minuindo ao longo do tempo; e que aúnica exceção é para o ozônio, queestá aumentando.

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A redução das emissões de óxidosde nitrogênio torna-se um ponto rele-vante nas estratégias de controle dasemissões de poluentes do ar para atingiras metas de se alcançar uma qualidadedo ar satisfatória nos centros urbanos.

Os alertas da EPA (1998), da EEA(2003), do Banco Mundial (2001) ede PARKHURST (2004) convergemsobre o mesmo ponto: as emissõesdos óxidos de nitrogênio dos veículosa diesel e a sua importante contribui-ção para a degradação da qualidade doar, nos centros urbanos e adoção deestratégias de transporte, sem a com-provação por um instrumento de ges-tão, de que as me-tas de transporteserão alcançadassem impactos naqualidade do ar e nasaúde da popula-ção. Podemos re-comendar, que in-dicadores ambien-tais são instrumen-tos de gestão per-feitamente aplicá-veis na elaboração,monitoramento eavaliação de estra-tégias de transpor-te e seu impacto naqualidade do ar decentros urbanos.

3 -Metodologia econstrução deindicadores ambientais de qua-lidade do ar para o transporteurbano

Os indicadores ambientais são umaferramenta de gestão ambiental que estásendo aplicada, internacionalmente, naelaboração e na avaliação de políticas eprogramas ambientais públicos. As in-formações contidas nos indicadoresambientais também permitem respon-

der às perguntas da sociedade sobre ascondições da qualidade do ar e seupotencial dano à saúde pública.

Como as iniciativas internacionaisna construção de indicadores se funda-mentam no modelo Pressão-Estado-Resposta (PER) e suas adaptações(NU, 1996; EPA, 2003; OECD,2004), o fluxograma (figura 3.1) re-sume, praticamente, a construção dosindicadores propostos. O modeloPRESSÃO-ESTADO-RESPOSTA(PER) se baseia no conceito de que asatividades humanas exercem pressõespressõespressõespressõespressõessobre o meio ambiente e afetam a suaqualidade e a quantidade de recursos

naturais (“estado”“estado”“estado”“estado”“estado”); a sociedaderesponde a estas mudanças adotan-do políticas ambientais, econômicase setoriais, tomando consciência dasmudanças ocorridas e a elas adaptan-do o seu comportamento (“““““respos-respos-respos-respos-respos-tas da sociedade”tas da sociedade”tas da sociedade”tas da sociedade”tas da sociedade”).

No Brasil, as metas estabelecidaspara controle da qualidade do ar estãovinculadas aos problemas mais críticos,relacionados com os impactos locais

da poluição do ar (o transporte rodovi-ário é um deles) e regulamentados pelaResolução CONAMA n0 03, 28 de ju-nho de 1990, que estabelece padrõesde qualidade para poluentes do ar.

O processo de seleção dos indi-cadores deve seguir um conjunto decritérios objetivos, exeqüíveis everificáveis que fundamente e justifi-quem a escolha. Os indicadores es-colhidos devem refletir o significadodos dados na forma original, satisfa-zendo, por um lado, a conveniênciada escolha e, por outro, a precisão erelevância dos resultados. Alguns cri-térios são: existência de base de da-

dos; possibilidadede interelação; pos-sibilidade de compa-ração com normaslegais ou metas epadrões existentes;facilidade e rapidezde determinação einterpretação; graude importância e va-lidação científica;compreensão esensibi l idade dopúblico alvo; custode implementação epossibilidade de serrapidamente revistoe atualizado (DGA,2000).

Neste trabalho,desenvolvemos omarco conceitual

para indicadores ambientais para o trans-porte urbano, aplicando o modelo PER,desenvolvemos uma ficha técnica paraser adotada para a construção de indica-dores ambientais para o transporte. Es-tes procedimentos podem ser, deimediato, aplicados como instrumentode gestão ambiental para monitorar eavaliar programas de transporte comfoco na qualidade do ar, integrando trans-porte e meio ambiente.

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Figura 3.1 - Fluxograma

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Tabela 4.1Marco conceitual para indicadores ambientais de qualidade do para o

transporte urbano

INDICADORES DE TRANSPORTE E QUALIDADE DO AR

5. Considerações finaisNo Brasil, a iniciativa de empre-

go de indicadores ambientais paramonitorar e avaliar políticas públicasestá começando e, para integrar trans-porte e qualidade do ar este trabalhoé pioneiro.

Há em âmbito internacional inici-ativas de vários países para avaliar seudesempenho em relação às metas dodesenvolvimento sustentável. A ori-entação metodológica adaptada e apli-cada mundialmente é a recomenda-da pela Comissão de desenvolvi-mento sustentável (CDS) da Orga-nização das Nações Unidas, que ébaseada na primeira proposta inter-nacional, desenvolvida pela Organi-

zação de Cooperação para o Desen-volvimento Econômico (OCDE). OBrasil, pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística, segue a ori-entação metodológica da ONU, eapresentou os indicadores de desen-volvimento sustentável, em 2002 e2004, de âmbito nacional.

A uti l ização de indicadorescresce, internacionalmente, emimpor t ânc i a en t re a s me to-dologias para resumir informaçãode caráter técnico e cientí f ico.Permite transmit ir as informa-ções de forma sintética, preser-vando os dados originais, utilizan-do apenas variáveis que melhoratendam aos objetivos determi-

nados e não, todas as variáveisque podem ser medidas ou ana-lisadas. A informação, sob a for-ma de indicador, torna-se uminstrumento de gestão úti l paratomadores de decisão, gestores,polít icos, grupos de interesse eo público em geral.

Outro ponto positivo é que ouso abrangente de indicadoresobriga a crescente organização dedados ambienta i s e de trans-porte; do aperfeiçoamento daamostragem de poluentes do are de pesquisas de transporte e,no ordenamento das bases de in-formações disponíveis nos ór-gãos ambientais e de transporte.

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Questão

Minimização dos impactos na quali-dade do ar de projetos de desenvol-vimento urbano (shopping centers,estádios, etc) e de infra-estrutura detransporte rodoviário.

Quantas pessoas estão vivendo emáreas com violação dos padrões dequalidade do ar?

Quais são as concentrações de algunspoluentes primários - NO, NO2 eNOx ?

Quais são as concentrações de umpoluente secundário, ozônio?

Quais as emissões de veículos a die-sel que contribuem para a poluiçãodo ar?

Qual a frota de veículos a óleo dieselnos centros urbanos?

Nome do Indicador

Número de Relatórios de ImpactoAmbiental aprovados para empreendi-mentos de desenvolvimento urbano e deinfra-estrutura de transporte rodoviário,num período de três anos.

Número de pessoas que está vivendo emáreas com violação dos padrões de qua-lidade do ar.

Concentrações na atmosfera de NO,NO2 e NOx.

Concentrações na atmosfera de ozônio.

Emissões de NOX

Percentagem da frota de veículos a die-sel nos centros urbanos.

Tipo

Resposta

Estado

Estado

Estado

Estado

Pressão

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As ações de controle nacio-nais executadas, até hoje, em re-lação ao óleo diesel são a redu-ção do teor de enxofre e a redu-ção de fumaça preta, considera-dos os poluentes mais significati-

vos para a degradação da qualida-de do ar pelo aumento das con-centrações de dióxido de enxo-fre e partículas na atmosfera doscentros urbanos, com menor ên-fase para as emissões de óxidos

Neise RibeiroEngenheira química e ambiental M. Sc. em Engenharia de transporte

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Referências bibliográficas

de nitrogênio. Mas, alertas inter-nacionais estão identi f icando oóleo diesel como um importan-te contribuinte para as emissõesde poluentes do ar em centrosurbanos.

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Economia do século 21:Economia do século 21:Economia do século 21:Economia do século 21:Economia do século 21:eeeeexportar não bastaxportar não bastaxportar não bastaxportar não bastaxportar não basta

Por Fernando Peregrino

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Cais do Portodo Rio de

Janeiro

Fotosde JM Soares

Economia do século 21: exportar não basta

nquanto o Brasil ainda tem sua economia dependente da exportação deprodutos primários, a exemplo da soja ou do minério de ferro, o Estadodo Rio de Janeiro arrancou para a chamada economia do conhecimento,construindo e instalando indústrias que usam cada vez mais tecnologia,

e consolidou importantes vantagens comparativas, como os setores siderúrgico, ogás-químico e o automobilístico, entre outros.

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FFFFFernando Pernando Pernando Pernando Pernando Peregr inoeregr inoeregr inoeregr inoeregr ino– Secretário Chefe de Gabi-nete da Governadora

Um Estado que tem aoferecer um modelode desenvolvimentovoltado à inclusãosocial e à redução dasdesigualdades. Temoscerteza de que o Rioserá, muito em breve,um grande espelhopara o Brasil

Com o Pólo Gás-Químico esta-mos manufaturando uma de nossasprincipais matérias-primas, o gás na-tural. Com a conquista da nova petro-química, anunciada pela Petrobrasem 11 de setembro de 2005, va-mos manufaturar nossa maior rique-za natural, o petróleo. Em vez deexportar óleo bruto, vamos agregarvalor e gerar maiores rendimentospara nossa economia.

Como é sabido, a tecnologia éo principal insumo das economiasdeste milênio. É ela que mais influina capacidade de uma empresa so-breviver ou não no mercado, o paísser mais ou menos remunerado emsuas relações com o mundo globa-lizado. Infelizmente, o Brasil não temtrilhado esse caminho. Basta ver queparticipamos com menos de 1,5 %do comércio internacional.

Os sucessivos governos federaispropagam com orgulho que o Brasiltem a soja como um de seus princi-pais produtos de exportação, 20 mi-lhões de toneladas por ano. Se ob-servarmos o preço da soja no mer-cado internacional, gira em torno deUS$ 0,20 por quilo, enquanto umquilo de um computador laptop custaem média US$ 600. Oproduto eletrônico tempeso relativamente peque-no em relação ao valor por-que embute algo que nãopesa materialmente, mas éde grande valor: o conheci-mento.

Se, por exemplo, o Es-tado do Rio de Janeiro qui-sesse adquirir 150 milcomputadores para instalarem 1.500 escolas, ou dezunidades por escola, neces-sitaria exportar, em 50 na-vios graneleiros de soja,quase 1,5 milhão de tone-ladas ou pouco mais de

10% de toda a nossa exportação anu-al desse produto agrário.

O ambiente e as condições paradesenvolver essa nova indústria es-tão todos dados em nosso estado.Temos o segundo parque cientifico

do país, a força de trabalho maisescolarizada, uma grande rede de es-colas técnicas, mercado interno e ex-terno a explorar, infra-estrutura detransporte e vontade política.

Não é por coincidência que o Es-tado do Rio foi o primeiro a construircomputadores e onde foi desenvol-vido o primeiro software; dominou aexploração de petróleo em águas pro-fundas; iniciou o programa de

biodiesel; as primeiras experiênciascom células-tronco em pacientes car-díacos; a internet regional mais ve-loz; o primeiro sistema com tecno-logia com voz sobre IP, o Power LineComunication; as melhores experi-ências de uso da internet em educa-ção a distância; o uso da internet emmunicípios; o uso do DNA na inves-tigação criminal; a tecnologia aplicadana segurança pública.

Há poucos anos, iniciou-se noestado uma reestruturação da eco-nomia com a recuperação de indús-trias usuárias de tecnologia, como anaval, a expansão de outras, como asiderúrgica, e a criação de outras dealto conteúdo tecnológico, como asde tecnologia da informação e debiotecnologia.

Além disso, o estado tem em-preendido um grande esforço nosentido de proteger a indústria local,concedendo-lhe incentivos fiscaiscom o objetivo de melhorar as con-dições de competição interna e ex-terna das empresas locais.

Essas mudanças estão ocorren-do e gradativamente transformandoo estado num pólo industrial do sé-culo 21. Um estado inteligente, do-

tado de conhecimento e in-formação capazes de pro-duzir, gerar riquezas e ofe-recer oportunidades à po-pulação. Um estado quetem a oferecer um modelode desenvolvimento volta-do para a inclusão social e aredução das desigualdades.Temos certeza de que oEstado do Rio será, muitoem breve, um grande es-pelho para o Brasil.

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Ciência, Tecnologia e Inovação são consideradas imprescindíveis para o desen-volvimento econômico e social sustentável de qualquer nação. Por isso, as naçõesque almejam manter uma posição de liderança ou que desejam alcançar tal posiçãoinvestem de forma crescente nessa área.

iência, tecnologia e inovação são consideradas imprescindíveis para odesenvolvimento econômico e social sustentável de qualquer nação. Porisso, as nações que almejam manter uma posição de liderança ou quedesejam alcançar tal posição investem de forma crescente nessa área.

Por Wanderley de Souza

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Fachada Uerj.Divulgação/

Uerj Ciência, tecnologia e iCiência, tecnologia e iCiência, tecnologia e iCiência, tecnologia e iCiência, tecnologia e inovaçãonovaçãonovaçãonovaçãonovaçãocomo instrumentos para ocomo instrumentos para ocomo instrumentos para ocomo instrumentos para ocomo instrumentos para o

desenvolvimento dodesenvolvimento dodesenvolvimento dodesenvolvimento dodesenvolvimento doEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de JaneiroEstado do Rio de Janeiro

Ciência, TCiência, TCiência, TCiência, TCiência, Tecnologia e Inovação como instrumentos para oecnologia e Inovação como instrumentos para oecnologia e Inovação como instrumentos para oecnologia e Inovação como instrumentos para oecnologia e Inovação como instrumentos para oDesenvolvimento do Estado do Rio de JaneiroDesenvolvimento do Estado do Rio de JaneiroDesenvolvimento do Estado do Rio de JaneiroDesenvolvimento do Estado do Rio de JaneiroDesenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro

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O Brasil, nos últimos dez anos,vem melhorando sua posição noranking da ciência e tecnologia mun-dial. A Plataforma Lattes, introduzidapelo CNPq em 1999, tem sido umdos mais importantes elementos parase avaliar a evolução quantitativa daciência no Brasil, sobretudo da ciên-cia fundamental.

Recentemente, os dados foramatualizados para 2004, o que nos per-mite avaliar o desempenho do siste-ma nacional de ciência e tecnologianos últimos dez anos utilizando vári-os parâmetros. Comentarei aquelesque me parecem ser mais relevan-tes, lembrando que os dados de anosanteriores certamente estão subesti-mados, já que não havia a tradição dese manter um banco de dadosatualizados e com credibilidade, talcomo existe hoje.

Houve um significativo acréscimono número de instituições científicasno país, passando de 99, em 1993,para 335, em 2004. Em conseqüên-cia, o número de grupos de pesquisapassou de 4.402 para 19.470, o nú-mero de pesquisadores de 21.541para 77.649 e o número de douto-res de 10.994 para 47.973, nomesmo período. Esses números sãoauto-explicativos. Como seria bomse as taxas de crescimento de outrosindicadores nacionais fossem seme-lhantes. Cabe registrar que em rela-ção a esses parâmetros vamos con-tinuar crescendo, pois estamos che-gando perto de formar nove mil dou-tores ao ano.

O percentual de doutores tem va-riado entre as diferentes áreas. Sur-preendentemente, não houve varia-ção significativa nas ciências humanase ciências sociais aplicadas, que pas-saram de 51% e 50%, em 1993,para 55% e 52%, em 2004, respec-tivamente. No entanto, em outrasáreas a evolução posit iva foi

marcante. Cito as ciências agráriasem que o percentual de doutorespassou de 46%, em 1993, para71%, em 2004. Tal fato explica osucesso do agronegócio brasileiro,que vem a cada ano exportandomais e produtos de melhor qualida-de. As ciências exatas e da terra e asciências biológicas apresentam hojeos mais elevados percentuais dedoutores, com 81% e 76%, respec-tivamente.

E como o Estado do rio de Janeiro,

que abrange uma comunidade deC,T&I estimada em cerca de 300 milpessoas, entre alunos, professores,pesquisadores e servidores, se situaneste contexto? No plano geral, o go-verno do estado desenvolve políticasde ciência, tecnologia e inovaçãofocadas em seis grandes áreas: fomen-to à pesquisa e inovação tecnológica:tecnologia da informação; fortalecimen-to da educação profissional; expansãodo ensino superior; atualização de pro-fessores que atuam nas diferentes áre-as da ciência e na difusão científica. Es-sas diretrizes básicas foram traçadasem 1999 no início do governo lidera-

do por Anthony Garotinho e atualizadasem 2003, no governo atual, lideradopor Rosinha Garotinho.

Ao assumirmos a coordenação daárea de ciência, tecnologia e inovaçãono estado, a convite dos governado-res Anthony Garotinho, de janeiro de1999 a março de 2002, e RosinhaGarotinho, de janeiro de 2004 até opresente momento, o fizemos combase em alguns pressupostos. O pri-meiro é de que o desenvolvimentotecnológico ou ciência aplicada e a ino-vação são decorrentes de uma inten-sa e maciça atividade e investimentoem ciência básica que se origina dademanda espontânea e de apoio aprojetos individuais, sem uma vincula-ção direta com os problemas econô-micos e sociais imediatos. No entan-to, é também necessário identificaráreas prioritárias, e nesses casos atu-ar de forma indutora.

O segundo pressuposto é o deque há uma clara correlação entre odesenvolvimento econômico de umaregião e a densidade do sistema cien-tífico e tecnológico existente, sendouma das maneiras de corrigir asdisparidades regionais o fortalecimen-to da infra-estrutura técnico-científicalocal, através de uma política inte-gradora envolvendo as agências defomento estaduais e federais.

A fixação de novos grupos no in-terior, a nucleação de grupos, a cria-ção de redes de pesquisa e a concen-tração de esforços em áreas estraté-gicas para o Estado do Rio de Janeirosão essenciais para o desenvolvimen-to fluminense, sobretudo nesta fasedinâmica de crescimento econômicoe produtividade em curso no estado.

O terceiro pressuposto é o de quecada vez mais os grandes complexosindustriais decidem a localização desuas fábricas, que incorporam avan-ços tecnológicos em locais próximosa centros formadores de mão-de-

Em 1993, a UFRJcontava com 930pesquisadores,sendo 624 com otítulo de doutor,correspondendo a5,4% dos doutoresbrasileiros. Em2004, a UFRJ contacom 3.400 pesqui-sadores, sendo2.813 doutores, oque representa4,7% dos doutoresexistentes.

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obra qualificada em diferentes níveis.Como centro cultural, sede de impor-tantes instituições de ensino e pesqui-sa e produtor de bens culturais e ar-tísticos, o Estado do Rio tem uma po-sição privilegiada, mas precisa estarsempre atento à necessidade de pre-paração de pessoal qualificado.

A atividade científica no Esta-do do Rio

Os dados da plataforma Lattesacima mencionada também ofere-cem uma excelente visão sobre aevolução da ciência fluminense aolongo dos últimos dez anos. Inicial-mente, cabe registrar um elevadocrescimento no número de institui-ções científicas. Contávamos em1993 com 99 instituições, nas quaisatuavam 4.402 grupos de pesquisacom 21.541 pesquisadores, sendo10.994 doutores. Hoje, contamoscom 335 instituições onde atuam19.470 grupos de pesquisa com77.649 pesquisadores, sendo47.973 com o título de doutor.

Como o Estado do Rio evoluiu aolongo desses anos? Já em 1993 ocupá-vamos a segunda posição nacional, ten-do São Paulo à frente e seguido por RioGrande do Sul e Minas Gerais. Em1993, o Estado do Rio contava com3.361 pesquisadores, sendo 1.725com o título de doutor, representando16 % dos doutores do país. Nessa mes-ma época, São Paulo contava com 50%dos pesquisadores brasileiros. Os da-dos de 2004 apontam para a existênciade 10.537 pesquisadores atuando noEstado do Rio, sendo 7.597 com o tí-tulo de doutor, o que representa 14,1%dos doutores brasileiros. Nesse mes-mo ano, São Paulo passou a contar com31,5% dos doutores. Seguindo o Esta-do do Rio vamos encontrar MinasGerais e Rio Grande do Sul, com 9,2 e8,8% dos doutores, respectivamente.

Cabe registrar que o decréscimo

no percentual total em São Paulo enoEstado do Rio foi fruto de uma am-pliação ocorrida em outros estados,mostrando, assim, que, gradati-vamente, vai havendo uma melhor dis-tribuição dos pesquisadores no país.Por outro lado, foram os cursos depós-graduação existentes nas institui-ções paulistas e fluminenses as res-ponsáveis pela formação de parte sig-nificativa dos doutores, hoje distribuí-dos por todo o país.

Quais instituições do Estado doRio têm se destacado? Entre as 30

principais instituições nacionais, qua-tro estão localizadas no Estado do Riode Janeiro. Inicialmente, cabe desta-car uma posição de liderança assumi-da pela Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ). Ela ocupa a segun-da posição no plano nacional, sendo aUniversidade de São Paulo (USP) aprimeira colocada. Em 1993, a UFRJcontava com 930 pesquisadores, sen-do 624 com o título de doutor,correspondendo a 5,4% dos douto-

Distribuição de Grupos de Pesquisa por Instituição

Figura 1. Cinco instituições têm 81% dos grupos de pesquisas: UFRJ, UFF,UERJ, PUC e FIOCRUZ.

UFRJ

UFFUERJ

PUC

FIOCRUZ

UENF

UFRR

UNIRIOOUTROS

Figura 1

res brasileiros. Em 2004, a UFRJ con-tava com 3.400 pesquisadores, sen-do 2.813 doutores, o que represen-ta 4,7% dos doutores existentes. Opequeno decréscimo no percentual éfruto da melhor distribuição pelo país.A título de comparação enquanto queem 1993 a Universidade de São Pau-lo (USP) contava com 23,8% dosdoutores brasileiros, hoje conta ape-nas 10,8%.

A segunda instituição fluminenseque se destaca, ocupando a 11ª posi-ção no ranking nacional, é a Universi-

dade Federal Fluminense (UFF). Em1993 ela contava com 523 pesquisa-dores, sendo 244 doutores, corres-pondendo a 2,1% do total de douto-res. Em 2004 ela contava com 1.511pesquisadores, sendo 1.133 douto-res, o que corresponde a 1,9% dosdoutores brasileiros. A terceira uni-versidade em destaque, ocupando a14ª posição, é a Universidade do Es-tado do Rio de Janeiro (Uerj). Em1993 ela contava com 331 pesquisa-

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Grupos de Pesquisa por Grandes Áreas(2.111 grupos cadastrados no Estado do Rio de Janeiro)

Lingüística letras e artes Ciências Agrárias

Ciências Sociais

CiênciasBiológicas

Ciências da SaúdeCiências Exatas

CiênciasHumanas

Engenharias

Figura 2dores, sendo 153 com o título dedoutor, correspondendo a 1,3% dosdoutores brasileiros. Em 2004, a Uerjcontava com 1.379 pesquisadores,sendo 1.037 com o título de doutor,o que representava 1,7% dos dou-tores brasileiros.

Tal desempenho é fruto de signi-ficativo apoio que a instituição vemrecebendo do governo do estado pormeio de dois programas. O primei-ro, conhecido como Prociência,acresce em 70% o salário básico de300 professores, criando condiçõespara que exerçam atividade em tem-po integral na universidade. Os re-cursos para essa complementaçãosão transferidos à Uerj pela Funda-ção Carlos Chagas Filho de Amparoà Pesquisa (Faperj). O segundo é oPrograma de Apoio à Pesquisa emEntidades Estaduais, que vemfinanciando projetos de diferentesmodalidades e que são conduzidospelos pesquisadores da Uerj.

A quarta instituição que se desta-ca, ocupando a 15ª posição nacional,é a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),que tem sede no Rio de Janeiro, masconta com unidades de pesquisa emoutros estados. Em 1993, a Fiocruzcontava com 174 pesquisadores, sen-do 53 doutores, correspondendo a0,5% do total de doutores brasilei-ros. Em 2004, a instituição contavacom 1.298 pesquisadores, sendo892 doutores, correspondendo a1,5% dos doutores existentes no Bra-sil. A quinta instituição em destaque,ocupando a 24ª posição, é a PontifíciaUniversidade Católica do Rio de Janei-ro (PUC-Rio), que contava, em 1993,com 357 pesquisadores, sendo 300doutores, correspondendo a 2,6%dos doutores brasileiros. Em 2004, ainstituição conta com 766 pesquisa-dores, sendo 632 doutores, o querepresentava 1,1% dos doutores bra-sileiros.

Outras instituições fluminensestambém se destacam não tanto pelonúmero, mas pela qualidade do seucorpo de pesquisadores e dos cur-sos de pós-graduação que ministram.Esse conjunto de instituições confereao Estado Rio de Janeiro uma posi-ção de destaque crescente na ativida-de científica brasileira.

A figura 2figura 2figura 2figura 2figura 2 mostra a distribuição daforça de trabalho científica fluminensenas diferentes áreas do conhecimento.Inicialmente, cabe destacar as áreas dasciências biológicas e das ciências exatasseguidas das engenharias, ciências dasaúde e ciências humanas.

A política de fomento à ativi-dade científica

No que se refere ao investimento,o sistema de C,T&I do Estado do Rioé constituído por dois componentes.O primeiro é o apoio financeiro a pro-jetos de pesquisa e concessão de bol-sas de pesquisa para as instituições lo-

calizadas no estado, inclusive as fede-rais e privadas. Esse apoio é dado pelaFaperj. Em 2004, a agência de fomen-to a pesquisa executou um orçamen-to de R$ 131 milhões, quase seis ve-zes superior aos R$ 22,8 milhõesexecutados em 1998. A figura 3figura 3figura 3figura 3figura 3mostra a evolução no orçamento exe-cutado pela Faperj de 1997 a 2004,incluindo o apoio às áreas de bolsas,auxílios, Rede Rio e outros projetos.A partir de 2002 tem início o progra-ma de descentralização financeira noqual a Faperj apóia, de forma institu-cional, vários centros científicos etecnológicos pertencentes ao gover-no do estado, com destaque para asduas universidades estaduais, a Fun-dação de Apoio à Escola Técnica(Faetec) e o Programa Infovia, coor-denado pelo Centro de Tecnologia daInformação e da Comunicação(Proderj), todos vinculados à Secre-taria de Estado de Ciência, Tecnologiae Inovação (Secti-RJ).

Figura 2. Embora o cadastro de grupos de pesquisa do CNPq possa ter umasérie de inconsistências por não estabelecer parâmetros que definam um verda-deiro Grupo de Pesquisa ativo, serve como amostragem para dar uma idéia decomo está a pesquisa científica do Estado do Rio de Janeiro- 53% dos grupos declarados estão concentrados nas áreas das Ciências Biológi-cas, Ciências Exatas e Engenharias.

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Figura 3

Para que o Estado do Rio conti-nue a manter posição de liderançaem várias áreas do conhecimento,contamos com um conjunto deprogramas especiais, entre os quaisse destacam os chamados progra-mas estratégicos. Trata-se de umconjunto de programas cujo objeti-vo é fortalecer áreas consideradasestratégicas para o desenvolvimen-to científico e tecnológico do Esta-do do Rio. A identificação dessasáreas resulta de ampla discussãocom a comunidade acadêmica e ci-entífica, norteadas pelas definiçõesdas prioridades governamentais.

Dentre os programas estraté-gicos em execução, atualmentedestacam-se os de pesquisas naárea de saúde, definidos a partir deconsulta à comunidade científica,com o objetivo de apoiar ativida-des de pesquisa sobre temas rele-vantes na área médica que promo-vam o desenvolvimento científico,tecnológico e de inovação e aintegração entre as ciências funda-mentais e as aplicadas.

O programa Mata Atlântica, de-senvolvido em parceria com o Jar-dim Botânico, está estimulando aformação de uma rede de pesqui-

sas para mapear e caracterizar todaa biodiversidade – fauna, flora emicroorganismos –, no trecho demata nativa existente no estado, vi-sando à conservação de espéciesanimais em vias de extinção e aoincentivo à preservação e ao de-senvolvimento econômico susten-tável.

Na área de ciências do mar, oobjetivo é desenvolver pesquisas,sobretudo nas áreas da bioin-crustação e de biocidas e toxinas,para a produção de medicamentos,em parceria com o Instituto do MarPaulo Moreira, em Arraial do Cabo.Esse programa conta com apar t i c ipação do Min i s tér io daDefesa e do Ministério da Ciênciae Tecnologia

Outro programa estrategica-mente importante é o de biotec-nologia, idealizado para desenvol-ver duas redes de pesquisas – aRede Genômica e a RedeProteômica – com o objetivo decompartilhar recursos e facilitar oestudo de genoma e de proteomapelos pesquisadores das institui-ções associadas à rede. Também aárea de nanotecnologia está sendoorganizada em várias sub-redes de

pesquisa, sob a forma de InstitutoVirtual.

Merece destaque o Programade Nanotecnologia, área funda-mental no desenvolvimento cientí-fico e tecnológico contemporâneoe que vem sendo apoiada peloPrograma de Apoio ao Desenvol-vimento Científico e Tecnológico(PADCT-Rio), sobretudo na obten-ção de equipamentos especiali-zados.

Na área de energia, o progra-ma RioBiodiesel foi idealizado paraintroduzir experimentalmente o ci-clo completo de produção, vendae uso do biodiesel no Estado doRio. Além de incentivar o desen-volvimento de um combustível al-ternat ivo, l impo, inovador erenovável, outro objetivo do pro-grama é promover a inclusão soci-al, incentivando a fixação de mão-de-obra no campo com o plantiode mamona, girassol e outras olea-ginosas destinadas à produção dobiodiesel, gerando emprego e ren-da, especialmente nas regiões maiscarentes do estado.

O Rio Inovação é outro progra-ma pioneiro e de vanguarda, criadopara promover o desenvolvimento

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Figura 4

tecnológico das empresas flumi-nenses, induzindo-as a se aproxi-mar das instituições de pesquisacom o objetivo de gerar inovaçõestecnológicas que tragam benefíci-os para a população e para a eco-nomia do estado. Lançado em2003, em parceria com o Ministé-rio da Ciência e Tecnologia, pormeio da Financiadora de Estudose Projetos (Finep), a primeira edi-ção do Rio Inovação beneficiou 20empresas com R$ 7 milhões. Asegunda edição, lançada em se-tembro deste ano, vai destinarR$ 13 milhões para projetos ino-vadores.

Na segurança, temos feito es-forços para o desenvolvimento deum programa de pesquisas volta-do para dotar as instituições liga-das à área, sobretudo o Institutode Criminalística Carlos Éboli e oInstituto Médico-Legal, de moder-na infra-estrutura técnico-científicaque auxilie a investigação policial eo combate ao crime. Esse progra-ma também visa a incentivar a co-

operação entre o parque científicolocalizado no estado e as instituiçõesligadas à segurança no uso das maismodernas abordagens nessa área.

Criamos, também, o Programade Apoio às Entidades Estaduais deC&T, para apoiar projetos que re-forcem a infra-estrutura científica e acapacitação tecnológica das institui-ções estaduais de ensino e pesqui-sa; o de Políticas Públicas, voltadopara a identificação de problemas ede apoio financeiro a grupos de pes-quisa de saneamento; e o de De-senvolvimento Científico Regional,com o objetivo de fixar novos gruposde pesquisa no interior do estado.

Isoladamente ou em parceriacom o Ministério de Ciência eTecnologia, contamos com uma sé-rie de programas, entre os quaisdestacamos: o de Núcleos de Ex-celência (Pronex), que apóia proje-tos multidisciplinares e multiins-titucionais nas mais diferentes áreasdo conhecimento; o Primeiros Pro-jetos, que visa a apoiar 300 pesqui-sadores na fase inicial da carreira,

criando condições básicas para quepossam se estabelecer nas institui-ções de origem; e o Cientistas doNosso Estado, que apóia com umabolsa mensal de R$ 2 mil, para aten-dimento a despesas básicas, 300dos mais importantes pesquisado-res fluminenses.

Formação de recursos huma-nos na pós-graduação

Um componente importante dapolítica estadual de C&T é a con-cessão de bolsas de várias modali-dades visando à manutenção doparque científico fluminense. A fi-gura 4 mostra o conjunto de bol-sas hoje concedidas pela Faperj. Poroutro lado, cabe destacar a impor-tante participação do CNPq e daCoordenação de Aperfeiçoamen-to de Pessoal de Nível Superior(Capes), vinculada ao Ministério daEducação, na concessão de milha-res de bolsas de pós-graduação eque fazem com que o Estado doRio ocupe uma posição de desta-que na pós-graduação brasileira.

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Figura 5

Um bom indicador do efeitodesse apoio no que se refere a bol-sas, aliado ao apoio aos projetos depesquisa no sistema de C,T&I, é aanálise dos cursos de pós-gradua-ção reconhecidos pela Capes. Em1998, o Estado do Rio contava com183 cursos de pós-graduação, sen-do cinco avaliados com o mais ele-vado conceito da Capes (atualmen-te nota 7). Em 2004, passamos acontar com 255 cursos,sendo que 15 deles rece-beram a nota máxima.Triplicar o número de cur-sos com conceito 7 da Ca-pes é certamente fruto deum apoio financeiro subs-tancial. Não por acaso es-ses grupos foram os princi-pais beneficiados com os au-xílios da Faperj. O Estado doRio conta atualmente com14% de todos os cursos depós-graduação existentes nopaís. No entanto, concentra26% dos cursos considera-dos como de excelência. Aampliação dos cursos depós-graduação reflete umamelhoria nas melhores condiçõesde trabalho existente nas instituiçõescientíficas.

Formação de recursos huma-nos na graduação

Os dados mostrados na figura 5deixam claro o que vem sendo feitopelo governo no campo da ofertado ensino superior no Estado doRio. Além dos cursos tradicionaisoferecidos pela Uerj, Faetec e Uni-versidade do Norte FluminenseDarcy Ribeiro (Uenf), contamoscom um pioneiro programa de edu-cação a distância. Nos países desen-volvidos, o índice de jovens entre18 e 24 que freqüentam a universi-dade é superior a 45%, enquanto

no Brasil esse percentual é menordo que 10%. Na tentativa de me-lhorar esse cenário no Estado doRio, o governo decidiu ampliar a ofer-ta de vagas no sistema de ensino su-perior público, criando o Centro deEducação a Distância do Estado doRio de Janeiro (Cederj). Instaladoem 21 pólos, a maioria em municí-pios do interior do estado, o Con-sórcio Cederj é fruto de uma articu-

lação que permitiu unir todas as uni-versidades públicas localizadas noEstado do Rio - Uerj, Uenf, UFRJ,UFRRJ, UniRio e UFF - num pro-grama de ampliação da ofertas devagas no ensino público, sobretudovisando à formação de professorespara o Ensino Médio. Hoje, é reco-nhecido como o principal programade ensino superior a distância no paíse vem recebendo significativo apoioda governadora Rosinha Garotinhopara sua ampliação, com a aberturade cursos e de pólos, levando oensino superior de qualidade e gra-tuito ao interior do estado.

O Cederj oferece seis mil va-gas, em média, por ano, nos cursosde graduação em biologia, física,

informática, matemática e pedago-gia. A previsão é que em 2006 oCederj tenha 17 mil alunos de gra-duação.

Visando a ampliar a participaçãodo governo do estado no ensino su-perior, está sendo criado o CentroUniversitário Estadual da Zona Oeste(Uezo). Instalado em Campo Gran-de, no coração da Zona Oeste doRio, o novo centro universitário pú-

blico representa o reconhecimentodo governo do estado a uma regiãoonde vivem 2,2 milhões de cario-cas e onde 70 mil jovens concluemanualmente o Ensino Médio. A elesserá dada agora uma chance real deacesso a um ensino superior gratui-to e de qualidade. Inicialmente aUezo vai oferecer, já no começo dopróximo ano, sete cursos de nívelsuperior de tecnólogo, em diversasáreas, idealizados para atender àdemanda por mão-de-obra qualifi-cada nos pólos industriais que estãose instalando na região.

Para promover o conjunto deinstituições de ensino superior, ogoverno do estado vem ampliandoo investimento nas instituições de

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ensino vinculadas à Secretaria de Ci-ência, Tecnologia e Inovação. Em2004, a Uerj, a Uenf, a Faetec e aFundação Centro de Ciências eEducação Superior a Distância(Cecierj) receberam do governo doestado R$ 510 milhões, 38% su-perior aos R$ 370 milhões investi-dos em 1998.

Vestibular SocialOutra iniciativa pioneira do go-

verno do estado é o Pré-VestibularSocial, administrado pelo Cecierj edirigido aos alunos que concluíramou estão no 3º ano do Ensino Mé-dio e desejam concorrer ao vesti-bular, mas que não têm condiçõesde arcar com os custos dos cursosparticulares. Aproveitando a estru-tura do Cecierj, o estado ofereceum curso preparatório gratuito,com critério de acesso baseado nomérito escolar e na condiçãosocioeconômica.

Com isso, mais e mais alunoscarentes têm tido acesso ao cursopreparatório. Em 2003, 4.818 alu-nos freqüentaram o Pré-VestibularSocial em 18 municípios. Esse nú-mero aumentou em 2004, quandoforam atendidos 7.218 alunos em19 municípios. Este ano, o curso foioferecido em 23 municípios, onde7.230 alunos se preparam para pres-tar o vestibular estudando língua por-tuguesa, matemática, física, química,biologia e geografia, em instalaçõesconfortáveis, usando modernos la-boratórios e recebendo todo o ma-terial didático gratuitamente.

CotasDemocratizar o acesso ao en-

sino superior foi o objetivo do go-verno do estado ao instituir o siste-ma de cotas nas universidades pú-blicas estaduais. Pioneiro na ado-ção dessas políticas afirmativas, o

Estado do Rio atua na defesa documprimento de duas leis criadas em2001 e aperfeiçoadas em 2003,após acolher mudanças sugeridaspela Uerj e Uenf, estudantes e mo-vimentos sociais.

Com isso, o governo do estadodesenvolve, de forma pioneira noBrasil, uma política pública voltadapara superar os efeitos da exclusãosocial e do acesso restrito à educa-ção superior. Vai além ao destinarrecursos para que a Uerj e a Uenfcriem mais laboratórios de infor-mática e bibliotecas para reforçar oensino de graduação e atender osque não têm computador em casa enem podem comprar livros. Atéhoje, 4.868 estudantes ingressaramnas duas universidades do estadopelo sistema de cotas e foram con-cedidas 2.880 bolsas.

Vale destacar, ainda, o Progra-ma de Apoio à Infra-Estrutura Téc-nico-Cient í f ica dos Cursos deGraduação da Uerj e da Uenf, cri-ado com o objetivo de melhorar acapacitação científica e o aprovei-tamento nas aulas práticas dos alu-nos das duas universidades e esti-mular sua iniciação científica. Nos-so objetivo, ao criar o programa,é intensificar os investimentos naUerj e na Uenf, dando condiçõespara que os alunos possam me-lhorar seu rendimento acadêmico.O programa vai destinar recursosda Faperj para projetos de implan-tação, melhoria e ampliação de la-boratórios de ensino de gradua-ção, de informática e bibliotecasdas duas universidades. Os proje-tos apresentados serão submeti-dos a uma comissão de pré-sele-ção para avaliação do mérito eadequação orçamentária. Nessaprimeira fase foram destinados aosprojetos selecionados R$ 1,5 mi-lhão.

Educação profissionalUma maneira de se avaliar como

um estado tem cuidado do seu futu-ro é analisar o investimento que vemfazendo no setor da educação pro-fissional. Durante muitos anos, o Es-tado do Rio manteve um conjuntode cursos técnicos na Secretaria deEducação. Data de 1997 a criaçãoda Faetec, como sucessora da Fun-dação de Apoio à Educação (Faep).

Em dezembro de 1998, esseconjunto educacional contava com50 mil alunos. Ao assumir a Secre-taria de Ciência, Tecnologia e Infor-mação, em janeiro de 1999, percebia importância da Faetec e levei ao go-vernador Anthony Garotinho um con-junto de propostas que visavam aampliar as atividades dessa instituição.O governador apoiou entusiastica-mente as ações, que foram imple-mentadas gradualmente, fazendo comque a Faetec tivesse orçamento cres-cente nos anos seguintes.

Atitude semelhante vem tendo a go-vernadora Rosinha Garotinho. Assim, oorçamento da Faetec, que era de R$ 42milhões em 1999, passou a R$ 56milhões em 2000, R$ 70 milhõesem 2001, R$ 101 milhões em2002, R$ 185 milhões em 2003 eR$ 207 milhões em 2004. A previsãopara 2005 é de R$ 250 milhões.

Esse significativo aumento orça-mentário, possivelmente o maiorocorrido entre as instituições estadu-ais, permitiu uma grande ampliação donúmero de alunos. Hoje a Faetec ofe-rece 200 mil vagas, ocupadas anual-mente 400 mil jovens, em uma cen-tena de cursos, estando presente em31 municípios. Ampliou sua ativida-de no ensino superior, transforman-do-se em centro universitário, e contano momento com sete Institutos Su-periores de Educação e quatro Insti-tutos Superiores de Tecnologia, queatendem a 3.600 alunos.

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Wanderley de Souza - Secretário deEstado de Ciência, Tecnologia e Inova-ção do Rio de Janeiro

O estado e a Tecnologia da In-formação

Para fazer face à era da Tecnologia daInformação e da Comunicação (TIC), ogoverno do estado transformou o tradi-cional Centro de Processamento deDados (Proderj), em Centro de Tecno-logia da Informação e Comunicação doEstado do Rio de Janeiro, que recebeuda Faperj R$ 30,4 milhões no biênio2004-2005, para fortalecer seu com-ponente técnico-científico, visando ao de-senvolvimento de vários projetos. Algunsmerecem destaque especial.

Primeiro, o Infovia-RJ, projeto queestá implementando uma nova infra-es-trutura de rede de alta velocidade distri-buída por todo o estado, usandotecnologias como wireless (redes semfio), MPLS (Multiprotocol LabelSwitching) e Gigabit Ethernet, que provêcapacidade de banda de até 1 Gigabitpor segundo (Gbps). O projeto tam-

bém prevê a implantação de tecnologiaDWDM (Dense Wave DivisionMultiplexing), que permitirá o tráfego dedados, voz e vídeo em até 40 Gbps.

A Rede Governo, que interliga osórgãos governamentais, será integrada àRede Rio, rede acadêmica que conectaas universidades e centros de pesquisa,através de uma conexão segura e de altodesempenho. Com a oferta de Internetde banda larga, o Infovia.RJ alcançará os92 municípios do estado, com elevadoimpacto em programas de educação adistância e telemedicina, entre outros.

Toda essa tecnologia possibilita aoestado irradiar o conhecimento tecno-lógico e promover a chamada inclusãodigital, disseminando a informática e aInternet, sobretudo para os segmentosmenos favorecidos da população flumi-nense. Em 2004, 23 centros de InternetComunitária foram inaugurados, sendo15 na Região Metropolitana e Baixada

Fluminense e oito no interior.O uso intensivo da Tecnologia da In-

formação e da Comunicação permitiuao estado implementar o Governo Ele-trônico, que leva informações e serviçosao cidadão, atuando como elemento detransparência, desburocratização e eco-nomia de tempo.

A análise dessas informações mos-tra um significativo crescimento das ativi-dades de ciência, tecnologia e inovaçãono estado, ficando claro que, simultanea-mente a um amplo programa social, vol-tado para atender emergencialmente apopulação menos favorecida, o Gover-no do Estado do Rio de Janeiro vem in-vestindo na consolidação de importantepólo científico e tecnológico, asseguran-do, assim, uma posição de destaque nodesenvolvimento nacional.

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Por Marco Antonio Lucidi

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Secretaria de AçãoSocial promove oBaile da TerceiraIdade no dia doaposentado, no

Scala Rio.

FotoMarcelo Horn

Envelhecimento ativoEnvelhecimento ativoEnvelhecimento ativoEnvelhecimento ativoEnvelhecimento ativo

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ados de pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) dãoconta de que até o fim do século passado a expectativa de vida dapopulação aumentou em pelo menos 20 anos. Esse aumento dalongevidade, que pode ser considerado uma das grandes conquistas do

século 20, aliado à queda da natalidade, vem resultando num forte processo deenvelhecimento da população mundial, principalmente nos países mais desenvolvidos.

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Prof. Marco Antonio Lucidi -Secretário de Estado de Trabalho eRenda

Gov. Rosinharecebe noPalácioLaranjeiras,grupo de 45idosos do Retirodos Artistas e daVila dos Idososdo ConjuntoHabitacionalNova Sepetibapara Reaberturaà visitaçãopública.

Foto de JMSoares

No Brasil, apesar de ainda existirempoucos estudos e pesquisas sobre o as-sunto, já se sabe que o processo de en-velhecimento da população é irreversível.Enquanto a população com menos de20 anos cresceu 12% de 1980 a 1999,a população idosa cresceu 70% nessemesmo período, passando de 7,2 mi-lhões de idosos para 12,6 milhões, ouseja, um acréscimo de 5,4 milhões.

Diante desse crescimento vertigi-noso, é fundamental repensar o queserá da população idosa em relaçãoao mundo do trabalho daqui em dian-te? Esta é uma pergunta que preocupaos adultos de hoje, que logo estarãona faixa dos 50 anos com expectativade vida de pelo menos mais 30.

Sabemos que, para se ter qualidadede vida, em qualquer faixa etária, é preci-so contar com uma renda familiar capazde suprir as necessidades básicas, comosaúde, educação, alimentação e lazer. Issonão ocorre com a maior parte dos ido-sos deste país, que acabam penando emfilas intermináveis de atendimento públi-co, seja na rede de saúde ou da previdên-cia, e recebem um salário mínimo insufi-ciente para alimentação e medicamentos,quanto mais para o lazer. Outro grave pro-blema é a falta de escolaridade e/ou qua-lificação profissional dessa população, umdos maiores entraves para se conseguirtrabalho e gerar renda.

Mudar esse quadro, a meu ver, sócom políticas públicas instrumentalizadas,

voltadas para a elevação da escolaridade e aqualificação profissional, que potencializemas oportunidades de geração de emprego erenda. Assim, os milhões de brasileiros po-derão desfrutar de um mínimo de dignidadeno fim da vida, ao lado da família.

Gerontologia OcupacionalNo Estado do Rio de Janeiro, onde está

concentrada a segunda população de ido-sos do país (as estatísticas já apontam maisde 1,5 milhão de pessoas acima de 60anos), criamos pioneiramente, em 2003,o programa Gerontologia Ocupacional, comações de capacitação profissional,intermediação de mão-de-obra e palestrasvoltadas para a reinserção dessa populaçãono mercado de trabalho.

Inicialmente, seguindo orientação dagovernadora Rosinha Garotinho deolhar com atenção especial o públicoda terceira idade, o programa contem-plaria pessoas acima de 50 anos. Noentanto, ao analisar a fundo as estatísti-cas na época, logo vimos a necessidadede reduzir a faixa etária mínima e con-templar pessoas com mais de 40 anos,que também estavam sendo atingidasem cheio pela mazela do desemprego.

De dois anos para cá, os números daempregabilidade nessa faixa etária (40 a 49anos) até que melhoraram. Basta consultaros dados do Cadastro Geral de Emprega-dos e Desempregados (Caged), que, demaio de 2002 a maio de 2003, apontavamum saldo negativo (admissões menos de-

missões) de seis mil postos de trabalho. Jáde janeiro a julho deste ano, a situação mu-dou, com um saldo positivo de quatro milpostos de trabalho para essa faixa etária.

O mesmo não podemos dizer da fai-xa entre 50 e 64 anos, que, naquele perío-do, registrava, pelo Caged, uma perda de13 mil postos de trabalho anuais e, atual-mente, de janeiro a julho de 2005, conti-nua apresentando saldo negativo de 6,5 milpostos de trabalho.

Entretanto, boas notícias: desdea criação do programa GerontologiaOcupacional, de outubro de 2003até julho de 2005 já conseguimosatender 14.370 pessoas com maisde 40 anos, sendo que mais da me-tade (7.206) conseguiu serrecolocada no mercado formal detrabalho. A título de comparação eanálise da eficácia dos serviços, antesda criação do programa o sistema pú-blico de emprego do Estado do Riode Janeiro (Sine-RJ) recolocava emmédia três mil pessoas/ano nessafaixa etária no mercado de trabalhoe, já no primeiro ano de trabalho, con-seguimos atingir a marca de quatromil recolocações, ou seja, um au-mento de 30% na produtividade.

Além disso, por meio de palestras comtemas que vão desde a preparação parauma entrevista de emprego, passando pelomarketing pessoal, até os direitos dos ido-sos, já foram orientadas mais de 2,5 milpessoas. Dentro do programa, também jápromovemos cursos de qualificação pro-fissional em diversas áreas, totalizando acertificação de 4.816 trabalhadores de meiae terceira idades até o momento.

Iniciativas como essas deveriam serreproduzidas em nível nacional, pois sóoferecendo cada vez mais oportunida-des de emprego e geração de rendapoderemos garantir um futuro dignocom tranqüilidade financeira e qualida-de de vida para os nossos idosos.

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Por Arlindo Lopes Corrêa

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o O 25o. Congresso Internacionalsobre a População, realizadona França, em julho de 2005,

tocou o alarme: a principal causa de preocu-pação acerca do futuro demográfico mundi-al é o envelhecimento das populações dospaíses em desenvolvimento – como o Brasil– previsto para as próximas décadas.

Em 2040, de acordo com a Organiza-ção das Nações Unidas (ONU), 21% da po-pulação mundial terão 60 e mais anos –hoje são apenas 10% nessa faixa etária. Se-gundo os dois mil especialistas reunidos emTours, o envelhecimento global “será umadas mudanças mais importantes do século21”, pois afetará os sistemas de aposenta-doria, a estrutura da força de trabalho, aestabilidade familiar e o exercício do poder eocorrerá em todos os quadrantes, mas serámais rápido nas nações em desenvolvimento.

Os países do Sul, menos ricos, vão sermais afetados e não estão se preparandoadequadamente. Reflexo assustador, em nossopaís, no campo médico, foi mostrado emreportagem no número 1.920 da revista“Veja”, de 31 de agosto de 2005, com o su-gestivo título de “Perigo no hospital”, comos resultados de pesquisa feita pela Univer-sidade de São Paulo sobre o tratamento deidosos nos hospitais da rede pública do ABC.Constatou-se que 67% dos internados rece-beram medicação imprópria para idosos;62% tiveram reações adversas aos medica-mentos; 21% foram mantidos no hospitalou voltaram a ser internados devido aosefeitos colaterais; 3% morreram por causada medicação errada.

No Brasil, há realmente muitos moti-vos de inquietação com nosso futurodemográfico. Ao contrário do ocorrido naEuropa, em que o envelhecimento ocorreugradativamente, ao longo de 50 anos, o pro-

cesso no Brasil será rápido, dramático mes-mo, intensificando-se principalmente nospróximos 20 anos.

É patente, também, que não dispomosde condições mínimas necessárias, em vári-os setores, para arcar com as novas respon-sabilidades inerentes ao aumento do tama-nho e do peso proporcional da populaçãoidosa prevista. O sistema público de saúdeestá sobrecarregado. Os déficits da previ-dência são vultosos e a informalidade cres-cente ameaça sua arrecadação. Há poucoscientistas, profissionais e técnicos trabalhan-do nas áreas de atendimento às demandasdecorrentes do envelhecimento populacional.

Resta-nos, porém, a possibilidade deimediatamente tomar as medidas cabíveispara enfrentar esse novo desafio. Há um enor-me esforço a realizar (a) no tocante às re-formas estruturais indispensáveis; (b) naconstrução das instituições para sustentá-las; (c) na formação dos recursos humanospara atender a população idosa; (d) na rea-lização de estudos, pesquisas e o correspon-dente desenvolvimento tecnológico de pro-cessos e produtos de interesse para o atendi-mento a esse grupo etário, dentro das pecu-liaridades brasileiras.

Recurso do qual se deveria lançar mãoseria a realização de intercâmbio intensocom países que envelheceram há mais tempoe que têm muito a nos transmitir, permitin-do-nos queimar etapas e economizar precio-sos recursos financeiros e humanos.

Adotando o conceito europeu do “enve-lhecimento ativo” devemos começar por en-carar o trabalho dos idosos como algo desejá-vel, praticando desde agora as alterações quese impõem para torná-los parte do esforçonacional em favor do desenvolvimento.

Com o aumento da vida média e asconquistas médicas, o retardamento da

aposentadoria é inevitável. E seria muitoaconselhável fazê-lo por meio de uma tran-sição ainda no emprego para essa condi-ção de aposentado - uma contribuição ex-celente para preparar a continuidade daparticipação dos idosos na construção dasociedade brasileira.

Pois este é o ponto de maior impor-tância: mesmo depois de aposentado pelalegislação em vigor, o idoso pode contri-buir com sua experiência, de várias for-mas, no desenvolvimento de sua comuni-dade, município, estado e país.

Como voluntário, semivoluntário oumesmo profissionalmente, o idoso, desdeque disponha das condições requeridas,poderá continuar a exercer uma ocupaçãoútil. Talvez, apenas, com algumas adap-tações funcionais. O trabalho no própriolar, jornadas em dias alternados, meioexpediente ou férias mais prolongadaspodem ser caminhos interessantes.

Normalmente, embora isso não sejaressaltado, já há um efetivo engajamentodos idosos em tarefas simples, mas degrande utilidade social, econômica e cul-tural. Como cuidadores de crianças, dedoentes ou de outros idosos ou ainda aju-dando filhos e netos em empreendimentosfamiliares, os idosos já prestam serviçosmeritórios. Mas seria preciso que o pró-prio poder público lhes pedisse mais, in-centivando-os a visitar e auxiliar em asi-los e orfanatos; a fazer palestras nas es-colas sobre o passado do bairro ou domunicípio; a ensinar certas habilidadesartesanais que os mais antigos ainda do-minam e que estão desaparecendo; a fazera transmissão de conhecimentos em peri-go de desaparecimento (receitas de ervase plantas medicinais; receitas culinárias;lendas e mitos populares etc).

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PPPPPerfil da populaçãoerfil da populaçãoerfil da populaçãoerfil da populaçãoerfil da populaçãoidosa no Brasilidosa no Brasilidosa no Brasilidosa no Brasilidosa no Brasil

Por Tereza Cristina Nascimento Araujo*e Maria Isabel Coelho Alves**

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ResumoEste trabalho teve

como objetivo traçar umperfil da população ido-sa no Brasil por inter-médio de dimensões con-sideradas importantespara descrever a situa-ção demográfica esocioeconômica dessegrupo. Foram construí-dos indicadores sobre asseguintes dimensões:demográfica (sexo, ida-de, cor, situação conju-gal e região de residên-cia); saúde (morbidadee acesso aos serviços desaúde); trabalho; rendae pobreza; educação; par-ticipação social; e rela-ções de convivência. Os indicadores foramconstruídos a partir de fontes de informa-ção produzidas pelo IBGE, tais como aPesquisa Nacional por Amostra de Domi-cílios, de 1995 a 1997, a Pesquisa sobrePadrões de Vida, de 1996/97 e a PesquisaMensal de Emprego, de 1996.

Palavras-Chave: análisedemográfica, análise socioe-conômica, idoso, envelheci-mento da população, indica-dores biodemográficos.

IntroduçãoAté o fim deste século, a expectativa de

vida da população terá aumentado em 20anos. A longevidade é uma das grandes con-quistas do século 20 e, com a queda da nata-lidade, vem ocasionando um drástico enve-lhecimento da população mundial. O enve-lhecimento das populações começou em épo-cas diferentes, em países diferentes e vemevoluindo em proporções variáveis. Geral-mente, entretanto, no curso de algumas ge-rações, a proporção de idosos, com 60 anos oumais, está aumentando de 1 em 14 para 1 em 4.

(Programa para Preparação e Come-moração do Ano Internacional do Ido-so - Nações Unidas, 1999)

Cada vez mais o tema do envelhecimentovem sendo abordado, tanto nos países desen-volvidos quanto nos países do terceiro mun-do. No Brasil, o envelhecimento da popula-ção é um fenômeno relativamente recente eos estudos sobre o tema não são numerosos.Entretanto, os poucos estudos brasileiros têmapontado, de forma recorrente, que o proces-so de envelhecimento da população brasileiraé considerado irreversível – diante do com-portamento da fecundidade e da mortalidaderegistrado nas últimas décadas e do esperadopara as próximas – e enfatizado a impor-tância dos estudos sobre a população idosa.

O objetivo principal deste trabalho é apre-sentar um perfil dos idosos no Brasil a partirde indicadores construídos com as informa-ções de fontes produzidas pelo IBGE. Selecio-naram-se dados existentes publicados, to-mando-se como referência algumas dimen-sões consideradas importantes para caracte-rizar as condições de vida dos idosos brasi-leiros. Para a seleção dessas dimensões, usou-se como referência básica um texto que com-

põe a página do CensusBureau/US na Internet, asaber: Profile of OlderAmericans - 1997.

A População IdosaSegundo projeção a

partir dos dados do Cen-so Demográfico de 1980,a população idosa, com-posta por pessoas de 60anos ou mais, alcança12.674 milhões em 1999 erepresenta 7,7% da po-pulação brasileira, assimdistribuída pelos seguin-tes grupos de idade:

Em 1999, existiam6,9 milhões de mulheresidosas e 5,7 milhões dehomens idosos, ou uma

razão de sexo de 120 mulheres para cada100 homens. A razão de sexo aumenta coma idade, variando de 118 para o grupo de65-69 até 141 no grupo de 80 anos ou mais.

Desde 1940, a percentagem de brasi-leiros com 60 anos ou mais quase duplicou(4,1% em 1940 para 7,7% em 1999), e onúmero aumentou 24 vezes (de 528,1 milpara 12,7 milhões).

Em 1999, as mulheres que alcançavam aidade de 60 anos ou mais tinham uma expec-tativa média de mais 19,3 anos de vida. Oshomens idosos contavam com um adicionalde vida menor, em torno de 16,8 anos.

Distribuição GeográficaEm 1997, 75% das pessoas com 60 anos

ou mais viviam em oito estados. São Paulotinha mais de três milhões, Rio de Janeiro eMinas Gerais tinham 1,5 milhão cada um eRio Grande do Sul e Bahia tinham, cadaum, um milhão de idosos.

As pessoas idosas representavam maisde 10% da população total em dois estados(Figura 9): Rio de Janeiro (11,2%) e Paraíba(10,6%).Fonte: Estimativas e Projeções Depis/IBGE

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m novo conceito de espaço aeroportuárioTudo indica que fará parte do passado a noção dos aeroportos internacio-nais como locais destinados, essencialmente, ao embarque e desembar-que de passageiros dispostos, quando muito, a saborear um café ou

comprar alguma pequena lembrança de última hora.

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Por Eduardo Duprat F. de Mello

Rio: negócios decolamRio: negócios decolamRio: negócios decolamRio: negócios decolamRio: negócios decolama partir do aeroporto indústriaa partir do aeroporto indústriaa partir do aeroporto indústriaa partir do aeroporto indústriaa partir do aeroporto indústria

AeroportoInternacional

Tom Jobim

FotosJM Soares

Um novo conceito de espaço aeroportuárioTudo indica que fará parte do passado a noção dos aeroportos internacionais

como locais destinados, essencialmente, ao embarque e desembarque de passagei-ros dispostos a, quando muito, saborear um café ou comprar alguma pequenalembrança de última hora.

Rio: negócios decolam a partir do aeroporto indústriaRio: negócios decolam a partir do aeroporto indústriaRio: negócios decolam a partir do aeroporto indústriaRio: negócios decolam a partir do aeroporto indústriaRio: negócios decolam a partir do aeroporto indústria

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A exemplo dos projetos já implan-tados ou em fase de planejamento nosaeroportos de Paris (França), Hong-Kong, Seul (Coréia), Texas, Ontário eMichigan (EUA) e Campinas (Brasil),cresce no mundo de negócios o con-ceito das “Aerotrópoles”. O termo foicriado por John Kasarda, diretor doKenan Institute of Private Enterprise,Universidade da Carolina do Norte,para caracterizar novos centros resi-denciais e comerciais que irradiados apartir dos terminais aeroportuários.

Configuram espaços urbanos ap-tos a abrigar escritórios, comércio va-rejista, restaurantes, hotéis, centros deconvenções, espaços culturais e atéparques de entretenimento. O aero-porto transforma-se, assim, no distritocentral dos negócios (Central BusinessDistrict), fornecendo emprego e clien-tes e a ambientação para o entreteni-mento e para os contatos empresari-ais. Kasarda compara a função previstapara os aeroportos no século 21 à quetiveram as estradas no século 20, asferrovias no século 19 e os portosmarítimos no século 18, sendo que aagilidade e a acessibilidade representam,mais do que nunca, poderosos dife-rencias logísticos.

As empresas dependem cada vezmais do transporte aéreo para moverrapidamente pessoas e bens numa eco-nomia globalizada. Os aeroportosconstituem escritórios provisórios paramilhares de viajantes a cada dia e locaisde trabalho permanentes para outrostantos. Chicago O’Hare, por exemplo,emprega mais de 50 mil pessoas, sufi-cientes para povoar uma cidade de pe-queno porte, enquanto empresários domundo inteiro transitam pelos centrosde conferência nas cercanias do aero-porto.

Os benefícios previstos para a co-munidade com o desenvolvimento deuma Aerotrópole incluem a presençainternacional dos negócios, o aumento

na base de impostos,o aumento do fluxode visitantes à re-gião, o estímulo àconstrução civil e odesenvolvimentodo comércio edos serviços lo-cais, além da in-corporação concei-tos e processos tecnológicos.

Galeão, aeroporto-indústriaAinda é cedo para se determinar se

ou quando será possível viabilizar uma

Aerotrópole nas redondezas do Aero-porto Internacional Tom Jobim (Galeão).Para tanto, diversas questões precisamser analisadas e solucionadas: acessibili-dade, intermodalidade, segurança e arti-culação institucional, dentre outras. Issorequer amplo planejamento urbano eestratégico. Contudo, uma realidade quejá acena com perspectivas de ótimosnegócios é o aeroporto-indústria noGaleão.

O projeto aeroporto-indústria, hojetotalmente regulamentado, foi concebi-

do entre 2000 e 2001pela Infraero, juntamente com a ReceitaFederal, a Câmara de Comércio e Ex-terior (CAMEX) e o Ministério do De-senvolvimento, da Indústria e do Co-mércio Exterior, a partir da experiênciaamericana de uso por grandes empre-sas de bases desativadas nos aeropor-tos . O objetivo imediato é a reduçãode custos com armazenagem, transpor-te, impostos e segurança, mas, em ca-ráter mais amplo, funcionam como ver-dadeiros instrumentos de desenvolvi-mento regional.

O projeto visou, de início, a instala-ção de aeroportos-indústria nos aero-portos internacionais do Galeão eTancredo Neves (MG), em São Josédos Campos, em São Paulo, e dePetrolina (Pernambuco).

O Rio de Janeiro tende a ser o gran-de beneficiado, de vez que o projetorepresenta, desde logo, a revitalizaçãode um aeroporto que já gerou cerca de15 mil empregos na década de 70 e foiperdendo importância ao longo dosanos, principalmente para os aeropor-tos localizados em Vitória e São Paulo.O Galeão chegou a receber mais de8,5 milhões de passageiros/ano, em1990, quantidade essa que caiu paraapenas 5,2 milhões em 2004. Porém,uma primeira medida na reversão des-se panorama foi a retomada dos vôosdomésticos de longa distância, que vi-nham sendo operados no aeroportoSantos Dumont.

Por outro lado, o Galeão tem um

O Galeão possuium dos terminaisde cargas maismodernos do país,sendo o quarto emarrecadação. Dejaneiro a junho de2005, o volume decargas importadasalcançou 11,8 miltoneladas, repre-sentando um cresci-mento de 5,79 %em relação aomesmo período doano anterior.

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dos terminais de cargas mais moder-nos do país, sendo o quarto em arreca-dação. De janeiro a junho de 2005, ovolume de cargas importadas alcan-çou 11,8 mil toneladas, representan-do um crescimento de 5,79 % emrelação ao mesmo período do anoanterior. A expectativa de cresci-

mento para 2005, em relação a2004, é de 12 %.

O fato de já abrigar as empresasVARIG Engenharia e Manutenção e GECelma credencia o Galeão como futu-ro aeroporto-indústria. A Empresa Bra-sileira de Infra-Estrutura Aeroportuária

(Infraero) prepara licitação paraselecionar empresas interessa-

das em se instalar na área, queabrange um total de aproxi-madamente 55 mil m2.Numa segunda fase, o terre-no será dobrado, para abri-gar mais empreendimentos.

As empresas selecio-nadas terão isenção de im-posto de importação nacompra de itens que agre-guem valor às suas própriasexportações. A experiên-cia trouxe bons resultadosnos Estados Unidos, na Eu-ropa e na Ásia. Em LosAngeles, o distrito industrialanexo ao aeroporto res-ponde por cerca de 400 milempregos, diretos e indire-tos. Em torno do Dallas-Fort Worth International,instalaram-se duas mil em-presas. O Aeroporto deSchiphol, na Holanda,movimenta o equivalentea 1,9 % do PIB do país.

Nesse sentido, a insti-tuição do Regime Aduanei-ro Especial de EntrepostoIndustrial Aeronáutico sobControle Informatizado doEstado (Recof Aeronáutico

– RJ) e a decisão do governo estadualde isentar do pagamento de ICMS asempresas de manutenção aeronáuticapodem ser consideradas essenciais paraa consolidação do projeto no Galeão.

A ação de fomento do governo doestado se dará, também, por intermé-dio dos seguintes programas de incenti-vo financeiro no âmbito do Fundo deDesenvolvimento Econômico e Social(FUNDES), operado pela Companhiade Desenvolvimento Industrial do Esta-do do Rio de Janeiro (Codin):

RioPRioPRioPRioPRioPeçaseçaseçaseçaseças – para quaisquer in-vestimentos no setor aeronáutico

RioInvestRioInvestRioInvestRioInvestRioInvest – para investimen-tos com impacto estruturante sobre aeconomia do Estado.

Embora a isenção tributária se apli-que no momento apenas para o setorde manutenção aeronáutica, a idéia éque possa ser estendida a outros seg-mentos com maior viabilidade de ope-rar no aeroporto-indústria, como jóiase gemas, química fina, componenteseletrônicos e equipamentos de teleco-municações. As ações entre os órgãosdiretamente envolvidos, entre eles oGoverno do Estado do Rio de Janeiro,a Prefeitura Municipal, a Federação dasIndústrias do Estado do Rio de Janeiro(FIRJAN), o Centro Industrial do Rio deJaneiro (CIRJ) e a Infraero, estão sendoagilizadas para se definirem os detalhesdo projeto e a melhor relação por seto-res e áreas de instalação.

A legislação vigente não permite ainstalação das indústrias de fumo e dearmas e munição e a implantação deatividades que comprometam o meioambiente ou prejudiquem a segurançadas operações aeroportuárias. De qual-quer forma, o elevado custo das áreassugere que, a priori, indústrias e servi-ços de alto valor agregado serão os prin-cipais ocupantes desses espaços.(*) Eduardo Duprat F. Mello é Superin-tendente de Planejamento e Gestãoda Secretaria de Estado de Planejamen-to e Coordenação Institucional

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Pólo Gás-Químico da Baixada Fluminense, inaugurado em junho,já está rendendo frutos. Em 12 de setembro, a governadora Rosinha Garo-tinho anunciou a instalação no Estado de 15 empresas de transformação

de plástico, atraídas pelo pólo. Com investimento de R$ 130 milhões, os empreen-dimentos vão gerar 1.830 empregos diretos e 5.500 indiretos, a maioria emGuapimirim, onde ficarão oito empresas. As ou tras serão instaladas em Duque deCaxias, sede do pólo (três), Sapucaia, na Região Centro-Sul (duas), São João deMeriti, também na Baixada Fluminense, e Bom Jardim, na Região Serrana.

Por Franklin Campos

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O Pólo Gás-Químico consolida novos empregosO Pólo Gás-Químico consolida novos empregosO Pólo Gás-Químico consolida novos empregosO Pólo Gás-Químico consolida novos empregosO Pólo Gás-Químico consolida novos empregos

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oIncluídas no Programa de Incenti-vos Fiscais para o Setor de Transfor-mação de Plástico do governo do es-tado, as indústrias vão usar o polietileno(matéria-prima produzida no pólo) e opolipropileno (produzido pela Polibrasil,empresa-mãe do pólo) para a produ-ção de sacolas, luvas descartáveis, gar-rafas PET e outras embalagens flexí-veis.Guapimirim passará a ser o princi-pal pólo de transformação de plásticodo estado, com investimentos de R$68 milhões e a abertura de 1.100 pos-tos de trabalho diretos e 3.300 indire-tos. Lá ficarão Ecoplast, Lorenpet,Valfilm, Tecno Bag, Valplast, Tecnoval,Rioplastic e Cosplastic.

Outras indústrias já estão se insta-lando na Baixada Fluminenseou ampliando sua produção por causados incentivos fiscais concedidos pelogoverno do estado. Com investimen-tos de mais de R$ 42 milhões, estãogerando quatro mil empregos diretose indiretos. Entre elas estão a Poly, emJaperi; a Recycling e a Finoplastic, emParacambi; a Raízes e a Vibraço, emDuque de Caxias; e a Hermatek, emBelford Roxo. Os projetos de mais 20empresas estão sendo analisados parainscrição no programa de incentivos.

O pólo é resultado de uma lutaque começou na administraçãoAnthony Garotinho e foi viabilizadopelos incentivos fiscais concedidospelo governo do estado. O consór-cio que deu origem à empresa RioPolímeros investiu US$ 1,08 bilhão.O pólo é considerado inovador noBrasil por usar etano e propano, pro-venientes do gás natural da Bacia deCampos, como matéria-prima. Os daBahia, do Rio Grande do Sul e de SãoPaulo usam a nafta, um produto im-portado, derivado do petróleo.

Para garantir a infra-estrutura nas re-dondezas do pólo, a governadora, oprefeito de Caxias, Washington Reis, erepresentantes da iniciativa privada as-

sinaram em agosto protocolo de in-tenções para a implantação do AnelRodoviário do Complexo Industrial deCampos Elíseos. A rodovia servirácomo opção para o escoamento ágil eseguro da produção do pólo e dasempresas, assim como da Reduc (Re-finaria Duque de Caxias), da Petrobras.

Também em agosto, o governo doestado criou o Programa de Incentivospara Ampliação do Pólo Gás-Quími-co, para viabilizar os investimentos eampliar a capacidade de produção dopólo, passando de 515 mil toneladasanuais de polietileno para 700 mil.

Com o objetivo de preparar mão-de-obra qualificada para o pólo,o governo criou a Universidade Esta-dual da Zona Oeste (Uezo), quefuncionará em Campo Grande, naZona Oeste do Rio. A universidade,administrada pela Fundação de Apoio àEscola Técnica (Faetec), daSecretaria de Ciência, Tecnologia e Ino-vação, vai oferecer inicialmente 560vagas em sete cursos: Tecnologia deProdução em Siderurgia; Polímeros;Gestão de Construção Naval eOffshore; Sistemas da Informação; Pro-dução de Fármacos; Biotecnologia; eNormal Superior. Os cursos foram se-lecionados de acordo com as oportuni-dades de emprego vinculadas não sóao pólo gás-químico, mas também aoincremento das atividades do Porto deSepetiba e ao pólo siderúrgico de Itaguaí- em franca expansão, com a ampliaçãoda Cosigua, a construção de outra usinado grupo Gerdau e a instalação da Com-panhia Siderúrgica do Atlântico (CSA).

Itaguaí também pode se transfor-mar num pólo petroquímico, com aconstrução, anunciada pela Petrobras,da refinaria para processar 150 milbarris diários de petróleo pesado daBacia de Campos. O local ainda estásendo escolhido em conjunto pelaestatal e por técnicos do governo doestado.

De acordo com a Petrobras, o Es-tado do Rio vai receber investimentosde R$ 20,7 bilhões (US$ 9 bilhões).O projeto, que terá a parceria de em-presas privadas, vai garantir um cresci-mento econômico nunca registrado nahistória do estado, conforme avaliaçãoda Petrobras e do governo fluminense.

As obras, que deverão ser iniciadasem 2007, com previsão de términoentre 2010 e 2011, vão gerar 75 milempregos diretos e indiretos. Quandoo pólo estiver em operação, a estimati-va é que sejam criados 15 mil empre-gos diretos e 30 mil indiretos.

Os investimentos, segundo o di-retor de Abastecimento da Petrobras,Paulo Roberto Costa, equivalem à cons-trução de três refinarias do porte daReduc ou a sete ou oito projetos degrande magnitude. O pólo será o quin-to no país, mas o primeiro a usar comomatéria-prima básica o óleo pesadoproduzido em Campos.

O projeto de construção da refina-ria está sendo detalhado portécnicos da Petrobras. A unidade, quereceberá investimentos de US$ 3bilhões (R$ 6,9 bilhões), resultado deuma parceria com o grupo Ultra e oBNDESPar, será responsável pela pro-dução de matéria-prima para asindústrias petroquímicas (chamadas in-dústrias de segunda geração), comoeteno e propeno, a partir de umatecnologia inédita desenvolvida peloCenpes (Centro de Pesquisa daPetrobras).

A construção das unidades petro-químicas, que produzirão os insumospara as indústrias de plásticos (comopolipropileno, polietileno e estireno),será paralela à da refinaria. Serão apli-cados nessas unidades US$ 3 bilhões.A expectativa é que o pólo atraia umgrande número de indústrias de plásti-co e já são fortes candidatas a Unipar, aSuzano e a DowQuímica.Franklin Campos é jornalista

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Por Marco Antonio Lucidi e Alberto Brunner

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egundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae), o número de empresas formais em atividade no Brasil,em 2001, alcançava 4,63 milhões de unidades nos setores de indústria,comércio e serviços, sendo que as microempresas representavam 93,9%

desse universo. O conjunto das micro e pequenas empresas chegava a 99,2%. Noentanto, este não é o segmento que busca crédito nos programas governamentaisde microcrédito. A verdade é que microempreendedores e microempresários sãopúblicos distintos.

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AEEntretanto, se desejarmos retra-

tar o universo dos microempreen-dedores, que buscam crédito em pro-gramas governamentais ou no merca-do bancário, esbarramos na insufici-ência de informações.

Buscando aumentar o conheci-mento sobre esse segmento, parece-nos que as análises deveriam ser feitasa partir dos empréstimos efetuados,verificando-se cada negócio financia-do. A partir daí, teríamos a atividadedesenvolvida e a razão da procura porpequenos empréstimos.

Esse é o enfoque adotado na ela-boração das pesquisas feitas sobre oBanco Social – Programa deMicrocrédito do Estado do Rio de Ja-neiro – gerido pela Secretaria de Tra-balho e Renda. Por meio do banco dedados de que dispõe, a secretaria temconsolidado alguns elementos que re-velam tanto o perfil do negócio quan-to o perfil do tomador do microcrédito.

O Banco Social foi criado peloDecreto 33.576, de 16 de julho de2003, no âmbito do Programa deMicrocrédito do Estado do Rio de Ja-neiro. Seu objetivo maior é promovera inclusão social e a geração de ocupa-ção e renda por intermédio da con-cessão de financiamentos a micro epequenos empreendedores, formaisou informais, em áreas de baixa rendae baixo índice de desenvolvimento hu-mano.

Os financiamentos são de atéR$ 1.000, para pagamento em até 12parcelas mensais, à taxa de 3,9% aomês. Como inovação, o Banco Socialtraz a concessão de um bônus aosque pagarem com pontualidade as par-celas do empréstimo obtido. O me-canismo do bônus permite reduzir ataxa de juros mensais cobrada para0,33% ao mês. Se todas as parcelasforem pagas em dia, no fim do contra-to o cálculo é refeito com o índice de0,33% ao mês, restituindo-se o valor

da diferença, que é o bônus, para seraplicado no próprio negócio.

Sobre os microempreendedoresatendidos até junho de 2005 nasagências do Banco Social (596 ope-rações de crédito no valor total deR$ 466.802,81), já sabemos que emsua maioria (51%) atuam no setor docomércio e que a faixa de valores commaior número de empréstimos(72,51%) é de R$ 751 até R$ 1.000.Predomina, entre os tomadores, o sexofeminino (57,55%) e a faixa etária commaior concentração (28,36%) situa-seentre 40 e 49 anos. O destino do cré-dito é, principalmente, para capital degiro (88,62%) e o tempo de vida dosempreendimentos muito variado, masos negócios com seis anos de vida sãopredominantes (28,36%). Também jáse sabe que 24% dos microempreen-dimentos, além do próprio empreen-dedor, mantêm algum empregado (des-tes, 20,13% com um só empregado).Deve-se, ainda, ressaltar que as duasagências que mais fizeram operaçõesde empréstimos são as da Rocinha e daMaré.

As pesquisas ain-da estão em anda-mento e novas infor-mações serão agrega-das aos dados já exis-tentes. Contudo,pode-se notar clara-mente que os benefí-cios do programa sãoenormes. Verificou-se, nos empreendi-mentos atendidos, aexistência de 206* empregados, que,quando somados ao total de 596 em-preendedores, chegam a mais de 800beneficiados diretos.

Além disso, a taxa de inadimplênciaé de apenas 2%, o que traz uma enor-me segurança para quem opera oscréditos. Deve-se destacar, também,que os empreendimentos estão dis-

tribuídos por 78 bairros do Rio, oque demonstra a grande capilaridadeda iniciativa, encontrando-se em fasede negociação a expansão para ou-tros municípios do estado.

Diante dessas informações, con-firma-se o entendimento de que omicrocrédito é uma excelente ferra-menta para auxiliar na melhoria dosníveis de ocupação e renda da popu-lação menos assistida, exibindo umarelação muito boa entre investimen-to e benefício. Para melhor acompa-nhar os números sobre o BancoSocial, segue, abaixo, parte do resul-tado das pesquisas já feitas.

Os números do Banco SocialO Banco Social do Estado do Rio

de Janeiro emprestou, até junho de2005, R$ 466.802,81, em 596operações de crédito. Em relaçãoaos negócios, a pesquisa revela que75% não mantinham qualquer tipode empregado, sendo o empreen-d imento tocado apenas pe lotomador; 20,13% mantinham um

empregado; 2,85%, dois emprega-dos; 1,17%, três empregados;0,17%, quatro empregados;0,34%, cinco empregados; 0,17%,oito empregados; e 0,17%, noveempregados. O somatório total deempregados em todos os estabele-cimento é de 206.

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Fontes: SORC/SETRAB

Já estão em funcionamento seisagências do Banco Social, nos bair-ros Rocinha, Glória, Maré, Rio dasPedras, Santa Cruz e Campo Gran-de. A agência da Rocinha acumulou omaior número de créditos concedi-dos (205), respondendo por34,40% do total, seguida por Maré,23,15% (138 empréstimos), Gló-ria, 17,45% (104), Rio das Pedras,11,07% (66) e Santa Cruz, 13,93%(83). Em valores financiados, e nãoo número absoluto de créditos, aparticipação da Rocinha cai para33,64% (R$ 157.023,35), Maré ficacom 23,37% (R$ 109.105,43),Glór ia com 18,25% (R$85.200,10), Rio das Pedras com11,90% (R$ 55.526,41) e SantaCruz com 12,84% (R$ 59.947,52).Os dados de Campo Grande são re-centes e foram computados com osde Santa Cruz.

Dos valores concedidos (R$466.802,81), 88,62% foram usa-dos para capital de giro. Para capitalfixo foram 8,18%, para reforma,2,15%, para capital fixo/giro, 0,29%,para capital fixo/reforma, 0,64% epara capital giro/reforma, 0,11%. Emnúmeros absolutos, verifica-se que,dos 596 créditos concedidos,88,59% foram usados para capitalde giro, 8,39% para capital fixo,2,01% para reformas, 0,34% paracapital fixo/giro, 0,50% para capitalfixo/reforma e 0,17% para capitalgiro/reforma.

Em termos setoriais, 51,80%dos R$ 466.802,81 emprestadosdestinaram-se a atividades do setorde comércio, 44,01% do setor deserviços e 4,18% do setor de indús-tria. Em números absolutos, os se-tores f icaram com comércio50,67%, serviço 45,13% e indús-tria 4,19%.

Se divididos por faixas de em-préstimos (até R$ 500; de R$ 501

até R$ 750; de R$ 751 até R$1.000), considerando-se que o va-lor mínimo de empréstimo é de R$300, a faixa que tomou mais recur-sos foi a de R$ 751 até R$ 1.000,respondendo por 72,51% do total.Em seguida vem a R$ 501 até R$750, com 22,65%, e, por último, afaixa de até R$ 500, com 4,83%.

Uma pesquisa sobre cadastro doBanco Social revela que, dos 596tomadores de crédito, 38% são ca-

sados, 6,38% divorciados, 40,44%solteiros, 3,52% viúvos e 9,23% vi-vem com companheiro (a). Não in-formaram 2,01%. No tocante ao gê-nero, o sexo feminino respondeupor 57,55% dos créditos tomados,contra 42,45 % do masculino.

A faixa etária que mais recorreuao Banco Social foi a de 40 a 49 anos,respondendo por 28,36% dos cré-ditos tomados. Empreendedores en-tre 30 e 39 anos f icaram em

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Fonte: SORC/SETRAB

Fonte: SORC/SETRAB

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AE23,99%; entre 50 e 64

anos, 21%; de 25 a 29 anos,10,74%; de 18 a 24 anos;6,54%; e com 65 anos oumais, 7,55% (1,18% nãopôde ser identificado).

Apesar de só existirem,até o momento, seis agênci-as em operação, verifica-seuma enorme capilaridade noalcance do programa, deta-lhando-se por bairro do ne-gócio as operações de emprésti-mos. Segundo os dados, negóciosem 78 bairros obtiveram recursosdo Banco Social. A localidade queconcentrou o maior número denegócios fo i a Rocinha, com174 créditos concedidos paraR$ 134.121,74 investidos. Em se-guida aparece a Maré, com 60 cré-ditos e R$ 45.157,97 investidos.

Confira abaixo os bairros ondeestão os negócios que receberamos créditos e os recursos empres-tados. Os resultados referem-se àsoma dos créditos, bem como à derecursos concedidos. Para cada cré-dito deve-se creditar um empreen-dedor. O total de créditos é igual àsoma do total de créditos para cadalocalidade.

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Marco Antonio Lucidi Alberto BrunnerSecretário de Estado de Trabalho e Renda Superintendente de Ocupação, Renda e Crédito

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FotosFred Abrantes

PPPPPerfil Econômico do Consumidorerfil Econômico do Consumidorerfil Econômico do Consumidorerfil Econômico do Consumidorerfil Econômico do Consumidor

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O Instituto Fecomércio-RJ fez uma pesquisa para saber como anda obolso do consumidor – se fez compras nos últimos meses, se as contasestão em dia, se está economizando e se planeja consumir.

Por

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O resultado do levantamento foipositivo, com o primeiro semestre de2005 beneficiado pelo consumo. Re-sultados como a queda de dois pon-tos percentuais no desemprego demaio de 2005 em relação ao mesmomês de 2004, como mostrou o IBGE,e o crescimento acumulado das ope-rações de crédito, que, segundo oBanco Central, avançaram 18,4% nosúltimos 12 meses encerrados emmaio, deram segurança e recursospara os consumidores irem às com-pras. Em junho, o percentual das famí-lias que compraram algum tipo de pro-duto nos últimos seis meses foi50,05% superior ao observado emmaio (48,43%) e bem acima do apu-rado no mesmo mês de 2004(38,56%).

Mais importante do que saber sehá consumo é entender se esse perfilde consumo é sustentado ou não. Apesquisa revela que o consumidor as-sumiu mais parcelas e pagou em dia.Em junho, 47,89% das famílias esta-vam pagando algum tipo de financia-mento. Esse percentual foi de44,65%. Em relação a junho de 2004(32,66%), houve um crescimentoacima de 15 pontos percentuais. Masa parcela de famílias com prestaçãoatrasada diminuiu de 36,30%, emmaio, para 31,53%, em junho. Nomesmo período do ano passado,33,96% não estavam honrando oscompromissos.

A expectativa para o restante doano também é favorável. O resultadodo orçamento familiar mostrou que,depois do pagamento de todas as des-pesas, sobrou dinheiro. Dos entre-vistados, 27,17% afirmaram que hou-ve dinheiro extra no fim do mês, seispontos percentuais acima do obser-vado em maio (21,13%) e melhordo que o resultado de junho de 2004(26,71%). O destaque ficou por contade como essa verba será gasta:

27,85%, contra 17,39% em maio,responderam que pretendem guardarpara consumir.

Analisando os números do PPPPPerfilerfilerfilerfilerfilEconômico do ConsumidorEconômico do ConsumidorEconômico do ConsumidorEconômico do ConsumidorEconômico do Consumidor, ficaclaro que no segundo semestre o con-sumo vai se manter de forma sustenta-da, pois os percentuais de inadimplênciasão favoráveis. Além disso, esse resul-tado mostra claramente, com a propen-são à poupança, o potencial do consu-midor.

Faturamento do comércioOs comerciantes do Estado do Rio

de Janeiro têm motivos de sobra paracomemorar. A economia tem dado si-nais de otimismo com a expansão docrédito, a queda do desemprego e dodólar, o reajuste do salário mínimo e adesaceleração da inflação. Nos primei-ros seis meses deste ano, o fatura-mento do comércio aumentou 1% emcomparação com o mesmo períodode 2004, um ano de recuperação daeconomia. Esse crescimento observa-do no primeiro semestre é bastantepositivo, tendo em vista que é sobreuma base forte.

O destaque no semestre ficou porconta dos bens não-duráveis, que fatu-raram 3,7% a mais do que o mesmoperíodo do ano passado, puxados prin-cipalmente pelos supermercados, comvariação positiva de 4,4%. Esse setor,por depender mais da renda, foi o quemais cresceu por causa da queda dodesemprego e pela entrada em vigorno novo salário mínimo, que subiu maisde 15% em relação ao ano anterior.

Com a expansão do crédito, osbens duráveis encerraram os primeirosseis meses estáveis em relação ao mes-mo período do ano passado, quandotiveram um desempenho positivo. Valelembrar que o crédito consignado en-trou em vigor em 2003, sendo naturala maior procura por esse tipo de bensnos meses seguintes. Dentro desse

grupo, o segmento de móveis e utili-dades domésticas teve um crescimen-to de 2,3%.

O adiamento da chegada do inver-no prejudicou o setor de semiduráveis,que registrou uma queda de 0,2% noprimeiro semestre do ano.

Para a projeção do próximo se-mestre, os dados acumulados dos doisúltimos meses (maio e junho com ajus-te sazonal) sinalizam resultados promis-sores, principalmente a médio prazo.

No acumulado do comércio emgeral nesses meses, o crescimento dofaturamento foi de 7,9%. O setor debens semiduráveis, estimulado pelas li-quidações de inverno antecipadas, fa-

turou 12%mais, contrauma perdade 15% atéabril, de-monstrandosinais de recuperação desse setor. Já ofaturamento dos bens não- duráveiscresceu 6,2% e o de duráveis 5,6%,mostrando que os consumidores es-tão recorrendo ao financiamento.

Com a expressiva desaceleraçãoda inflação e o ganho real no salário,acreditamos que haja espaço para umaqueda dos juros, que alavanca nossasboas expectativas para o restante doano.

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Investimentos no Estado doInvestimentos no Estado doInvestimentos no Estado doInvestimentos no Estado doInvestimentos no Estado doRio de Janeiro:Rio de Janeiro:Rio de Janeiro:Rio de Janeiro:Rio de Janeiro:

perspectivas para o perspectivas para o perspectivas para o perspectivas para o perspectivas para o períodoperíodoperíodoperíodoperíodo2005-20072005-20072005-20072005-20072005-2007

LPor Marta Franco Lahtermaher e Flávia Costa

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evantamentos feitos pela Federação das Indústrias do Estado do Rio deJaneiro (Firjan), por meio da Assessoria de Infra-Estrutura e Novos In-vestimentos, apontam para uma expectativa de investimentos para oEstado do Rio de Janeiro de R$ 51 bilhões entre 2005 e 2007, que

resultarão na criação de 120 mil postos de trabalho, conforme o Quadro 1 ao lado.

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Quadro 1Valor

(R$ Milhões) % Empregos

Transformação 19.776,5 38,95% 52.167

Construção Civil 844,5 1,66% 23.000

Naval & Offshore 15.133,1 29,81% 9.400

Energia 6.793,7 13,38% 7.860

Infra-Estrutura (*) 8.225,6 15,30% 24.920

Total 50.773, 4 117.347

Valor (R$ Milhões) % Empregos

Transformação 19.776,5 38,95% 52.167

Construção Civil 844,5 1,66% 23.000

Naval & Offshore 15.133,1 29,81% 9.400

Energia 6.793,7 13,38% 7.860

Infra-Estrutura (*) 8.225,6 15,30% 24.920

Transformação 19.776,5 38,95% 52.167

Construção Civil 844,5 1,66% 23.000

Naval & Offshore 15.133,1 29,81% 9.400

Energia 6.793,7 13,38% 7.860

Infra-Estrutura (*) 8.225,6 15,30% 24.920

Total 50.773, 4 117.347

(*)Inclui investimentos Privados e Governamentais

1 Estima-se que o Rio de Janeiro possa absorver até 80% das encomendas daTranspetro.

Valor(R$ Milhões) %

Sul 6.726,38 13,25Serrana 216,40 0,43Norte 4.035,47 7,95Noroeste 40,00 0,08Metropolitana 14.389,63 28,34Leste 2.020,00 3,98Centro Norte 81,00 0,16Baixada Fluminense 23.264,55 45,82

Total 50.773,43 100,00

Quadro 2

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A indústria de transformaçãolidera os investimentos no esta-do, respondendo por 69% dasin tenções reg i s t r adas e por52,5% dos empregos gerados,considerando-se os recursosdestinados à indústria naval eoffshore. Do total a ser investi-do na indústria de transforma-ção, 84% deverão ser aplicadosna indústria siderúrgica e na quí-mica e petroquímica. Só nestaúlt ima serão gerados 45,7 milpostos de trabalho e a indústriasiderúrgica deverá criar 1,1 milempregos diretos e mais de cin-co mil indiretos em toda a ca-deia produtiva. As perspectivaspara a indústria naval também semostram bastante favoráveis,uma vez que deverá receber R$15 bilhões. Parcela importantedesses recursos tem origem nãoapenas nas encomendas dos ar-m a d o r e s , i n c l u s i v e d aTranspetro, mas em investimen-tos na expansão e moderniza-ção das instalações dos estalei-ros para atender ao aumento dademanda.1

Ao analisarmos a distribuiçãodos investimentos pelas regiõesdo estado, verificamos que a Bai-xada Fluminense receberá 46%do total, isto é, R$ 23 bi lhões.Das inversões totais na indústria

de transformação, estima-se quea região concentre 72% do total,isto é, R$ 14,3 bilhões, com des-taque para o Pólo Gás-Químico,os invest imentos da Pol ibras i lpara aumentar a produção de poli-propi leno, a modernização daR e d u c ( R e f i n a r i a D u q u e d eCaxias), a implantação de indús-trias de plástico que estão inves-tindo na região e os investimen-tos na região de influência do Por-to de Sepetiba.

Além dos invest imentos naBaixada, merece destaque a ex-pectativa de investimentos paraRio: R$ 14,4 bi lhões, ou seja,28,3% do total previsto para oestado. A perspectiva é que os in-vestimentos na indústria de trans-

formação no município, de R$2,8 bi lhões, se concentrem so-bretudo na indústria siderúrgica,que deverá atrair R$ 1,4 bilhão,o que corresponde a 51% dasinversões. Outros destaques nomunicípio ficarão por conta dosinvestimentos previstos em infra-estrutura (12,7%), na indústrianaval & offshore (8,2%) e ener-gia (6,7%).

O Rio e a Baixada Fluminenserespondem por 74% dos inves-timentos previstos no estado en-tre 2005 e 2007, seguido dosinvestimentos no Sul Fluminense(13,25%), de acordo com oQuadro 2Quadro 2Quadro 2Quadro 2Quadro 2 abaixo.

Dado o volume signif icat ivode recursos a serem investidos

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Marta Franco Lahtermaher - Chefeda Assessoria de Infra-Estrutura e No-vos Investimentos da Firjan.

Flávia Costa - Especialista da Assesso-ria de Infra-Estrutura e Novos Investi-mentos da Firjan.

Ao analisarmos adistribuição dosinvestimentos pelasregiões do Estado,verificamos que aBaixada Fluminensereceberá 46% dototal, isto é, R$ 23bilhões. Das inver-sões totais na indús-tria de transforma-ção, estima-se que aregião concentre72% do total, isto éR$ 14,3 bilhões, comdestaque para o PóloGás-Químico.

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JAN na Baixada Fluminense, estima-

se um forte impacto na econo-mia da região, com a geração de52 mil postos de trabalho. Ape-sar dos resultados posit ivos so-bre a geração de emprego e con-seqüentemente sobre a renda,merecem atenção especial algu-mas questões relacionadas dire-tamente à infra-estrutura básicapara que a região venha a se pre-parar adequadamente para rece-ber o grande volume de investi-mentos previstos. Habitação,transportes, saneamento e segu-rança devem ser pensados nosentido de alavancar a infra-es-trutura, evitando, assim, um pro-blema comum às regiões metro-politanas do país, ou seja, um

crescimento desor-denado, sem o

devido plane-j a m e n t o .Vale mencio-nar que até1950 ape-nas 36,2%da popula-

ção brasileira encontrava-se nascidades, passando a concentrar81,2% da população em 2000,com saldo pouco positivo para odesenvolvimento econômico.

Nossa pesquisa revela aindaalgumas transformações impor-tantes no que diz respeito aoperfil dos investimentos no Esta-do do Rio de Janeiro quandocomparada à pesquisa feita parao período 2003-2005. Em pri-meiro lugar, cabe destacar que aindústria de transformação res-pondia por apenas 12,4% das in-versões, incluindo-se aí os inves-timentos da indústria da constru-ção naval. O maior peso f icavapor conta das obras de infra-es-trutura (50%), que englobamtanto recursos privados comogovernamentais, e da Petrobras,cujos recursos somavam 35%do total. Observa-se que, alémde uma maior concentração dos

invest imentos na indústr ia detransformação, esses foram im-pulsionados principalmente pornovos projetos de implantação,que representam 80% do total,enquanto no período anterior es-ses respondiam por apenas 46%.Outra transformação importantediz respeito à localização indus-trial. A Baixada Fluminense, res-ponsável por 46% das intençõesde inves t imentos no es tado,concentrava menos de 3% noperíodo anterior.

A part ir de nossos levanta-mentos, podemos concluir queas perspectivas de investimentospara o estado são bastante favo-ráveis até 2007. A maior diversi-f icação dos investimentos nossetores da indústria de transfor-mação, com volumes significati-vos destinados à siderurgia, àquímica e à petroquímica, aliadaao maior volume de investimen-tos voltados para projetos de im-plantação, indica um novo ciclode investimentos no estado. Ovolume de recursos alocados naindústria naval e offshore conso-lida o processo de revital izaçãodo setor, com efeitos importan-tes sobre a geração de emprego,por se tratar de uma indústria in-tensiva em trabalho. Além disso,a Ba i xada F l um inense su rgecomo o novo pólo do estado deatração de investimentos, repre-sentando, dessa forma, umaoportunidade concreta de impul-sionar os índices de crescimentoeconômico do estado.

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Pólo Gás-QuímicoRio de Janeiro

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Os pequenos municípiosinterioranos e o desenvolvimento

do Rio de JaneiroPor René de Carvalho e Karina Kato

economia fluminense tem apresentado, nos últimos dez anos, uma evo-lução extremamente positiva. A produção estadual voltou a crescer ataxas elevadas, rompendo uma longa trajetória de estagnação, e o acen-tuado desenvolvimento de algumas regiões interioranas permite pensar

na redução da macrocefalia metropolitana que tem caracterizado estruturalmente aeconomia estadual.

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Esses movimentos, ainda re-centes, encontram-se em proces-so de consolidação. O crescimen-to da indústria estadual permanececentrado na indústria extrativa mi-neral, não tendo ainda se difundi-do ao conjunto da produção indus-trial. E, em termos espaciais, o di-namismo econômico permanececentrado no entorno metropolita-no e nas regiões do Médio Paraíbae Bacia de Campos.

A finalidade deste artigo é bus-car contribuir para o debate sobreas políticas e mecanismos voltadospara o processo de revitalizaçãoeconômica do Interior de estado.Sua principal proposição é de queo melhor conhecimento do interi-or do estado, de sua diversidade ede suas principais dinâmicas é umacondição indispensável para o aper-feiçoamento das ações e políticasvoltadas à desconcentração daeconomia estadual.

O artigo se compõe de trêspartes. Na primeira é feita uma ca-racterização do interior do estado,colocando em evidência a impor-tância dos municípios de pequenadensidade demográfica. Discutem-se, a seguir, as características des-ses municípios e o papel que po-dem desempenhar no desenvolvi-mento do Interior fluminense. Oartigo termina fazendo sugestõesde políticas voltadas à consolida-ção da interiorização do desenvol-vimento.

O Interior do Rio de Janeiro:um espaço heterogêneo

O Interior do estado é freqüen-temente visto como um espaçohomogêneo. Trata-se, no entanto,de um espaço diferenciado e atra-vessado por dinâmicas econômi-cas e sociais contrastadas, que al-ternam estagnação e dinamismo.

Essa diversidade solicita políticas einstrumentos de apoio ao desenvol-vimento diferenciados, adaptadas asuas diversas características.

Buscaremos apreender as dife-rentes dinâmicas que atravessam o in-terior do estado a partir de dois gran-des eixos: i) a articulação das diferen-tes regiões interioranas à capital e aoseixos de comunicação que cortam oestado, e ii) as características diferen-ciadas de sua rede urbana.

As regiões que compõem o in-terior fluminense se articulam deforma diferenciada à região metro-politana e aos principais eixos de co-municação que cortam o estado. Aproximidade da capital e a articula-ção aos eixos rodoviários caracteri-zam os pólos de dinamismo eco-nômico e as principais manchas decrescimento demográfico que reor-ganizam hoje o espaço interiorano.

Da mesma forma, como pode-mos ver no mapa 1, os espaçosinterioranos mais distantes da capi-tal e não articulados por esses ei-xos constituem as principais áreasde estagnação e baixo dinamismodo estado.

As características da rede urba-na constituem um segundo fatordeterminante de diferenciação doespaço interiorano. O Interiorfluminense como a combinação deuma rede pouco densa e articuladade cidades médias e de uma massade municípios caracterizados porsua pequena população e baixadensidade demográfica.

A rede de cidades médias1 dointerior fluminense é composta pordez núcleos urbanos que apresen-tam população e densidade demo-gráfica significativamente inferior aosdas cidades médias da região me-tropolitana (CIDE, 2005). A rede

urbana interiorana apresenta, tambémbaixa densidade e, sobretudo, nãoarticula integralmente seu território.

Algumas regiões interioranas, oCentro sul e o Noroeste, em par-ticular, e parte substancial da regiãocentro-norte, não possuem cidadesmédias, mas apenas centros urba-nos menos expressivos. Elas se ar-ticulam assim de forma mais limita-da à rede urbana estadual.

A dimensão urbana do de-senvolvimento do interior.

O desenvolvimento regionalpossui uma incontornável dimen-são urbana. Esta decorre essenci-almente da capacidade dos centrosurbanos de atrair e desenvolver ati-vidades econômicas complexas ediversificadas, capazes de imprimi-rem dinâmicas auto-sustentadas decrescimento. Á medida em que asatividades econômicas se intensifi-cam vão se criando economias deaglomeração e outras externalida-des positivas que ampliam a eficiên-cia das atividades localizadas nesseespaço. Daí decorre, também, suacapacidade de dinamizar seu entor-no econômico, através da oferta deserviços de apoio e do exercíciode sua demanda efetiva.

A evolução recente da econo-mia brasileira reforça essa obser-vação. A expansão e o dinamismoda moderna fronteira agrícola –apesar de sua dimensão social for-temente excludente – desempe-nhou um papel estratégico no re-forço e adensamento da rede ur-bana da região centro-sul (Cam-polina, 2002). Num segundo mo-mento, muitos dos novos núcleosurbanos dinâmicos criados nesseprocesso desenvolveram trajetóri-as industriais dinâmicas.

A densidade econômica dos nú-cleos urbanos guarda uma forte re-

1 Núcleos urbanos com mais de cem milhabitantes.

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lação com o dinamismo de seu en-torno econômico. Não é impossí-vel encontrar núcleos urbanos di-nâmicos cercados por espaços es-tagnados. Mas a tendência domi-nante é que o dinamismo econô-mico do entorno urbano desem-penhe um papel estratégico para osucesso das atividades urbanas.Entornos econômicos de subsis-tência ou pouco dinâmicos dificul-tam significativamente o processode construção de externalidades eeconomias de aglomeração, e deinstituições públicas e societárias.

O grau de centralidade dos ser-viços sediados no núcleo urbano,o grau de diversificação da ativida-de econômica, a possibilidade dedesenvolver atividades mais com-plexas, bem como a competitivida-de e o potencial de expansão demuitas atividades guardam uma for-te relação com a dinâmica produti-va e a capacidade de compra dohinterland urbano.

Os municípios de baixa den-sidade demográfica no Riode Janeiro.

Se as reflexões acima estãocorretas, os municípios de baixadensidade demográfica desempe-nham um papel importante nas es-tratégias de desenvolvimento dointerior. A dinamização desses ter-ritórios é, muitas vezes, uma con-dição necessária ao fortalecimentodos centros urbanos interioranose à busca de um desenvolvimentoespacialmente mais equilibrado.

Os municípios de baixa densi-dade demográfica (menos de 50habitantes por quilometro quadra-do) são extremamente numerosose constituem a base da estrutura ur-bana de várias regiões interioranasdo estado. Mais da metade (53%)dos 72 municípios que compõe o

Interior fluminense é constituídapor municípios com baixa densida-de demográfica (CIDE, 2005).

Sua importância numérica e suaconcentração no espaço interio-rano justificariam por si só a impor-tância de políticas adaptadas às pos-sibilidades e potencialidades dessesmunicípios.

Os municípios de baixa densi-dade demográfica situam-se, entre-tanto, entre os que apresentam osp iores ind icadores soc ia i s doestado. Eles constituem a maioria(26 em 40) dos municípios queapresentam elevado índice de ca-rências do estado (CIDE, 2004).São também largamente majori-tários entre os municípios de bai-xo índice de qualidade municipal(25 em 30).

Esses indicadores refletem, emprimeiro lugar, as importantes ca-rências de infra-estrutura básica esocial desses municípios, que re-sultam de um longo processo demarginalização. Refletem, também,níveis de renda per capita relativa-mente baixos.

Apesar disso, entretanto, seriaincorreto pensar os municípios debaixa densidade demográfica comoespaços despossuídos de dinâmi-cas próprias, cujo desenvolvimen-to dependeria exclusivamente dodinamismo dos pólos urbanos aosquais eles estão ligados. Muitosdesses municípios têm demonstra-do um elevado potencial de cresci-mento.

A análise da evolução demo-gráfica e econômica desses muni-cípios indica que, apesar da exis-tência de bolsões de estagnação edeclínio demográfico, a maioria de-les segue uma evolução próxima àmédia do estado.

A maioria dos municípios demenor densidade demográfica

(60%) vem apresentando taxas decrescimento demográfico próximasà média estadual. Uma parcela dosmesmos (30%) atingiu inclusivetaxas de crescimento demográficoacima da média estadual.

Os municípios de pouca densi-dade também não constituem ape-nas uma mancha homogênea es-tagnada. Tampouco se trata de ter-ritórios exclusivamente voltados aatividades tradicionais em crise ouatividades rurais de caráter difusoou de subsistência.

Muitos desses municípios apre-sentam um tecido econômico rela-tivamente variado e taxas de cres-cimento relativamente elevadas.Apenas um terço deles tem umaeconomia essencialmente centradanas atividades agrícolas. Outrostêm seu dinamismo centrado ematividades turísticas. Mas a maioriadesses municípios apresenta umaeconomia relativamente diver-sificada. Em metade desses muni-cípios o produto industrial (princi-palmente agroindústria) alcança va-lores superiores a 25% do PIBmunicipal.

Conclusão.Os municípios de baixa densi-

dade demográfica são numerososno Interior do estado e amplamen-te majoritários em várias de suasregiões. Pensar o desenvolvimentodesses municípios é, assim, umacondição necessária da dinamizaçãoeconômica do interior do estado. Oescopo do presente artigo não per-mite mais do que algumas sugestões.

Políticas de apoio ao desenvol-vimento apropriadas a esses muni-cípios necessitam, como vimos, es-tar diretamente voltadas para suaspotencialidades e fragilidades. Aanálise dos indicadores sócio-eco-nômicos mostra que a realização

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René de Carvalho é Professor doIE- UFRJKarina Kato é Economista pela UFRJ eMestranda do CPDA.

Municípios DE BAIXA DENSIDADE DEMOGRÁFICAdo interior fluminense segundo seu comportamento

demográfico na última década

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Censos Demográficos

Evolu-ção

Classifi-cação

Regiões de Governoe municípios

Estado

Bom Jesus do ItabapoanaCambuciItalvaItaocaraLaje do MuriaéNatividadePorciúnculaSanto Antônio de PáduaSão José de UbáVarre-SaiCarapebusCardoso MoreiraConceição de MacabuQuissamãSão FidélisS. Franc. de ItabapoanaSão João da BarraBom JardimCantagaloCarmoDuas BarrasMacucoSanta Maria MadalenaSão Sebastião do AltoSumidouroTrajano de MoraisCachoeiras de MacacuCasimiro de AbreuSilva JardimPiraíQuatisRio ClaroRio das FloresComen. Levy GasparianMiguel PereiraParaíba do SulPaty do AlferesSapucaiaVassourasParati

1991

12 807 706

29 87314 95412 76422 933

7 46414 64214 56133 291

6 0577 1237 238

12 81916 96310 46734 58138 71420 84720 63019 67214 509

9 8754 460

10 8508 108

12 97710 64040 20815 65018 14120 297

8 79813 665

6 4517 059

19 44633 92221 09515 42928 64923 928

2000

14 367083

33 63214 61712 61222 9997 897

15 11915 94138 6936 4247 8518 651

12 57918 70613 66836 77441 04627 50322 63419 80915 28810 3104 879

10 3368 400

14 16810 03048 46022 05221 23922 07910 69916 2327 6157 922

23 88937 37625 56517 14731 40229 521

12%

13%-2%-1%0%6%3%9%

16%6%

10%20%-2%10%31%

6%6%

32%10%

1%5%4%9%

-5%4%9%

-6%21%41%17%

9%22%19%18%12%23%10%21%11%10%23%

LetárgicoEsvaenteEsvaenteEsvaenteEsvaenteEsvaenteLetárgicoAtraenteEsvaenteLetárgicoAtraenteEsvaenteLetárgicoAtraenteEsvaenteEsvaenteAtraenteLetárgicoEsvaenteEsvaenteEsvaenteLetárgicoEsvaenteEsvaenteLetárgicoEsvaenteAtraenteAtraenteAtraenteLetárgicoAtraenteAtraenteAtraenteLetárgicoAtraenteLetárgicoAtraenteLetárgicoLetárgicoAtraente

de investimentos sistemáticos emcomunicação, saneamento, saúdee particularmente em educação ecapacitação são uma ação indispen-sável a seu desenvolvimento.

Elas necessitam, também, de umhorizonte de apoio temporalmentemais longo, que reduza incertezas epermita a mobilização dos recursose potencialidades locais e a capa-citação dos atores. O porte reduzi-do desses municípios solicita, tam-bém, o reforço de novas institucio-nalidades, voltadas em particular paraa exploração das complementari-dades entre municípios.

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Participação dos municípios de baixa densidadedemográfica no PIB estadual e decomposição setorial

dos mesmos

Municípios com participação irrisória (menor que 0,029%):

Regiões de Gov.e municípios

Laje do MuriaéDuas BarrasRio das Flores

Participaçãono Estado

0.02%0.02%

0.02%

Primário

49%51%

47%

Secundário

14%14%12%

Terciário

37%35%41%

Municípios que apresentam base puramente agropecuária eaqueles que possuem base agropecuária mas tambémapresentam serviços desenvolvidos. São considerados

essencialmente agrícolas:

Regiões de Gov.e municípios

S. Maria MadalenaS. Sebastião do AltoSumidouroSilva JardimCambuciNatividadeTrajano de MoraisPorciúnculaBom JardimRio Claro

Participaçãono Estado

0.04%0.03%0.04%0.05%0.06%0.07%0.03%0.03%0.07%0.04%

Primário

50%56%62%50%49%35%41%32%32%32%

Secundário

10%6%5%

15%9%

14%13%14%22%24%

Terciário

40%38%33%35%42%51%46%54%46%43%

Municípios que apresentam como setor predominante, o secundário:

Regiões de Gov.e municípiosConceição de MacabuCantagaloPiraíSão João da BarraCarmoCasimiro de Abreu

Participaçãono Estado

0.1%0.2%0.2%0.2%0.1%

0.11%

Primário14%12%4%31%22%12%

Secundário50%62%69%35%39%37%

Terciário37%26%26%34%39%51%

Municípios com a participação mais semelhante dos três setores:

Regiões de Gov.e municípiosS.to Antônio de PáduaSapucaiaVassourasItaocaraSão FidélisParaíba do Sul

Participaçãono Estado

0.13%0.06%0.16%0.07%0.12%

0.10%

Primário23%28%27%29%28%17%

Secundário23%24%22%25%26%29%

Terciário54%48%51%46%45%54%

Fonte: Fundação CIDE - Anuário Estaístico 2003

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Classificação dos municípios segundoo Índice de Qualidade dos Municípios da Fundação CIDE

Estados e Municípios

Fonte: Fundação CIDE

Rio de JaneiroNiterói

ResendeMacaé

Volta RedondaPetrópolis

Casimiro de AbreuTrês Rios

Miguel PereiraCampos dos Goytacazes

ItatiaiaCabo Frio

Barra MansaSanto Antônio de Pádua

TeresópolisItaguaí

Angra dos ReisPiraí

Duque de CaxiasRio das Ostras

AraruamaBom Jesus do Itabapoana

Nova IguaçuVassouras

Nova FriburgoValença

MiracemaMangaratibaBarra do Piraí

Armação dos BúziosMendes

Iguaba GrandeRio BonitoItaperunaNilópolis

São GonçaloParacambiQueimados

Rio das FloresCom. Levy Gasparian

ItaocaraSão João de Meriti

Porto RealBelford Roxo

Aperibé

0,6940,57010,46860,4530,42840,42280,3950,37470,36950,36260,360,35590,34840,34390,33620,33570,33290,32950,32090,31870,30350,30250,29550,29070,28030,27910,27890,27770,27760,27040,26360,25390,25250,24340,23810,2320,22950,22930,22410,22310,2220,21630,2150,2147

IQM1 46

474849505152535455565758596061626364656667686970717273747576777879808182838485868788899091

PinheiralArraial do CaboParaíba do Sul

CordeiroMagéAreal

MaricáQuissamãCantagalo

São Pedro da AldeiaPorciúncula

Engenheiro Paulo de FrontinConceição de Macabu

GuapimirimSaquaremaRio ClaroItaboraíParatiCarmo

NatividadeCambuciQuatisItalva

MacucoSão João da Barra

São FidélisSapucaia

SeropédicaCarapebus

Cachoeiras de MacacuPaty do Alferes

Bom JardimLaje do Muriaé

Silva JardimJaperi

Cardoso MoreiraDuas Barras

São José do Vale do Rio Preto Tanguá

Trajano de MoraisSanta Maria Madalena

Varre-SaiSão Sebastião do Alto

São José de UbáSumidouro

São Francisco de Itabapoana

Estados e Municípios

0,21030,21010,20990,20840,2070,20430,19760,19210,1890,18860,1880,18270,18240,17680,17480,17260,17140,16910,16690,16670,16560,16190,16060,15990,15450,15370,15290,15010,14740,1390,13680,12390,10880,10520,10510,09420,08560,07970,07320,06990,06930,05880,04530,02560,01460

IQM

123456789

101112131415161718192021222324252627282930313233343536373839404142434445

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inen

se Indicadores Econômicos

Industriais

Índices de Preços

Comércio

Transporte e de Comunicações

Finanças Públicas

Nível de Emprego Formal

1999 - 2005

Por Ana Cristina Andrade, Armando de Souza Filho,

Henrique Gurvitz

e Seráfita Azeredo Ávila

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sePor Henrique Gurvitz

Estado da economia fluminenseEstado da economia fluminenseEstado da economia fluminenseEstado da economia fluminenseEstado da economia fluminenseno primeiro semestre de 2005no primeiro semestre de 2005no primeiro semestre de 2005no primeiro semestre de 2005no primeiro semestre de 2005

Comparativamente ao 1º semestre de 2004, a economia fluminense cres-ceu a uma taxa de 2,4%. Por outro lado, considerando a variação nomi-nal, no 1º semestre, do PIB nacional dividida pela variação real no mes-mo período, como uma estimativa do deflator implícito do PIB nacional

e utilizando este valor como estimativa do deflator implícito do PIB fluminense,podemos estimar que o mesmo, em 2005, alcançará o valor de R$ 276.666.000.Os setores da atividade econômica que mais se destacaram no período foram:Produtos de Minerais não Metálicos (34,4%) e têxteis (24,3%). Porém, se abordar-mos a questão sob a ótica da contribuição para o crescimento, os destaques são:extração de Petróleo (12%) e Indústria Automobilística (3%).

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5.721

5.968

6.886

6.660578529578573566511561572545570532545

6.779549514570554530544592581569602551623

622549

-11,7

6,810,1

757.180

732.935

719.652

715,11362.10259.47056.66763.37857.67360.24460.40458.36058.43459.93158.54959.922

639.96559.21257.21259.18560.45957.02059.18957.42958.47241.76342.24342.94744.833

4,4

-25,2-10,5

31.734

28.127

26.819

25.8712.3962.4082.3942.1282.1482.0441.9322.0041.9262.1152.1062.270

25.4232.2142.2412.1892.2062.1151.9471.9991.9622.0602.1082.1362.246

5,2

-1,1-1,7

82,66

87,35

100,00

100,31

96,6697,3790,4698,2694,0292,0693,91

100,1399,4398,35

101,2493,73

101,01

101,38

90,40103,50111,62118,26114,97118,11

2,718,013,8

3.642

3.550

3.447

3.020254253229243257241270243266269247248

3.093256215274238255279249281280249266249

244233

-4,5

8,41,2

101,06

98,07

100,00

98,6890,4993,4495,6299,7299,36

100,06101,8799,33

103,05107,3098,8595,01

102,3991,1492,23

103,6599,06

106,39106,61103,89107,75106,65108,03103,5999,74

96,0088,40

-7,9

-4,20,6

6.484

5.484

6.459

6.836560500567566576562573613560585581594

7.398620560587592619623636646630654627606

512573

11,9

2,4-8,0

57.037

60.489

69.683

70.9466.0835.6396.1195.9826.0095.2966.0366.1955.8975.9915.7525.946

70.4565.9285.5256.0355.6735.6555.7286.0866.0485.9676.1025.6546.055

6.0775.474

-9,9

-0,90,9

1.636.554

2.076.206

2.714.238

2.623,460237.678203.884216,037220.217207.611223.411213.155221.581209.058210.364221.005239.459

3.185.240243.530238.626261.677271.026251.729246.320263.823279.930299.231296.716260.628272.003

284.220244.753

-13,9

2,69,7

87,62

89,00

100,00

98,89

101,3892,2591,91

102,6998,16

103,85104,35103,22106,28105,18106,83101,84

99,96

96,6388,37

104,38103,27105,40102,76101,55

-1,2

-1,60,9

Índice da produção física (2) (r)

(Base : média de 2002=100)Produtos selecionados

Consumoaparente

de cimento (mil t)

Consumode energia

elétrica(Gwh) r

Consumode gás

encanado(mil m3)

Consumo

de água

(mil m3)

Indústria extrativa mineral e de transformação ConstruçãoCivil (r)

Serviços industriaisde utilidade pública

IndústriaGeral

(ponderaçãoIBGE)

Extrativa

Mineral

Indústria de

Transformação

Aço bruto

(mil t)

Petróleo

(mil m3) (3)

Gás natural

(106 m3) (4)

Indústria Geral(ponderação

matriz insumoproduto CIDE)

131,95

141,42

156,26

149,12

102,3991,1492,23

103,6599,06

106,39106,61103,89107,75106,65108,03103,59

99,74

95,6187,93

104,58101,46102,62100,13

97,98

-2,1

-5,7-1,8

2000

2001

2002

2003

2004JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOut

NovDez

2005JanFevMar

AbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

Variações(%)

No mêsNo mês/mês do ano ant.Acumulada

Período

Fontes: IBGE/DPE/Departamento de Indústria, IBS e Petrobrás, ANP - Boletim Mensal de Produção submetido a ANP , Sind.Nac. Indústria de Cimento, LIGHT, AMPLA, CENF, CEG-Rio e CEDAE.

Indicadores IndustriaisEstado do Rio de Janeiro - 2000-2005 Tabela 11111

Notas:

(1) Quando se tratar de índices os valores anuais são médios.(2) Dados sujeitos a retificações(3) Petróleo: óleo e condensado. Não inclui LGN (GLP e C5+).(4) O valor total da produção inclui os volumes de rejeição, queimas e perdas, econsumo próprio de gás natural.(r) dados retificados

Variações percentuais

No mês = mês de referência/mês anteriorNo mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anteriorAcumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior

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Fontes: FGV - Fundação Getúlio Vargas e IBGE

(1) Média anual(2) Base agost, 94=100 (3) Base dez, 93=100

1998 (1)

1999 (1)

2000

2001

2002

2003JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2004JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2005JanFev

Variações (%)No mês

12 mesesNo ano

Período

Índices de PreçosBrasil e Estado do Rio de Janeiro - 1998 - 2005

146,330

162,894

185,325

204,528

232,149

285,074276,578280,984285,640286,815284,900282,913282,349284,105287,081288,337289,718291,462

311,876293,793296,976299,746303,184307,616311,576315,113319,244320,788322,492325,148326,833

327,915329,241

0,4010,860,74

165,901

173,025

188,371

201,616

222,278

260,548238,431240,557258,055260,234260,725261,327261,468268,609268,882269,237269,484269,571

290,839270,778272,368286,398287,898289,725290,536292,936295,975297,907299,900302,242303,404

304,984305,700

0,2312,240,76

191,505

198,404

214,524

230,743

257,497

297,123261,547261,547296,653296,653296,653296,653296,653311,824311,824311,824311,824311,824

335,986311,824311,824340,818340,818340,818340,818340,818340,818340,818340,818340,818340,818

340,818340,818

0,009,300,00

145,189

152,960

168,249

179,572

195,667

232,860220,800224,504228,867232,663233,518234,567234,812235,965236,440237,059237,489237,640

256,721239,744242,514245,383247,986251,178252,591256,772262,066265,432268,904272,984275,099

277,761279,009

0,4515,051,42

170,786

180,204

194,529

208,012

225,096

258,386248,276252,447255,081258,092259,119258,759259,037258,902260,886261,065263,788265,179

274,794268,424268,835269,597270,256272,157273,968275,523278,921278,848279,136279,730282,130

284,927286,336

0,496,511,49

1.461,158

1.538,749

1.657,334

1.788,856

1.956,060

2.258,3372.158,4942.196,0522.218,8912.249,0672.265,0362.264,3562.264,8092.276,3602.285,0102.289,5802.309,7302.322,660

2.405,7932.342,6402.357,4002.359,9902.361,4102.372,0302.387,2102.409,6502.435,9202.444,9302.451,0402.463,3002.483,990

2.502,8702.515,380

0,506,701,26

Índices de preços

Índice Geral dePreços

disponibilidadeinterna

BR Base: ago 94=100

Índice do custo da construção - RJBase: ago, 94 =100

Preços aoConsumidor

Média Mão-de-Obra

Materiais deConstrução

IPC Total(2) IPCA Total(3)

Tabela 22222

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Indicadores do ComércioEstado do Rio de Janeiro - 1999 - 2005

Índice dereceita nominal

de vendasno varejo RJ

Arrecadaçãodo ICMS docomérciovarejista

Comercialização dehortigranjeiros cereaise pescado na CEASA

Gr. Rio

Arrecadação doICMS do comércio

atacadista

Exportações Importações Constituição Extinção

74,85

80,23

84,26

91,38

100,7690,9092,8492,9294,6097,7194,1899,6798,0295,94

102,28104,53145,54

110,77100,5595,00

102,04101,40109,71103,81109,79110,70105,24113,26111,16166,52

107,78100,74

-6,5

6,06,6

Tabela 33333Comércio Varejista (r) Comércio Atacadista Comércio Exterior Registro de empresas

na Junta Comercial

(Base fixa 2003=100) Em mil reais (Em mil t) (r) Em mil reais (FOB - 1000 US$) (Em unidades)

Índice devolume devendas novarejo RJ

...

108,35

107,04

107,38

100,0093,7894,6092,4592,6395,7792,7299,0296,9794,68

100,74102,97143,69

106,8499,0593,48

101,20100,86108,00101,26105,89105,31100,11107,37104,72154,85

100,3493,74

-6,6

0,30,8

Fontes: IBGE/Diretoria de Pesquisa/Departamento de Comércio e Serviços, CEASA - Central de Abastecimento, SECEX - Secretaria de Comércio Exterior, JUCERJA - Junta Comercial do

Estado do Rio de Janeiro e SEF - Secretaria de Estado de Fazenda e Controle e tratar de índices os valores anuais são médios. De 1998 A 1999 O IBGE divulgava dados do faturamentodo comercio varejista com base fixa = 100, a partir de 2000 os novos indices passaram a ser o Indice Nominal de Vendas do Varejo e Índice de Volume de Vendas do Varejo.

Este último resulta do deflacionamento dos valores nominais correntes por índices de preços para cada grupo de atividade com base fixa 2000= 100.(r) Dados retificados

1999 (1)

2000

2001

2002

2003JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2004JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2005JanFev

Variações(%)No mês

No mês/mês

do anoanterior

Acumulada

Período

681.546

781.566

818.907

888.867

830.901110.841

64.86868.30559.01762.40968.85867.78969.03368.55963.56559.27268.383

941.650122.387

70.76466.80568.60670.78983.63277.48581.84777.51770.37478.43473.010

146.90890.011

-38,7

27,222,7

1.763

1.850

1.743

1.729

1.756140136137150149141151142146154141169

1.697134121150144137136145134141138146172

136123

-9,8

1,41,7

758.007

980.093

1.017.861

1.171.947

1.755.834148.907139.247144.292144.965143.035140.622156.191147.726142.324143.781151.090153.652

2.267.427165.978143.043137.361183.112183.763193.369242.947246.566185.016197.304196.737192.230

197.908151.053

-23,7

5,612,9

1.640.554

1.842.119

2.403.626

3.655.835

4.844.113257.568384.796483.754342.167336.551349.198417.626304.912501.345567.142427.538471.516

7.025.172399.593390.971491.171351.307550.774543.269491.448677.774401.117

1.094.302603.045

1.030.401

507.743458.317

-9,7

17,222,2

4.357.485

4.766.431

5.306.465

5.346.947

4.896.005387.991436.531306.238408.677351.560351.072400.926316.197470.322698.428370.032398.031

6.321.265391.623353.320489.440386.238576.524607.160536.288605.154535.935672.377591.048576.158

574.153544.627

-5,1

54,150,2

29.000

27.286

29.797

27.530

30.1351.7601.8091.6901.9472.2824.2526.7932.2252.5902.5212.266

25.2761.8241.5632.1591.7522.1602.3042.3862.3932.0082.2992.2852.143

1.9211.702

-11,4

8,97,0

3.617

5.560

5.480

7.972

6.499586440435463535774

1.171335514614632

7.158645409557439521600649646561582584965

535433

-19,1

5,9-8,2

60

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1999 (1) (9)

2000 (1)

2001 (1)

2002 (1)

2003JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2004JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2005JanFevMar

Variações (%)No mês

No mês/mêsdo ano anterior

Acumulada

Indicadores de Transporte e de ComunicaçõesEstado do Rio de Janeiro - 1999-2005

67.528

80.862

80.236

87.682

95.1356.8806.6056.4267.1888.2898.1718.9808.4778.7799.1028.1128.126

94.9877.1986.4108.2467.3477.9338.2198.4328.8688.3968.0167.8168.106

3,7

-0,2-0,2

106.890

113.021

109.918

110.841

113.3808.6128.8839.2118.9359.7559.2919.9459.547

10.12210.3639.1829.535

120.4058.3728.192

10.9549.354

10.26610.20510.24310.76110.49710.25110.43410.876

9.4349.191

26,7

6,310,0

21.718

22.173

17.796

18.867

18.0931.6801.5661.4941.5631.6551.4921.5081.3471.3931.5571.3931.445

1.4871.3601.5401.3471.3951.3641.4311.3761.448

5,3

3,9-7,0

1.118.603

1.036.665

968.693

910.650

826.39470.41570.11667.98967.85771.34668.46571.68768.73259.82472.98266.03970.941

63.96460.19470.38263.93466.37765.28563.60664.39860.448

-6,1

1,0-6,1

10.082

10.605

11.268

11.239

10.372901840897923810791908873828883850

8701

11.247910873903907893866

1.029990923982966

1.006

1.063933

1.034

4,1

15,68,4

2.102.186

2.047.149

2.216.106

2.340.398

2.188.102178.065181.664169.484180.620188.491176.433190.519180.897187.257192.413172.038190.222

2.117.129172.566160.272186.336177.259169.593175.415177.615181.779177.612173.579174.975190.129

159.199149.045

-6,4

-0,7-7,4

9.052

9.627

11.107

13.313

12.9581.0651.1091.0721.0851.0611.0631.0541.0761.0571.0881.1631.065

12.814984

1.001993

1.0931.0791.0691.0711.0961.0581.1541.0961.120

2,2

5,2-1,1

Tabela 44444Transporte

Marítimo (2)Transporte

Ferroviário(3)Transporte

Urbano

CargaTransporta-

da(mil t)

Passageiros Transportados(r) PassageirosTransportados

(mil)

Consumo deÓleo diesel

(1) (m3)

PulsosTelefônicosRegistrados

(milhões)

TransporteAéreo (r)

Total (mil) Trens sub.(mil) (4)

Metrô(mil) (5)

Barcas(mil) (6)

Ônibus Mun.RJ (mil)

TransporteRodoviário

Comunicações

Total Exportada Importada

39.049

45.850

50.881

38.452

4.1353.6023.8822.7223.9053.7823.5563.0292.763

-8,8

-24,53,3

17.816

23.478

25.782

18.211

2.3452.2951.9391.9252.3402.3812.1692.1412.072

-3,3

77,339,8

21.233

22.372

25.099

20.241

1.7901.3071.944

7971.5641.4011.386

888692

-22,1

-72,2-28,0

30.889

55.713

56.164

64.005

67.1144.7354.4735.3635.3785.7555.7715.9556.1816.1875.8065.6155.895

76.7676.1855.7275.3886.0356.6066.3376.7276.6206.4966.9026.8066.937

6.5076.0787.009

15,3

30,113,3

1.314.739

1.252.720

1.176.644

1.128.041

1.053.00287.58787.17185.11985.54291.04587.41992.12188.10380.11994.00384.72790.046

81.02076.15591.12181.98385.97185.07383.71285.40380.789

-5,4

0,8-4,2

CargaTransportada

(mil TU)Período

Fontes: ANP - Boletim Mensal de Produção submetido a ANP em 30/07/04, INFRAERO, Companhia Docas, MRS Logística S A, RFFSA - Rede Ferroviária Federal S.A, FerroviaCentro Atlântica - FCA, SUPERVIA, FLUMITRENS, Opportrans, Barcas S.A, SMTU e TELEMARNotas:(1) Total anual; (2) Abrangência: Portos de Sepetiba, Forno, Niterói, Angra dos Reis e Rio de Janeiro. Em 1999 o Porto de Forno foi municipalizado. Dados de 2003 preliminares.(3) Abrangência: Movimentação de Cargas com origem e destino no Estado do Rio de Janeiro. Em 2000 e 2001 a FCA mostra movimentação só na origem.Até setembro de 1989 os dados eram enviados pela RFFSA, a partir de 2000 os dados são enviados pela MRS e FCA.(4) Abrangência: Ramais - Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo, Gramacho e Vila Inhomirim.(5) Abrangência: Município do Rio de Janeiro(6) Abrangência: Linhas Rio-Niterói, Rio-Paquetá, Rio-Ribeira, Mangaratiba-Abraão e Abraão-Angra(7) Inclui o consumo próprio das cias distribuidoras.(8) Total de passageiros, embarcados e desembarcados, nos aeroportos do Rio de Janeiro administrados pela INFRAERO.(9) A partir de 2003 são apresentados apenas os dados da MRS Logística S.A.(r) dados retificados

61

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de E

cono

mia

Flu

min

ense

(R$ 1.000)

Fontes: Secretaria do Tesouro Nacional - STN e Secretaria de Estado da Receita

Variações percentuaisNo mês = mês de referência/mês anteriorNo mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anteriorAcumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior

(1) Valores apurados com base na data do recolhimento e não na do repasse financeiro.(2) Deduzidos 15% para o FUNDEF.(3) Inclui recursos do FPM/FPE/IPI-EXP./LC87/96, Complementação da União e ICMS.Valores do Estado eMunicípios.

ICMS (1) FPM (2) FPE (2) IPI-EXP (2)

7.191.172

8.080.318

9.252.080

10.273.461

11.105.389989.794943.776986.853929.797997.914831.388915.427900.802884.692883.124919.405922.417

12.867.9001.630.876

951.250884.560953.221947.739

1.045.5811.082.571

1.101.102 1.035.183 1.009.312 1.075.3481.151.157

1.287.8781.080.412

-16,1

13,6-8,3

354.582

387.684

455.233

551.639

570.46751.17953.87946.69144.45562.35443.78936.71548.16641.79343.19348.10050.153

630.00155.16060.24048.75253.70262.54440.60142.22254.93047.56750.90450.74662.633

23,4

24,910,4

70.345

83.629

82.562

101.399

118.79310.58610.5179.740

10.8598.4029.3918.8759.4658.553

10.33010.64111.434

188.63012.69913.97212.99315.99015.65515.31516.42117.21616.50517.31017.11817.436

18.41515.680

-14,9

12,227,8

1.191.535

1.355.544

1.549.626

1.728.255

1.883.379169.596154.071160.204174.210159.828137.238160.725151.244150.725144.920148.172172.446

2.161.834240.453171.016163.953154.693163.795183.129170.675191.955157.785187.723182.831193.826

6,0

12,414,8

Período

Indicadores de Finanças PúblicasEstado do Rio de Janeiro - 1999-2005

Transferências

FUNDEF (3)

157.055

186.112

219.019

271.055

281.98025.27526.61423.08421.97930.82821.64918.15223.81320.66321.34823.78124.794

310.82027.21429.72024.05326.49530.85720.03120.83127.10023.46825.11425.03630.901

34.74530.415

-12,5

2,314,4

1999

2000

2001

2002

2003JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2004JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2005JanFev

Variações(%)No mês

No mês/mês do ano

anteriorAcumulada

Tabela 55555

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Flu

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ense

921.648

931.816

950.034

817.854

804.72579.37266.70367.71364.52171.80462.62470.54567.14561.64263.99860.90067.758

822.78572.24063.22378.94263.53664.87669.15469.28867.11064.98463.99667.92077.516

80.15368.635

-14,4

8,69,8

432.308

438.264

470.858

403.167

395.22837.26533.05633.91532.48535.66530.31135.47433.83530.17131.78428.47632.791

399.15333.65232.63540.21631.90430.80732.81633.33633.13331.57930.50031.80636.769

37.79133.573

-11,2

2,97,7

265.967

280.977

267.951

250.670

242.80520.67020.10416.37019.53119.40519.13820.23819.90120.41521.18724.44321.403

271.76220.71220.39522.67420.94821.93821.24522.50023.99922.01421.76327.88725.687

21.18119.907

-6,0

-2,40,0

90.998

98.323

99.500

84.800

77.9967.0226.8055.2176.6676.1477.5827.4966.9117.0917.0536.0683.937

83.0077.9016.6257.2636.685

7.7317.6069.1097.4945.9175.9145.5755.187

7.3545.372

-27,0

-18,9-12,4

956.801

1.034.868

1.009.454

890.500

863.16974.02076.19164.03471.68273.14972.01773.71274.67074.84175.17473.79559.884

930.43273.94271.15883.08077.98783.55378.00581.68484.14674.61272.32680.03569.904

78.85174.089

-6,0

4,15,4

136.492

142.095

122.181

106.982

100.8289.0548.1847.7347.9239.8609.5188.3568.7568.8778.9337.9175.716

113.631 8.6947.900

11.11311.56510.5499.8749.562

10.1899.8219.3068.6386.420

8.7128.349

-4,2

5,72,8

136.938

137.561

122.757

98.131

94.9168.5378.3317.9977.7598.4117.6208.4047.3437.5397.3038.2317.441

94.6468.1356.8998.6347.6387.7838.5497.8857.6006.7467.611

7.6729.494

9.2297.808

-15,4

13,213,3

96.444

91.521

96.025

86.213

78.2567.1765.7606.5685.7466.3005.8036.9697.3785.9626.8026.8186.974

83.6586.3515.7706.9195.8816.6496.5427.6886.8927.0127.3119.2287.415

6.3076.053

-4,0

4,92,0

246.029

252.884

248.529

220.746

225.60025.58318.95418.63617.82720.51618.10719.06517.81917.00717.53715.66618.883

235.23023.37417.39322.49717.23919.05420.56819.46718.60818.75017.77918.41622.085

25.13720.440

-18,7

17,511,8

449.408

499.301

509.567

437.092

430.50136.59540.52634.00836.12735.99634.03336.78738.34437.72837.15234.69928.506

447.81935.81235.27741.29937.45439.20337.74539.31341.50836.11734.69837.19532.198

40.68639.575

-2,7

12,212,9

Total Indústria Construção Civil Comércio Serviços

DesligadoDesligadoAdmitido Admitido DesligadoAdmitido DesligadoAdmitido DesligadoAdmitido

Fontes: Ministério do Trabalho e Emprego.Notas: (r) Dados retificados(1) Média anual

Variações percentuaisNo mês = mês de referência/mês anteriorNo mês/mês do ano anterior = mês de referência/mesmo mês do ano anteriorAcumulada = janeiro até o mês de referência/igual período do ano anterior

Indicadores do Nível de Emprego FormalEstado do Rio de Janeiro - 1999 - 2005

1999 (1)

2000 (1)

2001

2002

2003JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2004JanFevMarAbrMaiJunJul

AgoSetOutNovDez

2005JanFev

Variações(%)No mês

No mês/mêsano. ant.

Acumulada

Período

Tabela 66666Outros

Admitido

9.929

11.586

11.865

9.597

10.725811602597704912783633770963572

1.7091.669

10.098728526676874583679912877897795798

1.753

1.689761

-54,9

44,795,4

13.936

14.172

10.255

10.956

11.039679572705

1.4341.7411.746

835758730849668322

14.213823961731

1.3354.1321.5351.200

956743645740412

918886

-3,5

-7,81,1

Desligado

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Colheita da cana de açúcar

Campo dos Goytacazes

Rio de Janeiro

Foto:

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