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E di ç õ e s 1937-2012 B ÍBLICAS LIÇÕES 3º TRIMESTRE • 2012 • Nº 300 REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS Princípios bíblicos para evangelização em Atos dos apóstolos

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Edições1937-2012

BÍBLICASLIÇÕES

3º TRIMESTRE • 2012 • Nº 300

REV ISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS B ÍBL ICAS

Princípios bíblicos para evangelização em Atos dos apóstolos

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O DEC reuniu uma equipe composta por promessistas de várias partes do Brasil, com o objetivo de analisar a situação atual da Escola Bíblica na IAP e se necessário, propor mudanças para que essa antiga e importante instituição seja ainda mais relevante nos novos tempos.

Contudo, não queremos fazer isso sozinhos. Participe conosco deste projeto e nos ajude a melhorar a Escola Bíblica.

•Como está a Escola Bíblica em sua igreja? •O que você mudaria?

Envie um e-mail para [email protected] e mande perguntas, sugestões e propostas. Relate a situação da EB em sua igreja, ou conte experiências ou projetos que estão dando certo aí. Teremos uma imensa alegria em ler seu e-mail e saber o que você tem a dizer.

A proposta é que o trabalho desta equipe resulte num livro que servirá de base para um treinamento para pastores, professores e diretores de Escola Bíblica que o DEC ministrará em todas as convenções da IAP, nos anos de 2013 a 2015.

DEC - Departamento de Educação Cristã da Igreja Adventista da Promessa

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MISSÃO DAESCOLA BÍBLICA

Transformar as pessoas em discípulas de Cristo, através

do ensino e da prática da palavra de Deus.

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Copyright © 2012 – Igreja Adventista da PromessaRevista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Alan Pereira Rocha

Conselho Editorial José Lima de Farias Filho Hermes Pereira Brito Magno Batista da Silva Osmar Pedro da Silva Otoniel Alves de Oliveira Gilberto Fernandes Coelho João Leonardo Jr.

EXPEDIENTE

RedaçãoRua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – CentroFone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3119-2544www.portaliap.com.br • [email protected]

Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo (MTb. 24.465)

Redação e preparação Alan Pereira Rochade originais Andrei Sampaio Soares Cláudia Duarte Edney Rodrigues de Brito Eleilton William de Souza Freitas Jailton Sousa Silva José Lima de Farias Filho Kassio Passos Lopes Márcio Rogério Gomes David Virginia Ronchete David Perez Willian Robson de Souza

Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rocha Leituras diárias Andrei Sampaio Soares

Projeto Gráfico Marcorélio Cordeiro MurtaEditoração Farol EditoraCapa “Paulo pregando aos Tessalonissenses” Gravura iStockphoto

Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima Fone: (11) 2955-5141 Assinaturas Informações na página 124

Impressão Gráfica Regente – Maringá, PR

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SUMÁRIO

Edição comemorativa ...................................... 4

Apresentação ................................................... 5

1 O manual da igreja para a proclamação .............. 9

2 A igreja proclamadora sempre cresce ................ 17

3 A proclamação é prioridade da igreja ................ 25

4 A ação do Espírito Santo na proclamação ......... 33

5 O segredo da proclamação é a oração .............. 41

6 Para proclamar, Deus usa pessoas! ................... 49

7 Como ouvirão se não há proclamadores? ......... 57

8 As motivações corretas para a proclamação ...... 65

9 O papel da igreja local na proclamação ............. 74

10 A igreja proclamadora enfrenta aflições ............ 82

11 Dinheiro não é problema na proclamação ......... 89

12 Não apenas proclame, mas discipule! ............... 97

13 Quando proclamação é um estilo de vida ........ 105

Projeto Proclamar – Sábado especial .......... 113

Confira, nas páginas centrais, o encarte com informações sobre a 48ª Assembleia Geral das Convenções da IAP

Princípios bíblicos para evangelização em Atos dos apóstolos

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Edição comemorativa

Após grande vitória, disse Samuel: Até aqui nos ajudou o Senhor (1 Sm 7:12b). Fazemos destas palavras, as nossas, visto que, no ano em que a IAP comemora 80 anos de existência, chegamos, pela misericórdia de Deus, à edição de número 300 de nossas Lições Bíblicas. São nada menos que 75 anos fornecendo ensino bíblico, a cada sábado, aos milhares de pro-ensino bíblico, a cada sábado, aos milhares de pro-messistas no Brasil e no exterior. Louvado seja Deus por isso!

A propósito, você sabia que a primeira edição foi publicada em janeiro do ano de 1937 e escrita pelo pastor João Augusto da Silveira? Era uma série doutrinária, e o título do primeiro estudo era: “A Bíblia: como estudá-la e compreendê-la”. Isso mostra que, desde o início, houve uma preocupação com o estudo cor-reto da Bíblia. Não é de hoje que somos a igreja da palavra!

A presente edição é especial por, pelo menos, duas ra-é especial por, pelo menos, duas ra-, pelo menos, duas ra-zões: a primeira é que dispõe de uma diagramação com-pletamente nova. Como é possível perceber, o layout desta edição está mais moderno. Isso significa que, para a gló-ria de Deus, nota-se uma preocupação com a excelência não somente no nível teológico, mas, também, técnico-, mas, também, técnico-s, também, técnico--gráfico, em nossa revista para estudos nas Escolas Bíblicas. É a tecnologia sendo utilizada a serviço do reino de Deus.

A segunda razão é que esta edição tem um conteúdo dife-renciado, pois, além dos estudos bíblicos, teremos, em anexo, o material do “Projeto Proclamar”. No décimo terceiro sábado, teremos uma programação diferente, em que tanto o estudo da lição quanto o sermão do culto serão voltados ao incentivo à evangelização. Então, nas últimas páginas desta revista de estudos, teremos uma sugestão da ordem do culto e um ser-mão escrito, para serem usados nesta programação.

Neste trimestre, celebre a Deus conosco e aproveite bem a edição de número 300 de nossas Lições Bíblicas!

Em Cristo,Equipe do Departamento de Educação Cristã (DEC)

Edições1937-2012

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Apresentação

Ela era uma igreja especial, composta por pessoas simples, de muita ora-ção e cheias do poder de Deus. Essa igreja via acontecer, em seu meio, vários milagres e prodígios que deixavam todos maravilhados. Os seus membros tinham uma sintonia impressionante com o Espírito Santo, que os orientava em cada decisão a ser tomada.

Os cultos eram maravilhosos; os irmãos entoavam salmos, hinos e cânticos espirituais; adoravam em espírito e em verdade. As orações eram intensas e muito avivadas; nelas, eles não se embriagavam com vinho, em que há con-tenda, mas se enchiam do Espírito. As pregações eram poderosas e esclarece-doras. Não podiam ser diferentes, pois os melhores pregadores da época con-gregavam ali. Eram homens que conheciam com profundidade Jesus Cristo.

Imagine um lugar em que todos eram tementes a Deus, entendiam e vi-viam o evangelho do reino. Assim era aquela igreja. Nem tudo era mar de rosas: havia obstáculos e dificuldades; porém, os irmãos permaneciam firmes e unânimes. Na realidade, eram amigos entre si e gostavam de estar sempre juntos. Que bênção! Mas não para por aí. Apesar de tudo que já foi dito, po-demos dizer que a sua maior marca era o evangelismo. Eles eram verdadeiras testemunhas de Cristo na terra.

Esses homens e essas mulheres dedicavam suas vidas ao Pai, motiva-dos, pelo amor a Cristo e pelo poder do Espírito Santo, a compartilhar o evangelho. Pregavam a todas as pessoas, em todos os lugares e em todo tempo. Sabe qual foi o resultado disso? O crescimento da igreja. E ela crescia de forma espantosa. O primeiro culto foi feito com mais ou menos 120 pessoas, e, uma semana depois, os membros daquela igreja já eram cerca de 3 mil pessoas. Não demorou para que se tornassem uma grande multidão. É claro que estamos nos referindo à igreja primitiva, aquela que nos é apresentada no livro de Atos. Ela era mesmo muito especial. Era, de fato, uma igreja proclamadora.

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6 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

Assim como fez no passado, o Espírito Santo continua orientando a seu povo. Ele tem colocado no coração da liderança da IAP o desejo de procla-mar com mais afinco o evangelho de Jesus Cristo e fazer dessa tarefa uma prioridade. Por isso, o nosso lema para os próximos quatro anos é: Uma igreja santa proclamando o Deus santo. Essa é a direção que o Espírito Santo tem nos mostrado. Queremos evangelizar mais e ver a igreja crescer. Almejamos ver o povo de Deus cumprindo fielmente a grande comissão dada pelo nosso Senhor.

Mas qual é a maneira certa de evangelizar? O que fazer para crescermos? Em nossos dias, há uma enxurrada de livros e materiais prometendo as res-postas para tais perguntas, apresentando fórmulas, métodos e estratégias “infalíveis” para fazer a igreja crescer. Todavia, se desejamos aprender real-mente o que é proclamação, precisamos olhar para a palavra de Deus. Nada melhor do que começarmos com o livro de Atos. Nada mais correto do que olharmos para aquela igreja, a comunidade dos primeiros cristãos, e obser-varmos como ela atuava na obra missionária.

O livro de Atos dos Apóstolos foi escrito por Lucas, o médico amado, um pouco antes do ano 70 d.C. Este livro dá prosseguimento ao relato da história de Jesus e sua obra, história esta que começa no Evangelho de Lucas, escrito pelo mesmo autor. Esses dois livros são, na realidade, dois volumes de uma mesma obra. No Evangelho, Lucas registra a respeito tudo o que Jesus come-çou a fazer e a ensinar (At 1:1), e, no livro de Atos, ele registra o que Jesus continuou a fazer e a ensinar através de sua igreja.1

O livro de Atos cobre os trinta primeiros anos da história da igreja. Inicia-se com a ascensão de Jesus e vai até a prisão de Paulo. O propósito primário do médico amado, ao escrever Atos, era fazer um relato do crescimento da igreja em sua época, mostrando como isso aconteceu. Ele descreve a expansão do cristianismo, partindo de Jerusalém, até chegar a Roma, capital do império.

Neste livro bíblico, encontramos alguns princípios fundamentais para a proclamação, que podem e devem ser aplicados em nossos dias. Estamos convencidos de que Atos é o “manual bíblico, inspirado pelo Espírito Santo, para orientar o crescimento da igreja, em todos os lugares em todas as épo-cas, até a volta de Cristo”.2 Esses princípios apresentados por Lucas serão tratados na série de lições deste trimestre, cujo título é: Igreja proclamadora: princípios bíblicos para evangelização em Atos dos apóstolos.

1. Wiersbe (2006:520).

2. Casimiro (2009:13).

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Olhando para igreja primitiva, vamos aprender que o crescimento da igre-ja é natural, quando ela é saudável; que uma de suas tarefas principais é a proclamação; que o grande agente capacitador da obra missionária é o Espírito Santo; que o grande segredo para o avanço da igreja é a oração; que o ser humano é o instrumento de Deus na divulgação do evangelho; que a pregação da palavra é maneira escolhida por Deus para produzir a fé no coração do pecador.

Com os primeiros cristãos, veremos também que precisamos ter mo-tivações corretas no evangelismo; que a igreja local é estratégica para o avanço da obra missionária; que missões acontece em meio a tribulações; que dinheiro nunca foi impedimento na proclamação; que, além de evan-gelizar, é preciso discipular as pessoas, e que todo cristão deve viver como testemunha de Cristo.

Em 13 estudos, vamos refletir sobre nossas práticas evangelísticas, e, ao final de cada estudo, teremos o desafio da semana. Nosso desejo é que não só aprendamos, mas que pratiquemos a palavra. Queremos que o Senhor da igreja nos faça entender e nos dê condição para viver sua promessa: ... quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia e Samaria e até nos lu-gares mais distantes da terra (At 1:8 – NTLH).

Que Deus recompense os escritores desta série de lições e use os profes-sores. Que os estudantes da Escola Bíblica sejam edificados e desafiados pelo Espírito Santo a pregarem o evangelho. Que Deus conceda um novo tempo para a sua igreja, um tempo de mais evangelismo e mais crescimento. Que Deus faça de nós uma igreja proclamadora.

A Jesus Cristo, o Senhor da igreja, sejam dadas a honra, a glória e o louvor, pelos séculos dos séculos. Amém!

Pr. Alan Pereira Rocha

Diretor do Departamento de Educação Cristã

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ANTIGO TESTAMENTOGênesis GnÊxodo ExLevítico LvNúmeros Nm Deuteronômio DtJosué JsJuízes JzRute Rt 1 Samuel 1 Sm 2 Samuel 2 Sm1 Reis 1 Rs2 Reis 2 Rs1 Crônicas 1 Cr 2 Crônicas 2 CrEsdras Ed Neemias NeEster EtJó JóSalmos SlProvérbios PvEclesiastes EcCantares CtIsaías IsJeremias JrLamentações LmEzequiel Ez Daniel DnOséias OsJoel JlAmós AmObadias Ob Jonas JnMiquéias MqNaum NaHabacuque HcSofonias SfAgeu AgZacarias ZcMalaquias Ml

NOVO TESTAMENTOMateus MtMarcos McLucas LcJoão JoAtos AtRomanos Rm1 Coríntios 1 Co2 Coríntios 2 CoGálatas GlEfésios EfFilipenses FpColossenses Cl1 Tessalonicenses 1 Ts2 Tessalonicenses 2 Ts1 Timóteo 1 Tm2 Timóteo 2 TmTito TtFilemon FmHebreus HbTiago Tg1 Pedro 1 Pe2 Pedro 2 Pe1 João 1 Jo2 João 2 Jo3 João 3 JoJudas JdApocalipse Ap

ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA UTILIZADAS NAS LIÇÕES

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES

AM A MensagemARA Almeida Revista e AtualizadaARC Almeida Revista e CorrigidaAS21 Almeida Século 21ECA Edição Contemporânea de AlmeidaNVI Nova Versão InternacionalKJA Tradução King James AtualizadaBV Bíblia VivaNBV Nova Bíblia VivaBJ Bíblia de JerusalémTEB Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH Nova Tradução na Ling. de Hoje

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Hinos sugeridos – BJ 72 • BJ 307

17 DE JULHO DE 2012

O manual da igreja para a

proclamação

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus que o livro de Atos é o manual da igreja para a proclamação e que, por isso, esta deve conhecer seu conteúdo, obedecer aos seus princípios e valorizá-los sempre.

TEXTO BÁSICO

Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra. (At 1:8 – NVI)

LEITURA DIÁRIA

D 01/07 At 1:1-14

S 02/07 At 1:15-26

T 03/07 At 2:1-13

Q 04/07 At 2:14-36

Q 05/07 At 2:37-47

S 06/07 At 3:1-10

S 07/07 At 3:11-26

INTRODUÇÃO

Influenciadas pelo “Movimento de Cresci-mento de Igrejas”,1 de umas décadas para cá, muitas igrejas foram abatidas por um desejo de crescimento a qualquer custo. Por conta disso, livros e mais livros foram publicados, visando oferecer métodos e técnicas para levar a cabo tal crescimento. Embora alguns poucos deles tenham o seu valor, se quiser-mos mesmo estudar e aprender sobre a pro-clamação e o desenvolvimento da igreja, nos-sa pesquisa, necessariamente, deve iniciar-se pelo livro de Atos dos Apóstolos, que “tem um valor teológico e prático permanentes para os cristãos de todas as épocas”.2 Con-forme estudaremos hoje, este livro é o nosso manual para a proclamação.

1.Um movimento surgido no século passado, nos Estados Unidos, que procurava descobrir “por que algumas igrejas crescem e outras não?”. O problema deste movimento é que, aos poucos, perdeu o foco e entrou no caminho do pragmatismo, afastando-se dos princípios bíblicos.

2. Casimiro (2009:17).

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10 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

O autor do livro de Atos é Lucas, o médico amado (Cl 4:14), o mesmo que escreveu o evangelho que leva seu nome. Na verdade, este e o livro de Atos fazem parte de uma obra em dois volumes (cf. Lc 1:1-14; At 1:1-2). No primeiro, ele os apresenta a história de Jesus, o Senhor da igre-ja, e tudo o que este começou a fa-zer e a ensinar; no segundo, ele con-tinua escrevendo sobre Jesus: sobre tudo o que este continuou a fazer e a ensinar, através da igreja. Entender que Lucas é o autor de Atos, para nós, é importantíssimo. Ele não era um teórico de gabinete. Além de ser médico, foi companheiro e colabo-rador de Paulo em algumas viagens missionárias do apóstolo. O conte-údo de Atos, nosso manual para a proclamação, foi escrito por alguém que viveu o que narrou. Pensemos, então, um pouco mais sobre Atos.

1. Os destinatários do manual: Para quem Lucas escreveu o livro de Atos? Esta não é uma pergunta difí-cil. O próprio livro responde: Em meu livro anterior, Teófilo, escrevi a respei-to de tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar (1:1). O nome do destinatário imediato do livro é Teó-filo. E quem era este Teófilo? Sabe-mos muito pouco sobre ele, à luz dos evangelhos e de Atos. No evangelho, Lucas o chama de “excelentíssimo”

(Lc 1:3). Esse era um “tratamento honorífico formal, normalmente re-servado para os romanos da classe de cavaleiros – ou seja, a graduação ime-diatamente abaixo da aristocracia”.3

Não podemos afirmar com certe-za que Lucas empregue este termo tendo em mente este sentido mais técnico. O termo podia ser, também, apenas, uma forma de tratamento educada, sem conotação oficial.4 To-davia, os indícios apontam o primeiro uso, isto é, o oficial. Em Atos, ele usa este mesmo adjetivo para se referir aos procuradores romanos Festo (At 26:25) e Felix (At 23:26; 24:3). En-tão, é bem razoável que Teófilo per-tencia a uma alta classe social. Isso justificaria a pesquisa cuidadosa de Lucas e os recursos financeiros para realizá-las (possivelmente, custeados por Teófilo). Além disso, naquele tempo era comum dedicar um livro a uma pessoa ilustre e poderosa, para que esta ajudasse na promoção e di-vulgação da obra.

Mas será mesmo que Lucas es-creveu o evangelho e Atos tendo em vista alcançar uma única pes-soa? É óbvio que não! Como já foi dito, o livro foi dedicado a um cris-tão ilustre, para que não só este o lesse, mas também para que o livro

3. González (2011:30).

4. Stott (2008:23).

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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circulasse entre outros. Não pode-mos eliminar o livro de Atos da lista de obras Sagradas dirigidas à igreja cristã universal. Só o fato de ele fa-zer parte das nossas Bíblias já é uma prova de que foi um livro escrito à igreja. Atos conta a história dos 30 primeiros anos da igreja cristã. Se não tivéssemos Atos dos Apóstolos, não teríamos a ponte entre o minis-tério e o ensino de Cristo e o surgi-mento da igreja cristã. Atos é para hoje! É o nosso manual para a pro-clamação, como o foi para inúmeros cristãos ao longo dos tempos.

2. Os propósitos do manual: Para que Lucas escreveu o Livro de Atos, o manual de proclamação da igreja? A princípio, a “primeira im-pressão que temos, quando inicia-mos a leitura de Atos é que Lucas está nos contando a história do cris-tianismo primitivo”5 e que este é o seu grande objetivo ao escrever este livro. Contudo, se o objetivo dele é simplesmente contar a história do cristianismo primitivo, teríamos vá-rias indagações não respondidas por sua narrativa. Por exemplo, que fim levou a igreja de Jerusalém, que é apresentada no início de Atos? Ele simplesmente abandona a narrativa sobre esta igreja num determinado momento e passa a focar sua aten-ção a outros lugares. Num primeiro momento, ele tem o foco em Pedro,

5. González (2011:20).

e, de repente, Pedro some; Paulo aparece, e Lucas dedica-se a descre-ver o seu ministério.

A obra de Lucas não é composta de incidentes históricos cuidadosa-mente construídos, apesar do fato de concordarmos que ele traça o nascimento, o crescimento e o de-senvolvimento da igreja; “mas, estri-tamente falando, Atos não é um livro histórico como tal”.6 É óbvio que não estamos dizendo que “Atos não tem valor histórico; ele continua sendo a melhor e mais confiável fonte que temos do cristianismo primitivo”.7 Mas vamos pensar então no princi-pal objetivo de Lucas. No evangelho, ele diz que está escrevendo para que Teófilo tivesse certeza da verdade das coisas em que foste instruído (Lc 1:4). Em Atos, ele começa afirmando que, no evangelho, escreveu a Teófi-lo tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar (At 1:1). Sendo assim, subtende-se que, em Atos, Lucas quer que Teófilo tenha certeza das coisas que Jesus continuou a fazer e a ensinar através da igreja. O escritor mostra-nos como aconteceu o cres-cimento da igreja da sua época.

Lucas quer que Teófilo tenha cer-teza de que “ninguém pode preju-dicar a marcha vitoriosa do evange-lho”, e mostra o “progresso das bo-as-novas de Jerusalém até Roma”.8

6. Kistemaker (2006:56).

7. Bosh (2002:117).

8. Kistemaker (2006:57).

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12 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

O evangelho não está destinado somente aos judeus, mas ao mundo todo. O versículo que serve como es-boço do livro é Atos 1:8. Os discípu-los receberiam poder para pregar em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra. Lucas mostra como o evangelho entra no mundo e como Jesus é proclamado em todos os lu-gares. Além disso, segundo Casimi-ro, o outro grande propósito de Atos é oferecer princípios espirituais moti-vadores para o crescimento da igreja de todas as épocas. Lucas quis nos deixar um manual de missões e plan-tação de novas igrejas.9 Toda igreja tem de estar ciente do seu papel na evangelização do mundo e da ma-neira como isso deve ser feito.

3. O assunto do manual: Se você não tinha parado para pensar no pro-pósito de Atos, agora já o sabe. Lu-cas escreveu sobre o progresso e o crescimento da igreja de sua época, para oferecer princípios espirituais e motivadores de crescimento à igreja de todos os tempos. Diante disso, o principal assunto do livro de Atos não poderia ser outro: “proclamação”. Se você tem alguma dúvida disso, por favor, leia alguns dos vários tex-tos sobre o assunto: 1:8, 2:32, 3:15, 4:29,31, 8:4-5,25,40, 9:20,27-28, 10:42, 11:19, 13:32, 14:7,21,25, 15:35, 16:6,10,17,32, 17:13,18, 18:5, 20:20,25,27, 26:23. A procla-

9. Casimiro (2009:28).

mação percorre todo o livro de Atos. Os cristãos foram por todos os lu-gares falando sobre Jesus. Segundo Atos, proclamar é anunciar as boas novas, com fidelidade, dando teste-munho dos fatos. Três são as pala-vras gregas que se destacam e nos ajudam a chegar a este significado.

A primeira delas é euangelizõ ou euangelizomai, que significa “evan-gelizar”, “trazer ou anunciar as boas novas”, “proclamar”, “pregar” (ex.: At 5:42, 8:4,12, 13:32, 14:7, 15:35, 16:10). Os primeiros cristãos eram portadores da boa notícia. Esta boa nova que eles tinham para apresen-tar era Jesus. A pregação não era ma-nipulação, nem imposição de cren-ças: continha o que Jesus é (Senhor e Salvador); o que ele fez (morreu e ressuscitou); o que ele oferece (per-dão dos pecados e uma nova vida), e o que ele exige (arrependimento e fé). Esta proclamação nunca era defi-nida em termos de resultado produ-zido, mas da mensagem anunciada. Não é somente a proclamação que surte efeito que deve ser considerada evangelização.

Outra palavra usada para descre-ver a proclamação era Kerusso, mais traduzida por “pregar” (ex.: At 8:5, 9:20, 10:42, 13:24, 19:13, 20:25, 28:31). Significava “declarar como um arauto”. Referia-se, originalmen-te, à mensagem de um rei. “Quando um soberano tinha uma mensagem aos seus súditos ele a entregava aos seus arautos. Estes transmitiam às

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pessoas sem mudá-la ou corrigi-la”.10 Os primeiros cristãos anunciavam, com fidelidade, tão somente a men-sagem que lhes havia sido entregue, e nós precisamos fazer o mesmo. Uma terceira palavra grega importante em Atos é Marturéo, traduzida por “tes-temunha” (ex.: At 2:40, 3:15, 4:33, 10:39, 13:31, 14:3, 20:24, 28:23), cujo significado é “dar testemunho dos fatos”. Era usada para se referir ao testemunho que se dava em um tribunal ou para se confirmar algum fato. Os apóstolos eram testemunhas de que Cristo estava vivo. Nós tam-bém o somos. Existe um rei que está reinando, e é nosso dever anunciar e viver isso, para que as pessoas não só ouçam, mas vejam.

4. Os princípios do manual: Já dissemos que o livro de Atos é o nosso manual para a proclamação e que a proclamação é o seu prin-cipal assunto. Agora, vamos apre-sentar alguns princípios gerais sobre a obra missionária, à luz de Atos. A maioria dos princípios que serão apresentados aqui, sumariamente, será trabalhada posteriormente, de maneira mais detalhada, nas lições seguintes desta série. Mas, vamos lá! Segundo Atos, o promotor da obra missionária é o Espírito Santo. É ele quem motiva a igreja para pregar o evangelho (cf. At 1:8; 8:29, 10:19, 11:12, 13:2,4, 15:28, 16:6, 20:23).

10. Olyotti (2008:14).

Em Atos, também aprendemos que a responsabilidade da obra missioná-ria é de todo crente em Jesus (cf. At 1:8, 4:20, 8:4, 26:22-23, 28:30-31). Todo crente é convocado a ser uma “testemunha” (At 1:8). Ser testemu-nha, conforme já explicado anterior-mente, não é apenas falar de Jesus, mas é vivê-lo, transmiti-lo. Essa res-ponsabilidade é de todos nós.

Atos também nos mostra que o alcance da visão da obra missionária na igreja precisa ser amplo: bairro, ci-dade, país, mundo (cf. At 1:8, 9:31, 11:18, 23:11, 28:28). A obra missio-nária, de acordo com o livro de Atos, avança! Começa em Jerusalém e vai até os confins da terra. Observe dois textos extremamente interessantes. O primeiro é Atos 5:28. Os apóstolos es-tão, novamente, diante do Sinédrio, o tribunal dos judeus. Nessa ocasião, ouvem o seguinte: ... enchestes Jeru-salém de vossa doutrina. A palavra grega pleroo, traduzida por “encher”, nesse texto, significa “tornar cheio, completar, preencher até o máximo”. Eles espalharam o evangelho por to-dos os lugares de Jerusalém.

Agora vejamos outro texto: Atos 17:6. Paulo e Silas pregavam o evan-gelho em Tessalônica. Alguns ju-deus, movidos de inveja, disseram: ... estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui (grifo nosso). Os apóstolos enche-ram Jerusalém com o evangelho, e este causava transtornos em todos os lugares do mundo (o Império Ro-

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14 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

mano11). Os primeiros cristãos eram ousados, destemidos. Ainda segun-do Atos, a mensagem da igreja mis-sionária é a pregação da palavra de Deus (At 2:37,42, 6:8-10, 4:31, 5:42,

11. Stott (2008:307). Stott (2008:307).

8:35, 10:1, 18:11) e o segredo na obra missionária é a oração. A igreja de Atos é uma igreja que ora (cf. At 1:14, 2:42, 4:31, 6:4, 9:11, 16:16, 20:36). Estes são apenas alguns prin-cípios de Atos, dentre os vários ali contidos. Nesta série, estudaremos estes, e muitos outros.

01. Leia At 1:1; Lc 1:1-4; o item 1, e fale sobre os destinatários de Atos, nosso manual de proclamação.

02. Leia At 1:8; o item 2, e comente com classe os possíveis propósitos de Lucas ao escrever Atos, nosso manual de proclamação.

03. Após ler At 2:40, 5:42, 8:5 e o item 3, comente sobre o principal assunto de Atos e apresente uma definição de proclamação, à luz deste.

04. Após ler At 5:28, 17:6 e o item 4, apresente à classe alguns princípios sobre a obra missionária presentes em Atos.

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1. Leia o conteúdo do manual de proclamação da igreja!

Manuais são escritos para serem lidos. Quantos eletrodomésticos têm sua vida útil diminuída porque seus proprietários não leem os manuais que os acompanham e os utilizam de forma errada. Jesus, o dono da igreja, deixou um manual com as diretrizes para o desenvolvimento desta. Você já leu o manual de pro-

clamação da igreja? Não podemos ignorá-lo jamais! Se você é líder e não conhece Atos, leia-o o quanto antes! Não fomos chamados para conduzir a igreja a nosso bel prazer, de acordo com nossas concepções ou adaptando técnicas empresa-riais. Temos princípios inspirados. Qualquer livro sobre crescimento de igreja que não passe pelo filtro da revelação não merece crédito.

2. Obedeça aos princípios do ma-nual de proclamação da igreja!

Se você começar a ler o livro de Atos, descobrirá inúmeros princípios bíblicos que podem ser aplicados à igreja. O que fazer com eles? Aplicá--los! Se o Senhor da igreja quis que estivessem registrados, quer que sua igreja os pratique! Em Atos, não há fórmulas mirabolantes; não há pro-jetos inéditos e vultuosos; não há marqueteiros pensando em como

oferecer o evangelho de forma a não “incomodar o ouvinte”, ou em como agradar o “mercado”; não há “cinco passos para o sucesso de sua igreja”. Não! Em Atos, temos cristãos com-prometidos, ousados, impulsionados pelo Espírito Santo, que oravam, vi-viam Jesus no cotidiano, transpiravam Jesus em suas ações e não cansavam de proclamar, onde estivessem, que ele é o Cristo! Aplique cada princípio que você descobrir em Atos.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

05. Por que é importante ler o manual de proclamação da igreja?

06. Além de ler, o que mais devemos fazer, diante da leitura de Atos?

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16 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

3. Valorize os princípios do manu-al de proclamação da igreja!

A igreja primitiva era perfeita? É óbvio que não! Nem estamos suge-rindo isso. Não a sobrenaturalizemos demais! Ela cometeu erros e acertos. Não estamos dizendo, também, que todas as igrejas cristãs da atualidade devem tentar repetir as mesmas expe-riências da igreja primitiva. Por exem-plo: nossos líderes não precisam ser escolhidos por sorteio (At 1:24-26); as igrejas não precisam ter “sete diá-

conos” apenas, e nem estes precisam ser nomeados quando houver recla-mação de má distribuição de alimen-to (At 6). Precisamos valorizar o livro de Atos pelos princípios espirituais normativos para as igrejas de todas as épocas. Se uma igreja quer estu-dar sobre crescimento, deve começar pelo livro inspirado por Deus, e qual-quer livro nesta área deve ser conside-rado de categoria inferior e seus prin-cípios rejeitados, quando não tiverem base na revelação da palavra de Deus.

07. Como devemos considerar o livro de Atos, nosso manual de proclamação, principalmente diante dos livros evangélicos sobre crescimento de igreja?

DESAFIO DA SEMANA

Um filme tem, em média, de uma hora e meia a duas horas de duração. Um jogo de futebol tem por volta de duas horas. Que tal deixar de assistir a um filme ou a uma partida de futebol e ler o livro de Atos nesta semana? Você está iniciando o estudo de uma lição que é toda baseada neste livro. É importante conhecê-lo. Esse é seu desafio para esta semana ou, pelo menos, para este tri-mestre: ler Atos! Se já fez isso, faça novamente. Nunca é demais ler a palavra de Deus. Leia prestando atenção nas motivações dos cristãos para proclamar a palavra. Anote os princípios bíbli-cos para a proclamação. Ore. Medite nas palavras. Tome nota; e, principalmente, aplique em sua vida e em seu ministério o que aprender. Que o Senhor use os princípios de sempre, do velho evangelho, para mexer com a sua igreja.

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Hinos sugeridos – BJ 396 • BJ 286

214 DE JULHO DE 2012

A igreja proclamadora sempre cresce

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OBJETIVO

Levar o estudante da palavra de Deus a entender o que é crescimento da igreja à luz do livro de Atos e mostrar que esta deve crescer sem numerolatria e numerofobia, mas com naturalidade.

TEXTO BÁSICO

A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número. (At 9:31)

LEITURA DIÁRIA

D 08/07 At 4:1-22

S 09/07 At 4:23-37

T 10/07 At 5:1-11

Q 11/07 At 5:12-32

Q 12/07 At 5:33-42

S 13/07 At 6:1-7

S 14/07 At 6:8-15

INTRODUÇÃO

Quando Lucas escreveu Atos, tinha em mente fazer um relato do quanto a igreja havia crescido, mostrando como isso aconte-ceu. Ele descreve a expansão do cristianismo, partindo de Jerusalém, até chegar a Roma, capital do império. Mas qual era a intenção desse escritor em relatar o crescimento da igreja primitiva? Lucas não era um histo-riador: era um médico que se tornou mis-sionário e companheiro de Paulo. Por isso, podemos ter certeza de que a sua intenção ao fazer esse relato foi motivar ainda mais o crescimento da igreja. É dessa perspectiva que partiremos ao estudo de hoje.

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

A igreja saudável, viva, atuante e cheia do Espírito Santo cresce (At 2:42-47). Mas uma igreja enferma, fria e acomodada apaga--se. Sabemos que quem dá o crescimento é

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18 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

o Senhor; porém, tal crescimento é precedido de duas ações exclusivas da igreja: plantar e regar (cf. 1 Co 3:6). Se a igreja plantar (evangelizar) e regar (discipular), o crescimen-to será natural. A “igreja que não evangeliza, definha-se”,1 mas aquela que é proclamadora sempre cresce. Na presente lição, vamos conferir como se deu o avanço do evangelho no primeiro século. A igreja crescia, mas de que maneira crescia? O que é crescimento da igreja à luz do livro de Atos? É o que veremos a seguir:

1. A igreja crescia geografica-mente: A igreja descrita em Atos tinha uma visão missionária muito bem estabelecida: Deveria pregar o evangelho na cidade onde estava, mas, também, conquistar outros territórios para Cristo, indo até os confins da terra. Essa visão foi dada por Jesus: Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (At 1:8). Esse é um versículo-chave no livro, especialmente porque mos-tra que o poder da igreja vem do Es-pírito Santo, não de homens.

É o Espírito Santo que nos impul-siona a sair “das quatro paredes” e ir a todos os lugares (cidades, tribos, povos e nações) onde houver al-guém que precise ouvir o evangelho.

1. Lopes (2004:121).

É importante observar que Atos 1:8 serve como esboço geral do livro,2 pois descreve geograficamente a propagação do evangelho. Perceba: a mensagem de Cristo é pregada em Jerusalém e Judéia (At 1–7); depois, é proclamada na região de Samaria (At 8–9), e logo a mensagem é anun-ciada aos não judeus e a igreja alcan-ça os confins da terra (At 10–28).

As áreas geográficas citadas neste versículo e confirmadas no desenro-lar do livro são também bastante sig-nificativas. Em resumo, representam as missões locais ou urbanas (Jerusa-lém), as missões estaduais (Judéia), as missões nacionais (Samaria) e as missões internacionais (confins da terra). A igreja primitiva obedeceu à ordem de Jesus e cumpriu a grande comissão (cf. Mt 28:18-20). A igreja local que busca entender e viver a visão de Cristo sairá “das quatro pa-redes” e avançará além das frontei-ras para a glória de Deus. Na prática, vivemos isso, evangelizando a comu-nidade onde estamos e envolvendo--nos com missões: indo, orando ou contribuindo financeiramente.

2. A igreja crescia numerica-mente: A igreja do primeiro século também crescia em números e seu aumento foi espantoso. Não havia métodos, nem estratégias mirabolan-tes. Ela crescia de forma espontânea e natural. Esse crescimento vinha de

2. Wiersbe (2006:522).

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cima: acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos (At 2:47 – grifo nosso). De acordo com Turner, o livro de Atos é divido em seis blocos e cada um termina com um resumo mostrando o aumento dos cristãos.3 O primeiro bloco (1:1 a 6:7) trata sobre a igreja de Jerusalém e o ministério de Pedro, e termina as-sim: Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos (At 6:7).

O segundo bloco (6:8 a 9:31) des-creve a evangelização na palestina, a morte de Estevão, a chegada do evangelho em Samaria, apresenta a conversão de Paulo e se encerra desta maneira: A igreja (...) crescia em nú-mero (At 9:31). O terceiro bloco (9:32 a 12:24) mostra o início da evangeliza-ção dos gentios, a conversão de Cor-nélio, trata sobre a igreja de Antioquia e termina deste modo: Entretanto, a palavra do Senhor crescia e se multipli-cava (At 12:24). O quarto bloco (12:25 a 16:5) relata a evangelização na Ásia menor e na Galácia, finalizando com o resumo: Assim, as igrejas eram forta-lecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número (At 16:5).

O quinto bloco (16:6 a 19:20) mos-tra a chegada da igreja à Europa e às grandes cidades, como Corinto e Éfe-so, e termina com a seguinte frase: Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente (At 19:20).

3. Turner apud Revista Educação Cristã: volu-me 10, junho/2010, p. 4.

Já o último bloco (19:21 a 28:31) dá destaque à prisão de Paulo e à sua chegada a Roma. As últimas pala-vras do livro são: pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coi-sas referentes ao Senhor Jesus Cristo (At 28:31). Os textos citados mos-tram-nos que o crescimento numérico era algo espontâneo e natural àquela igreja. O princípio aqui é simples: “a igreja cresce naturalmente quando ela obedece à grande comissão”.4

3. A igreja crescia espiritual-mente: Ao tratar do aumento dos cristãos, Lucas não se refere apenas a crescimento numérico (quantita-tivo), mas também a crescimento espiritual (qualitativo). Crescimento espiritual diz respeito ao desenvol-vimento da maturidade e da fé dos crentes em Cristo. A igreja não pode crescer apenas para fora, alargando suas fronteiras: precisa, acima de tudo, crescer para cima. Ela necessita “crescer na comunhão com Deus, na obediência da palavra, na vida abun-dante de oração, na santificação, na adoração e no serviço”.5 O povo de Deus deve crescer na graça e no co-nhecimento de Deus (cf. 2 Pd 3:17).

Em At 2:41-42, lemos: Os que acei-taram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Eles se dedi-

4. Casimiro (2009:24).

5. Lopes (2004:121).

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20 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

cavam ao ensino dos apóstolos e à co-munhão, ao partir do pão e às orações (NVI). De acordo que esse versículo, a primeira evidência da conversão des-sas pessoas foi que elas se dedicavam ao ensino dos apóstolos. Essa gente queria aprender e praticar a palavra de Deus, ou seja, o aumento numéri-co não acontecia de qualquer maneira ou sem critério algum. Ocorria através do estudo bíblico e da pregação expo-sitiva (At 17:11-12; 20:20,26,27).

Havia duas outras provas do cres-cimento espiritual na igreja primitiva, que são destacadas pelo autor de Atos. Em primeiro lugar, havia co-munhão entre os crentes (At 2:42; 4:32-33), e, em segundo lugar, ha-via temor no coração deles (At 2:43; 9:31; 19:17). Está escrito: A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número (At 9:31). Esse versícu-lo está confirmando que, à medida que a igreja crescia espiritualmente, também aumentava numericamente. Há quem diga que teremos de optar entre quantidade e qualidade, pois não é impossível ter as duas. Mas isso não é verdade. Atos 9:31 mostra que qualidade gera quantidade.

4. A igreja crescia verdadeira-mente: Nem todo aumento em nú-mero é um crescimento verdadeiro. Há casos em que só se trata de “in-chaços” e nada mais. Quando a igreja

cresce de forma autêntica e saudável, isso ocorre por meio de conversões sinceras. Observe o que foi escrito sobre a igreja do primeiro século: Louvando a Deus e tendo a simpa-tia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos (At 2:47 – NVI). Lucas re-gistra, em Atos, que o crescimento da igreja acontecia por meio de conver-sões e não de adesões (At 15:3).6 A igreja era composta por pessoas con-vertidas e comprometidas com Deus.

No contexto de Atos, ser convertido representava o rompimento total com a idolatria e o paganismo (At 19:18-20). Significava transformação de vida, mudança de conduta. Era tornar-se discípulo e testemunha de Cristo (At 9:1-20). Não podemos nos enganar, iludindo-nos com números astronô-micos que vemos em algumas igrejas evangélicas de nosso tempo. É preciso perguntar se esse crescimento é ver-dadeiro. Qual é a vantagem de um grande rebanho, sem santidade, sem doutrina, sem influência e nem brilho na sociedade em que vive? Precisa-mos pensar muito sobre essa questão. Não devemos ceder à demência “da ditadura do crescimento quantitativo num custoso e vistoso detrimento do qualitativo”.7 Muitas igrejas, para ob-

6. Casimiro (2009:25).

7. As tentações do crescimento exclusivamen-te numérico. Disponível em:<http://www.ul-timato.com.br/revista/artigos/278/as-tentaco-es-do-crescimento-exclusivamente-numerico> acesso em 03 de maio de 2012.

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ter sucesso numérico, estão alargando a porta que Jesus chamou de porta estreita e folgando o caminho que o Mestre chamou de caminho apertado, deixando a impressão de que muitos entram por ele, quando, na realidade, são poucos (cf. Mt 7:13-14).

A igreja do primeiro século “ja-mais evangelizaria os pecadores por meio de lavagem cerebral nem por meio de promessas mirabolan-tes como hoje se faz”.8 Não! O que essa igreja fazia era pregar o evan-gelho. O interessante é que, apesar disso, ela cresceu geograficamente, numericamente, espiritualmente e verdadeiramente. E esse crescimen-

8. Idem.

to aconteceu de forma muito rápida. Em Atos 1:15, eram 120 membros; poucos dias depois, eram cerca de 3 mil (At 2:41); logo depois, já eram 5 mil homens (At 4:4). A partir daí, não dava mais para contar: os cristãos eram identificados como uma gran-de multidão (cf. At 4:32, 5:14, 6:1, 8:6, 17:12, 21:20). Todo esse au-mento aconteceu num período de, aproximadamente, trinta anos. Isso se torna mais impressionante, se le-varmos em conta que os cristãos não tinham à sua disposição os recursos que temos hoje, como os meios de transporte (carro e avião) e meios de comunicação (rádio, televisão, inter-net). É possível crescer sem abrir mão de pregar os mandamentos e as ver-dades do evangelho.

01. Leia o item 1; At 1:8, e responda: Qual era a visão missionária da igreja primitiva? O que significa dizer que a igreja deve crescer geograficamente?

02. Após ler At 2:47, 28:31 e o item 2, responda: Como se dava o aumento numérico da igreja? Comente a frase: “A igreja cresce naturalmente quando obedece à grande comissão”.

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22 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

03. Com base no item 3 e em At 2:41-47, responda: O que significa dizer que a igreja crescia espiritualmente? Quais eram os sinais de crescimento espiritual na vida dos primeiros cristãos?

04. O que é crescimento verdadeiro? Por que não devemos nos iludir com os números astronômicos que vemos em algumas igrejas evangélicas de nosso tempo? Baseie-se no item 4 e em At 2:47, 15:3, 19:18-20.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

1. A igreja proclamadora cresce sem numerolatria.

Hoje em dia, existem várias igre-jas que buscam resultados a qual-quer custo. São preocupadas com o que funciona e não com a ver-dade. Fazem o que dá certo e não o que é certo. Estão tão fissuradas com os números que acabam vi-vendo em função destes, chegan-do ao extremo da numerolatria, ou seja, estão idolatrando os números.9

9. Lopes (2004:121).

A igreja de Cristo deve correr deste extremo perigoso! Você não deve evangelizar preocupado com as estatísticas, visando apenas atin-gir um alvo numérico. Evangelize simplesmente porque, em Jesus, está a esperança da humanidade. Antes de se preocupar com núme-ros, preocupe-se com as pessoas, com a salvação e o crescimento es-piritual destas (Mc 6:34; At 5:42, 11:25-26).

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05. Com base na primeira aplicação, responda: O que é numerolatria? Por que a igreja deve evitar esse extremo perigoso?

2. A igreja proclamadora cresce sem numerofobia.

Outro extremo perigoso é a nu-merofobia, ou seja, a aversão aos números.10 Aqueles que seguem este caminho dizem que Deus não está interessado em quantidade, mas somente em qualidade. Falam que, para fazer a igreja crescer, é preciso abrir mão de princípios bí-blicos. Pregam que a igreja precisa optar por qualidade ou quantidade, porque não pode ter as duas. Nada disso é verdade! O livro de Atos nos mostra que qualidade gera, sim,

10. Idem, p.121.

quantidade. Não existe crescimen-to qualitativo estéril. É comum ou-virmos: “Não crescemos por causa da doutrina que pregamos!”. Será que a doutrina ensinada por nós é mais difícil ou diferente da dou-trina dos apóstolos, ensinada pela igreja primitiva? Certamente, não! Na realidade, essa é uma desculpa inventada por alguns para justificar a falta de atuação e de frutos. A igreja saudável e evangelista, sem dúvida, crescerá (At 2:42-47). É Deus quem dá o crescimento, mas a igreja tem que fazer a sua parte. Se ela não evangeliza, não adianta inventar desculpas.

06. Leia a segunda aplicação e responda: O que é numerofobia? Em seguida, comente a frase: “O livro de Atos nos mostra que qualidade gera, sim, quantidade”.

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24 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

3. A igreja proclamadora cresce com naturalidade.

A igreja é mais do que uma institui-ção: é um organismo vivo. É o Corpo de Cristo na terra. Como todo corpo, ela deve crescer. Como todo ramo li-gado à videira, ela deve florescer e dar frutos. A igreja viva, que é cheia do Es-pírito Santo e atuante no evangelismo, tem o aumento de seus membros de forma natural. Esse princípio é notório no livro de Atos. A comunidade dos primeiros cristãos não sofria de nu-merolatria, nem de numerofobia, mas

estava sempre se multiplicando. Toda igreja saudável cresce com naturalida-de. Portanto, se a igreja não está cres-cendo, você não deve perguntar: “O que fazer para ela crescer?”. O certo é perguntar: “O que a impede de cres-cer?”. Talvez seja a falta de comunhão ou simplesmente a falta proclamação. O papel dos líderes locais é identificar esses obstáculos no caminho da igreja e, com sabedoria espiritual, removê--los, para que ela permaneça crescen-do com naturalidade, como fizeram os apóstolos, em Atos 6:1-7.

07. Por que a igreja proclamadora cresce com naturalidade? O que deve ser feito, quando a igreja em que congregamos não está crescendo?

DESAFIO DA SEMANA

A igreja onde você congrega não tem crescido o tanto que de-veria crescer? Se não, durante a próxima semana, reflita um pouco sobre essa questão. Tente identificar o que a impede de ter novos membros. Você sabia que, na maioria dos casos, é, meramente, a falta de dedicação ao evangelismo? A igreja saudável que planta e rega, certamente, recebe do Senhor o crescimento. Por outro lado, a igreja que não evangeliza, definha-se. Pense nisso! Faça um compromisso com Deus de se envolver mais na obra de evangeli-zação. Colabore para que a sua igreja cresça geográfica, numérica, espiritual e verdadeiramente.

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Hinos sugeridos – BJ 10 • BJ 175

321 DE JULHO DE 2012

A proclamação é prioridade

da igreja

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da Bíblia que a proclamação torna-se prioridade na igreja, quando entendemos o desejo do Pai, a ordem do Filho, a capacitação do Espírito e a urgência da pregação.

TEXTO BÁSICO

Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. (Atos 4:19b-20)

LEITURA DIÁRIA

D 15/07 At 7:1-19

S 16/07 At 7:20-34

T 17/07 At 7:35-43

Q 18/07 At 7:44-60; 8:1

Q 19/07 At 8:2-13

S 20/07 At 8:14-25

S 21/07 At 8:26-40

INTRODUÇÃO

Hoje, estudaremos mais uma lição, para a glória de Deus. O assunto que trataremos será “Proclamação, uma prioridade da igre-ja”. Proclamar é a principal tarefa do povo de Deus em relação ao mundo. Qual é a nossa base para dizermos isso? O livro de Atos é quem confirma esse princípio.1 Este livro apresenta-nos a evangelização como tarefa principal da igreja do primeiro sécu-lo e mostra que essa deve ser a atividade mais importante da igreja atual. Reuniões, festas, comidas, tecnologia, recursos etc. são coisas boas, mas nada disso deve ser prioridade para a nós, a igreja de Cristo. Desejamos que esta lição leve o estudante a colocar o evangelismo no topo da lista de suas tarefas.

1. Casimiro (2009: 33).

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26 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

A maior missão da igreja de Cris-to com relação a Deus é adorá-lo! A igreja existe para adorar ao Deus que a salvou. Portanto, tudo o que faze-mos é para a glória dele (1 Co 10:31), inclusive a proclamação. A maneira de o mundo conhecer o Deus que a igreja adora é através da proclama-ção. Por isso, afirmamos que, nossa principal tarefa com relação ao mun-do é a de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1 Pe 2:9). Nos evangelhos, Cristo nos chama de sal da terra e luz do mundo. Em Atos, ele nos chama de minhas testemu-nhas, pois levamos uma mensagem que pode mudar mundo. É o evange-lho! A notícia de que Jesus veio nos salvar, morreu por nós, dando-nos perdão dos pecados, mas venceu a morte e ressuscitou. A salvação da humanidade depende dessa notícia. Comunicá-la deve ser prioridade, pelo menos, por quatro motivos en-contrados em Atos. Vejamos:

1. O desejo do Pai celestial: Deus Pai deseja que todas as pes-soas sejam salvas (2 Tm 2:4). Desde o dia em que a humanidade aderiu à rebelião contra Deus liderada por Lúcifer, a missão do Pai é trazer a humanidade de volta para si mesmo, ou seja, salvá-la. Mortos em delitos e pecados, os homens não podiam

fazer nada para se redimirem. Deus tomou a iniciativa. A missão de res-gatar da humanidade é do criador, nasceu no coração dele. Ele a proje-tou (At 2:23-24). A isso, os teólogos dão o nome de “Missio Dei”, isto é, a missão de Deus.2 Por isso, a Bíblia diz que toda graça de salvar a huma-nidade vem de Deus, que nos recon-ciliou consigo, através de Jesus (2 Co 5:18). O que Deus mais deseja salvar são as pessoas que ele criou.

A obra de Jesus é a realização do desejo do Pai. Em Atos, existem vá-rias declarações a respeito do envio do Filho, e destacamos as seguintes: ... foi entregue por propósito de-terminado e pré-conhecimento de Deus (...) o mataram, pregando-o na cruz (At 2:23). E ainda: Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito San-to e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curan-do a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele (At 10:38). A conclusão é que “Deus realiza sua missão salvadora enviando seu Filho ao mundo. Jesus é o grande Mis-sionário, enviado pelo Pai”.3 Jesus é aquele que encarna a missão do Pai; proclama a boa notícia de que os que creem em seu nome podem ser salvos (At 4:12).

2. Clowney (2007: 148).

3. Idem, p.149.

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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Para que a missão de Deus tivesse continuidade e fosse cumprida até o fim, Cristo chamou a igreja (a comu-nidade dos missionários) para pro-clamar o evangelho. Ela cumpre sua parte na parceria falando de Jesus e manifestando a graça de Deus. De-vemos também desejar que os não cristãos tornem-se cristãos. Devemos ter um coração aberto para missões. Fazendo assim, somos embaixadores em nome de Cristo (2 Co 5:20). De-vemos pedir um coração semelhante ao de Deus, cheio de amor e mise-ricórdia. Pronto a aceitar o pecador. Entretanto, não basta ter desejo ape-nas: é preciso ir e evangelizar. Veja-mos outro motivo.

2. A ordem do Senhor Jesus: O Mestre que sempre proclamava o reino de Deus (Mt 4:17) deu or-dem aos seus discípulos a fazerem o mesmo: pregar o evangelho. A grande comissão diz: Portanto, vão e façam discípulos de todas as na-ções, batizando-os no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28:19 – NBV). É o mandato de Jesus à igreja. Priorizamos a evan-gelização, quando obedecemos ao que Cristo nos designou: sermos discípulos missionários. Por isso, “a Grande Comissão foi dada por Cris-to não somente aos 11 apóstolos, mas também, por extensão a todos os seus seguidores”.4

4. Williams (2011: 858).

Assim como Cristo era um missio-nário, todo discípulo dele é também um missionário. Todos nós, verda-deiros cristãos, somos missionários de Jesus, enviados a cumprir a sua ordem. Todavia, não cumprimos a grande comissão de qualquer jeito. Não basta apenas entregar folhetos ou dizer “Jesus te ama!”: é preciso mais conteúdo evangélico e pro-fundidade bíblica. Quando Jesus nos manda anunciar, devemos fa-zer como ele mandou. Em primeiro lugar, devemos ir e fazer discípulos, ou seja, anunciar a mensagem de tal modo que as pessoas entendam e desejem ser parecidas com Jesus. Em segundo lugar, devemos batizar e ensinar todas as coisas que ele or-denou (Mt 28:19-20).

O que isso quer dizer? Já que o discípulo deve parecer com seu mes-tre, devemos ensinar-lhe, com fide-lidade, a palavra de Jesus (At 2:42). Só deve ser batizado quem crer na mensagem (Mc 16:16). Na igreja primitiva, os novos convertidos não eram apenas adeptos, nem apenas simpatizantes da fé ou cristãos no-minais: eles se tornavam discípulos: Crescia a palavra de Deus, e, em Je-rusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssi-mos sacerdotes obedeciam à fé (At 6:7 – Grifo nosso). Não devemos evangelizar e batizar só por núme-ros: temos que fazer a proclamação com ensino e consolidação, para que, de fato, a pessoa se torne discí-

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28 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

pula de Jesus, multiplicadora de seu ensino, pescadora de homens. O Se-nhor da igreja nos deu essa ordem e obedecer-lhe é uma prioridade.

3. O poder do Espírito Santo: Outro motivo que temos para colo-car a evangelização como prioridade é que fomos capacitados pelo Espíri-to Santo para isso. Vale lembrar que todo crente que se rende a Cristo recebe o Espírito Santo (1 Co 3:16). Lídia só pôde crer em Jesus porque Deus lhe abriu a mente (At 16:14), e, assim, quando creu no Senhor, ela re-cebeu o Espírito Santo. De fato, todo aquele que recebeu Jesus em sua vida é morada do Espírito de Deus. Deste modo, todo cristão tem a capacidade de proclamar o evangelho. Não há desculpas para não evangelizar. To-dos podemos, pois Deus está em nós.

Além disso, podemos ficar ainda mais inflamados pela obra missio-nária e isso acontece quando somos batizados no Espírito Santo. Esse ba-tismo faz o nosso coração arder pelo evangelismo local e por missões. Veja o exemplo de Pedro. Logo depois de receber esse poder do alto, levantou--se diante de uma multidão e, com toda ousadia, declarou: Cada um de vocês deve abandonar o pecado, voltar-se para Deus e ser batizado no nome de Jesus Cristo para o perdão dos seus pecados (At 2:38 – BV). Quem recebe essa dádiva espiritual tem um coração missionário. Jesus não nos batiza apenas para ficarmos

falando em línguas ou chorando nos cultos. O princípio bíblico apresenta-do em Atos é que crentes batizados no Espírito Santo ficam ainda mais entusiasmados para evangelizar e fa-lar das grandezas de Deus.

No livro de Atos, sempre que as pessoas são cheias do Espírito Santo são impulsionadas a proclamar Jesus Cristo. Vejamos o texto de Atos 4:31: Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos fica-ram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Por assim ser, espera-se que o crente batizado no Espírito Santo evangelize mais, pois, para isso, rece-beu o “poder do alto”. Quem é capa-citado por Jesus com o Espírito Santo, terá a proclamação como prioridade em sua vida, pois a missão do Espírito é convencer a humanidade do seu es-tado pecaminoso (Jo 16:8).

4. O valor da pregação cristã: A evangelização era a tarefa mais importante dos primeiros cristãos, também devido ao senso de urgên-cia que habitava o coração deles. Sa-biam que pregação era o único meio de as pessoas serem salvas. Enten-diam que o objetivo de evangelizar é para abrir-lhes os olhos e convertê--los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados (At 26:18). A pregação cristã é muito im-portante. Dela depende a libertação e a salvação de muitos. Em nossos

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dias, pessoas continuam morrendo sem Cristo e condenadas. Se Cristo voltasse hoje, muitos seriam conde-nados, sem terem o pleno acesso à mensagem do evangelho. Isso é la-mentável! Pense nisto: a nossa pro-clamação deve ter o mesmo caráter de urgência que havia em Atos.

Na mente de Paulo, esse princípio estava muito claro. Ele cria e ensinava que a única possibilidade de alguém ser salvo é a pregação do evangelho. Dizia: ... todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue? (Rm 10:13-14 – grifo nosso). Deve-mos falar, devemos divulgar Jesus. Devemos levar o seu nome aonde for-mos. Às vezes, não sabemos por que

tantos estão incrédulos ao nosso re-dor; entretanto, basta analisarmos se temos falado do evangelho, se temos nos conscientizado de que sobre nós “pesa” essa obrigação (1 Co 9:16).

Olharemos a proclamação como urgência, quando nos lembrarmos do destino das vidas que não se ren-derem a Jesus; quando nos lembrar-mos do juízo vindouro e da morte eterna. A missão do Espírito Santo é justamente convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8); a nossa, é dizer que o Espírito de Deus pode dar nova vida às pessoas, para saírem do juízo e ganhar uma vida de completa liberdade (At 26:18). Que possamos nos esforçar para pregar a mensagem de Cristo, tendo em mente o juízo vindouro e sabendo que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16).

01. Leia o item 2; At 2:23-24, 10:38; 2 Tm 2:3-4, e responda: Qual é a vontade do Pai, com relação à humanidade perdida? Qual é o papel de Jesus e o da igreja para que vontade do Pai se cumpra?

02. Com base em Mt 28:19-20, comente a ordem que Jesus deixou a sua igreja. Você concorda que a proclamação deve ser uma prioridade da igreja?

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30 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

03. Após ler At 1:8, 4:31 e o item 3 do comentário, responda: O que o poder de Deus em nossas vidas tem a ver com a proclamação do evangelho? Qual deve ser a atitude de quem é batizado no Espírito Santo?

04. Qual é a importância da pregação do evangelho? Por que o evangelismo é uma tarefa urgente? Baseie-se em At 26:18; Rm10:13-14.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

1. A obra missionária é priorida-de para nós, quando enviamos os melhores obreiros.

Veja o exemplo da igreja de Antio-quia (cf. At 13:1-3). Ali, havia profe-tas e mestres, dentre os quais o Se-nhor separou a Paulo e Barnabé (v. 2). Estes foram enviados para evan-gelizar e plantar novas igrejas (At 13 e 14). Perceba que eram os melhores obreiros daquela igreja, pois eram os mais experientes e capacitados.

Qual é a lição? Todos os membros da igreja local devem se envolver com o evangelismo, mas, principalmente, os consagrados e a liderança. Eles devem ser o exemplo. Devem coor-denar o evangelismo. Devem minis-trar os estudos nos grupos peque-nos. De igual modo, quando a igreja enviar missionários para evangelizar outros povos, precisa enviar os me-lhores, porque a obra missionária é importante. É uma prioridade.

05. Leia Atos 13:1-3 e responda: Que lição aprendemos com a igreja de Antioquia sobre priorizar a obra missionária?

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2. A obra missionária é priorida-de para nós, quando entregamos os melhores recursos.

A igreja local que prioriza a procla-mação deve ser formada de crentes que tenham o bolso aberto para a evangelização. Nossos recursos de-vem estar disponíveis para o reino de Deus. Imitemos Barnabé, que, pos-suindo um terreno, vendeu-o, trouxe

o dinheiro e colocou-o aos pés dos apóstolos (At 4:37 – AS21). Fazendo assim, estaremos vivendo a palavra que nosso Senhor Jesus disse: Mais bem aventurado é doar que receber (At 20:35). O ardor por missões não deverá restringir-se ao coração, mas deve chegar ao nosso bolso. Que possamos evangelizar usando os nos-sos melhores recursos financeiros.

3. A obra missionária é priorida-de para nós, quando damos o melhor de nós mesmos.

Devemos ajudar projetos missio-nários em outros lugares do mun-do; porém, não devemos esquecer o “mundo” ao nosso redor, isto é, a comunidade local. Onde congre-ga, você deve fazer o seu melhor para ganhar almas. Barnabé não somente doou seus recursos, mas

também seu tempo (At 11:22). Que possamos dar o melhor do nosso tempo e da nossa capacidade para que vidas sejam alcançadas. Qual é o seu dom? É cantar, ensinar, interceder ou pregar? Use-o no evangelismo! Não devemos medir esforços em fazer o melhor para o Senhor. Que possamos nos esfor-çar para que proclamemos a Jesus da melhor forma.

06. Leia a segunda aplicação; At 20:35, e responda: Como podemos priorizar a proclamação do evangelho através de nosso dinheiro?

07. Com base na terceira aplicação, responda: O que significa investir o melhor de nós mesmos na evangelização?

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32 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

DESAFIO DA SEMANA

Colocar a proclamação como tarefa principal não é fácil, mas também não é impossível. Podemos, a partir de agora, conscienti-zar-nos mais uns aos outros, a fim de proclamarmos o evangelho. Podemos formar, em nossa igreja local, um grupo de evangelismo que se reúna para orar pelo crescimento da igreja e que saia para pregar o evangelho e ministrar estudos bíblicos. Aceitem esse de-safio, pastores e presbíteros, diaconisas e diáconos, homens, mu-lheres, jovens, adolescentes e crianças. Vamos fazer de nossa co-munidade local um lugar onde a evangelização é praticada como prioridade, para glória de Deus Pai.

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Hinos sugeridos – BJ 69 • BJ 76

428 DE JULHO DE 2012

A ação do Espírito Santo na

proclamação

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OBJETIVO

Ajudar o estudante da palavra de Deus a entender o papel do Espírito Santo na proclamação do evangelho e desafiá-lo a viver como viveram os crentes na igreja primitiva: submissos e cheios do Espírito.

TEXTO BÁSICO

Tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. (At 4:31)

LEITURA DIÁRIA

D 22/07 At 9:1-19

S 23/07 At 9:20-31

T 24/07 At 9:32-43

Q 25/07 At 10:1-8

Q 26/07 At 10:9-22

S 27/07 At 10:23-31

S 28/07 At 10:32-43

INTRODUÇÃO

Nesta era de secularismo não tem havido espaço para o Espírito Santo atuar na vida de muitos crentes e igrejas que entendem que, com apenas um bom marketing, dinheiro e bons equipamentos, podem fazer a obra do Senhor. Muitos eventos eclesiásticos, ainda que com aparência de elevada espirituali-dade, são apenas resultados de estratégias humanas. Em muitas situações, o Senhor é invocado com os lábios, mas o coração está distante dele. Na semana passada, vimos o quanto a proclamação tem de ser encarada com responsabilidade na igreja. Nesta sema-na, veremos que, sem o Espírito Santo, não há êxito na proclamação.

A igreja do primeiro século viveu tempos difíceis por causa das perseguições dos judeus e dos romanos e, em muitos momentos, as dificuldades foram mais intensas. Em tempos

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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34 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

de crise, quando suas forças eram in-suficientes, sabiam recorrer ao poder que não era humano. Souberam, na prática, como o Senhor Jesus foi fiel em prometer e cumprir: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consola-dor a fim de que esteja para sempre convosco (Jo 14:16). Oraram para que, capacitados pelo poder do Es-pírito Santo, permanecessem inaba-láveis e se mantivessem obedientes à ordem do Senhor para pregar o evangelho em todo o mundo.

1. O livro de Atos do Espírito Santo: As palavras iniciais do livro de Atos são: “o primeiro tratado”. Isso porque este livro deve ser com-preendido em conjunto com o livro anterior (Evangelho de Lucas). Neste, temos o que Jesus começou a fazer e a ensinar, durante o seu ministério terreno. Já no livro de Atos, temos o que Jesus continuou a fazer e a en-sinar por intermédio da igreja sob a capacitação do Espírito Santo. A pa-lavra “começou”, em At 1:1, suge-re exatamente isso. O livro de Atos, apesar de tratar sobre acontecimen-tos posteriores à ressurreição e à as-censão de Jesus, continua tratando do ministério dele, que continua, e agora Jesus é proclamado pela igreja sob a capacitação do Espírito Santo.1

O título “Atos dos Apóstolos” não foi dado originalmente por Lu-cas. Como se tratava de uma obra

1. González (2011:32).

em dois volumes, não se tinha um título separado. A igreja do primeiro século o tinha como a segunda parte do Evangelho de Lucas. A ocorrência mais antiga que se conhece com o título “Atos dos Apóstolos” é próxi-ma ao ano 180 depois de Cristo.2 A palavra grega traduzida por “Atos” é Praxeis. No mundo antigo, esta era usada para descrever os grandes feitos de um povo ou de cidades.3 Como o livro descreve o estabeleci-mento da igreja e como Deus usou os apóstolos de maneira especial nessa tarefa, o título não está erra-do. Contudo, apesar de não ser in-coerente ou errado, será que este é o título mais adequado? Os grandes responsáveis por estes grandes feitos foram os apóstolos?

Parece que o escritor tem um acentuado interesse pelo apóstolo Pedro; porém, nada é dito sobre sua obra após o concílio dos apóstolos (capítulo 15), nem mesmo sobre sua morte. Mesmo a respeito de Paulo, que aparece em 16 dos 28 capítulos do livro e cujas viagens missionárias são relatadas, são omitidos detalhes essenciais, e nada é dito sobre seu julgamento e sua morte. Existe pou-ca informação a respeito de João e Judas e absolutamente nada sobre os demais apóstolos, exceto a citação de seus nomes (At 1:13) e a presença da expressão “os apóstolos” (cf. At

2. Williams (1996:26).

3. Carson et al (1997:203).

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16:4), para se referir a um grupo co-eso que agia em conjunto. As infor-mações anteriores não devem levar o leitor a imaginar que houve descuido por parte do escritor; ao contrário, fica perceptível que o objetivo do escritor sagrado é somente mostrar o progresso do evangelho pelo mun-do, e, diante de objetivo tão eleva-do, todos os instrumentos humanos deixam de ser os mais importantes. Apenas Deus e sua magnífica obra não perdem a importância.4

Na verdade, o grande personagem de Atos é o Espírito Santo. São mais de 50 menções a sua pessoa. Mesmo as ações dos apóstolos só acontece-ram por iniciativa dele. O livro de Atos “narra as ações do Cristo ressurreto, realizadas por meio dos apóstolos, por obra do Espírito Santo”.5 Eles recebe-riam poder do Espírito (At 1:8) para proclamar. Quando oravam, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre eles (At 2:4). A partir de então, não cessaram mais de falar sobre Jesus (At 4:31). O Espírito começa a ser pro-eminente nos acontecimentos: julgan-do (At 5:3), testemunhando (5:32), capacitando (At 6:3), dando coragem (At 9:31), batizando (At 10:15-17), separando (At 13:1) etc. Em Atos, te-mos, então, os “Atos do Espírito San-to”. Por isso, o título “Atos do Espírito Santo” já foi sugerido como o mais correto para este livro.

4. Boor (2003:8).

5. Bickel & Jantz (2002:256).

2. O Espírito Santo dirige a proclamação: Os apóstolos estu-daram na melhor faculdade de te-ologia que se possa imaginar: eles fizeram um curso intensivo – ma-nhã, tarde e noite –; tiveram aulas teóricas e práticas; fizeram estágio supervisionado nas mais diferentes e importantes situações; tiveram a mais consistente grade de maté-rias, e, além disso, tiveram aulas com o maior mestre de todos os tempos: o Senhor Jesus Cristo (Jo 13:13). Tudo isso ainda não era o suficiente para proclamarem com eficácia o evangelho. Por causa da natureza da obra missionária, que é espiritual e com efeitos so-brenaturais na vida das pessoas, somente o preparo acadêmico não produz missionários segundo o co-ração de Deus.

Sabedor de que ainda não esta-vam prontos para cumprir o “Ide”, Jesus os proibiu de saírem de Jeru-salém enquanto não recebessem o Espírito Santo (At 1:4 e Lc 24:49). Ao proibi-los, Jesus lhes ministrou qua-tro ensinamentos: O primeiro é que todo preparo, por melhor que seja, sem o Espírito, será ineficaz na pro-clamação. O segundo ensinamento é que, para o crescimento da igreja, é preciso a atuação do Espírito San-to. O terceiro é que todo projeto de plantação ou revitalização da igreja não deve ser iniciado sem ser sub-metido ao Espírito Santo, em oração. O quarto ensinamento é que nada

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36 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

deve ser feito na obra missionária sem obediência ao Espírito Santo.6

Todo cristão e toda igreja deve ter a evangelização do mundo como uma tarefa singular. O tema central de Atos é evangelização e missões. Toda atividade missionária registra-da nesse livro é iniciada e concluída pela ação do Espírito de Cristo. Sem essa ação não existe trabalho missio-nário cristão. A igreja prega, mas é ele quem chama eficazmente o pe-cador para ser salvo (At 2:39); quem converte ou regenera (Jo 3:3-7); quem vivifica (Jo 6:63; Ef 2:1); quem acrescenta novas pessoas à igreja (At 2:47). O Espírito Santo age na vida do crente em Cristo motivando--o e capacitando-o para a proclama-ção do evangelho.

O testemunho humano, por si só, não alcança a consciência das pessoas e nem pode transformá-las. Quem transforma é o Espírito San-to. Somente ele tem o poder para atestar, no interior das pessoas, as verdades proclamadas pelos cren-tes, de maneira que possam se con-verter a Cristo (Jo 16:13). O sucesso evangelístico, na era apostólica, não se deu por causa da inteligente es-tratégia missionária elaborada pelos apóstolos, mas pela ação do Espíri-to revelando à igreja as estratégias divinas, ora ordenando avançar, ora impedindo de avançar (At 16:6). Ele é o estrategista e o executor da

6. Casimiro (2009:41).

ação missionária, em toda a história da igreja de Cristo.

3. Crentes cheios do Espírito

Santo são proclamadores eficazes: Em Atos, lemos: todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus (At 4:31). O Espírito Santo capacita os que creem a testemunharem com ousadia e com eficácia sobre Jesus Cristo. O crente cheio do Espírito Santo procla-ma Jesus Cristo em seu viver diário. O contexto, aqui, é de perseguição con-tra a igreja. Em oração, os discípulos afirmaram que os povos haviam se ajuntado contra o “santo Servo Jesus” (At 4:27), possivelmente se referindo ao servo sofredor de Isaías 53.7

A oração dos discípulos não foi para serem livres das tribulações, mas para receberem coragem para enfrentá-las e continuarem procla-mando “com toda a intrepidez” (At 4:29). Cheios do Espírito Santo, isto é, sob o domínio e a direção do Es-pírito, eles continuaram sua marcha anunciando Jesus. Estes crentes de-monstraram valorizar a palavra de Deus; afinal, como vimos anterior-mente, esta se encontrava em alguns trechos da sua oração. Enquanto ora-vam, eles a citavam. Todavia, valori-zavam a palavra não apenas porque a citavam, mas porque demonstra-vam disposição de defendê-la firme-mente, mesmo nas adversidades.

7. Idem, p.110.

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O texto diz: todos ficaram cheios do Espírito Santo (At 4:31a). Ser cheio do Espírito não era uma prerrogativa dos apóstolos. Esse poder está dis-ponível a toda a igreja. Ser cheio do Espírito Santo é ter a vida como um todo controlada por ele. Mais do que falar em línguas, os crentes precisam amar e valorizar a palavra de Deus, a ponto de não se contentarem em guardá-la para si, mas terem prazer em anunciá-la com intrepidez (At 4:31b). Jesus afirmou que o Espírito da verdade seria a sua testemunha (Jo 15:26). Em todo o livro de Atos, nós o vemos usando pessoas, para que Cristo fosse proclamado. Todo cren-te cheio do Espírito Santo proclama a mensagem do evangelho eterno.

Deus fez tremer o lugar onde a igreja estava reunida, como sinal de que a sua oração fora atendida. Há o perigo de se achar que o sinal mais importante aqui foi o tremor. Todavia, o sinal mais importante foi que “todos ficaram cheios do Espírito Santo”. Muitos querem ver o local tremer, como sinal da presença de Deus. Os discípulos, porém, pediram capacitação para pregar o evangelho e, em respos-ta, ficaram cheios do Consolador. Quem está cheio do Espírito, sente o coração pulsar no rítimo do cora-ção de Deus e não tem alternativa, a não ser proclamar Cristo (1 Co 9:16). Todos cheios do Espírito, to-dos proclamam.

01. Após ler o item 1, comente com a classe por que o título “Atos do Espírito Santo” ficaria mais apropriado para o livro de Atos dos Apóstolos.

02. Leia o item 2; Lc 24:49; At 1:4, e comente sobre a importância do Espírito Santo na proclamação.

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38 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

03. Leia o segundo parágrafo do item 3; At 4:24-30, e comente sobre o conteúdo da oração dos discípulos.

04. Leia At 4:31; o item 3, e comente sobre as características dos crentes cheios do Espírito Santo.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

1. A ação do Espírito Santo na proclamação é cristocêntrica.

As poucas referências aos apósto-los e suas ações registradas no livro de Atos não os deixaram enciumados. Suas vidas foram transformadas de maneira tão extraordinária que não havia espaço em seu coração para competição. Muitas vezes, somos ten-tados a competir uns com os outros, e até pensamos que devemos receber privilégios por aquilo que o Senhor nos capacita a fazer. Na obra missionária, quem deve aparecer não é o procla-mador, mas o proclamado. Se formos

usados para cantar, pregar, ensinar, evangelizar, ou fazer qualquer outra coisa na obra do Senhor, precisamos saber que o objetivo do Espírito San-to é sempre glorificar a Cristo. Jesus sempre é o centro na obra missio-nária. Veja, por exemplo, Filipe: sua mensagem estava centrada em Jesus, e, no final, o eunuco reconheceu que este é o Filho de Deus (At 8:35-37). Depois de batizá-lo, Filipe saiu de cena para que a luz de Cristo brilhasse ain-da mais. O eunuco não viu mais Filipe, mas voltou para sua casa alegre e com Jesus no coração (At 8:38-39).

05. Quem deve sempre ser glorificado na proclamação? É isso que tem acontecido? Como podemos fazer com que isso aconteça?

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2. A ação do Espírito Santo na proclamação é insubstituível.

Estratégias bem elaboradas, re-cursos financeiros, equipamentos de última geração têm sua importância na proclamação, mas o perigo é pen-sarmos que, com esses recursos, es-tamos prontos para fazer a obra do Senhor e nos esquecermos da ordem: “Permanecei, pois, na cidade, até que

do alto sejais revestidos de poder”. A igreja de hoje, como em todas as épocas, precisa ter a consciência de que, na proclamação, absolutamente nada substitui a ação do Espírito San-to. O coração humano continua com as mesmas necessidades dos dias da igreja primitiva, e só o Espírito de Deus pode tocá-lo através da mensa-gem proclamada pelo crente.

3. A ação do Espírito Santo na proclamação é capacitadora.

Sem a capacitação do Espírito, a pregação e a evangelização, por mais elaboradas que sejam, ficam vazias, cansativas e infrutíferas. Por outro lado, quando estamos cheios do Espírito Santo, por mais árdua que seja a missão, podemos executá-la com eficácia, porque o poder que está em nós nos

ajudará a valorizar e a viver de acordo com a palavra, colocando sua obra acima de nossas vidas e de nossos interesses particulares. A grande necessidade desta ge-ração é de pessoas rendidas in-condicionalmente a Cristo e que, em obediência ao Espírito Santo, sejam testemunhas fiéis de Cristo. Por isso, deixem-se encher pelo Espírito (Ef 5:18-21).

06. De que maneira você pode deixar clara sua dependência do Espírito Santo na proclamação?

07. Comente sobre a importância da capacitação do Espírito na proclamação. Como saber se estamos deixando o Espírito nos encher? Leia Ef 5:18-21.

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40 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

DESAFIO DA SEMANA

Homens, mulheres, jovens e crianças necessitam de alguém que lhes fale de Jesus. Estas pessoas estão pelas ruas, nos locais de trabalho, nas escolas, nas festas. O Senhor da igreja pode con-tar com você para lhes falar a respeito do Salvador? A Bíblia per-gunta: Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E, como ouvirão se não há quem pregue? (Rm 10:14). Muitos pensam que não têm jeito para anunciar a Cristo ou que não é o seu chamado. O Espírito Santo quer anunciar Jesus por seu intermédio e pode capacitá-lo com poder sobrenatural. Separe um momento, nesta semana, para orar e pedir a capacitação divina. Que tal começar a fazer isso agora? Conforme afirmou Bounds8: “O que a Igreja necessita não é de mais e melhor maquinismo, de novas organi-zações ou mais e novos métodos, mas de mais homens a quem o Espírito Santo possa usar”.

8. Apud Casimiro (2009:47).

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Hinos sugeridos – BJ 84 • BJ 313

54 DE AGOSTO DE 2012

O segredo da proclamação é

a oração

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OBJETIVO

Mostrar que um dos grandes segredos para o avanço da igreja, em Atos, foi a oração e desafiar a igreja atual a cultivar essa importante prática.

TEXTO BÁSICO

Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus. (At 1:14)

LEITURA DIÁRIA

D 29/07 At 10:44-48

S 30/07 At 11:1-18

T 31/07 At 11:19-30

Q 01/08 At 12:1-8

Q 02/08 At 12:9-19

S 03/08 At 12:20-25

S 04/08 At 13:1-12

INTRODUÇÃO

Pela graça de Deus, chegamos ao quinto estudo desta série de lições intitulada Igreja proclamadora: princípios bíblicos para evan-gelização em Atos dos apóstolos. De acordo com o que vimos na última lição, o promotor da obra missionária é o Espírito. É ele quem dirige e capacita os discípulos a proclama-rem o evangelho. Sendo assim, para que es-tes obtenham êxito, precisam caminhar em harmonia e dependência dele. O segrego da igreja de Atos, para manter essa comunhão com Deus e estar em sintonia com o Espírito Santo, o promotor da obra missionária, foi a oração. Abra, então, a sua Bíblia, e, jun-tos, vamos entender por que a oração é tão importante no que se refere à pregação do evangelho de Cristo.

Sabemos que o livro de Atos refere-se às ações proclamadoras da igreja primitiva. Con-forme os capítulos avançam, os protagonistas até se modificam (nos primeiros capítulos, a

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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42 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

ênfase maior está sobre as ações de Pedro; já a partir do capítulo 13, Pau-lo é o apóstolo mais citado). No en-tanto, uma ideia permanece: a igreja tem o dever de anunciar o evangelho de Jesus. Conforme já afirmamos, um dos segredos para se alcançar sucesso nessa tarefa é, justamente, a oração. A igreja de Atos era uma igreja que orava. Quando a igreja depende de Deus, ele a responde (cf. At 1:14, 2:42, 4:31, 6:4, 9:11, 16:16, 20:36). A seguir, vamos ob-servar o exemplo dos primeiros cris-tãos nesta questão, buscando fazer o mesmo em nossos dias.

1. Oração, uma marca da igreja: A igreja nasceu em oração.1 Quando o Senhor Jesus retornou ao céu, cen-to e vinte discípulos ficaram orando unânime e fervorosamente, enquan-to aguardavam o cumprimento da promessa do Pai (At 1:12-15), que era o derramamento do Espírito so-bre eles (At 1:8). O mover do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, acon-teceu após uma reunião de oração de, aproximadamente, sete dias. A partir dali, aquela igreja nunca mais deixou de orar. Sobre ela, Lucas es-creveu: E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações (At 2:42 – grifo nosso).

Quando as perseguições e amea-ças tentavam calar aqueles cristãos,

1. Lopes (2004:66).

ao invés de desistirem da fé, reuniam--se e erguiam suas vozes em clamo-res, e Deus lhes dava força. Os após-tolos, que eram líderes dessa igreja, entendiam que a oração deveria ser uma prioridade em seus ministérios, assim como pregar o evangelho era outra (At 6:4). Em Atos, capítulo 12, lemos que, após a morte de Tiago e a prisão de Pedro, a igreja não teve outra reação senão colocar-se a orar: Durante todo o tempo em que ele estava na prisão, a igreja orava fervo-rosamente a Deus (v.5). As Escrituras dizem que um anjo enviado por Deus libertou Pedro daquela prisão (v.7).

Após estar em liberdade, o após-tolo decidiu ir para casa de Maria, a mãe de João Marcos, e lá encontrou muitas pessoas que estavam congre-gadas e oravam (v.12). A igreja pri-mitiva era incansável na oração. O li-vro de Atos nos mostra que, algumas vezes, enquanto oravam, muitos iam sendo batizados no Espírito Santo (At 8:14-17; 19:1-7). Os crentes sa-íam dos cultos inflamados pela obra missionária, prontos a falar de Jesus. Aquela igreja orava, a terra tremia, as portas da prisão eram abertas, o evangelho avançava com poder e o nome de Cristo era glorificado.

A comunidade cristã em Antio-quia, por exemplo, estava em con-sagração, quando o Espírito Santo o orientou na obra missionária, sepa-rando Barnabé e Saulo. Foi orando, jejuando e impondo as mãos sobre eles que ela os enviou para as mis-

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sões (At 13:2-3). A igreja não apenas nasceu em oração, mas também so-breviveu e cresceu orando. O fato é: “Sempre que a igreja experimentou grandes avanços, ela estava cami-nhando de joelhos”.2 Se nós, igreja do Senhor da atualidade, quisermos avançar, evangelizando e ganhando vidas para Cristo, precisamos apren-der e praticar o segredo dos primei-ros cristãos, que era levar a oração a sério. A igreja que é dedicada à ora-ção é fervorosa, cresce e vive mais intensamente o poder de Deus.

2. Oração, um poderoso recurso: Algo que chama à atenção em Atos é que o povo de Deus não tinha muitos recursos. Prova disso são as palavras de Pedro ao paralítico: Não tenho prata, nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Na-zareno, ande (At 3:6). Essa igreja não possuía extravagância de bens, nem dinheiro sobrando; não tinha qualquer tipo de literatura impressa, e muito menos possuía a visibilidade que os meios de comunicação podem ofe-recer (rádio, televisão, internet) ou re-presentantes políticos; em muitos mo-mentos, não tinha liberdade de culto. Realmente, a igreja “não tinha nada, mas possuía tudo: Deus. E por meio da oração, Deus trabalhava pela igreja”.3

Johnstone, missiólogo e autor do livro “Intercessão Mundial”, certa vez

2. Lopes (2004:67).

3. Casimiro (2009:47).

escreveu: “Quando o homem traba-lha, o homem trabalha. Quando o ho-mem ora, Deus trabalha”.4 Os primei-ros cristãos entendiam isso. Sabiam que, se confiassem em seus próprios meios e em sua própria força, fracas-sariam. Por isso, a igreja dependia de Deus em tudo, principalmente no que diz respeito à evangelização dos per-didos. É impossível haver crescimento genuíno na igreja sem oração. Não podemos jamais “pensar em planta-ção e revitalização de igreja, sem ora-ção. Tudo deve começar, continuar e terminar em oração”.5

Quando o povo redimido põe-se a orar, Deus opera. Milagres ocorrem quando estamos de joelhos. Em ora-ção, nós crescemos e a igreja cresce também. Hoje, não podemos alegar que não temos recursos. Temos mais do que os primeiros cristãos tinham. Por isso, infelizmente, muitas igrejas locais confiam e dependem tanto de seus recursos que estão se des-cuidando da oração. Não podemos permitir que estratégias, artifícios, capacidades humanas ou recursos financeiros, utilizados no evangelis-mo, roubem o lugar de importância que deve ter a oração.

Sem a bênção de Deus, não adian-ta evangelizar. É o mesmo que “ma-lhar em ferro frio”. É desperdiçar

4. Por que orar pelo mundo?. Disponível em: <http://globalprayer365.net/pt/sobre/porque--orar-pelo-o-mundo> acesso em: 19 de abril de 2012.

5. Casimiro (2009:47).

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44 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

tempo e recursos. Portanto, oremos pedindo a sua bênção em nossa ação evangelística. Devemos lembrar que a obra missionária é uma verdadeira guerra contra o reino das trevas (At 26:16-18; Ef 6:10-13,18), e as armas com as quais lutamos não podem ser carnais nem humanas, mas podero-sas em Deus para destruir fortalezas (2 Co 10:4). Uma das formas de nos capacitarmos para essa guerra é oran-do. Na oração, o Espírito Santo nos dá poder e orientação. Jamais devemos trocar o poder e a orientação de Deus “por métodos, técnicas e práticas ad-ministrativas ou de marketing”.6 Ao contrário, devemos orar para que o Senhor nos conduza nessa obra.

3. Oração, uma fonte de poder: Um bom exemplo da prática de ora-ção ligada à proclamação está regis-trado em Atos 4:23-31. Depois que foram soltos, Pedro e João contaram aos outros apóstolos as ameaças que sofreram do Sinédrio (At 4:23-24). Ali, orando a Deus, os discípulos pe-dem que ele os capacite, diante das oposições e ameaças dos persegui-dores do evangelho e da igreja de Cristo. Eles oraram dizendo: Agora, Senhor, (...) capacita os teus servos para anunciarem a tua palavra cora-josamente. Estende a tua mão para curar e realizar sinais e maravilhas por meio do nome do teu santo ser-vo Jesus (At 4:29-30). O pedido de-

6. Idem, p. 46.

les não foi para que Deus os livrasse das aflições, mas para que fossem capacitados a pregarem com mais coragem a mensagem do evangelho. Que bela oração!

Foram duas as dádivas que eles pediram a Deus. Em primeiro lugar, pediram coragem. Queriam enfrentar a crise e as intimidações dos persegui-dores, sem medo da morte, mas con-fiando no Senhor. Queriam ousadia e intrepidez para falar daquele que morreu na cruz, mas que ressuscitou. Em segundo lugar, pediram confir-mação. Queriam que o Espírito Santo continuasse respaldando o trabalho deles com curas, sinais e maravilhas. Desejavam que a “mão de Deus” con-tinuasse com eles. Isso é evidência de que aqueles cristãos não estavam con-fiando na própria força, mas, sim, no poder do alto, que os fazia testemu-nhas de Cristo. Nessa oração, estavam se colocando nas mãos de Deus.

Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a pala-vra de Deus (v.31). Saíram daquela reunião cheios de amor pela obra e prontos a morrer por Cristo. Essa oração enfatiza a forma pela qual o corpo de Cristo deve ser capacitado e encorajado. Outro aspecto impor-tante nessa relação entre oração e evangelismo é a intercessão. É o próprio Mestre quem incentiva a in-tercessão pela obra missionária: A seara na verdade é grande, mas os

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trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que man-de trabalhadores para a sua seara (Mt 9:37-38).

Por sua vez, Paulo nos estimula a interceder pelos perdidos (Rm 10:1; 1 Tm 2:1,3,4) para que sejam salvos. É preciso orar pela salvação de nos-sos familiares e amigos. É necessário interceder por nosso bairro, nossa cidade e nosso país. É fundamental clamarmos pelos povos não alcan-çados. Paulo também nos ensina a orar pelos missionários, para que eles tenham ousadia (Ef 6:20; 1 Ts 5:25) e para que portas sejam aber-

tas para a pregação (Cl 4:2-4). Ele es-creve: Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemi-damente, torne conhecido o mistério do evangelho (Ef 6:19). Sem a inter-cessão, o trabalho missionário seria meramente humano. Com ela, o resultado é notável. Através da ora-ção, a igreja pode clamar a Deus por poder espiritual. Lembre que um dos grandes segredos para que o Espírito Santo atuasse sobre a igreja de Atos e fizesse com que a obra avançasse foi a oração. Cultivemos essa prática importante e benéfica!

01. Leia o item 1 e responda: Por que podemos dizer que oração é marca da igreja de Cristo? Leia também At 1:12-15, 2:42, 6:4, 12:5-12.

02. Após ler At 3:1-6, comente a afirmação: “A igreja primitiva não tinha muitos recursos”. Os primeiros cristãos confiavam em seus próprios recursos?

03. Por que oração e jejum são tão importantes na pregação do evangelho? Você concorda que a evangelização é uma guerra contra o reino das trevas? Baseie-se em At 26:16-18; 2 Co 10:4; Ef 6:10-13,18-20.

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46 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

04. Leia At 4:23-31 e comente esse episódio em que vemos a oração como a fonte de poder da igreja. Fale também sobre a importância da intercessão pela obra missionária (cf. Mt 9:37-38; Ef 6:19-20; Cl 4:2-4; 1 Tm 2:1,3,4).

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

1. Na proclamação, oremos admi-tindo o cuidado de Deus.

Deus está profundamente envol-vido na obra missionária. Além de entender que Deus criou todas as coisas (At 4:24), os apóstolos acre-ditavam que ele também cuida de todas as coisas. Enxergamos a ad-missão desta verdade na oração em Atos 4:24-30. Primeiro, eles afirmaram que os acontecimentos referentes à morte de Jesus – as alianças corruptas para o mata-rem, por exemplo – aconteceram segundo a vontade de Deus. E, no que se refere às ameaças que re-ceberam das autoridades judaicas,

oraram: ... olha para suas ameaças (At 4:29). Eles não pediam castigo para os inimigos, pois sabiam que Deus estava observando tudo o que estava acontecendo. Noutras pala-vras, o que os apóstolos estavam dizendo era: “Quanto às ameaças, deixamos tudo nas tuas mãos, Se-nhor”. Na obra missionária, nunca se esqueça de orar agradecendo a Deus por seu cuidado. Ele tem diri-gido a sua obra! Ele tem observado tudo atentamente! Ele é Deus! Se não fosse o cuidado de Deus, há muito o cristianismo teria deixado de existir, diante dos ataques que sofreu ao longo do tempo.

05. Após ler a primeira aplicação, responda: Quem está cuidando da obra missionária em todos os lugares? Diante disso, qual deve ser a postura de um crente maduro, ao orar por missões.

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2. Na proclamação, oremos supli-cando coragem a Deus.

Nós já estudamos que a igreja pri-mitiva não possuía grandes recursos, mas isso não era impedimento para que a mensagem de Cristo fosse proclamada com coragem e ousa-dia. Por isso, não fique preocupado, se você ou sua igreja não tem muito

acesso aos recursos financeiros ou a grandes meios de comunicação. Ore, assim como a igreja primitiva, pedin-do coragem e ousadia para evangeli-zar e proclamar (At 4:29; Ef 6:19-20), e pedindo, ainda, que o Senhor abra portas para o evangelismo e que lhe dê as palavras certas para falar do amor de Cristo às pessoas (Cl 4:2-4).

3. Na proclamação, oremos pedindo sinais a Deus.

A igreja precisa orar pedindo para que, assim como fez no pas-sado, Deus continue estendendo a sua mão para realizar sinais e feitos extraordinários pelo nome de Je-sus (At 4:30b). No livro de Atos, os sinais acompanhavam a pregação do evangelho. Aliás, o próprio Jesus disse: Estes sinais acompanharão [gr. parakoloythései – “seguir ao lado”] os que crerem (Mc 16:17). E depois, saindo os discípulos, pregaram por toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais (Mc 16:20). A palavra grega traduzida por “sinal”, em Marcos e Atos, é sêmeion, significa sinal que atrai a atenção, mediante o qual se

reconhece uma pessoa ou coisa, uma marca ou prova confirmatória.7 Esta é a ideia bíblica para sinais. Milagres, na obra missionária, apontam para Cris-to e confirmam a pregação. Está aí a razão por que devemos orar pedindo sinais. Não é porque há charlatões no meio do povo de Deus, que usam os sinais para atrair a atenção para si,8 ou por haver crentes que querem milagres só pensando na solução de seus problemas que devemos parar de pedir por eles. Na obra missioná-ria, não abandonemos a súplica: “Se-nhor, realiza sinais extraordinários!”.

7. Coenen & Brow (2000:1287).

8. É bom que se diga que o fato de Deus rea-lizar um milagre ou uma cura por intermédio de alguém não é um sinal decisivo de que tal pessoa pertence a Deus (cf. Mt 7:22-23).

06. Ao invés de nos preocuparmos excessivamente com os recursos materiais, qual deve ser a nossa maior preocupação, no que se refere à proclamação? At 4:29; Ef 6:19-20; Cl 4:2-4.

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48 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

07. Por que os sinais são importantes na obra missionária? Os apóstolos oraram por eles? A igreja atual deve, também, fazer essa oração?

DESAFIO DA SEMANA

O grande segredo para a atuação do Espírito e o avanço missio-nário da igreja, em Atos, foi a oração. Isso não é diferente entre nós, hoje. De fato, a igreja não precisa de mais e novos métodos, estratégias, programas e recursos: o que ela precisa é de homens e de mulheres de oração, que busquem a direção do Espírito Santo e que se permitam ser usados por ele nessa excelente obra. Por isso, desafiamos você a montar, em sua igreja, um grupo de intercessão por missões mundiais e pelo evangelismo local. Desafiamos tam-bém você, pastor, a colocar a igreja em oração em prol do cresci-mento dela. Estabeleça um plano de consagração. Tenha sempre em mente que somos nós que plantamos e regamos, mas quem dá o crescimento é o Senhor.

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Hinos sugeridos – BJ 56 • BJ 173

611 DE AGOSTO DE 2012

Para proclamar, Deus usa pessoas!

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OBJETIVO

Ensinar ao estudante que a proclamação do evangelho é feita por intermédio de pessoas e desafiá-lo a se colocar à disposição de Deus para ser usado por ele nesta importante tarefa.

TEXTO BÁSICO

Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. (At 8:4-5)

LEITURA DIÁRIA

D 05/08 At 13:13-25

S 06/08 At 13:26-41

T 07/08 At 13:42-52

Q 08/08 At 14:1-7

Q 09/08 At 14:8-18

S 10/08 At 14:19-28

S 11/08 At 15:1-5

INTRODUÇÃO

Chegamos à sexta lição desta série. Até aqui, já aprendemos que nosso manual para a proclamação é o livro de Atos; que o cres-cimento da igreja é natural; que uma das tarefas principais da igreja é a proclamação; que o grande agente e capacitador da obra missionária é o Espírito Santo; que o grande segredo para o avanço da igreja em Atos foi a oração. Nesta lição, queremos tratar sobre o método de Deus para levar a mensagem até os confins da terra. Seu método era – e ainda é – os seres humanos, homens e mu-lheres que se prontificam para sua obra. Ele capacitou as pessoas para serem suas teste-munhas: ... mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas (At 1:8a). As pessoas são o ins-trumento que Deus usa para a proclamação do evangelho. Vejamos.

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50 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

O livro de Atos, tal como expres-sa seu próprio nome, é a narração bíblica da ação divina por meio de seres humanos. Não contém so-mente a história dos apóstolos, mas a ação de diferentes tipos de ho-mens e mulheres que foram usados por Deus para a proclamação. Nesta lição, estudaremos que Deus usou pessoas, ao longo de toda a história da humanidade, e continua fazendo isso. O chamado de Jesus Cristo, em Atos 1:8, para os discípulos serem testemunhas estende-se a cada um dos cristãos. A história de Atos con-tinua, e Deus ainda quer usar cada membro da igreja na proclamação. Confirmemos, então, este princípio no livro de Atos.

1. Deus sempre usou pessoas: Desde a criação da humanidade, Deus contou com pessoas para levar a cabo seus desígnios. Deus usou pessoas para a formação, a lideran-ça e a perpetuação de seu povo: das mais prováveis, notórias, capa-citadas às menos prováveis, simples, estrangeiras, escravas etc. Também usou pessoas para deixar registra-da sua revelação, a Bíblia. Ao longo de toda a história, houve pessoas que optaram por estar nas mãos de Deus para darem prosseguimento aos seus propósitos. Isso não seria diferente quanto à proclamação.

O homem é o receptor e o transmis-sor da verdade do evangelho.

O ser humano não é apenas o ins-trumento para a concretização do plano divino, mas é alvo deste pla-no. Sabemos disso, pois Cristo foi enviado ao mundo para a salvação das pessoas. Precisou tornar-se igual a elas (Hb 2:14-17). Para que fossem justificadas, derramou seu sangue e, para garantir-lhes a salvação, morreu e ressuscitou. Quando Jesus ascen-deu aos céus, o plano de salvação passou a ser proclamado por inter-médio de pessoas. A fim de que a difusão do evangelho fosse realizada com excelência, o Espírito Santo ha-bilitou a humanidade para pregar a toda criatura (At 1:8; 2:1-4).1

Sendo o homem alvo do plano de salvação, Deus decidiu que este deveria proclamar o evangelho, pois tem a mesma natureza pecaminosa, é capaz de identificar-se com seus iguais e desejar que sejam libertos da escravidão do pecado. Somen-te o homem pode experimentar a alegria da salvação, e, em Cristo, recuperar sua natureza verdadeira; somente ele pode desfrutar do novo nascimento e da justificação pela fé. Assim, é adequado que o evange-lho seja pregado pelas pessoas que

1. Casimiro (2009:55).

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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já desfrutam da maravilhosa graça. Aqueles que são favorecidos pelo evangelho podem expressar com fi-dedignidade o quanto é bom estar em Cristo (2 Co 5:17). Paulo, uma das pessoas listadas em Atos, tinha consciência da obra de Cristo em fa-vor da sua vida (1 Tm 1:15).

Alguém que tenha recebido todos esses benefícios não pode deixar de se compadecer dos que vivem espi-ritualmente mortos (Ef 2:1). Quem entende o plano de salvação em sua essência, não pode ficar inerte, mas precisa compartilhar. Esse é um sinal do nosso amor para com nosso se-melhante. A indiferença não pode ser uma característica do discípulo de Cristo. Por essa razão, Jesus nos ensinou a amar o próximo (Jo 13:34-35). Esse amor é que torna necessá-ria a pregação do evangelho. Deus usa pessoas para que se identifiquem com a miséria da condição humana, a fim de que a merecida condenação não sobrevenha à humanidade.

2. Que tipo de pessoas Deus usa? O primeiro versículo de Atos diz assim: ... relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensi-nar. O verbo começou aponta para o fato de que Jesus fez seu trabalho como humano e deixou que a igreja, o seu corpo, o continuasse. Este livro não apresenta apenas as ações dos apóstolos ou líderes, mas de vários cristãos. Aprendemos, aqui, algo fun-damental: a tarefa de evangelizar não

é responsabilidade exclusiva do pastor ou do líder de evangelismo, mas de cada um dos que se dizem cristãos. Vamos verificar algumas das pessoas que Deus usou no livro de Atos.

Primeiramente, vemos o ministério dos apóstolos, e dois se destacaram: Pedro (cf. At 2:14-41, 3:11-26, 4:8-13, 10:26-43) e Paulo (cf. At 9:20-22, 13:16-41,44-49, 14:1, 15:35, 16:13-15,30-32, 17:1-31, 18:1-17, 19:1-10, 24:22-24, 28:23,30-31). Pedro, nos evangelhos, era incons-tante, presunçoso, imprevisível e covarde. No livro de Atos, passou a despontar como um líder cheio do conhecimento da verdade bíblica, direcionado pelo Espírito Santo, hu-milde e ousado. Paulo fora grande perseguidor dos cristãos e presencia-ra a morte de Estêvão; após seu en-contro com Cristo, surge como um dos maiores missionários, certamen-te responsável por grande parte do crescimento da igreja primitiva.

Alguns diáconos também se so-bressaíram na proclamação: Estevão (At 6:8-10) e Filipe (At 8:5-7,12,26-40, 21:8). Estevão não considerou sua vida mais importante que a pre-gação do evangelho. Filipe dedicou--se a evangelizar os samaritanos, povo miscigenado e excluído pelos judeus.2 Barnabé, que era um mes-tre, também se dedicou à proclama-ção (At 11:22-26, 13:43, 14:20-22,

2. Wiersbe (2006:562).

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52 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

15:35). Era encorajador e compas-sivo. Apoiou Paulo no começo de sua missão e deu nova chance a João Marcos, após este ter sido de-sertor. Os cristãos que não tinham cargos ou consagrações igualmente pregavam o evangelho (At 8:4). A igreja de Antioquia, uma das mais influentes de Atos, que foi respon-sável pelo envio de Paulo, começou com pessoas comuns, missionários anônimos, que não tiveram seus nomes expostos em lugar algum (At 11:19). Eles foram dispersos e levaram a sua fé para onde foram. O contexto deles era de persegui-ção, mas a dispersão serviu para a proclamação em novos territórios. A palavra dispersão vem da palavra grega diaspeiro e dá a ideia de es-palhar sementes. Os cristãos disper-sos foram responsáveis por plantar a palavra de Deus em novos solos.3

Novos evangelistas acompanharam Paulo e Barnabé em suas viagens mis-sionárias; foram eles: Judas Barsabás, Silas (At 15:22,32), João Marcos (At 12:25) e Timóteo (At 16:2-3). Silas foi cooperador de Paulo nas viagens e chegou a sofrer com este. Timóteo foi o mais proeminente, sendo citado vá-rias vezes nas cartas paulinas (1 Ts 3:2). Era de família mista, com mãe judia e pai grego. Mesmo jovem, tornou-se líder da igreja primitiva. Tinha interes-se genuíno pelo bem-estar dos irmãos

3. Idem.

e pela proclamação do evangelho.4 Apolo aparece como um eloquente mensageiro da palavra de Deus (At 18:24). Algumas mulheres também se destacaram; entre elas: Priscila (At 18:2,18; Rm 16:3), Lídia (At 16:14-15) e, indiretamente, Lóide e Eunice, avó e mãe de Timóteo, respectivamente (2 Tm 1:5, 3:15). O trabalho de Lídia, Lóide e Eunice foi especial entre suas famílias: elas conduziram seus familia-res ao encontro com Cristo.

3. Quais as características das pessoas que Deus usa? É bom que se diga, de início, que os cristãos da igreja primitiva eram cristãos co-muns, sem títulos, troféus, diplomas etc. Eles não eram perfeitos. O evan-gelho “foi levado a pessoas imper-feitas por pessoas imperfeitas”.5 A principal característica desses servos de Deus era a sua vontade incontida de anunciar aquele que os havia res-gatado. Além desta, podemos alistas outras: Eles tinham consciência da sua missão (At 4:19-21). A propa-gação do nome do Senhor Jesus se deu pelo trabalho individual de cada um dos que criam em sua morte e sua ressurreição. Cada cristão sentia--se responsável por comunicar ao mundo o sacrifício de Jesus. A igreja compreendia, como vimos no item anterior, que a missão era do corpo e não de pessoas qualificadas. Sendo

4. Gardner (2007:640).

5. Bickel & Jantz (2002:293).

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assim, engajava-se na obra missioná-ria com afinco. Precisamos nos cons-cientizar da missão que Cristo nos conferiu (Mc 16:15).

Os primeiros cristão também eram livres de preconceitos. Sendo os ju-deus um povo intolerante com gen-tios e mulheres, era esperado que houvesse dificuldades nessa área. Mas não foi o que aconteceu. Deus tanto usou diversos tipos de pessoas, como os impeliu a pregar para quais-quer pessoas: judeus, gregos, sama-ritanos, mulheres, pobres e ricos (At 8:5, 10:34, 11:19-21, 16:13, 26:22). Da mesma forma, devemos nos pre-parar para pregar qualquer pessoa.

Além de conscientes de sua missão e livres de preconceitos, os crentes em Atos eram ousados (At 9:27-28, 13:46, 14:3, 18:26, 19:8). A palavra traduzida por ousadamente, nestes textos, é a palavra grega parrhesia-zomai, e significa mostrar segurança, assumir comportamento corajoso. Imagine que estas pessoas viviam em constante perseguição por servirem a Jesus, porém com franqueza procla-mavam a verdade. A ousadia é resul-tado da convicção na verdade e não da certeza da nossa capacidade.

Percebemos, também, que aque-les irmãos proclamavam com alegria (At 11:23; 13:52). A realidade de Cristo em sua vida era o que os moti-vava e os impulsionava a cumprirem sua missão com satisfação, mesmo em meio aos reveses. Além disso, os

resultados eram visíveis: a cada dia mais pessoas eram acrescentadas ao número de salvos.6 Que nossa alegria ao pregar esteja na glória que damos a Deus e na salvação dos perdidos.

Além das características apresen-tadas até aqui, ainda percebemos naqueles cristãos a humildade. Pe-dro, no episódio da cura do coxo, desviou a atenção que estava sobre si e focou na origem do milagre, que era Cristo (At 3). Paulo, numa situação semelhante, não perdeu a oportunidade de ensinar ao povo a importância de crer no autor da cura, o Deus vivo (At 14:8-17). Os verdadeiros servos reconhecem que todo mérito é de Deus.

A última característica que lista-mos é a resiliência, que é a capacida-de de se recuperar em meio a adver-sidades. Como sabemos, o contexto era extremamente ameaçador: os cristãos sofriam perseguição, alguns foram presos e até mortos por pre-garem a salvação em Jesus (At 8:1, 12:2-3, 14:19, 20:18-22, 21:13). Entretanto, prosseguiram cumprin-do sua missão, confiantes da segu-rança no Senhor. Estas são algumas das características das pessoas que Deus usou em Atos. Coloque-se nas mãos do Senhor, pois, certamente, ele deseja que você seja um procla-mador do evangelho.

6. Marshall (1983:193).

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54 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

1. Pregue o evangelho! Você é es-tratégico no plano de Deus.

Uma das principais razões por que Deus usa pessoas para proclamar é que estas conhecem a condição hu-

mana. Não há ninguém melhor para proclamar a salvação do que aquele que já a vivenciou e conhece o an-tes e o depois. Quem entende, pela palavra de Deus, a condição huma-

01. Leia o item 1, os textos nele citados e discorra acerca da identificação do homem salvo com o pecador e do amor ao próximo.

02. Baseie-se no item 2 e cite os diferentes tipos de pessoas que Deus usou e usa para a proclamação. Que lição aprendemos a respeito disso?

03. Leia o item 3 e comente com a classe acerca das três primeiras características das pessoas que Deus usa.

04. Leia o item 3 e comente com a classe acerca das três últimas características das pessoas que Deus usa.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

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na (Rm 3:9-18), aquela em que vivia antes de aceitar a Cristo, lamenta--se por ver outras pessoas na mesma condição. Lamentavelmente, muitas igrejas têm apenas uma preocupa-ção intramuros; olham apenas para a sua necessidade e, às vezes, focam em seus problemas e se esquecem

de que há pessoas que estão cami-nhando para a perdição. O poder de fazer com que estas se convertam é do Espírito Santo, mas os instrumen-tos somos nós. O que você tem feito em relação à miséria da condição humana? Pregue o evangelho, pois você é estratégico no plano de Deus.

05. Sendo o instrumento que Deus usa para a proclamação do evangelho, você tem se conscientizado dessa necessidade?

2. Pregue o evangelho! Deus usa quem se coloca nas mãos dele.

Como estudamos anteriormente aqui, a proclamação não é tarefa exclusiva do pastor ou do grupo de evangelismo de sua igreja. Pode-mos até afirmar que não é algo que se faça apenas em cultos especiais ou saídas evangelísticas. A procla-mação deve ser feita por qualquer crente em Jesus, e em qualquer lu-gar. Não é necessário um dom espe-cífico ou certa eloquência para pre-

gar. O próprio Paulo confessa não ser o melhor dos pregadores (2 Co 11:6), apesar de ter conhecimen-to. Você é o instrumento que Deus quer usar para proclamar o evange-lho. Talvez o seu trabalho ou a sua família seja um campo missionário. Basta pregar o Cristo das Escritu-ras e viver de modo a evidenciá-lo. Deus usa pessoas, porque pessoas convivem com pessoas. Neste viver diário, seja um proclamador. Colo-que-se nas mãos dele.

06. Seus amigos ou familiares não crentes sabem que você é cristão? Você costuma pregar o evangelho a eles com palavras e com sua vida?

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56 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

3. Pregue o evangelho! O mundo precisa e Deus conta com você.

Certamente, você lê jornal ou ouve as notícias na televisão, e não há como permanecer indiferente ao número de desgraças decorrentes do pecado. Isso acontece porque a maior parte da população mundial não conhece aquele que pode salvá--la da escravidão do pecado. Deus quer usar você para livrar as pessoas da condenação eterna. Ele pode usar qualquer pessoa na proclamação, mas é preciso que estejam dispo-níveis. Você vai permanecer indife-

rente ou vai se dispor para ser ins-trumento de salvação? Não se sin-ta incapaz ou inseguro. Deus usou pessoas improváveis, e pode fazer de você um proclamador. Bounds7, com razão, afirmou: “O Espírito Santo não se derrama através de métodos, mas por meio dos ho-mens. Não vem sobre maquinarias, mas sobre homens. Não unge pla-nos, mas homens”. Deus conta com você! Prontifique-se!

7. Apud Casimiro (2009:47).

07. Analise sua vida e responda: Você tem sido mais indiferente ou mais disposto em relação à proclamação?

DESAFIO DA SEMANA

Após estudar esta lição e compreender o método divino na procla-mação, procure dedicar-se a entender melhor o plano de salvação. Estude os sermões pregados em Atos; observe qual deve ser o teor de sua pregação. Reflita sobre todos os benefícios alcançados no sacrifício de Cristo. Em seguida, busque meditar sobre a vida miserá-vel daquele que não aceitou Jesus como seu salvador. Não há como permanecer insensível. Há inúmeras pessoas a sua volta que não têm Cristo em sua vida. O desafio é proclamar a salvação ao maior nú-mero de pessoas possíveis, neste ano. Já pensou se ao menos uma pessoa se converter? Imagine se todos, na sua igreja, aceitassem este desafio? Quantas vidas transformadas pelo evangelho teríamos! Faça este compromisso. Com toda certeza, se nos dispusermos, Deus acrescentará o número dos salvos, segundo a sua vontade.

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Hinos sugeridos – BJ 167 • BJ 92

718 DE AGOSTO DE 2012

Como ouvirão se não há

proclamadores?

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e os Podcasts deste capítulo em

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OBJETIVO

Tratar sobre a importância da nossa pregação e mostrar que o seu conteúdo deve ser o evangelho de Cristo, suficiente para fazer a igreja crescer, pois é libertador, poderoso e produtivo.

TEXTO BÁSICO

Quando ouviram isso, os seus corações ficaram aflitos, e eles perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: Irmãos, que faremos? (At 2:37)

LEITURA DIÁRIA

D 12/08 At 15:6-11

S 13/08 At 15:12-21

T 14/08 At 15:22-35

Q 15/08 At 15:36-41

Q 16/08 At 16:1-10

S 17/08 At 16:11-26

S 18/08 At 16:27-40

INTRODUÇÃO

Na semana passada, com o estudo Para pro-clamar, Deus usa as pessoas, aprendemos que o Senhor chama mulheres e homens comprome-tidos com ele e com sua igreja para anunciar a mensagem. Vimos o quanto os proclamadores são importantes no plano de Deus e que Deus usa todo e qualquer cristão que se coloca em suas mãos. Agora, no presente estudo, vamos refletir sobre a importância do ato de pregar. Alguém só ouvirá ou entenderá o evangelho se outro lhe falar ou lhe escrever de maneira clara. Assim, a pregação é o meio escolhido por Deus para gerar fé no coração do perdido (cf. Rm 10:17). Contudo, é fundamental ter cuidado com o conteúdo da pregação. Comunicar não basta. É preciso anunciar o conteúdo certo.

A parábola do semeador, contada por Je-sus (Lc 8:1-15), tem muito a ver com o estudo desta semana. Nesta parábola, a ênfase está na semente e na semeadura. A semente é a

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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58 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

palavra de Deus e a semeadura é a pregação da palavra. Embora a tarefa do semeador seja bastante simples, é importantíssima!1 Sem semeadura, não há colheita, ou seja, sem prega-ção, não há conversão. Sem a comu-nicação da mensagem, não há enten-dimento. No livro de Atos, este prin-cípio bíblico é ainda mais forte. Claro que podemos pregar, de certa forma, sem palavras, através de nossas ati-tudes. Contudo, é indispensável pre-gar com as palavras, seja falando de perto ou escrevendo a alguém por meios eletrônicos, ou, ainda, usan-do a língua de sinais, no caso de co-municação com ou entre surdos. De qualquer forma, é indispensável que aconteça a comunicação.

1. A necessidade da prega-ção: Sem dúvida, “a pregação é o meio prescrito por Deus para salvar, santificar, encorajar e fortalecer a igreja”.2 Além disso, de acordo com a Bíblia, a pregação da palavra é a maneira escolhida e determinada por Deus para produzir a fé no cora-ção do incrédulo (At 2:37, 4:31, 6:4, 8:35, 10:42). Sobre isso, Paulo disse: E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Rm 10:17). Não devemos inventar, nem colocar nada no lugar da pre-gação, porque foi o próprio Senhor Jesus quem nos ordenou: Vão pelo

1. Lockyer (2001:196).

2. Casimiro (2009:67).

mundo todo e preguem o evange-lho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc 16:15-16 – grifo nosso). Isso significa que, se queremos que alguém seja salvo, devemos proclamar a mensagem de salvação a ele.

É por isso que, na igreja primitiva, a pregação era prioridade. Os primei-ros cristãos enxergavam a necessida-de e a urgência de lançar a semen-te. O livro de Atos demonstra isso, pela incessante ação dos apóstolos e dos demais discípulos no anúncio do evangelho. Eles entendiam que não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos (At 4:12 – NVI). Sabiam que, para uma pessoa ser salva, precisava crer e confessar Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida (Rm 10:9). Todavia, isso jamais aconteceria sem que essa pes-soa ouvisse ou tivesse acesso à men-sagem da cruz (Rm 10:14).

Na concepção de Paulo, pregar é algo muito sério. Ele evangelizava os gentios com o objetivo de abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé (At 26:18). Preste atenção nisto: Todo esse processo que acontece no mun-do espiritual, descrito neste versícu-lo, começa com o simples ato de um

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cristão abrir a boca e falar de Cristo. Os não salvos, por falta de entendi-mento, estão nas garras de Satanás e oprimidos, são escravos do pecado e condenados à morte. Só há uma saída para eles: o evangelho.

Assim sendo, é imprescindível propagar o evangelho, pois é o po-der de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16). Alguns servos de Deus querem que seus familiares e amigos se convertam, mas nunca falam a respeito de Cristo para eles. Sequer os convidam para ir à igreja, para ouvirem a boa notí-cia proferida do púlpito. Se isso tem ocorrido em sua vida, é hora de mu-dar! Não basta ficar só orando por eles: é preciso agir. É preciso contar--lhes as grandezas de Deus, para que ouçam. Lembre-se: ... a fé vem pelo ouvir. Lance a semente! É isso que o Senhor espera de você.

2. O conteúdo da pregação: Em-bora a proclamação seja algo urgen-te, não devemos fazê-la de qualquer jeito. Precisamos, sobretudo, ter cui-dado com o conteúdo de nossa pro-clamação. Aqui, cabe uma pergunta importante: Qual era o conteúdo da mensagem da igreja primitiva? A resposta é muito simples: O tema central era Jesus. Se você observar a pregação de Pedro, em Atos 2, verá que a centralidade era a vida, a mor-te e ressurreição de Cristo. Se você ler com atenção os sermões proferidos por Paulo, perceberá que ele pregava

as boas novas a respeito de Jesus e da ressurreição (At 17:18).

Quando dizemos que Jesus era tema central do testemunho dos pri-meiros crentes, precisamos entender que isso se refere tanto à sua obra redentora quanto aos mandamentos que ele deixou (At 20:27). Os após-tolos não pregavam um evangelho sem compromisso. Proclamavam, sobretudo, o senhorio de Jesus e convidavam os ouvintes ao arrepen-dimento. Veja o que Pedro declarou num sermão: Cada um de vocês deve abandonar o pecado e voltar-se para Deus (At 2:38 – BV). Veja que inte-ressante: no livro de Atos só há dois versículos em que Jesus recebe o tí-tulo de “Salvador” (At 5:31, 13:23). Em compensação, o título “Senhor”, referindo-se a Jesus, aparece em 92 versículos em Atos.3

Quando pregavam, os apóstolos não eram obcecados por crescimen-to, nem acreditavam em fórmulas mirabolantes para alavancar a igreja. A preocupação deles era anunciar as verdades de Deus. Contudo, ao anunciá-las, viam o crescimento da igreja acontecer naturalmente. Qual é a lição que tiramos disso? A evan-gelização deve ser baseada única e exclusivamente na palavra de Deus. Não precisamos copiar as técnicas neopentecostais. Não são necessá-rios esquemas ou artifícios humanos

3. Idem, p.74.

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60 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

para obtermos sucesso no evange-lismo. Também não precisamos usar práticas de mercado, métodos em-presariais, nem técnica de marketing para atrair os pecadores.

Se quer ver a igreja crescer, você só precisa de uma coisa: pregar o evangelho, que é o poder de Deus. Ele é suficiente para transformar as vidas e promover o crescimento do povo santo. É bom que se diga que o evangelho não é somente para os não crentes. Todos nós precisamos! Jesus é o tema da Bíblia e deve ser o assunto principal das pregações nos púlpitos.4 Para que não esqueçamos isso, carecemos ser “evangelizados” constantemente. A comunidade dos crentes precisa ser encharcada pela palavra. Pastores, pregadores e pre-gadoras, por favor, preguem sermões cristocêntricos! Façam pregações ex-positivas da Bíblia! Expliquem a Es-crituras ao povo! Não proclame suas próprias ideias! Pregue o evangelho! Como dizia Stott: “Evangelização é o anúncio das boas novas, inde-pendente dos resultados”.5 Apenas pregue o fiel conteúdo da palavra e deixe os resultados com Deus.

3. O resultado da pregação: Quando a mensagem da cruz passa a ser o centro da nossa proclamação, damos um passo decisivo para ser-mos uma igreja vibrante e crescente.

4. Idem.

5. Stott (2010:47).

Quando Pedro pregou o evangelho, em Atos 2, a reação foi que os ouvin-tes ficaram compungidos (At 2:37a). A palavra “compungido”, que, no grego bíblico, é katanusso, significa ser picado ou atormentado na mente de forma profunda, ser agitado inten-samente em seu interior.6 Os ouvin-tes não puderam ficar inertes, diante do que ouviam. Foram impactados com o evangelho de Cristo, a ponto de perguntarem aos apóstolos: Que faremos? (At 2:37b). Pedro, então, mostrou-lhes que deveriam arrepen-der-se e ser batizados (At 2:38). Lu-cas narra que foram batizados os que de boa vontade receberam a palavra. E naquele dia agregaram-se quase três mil almas (At 2:41).

A pregação do evangelho tem este poder de transformação. Mas é fun-damental dizer que, embora sejamos nós que levamos a semente e a rega-mos, é somente Deus quem dá o cres-cimento (1 Co 3:6). Em Atos, vemos sempre Deus agindo para aumentar o número de seus seguidores. Veja-mos alguns exemplos: ... acrescen-tava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos (At 2:47b). Com a divulgação de sua palavra, o resulta-do não poderia ser outro: ... crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos (At 6:7). Com a divulgação da mensa-gem, cujo conteúdo era Jesus Cristo,

6. Biblioteca Digital Libronix (Comentário de Atos 2:27).

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rapidamente a palavra se alastrava e muitos eram arrancados das trevas para a luz do Senhor (At 4:4).

Então, qual é o resultado alcança-do, quando a igreja prega fielmente a palavra? Quando o conteúdo de sua proclamação é Jesus? Ela cresce! Essa pregação também promove equilí-brio entre a quantidade e a qualida-de. Lucas não se limitou a tratar das conversões: tratou também do modo de vida daqueles irmãos: Eles perse-veravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão e nas orações (At 2:42). Isso nada mais é do que evidências de uma vida cris-tã autêntica. Um dos sinais da verda-deira conversão é a perseverança na fé. O autor de Atos faz questão de dar ênfase a isso. Ele escreve: E per-severavam (At 2:42a). Um pouco de-pois, diz: E perseverando (At 2:46). A Bíblia não é contrária ao crescimento numérico dos salvos. Lucas não es-

conde os números (At 2:41; 4:4). Po-rém, o importante é saber que esse crescimento sadio e legítimo registra-do por ele está intimamente ligado à qualidade da mensagem pregada.

O Senhor quer a igreja crescendo. Ele é o principal interessado no seu desenvolvimento. Contudo, Deus não quer uma grande multidão que segue um pastor humano, mas, sim, um povo santo que segue Jesus. Quer pessoas que foram verdadeiramente transformadas por sua palavra. Atos é uma prova de que podemos cres-cer com equilíbrio e seriedade. Para isso, precisamos cumprir a grande comissão. Sem pregação, não há conversão. No entanto, o conteúdo de nossa pregação deve ser Jesus e os seus ensinamentos, ou seja, o evangelho puro e simples. Podemos acreditar: ele é suficiente! Pregue fielmente o evangelho e confie: Deus dará o verdadeiro crescimento.

01. Leia a parábola do semeador, em Lc 8:1-15, e comente a frase: “Sem semeadura, não há colheita”.

02. Com base no item 1 e em At 2:37, 4:31, 6:4, 8:35, 10:42; Rm 10:9-14,17, responda: Qual é a maneira escolhida e determinada por Deus para produzir a fé no coração do incrédulo?

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62 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

03. Após ler o item 2 e At 2:22-24, 3:19-20, 17:18, 20:26-27, responda: Qual era o conteúdo da pregação da igreja primitiva? Por que não devemos nos descuidar do conteúdo de nossa pregação?

04. De acordo com o item 3 e At 2:37-47, quais são os resultados da pregação? O que é preciso para a igreja crescer em números?

1. Pregue o evangelho puro e simples: ele é libertador!

Talvez você pense que as pessoas perdidas são um problema que cabe só a Deus. Porém, Paulo informa, em Romanos 10:14-15, que, se essas pessoas não invocarem o nome do Senhor, não serão salvas. Diz também que, para serem salvas, essas pessoas precisam crer, e, para crerem, alguém precisa pregar para elas. É aqui que

você entra. Esse problema é seu tam-bém. Nesse plano de resgate, descri-to por Paulo, Deus conta com você! Pense nisto: Muitas pessoas do seu convívio precisam de libertação. São escravas do pecado e condenadas à morte eterna. Você tem a mensagem que pode libertá-las: O evangelho puro e simples! Caro estudante, não se cale! Anuncie! A mensagem que você leva pode libertar pessoas.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

05. Leia a primeira aplicação; Rm 10:14-15, e responda: Por que a pregação do evangelho puro e simples é libertadora?

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2. Pregue o evangelho puro e simples: ele é poderoso!

O ato de evangelizar, além de ser o meio de vermos as pessoas livres das garras de satanás e colocadas nos bra-ços de Jesus, é também um meio po-deroso para produzir transformação na vida das pessoas evangelizadas, pois, à medida que vão tendo conta-to com o evangelho puro e simples, Cristo vai moldando o caráter e a con-duta delas. De fato, a igreja de Cristo é uma comunidade de ex: ex-viciados, ex-mentirosos, ex-presidiários, ex--prostitutas, ex-lascivos, ex-macum-beiros, ex-orgulhosos etc. Todos nós somos ex-alguma coisa. É assim por-

que o evangelho é o poder Deus para salvação (Rm 1:16), mas também para transformação de quem crer. Alguém escreveu que essa “expectativa em torno de uma nova vida, torna o com-partilhamento do evangelho um pra-zer mais que uma obrigação”.7 Quan-tas pessoas você conhece que muda-ram para melhor, depois que conhe-ceram Jesus? Quantas destas foram evangelizadas por você? Medite nisso. Não se cale. Evangelize! A mensagem que você leva é poderosa para trans-formar vidas e mudar histórias.

7. Shedd (2006:91).

06. Leia a segunda aplicação; Rm 1:16, e responda: Você concorda que a pregação do evangelho puro e simples é um poderoso meio para produzir transformação na vida das pessoas? Justifique sua resposta.

3. Pregue o evangelho puro e simples: ele é produtivo!

Existem muitas igrejas evangéli-cas, hoje, obcecadas por números. Sua filosofia é: “O importante é pei-xe na rede!”. Por isso, algumas pre-gam um “evangelho” sem compro-misso, do tipo: “Venha como está e fique como veio”. Outras, para cres-cerem, prometem milagres. Outras, ainda, fazem da prática cristã uma

barganha com Deus; do evangelho, um produto, e, do púlpito, um bal-cão de negócio. Os crentes se tor-nam consumidores e os pastores se transformam em vendedores de ilusões. Que lástima! Que Deus nos livre desse caminho maligno. Tam-bém queremos ver a nossa igreja crescer, mas não a qualquer custo. A única forma de o povo de Deus crescer de maneira autêntica e sau-

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64 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

dável é pela exposição do evange-lho puro e simples, nos templos, nas casas e nas ruas (At 5:42). Esse ato produz frutos, porque não estamos sozinhos nessa obra: o Espírito San-to é nosso parceiro. Nós semeamos

e ele faz o restante. O trabalho de convencer e de salvar não é nosso, mas de Deus. Sendo assim, lance a semente e confie. Quem a fará crescer é Deus, não nossos métodos (1 Co 2:4-5, 3:6).

07. Leia At 3:14, 5:42; 1 Co 2:4-5, 3:6, e responda: O que algumas igrejas evangélicas dos nossos dias estão fazendo para crescer? Qual a única maneira de a igreja crescer de forma autêntica e saudável?

DESAFIO DA SEMANA

A lição de hoje nos mostrou que a comunicação do evange-lho, através da pregação, é a maneira escolhida por Deus para produzir a fé no coração dos descrentes. Sobre isso, temos um desafio para você. Pense em alguém de seu convívio que precisa ser evangelizado. Pode ser um familiar, um vizinho, um amigo, um colega de faculdade ou de trabalho. Quando tiver alguém em mente, siga as orientações de Paulo em Colossenses 4:3-5, ou seja, ore a Deus para que lhe proporcione uma oportunidade de pregar o evangelho a essa pessoa e peça sabedoria espiritual para isso. Não tenha dúvida: Deus lhe dará a oportunidade e a sabedoria. Aproveite-as bem. Então, tome uma atitude: fale de Jesus para essa pessoa e convide-a a ir à igreja, no próximo culto, para ouvir mais da palavra de Deus.

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Hinos sugeridos – BJ 165 • BJ 189

825 DE AGOSTO DE 2012

As motivações corretas para a proclamação

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da palavra de Deus o que motivava os cristãos à proclamação, à luz de Atos dos apóstolos, para que, de posse deste ensino, seja desafiado a engajar-se nesta tarefa.

TEXTO BÁSICO

Estes homens (...) têm arriscado a vida pela causa de nosso Senhor Jesus Cristo. (At 15:26 – BV)

LEITURA DIÁRIA

D 19/08 At 17:1-9

S 20/08 At 17:10-15

T 21/08 At 17:16-31

Q 22/08 At 17:32-34

Q 23/08 At 18:1-11

S 24/08 At 18:12-17

S 25/08 At 18:18-23

INTRODUÇÃO

Quais as motivações para a evangelização? Muitos equívocos podem ser cometidos, quando não evangelizamos pelas motivações ou razões corretas. Podemos, por exemplo, anunciar o evangelho a alguém simplesmen-te porque isso faz parte da agenda de ativi-dades da igreja; porque o pastor constante-mente está nos pedindo; porque queremos ficar ricos; porque queremos obter fama ou até mesmo apresentar relatórios com núme-ros colossais; porque queremos ostentar um título de “bons cristãos”; porque, se não fi-zermos isso, temos medo de sermos “casti-gados” por Deus etc.

Essas questões são sérias! Podemos estar evangelizando sem nunca termos entendido realmente a razão disso. Diante desse qua-dro, gostaríamos de convidá-lo a considerar, a partir de um exame no livro de Atos, algumas possíveis respostas à pergunta: “Quais as mo-tivações para a proclamação?”.

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66 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

Os cristãos do primeiro século, li-teralmente, arriscavam a vida pela obra do Senhor Jesus Cristo. Em Atos 15:26, o verbo “arriscar” (gr. para-dedokosi), diz respeito à completa dedicação a uma tarefa, o que, no contexto da obra de Cristo, nos dias da igreja primitiva, envolvia perigos físicos.1 O que motivava os irmãos do primeiro século a pregar o evangelho, a ponto de morrerem por essa causa? Os opositores dos primeiros cristãos, mesmo não concordando com sua mensagem, admiraram-se da cora-gem que os discípulos tinham e reco-nheceram que eles haviam convivido com Jesus (At 4:13). O amor deles era notório! Neste estudo, vamos tentar encontrar, à luz de Atos, as motiva-ções por detrás de todo esse ardor pela obra do Senhor Jesus Cristo.

1. A glória de Deus: O homem existe para glorificar a Deus. Glorifi-cá-lo é o objetivo supremo da nossa criação. Em Isaías 43:7, ao se referir à criação do ser humano, Deus diz que o criou para a sua glória. O grande mandamento é: Amarás o Senhor teu Deus (Mt 22:37). O grande alvo de todo salvo é fazer tudo para a glória de Deus (1 Co 10:31). Desta forma, o objetivo final e mais elevado da pro-clamação não é o bem-estar dos ho-

1. Champlin (1983:319).

mens, nem mesmo a vida eterna, mas a glorificação de Deus. Em outras pa-lavras, quando saímos para evangeli-zar, nossa maior motivação não é a popular “paixão pelas almas”, mas o nosso amor por Deus e nossa preocu-pação em glorificá-lo; afinal, o amor aos perdidos falhará, no caso daque-les a quem não conseguimos amar; por isso, o amor a Deus é o principal motivo para a evangelização.2

Quando lemos Atos, percebemos esse princípio de maneira muito clara. A motivação dos proclamadores sem-pre é Deus, sempre é sua vontade, sempre é agradar-lhe. Os apóstolos sabiam que Deus fez a raça humana para que esta o buscasse (At 17:26-27). A vontade do Senhor sempre era mais importante (At 21:14). O amor que os primeiros cristãos sentiam por Cristo pode ser percebido na leitura das palavras de Atos. Eles amavam ardentemente Jesus (cf. At 3:6,14,16, 4:10-12, 27-31, 8:5, 15:26, 21:13). Foi esse amor que os colocou em missão, que os moveu a saírem pelos quatro cantos proclamando. As ativi-dades dos missionários faziam com que o nome do Senhor fosse glorifi-cado (cf. At 2:47, 3:8-9, 4:21, 11:18, 21:20). Quando evangelizamos, con-tamos a todo o mundo o que Deus fez para nos salvar. Sempre que suas

2. Dever (2007:151).

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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“poderosas obras se tornam conhe-cidas, Deus é glorificado” (Sl 96:2).3 A glória de Deus está sendo exaltada, quando pessoas o reconhecem como Deus e começam a adorá-lo.

2. O imperativo do cristão: Ou-

tra maneira de os seres humanos glo-rificarem a Deus é “obedecendo a sua palavra e cumprindo a sua vontade”.4 Um dos mandamentos de Deus para nós é: Pregai o evangelho a toda a criatura (Mc 16:15). Se realmente estamos interessados na glorifica-ção de Deus, devemos obedecer ao seu mandamento de proclamarmos ao mundo o evangelho. No livro de Atos, também podemos ver, de ma-neira clara, que os primeiros cristãos levaram a sério essa ordem de Jesus. Em Lucas 24:48-49, Jesus diz que eles seriam suas testemunhas, e os pro-mete poder do alto. Em Atos, antes de voltar para o céu, essa mesma ver-dade é reafirmada por Jesus (At 1:8).

Podemos ver, em todo o decorrer do livro, cristãos comprometidos com essa ordem. Quando, pela primeira vez, são proibidos de pregar (At 4:18) a resposta é: ... não podemos deixar de falar (At 4:20). Quando o Sinédrio tenta proibi-los novamente (At 5:28), vem a resposta: É mais importante obedecer a Deus que aos homens (At 5:29). Eles estavam cumprindo uma ordem divina, quando proclamavam

3. Packer (2002:68).

4. Idem, p.67.

o evangelho. Na casa de Cornélio, Pedro, tomando a palavra, disse, em seu discurso: Ele nos ordenou que pregássemos (At 10:42). Paulo, dis-cursando aos presbíteros de Éfeso, chega a dizer que em nada conside-rava sua vida por preciosa, conquan-to que ele completasse o ministério que recebeu do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho (At 20:24). Os cristãos do livro de Atos são conscientes do seu dever.

3. A ressurreição do Salvador: Além da preocupação com a glória de Deus e com o imperativo de todo cris-tão, outro fator motivador para a pro-clamação, presente no livro de Atos, é a realidade da ressurreição de Cristo. Este é um tema recorrente, do início ao fim de Atos. Lucas termina seu evangelho com o comissionamento dos discípulos. Nele, Jesus afirma que uma das bases para a missão era sua ressurreição (Lc 24:46). Logo no início do livro de Atos, Lucas faz questão de dizer que Jesus apresentou-se vivo também a eles, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes por quarenta dias (At 1:3). A expressão traduzida por “provas incontestá-veis” era usada tecnicamente, na época, para indicar certas evidências convincentes, formais, em prova ca-bal favorável a algum caso.5

Jesus está vivo! Foi com esta certe-za gloriosa que os primeiros discípu-

5. Champlin (1983:23).

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68 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

los saíram para proclamar. Quando escolheram o substituto de Judas, procuravam alguém para se tornar, com eles, testemunha da ressurreição de Cristo (At 1:22). Quando Pedro pregou para um auditório interna-cional, no dia do Pentecostes, disse: Foi a este Jesus que Deus ressuscitou; e todos somos testemunhas disso (At 2:32). Por todos os lugares, com grande poder os apóstolos davam testemunho da ressurreição (At 4:33, 3:15, 5:30-32, 10:39-40, 13:30). A realidade da ressurreição estava nos discursos de Paulo, e também o im-pulsionava à pregação (At 17:3, 18, 31). A propósito, Paulo foi preso e, posteriormente, levado a Roma, por dizer acreditar na ressurreição dos mortos (At 23:6, 24:1, 26:8,23). Uma das bases dessa crença do apóstolo era a própria realidade da ressurrei-ção de Cristo (1 Co 15:13). Ele valo-rizava tanto a ressurreição que chega a dizer que, se Cristo não ressuscitou, então nossa pregação é inútil (1 Co 15:14). Nosso Senhor está vivo! Pro-clamemo-lo por todos os cantos.

4. O reino de Deus: A realidade do reino de Deus também é uma motivação para a proclamação no livro de Atos. A principal mensagem de Jesus nos evangelhos foi o reino de Deus. Ele começou seu ministé-rio falando do reino (Mc 1:15). Disse que havia sido enviado para anunciar o evangelho do reino (Lc 4:43); afir-mou que sua própria chegada era a

inauguração desse reino (Mt 12:28). As parábolas são promessas e descri-ções desse reino; os milagres são si-nais desse reino. Segundo Jesus, esse reino não pode ser localizado em um mapa. Não é exclusivamente de Israel (At 1:6). É interno, recebido no cora-ção por aqueles que aceitam o domí-nio de Jesus. Seus cidadãos se delei-tam em fazer a vontade de Deus na terra como é feita no céu (Mt 6:10). O livro de Atos conta-nos que Jesus gas-tou seus últimos dias na terra, como homem, falando com seus discípulos sobre o reino de Deus (At 1:3).

Esse livro conta-nos como o Es-pírito Santo tornou possível a vida para os “cristãos como cidadãos deste outro reino mesmo em meio aos reinos deste mundo”.6 A antiga ordem continua, mas os que ouvi-ram o evangelho do reino e o aceita-ram organizam sua vida e seus atos, “mesmo enquanto vivem na antiga ordem, de tal maneira que testemu-nhem da nova ordem para qual es-tamos nos preparando e da qual, de alguma maneira, já desfrutamos”.7 Essa nova realidade impulsionava os discípulos à proclamação (cf. At 2:30, 8:12, 13:22-23, 14:22, 28:23). Os discípulos saíram proclamando haver outro rei (At 17:7), com valores diferentes dos que eram ensinados por Roma (At 16:21). No último ver-sículo de Atos, temos Paulo pregan-

6. González (2011:38).

7. Idem.

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do o reino de Deus (At 28:31). Essa nova ordem, que já foi inaugurada e será consumada no futuro, deve im-pulsionar-nos à proclamação. Existe um Rei que está reinando sobre nós, mas que é Rei por direito sobre tudo e todos. Anunciemos o rei Jesus!

5. O sofrer por Cristo: Por mais estranho que possa parecer, lendo o livro de Atos, descobrimos que o so-frimento também era uma motivação para a proclamação. Os apóstolos ficavam alegres em poderem sofrer por causa de Cristo. Há um incidente esclarecedor, em Atos, nesse sentido. Pela segunda vez, o Sinédrio tentava calar os discípulos. Os líderes religio-sos estavam enfurecidos (At 5:33), pois já haviam ordenado expressa-mente aos discípulos que não ensi-nassem mais sobre Jesus (At 4:18), e eles haviam desobedecido a essa or-dem. Por causa dessa desobediência, os apóstolos foram presos (At 5:17-18) e receberam chicotadas (At 5:40). Segundo a lei, esses açoites não po-deriam exceder quarenta chicotadas (Dt 25:2-3). Eles eram aplicados com chicotes feitos de pele de bezerro, na parte superior do corpo do ofensor – um terço dos açoites era aplicado no peito e os outros dois nas costas.8

Depois dos açoites, receberam a ordem de não mais falarem sobre Je-sus. Então, vem a parte do texto que

8. Kistemaker (2006:286-287).

nos deixa admirados: E eles retiram--se de diante do Sinédrio, alegres por terem sido julgados dignos de sofrer afronta por causa do nome de Jesus (At 5:41). É incrível! Jesus havia dito que eles iriam sofrer por causa dele e que, quando isso acontecesse, de-veriam se alegrar (Mt 5:11-12; 10:17-18). E foi isso que fizeram! Depois que saíram da presença das autori-dades judaicas, não perderam um minuto sequer: todos os dias estavam no templo e nas casas, ensinando e pregando a respeito de Cristo (At 5:42 – AM). Parece que a perseguição deu-lhes mais ânimo ainda! Em todo o livro de Atos, eles são perseguidos e saem com mais coragem proclaman-do (cf. At 8:4, 9:16, 11:19, 14:22, 14:19, 15:23-24, 16:22-23, 18:10, 20:22-23, 21:32). Tertuliano, um dos pais da igreja, afirmou: “Matem-nos, torturem-nos, condenem-nos, façam de nós pó (...). Quanto mais vocês nos oprimem, tanto mais cresceremos; a semente é o sangue dos cristãos”.9

6. A salvação do perdido: Você já leu, neste texto que a principal razão por que os primeiros cristãos procla-mavam estava relacionada ao amor a Deus e à preocupação com a sua glória. A motivação era sempre Deus. Esta é a razão primária e fundamental. As cinco razões mostradas anterior-mente mostram isso. Todavia, apesar

9. Stott (2008:132).

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70 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

da maior preocupação de quem evan-geliza estar centrada em Deus, o amor pelos perdidos e a preocupação com o seu bem-estar também são importan-tes. O segundo grande mandamento é: Ama o teu próximo como a ti mes-mo (Mt 22:39). Que demonstração de amor maior podemos dar a uma pes-soa do que lhe apresentar o plano de salvação de Deus? A motivação para “evangelizar deveria brotar esponta-neamente em nós na medida em que reconhecemos as necessidades que nosso próximo tem de Deus”.10

No livro de Atos, mesmo que apa-reça como motivo secundário, por-que é sempre derivada do desejo de querer agradar a Deus, ainda sim a preocupação com o perdido é uma razão para a proclamação. Falando para o rei Agripa sobre sua missão,

10. Packer (2002:69).

Paulo afirmou que foi chamado para abrir os olhos dos gentios, a fim de que se convertam das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, para que recebam o perdão dos peca-dos e herança entre os que são santi-ficados pela fé (At 26:18). Na própria descrição do chamado de Deus, há uma preocupação com os que não foram alcançados e estão morrendo sem Cristo. O desejo incontido de Paulo de ir a Jerusalém pregar a pala-vra para seus compatriotas mais uma vez, mesmo sabendo que tribulações e prisões o esperavam (At 20:23), mostra sua preocupação com eles. Em Romanos 9:1-3, ele abre o seu coração e mostra o quanto ama seus irmãos e o quanto sofre por não os ver servindo a Cristo. Que essa preo-cupação em ver as pessoas próximas de nós serem salvas nos incomode e nos impulsione à proclamação.

01. Leia Is 43:7; Mt 22:37; At 15:26, 17:26-27; o item 1, e responda: Qual era a maior motivação dos cristão ao proclamarem.

02. Após ler At 2:32, 4:20,33, 5:29, 10:42; os itens 2 e 3, fale sobre os dois motivos para a proclamação presentes nestes textos.

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03. Leia At 1:3, 16:21, 17:7, 28:31; o item 4, e fale sobre a realidade do reino de Deus, mais um motivo para a proclamação em Atos.

04. Após ler At 5:40-42, 20:23, 26:18; os itens 5 e 6, fale sobre dois outros fatores que motivavam a proclamação em Atos.

1. Proclame! Você estará glorifi-cando o seu Deus!

Não tenha dúvidas: quando pro-clamamos o evangelho, estamos glorificando a Deus. O Salmo 96, versos 2 e 3, afirma: Cantai ao Se-nhor, bendizei o seu nome; dia após dia, proclamai a sua salvação. Anun-ciai a sua glória entre as nações, e suas maravilhas, entre todos os po-vos. A proclamação tem como alvo

final glorificar a Deus. Ao fazer isso, estamos anunciando ao mundo as grandezas da salvação preparada pelo Pai em favor da humanidade re-belde. Deus está sendo glorificado! Deus está sendo louvado quando seus gloriosos feitos são conhecidos! A glória de Deus está sendo exalta-da, quando pessoas o reconhecem como Deus e o adoram. Motive-se nisto e proclame-o!

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

05. Por que, ao proclamar, estamos glorificando a Deus? Essa não é uma motivação e tanto para a evangelização?

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72 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

2. Proclame! Você estará ampa-rando o seu próximo!

Tudo de bom que nós pudermos dar às pessoas não se compara com o que Deus lhes oferece: uma nova vida, cheia de significado. Por isso, nós, que já o conhecemos e vivemos essa vida, não temos nada melhor do que o evangelho para lhes oferecer. Jesus é o nos-so maior tesouro. Com palavras e ações, devemos proclamar, para

que saiam dos domínios de Sata-nás, comecem a viver como cida-dãs do reino dos céus; restaurem a sua comunhão com Deus, com os outros, com a criação e consi-go mesmas; voltem-se para Jesus; estejam dispostas a serem discípu-las dele; tenham a vida totalmente transformada. Não existe demons-tração de amor maior para o seu próximo do que lhes apresentar esse caminho. Faça isso!

06. Em que sentido, ao proclamar, estamos amparando o nosso próximo? O que podemos fazer para demonstrar amor ao nosso semelhante neste sentido?

3. Proclame! Você estará vivendo o seu chamado!

Todo crente em Jesus foi chamado para proclamar o evangelho. Uma de nossas motivações deve ser o fato de estarmos acatando o nosso chamado para fazermos isso. Proclamamos a Deus, não só através de palavras, mas, sobretudo, da nossa maneira de viver. René Padilla11 comenta que a maioria das pregações em Atos dos apóstolos aconteceu em resposta a alguma ação

11. Sin evangelización no hay misión integral. Disponível em: http://www.kairos.org.ar/blog/ ?p=351 > acesso em 19 de abril de 2012.

dos discípulos (por exemplo: o sermão de Pentecostes, depois da acusação dos judeus; o sermão na porta do tem-plo de Jerusalém, depois da cura do aleijado; o sermão de Estevão, resposta à acusação provocada pelos milagres). Para ele, missão é ação que exige ex-plicação, e a explicação é o evangelho do reino de Deus. Até que ponto a nossa vida, as nossas ações provocam perguntas? Vivamos assim, e, quando perguntarem a razão da nossa espe-rança, apresentemos o evangelho. Nós fomos chamados por Deus para anun-ciar o evangelho. Saiamos ao campo, sem fazer perguntas (At 10:29).

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07. A proclamação é somente verbal ou existe outra maneira de apresentarmos o evangelho?

DESAFIO DA SEMANA

Diante de tudo que estudamos nesta lição, gostaríamos de lhe fazer um convite à reflexão. Quais as motivações que o levam a proclamação? Você tem proclamado pelos motivos corretos? Apresentamos seis motivos para nos empenharmos nessa tarefa, ou seja, motivos não faltam para você começar a proclamar com palavras e obras o que Cristo fez por você. Nesta semana, reserve um tempo de, ao menos, uma hora para refletir nessas questões. Pense no seu papel como cristão, em sua responsabilidade de glo-rificar a Deus. Lembre-se de terminar este período com oração.

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74 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

Hinos sugeridos – BJ 303 • BJ 272

91º DE SETEMBRO DE 2012

O papel da igreja local na proclamação

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OBJETIVO

Levar o estudante da palavra de Deus a compreender o papel da igreja local na proclamação, estimulando-o a assumir três atitudes: adotar um missionário, fazer novos discípulos e acolher os convertidos.

TEXTO BÁSICO

A mão do Senhor estava com eles, e muitos creram e se converteram ao Senhor. Notícias desse fato chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém, e eles enviaram Barnabé a Antioquia. (At 11:21-22 – NVI)

LEITURA DIÁRIA

D 26/08 At 18:24-28

S 27/08 At 19:1-7

T 28/08 At 19:8-20

Q 29/08 At 19:21-27

Q 30/08 At 19:28-41

S 31/08 At 20:1-12

S 01/09 At 20:13-35

INTRODUÇÃO

No livro de Atos, a igreja local tem um pa-pel estratégico na obra de evangelização do mundo. Ela é a base de todas as operações evangelísticas; o quartel general dos procla-madores. É de onde saem os evangelistas e missionários e é onde são acolhidos os que aceitam a palavra. Através dela, o evange-lho perpassou os séculos; cruzou fronteiras geográficas inimagináveis; superou barreiras intransponíveis; venceu preconceitos, e triun-fou gloriosamente sobre as perseguições. Nossa oração é para que as igrejas locais de nossos dias não apenas conheçam seu papel na evangelização do mundo, mas o desenvol-vam o quanto antes.

A ação das igrejas locais é enfocada de maneira proeminente em Atos. Elas eram essenciais “para o enraizamento do evange-lho nas cidades, províncias, e regiões mais

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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distantes”.1 Segundo o relato de Lucas, no início da igreja cristã, a pregação do evangelho, com a aceitação por parte das pessoas de uma região específica, era imedia-tamente seguida pela formação de uma igreja, em que havia comu-nhão, louvor, oração e estudo da palavra. Os primeiros cristãos en-tendiam que a plantação de uma igreja na comunidade evangelizada era a melhor forma de consolidar e desenvolver a fé dos novos conver-tidos.2 Ali, eles eram espiritualmen-te fortalecidos e também treinados para se multiplicar. É por isso, que o papel dela é tão valioso no reino de Deus. Para entendermos isso mel-hor, veremos, a seguir, quatro fun-ções que igreja local deve realizar.

1. A igreja local treina os evan-gelistas: Todo crente em Cristo deve ser um evangelista (Mt 28:19). Todo cristão deve ser um discípulo--missionário. Este é um mandamen-to bíblico, e não cumpri-lo implica desobediência. Nesse caso, o papel da igreja local, através de sua lide-rança, é treiná-los. “Treiná-los para quê?” alguém poderia questionar. A resposta é simples: Para serem capazes de fazer discípulos. Os dis-cípulos foram instruídos para serem “pescadores de homens” (Lc 5:10) e “multiplicadores” da palavra (At

1. Lidório (2007:11).

2. Stott (2005:106).

6:7). As igrejas em Atos possuíam uma incrível capacidade de se multi-plicar. Os cristãos do passado eram excelentes na arte do evangelismo e do discipulado. Aprendiam que eram discípulos de Cristo enviados ao mundo com uma missão: fazer novos discípulos.

Por isso, os crentes que se viram obrigados a fugir de Jerusalém, de-vido à perseguição religiosa, iam por toda parte, pregando a Palavra (At 8:4). A própria igreja de Antio-quia foi resultado da evangelização, não dos apóstolos, mas de crentes anônimos que se viam investidos de uma tarefa: proclamar Jesus e ensi-nar os novos convertidos (At 11:19-20). Estes cristãos aprenderam que a ordem de “fazer discípulos” não dizia respeito apenas aos missioná-rios ou aos pastores, como algumas igrejas pensam hoje. As igrejas lo-cais registradas em Atos possuíam um aplicado sistema de instrução na palavra (At 11:19-26, 14:23, 17:1-4). Os cristãos não eram coa-gidos, nem cobrados a evangelizar. Era algo espontâneo neles. É que o evangelho era ensinado e entendi-do de tal modo que eles se sentiam movidos a anunciá-lo.

Em Éfeso, os cristãos foram ins-truídos no discipulado num perío-do de dois anos. A consequência foi que todos os que habitavam na Ásia, tanto judeus como gregos, ouviram a Palavra do Senhor (At 19:10). Em Antioquia, as pessoas

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76 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

que eram integradas à comunida-de cristã, tão logo discipuladas, já testemunhavam de Cristo em suas vidas, ensinando outras pessoas. Os crentes de hoje também precisam ser treinados. Devem ser levados “para as ruas, para as esquinas, para as praças e condomínios, nos quais poderão falar abertamente de Jesus, compartilhar sua fé e evange-lizar o que está perdido”.3 No exem-plo de Antioquia, é importante res-saltar a ação da liderança, não dan-do apenas instruções, mas também exemplo. Uma igreja cujos líderes são evangelistas, tende a ser, natu-ralmente, uma igreja evangelista.

2. A igreja local envia os mis-sionários: No livro de Atos, a igreja local além de treinar os evangelistas, deveriam também enviar os missio-nários. Foi, por exemplo, a igreja em Jerusalém, sob a supervisão dos apóstolos, que enviou o missionário Barnabé para organizar a igreja em Antioquia, e foi a igreja em Antio-quia que, submissa à igreja em Je-rusalém, enviou o missionário Paulo para suas três viagens missionárias (At 13:1-14). De acordo com o prin-cípio estabelecido em Atos 1:8, a igreja local deve envolver-se ou de-senvolver as missões nas esferas local (na cidade), regional (no estado), na-cional (em outros estados no país) e transcultural (em outras nações).

3. Lidório (2007:87).

No relato de Lucas, há, pelo me-nos, dois princípios a serem segui-dos pela igreja local no envio de missionários para atuarem nessas esferas. Em primeiro lugar, o envio deve ser acompanhado pela igreja. Ao fim de cada viagem missionária, Paulo regressava à sua igreja local, em Antioquia, para contar as suas experiências (At 14:27). Os irmãos de Antioquia se interessavam e se envolviam no trabalho do apóstolo. A lição aprendida é que as igrejas locais devem acompanhar o envio dos missionários; estabelecer vín-culos; envolver-se com eles; ouvir suas experiências e testemunhos; orar por eles e por suas famílias; escrever-lhes, e encorajá-los em meio às dificuldades.

Em segundo lugar, o envio deve ser sustentado pela igreja. Temos o exemplo, da igreja em Filipos, que financiou o ministério de Paulo (Fp 4:15). A falta de dinheiro e recur-sos financeiros não justifica a negli-gência por parte das igrejas locais no cumprimento do mandamento de enviar missionários para pro-clamar o evangelho. Cada cristão precisa envolver-se constantemen-te no sustento da obra evangeliza-dora. A igreja local deve levantar ofertas para missionários no exte-rior, mas também deve financiar os trabalhos evangelísticos locais. É importante que lembrarmos que, no contexto promessista, por uma questão legal e de organização, te-

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mos a Junta de Missões e os depar-tamentos de missões das conven-ções regionais, que administram o envio dos missionários. Contudo, o princípio bíblico permanece de pé. A igreja local deve sempre se envol-ver no envio, e nenhum missionário pode ser enviado sem estar ligado a uma igreja local.

3. A igreja local planta novas igrejas: Não basta enviar missioná-rio ou evangelista e ouvir que vidas estão se rendendo ao evangelho. É também imprescindível consolidar o trabalho. No modelo bíblico, isso é feito através da plantação de igreja. A expressão “plantar igreja” parece ser um conceito novo, mas não é. A metáfora da agricultura – “plantar” – foi utilizada por Paulo, quando este se referiu à evangelização (1 Co 3:6-9, 9:7,10,11). O apóstolo, em suas viagens missionárias, não ape-nas evangelizava pessoas, mas plan-tava igrejas locais (At 14:23, 16:5). Existe uma clara diferença entre as atitudes de evangelizar e plantar novas igrejas. Naquela, o objetivo é apenas levar pessoas ao conheci-mento de Cristo; nesta, o objetivo é formar uma comunidade de cristãos com liderança, liturgia, ensino e dis-cipulado próprios.

Esse foi um dos segredos do cres-cimento rápido do evangelho em Atos. Os cristãos entendiam que a mensagem da cruz “deveria se espa-lhar pelo mundo por meio de igrejas

locais”.4 De acordo com Rheenen5, plantar igrejas é o ato de reproduzir comunidades de adoração que refle-tem o reino de Deus no mundo me-diante a proclamação do evangelho vivo. Note que, no relato do evange-lista Lucas, não eram abertas novas igrejas por grupos de crentes des-contentes, como ocorre em nossos dias. O início de uma congregação deve ser o resultado da evangeliza-ção de pessoas6 e não de um ajunta-mento de crentes insatisfeitos com a instituição.

A plantação de uma nova igreja deve ser sempre uma ação planeja-da e responsável. Não se deve per-der a ideia de uma igreja-mãe que a acompanha até que ela se estruture. Mesmo sendo a Junta de Missões ou Departamento de Missões regional o responsável direto pela implantação da congregação, é fundamental ter uma igreja madura dando o apoio necessário. Em Atos, igrejas locais plantam novas igrejas. Foi a partir da igreja de Antioquia que Paulo e Barnabé plantaram novas igrejas em Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe e todo o mundo gentio da época (At 13:1-14, 14:1,6-7). A igre-ja de Jerusalém foi responsável pela plantação de novas igrejas em Sama-ria, Judéia e até mesmo em Antio-quia (At 8:1-6, 11:19-21). O ensino

4. Idem p.11.

5. Apud Lidório (2007:12).

6. Casimiro (2007:84).

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78 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

que fica para nós é que a melhor ma-neira de proclamar o reino de Deus por todos os lugares é plantando novas igrejas e que as igrejas locais já estruturadas devem sentir-se res-ponsabilizadas por essa nobre tarefa.

4. A igreja local acolhe os con-vertidos: Além de treinar os evan-gelistas, enviar os missionários e plantar novas igrejas, a igreja local ainda tem outra função: receber os novos convertidos. De nada valerá evangelizar pessoas, se não estiver preparada para acolhê-las. Para isso, ela precisa possuir pelo menos dois elementos. O primeiro elemento é a maturidade. É preciso muita matu-ridade para acolher os de fora com paciência e tolerância, sabendo que quem os transformará é o Espírito de Cristo, por meio da palavra ensina-da, não por pressão da congregação.

Uma igreja imatura pode arruinar todo o trabalho evangelístico. A co-munidade de Jerusalém quase per-deu o maior missionário de todos os tempos por preconceito. Por causa do seu passado, o apóstolo Paulo, quando se converteu, não foi bem

recebido pelos irmãos que congrega-vam em Jerusalém (At 9:26-27). Se não fosse Barnabé, talvez ele nunca viesse a ser o grande missionário e teólogo que foi. Barnabé o acolheu e o integrou à comunidade cristã. Que exemplo! Do mesmo modo, a igreja deve ter maturidade para aco-lher as pessoas, independentemente do passado destas. Igrejas desprepa-radas expulsam o novo convertido, ao invés de o acolherem.

O segundo elemento que a igre-ja deve possuir para acolher o novo convertido é o amor. Somente uma igreja que ama os perdidos é capaz de acolher, sem preconceito e com tolerância, o ex-presidiário, a prosti-tuta, o homossexual, o dependente químico, o fumante, o alcoólatra etc. Crendo que eles são alvos do amor do Pai e que é o Espírito Santo quem os transformará. Muitos cristãos são incapazes de tal ato: recriminam os novos convertidos; constrangem os visitantes; julgam os de fora. To-davia, uma igreja acolhedora terá maturidade e amor o bastante para receber e integrar os novos converti-dos com amabilidade e simpatia.

01. Leia Mt 28:19-20; At 8:4; o item 1, e comente a afirmação: “Todo cristão deve ser um evangelista”. Para que os crentes precisam ser treinados?

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02. Leia At 13:1-3; o item 2, e comente com a classe: De quem é a responsabilidade de enviar missionários? Quais os dois princípios a serem seguidos pela igreja local no envio destes?

03. Tendo por base At 11:21-26, 14:21-23; o item 3, e responda: O que significa plantar novas igrejas? Qual é a importância deste ato?

04. Leia o item 4 e comente em classe sobre o papel da igreja local de acolher os novos convertidos e os visitantes. Quais são os dois elementos essenciais para que uma igreja seja acolhedora?

1. Adote um missionário! Os irmãos da igreja de Antio-

quia, quando enviaram Barnabé e Paulo em sua viagem missionária, impuseram as mãos sobre eles em sinal de cumplicidade. Aquela igreja “continuaria responsável por eles, amando-os, desejando o melhor e com certeza sustentando-os”.7 Isso

7. Lidório (2007:52)

nos leva a refletir em nosso envolvi-mento com a obra missionária. Você tem contato com algum missioná-rio? Ele está incluso em suas orações diárias? Se sua resposta for não, comprometa-se, hoje, em orar por um missionário e cooperar financei-ramente com seu ministério. Pense nisso! Adote um missionário!

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

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80 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

05. As igrejas locais, em nossos dias, se envolvem ativamente com a obra missionária? A igreja em que você congrega ora por um missionário e contribui financeiramente com seu ministério?

06. Com base na segunda aplicação, discuta em classe o que precisamos fazer para discipular novas pessoas. Em nossos dias, a igreja tem feito novos discípulos?

2. Faça novos discípulos!Os primeiros cristãos enxergavam-

-se como discípulos de Cristo com uma missão: fazer novos discípulos. Por isso, não é de se estranhar o fato de terem crescido tão rapidamente. Eles abriam as portas do seu lar para que novas comunidades nascessem. Assim, novas igrejas foram plantadas

e mais pessoas foram alcançadas. Você já fez algum discípulo? Hoje, existe alguém a quem você esteja ensinando o evangelho e levando para a igreja? Você abre seu lar para que grupos pequenos ou familiares sejam desenvolvidos no intuito de al-cançar novas pessoas? Pense nisso! Faça novos discípulos!

3. Acolha os convertidos! A igreja local deve ser uma comu-

nidade acolhedora em que pessoas são aceitas e abrigadas; um lugar em que os novos convertidos são in-tegrados; um ambiente acolhedor e não recriminador. Stott escreveu: “O fato de isto ser tão raro nas comuni-dades cristãs é uma manifestação do fracasso da igreja em geral em viver de acordo com o propósito de seu

Fundador para ela”8. Como você lida com os homossexuais que visitam sua igreja ou as pessoas com roupas e cabelos diferentes? Você integra os novos convertidos em seu círculo de amizade ou deixa-os de fora? Pen-se nisso: Receba bem os visitantes! Acolha os convertidos!

8. Stott (2005:104)

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07. Com base na terceira aplicação, responda com sinceridade: Você e a igreja em que congrega são acolhedores? Quais são as mudanças que precisam ocorrer para que a igreja seja um lugar acolhedor?

DESAFIO DA SEMANA

Para esta semana, temos dois desafios. Primeiro: colher informa-ções sobre missionários que estão no exterior e orar por eles. Isso pode ser feito durante os próximos cultos. Faça disso um hábito. Atualmente, temos missionários na Índia, na Argentina, na Bolívia, no Chile e em outros países. Além disso, você também pode fa-zer uma agenda pessoal de oração e interceder por eles, todos os dias da semana. O segundo desafio é receber melhor os que nos visitam. Recebê-los com simpatia, sentar ao lado deles, perguntar seus nomes, dar-lhes atenção, integrá-los em nossos círculos de amizades, enfim, aceitá-los com amor, independentemente de seu estilo, sua cor de cabelo ou roupa. Faça o compromisso de, a partir de hoje, não ir embora sem conversar com aqueles que estão visi-tando a igreja. Mãos à obra! Que Deus nos ajude!

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82 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

Hinos sugeridos – BJ 200 • BJ 223

108 DE SETEMBRO DE 2012

A igreja proclamadora

enfrenta aflições

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OBJETIVO

Levar o estudante a compreender que o ato de pregar Jesus Cristo aos pecadores acontece em meio a graves perseguições e aflições, e desafiá-lo a proclamar Cristo, consciente desses ataques.

TEXTO BÁSICO

Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e da Samaria. (Atos 8:1)

LEITURA DIÁRIA

D 02/09 At 20:36-38

S 03/09 At 21:1-16

T 04/09 At 21:17-26

Q 05/09 At 21:27-40

Q 06/09 At 22:1-11

S 07/09 At 22:12-21

S 08/09 At 22:22-30

INTRODUÇÃO

A imagem mental que geralmente faze-mos do ato de pregar a palavra é de ale-gria. Juntamo-nos a um grupo de irmãos e saímos às ruas pregando. Voltamos reali-zados. De fato, a pregação produz alegria infinda (Sl 126:5). É o que percebemos, ao vermos Deus agindo de forma sobrenatural, em Atos: anjos descendo do céu, línguas de fogo, cegos vendo, surdos ouvindo, coxos andando, cativos libertos. Mas nem sempre é assim. Há o outro lado: Estêvão apedreja-do, Paulo açoitado e preso, discípulo morto ao fio da espada, igreja em perseguição. O estudo de hoje irá mostrar-nos que a igreja fiel a Cristo, a que sai a pregar a palavra, enfrenta graves aflições.

Há uma mensagem para todos nós, discí-pulos-missionários de Jesus, sobre a proclama-ção: “Perseguição: prepare-se para ela; resista

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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a ela”.1 As boas novas do evangelho nem sempre são encaradas como boas notícias, pois o homem natu-ral não entende as coisas espirituais (1Co 2:14). O verdadeiro evangelho desestabiliza reinos, modifica estilos de vida e até mexe na economia. As verdadeiras testemunhas de Cristo são aquelas pessoas que colocam o mundo de cabeça para baixo (At 17:6 – NBV). Por isso, enfrentaremos oposições, impedimentos e aflições ao anunciarmos a mensagem da cruz. Neste estudo baseado em Atos, capítulo 8, veremos, pelo menos, três ataques que a igreja de Cristo en-frenta enquanto proclama.

1. As aflições físicas: É inegável o crescimento da igreja primitiva. Mais inegável ainda é que ela cresceu de-baixo de uma perseguição radical. O Senhor da igreja teve o seu ministério terreno marcado por perseguições cer-radas (Lc 19:47; Mc 10:34; Hb 12:3). De igual forma, sua igreja não terá tré-gua: cumprirá sua missão proclamado-ra debaixo de perseguições e aflições. É o que vemos em Atos 8. O evangelis-ta Lucas declara que levantou-se gran-de perseguição contra a igreja em Je-rusalém (v. 1). Ele usa o termo grego diogmos para definir “perseguição”. Esta palavra está fortemente ligada ao sofrimento físico, pois carrega a ideia de causar dores, de fazer sofrer ou de punir com sofrimento.

1. Lucado (2010:99).

Lucas está testemunhando que a igreja de Jesus, conquanto cheia do Espírito Santo (At 2), estava experi-mentando o amargo e tenebroso sofri-mento físico, resultado da perseguição violenta e maligna, deflagrada pelo ódio dos ímpios contra os seguidores de Cristo. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós, avisara Jesus (Jo 15:20; cf. Mt 5:11). Lucas usa diogmos no sepultamento de Estêvão, na prisão dos fiéis e na dispersão. Nas três situações, os cristãos fiéis foram atacados fisicamente. Por causa de sua fidelidade a Cristo, seus corpos esta-vam perigosamente expostos, a qual-quer momento, ao martírio. Quando os perseguidores chegavam, açoita-vam e matavam os servos de Jesus.

Ocorre que o sofrimento de um servo de Deus e, sobretudo, da igreja de Deus nunca é em vão. Ante o ódio dos adversários da igreja, o Espírito Santo usou a perseguição como “ins-trumento divino para que o evange-lho começasse a ser expandido como Cristo havia ordenado”.2 Ainda que não estejamos acostumados a ver algo de bom nas oposições, fato é que “a igreja sempre teve que enfren-tar perseguições quando se manteve fiel a Cristo no desenvolvimento de sua missão”.3 Isso quer dizer que, em geral, toda igreja genuinamente mis-sionária é perseguida. Nesse sentido, muito deve-riam nos preocupar os

2. Pino (2010:27).

3. Idem.

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longos períodos de “paz”, de “con-forto” que temos tido ante o mundo.

Deus se alegra em abençoar a sua igreja, mas não quer que ela se pren-da a esse favor a ponto de tornar-se leniente quanto à sua missão de pre-gar a palavra. Se precisar, ele usará as circunstâncias adversas e reais da vida, como o sofrimento físico, para nos ti-rar da passividade religiosa e nos levar à ação proclamadora de seu poderoso evangelho e do testemunho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Tão real é esta possibilidade que podemos experimentá-la a qualquer momento, em nosso próprio corpo. Se isso vier a nos ocorrer, teremos a grande opor-tunidade de comprovar que, em meio às perseguições físicas, Deus está pre-sente com seu povo, como prometido.

2. As aflições emocionais: Em

seguida, Lucas garante que homens piedosos fizeram grande pranto so-bre Estêvão (v.2). Aqui, o termo gre-go usado para pranto é kopeton, que pode ser traduzido literalmente como “bater no peito” e indica o sofrimen-to emocional, a dor da alma, o choro dolorido do coração. A igreja que era fisicamente assolada com espanca-mentos, fugas, prisões e martírios, agora demonstra todo o impacto emocional da perseguição impiedo-sa. Ao verem o seu corajoso pastor morto, choraram um grande choro. Extravazaram o medo, a insegurança, a saudade. Expuseram a alma abati-da, em movimento descendente. A

estrutura emocional da igreja de Cris-to foi profundamente afetada.

Na verdade, a igreja de Jesus em Jerusalém não esperava passar por experiências tão avassaladoras. Como disse Jesus, o ladrão nunca avisa quando virá (Lc 12:39). Como salvos em Cristo, acostumamo-nos a esperar sempre o melhor. Jamais contamos com uma doença física letal, com uma forte doença emocional. Sequer passa por nosso coração que tais acontecimentos possam contribuir para o cumprimento dos propósitos de Deus, sobretudo, para salvar peca-dores perdidos. Nossa lógica humana nos impede de ver as multiformas de Deus agir. Nossa mente moderna es-tranha a capacidade divina de usar as nossas mazelas existenciais para mos-trar aos incrédulos que ele é Salvador.

Em Atos 8, porém, o que se vê é a igreja de Jesus atacada no corpo e na alma; porém, a reação dela é impres-sionante. Para quem não esperava ta-manha adversidade, é surpreendente perceber que, no ataque fatal a seu pastor Estêvão quanto e a seus mem-bros, a igreja não murmurou contra Je-sus, nem perdeu a fé nele. Poderia tê-lo deixado; afinal, onde estava Cristo, no momento em que ela mais precisou? Não, aqueles incríveis irmãos, expulsos de suas casas, seguiram rumo a Judéia e Samaria, a cumprir o mandado de Je-sus (At 1:8). Podem ter falhado em não proclamarem a palavra em tempo de paz, é verdade; todavia, não deixaram de fazê-lo em tempos adversos.

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Como pessoas em situações total-mente desfavoráveis reagem de forma tão nobre e elevada? Não esqueça-mos: o livro de Atos é o livro dos atos miraculosos do Espírito Santo. Depois que Jesus Cristo foi glorificado, nos céus, e assentou-se à direita do Pai, enviou o Espírito Santo. Com isso, pessoas simples – pescadores, galileus, crentes em Jesus – foram transfor-madas com grande poder espiritual. Agora tinham intrepidez e ousadia. Continuavam humanos, com graves golpes, no corpo e na alma. Todavia, tais aflições, sob o comando do Espíri-to Santo, eram bens espirituais a forta-lecer a sua fé e lhes dar coragem para proclamar o evangelho eterno.

3. As aflições espirituais: Lucas vai além: afirma que Saulo assolava a igreja (v. 3). A palavra assolava vem do termo grego elumeinato, que aponta para uma “destruição”, não apenas física e emocional, mas, também, espiritual. É o mesmo termo usado em João 10:10, que diz: O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir (grifo nosso). Os ataques físicos causaram graves danos na alma, mas tinha como alvo principal a destruição da fé. Estamos diante de uma das revelações mais cla-ras das Escrituras Sagradas em relação a estratégias espirituais de ataque que satanás usa contra a igreja de Jesus. Ataque físico, emocional e espiritual.

Trata-se de uma cartada certeira, com objetivo definido. Se o inimigo da igreja tivesse tido êxito, o cristia-

nismo não seria o que foi nos últimos dois mil anos; não seria o que é, e, seguramente, jamais viria a ser o que será, até a volta de Jesus. Atos 8, portanto, não é um tratado sobre a natureza da igreja, mas uma narrativa sobre o ataque que ela sofre enquan-to proclama as grandezas daquele que a tirou das trevas para a luz. Se ela for fiel na proclamação do evan-gelho, será impiedosamente atacada, alvejada por sistemas malignos que não poupam o físico, o emocional e o espiritual, buscando sempre a destrui-ção da fé. E o que é pior: almeja pa-ralisar a proclamação do evangelho.

Contudo, quem cuida da igreja é Deus, o Todo-Poderoso. Quanto maior o ataque, quanto mais forte a perseguição, mais poderosa será a ação do Espírito Santo no meio da igreja. Saulo assolava a igreja? Entrava nas casas, arrastava os irmãos e irmãs, jogava-os nas penitenciárias? Sim! To-davia, os que ele não conseguiu pe-gar, iam por toda parte, anunciando a palavra (v.4), ou seja: a pior fase da igreja de Jerusalém foi a sua melhor fase. No meio do pior momento his-tórico da igreja primitiva, Deus a fez caminhar a passos firmes; alargou as suas tendas; fê-la expandir-se; levou-a aos confins da terra; usou-a com gra-ça e poder, para a glória do seu nome.

A igreja sofreu com a morte de seu grande líder, Estêvão? Ela ge-meu de sofrimento ao vê-lo tom-bar? Abateu-se com a queda de seu incansável pregador? Sim! Mas

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86 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

ela ficou sem pastor, sem um ho-mem cheio do Espírito Santo? Não! Foi-se um grande homem? Deus le-vantou outro: Filipe, também cheio do Espírito Santo, que, descendo à cidade de Samaria, anunciava--lhes a Cristo (v. 5). Glória a Deus! Jamais faltarão pastores cheios do

Espírito Santo à igreja de Jesus. Nos momentos mais duros e difí-ceis da igreja, Deus a fará irromper cheia do poder do Espírito Santo e a fará proclamar Cristo Jesus ao mundo, e tudo isso produzirá grande alegria aos pecadores que serão salvos (v.8).

01. Com base no tópico “As aflições físicas” e em Jo 15:20; Mt 5:11; At 8:1, reflita com a classe sobre maneiras mais eficientes de a igreja proclamar Jesus em meio à oposição.

02. Com base no tópico “As aflições emocionais” e em At 1:8, 8:2, considere os meios espirituais adequados para a igreja suplantar as dificuldades, para que a proclamação não seja interrompida.

03. Com base no tópico “As aflições espirituais” e em At 8:3-8, reflita sobre a maneira como Deus atua nos momentos em que a fé da igreja está em cheque e como esta deve reagir aos ataques.

04. Leia At 4:1-4, 5:17-18, 12:1-2, 14:19-20, 16:19-24; Hb 10:32-35, 12:3 e comente a afirmação: “A proclamação genuína do evangelho de Cristo sempre será feita sob cerrada oposição secular e maligna”.

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2. Proclame Cristo, ainda que sob ataque emocional.

A perseguição severa abalou a estrutura emocional da igreja de Je-rusalém. Mesmo assim, ela saiu a pregar Jesus. Quando as coisas ruins chegam e os ventos sopram contra o pai, a mãe e os filhos, a alma hu-mana treme. Quando o casamento esfria, o desemprego chega e as dí-vidas aumentam, vai-se o sono. Dói

o peito, a respiração sufoca e a alma se deprime (cf. Sl 6:6; Mt 26:37-38). Todavia, Deus apruma os prostrados, Deus levanta os abatidos (Sl 145:14; 146:8). Sua alma está abatida? So-brecarregada? Está com medo? Deus está vendo. Mas não quer você calado ou calada. Fale de Jesus aos pecadores, e verá o Espírito Santo transformar a sua tristeza em alegria (cf. Sl 30:5, 4:8; Fp 4:11).

1. Proclame Cristo, ainda que sob ataque físico.

As terríveis aflições da igreja de Atos não deveriam nos surpreender, afinal o sofrimento está presente na igreja de hoje. A violência doméstica machuca a família, o desastre ceifa a pessoa amada, a bactéria mata ines-peradamente, a enfermidade não abandona o corpo. É o ataque físico! Todavia, Deus está entre o seu povo!

Ele intervém, e logo a igreja enten-de que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus (At 14:22). Seu corpo está enfermo? Está você sofrendo alguma violência física? Confie em Deus! Ele vai agir (Sl 37:3-7, 12-15). Todavia, não fe-che a sua boca. Proclame que Jesus Cristo morreu para salvar os pecado-res. Você experimentará um dos me-lhores momentos da sua vida.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

05. Com base na primeira aplicação, proporcione, entre os alunos, uma troca de experiências sobre pregar Jesus em meio a fortes ataques físicos.

06. Reflita sobre a seguinte questão: É possível que doenças emocionais, sob o controle do Espírito Santo, sejam revertidas em poderosa arma espiritual para a proclamação do evangelho de Cristo?

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88 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

3. Proclame Cristo, ainda que sob ataque espiritual.

A combinação de ataque físico e emocional visa sempre desestabilizar a fé. A fé dos cristãos primitivos foi provada e aprovada. Um daqueles ir-mãos, Tiago, declara: Bem-aventura-do o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida (1:12). Declara, tam-bém, ter alegria em sofrer por Cristo

(1:2). Incrível! Será que os embates físicos e emocionais não têm abalado a sua confiança em Deus, esfriado a sua oração e a sua pregação? Você se afastou da igreja? Atenção: as afli-ções visam provar a sua fé! O salvo não recua (Hb 10:38), mas avança na pregação (At 8:4), sobretudo, quan-do a sua fé está sob forte ataque (At 5:17-32). Adiante, irmão! O Espírito Santo fala pela sua boca (Mc 13:11).

07. Que ações você pode começar a realizar imediatamente, inspirado na terceira aplicação: “Proclame Cristo, ainda que sob ataque espiritual”.

DESAFIO DA SEMANA

As tribulações e aflições da vida não têm poder de inibir a mar-cha vitoriosa da igreja de Jesus. Sabemos que é o próprio Deus quem nos permite passar por situações assim, para amadurecer-mos na fé. De nossa parte, cabe-nos confiar na graça divina e aceitar, com paciência, as lutas e provações da vida, pois todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28). Diante disso, o Espírito de Deus lhe faz o seguinte desafio semanal: compartilhe com pessoas não salvas, as lutas e tribula-ções que você tem enfrentado, destacando o cuidado de Jesus junto a você. No final, convide a pessoa para estudar a palavra com você e fazer uma visita à igreja onde você congrega. Lembre sempre este alerta: Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido (At 4:20).

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Hinos sugeridos – BJ 186 • BJ 315

1115 DE SETEMBRO DE 2012

Dinheiro não é problema na proclamação

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OBJETIVO

Ensinar ao estudante da Bíblia Sagrada que nossas contribuições ajudam na obra de evangelização e que devemos contribuir, avaliando a necessidade, apreciando a voluntariedade e ponderando a possibilidade.

TEXTO BÁSICO

José, um levita de Chipre a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa “encorajador”, vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos. (At 4:36-37)

LEITURA DIÁRIA

D 09/09 At 23:1-11

S 10/09 At 23:12-25

T 11/09 At 23:26-35

Q 12/09 At 24:1-9

Q 13/09 At 24:10-21

S 14/09 At 24:22-27

S 15/09 At 25:1-12

INTRODUÇÃO

Dinheiro é bênção ou maldição? Pode ser uma coisa ou a outra, dependendo da situa-ção. Se utilizado indevidamente, ele pode se tornar um veículo de perdição para quem o possui (At 8:20). Alguém já disse: “O dinhei-ro é um bom servo, mas um péssimo patrão. Quando o dinheiro está sob nosso controle, ele é uma bênção; quando nos controla, é uma maldição”.1 Sobre isso, Paulo escreveu: Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desvia-ram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores (1 Tm 6:10). O dinheiro, contudo, se usado de maneira adequada, é útil e promove o avanço da pregação do evangelho no mundo.

1. Lopes (2009:33).

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90 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

Na Bíblia, Deus sempre supriu fi-nanceiramente a obra missionária. O ministério de Jesus, por exemplo, foi patrocinado por Joana, Suzana e outras mulheres (Lc 8:3). Isso, con-tudo, não é coisa somente do Novo, mas também, do Antigo Testamen-to (2 Cr 31:4; Ne 7:70). No livro de Atos, a contribuição financeira para a obra de Deus é um princípio ni-tidamente enfatizado. O texto bá-sico deste estudo não deixa dúvida quanto a isso. Desse modo, enten-demos que dinheiro não é empeci-lho na prática da proclamação. Com base na palavra de Deus, vamos es-tudar, a partir de agora, alguns as-pectos relacionados à nossa contri-buição para a obra missionária:

1. A quantia: Possivelmente, você já se perguntou: “Com quanto devo contribuir?”; “Será que esta ou aque-la quantia que me propus ofertar é a ideal?”. Essas perguntas são muito importantes. Para a obra de Deus, é necessário atentar para a quantia a ser ofertada. Então, que princípio devemos seguir em relação ao valor da contribuição? Atos 11:29 diz que os cristãos contribuíram cada um se-gundo as suas possibilidades (NVI). A NTLH traduz esse trecho assim: ... e cada um deu de acordo com o que tinha. Tendo isso em mente é que os irmãos ofertavam (cf. At 4:34-35).

Desse modo, tanto o rico quanto o pobre contribuíam para a pregação do evangelho. Ninguém podia argu-mentar que não ofertava porque era muito pobre ou porque era muito rico. Mas também ninguém era obri-gado a dar o que não podia. Os cris-tãos de hoje precisam atentar para este ensinamento. Ajudar a obra de Cristo com os recursos financeiros é necessário, mas isso não pode ser feito de qualquer modo. Há os que ofertam mais do que podem e depois prejudicam o próprio orçamento. Há também os que ofertam menos do que podem, sem dar prioridade ao que é, de fato, importante: a expan-são do reino de Deus na terra. Am-bos os extremos são perigosos.

2. Os obstáculos: No que se refere à contribuição financeira na proclamação, é oportuno considerar também os obstáculos. Dentre es-tes, queremos tratar, pelo menos, de dois. O primeiro é a escassez de re-cursos. Quando hesitam em colabo-rar com missões, as pessoas dizem: “Eu sou muito pobre, o meu salário é pouco e mal dá para atender às mi-nhas necessidades”. Mas, ao olhar-mos para a Escritura, as igrejas da Macedônia poderiam munir-se das mesmas desculpas para não ofertar; afinal, atravessavam um período de muitas dificuldades. Porém, o que fi-

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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zeram? Levantaram uma coleta em benefício dos irmãos necessitados de Jerusalém (Rm 15:26).

Como já vimos, tanto pobres quanto ricos podem e devem cola-borar, de acordo com suas posses; todavia, ainda que os recursos se-jam mínimos, é possível contribuir com a obra missionária. O segundo e, talvez, o maior dos obstáculos é a falta de comprometimento com a proclamação. Quando não há en-volvimento com a obra, esta tende a ficar em segundo ou terceiro plano e isso é grave. Os irmãos na igreja do primeiro século, ao mesmo tem-po que eram exímios ofertantes do reino, eram, também, extremamente dedicados ao ensino, à comunhão e às orações (At 2:42-45). Assim sen-do, o “pré-requisito para um envolvi-mento financeiro é um envolvimento pessoal com a obra financiada”.2

3. A provisão: Quando faltam os recursos, a proclamação do evange-lho pode ser dificultada. Dificultada, sim, mas não suspensa. E por que não? Porque o Deus pregado pela igreja, no evangelismo, é, também, o provedor desta. Dinheiro não é tudo. Deus não precisa deste para fazer do evangelho poder para a salvação do que crê (Rm 1:16). Sem dinheiro, Pedro disse ao paralítico: Não possuo nem prata nem ouro,

2. Revista Educação Cristã, vol. 10, junho/2010, p.42.

mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda (At 3:6). Como resultado, todo o povo viu aquele homem a andar e a louvar a Deus (v. 9).

Estejamos certos de que, como escreveu Paulo, o nosso Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas rique-zas em Cristo Jesus (Fp 4:19). Como bem disse Deus, através do profeta Ageu: Minha é a prata, meu é o ouro (Ag 2:8). Portanto, ele tem os seus próprios meios de prover os recursos necessários à proclamação. No caso da igreja de Atos, ele se utilizou, al-gumas vezes, da generosidade dos que tinham muitos recursos. Desse modo, “Barnabé desfaz-se da pro-priedade e entrega o dinheiro para a obra de Deus. Deus faz isso hoje. Quando a igreja vive em obediência à direção do Espírito, investindo na obra missionária, Ele providencia o dinheiro”3 (At 4:36-37).

4. A generosidade: A igreja men-cionada em Atos era generosa. Lu-cas faz questão de frisar: Todos os que criam estavam juntos e unidos e repartiam uns com os outros o que tinham (At 2:44 – NTLH). Somente quem é generoso entende, na prática, que mais bem aventurado é dar do que receber (At 20:35). Barnabé en-tendia isso. Ele vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou

3. Casimiro (2009:112)

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92 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

aos pés dos apóstolos (At 4:37). Que atitude exemplar!4 Ele não se mostrou refém do dinheiro; antes, demonstrou desapego aos bens materiais e amor para com a obra de Cristo.

É necessário economizar dinheiro em muitas coisas, mas não em mis-sões. Não se deve poupar recursos para a salvação de vidas, para a pro-moção do reino de Deus. Além disso, precisamos entender que os recursos financeiros que possuímos, perten-cem a Deus e que apenas os adminis-tramos (Sl 24:1; Ag 2:8; 1 Co 10:26). Infelizmente, há aqueles que, mesqui-nhamente, hesitam em ofertar para a causa do Mestre. Querem a benção de Deus, mas “fecham a mão” para ele. Estes têm dinheiro para muitas coisas, mas não para colaborar com causa do Mestre. Isso é, no mínimo, vergonhoso. Cadê os “Barnabés” de nosso tempo? Onde estão os cristãos generosos? Reflitamos a respeito.

5. A motivação: Há algo no ato de contribuir que precisamos con-siderar: a verdadeira intenção de quem oferta. A igreja primitiva con-tribuía com boas intenções (At 2:45; Rm 15:26). Isso é importante saber porque Lucas registra que, do mes-mo modo que o Senhor da igreja avaliou os ofertantes no templo de Jerusalém, aprovando a doação da viúva pobre (Lc 21.1-4), o Espírito Santo avalia as nossas motivações ao

4. Bost (2007:67).

ofertar. Exemplo disso é o caso de Ananias e Safira. O Espírito Santo os julgou severamente, porque inten-cionaram o mal ao ofertar (At 5:1-6). Obviamente, eles não pecaram por terem retido parte do dinheiro, mas por terem afirmado que estavam ofertando tudo. Eles provavelmente mentiram para que a sua oferta pa-recesse superior à de Barnabé.5

Assim, pecamos quando não ofertamos o nosso dinheiro com a motivação correta. Há aqueles que ofertam uma quantia alta só para aparecer; outros, para justificar a própria inércia, como se, pelo fato de ofertarem, não precisassem fazer mais nada no evangelismo; outros, à semelhança de Simão, querem fazer do evangelho um negócio de com-pra e venda (At 8:18-19). O ato de ofertar é uma prática espiritual; logo, deve ser praticado com motivações espirituais. Devemos fazê-lo não com o intuito de receber algo de Deus, mas de agradecer-lhe, com alegria. O ato de contribuir para a proclama-ção deve ser considerado pelo cristão como um privilégio imerecido.

6. O propósito: Após tratarmos sobre a quantia, os obstáculos, a provisão, a generosidade e a motiva-ção na contribuição, discorreremos sobre o propósito da mesma. Assim, é oportuna a pergunta: Para que era utilizado o dinheiro arrecadado nas

5. Casimiro (2009:112).

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contribuições? Certamente, não vi-sava ao enriquecimento pessoal dos apóstolos; caso contrário, Pedro não teria dito ao coxo “não possuo nem prata nem ouro” (At 3:6). Hoje em dia, nota-se uma inversão de valores nesse sentido. Muitos daqueles que se dizem bispos e apóstolos da igreja de Cristo apropriam-se dos recursos ofertados pelos fiéis nas comunidades que lide-ram com o propósito de erguer man-sões luxuosas, adquirir carros de luxo, fazendas enormes etc., e a verdadeira proclamação, por sua vez, é ignorada.

Em Atos, porém, o dinheiro das contribuições é utilizado para am-

parar os necessitados que fazem parte do corpo, pois se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade (At 4:35b). Mas não só isso: o dinheiro era, tam-bém e principalmente, usado para amparar os trabalhadores da obra. Paulo e Barnabé foram enviados e sustentados pela igreja de Antio-quia (At 13:1-4). Paulo também contava com a ajuda da igreja de Fi-lipos (Fp 1:5, 4:15-18). As igrejas da Macedônia também o amparavam (2 Co 8:1-3). Dessa maneira, esses homens de Deus podiam se dedicar ao serviço missionário.

01. Leia At 11:29; o item 1, e responda: Que princípio devemos seguir em relação ao valor da contribuição?

02. Quais os obstáculos à contribuição financeira na proclamação? O trabalho missionário pode ser suspenso em razão da falta de recursos? Comente com base nos itens 2 e 3.

03. A generosidade é fundamental, no ato de contribuir, para evangelismo local e missões? Por quê? Baseie-se em At 2:44 e no item 4.

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94 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

04. Leia At 2:45, 4:35, 13:1-4; Rm 15:26; Fp 1:5; o item 6, e responda: Com que motivação devemos contribuir? Para que era utilizado o dinheiro arrecadado nas contribuições?

05. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que, ao contribuirmos, precisamos avaliar a necessidade da obra missionária? Você faz isso?

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

1. Na proclamação, contribuamos avaliando a necessidade.

A proclamação é uma obra magnífica e necessária. Por meio dela, o mundo pode conhecer a salvação graciosa oferecida pelo Pai, por meio de Jesus. Não foi à toa que este ordenou: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16:15). Contu-do, essa grande obra demanda

investimentos. E quem há de ar-car com eles? Certamente, nós, a igreja. Os irmãos de Atos contribu-íam de acordo com a necessidade da obra. Por isso, eram generosos para com ela. E nós, temos sido generosos para com a missão da proclamação ou temos titubeado na hora de ofertar, ignorando as suas dificuldades? Levemos isso em conta.

2. Na proclamação, contribuamos apreciando a voluntariedade.

Barnabé, ao mesmo tempo que foi generoso, primou pela volun-tariedade. Diz o texto que ele ven-

deu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos (At 4:37). Essa atitude foi voluntária. Ninguém o obrigou a to-má-la. Ananias e Safira também não

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foram obrigados a ofertar tudo o que tinham (At 5:4). Somos concla-mados, portanto, a ofertar não por coação ou tristeza, mas por livre von-tade, com alegria, segundo tivermos

proposto no coração (2 Co 9:7). Que ajamos assim. Coloquemo-nos à dis-posição, de forma voluntária, para ajudarmos a difundir o evangelho do reino no mundo.

3. Na proclamação, contribuamos ponderando a possibilidade.

Os primeiros cristãos ofertavam segundo proposto em seu coração e de acordo com o que tinham (At 11:29). Isso nos leva a refletir sobre o cuidado de não cairmos em duas armadilhas comuns: a generosidade impensada e a mesquinhez. Esta faz

com que a pessoa contribua aquém do que pode contribuir e aquela faz com que a pessoa doe além do que pode, de fato, doar. Os dois extremos são prejudiciais. Por isso, muitas vezes, é melhor fazermos um planejamento financeiro, a fim de que, ao contribuirmos, Deus seja glorificado e a sua obra, favorecida.

06. Após ler a segunda aplicação, responda: Por que, ao contribuirmos, precisamos ter atitude voluntária? Essa tem sido uma característica sua?

07. Após ler a terceira aplicação, responda: Por que, ao contribuirmos, precisamos avaliar as nossas possibilidades? Como você tem se saído em relação a isso?

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96 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

DESAFIO DA SEMANA

O estudo de hoje possivelmente lhe levou a refletir a cerca de como você tem encarado o ato de ofertar. Então, como você tem agido em relação a isso? Tem você contribuído financeiramente com a evangelização ou se omitido? Se esta última é a sua res-posta, o que fazer para melhorar? Que tal um propósito diante de Deus, agora mesmo? Se você não tem levado a sério o ato de contribuir com a obra do Mestre, faça diferente, a partir de hoje. Torne-se um colaborador mais frequente, e, dentro de suas possibilidades, mais generoso. Faça um compromisso de dar uma oferta mensal para o evangelismo local ou para as missões estran-geiras, adotando um missionário. Doe uma oferta generosa. Não se esqueça do princípio bíblico de que é mais feliz quem doa do que quem recebe (At 20:35).

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Hinos sugeridos – BJ 68 • BJ 79

1222 DE SETEMBRO DE 2012

Não apenas proclame, mas

discipule!

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OBJETIVO

Ensinar ao estudante da Bíblia que o ato de proclamar não é suficiente, se não houver a prática do discipulado cristão, no qual é necessário haver caráter íntegro, atitude persistente e visão capacitadora.

TEXTO BÁSICO

Tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E durante o ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instruíram muita gente. Em Antioquia, os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez. (At 11:26)

LEITURA DIÁRIA

D 16/09 At 25:13-22

S 17/09 At 25:23-27

T 18/09 At 26:1-11

Q 19/09 At 26:12-18

Q 20/09 At 26:19-23

S 21/09 At 26:24-29

S 22/09 At 26:30-32

INTRODUÇÃO

Algo que há muito vem inquietando di-versas igrejas evangélicas é o fato de que, na maioria delas, embora haja um conside-rável número de conversões, há, também, de modo notável, um excesso número de baixas. Esta tem sido a realidade enfrenta-da por muitas denominações. É como se as pessoas entrassem pela porta da frente num dia e saíssem pela porta dos fundos no ou-tro. Diante do problema, a pergunta é: “Há um meio de reverter esse quadro em nossas igrejas? Qual é esse meio?”. A resposta para essa questão chama-se discipulado. É sobre isso que trataremos a seguir.

A proclamação é importante. Aliás, é essen-cial. A igreja que não proclama não cresce de modo eficaz. Em contrapartida, só proclamar não é, por si só, suficiente, embora necessário.

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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98 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

É preciso, também, haver discipula-do. A falta deste é prejudicial. Sa-bendo disso, a igreja de Atos tanto proclamava quanto discipulava. Há igrejas que se envolvem na prática da proclamação, mas deixam a de-sejar na execução do discipulado, quando, na realidade, este deve complementar aquela. Um não pode ser desvinculado do outro. Tendo isso em mente, atentemos para o princípio bíblico do discipulado, com base no livro de Atos.

1. O significado do discipula-do: Antes de trabalharmos outros aspectos do discipulado, precisa-mos entender o seu significado: “discipulado é o processo, o mé-todo ou o meio pelo qual levamos uma pessoa a ser um verdadeiro discípulo de Cristo”.1 Logo, disci-pular é fazer discípulos (Mt 28:19-20). Durante o discipulado, o novo convertido deve ser ensinado e acompanhado por um cristão mais maduro, até que tenha, em si, o ca-ráter de Cristo. Esse processo pode ser demorado. Isso pode ser consta-tado no fato de que Jesus, o mestre por excelência, precisou de, aproxi-madamente, três anos para prepa-rar os discípulos. Isso nos dá ideia do tempo em que o discipulado deve ser realizado. Contudo, este sempre será satisfatório, se realiza-do corretamente. Dois importantes

1. Evangelismo e discipulado (2010:89).

elementos para a concretização do discipulado é o discipulador e o discípulo. Sem eles, naturalmente, não haveria discipulado.

O que é um discipulador? É aque-le que ensina, transmite, de modo constante, os ensinos de Jesus a uma pessoa. O discípulo, por sua vez, é o aprendiz, aquele que absor-ve os ensinamentos do evangelho de Jesus e os pratica. Em Atos, os cristãos eram conhecidos, comu-mente, como discípulos (cf. At 6:1-2, 7; At 9:1,18,25,26,38). O final do versículo 25 de Atos 11 afirma que somente em Antioquia os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos. Como bons discípulos que eram, os crentes de Atos tinham um Mestre por excelência: Cristo. Não é à toa que o livro faz menção, em seu início, de tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar (At 1.1). Veja que, aqui, o escritor coloca em evidência não os ensinos pessoais dos após-tolos ou dos filósofos daquela épo-ca, mas os de Cristo. O aprendei de mim de Jesus estava explícito na vida daqueles discípulos.

2. O imperativo do discipula-do: Na Bíblia, o discipulado não é uma opção, mas um imperativo, uma ordem, um mandamento. O texto de Mt 28:19 não deixa dúvi-da quanto a isso: Portanto, vão e façam discípulos em todas as na-ções, batizando-as no nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo (BV-

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grifo nosso). Nas palavras do Mes-tre, fica suficientemente claro que todo discípulo precisa ser, acima de tudo, um discipulador. A igreja de Cristo mencionada em Atos en-tendeu esse imperativo e o colocou em prática. Ela é, nesse sentido, um exemplo para os cristãos de hoje.

Os discípulos da igreja primiti-va não se “cansavam” de ensinar. Eles não se contentavam em ser apenas discípulos: eram, também, discipuladores. Por isso, ensinavam tanto no templo quanto nas casas. E isso não acontecia apenas de vez em quando, mas todos os dias (At 5:42). Por levar a sério esse impera-tivo do Mestre, o discipulado, Paulo e Barnabé estiveram na igreja em Antioquia e durante o ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instru-íram muita gente (11:26). A propó-sito, será que temos agido de modo semelhante, priorizando o discipula-do em nossa vida? Temos sido bons discipuladores? Lembremo-nos de que o discipulado é uma ordem e deve ser uma prática constante de todo discípulo de Jesus.

3. O ensino no discipulado: Como vimos, o ensino era uma prá-tica comum e constante da igreja primitiva, ou seja, ela fazia do disci-pulado um hábito. Mas como o en-sino era encarado naquela comuni-dade? Com muita seriedade. Refli-tamos sobre duas atitudes daque-les irmãos nesse sentido. Primeiro,

eles aprendiam antes de ensinar. Como descreve o autor de Atos, os crentes aprendiam a andar no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo (At 9:31b – grifo nosso). E isso acontecia não apenas porque ouviam, mas também por-que examinavam as Escrituras. Os irmãos de Bereia investigavam dia a dia as Escrituras, para conferir as declarações de Paulo e Silas, a fim de ver se realmente elas eram as-sim (At 17:11). O discipulador tem por obrigação ler a Bíblia. Quem não estuda a palavra para ensinar o que deve, corre o risco de ensinar o que não deve.

A segunda atitude daqueles ir-mãos era ainda mais desafiado-ra: ensinavam com honestidade. Quem discipula deve ensinar o que está escrito na palavra. O evange-lho do reino é que deve ser ensi-nado e não outro. Pedro, ao falar da descida do Espírito Santo, no dia da festa do Pentecostes, citou as Escrituras: Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do pro-feta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne (At 2:16-17a; cf. Jl 2:28). Paulo afir-mou, em Gálatas 1:9: Assim, como já dissemos, e agora repito, se al-guém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema. O discipulador não fala de si mesmo. Não é ele o objeto de estudo, nem o inspirador das Escri-

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100 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

turas. O discipulador respeita o que está escrito e não vai além disso.

4. O exemplo no discipulado: O evangelho ensinado pelos após-tolos aos irmãos da igreja primi-tiva não se limitava à teoria. Eles pregavam o que viviam e viviam o que pregavam. Possivelmente, essa tenha sido a razão pela qual aque-la igreja contou com a simpatia de todo o povo (At 2:14). As pessoas enxergavam coerência entre o que era dito e o que era praticado. Lucas afirma que muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé (6:7b). O verbo obe-decer (gr. hupakouo), nesse texto, tem o sentido de ouvir uma ordem e submeter-se a ela. Eles praticavam e ensinavam o que aprendiam.

No episódio da escolha daqueles que serviriam às mesas, a preocupa-ção dos apóstolos era clara: ... esco-lhei dentre vós sete homens de boa reputação (6:3a). Tempos depois, Paulo escreveu aos coríntios: Sede meus imitadores como eu sou de Cristo (1 Co 11:1). Ele sabia o que estava dizendo e fazendo. Era um discipulador exemplar. Contudo, no próprio ato de dizer isso, ele induz aqueles irmãos para longe de si mes-mo. A única razão pela qual devem imitá-lo é que ele imita a Cristo.2 Será que as pessoas a quem ensinamos o evangelho têm enxergado coerência entre o que falamos e o que prati-

2. Morris (1983:121).

camos? É dever de todo discipulador ensinar, também, por meio de uma conduta exemplar. A palavra deve ser prática em nossa vida.

5. O encorajamento no dis-cipulado: Todo ser humano ne-cessita de encorajamento, ainda mais em se tratando de vida cris-tã. Quem discipula, deve levar isso em conta. Encorajar é incentivar, motivar. No livro de Atos, temos um bom exemplo de discipulador que encoraja: Barnabé. Aliás, o seu nome significa encorajador (At 4:36). Ele se tornou fundamental para o ministério de dois impor-tantes personagens da Bíblia. O primeiro deles foi Saulo. Após sua conversão, este foi alvo da descon-fiança dos crentes (9:26). Todavia, Barnabé o defendeu e Saulo ficou com eles (v.28) e acabou se tor-nando o mais proeminente missio-nário cristão de todos os tempos.

Barnabé se tornou fundamen-tal, também, no ministério de João Marcos. Isso porque, após desistir no meio do caminho de uma via-gem missionária (13:13), este caiu no descrédito de Paulo, que não mais o quis em sua companhia em outra viagem (15:38). Mas Barna-bé acreditou em Marcos e o levou consigo para Chipre (v.39). Barnabé o encorajou a continuar no minis-tério. É assim que os discipuladores devem agir em relação ao discipu-lando. Por falta de encorajamento,

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muitos desistem da caminhada cris-tã. Sentem-se incapacitados, sim-plesmente porque ninguém se pro-põe a convencê-los do contrário. Portanto, todo discipulador deve ser, também, encorajador.

6. O objetivo do discipulado: Um dos propósitos do discipulado é fazer discípulos; todavia, não é esse o objetivo final. Em Atos, o discipu-lado é comumente visto como uma escola em que o discípulo produz espiritualmente. Então, o principal objetivo de quem discipula deve ser o de ajudar o discipulando a pro-duzir o caráter de Cristo. Como consequência, o discipulando será frutífero, tornando-se, desse modo, um discipulador. Isso aconteceu com Saulo. Ele não demorou a en-sinar o que aprendera (At 9:20) e não desperdiçou seu tempo. Saulo começou aprendendo com Ananias e com os outros seguidores de Je-

sus, mas, depressa, tinha o seu pró-prio grupo de discípulos a quem ele ensinava a obedecer a tudo o que Jesus havia ordenado.3

O discípulo sempre deve dar fru-tos. Timóteo foi discípulo de Paulo, a ponto de ser chamado por este de verdadeiro filho na fé (1 Tm 1:2; cf. At 16:2). Todavia, Timóteo recebeu, como incumbência, um grande de-safio: E o que de minha parte ouvis-te através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fi-éis e também idôneos para instruir a outros (2 Tm 2:2). Esse homem de Deus recebera a importante tarefa de treinar discipuladores e estes, por sua vez, deveriam formar ou-tros discipuladores. Esse trabalho não pode parar. No reino de Deus, todos são úteis. O aparelhamento dos santos precisa continuar.

3. Marra (2007:71).

01. Com base no item 1, responda: O que é discipulado, discípulo e discipulador?

02. Leia Mt 28:19; At 17:11; os itens 2 e 3, e responda: Por que o discipulado é um imperativo e como a igreja o executava? Que atitude tiveram os irmãos da igreja primitiva em relação ao ensino da Escritura?

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03. Após ler 1 Co 11:1; At 9:26-28, 15:38-39; os itens 4 e 5, responda: Por que o bom exemplo e o encorajamento no discipulado são importantes?

04. Com base no item 6, comente o objetivo do discipulado e sua consequência.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

1. Ao discipular, preserve caráter integro.

Como vimos, o evangelho prega-do pelos apóstolos não se limitava à teoria. Se assim o fosse, não se-ria poder de Deus para a salvação, mas apenas filosofia. Por isso, Pau-lo não mediu palavras: Sede meus imitadores como eu sou de Cristo (1 Co 11:1). Os discipuladores não

podem limitar-se a ensinar; antes, precisam viver o evangelho de Cris-to diariamente. Isso implica preser-var o caráter em integridade, dan-do um bom testemunho de vida ao discipulando. Se este perceber que o seu discipulador leva a sério os ensinamentos que professa, certa-mente, fará o mesmo. Sejamos dis-cipuladores exemplares!

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2. Ao discipular, tenha atitude persistente.

Barnabé agiu sabiamente, quando as circunstâncias não lhe favoreciam. Ele foi persistente e corajoso, ao de-fender Saulo na hora da desconfian-ça (At 9:26) e a Marcos, quando este ficou desacreditado (15:38). Ele os encorajou e isso contribuiu significati-vamente para o ministério de ambos.

O bom discipulador não desiste do seu discípulo, mas o encoraja e insis-te em seu progresso espiritual. Você tem atentado para isso? Tem acom-panhado de perto o progresso do seu filho na fé? Tem lhe ajudado em oração, motivado-o a continuar se-guindo os passos de Cristo? Seja per-sistente com o discipulando. O resul-tado dessa atitude será significante.

3. Ao discipular, adote visão ca-pacitadora.

Paulo foi discipulado durante um tempo. Mas não ficou nisso. Ele se tornou um discipulador e, como tal, aparelhou a um de seus alunos: Timó-teo, que se tornou um discipulador. Do mesmo modo com que foi por Paulo treinado, Timóteo preparou ou-tros (2 Tm 2:2). O bom discipulador se interessa em capacitar outrem. Ele

sabe que a seara é grande, mas pou-cos os ceifeiros (Lc 10:2). Com isso em mente, é importante refletirmos se estamos trabalhando o discipulado com de maneira correta. Estamos trei-nando devidamente futuros discipula-dores ou nos contentamos em deixar o discipulando sempre em nossa de-pendência? Que a nossa visão não se limite a este ponto; antes, seja cada vez mais capacitadora.

05. Leia a primeira aplicação e responda: Tem você sido um discipulador exemplar?

06. Leia a segunda aplicação e responda: Tem você sido um discipulador persistente?

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104 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

07. Leia a terceira aplicação e responda: Tem você sido um discipulador com visão capacitadora?

DESAFIO DA SEMANA

Chegamos ao final de mais um estudo bíblico, pela graça de nosso Deus. Hoje, tratamos sobre a prática do discipulado. Como vimos, este é um princípio bíblico claramente ordenado e executado, que deve ser levado a sério por cada um de nós. Você tem levado a sério o princípio do discipulado? Se não, que tal fazê-lo a partir de agora? Para esta semana, o desafio é que você trabalhe no sentido de discipular uma pessoa. Ore por ela e faça um compromisso, diante de Deus, de ensinar-lhe, com honestidade, a palavra de Deus. Quanto ao resultado, é Deus que dá o crescimento (1 Co 3:7).

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SÁBADO ESPECIAL

Escola Bíblica,Programa de Culto,

e Sermão

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106 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

Hinos sugeridos – BJ 184 • BJ 82

1329 DE SETEMBRO DE 2012

Quando proclamação é

um estilo de vida

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OBJETIVO

Mostrar ao estudante da Bíblia que o estilo de vida da igreja em Atos era de pessoas que proclamavam Jesus de maneira contínua, em todo lugar e para toda gente, e desafiá-lo a seguir esse estilo de vida.

TEXTO BÁSICO

E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo. (At 5:42)

LEITURA DIÁRIA

D 23/09 At 27:1-8

S 24/09 At 27:9-12

T 25/09 At 27:13-26

Q 26/09 At 27:27-44

Q 27/09 At 28:1-10

S 28/09 At 28:11-22

S 29/09 At 28:23-31

INTRODUÇÃO

Um dos valores mais pregados por esta sociedade pós-moderna é o individualismo ou a privatização, que, na linguagem po-pular, é: “cada um no seu quadrado”. Isso tem atingido o campo religioso. É normal ouvirmos pessoas dizerem: “Tenho minha religião e você tem a sua, e religião não se discute!”. Por isso, em nossos dias, cristãos deixam de evangelizar só para não serem considerados “inconvenientes”. Isso é la-mentável, pois “vão sendo empurrados para um gueto, com sua fé restrita às suas consciências, lares e templos, sem relevân-cia histórica ou influência social”.1 Con-tudo, neste trimestre, ao olharmos para a igreja de Atos, o Espírito Santo nos desafia a fazermos da proclamação um estilo de vida, pregando em todo tempo, em todos os lugares e para todas as pessoas. A pre-sente lição vai reforçar esse desafio.

1. Cavalcanti (2012:46).

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Não temos que evangelizar ape-nas no sábado à tarde, mas devemos proclamar Jesus todos os dias. Em cada conversa, na hora do almoço do trabalho, no intervalo da aula (cf. At 5:42). Os primeiros cristãos viviam a falar de Jesus, em tempo e fora de tempo (2 Tm 4:2). Neste último estu-do da série, observaremos como era o estilo de vida daqueles irmãos relacio-nado à proclamação do evangelho e buscaremos seguir esse estilo de vida. Atos nos convida a escrever mais uma “página” na história da igreja de Cris-to. Como diz o escritor Max Lucado: “o livro de Atos, diferentemente de outros livros do Novo Testamento, não tem conclusão. Isso porque o tra-balho não foi concluído”.2

1. Proclame em todas as oca-siões: Quando a proclamação é um estilo de vida, toda a situação ou ocasião é uma oportunidade de falar de Cristo. Em que ocasiões devemos proclamar a palavra de Deus? É opor-tuno fazermos essa pergunta, pois, muitas vezes, nós nos limitamos a fa-lar de Jesus em apenas algumas situ-ações específicas. Porém, era estilo da igreja primitiva evangelizar em qual-quer momento. Por exemplo: quando aconteceu a dispersão da igreja de Je-rusalém, os cristãos não cessavam de pregar, mesmo ante a perseguição.

2. Lucado (2010:205).

Isso é confirmado em Atos 8:4: Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.

Algo que fazia a igreja primitiva pre-gar em todas as ocasiões era o senso de urgência. Ela entendia que esse era o único meio de as pessoas serem sal-vas da condenação eterna. Paulo con-siderava um dever pregar sempre. Este apóstolo “sentia um alto grau de sa-tisfação e conforto por pregar o evan-gelho (...). Quando deixava de pregar, deixava de ser ele mesmo”.3 Mesmo passando pelas maiores dificuldades, ele pregava o evangelho. Estevão, igualmente, mesmo diante da morte, não deixou de testemunhar de Jesus (cf. At 6:8-15; 7:1-60). Outro exemplo é o de Felipe: quando, numa estrada deserta, encontrou-se com o Eunuco, explicou-lhe o evangelho, e Deus o convenceu da salvação (At 8:26-39).

Se você continuar lendo Atos 8 até o versículo 24, você verá a pre-gação do evangelho em Samaria. No encerramento do capítulo, na viagem para Jerusalém, os servos de Deus continuavam a pregar: Tendo eles, pois, testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e, em muitas aldeias dos samaritanos, anunciaram o evangelho (v. 25). Des-ta forma, vemos que aqueles cristãos levaram a sério a proposta de Jesus de serem suas testemunhas (At 1:8).

3. Azevedo (2010:46).

I O PRINCÍPIO BÍBLICO EM ATOS

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108 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

Que possamos, do mesmo modo, aproveitar cada oportunidade, usan-do, por exemplo, o tempo que pas-samos numa viagem de avião ou de barco, numa fila de banco ou dentro de um transporte público para falar da mensagem da cruz.

Veja, ainda, outro exemplo de pro-clamação em Atos: mesmo diante de um naufrágio (At 27:1-44) e da mor-dida de uma serpente na ilha de Malta (At 28:1-10), mesmo tendo passado por tantas dificuldades, Paulo foi até a casa do habitante mais importante da ilha, chamado Públio, para se hospe-dar. Estando o pai deste homem do-ente, o apóstolo orou por ele, e Deus o curou. Por intermédio desse acon-tecimento, Paulo orou por todos os doentes da ilha, e, assim, eles foram curados por Jesus e evangelizados pelo servo de Jesus (At 28:7-10). As-sim como Paulo, temos que aprovei-tar cada oportunidade para anunciar as boas novas de salvação (Rm 10:15). Que tenhamos um estilo de vida sem-pre evangelístico. Caro estudante, viva como testemunha de Cristo.

2. Proclame em todos os luga-res: Os cristãos, em Atos, não per-diam tempo, nem oportunidade. Pregavam o evangelho nas praças, nas ruas, nas sinagogas, nas prisões, nos navios, nos palácios, nas cida-des e nos tribunais. Encontramos, por exemplo, o relato de que as ca-sas eram abertas ou visitadas, a fim de se evangelizarem os perdidos

(At 5:42). Além de estarem no tem-plo, os primeiros cristãos estavam também nas casas; afinal, “muito antes de ter púlpitos e batistérios, a igreja tinha cozinhas e mesas de jantar”4, onde o evangelho era compartilhado. As casas eram luga-res para se evangelizar.

A vida da igreja não girava só em torno do templo ou das sinagogas: seu estilo de proclamar era além “das quatro paredes”. Em Atos 20:20, encontramos Paulo explican-do sobre isso: Não me esquivei de vos anunciar nada que fosse bené-fico, ensinando-vos publicamente e de casa em casa (AS21 – grifo nosso). Vale ressaltar que não há problema em se pregar no templo ou em casa; ambos os lugares são estratégicos para igreja de Cristo. Entretanto, embora seja importante fazermos pregações evangelísticas no templo, é igualmente importan-te sairmos das quatro paredes e le-varmos a igreja às casas das pesso-as, com grupos de estudos bíblicos ou cultos nos lares.

Pedro, por exemplo, foi impulsio-nado pelo Espírito Santo, através de uma visão (At 10.9-23), a ir à casa de Cornélio (At 10:23b-48), com al-guns outros irmãos. Nesse dia, ha-via, na casa de Cornélio, alguns de seus parentes e amigos (v. 24), reu-nidos para ouvir a palavra. O resulta-

4. Lucado (2010:77).

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do disso foi a conversão de todas as pessoas presentes (v. 44). Além das casas, a igreja primitiva pregava em outros lugares. Em Atos 16:13-15, é narrado o momento em que Paulo vai à beira de um rio para orar, pois, na cidade em que estava (Filipos), não havia sinagoga.

Como bom guardador do sábado (v. 13), o apóstolo procurou um lugar de oração; encontrou outras pesso-as que também oravam e aproveitou a oportunidade para falar de Jesus. Sabemos que, dali, Lídia, vendedora de tecidos de púrpura (v. 14 – NBV), e sua família aceitaram o evangelho, pois Deus lhes deu entendimento. Seja nas casas de amigos e paren-tes ou em qualquer local em que estivermos, continuemos sendo mis-sionários de Jesus, compartilhando nossa fé. Só assim, pregando em todos os lugares, viveremos como testemunhas de Cristo.

3. Proclame a todas as pessoas: Quem era o “público-alvo” da igreja primitiva? Para quem ela proclama-va? Para pobres e ricos, para nobres, intelectuais e pessoas simples, para homens e mulheres de todas as ida-des. Quando lemos todo o livro de Atos, percebemos que não há gente específica, pois todas as pessoas do mundo precisam da salvação de Cris-to (At 4:12), e Deus não faz acepção de pessoas (At 10:34-35). O que ve-mos na igreja primitiva é uma procla-mação globalizada e indiscriminada.

Já no início do livro, temos o re-lato da cura de um mendigo paralí-tico, que ficava na porta do templo sem que alguém desse algum tipo de atenção à sua dor ou solução para o seu problema (At 3:1-10). Pedro e João iam para a oração da hora nona (três da tarde – NBV), e, a partir de então, aquele homem nunca mais seria o mesmo. Jesus o curou! Pedro pôde pregar o evangelho às pessoas presentes ali: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam apagados (At 3: 19 – AS21). Porém, sendo todas as pesso-as alvos da pregação do evangelho, a igreja primitiva pregava tanto para pobres, simples e anônimos como para ricos, poderosos e de renome. Não devemos nos envergonhar do evangelho de Cristo. Por mais ilustre que seja a pessoa, ela é pecadora e precisa de salvação.

Paulo também não se intimidou, quando foi levado a julgamento, na presença do governador Festo e do rei Agripa (At 26:1-32). Utilizou o mo-mento para falar do Salvador. Nesse texto, podemos notar que o servo de Jesus faz sua defesa, mas também prega o evangelho. Sua mensagem era um apelo à conversão (v. 20). Sua defesa foi tão entrelaçada com o evangelho que o rei Agripa disse a Paulo: Por pouco me convences a me tornar cristão (v. 28 – AS21). Nos-sa vida terá um estilo cada vez mais evangelístico, quando proclamarmos às pessoas de todas as classes sociais.

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110 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

Sem fazer distinção de grau de esco-laridade, raça ou idade, e sem nos in-timidarmos diante de ninguém.

À semelhança de Paulo, não deve-mos temer. Devemos ser ousados e pregar a palavra para pobres e ricos, chefes e empregados, famosos e anô-nimos, brancos e negros, intelectuais e analfabetos, homens e mulheres, velhos e crianças. Meu irmão, não tenha medo de ser “inconveniente”! Não se envergonhe do evangelho de

Cristo! Ainda diante do rei Agripa, o apóstolo disse algo que devemos seguir: Mas, tenho alcançado auxílio da parte de Deus e até hoje continuo testemunhando tanto a gente co-mum como a pessoas influentes, não dizendo nada senão o que os profe-tas e Moisés disseram que haveria de acontecer (At 26:22 – AS21). Procla-mando as boas novas aos não cren-tes, sem fazer distinção, estaremos vi-vendo um estilo de vida proclamador.

01. Leia o primeiro parágrafo do comentário e responda: Por que podemos ajudar a escrever uma “página” na história da igreja de Cristo? O que devemos fazer para que isso aconteça? Leia 2 Tm 4:2.

02. Quando devemos falar de Cristo? Devemos limitar a pregação apenas a um dia da semana? O que aprendemos sobre aproveitar as ocasiões? Baseie-se no item 1 e em At 5:42; At 8:25, 28:4-7.

03. Com base no item 2 e em At 16:13-15, 20:20, comente a expressão: “Proclame em todos os lugares”. Qual é a importância das casas, na evangelização da igreja primitiva.

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04. Após ler o item 3 e At 3:1-10, 26:22, responda: Que lição aprendemos, ao vermos os primeiros cristãos pregando para um “mendigo paralítico” e um “rei”? Por que não devemos temer falar de Cristo a ninguém?

05. Leia Mt 12:34; 2 Co 5:14, e comente a frase: “O amor dele por você o constrangerá a viver uma vida que corresponda a esse amor e o proclame”.

II O PRINCÍPIO BÍBLICO NA VIDA

1. Seu estilo de vida é de um evangelista, quando você conhe-ce o amor do Salvador.

Jesus foi a razão da vida dos primeiros cristãos, mas também o motivo da morte de alguns deles. Por saberem o que Salvador havia feito por eles na cruz e por terem experimentado tão grande amor, sentiam-se motivados a falar dele às outras pessoas, mesmo que isso lhes custasse a vida (At 6:7). Para estes, sofrer por Cristo era um pri-

vilégio (Fp 1:29). Haviam compre-endido o evangelho e os seus co-rações estavam transbordantes de Cristo. Como bem falou o Mestre: ... a boca fala do que está cheio o coração (Mt 12:34). Caro estudan-te, procure entender a mensagem do evangelho. Medite no que Cris-to fez por você. Não há como não o amar. O amor dele por você o constrangerá a viver uma vida que corresponda a esse amor e o pro-clame (cf. 2 Co 5:14).

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112 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

2. Seu estilo de vida é de um evangelista, quando você viven-cia o poder do Espírito.

A atuação do Espírito Santo é evidente em Atos, pois “o Espíri-to era a fonte da coragem e poder cotidianos”5 (cf. At 1:8). Quando um crente é cheio do poder de Deus, é encorajado a falar de Je-sus aos não crentes. Falta a você coragem? Então, encha-se do Espí-rito (Ef 5:18; At 4:31). No livro de

5. Barclay (2003:21), tradução de Carlos Biagini.

Atos, todas as pessoas que eram batizadas no Espírito Santo eram impulsionadas a pregar o evange-lho com entusiasmo. Se você ainda não é batizado no Espírito Santo, peça essa bênção a Jesus. Mas, se você já recebeu essa dádiva, não deixe a chama apagar. Contudo, tendo ou não esse batismo, você deve ser um proclamador, pois o Espírito Santo já está em você. Viva uma vida transbordante do poder do alto e espalhe as boas novas do evangelho, sendo o bom perfume de Cristo (2 Co 2:14-15).

06. Refletindo em At 1:8, 4:8,31, responda: Qual a importância do poder do Espírito Santo para que seu estilo de vida seja de um evangelista?

3. Seu estilo de vida é de um evangelista, quando você enten-de o valor da pregação.

O que a igreja primitiva mais fa-zia era pregar o evangelho. Uma igreja que tem Jesus no centro de sua fé e é cheia do Espírito tende a “arder” por missões, pois tem a consciência de que pregação do evangelho é a maneira escolhida e determinada por Deus para pro-duzir a fé no coração do incrédulo

(At 8:30-38; Rm 10:13-14). Essa é única forma de arrebatar alguns do fogo (Jd 22-23). É o único meio de os pecadores se chegarem a Cristo. Por isso, pregar o evangelho é fun-damental. Saiba que seus parentes e amigos que não conhecem Jesus são escravos do pecado. Você pre-cisa evangelizá-los! Que o evange-lismo passe a ser uma prioridade em sua vida. Coloque-o no topo da lista de suas tarefas.

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07. Leia a terceira aplicação; At 8:30-38; Rm 10:13-14, e responda: Por que evangelismo é importante e deve ser uma prioridade em sua vida?

DESAFIO DA SEMANA

Diante de tudo que aprendemos, que tal fazermos de cada situa-ção nosso “púlpito”? Eis algumas ações a praticarmos: em primeiro lugar, fale a um amigo do trabalho, da escola ou da faculdade sobre Jesus; convide essa pessoa para ir à igreja com você ou ofereça um curso bíblico e se coloque à disposição para passar o estudo. Em se-gundo lugar, faça um compromisso com Deus de levar dois visitan-tes, durante o próximo mês, ao culto. Tente fazer disso um hábito. Seja uma testemunha de Cristo. Viva um estilo de vida que proclame Jesus! Que o Espírito Santo o impulsione a aceitar o desafio.

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114 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

SÁBADO ESPECIALSugestão para programa de culto

Prelúdio: Música instrumental

Hino: 280 BJ – “Jesus me transformou”

Litania

Diretor: Os que estavam reunidos lhe perguntaram: “Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?” Ele lhes respondeu: Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabe-leceu pela sua própria autoridade.

Congregação: Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.

Diretor: Então, Jesus aproximou-se deles e disse: Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra.

Congregação: Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizan-do-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obede-cer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.

Diretor: Não tenham medo; de agora em diante vocês serão pescador de ho-mens. Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Quem

crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.

Congregação: Estes sinais acompanha-rão os que crerem: em meu nome expul-sarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os do-entes, e estes ficarão curados.

Diretor: Depois de lhes ter falado, o Senhor Jesus foi elevado aos céus e as-sentou-se à direita de Deus. Então, os discípulos saíram e pregaram por toda parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam.

Todos: Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participa-vam das refeições, com alegria e since-ridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.

(Atos 1:6-8; Mateus 28:18-2; Lucas 5:10b; Marcos 16:15-20; Atos 2:46-47)

Oração

Palavra Pastoral

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Louvor:Comunhão e adoraçãoCantada por: Comunhão e Adoração

Hoje estamos reunidos Para louvar ao SenhorSua glória como rioEstá neste lugar

Comunhão e AdoraçãoÉ o que Deus reservou pra nósSua alegria está neste lugarSua paz entre hoje estáTodos juntos louvemos ao SenhorNosso Deus Pai, autor da criaçãoNo Seu trono ouvindo Ele estáO nosso louvor

Tua igreja bem unidaNenhum mal poderá destruí-laEla é forte, poderosaSobre a Terra prevalecerá

Ofertório: Música instrumental

Louvores: Rede ao marCantada por: Ministério Ipiranga

Não podia entender que você ia me quererLançou a rede ao mar e querendo me pegarPegou meu coração Hoje eu estou aqui, pois você me escolheuE agora posso entender e o mesmo eu vou fazerVou lançar a minha rede ao mar

Vou lançar a minha rede ao marMuitas almas também vou ganharTantas que eu não poderei contarAlmas como as areias do mar

Tomou o meu LugarCantada por: Alessandra Samadello

Com malfeitores morreuPor minha culpa, Jesus a vida deu

Foi quebrantado, grande dor sofreuO meu pecado Ele recebeu

Sem ver bondade, chorouFoi meu pecado que Ele carregouFoi esmagado por querer amarE tudo isso foi em meu lugar

Se entregou por mimMorreu pra me salvarNa cruz, Jesus tomou o meu lugar

Amor assim jamais existiráSe entregar só pra me salvar

Morto foi Jesus, Cordeiro de DeusSenhor da Cruz, eternamente ReiAmor assim jamais existiráTomou pra sempre o meu lugar

Quanto amorCantada por: Paulo César Baruk ou Groove Soul

Quanto amorQuanto amor ele tem por mimQuanto dorQuanta dor sofreu por mim por amor

A razão de tão grande amorFoi provar que a minha vida tem valorSou tão precioso para DeusQue ele deu o seu filhoPra morrer na cruz por mim

Ó Deus te louvo pelo seu amorTu mudaste o meu interiorE agora eu quero viver para transmitirEsse amor que vem de ti

Mensagem: “Meus amigos precisam de Cristo!”

Oração

Hino: 165 BJ – “Trabalhai e orai”

Bênção apostólica

Poslúdio: Música instrumental

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116 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

INTRODUÇÃO

Que a paz do Senhor Jesus seja com você, irmão e irmã. Hoje, pela graça de Deus, estamos iniciando a série de sermões “Pescadores de homens”. Esta série faz parte do planejamento da Diretoria Geral da Igreja Adventista da Pro-messa, que pretende alcançar todas as igrejas e congregações promessistas, le-vando a mensagem de que devemos ser Uma igreja santa que proclama o Deus santo. Para tanto, vamos, ao final de cada trimestre destes próximos quatro anos, meditar sobre a vida de servos de Deus que são exemplos de proclama-ção. Começaremos com a história do chamado de Mateus, que está registrada nos três primeiros evangelhos (Mt 9:9-13; Mc 2:14-17; Lc 5:27-32). Faremos a leitura da história, conforme contada pelo próprio Mateus, em seu evangelho, capítulo 9:9-13. Na ARA, está assim escrito:

Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu. E sucedeu que, estando ele em casa, à mesa, mui-tos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e seus discípulos. Ora, vendo isto, os fariseus perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Mas Jesus, ouvindo, disse: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holo-caustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento].

Mateus, ou Levi, era filho de Alfeu (Mc 2:14) – um nome bem comum naqueles dias –; trabalhava como cobrador de impostos (publicano) na cidade de Cafar-naum, às margens do mar da Galileia. Conforme sabemos, Cafarnaum foi uma cidade estratégica no ministério de Cristo (Mt 9:1; Mc 2:1). Como morador dessa cidade, Mateus teve a oportunidade de testemunhar os vários milagres que Jesus realizou ali. Até que um dia, enquanto ia passando pela coletoria, Jesus o viu as-sentado, e lhe fez um convite: Segue-me!. De forma direta, o texto diz que ele “se

Sermão

MEUS AMIGOS PRECISAM DE CRISTO

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levantou e o seguiu”. Possivelmente, o impacto de tudo o que Mateus ouviu sobre Jesus, em Cafarnaum, o influenciou em sua decisão de abandonar tudo para seguir a Cristo. Depois de sua decisão, ele não perdeu tempo: apresentou Jesus aos seus amigos! É sobre este episódio que trataremos. Gostaríamos de lhe desafiar a tomar a mesma atitude: anunciar Jesus aos seus amigos.

Estudando o texto em questão, aprendemos que não podemos ficar indife-rentes em relação aos nossos amigos que estão se perdendo, depois de termos sido salvos por pura graça. Nesta manhã, queremos sugerir-lhe algumas pos-turas a adotar, advindas da decisão de aceitar o convite de Cristo e se tornar discípulo dele. A primeira é a seguinte:

I. AGRADEÇA, SEMPRE,O FATO DE TER SIDO ALCANÇADO POR CRISTO!

Onde podemos encontrar base para esta postura sugerida? Vamos ao texto bíblico. O versículo 9, de Mateus capítulo 9, diz: Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria. Observe bem qual era a profissão de Levi. Este detalhe é extremamente importante para a verdade que queremos apresentar. Ele estava sentado na “coletoria” (Gr. telonion – lugar onde o coletor de impostos se assentava para recolher as taxas). Mateus era um publicano, isto é, um cobrador de impostos. Morava na cidade de Cafarnaum e trabalhava à beira mar (cf. Mc 2:14). Seu posto fiscal “localizava-se em uma região fronteiriça e à beira tanto de uma importante estrada quanto de um importante porto do mar da Galiléia”.1 Por causa dessa posição estratégica, grandes somas de dinheiro passavam por ali.

Dentre os tipos de impostos cobrados na época, estava o portorium (porto), imposto incidente sobre o trânsito de mercadorias pelo território romano. Pos-sivelmente, era esse tipo de imposto que Mateus cobrava. Como não eram fis-calizados de perto, os cobradores de impostos extrapolavam na cobrança dos tributos. Aumentavam os lucros e os sofrimentos dos tributados. Cobravam não somente o barco da pesca, mas também o pescado adquirido e o uso do porto para descarregá-lo. Abriam, aos olhos de todos e de forma inescrupulosa, as “bagagens dos viajantes, vasculhando-as em busca de qualquer pertence su-postamente tributável”.2 Eram gananciosos! João Batista, quando pregou sobre arrependimento, no que se refere aos publicanos, disse: Não cobreis mais do que é prescrito (Lc 2:13), visto ser esta uma prática comum entre estes.

Essa classe de pessoas não era bem quista pela sociedade da época. Tra-tava-se de homens ricos numa sociedade de gente simples. Eles extorquiam, roubavam, defraudavam. Eram gatunos, espertalhões e oportunistas. Engana-vam tanto a população quanto o governo, apresentando relatórios ilegais e

1. DeBarros (2006:114).

2. Idem, p. 116.

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118 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

aceitando suborno.3 Não era raro um publicano ameaçar, e até mesmo matar, para conseguir seus propósitos. Eram violentos para extorquir e roubar dinhei-ro. Para os judeus, publicano era sinônimo de pecado e impureza. Os fariseus, por exemplo, diziam que, para essa classe de pessoas, não existia esperança; afirmavam que os publicanos não tinham direito ao arrependimento.4 Mateus era judeu e publicano. Imagine o quanto ele era odiado. Esse homem despre-zado pelos seus e mal quisto pela sociedade da época foi alvo da atenção do Senhor Jesus, que o “viu” e o chamou. Sem dar explicações, nem a Mateus, nem à sociedade, Cristo disse: Segue-me!.

Por vezes, Jesus percebe os imperceptíveis. Ele põe atenção naqueles de quem desviamos a atenção. Foi assim com Mateus. É assim com a maioria das pessoas que se renderam a ele, gente que o mundo olhava e desprezava; gente ridicularizada e zombeteada, mas que foi alvo da atenção de Jesus! Embora não possamos afirmar com toda certeza que Mateus era desonesto, podemos dizer que ele era visto assim, pois fazia parte de um grupo de pessoas odiadas. E Jesus o chamou! Seu chamado é soberano e gracioso. Jesus escolheu um dos seus apóstolos de entre esta classe de pessoas, a fim de demonstrar mais cla-ramente a graça de Deus.5 Quem nós éramos, antes do encontro com Cristo? Como andávamos? Quais eram as nossas motivações? Jesus nos transformou! Existe um ditado popular que diz que “pau que nasce torto nunca se endirei-ta”. Organicamente, pode até ser verdade, mas em relação ao ser humano e à salvação, não! O evangelho endireita! Jesus endireita! Agradeça constante-mente o fato de ter sido salvo por Cristo Jesus! Um dia, aprouve a Deus dizer a mim e a você: “Segue-me”. Vivamos em constante atitude de gratidão.

Essa é a primeira postura a adotar, diante da decisão de nos tornarmos discí-pulos de Cristo: Agradeça, sempre, o fato de ter sido alcançado por ele. Vamos agora à segunda:

II. COMEMORE, SEMPRE,O FATO DE TER SIDO ALCANÇADO POR CRISTO!

Qual foi a atitude de Mateus, depois do convite de Jesus? Esse mal falado publicano, sem hesitar, levantou-se e seguiu o Senhor (Mt 9:9). Neste ponto, é interessante a narrativa de Lucas. O médico amado acrescenta a seguinte expressão: ... deixando tudo levantou-se e o seguiu (Lc 5:28 – grifo nosso). Mateus deixou o banco dos coletores de impostos para se tornar um discípulo de Jesus, sem paradeiro, sem local para reclinar a cabeça. Deixou para traz um “bom” emprego; perdeu sua independência e estabilidade financeira. Em com-pensação, encontrou o maior de todos os tesouros: Jesus!

3. Champlin (1983:350).

4. Idem.

5. Idem.

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Conforme já dissemos, Mateus morava em Cafarnaum. Certamente, ele já conhecia a fama de Jesus, já tinha ouvido sobre seus milagres e, quem sabe, até já o tinha visto pregar em alguma sinagoga. É possível, também, que ele já estivesse pensando, há algum tempo, sobre ser discípulo do Senhor. Quando este lhe fez o convite, aquele publicano não titubeou um instante sequer! No início do próprio capítulo 5 de Lucas, em que temos narrada a história de Ma-teus, encontramos outra história de gente que deixou tudo para seguir a Cristo. Depois de uma pesca maravilhosa, os pescadores nem desfrutaram das glórias do seu trabalho. Logo após o convite de Jesus, levaram os barcos para a terra, deixaram tudo, e o seguiram (v. 11). Realmente, seguir a Jesus é o projeto mais fascinante de vida que existe.

Fazer isso tornou Mateus o homem mais feliz do mundo. Na continuação do texto, temos a informação de que Jesus foi até a casa dele participar de uma re-feição. De novo, Lucas é mais preciso ao nos informar as origens desta reunião: ... ofereceu-lhe um rico banquete (5:29). A palavra grega traduzida por “ban-quete”, utilizada por Lucas é dochen, e se refere não a uma refeição comum do dia, mas a uma festa de recepção.6 Essa mesma palavra aparece em Lucas 14:13, quando Jesus fala de “convidar” para uma festa. E a festa realizada por Mateus não era qualquer uma. Lucas diz: “rico” ou “grande” banquete. Seja-mos sensatos: via de regra, quem faz banquete? Quem está feliz! Um banquete é ocasião para regozijo, alegria.

A festa foi na casa do próprio Mateus (Mc 2:15). Não é difícil imaginar Levi e seus convidados se reclinando sobre colchões, sofás e divãs, a rodear mesas baixas. As pessoas se recostavam sobre seu braço esquerdo e comiam com o braço direito.7 Todos estavam comendo e desfrutando a comida e a amizade. Levi estava muito feliz. A conversão deve ser uma festa; deve ser constante-mente comemorada; tem de influenciar radicalmente a nossa maneira de en-carar a vida e viver no mundo. Qual foi a última vez em que você viu alguém comemorando assim a conversão? Esse sentimento que invadiu Mateus, na ocasião da sua chamada, é o sentimento que deve nos acompanhar durante toda a nossa jornada cristã. A conversão nos transforma em pessoas diferentes, não em gente esquisita! Existem pessoas que se convertem e ficam sisudas, ásperas, ascetas, intocáveis! Não é isso que o evangelho faz conosco! Quando começarmos a encarar a conversão como uma festa, com alegria, viveremos para a glória de Deus, sempre!

Já vimos duas posturas a adotar, advindas da decisão de nos tornarmos discí-pulos de Cristo: Agradecer-lhe e comemorar constantemente esse fato. Vamos agora à terceira e última.

6. Vine et al (2009:652).

7. Champlin (1983:350).

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120 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

III. PROCLAME, SEMPRE,O FATO DE TER SIDO ALCANÇADO POR CRISTO!

Chegamos a um ponto importante nesta mensagem. Quais eram as pessoas que foram convidadas para este banquete na casa de Mateus? A festa foi orga-nizada, segundo Lucas, para Jesus e seus discípulos. Todavia, eles não foram os únicos convidados: Muitos publicanos e pecadores estavam lá como convidados! (Mt 9:10 – NBV). Tente imaginar a cena. Uma festa entre Jesus e seus discípulos e entre o pessoal que era tido em baixa estima pelos “melhores” cidadãos da sociedade. Jesus participou dessa festa. Ele estava lá, no meio da ralé. Para os fariseus, aquilo era uma afronta! Eles censuraram Jesus (Mt 9:11). A atitude era escandalosa! Reunir-se para ter comunhão à mesa com coletores de impostos e pessoas afundadas em vícios era considerada contaminação cultual.

Não vamos questioná-los, porque, talvez, nós também o tivéssemos censurado. Mas Jesus não se importava com os odres velhos da religião judaica. O evangelho é vinho novo, que acaba com estes odres velhos. Ele estava naquela festa. Ele veio justamente para curar essas pessoas. Ele era médico, e quem precisa de médico são os doentes (Mt 9:12). Jesus disse: ... não vim chamar justos [os que se acham justos, e por isso não precisam dele], mas pecadores ao arrependimento (Mt 9:13). Os fariseus se achavam mais justos do que as demais pessoas (Lc 18:9). A pala-vra grega traduzida por “chamar”, em Mt 9:13, é kalesai, de kaláin, um termo técnico usado nos convites da época, enviados para se participar de uma festa ou refeição.8 Pode ser que quisesse dizer o seguinte para os fariseus:9 “Quando vocês fazem uma festa, convidam somente os eruditos, os santos, os respeitáveis, os que se orgulham de sua virtude; eu, porém, quando faço uma festa, convido aqueles que têm mais consciência do seu pecado e mais precisam de mim”.

Jesus foi até a festa oferecida por Mateus. Ele não “despreza esta prova de amor agradecido, mas senta-se com seus discípulos entre os excluídos do povo”.10 Lá havia pessoas que precisavam ouvir o evangelho. Mateus fez a sua parte. Durante anos, ele havia cultivado amizades e mostrou ser um amigo con-fiável. Depois da conversão, não se esqueceu dos seus antigos companheiros. Tomou uma atitude digna de ser imitada. Não convidou apenas “os irmãos da igreja”: Mateus chamou seus amigos ainda não convertidos. Ao invés de desejar que se afastassem, Mateus desejou que fossem contagiados. Nenhum amigo dele ficou desconfiado do convite. Todos confiavam nele. É bem possível que este tipo de festa fosse comum, uma forma de diversão entre os publica-nos, que tinham dinheiro para organizá-las.11 Quando os amigos de Mateus chegaram lá, foram surpreendidos pela boa notícia do evangelho de Jesus.

8. Barclay (2001:384), tradução de Carlos Biagini.

9. Idem.

10. Rienecker (2005:143).

11. Champlin (1983:350).

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Você tem coragem de tomar essa atitude? A amizade é uma grande porta para influenciar e transformar vidas. Por isso, ao invés de ignorar seus amigos não cristãos, mostre-lhes, através de sua vida, o maior amigo: Jesus. Não tenha vergonha de contar a todo mundo que você é cristão, que encontrou o melhor amigo de todos. Seus amigos também precisam de Jesus. A experiência da con-versão deve ser partilhada. Você acha que é bom ser cristão? Quantas pessoas que você ama que ainda não são cristãs? Em vez de ser intolerante, partilhe a mensagem do evangelho com essas pessoas. Jesus veio a este mundo para salvá-las, assim como salvou você. Que tal começar a pensar em abrir as portas de sua casa para a pregação do evangelho? Que tal fazer do seu lar um lugar onde Jesus é anunciado? Seus amigos servirão a Cristo, se forem à sua casa e conseguirem perceber que Jesus comanda a vida de quem mora ali. Pense nisso.

CONCLUSÃO

Os médicos da época de Jesus estavam enfermos. Aqueles que eram os lí-deres do povo, que foram colocados para fortalecer os fracos, curar as ovelhas doentes, enfaixar os machucados das feridas, procurar as ovelhas desgarradas afastavam-se delas para não serem contagiados; olhavam para os pecadores e sentenciavam: “Para esse tipo de pessoas não existe esperança; eles não merecem arrependimento!”. Quando Jesus disse: Os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes, dirigiu-se aos mestres e conselheiros espirituais de Israel, às autoridades de entre o povo de Deus. Era para que eles fossem envergonhados, como maus médicos que eram! “Eu vim para salvar pecado-res”, disse Jesus. O mestre anunciou, de maneira muito clara, a sua missão.

É isto que ele tem feito: salvado e curado pecadores. Quando o recebem como Senhor, homens corruptos param de roubar e devolvem até quatro vezes mais àqueles que foram defraudados. Adúlteros abandonam a promiscuidade e transformam-se em testemunhas de Jesus. Pescadores abandonam suas redes para segui-lo. Muitos começam a vender tudo o que têm para distribuir com quem precisa. Milhares morrem queimados, degolados, crucificados, serrados ao meio, por se recusarem a negar o seu Senhor! Perseguidores transformam-se em perseguidos! Homens escrevem cartas que libertam, mesmo estando prestes a morrer.12 Este é Jesus! Foi ele quem salvou você! Agradeça-lhe sempre, come-more sempre a chance que teve de se tornar um filho de Deus. E mais: nunca se cale. Seus amigos também precisam dele. Apresente Jesus aos seus amigos. Diga-lhes que você encontrou o maior de todos os amigos! Deixe Jesus, que é médicos dos médicos, que limpa a mancha do pecado, usá-lo nessa importante tarefa de chamar pecadores ao arrependimento. Amém!

12. Lidório (2003:19).

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122 Lições Bíblicas – 3º Trimestre de 2012

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__________________. A missão cristã no mundo moderno. Tradução: Meire Portes Santos. Viçosa: Ultimato, 2010.

VINE, W. E. et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. Tradução: Luís Aron de Macedo. 10 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

WILLIAMS, J. D. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. Tradução: Oswaldo Ramos. São Paulo: Vida, 1996.

WILLIAMS, J. Rodman. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. Tradução: Sueli Saraiva e Lucy Hiromi Kono Yamakami. São Paulo: Vida, 2011.

WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento: volume 1. Tra-dução: Susana E. Klassen. Santo André: Geográfica, 2006.

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1. Qual é sua idade?

2. Há quanto tempo você frequenta a Igreja Adventista da Promessa? 3. Você é sócia da SOFAP? ( ) Sim ( ) Não

4. Se respondeu sim, há quanto tempo?

5. Se respondeu não, por que escolheu não ser sócia?

6. Para as sócias e não sócias: Em sua opinião, a Sofap existe para realizar quais atividades?

7. O que você acredita que podemos fazer para aumentar o número de mulheres participando ativamente das reuniões e atividades da SOFAP?

Para ser respondida pelas mulheres que frequentam a Igreja Adventista da Promessa

A FESOFAP quer conhecer a sua opinião...Enquete

As respostas poderão ser enviadas:• pelo site – www.fesofap.com.br • por email – [email protected]• por fax – (11) 3104-7980

FESOFAP - Federação das Sociedades Femininas Adventista da PromessaGestão 2012 a 2015

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Faça sua inscrição e participe!Informações nas páginas centrais

PROCLAMANDOGESTÃO 2012 | 2015

Sumaré, 23 a 25 de novembro de 201248ªAssembleiaGeral

80 anos pontilhados pela graçaIgreja Adventista da Promessa

Reflexões sobre a nossa identidade

MANHÃ

TARDE

NOITE

Sábado especial

A igreja: nossa essência

O advento: nossa esperança

A promessa: nossa certeza