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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Ana Paula Aleixo da Silva Orientadora Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por: Ana Paula Aleixo da Silva

Orientadora

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Inclusão na Educação

Infantil

Por: Ana Paula Aleixo da Silva

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AGRADECIMENTOS

É difícil agradecer todas as pessoas

que de algum modo, nos momentos

serenos e apreensivos, fizeram ou

fazem parte da minha vida, por isso

agradeço à todos de coração.

Agradeço aos meus pais Belomir e

Vera, pelo incentivo, apoio e estímulo

para enfrentar as barreiras da vida.

Agradeço também ao meu esposo

André Felipe, que de forma especial e

carinhosa me deu força e coragem, me

apoiando nos momentos de dificuldade.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a

Deus, por ser especial em minha vida,

autor do meu destino, meu guia, socorro

presente na hora da angústia.

Dedico este trabalho a uma pessoa, que

quando for necessário dedicarei a minha

vida. Minha prima Maria Fernanda

Mairinque Duram, essa é mais uma pra

você!

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RESUMO

A Educação Infantil deve ser um ambiente especialmente criado para fazer

desabrocharem todas as potencialidades de ser estimulada e motivada, no momento

conveniente e respeitar o tempo necessário para amadurecer, sendo que a mesma

tem relação com a educação de deficientes físicos motora, pois o comportamento da

criança é determinada pelas características de situações em que se encontram.

De acordo com VIGOTSKY (1998), a arte de brincar ajuda o desenvolvimento

cognitivo dessa criança não da mesma forma que uma criança dita como normal,

esse desenvolvimento parte de outras de outros princípios.

Este trabalho visa, portanto o ato de brincar, tendo como fundamentação que

o brinquedo não pode ser visto como uma forma predominante da atividade do dia a

dia da criança. Ao brincar a criança estimula a inteligência porque faz com que a

mesma solte sua imaginação e desenvolva a sua criatividade, assim como possibilita

o exercício de concentração, atenção e engajamento. Dessa forma, a criança com

necessidades educacionais especiais, com ajuda do brinquedo, terá a possibilidade

de relacionar-se melhor com o seu meio. Essa pesquisa possibilita ajudas aos

professores, de como se deve trabalhar com crianças portadoras de necessidades

especiais na Educação Infantil facilitando as constantes transformações. Segundo

PIECKOWSKI (1999), toda criança possui um ritmo de desenvolvimento, seja ele

físico ou mental que difere de uma pessoa para outra. O grande desafio para o

sistema educacional é buscar uma forma de inclusão destas crianças ou pessoas,

que segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) 5% da população apresenta

problemas de desenvolvimento, seja físico ou mental. Há no país a preocupação em

proporcionar por meio de várias ações um entendimento especializado, para

pessoas apresentam limitações e deficiências mais acentuadas. A educação

especial constitui-se numa dessas ações. Assim como a família encontra

dificuldades, a própria educação especial enfrenta dificuldades com professores sem

especializações e estruturas em salas de aulas. Desenvolver estratégias

necessárias para integrar, numa mesma proposta pedagógica e numa mesma sala

de aula, crianças com necessidades especiais e crianças ditas como normais faz

refletir sobre o profissional envolvido no processo de ensino-aprendizagem.

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METODOLOGIA

A metodologia a ser usada é a atualização na abordagem qualitativa

descritiva com recursos audiovisuais, historinhas, livros didáticos, folhinhas com

atividades de coordenação motora e brinquedos educativos para o desenvolvimento

de base nas experiências cotidianas da criança portadora de deficiência física na

Educação Infantil, objetivando pesquisar, refletir sobre a importância de brincar no

desenvolvimento cognitivo dessa criança.

As atividades lúdicas têm como objetivo das oportunidade ao professor de

interagir com os alunos.

Segundo BOTTAS, pesquisadora de política de inclusão citada na revista

Nova Escola (2007), "Criatividade e boa vontade dos professores, embora

importantes, podem não ser suficientes para que o aluno com deficiência se

desenvolva como poderia". "É preciso sistematizar os conhecimentos nessa área.".

O suporte pedagógico ajuda o desenvolvimento do aluno com necessidades

especiais auxiliando os professores que tenham conhecimento também na área para

que possa executar as tarefas. Os recursos usados na escola são muito importantes

para se criar uma escola inclusiva, fazendo assim um bom planejamento para obter

bons resultados.

O professor que quer trabalhar nesta área ele deve ser capaz de atender ad

necessidades desse aluno especial.

De acordo com GOMES (1993) independente do método a ser utilizado deve-

se levar em conta a adequação das atividades às possibilidades maturacionais da

criação e seu nível de desenvolvimento, buscando-se estímulos e reforços positivos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – A Educação Inclusiva e Educação Especial 10

CAPÍTULO II – A Educação Infantil 23

CAPÍTULO II – A Família x Escola na Inclusão 34

CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA CITADA 46

ÍNDICE 47

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INTRODUÇÃO

De acordo com a lei dando base para reconhecimento de Educação Infantil e

da Educação Especial sendo primeiro documento oficial a proclamar o direito da

criança à creche e a Pré-Escola foi a Constituição Federal de 1988 (art. 227) e é

com esse marco legal que o Brasil inaugura o direito das crianças brasileiras à

Educação Infantil. Deste modo a Classe de Educação Infantil fazendo parte da

Educação Básica, contudo não obrigatória, deve estar prontas para receber crianças

em necessidades educacionais especiais, assim como evidencia a resolução nº 2,

de 11 de setembro de 2001, que institui Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial na Educação Básica, em alguns dos artigos.

Com a vinda da Declaração de Salamanca, desde 1994, tem acontecido

diversos debates a respeito da inclusão de pessoas com deficiências no contexto

escolar. No âmbito educacional, a inclusão tem sido motivo de discussões tanto na

forma de legislação quanto na teoria e prática. Embora, ainda sejam poucos os

estudos que identificam as concepções inclusivas dos professores que lidam com

este público.

No século XVII iniciou-se no cenário mundial o processo da educação de

pessoas deficientes. Porém, este trabalho voltado à educação sofreu inúmeros

empecilhos que se basearam em questões religiosos, sociais e até místicas, pois a

pessoa com deficiência era vista como alguém com um carma, pecadora ou até

mesmo um peso para mercado de trabalho e a sociedade.

Inseridas num contexto histórico e social, essas concepções fizeram com que

o trabalho dos profissionais da educação com as pessoas portadoras de deficiências

encontrasse várias barreiras que contribuíram para que estas tivessem negado o

seu direito à educação no diz respeito na prática escolar. Assim, por ser considerado

um processo segregacionista as pessoas com deficiência tiveram suas

potencialidades desacreditadas.

A educação das pessoas portadoras de deficiência vem sofrendo profundas

transformações, que têm beneficiado a todos, com o advento de uma nova visão de

homem, mundo e sociedade. A partir deste momento, as pessoas deficientes

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passaram a ser vistas como indivíduos dotados de potencial intelectual e criativo

saindo da marginalização, tornando-se cidadãos que lutam por seus direitos,

previstos em leis.

Há algum tempo não se acreditava ser possível ver pessoas com deficiência

auditiva, visual, física, dentre outras concluindo a Educação Infantil, o Ensino

Fundamental e o Ensino Médio com um grau de aprendizagem aceitável.

Em 1996 foi feita a inclusão da creche nas leis de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional como etapa primeira da Educação Básica juntamente com a

Pré-Escola. Isso trouxe um novo significado as creches, que deixaram de serem

vistas como uma segunda casa, de aspecto assistencialista, para se tornarem um

espaço dentro da educação destinado à aprendizagem e o cuidado com as crianças.

Ao longo dos anos, a Educação Infantil tem sido desconsiderada diante a

implantação de políticas públicas voltadas para a infância. As crianças desta fase

são geralmente filhos de pessoas que trabalham fora e também são de classes mais

baixas. Elas disputam uma vaga para ter acesso a essa etapa da vida escolar, o que

resulta, em sua maioria, na primeira exclusão vivenciada pelas crianças e suas

famílias.

A inclusão no sistema educacional deve ser iniciada na Educação Infantil,

considerada um local no qual as questões a respeito da diversidade e do encontro

com o diferente acontecem em situações corriqueiras. A primeira infância é a

principal etapa da vida humana, ela é o começo da escolarização, onde deve-se

discorrer e praticar uma verdadeira educação emancipatória.

A inclusão da criança com deficiência na Educação Infantil torna-se importante

por poder observar o distanciamento entre pesquisadores, professores e gestores da

Educação Infantil envolvidos com a proposta da educação inclusiva. Isso desperta o

interesse em pesquisas os processos de inclusão da criança com deficiência nesta

modalidade educacional. A justificativa da decisão por essa etapa da educação

básica se dá incipiência de estudos neste segmento. Segundo Drago (2011), “ao

observarmos as publicações a respeito da inclusão nos últimos anos dentro do

contexto educativo percebemos poucos centralizados na Educação Infantil”.

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CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E EDUCAÇÃO ESPECIAL

A Educação Inclusiva é um processo que cresce de muitos anos até os dias

de hoje com a participação de todos os alunos nas escolas de ensino regular e tem

uma demanda e é analisada sob várias perspectivas em que sua proposta

inovadora, na qual traz reestruturação em adotar práticas pedagógicas que dão

privilégio e diversidade na escola, abordando questões humanistas, educativas e

inclusivas, com estratégias que possam ser utilizadas na orientação e

esclarecimento tendo como objetivo o crescimento, a satisfação pessoal e diferentes

campos em uma inserção social a todos.

A Educação Especial deve ser ocupada em um atendimento de pessoas com

deficiente globalizado de desenvolvimento em instituição especializado e organizada

para atender alunos com determinadas necessidades especiais, promovendo

condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular.

Alunos com deficiências da Educação Infantil até o nível superior estão tendo

o privilégio de receber uma atenção no desenvolvimento para uma promoção em

suas vidas escolar numa educação especial inclusiva. No século XIX, criou-se no

Brasil, a Educação Especial com Instituições Educacionais especializadas voltadas

para o abrigo, a assistência e a terapia de seus alunos, como o Imperial Instituto dos

Meninos Cegos (1854) e o Imperial Instituto de Surdos-Mudos (1857), hoje,

conhecidos como, Instituto Benjamim Constant e Instituto Nacional de Educação

para Surdos (INES). Drago (2011) afirma que “havia até então neste período uma

vasta gama de expressões para nomear tanto o trabalho realizado quanto a clientela

atendida nestas instituições, e que ainda em nossos dias, se refletem nos meios

sociais”.

Até o século XIX, segundo uma investigação sobre essas

medidas, algumas expressões eram utilizadas para definir

ao atendimento educacional dos portadores de

deficiência, algumas até preconceituosas como:

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Pedagogia de Anormais, Pedagogia Teratológica,

Pedagogia Curativa ou Terapêutica, Pedagogia da

Assistência Social, Pedagogia Emendativa. Algumas

dessas expressões, ainda hoje, são utilizadas, a despeito

de sua impropriedade (MAZZOTA, 2001, p.17, apud

GRAGO, 2011, p.61)

Estas instituições de Educação Especial, por muitos anos, permaneceram

desenvolvendo um trabalho em favor de critérios que dão assistência tendo o

cuidado de forma isolada e preservando de forma isolada estas instituições. Essa

situação mudou, inicialmente, a partir das Leis de Diretrizes e Bases 4024/61 que

tratam da Educação Especial, em seu art. 88, propõe, pela primeira vez, o

atendimento ao deficiente dentro do possível na educação regular. No ano de 1994

a Declaração de Salamanca aprovou em seu documento um conjunto de regras que

configuram as atuais políticas públicas educacionais referentes à Educação

Especial, dentre os quais garante a qualificação profissional dos professores e a

valorização do aluno como sujeito e como ser humano que possui diferenças dentro

da imensa diversidade humana.

A Declaração de Guatemala (1999) é outro documento de destaque, no qual o

Brasil é signatário. Este documento tem servido de base as políticas públicas

alusivas ao trabalho da assistência social, educacional e saúde para a pessoa

deficiente, integrando a Convenção Interamericana para a eliminação de todas as

formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência. A Declaração

de Guatemala tem como princípio garantir que os governos se comprometerão de

adequar as instalações que promovam a acessibilidade e a comunicação das

pessoas com deficiência, desenvolvendo ações facilitadoras e acesso à saúde, à

educação, ao emprego, à assistência social, aos desportos e à cidadania,

divulgando a igualdade de condições e oportunidades de vida para todos diante da

sociedade, suprimindo preconceitos e discriminações.

Os sistemas educacionais, em todos os níveis, devem permitir o acesso de

alunos deficientes às classes regulares oferecendo orientações teórica e prática, e

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favorecendo desta maneira, a inclusão escolar, isso é ressaltado pela atual Lei de

Diretrizes e Bases 9394/96.

[...] há uma grande preocupação no que diz respeito a

uma política inclusivista de pessoas deficientes no seio da

escola regular, com apoio técnico, um atendimento digno

e de qualidade em relação a recursos materiais, físicos e

profissionais (DRAGO, 2011, p.67)

O documento citado sustenta ainda que o serviço especializado para o

atendimento às particularidades especiais dos alunos só deverá ser instaurado se

necessário.

A Lei nº 10.172/01 instituiu o Plano Nacional de educação. Essa lei frisa que a

inclusão das pessoas com deficiência deve acontecer no sistema regular de ensino.

“A educação especial, como modalidade de educação escolar, terá que ser

promovida sistematicamente nos diferentes níveis de ensino” (BRASIL, 2001, p.126).

O mesmo documento, em seu capítulo 8, item 8.3, denominado, objetivos e metas

referentes à educação especial, mostra uma série de objetivos e metas que devem

ser atingidos nas próximas décadas, relacionados a essa modalidade de ensino,

sendo que um desses objetivos é: “aumentar os recursos destinados à educação

especial a fim de atingir, em dez anos, o mínimo equivalente a 5% dos recursos

vinculados a manutenção e desenvolvimento do ensino” (BRASIL, 2001, p.13).

Drago (2011) ressalta que a LDB 9.394/96 traz, ainda consigo, resquícios das

suas antecessoras nº 4.024/61 e nº 5.692/71, especialmente quando se refere ao

termo “preferencialmente”, que induz a diferentes interpretações segundo a política

do governo, isso porque “[...] infelizmente a expressão ‘preferencialmente na rede

regular de ensino’ do texto legal implica a possibilidade de crianças e adolescentes

com deficiência serem mantidos nas escolas especiais” (FERREIRA; GUIMARÃES,

2003, P.105, apud DRAGO, 2001, p.67).

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Junto as Declarações de Salamanca, de Guatemala e da Legislação

Educacional Brasileira que está em vigor, há também a Resolução nº 02, do

Conselho Nacional Educação, de 11 de setembro de 2001, que traz as Diretrizes

Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, sendo a ligação entre a

legislação e a prática educativa. De acordo com a Resolução CNE – CEB nº02/01, a

escola deve ser adaptada às necessidades do aluno e não o contrário. Esta

Resolução mostra que todos os sistemas de ensino devem providenciar equipes de

apoio à educação inclusiva; que os sistemas de ensino reavaliam seus currículos e

métodos avaliativos, para que todos os alunos independentes de suas físicas ou

sensoriais sejam avaliados de acordo com suas competências; que olhemos a

Educação Especial como uma proposta pedagógica buscando atender as

necessidades de cada um e que se realize uma troca entre instituições, centros de

atendimento e sistemas de ensino.

Educação Inclusiva e Educação Espacial têm diferença como foi tratada no

início deste trabalho. Isso deve estar claro para que não tenha confusão ao se

trabalhar com esses temas. A Educação Inclusiva visa princípios dos direitos

humanos e da cidadania, num movimento globalizado, onde possamos ser capazes

de resgatar a identidade de pessoas com necessidades especiais educativas,

acabando com a discriminação e a exclusão garantindo o direito à igualdade em

momentos oportunos sem que os mesmos se sintam tratados com diferenças,

mudando os sistemas educacionais para oferecermos conhecimento de todos os

alunos que são perseguidos e marginalizados acarretando a exclusão.

A Política Nacional de Educação Especial, em 2008, na perspectiva da

educação Inclusiva tem como objetivo principal “o acesso à participação e a

aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e

altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de

ensino para promoverem respostas às necessidades educacionais especiais”

(BRASIL, 2008, p.14), deixando claro que a educação especial deve ser percebida

como uma modalidade de ensino que surge por todos outros níveis, modalidades e

etapas do processo educacional, além de orientar sobre as propostas de

atendimento educacional especializado, disponibilizando recursos, serviços e

contribuições de prática e metodologicamente falando.

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O país vem lutando para que a inclusão de crianças e jovens com deficiência

fosse declarada. A luta continua para garantir um importante acompanhamento que

é a aprendizagem para uma interação social não bastando somente o atendimento

clínico e sim pedagógico objetivando esta interação. Oferecendo uma educação de

qualidade pode significar que teremos bons resultados e o professor por sua vez

deve estar plena consciência de que é preciso ter recursos necessários para um

bom atendimento.

Ainda que não se tenha um consenso sobre os termos, paradigmas, propostas

e ações, induzem os pesquisadores, instituições educacionais, sistemas de ensino,

dentre outros atores duvidando de trabalhos realizados nas escola. No entanto, é

preciso entender o que significa “Necessidade Educativa – Educacional Especial”,

“Pessoa Deficiente”, “Classe Especial”, “Educação Especial” e “Integração e

Inclusão”.

Portanto o papel da escola é se estruturar para atender as crianças e oferecer

algo que vá ser útil e necessário, na qual os alunos tem interesse, independente das

características e necessidades individuais. Uma escola inclusiva, igualitária que

respeita e promove valores para a sociedade.

1.1- Necessidades educativas e necessidades especiais

As pessoas com necessidade especiais apresentam limitações físicas,

cognitivas, sensoriais, até mesmo com altas habilidade, por conta disto precisa de

uma atenção diferenciada para desenvolver suas habilidades e capacidades. E com

isso é importante que as escolas tenham sua autonomia para terem condições de

agir conforme ao que se diz respeito a inclusão.

O termo “deficiência” usamos para definir a falta e a disfunção de uma

estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. A organização social da saúde foi quem

nomeou esta estrutura. E qualquer pessoa que possui uma deficiência é

considerada um portador de deficiência. Nos dias de hoje nos deparamos com o

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preconceito em relação a sociedade e por isso devemos tratar com bastante cautela

em falar a palavra deficiente.

Todas as pessoas que possuem necessidades decorrentes de suas

capacidades ou de suas dificuldades de aprendizagem são enquadradas no terma,

Necessidades Educacionais Especiais (NEEs). É interessante que muitos alunos

passaram, na vida escolar, por situações de NEEs. Nos alunos com deficiência, tais

necessidade são apresentadas em momentos distintos ao longo de sua

escolarização.

Baú e Kubo (2009) afirmam que poucos destes alunos, as necessidades são

permanentes e requerem recursos especiais para que o aluno tenha uma resposta

educacional adequada. No entanto, colocar nomes nessas pessoas que possuem

algum tipo de deficiência como pessoa com necessidades educativo-educacionais

especiais é além de um erro uma forma de discriminação.

O conceito de portador de necessidade educativa

especial, por sua vez traz a ideia de alguém que porta

alguma coisa e que logo pode ser deixado de lado a

qualquer momento, aspectos físicos, mentais, sensoriais

não se portam fazem parte da vida do indivíduo com

deficiência. Atualmente este conceito tem sido abolido da

literatura científica graças a uma maior criticidade e

análise etimológica, contudo ainda está presente na fala

de pais, educadores, pedagogos e sociedade civil

(DRAGO, 2011, p.80).

A resolução 4 da CNECEB (BRASIL) definiu em 2009, em termos claros que

as pessoas com deficiência como impedimentos a longo prazo de natureza física,

intelectual, mental ou sensorial (surdez e cegueira) eram o público-alvo da educação

especial assim como os transtornos globais de desenvolvimento com alterações no

aspecto neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação,

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nas estereotipas; autismo, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtornos

desintegrativo da infância, transtornos invasivos e altas habilidades/superdotados.

Ao concordar com o termo “pessoa com deficiência” ou “pessoa deficiente”

representa o fato de que diferenças existem, devem ser respeitadas e não podem

ser normalizadas, além de possuir uma terminologia científica. A modernização dos

termos deficiente-deficiência e ou sua nomeação própria, como destacam a

Resolução 4, de 2009, e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva

da Educação Inclusiva (2008) também traz essa terminologia específica quando se

trata da educação de pessoas com desordens globais do desenvolvimento,

deficiência e altas habilidades-superdotação, tem que se concordar com estudiosos

que afirmam que esses termos estão sem uso na literatura científica porque

reconhecem nesses indivíduos suas características específicas e, a partir dela,

propõe mudanças no geral da escola como um todo.

No entanto, precisamos clarear que os termos, portador ou necessidade

educacional especial ainda permanente em algumas referências, pois são de

relevantes estudos para a realidade educacional inclusiva que foram escritos em

outro contexto da história.

1.2- Classes e escolas especiais

A escola já assume um papel fundamental na área de educação, na qual vai

mais longe com uma formação moral e ética, construindo espaços de relações

sociais para formar cidadãos.

Vivendo numa sociedade onde a fala de respeito cresce cada dia em relação a

discriminação, corrupção, competição, marginalização e exclusão, onde ao contrário

das atitudes citadas são raras na qual muitos esperam que a escola faça esse tipo

de relação.

A escola em si busca o incentivo a cidadania das crianças na medida em

poder promover um ensino respeitoso como educação inclusiva, significando algo

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para a criança, os benefícios com direitos e deveres para favorecer o

desenvolvimento da consciência em causas coletivas.

Vygostsky salienta que “a heterogeneidade é característica presente em

qualquer grupo e vista como fator imprescindível para as interações na sala aula”.

Portanto, a inclusão é uma inovação que se faz necessária para uma

reestruturação nas escolas brasileiras. A reorganização escolar é um modelo de

implementação que vai mais além a aceitar crianças diferentes na escola, realizando

adaptações de acordo com as necessidades especiais educativa, transformando

processos pedagógicos em qualidades das relações estabelecidas na instituição de

ensino.

Vale lembrar que a formação dos professores está envolvida neste processo e

se torna um instrumento chave para ajudar nas mudanças exigidas pela educação,

inclusiva.

Para que essas mudanças sejam feitas é preciso que o sistema educacional

incluso junto com os pais e comunidade esteja sensibilizado nestas construções

contra a rejeição, modificando o comportamento para formarmos cidadãos, ativos,

conscientes e responsáveis.

Não basta só uma escola receber alunos com deficiência, pelo fato de ser uma

determinação legal, o importante é a elaboração de um projeto pedagógico que

condiz com a proposta inclusiva, mantendo reflexões que atingem o

desenvolvimento da criança.

A formação técnica pedagógica é de suma importância em que os membros

da escola tenham acesso para lidar com a diversidade nas salas de aula.

A capacidade em educação especial é indispensável para que o professor

compreenda a necessidade do aluno que é portador de necessidades especiais no

processo ensino aprendizagem, a fim de atender e dar bons resultados escolares

para todos.

Todo ser humano precisa de alguém para desenvolver suas capacidades de

acordo com o ambiente que o cerca. A educação é direito de todos,

independentemente das diferenças sociais e físicas. Com a inovação de uma

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Educação Inclusiva é preciso que a capacitação seja feita para oferecer uma

educação não só pelas desigualdades, mas também em lidar com essas diferenças.

Com essas estrutura torna-se possível a permanência de portadores de deficiências

na escola e desejamos uma escola que tenha condições de manter-se aberta à

diversidade.

O professor para ser considerado especializado em educação especial, ele

deve saber identificar quais são essas necessidades e saber lidar com a situação

desde que procure uma capacitação para que o mesmo possa desenvolver

atividades e recursos voltados para sua realidade facilitando o processo na

aprendizagem dos alunos com necessidades especiais educativas.

O processo educacional deve ser flexível, adequado as metodologias

necessárias de cada aluno para um progresso escolar.

Todo esse processo depende também de gestores que invistam na estrutura

do estabelecimento para receber alunos portadores de necessidades especiais para

tornar fácil a acessibilidade aos alunos, oferecendo a eles um ambiente agradável e

de integração.

O Projeto Político Pedagógico da escola é um alicerce do trabalho para um

desenvolvimento globalizado (professor, aluno, família e comunidade), deve ser feito

de acordo com o ambiente escolar, se integrando com as instituições que juntos

possam atender o processo educativo para os alunos com necessidades especiais

educativas.

Drago (2011) diz que “a Classe Especial e a Escola são espaços

segregacionais que prendem o aluno em sua deficiência, além de serem ambientes

excludentes transformando a realidade dessas pessoas em um círculo fechado de

necessidades”.

[...] a educação especial se organizou tradicionalmente

como atendimento educacional especializado substituindo

ao ensino comum, evidenciando diferentes

compreensões, terminologias e modalidades que levarem

a criação de instituições especializadas, escolas especiais

e classes especiais (BRASIL, 2008, p.09).

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Adequando-se uma estrutura é fundamental para darmos início a uma escola

inclusiva. De maneira que é importante fazer um bom planejamento, pois a

criatividade e a boa vontade do profissional em educação ainda não podem ser

suficiente para que o aluno com necessidades especiais educativas desenvolva

como deveria. É preciso ter um sistemas de conhecimento nesta área. O

investimento ao atender nesta área. O investimento ao atender estas situações

dentro da sala de aula foi reformulado para oferecer novas práticas e alternativas

para que as crianças com deficiência pudessem interagir nas atividades, mas para

que isso aconteça é preciso que essas estruturas sejam utilizadas e não

abandonadas.

Atualmente o paradigma é outro. Hoje as opiniões sobre a criança com

deficiência mudaram e a Educação Especial realizada em classes especiais ou

escolas especiais estão desaparecendo, já que essas classes – escolas criam à

ilusão de que o mundo está posicionando em função das deficiências do sujeito,

quando ao certo, apenas aquele ambiente escolar tem esta finalidade. Estes

ambientes afastam a criança com deficiência, quando o que se pretende é fazer esta

criança participar da vida cotidiana como ela verdadeiramente é na realidade,

segundo Mantoan (2006) “falta às escolas especiais e as instituições para pessoas

com deficiência a compreensão do papel formador da escola comum, que jamais

será exercido em um meio educacional segregado”.

1.3- O ato de integrar e de incluir

A palavra integração conota-se coordenação ou uma combinação globalizada

Inclusão pode definir em compreensão, participação e diz respeito a uma importante

necessidade do ser humano na possibilidade do indivíduo fazer da sociedade.

Vários autores fazem uma distinção nos conceitos de integração e inclusão em

diferentes situações.

Desenvolver estratégias necessárias para integrar, numa mesma proposta

pedagógica e numa mesma sala de aula, crianças com necessidades especiais e

crianças ditas como normais faz refletir sobre o profissional envolvido no processo

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de ensino-aprendizagem e o Plano Pedagógico da escola dar subsídios para esse

desenvolvimento.

Quando o indivíduo é alvo de mudanças e a sociedade oferece ajuda com

recursos para serem adquiridos em sua vida, no cotidiano, no qual se ria uma

expectativa de que a pessoa com deficiência possa ser igual a quem não tem algum

tipo de deficiência.

A proposta inclusiva tem diferentes caminhos para aprender, desejando

igualdade e oportunidades para as pessoas com necessidades para as pessoas com

necessidade especiais, numa escola única para todos.

A cada necessidade especial educativa é possível dispor de apoios que

possam atender de forma diferenciado o tipo de metodologia, didática e recursos a

serem aplicados nas aulas, sem distinção. Certo que, de acordo com cada aluno,

essa aplicabilidade deve ser individualizada na própria sala de aula com alunos ditos

“normais”, relatando importância da flexibilidade do ensino nas práticas

pedagógicas, promovendo essa Educação Inclusiva em nossa realidade escolar.

A concepção de que as crianças e os jovens deficientes serão matriculados

nas instituições regulares educacionais é trazida pela integração. Essas crianças

são atendidas primeiramente nas classes especiais para apenas depois que

estiverem devidamente adaptados ingressarem nas classes comuns.

O paradigma da integração pressupõe uma adaptação,

agregação do sujeito, sendo um processo onde não há

mudanças no ambiente escolar e nem metodologia de

ensino. O conceito de integração está baseado no

princípio de que quem deve se adaptar é o aluno para se

adequar à escola, independente de suas necessidades

físicas, sensoriais ou intelectuais (DRAGO, 2011, p.76).

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Desse modo, a integração nada mais é que uma “pseudoinserção da pessoa

ao contexto comum de ensino, uma vez que essa pessoa pode ver a não ser sujeito

total do processo por ficar alheio às atividades curriculares, avaliativas, dentre

outras” (DRAGO, 2011, p.76-77).

O modelo da inclusão é o oposto da integração, pois o reconhecimento das

diferenças que conduzem a uma nova forma de organização do sistema

educacional. Esse pensamento de inclusão faz com que a escola efetive em seus

ambientes que não sejam fragmentados nas modalidades regular e especial, mas

um único ambiente que acolherá alunos com suas especialidades e peculiaridades,

não mais limitando em classes especiais nas escolas que se denominam inclusivas.

A inclusão é direito de todos os alunos, não apenas de alguns. Ela acontece

através de uma mudança de cultura e de organização da escola, e assegura o

acesso e participação para todos os alunos frequentam regularmente a para aqueles

que agora estão em serviço segregado, e que podem retornar a escola em algum

momento futuro.

Há no pais a preocupação em proporcionar por meio de várias ações um

entendimento especializado, para pessoas que apresentam limitações e deficiências

mais acentuadas. A educação Especial constitui-se dessas ações. Assim como a

família encontra dificuldades, a própria educação especial enfrenta dificuldades com

professores sem especializações e estruturas em salas de aulas.

A inclusão não é a colocação de cada criança individual

nas escolas, mas é criar um ambiente onde todos possam

desfrutar o acesso e o sucesso no currículo e tornarem-se

membros totais da comunidade escolar e local, sendo

desse modo, valorizados (MITTLER, 2003, p.34).

Quando se fala em criar um ambiente é para que a criança se sinta bem,

familiarizada de maneira que podemos atender suas necessidades especiais

educativas, garantindo um desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos

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que eliminem barreiras no processo de ensino aprendizagem. A adequação da

estrutura da escola como a implantação de salas de recursos multifuncionais,

mobiliário, material didático equipamentos tecnológicos são importantes para a

acessibilidade de uma criança portadora de necessidades especiais educativas.

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CAPÍTULO II

A EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil é a primeira etapa oferecida em creches e Pré-Escolas,

nos quais educam não como espaços domésticos e sim como instituições

educacionais públicos e privados finalizados por órgãos competentes do sistema de

ensino no controle social. É obrigação do estado garantir vagas na Educação Infantil

de qualidade e sem requisito de seleção, respeitando princípios nas propostas

pedagógicas da autonomia, responsabilidades e do respeito ao bem comum, dando

o direito à cidadania em sua liberdade de expressão.

No Brasil até a metade do século XIX deu origem à instituição e atendimento à

criança, na qual foi marcada por diferentes ideias de infância, tipos de lugares e

opiniões sobre o que fazer com alunos que ficam nas escolas. De acordo com o

desenvolvimento dessas instituições foi se agravando as condições de vida entre

mulheres e crianças. Com isso a Educação Infantil não pode ser entendida fora da

história da sociedade e família.

A história da Pré-Escola não vem depois de fatos que se adicionam, mas a

interação dos tempos, onde há uma elaboração de propostas educacionais que se

integram em outros exemplos da história dos homens.

O surgimento da Educação Infantil para crianças de quatro a seis anos

respondem novas exigências educacionais que resultam de relações produtivas

vinda da sociedade marcada por mudanças na organização familiar, voltada para

compreender o meio da criança junto a inocência até as más condutas.

Foram muitos os desafios da Educação Infantil e com sua vinda entrou na

pauta do movimento social através de lutas por creches e com isso foram criadas

programas e projetos de Educação Infantil chegando a implantação de uma

educação inclusiva. Nós estamos diante dos novos paradigmas para serem

discutidos de como será o destino da Educação Infantil no Brasil.

A organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil deve ser

orientada, para que possa proporcionar a criança o desenvolvimento de ter

capacidade para construir suas próprias ações. Essa construção tem como objetivo

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de deixá-la se sentir segura a acolhida no ambiente escolar para estabelecer

relações sociais e afetivas, vinculando com as crianças e adultos que estão no meio,

construindo uma imagem positiva e respeitando as diferenças.

O educador deve ter em mente esses objetivos citados acima para que ele

seja capaz de avaliar as atividades no intuito de alcançá-los.

Toda escola tem seu currículo e acreditamos que o currículo da Educação

Infantil se manifesta com atividades planejadas pelo educador e oferecidas para a

criança. É importante analisar o planejamento que é para Educação Infantil.

Hoje em dia encontramos duas reflexões nestas etapas, a primeira é uma

educação básica para criança de zero a cinco anos, onde a mesma está em

desenvolvimento e que necessita de uma educação para se tornar alguém, baseada

em dispositivos legais e estudos feitos nesta área e a segunda considera a criança

também como um ser em desenvolvimento, mas como indivíduos ativos, produzindo

o seu conhecimento. Pensar a respeito da inclusão na Educação Infantil,

especialmente em relação a infância na creche em que a criança poderá reconhecer

o espaço como seu direito na primeira etapa da educação básica.

2.1- Afetividade e formação na Educação Infantil

O objetivo de discussão de teóricos da educação e a afetividade onde

pesquisas mostram o convívio entre pessoas e crianças tanto na área escolar

quanto no ambiente familiar, determinando formações para o desenvolvimento de

um indivíduo capaz de agir com autonomia, de respeitar e encarar desafios no

cotidiano com mais segurança, fortalecendo esse desenvolvimento integral da

criança.

É fundamental que conhecemos e compreendemos a criança como seres

humanos de sentimento, desejo, vontades e necessidades com direitos e deveres

para que essa relação entre família, escola e criança seja verdadeira e dinâmica

com participações de educadores em conhecer e reconhecer a história de vida

desses alunos. Para que isso aconteça, a escola deve oferecer um espaço para

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fortalecer esse laço efetivo em potencial, por isso o educador deve deixar de lado a

prática pedagógica dura, autoritária para uma prática acadêmica e intelectual.

Restrepo (1998), afirma que:

A escola, em seu conjunto, sene uma profunda aversão a

sensorialidade e à singularidade. Pode-se constar isso na

maneira de tratar o chamado problema de aprendizagem.

Quando uma sensibilidade singular se choca com o

onanismo da máquina escola, preocupada tão somente

em perpetuar-se a si mesma, a forma que esse encontro

toma é o fracasso acadêmico. Ao negar a importância das

cognições afetivas, a educação se afirma como um

pedantismo do saber que se mantêm subsidiário de uma

concepção de razão universal e apática, distante dos

sentimentos e afetos, fiadora de um interesse imperial que

desconhece a importância de ligar-se a contextos e seres

singulares. ( RESTREPO, 1998, p. 32)

Independentemente das etapas é valido fazer uma reflexão individual a cada

um e a todos sem se preocupar com a idade, sem deixar excluir o sentimento, mas

também desenvolve aprendizagens, resgatando um convívio social e educativo da

criança com laços afetivos que interferem na vida de cada uma dessas crianças,

dando um direito legal como necessidade e direito humano.

Vale a pena lembra que ser amável com as crianças não é sinônimo de ser

permissivo e autoritário, mas tomar ciência do papel de educador.

Quando nos referimos o papel de educador de criança, temos que lembrar que

este papel vem sofrendo várias modificações, onde historicamente, a prática

docente vem sendo definida como faro social que é o professor, que se caracteriza

em ser considerado mediante das vivências e experiências, e a educação é um

processo que constrói conhecimento a partir de diversas situações que são nascidas

dentro de um ambiente para aprendizagem, dando condições de integrar, modificar

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e adaptar junto a sociedade na qual está inserido. As discussões são feitas em

aspectos que relevam o processo formativo do educador em Educação Infantil

procurando entender o contexto desta prática pedagógica para a construção de

saberes.

Estes saberes implicam no desenvolvimento de algumas habilidades e

competências referentes aos valores com relação ao papel social da escola, em que

o domínio dos conteúdos são ligados aos saberes de remanejamento interdisciplinar

e aos conhecimentos pedagógicos.

As experiências são construídas através de acompanhamentos de aspectos

na vida escolar.

O curso de Pedagogia no Brasil vem oferecendo a formação do profissional

em educação de criança após o curso de Magistério (Ensino Médio), trazendo

situações de elaboração de projeto pedagógico, organização das turmas e do tempo

e espaço escolar.

O professor de Educação Infantil se depara com um desafia de apresentar

uma teoria completa de sua atividade estabelecendo esses saberes necessários

para o processo formativo, desenvolvendo suas potencialidades preparando para

agir diante do inédito como criatividade no aprender e pensar, tendo frutos

geradores alimentados pela sua própria autonomia não só modificando o seu saber,

como em fazer necessário de revelar suas competências. Deve-se dar prioridade a

pluralidade, ao dia a dia do professor em sala de aula, saber pensar e sentir a

realidade no qual vai ser desafiada para construir um novo saber. Uma capacidade

de inventar e criar ao educar, apresentando competências e postura que aparecem

emergencialmente no contexto como educador.

2.2 – Inclusões na Educação Infantil

A educação inclusiva visa princípios dos direitos humanos e da cidadania, num

movimento globalizado, onde possamos ser capazes de resgatar a identidade de

pessoas com necessidades especiais educativas, acabando com a discriminação e

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a exclusão, garantindo o direito de igualdade em momentos oportunos sem que os

mesmos se sintam tratados com diferenças, mudando sistemas educacionais para

oferecemos a informação de conhecimento de todos os alunos, principalmente os

alunos que são perseguidos.

A oferta de educação especial em estabelecimentos públicos de ensino está

na lei nº 7.853.1999 que define como crime recusar, suspender, contemporizar,

cancelar a inscrição de alunos em estabelecimentos público e privado por motivo de

deficiência.

Nas deliberações do Conselho Nacional de Educação o Ar. 2º diz que as

instituições devem prover o atendimento educacional especializado dos alunos,

preferencialmente, nas turmas comuns.

No entanto, se na trajetória da Educação Infantil aparece vestígios de uma

atitude compensatória, onde as crianças eram vistas pelas suas limitações e

carências, como simplesmente seres incompletos, enquanto educação especial, as

primeiras propostas de atendimento eram para corrigir falhas no sujeito, ou seja,

essas pautavam, ainda por sua incompletude, pela “falha”.

Existem pontos semelhantes no caminho entre a Educação Especial e a

Educação Infantil. O cunho assistencialista e filantrópico que marcou a Educação

Infantil da mesma que na Educação Especial, onde o poder público transferiu a

responsabilidade pelo manejo da Educação Especial às instituições filantrópicas.

No século XX, o atendimento as crianças pertencentes ao grupo etário de 0 a

6 anos foi ministrado por creches, escolas maternais ou internatos que eram

dirigidos às crianças pobres, filhos de mães que trabalhavam. As unidades

ofereciam cuidados básicos que garantiam a vida destas crianças. Nesta época não

se acreditava na possibilidade de transformação de crianças com algum tipo de

deficiência, então os espaços que as atendiam cumpriam apenas o papel de

manutenção da vida.

A educação para todos fica relacionada às políticas sociais, divisão de rendas

e a chegada diferenciada aos bens materiais entre outros.

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Nos dias de hoje o mundo exige que os trabalhadores sejam capazes de

resolver problemas, dinâmicos e serem flexíveis a qualquer tipo de tarefas que

possam aparecer de forma inesperada para trabalharem em grupo. A inclusão

escolar é direito de todos na qual devemos aceitar essas adversidades e saber lidar

com as mesmas.

Os primeiros estudos que apontam que a educação de crianças respeita suas

diversas necessidades. Isso é possível, mas não é um processo simples, que não se

reporta apenas ao combate às práticas discriminatórias na recepção dos alunos na

escola, pois “dúvidas em relação ao que representa a inclusão são enormes no meio

acadêmico e prático” (DRAGO, 2011). O aluno que é portador de necessidade

especial é introduzido na escola para cumprir determinações legais ou exigências

dos pais. Isso pode acarretar em uma participação escolar à margem do sistema de

educação, onde estes alunos não interagem com seus pares, são vítimas de bullying

e de maus tratos; crianças que não recebem uma educação formal, ou seja, uma

“inclusão excludente” e estão na escola apenas para a socialização. A escola faz a

inclusão sem dar condições para que este aluno se sinta pertencente aquele meio.

No cenário da inclusão um dos papéis da escola é a organização no

atendimento aos alunos e oferecer toda sua vida acadêmica e por ser uma escola

inclusiva tem vantagens no sentido de respeitar, dando valor para a sociedade, com

resultados satisfatórios, reconhecendo as diferenças dos alunos e adotando novas

práticas pedagógicas. Este desafio é de fazer acontecer tarefas que assumem todo

o sistema educacional segundo as suas peculiaridades.

É importante dizer que o ambiente escolar ideal para a criança com deficiência

deve ser um espaço desafiador e rico, cuja interação com os demais colegas

colabore para o desenvolvimento de suas potencialidades, possibilitando a

construção e a troca de saberes e valores.

Ao fazer referência à rede privada, parece contraditório a ideia de inclusão,

uma vez que a Educação Infantil nas escolas da rede particular por princípio a

exclusão daqueles que não podem as mensalidades. Por isso, o fato de que tal

instituição tenha como requisito acolher o aluno portador de deficiência em nome da

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inclusão é enganoso, pois a instituição exclui uma grande massa de pessoas pobres

que não podem pagar por um ensino em uma rede particular.

A inclusão na escola particular, se deve ser feita de forma

ética e responsável, não significa receber e incluir todos

os alunos com necessidade educacionais especiais na

escola regular, mas implica tanto reconhecer às

dificuldades e limitações existentes quanto – e

principalmente – a disponibilidade para buscar condições

para que isso aconteça.(EMILO, apud FRELLER,

FERRARI, SEKKEL, 2008, p. 83).

De acordo com Freller et al (2008), “a demanda de vagas na Educação Infantil,

na rede pública, em todo o país é menor do que a oferta, e fica difícil aprofundar o

processo de inclusão já que as crianças com deficiência também engrossam esse

grande número de crianças excluídas das creches públicas e EMEI (Escolas

Municipais de Educação Infantil)”.

Enquanto o indivíduo com deficiência está no período da infância, é a família

da criança portadora de deficiência que escolhe o caminho educacional seguido por

esta. Os pais precisam acreditar nos benefícios da inclusão e reconhecer que seus

filhos têm direito a ela. Ainda hoje, o número de crianças com deficiência

matriculadas nas creches e Cemeis do ensino regular ainda são insignificantes,

apesar de um aumento desde 2002. Vários profissionais da educação orientam

crianças e encaminham crianças portadoras de deficiência para as escolas

especiais, sendo que, segundo Biaggio (2007) “a legislação penal no art. 8º, da Lei

nº 7.853/89 diz ser crime de conduta frustrar, sem justa causa, a matrícula de um

aluno com deficiência, a exclusão é crime”. Tem-se visto com isto que os

professores de Educação Infantil acabam não reconhecendo as vantagens de uma

educação inclusiva por não receberem crianças com deficiência nas creches,

escolas e Cemeis.

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Alguns autores que defendem a Inclusão confiam que em se versando de

crianças portadoras de deficiência nas instituições de Educação Infantil são espaços

privilegiados que possibilita a convivência com adultos e outras crianças de origens

diferentes, costumes, etnias, religiões, e isso permitirá o contato desde cedo com

diferentes tipos de manifestações, daquela que a criança vivencia no ambiente

familiar ou num ambiente segregativo, “permitindo-lhe assim as primeiras

percepções da diversidade humana” (ARNAIS, 2003. p. 9-10).

Para considerar a inclusão na Educação Infantil, é necessário refletir a

inclusão na creche, na escola, no Cemei e em todo o sistema educacional. Para que

isto aconteça é preciso revisar os objetivos e metodologias da educação em nosso

país, envolvendo a todos os atores educacionais em uma sociedade inclusiva.

É fundamental que conheça o histórico e a condição do aluno deficiente antes

de recebê-lo. É de extrema importância os diagnósticos e eles devem ser

respeitados, ainda mais se forem orientados da melhor maneira para que se entenda

o aluno. Porém, esses diagnósticos não podem ser confundidos rótulos reduzidos o

educando a determinada condição, como “o autista”, “o deficiente intelectual”, “TDH”,

etc. É importante também que os professores saibam se há utilização de

medicamentos, o tempo de duração dos mesmos e quando isso interfere na

participação das atividades escolares e quais os efeitos colaterais.

A prática das atividades pedagógica e de avaliação distinta para os alunos

com necessidades de seleção dos alunos mais capazes sempre esteve presente

nas propostas educacionais, contudo os documentos oficiais, como os Parâmetros

Curriculares Nacionais (BRASIL, 1999) e as Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial na Educação Básica (BRASIL, 2002), lembram que são necessárias

adaptações tanto físicas quanto pedagógicas e de pessoal, em virtude das

necessidades de adaptar a grade curricular e o processo aos alunos com

deficiências.

Portanto, o ideal é que durante a realização de atividades e avaliações

diferenciadas, a avaliação não seja colocada de maneira a confrontar o desempenho

entre os alunos, mas que sirva para examinar o quanto cada aluno (abrangendo

todos os alunos) evoluiu período. Essa avaliação precisa ser coerente com o que

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acontece em sala de aula, sendo um feedback para o professor constatar se os

objetivos estão sendo alcançados ou se novas alternativas precisarão ser adotadas.

Na prática, é possível observar que várias creches e escolas aceitam crianças

com deficiências e acreditam que elas apenas necessitam de brincadeiras e de uma

socialização, não que estas não sejam importantes, mas cada vez mais observam-

se crianças mantidas na Educação Infantil após atingirem a idade de alfabetização e

de ingresso no Ensino Fundamental.

Quando a criança está com dez anos é possível ver em algumas situações

uma comparação com os colegas de cinco ou seis anos. Neste momento, a família é

informada que deverá encontrar outra escola. “Isso ocorre porque o critério de

prontidão para a alfabetização tem sido preponderante, na maioria das escolas, para

a promoção das crianças da Educação Infantil para o Ensino Fundamental”

(FRELLER, et al, 2008, p. 88).

O processo de avaliação diferenciado e a realização de atividades

pedagógicas permitem que a escola, a creche ou o Cemei considere cada situação

individualmente na hora de tomar decisões. Caso a criança portadora de deficiência

pertença a um grupo etário de cinco anos e acontecer de ir para a turma de

alfabetização no ano seguinte, alguns fatores precisam ser considerados para que

esta criança permaneça em um grupo de crianças menores. Esses fatores revelam a

maturidade do aluno deficiente, seja em relação ao seu cuidado como às atividades

de interação com seus colegas. As escolas que inserem classes de Educação

Infantil são obrigadas a construírem estratégias para andar em paralelo com o

trabalho pedagógico e para a avaliação do desenvolvimento das crianças,

promovendo a garantia da interação das crianças, continuidade no processo de

ensino aprendizagem de acordo com momentos vividos pela criança.

Portanto, as posições que defendem a promoção direta da criança portadora

de deficiência da Educação Infantil para o Ensino Fundamental podem se perigosas,

a partir do momento que as condições de cada criança são as mais diversas

possíveis; isso é um ponto importante no que se refere aos alunos com deficiência e

precisa de uma discussão maior.

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De acordo com Campioni et al (apud COLL et al, 2010, p. 46) “Os alunos com

deficiência apresentam sérias limitações em seu desenvolvimento metacognitivo e

em sua capacidade para transferir suas aprendizagens”. No entanto, o professor

precisa se organizar e estruturar as atividades curriculares no auxílio aos alunos

com necessidades especiais para que eles aprendam de forma significativa. Para

isso, planejar a metodologia é essencial e os colegas também podem ser um

estímulo poderoso na construção de aprendizagens durante o trabalho em grupos.

É no respeito mútuo que está o sucesso dessa iniciativa. “A sensibilidade e a

compreensão dos outros aumentam com o reconhecimento e a valorização das

diferenças, e não sua ignorância” (MARAS; BROWN, apud COLL et al, 2010, p. 46).

É durante o processo de conhecimento entre os pares que prevalece a

aceitação, a interação e o trabalho coletivo, a dimensão afetiva e a autoestima dos

alunos com deficiência a respeito do que sentem ou pensam seus sentimentos e

problemas, e suas preferências. Não existem fórmulas que defina como deve ser o

seu ensino, a realidade de cada criança deficiente é única. O professor precisa

perguntar e observar, analisar e ouvir para poder compreender as necessidades dos

alunos e os seus pontos de vista, estar atento às realizações que os alunos

estabelecem com seus colegas nos momentos de recreação.

O fator decisivo para a inclusão social são as ações dos colegas diante dos

alunos com deficiência. Em grande parte, as atitudes das crianças dependem das

atitudes observadas em seus pais e o professor, em programas educacionais que

favorecem a comunicação e o conhecimento e contribuem de forma significativa

para prover o processo de inclusão social nas aulas. A redução do número de

alunos por sala, é a maneira para facilitar à interação destes e, o atendimento às

especialidades de cada um é um dos aspectos que deve ser considerado dentro da

proposta da Educação Inclusiva na Educação Infantil.

Alguns estudos têm comprovado que a limitação de criança por grupo é

essencial para a abordagem com qualidade de alunos com deficiência e a relação

das atividades educativas diferenciadas. De acordo com Freller et al (2008) “o

número máximo de alunos varia de quinze, para a Educação Infantil, até vinte e

cinco no Ensino Fundamental, limitar o número de crianças diferentes em cada

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grupo é importante porque esse percentual possibilita uma avaliação individualizada

dos professores”.

É proposta nas Diretrizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002), a

distribuição dos alunos deficientes pelas diversas classes do ano escolar, onde

estes foram classificados não ultrapassando 15 % do total da sala. É importante que

os alunos com deficiências semelhantes devam ser agrupados, de preferência, em

locais diferentes, evitando desta maneira que sejam estimulados a fazerem

subgrupos dentro da sala, deixando de interagir com o restante da sala e sim prever

condições para o trabalho coletivo, reconhecendo, valorizando, respeitando as

diversidades dando dignidade a criança como pessoa humana.

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CAPÍTULO III

FAMÍLIA X ESCOLA NA INCLUSÃO

O nascimento de um bebê com deficiência mental ou aparecimento de

qualquer outra deficiência altura consideravelmente a rotina do lar. Os pais logo se

perguntam porquê? De quem é a culpa? Como reagir diante da situação? Como

será o futuro da criança? Afirmando a necessidade de esclarecimento.

A família constituiu o primeiro universo de relação social e o mais completo,

de ação mais profunda sobre a personalidade, dando a enorme carga emocional das

relações.

Diante de tal quando, dos profissionais é fundamental para minimizar esses

sentimentos e promover orientações e esclarecimentos sobre a capacidade do filho

especial, bem como provocar um olhar dos pais sobre sim mesmo.

É essencial a participação da família no cotidiano escolar.

A princípio pode até parecer meio confuso, mas é preciso compreender que a

criança é fruto de um histórico social e familiar.

"A maior parte dos colégios, infelizmente, não estão prontos para a inclusão.

Temos normas e diretrizes para promover a educação inclusiva, adequadas e

avançadas, mas isso ainda é um desafio a superar".

Para que possa construir uma localidade inclusiva é preciso antes de

qualquer coisa uma mudança no pensamento das pessoas e na estrutura da

sociedade. Isso requer tempo e o que irá desencadear essa mudança, é a própria

família, logo a sociedade.

O aluno da educação inclusiva é tão especial quanto qualquer pessoa. A

família a principal responsável pelas ações do seu filho com necessidades especiais.

É ela que lhe oferece a primeira formação.

Na integração / inclusão escolar, o aluno, com a orientação dos profissionais

e da família, poderá adquirir competência profissional e pessoal.

A família e a escola devem encontrar formas criativas e arregimentadoras do

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convencer a comunidade a participar, através de parceria, da manutenção para

interação / inclusão.

A família é a primeiro, talvez o principal grupo social em que vivemos. É nela

que aprendemos a construir nossa individualidade e independência. Por isso, é

muito importante o contato com outras famílias que enfrentam ou não, problemas

com necessidades especiais.

Os pais precisam estar conscientes e mobilizados para participar, apoiar,

trabalhar em conjunto com união e harmonia. Devem também cuidar para que não

haja, em relação ao filho com necessidades especiais, super proteção.

O aprender vai depender do processo da interação social com as pessoas

que atuam com o aluno e sua família, que vão agir com mediadores entre o

indivíduo e o meio.

Promover a inclusão significa, sobretudo, uma mudança de postura e de olhar

aurca da deficiência.

Implica em quebrar paradigmas, reformulação do nosso sistema de ensino

para a conquista de uma educação de qualidade, na qual o acesso, o atendimento

adequado e a permanência sejam garantidos a todos os alunos, independente de

suas diferenças e necessidades.

Educando todos os alunos juntos, as pessoas com

deficiência têm oportunidade de preparar-se para a vida

na comunidade, os professores melhoram suas

habilidades profissionais e a sociedade toma a decisão

consciente de funcionar de acordo com o valor social de

igualdade para todas as pessoas, com os consequentes

resultados de melhoria da paz social. (KARAGIANNIS,

STAIN BACK E STAINBACK, 1999).

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Um sistema inclusivo não é aquele que tem todas as escolas preparadas da

noite para o dia, mas é aquela que adota uma postura pela não exclusão e, a partir

daí, busca as medidas necessárias para atender com qualidade e respeito a todos

os alunos.

A igualdade de oportunidades abrange tanto o acesso com a permanência no

ambiente escolar.

A permanência de alunos com deficiência no ambiente escolar exige que tal

ambiente e as pessoas que pessoas que o compõem realizem transformações

destinadas à sua adaptação, as necessidades especiais dos mais diversos alunos.

Só assim eles terão igualdade real de oportunidades.

Por isso, o professor deve ser uma referência de segurança sobre o qual a

criança pode se apoiar, estabelecendo rotinas de trabalho cotidiano da sala de aula

e assegurando a participação de todos os alunos nas atividades da classe.

A escola pode ser pensada como meio do caminho entre a família e a

sociedade.

A escola é uma instituição marcante na vida das pessoas,

independentemente do ponto de vista político-educacional. Neste espaço, decorrem

diferentes tipos de aprendizagens e de socialização entre os seres humanos.

Valorizar as suas realizações, pelo que elas representam para essa pessoa

em particular, sem compará-las a outras pessoas diferentes ou não.

Ser capaz de perceber de muitas limitações são contornáveis, não exigindo

muitas vezes recurso especial apenas boa vontade e criatividade por parte da

pessoa portadora de deficiência.

É necessário que os muros das escolas deixem de significar barreiras passam

a existir para ampliar a atuação do processo educacional em um contexto

multidisciplinar.

O impacto na vida familiar influência corretiva na vida escolar do indivíduo,

pois este está inserido numa estrutura familiar com uma dinâmica que por muitas

vezes entra em conflito, determinado comportamento e sua capacidade de

aprendizagem escolar.

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Em outras palavras trata-se de rever o aspecto que a escola em posição de

cobrança e a família em posição de culpado, ou cobrada. Assim, a família

funcionaria com mais escolarização daqueles que estivessem apresentado

resultados em diferentes estados.

Estas necessidades ficam muito claramente expressas nas recomendações

internacionais.

A declaração de Salamanca (1991), por exemplo, diz em suas diretrizes de acoestde

níveis nacionais, no Artigo 58.

Os Ministérios da Educação e as escolas devem ser os únicos a perseguir o

objetivo de dispensar o ensino a criança com necessidades educacionais especiais.

Isso exige também a cooperação das famílias e a mobilização da comunidade (...).

A escola por sua vez, precisa abrir suas portas às famílias, de fato (e de

direito). Não alimentado uma relação hierárquica e autoritária, fazendo papel de juiz

ou cobrador da família. Mais ampliando cada vez mais o espaço para verdadeira

participação, dividindo seu conhecimento sobre a criança com a família, respeitando

o desejo e abrindo esta a se informar para crescer numa relação de maior igualdade.

Uma sociedade inclusiva tem compromisso com as minorias e não apenas

com as pessoas com deficiências, tem compromisso com elas e com sua

diversidade e se auto exige transformações intrínsecas.

A construção de consciência social inclusiva se afirma pela livre convivência e

pelo conhecimento reconhecimento da diversidade com pluralidade e respeito às

diferenças.

A escola que tem pretensão de ser inclusiva, deve planejar para

gradativamente implementar as adaptações necessárias para garantir à todos o

acesso à aprendizagem e do conhecimento.

Esta escola deve reconhecer as diversidades, abolir o preconceito contra as

diferenças, atender as necessidades de cada um e assim, promover a

aprendizagem. Para que isto se torne realidade é necessário acessibilidade,

adaptações curriculares, criação de uma rede de parcerias formação de professores,

atendimento educacional especializado.

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É passando à ação que a pessoa com deficiência conquistará definitivamente

o seu lugar na sociedade em que vive.

Trata-se de um desafio que merece a atenção e contribuição de todos.

A inclusão é movimento mundial de luta das pessoas com deficiência e seus

familiares na busca dos seus direitos e no lugar na sociedade.

Existem vários tipos de deficiências ou necessidades especiais, com suas

características e dificuldades particulares, por isso nenhuma pessoa possui a

mesma necessidade igual a outra ou terá a mesma forma de desenvolvimento e

aprendizado.

Assim, há a deficiência longenita que é aquela onde a pessoa nasce com ela

e a deficiência adquirida que se desenvolve por razão de alguma patologia, acidente

ou alguma coisa semelhante.

A inclusão de alunos portadores de necessidades especiais é uma realidade

de muitas escolas.

Então, assim como os professores acreditam que a família deve integrar-se

no processo, existe a visão dos familiares que acreditam que os professores devem

estabelecer um trabalho em conjunto com os pais e filhos especiais através de

encontros ou reuniões para que, dessa forma, todos possam ter conhecimento e

vivenciar a rotina repleta de atividades que os filhos realizam.

Tais reivindicações deixam evidente o fato de que, tanto os pais como os

professores, não se encontram preparados para lidar com a inclusão de alunos

especiais na escola regular, pois todos exigem a atitude do outro, mas não se

mostram disponíveis para dar o primeiro passo.

Para que uma experiência de inclusão seja bem sucedida, na creche ou na

escola, união entre os pais, a escola, o poder público e a sociedade é fundamental.

A educação especial, surgiu, então, como cuidados assistenciais às pessoas

com necessidades especiais, separados da educação comum.

Atualmente uma nova tendência propõe uma abordagem diferenciada para

modalidade de educação.

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A maior parte dos colégios, infelizmente, não está pronto para a inclusão.

Temos normas e diretrizes para promover a educação inclusiva, adequadas e

avançadas, mas isso ainda é um desafio a superar.

A inclusão desperta os educadores para a real função da escola: atender o

direito de aprender.

A maioria dos docentes brasileiros não trabalham com os diferentes tipos de

deficiências, síndrome e transtornos possíveis de acontecer com qualquer criança.

O reconhecimento da família como co-agente no processo de inclusão escolar

e social da pessoa com deficiência, viabiliza a parceria vital e necessária entre a

escola e a família.

A conscientização das possibilidades de escolhas e a capacidade de

despertar e ir além das oportunidades sociais, políticas e econômicas, não garantem

inclusão sócio-cultural, mas socializar conhecimentos que viram o sucesso de uma

proposta inclusivista implica em uma afetiva participação social da família dos

deficientes.

Também se faz necessário, uma mudança de paradigmas educacionais, onde

se entra mais no aprender, levando em conta suas potencialidades e não apenas as

disciplinas e resultados quantitativos, favorecendo uma pequena parcela dos alunos.

Há também que se lembrar, que todos os alunos vêm com conhecimentos de

realidade que não pode ser desconsiderado, pois faz parte de sua história de vida,

exigindo uma forma diferenciada no sistema de aprendizagem.

Temos que diferenciar a integração da inclusão, na qual na primeira, tudo

depende do aluno e ele é que tem que se adaptar buscando alternativas para se

integrar, ao oposto da inclusão, o social deve modificar-se e preparar-se para

receber o aluno com deficiência.

Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um

mesmo contexto escolar.

A opção por este tipo de educação não significa negar as dificuldades dos

estudantes, pelo contrário.

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Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problema, mas como

diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social que pode ampliar a visão

do mundo e desenvolver oportunidades de conivência a todas as crianças. É um

processo em que se implica a participação de todos os estudantes nos

estabelecimentos de ensino regular.

Vivemos hoje, no Brasil numa sociedade democrática, capitalista e de uma

consciência de vida como nunca antes se viu. Todos esses fatores reunidos acabam

gerando um campo propício para a chamada inclusão social.

Uma escola pode ser considerada inclusiva, quando não há distinção entre

seres humanos, não seleciona ou diferencia com bases em julgamentos de valores

com "perfeitos e não perfeitos, "normais e normais".

É aquela que proporciona em educação voltada para todos, de forma que

qualquer aluno que dela faça parte, independente deste ser ou não portadores de

necessidades especiais, tenha condição de conhecer, aprender, viver e ser, num

ambiente livre de preconceitos que estimule suas potencialidades e a formação de

uma consciência crítica.

A escola inclusiva deve ser aberta, eficiente, democrática, solidária e, com

certeza, sua prática trazer vários benefícios.

A inclusão escolar depende antes de tudo de um reconhecimento humilde por

parte da escola e da sociedade, da qual aquela faz parte, da necessidade de se

educarem a si mesma para lidar com a diferença, antes de criarem técnicas,

estratégias ou métodos.

O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na escola regular decorre,

portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos

na escolaridade, por meio de adaptação das práticas pedagógicas à diversidade dos

aprendizes. E só consegue atingir esse sucesso, quando a escola regular assume

as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em grande

parte do modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada.

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Pois não apenas as diferentes são excluídas, mas também as que são

pobres, os que vão as aulas porque trabalham as que pertencem a grupos

discriminados, os que tanto repetiram desistiram de estudar.

Toda criança precisa da escola para aprender e não para marcar passo ou

ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte. A trajetória escolar não

pode ser comparada a um rio perigo e ameaçador, em cujo as águas os alunos

podem afundar.

Uma sociedade inclusiva tem compromisso com as minorias e não apenas

com as pessoas com deficiências. Tem compromisso com elas e com sua

diversidade e se auto – exige transformações intrínsecas.

É um movimento com características políticas. Com filosofia, incluir é a crença

de que todos tem direito de participar ativamente da sociedade. Como ideologia, a

inclusão vem quebrar barreiras cristalizadas em torno de grupos estigmatizados.

A preocupação com as diferenças tem se transformado, assim, em uma

obsessão pelo diferente. É necessário suspeitar desta modalidade de tradução

pedagógica que se obstina desde sempre em apontar o dedo quem e como são os

“diferentes”, banalizando ao mesmo tempo as diferenças.

De fato, o problema não está em saber quais são as diferenças, ou qual é a

“melhor” definição de “diferenças”, mas em como inventamos e reinventamos,

cotidianamente, aos outros “diferentes” uma “alteridade” diferente.

O problema da diferença e da alteridade não se deve condicionar nem reduzir

e/ou separação entre a escola comum e a escola especial.

A inclusão escolar não consiste em colocar crianças com necessidades

educativas especiais no ensino regular. Além da formação continuada de

professores, das salas de recursos multifuncionais, a inclusão exige flexibilização do

currículo. Isso é muito delicado e exige pensamento da escola em conjunto com a

família.

Além, é claro, de uma análise individual de cada caso. Não pode incluir uma

criança que tem necessidades especiais e esperar que ela, com suas

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particularidades, siga o mesmo “caminho” que os demais. Isso gera angústia para

todos.

A escola comum não vai trabalhar uma necessidade específica do aluno na

sala de aula. Isso tem de ser providenciado em contra turno, como fonoaudiologia ou

psicopedagogia. Há necessidade de definição da participação da família nas

decisões em todos âmbitos, incluindo à sua responsabilidade dos atendimentos do

contra turno que a criança precise.

A educação inclusiva tem sido discutida em termos não somente de novas

estratégias de ensino, mas de maneira bem mais ampla com ações que levem as

reformas escolares, melhorias nos programas de ensino e novas medidas de justiça

social.

Por isso, a inclusão pressupõe uma escola que se ajuste a todas as crianças,

em vez de esperar que uma determinada criança com deficiência se ajuste a escola.

Mas, acima de tudo, é necessário que se entenda que as escolas têm a tarefa

de ensinar aos alunos a compartilharem o saber, os sentidos as coisas, as emoções,

a discutir e a trocar experiências e ponto de vista.

Neste sentido, a escola tem um compromisso primordial e insubstituível:

introduzir o aluno no mundo social, cultural e científico, e todo ser humano,

independente de padrões de normalidades estabelecidas pela sociedade ou pré-

requisitos imposto pela escola.

A administração da escola deve encorajar práticas inovadoras e o

planejamento ser feito de forma colaborativa entre todos os integrantes, incluindo

também a família e os alunos.

Por isso, a inclusão pressupõe uma escola que se ajuste a todas as crianças,

em vez de esperar que uma determinada criança com deficiência se ajuste à escola.

O preconceito e a discriminação sempre fizeram e ainda fazem parte da vida

dessas pessoas com deficiências. Deseja-se mostrar a importância da família, da

comunidade, do município, etc..., para o desenvolvimento dessas pessoas

portadoras de necessidades especiais.

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A caminhada ainda é lenta, mas nunca é tarde para buscar-se a igualdade e

mais que isso, o respeito. Não existem pessoas nem pior, existem pessoas

diferentes.

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CONCLUSÃO

Considera um processo cultural, a Educação Infantil, através de métodos,

didáticas e técnicas específicas conduz os alunos a desenvolver relações que

envolvem respeito mútuo, solidariedade e justiça, transformando a criança em um

ser pensante e autônoma das suas ações e atitudes na sociedade. É uma prática

nova a inclusão de crianças com deficiência na Educação Infantil, apesar desta

modalidade educacional ter sido incorporada ao ensino básico a mais de uma

década, a cada ano cresce, mesmo com poucas vagas, e com o desafio de garantir

uma educação de qualidade para todos os estudantes. As creches e as escolas

inclusivas em conviver com as diferenças e se tornem cidadãos compreensivos,

humanos e solidários. Para o sucesso da educação inclusiva é preciso um

pensamento a respeito da adversidade onde a acessibilidade e a permanência deve

ser igual para todos junto às estratégias, métodos e adaptações dos currículos

sejam de maneira que atendam as necessidades de cada estudante.

É preciso dizer que a Educação Infantil é um momento crucial para o grupo

etário de zero a cinco anos e para desenvolvimento humano que deve receber

atenção do poder público no que se refere a formação e a qualidade dos professores

como também sua valorização, garantindo desta maneira o cuidado e a educação

necessária a estas crianças, incluindo as que possuem qualquer tipo de deficiência.

Em relação à formação e a capacitação dos professores que trabalham com

alunos portadores de algum tipo de deficiência e que estão na Educação Infantil, é

fato considerar que atuar com as questões de diversidade em sala de aula

pressupõe conhecimentos e disponibilidade para aceitar o diferente, o entendimento

de educação preocupando sua necessidade própria, dando conta em conteúdos.

Conteúdos que devem ser incluídos na formação dos professores e saber das

necessidades especiais apresentadas pelos alunos, temas que precisam ser parte

de cursos de graduação, pós-graduação e capacitação, a ser capazes de mostrar

suas habilidades em possíveis ações.

A discussão a respeito da afetividade é como objeto importante para a relação

no contexto escolar significando algo imprescindível no desenvolvimento de um

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indivíduo com necessidades especiais, respeitando e enfrentando desafios no

cotidiano com mais segurança.

Conclui-se com esse trabalho que a realidade educacional de acordo com a

inclusão da criança portadora de deficiência na Educação Infantil é mal entendida

pelos educadores, de modo geral, nos aspectos social, cognitivo e afetivo. Já o

diagrama da Inclusão, muitas vezes não tem se refletido na prática pedagógica nos

espaços educacionais aqui abordados, pois conceitos como "integração", "Educação

Especial" e "Inclusão" tem se confundido no dia a dia destas creches, escolas e

Cemeis, despontando ações que conotam o exercício da integração nestas

unidades.

É possível a inclusão escolar no contexto da Educação Infantil. No entanto,

contudo este é um caminho repleto de desafios a serem enfrentados por todos os

cidadãos, pais e educadores, com conhecimento, amor e determinação. Por fim, as

revisões teóricas contidas neste trabalho, em conjunto com a legislação vigente e os

estudos acerca da Educação Infantil e as percepções de criança, podem colaborar

para que a criança deficiente assuma seu papel de cidadã, pois é possível que a

criança do amanhã seja melhor, desde que não a abandonemos e a excluamos, com

tudo o que ela traz de novo e surpreendente, na originalidade de seu ser e na

singularidade imprevista no modo de viver e estar de frente a sociedade.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

Educação Básica. 2. ed. Atualizada. Secretaria de Educação Especial.

Brasília: MEC/SEESP, 2002. Disponíveis em: <http://www.planalto.org.br>. Acesso

em 20 de janeiro 2015

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

Infantil. Brasília, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação

Infantil. Secretaria de Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponíveis em:

<http://www.planalto.org.br> Acesso em 20 de janeiro 2015

CAMPOS, Gleisy e Lilian Lima. Por dentro da Educação Infantil – a criança em foco.

Rio de Janeiro, 2010 – Ed. WAK.

DRAGO, Rogério. Inclusão na Educação Infantil. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.

GOMES, Angela Cristina G. Pré-Escola e Escolaridade. In: Federação Nacional das

APAES. Ação Pedagógica. Educação Precoce. Pré-Escola e escolaridade. O mundo

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NOVA ESCOLA (revista) – Inclusão – Ano XXI – nº 206 – Outubro 2007.

PANSAN, Maria Teresa Melhado e Marly Salomão Padula. Pré-Escola: despertar da

vida. Campinas, SP, 1998. Ed. Alínea.

PIECZKOWSKI, Tânia Mara Zancanaro. O espaço das crianças portadoras de

necessidades educacionais especiais – deficiência mental – na Educação, Revista

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VYGOTSKY, L.S. A formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes. 1998.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E EDUCAÇÃO ESPECIAL 10

1.1 – Necessidades Educativas e Necessidade Especiais 14

1.2 – Classes e Escolas Especiais 16

1.3 – O Ato de Integrar e de Incluir 19

CAPÍTULO II

A EDUCAÇÃO INFANTIL 23

2.1 – Afetividade e Formação na Educação Infantil 24

2.2 – Inclusões na Educação Infantil 26

CAPÍTULO III

FAMÍLIA X ESCOLA INCLUSIVA 34

CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46

ÍNDICE 47