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ConScientiae Saúde, 2014;13(1):13-21. 13 Editorial Ciências básicas Ciências aplicadas Estudos de caso Revisões de literatura Instruções para os autores Recebido em 22 dez. 2013 / aprovado em 24 mar. 2014 Análise histológica dos efeitos imediato da microeletrólise percutânea (MEP ® ) no tecido muscular sadio de ratos Wistar Histological analysis of immediate effects caused by percutaneous microelectrolysis (MEP®) in healthy muscle tissue of Wistar rats Alexandre Magno Delgado 1 ; Oscar Ariel Ronzio 2 ; Rodrigo Marcel Valentim da Silva 3 ; Ingrid Jullyane Pinto Soares 4 ; Rodrigo Felipe da Silva Damasceno 5 ; Patrícia Froes Meyer 6 1 Fisioterapeuta Residente em Saúde da Mulher pelo Programa Multiprofissional Integrado em Saúde do Hospital das Clínicas – Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife, PE. Pós-Graduando em Fisioterapia Dermatofuncional – Universidade Potiguar – UNP. Natal, RN – Brasil. 2 Doutorando em Ciência da Saúde, Licenciado em Terapia Física, Professor Titular de Fisioterapia – Universidade Favaloro, Professor Titular de Agentes Físicos Aplicados – Universidad Maimónides, Professor Titular de Fisioterapia – Universidad Nacional Arturo Jauretche, Professor Titular Metodologia Científica – Universidad Barceló. Buenos Aires, Argentina. 3 Doutorando em Fisioterapia – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal/RN, Mestre em Fisioterapia – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal/RN, Docente do curso de Fisioterapia – Faculdade Maurício de Nassau. Natal, RN – Brasil. 4 Pós-Graduando em Fisioterapia Dermatofuncional – Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil. 5 Discente do Curso de Medicina – Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil. 6 Doutora em Ciências da Saúde – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal/RN, Docente do curso de Fisioterapia – Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil. Endereço de correspondência Oscar Ariel Ronzio Mendoza 2096, 2° B, 1429 – Buenos Aires [Argentina] [email protected] DOI:10.5585/ConsSaude.v13n1.4721 Resumo Introdução: A Microeletrólise Percutânea (MEP ® ) consiste na aplicação da cor- rente galvânica de baixa intensidade com uma agulha de acupuntura. Objetivo: Analisar os efeitos da MEP ® no tecido muscular. Método: Trata-se de um estudo experimental, com 25 ratos Wistar, divididos nos grupos: G1 (grupo controle), G2 (MEP ® desligada, sacrifício imediato), G3 (MEP ® desligada, sacrifício 24 ho- ras), G4 (MEP ® ligada, sacrifício imediato), G5 (MEP ® ligada, sacrifício 24 horas). Realizaram-se três aplicações de um minuto, com agulha 0,22x13 mm e 300 uA, no gastrocnêmico. Resultados: O G2 mostrou congestão vascular e hemorragia, decorrente do efeito secundário da agulha. No G3, ocorreu uma pequena infla- mação no local em que a agulha foi inserida. No G4, observou-se uma inflamação controlada com presença de neutrófilos, linfócitos, mastócitos e macrófagos. E no G5, ocorreu necrose de liquefação nas células musculares, com presença de macrófagos. Conclusão: A MEP ® estimula a inflamação e provoca necroses por meio de liquefação. Descritores: Eletrólise; Eletroterapia; Estimulação elétrica; Inflamação; Modalidades de fisioterapia. Abstract Introduction: The Percutaneous Microelectrolysis (MEP ® ) consists in the applica- tion of a low intensity galvanic current with an acupuncture needle. Objective: To analyze the effects of MEP® in muscular tissue. Method: This is an experimental study with 25 Wistar rats, separated into groups: G1 (Control), G2 (MEP® off, immediately sacrificed), G3 (MEP® off, sacrificed at 24 hours), G4 (MEP® on, im- mediately sacrificed), G5 (MEP® on, sacrificed at 24 hours). The procedure con- sists in 3 x 1 minute applications, with a 0,22x13 mm needle, with 300 uA, in the triceps surae. Results: G2 shows vascular congestion and hemorrhage, as result of the needle introduction. G3 shows a local and slightly inflammation over the tissues where the needle was introduced. G4 shows a controlled inflammation with neutrophils, lymphocytes, mastocites and macrophages. G5 shows necrosis by liquefaction in muscular cells, with macrophages. Conclusion: MEP® applica- tion stimulates inflammation and promotes necrosis by liquefaction. Key words: Physical therapy modalities; Electric stimulation therapy; Electrolysis; Electric stimulation; Inflammation.

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Análise histológica dos efeitos imediato da microeletrólise percutânea (MEP®) no tecido muscular sadio de ratos WistarHistological analysis of immediate effects caused by percutaneous microelectrolysis (MEP®) in healthy muscle tissue of Wistar rats

Alexandre Magno Delgado1; Oscar Ariel Ronzio2; Rodrigo Marcel Valentim da Silva3; Ingrid Jullyane Pinto Soares4; Rodrigo Felipe da Silva Damasceno5; Patrícia Froes Meyer6

1 Fisioterapeuta Residente em Saúde da Mulher pelo Programa Multiprofissional Integrado em Saúde do Hospital das Clínicas – Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife, PE. Pós-Graduando em Fisioterapia Dermatofuncional – Universidade Potiguar – UNP. Natal, RN – Brasil.

2 Doutorando em Ciência da Saúde, Licenciado em Terapia Física, Professor Titular de Fisioterapia – Universidade Favaloro, Professor Titular de Agentes Físicos Aplicados – Universidad Maimónides, Professor Titular de Fisioterapia – Universidad Nacional Arturo Jauretche, Professor Titular Metodologia Científica – Universidad Barceló. Buenos Aires, Argentina.

3 Doutorando em Fisioterapia – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal/RN, Mestre em Fisioterapia – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal/RN, Docente do curso de Fisioterapia – Faculdade Maurício de Nassau. Natal, RN – Brasil.

4 Pós-Graduando em Fisioterapia Dermatofuncional – Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil.

5 Discente do Curso de Medicina – Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil.

6 Doutora em Ciências da Saúde – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Natal/RN, Docente do curso de Fisioterapia – Universidade Potiguar – UnP. Natal, RN – Brasil.

Endereço de correspondênciaOscar Ariel RonzioMendoza 2096, 2° B, 1429 – Buenos Aires [Argentina][email protected]

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Resumo

Introdução: A Microeletrólise Percutânea (MEP®) consiste na aplicação da cor-rente galvânica de baixa intensidade com uma agulha de acupuntura. Objetivo: Analisar os efeitos da MEP® no tecido muscular. Método: Trata-se de um estudo experimental, com 25 ratos Wistar, divididos nos grupos: G1 (grupo controle), G2 (MEP® desligada, sacrifício imediato), G3 (MEP® desligada, sacrifício 24 ho-ras), G4 (MEP® ligada, sacrifício imediato), G5 (MEP® ligada, sacrifício 24 horas). Realizaram-se três aplicações de um minuto, com agulha 0,22x13 mm e 300 uA, no gastrocnêmico. Resultados: O G2 mostrou congestão vascular e hemorragia, decorrente do efeito secundário da agulha. No G3, ocorreu uma pequena infla-mação no local em que a agulha foi inserida. No G4, observou-se uma inflamação controlada com presença de neutrófilos, linfócitos, mastócitos e macrófagos. E no G5, ocorreu necrose de liquefação nas células musculares, com presença de macrófagos. Conclusão: A MEP® estimula a inflamação e provoca necroses por meio de liquefação.

Descritores: Eletrólise; Eletroterapia; Estimulação elétrica; Inflamação; Modalidades de fisioterapia.

Abstract

Introduction: The Percutaneous Microelectrolysis (MEP®) consists in the applica-tion of a low intensity galvanic current with an acupuncture needle. Objective: To analyze the effects of MEP® in muscular tissue. Method: This is an experimental study with 25 Wistar rats, separated into groups: G1 (Control), G2 (MEP® off, immediately sacrificed), G3 (MEP® off, sacrificed at 24 hours), G4 (MEP® on, im-mediately sacrificed), G5 (MEP® on, sacrificed at 24 hours). The procedure con-sists in 3 x 1 minute applications, with a 0,22x13 mm needle, with 300 uA, in the triceps surae. Results: G2 shows vascular congestion and hemorrhage, as result of the needle introduction. G3 shows a local and slightly inflammation over the tissues where the needle was introduced. G4 shows a controlled inflammation with neutrophils, lymphocytes, mastocites and macrophages. G5 shows necrosis by liquefaction in muscular cells, with macrophages. Conclusion: MEP® applica-tion stimulates inflammation and promotes necrosis by liquefaction.

Key words: Physical therapy modalities; Electric stimulation therapy; Electrolysis; Electric stimulation; Inflammation.

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Análise histológica dos efeitos imediato da microeletrólise percutânea (MEP®) no tecido muscular sadio de ratos Wistar

Introdução

A eletroterapia tem sido uma das princi-pais modalidades utilizada pela fisioterapia, com uma vasta aplicação na prática clínica. Nos últi-mos anos, tem-se visto o acréscimo de numerosos outros agentes para tratar diversas patologias1. Um novo recurso que esta sendo muito utilizado na América Latina é denominada microeletrólise percutânea (MEP®). Trata-se de um método mini-mamente invasivo que envolve a aplicação de uma corrente galvânica de baixa intensidade (0,96 mA) e alta densidade (até 3,8 mA/cm2) através de uma agulha de acupuntura, promovendo um processo inflamatório local e, assim, promovendo a repara-ção do tecido afetado2. Esta técnica tem indicações na área da Fisioterapia Dermatofuncional, atuan-do na reparação de rugas, estrias, fibroses e cica-trizes neuropáticas, e na Ortotraumatologia, no tratamento de tendinopatias, dor, lesões muscula-res e ligamentosas2.

Os efeitos fisiológicos da aplicação da MEP® são desencadeados pelos resultados simultâneos do estímulo elétrico da corrente galvânica e do mecâ-nico da agulha de acupuntura. A corrente gera um fenômeno de alcalose ocasionado pelo polo negati-vo, promovendo um processo inflamatório2,3, mas também a regeneração4,5. A manipulação da ativi-dade dos macrófagos tem potencial na resolução das lesões musculares6. Na bibliografia clássica, encontra-se descrito que devido à alcalose também ocorre um efeito de liquefação7, o que poderia oca-sionar destruição da fibrose presente em uma lesão muscular crônica8. De acordo com alguns autores, o tratamento das lesões musculares e tendinopatias de atletas, com corrente galvânica em forma percu-tânea, tem benefícios na funcionalidade2,9.

Considerando os efeitos fisiológicos da corrente galvânica, objetivou-se neste trabalho analisar o tecido muscular sadio de ratos Wistar, em forma qualitativa, e verificar se a dose da corrente elétrica entregada pela MEP® gera re-sultados inflamatórios (aparição de células in-flamatórias), destruição celular pela liquefação e comparar com os efeitos da perfuração com uma agulha de acupuntura.

Material e métodos

AnimaisForam utilizados 25 ratos jovens, machos,

da linhagem Wistar (300± 50 g). Os aspectos éticos deste estudo seguiram as premissas do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (Cobea), tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Potiguar (UnP), com protocolo de aprovação de número 015/2012.

Os animais foram divididos aleatoriamen-te em cinco grupos (n=5), denominados: G1: gru-po controle, sem nenhum tipo de intervenção e sacrificados de forma imediata; G2: aplicação de MEP® desligada e sacrifício imediato; G3: aplica-ção de MEP® desligada e sacrifício após 24 horas; G4: aplicação de MEP® ligada e sacrifício imedia-to; G5: aplicação de MEP® ligada e sacrifício após 24 horas.

A utilização de um grupo controle (G1) permitiu comparar o tecido muscular sadio com os efeitos mecânicos da agulha e eletroquímicos da MEP®.

Aplicação da microeletrólise percutânea (MEP®)

Para a realização do experimento, os ani-mais foram anestesiados, via intramuscular, me-diante o uso de anestésico dissociativo (Zoletil®

50), aplicado no quadríceps esquerdo. Após a anes-tesia e tricotomia, os ratos foram submetidos a três disparos da MEP® no músculo gastrocnêmico da pata direita. A terapia foi ministrada por meio da introdução da agulha de acupuntura de 0,22 x 13 mm, montada no mandril, com intensidade de 0,1 mA e aumentada de forma rápida (em cinco se-gundos) até 0,3 mA. A aplicação teve duração de um minuto, e o procedimento foi realizado três vezes no total. A densidade de corrente usada foi a de 3,31 mA/cm2. Esta dose encontra-se baseada nos estudos prévios que têm demonstrado rege-neração e inflamação nas estrias3,5, utilizando-se intensidades menores e agulhas pequenas, com uma dose de corrente similar (3,28 mA/cm2) cal-

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culada mediante a fórmula: Densidade corrente = Intensidade / Área do eletrodo10.

A MEP® foi realizada com um equipamen-to da marca Fisiomove® (Argentina), previa-mente calibrado dentro da Cátedra de Agentes Físicos Aplicados, Universidad Maimónides, Buenos Aires, Argentina.

EutanásiaOs animais foram eutanasiados em câma-

ra de CO211, logo após o procedimento de cada

grupo. Na sequência, foi coletado fragmento do músculo gastrocnêmico de todos os ratos na área correspondente a aplicação. Após 24 horas de fixação em formol a 10%, foram encaminha-das ao laboratório de patologia para processa-mento histológico.

Análise histológica Para a confecção das lâminas, as amostras

foram emblocadas em parafina, cortadas trans-versal e longitudinalmente em micrótomo rota-tivo com quatro micrômetros e coradas pela téc-nica de Hematoxilina e Eosina (HE). Em seguida, elas foram selecionadas e examinadas qualitati-vamente, considerando somente um campo, por três examinadores de maneira cega, em micros-cópio óptico Olympus. Fotomicrografias foram realizadas com câmera digital acoplada ao mi-croscópio, à magnitude de 40, 100 e 400 vezes. A morfologia das células musculares foi analisada para saber se ocorreu destruição celular ou não.

A análise histológica possibilitou visuali-zar hemorragia na fáscia muscular, congestão vascular no tecido muscular, reação inflamató-ria, edema, presença de neutrófilos, mastócitos, macrófagos, linfócitos e necrose por liquefação.

Apresentação dos resultadosPara a apresentação dos dados foi elabora-

da uma tabela em Microsoft Excel 2013, com as variáveis: inflamação aguda, edema, congestão focal e congestão difusa. A valoração foi reali-

zada utilizando escala inexistente, leve, mode-rada e severa, representada pelos símbolos - / + / ++/ +++, respetivamente.

Resultados

Da coleta original, perderem-se algumas lâminas e foram consideradas três de cada gru-po, selecionando-se as melhores quanto à visibi-lidade. A Tabela 1 mostra os resultados da aná-lise realizada.

No G1 (Controle), mantiveram suas fibras organizadas e dispostas regularmente, sem a presença de nenhuma célula inflamatória, ede-ma ou tecido cicatricial (Figuras 1A e 1B).

No G2 (MEP® desligada, sacrifício imedia-to), foi observada presença de hemorragia na região da fáscia muscular (Figura 2A) e con-gestão vascular sem presença de inflamação (Figura 2B).

No G3 (MEP® desligada, sacrifício após 24 h), observou-se congestão vascular com uma re-ação inflamatória discreta no local que a agu-lha foi introduzida e presença de edema (Figura 3A). Para observar as células inflamatórias, a imagem foi aumentada em uma magnitude de 400x, o que demonstrou predominância de neu-trófilos, achando-se mastócitos em quantidades mínimas (Figura 3B).

No G4 (MEP® ligada, sacrifício imediato), evidenciou congestão vascular com uma reação inflamatória e presença de edema entre as fibras musculares, neutrófilos, linfócitos (Figura 4A) e mastócitos (Figura 4B).

No G5 (MEP® ligada, sacrifício após 24 ho-ras) foi visualizada inflamação com presença de muitas células inflamatórias entre as fibras musculares (Figura 5A), entre elas mastócitos (Figura 5B) e lesão por liquefação.

Discussão

Os efeitos mecânicos encontrados no gru-po intervenção MEP® desligada (G2) confirmam o

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Análise histológica dos efeitos imediato da microeletrólise percutânea (MEP®) no tecido muscular sadio de ratos Wistar

Tabela 1: Análise histológica da utilização da MEP em relação às características da inflamação aguda, edema, congestão focal e difusa e morfologia celular

Grupo Lâmina Inf. aguda Edema Congestão focal Congestão difusa Morfologia

G11 - - - - sem lesão celular2 - - - - sem lesão celular3 - - - - sem lesão celular

G21 - - x - sem lesão celular2 - - x - sem lesão celular3 - - x - sem lesão celular

G3

1 - - - x sem lesão celular

2 x x x - leve lesão em células periféricas

3 x x x - leve lesão em células periféricas

G41 - - x - sem lesão celular2 - - - - sem lesão celular3 x xx - x fragmentação celular

G51 - xx x - lesão celular2 xx xx - x lesão celular3 xx xx - - lesão celular

Figura 1: Tecido muscular sabio. A – fotomicrografia longitudinal, 40x, HE. B – fotomicrografia

longitudinal, 40x HE

Figura 2: A – fotomicrografia transversal, 40x, HE. B – fotomicrografia longitudinal, aumento 100x HE. *hemorragia na fáscia muscular. # congestão vascular no tecido muscular

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que foi verificado em um estudo em que observa-ram os efeitos mecânicos da agulha de acupuntu-ra na parede abdominal de ratos Wistar. Quando

a agulha penetra ocorre um enrolamento de teci-do conjuntivo ao redor dela, tracionando as fibras de colágeno durante a manipulação e perfurando

Figura 3: A – fotomicrografia transversal, 400x, HE. B – fotomicrografia transversal, 400x HE. # congestão vascular. ▲= edema, neutrófilos, linfócitos, astócitos

Figura 4: A – fotomicrografia longitudinal, 100x, HE. B – fotomicrografia longitudinal, 400x, HE. # congestão vascular. ▲ = edema enrreas fibras musculares, neutrófilos

Figura 5: A – fotomicrografia transversal, 100x, HE. B – fotomicrografia transversal, 400x, HE. inflamação acentuada. macrófagos fagocitando fibra muscular

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discretamente o tecido. Esse sinal mecânico pode estimular a secreção celular e modificação da ma-triz extracelular. No entanto, foi observado que ocorre a hemorragia quando a agulha perfura e promove ruptura de vasos, levando a um extra-vasamento de sangue e a congestão que ocorre quando a agulha perfura apenas o tecido muscu-lar sem rompimento de vasos11.

A presença das células inflamatórias em pequena quantidade do G3 foi decorrente do efeito secundário do trauma mecânico da agu-lha. Os microtraumas levam a uma resposta in-flamatória aguda com poucas células de defesa. Esses são considerados como danos temporários e reparáveis, porque resultam em uma resposta infamatória aguda, orquestrada, entre outros, por neutrófilos e macrófagos, cuja função é a limpe-za, reparo e desenvolvimento dos tecidos previa-mente danificados12. Alguns autores afirmam que o processo inflamatório ou inflamação caracteri-za-se como uma resposta de defesa do organis-mo diante de um agente agressor, cujo objetivo é promover o reparo. A magnitude desse processo é regulada por fatores pró e anti-inflamatórios. A inflamação é considerada um processo altamente benéfico e necessário, uma vez que em conjun-to com a ação de hormônios e outras moléculas sinalizadoras é responsável pela regeneração e reparo das estruturas danificadas12,13.

A utilização de uma agulha de acupuntu-ra na técnica da MEP® provavelmente induz ao aparecimento de sinais locais, responsáveis pela liberação no ponto de lesão tecidual. Além de mediadores inflamatórios, ocorre a liberação de neurotransmissores, como endorfinas, as quais ao serem liberadas no circuito neurobiológico afetado, acarretam a minimização dos sintomas álgicos14. Como visto, os grupos que receberam apenas o efeito mecânico da agulha de acupun-tura apresentaram alterações hemodinâmicas e presença de pequena quantidade de células inflamatórias, justificando assim a importância do efeito da corrente para estimular uma maior quantidade de células, que contribua para uma ativação da regeneração tissular, como foi obser-vado também em estudos em dermatofuncio-

nal3,5,15,16. O estímulo físico da agulha desenca-deia um processo de reparação muito complexo, cujo objetivo é restabelecer de forma satisfatória a integridade dos tecidos. A estimulação com a corrente associada desencadeia uma inflamação aguda localizada. Embora o padrão da inflama-ção aguda seja único, a intensidade e a duração da reação são determinadas, tanto pela intensi-dade da corrente como pela capacidade reacio-nal do tecido17.

Nos grupos que receberam a aplicação do MEP® ligada, ocorreu uma reação inflamatória mais acentuada, com grande quantidade de cé-lulas inflamatórias, presença de edema e lesão de fibras musculares. Esses efeitos terapêuticos são decorrentes dos aspectos fisiológicos da cor-rente galvânica que a MEP® utiliza. A corrente galvânica produz eletrólise e eletroforese, quan-do o cátodo é aplicado ao tecido ions de sódio (Na +) reagem com a água (H2O) para formar hidróxido de sódio (NaOH) e hidrogénio (H2). O NaOH é um eletrólito alcalino cáustico gera-dor de ablação atérmico. Esse composto provoca a destruição do tecido. A reação eletroquímica gera uma liquefação e um aumento no pH. O termo eletrólise significa “quebra”, “degrada-ção”. Nesse caso, ocorre a destruição do tecido por meio de alcalose, favorecendo a formação de novo tecido por desencadear uma resposta in-flamatória adequada para regeneração18-20. Não obstante, tem-se observado que a destruição dos tecidos é maior com o Cl-, liberado pelo polo po-sitivo21. A técnica MEP® opta pela utilização do polo negativo por motivo da acidose gerada pelo positivo incrementar a dor22. Nos grupos que re-ceberam corrente, houve lesão celular por lique-fação, confirmando assim sua aplicabilidade no tratamento de patologias crônicas do músculo e tendão que cursam com fibrose8. A destruição celular foi comprovada com anterioridade por outros autores com densidades de corrente mui-to maiores e utilizada para câncer20,23,24.

No G4 (MEP® ligada, sacrifício imediato), observou-se que as primeiras células inflamató-rias, após a aplicação da corrente galvânica, foram os neutrófilos. A aplicação da corrente galvânica

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provoca lesão das células locais, o que faz com que mediadores químicos (histamina, bradici-nina) sejam liberados. Esses mediadores desem-penham um papel fundamental para orientar a formação da rede capilar no local da lesão (neo-vascularização). Os neutrófilos são as primeiras células a chegarem ao local da lesão iatrogênica, envolvendo os resíduos causados pela destruição eletroquímica20. A principal função dos neutró-filos é a remoção, por fagocitose, dos elementos indesejáveis relacionados à lesão tecidual. Essa ação é considerada ponto de partida para as res-postas subsequentes de reparo e crescimento teci-dual4,25. Para isso, os neutrófilos ativados liberam proteases lisossomais que degradam as proteínas locais. A resposta mediada pelos neutrófilos deve ser aguda e muito bem regulada, a fim de preser-var a integridade das células e tecidos ao redor de onde o evento inflamatório está ocorrendo, e evitar a exacerbação do dano por meio de um aumento na produção de Espécies Reativas de O2 (EROs)26. Foi encontrado também no G4 presença de mastócitos, que produzem uma variada gama de mediadores inflamatórios. Liberam ainda substâncias com atividades biológicas responsá-veis pela modulação das respostas inflamatórias e imunológicas. Essa atividade é de extrema im-portância nos processos inflamatórios e de re-paro. Os mastócitos podem estar implicados no reparo tecidual e na síntese de colágeno, por meio da produção de triptase, que estimula os fibro-blastos a produzir colágeno, assim, contribuindo para o reparo tecidual27,28.

No G5 (MEP® ligado, sacrifício após 24 ho-ras), observou-se uma maior quantidade de célu-las inflamatórias, principalmente de macrófagos comparado com os demais grupos. Esse proces-so de migração e fagocitose ocorre dentro de poucas horas do trauma, e a migração de células fagocíticas é facilitada pela liberação de substân-cias quimiotáxicas no local do dano, de modo a atuar como informantes da localização da lesão onde a neovascularização é necessária para pro-mover o fornecimento de nutrientes e oxigênio. Em um trabalho29, observou-se, um ou dois dias após a aplicação da eletrólise, a presença de ma-

crófagos, ajudando a garantir a continuidade do processo de fagocitose. Diferentemente do es-tudo observado anteriormente, nesta pesquisa, pode-se verificar a presença de células inflama-tórios imediatamente após a aplicação do MEP, bem como nas 24 horas seguintes à utilização da técnica, caracterizando o estímulo inflamatório gerado no tecido.

A capacidade de regeneração do músculo depende, primariamente, de uma população es-pecífica de células tronco musculares normais em repouso, chamadas de células satélite pela sua posição particular e sua íntima associação com as fibras musculares. As células inflamató-rias que penetram no músculo lesado parecem ser as mais importantes, a par das satélites, para uma regeneração de sucesso. Entre essas células inflamatórias, são os macrófagos que desempe-nham o papel mais importante nesse processo reparatório. Em resposta ao dano vascular local e sinais enviados pelas miofibras em degeneração, essas células extravasam do sangue e infiltram nas áreas lesadas, para fagocitar detritos fibrosos. Além dessa função essencial, células inflamató-rias produzem fatores de crescimento, citocinas, mediadores inflamatórios, e sinais de dano que tem um forte impacto no comportamento de célu-las satélites durante o processo de reparo30.

Com isso, considera-se que a corrente gal-vânica utilizada percutaneamente age na ativa-ção de mecanismos inflamatórios necessários para a regeneração do tecido, provocando uma reação química que resulta em um processo de destruição de tecido necrótico e fibrótico e um aumento na quantidade de fibroblastos, fibras colágenas e elásticas, além da formação de no-vos vasos17.

Vale destacar que este estudo possui como limitações a ausência de uma análise quantitati-va para uma melhor contagem das células infla-matórias. Outra limitação foi a não realização de grupos para observar os efeitos tardios da cor-rente galvânica. Sugere-se a realização de novas investigações utilizando também a análise quan-titativa e observação do efeito tardio da corrente, bem como de lesões musculares e tendíneas, a

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Análise histológica dos efeitos imediato da microeletrólise percutânea (MEP®) no tecido muscular sadio de ratos Wistar

fim de observar os resultados do tratamento so-bre o processo inflamatório e degenerativo.

Conclusão

Por meio da análise histológica das amos-tras dos cinco grupos, foi possível concluir que a MEP® promove alterações no tecido muscular, decorrente do efeito mecânico da agulha de acu-puntura e do efeito eletroquímico da corrente galvânica.

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