Drogas psicóticas

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UNIME – Faculdade De Ciências Agrárias e Saúde Turma – Enfermagem Noturno - A Talita Farias Feitosa DROGAS PSICÓTICAS: COCAÍNA E CRACK

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UNIME – Faculdade De Ciências Agrárias e Saúde Turma – Enfermagem Noturno - A

Talita Farias Feitosa

DROGAS PSICÓTICAS: COCAÍNA E CRACK

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DROGAS PSICÓTICAS: COCAÍNA E CRACK

o A cocaína (bezoilmetilecgonina) é o principal alcaloide extraído da folha da Erythroxylon coca, nativo e cultivado no altiplano andino da América do Sul. Principalmente na Colômbia, Peru e Bolívia;

o A planta começa a produzir após um ano e meio do plantio, podendo dar até cinco safras por ano e continuar economicamente ativa por quase 30 anos.

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DROGAS PSICÓTICAS: COCAÍNA E CRACK

o O consumo da folha da coca de forma mascada é tradicional dos países de cultivos para “mascarar” a fome e a sede das populações locais e de difíceis condições da altitude;

o Atualmente, as folhas são processadas naqueles países, e o produto final é lavado aos países vizinhos detentores dos produtos para transformação.

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O PERIGO MORA AO LADO

o Segundo dados do Observatório Geopolítico de Drogas de Paris, os países do altiplano andino produzem mais de 90% da cocaína consumida no mundo.

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UM POUCO DA HISTÓRIA

o Era conhecida como a “planta divina dos Incas”, as mais antigas folhas de coca foram descobertas na região do Peru em 2500 – 1800 a.C;

o A partir do século XIX, na Europa, a droga teve seu uso difundido como um energético indicado para o tratamento de depressão, fadiga, neurastenia e dependência de derivados do ópio;

o . A cocaína passou a ser vendida sob várias formas, nas farmácias, como medicação, além de ser encontrada em bares, na forma de vinho e refrigerante.

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XAROPE DE COCAÍNA

o Até 1903, a Coca-Cola era um xarope de coca. Nessa época, os fabricantes, preocupados com o risco de dependência, retiraram a cocaína da fórmula, substituindo-a por cafeína.

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USO FARMACOLÓGICO

o O primeiro uso medicinal da cocaína na Europa é datado de 1884, como um anestésico local para cirurgia ocular;

o Atualmente seu uso farmacológico é aprovado como anestésico local, sob a forma tópica, para ser utilizado na mucosa nasal, oral ou cavidade laríngea, já que possui propriedades vasoconstritoras.

o a cocaína está sendo substituída por equivalentes mais seguros como: a procaína, cloroprocaína, tetracaína, lidocaína, mepivacaína, prilocaína, bupivacaína, ropivacaína e levobupivacaína.

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VARIAÇÕES DA COCAÍNA

o Existem algumas variações da cocaína como o crack que é uma versão mais barata e de consumo fácil; e, hoje, já há a existência da “merla”, produzida nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil.

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PADRÕES DE USO

o Folhas de coca: mascadas junto com substância alcalinizante ou sob a forma de chá (forma tradicional de uso nos países Andinos), possui de 0,5 a 1,5% do alcaloide.

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PADRÕES DE USO

o Cloridrato de cocaína: cristal fino e branco (é conhecido como “pó” entre os usuários); pode ser utilizado por via nasal (aspirado, “cheirado”) ou venosa (“pico”). A concentração do alcaloide varia de 15 a 75%.

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PADRÕES DE USO

o Crack: nome popular para a forma em pedra, pouco solúvel em água e se torna volátil quando aquecido a 100ºC, sendo fumada em cachimbos rudimentares contendo 50 a 100 mg da droga. Contém de 40 a 70% do alcaloide.

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PADRÕES DE USO

o Merla: nome popular para a forma em pasta da cocaína, pouco solúvel em água e se torna volátil quando aquecido próximo a 100°C, sendo também fumada em cachimbos. Contém de 40 a 71% do alcaloide.

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PRODUÇÃO DA COCAÍNA

1. PBC - as folhas são colocadas em uma prensa rudimentar junto com ácido sulfúrico e querosene e transformada em pasta por compressão;

2. COCAÍNA - remover as impurezas remanescentes, a pasta formada é tratada com ácido clorídrico, produzindo o cloridrato de cocaína, pó branco e inodoro;

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PRODUÇÃO DA COCAÍNA

3. CRACK – o cloridrato de cocaína é misturado a água, bicarbonato de sódio e hidróxido de amônia. A base de cocaína é então separada da água por meio de um solvente orgânico volátil – o Éter;

4. MERLA – é produzida através do preparo artesanal da Pasta Básica de Cocaína, onde são adicionados vários outros produtos tóxicos, como ácido sulfúrico, querosene ou gasolina.

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FARMACOCINÉTICA

Nasal Venosa Fumada

Início da ação (em minutos) 5 1 0,1

Duração da ação (em

minutos) 60 20 5

Meia-vida (em minutos) 30-60

o A droga é bem absorvida por todas as vias e, o início e duração da ação dependem da via de administração.

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FARMACOCINÉTICA

o ABSORÇÃO - a cocaína liga-se a proteínas plasmáticas com maior afinidade pela α-1-glicoproteína ácida e com menor afinidade pela albumina. A fração livre da droga corresponde a cerca de 67 a 68% da quantidade absorvida;

o VOLUME DE DESTRIBUIÇÃO - varia entre 1,5 a 2L/Kg (57% por via oral e aproximadamente 70%, quando fumada).

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FARMACOCINÉTICA

o BIOTRANSFORMAÇÃO – ocorre no fígado e pelas colinesterases plasmáticas. Os produtos de biotransformação eliminados na urina incluem:

Benzoilecgonina: 15 a 20%

Ecgonina: 1 a 8%

Ecgonina Metil Éster: 15 a 35%

Norcaína: 2 a 6%

o ELIMINAÇÃO – é controlada pela biotransformação. A excreção ocorre através da urina.

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FARMACODINÂMICA

o O sistema dopaminérgico tem uma participação fundamental nos sistemas neuroanatómicos endógenos de recompensa.

Com cocaína Sem cocaína

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FARMACODINÂMICA

o Bloqueio da recaptura de catecolaminas nas terminações sinápticas pós-ganglionares e aumento de sua liberação em nível periférico, levando ao acúmulo dessas catecolaminas nas membranas pós-sinápticas, com um aumento do estímulo dos receptores α, ß1 e ß2 adrenérgicos:

α-adrenérgicos β 1-adrenérgicos β 2-adrenérgicos

Hipertensão Hipertensão Hipotensão

- Vasoespasmo Vasodilatação

- Taquicardia ventricular -

- Fibrilação ventricular -

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AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO

o O crack age no cérebro proporcionando um aumento de neurotransmissores;

o O principal neurotransmissor, da cocaína, é a dopamina;

o A dopamina tem um grande aumento no sistema de recompensa, um circuito cerebral que reforça comportamento quando ativado.

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DEPENDÊNCIA

o A absorção da substância pelo organismo vai se alterando, aparecendo então, um fenômeno toxicológico chamado de tolerância;

o A overdose, leva a potencialização de todas as complicações clinicas, incluindo a morte.

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SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA

o Modelo de apresentação e evolução clínica da síndrome de abstinência da cocaína por Gawin e Kleber:

o Crash: Refere-se ao estado de humor disfórico do usuário que se instala após a interrupção do uso e pode se prolongar por cerca de 4 dias;

oAbstinência: Pode durar até 10 semanas. A compulsão por cocaína persiste com irritabilidade, ansiedade e incapacidade de sentir prazer;

o Extinção: Desaparecem os sinais e sintomas físicos. A compulsão é o sintoma residual que aparece eventualmente, condicionando a lembranças do uso e seus efeitos psíquicos.

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FASE DURAÇÃO CARACTERÍSTICAS

FASE 1 Crash Até 5 dias após

o uso da droga

Intensa fissura em

seu início, irritação e

agitação. Evolui para

hipersonolência,

depressão e

exaustão.

FASE 2 Abstinência Até 10 semanas

após a Fase 1

Reemergência da

fissura,

concominante a

quadros depressivos

e ansiosos episódios

FASE 3 Extinção Até 6 meses

após a Fase 2

Redução gradativa da

fissura

Fonte: Adaptado de Leite (1999) e Seibel (2001)

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COMPLICAÇÕES CLÍNICAS

o Ocorre em 3 etapas:

– 1ª fase é de estimulação inicial:

• midríase, cefaléia, náuseas e vômitos; • vertigem, tremores não intencionais (face, dedos), tiques; • palidez; • hipertensão arterial, taquicardia ou bradicardia, dor torácica; • hipertermia; • euforia, agitação, apreensão, inquietude, instabilidade emocional, pseudo-alucinações.

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– 2ª fase compreende a uma estimulação avançada:

• hipertensão arterial, taquicardia, arritmias ventriculares e, às vezes, hipotensão arterial por arritmia cardíaca;

• encefalopatia maligna, convulsões;

• dor abdominal;

• taquipnéia, dispnéia;

• Hipertermia;

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– 3ª fase se apresenta como uma depressão dos diversos sistemas do organismo: • coma arreflexivo, arresponsivo; • midríase fixa; • paralisia flácida; • instabilidade hemodinâmica; • insuficiência renal (vasculite - rabdomiólise); • fibrilação ventricular ou assistolia; • insuficiência respiratória, edema agudo pulmonar; • cianose, respiração agônica, parada cardio-respiratória.

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ANAMNESE

1. O que foi usado? 2. Por que via e por quanto tempo? 3. Qual a quantidade utilizada e há quanto tempo? 4. Quantos tempos após o uso iniciaram-se os

sintomas? 5. Há evidência de uma síndrome de abstinência? 6. A paciente está grávida? 7. Há dor torácica ou abdominal? 8. Utilizou bebida alcoólica? 9. Houve associação com medicamentos?

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TRATAMENTO

o Nos casos moderados ou graves, deve-se fazer: – Suporte vital – respiratório e cardiovascular – Agitação/convulsão: aporte de benzodiazepínicos ou

barbitúricos. – Hipertermia: medidas físicas, como o uso de

compressas frias e controle da temperatura ambiente. – Hipotensão e choque: posição de Trendelemburg,

infusão de cristalóides e aminas vasoativas. Deve-se preferir a dopamina e, se não houver resposta, utilizar a norepinefrina.

– Rabdomiólise: administrar soro fisiológico a 0,9% para manter um volume urinário de 2-3 mL/kg/h. Monitorar eletrólitos e função renal. Pode ser necessário o uso de diuréticos e alcalinização urinária.

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o Nos casos de síndrome coronariana aguda,

hipertensão ou taquicardia, dois tipos de tratamento podem ser necessários

1. medicação de primeira linha:

• oxigênio • aspirina • benzodiazepínicos (classe IIa) – 5-10 mg por via endovenosa, a cada 5-10 min • Nitroglicerina (classe IIa) - 50 mg/250 mL, diluídos em soro glicosado a 5% e injetados por via endovenosa na dose de 5 a 100 µg/min

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2. Em pacientes refratários ao primeiro tratamento, se utilizará uma medicação de segunda linha:

• Fentolamina - 1 mg por via endovenosa, em bolus, seguido por 1 a 5 mg/min diluídos em soro glicosado a 5%. Este produto pode causar um aumento reflexo da freqüência e da contratilidade cardíaca. • Esmolol ou metoprolol (ß1 seletivos) têm uso controverso, já que não podem levar à hipotensão - o esmolol é preferido, por ter uma meia-vida muito curta. • Nitroprussiato de sódio - 50 mg/500 mL diluídos em soro glicosado a 5% - 0,1 µg/kg/min.

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CONCLUSÃO

o A cocaína é uma droga ilícita, mas amplamente utilizada. O crack é considerado a droga mais devastadora de todo o conjunto de entorpecentes ou dos elementos químicos alucinógenos, que torna o seu usuário o maior dependente periculoso, já que é capaz de roubar, matar ou até mesmo morrer para manter o seu vicio, e debilitado existente. Hoje o consumo de cocaína, crack ou até mesmo da merla é considerado um “problema de saúde pública”.

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REFERÊNCIA

o OLIVEIRA, Inês; Marta Neves. Farmacologia. Jan. 2004. Disponível em: http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0304/Cocaina/farmacologia.htm. Acesso em 18 de março de 2012.

o OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS. Cocaín. Disponível em: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11330&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS%2FTipos+de+drogas/Coca%C3%ADna. Acesso em 18 de março de 2012.

o RAFAEL. Estudo da cocaína. Disponível em: http://estudodacoca.blogspot.com.br/. Acesso em 01 de abril de 2012.

o Intoxicação por drogas de abuso: Cocaína. Disponível em: http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mVIII.coca.htm. Acesso em 01 de abril de 2012.

o SEIBEL, S. Scientific American Brasil: Equilíbrio precário no uso das pedras. Ed. 38. São Paulo. 2010.