DRAVE revista(da)

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Em reportagem Paulo Natividade Maratona fotográfica “Os recantos da drave” DRAVE Revista(da) Nº 1 Mensal Junho 2012

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Revista da drave

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Em reportagemPaulo Natividade

Maratona fotográfica “Os recantos da drave”

DRAVERevista(da)Nº 1 Mensal Junho 2012

Diretor: Pedro Vinagre

Diretor de Arte: Bruno Rito

Editor: Pedro Vinagre

Fotografia: Nuno Mendes, Filipe Pinto Paulo Natividade

DRAVERevista(da) Indice

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Publicidade

Curtas

Maratona fotográfica

Reportagem

Editorial

Indice

Capa

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É sempre uma experiência digna de registo num livro de bordo, mesmo para quem a repete. E a validade da tri-logia: paisagem, esplendor e harmonia, faz-se sentir. O primeiro impacto de Drave no observador converte-se num espetáculo, sempre singu-lar, que nos é proporcionado quando em ritmo de aproxi-mação descendente à aldeia, entramos num processo que se assemelha a uma espécie de endoscopia às gargantas montanhosas que impedem o olhar de fixar-se noutras di-reções. Avista-se Drave e o seu recorte de casario majestoso de xisto, envolto em pequenos prados em declive. Depois de descermos uns escassos met-ros, desde o ponto fixado para o limite de estacionamento dos automóveis, deixámo-nos cativar pelo panorama,

o magnetismo da paisagem catalisa a vontade de uma maior aproximação, ao longo do caminho, vamos testemu-nhando claros sinais de carros de bois que outrora venceram a encosta. Impera um silêncio plural, entrecortado por um ru-morejar de águas, que convida à contemplação e faz apelo à meditação.Chegados ao local, é difícil divorciarmo-nos dele, agora que calcorreamos todos os carreiros e visitamos as casas, as que caíram e as recupera-das, e Drave com o seu quê de habitável e a mesma por-ção de abandono, não verga, continua ali, digna, tributária de quem a visita e lhe devolve o esplendor num convite das suas virtudes feito passa-a-palavra. No regresso, ladeira acima, ao fazermos zoom-out à paisagem, tudo fica mais

pequeno, ao contrário da von-tade de regressar… Drave vai permanecer à espera da próx-ima visita. Até lá, continuará a existir uma jornada incessante de trabalho para a preservar. Oxalá esta obra seja um im-portante contributo para esse efeito.

João Fernando Arezes

Editorial

Reportagem

Capa

“Drave - Uma experiência nunca repetida para o visitante”

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«Ser Voluntário é Estar Atento a Pequenos Pormenores»

Já assumiu vários projetos no Corpo Nacional de Escutas, mas por agora é o Coordenador de Drave, a Base Nacional da IV Secção. Escuteiro há mais de três décadas, garante que foi no Escutismo que cresceu e aprendeu a valorizar-se.

Paulo Natividade tem 36 anos, vive no Porto e é consul-tor ambiental do ordenamento do território. Escuteiro há 30 anos, não consegue explicar o porquê de ter escolhido o CNE, mas tem uma certeza «É aqui que eu me sinto feliz». O dia de Paulo começa habitualmente às 8 horas da manhã mas nunca tem fim. Durante o dia são várias as viagens que faz para se deslocar aos imensos concelhos do País, onde tem que acompanhar planos de ordenamento do território. Considera que este emprego «obriganos a dar muito de nós. Tenho um horário flexível e muitas vezes as viagens são longas e não tenho hora para chegar a casa (…) todos os dias são diferentes». Apesar do horário indefinido, Paulo Natividade consegue conciliar a vida escutista com a vida profissional. Desde 2001 que é o coordenador da Drave, a Base Nacional da IV Secção. Drave surge a primeira vez na vida de Paulo «em 1992, quando participei numa atividade da Junta Regional de Porto, designada Rumos do Homem Novo - para quem não se recorda, o Rumos deu origem a grandes músicas escutistas que ainda hoje marcam o CNE, como a Vara, a Canoa, Pedacinho de Deus – e até foi a primeira vez em que se falaram nos Projetos Pessoais de Vida». Voltou-se a cruzar com esta pequena aldeia quando integrou a equipa organizadora do Rover 2001, foi aí que «se começou a pensar que talvez Drave tivesse a especifici-dade única da IV secção, pelo seu isolamento, rudeza e tam-bém grau de dificuldade». Nesse ano foi convidado para ser o coordenador da Base Nacional da IV Secção, garante que só consegue conciliar este projecto com a sua vida porque «tenhouma boa equipa e um bom staff».

Quando o dia de trabalho está reservado apenas para o seu gabinete, torna-se tudo mais fácil «não posso deixar de estar com o e-mail aberto, e nas pequenas escapatórias utilizar o tempo para trabalhar um pouco para a Base. Como coordenador, tenho que estar mais atento e preparado para ajudar a minha equipa. Portan-to, este trabalho diário passa por tentar compreender e dis-tribuir aquilo a que a Drave vai obrigando».Dirigente desde os 21 anos, por falta de recursos humanos no Agrupamento onde estava inserido, sempre dedicou o seu tempo aos Caminheiros. Considera que «É uma secção que proporciona vivenciar o es-cutismo na sua plenitude, em que compreendemos mais o desenvolvimento de cada um. O Caminheiro vive grandes descobertas e grandes mu-danças de vida.

Em reportagem com Paulo Natividade

Reportagem

«Sinto que os Caminheiros aqui conseguem encontrar a paz»

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É uma fase conturbada em que o dirigente pode vir a assumir um papel importante.

Coordenador da Base há 9 anos, sente que os caminheiros vêem este espaço «como um recanto no mundo que lhes pertence. Isso torna-os diferentes, porque conseguem assimilar o contacto direto com a natureza. Sinto que os caminheiros aqui conseguem encontrar a paz que às vezes é difícil encontrar nos nossos Agrupamentos, quer sejam rurais ou citadinos».

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Em reportagem com Paulo Natividade

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«Construir e edificar sonhos»Não tem a pretensão de ser um exemplo a seguir, quer apenas que os Caminheiros o vejam como «alguém que é um exem-plo de vontade, que é capaz de construir e edificar sonhos» e mostra-se bastante feliz se conseguir despertar a capacidade de al-guém decidir fazer mais e melhor. Assume ainda que ser escuteiro desde criança moldou a sua personalidade «sou capaz de reconhecer que a minha facilidade de com-preender os outros, de interagir, de agar-rar novos projetos, está relacionada com as vivências escutistas». Se nos restarem dúvi-das que existem Dirigentes que, apesar do peso da mochila, estão empenhados em percorrer as pegadas de B.P. resta-nos esta frase do Paulo Natividade.« Um dia perguntaram me: ” - O que é ser escuteiro. E eu respondi: - Porque é que respiras? “Sendo que respirar é uma ne-cessidade para viver, eu preciso de ser es-cuteiro para ter a minha vida».

«É uma recompensa muito pessoal »

Durante o dia de trabalho Paulo não dispensa o telemóvel. Entre inúmeras chamadas, é este que o mantém em contacto com os diversos organismos com que trabalha. É no carro que passa a maior parte do seu tempo, que para além de o utilizar bastante a nível profissional, ajuda-o também a percorrer os 150 quilómetros que separam o Porto da Drave «Têm sido uns bons anos, mas cansativos. Quase todas as se-manas percorro esta distância, o que em termos de desgaste pessoal é enorme.Mas ver um projeto nacional, um monte de ruí-nas, um monte de pedras, ter a possibilidade de tornar essas pedras em vida, é uma recompensa muito pessoal». Paulo explica que o Escutismo ajudou-o a melhorar a sua postura profissional, porque «mesmo que não quiséssemos, somos obrigados. Porque nos nossos projetos, ativi-dades, grandes acampamentos, passamos sem-pre por uma fase de grande pressão. Que pode muitasvezes ser de igual forma compatível com a pressão que sentimos a nível profissional». Quanto ao porquê de ser voluntário Paulo de-fende que não se vê como voluntário, porque «o escutismo faz parte da minha vida. Eu faço isto porque assim fui habituado, assim quero e assim desejo. Se estar atento, ajudar os out-ros, idealizar coisas, querer um mundo melhor, fazer amizades é ser voluntário, então acho que o escutismo toma em mim a minha vida toda». Diz ainda que «cheguei à conclusão que ser Di-rigente do CNE não é quem quer, é só quem sente o chamamento. Eu acho que senti esse chamamento desde muito novo. Descobri que ser voluntário, para além de ajudar os outros é estar atento ao que nos rodeia, só assim somos capazes de nos predispor mais facilmente para os outros. Muitas vezes uma simples conversa ajuda a outra pessoa a crescer e a sentir-se feliz.

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A BNIV (base nacional da IV secção) está a trabalhar na edição de o livro “Drave Flora e Fauna”. As espécies deste território são ativos fundamentais para o seu desenvolvimento importando, por isso, usá-los, preservá-los e, sobretudo, valorizá-los. Este livro é um pequeno contributo para a valorização de todas as espécies tanto na flora como na fauna, para possibilitar a todos os escutei-ros o melhor conhecimento das espécies existentes nesta aldeia.

Ser Staff...é demonstrar orgulho no seu lenço, ter um perfil responsável, autónomo com uma postura humilde, ser exemplo na vivência cristã e ser discreto nas suas ações estando sempre at-ento aos sentimentos dos outros, estar “sempre alerta para servir” esta missão, mesmo que seja a mais difícil das suas vidas. É ser “Guardião” de um espaço, de um ideal, de um local mágico que pertence a todos nós e que não cobra taxa para sermos parte dele.

Ser Staff...é ser especial...

A BNIV-Drave alcançou mais uma conquista, tornando-se um Centro Escutista SCENES. Foi com um enorme orgulho e muita alegria que re-cebemos da WOSM a notícia que a candidatura da BNIV-Drave tinha sido aceite e que se torna-va num dos poucos Centros Escutistas SCENES espalhados pelo mundo. Único na Península Ibérica, numa lista inferior a 15 Centros no mun-do inteiro.

Curtas

BNIV Lança Livro

“Ser staff” por Nuno Mendes

BNIV Drave no SCENES

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Maratona fotográfica “os recantos da Drave”

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21 - Ribeiro que percorre a aldeia

2 - Pequena queda de água que avistamos ao longo de um percuro pela aldeia

3 - “Maratona fotográfica” A aldeia da Drave é um local muito propício à captura de fotografias únicas.

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4 - Uma vista maravilhosa da Drave, um amontoado de pedras que foi em tempo o sustento e a vida de mui-tas famílias. E que neste momento se torna um local mágico de reconstrução e encontro interior por aque-les que têm a oportunidade de pisar estas terras.

4Maratona fotográfica “os recantos da Drave”

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RoverWay 2012 20 a 28 de Julho Finlândia