DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação...

47
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E A UTILIZAÇÃO DO STORYBOARD NA PRODUÇÃO DE MATERIAL INSTRUCIONAL Por: Eduardo Levy Macedo Orientadora Profa. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

Transcript of DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação...

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E A UTILIZAÇÃO DO STORYBOARD NA PRODUÇÃO DE MATERIAL INSTRUCIONAL

Por: Eduardo Levy Macedo

Orientadora

Profa. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2013

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E A UTILIZAÇÃO DO STORYBOARD NA PRODUÇÃO DE MATERIAL INSTRUCIONAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Tecnologia Educacional.

Por: . Eduardo Levy Macedo

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

3

AGRADECIMENTOS

....a minha família que sempre me

apoiou em todos os momentos......

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

4

DEDICATÓRIA

.....dedico a minha esposa e meus

filhos.......

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

5

RESUMO

Este estudo tem como objeto de discussão A Utilização do Storybord na

Produção de Conteúdos para a Educação a Distância. Entende-se que, com

essa ferramenta educacional, poderemos estabelecer uma forma

complementar as estratégias já utilizadas e cria novos caminhos de

relacionamento com os educandos, favorecendo assim, o desenvolvimento de

competências comunicativas. Assim, propomos como objetivo geral discutir

sobre o conceito e as implicações do uso do storyboards em ambientes virtuais

de educação a distância no contexto da educação superior. Levando em conta

o exposto, o presente estudo trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico.

Quando se produz material didático para EAD, a concepção pedagógica deve

ser flexível neste campo, o storyboard se apresenta como um recurso

promissor capaz de permitir inovações aos conceitos formais ainda

apresentados sobre perspectivas pedagógicas tradicionais.

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I - O que é EAD? 11

CAPÍTULO II - O que é o storyboard? 27

CAPÍTULO III – Material didático para EAD e o papel do

professor de educação superior neste contexto 34

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 46

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

7

INTRODUÇÃO

Da palavra ao quadro e giz, do ábaco a mais complexa das máquinas,

vem sendo feita a transformação da Educação. O pensar diluído da maiêutica

virou o frenesi da informação urgente, acumulativa e prática.

Nos tempos de McLuhan (1669) meios e mensagens se interdefiniam...

Já Papert( 1994) repensava a Escola para a era da informática. Nada mais

democrático, sair-se das quatro paredes escolares e expandir o saber:

mudar/transformar. Esse é um fascínio envolvente: transmitir/retransmitir o

conhecimento à distância, através de ferramentas tecnológicas, reproduzindo

material de ensino de alta qualidade, extensivo a múltiplos indivíduos, onde

quer que estejam.

Nesta perspectiva, vale ressaltar a Educação a Distância (EaD) que

com o passar do tempo e as inovações tecnológicas se apresentam hoje como

uma ferramenta potencializadora das mediações pedagógicas independente

do segmento em que possa se estabelecer.

É por esse caminho que este estudo estabelece seus esforços neste

segmento, e tem como objeto de discussão A Utilização do Storybord na

Produção de Conteúdos para a Educação a Distância: Um a possibilidade para

Educação Superior.

Entende-se que, com essa ferramenta educacional, poderemos

estabelecer uma forma complementar as estratégias já utilizadas e cria novos

caminhos de relacionamento com os educandos, favorecendo assim, o

desenvolvimento de competências comunicativas.

Os fundamentos de tal perspectiva escoram-se em um dinâmico

material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos

essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir ao aluno estar

face a face, mas propiciá-lo a ser um sujeito ativo e crítico; efervescente,

retratando uma época em que novas competências são identificadas como

elementos importantes para formação profissional. Neste sentido, o material

disponibilizados para este recurso deve ser elaborado com conteúdo

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

8

atualizado, pautado por instrumentos de medição afins, sob um envolvimento

sócio-cultural-econômico das personagens protagonistas.

Embora já vivencie essa nova realidade de educação, atuar por esse

método educacional abre, mais e mais, novos horizontes, em relação ao

ensino, em si, e à amplitude da oferta no mercado de trabalho. A EaD,

dependendo do escopo definido institucionalmente, foca, diretamente, design

instrucional, medição pedagógica, web design, programação, seleção de

tecnologia, implementação e aplicação de cursos, entre outras possibilidades

a serem estudadas.

Para tanto, cabe ao educador trabalhar para se alcançar novos

paradigmas de aprendizado, a fim de auxiliar os alunos na mudança de

conceito de estudos. Esta perspectiva compreende que, para uma boa atuação

nesse processo de ensino-aprendizagem, é necessário uma definição aguda

sobre a elaboração dos matérias que estarão sendo utilizados na composição

destes processos. Necessitamos então conhecê-lo a fundo, não só no que diz

respeito sobre as estratégias de elaboração, mas também, com a utilização da

linguagem, das imagens e a forma de se fazer com que o leitor aluno, se sinta

envolvido.

O material didático em EAD é um elemento mediador que traz em seu

bojo a concepção pedagógica que norteia o ensino-aprendizagem. Consciente

ou inconscientemente, o planejamento e a constituição do material didático

estão intimamente relacionados com a proposta pedagógica da instituição e

com a concepção de educação do produtor deste material. Logo, devemos

estar atentos à revisão dos processos formativos do professor para atuar em

EAD, pois o material didático deve responder a um dos princípios básicos da

EAD, estudo autônomo orientado, no qual o material é responsável por algo

mais que a simples informação, é corresponsável pelo processo de mediação

pedagógica que constitui o processo ensino-aprendizagem em EAD ( SALES

et al, 2007, p, 04).

Diante deste cenário, o presente estudo tem como objetivo geral discutir

sobre o conceito e as implicações do uso do storyboards em ambientes virtuais

de educação a distância no contexto da educação superior. Como específicos,

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

9

refletir e apontar sobre a necessidade do docente da educação superior estar

apto para lidar e fomentar esta perspectiva.

A EaD é, como visto, um produto educacional da melhor qualidade, que

reduz tempo e espaço, atingindo um número incalculável de receptores, sem

perder a qualidade de conteúdo e aproveitamento, com recursos instrucionais

excelentes e seguro feedback.

Falam sábios pedagogos: “Educação é hipótese!”

Vive-se em uma era de mudanças rápidas, com desenvolvimentos

tecnológicos constantes, e pressão sobre a sociedade, devidos à globalização.

Para se ter êxito na atual economia global, deve-se aprender com as

implicações que essas mudanças trazem e responder de acordo com elas.

Para competir, efetivamente, as pessoas devem assimilar grande

quantidade de informações de novos produtos, do mercado e do

conhecimento.

A internet oferece grandes oportunidades, apresentando desafios cada

vez mais competitivos. Cedo ou tarde, todos devem se perguntar: Será que

estamos capacitados para seguir o ritmo das mudanças de hoje?

Na atualidade, como consequência da globalização que fez surgir

grandes avanços na área de tecnologia e de comunicação, diversos campos

de atividades apareceram, derivados desta nova tecnologia e puderam, assim,

se projetar e expandiram devido à facilidade e à rapidez com que se pode

controlar grande quantidade de informação.

Diante do exposto, vale indagar: De que forma os docentes da

educação superior podem fazer uso do storyboards em ambientes virtuais de

educação a distância de forma que este recurso pode- se constituir em uma

ferramenta mediadora da promoção dos conceitos formais?

Sendo assim, partimos da hipótese de que os do storyboards em

ambientes virtuais de educação a distância no contexto da educação superior

utilizados pelos docentes podem tornar-se uma ferramenta mediadora da

promoção dos conceitos formais.

Não se trata somente de promover ambientes virtuais de educação, mas

de um saber que se incida sobre as perspectivas da elaboração que estes

materiais envolvem.

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

10

Partindo deste prisma, o presente estudo se torna relevante para o

contexto da educação superior na medida em que tece uma reflexão sobre a

definição da concepção pedagógica norteadora desse recurso (storyboard)

bem como o quanto o mesmo necessita de um planejamento detalhado sobre

sua produção levando em conta os princípios como linguagem, interação das

imagens, dos conceitos apresentados, e da capacitação por parte do docente

para trabalhar com os mesmos ou até elaborá-los ( SALES et al, 2007, p, 04).

Uma reflexão a respeito da proposta pedagógica, segundo Veiga (2000),

é um ponto fundamental, pois a falta de clareza acerca da proposta

pedagógica reduz qualquer curso a uma grade curricular fragmentada. Quando

se produz material didático para EAD, a concepção pedagógica a ser adotada

como referencial da equipe multidisciplinar de produção deve privilegiar a

interação, a interatividade e a aprendizagem colaborativa, levando em

consideração que todo processo de aprendizagem deva ser construído em

sintonia com o desenvolvimento do ser humano ( SALES et al, 2007, p, 06).

É preciso estar atento à influência que alguns elementos externos

exercem sobre a interação, a interatividade e a colaboração. Desta forma, esta

ação técnico pedagógica de elaboração deve englobar os aspectos da

criatividade, motivação, design, conteúdo e estética, bases para a produção de

um material didático capaz de colaborar para o processo de mediação que se

quer realizado em EAD e a autonomia discente ( SALES et al, 2007, p, 06).

O material didático para EAD tem que atender a esses pressupostos,

pois o grande desafio da EAD é justamente “produzir um material didático”

capaz de despertar no leitor aluno o prazer em aprender.

Assim, o presente estudo trata-se de uma pesquisa de cunho

bibliográfico cuja a fundamentação se pauta nos estudos realizados por Sales

el al (2007), Veiga ( 2000), Belizário ( 2003) dentre outros que discutem o

assunto em questão.

Sendo assim, este trabalho se divide em três capítulos. No primeiro

lançamos mão de discutir um breve panorama da educação a distância. No

segundo capítulo, propomos apresentar algumas definições sobre o conceito

de storyboard e sua aplicabilidade enquanto recurso para apresentação dos

conceitos formais em materiais didáticos em educação a distância. No terceiro,

realizamos uma discussão sobre o docente no contexto universitário e sua

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

11

possibilidade como um construtor destes materiais utilizando o storyboard

enquanto recurso facilitador para apresentação dos conceitos formais.

CAPÍTULO I

O QUE É EAD?

Estamos na Era da Informação. A sociedade do fim do século XX e

início do século XXI viu-se obrigada a adaptar-se a um novo modo de viver.

A educação, como não poderia deixar de ser, busca diariamente

alcançar objetivos cada vez mais complexos para satisfazer as necessidades

de sua clientela, ávida atualmente por muito mais que conhecimentos

sistematizados. Dentro desta perspectiva a educação a distância ganha cada

vez mais realce já que suas estratégias rompem com os conceitos de tempo e

distância.

A EaD pode ser definida de várias formas, por vários olhares e

metodologias. É um processo de ensino-aprendizagem, em que os professores

e os estudantes, apesar de separados no tempo e no espaço, se comunicam

utilizando tecnologias com a finalidade de se conectarem (internet, radio,

televisão, vídeos, correio, telefone etc.) e ainda suas próprias experiências e

saberes.

1.1- Alguns conceitos

Moran (2002) define a EAD (Educação à Distância): "Educação a

distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias,

onde professores e alunos estão separados, espacial e/ou temporalmente.

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

12

É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão

normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados

por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também

podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o

telefone, o fax e tecnologias semelhantes. "

Já, José Luis Garcia Llamas, da Universidade Nacional de Educação a

Distância da Espanha (1996), diz que não são formas de estudo guiadas ou

controladas diretamente pela presença de um professor em uma aula, mas sim

os benefícios do planejamento e orientação de tutores através de um meio

que permite a relação entre professor-aluno.

Na visão do escritor e cineasta Michael Moore (1990), ele define como

um conjunto de procedimentos cuja finalidade é proporcionar instrução por

meios de comunicação impressos e eletrônicos ou pessoas que participam em

um processo de aprendizagem em lugares ou horários distintos.

Enfim, é uma estratégia educativa, baseada no uso intensivo das novas

tecnologias, estruturas operacionais flexíveis e métodos pedagógicos

altamente eficientes no processo de ensino-aprendizagem, que permite que as

condições de tempo e espaço não sejam fatores que limitem a aprendizagem.

1.2 - Esclarecimentos de termos.

A palavra “Modelo”, entende-se como descrita no dicionário: “(...)aquilo

que serve de objeto de imitação”(AURÉLIO, 2011).

O termo “pedagógico” faz referência a um corpo de conhecimentos

teóricos e práticos, fruto da reflexão sobre o fenômeno da educação

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

13

intencional. Com ela delimita-se o campo semântico do termo, destacando seu

caráter de “saber” acerca dos processos de formação do homem. Essa

formação acontece porque há uma intenção bilateral: ensinar a alguém que

quer aprender.

Já a palavra “sala de aula” pode parecer, em um primeiro momento

equivocado, pois faz inevitável referência ao ambiente de ensino restringido a

um espaço fechado e neutro onde se reúne um professor com um grupo de

alunos, geralmente numerosos, para que aprendam o que o professor diz ou

demonstra, quase sempre mediante comunicação verbal.

Não se pode, também, deixar de falar de virtualidade. O virtual, por sua

natureza, faz referência a uma realidade concreta, que se pode chamar

objetiva; na educação é o campus, a escola, a sala de aula “virtual”. Por outro

lado, essa ideia de “ter aula” permite um bom contraste com uma forma

diferente de conceber a aula como um ambiente de aprendizagem. Falar da

sala de aula é falar como um ambiente que se organiza intencionalmente para

favorecer a construção de conhecimentos, habilidades e atitudes desejadas.

Bette Collis (1988) iniciava, alguns anos atrás, uma palestra sobre

Universidade Virtual, observando a variedade de cenários que se aplica ao

termo: desde teleconferências até os grupos de investigação avançada em

laboratórios virtuais. Collis oferece uma definição que parece adequada a

nossos propósitos: “O uso da telemática com propósito de aprendizagem”

(2001, p. 78).

Diz a autora que o importante em sua definição é que deliberadamente

se omite a ideia de “distância”; o uso da telemática faz irrelevante o lugar onde

está a pessoa com quem se interagirá na comunicação, ou a informação com a

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

14

que se trabalhará. Uma classe virtual é um ambiente de aprendizagem que

utiliza a telemática como forma de integração e comunicação no processo

intencional de ensinar-aprender ( COLLIS, 2001, p.79).

Falar de um modelo pedagógico para esse tipo de ambiente de

aprendizagem exigirá determinar de que forma o uso da telemática poderá

permitir levar a cabo algumas das ações relacionadas com a aprendizagem de

uma forma melhor da que estamos fazendo sem ela. Por bem, determinar as

melhores formas de combinar a telemática com os elementos pedagógicos

para melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem.

1.3- A Afetividade e o ensino a distância

Um dos pontos de maior debate, durante bastante tempo e pesquisa na

área de Educação a Distância (EaD), é em relação a afetividade. Será que o

ensino virtual é tão afetivo quanto o ensino presencial em relação à obtenção

de resultados?

Em uma reportagem sobre esse tema, Phipps & Merisotis (1999)

mostram que os estudos realizados podem se agrupar em algumas categorias:

os resultados contrastantes alcançados pelos alunos, comparando as atitudes

dos alunos para a aprendizagem através da mídia, e avaliar o grau de

satisfação dos alunos com o ensino a distância. Tem-se, como um bom

exemplo, a pesquisa realizada por Shutte (1996).

Os estudantes de um curso sobre estatística social foram chamados

aleatoriamente para uma sala de aula presencial e uma outra à distância. Os

conteúdos e provas fornecidos para as turmas presenciais e a turma online

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

15

foram exatamente iguais. O que se viu, é que os alunos da sala de aula virtual

tiveram melhores resultados nas provas. O pesquisador concluiu que as

diferenças nos desempenhos podem ser atribuídas a uma melhor capacidade

de colaboração entre os estudantes que trabalham conectados virtualmente.

De fato, observou-se que os estudantes com melhor desempenho em ambos

os grupos também tiveram uma grande interação com seus companheiros

(SHUTTE, 1996, p. 52).

Shutte afirma que esse fator de colaboração é uma variável que deve

ser controlada cuidadosamente em estudos futuros (1996, p. 52).

Segundo Phipps & Merisotis (1999), a maioria dos estudantes indica que

os resultados de aprendizagem se obtêm, utilizando tecnologias para ensinar à

distância, que são similares aos que se obtêm mediante ao ensino tradicional.

Comentam, também, que, de acordo com os resultados de muitas pesquisas, a

tecnologia não é um fator tão importante para a aprendizagem como a

natureza das tarefas ou atividades, as características do aluno, da motivação

ou a preparação acadêmica do instrutor.

Mesmo assim, esses autores questionam alguns estudos, porque não

estão definidas e nem controladas, adequadamente, certas variáveis e porque

estão apoiados mais em um método qualitativo do que quantitativo.

Palloff & Pratt (2001), dois especialistas em de educação a distância,

comentam que sua experiência de trabalho com o ensino online tem mudado

significativamente a maneira como se formam os alunos em uma turma

presencial. Os professores já não centralizam seus trabalhos em exposições

orais dos conteúdos dos livros; agora assumem que os estudantes podem ler

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

16

esses conteúdos, e assim utilizam a classe como um espaço para estimular o

trabalho colaborativo e autônomo.

1.4 - O Modelo Educacional Online

Na educação a distância, o aprendizado está centrado no aluno e em

sua participação ativa, na construção de conhecimentos que lhe assegurem

um aprendizado significativo.

Em uma modalidade baseada na internet, definem-se os conteúdos e

atividades para um curso, partindo-se de uma estratégia didática elaborada por

uma equipe pedagógica, um desenhista instrucional e pelo professor. O aluno

realiza seu processo de aprendizagem a partir de conteúdos, atividades,

interatividades, mas sobre tudo, através de sua própria motivação em

aprender, da interação com outros colegas e principalmente com seu professor

tutor. O aluno da educação à distância aprende, de forma mais ativa, pois não

só recebe a instrução do professor, como também aprende através da busca

de informação, da autorreflexão e das diversas atividades que realiza de

maneira individual e colaborativa ( PALLOFF & PRATT, 2001, p 62).

1.5 - Vantagens e desvantagens do ensino a distância.

Vantagens para o aluno:

- Sente-se personalizado, no trato com o professor/tutor e seus

companheiros.

- Pode adaptar o estudo ao seu próprio horário.

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

17

- Pode realizar suas participações de forma pensada graças à

possibilidade de trabalhar off-line.

- Poderá seguir o ritmo de trabalho marcado pelo professor e seus

colegas de classe.

- Tem um papel ativo que não se limita a receber informação e, sim,

como dinâmica de sua própria formação.

- Tem acesso ao conteúdo educacional, não se sentindo prejudicados

aqueles que não podem participar periodicamente de uma sala de aula por

motivos como trabalho, distância etc.

- Tem feedback de informação. O professor sabe se o aluno

correspondeu a esse método de ensino, e se alcançou seus objetivos, fixados

inicialmente.

- Beneficia-se das vantagens dos diferentes métodos de ensino, mesmo

os meios didáticos tradicionais.

Vantagens para a instituição de ensino:

- Permite a instituição oferecer uma formação educacional sem aumento de

custos adicionais, como despesas de viagem, alojamento e subsistência dos

trabalhadores/usuários.

- Permite a instituição de ensino ampliar sua oferta de formação dos

indivíduos que não podem ter acesso aos cursos presenciais.

- Permite superar a qualidade dos cursos presenciais.

- Propicia o aumento da eficácia dos orçamentos para a educação. Em

muitos países, o orçamento para a educação é congelado, enquanto a

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

18

demanda aumenta. Paradoxalmente, os governos pedem níveis mais elevados

e maior relevância do fator "profissionalização" dos cursos.

- Tem maior responsabilidade do sistema educacional: os governos não

só esperam que as instituições educacionais melhorem sua relação custo-

benefício, como também esperam que estas justifiquem o uso que fazem do

dinheiro público ( PALLOFF & PRATT, 2001, p 62).

Desvantagens

Apesar das diversas vantagens que oferece o recurso virtual, não se

permite desconhecer os riscos potenciais pelo mau uso que se pode dar a

essa modalidade. Entre tais riscos, temos:

- A passividade do sujeito frente ao método, pois, se entende como um

“método fácil”.

- Dificuldades organizacionais, problemas técnicos e altos custos de

manutenção.

- Medo de que os estudantes vejam o método com a passividade de

assistir a um programa de televisão, caracterizado pela tendência da facilidade

imediata, inconveniente para aprender certos conteúdos.

- Tendência a trabalhar de qualquer maneira o conteúdo de forma

virtual, deixando de lado o uso de meios mais simples, como o retroprojetor.

- Falta de uma estrutura pedagógica adequada, montada

intencionalmente, tendo em conta os processos cognitivos e as formas de

aprender dos estudantes.

1.6 - A aprendizagem no ciberespaço

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

19

As novas tecnologias para se tornarem eficazes no processo de

construção do conhecimento, devem estar integradas a ambientes de ensino –

aprendizagem que permitam que os estudantes atinjam seus objetivos

educacionais. Tais ambientes precisam ter características específicas:

- aprendizagem construtivista – parte do princípio que o estudante constrói

seus conhecimentos e competências através de suas relações com o ambiente

e da reorganização mental posterior. A aprendizagem é um processo ativo e

construtivista, por isso carece tanto do apoio do professor e colegas, como

também pelas descobertas pessoais e reflexões.

- diferenças individuais – os resultados da aprendizagem decorrem das

diferenças entre os estudantes (capacidades, conhecimentos, inteligência,

motivação para aprender). Alguns estudantes entendem a aprendizagem como

a quantidade de conhecimentos memorizados, enquanto outros a entendem

como um processo de abstração, de interpretação e de construção.

- conhecimentos prévios – os estudantes dependem daquilo que sabem ou já

vivenciaram para processar as informações, assim construindo novos

conhecimentos. Aprender desta forma exige que o estudante realize uma

relação com os aspectos discutidos no presente; relacione com assuntos já

vistos ou vivenciados; flexibilize, se for o caso, a aprendizagem anterior,

ressignificando; elabore argumentos que embasem a nova forma de entender

a realidade. Um estudante crítico.

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

20

- interação social – sua influência é positiva, como visto anteriormente, e

possibilita uma aprendizagem cooperativa, em grupos. A comunicação online

em que uma mensagem é enviada, sem que o receptor esteja aguardando no

exato momento (fórum, e-mail), torna o processo mais reflexivo.

- contextualização da aprendizagem – o contexto da Educação online deve

ser rico em materiais e recursos, e deve prospectar o tipo de ambientes que

futuramente o estudante possa vir a atuar.

- articular técnicas - que auxiliem o estudante a explicar seus conhecimentos

para solução de novos problemas.

- reflexão – permite que o estudante compare seus processos de solução de

problemas com o de colegas e professores.

- generalização – demonstra a possibilidade de o estudante entender que o

aprendido em um contexto possa ser utilizado em outro, transferindo

competências cognitivas.

- aprendizagem interativa – o estudante pode interagir de forma ativa com as

informações, que estão disponíveis todo o tempo, interligando-as e abrindo

possibilidades para a construção de conhecimentos. Os estudantes trazem

informações, dados, imagens etc. de qualquer lugar, quando quiserem.

- aprendizagem acidental – o estudante, ao acessar o ambiente de

aprendizagem, pode se deparar com materiais que não buscava

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

21

especificamente, inesperados, mas que agregam a sua vida profissional ou

pessoal.

1.7 - Alguns êxitos e fracassos da Educação à Distância

Segundo um artigo no New York Times (Hafner, 2002), vários

projetos importantes de educação à distância resultaram como menos

rentáveis e exitosos do que esperado. Por exemplo, a Universidade de

Columbia, em associação com outras prestigiosas instituições, como a

Universidade de Chicago, a Universidade de Michigan etc., iniciou, há alguns

anos, um ambicioso projeto denominado FATHOM (www.fathom.com), para

oferecer cursos online através da internet, no qual investiram mais de 25

milhões de dólares.

O número de interessados nos cursos válidos para obtenção de

um título acadêmico foi inferior às expectativas. Fathom.com decidiu

redirecionar sua oferta de cursos para as áreas de atualização profissional,

entretenimento e educação permanente.

Segundo os diretores desse projeto, a maioria das pessoas

estava pouco familiarizada com a educação a distância, e esses tipos de

cursos poderiam gerar maior interesse e confiança no ensino virtual.

(www.nytimes.com Acesso em: /2002/05/02).

Outro programa de educação a distância, que, segundo o artigo de

Hafner (2002), não obteve o êxito previsto, é o projeto da NYUonline, da

Universidade de New York, criado em 1998, com o objetivo de oferecer

capacitação e entretenimento às empresas. Os cursos desenvolvidos para

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

22

NYonline não estavam dirigidos para obtenção de títulos acadêmicos; eram

vendidos como pacotes para clientes corporativos. Em dois anos de

funcionamento, a New York University investiu, nesse programa, cerca de 25

milhões de dólares: não obstante, as matrículas não alcançaram os níveis

esperados, chegando a um ponto máximo de 500 alunos. Por essa razão, o

programa foi praticamente fechado, transferindo algumas de suas funções ao

Departamento de Educação Permanente da Universidade, de onde deveria

estar desde o princípio, segundo a opinião de um de seus diretores. Uma lição

aprendida com essa experiência é que, se uma instituição universitária quer

entrar nesse campo de educação à distância, pode fazê-lo sem ter que criar

novas unidades ou centros acadêmicos. (www.nytimes.com)

Contrastando com os dois exemplos anteriores, a Universidade de

Phoenix, online, é um caso particular de sucesso na área da educação à

distância. No ano de 1989, foi uma das primeiras a obter o credenciamento

para programas via internet.

Sua missão era oferecer uma oportunidade a pessoas adultas que

trabalham, para que possam adquirir conhecimentos e habilidades necessárias

para alcançar suas metas profissionais, melhorar a produtividade de suas

empresas ou instituições e apoiar, com liderança e serviço, as suas

comunidades. Busca um ensino equilibrado entre a teoria e a prática, apoiada

em uma equipe docente que não só possui uma preparação acadêmica

avançada como também ampla experiência em seu exercício profissional. Tem

em torno de 37.600 alunos de graduação, mestrado e doutorado, residentes

em mais de 70 países diferentes e matriculados em programas de Negócios,

Administração, Tecnologia, Educação e Enfermagem. Essa universidade

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

23

oferece 100% de seu currículo através da internet. Utiliza um formato

assíncrono que resulta maior flexibilidade e conveniência para seus alunos. Os

programas estão elaborados para serem aplicados imediatamente em

ambiente de trabalho.

A Western Governors University é outro caso de sucesso de uma

universidade virtual que merece destaque. Foi fundada em 1995 pelos

governadores de 19 estados, na região ocidental dos Estados Unidos. É uma

instituição cujo ensino está baseado em competências, e que não concede

certificação ou diplomas por determinado número de créditos aprovados;

também não opera de acordo com um calendário acadêmico tradicional; uma

turma pode começar a qualquer dia, algumas duram poucas semanas, outras,

todo um semestre e outras mais podem durar o tempo que o aluno necessite

para estudar todo o material do curso.

Oferece, atualmente, oito programas de graduação e pós-graduação,

em três áreas: tecnologia da informação, administração de negócios e

educação. Seu catálogo online oferece mais de 1000 cursos, de 45

universidades e instituições comerciais diferentes. (www.wgu.edu)

Não se exige dos estudantes participação convencional para que

possam obter um título: o único requisito é ser aprovado em uma série de

exames. A função dos professores não é ensinar da maneira convencional,

apenas atuam como conselheiros, que avaliam o que o estudante sabe ou

desconhece, e os cursos que ele necessita para que possa se preparar e ter

êxito nas provas. Para conseguir um título, necessitam-se competências em

domínios gerais, como na escrita, na matemática e nas áreas específicas de

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

24

sua escolha. Todo o processo para alcançar uma graduação acadêmica gira

em torno de um sistema de provas.

1.8 - O futuro da Educação à Distância

Segundo Miller & Miller (2000), podem-se identificar quatro fatores que

molduram um papel crucial no futuro da Educação à Distância: a pesquisa

sobre sua efetividade, os avanços tecnológicos, os custos e a competência do

mercado e a resposta as influências do mercado.

Os resultados divulgados de investigações sobre a eficácia dos cursos

online como um lugar de ensino e aprendizagem determinará o seu efeito no

futuro. Os avanços tecnológicos em hardware e software para comunicação de

rede oferecerão novas ferramentas para a Educação à Distância.

Os exploradores de internet terão opções mais sofisticadas para

controlar diversos meios audiovisuais e os provedores de acesso à rede

oferecerão serviços cada vez mais complexos e potentes, que simplificarão a

troca de informação e o trabalho colaborativo, a distribuição e acesso a cursos

com estruturas de hipermídias e um alto índice de interatividade. (MILLER &

MILLER, 2000, p. 45)

Segundo o Departamento de Educação dos Estados Unidos, em 1978, o

número de cursos universitários a distância era de 52.270, e atendia a uma

população que alcançava cerca de 710.000 alunos, o que equivaleria a uns 5%

do total de alunos matriculados em cursos presenciais de graduação, nesse

país. Cabe ressaltar que esses cursos se apoiavam em diversos meios, como

o correio postal, o correio eletrônico e as listas de destinatários; poucos

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

25

utilizavam aplicações de informáticas, audioconferências ou videoconferências.

Atualmente, segundo dados da International Data Corporation, o número de

alunos que estão frequentando cursos online pode chegar a 3 milhões, cifra

equivalente a uns 15% da população estudantil universitária. (KO & ROSSEN,

2008, p. 65).

1.9 - Os desafios para a prática educativa

Embora saibamos que as novas tecnologias de informação e

comunicação não vão substituir o professor, é importante ressaltar que o

trabalho docente é fundamental para o desenvolvimento de projetos

tecnológicos inovadores. Moran (2007, p. 168) salienta que o papel do

educador hoje se multiplica, diferencia e se complementa, exigindo uma

grande capacidade de adaptação e criatividade diante das novas situações.

Lembra o autor que “caminhamos para aulas com acesso wireless, com

cada vez menos momentos presenciais e mais momentos conectados.

Caminhamos, também, para cidades digitais, conectadas”. Isto significa que é

urgente o investimento na formação humanística dos educadores e no domínio

tecnológico para poder avançar mais. As visões desses educadores apontam

para a necessidade de se estabelecer novas direções para o ensino e

aprendizagem; elas denunciam a obsolescência de práticas pedagógicas que

não veem o estudante como um ser pensante, e sim capaz de fazer opções a

partir de uma leitura crítica do mundo (apud VILARINHO & GANGA, 2009,

p.94).

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

26

Este olhar rompe com estatutos tradicionais e comprova o quanto

necessitamos reorganizar novas estratégias processuais que facultem

mediações educativas significantes. Por esta caminhada os desafios da prática

educativa se pautam por perspectivas abertas, capazes de atender à

diversidade social onde os estudantes participantes estão ávidos por

novidades e desafios. Esta perspectiva exige então de quem demanda o

processo educacional uma composição teórica diferenciada, capaz de

perceber a responsabilidade que lhe é reservada frente às novas habilidades e

competências que os aprendentes necessitam desenvolver.

Cabe, no entanto, destacar que ideias pedagógicas sozinhas não fazem

‘milagres’, pois não se efetivam no vazio. Elas sempre acontecem em um

determinado contexto, rodeadas de aspectos que podem facilitar ou dificultar a

atividade docente. Parece que aqui enfrentamos um ponto crucial do desafio

da prática educativa frente às novas tecnologias da informação e

comunicação. Ainda que diversas teorias ou abordagens pedagógicas possam

iluminar os caminhos da prática docente, se deve entender que a prática

docente constitui-se um campo específico de intervenção da prática social

(VILARINHO & GANGA, 2009, p.95).

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

27

CAPÍTULO II

O QUE É STORYBOARD?

Storyboard... – “Prancha de história”? As dificuldades, ao procurar a

definição do que é um storyboard, começam já nas primeiras tentativas de

traduzir a palavra da língua inglesa.

No que diz respeito às intenções no âmbito da pesquisa, pode-se definir

o storyboard (SB) – termo comumente empregado pelos profissionais do setor

audiovisual – como o recurso gráfico que tem a função de auxiliar uma equipe

no planejamento e organização de projetos, seja para o cinema, para a

animação, para a computação gráfica ou para a Educação à Distância. Pode

ser entendido, ainda, como a descrição da ação em forma de desenhos, que

indicam e orientam visualmente certas tomadas descritas no roteiro (FILATRO,

2008, p. 59).

Em outras palavras, o storyboard se apresenta como uma espécie de

história em quadrinhos que precede e prepara o material audiovisual a ser

produzido, no sentido de ajudar na concepção final do projeto. Entretanto, é

importante atentar que sua função é totalmente diferente da história em

quadrinhos tradicional, sobretudo porque adota termos específicos

relacionados à sua própria linguagem, e porque se volta para o entendimento

de uma informação que só será resolvida em uma mídia posterior.

Acontece que esse “desenho” não se apresenta como produto acabado

– é concepção e referência para a realização de um produto que ainda está

por vir. Expressão gráfica quase inteiramente desconhecida, o SB é, ao

mesmo tempo, uma imagem e a imaginação de algo que está por vir; esboço

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

28

que traz para perto uma aparência mais distante, ideal, enquanto não exista

ainda como forma concreta que se realiza em si (FILATRO, 2008, p. 60).

É esse desenho que sugere também a atmosfera do que se deseja comunicar,

o modo de narrar, toda a sua estrutura. Cumpre ainda o papel de estudar

expressões alternativas dentro de um projeto; dessa maneira, o storyboard tem

função equivalente a do layout, que ajuda a escolher o melhor partido para o

desenvolvimento da ideia.

As razões para a sua utilização não param por aí. Quando bem

concebido e conduzido de maneira adequada, costuma ser seguido à risca

durante o desenvolvimento do projeto audiovisual. É comprovado que o

storyboard baixa o custo de um planejamento de filmes ou de produção

educacional ou audiovisual em relação aos métodos tradicionais, por outro

lado, representa um gasto a mais na contratação de desenhistas, ou

desenhistas instrucionais, mas acaba resultando em significativa economia na

contabilização final, porque ajuda a reduzir a margem de erros e,

consequentemente, o retrabalho (FILATRO, 2008, p. 60).

Os desenhos podem ser usados para organizar e agilizar o

trabalho de produção, seja audiovisual, educacional ou filmes. Além disso, um

storyboard bem apresentado pode ser decisivo no momento de convencer os

empresários e produtores a financiarem o projeto.

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

29

2.1 – Aplicações

Inúmeras ramificações da indústria audiovisual de hoje podem se

beneficiar com os desenhos de storyboards. Na verdade, qualquer filme, vídeo

ou animação que prescinda de algum planejamento estético só poderia ganhar

com a sua utilização. Muito útil no sentido de transmitir a ideia visual para a

equipe de produção, configura-se como recurso de comunicação apropriado na

produção visual ou audiovisual em nossos dias.

Na dramaturgia de hoje, encontrada no cinema ou mesmo em alguns

programas de televisão, os desenhos podem funcionar como estudos de

cenários, figurinos, iluminação de cena, auxiliam no esquema de linhas de

composição do plano e podem ser importantes anotações de gestos e

expressões dos personagens.

É claro que nem sempre são necessários para o filme inteiro, mas

somente nas tomadas mais caras e complexas, que requeiram um estudo mais

elaborado. Assim, é praticamente impossível não pensar nos storyboards em

cenas que se utilizam efeitos especiais, por exemplo. Em casos como esses,

eles são desenvolvidos com muita antecedência, para dispor uma ideia prévia

dos gastos de produção e para começar a resolver os problemas técnicos que

se apresentarão; é o recurso que permite ter uma ideia mais clara da

possibilidade de se viabilizar tais cenas, de avaliar se já existe ou se é preciso

tentar criar novos instrumentos que permitam a realização das mesmas.

Também é comum, e necessária, a sua utilização no campo da

animação (convencional, stop-motion, computação gráfica etc.), gênero de

produção cinematográfica que mais cresce no mundo, e linguagem que, por

Page 30: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

30

sua natureza, prescinde necessariamente da pré-visualização. O número de

desenhistas de storyboards para um projeto de animação tende a ser maior do

que o encontrado em trabalhos de proporções equivalentes que se utilizam de

atores e cenários reais.

Além dessas utilizações, a importância do storyboard na produção de

conteúdos educacionais cresce a cada dia, na medida em que a Educação a

Distância vai se firmando como uma modalidade crescente nas instituições de

ensino. Nesse tipo de produção específica, é necessária para sua elaboração

uma especificidade, onde atuam profissionais ligados à área de educação ou

mesmo designers que passam a ser denominados como designers

instrucionais (COSTA, 2012, p. 100).

2.2 - Metodologia na Confecção dos Storyboards na Educação à Distância

Existe um método sistemático de se fazer storyboard, na área de

educação, que é adotado por muitos designers instrucionais, ainda que,

inconscientemente, em muitos casos. É claro que não se pode exigir um rigor

dessa metodologia ou das suas conclusões, a exemplo do que acontece em

outras atividades técnicas, mesmo porque muitas vezes o intuitivo prevalece

ao longo do processo. Contudo, devemos compreender o caminho proposto

como um guia passo a passo que pode ser útil ao desenhista instrucional, pelo

menos até a formação de um estilo próprio de trabalho( COSTA, 2012, p.102).

Page 31: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

31

2.3 - O Storyboard e o Designer Instrucional

Vale, em muito, destacar, o que escreve Filatro (2008, p. 61) “O

Storyboard é o instrumento que orienta o desenvolvimento do curso por uma

equipe multidisciplinar, facilitando a comunicação entre os vários membros da

equipe (conteudistas, equipe de produção e alunos). Ele tem como

característica principal demonstrar aos interlocutores o protótipo do curso, da

forma mais visual possível, com descrições técnicas do que será produzido.

Normalmente, é desenvolvido em Power Point ou softwares que permitem a

visualização tela-a-tela, como se fossem “cenas”.

2.4 – Curiosidade

Será do conhecimento comum que a história dos “três porquinhos” tem

a ver com o Design Educacional, mais especificamente, na produção dos

storyboards?

A ideia de utilizar storyboards foi desenvolvido no Walt Disney Studio,

no começo dos anos 1930. Disney e o seu animador Webb Smith tiveram a

ideia de desenhar cenas em folhas separadas de papel para contar uma

história em sequência, criando assim o primeiro storyboard (Christopher Finch,

The Art of Walt Disney, Abrams, 1973). Os primeiros storyboards completos

foram criados para a Disney em 1933, no curta “os Três Porquinhos” (The

Story of Walt Disney, Henry Holt, 1956) (GABLER, Neal, Walt Disney - o

Triunfo da Imaginação Americana, 2009).

Page 32: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

32

Os SBs permitem descrever com detalhes o fluxo do curso e as

indicações técnicas e artísticas para a equipe de desenvolvimento. Alguns

elementos necessários na construção de um storyboard:

1) Área de Conteúdo: Define todos os elementos de interface e design

do curso, como por exemplo, os botões de navegação, fonte a ser utilizada, o

layout, as informações de navegação (que indicam ao aluno qual ação deve

ser tomada em cada situação), a diagramação dos elementos da página

(imagens, textos, animações, áudio) etc. Descreve também os metadados do

projeto, tais como a data e versão do storyboard, o responsável, o nome do

curso etc. Você pode inserir um “identificador” (ID) que batizará o arquivo a ser

desenvolvido por meio de um código único, durante todo o processo de

desenvolvimento. É importante citar que, no storyboard, uma página a ser

desenvolvida pela equipe de arte (web designers, ilustradores) pode ser

especificada por meio de várias telas do PowerPoint (chamamos isto de

“divisão por cenas”). Portanto, para sua página não ficar “poluída” com muitas

informações, procure

demonstrar passo a passo como a página do curso online se desenrolará

quando for produzida “oficialmente”.

2) Área de Orientação para a Produção: Neste local, você deixará as

informações para a equipe de arte e programação sobre a funcionalidade da

página, ou seja, como os recursos visuais demonstrados na “área de

conteúdo” irão interagir. Procure ser bem objetivo, indicando exatamente o que

será feito, sem muitos “rodeios”. Entenda por este campo que ele representa

“você” explicando para outro profissional como imaginou que ela funcionaria.

Se, por exemplo, você notar que a descrição de uma animação sobre o motor

Page 33: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

33

de um carro será demasiadamente longa, apenas indique para o profissional

vir conversar com você ao chegar neste ponto.

3) Sequência do conteúdo: Neste campo, descreve-se-á a estrutura do

curso, utilizando o título da página ao qual se refere.

Uma dúvida constante com que se deparam os Designers Instrucionais

é se devem usar Power Point ou Word?

Os storyboards feitos em word (Scripts) permitem que a descrição do

material a ser produzido seja menos visual e mais textual. Tem como

característica principal ser utilizado quando o protótipo visual não é tão

requerido (como no caso do storyboard), e as ideias transmitidas via texto são

suficientes para o entendimento dos interlocutores. Normalmente, é

desenvolvido em Word ou qualquer outro editor de texto.

Tanto o Storyboard quanto o Script podem ser amplamente utilizados

pelo Designer Instrucional, conforme seu próprio estilo (visual ou linguístico).

Page 34: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

34

CAPÍTULO III

MATERIAL DIDÁTICO PARA EAD E O PAPEL DO

PROFESSOR DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NESTE

CONTEXTO

Fundo da teoria piagetiana, a construção do conhecimento humano

deve ser construída por si, no enfoque da aprendizagem: pura construção.

Essa concepção está instruída nas necessidades, no alavancamento do

ensino, de se produzirem novos recursos e materiais, quando não haja o “face

to face” (aluno/professor). Afinal, propõe-se a EAD como o agilizar, facilitar,

alavancar o conhecimento do aluno, principalmente em tempos tão urgentes.

O professor interage com o estudante através das tecnologias

discutindo, respondendo, pesquisando no horário que lhe for apropriado.

Alguns autores vão além, dizendo que dessa forma existe a possibilidade do

professor estar presente em diferentes tempos e espaços ao mesmo tempo,

mediando a comunicação, liderando as ações, motivando o estudante a se

perceber capaz de construir sua aprendizagem com companheiros de turma, e

sua competência em também ser agente da aprendizagem de outros.

É possível entender o grande desafio que se avizinha de todos os

envolvidos na Educação online. O professor não pode achar que se aprender a

lidar com as tecnologias, será um bom professor online. Este profissional

precisa rever sua prática pedagógica, onde além de dominar o conteúdo

programático, deve ser capaz de mudar também a percepção dos estudantes

quanto à forma de interagir com a tecnologia, uma vez ser diferente de

Page 35: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

35

participar de redes sociais. Mobilizar o grupo, estimular o debate e um clima

saudável também fazem parte de suas competências.

O outro envolvido é o estudante online, que percebe logo que não

basta saber navegar na internet. Deverá desenvolver as competências não

exercitadas em salas de aula presenciais. Principalmente no que tange a

autodisciplina e ao se expor nas discussões nos fóruns e nos chats. A leitura

prevista e ainda os prazos de entrega e participação se somam às primeiras

competências vistas, formando um cenário diferente e muitas vezes gerador de

grandes resistências.

Essa nova forma de aprender e interagir com a mudança de

paradigma pode gerar, entre outros motivos, certa resistência por parte dos

atores principais. Tal resistência se faz sentir principalmente quando há uma

obrigação em trabalhar a distância ou online. Percebe-se que além dos

estudantes, parte da comunidade acadêmica também não vê com bons olhos

o fato de na EaD o foco sair do docente para o estudante, tirando um poder

agregado durante muito tempo.

A aproximação do discurso, entre professor e aluno, é fundamental para

unir universos distintos a serem depreendidos. Unir os conhecimentos, de

quem sabe algo (professor) para transformar em informação nova (aluno),

requer capacidades diversas: unidade de discurso, coparticipação no conteúdo

de aprendizagem, amplitude de contexto, releitura, interpretação, reconstrução.

Tudo em um mundo de cultura cartesiana, linear.

Como posicionar aluno e professor ante a pluridimensionalidade,

conhecida e/ou desconhecida, em contínuo, para ambos.

Page 36: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

36

A pedagogia fala da importância da criatividade dos recursos de ensino,

não esquecendo de sempre levar em conta o modo de ser, o quê sabe, as

percepções, o quê pensa, as práticas e as práxis, o comportamento de quem

aprende: interatividade.

Deve-se trazer o aluno com seu cotidiano e vivencia para novas

experiências (pura maiêutica) – é o que se chamaria de compartilhamento por

abordagem colaborativa.

De resto, a tradição já diz: usar a realidade para criar novas realidades;

pequenas porções conceituais; fidedignidade do saber; adequação e ritmo;

frequência; reprocessamento do saber; partilha (o que chamam de

interaprendizagem); análise; avaliação.

Eis o que dimensiona a EAD, como cita o autor, Doutor em Educação,

João José Saraiva da Fonseca (2008), em seu material online sobre EAD “os

tipos de questões feitas para dar início à discussão de um tópico devem

estimular os alunos a trazerem sua experiência de vida. Devem estimular a

criação de um ambiente no qual os alunos se sintam à vontade para trazer

material de natureza mais pessoal. Se o autor, por exemplo, usar situações

reais, o tutor deverá aproveitar em sala de aula o ensejo e pedir aos alunos

para comentarem sobre determinada situação que viveram e, desse modo, se

motiva o trabalho colaborativo na solução de outros problemas e situações que

enfrentarão ao longo do dia a dia profissional.”

Cada módulo, na EAD, representa uma unidade de aprendizagem. Em

cada módulo, têm-se unidades, que representam áreas específicas de

conteúdo, a um determinado índice de dificuldade.

Page 37: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

37

Parodiando o lema de “cada um por si” – a EAD induz à autoavaliação

permanente, i.e., cada um (aluno) mensura a si mesmo, por seu aprendizado,

seus limites, seu progresso e seu sucesso desejado na avaliação final,

definitiva.

O mais interessante (e importante?!) é a alavanca motivacional.

Com a ausência física do Professor, com o tempo (relativamente) livre e

arbítrio de precedências, o estudante tem que portar uma forte motivação

básica, além de continuamente ser alimentado por pontos atrativos, como:

enfoques objetivos e curtos, decorrentes da textualização oferecida; clareza e

concisão de linguagem, vocabulário e construção sintática aprazível, de fácil

compreensão; forma dialógica; estímulos de questões propostas; recursos

gráficos pertinentes.

A construção de conteúdo na EAD, deve decorrer da compreensão

sociocultural dos alunos que se propõem, transformando seu dia-a-dia em

novas perspectivas, não esquecendo da persuasão, domínio de habilidades,

atitudes e valores, senso crítico e analítico, aplicações socioculturais.

A base concreta da EAD é a fórmula dialógica, buscando o “distante”

aluno por cumplicidade, lembrando da importância de se dar ao aluno

instruções básicas de funcionamento do curso, tais como: direitos e deveres,

tempo, formas de interação; cronogramas; acompanhamento; autoavaliação;

meios e mídias disponíveis.

A Educação a Distância (EAD) precisa ter um programa educacional que

cumpra sua finalidade através de um material instrucional que preencha

determinados requisitos como:

• Atender aos objetivos do curso.

Page 38: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

38

• Ser coerente com a linha pedagógica do curso a qual está inserido.

• Ser elaborado a partir de um conteúdo bem claro e definido.

• Utilizar uma estrutura modular que facilite o entendimento do tema.

• Utilizar linguagem clara e precisa para bem expor as ideias.

• Utilizar vocabulário de acordo com o nível do público que irá interagir

com o texto.

• Utilizar ilustrações, sempre que possível, tornando o visual agradável e

atraente ao aluno.

• Utilizar recursos de diagramação.

• Utilizar recursos tipográficos de forma adequada.

• Conter testes de auto avaliação.

• Sugerir fontes bibliográficas que complementem o tema.

Também se faz necessário incluir no material didático um guia -

impresso e/ou virtual que: possa orientar o aluno quanto às características da

educação a distância e quanto aos direitos, deveres e atitudes de estudo a

serem adotadas, informar de forma clara os objetivos o curso escolhido,

esclarecer de como será a interação entre professores e alunos, apresentar o

cronograma e o sistema de acompanhamento, avaliação e todas as

orientações necessárias que darão segurança durante o processo educacional.

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

39

CONCLUSÃO

Hoje, quando se fala em “banda larga”, vislumbra-se um crescimento

maior do ensino virtual: fruto de inversões de investimentos no campo da

informação que, já, alavanca vendas, finanças e a performance da própria

comunicação em rede.

Na virada do milênio, em que se configura um novo ambiente

tecnológico, alavancado, sobretudo por um paradigma digital nunca antes

experimentado, depara-se um momento bastante facilitador para a produção

de artefatos em design, o que inclui as novíssimas possibilidades de

formatação e comunicação de imagens que integram o universo iconográfico

que cresce a nossa volta.

No sentido de tentar alinhar a comunicação visual como recurso de

conscientização à coletividade, atente-se para alarmantes sintomas que

tomam forma em nossos dias: na programação da TV, que entulha sensações

para não perder o espectador passivo, nos cd-roms e homepages que se

apressam em garantir fatias de um mercado promissor, em filmes que se

utilizam de artifícios conhecidos para obter bilheteria fácil, as aulas online,

oferecidas de qualquer maneira para os alunos apenas com o intuito de

baratear o custo e gerar maior receita, o vazio (e a consequente crise dos

valores estéticos), torna-se uma constante, como se fosse pré-requisito para

retorno seguro do capital investido.

A imagem não pode ser banalizada e planejá-la para atingir

determinado público de maneira mais adequada nunca foi tão importante

quanto agora.

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

40

A proposta do design em reagir aos excessos e ao consumismo daqueles

produtos que não se integram ao desenvolvimento industrial e social

pressupõe a elaboração de instrumentos que contribuam, de alguma forma,

para a forma aplicada ao projeto. É em meio a esse contexto que se deve

produzir o storyboard.

O conjunto linguístico que termina por construir o storyboard apressa-se

para preencher uma lacuna da metodologia que surge junto à recente lacuna

do design instrucional e audiovisual. Tomado emprestado do cinema, o

storyboard passa a funcionar também, como recurso bastante adequado ao

planejamento dos novos projetos que despontam, ligados ao cinema, TV,

computação gráfica, e aplicados na indústria na arte e em específico a este

estudo para a educação.

Os desenhos do stortyboard vêm em socorro também da necessidade

que o homem sempre teve de ordenar e fixar imagens na sua busca

permanente de significados para os seus atos. Nesse sentido, representa mais

um esforço para tentar resolver certos aspectos de sentimentos que lhe são

muito especiais e difíceis de ser mensurados.

Em suma, em meio a uma época marcada pela imagem, deve-se pensar

o storyboard não só como mero instrumento aplicado à indústria, mas,

principalmente, como mais um aparato estético mediador de ideias e

sentimentos dotados de significados, que são capazes de induzir

comportamentos e construir novos valores dentro de nossa sociedade.

Hoje em dia, dezenas de instituições, tanto públicas como privadas,

estão desenvolvendo e oferecendo programas de educação a distância, mas

Page 41: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

41

suas qualidades são duvidosas devido à forma que o material didático tem sido

oferecido ao aluno.

O tratamento dado ao material através de uma linguagem específica,

objetos de aprendizagem, hiperlinks, vídeos e ilustrações, nem sempre são

levados em conta. Muitas instituições apenas transferem a apostila do

professor para uma plataforma de ensino sem se preocupar com a interação

que o aluno terá através de um computador.

Todo esse planejamento se dá através de uma função muito importante

de um pedagogo em parceria com um designer para a produção de um design

instrucional, desenvolvido através de storyboards específicos.

No contexto da educação superior em virtude do uso das novas e dos

ambientes virtuais de educação a distância cabe ao docente um relevante

papel de buscar se capacitar para este novo cenário.

Ainda neste sentido, a utilização de storyboards no apoio aos

conceitos formais parecem ser uma estratégia promissora capaz de propiciar

ao estudante leitor e ao docente universitário um novo desenho de

aprendizagem e uma nova condição de mediar o conhecimento.

Page 42: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

42

BIBLIOGRAFIA

BAGUI, S., 1998. "Reasons for Increased Learning Using Multimedia".

Journal of Educational Multimedia and Hypermedia, 7(1), 3-18.

BELISÁRIO, Aluízio. O material didático na educação a distância e a

constituição de propostas interativas. In: SILVA, Marco (org). Educação on

line. São Paulo: Loyola, 2003, p. 135-146.

BERGE, L. Z., COLLINS, M., y DOUGHERTY, K., 2000. "Design Guidelines

for Web-Based Courses". En: Beverly Abbey (Ed.) Instructional and Cognitive

Impacts of Web-Based Education. Hershey, PA: Idea Group Publishing.

BONK, C. J., CUMMINGS, J. A., HARA, N., FISCHLER, R. B. y LEE, S. M.,

2000. "A ten-level web integration continuum for higher education". En:

Beverly Abbey (Ed.) Instructional and Cognitive Impacts of Web-Based

Education. Hershey, PA: Idea Group Publishing.

BROOKS, D. W., NOLAN, D. E. y GALLAGHER, S. M., 2001. Web-Teaching.

A guide to designing interactive teaching for the World Wide Web. New

York: Kluwer Academic/Plenum Publishers.

BUSH, V., 1945. As We May Think. Atlantic Monthly, 176, 101-108

COLLIS, B., DE BOER, W., y VAN DER VEEN, J., 2001. Building on Learner

Contributions: A Web-Supported Pedagogic Strategy. Education Media

International, 38(4), 229-239.

COSTA, Júlio Resende. ANÁLISE DO DESIGN INSTRUCIONAL DO CURSO

“FORMAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS ADULTOS”. Revista

Page 43: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

43

Científica Internacional, edição 21, volume 1, artigo nº 6, Abril/Junho 2012

D.O.I: http://dx.doi.org/10.6020/1679-9844/2106. Disponível em:

<http://www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/404-1182-1-pb.pdf> Acesso

em: 18/12/2012.

DAVID. Formación virtual, educación a distancia y e-learning. Disponível

na Internet.

www.educaweb.com/esp/servicios/monografico/formvirt/opinion0.asp

Acesso em: 20 dez. 2012

FILATRO, Andrea. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson

Education do Brasil, 2008.

FONTELA, Emilio. Megauniversidades virtuales el futuro de la educación.

Disponível na Internet. http://www.conocimientosweb.net/portal/article523.html

Acesso em: 20 dez. 2012.

GABLER, N., Walt Disney - o Triunfo da Imaginação Americana. São Paulo:

Novo Século, Brasil, 2009.

HAFNER, K., 2002. Lessons Learned at Dot-Com U., Mayo 2.

(www.nytimes.com/2002/05/02).

HARMON, S. W. y JONES, M. G., 1999. The five levels of Web use in

education: Factors to consider in planning an online course. Educational

Technology, 36(6), 28-32.

HENAO ÁLVAREZ, O., 1993. "El aula escolar del futuro". En: Revista

Educación y Pedagogía, Vol. 4 (8-9), 87-96.

JONASSEN, D. y Otros, 1995. Constructivism and Computer-Mediated

Communication in Distance Education. American Journal of Distance

Educaction, 9(2), 7-26.

Page 44: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

44

KO, S, y ROSSEN, S., 2001. Teaching online. A practical guide. Boston, MA:

Houghton Mifflin Company.

LANDOW, G.P., 1995. Hipertexto. La convergencia de la teoría crítica

contemporánea y la tecnología. Barcelona: Ediciones Paidós.

LEFLORE, D., 2000. "Theory supporting design guidelines for web-based

instruction". En: Beverly Abbey (Ed.) Instructional and Cognitive Impacts of

Web-Based Education. Hershey, PA: Idea Group Publishing.

LOWTHER, D. L., JONES, M. G., y PLANTS, R. T., 2000. "Preparing

tomorrow´s teachers to use web-based education". En: Beverly Abbey (Ed.)

Instructional and Cognitive Impacts of Web-Based Education. Hershey, PA:

Idea Group Publishing.

MADDUX, C. D. y CUMMINGS, R., 2000. "Developing web pages as

supplements to traditional courses". En: Beverly Abbey (Ed.) Instructional

and Cognitive Impacts of Web-Based Education. Hershey, PA: Idea Group

Publishing.

MILLER, S. M. y MILLER, K. L., 2000. "Theoretical and practical

considerations in the design of Web-based instruction". En: Beverly Abbey

(Ed.) Instructional and Cognitive Impacts of Web-Based Education. Hershey,

PA: Idea Group Publishing.

MORAN, José Manoel. O que é educação a distância. Disponível na Internet.

http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm

Acesso em: 20 dez. 2012.

PALLOFF, R. M. y PRATT, K., 2001. Lessons from the cyberspace

classroom. The realities of online teaching. San Francisco, CA: Jossey-Bass.

Page 45: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

PHIPPS, R. y Merisotis, J., 1999. What’s the difference? Washington, D.C.:

Institute for Higher Education Policy.

REEVES, T. C., 2000. "Alternative Assessment approaches for online

learning environments in higher Education". Journal of Educational

Computing Research, 23(1), 101-111.

REIGELUTH, C. M., 1999. "The elaboration theory: guidance for scope and

sequence decisions". In C. M. Reigeluth (Ed.), Instructional-design theories

and models: A new paradigm of instructional theory, Vol. II (pp. 425-453).

Mahwah, N.J: Lawrence Erlbaum.

TINKER, R., 2001. E-Learning Quality: The Concord Model for Learning

from a Distance. NASSP Bulletin, Vol. 85, No. 628, 37-46.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro; FONSECA, Marília (Org.). As dimensões do

projeto político pedagógico. Campinas: Papirus, 2000.

VRASIDAS, CH. y MCISAAC, M. S., 2000. Principles of Pedagogy and

Evaluation for Web based Learning. Education Media International, 37(2),

105-111.FARIGOLA.

Page 46: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

46

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO

2

AGRADECIMENTO

3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

O QUE É EAD? 11

1.1 - Alguns conceitos 11

1.2 - Esclarecimentos de termos 12

1.3 - A Afetividade e o ensino a distância 14

1.4 - O Modelo Educacional Online 16

1.5 - Vantagens e desvantagens do ensino a distância 16

1.6 - A aprendizagem no ciberespaço 18

1.7 - Alguns êxitos e fracassos da Educação à Distância 21

1.8 - O futuro da Educação à Distância 24

1.9 - Os desafios para a prática educativa 25

CAPÍTULO II

O QUE É STORYBOARD? 27

Page 47: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · material didático e na interação professor-aluno, talvez os elementos essenciais da EaD. O que se destaca não é somente reduzir

47

2.1 - Aplicações 29

2.2 - Metodologia na Confecção dos Storyboards na Educação à Distância 30

2.3 - O Storyboard e o Designer Instrucional 31

2.4 - Curiosidade 31

CAPÍTULO III

MATERIAL DIDÁTICO PARA EAD E O PAPEL DO PROFESSOR

DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NESTE CONTEXTO 34

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 46