e Spermogram A

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As duas principais razões para a análise do sêmen são avaliações de casos de infertilidade e do estado pós vasectomia. Em medicina legal, pode ser necessário identificar um líquido para dizer se é seminal ou não. O sêmen é composto por quatro frações, provenientes de: a) glândulas bulbouretrais e uretrais, b) testículos e epidídimo, c) próstata e d) vesículas seminais. As frações diferem entre si em termos de composição; para que o sêmen seja normal, deve haver mistura delas durante a ejaculação. Os espermatozóides são produzidos nos testículos e amadurecem no epidídimo. São responsáveis por pequena parte do volume total do sêmen, enquanto a maior parte é fornecida pelas vesículas seminais na forma de um líquido viscoso que fornece frutose e outros nutrientes para manter os espermatozóides. Outra contribuição importante é a da próstata; consiste num líquido leitoso que contém fosfatase ácida e enzimas proteolíticas que agem sobre o líquido proveniente das vesículas seminais, provocando a coagulação e a liquefação do sêmen. Espermograma, espermocitotograma 1. PRINCÍPIO 1.1 Exame Físico Realizado para analisar o sêmen, observando os seguintes: 1.1.1 Abstinência sexual Para realizar o exame a pessoa deve estar de 3 a 5 dias. 1.1.2 Volume O normal é de 2,0 a 5,0 mL, isso pode variar com o tempo de abstinência. 1.1.3 Aspecto após liquefação O normal é homogêneo, mas pode variar em ligeiramente grumoso e grumoso (heterogêneo) que é conseqüência da liquefação incompleta, sendo que o normal seria que o sêmen estivesse liquefeito após 30 minutos. É característico, dando-se o nome de “sui generis”, mas que com o passar do tempo altera-se o cheiro devido a três aminas prolialifáticas, denominadas Espermina, Espermidina e Putrescina.

Transcript of e Spermogram A

As duas principais razes para a anlise do smen so avaliaes de casos de infertilidade e do estado ps vasectomia. Em medicina legal, pode ser necessrio identificar um lquido para dizer se seminal ou no.

O smen composto por quatro fraes, provenientes de: a) glndulas bulbouretrais e uretrais, b) testculos e epiddimo, c) prstata e d) vesculas seminais. As fraes diferem entre si em termos de composio; para que o smen seja normal, deve haver mistura delas durante a ejaculao.

Os espermatozides so produzidos nos testculos e amadurecem no epiddimo. So responsveis por pequena parte do volume total do smen, enquanto a maior parte fornecida pelas vesculas seminais na forma de um lquido viscoso que fornece frutose e outros nutrientes para manter os espermatozides. Outra contribuio importante a da prstata; consiste num lquido leitoso que contm fosfatase cida e enzimas proteolticas que agem sobre o lquido proveniente das vesculas seminais, provocando a coagulao e a liquefao do smen.

Espermograma, espermocitotograma 1. PRINCPIO

1.1 Exame Fsico

Realizado para analisar o smen, observando os seguintes:

1.1.1 Abstinncia sexual

Para realizar o exame a pessoa deve estar de 3 a 5 dias.

1.1.2 Volume O normal de 2,0 a 5,0 mL, isso pode variar com o tempo de abstinncia.

1.1.3 Aspecto aps liquefao

O normal homogneo, mas pode variar em ligeiramente grumoso e grumoso (heterogneo) que conseqncia da liquefao incompleta, sendo que o normal seria que o smen estivesse liquefeito aps 30 minutos.

caracterstico, dando-se o nome de sui generis, mas que com o passar do tempo altera-se o cheiro devido a trs aminas prolialifticas, denominadas Espermina, Espermidina e Putrescina.

O normal seria opalescente (branco opaco a cinza brilhante), mas pode variar em amarelo que indicativo de leucopermia e prospermia (inflamao da prstata); castanho que indica ictercia obstrutiva; incolor-claro que mostra a diminuio de SPTZ ou ausncia dos mesmos; esbranquiado, indicativo de grande quantidade de cristais ou aumento de SPTZ e avermelhado ou hemorrgico, que indica hematospermia ou eritrospermia.

1.1.6 Viscosidade

Depende da ao resultante dos fatores de coagulao e liquefao, onde o normal pode formar um fio de at 1,0 cm, mas pode tambm variar com viscosidade diminuda que dificulta o atrito dos SPTZ, diminuindo a movimentao e viscosidade aumentada que tambm dificuldade a movimentao dos SPTZ (viscosidade maior que 1,0 cm).

1.1.7 Reao pH

O normal alcalino com intervalo de 7,2 a 8,0, seu aumento indicativo de infeco no trato reprodutivo e sua diminuio e associada ao aumento do fluido prosttico, sendo que a vescula seminal contribui 70% com o pH alcalino e a prstata contribui com 30% do pH cido.

1.1.8 Coagulao

O normal se dissolve de 5 a 30 minutos, mas tambm pode ser ausente (sem a formao do coagulo) e persistente devido disfuno prosttica.

Pode ser completa, onde teve a dissoluo do coagulo; primria, onde teve ausncia do coagulo e incompleta, que ainda apresente restos de cogulos.

1.2 Exame Microscpico

Esse exame e feito para a contagem de espermatozides, leuccitos, diferencial de leuccitos e contagem de hemcias.

A contagem de espermatozides e realizada na Cmara de Neubauer, aps a diluio com soluo salina a 0,9%, essa diluio e essencial, pois imobilizam os espermatozides antes da contagem. Faz-se a contagem dos espermatozides e multiplica por 1 milho, o normal igual ou maior que 20 milhes de SPTZ/mL.

Depois da contagem de SPTZ, o nmero encontrado jogado no formula de

SPTZ/ejaculado, onde se multiplica o nmero de SPTZ contados pelo volume do ejaculado. O normal pode ser igual ou maior que 30 milhes de SPTZ/ejaculado.

A contagem de leuccitos tambm feita na Cmara de Neubauer, usando a mesma diluio da contagem de SPTZ, onde o nmero de leuccitos multiplicado por 50, e o valor normal menor ou igual a 1000 leuc/mm3. Depois feito o diferencial, fazendo um esfregado na lmina e contaram com o reagente de Leishman.

A contagem de hemcias tambm realizada na Cmara de Neubauer, multiplicandose o nmero encontrado por 50, onde o valor normal igual ou menor que 1000 hem/mm3.

1.3 Exame de Vitalidade Espermtica

Antes de avaliar a vitalidade espermtica, verificado a motilidade espermtica. A motilidade sofre influncia de vrios fatores, entre eles, a viscosidade, a temperatura e as radiaes eletromagnticas (raios-X, luz ultravioleta e a prpria luz visvel). Aps longos perodos de abstinncia (superior a 30 dias), h um aumento significativo de espermatozides imveis. A motilidade um fator necessrio para a fertilidade, porm, no suficiente para indicar capacidade de fertilizao.

A motilidade avaliada pela velocidade e pela direo, o normal seria de 50% mveis e 50% imveis. Dentre os mveis devem ser verificados os rpidos, lentos e in situ (se movem, mas no saem do lugar).

A vitalidade espermtica reflete na proporo de espermatozides que esto "vivos". O mtodo de escolha a tcnica de colorao Eosina/Negrosina, os espermatozides que esto mortos absorvem o corante, ento somente eles sero corados, podendo assim diferenciar os mortos dos vivos classificando como eosina negativos ou positivos.

1.4 Exame de Morfologia Espermtica

A presena de espermatozides morfologicamente incapazes de fertilizar, tambm resulta em infertilidade.

A morfologia espermtica avaliada em relao estrutura da cabea, gorjal, pea intermediria e cauda. Anormalidades na morfologia da cabea so associadas m penetrao no vulo, enquanto anormalidades no gorjal, na pea intermediria e na cauda afetam a motilidade.

O espermatozide normal possui uma cabea em forma oval, com cerca de 5m de comprimento e 3m de largura, e uma longa cauda flagelar com cerca de 45m de comprimento.

Os espermatozides anormais so classificados da seguinte forma: 1. Cabea: macrocfalo, microcfalo, piriforme (semelhante a uma pra), bicfalo (cabea dupla), tapering (em forma de fita ou fusiforme), pin head (semelhante a cabea de alfinete, minscula), acfalo (sem cabea) e microcfalo com cabea redonda e acrossomo ausente. 2. Pea intermediria: restos citoplasmticos (ectasias), angulao na insero caudacabea (pescocinho quebrado) e espermatozides unidos por pea intermediria. 3. Causa (flagelo): acaudais (ausncia de cauda), bicaudais, cauda espessa, cauda curta, cauda totalmente enrolada e cauda distalmente enrolada. 4. Anomalias no classificadas (SPTZ amorfos). Tambm so pesquisadas clulas da espermatognese.

1.5 Citologia Onctica Realizado para verificar a presena de clulas neoplsicas.

1.6 Exame Microbiolgico

A presena de mais de um milho de leuccitos por milmetro indica a presena de bactrias no smen (bacteriospermia) e um achado comum e pode ser relacionada com infeces. Os processos infecciosos genitais geralmente so assintomticos e afetam a atividade funcional dos rgos sexuais. Isso faz com que ocorra uma reduo na qualidade do smen, que consequentemente, causa infertilidade. Por isso, recomenda-se a investigao destes microorganismos na rotina do espermograma, que pode ser feita atravs de um simples exame bacterioscpico. Deve ser levado em considerao, que, os smens normais apresentam alguns cocos Gram- positivos e, s vezes, uma flora mista constituda por bactrias anaerbicas.

1.7 Pesquisa de Fungos, Parasitos e Cristais

Deve-se relatar a presena de cristais, parasitas e fungos visualizados no exame microscpico.

1.7.1 Pesquisa de fungos

A pesquisa de fungos para identificar alguma infeco e observada atravs de uma espermocultura para identificao dos micro-organismos e posterior fazer tratamento.

Conforme a intensidade da infeco pode ocorrer quadros obstrutivos que, dependendo dos locais afetados, podem provocar azoospermia (ausncia de espermatozides), oligozoospermia (diminuio do nmero de espermatozides) e hipospermia (diminuio do volume ejaculado).

1.7.2 Pesquisa de parasitos

A pesquisa parasitaria feita para identificao de alguma infeco por parasitas, dependendo do parasita feito o tratamento.

1.7.3 Pesquisa de cristais

A pesquisa parasitaria feita para identificao de alguma infeco por parasitas, dependendo do parasita feito o tratamento.

1.8 Exame Qumico

O lquido seminal tem como funo primordial de transportar os espermatozides ate o trato genital feminino. um meio tamponado que contm uma srie de nutrientes capazes de manter uma concentrao de espermatozides e um volume final, dentro dos valores normais. Qualquer alterao que houver deste equilbrio pode pr em risco a fertilidade masculina. As substncias dosadas so as seguintes:

- Frutose: componente essencial para o metabolismo e motilidade dos espermatozides. Ela secretada pelas vesculas e ampolas seminais e tem-se encontrado grande relao entre os casos de oligozoospermia e/ou astenospermia e baixas concentraes de frutose que encontrada em processos inflamatrios ou infecciosos desses locais.

- cido ctrico: produzido exclusivamente pela prstata e tem como funo a manuteno do equilbrio osmtico do esperma e estabilizador dos processos de coagulaoliquefao. Em casos de prostatites e processos neoplsicos esta substncia encontra-se diminuda.

- Espermina, Espermidina e Putrescina: so trs poliaminas, encontradas por todo o corpo, porm em maior concentrao no lquido prosttico. A ausncia desse odor caracterstico est relacionada com insuficincia prosttica ou deficincias congnitas destas aminas.

- Fosfatase cida: a enzima que se encontra em maior concentrao no esperma.

Tanto a fosfatase cida como suas fraes prostticas apresentam-se diminudas nos processos infecciosos e/ou obstrutivos, e esto elevadas nos processos neoplsicos.

1.9 Exame Imunolgico

Os espermatozides so potencialmente antignicos tanto para o homem como para a mulher. Para o prprio homem, essa capacidade antignica ocorre porque estas clulas, alm de serem haplides, aparecem na puberdade, e o sistema imunolgico reconhece os prprios antgenos no perodo perinatal. O homem pode apresentar auto-anticorpos contra espermatozides no lquido seminal e no sangue. Assim, os anticorpos anti-espermatozides podem provocar a imobilizao do gameta masculino ou impedir que ocorra a penetrao no gameta feminino.

2. PRINCIPAIS APLICAES CLNICAS

Este exame de grande valia na investigao de fertilidade masculina e para verificao da eficcia de cirurgias de vasectomia, atravs da anlise do esperma. O espermograma possibilita a obteno de dados relativos quantidade e qualidade dos espermatozides - avaliaes fsico-qumicas, microscpicas, morfolgicas, imunolgicas, bioqumicas e hormonais so realizadas.

3. AMOSTRA 3.1 Preparo do Paciente

- Caso o paciente apresente dificuldades para coletar o material, recomenda-se a coleta logo pela manh, antes de urinar;

- Se o material for colhido em casa, dever ser entregue ao laboratrio em no mximo 30 minutos;

- O material deve ser colhido no laboratrio, pela forma de masturbao manual realizada pelo paciente, devendo-se coloc-lo em uma sala de coleta a mais silenciosa possvel, afastada do movimento normal da recepo; - O paciente de estar com abstinncia sexual de 3 a 5 dias;

- Caso o paciente deseja fazer a dosagem de frutose, deve-se estar de jejum de 12 horas; - O paciente deve ser instrudo para evitar perdas de material;

- Falar para o paciente anotar a hora exata da coleta.

3.2 Tipo de Amostra Lquido seminal.

3.3 Armazenamento e Estabilidade da Amostra

Os frascos de coleta devero ser de vidro neutro, de abertura suficientemente larga, e devero estar rigorosamente estreis. Devem ser resistentes o suficiente para se evitar acidentes lamentveis. O material dever ser lavado com sabes neutros ou aninicos e enxugado muito bem para se evitar a presena de resduos saponceos.

O material dever ser incubado na estufa a 37o C para que se possa identificar o tempo de liquefao.

3.4 Critrios para Rejeio da Amostra

- Amostra insuficiente; - Amostra incorreta;

- Identificao incorreta;

- No usar preservativos para coletar;

- Amostra de coito interrompido;

- Recipiente quebrado ou sem tampa;

- Recipiente no estril.

4. REAGENTES

- Fita reativa (mesma usada na uranlise), para determinar o pH; - Soluo salina para diluio;

- Corante eosina, para verificar a vitalidade espermtica;

- Reagente de Leishman, para o diferencial de leuccitos;

- Reagentes para colorao de Gram.

5. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 5.1 Procedimento Manual

- Tubos de ensaio e estantes; - Pipetas, ponteiras e peras;

- Cmara de Neubauer;

- Lminas e lamnulas;

- Microscpio;

- Frascos de vidro ou acrlico;

- Espectrofotmetro;

- Banho-maria;

- Fitas reativas;

- Materiais para cultura: placas de Petri, ala de platina, gar, entre outros;

- Estufa e capela.

5.2 Procedimento Automatizado

Para a anlise do smen h no mercado vrios equipamentos. Um desses o

Spermalite SQA-V, destinado anlise automatizada do smen, associa tecnologia eletrotica (detectores ticos de motilidade e de densidade espermtica), algoritmos computadorizados e vdeo microscopia. O sistema permite a seleo de uma programao de alta sensibilidade para amostras ps-vasectomia e utiliza os critrios da Organizao Mundial da Sade (OMS) para avaliao do esperma. O equipamento analisa os seguintes parmetros:

Concentrao total de espermatozides (milhes/mL - M/mL) Motilidade (%)

Motilidade progressiva (%)

Motilidade no progressiva (%)

Imotilidade (%)

Morfologia normal (%)

Concentrao de espermatozides mveis (M/mL) Concentrao de espermatozides com motilidade progressiva (M/mL)

Concentrao de espermatozides funcionais (M/mL)

Velocidade mdia dos espermatozides (m/segundo - mic/seg)

SMI - ndice de motilidade do espermatozide (espermatozides mveis progressivos versus velocidade mdia dos espermatozides) Total de espermatozides (milhes - M)

Total de espermatozides mveis (M)

Total de espermatozides progressivos (M)

Total de espermatozides funcionais (M)

Inmeras so as vantagens sobre o exame realizado de forma manual, dentre as quais pode-se citar: diminuio da subjetividade do mtodo e a diminuio da subjetividade em relao ao operador, avaliao dos espermatozides viveis como tambm a velocidade da progresso em minutos, tornando a avaliao da fertilidade mais segura, aumentando a preciso e exatido do exame.

6. PROCEDIMENTOS

6.1 Procedimentos Manuais 6.1.1 Exame fsico

A maioria dos procedimentos analisados s poder ser estudada aps a liquefao total do material.

Na coagulao deve-se observar se houve ou no formao do cogulo logo aps a coleta. Na liquefao espera-se uma hora depois de colhido o material para observar se houve a dissoluo completa do cogulo.

Deve-se tambm observar a cor e o cheiro. O aspecto aps liquefao deve ser homogneo e a viscosidade deve ser at 1,0 cm. Usa-se uma fita reativa (mesma usada na uroanlise) para determinar o pH. Para aferir o volume e determinar a viscosidade usa-se uma pipeta graduada.

6.1.2 Exame microscpico

A contagem dos espermatozides realizada em Cmara de Neubauer, a partir de uma diluio de 1:20 (0,1 mL do esperma bem homogeneizado + 1,9 mL de soluo diluente). Soluo diluente: soluo salina a 0,9% com 5% de formaldedo a 40%, em concentrao final.

Conta-se no quadrante central (o mesmo para a contagem de eritrcitos) os quatro quadrados laterais e o central, multiplicando o nmero obtido por um milho, para obter-se a concentrao dos espermatozides por mililitro (mL) de esperma.

Para a contagem de leuccitos e eritrcitos contam-se os quatro quadrantes laterais da

Cmara de Neubauer e multiplicam-se os valores achados por 50. O resultado liberado em milmetros cbicos (mm).

6.1.3 Exame de motilidade espermtica

Trata-se de uma avaliao objetiva, realizada por exame microscpico da amostra no diluda. Coloca-se a amostra na lmina e cobre-se com uma lamnula determinando a porcentagem de espermatozides que apresentam motilidade ativa. Os espermatozides devem ser avaliados em seu movimento progressivo para frente.

Devem ser examinados aproximadamente 25 campos de grande aumento. A porcentagem e a qualidade da motilidade devem ser determinadas em cada campo, devendose registrar uma mdia desses resultados.

Nos mveis deve-se relatar a porcentagem de translativos rpidos, translativos lentos e mveis in situ. Dentre os imveis determina-se a porcentagem de eosina negativos e positivos.

Para a determinao dos mveis e imveis com eosina, coloca-se uma gota do corante eosina em uma gota da amostra no diluda na lmina e cobre-se com lamnula. Os espermatozides corados com a eosina aparecem alaranjados, pois eles absorvem o corante, sendo estes os mortos. Os vivos no absorvem o corante, ficando da cor natural.

6.1.4 Exame de morfologia espermtica

- Anomalias de cabea: a) Macrocfalo; b) Microcfalo; c) Piriforme d) Bicfalo

Para observar a morfologia espermtica deve-se fazer um esfregao e cor-lo com algum corante hematolgico (Leishman, Pantico ou Giemsa). H um grande nmero de tipos morfolgicos, porm, consideram-se os mais caractersticos. determinada de acordo com a regio afetada. e) Tapering; f) Pin head; g) Acfalo.

- Anomalias de pea intermediria: a) Restos citoplasmticos; b) Angulao na insero cauda-cabea; c) Unidos pela pea intermediria.

- Anomalias de cauda (flagelo): a) Acaudais; b) Bicaudais; c) Cauda espessa; d) Cauda curta; e) Cauda totalmente enrolada; f) Calda distalmente enrolada.

Existem ainda anomalias no classificadas, devendo-se relatar a presena de espermatozides amorfos. No laudo coloca-se a porcentagem de cada anomalia dentro da porcentagem dos anormais.

6.1.5 Citologia onctica O mesmo procedimento do exame Papanicolau.

6.1.6 Exame microbiolgico

Deve-se fazer um esfregao em uma lmina com a amostra no diluda e corar pelo mtodo de Gram. Se necessrio fazer cultura. Observar no microscpio na objetiva de 100x. No laudo relatar a presena ou ausncia de microrganismos.

Deve-se ter um cuidado especial na coleta do smen para cultura. necessrio uma higienizao mais rigorosa e o paciente deve urinar antes da coleta da amostra, para evitar contaminaes. A cultura do plasma seminal para verificar a presena de microorganismos tanto aerbicos quanto anaerbicos pode ajudar no diagnstico da infeco de glndula acessria, particularmente da prstata. Na cultura de bactrias aerbicas, se a concentrao de bactrias exceder a 1000 unidades formadoras de colnias (CFU)/ml deve-se determinar os tipos de colnias. Se as colnias parecerem uniformes, precisa-se fazer a determinao da sensibilidade a antibiticos. Se tiverem aspectos distintos, pode-se suspeitar de contaminao. Se a concentrao de bactrias for menor que 1000 CFU/ml, a cultura deve ser considerada negativa com respeito a microorganismos aerbicos.

6.1.7 Pesquisa de fungos, parasitas e cristais

Pesquisa de fungos

Aps a coleta colocado um pouco do material em um tubo com meio de crescimento, para que, se houver algum fungo, ele comear a se multiplicar. Esse tubo incubado por alguns dias a 37 C, e aps esse tempo, observa-se o desenvolvimento do fungo ou no. Se houver crescimento de algum fungo, retirada uma parte desse material e feito um esfregao, para ser observado o tipo do fungo, para melhor tratamento.

Pesquisa de parasitos

A pesquisa de parasitas feita atravs de esfregao fixando e corado para melhor identificao das estruturas presentes.

Pesquisa de cristais

Se for feito uma coleta correta do material, a presena de cristais, dependendo do cristal, pode indicar alguma alterao que esta liberando esses cristais no ejaculado. Ento so feita outras pesquisas para identificar a causa dessa presena de cristais.

6.1.8 Exame bioqumico

A OMS recomenda a anlise de pelo menos um marcador bioqumico para cada glndula acessria genital, e h vrios parmetros seminais disponveis para esta avaliao. cido ctrico, zinco, g-glutamil transpeptidase e fosfatase cida para a glndula prosttica, frutose e prostaglandinas para as vesculas seminais, L-carnitina livre, glicerilfosforilcolina e a-glucosidase para os epiddimos podem ser utilizados como marcadores.

- Frutose: se nenhum espermatozide for observado, um teste qualitativo para a deteco de frutose deve ser efetuado. A frutose uma substncia andrognica dependente e produzida nas vesculas seminais. Ela pode ser dosada pelo mtodo de Roe e consideram-se normais os valores entre 1,0 e 3,5 mg/mL. Nveis baixos de frutose geralmente indicam deficincia na atividade secretora das vesculas seminais, exceto em smens polizoosprmicos. A ausncia de frutose e um volume baixo de ejaculado, associado incapacidade do smen de coagular-se, sugere a ausncia congnita do vaso deferente e das vesculas seminais ou a obstruo dos ductos ejaculatrios. Valores elevados so raros e de significado clnico pouco conhecido.

- cido ctrico: reflete a capacidade secretora da glndula prosttica. Mantm o equilbrio osmtico do smen, potencializa a atividade da hialuronidase, estabiliza o processo de coagulao-liquefao. H boas correlaes entre zinco, cido ctrico e fosfatase cida prosttica.

Zinco: nveis seminais deste ction so determinados pelo mtodo de Vallee &

Gibson. Consideram-se normais os valores entre 100 e 200 mg/ml. Valores baixos so detectados quando h uma deficincia na atividade secretora da prstata, sobretudo aquela causada por infeces. Valores elevados indicam que h um predomnio de secreo prosttica no ejaculado. Neste caso, o pH seminal geralmente igual a 7,3.

- Espermina, Espermidina e Putrescina: so trs poliaminas, encontradas por todo o corpo, porm em maior concentrao no lquido prosttico. A ausncia desse odor caracterstico est relacionada com insuficincia prosttica ou deficincias congnitas destas aminas.

- A-glucosidase: at recentemente a L-carnitina era o marcador epididimrio mais utilizado, mas a dosagem da a-glucosidase foi instituda ultimamente em algumas clnicas. H duas formas ismeras da a-glucosidase no plasma seminal: a mais importante, neutra, originase exclusivamente dos epiddimos e a menos importante, cida, origina-se principalmente da prstata. A a-glucosidase neutra tem se mostrado um marcador epididimrio mais especfico e sensitivo que a L-carnitina e a glicerilfosforilcolina e sua dosagem , portanto, de melhor valor diagnstico para a obstruo ductal distal, quando usada em conjuno com parmetros hormonais e testiculares. Alm do mais, a tcnica de dosagem da a-glucosidase neutra mais simples, mais barata e consome menos tempo que as dos outros marcadores.

6.1.9 Exame imunolgico

Pesquisa de anticorpos anti-espermatozides: os espermatozides contm diversos componentes antignicos em sua estrutura, que estimulam uma resposta imune em determinadas circunstncias, produzindo anticorpos anti-espermatozides no homem (resposta auto-imune), ou na mulher (resposta iso-imune). Os anticorpos espermticos no smen pertencem quase que exclusivamente a duas classes imunolgicas: IgA e IgG.

Os anticorpos IgA tm maior importncia clnica que os anticorpos IgG. Estes anticorpos interferem em diversas etapas do processo de reproduo humana e reduzem as chances de fertilizao. Os anticorpos anti-espermticos no destroem nem imobilizam os espermatozides, eles podem interferir no funcionamento espermtico atravs da sua simples aderncia membrana plasmtica dos espermatozides. Essa aderncia pode levar a aglutinao dos espermatozides. Os anticorpos anti-espermticos interferem tambm na penetrao normal e no trnsito dos espermatozides no muco cervical.

Esse teste recomendado na rotina do espermograma, sobretudo em casos de aglutinao espontnea e/ou baixa de motilidade, em testes ps-coito negativo com espermograma normal e em casos de infertilidade conjugal sem causa aparente.

7. CLCULOS 7.1 Exame Microscpico

Para a contagem dos espermatozides na Cmara de Neubauer utilizam-se as seguintes frmulas:

- Espermatozides por mL: N de SPTZ contados x 106 ;

- Espermatozides no ejaculado: N de SPTZ contados x volume do ejaculado;

- Espermatozides corrigidos: N de SPTZ no ejaculado x % normais x % translativos rpidos.

Para a contagem de outras clulas como hemcias, leuccitos ou clulas epiteliais utiliza-se a seguinte frmula: N de clulas contadas x 50 / mm.

8. RESULTADOS (UNIDADE DE MEDIDA)

Contagem de espermatozides: o nmero de espermatozides liberado em mililitros (mL). A polizoospermia no patognica. A oligozoospermia anormal.

- Normozoospermia: > 20 x 106 espermatozides/mL.

- Oligozoospermia: < 20 x 106 espermatozides/mL.

- Polizoospermia: > 200 x 106 espermatozides/mL.

- Azoospermia: nenhum espermatozide no ejaculado. A motilidade avaliada de duas maneiras: a quantidade de esperma com motilidade como porcentagem do total e a qualidade do movimento espermtico de progresso em linha reta, isto , rapidez e a capacidade do espermatozide de produzir em linha reta. A amostra de smen ser considerada normal se mais que 50% dos espermatozides forem do tipo A e B (translativos rpidos e lentos).

Na morfologia a quantidade de espermatozides normais deve ser maior ou igual a 50% do total. A quantidade de anormais deve ser menor que 50%.

9. VALORES DE REFERNCIA 9.1 Exame Fsico

Volume: 2,0 5,0 mL Aspecto aps liquefao: Homogneo Cheiro: Sui generis Cor: Opalescente Viscosidade: Normal (at 1,0 cm) pH: 7,0 8,0 Coagulao: Normal Liquefao: Completa

9.2 Exame Microscpico

SPTZ/mL: 20x106 SPTZ/mL

SPTZ/ejaculado: 30x106 SPTZ/ejaculado

SPTZ/corrigido: 20x106 SPTZ/ ejaculado

Leuccitos: 1.0/mm Hemcias: 1.0/mm Motilidade:

Mveis: 50%

Translativos rpidos: 25% Translativos lentos: 15% In situ: 15%

Imveis: 50%

Eosina negativo: 50% Eosina positivo: 50%

Morfologia:

Normais: 50% Anormais: < 50% Clulas da espermatognese: 10% em 100 SPTZ

9.3 Exame Bioqumico

Frutose: 1,0 3,5 mg/mL cido ctrico: 3,8 8,0 mg/mL Fosfatase cida: 400 - 700 UI/mL Zinco: 100 - 200 mg/mL

10. CONTROLE DE QUALIDADE 10.1 Controle Interno

- Identificar as amostras corretamente; - Manusear e armazenar as amostrar corretamente;

- Identificar os Kits utilizados citando fabricante e nmero de catlogo, obedecer s normas de armazenamento dos kits; - Observar a calibrao das pipetas e equipamentos utilizados;

- Fazer uma limpeza e secagem correta dos materiais;

- Observar temperatura do banho-maria, caso for utilizar;

- Checar o funcionamento dos aparelhos;

- Citar a utilizao de soros controles nas anlises realizadas juntamente com a freqncia da utilizao dos mesmos; - Descrever o procedimento de verificao de novos lotes de controles e reagentes.

10.2 Controle Externo

- Descrever os procedimentos utilizados nas avaliaes de qualidade feitas por programas de comparao entre laboratrios ou outros controles de qualidade: PNCQ-SBAC e/ou PELMSBPC; - Definir como os dados de controle so arquivados e gerenciados.

1. REFERNCIA BIBLIOGRFICA

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- STRASINGER, Susan King, DI LORENZO, Marjorie Schaub. Uroanlise e Fluidos Biolgicos. 3 edio. Livraria Mdica Paulista Editora LTDA., So Paulo, Brasil, 2009.