DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · O SISTEMA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO BANCO DO...

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DÉBORA ALVES DA SILVA GESTÃO DE DESEMPENHO POR COMPETÊNCIAS: O SISTEMA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO BANCO DO BRASIL. Monografia apresentada ao Curso de Pós- Graduação em Gestão Estratégica e Qualidade da Universidade Cândido Mendes, como condição prévia para a conclusão do curso. Orientador: Koffi Djima Amouzou, Professor Brasília - 2009 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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DÉBORA ALVES DA SILVA

GESTÃO DE DESEMPENHO POR COMPETÊNCIAS:

O SISTEMA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL

DO BANCO DO BRASIL.

Monografia apresentada ao Curso de Pós-

Graduação em Gestão Estratégica e Qualidade da

Universidade Cândido Mendes, como condição

prévia para a conclusão do curso.

Orientador: Koffi Djima Amouzou, Professor

Brasília - 2009

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DÉBORA ALVES DA SILVA

GESTÃO DE DESEMPENHO POR COMPETÊNCIAS:

O SISTEMA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL

DO BANCO DO BRASIL.

Monografia aprovada em 11 de Maio de 2009.

Nota Atribuída: __________

_____________________________________ Koffi Djima Amouzou, Professor

Orientador – Universidade Cândido Mendes

Brasília, 2009

AGRADECIMENTOS

A Deus e ao Mestre Jesus que nunca me abandonaram.

Aos meus pais, José Carlos e Sônia, que são meus exemplos e sempre

me apoiaram nesta jornada em busca do mais valioso conhecimento.

Ao meu namorado, Fernando, por todo o carinho e paciência a mim

dispensados.

E a todos que colaboraram direta ou indiretamente para a realização

deste objetivo.

“A revolução em que acredito é aquela

ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo que

começa pela corrigenda de cada um, na base

do façamos aos outros aquilo que desejamos que

os outros nos façam.”

Chico Xavier

RESUMO

O tema desta monografia questiona a relevância dos Recursos Humanos nas organizações e analisa a Gestão de Desempenho utilizada pelo Banco do Brasil. Inicialmente conceituou-se Avaliação de Desempenho (AD), relatando aspectos gerais, os principais métodos existentes e algumas críticas ao processo. Em seguida, relatou-se especificamente sobre a Gestão de Desempenho praticada pelo Banco do Brasil. No objeto do Estudo de Caso, entrevistou-se os funcionários da Diretoria de Micro e Pequenas Empresas, ocupantes de variados cargos, de modo a saber qual a opinião deles sobre a Gestão de Desempenho por Competências (modelo adotado pela empresa). Concluímos que a GDC tem fundamental importância no resultado gerencial da empresa, considerando que ela realiza um acompanhamento do desempenho do funcionário, buscando promover uma melhora na carreira profissional e, com isso, gerar nele uma motivação para o bom desempenho no trabalho realizado, além de incentivá-lo ao seu autodesenvolvimento, mostrando a importância de manter-se atualizado com o mercado e os objetivos do Banco.

LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 01 – Distribuição dos Respondentes por Idade 40

Tabela 02 – Distribuição dos Respondentes por Grau de Instrução 41

Tabela 03 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Banco 42

Tabela 04 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Agência 42

Tabela 05 – Distribuição dos Respondentes por Cargo 43

Tabela 06 – A nova Gestão de Desempenho do Banco tem caráter formativo 44

Tabela 07 – A etapa de acompanhamento do sistema me faz sentir valorizado 45

Tabela 08 – A avaliação semestral favorece análises mais próximas dos eventos e aspectos avaliados 46

Tabela 09 – A avaliação 360º permitirá um resultado mais justo 47

Tabela 10 – Os avaliadores demonstram suficiente preparo na missão de avaliar 48

Tabela 11 – O sistema de pontuação traduz objetivamente o desempenho do funcionário 49

Tabela 12 – O novo sistema oferece treinamento específico para o servidor superar seus pontos fracos 50

Tabela 13 - Conheço os objetivos do novo sistema da Gestão de Desempenho do BB 51

Tabela 14 – Receber apontamentos sobre suas carências é constrangedor 52

Tabela 15 – Percebo que o novo sistema é falho 53

Tabela 16 – A mentalidade dos avaliadores é a de salientar os pontos fracos do avaliado 54

Tabela 17 – É comum que os avaliadores avaliem na média, evitando posicionamentos extremos 55

Tabela 18 – O novo sistema de avaliação, GDC, acirra o individualismo e a competição entre os colegas 56

Tabela 19 – O novo sistema de avaliação traz novos interesses para o trabalho do avaliado 57

Tabela 20 – O novo sistema de avaliação modificou positivamente meu desempenho no trabalho 58

LISTA DE GRÁFICOS

Pág.

Gráfico 01 – Distribuição dos Respondentes por Idade 40

Gráfico 02 – Distribuição dos Respondentes por Grau de Instrução 41

Gráfico 03 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Banco 42

Gráfico 04 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Diretoria 43

Gráfico 05 – Distribuição dos Respondentes por Cargo 43

Gráfico 06 – A Gestão de Desempenho do Banco tem caráter formativo 45

Gráfico 07 – A etapa de acompanhamento do sistema me faz sentir valorizado 46

Gráfico 08 – A avaliação semestral favorece análises mais próximas dos eventos e aspectos avaliados 47

Gráfico 09 – A avaliação 360º permitirá um resultado mais justo 48

Gráfico 10 – Os avaliadores demonstram suficiente preparo na missão de avaliar 49

Gráfico 11 – O sistema de pontuação traduz objetivamente o desempenho do funcionário 50

Gráfico 12 – O sistema oferece treinamento específico para o servidor superar seus pontos fracos 51

Gráfico 13 - Conheço os objetivos do novo sistema da Gestão de Desempenho do BB 52

Gráfico 14 – Receber apontamentos sobre suas carências é constrangedor 53

Gráfico 15 – Percebo que o novo sistema é falho 54

Gráfico 16 – A mentalidade dos avaliadores é a de salientar os pontos fracos do avaliado 54

Gráfico 17 – É comum que os avaliadores avaliem na média, evitando posicionamentos extremos 55

Gráfico 18 – O sistema de avaliação, GDC, acirra o individualismo e a competição entre os colegas 56

Gráfico 19 – O sistema de avaliação traz novos interesses para o trabalho do avaliado 57

Gráfico 20 – O sistema de avaliação modificou positivamente meu desempenho no trabalho 58

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Relação entre Perspectivas e Competências Fundamentais 37

Quadro 2 – Conceitos na Avaliação de Competências e Metas 38

SUMÁRIO

Pág. 1. Introdução 08 2. Justificativa 09 3. Questões a serem respondidas 09 4. Objetivos 10

4.1. Objetivos Gerais 10 4.2. Objetivos Específicos 10

5. Referencial Teórico 10 5.1. Conceitos 13 5.2. Gerenciamento do Desempenho Humano na Organização 15 5.3. Métodos e Instrumentos Usuais na Avaliação de

Desempenho 18

5.3.1. Escala Gráfica 18 5.3.2. Escolha Forçada 19 5.3.3. Pesquisa de Campo ou Revisão de Campo 20 5.3.4. Incidentes Críticos 20 5.3.5. Comparação aos Pares ou Comparação Binária 21 5.3.6. Frases Descritivas 21 5.3.7. Auto-Avaliação 21 5.3.8. Avaliação por Objetivos 21 5.3.9. Método de Avaliação 360 Graus 22 5.3.10. Métodos Mistos 23

5.4. Balanced Scorecard na Gestão de Desempenho Humano 23 5.5. Desenvolvimento da Capacidade Humana na Organização 26

5.5.1. Educação e Treinamento 26 5.5.2. Qualificação Profissional e Habilidade 27

5.6. Críticas ao processo de Avaliação de Desempenho 28 6. Metodologia 30

6.1. Tipologia da Pesquisa 30 6.2. Definição dos Limites para a Pesquisa de Campo 31 6.3. Sujeitos da Pesquisa de Campo 31 6.4. Descrição da Coleta de Dados 31 6.5. Descrição do Tratamento e Análise dos Dados 32

7. Gestão de Desempenho por Competências – Novo Modelo de Avaliação Funcional 32

7.1. Objetivos da Gestão de Desempenho por Competências 34 7.2. Estrutura da Gestão de Desempenho por Competências 36 7.3. Etapas da Gestão de Desempenho por Competências 39

8. Resultados e Discussão da Pesquisa sobre a Gestão de Desempenho por Competências – GDC 40

8.1. Perfil dos Entrevistados 340 8.1.1 Idade 40 8.1.2 Grau de Instrução 41 8.1.3 Tempo de Banco 41 8.1.4 Tempo de Diretoria 42 8.1.5 Cargo 43

8.2. Questões que envolvem o Avaliado, o Avaliador e o Novo Sistema de Gestão de Desempenho por Competências 44

8.2.1 A Gestão de Desempenho do Banco tem caráter formativo 44

8.2.2 A etapa de acompanhamento do sistema me faz sentir valorizado 45

8.2.3 A avaliação semestral favorece análises mais próximas dos eventos e aspectos avaliados 46

8.2.4 A avaliação 360º permitirá um resultado mais justo 47 8.2.5 Os avaliadores demonstram suficiente preparo na

missão de avaliar 48

8.2.6 O sistema de pontuação traduz objetivamente o desempenho do funcionário 49

8.2.7 O sistema oferece treinamento específico para o servidor superar seus pontos fracos 50

8.2.8 Conheço os objetivos do novo sistema da Gestão de Desempenho do BB 51

8.2.9 Receber apontamentos sobre suas carências é constrangedor 52

8.2.10 Percebo que o novo sistema é falho 53 8.2.11 A mentalidade dos avaliadores é a de salientar os

pontos fracos do avaliado 54

8.2.12 É comum que os avaliadores avaliem na média, evitando posicionamentos extremos 55

8.2.13 O sistema de avaliação, GDC, acirra o individualismo e a competição entre os colegas 56

8.2.14 O sistema de avaliação traz novos interesses para o trabalho do avaliado 57

8.2.15 O sistema de avaliação modificou positivamente meu desempenho no trabalho 57

9. Conclusão 59 10. Referências 62 11. Apêndice 63

1. INTRODUÇÃO

Nas três últimas décadas, a freqüente utilização do termo “competência”

no campo da gestão organizacional fez com que este adquirisse variadas

conotações. Ao definir a expressão, concepções que possuem aceitação mais

ampla, tanto no meio acadêmico como no ambiente organizacional, procuram

considerar as diversas dimensões do trabalho (cognitiva, psicomotora e afetiva),

assim como associar competência ao desempenho, dentro de um contexto ou de

uma estratégia organizacional específica.

Hoje, vivemos um momento de transição do ambiente econômico, onde a

nova economia demanda mais criatividade, aprendizado, conhecimento, motivação,

inovação e empreendimento.

As empresas precisam rever suas práticas gerenciais, cultura, valores,

estrutura e processos, para sobreviver a um mundo cada vez mais globalizado e

competitivo.

O grande desafio empresarial é desenvolver a qualificação e o potencial

de sua força de trabalho para o alto desempenho. O aumento da produtividade, a

geração de lucros, a satisfação dos clientes e a permanência no mercado passam,

necessariamente, por eficaz acompanhamento e avaliação de desempenho de seu

empregados.

Neste contexto, sente-se a importância da implantação de uma estratégia

de avaliação do desempenho para um correto direcionamento dos esforços das

empresas e a melhoria dos resultados organizacionais. Cabem ações que vinculem

o desenvolvimento profissional dos empregados aos objetivos da organização.

A finalidade essencial deste trabalho é apresentar o modelo de Gestão de

Desempenho adotado pelo Banco do Brasil na visão dos funcionários para saber se

os objetivos da Gestão de Desempenho por Competências estão claros e sendo

atingidos, de modo a agregar na carreira do funcionário e no seu desenvolvimento

profissional.

2. JUSTIFICATIVA

Com o advento de novas concepções, acerca da organização e do

homem, surgiram novas dimensões para o problema da integração, pois nem

sempre o relacionamento indivíduo versus organização é cooperativo e satisfatório.

Na maioria das vezes, é um relacionamento tenso e conflitante, pois os objetivos

organizacionais nem sempre vão ao encontro dos objetivos individuais.

Assim, a organização espera e impõe responsabilidade ao indivíduo, isto

é, ela apresenta um desafio, enquanto o indivíduo traz para dentro dela uma

bagagem de competências, na forma de conhecimentos, habilidades e atitudes.

Também são trazidas necessidades e expectativas a respeito do seu

desenvolvimento pessoal e profissional.

Considerando que o setor bancário é um dos setores que mais sofrem o

impacto das conjunturas política, econômica e financeira do Brasil, torna-se cada vez

mais necessária a utilização de sistemas que apóiem o gerenciamento desse tipo de

empresa, talvez mais do que para os demais casos.

Diante das vantagens e benefícios que o sistema de gestão de

desempenho oferece, este trabalho, além da necessária abordagem teórica,

pretende apresentar e analisar o sistema de avaliação funcional do Banco do Brasil,

a Gestão de Desempenho por Competências, trazendo à tona todo o histórico de

avaliação funcional da instituição bancária, verificando-se a necessidade da

qualificação profissional, para que o gerenciamento dos negócios e das pessoas

traga resultados cada vez mais satisfatórios para a clientela e, por conseqüência,

para a organização, beneficiando a empresa, os funcionários e todos os usuários do

serviço prestado pelo Banco do Brasil.

3. QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS

• O que é gestão de desempenho?

• Qual a importância da gestão de desempenho no resultado gerencial

de uma empresa?

• De que forma um sistema de gestão de desempenho pode gerar

motivação nos funcionários e incentivar o auto-desenvolvimento

profissional?

4. OBJETIVOS

4.1. Objetivo Geral

Identificar a percepção dos funcionários do Banco do Brasil face ao

sistema de Avaliação de Desempenho – a GDC, visando analisar sua influência no

desempenho do funcionário para o desenvolvimento de suas competências.

4.2. Objetivos Específicos

• Analisar na bibliografia sobre o tema as definições, conceitos,

princípios e a evolução do conceito de Gestão de Desempenho por

Competências.

• Identificar os fatores de competências relevantes na definição e

elaboração de estratégias de capacitação para o desenvolvimento e

aprimoramento dos resultados em uma organização financeira.

• Analisar as vantagens e desvantagens das competências utilizadas no

sistema de avaliação de desempenho – a GDC – do Banco do Brasil,

por meio de um estudo de caso.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

A globalização mundial pressionou fortemente as empresas a buscar a

excelência como única alternativa para a sobrevivência, em um mundo complexo e

desafiante. Uma das conseqüências foi à redução de níveis hierárquicos, diminuindo

acentuadamente a distância entre chefes e subordinados. Essa aproximação trouxe

inevitavelmente novas tendências na avaliação do desempenho humano. Isto quer

dizer que sempre se está envolvido em processos de avaliação, independentemente

de que lado seja: avaliado ou avaliador.

Os complicados processos estruturados de avaliação do desempenho

estão sendo abolidos para dar lugar à avaliação qualitativa das pessoas de forma

direta e sem depender dos relatórios sucessivos até chegar ao responsável pelo

tratamento e tomada de decisão. Curiosamente, esta parece ser uma retomada da

crença dos primeiros processos de avaliação, em que a opinião pessoal do avaliador

era pacificamente aceita. Isso antes de se buscar uma absoluta, e impossível,

objetividade. A diferença é que, agora, os processos são formalizados e procura-se

ouvir mais de um avaliador, como forma de reduzir a subjetividade.

Por outro lado, a busca da excelência é feita à base de investimentos em

treinamento, capacitação e desenvolvimento das pessoas, hoje considerados

talentos humanos a serem estimulados e desenvolvidos e não simplesmente

recursos humanos em disponibilidade.

De nada vale, porém, promover mudanças sem o devido treinamento

orientador e motivador dos agentes dessas transformações – os funcionários – para

que possam ser alvos delas e, simultaneamente, empreendê-las. Também, de nada

vale treinar, capacitar e desenvolver as pessoas sem um adequado sistema de

avaliação do desempenho, capaz de indicar o acerto ou não das medidas tomadas,

isto é, mostrar se o caminho escolhido está sendo seguido e se irá levar aos

objetivos desejados.

5.1. Conceitos

A Avaliação de Desempenho (AD) foi originalmente estruturada para

mensurar o desempenho e o potencial do funcionário, sendo uma avaliação

sistemática de responsabilidade dos supervisores ou outros superiores hierárquicos,

supostamente familiarizados com as rotinas e demandas do trabalho.

A AD é tradicionalmente definida como o processo que busca mensurar

objetivamente o desempenho e fornecer aos colaboradores informações sobre a

própria atuação, de forma que possam aperfeiçoá-la sem diminuir sua

independência e motivação para a realização do trabalho. O desempenho se reflete

no sucesso da própria organização e talvez por isso é característica mais óbvia a ser

medida.

Em muitas organizações, a Avaliação de Desempenho é tratada como um

procedimento de grande importância na gestão de recursos humanos. Muitos

gestores veem na AD um conjunto de vantagens proveitosas para a melhoria da

produtividade, sendo um meio para desenvolver os recursos humanos da

organização, pois torna possível identificar os empregados que possuem

qualificação superior à requerida pelo cargo, identificar o grau de contribuição de

cada empregado para a organização, verificar em que medida os programas de

treinamento têm contribuído para a melhoria do desempenho dos empregados,

promover o autoconhecimento e o autodesenvolvimento dos empregados, além de

fornecer subsídios para elaboração de planos de ação para desempenhos

satisfatórios e para definir o perfil requerido dos ocupantes dos cargos,

influenciando, ainda, as políticas de remuneração e promoção.

O entendimento de que a Avaliação de Desempenho de uma organização

deve estar vinculada com a sua estrutura e seus objetivos não é recente. No que se

refere ao desempenho humano, essa concepção de associação entre ações das

pessoas e objetivos e metas organizacionais é manifestada por alguns autores como

Bergamini (1992), Chiavenato (1994 e 1998), Lucena (1992) e Harrington (1997), os

quais enfatizam tal proposição.

Vista como “apreciação do desempenho do indivíduo no cargo”

(Chiavenato, 1994), a AD está associada às práticas de Administração de Recursos

Humanos. Enfatiza o autor que a Avaliação de Desempenho é um “conceito

dinâmico”, haja vista acreditar na existência de permanente avaliação – formal ou

informalmente – dentro das organizações.

Lucena (1992, p.26) vê a Avaliação de Desempenho como a verificação

da “atuação da força de trabalho na produção de resultados”, reforçando que “o

conceito de avaliação de desempenho abrange como premissa básica a

confrontação de algo que acontece (resultado) com algo que foi estabelecido antes

(meta)”.

Segundo BERGAMINI e BERALDO (1992, p.13)

“caracteriza-se a avaliação de desempenho em termos institucionais como o

processo que prevê oportunidades mais definidas de entendimento entre as

pessoas, propondo a revisão e a atualização mais permanente do seu

próprio comportamento. Isto significa que o processo de avaliação do

desempenho humano nas organizações implica menos na criação de um

instrumental técnico sofisticado e mais no desenvolvimento de uma

atmosfera em que as pessoas possam relacionar-se umas com as outras de

maneira espontânea, franca e confiante”.

Percebe-se que a Avaliação de Desempenho possui relativa

importância na gestão dos sistemas organizacionais, uma vez que está relacionada

com o gerenciamento do capital intelectual da empresa e diretamente ligada aos

resultados.

5.2. Gerenciamento do Desempenho Humano na Organização

Segundo Lucena (1992), a etapa de AD se constitui o “ponto crítico” do

processo de gestão de desempenho.

A capacidade do avaliador possui influência não somente sobre a figura

do avaliado, mas em toda a organização, pela repercussão das ações que possam

se originar do processo. Este interfere na etapa do gerenciamento (ou

acompanhamento) do desempenho, por estar em jogo o sucesso de um

empreendimento – razão da Avaliação de Desempenho.

O conjunto de fatores que interagem nessa etapa e, por consequência, as

possibilidades de adequações e composições possíveis, exigirão ações e decisões

dos avaliadores e gerentes. Sob o ponto de vista dos recursos humanos, Lucena

(1992) aponta a qualificação profissional, a cultura organizacional, o estilo gerencial,

o ambiente externo e a integração da equipe de trabalho, como componentes

básicos que afetam o desempenho.

Considera-se que os desempenhos dos indivíduos, nas suas funções, são

afetados por suas qualificações profissionais e pelo ambiente. O desempenho

esperado deve ser condizente com as habilidades e capacitação dos profissionais. O

ambiente, bem como os recursos necessários ao bom desenvolvimento da função,

devem ser favoráveis e suficientes ao atingimento do desempenho esperado.

A cultura da organização revela, com precisão, para onde convergem as

atividades da empresa. Dela decorre a ênfase que a estrutura administrativa coloca

em suas ações, determinadas por políticas, diretrizes e normas emanadas dos

conselhos superiores da organização. É de difícil mudança e influencia

consideravelmente na avaliação do desempenho do funcionário.

O ambiente externo é outro ponto a ser considerado e que se tornou

decisivo para as organizações. Esse tem moldado as estratégias organizacionais e

influenciado de forma definitiva a organização dos trabalhos. A capacidade dos

indivíduos de aprenderem os movimentos do ambiente externo tornou-se

fundamental para as organizações, sobretudo as que se inserem em mercados

competitivos.

Com relação à equipe de trabalho, sabe-se que a convivência entre as

pessoas é um fato marcante em termos do destino da vida de cada um. O sucesso

ou insucesso na formação de vínculos interpessoais é inegavelmente fonte de

alegria ou sofrimento e pode ser um poderoso determinante dos níveis dos

sentimentos de auto-estima de cada um.

A empresa precisa nutrir um ambiente de grupo com dinamismo e

barreiras flexíveis, no qual os funcionários podem superar as deficiências inerentes

aos sistemas de gerenciamento hierárquicos. Uma equipe que funciona

adequadamente conta com metas e, igualmente, com recursos claramente definidos

para conseguí-las, incluindo entre os recursos a capacidade de conduzir o próprio

trabalho.

Um aspecto a considerar é que a integração só será plena e irrestrita

quando levada em conta à possibilidade de uma gestão participativa. O princípio

básico de qualquer integração está na forma como a empresa, através de seus

dirigentes, se relaciona com seus colaboradores. Uma equipe só existe e só se

integra a seu trabalho na medida em que apresenta uma certa coesão.

A AD permite à empresa conhecer o desempenho do funcionário.

Geralmente, sua aplicação ocorre periodicamente. Sua utilização contínua

possibilitará à empresa obter o histórico do funcionário, ou da equipe, no que diz

respeito ao desempenho apresentado no período avaliado, facilitando, assim, o

gerenciamento.

Através do gerenciamento, a empresa pode montar um programa de

recompensas que motivará e estimulará o bom desempenho do funcionário ou da

equipe, uma vez que eles estarão sendo reconhecidos pela execução da sua tarefa.

Segundo ZIGON (2000), as recompensas ajudam a gerenciar:

a) Incrementando o desempenho do funcionário para o que a empresa

espera;

b) Fazendo com que o funcionário repita o desempenho que alcançou ou

excedeu suas expectativas;

c) Contribuindo para que bons desempenhos se tornem mais frequentes;

d) Ajudando a criar um ambiente de trabalho mais agradável, onde as

recompensas são usadas mais frequentemente que a disciplina para

gerir o comportamento do pessoal.

As recompensas podem ser:

• Reconhecimento: onde é demonstrado através de elogio, declaração

ou certificado, reconhecimento público, agradecimento informal, cartas,

divulgação (jornal da empresa) e prêmios, a satisfação pelo

desempenho do funcionário ou da equipe.

• Tarefas: a empresa pode designar novos desafios para o funcionário,

diminuir suas obrigações (geralmente a que ele não aprecia), designar

parceiros com os quais o funcionário gosta de trabalhar, dar mais

oportunidades de treinamento, buscando satisfazer o funcionário ou

equipe recompensada.

• Responsabilidades: dar oportunidades de autogerenciamento, permitir

maior autoridade para decidir ou implementar mudanças, permitir maior

frequência na tomada de decisões ou participação na tomada de

decisões, permitir mais oportunidades de selecionar suas próprias

metas ou tarefas.

• Tangíveis: a empresa pode conceder aumentos, bônus em dinheiro,

prêmios, pagamento de viagens para encontro e congressos.

• Indicadores de Status: o funcionário ou a equipe pode conseguir maior

área de trabalho, aumento na quantidade de funcionários,

equipamentos atualizados, novo título do cargo.

• Atividades Pessoais: pode ser concedido mais ou maiores intervalos ou

maior tempo para almoço, saída mais cedo, descanso com ou sem

remuneração, engajamento em atividades criativas (trabalho com

invenções ou publicações).

• Alívio de Políticas ou Procedimentos Desagradáveis: isenção quanto a

procedimentos de controle da empresa ou à supervisão direta.

• Alívio de Ambiente de Trabalho Desagradável: melhora na iluminação,

na temperatura do ambiente e na diminuição de ruídos, transferência

de colegas ou gerentes desagradáveis.

5.3. Métodos e Instrumentos Usuais na Avaliação de Desempenho

Qualquer pesquisa que procure identificar os métodos e instrumentos

utilizados, fatalmente irá apresentar como resultado um número de práticas

aproximado ao de organizações pesquisadas. Isto porque as empresas procuram

adaptar os métodos à sua realidade. Segue a apresentação dos mais usuais

métodos para avaliar desempenho.

5.3.1 Escala Gráfica

Trata-se de método que avalia o desempenho das pessoas através de

fatores de avaliação previamente definidos e graduados. Utiliza um formulário de

dupla entrada, no qual as linhas em sentido horizontal representam os fatores de

avaliação de desempenho, enquanto as colunas em sentido vertical, representam os

graus de variação daqueles fatores. Os fatores são previamente selecionados para

definir, em cada empregado, as qualidades que se pretende avaliar.

Existem três variações:

• Escalas gráficas contínuas: consiste em escalas onde apenas os dois

pontos extremos são definidos;

• Escalas gráficas semicontínuas: há a inclusão de pontos intermediários

definidos entre os pontos extremos (insatisfatórios e excelentes);

• Escalas gráficas descontínuas: a posição das marcações já está

previamente fixada e descrita, o avaliador terá uma delas para avaliar o

desempenho do avaliado (regular e bom).

Este método exige muitos cuidados, a fim de neutralizar a subjetividade e

o pré-julgamento do avaliador para evitar interferências.

CHIAVENATO (1994) relata como sendo o método mais simples, mais

utilizado e divulgado, também o mais criticado, porque reduz os resultados a

expressões numéricas através de tratamentos estatísticos ou matemáticos para

neutralizar as distorções de ordem pessoal dos avaliadores.

5.3.2 Escolha Forçada

Consiste em avaliar o desempenho dos indivíduos por intermédio de

frases descritivas por determinadas alternativas dos tipos de desempenho individual.

Em cada bloco, ou conjunto composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador

deve escolher, forçosamente, apenas uma ou duas alternativas, que mais se aplicam

ao desempenho do empregado avaliado. As frases podem variar, porém

basicamente existem duas formas de composição:

1. Os blocos são formados por duas frases de significado positivo e de

duas de significado negativo. O supervisor ou avaliador, ao julgar o

empregado, escolhe a frase que mais se aplica e a que menos se

aplica ao desempenho da avaliado.

2. Os blocos são formados apenas por quatro frases com significado

positivo. O supervisor ou avaliador, ao julgar o empregado, escolhe as

frases que mais se aplicam ao desempenho do avaliado.

PONTES (1986, P.21) avalia que este método:

“não permite garantir os objetivos amplos que desejamos obter de um

sistema de avaliação de desempenho e dado a sua rigidez, pode levar a

danos desastrosos em matéria de motivação e produtividade na

organização”.

5.3.3 Pesquisa de Campo ou Revisão de Campo

É feito pelo chefe, com assessoria de um especialista (staff) em Avaliação

de Desempenho. O especialista vai a cada sessão para entrevistar a chefia sobre o

desempenho de seus respectivos subordinados. Embora a Avaliação seja

responsabilidade de cada chefe, há uma ênfase na função de staff em assessorar da

maneira mais completa.

As entrevistas devem ser feitas a partir de um roteiro básico, que inclui as

fases de avaliação inicial, análise suplementar, planejamento e acompanhamento.

Sua aplicação torna-se inviável por exigir uma equipe de analistas de

avaliação, o que onera o método, embora apresente dados mais confiáveis. É mais

apropriado para o nível operacional.

5.3.4 Incidentes Críticos

É um método de avaliação de desempenho simples, pois se baseia no

fato de que no comportamento humano, existem certas características extremas,

capazes de levar a resultados positivos. O método desloca a ênfase dada às

características implícitas e se concentra no comportamento observado e nos

resultados.

Uma técnica sistemática, por meio da qual o supervisor imediato observa

e registra os fatos excepcionalmente positivos e os fatos excepcionalmente

negativos a respeito do desempenho dos seus subordinados. Focaliza tanto as

exceções positivas como as negativas no desempenho das pessoas.

“As exceções positivas devem ser realçadas e mais utilizadas e as

negativas devem ser corrigidas e eliminadas. Cada fator de avaliação é

utilizado em termos de incidentes críticos ou excepcionais.” (CHIAVENATO,

1998,p.343)

5.3.5 Comparação aos Pares ou Comparação Binária

Consiste em comparar os empregados dois a dois. Anota-se, em uma

coluna à direita, aquele que é considerado melhor, quanto ao desempenho. Ao final,

os avaliados são classificados pela quantidade de vezes que foram considerados

melhores em relação aos seus pares.

É um método simples, mas pouco eficiente. Somente deve ser utilizado

quando os avaliadores não tiverem condições de usar métodos mais apurados de

avaliação. O método tende a ser um instrumento meramente de apreciação relativa

e tem aumentada a sua dificuldade operacional à medida que cresce o número de

pessoas a avaliar.

5.3.6 Frases Descritivas

É um método que não exige obrigatoriedade na escolha de frases. O

avaliador assinala apenas as frases que caracterizam o desempenho do

subordinado (sinal “+” ou “s”) e aquelas que realmente demonstram o oposto de seu

desempenho (sinal “-“ ou “n”).

5.3.7 Auto-Avaliação

É o método por meio do qual o próprio empregado é solicitado a fazer

uma sincera análise de suas próprias características de desempenho. No processo,

podem ser utilizadas sistemáticas variáveis, inclusive formulários baseados nos

esquemas apresentados em diversos métodos de avaliação do desempenho já

descritos.

5.3.8 Avaliação por Objetivos

CHIAVENATO (1994) propõe que neste método de avaliação o gestor e o

colaborador negociam os objetivos a alcançar durante um período de tempo. Os

objetivos devem ser específicos, mensuráveis e estar alinhados aos objetivos da

organização. Periodicamente o gestor e o colaborador devem se reunir e discutir o

nível de desempenho, podendo ser renegociados os objetivos. O colaborador

precisa estar motivado para apresentar planos, propor correções e sugerir novas

idéias. Em contrapartida o gestor deve comunicar o seu agrado (ou desagrado)

perante os resultados alcançados e propor também correções. A avaliação vai assim

tomando forma através da análise do desempenho do colaborador. O desempenho

deve estar, contudo, limitado aos objetivos negociados. O gestor não deve

considerar aspectos que não estavam previstos nos objetivos, ou que não tivessem

sido comunicados ao colaborador. Deve ser permitido ao colaborador apresentar a

sua auto-avaliação e discutí-la com o gestor.

Quando chega o momento de o gestor comunicar a avaliação dos seus

colaboradores, tanto um como o outro tem consciência dos resultados que foram

alcançados e se foram satisfeitos, ou não, os objetivos. Desta forma, o colaborador

sabe de antemão o que se espera dele, e sabe se a avaliação que lhe foi atribuída é

justa ou não, pois já recebeu previamente o feedback do seu gestor. Por outro lado,

não poderá por em causa a avaliação dos colegas, pois os objetivos são negociados

individualmente.

A política de progressão de carreiras, ou de aumentos salariais, também

pode estar incluída neste processo, podendo os colaboradores e o gestor negociar

mediante o alcance dos resultados esperados.

5.3.9 Método de Avaliação 360 Graus

É um instrumento que visa identificar as competências do profissional,

objetivando a eficácia nos processos empresariais em sua qualidade de vida no

trabalho. A flexibilidade dessa sistemática permite que seu conteúdo seja definido

como padrão, podendo ser adaptado à cultura organizacional.

O funcionamento desta avaliação se caracteriza pelo processo dinâmico,

onde o profissional tende a ser avaliado por um grupo de aproximadamente dez

profissionais, incluindo a sua auto-avaliação. O instrumento de avaliação permite

que o profissional seja avaliado em duas áreas, a Gerencial e Funcional. Cada uma

das áreas implica nas seguintes competências:

• ÀREA GERENCIAL: negócios, estratégias, trabalho em grupo,

relacionamento e características pessoais.

• ÀREA FUNCIONAL: resultados, integração, trabalho em equipe,

relacionamento e características pessoais.

Os resultados obtidos poderão ser visualizados através de gráficos, por

área de competência, por grupo de avaliadores e pela média geral obtida.

A área de Recursos Humanos, ao adotar a avaliação de 360 graus, tem

como foco identificar as respectivas competências:

• Potencial individual, levantamento de talentos humanos;

• Potencial da equipe, identificando profissionais compatíveis à sua

formação;

• Inter-relação do potencial individual e da equipe, quanto a

alavancagem de estratégias relacionadas aos produtos e serviços

comercializados pela empresa.

Portanto, a Avaliação 360 graus é um processo de feedback profissional

dinâmico, interativo, de fácil manuseio, abrangendo as pessoas envolvidas

diretamente com a unidade organizacional. As informações sobre a performance da

empresa se dará de acordo com os atributos de competência (qualidade,

planejamento, comunicação, flexibilidade, entre outros).

5.3.10 Métodos Mistos

Nas organizações que se caracterizam pela complexidade de seus

cargos, é muito comum se recorrer a um composto de métodos na composição do

modelo de Avaliação de Desempenho.

5.4. O Balanced Scorecard na Gestão de Desempenho Humano

A utilização do Balanced Scorecard – BSC – na gestão do desempenho

humano será especialmente analisada, considerando-se a sua importância para este

trabalho, pelo fato de ser este o modelo teórico utilizado no sistema de Avaliação de

Desempenho do Banco do Brasil, empresa que está sendo analisada neste estudo

de caso.

O método foi criado por David Norton, executivo principal do Nolan

Norton, e Robert Kaplan, a partir do estudo motivado pela crença de que os métodos

existentes para avaliação do desempenho empresarial estavam se tornando

obsoletos. A intenção é de tornar o BSC, este sistema, uma ferramenta para o

controle de gestão e viável à Avaliação de Desempenho.

As observações feitas por Kaplan & Norton (1997) relatam que

representantes de várias empresas reuniram-se a cada dois meses, durante o ano

de 1990, com a finalidade de desenvolver um novo modelo de medição de

desempenho.

O sistema de monitoramento de resultados está focado em quatro

dimensões, como segue, sendo que em cada uma são adotados indicadores

relacionados às estratégias organizacionais:

• Resultados financeiros, tendo como indicadores: lucro, crescimento e

composição de receita, redução de custos, melhoria de produtividade,

utilização dos ativos, estratégia de investimento;

• Posição em relação aos clientes, tendo como indicadores: participação

no mercado, retenção de clientes, aquisição de novos clientes,

satisfação dos clientes, rentabilidade dos clientes, qualidade do

produto, relacionamento com clientes, imagem e reputação;

• Processos internos do negócio, tendo como indicadores: inovação

(desenvolvimento de novos produtos e processos), operação

(produção, distribuição, vendas), serviços pós-vendas (assistência

técnica, atendimento a solicitação do cliente); e

• Aprendizagem e crescimento, tendo como indicadores:

desenvolvimento de competência da equipe, infra-estrutura

tecnológica, cultura organizacional e clima para ação.

O Balanced Scorecard tem como finalidade traduzir visão estratégica em

objetivos e medidas, através de um conjunto equilibrado de perspectivas. A adoção

do Marcador Balanceado pressupõe que seja estabelecida de acordo com a

estratégia empresarial, constituindo-se como instrumento para gerenciar a

implementação dessa estratégia. Por outro lado, Kaplan & Norton (1997), assinalam

a necessidade de que ao adotar tal ferramenta, a administração deva assinalar as

medidas financeiras e não financeiras adotadas para gerenciar a empresa.

“O Balanced Scorecard é um sistema de avaliação de desempenho

empresarial, cujo diferencial é reconhecer que os indicadores isoladamente

não são suficientes para avaliar.” (KAPLAN,1998)

Segundo um de seus criadores, as medições financeiras são

complementadas com avaliações sobre o cliente, processos internos que devem ser

aprimorados e análise das possibilidades de aprendizado e crescimento, bem como

investimentos em recursos humanos.

Seus autores partem do princípio de que é necessário ter bom

desempenho em várias dimensões para se conseguir êxito de longo prazo e não só

no aspecto financeiro.

O bom desempenho financeiro de uma empresa, aliado a boas relações

com seus clientes e excelentes processos não são garantias de que não será

superada pelos concorrentes.

Kaplan (1998,p.120) afirma que “O aprendizado e o crescimento são

aspectos-chaves porque formam a base da melhoria da qualidade e da inovação.”

O aprendizado e crescimento organizacional advém de três fontes

principais: pessoas, sistemas e procedimentos organizacionais. Desta maneira se

faz necessário avaliar as capacidades atuais das pessoas, dos sistemas e

procedimentos, visando atingir um desempenho inovador.

Nos dias atuais, faz-se necessário que a organização conte com pessoas

de grande capacidade intelectual, em vários níveis. Dessa forma, avaliam os seus

autores, o BSC representa um avanço quando utiliza o processo de feedback

estratégico, ao invés do sistema de controle descendente. As metas podem até

continuar a serem estabelecidas pela alta administração, mas elas devem ser

transmitidas de outra maneira para o restante da organização, possibilitando a

compreensão e planejamento estratégico por todos.

No Balanced Scorecard, o feedback estratégico tem a finalidade de

verificar se a estratégia realmente corresponde às expectativas existentes quando

elas foram fixadas, envolvendo todas as dimensões analisadas pelo método.

Pode-se verificar que existem diversos métodos de Avaliação de

Desempenho, tanto nos aspectos relacionados com a própria avaliação e com as

prioridades envolvidas, quanto na sua mecânica de funcionamento, pois há uma

tendência de cada organização ajustar os métodos as suas peculiaridades e

necessidades.

Chiavenato (1994, p.269), ao discutir os métodos de avaliação de

desempenho, observa que as técnicas podem variar de empresa para empresa bem

como dentro de cada uma delas. O que importa efetivamente é que o modelo

utilizado atenda os objetivos a que se propõe. Ressalta que “as avaliações de

desempenho, para serem eficazes, devem basear-se inteiramente nos resultados da

atividade do homem no trabalho e nunca apenas em suas características de

personalidade”.

5.5. Desenvolvimento da capacidade humana na organização

5.5.1. Educação e treinamento

Os ajustes nas empresas continuam e o mercado profissional está cada

vez mais seletivo. Porém a excelência de um quadro de funcionários bem

dimensionado aparece como diferencial máximo de competitividade para as

organizações que levam a sério essa história de construir cenários futuros. Investir

na capacitação e motivação dos funcionários ainda é o melhor negócio.

Educação e treinamento são responsabilidade da empresa e do

empregado. O profissional empregável é o que utiliza tecnologia e cultura, e se

preocupa com seu crescimento. Ao promover cursos, a empresa se torna um canal

para o desenvolvimento do potencial do indivíduo. A capacidade das pessoas é

desenvolvida, essencialmente, através de educação e treinamento. Educação

significa aquisição de conhecimentos e treinamento à sua aplicação.

Para MØLLER (1997), pode-se educar e treinar na empresa de diferentes

formas.

O treinamento no trabalho é aquele realizado no posto de trabalho. O

profissional aprende e pratica com seu chefe atividades que compõem os seus

trabalhos. A aplicação é imediata, não há, desta forma, desperdícios de

aprendizado, nem de tempo. É uma das formas menos dispendiosas de treinar, além

de ser aquela que apresenta respostas mais rápidas.

Hoje, as empresas querem obter resultados palpáveis, cada ação de

treinar busca melhorar a relação entre desenvolvimento profissional e melhores

resultados. As atividades de treinamento visam ao negócio e estão voltadas para o

cliente.

O sistema de avaliação de desempenho tem que funcionar como

instrumento que identifique a necessidade de desenvolvimento profissional. Ao

mesmo tempo em que se definem as necessidades de cada funcionário, o novo

sistema de avaliação mede resultados do treinamento efetuado.

5.5.2. Qualificação profissional e habilidade

A qualificação profissional (LUCENA, 1995) dimensiona a competência

requerida pelas expectativas do negócio e pelo tipo de contribuição esperado de

cada empregado. Define as responsabilidades, os conhecimentos, experiências e

outros requisitos profissionais necessários ao exercício das tarefas e processos,

levando em consideração os resultados esperados.

LUCENA (1995, p.64), coloca que,

“um dos suporte mais significativos para assegurar o bom desempenho é,

sem dúvida, a qualificação das pessoas. Grande número de empresas já

reconhecem que a qualidade dos Recursos Humanos é o que diferencia as

empresas entre si, e muitas vezes já colocam em segundo plano o capital e

a tecnologia, uma vez que esses recursos são ferramentas manipuladas por

pessoas, para realizarem o negócio com sucesso. Portanto, é de maior

importância a preparação com a identificação da qualificação profissional e

pessoal requerida pelas responsabilidades das posições de trabalho e

conseqüente desenvolvimento das habilidades dos empregados, para

responderem às expectativas e aos desafios do desempenho esperado.

Assim, a gerência do desempenho não pode prescindir da responsabilidade

de analisar e promover a competência das pessoas”.

Os métodos de Avaliação do Desempenho foram evoluindo paralelamente

aos métodos de produção e gerenciamento dos Recursos Humanos desenvolvidos

nas organizações. Hoje, um grande número de empresas utiliza sistemas de

avaliação do Desempenho para gerenciar e desenvolver seus negócios e

desenvolver seus empregados. Para que a Avaliação de Desempenho cumpra sua

finalidade, é preciso analisar criteriosamente a cultura existente na organização e

contar com o comprometimento de suas lideranças.

A avaliação de desempenho pode se constituir em importante instrumento

de levantamento de necessidades de treinamento, que possibilite desenvolver ações

voltadas à qualificação e ao aperfeiçoamento de seu pessoal.

5.6. Críticas ao Processo de Avaliação de Desempenho

As críticas apresentadas aos processos de avaliação de desempenho

residem, basicamente, sobre a sua natureza. A ênfase dada ao processo, de caráter

controlador das pessoas é que merece maiores citações.

Outro aspecto que merece consideração é a transformação do processo

num evento em que avaliadores e avaliados entram em conflito, dada a forma de

julgamento que se reveste o processo.

Como observa Lucena (1992), as limitações gerenciais (“falta de visão

estratégica”, despreparo para o relacionamento interpessoal”, “centralização”,

“processo decisório lento”) dificultam o processo de Avaliação de Desempenho.

O mesmo autor cita como pontos críticos de Avaliação de Desempenho:

a) Foco distorcido: a atenção deve ser voltada para os processos ou

sistemas, não para as pessoas;

b) Controle dos resultados: boa parte das situações de trabalho

independem do avaliado e de suas ações;

c) Metas numéricas: as metas podem transformar-se em limitações às

melhorias, tão logo sejam atingidas.

Como assinala Chiavenato (1998, p.144), “a falha da avaliação de

desempenho é exatamente a falha da administração em definir claramente objetivos

e estabelecer técnicas específicas de avaliação do desempenho designada para

alcançar objetivos”. Logo, deve-se empreender esforços para transformar a visão do

“ajuste de contas” para um esforço voltado às melhorias, visto que os principais

elementos desse enfoque distorcido residem nas ações gerenciais.

Muitas outras causas podem dificultar o processo de avaliação.

BOHMERWALD (1996, p.67), cita algumas formas que influenciam na

descaracterização do sistema, tornando-o incrédulo e ineficaz, como por exemplo:

a) Chefe Paternalista: para manter o bom relacionamento com seus

subordinados e continuar “chefe bonzinho”, ele os avalia muito bem.

Em decorrência, os resultados não refletem a realidade.

b) O efeito do amanhã: para que o chefe não corra o risco de amanhã ser

avaliado por seu subordinado, ele o avalia bem. Novamente os

resultados não refletem a realidade.

c) Avaliação do potencial e da personalidade: durante muito tempo os

modelos de avaliação de desempenho tentaram avaliar a capacidade,

o potencial, sem levar em conta os resultados, talvez pelo fato da

dificuldade de medi-los.

d) Avaliações subjetivas e injustas: o sistema adotado, na maioria das

vezes, não compra o desempenho obtido com o previamente

estabelecido, fazendo com que as avaliações sejam subjetivas e

injustas, transformando o avaliado em verdadeiro réu.

e) Falta de continuidade: qualquer acontecimento na empresa, ou no

sistema econômico, era suficiente para alterar e restringir a política de

pessoal, e em conseqüência, a suspensão por tempo indeterminado,

da aplicação da avaliação de desempenho.

f) Dificuldade de estabelecer metas: de uma maneira geral, não é um

hábito por parte das empresas o estabelecimento de metas. Mais

freqüentemente, são estabelecidos objetivos não qualificáveis e sem

prazo para atingi-los. Considerando ser a meta a unidade de medida do

desempenho, sem a meta fica impossível avaliar, tornando a avaliação

subjetiva e injusta.

Segundo BERGAMINI e BERALDO (1992, p.172), existem os chamados

vícios de avaliação, que podem ser classificados da seguinte forma:

a) Subjetivismo: atribui ao avaliado qualidades e defeitos que são próprios

do avaliador;

b) Unilateralidade: valorizar aspectos que apenas o avaliador julga

importantes;

c) Efeito de halo: constituído pela contaminação de julgamentos;

d) Falta de memória: ater-se somente aos últimos acontecimentos;

e) Supervalorização da avaliação: acreditar que um simples instrumento

de avaliação das diferenças individuais podem corrigir os defeitos das

pessoas;

f) Desvalorização da avaliação: acreditar que avaliação seja um

procedimento sem nenhum valor;

g) Falta de técnica: desconhecer as principais características da

avaliação, emitindo julgamentos através do bom senso;

h) Força do hábito: insensibilidade ao apontar variações no desempenho

do avaliado;

i) Posições contrárias: facilmente detectadas através dos boatos sobre a

avaliação de desempenho.

Este novo sistema de avaliação trás à tona o outro lado da avaliação,

fazendo com que as influências negativas, os vícios, sejam deixados de lado, e

adota um critério mais amplo, onde a orientação de atingir resultados positivos esteja

voltada para a geração de resultados, ou seja, o produto do trabalho gerado.

6. METODOLOGIA

6.1. Tipologia da Pesquisa

Para a classificação da pesquisa, tomaremos por base o critério de

classificação de pesquisa proposto por Vergara (1990) quanto aos fins e quanto aos

meios:

a) Quanto aos fins – trata-se de uma pesquisa descritiva, pois

pretende expor o objetivo, as características e as aplicações da gestão de

desempenho adotada pelo Banco do Brasil.

b) Quanto aos meios – trata-se de pesquisa bibliográfica, documental,

virtual, de campo e um estudo de caso. Bibliográfica, pois o trabalho será

fundamentado em livros publicados por autores da área estudada.

Documental, pois serão utilizados materiais produzidos pelo Banco do

Brasil. Virtual, pois serão tomadas para pesquisas informações contidas

em sites da internet. De campo, pois serão colhidas opiniões de

funcionários do Banco do Brasil, através de questionários. Um estudo de

caso, porque serão analisadas as opiniões dos funcionários de

determinadas agências do Banco do Brasil sobre a gestão de

desempenho adotada pela empresa, objeto desse estudo.

6.2 Definição dos Limites para as Pesquisas de Campo

O universo da pesquisa será composto pela Diretoria de Micro e

Pequenas Empresas do Banco do Brasil, localizada na cidade de Brasília/DF.

6.3 Sujeitos das Pesquisas de Campo

Os sujeitos da pesquisa serão os funcionários da Diretoria acima citada,

de todos os níveis hierárquicos.

A amostra será definida de forma aleatória estratificada, onde serão

selecionados diversos funcionários de vários cargos, respeitando-se a

representatividade quantitativa de cada cargo no universo.

6.4 Descrição da Coleta de Dados

A pesquisa é composta de um questionário, com 15 questões (anexo I). A

primeira parte do questionário visou coletar dados de categorização dos funcionários

como: idade, tempo em que trabalha na empresa e na Diretoria, cargo ocupado,

grau de escolaridade. A segunda parte do questionário trata de questões que

envolvem o sistema de GDC, o avaliado e o avaliador.

As questões objetivaram detectar o impacto da avaliação para o

desenvolvimento no trabalho, averiguando o grau de valor e expectativa quanto à

percepção de cada funcionário em relação à sua avaliação.

Questionou-se, também, quanto ao desenvolvimento profissional e o grau

de satisfação pela oportunidade no relacionamento com a equipe.

6.5 Descrição do Tratamento e Análise dos Dados

Foi dado um tratamento quantitativo às informações coletadas, de modo a

apresentar os resultados através de tabelas e gráficos, fazendo comparações e

análises que permitiram responder às questões propostas. Os dados levantados por

meio de pesquisa bibliográfica, documental e virtual foram confrontados com a

pesquisa de campo para verificar qual a visão que os funcionários têm da gestão de

desempenho do Banco do Brasil.

Finalmente, procurou-se analisar o modelo de avaliação utilizado pela

empresa. Com esta análise, pretendeu-se verificar se toda estrutura que a empresa

mantém, para o sistema de desempenho funcional, traz retorno real para a gestão

do negócio dos funcionários.

7. GESTÃO DE DESEMPENHO POR COMPETÊNCIAS – NOVO MODELO DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL

Historicamente, constata-se que por muitos anos o Banco do Brasil

adotava uma avaliação que somava quatorze itens, com pesos que totalizavam

quarenta e dois pontos. A maioria dos funcionários detinha 42 pontos e somente

alguém abaixo da crítica atingia menos, o que, em geral era 41 pontos. Isto

configurava até mesmo um paradoxo aritmético, eis que deveria haver, no mínimo,

resultados entre zero e quarenta e dois, jamais uma redução de um quarenta e dois

avos em casos extremos. O modelo permitiria pontuações das mais diversas, mas

os avaliadores não o faziam. Assim, já ficava subjacente a pouca ou nenhuma

disposição dos avaliadores em enfrentar as adversidades de um sincero

estremecimento, pequeno que fosse, com funcionários que apresentassem

desempenho deficiente.

No ano de 1983, um novo sistema, acompanhado de doutrina, instituiu

a “ADF” – moderna. Esta apregoava entrevistas freqüentes no período (anual)

avaliativo, para estimular o desenvolvimento funcional e a consciência, por parte dos

avaliados, das expectativas do avaliador. Deveria ser um processo constante,

espontâneo e construtivo, registrado em ficha de acompanhamento.

O período era dividido em “Antes”, “Durante” e “Depois”. Levadas em

conta as diferenças pessoais, o avaliador diria “antes” o que espera segundo as

potencialidades naturais do avaliado. Sempre que necessário, deve(ria) acontecer

um acompanhamento “durante”, em anotações e entrevistas intermediárias, com

recíprocos “feedbacks”. Pretensamente afastado o formalismo desgastante, “depois”

viria a formalização final, com entrevistas e concordância e discordância.

Os “feedbacks” eram classificados em “Aplicável”, “Descritivo”,

“Oportuno”, “Solicitado”, “Objetivo”, “Direto”, “Específico” e “Comprovado”. Cada qual

era acompanhado, na cartilha, de explicações plausíveis e bem intencionadas, cuja

repetição aqui, seria tão enfadonha quanto a escolha do “feedback” padronizado.

Ainda em 1983, os quatro níveis eram “Muito abaixo”, “Pouco abaixo”,

“Atinge”, e “Supera em alto grau”, tudo com relação ao desempenho esperado e

previamente acordado. Em 1987, os conceitos passaram a “Insuficiente”,

“Satisfatório”, “Pleno” e “Excepcional”. Em 1992, seriam “Não atendeu”, “Atendeu

parcialmente”, “Atendeu plenamente” e “Superou”, sempre como resposta a cada

quesito avaliado.

No roteiro do avaliador de 1988, houve classificação dos avaliadores em

quatro categorias e tendências: “Prático”, “Formal”, “Catalisador” e “Político”. O

“Prático”, adepto da sub-avaliação, a observar a rapidez, a técnica e a sagacidade.

O “Formal”, avaliador “central”, a valorizar as normas e hierarquia. O “Catalisador”,

também central, a privilegiar a iniciativa, a responsabilidade e a motivação. O

“Político”, tendente a superavaliar, eleger a harmonia, a aparência e o

relacionamento. Obviamente, para atenuar a pobreza dos rótulos, teve-se cuidado

de dizer que existem pessoas “híbridas”. Falava-se muito em diferença entre

“eficiência”, “eficácia” e “efetividade”, dando margem às teorias inteligentes que,

entretanto, para não falar na semelhança até fonética das três palavras, podiam

acabar sendo ineficientes, ineficazes e inefetivas.

Em 1998 o Banco do Brasil implantou o modelo de avaliação funcional,

GDP – Gestão de Desempenho Profissional, onde propôs, além de avaliar, integrar

toda a equipe. Composta de três etapas: Planejamento, Acompanhamento e

Balanceamento. Foi um instrumento mais flexível, capaz de acompanhar as

inevitáveis transformações estratégicas demandadas pelo mercado.

Visando aperfeiçoar e modernizar o gerenciamento de desempenho do

seu quadro funcional, o Banco observou que precisava desenvolver um modelo que

integrasse desempenho e desenvolvimento profissional, pautando-se na

participação e no envolvimento dos funcionários.

Segundo o caderno Profissionalização, do Banco do Brasil (2005):

“O Banco vem enfatizando a atuação do funcionalismo como vantagem

competitiva. São as pessoas que promovem mudanças. A competição

acirrada e a expansão global exigem mudanças no comportamento. O

sucesso da empresa apóia-se fundamentalmente nas competências, na

capacidade inovadora e no desempenho dos seus funcionários. A

capacidade inovadora se manifesta por meio de novos comportamentos,

de forma a assegurar que a organização se destaque no mercado. Para

isso, as pessoas precisam expressar suas competências para promover as

mudanças necessárias”.

Neste contexto, o Banco do Brasil instituiu o novo processo de avaliação

dos funcionários, a GDC – Gestão de Desempenho por Competências – onde

propõe mudar o foco da avaliação de metas para competências, procurando aliar o

desempenho da instituição ao desenvolvimento do funcionário. Nesse novo modelo

a empresa considera importantes para o desempenho profissional tanto os aspectos

quantitativos (metas) quanto o comportamento das pessoas no cumprimento dessas

metas (fatores).

Para a idealização da GDC o Banco do Brasil ouviu as críticas feitas pelo

seu corpo funcional com relação ao processo até então em uso. Observou que o

processo não era democrático, pois os fatores para avaliação eram comuns a todo o

corpo funcional, mesmo que as funções fossem diferentes e muitas vezes era difícil

avaliar determinado fator para a função desempenhada pelo funcionário.

Reconhecendo que o funcionário era quem melhor poderia auxiliar na implantação

do novo processo, convidou-os para montar a nova GDC, colhendo em diversas

agências opiniões e sugestões para a nova avaliação.

7.1 Objetivos da Gestão de Desempenho por Competências

Uma organização para se manter atualizada e bem sucedida depende do

resultado de decisões tomadas e de ações operacionalizadas. Decisões são

tomadas por pessoas e praticadas por pessoas. Portanto, são as pessoas que

promovem as mudanças para manter a empresa em ritmo evolutivo. O grande

desafio que se apresenta para a empresa é desenvolver a qualificação e o potencial

de seus empregados para obter, em contrapartida, alto desempenho, aceitação de

maiores responsabilidades e comprometimento com os resultados desejados,

criando condições mais favoráveis à inovação, ao aprimoramento da qualidade, ao

intercâmbio de informações. Portanto, a preocupação permanente com o

desempenho humano e como torná-lo mais eficaz na obtenção de resultados é o

ponto de atenção máxima para o aumento da produtividade, objetivando o retorno

rentável e a participação no sucesso do negócio.

Segundo o LIC, Livro de Instruções Circulares do Banco do Brasil (2009),

a Gestão de Desempenho por Competências tem como objetivo:

• Disponibilizar informações sistematizadas que permitam o

gerenciamento do desempenho dos funcionários, vinculando esse

desempenho aos objetivos da empresa.

• Direcionar as ações de capacitação para o desenvolvimento e o

aprimoramento das competências necessárias para a melhoria dos

resultados do Banco, e para o crescimento profissional do funcionário.

• Democratizar as relações de trabalho.

Ainda segundo o mesmo documento, a Gestão de Desempenho por

Competências possui as seguintes premissas:

• O sistema de gestão de desempenho deve contribuir para a empresa

cumprir sua missão e atingir os objetivos definidos em sua estratégia.

• Para cumprir sua missão e ajustar-se às mudanças estratégicas

demandas pelo mercado, o Banco necessita de competências diversas.

• As diversas competências dos funcionários do Banco devem ser

desenvolvidas e aprimoradas em um processo orientado e contínuo.

• A exigência quanto ao desempenho do funcionário deve ser diferente,

de acordo com seu papel ocupacional e com a responsabilidade do

cargo que ocupa.

• A avaliação será mais fidedigna se oferecer informações originadas de

múltiplas fontes.

• O sistema de avaliação deve buscar a integração sistêmica de

indicadores financeiros e não-financeiros; de objetivos de curto e longo

prazo; de ocorrências (presente) e tendências (futuro).

• Um sistema de avaliação formal é uma ferramenta fundamental na

gestão de pessoas e de resultados. Não constitui instrumento de

coerção ou punição.

Segundo consta no LIC (2009), com este processo de avaliação funcional,

o Banco do Brasil espera:

• Contribuir para a melhoria dos resultados organizacionais.

• Possibilitar a melhoria permanente do atendimento ao cliente.

• Contribuir para o desenvolvimento profissional.

• Estimular o desempenho excelente.

• Vincular os objetivos do funcionário dos objetivos de sua unidade e do

Banco.

• Permitir o acompanhamento da evolução do desempenho individual e

coletivo.

• Possibilitar a auto-análise e estimular o autodesenvolvimento.

• Auxiliar o gestor no gerenciamento do desempenho da sua equipe.

• Gerar informações que subsidiem outros sistemas e processos de

gestão de pessoas.

7.2. Estrutura da Gestão de Desempenho por Competências

A GDC considera que o desempenho do funcionário é constituído por

suas competências e pelos resultados gerados com a aplicação dessas

competências em sua atuação profissional. Avalia-se em que nível as competências

dos funcionários são expressas em suas ações no trabalho e a contribuição que

essas ações trazem para o resultado de sua unidade.

A avaliação é feita a partir de cinco perspectivas, correspondentes aos

focos de interesse da Empresa que precisam de acompanhamento constante. São

elas:

Quadro 1 – Relação entre Perspectivas e Competências Fundamentais

Perspectivas Competências fundamentais para todos os funcionários do Banco

Financeira

1. Realiza suas atividades de trabalho, demonstrando conhecimento de produtos, serviços, processos e aplicativos de informática relacionados a sua área de atuação.

2. Identifica e aproveita oportunidades para o Banco, analisando o ambiente interno e externo.

Clientes 3. Presta atendimento com cortesia e agilidade, considerando as expectativas do cliente (interno ou externo) e as orientações da Empresa.

Comportamento Organizacional

4. Implementa ações voltadas para o seu desenvolvimento profissional. 5. Relaciona-se com colegas, de forma cordial e profissional, a fim de promover

um bom clima de trabalho.

Processos Internos

6. Identifica riscos na realização das atividades sob sua responsabilidade e implementa ações adequadas.

7. Opera sistemas e aplicativos de informática para realizar com agilidade e qualidade seus serviços.

8. Desenvolve suas atividades de forma organizada, para concluí-las com qualidade e no tempo previsto, possibilitando a continuidade do processo de trabalho.

Sociedade 9. Direciona suas ações, levando em consideração os impactos sociais,

ambientais e econômicos e os princípios de responsabilidade socioambiental adotados pelo Banco.

Essa mensuração orienta a busca pelo equilíbrio das ações empresariais,

necessárias para manter o nível de competitividade do Banco e garantir a sua

capacidade de criar valor para acionistas, clientes, funcionários e sociedade.

As cinco perspectivas são mensuradas com base em duas dimensões:

Metas e Competências.

Na dimensão Metas, os pontos de avaliação vêm de informações geradas

por sistemas do Banco e por pesquisas de Índice de Satisfação do Cliente, a partir

da aplicação da Régua de Dispersão, que calcula em percentagem o atingimento de

uma meta. A escala de pontuação das Metas vai de 1 a 5.

As Metas são estabelecidas no Acordo de Trabalho1, elaborado com base

no direcionamento estratégico do Banco. Os pontos atribuídos referem-se ao

desempenho do Banco como um todo e de suas unidades, podendo incluir alguns

indicadores de desempenho das equipes e pessoas.

A dimensão Competências recebe os pontos das avaliações feitas por

diversas fontes: superior, pares (colegas), subordinados e auto-avaliação, a partir da

observação da atuação e do comportamento do avaliado, no dia-a-dia de trabalho.

Na dimensão Metas, as avaliações são objetivas, pois são definidas pelos

resultados alcançados pela unidade ou pela Empresa. Na dimensão Competências,

as avaliações estão permeadas pela subjetividade dos avaliadores. As

subjetividades, porém, são balanceadas por serem originadas de múltiplas fontes.

Abaixo temos o significado dos conceitos na GDC:

Quadro 2 – Conceitos na Avaliação de Competências e Metas

Conceitos na Avaliação de Competências Conceitos na Avaliação de Metas

1 = Não expressou a competência 1 = Resultado insuficiente

2 = Expressou pouco a competência 2 = Resultado abaixo do esperado

3 = Expressou moderadamente a competência 3 = Resultado pouco abaixo do esperado

4 = Expressou muito a competência 4 = Resultado esperado

5 = Expressou a competência de forma exemplar 5 = Resultado acima do esperado

X = Não foi possível observar a demonstração da competência

Y = As atividades exercidas pelo funcionário não requerem esta competência

1 O Acordo de Trabalho é parte de um planejamento maior, estabelecido entre as Diretorias do

Banco, quanto aos resultados a serem alcançados no exercício. Decorre do direcionamento estratégico traçado para a Empresa.

O Banco do Brasil adotou a avaliação por múltiplas fontes (ou 360º graus)

para levantar o resultado da GDC. As múltiplas fontes da avaliação são identificadas

como:

• Superior: a avaliação é realizada pelo superior imediato do funcionário

na escala hierárquica;

• Pares: a avaliação é realizada por um funcionário da mesma equipe do

avaliado e que possui a mesma função que ele. Aqui a identidade do

avaliador pode ser preservada se for do seu interesse;

• Subordinados: tal avaliação é direcionada para cargo diretivos ou

gerenciais, onde o avaliado possui uma equipe sob seu comando;

• Auto-avaliação: é realizada pelo próprio funcionário, de modo que ele

possa avaliar a si mesmo.

Cada uma das fontes contribui de forma eqüitativa para a pontuação final

recebida pelo avaliado.

7.3 Etapas da Gestão de Desempenho por Competências

A GDC possui as seguintes etapas:

1. Planejamento: a etapa de Planejamento inicia o processo com a

elaboração do Plano de Desenvolvimento de Competência, cujo

objetivo é auxiliar o funcionário em seu desenvolvimento profissional,

no planejamento de sua carreira e na orientação de sua trajetória

profissional. Nesta etapa ocorre a seleção dos avaliados e é realizado

o Acordo de Equipe, onde será estabelecido o que se espera como

resultado da equipe.

2. Acompanhamento: o Acompanhamento acontece ao longo de todo o

período avaliatório. Portanto, sua qualidade é determinante para o

sucesso do processo de avaliação e para o atingimento de seus

objetivos. Nessa etapa é interessante que se realize anotações sobre o

desempenho do avaliado de modo a auxiliá-lo no seu desenvolvimento.

3. Encerramento: o Encerramento é a última etapa do processo, nela são

atribuídos definitivamente os conceitos numéricos a respeito das

competências demonstradas pelo avaliado. Aqui o funcionário faz a sua

auto-avaliação.

8. RESULTADOS E DISCUSSÃO DA PESQUISA SOBRE A GESTÃO DO DESEMPENHO POR COMPETÊNCIAS – GDC

Este capítulo apresenta os resultados e discussão da pesquisa realizada

na Diretoria de Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil.

Inicialmente será apresentado o perfil dos entrevistados, cuja finalidade é

localizar o leitor quanto à idade, grau de instrução, tempo de serviço no Banco,

tempo de serviço e cargo desempenhado pelos funcionários na Diretoria.

8.1. Perfil dos Entrevistados

A primeira parte do questionário consiste na categorização dos

funcionários entrevistados, o que fornece alguns indicativos sobre sua predisposição

de adotarem alguns posicionamentos em relação aos tópicos pesquisados.

8.1.1. Idade

Tabela 01 – Distribuição dos Respondentes por Idade

IDADE Nº Citações Freq. Menos de 20 anos 0 0,00 De 21 a 30 anos 7 16,67 De 31 a 40 anos 12 28,57 De 41 a 50 anos 20 47,62 Acima de 50 anos 3 7,14 TOTAL OBS. 42 100,00

Fonte: Elaboração Própria

Conforme mostra a Tabela 01, 76,19% dos entrevistados têm entre 31 e

50 anos. Tal resultado pode ser justificado pelo fato de que o índice de rotatividade

no Banco é baixo. Essa característica pode significar maior resistência à mudança e,

portanto, maior dificuldade em assimilar novas técnicas e processos de trabalho,

0% 17%

29%47%

7% Menos de 20 anos

De 21 a 30 anos

De 31 a 40 anos

De 41 a 50 anos

Acima de 50 anos

Gráfico 01 – Distribuição dos Respondentes por Idade

Fonte: Elaboração Própria

0% 7% 0%

72%

21% Até o 1º Grau Completo

2º Grau Completo

2º Grau Incompleto

Superior Completo

Superior Incompleto

Fonte: Elaboração Própria

Gráfico 02 – Distribuição dos Respondentes por Grau de Instrução

principalmente a adoção de novos modelos de gestão de pessoal, como é o caso da

GDC.

8.1.2. Grau de Instrução

Tabela 02 – Distribuição dos Respondentes por Grau de Instrução

GRAU DE INSTRUÇÃO Nº Citações Freq. Até o 1º Grau Completo 0 0,00 2º Grau Completo 3 7,14 2º Grau Incompleto 0 0,00 Superior Completo 30 71,43 Superior Incompleto 9 21,43 TOTAL OBS. 42 100,00

Fonte: Elaboração Própria

A Tabela 02 revela que a maioria dos entrevistados (72%) possui curso

superior completo. Este resultado mostra que os funcionários possuem alto grau de

instrução, o que facilita o entendimento sobre a necessidade da busca constante da

auto-instrução para o desenvolvimento pessoal e, consequentemente, colabora para

a aceitação da GDC.

8.1.3. Tempo de Banco

Tabela 03 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Banco

TEMPO DE BANCO Nº Citações Freq. Até 05 anos 9 21,43 De 05 a 10 anos 2 4,76 De 11 a 15 anos 1 2,38 De 16 a 20 anos 14 33,33 Acima de 20 anos 16 38,10 TOTAL OBS. 42 100,00

Fonte: Elaboração Própria

A Tabela 03 permite identificar que 71,43% dos entrevistados têm a partir

de 16 anos de serviço no Banco. Por se tratar de uma empresa que admite seus

funcionários somente através de concurso público e, mediante esta exigência,

oferece certa estabilidade no emprego, há uma tendência de baixa rotatividade da

mão-de-obra.

Estes resultados estão de acordo como os dados apresentados no que

diz respeito à idade dos funcionários. Ao mesmo tempo em que essa característica

significa maior identificação com a Instituição, também pode significar maior

resistência à mudança cabendo a mesma observação feita em 8.1.1. Idade.

8.1.4. Tempo de Diretoria

Tabela 04 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Diretoria

TEMPO DE DIRETORIA Nº Citações Freq. Até 05 anos 36 85,71 De 05 a 10 anos 4 9,52 De 11 a 15 anos 0 0,00 De 16 a 20 anos 1 2,38 Acima de 20 anos 1 2,38 TOTAL OBS. 42 100,00

Fonte: Elaboração Própria

86%

10% 0%2% 2%Até 05 anos

De 05 a 10 anos

De 11 a 15 anos

De 16 a 20 anos

Acima de 20 anos

Fonte: Elaboração Própria

Gráfico 04 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Diretoria

21%

5%

2%

33%

39%Até 05 anos

De 05 a 10 anos

De 11 a 15 anos

De 16 a 20 anos

Acima de 20 anos

Fonte: Elaboração Própria

Gráfico 03 – Distribuição dos Respondentes por Tempo de Banco

12%

43%31%

7% 2% 5%Assessor Júnior

Assessor Pleno

Assessor Sênior

Gerente de Divisão

Diretor

Outros

A Tabela 04 mostra que 85,71% dos funcionários têm até 05 anos de

Diretoria. Isso decorre da política do Banco de desenvolver o funcionário para que

ele possa galgar novos cargos, baseado no seu desempenho e desenvolvimento

pessoal, fazendo com que a permanência máxima em cada dependência seja de

cinco anos. Por outro lado, favorece o contato de diversos avaliadores com diversos

avaliados, o que enriquece a capacidade de opinar sobre a GDC e torna mais

valiosos os resultados desta pesquisa.

8.1.5. Cargo

Tabela 05 –Distribuição dos Respondentes por Cargo

CARGO Nº Citações Freq. Assessor Júnior 5 11,90 Assessor Pleno 18 42,86 Assessor Sênior 13 30,95 Gerente de Divisão 3 7,14 Diretor 1 2,38 Outros 2 4,76 TOTAL OBS. 42 100,00

Fonte: Elaboração Própria

A Tabela 05 classifica os entrevistados por cargo exercido na Diretoria.

Nesta tabela pode-se observar que 42,86% dos funcionários exercem a função de

Assessor Pleno, 30,95% atuam como Assessor Sênior e somente 11,90% atuam

como Assessor Júnior. Este resultado permite visualizar a mudança no foco

estratégico do Banco, disponibilizando mais funcionários para atuação no

planejamento das estratégias a serem adotadas pela rede de agências. Isso também

significa que os funcionários têm mais contato profissional entre si, reforçando os

laços de companheirismo ou exacerbando os conflitos interpessoais, conforme o

clima organizacional da unidade.

Tabela 05 – Distribuição dos Respondentes por Cargo

Fonte: Elaboração Própria

8.2. Questões que envolvem o avaliado, o avaliador e o sistema de

Gestão de Desempenho por Competências

A partir da Tabela 06, têm-se dados que fazem parte da análise do

avaliado e do avaliador, em relação ao sistema de Gestão de Desempenho por

Competências – GDC, utilizado pelo Banco do Brasil.

8.2.1. A Gestão de Desempenho por Competências em vigor no Banco tem caráter formativo

Para a obtenção de melhores resultados, é importante o entendimento e a

aceitação de que o sistema de gestão de desempenho contribui para a formação

profissional e, até, pessoal. Esta é a razão de se ter levantado esse aspecto na

pesquisa, com os resultados apresentados na Tabela 06 e no Gráfico elaborado com

os mesmos dados.

Tabela 06 - A Gestão de Desempenho por Competências em vigor no Banco

tem caráter formativo GDC Formativa Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 0 0,00% Discordo 3 7,14% Sem Opinião 6 14,29% Concordo 29 69,05% Concordo Totalmente 4 9,52% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Na Tabela 06 observou-se que 78,57% dos entrevistados concordam que

a GDC tem caráter formativo, fato este que vai ao encontro do que o Banco do Brasil

pretende com a nova metodologia de avaliação do desempenho dos funcionários,

Gráfico 06 - A Gestão de Desempenho por Competências em vigor no Banco tem caráter formativo

Fonte: Elaboração Própria

uma vez que, após a etapa final, o funcionário recebe um feedback sobre seu

desempenho e um direcionamento sobre a sua formação para o desenvolvimento da

sua carreira na empresa, com a indicação de atividades que podem auxiliá-lo na

melhoria da sua formação.

8.2.2. A etapa de acompanhamento do sistema me faz sentir valorizado

Em relação ao acompanhamento feito pelo sistema de gestão de

desempenho, há duas possibilidades: o sentimento de que está sendo fiscalizado ou

o sentimento de que está sendo valorizado. Pelas consequências opostas que esses

sentimentos podem suscitar, foi importante incluir este item na pesquisa. Os

resultados da consulta estão apresentados na Tabela 07 e no seu Gráfico.

Tabela 07 - A etapa de acompanhamento do sistema me faz sentir valorizado

Valorização Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 2 4,76% Discordo 11 26,19% Sem Opinião 11 26,19% Concordo 21 38,10% Concordo Totalmente 2 4,76% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Pela Tabela 07, a maioria dos entrevistados (42,86%) concorda que o

acompanhamento realizado no período da avaliação faz com que eles se sintam

valorizados, o que favorece o bom desempenho de seu trabalho. Porém, a diferença

para os que não concordam (30,95%) é muito pequena e há, ainda, um percentual

5%

26%

26%

38%

5%Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 07 - A etapa de acompanhamento do sistema me faz sentir valorizado

Fonte: Elaboração Própria

0% 14%5%

64%

17% Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Fonte: Elaboração Própria

Gráfico 08 - A avaliação semestral favorece análises mais próximas dos eventos e aspectos avaliados

relevante de entrevistados sem opinião (26,19%), o que permite observar que, na

visão dos funcionários, o Banco não tem buscado primar pela a valorização de seu

capital intelectual, o que pode prejudicar o desempenho e o atingimento das metas.

8.2.3. A avaliação semestral favorece análises mais próximas dos

eventos e aspectos avaliados.

O distanciamento cronológico entre os eventos e seus períodos de

avaliação pode comprometer a fidedignidade do julgamento dos avaliadores. A GDC

adotou a periodicidade semestral como uma forma de minimizar essa possibilidade.

É importante, porém, que haja essa compreensão por parte dos

envolvidos no processo. Por isso, procurou-se ouvi-los quanto a este aspecto, com

os resultados apresentados adiante na Tabela e no Gráfico 08.

Tabela 08 - A avaliação semestral favorece análises mais próximas dos eventos e aspectos avaliados.

Avaliação Semestral Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 0 0,00% Discordo 6 14,29% Sem Opinião 2 4,76% Concordo 27 64,29% Concordo Totalmente 7 16,67% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

A Tabela 08 informa que 80,96% dos respondentes concordam que a

avaliação semestral favorece a aproximação com os eventos e os aspectos

avaliados. Entende-se que esta é uma forma de tornar mais real o reconhecimento

pelo trabalho bem realizado ou permitir uma rápida correção das tarefas mal

sucedidas ou atuações deficientes de funcionários, auxiliando no atingimento das

metas.

8.2.4. A avaliação 360 Graus permitirá um resultado mais justo

Tendência moderna nos processos avaliativos, o processo 360 graus

consulta representantes dos vários públicos que mantêm contato profissional com o

avaliado, reduzindo a subjetividade. A preocupação de como esse processo é

percebido pelos envolvidos é a razão de sua inclusão na pesquisa. Os resultados

obtidos são apresentados na Tabela 09 e no gráfico resultante.

Tabela 09 - A avaliação 360º permitirá um resultado mais justo

Avaliação 360º Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 0 0,00% Discordo 3 7,14% Sem Opinião 4 9,52% Concordo 25 59,52% Concordo Totalmente 10 23,81% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Na Tabela 09, observa-se que 83,33% dos entrevistados concordam que

uma avaliação de múltiplas fontes é mais justa. Isto permite interpretar que o fato de

ter descentralizado a avaliação, sendo a nota da administração da Diretoria somente

mais um item e não o item responsável pelo resultado da avaliação, deixa no

funcionário um sentimento de que, independente das arestas que venham surgir

advindas de desentendimentos do dia a dia, o resultado de sua avaliação será justo

e baseado no seu desempenho, pois pessoas que exercem o seu cargo e sabem de

sua dificuldade também o estarão avaliando. Além de ele próprio realizar sua auto-

avaliação.

0% 7% 10%

59%

24% Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Fonte: Elaboração Própria

Gráfico 09 - A avaliação 360º permitirá um resultado mais justo

8.2.5. Os avaliadores demonstram suficiente preparo na missão de avaliar

Para um sistema avaliativo, a competência de avaliação é fundamental

para que a produção dos resultados esperados. Mais do que isso, o entendimento

de que os avaliadores estão qualificados para o mister é imprescindível para a

aceitação dos resultados e das consequências daí resultantes. Esta foi a motivação

de se incluir este item na consulta. Os resultados estão registrados na Tabela 10 e

no gráfico elaborado.

Tabela 10 - Os avaliadores demonstram suficiente preparo na missão de avaliar

Preparo para Avaliar Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 1 2,38% Discordo 16 38,10% Sem Opinião 9 21,43% Concordo 16 35,71% Concordo Totalmente 1 2,38% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Na Tabela 10, observa-se que há um equilíbrio na opinião dos

entrevistados. Isto se deve ao fato de a GDC ter a avaliação 360 graus e, como esta

avaliação tem como avaliadores todos os membros da equipe, nem todos possuem

o conhecimento de como deve ser feita uma avaliação e quais critérios usar. A

mesma pessoa que é avaliada em determinado momento, torna-se avaliador em

outro e, de acordo com a pesquisa, observa-se que elas mesmas têm dúvidas

quanto à sua capacidade de avaliar. Caberia ao Banco oferecer um treinamento no

que diz respeito à atuação dos funcionários como avaliadores, pois o desempenho

deles nessa tarefa influência diretamente a avaliação de outros funcionários.

Fonte: Elaboração Própria

Gráfico 10 - Os avaliadores demonstram suficiente preparo na missão de avaliar

8.2.6. O sistema de pontuação traduz objetivamente o desempenho

do funcionário

Neste item, se procurou verificar o grau de concordância dos

respondentes quanto à capacidade que tem o sistema de pontuação da GDC, no

sentido de traduzir em números o real desempenho dos funcionários no período

avaliado. As informações compõem a Tabela 11, a qual alimentou a elaboração do

Gráfico de mesmo número.

Tabela 11 - O sistema de pontuação traduz objetivamente o desempenho do funcionário

Sistema de Pontuação Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 0 0,00% Discordo 15 35,71% Sem Opinião 9 21,43% Concordo 18 42,86% Concordo Totalmente 0 0,00% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Pela Tabela 11 se observa um certo equilíbrio entre a opinião dos

entrevistados quanto ao sistema de pontuação. Não houve discordância total, nem

concordância total. A significativa parcela dos que não têm opinião reflete a dúvida

quanto à capacidade de o sistema de pontuação traduzir o real desempenho dos

funcionários. É conveniente observar que esta incerteza pode comprometer a

aceitação das medidas a serem tomadas a partir dos resultados obtidos nas

avaliações.

0%

36%

21%

43%

0%

Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 11 - O sistema de pontuação traduz objetivamente o desempenho do funcionário

Fonte: Elaboração Própria

8.2.7. O sistema oferece treinamento específico para o servidor superar seus pontos fracos

Aqui, a intenção foi levantar o entendimento dos respondentes quanto às

oportunidades de capacitação oferecidas a partir das constatações de desempenho

medidas pela GDC. Os resultados são apresentados na Tabela 12 e seu respectivo

Gráfico.

Tabela 12 - O sistema oferece treinamento específico para o servidor superar seus pontos fracos

Treinamento Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 0 0,00% Discordo 8 19,05% Sem Opinião 11 26,19% Concordo 22 52,38% Concordo Totalmente 1 2,38% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Observa-se na Tabela 12, que quase 55% dos entrevistados concordam

que a GDC oferece treinamento específico para que o funcionário possa melhorar

seu desempenho. Analisando este resultado, pode-se concluir que os funcionários

vêem na GDC uma oportunidade de melhorar seu desempenho, indo ao encontro do

que o Banco pretende. Porém, observa-se que 26%, um número relevante de

entrevistado, não tem uma opinião sobre este assunto, o que sugere a necessidade

de refletir sobre como estes funcionários vêem a gestão de desempenho do Banco,

qual a utilidade desta ferramenta gerencial para eles, pois isto influenciará na sua

atuação como avaliadores.

8.2.8. Conheço os objetivos do sistema da Gestão de Desempenho do BB

0% 19%

26% 53%

2% Discordo Totalmente Discordo Sem Opinião Concordo Concordo Totalmente

Gráfico 12 - O sistema oferece treinamento específico para o servidor superar seus pontos fracos

Fonte: Elaboração Própria

O conhecimento dos objetivos de um sistema de Gestão de Desempenho

é imprescindível para a colheita de bons resultados. Daí ter-se buscado conhecer o

nível de conhecimento dos respondentes sobre quais são os objetivos da GDC. A

Tabela 13 e o Gráfico que foi gerado com suas informações estão apresentados a

seguir.

Tabela 13 - Conheço os objetivos do sistema da Gestão de Desempenho do BB

Objetivos GDC Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 0 0,00% Discordo 4 9,52% Sem Opinião 4 9,52% Concordo 28 66,67% Concordo Totalmente 6 14,29% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Na Tabela 13 observa-se que 80,96% dos entrevistados conhecem os

objetivos da GDC. Tal informação é importante, visto que, conhecendo os objetivos,

os funcionários têm condições de desempenhar melhor o seu papel de avaliadores e

analisar sua avaliação, além de estar em sintonia com o objetivo do Banco, no que

se refere ao sistema de Gestão de Desempenho por Competências.

8.2.9. Receber apontamentos sobre suas carências é constrangedor Todo sistema de gerenciamento de desempenho tem como finalidade a

melhoria de resultados. Para isso, é imprescindível o fornecimento de feedback aos

colaboradores e, mais ainda, a disposição destes em aceitar as indicações

fornecidas pelo sistema. Verificar o grau dessa aceitação foi a intenção neste item,

0% 10%10%

66%

14%Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 13 - Conheço os objetivos do sistema da Gestão de Desempenho do BB

Fonte: Elaboração Própria

cujos resultados estão registrados na Tabela 14 e no Gráfico elaborado com suas

informações.

Tabela 14 - Receber apontamentos sobre suas carências é constrangedor

Apontamentos Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 14 33,33% Discordo 25 59,52% Sem Opinião 1 2,38% Concordo 2 4,76% Concordo Totalmente 0 0,00% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Na Tabela 14, observa-se a maturidade dos entrevistados, quando

92,85% alegam que discordam que receber apontamentos sobre suas carências é

constrangedor. Obtém-se que os funcionários têm a noção de que apontar carências

não é criticar e, sim, contribuir para a melhoria do desempenho, auxiliando na

carreira profissional.

8.2.10. Percebo que o sistema é falho

A confiança depositada no sistema de gestão de desempenho é fator

determinante para o seu sucesso como ferramenta de melhoria de resultados e para

sua utilização como elemento de construção de um bom clima organizacional.

Procurou-se medir essa confiança, neste item. Os resultados estão apresentados na

Tabela 15 e no Gráfico correspondente.

33%

60%

2% 5% 0%Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 14 - Receber apontamentos sobre suas carências é constrangedor

Fonte: Elaboração Própria

Tabela 15 – Percebo que o sistema é falho

Sistema Falho Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 1 2,38% Discordo 18 42,86% Sem Opinião 17 40,48% Concordo 6 14,29% Concordo Totalmente 0 0,00% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

A Tabela 15 mostra que a maioria (45,24%) não vê o sistema de

avaliação de desempenho como falho, demonstrando aceitação quanto ao resultado

que a avaliação proporciona no que diz respeito ao desempenho do funcionário.

Porém 40,48% não tem uma opinião sobre isto. Tal fato adverte para a necessidade

de se “vender” melhor o sistema para os funcionários.

8.2.11. A mentalidade dos avaliadores é a de salientar os pontos fracos do avaliado

Embora seja natural, não é desejável que os colaboradores entendam

que há uma predisposição dos avaliadores em ressaltar os pontos fracos dos

avaliados, já que o entendimento geral deve ser de que o sistema de gestão de

desempenho tem como finalidade a melhoria de resultados. A intenção neste item

era de verificar até que ponto há a “suspeita” de que os avaliadores privilegiam a

identificação de pontos fracos. Os resultados estão na Tabela 16 e seu Gráfico.

Tabela 16 - A mentalidade dos avaliadores é a de salientar os pontos fracos do avaliado Mentalidade Avaliadores Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 2 4,76% Discordo 23 54,76% Sem Opinião 9 21,43% Concordo 8 19,05% Concordo Totalmente 0 0,00% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

44%

40%

14% 0% 2%Dis c ordo Totalmente

Dis c ordo

Sem Opinião

Conc ordo

Conc ordo Totalmente

Gráfico 15 - Percebo que o sistema é falho

Fonte: Elaboração Própria

A Tabela 16 traz a informação de que 59,52% discorda do fato de que a

mentalidade dos avaliadores é salientar os pontos fracos do avaliado, dando

credibilidade aos resultados proporcionados pela avaliação.

8.2.12. É comum que os avaliadores avaliem na média, evitando posicionamentos extremos

Um dos principais vícios de avaliação, como se viu, é a chamada

“tendência central”, em que os avaliadores não se “arriscam” em atestar um

desempenho superior e, ao mesmo tempo, evitam o constrangimento de avaliarem

um colega abaixo da média. O sentimento de que essa tendência está ocorrendo

reduz a credibilidade dos resultados de avaliação. Por isso, neste item procurou-se

verificar esse aspecto, com os resultados relatados abaixo, na Tabela no Gráfico 17.

Tabela 17 - É comum que os avaliadores avaliem na média, evitando

posicionamentos extremos Avaliação na média Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 0 0,00% Discordo 7 16,67% Sem Opinião 4 9,52% Concordo 30 71,43% Concordo Totalmente 1 2,38% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

55%21%

19% 0% 5%Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 16 - A mentalidade dos avaliadores é a de salientar os pontos fracos do avaliado

Fonte: Elaboração Própria

0% 17%

10%

71%

2%Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 17 - É comum que os avaliadores avaliem na média, evitando posicionamentos extremos

Fonte: Elaboração Própria

Já a Tabela 17 deixa claro que os entrevistados concordam que o

avaliador prefere avaliar na média (73,81%) de modo a preservar-se mediante o

avaliado, deixando de ser sincero quanto ao desempenho do funcionário. Este

posicionamento do avaliador pode ser prejudicial à carreira de bons funcionários,

uma vez que o resultado não retratará seu desempenho. Pode, ainda, trazer

benefícios para os funcionários com desempenhos deficientes, permitindo que eles

sejam vistos com uma capacidade superior a que eles possuem. Pode, finalmente,

implicar em desestímulo para a melhoria de resultados, porque não distingue os

melhores desempenhos.

8.2.13. O sistema de avaliação, GDC, acirra o individualismo e a competição entre colegas

Um sistema de gestão de desempenho que resulte em clima de

competição predatória pode ter graves conseqüências para os resultados e para as

pessoas. Daí a preocupação em verificar este aspecto. As informações decorrentes

desse levantamento estão registradas na Tabela 18 e no respectivo Gráfico, a

seguir.

17%

56%

17%10% 0%

Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 18 - O sistema de avaliação, GDC, acirra o individualismo e a competição

entre colegas

Fonte: Elaboração Própria

Tabela 18 - O sistema de avaliação, GDC, acirra o individualismo e a competição entre colegas

Individualismo e Competição Nº Citações Freq.

Discordo Totalmente 7 16,67% Discordo 24 57,14% Sem Opinião 7 16,67% Concordo 4 9,52% Concordo Totalmente 0 0,00% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

Na Tabela 18, obtém-se a salutar informação de que 73,81% dos

entrevistados não concordam que a GDC acirra o individualismo e a competição

entre colegas. Isso significa que os funcionários compreendem a finalidade da GDC

como voltada para o desenvolvimento e melhor desempenho individual e de equipe.

8.2.14. O sistema de avaliação traz novos interesses para o trabalho do avaliado

Espera-se que um sistema de gestão de desempenho resulte em

enriquecimento de tarefas, descoberta de novos desafios e oportunidades e

consequente melhoria de motivação. Este é o motivo de se ter procurado conhecer a

opinião dos respondentes sobre esse aspecto. Os resultados da consulta estão

apresentados na Tabela 19 e seu Gráfico, adiante.

7%14%

21%53%

5%Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 19 - O sistema de avaliação traz novos interesses para o trabalho do avaliado

Fonte: Elaboração Própria

Tabela 19 - O sistema de avaliação traz novos interesses para o trabalho do avaliado

Interesse para o Trabalho Nº Citações Freq. Discordo Totalmente 3 7,14% Discordo 6 14,29% Sem Opinião 9 21,43% Concordo 22 52,38% Concordo Totalmente 2 4,76% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

A Tabela 19 permite verificar que 57,14% dos entrevistados concordam

com o objetivo da GDC de estimular o desenvolvimento da carreira dos funcionários.

Porém, um percentual relevante (21,43%) não tem uma opinião sobre isto, o que

pode significar que o Banco não deixou claro como a GDC pode ser importante para

o desenvolvimento pessoal do funcionário.

8.2.15. O sistema de avaliação modificou positivamente meu desempenho no trabalho

Melhoria de resultados, como já se afirmou, é a finalidade de um sistema

de gestão de desempenho. É importante, portanto, conhecer a opinião dos

respondentes sobre a contribuição da nova GDC para a mudança positiva do

desempenho individual. Os resultados estão na Tabela e no Gráfico 20.

Tabela 20 - O sistema de avaliação modificou positivamente meu desempenho no trabalho

Modificou o Desempenho Nº Citações Freq.

Discordo Totalmente 3 7,14% Discordo 12 28,57% Sem Opinião 17 40,48% Concordo 9 21,43% Concordo Totalmente 1 2,38% TOTAL OBS. 42 100,00%

Fonte: Elaboração Própria

7%

29%

41%

21%2%

Discordo Totalmente

Discordo

Sem Opinião

Concordo

Concordo Totalmente

Gráfico 20 - O sistema de avaliação modificou positivamente meu desempenho no trabalho

Fonte: Elaboração Própria

Na Tabela 20, se observa que 40,48% dos entrevistados não têm uma opinião

sobre a influência positiva da GDC no desempenho do seu trabalho. E isto pode ser

explicado considerando que a GDC é um sistema de gestão de desempenho

iniciada recentemente e não foi possível sentir as modificações proporcionadas por

ela. Por outro lado, os resultados reforçam a necessidade de se trabalhar esse

entendimento.

9. CONCLUSÃO

Considerando-se a fundamentação teórica adotada neste trabalho, pode-

se chegar à conclusão de que a avaliação de desempenho:

• Constitui-se em um dos mais fundamentais instrumentos para avaliar a

quantidade e qualidade dos resultados obtidos pelas pessoas na

execução de suas tarefas.

• Quando utilizada corretamente, permite reconhecer e recompensar de

forma justa a contribuição do desempenho dos empregados aos

resultados empresariais.

• Permite também, identificar os principais motivos dos resultados abaixo

do esperado e traçar com clareza ações corretivas.

Na revisão bibliográfica, percebeu-se que a cultura organizacional, o

ambiente de trabalho, o estilo gerencial e a visão dos empregados em relação ao

retorno dos resultados da avaliação, são fatores fundamentais para o sucesso do

programa de avaliação. E quando não são bem trabalhados, influenciam

negativamente para a aceitação do programa de avaliação.

Na prática, a Gestão de Desempenho por Competências do Banco do

Brasil é um processo sujeito a possíveis resistências por parte dos funcionários,

embora a pesquisa aponte que a maioria dos funcionários tem uma visão positiva a

respeito deste sistema.

Observa-se que a maioria dos entrevistados encara a GDC como um

processo que pode contribuir para a sua formação profissional e sente-se valorizado,

o que leva a crer que os funcionários do Banco trabalham estimulados a dar o

melhor de si para colher os frutos de um bom desempenho no futuro.

A avaliação semestral e o acompanhamento dos funcionários é outro fator

de credibilidade para a GDC, tendo em vista a tempestividade no registro das

contribuições dos funcionários, sejam elas boas ou ruins.

Com a nova metodologia de avaliação, 360 graus, os funcionários

atribuíram mais justiça ao resultado final da GDC. O fato é que no método anterior,

somente o administrador da agência atribuía as notas pelo desempenho do

funcionário, desconhecendo os procedimentos e as dificuldades ou facilidades que a

função requeria. Agora, com a GDC, o avaliado recebe notas de colegas da equipe

que exercem a mesma função e, portanto, tem conhecimento do que é necessário

para o seu ideal desempenho, bem como o avaliado se auto-avalia. Não é mais só a

nota da administração que compõe o resultado final da avaliação e, sim, um

conjunto de notas, atribuindo-se, assim, um maior senso de justiça na visão dos

funcionários.

Aqui podemos também colocar uma questão que o Banco buscou eliminar

com esse tipo de metodologia: a avaliação pela média evitando posicionamentos

extremos.

Sendo essa avaliação deficiente, prejudicial tanto ao Banco, quanto ao

funcionário, a GDC vem tentar minimizar este tipo de atitude, que, pelas respostas

dos entrevistados, é a idéia que eles fazem da avaliação que recebiam dos

administradores anteriormente. Isto tornava, inclusive, a avaliação sem crédito e

deixava o funcionário sem estímulo para dar o melhor de si.

Outro aspecto importante que observamos foi com relação ao sistema de

pontuação. É bastante equilibrada a opinião dos entrevistados quanto ao fato de a

pontuação refletir objetivamente o desempenho do funcionário. E isso é um fator que

pode comprometer o efeito do resultado da avaliação, tendo em vista que se o

funcionário acredita que a pontuação obtida não reflete seu desempenho, não

procurará melhorar-se de modo a ter uma avaliação mais satisfatória no próximo

período.

Com a GDC, o Banco do Brasil resolveu efetivamente gerenciar o

desempenho dos funcionários, pois atrelou a avaliação que o funcionário recebe

pela atuação no trabalho com feedbacks que apontarão o rumo a seguir após o

resultado obtido. Indicação de cursos, livros, periódicos, de modo que o funcionário

se autodesenvolva, primando, assim, pelo melhor desempenho do capital intelectual

existente na empresa.

Tendo em vista as questões levantadas no início deste trabalho e todo o

conteúdo nele desenvolvido, podemos concluir que a Gestão de Desempenho tem

fundamental importância no resultado gerencial da empresa, considerando que ela

realiza um acompanhamento do desempenho do funcionário, buscando promover

uma melhora na carreira profissional e, com isso, gerar nele uma motivação para o

bom desempenho no trabalho realizado, além de incentivá-lo ao seu

autodesenvolvimento, mostrando a importância de manter-se atualizado com o

mercado e os objetivos do Banco.

Considerando o objetivo geral estabelecido para a realização deste

estudo, pode-se concluir que os funcionários acreditam que a Gestão de

Desempenho por Competências pode influenciar positivamente sua carreira e o

desenvolvimento de suas competências profissionais.

Quanto aos objetivos específicos, concluí-se que:

• As informações disponibilizadas pela GDC permitem o gerenciamento

e o autogerenciamento do desempenho dos funcionários, tendo

somente que ser melhorado a questão das técnicas necessárias para

se fazer uma avaliação, de modo que os resultados sejam os mais

justos possíveis, uma vez que boa parte dos funcionários entrevistados

demonstraram dúvidas quanto ao suficiente preparo na missão de

avaliar;

• As ações de capacitação para o desenvolvimento e aprimoramento das

competências necessárias para a melhoria dos resultados do Banco do

Brasil, bem como para o crescimento profissional do funcionário, estão

tendo o correto direcionamento, motivando-os ao melhor desempenho

de suas funções;

• O processo de avaliação está contribuindo positivamente para a

satisfação do funcionário no trabalho, considerando o sentimento de

valorização profissional e justiça nas avaliações, permitindo ao Banco

atingir seus objetivos.

10. REFERÊNCIAS

1. BERGAMINI, Cecília Whitaker. Avaliação de desempenho humano na empresa. São Paulo: Atlas, 1987.

2. BÖHMERWALD, Pedro. Gerenciando o sistema de avaliação do desempenho. Belo Horizonte: Fundação Christiano Oltoni, 1996.

3. CADERNO PROFISSIONALIZAÇÃO. Gestão de Desempenho por Competências: integrando desenvolvimento profissional, desempenho e participação. Brasília, Banco do Brasil: 2005.

4. CHIAVENATO, Idalberto. Desempenho Humano nas empresas: como desenhar cargos e avaliar desempenhos. São Paulo: Atlas, 1998.

5. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1995.

6. HARRINGTON, H. James. Gerenciamento Total da Melhoria Contínua. São Paulo: Makron Books, 1997.

7. KAPLAN, Robert S., NORTON, David P. A estratégia em ação – Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

8. LIC, LIVRO DE INSTRUÇÕES CIRCULARES. Gestão do Desempenho. Norma 080.0057.0001, set/2005.

9. LUCENA, Maria Diva de Salete. Avaliação de desempenho. São Paulo: Atlas, 1995.

10. PONTES, Benedito R. Avaliação de Desempenho: uma abordagem sistêmica. São Paulo, 1986.

11. REVISTA MANAGEMENT. Balanced Scorecard. Ano 2, nov/dez 1998.

12. VERGARA, Sylvia C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2004.

13. ZIGON, Jack. Processo em Sete Etapas para Avaliação de Resultados de Equipes (paper - Trad. Roberto Pinto). Fortaleza, Digitado: 2000;

11. APÊNDICES

Questionário utilizado para a coleta de dados no estudo de caso.

Estou concluindo o Curso de Pós-Graduação em Gestão Estratégica e Qualidade, ministrado

pela Universidade Cândido Mendes, e escolhi o tema a Gestão de Desempenho do Banco do Brasil

para minha monografia.

Para isso, estou solicitando sua colaboração no sentido de responder o questionário abaixo,

que visa conhecer sua opinião, possibilitando identificar os pontos de maior satisfação e insatisfação

relacionada com a Gestão de Desempenho por Competências.

É de fundamental importância que você responda todas as perguntas com sinceridade, sem

se identificar.

Agradeço sua importante colaboração e disponibilidade.

_______________________

Débora Alves da Silva

DADOS DE PERFIL: - IDADE: - GRAU DE INSTRUÇÃO: ( ) Menos de 20 anos de Idade ( ) Até o 1º Grau completo ( ) De 21 a 30 anos de Idade ( ) 2º Grau completo ( ) De 31 a 40 anos de Idade ( ) 2º Grau incompleto ( ) De 41 a 50 anos de Idade ( ) Superior completo ( ) Acima de 50 anos de Idade ( ) Superior incompleto - TEMPO DE BANCO: - TEMPO DE AGÊNCIA: ( ) Até 05 anos ( ) Até 05 anos ( ) De 05 a 10 anos ( ) De 05 a 10 anos ( ) De 11 a 15 anos ( ) De 11 a 15 anos ( ) De 16 a 20 anos ( ) De 16 a 20 anos ( ) Acima de 20 anos ( ) Acima de 20 anos - CARGO: ( ) Assessor Júnior ( ) Assessor Pleno ( ) Assessor Sênior ( ) Gerente de Divisão ( ) Diretor ( ) Outros. Qual? _______________________________

POR FAVOR, ASSINALE PARA CADA AFIRMAÇÃO SEU GRAU DE CONCORDÂNCIA/DISCORDÂNCIA, CONFORME ESCALA À DIREITA:

Discordo Totalmente Disc

1. A Gestão de Desempenho do Banco tem caráter formativo.

2. A etapa de acompanhamento do sistema me faz sentir valorizado.

3. A avaliação semestral favorece análises mais próximas dos eventos e aspectos avaliados.

4. A avaliação 360º permitirá um resultado mais justo.

5. Os avaliadores demonstram suficiente preparo na missão de avaliar.

6. O sistema de pontuação traduz objetivamente o desempenho do funcionário.

7. O sistema oferece treinamento específico para o servidor superar seus pontos fracos.

8. Conheço os objetivos do sistema da Gestão de Desempenho do BB.

9. Receber apontamentos sobre suas carências é constrangedor.

10. Percebo que o sistema é falho.

11. A mentalidade dos avaliadores é a de salientar os pontos fracos do avaliado.

12. É comum que os avaliadores avaliem na média, evitando posicionamentos extremos.

13. O sistema de avaliação, GDC, acirra o individualismo e a competição entre colegas.

14. O sistema de avaliação traz novos interesses para o trabalho do avaliado.

15. O sistema de avaliação modificou positivamente meu desempenho no trabalho.