DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013, nº f. Trabalho de Conclusão de Curso...
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Unive r s i d ade Cand ido Mendes
Pó s -g r aduação La to Sen su
em Pedagog i a Empre s a r i a l
AVM Facu l dade In t eg r ada
“Farinha pouca, meu pirão primeiro”
- Competitividade no Mundo
Corporativo.
Roxana Monteiro Chamarel l i
O r i en t ado r : P ro f . Marce l o S a l danha
R i o d e J ane i r o , Agos t o d e 2013
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Univers idade Candido Mendes
Pós -graduação Lato Sensu em Pedagogia Empresar ia l
AVM Facu ldade In tegrada
“Farinha pouca, meu pirão primeiro”
- Competitividade no Mundo Corporativo.
Ap r e s e n t a ç ã o d e monog r a f i a à AVM Fa cu l d a d e In t e g r a d a c omo r e qu i s i t o p a r c i a l p a r a o b t e n ç ã o d o g r a u d e e s p e c i a l i s t a em P ed agog i a Emp r e s a r i a l P o r : Rox an a Mon t e i r o Chama r e l l i
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DEDICATÓRIA:
Dedico esse trabalho à minha Tia
Madrinha Jacqueline que com seu charme
e estilo sofisticado me incentivou a
ingressar no mundo Coorporativo
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AGRADECIMENTOS
Agradeço , p r ime i r amen t e , ao meu o r i en t ado r P ro f . Marce l o
S a l danha po r e s t a r s empre d i s po s t o a me a j uda r n e s s a p rodução .
Ob r i gada po r r e sponde r p ac i en t emen t e à s m inhas d i v e r s a s
mensagen s .
Não po s so de i x a r d e ag r adece r à m inha mãe , que f o i , como s empre ,
a p r ime i r a l e i t o r a e r ev i so r a do meu t r aba l ho .
Agradeço a t odo s o s p ro f e s so r e s do meu cu r so , c ada um de l e s
a c r e s cen t ou a l go ao meu t ex t o com sua s au l a s .
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RESUMO
CHAMARELLI, Roxana Monteiro “FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO” - COMPETITIVIDADE NO MUNDO CORPORATIVO. Brasil, ano 2013, nº f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-graduação Lato senso em Pedagogia Empresarial) – Universidade Candido Mendes - AVM Faculdade Integrada, Rio de Janeiro, ano 2013.
O presente trabalho analisa três fatores que podem ser considerados os geradores da
competitividade nas empresas. Primeiramente veremos a influência do empresário Max
Gehringer no comportamento e atitudes de empregados que solicitam respostas aos
problemas que encontram em suas trajetórias profissionais. Em seguida, observaremos a
atuação da revista de negócios Você S/A no que diz respeito à orientação dos
funcionários para o mercado de trabalho. Por fim, analisaremos como o funcionário
compreende as relações competitivas e comportamentais no ambiente corporativo. A
finalidade deste trabalho é, portanto, verificar como é a abordagem da competitividade
por cada um dos atores acima indicados, buscando identificar o causador da
competitividade no ambiente corporativo.
Palavras-chave:
Comportamento; Competitividade; Empreendedorismo.
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METODOLOGIA
Esse trabalho tem como objetivo analisar o ambiente coorporativo, fazendo um recorte
na relação competitiva entre as pessoas. Em primeiro lugar será estudado como a
competitividade é considerada pelo olhar de Max Gehringer, um famoso empresário e
autor de diversos livros. Posteriormente, veremos como é feita a orientação das pessoas
quanto ao ambiente competitivo, tendo como base algumas matérias retiradas de
diferentes edições da revista Você S/A, da Editora Abril, com o intuito de recolher
informações sobre a orientação que é dada ao leitor sobre esse tema. Por fim, faremos
um levantamento dos resultados obtidos em uma pesquisa feita através de um
questionário objetivo divulgado entre colegas de trabalho.
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SUMÁRIO
Introdução.........................................................................................................................8
1. Teorização- Entendendo o mundo das corporações..........................................9
1.1 – Adaptar-se para viver melhor:....................................................................10
1.2 - Em busca de um lugar ao sol.......................................................................12
1.3 - Uma questão de Respeito............................................................................13
1.4 - A competitividade como ferramenta.........................................................15
2. Revistas de negócios – Adquirindo competências relacionais...........................17
2.1 - A busca pela informação.............................................................................18
2.2 - Competitividade – Novas formas de lidar com velhos problemas..............22
2.3 - Incentivando o Empreendedorismo:..........................................................25
3. O fator humano na corporação – efeito bola de neve.......................................28
Considerações finais.......................................................................................................41
Referências
Anexos
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Introdução
A competitividade é característica da convivência em sociedade e está presente no
mundo animal, vegetal e hominal. No caso do Homem a competição perpassa diferentes
níveis nos quais pode ser vista como benéfica ao desenvolvimento humano – como
jogos competitivos e o desejo de superação. – ou nociva – como guerras fundamentadas
em obtenção de poder.
No mundo corporativo a competitividade se apresenta como característica
empreendedora e fundamental para o crescimento da corporação. Porém, compreender a
“verdadeira função” do espírito competitivo, bem como suas vantagens e desvantagens
para o mundo dos negócios é vital para garantir a consonância entre os indivíduos, e
entre os indivíduos e o meio – muitas vezes considerado hostil.
Este trabalho visa estudar a naturalização das relações competitivas entre as pessoas,
tendo em vista o modelo hierárquico das empresas associado às orientações dadas pelos
meios de comunicação (basicamente revistas) destinados ao público empreendedor e
corporativo.
Com base nas entrevistas, avaliaremos alguns dos elementos que influenciam o
espírito de competição tendo como base o próprio meio competitivo, de forma a
mensurar o "nível" de competição de funcionários de algumas empresas e a influência
do meio sobre o funcionário.
Efeito bola de neve – A competição é gerada pelo próprio meio competitivo.
Considero como hipótese inicial que a competição é transmitida para os funcionários de
forma institucionalizada. Os processos de seleção de funcionários, bem como o
treinamento, desenvolvimento e formas de avaliação e remuneração por mérito são
responsáveis pela retroalimentação do espirito competitivo. Se a empresa exige que o
funcionário se destaque dos demais pode ser visto como incoerência que ela solicite do
mesmo que este trabalhe em equipe compartilhando ideias e cooperando de forma
harmônica.
Muito se diz sobre a dificuldade de “alcançar um lugar ao sol”. , porém, “não existe
corrida sem chegada”, o que nos leva a crer que a competitividade existe porque existe
quem seja competitivo – e quem é competitivo visa chegar a algum lugar a partir da
competição.
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1) Teorização- Entendendo o mundo das corporações
Como é dito popularmente no meio corporativo: “Não importa o quanto você está
apto ao trabalho, o importante é ter QI (quem indique)”. Já no meio acadêmico, o
fundamental é respaldar suas ideias em um bom referencial teórico. Diante disso
busquei, no meio corporativo, um escritor (ou, quem sabe, dentro do meio acadêmico,
um profissional da área de negócios) que tratasse de assuntos relacionados ao
comportamento humano no ambiente de trabalho.
Minha escolha recaiu sobre “Pergunte ao Max”, de Max Gehringer, cujo título já
demonstra o valor de suas opiniões. Um breve resumo de seus feitos pode ser
encontrado na contracapa do livro:
Max Gehringer é articulista da revista Época desde 2006. É comentarista do programa Fantástico, na TV Globo, e da Rádio CBN. É também escritor, conferencista e cartunista - atividades que adotou depois de uma longa carreira como executivo, tendo dirigido grandes empresas no Brasil e no exterior. (GEHRINGER, 2010, contracapa)
O livro “Pergunte ao Max” é uma coletânea de dúvidas de leitores sobre carreira
e negócios, enviadas ao autor e publicadas em sua coluna na revista Época. Deste modo,
além de informações sobre o tema central de meu trabalho, pude conhecer mais sobre os
questionamentos feitos por profissionais do mundo dos negócios.
Neste primeiro capítulo poder-se-á perceber como a competitividade é vista
dentro do contexto corporativo, tomando como base as respostas de um profissional
sobre as inseguranças de outros profissionais.
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1.2) Adaptar-se para viver melhor:
Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o mais adaptável a mudanças – Charles Darwin
Sempre que nos deparamos com situações desconhecidas, precisamos de um
tempo para adaptação. Todavia, em um mundo onde “tempo é dinheiro” e “dinheiro não
dá em árvore”, esse precioso período de descobertas e adequação à situação precisa ser
restringido ao Treinamento.
Conhecer a cultura organizacional, a missão e a visão da empresa onde trabalha é
fundamental para o bom desempenho do funcionário e para a consonância deste em
relação aos valores daquela. No entanto, a grande demanda do mercado e as exigências
do consumidor resultam em mudanças continuas na rotina e competências de algumas
empresas. Nesses casos, a Gerência e os funcionários devem trabalhar em conjunto, de
modo a manter os procedimentos internos em consonância com o contexto atual.
Pegaremos como exemplo a situação da mulher no mercado de trabalho. O papel
da mulher nas grandes empresas passou a ser tema de discussão desde o período pós-
guerra – quando as viúvas precisaram substituir seus falecidos maridos nas fábricas – e
permanece em debate até os dias de hoje, quando o valor do trabalho feminino vem
sendo reconhecido pelas empresas como diferenciado do masculino.
Em uma pergunta sobre a preferência de algumas empresas por mulheres no
cargo de chefia, Max afirma que:
[...] Executivos precisam tomar decisões com 60% dos dados e acertar em 99% dos casos. Quer dizer, a intuição passou a ser tão importante quanto - ou até mais que - a racionalização. A história mostra que a racionalidade é uma característica mais masculina que feminina: homens sempre foram bons para encontrar explicações. (...) Somando tudo isso, chega-se à conclusão de que a mulher está biologicamente mais adaptada às qualificações que o mercado de trabalho passou a exigir. (GEHRINGER, 2010, p. 27)
Segundo o autor, podemos entender que o mercado exige dos trabalhadores de
hoje características que diferem das estabelecidas nos idos de 1900, quando a revolução
industrial demandava operários racionais, mas não questionadores.
Vemos ao longo da história que a capacidade de se “reinventar” sempre que o
mercado exige é a característica que diferencia os empregados entre adaptáveis – que
buscam estar sempre em conformidade com as determinações das empresas – e
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retrógrados – que, como o nome já diz, “adj. sm.2 que ou quem se mostra contrário aos
processos inovadores ou às mudanças1.” Estão estacionados em velhos costumes e
sentem-se incapazes de abraçar o progresso.
Ainda sobre a adaptação, é importante ressaltar que as mudanças ocorrem em via
de mão dupla, se por um lado a coletividade e os pensamentos políticos do período
histórico influenciam nas determinações e ações das empresas, a empresa, por sua vez,
muito influi sobre a vida cotidiana das pessoas, especialmente na vida de seus
trabalhadores. Sobre esse fenômeno Max descreve o processo de mudança de
comportamento dos funcionários devido à demanda da empresa:
O tabagismo só começou a ser erradicado quando as empresas americanas decidiram proibir o consumo do tabaco em suas dependências. E, principalmente, a dar preferência a não-fumantes nas novas contratações. Aí a coisa deslanchou. Porque não era mais uma questão de saúde, mas de emprego. (GEHRINGER, 2010, p. 26)
Arrisco-me a dizer que, com base na declaração do autor, os esforços do governo
e do Ministério da Saúde, em relação à conscientização dos prejuízos causados pelo
fumo, foram ineficazes, se comparados ao rápido resultado observado a partir das
exigências das corporações.
A adaptação é, portanto, a característica que define o futuro do funcionário. Em
um contexto corporativo, a capacidade de adequação aos novos intentos da empresa
pode ser a diferença competitiva entre os funcionários. Deste modo, podemos entender
que a competitividade pode ser gerada pela busca incessante de “novas formas de fazer
velhas coisas”, com o intuito de se destacar.
1 Fonte: Minidicionário da Língua Portuguesa - Atualizado pelo novo acordo ortográfico – Evanildo Bechara - Editora nova fronteira 2009.
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1.3) Em busca de “um lugar ao sol”
Conforme dito anteriormente, o “bom funcionário” deve estar atento aos
desígnios da corporação em que se encontra. Além de ser o mais adaptável, ele ainda
deve se destacar dos demais.
O árduo processo de conseguir se destacar inicia-se desde o momento da
entrevista, quando a empresa tem a missão de selecionar 1 dentre diversos ótimos
candidatos. Max ilustra essa situação dizendo que: “A disputa é dura e a peneira é fina.
No fim, acabam sendo selecionados aqueles poucos que têm formação acadêmica
diferenciada, falam dois ou três idiomas e já foram recebidos por Sua Santidade em
pessoa.” (GEHRINGER, 2010, p. 31)
Dentre diversas características que podem servir de chamariz em um currículo
citamos a formação acadêmica. Quanto a isso, Gehringer coloca que muitas das vagas
de ensino médio vêm sido preenchidas por pessoas de nível superior. Isso acontece pelo
mesmo motivo que, ao chegar a um mercado e avaliar que o preço da banana é o mesmo
que o da geleia importada de banana, o consumidor irá dar preferência à geleia, por esta
apresentar características superiores em processamento e tecnologia. Como diz o autor:
“É evidente que a geleia vale muito mais. A Geleia importada é, assim, uma banana
com MBA.” (Op. cit., p. 44)
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1.4) Uma questão de Respeito:
Vemos hoje em dia que muitos jovens alcançam o cargo de chefia antes dos 30
anos de idade. Isto significa que as oportunidades de crescimento estão sendo dadas aos
jovens e, sobretudo, que os novos funcionários estão se destacando no mercado de
trabalho, seja pela formação acadêmica ou pelo empreendedorismo e inovação
tipicamente associados aos jovens.
Por outro lado, a inexperiência dos chefes jovens pode se tornar um elemento
complicador quando o assunto é administração de conflitos.
Na página 122 encontramos a seguinte pergunta: “Fui promovido a chefe de
meus colegas. Éramos um grupo muito unido e ninguém sobressaía. Agora, tenho de
dar ordens a eles. Estou indeciso quanto à postura que devo adotar”. [pergunta de H.
Schultz] (GEHRINGER, 2010, p. 122)
Como resposta, temos:
Nos primeiros dias, é normal que os colegas se comportem como se o novo chefe tivesse sido promovido para atender aos interesses deles. Isso não é verdade. Você foi promovido para defender os pontos de vista da empresa. Mesmo que isso contrarie coisas que você mesmo dizia. Por exemplo, que o salário é baixo, que a empresa deveria pagar cursos ou que os benefícios podiam ser melhores. Só que, agora, você vai descobrir que essas reivindicações não são assim tão fáceis de atender. Mas fique sossegado. Sua empresa não teria promovido você a chefe se não tivesse visto em você alguém capaz de se comportar como chefe. E isso significa que você não deve mais pensar como colega. Tem de começar a pensar como chefe. Explique a seus subordinados que você não mudou. O que mudou foi a situação. Você tentará fazer o melhor por eles, mas também terá de exigir que entendam sua nova posição. Se for o caso – tomara que não seja- , terá de punir ou demitir um desses colegas. Se for firme, essa fase de transição vai durar, no máximo, um mês. Daí em diante, passará a ser respeitado por sua autoridade. Porque é chefe. E também passará a ser criticado por sua insensibilidade. Porque é chefe. (Op. cit., p. 122)
Quando o funcionário é amigo do chefe, como no caso acima, é possível
respeitar sua autoridade por confiar em suas escolhas sabendo que seu chefe pensará
sempre na equipe de subordinados. Porém, existem, ainda, aqueles chefes que
gerenciam a equipe com métodos ultrapassados, alguns procuram manter sua autoridade
na base de ameaças e punições.
Na página 121 encontramos a seguinte pergunta: “Não consigo me dar bem com
meu chefe. Ele é centralizador, dispersivo, desatualizado, retrógrado. [pergunta de
Cláudia].” (Op. cit., p.121)
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E como resposta temos:
Apesar disso, Claudia, ele continua sendo seu chefe. Independentemente de sua opinião sobre ele, seu chefe é mais importante para seu futuro na empresa que você para o futuro dele. Por isso, aqui vão os "10 Mandamentos de Como Se Dar Bem com o Chefe": (1) Nunca falar mal do chefe. As orelhas do chefe são do tamanho de todas as paredes e de todos os corredores da empresa. (2) Nunca tentar ofuscar o chefe. Seja na roupa, seja no comportamento, seja pelo conhecimento. (3) Jamais colocar a culpa no chefe, principalmente quando a culpa é do chefe. (4) Não assumir responsabilidades que são do chefe. Se não existe um subchefe oficial, isso não significa que a função será de quem pegar primeiro. (5) Não tratar o chefe como amigo íntimo na frente de colegas ou de clientes. (6) Não interromper o chefe quando ele está falando. Não é que chefes não gostam de ser interrompidos. Eles detestam. (7) Nunca dizer "Chefe, temos um problema". Isso é o que se chama de delegar para cima. O chefe não quer problemas, quer soluções. (8) Jamais perguntar se um trabalho é urgente. Se o chefe em pessoa pediu, então é urgentíssimo. (9) Nunca dizer que cometeu um erro porque não entendeu bem o que o chefe tinha pedido. Se o chefe fala gótico, o subordinado precisa aprender gótico. (10) Nunca tentar explicar para os colegas alguma coisa que o chefe disse. Chefes não apreciam o subordinado porta-voz. Se alguém tem dúvida, deve perguntar diretamente para o chefe. Você tem todo o direito de dirigir sua carreira, Claudia. Mas lembre que, no elevador da vida profissional, o chefe é o ascensorista. (Op. cit, p. 121)
Como pode ser vista na resposta de Max, o Chefe é o “poder supremo” de um
funcionário.
A relação de respeito com o chefe é algo que pode ser conquistado, quando o
chefe dá abertura para conversas francas e ouve as ideias do funcionário. Ou pode ser
simplesmente parte da cultura organizacional da empresa. As vezes o funcionário
discorda completamente da forma com que o supervisor o orienta a realizar tal tarefa,
mas a executa exatamente como o ele manda por causa da hierarquia.
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1.5) A competitividade como ferramenta
“Não existe corrida sem chegada”
Em alguns momentos a competitividade pode ser vista como benéfica para o
crescimento da empresa e do funcionário. Uma empresa que lança desafios, determina
cotas de vendas e metas de fechamentos mensal pode estar tentando despertar o espirito
competitivo dos funcionários. Ao premiar o funcionário que obtém os melhores
resultados nas vendas da mercadoria a empresa estará incentivando o vencedor e
estimulando os demais funcionários a competirem pelo prémio.
Do mesmo modo a empresa que promove a supervisor o funcionário que mais se
destacou durante o ano, desperta o interesse dos demais pela ascensão.
Na página 134 encontramos a uma pergunta que ilustra bem esse caso: “Meu
diretor diz que devemos encarar nossos colegas de trabalho como concorrentes, não
como amigos. Essa visão não cria um ambiente ruim para trabalhar? [pergunta de Ana
Galvez]”
Para essa questão Max responde:
Não necessariamente. Seus colegas de trabalho não são seus inimigos. Mas serão seus adversários diretos quando surgir uma chance de promoção. O diretor certamente não está insinuando que você deva prejudicar seus colegas com atitudes antiéticas. Está, apenas, sugerindo que todos vocês tratem um ao outro da mesma maneira que a empresa trata os concorrentes: ficando de olho bem aberto para tudo o que fazem e executando um trabalho muito mais eficiente do que executam. Olhando pelo lado positivo, seu diretor não está lhe pedindo para ser ruim ou perversa, simplesmente para tentar ser melhor, e demonstrar que é. Olhando pelo lado negativo, ele pode ser um desequilibrado que quer ver o circo pegar fogo. Mas a primeira hipótese é muito mais provável, e foi por isso que ele chegou a diretor. (Op. cit., p. 134)
Existem várias formas de premiar um funcionário pelo seu bom desempenho, a
forma que as empresas encontram de incentivarem o vencedor e estimularem a
competitividade entre os funcionários diz muito sobre a administração e cultura
organizacional da empresa.
Temos, na página 115, uma pergunta que ilustra uma das formas de recompensa,
vejam: “Nos últimos dois anos, recebi duas promoções. Hoje tenho título imponente –
coordenador sênior de clientes especiais -, mas continuo ganhando o que eu ganhava
quando era analista de contas. Será que fui iludido?” [pergunta de Aurélio]
Resposta de Max:
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Foi e está sendo. Mas há precedente histórico para seu caso. No século XIX, quando o poderoso império austro-húngaro começou a entrar em decadência, os cofres reais esvaziaram-se. Os soberanos, que dependiam da lealdade de seus súditos, não tinham mais dinheiro para compra-la. A solução – muito esperta – foi distribuir títulos de nobreza aos plebeus. Assim o Zé da Barraca virou o Visconde das Barracas. E continuou leal à nobreza – afinal, agora ele fazia parte dela. Só que, como é notório, o império austro-húngaro desmoronou alguns anos depois, quando os novos nobres perceberam que continuavam tão pobres quanto antes. Sua empresa está adotando a mesma tática. Está lhe dando um belo cartão de visitas, em vez de lhe dar um salário compatível com sua responsabilidade. Minha sugestão é que você use o título que lhe foi concedido como alavanca para conseguir outro emprego. Se você continuar aí, não estará sendo vítima. Estará sendo cúmplice. E não se preocupe com sua empresa. Ela não vai desmoronar, por que outros plebeus aceitarão de bom grado o título que você ostenta. A empresa sabe disso, e por isso continuará criando nobres só de fachada. (GEHRINGER, 2010, p. 115)
No exemplo acima a empresa recompensava o funcionário através de promoções
de cargos sem que houvesse aumento do salário.
Já o caso abaixo é uma pergunta retirada da página 187 na qual o funcionário se
queixa porque a empresa não oferece nenhum dos benefícios associados ao salário:
“Minha empresa não oferece nenhum benefício. Só paga aquilo que a lei manda pagar.
Vale a pena trabalhar em uma empresa assim?” [pergunta de Guilherme]
Benefícios indiretos – como assistência médica e odontológica e alimentação gratuita ou subsidiada - são uma maneira de atrair bons profissionais. Esses benefícios começaram a surgir em uma época em que ainda havia razoável equilíbrio entre oferta e procura de empregos. Não existia a obsessão por corte de custos que campeia nos dias atuais. Essa situação mudou muito nos últimos anos. Hoje, para cada boa vaga, há meia dúzia de ótimos candidatos. E reduzir despesas fixas virou paranoia. Por isso, as empresas que já concediam benefícios tiveram de mantê-los – a lei trabalhista não permite que sejam retirados. Mas as que não concediam perceberam que não precisavam mais deles para atrair gente boa. Uma empresa pode implantar programa de benefícios com o objetivo de melhorar o ambiente de trabalho ou aumentar a motivação dos empregados. Isso, certamente, é louvável. Mas não é mais necessário. (Op. cit., p. 187)
Como vimos ao longo desse capítulo, funcionários de diversas áreas de atuação
frequentemente se deparam com situações nas quais todo o seu preparo acadêmico não é
suficiente para ajuda-lo a resolver. Em alguns casos as situações cotidianas são
encaradas com naturalidade e, às vezes, problemas muito grandes passam despercebidos
somando-se apenas ao nível de estresse que enfrentamos diariamente.
Neste capitulo vimos como um conceituado empresário, Max Gehringer, orienta
pessoas desconhecidas a lidarem com os empecilhos de seus trabalhos. De forma
divertida e descontraída Max dá dicas que nos demonstra a importância das relações
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humanas no ambiente corporativo. Isto é, Max prioriza o bom relacionamento entre as
pessoas do que a competitividade extrema associada ao desejo de sempre se dar bem.
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2) Revistas de negócios – Adquirindo competências relacionais
No capítulo anterior destacamos alguns pontos importantes sobre a carreira e
competitividade à luz de um profissional da área. Com o intuito de dar prosseguimento
aos estudos, proponho agora verificarmos uma nova abordagem para o mesmo assunto.
Neste capítulo estudaremos o que vem sendo dito aos profissionais pelos meios
de divulgação em massa, no caso, as revistas de negócios. Para tal, foram escolhidas
algumas edições da revista Você S/A, da Editora Abril. Utilizei as revistas publicadas no
período compreendido entre Fevereiro de 2009 e Outubro de 2010. O critério de escolha
das edições foi a menção de artigos sobre competitividade e/ou comportamento. O
objetivo dessa pesquisa é, portanto, averiguar se a origem da competitividade
corporativa pode ter associação com as revistas de orientação para negócios.
Popularmente as revistas de negócios têm o objetivo de apresentar conteúdos
para o desenvolvimento profissional, atualizando o leitor quanto às novas tendências e
oportunidades de crescimento profissional. Isto significa que a revista serve como
auxilio ao profissional, no que tange a escolhas de carreira e atuação em situações
adversas.
Podemos ver as revistas como um espaço de interação do leitor com
profissionais aptos a tirar dúvidas e a orientar procedimentos básicos aos inexperientes.
Isso nos leva a pensar que as revistas não são isentas de julgamentos de valor – sendo
estes, possivelmente, cômodos aos interesses corporativos.
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2.1) A busca pela informação
Antes de iniciar em um emprego, o funcionário deve receber o treinamento
adequado para adquirir as competências técnicas necessárias para a função. No entanto,
a empresa parte do principio que a postura profissional e as competências relacionais
são inatas e desenvolvidas a partir da experiência. Desta forma, o individuo precisa
buscar outros meios de adquiri-las. Para quem conhece de perto os ambientes
corporativos, seja por influência de colegas ou por ter feito estágio durante a faculdade,
essa tarefa não é muito difícil. Pessoas nessa situação conhecem as tramas criadas pelas
intrigas e percebem a necessidade de mostrar sempre o seu melhor. No entanto, para
aqueles que ingressam numa empresa, sem experiência prévia, a tarefa de orientá-los
para o ambiente de trabalho acaba recaindo sobre as mídias.
Não é novidade que as mídias, muitas vezes, agem como formadoras de opinião,
o que talvez não esteja clara é a influencia que elas têm para o mundo coorporativo.
Minha primeira percepção deste fenômeno ocorreu tão logo ingressei no meu
atual trabalho. Fui acompanhar minha mãe a um exame de endoscopia e enquanto
aguardávamos na sala de espera me deparei com o “dilema” da escolha das revistas
expostas para passar meu tempo. As opções variavam entre a revista Caras com
manchetes como “Saiba tudo sobre o namoro de fulana e Cicrano”2 e “Beltrana
emagrece 20 kg dois meses após dar à luz seu primeiro filho”, outra opção era
“Superinteressante” que continha artigos como “Cientistas provam existência de
unicórnios” e “Cuspir ajuda a emagrecer?” por mais interessante que me parecesse ler
sobre aquilo, não me parecia acrescentar nada ao meu catálogo de assuntos. Foi então
que minha escolha recaiu sobre a revista Você S/A, que apresentava uma matéria com
um tema como: “o que fazer na festa de final de ano da empresa?” – esse era, de fato,
um assunto que me interessava. Estávamos em novembro e a festa de confraternização
da minha empresa estava marcada para a primeira semana de dezembro. Eu, até aquele
momento, não havia me atentado a esse fato, na verdade, me senti até meio boba por
não ter percebido o quão importante esses eventos são para os novos funcionários, então
resolvi ler o artigo para saber ao certo como me comportar nessa ocasião. A revista
tratava da importância de comparecer às festas, mas dizia que o tempo de permanência
2 As manchetes apresentadas são fictícias baseadas no perfil das revistas.
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no evento devia ser inversamente proporcional ao grau hierárquico do profissional,
argumentando que a presença dos superiores inibe o entretenimento dos subalternos.
Confesso que de cara não concordei com esse ponto de vista, mas me interessei
bastante pelas dicas de roupa e sugestões de networking que a revista habilmente me
passava. Como fomos chamadas para o exame logo em seguida, não pude terminar de
ler o artigo e nem, tampouco, explorar mais as orientações valiosas que aquele material
impresso guardava.
Agora, há três anos trabalhando na mesma empresa, ainda sinto falta de
orientações sobre meu comportamento perante as situações vividas no dia a dia
corporativo. Com isso em mente, decidi escrever esse capítulo, que tem como objetivo
analisar algumas das edições da revista de negócios Você S/A em busca de dicas
importantes sobre o tema competitividade nas empresas. Fiz uma seleção de alguns
números publicados entre Fevereiro de 2009 e Outubro de 2010 em que alguma matéria
fosse sobre competição.
Observando atentamente o formato da revista, percebo que a capa apresenta as
manchetes do tema central daquela edição. A imagem das capas mostram sempre
pessoas bem vestidas e com aparência de bem sucedidas. Algumas edições aproveitam
para expor na capa o profissional entrevistado, foco do tema da edição, que costuma ser
um grande empreendedor ou pesquisador sobre o mundo dos negócios.
Em outras capas vemos a alusão ao dinheiro por meio do símbolo ‘$’ ou de uma
pilha de moedas. As matérias são organizadas em grandes sessões com os títulos:
§ Capa- que apresenta o conteúdo completo das matérias da edição;
§ Notas- que oferece dicas de livros, orientações para lazer e pequenas
matérias;
§ Mercado – sessão que agrupa reportagens sobre o mercado de trabalho;
§ Carreira – dicas de carreira e orientações de cursos e atitudes que podem
ser impulsionadoras da carreira empresarial;
§ Dinheiro – Em uma revista de negócios, como não falar dele? Esta
sessão trata de finanças, “dicas quentes” de investimentos, educação
financeira etc.;
§ Etc. – Quase um “de tudo um pouco” nessa sessão as reportagens que não
se encaixam em nenhuma outra;
21
§ Artigos – que contem artigos produzidos por grandes empresários, ou
leitores.
Não podemos ignorar o fato de que a revista é recheada de propagandas e
anúncios. É interessante observar que as propagandas são destinadas ao leitor de alto
poder aquisitivo. Encontramos muitas propagandas de universidades que sugerem
cursos para impulsionar a carreira, seminários de empreendedorismo que estimulam o
networking e anúncios de produtos para empresas, como relógio marcador de ponto,
materiais de escritório de luxo e centros comerciais adequados para todas as ocasiões.
Além dos produtos, encontramos “venda de ideias”: propagandas sobre sustentabilidade,
sobre viagens incríveis e responsabilidade social compõe a revista, tornando-a o manual
do empresário moderno.
Folheei algumas das revistas e encontrei temas divertidíssimos tais como “Como
ser um líder inspirador”; “procuram-se parrudos”; “Com que roupa eu vou?”, etc.
A edição 128, de fevereiro/2009, no artigo “56 atitudes para fortalecer sua
carreira” enumera (p. 33) “as 20 situações mais desafiadoras no escritório” e em
segundo lugar, logo após o “Chefe estressado”, está “Colega competitivo”. Também
vemos outros fatores como “inveja no trabalho”, “assédio moral”, “excesso de pressão”
etc.
Curiosamente nada se fala sobre incompetência técnica por inabilidade ou
desconhecimento das práticas de sua profissão. Em um apanhado geral, posso concluir
que as revistas de negócios são orientações para o nível pessoal do ambiente
profissional, você não irá encontrar o manual do Windows na capa da revista, mas
talvez encontre o manual do bom gestor com 50 dicas de empreendedorismo.
O que quero dizer é que as revistas de negócios se propõem a dar ao funcionário
orientações no nível comportamental, e não técnico. Os treinamentos oferecidos por
pequenas e médias empresas não costumam desenvolver as competências relacionais
dos novos funcionários, esse é o papel dos seminários de empreendedorismo, os MBAs
em Gestão de Pessoas e os demais cursos de aperfeiçoamento, extremamente
necessários para garantir a permanência do funcionário em um ambiente competitivo.
As revistas de negócios, que considero como mídia formadora de opinião,
podem ser vistas como a extensão do treinamento para a empresa, uma vez que as
matérias e artigos apresentados dão ao funcionário suporte para lidar com os conflitos de
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ordem pessoal nas empresas onde trabalham, diferentemente do treinamento formal
oferecido pelo RH, que visa ao desenvolvimento de competências técnicas.
Não obstante, o conteúdo das revistas proporciona ao leitor a autonomia de suas
atitudes, uma vez que estimula o empreendedorismo e a alavancagem com base em
exemplos de sucesso, com matérias de orientação em situações adversas, normalmente
apresentando soluções repletas de bom senso e atitudes que favoreçam a segurança e o
respeito ao próximo. A revista Você S/A pode ser considerada um “Manual” para o
empreendedor, por ser contemporânea e de linguagem franca.
Na edição 141, de março/2010, na sessão de cartas do leitor, vê-se uma opinião
que ressalta bem esse ponto:
Por que eu leio – A VOCÊ S/A faz a ponte entre o mundo corporativo e o leitor de forma clara e útil. Exemplos de profissionais e empresas são apresentados com excelência, reforçando os princípios das melhores práticas de governança: transparência, equidade e responsabilidade – Marcio Kaiser, coordenador do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC- PR) – (VOCÊ S/A. Março/2010, p. 11)
Pelos comentários do leitor, é possível identificar que a revista é, de fato, utilizada como
apoio aos empresários – é interessante notar que a opinião acima é de um coordenador
de governanças corporativas, ou seja, um profissional de nível hierárquico alto.
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2.2) Competitividade – Novas formas de lidar com velhos problemas
Adentrando mais na questão da Competitividade, tema do presente trabalho, a
revista Você S/A traz conteúdos de forma clara e objetiva que visam preparar o leitor
para um ambiente muitas vezes hostil.
Uma das primeiras que me chamou a atenção foi a edição 129, de março/2009,
que trazia o artigo “ALTA TENSÃO soluções para lidar com aquele colega
competitivo”. Nessa matéria, o escritor Bruno Vieira Feijó dá dicas, como: “confira o
que fazer quando a rivalidade desenfreada ameaça a sua carreira”.
Em seu primeiro parágrafo ele já alerta:
Em períodos de instabilidade econômica e corte de funcionários, a competição aumenta no ambiente de trabalho. Para manter o emprego, as pessoas tentam provar que são essenciais e insubstituíveis. Atitudes individualistas, como exibicionismo e egoísmo, despontam. E aí, são grandes as chances de o clima de cada um por si virar regra no escritório. (VOCÊ S/A Março/ 2009, p. 62)
Nesse primeiro parágrafo, se o leitor estiver vivendo uma situação de cortes de
funcionários e retenção de gastos já se sentirá acolhido e compreendido pela revista e,
certamente continuará a leitura tendo a certeza de que a revista lhe dará dicas de como
agir nessa situação. Essa expectativa será comprovada, pois, após o levantamento de
dados estatísticos de que “os brasileiros vêm perdendo mais de 90 horas de trabalho por
ano em situações mal resolvidas com os colegas.” E de uma comparação com a crise
econômica mundial, a revista apresenta soluções para lidar com colegas workaholics
que fazem com que você trabalhe até tarde, com chefes que estimulam a
competitividade, com pessoas que pegam todo o trabalho para si, com outro que aponta
erros em todos menos nele próprio e ainda, situações como fofoca, mudança de área e
ainda como lidar com bajuladores.
A revista é, portanto, bastante rica em orientações para lidar de forma diligente
com a competitividade dos outros. Pelo teor das orientações é possível perceber que a
revista preza pela orientação com base em valores.
Eu não tenho competência técnica para distinguir qual o posicionamento téorico-
prático em que a revista se respalda, mas posso, como funcionária de uma empresa,
identificar alguns pensamentos que já fazem parte do senso comum.
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No quadro de dicas “Meu chefe estimula exageradamente a competição na
equipe” (p. 64), a orientação consiste em:
Como agir: mantenha a cabeça no lugar, fazendo o seu melhor. Se identificar que o foco da pressão é o gestor, procure fazer alianças com colegas, mostrando que o comportamento do chefe prejudica a todos. Cuidado para não se expor sozinho. Quando a crise passar, tente uma transferência ou busque outro emprego, mas livre-se desse chefe. (VOCÊ S/A. Março/ 2009, p. 64)
Em minha visão, a matéria acima orienta o funcionário a realizar um motim de
forma segura e, talvez, considerada empreendedora. Essa matéria mostra formas
sensatas de lidar com as situações adversas e preza pelo trabalho em equipe em
detrimento ao individualismo.
Na edição 148, de Outubro/2010, a matéria “Novas lições para domar uma
antiga fera: seu chefe – conflitos entre líderes e subordinados estão longe de
desaparecer. Conheça os mais atuais e descubra como se defender” (p. 39) apresenta
soluções para diminuir a injustiça ocasionada por maus gestores. Temas como QI
(‘quem indique’), preconceito contra homossexuais e mulheres, pressão excessiva etc.
são comentados e trabalhados de forma a diminuir os conflitos.
Dessa matéria destaco o ponto “ele roubou minha ideia”:
Situação: um coordenador faz uma sugestão de melhoria para a gerente e, dias depois, descobre que ela vendeu a ideia ao diretor como se fosse dela. O que fazer: no trabalho, você pode se deparar com gente que não joga limpo. Uma saída inteligente é encontrar ações que anulem as jogadas desfavoráveis. É um mecanismo importante de defesa, que deve ser praticado. Como? Guarde as conversas por e-mail e faça sugestões na frente de terceiros. Uma solução mais radical é assinar todos os documentos que identifiquem que foi você quem criou o projeto. (VOCÊ S/A. Outubro/ 2010, p. 43)
No trecho acima vemos que a forma sugerida para lidar com o problema de
competição entre chefe e subordinado é impedir que haja concorrência. Conforme
sugestão acima, se você se protege de modo que não existam formas de alguém ”roubar
sua ideia”, sua ideia não será roubada, mas isso não significa que o “ladrão em
potencial” irá deixar de planejar outras formas de “puxar seu tapete”.
Pelas informações postas acima identificamos que o perfil da revista é ir contra a
competitividade, os conflitos no ambiente de trabalho e os comportamentos
individualistas dos funcionários. Mas isto não significa que a revista Você S/A pregue
que o funcionário deva ser um “cordeirinho manso” e viver para escapulir dos
problemas gerados pelos outros funcionários.
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Não é interessante para a empresa que um funcionário viva à sombra do chefe e
passe o dia administrando conflitos. Talvez por isso as revistas de negócios ofereçam
dicas de empreendedorismo, que nada mais são que formas alternativas de lidar com
situações desconfortáveis, sempre visando ao melhor aproveitamento das condições e,
ainda por cima, fazendo o trabalho do leitor da revista se destacar e os lucros da empresa
aumentar.
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2.3) Incentivando o Empreendedorismo
A edição 136, de Outubro/2009, coloca em destaque a manchete “libere seu
potencial empreendedor”, com o reforço de um executivo estilo “Wolverine”
arregaçando as mangas. Essa me pareceu ser uma boa edição para explicar o conceito de
empreendedorismo!
Na página 44 dessa edição, encontramos a matéria que diz que: “A capacidade
de coloca as ideias em prática nunca foi tão valorizada pelo mercado. É hora de
arregaçar as mangas e aproveitar o momento”.
Uma possível definição de empreendedorismo vem logo a seguir: “A habilidade
de dar vida aos próprios projetos, tirando-os do papel e transformando-os em novos
produtos, processos ou serviços, é atualmente uma das qualidades mais valorizadas
pelo mercado” (p. 45).
As palavras “Persuasão”, “Obstinação”, “Criatividade” e “Motivação” são
destacadas como atitudes fundamentais para um empreendedor. Além disso, são
declaradas diversas formas de obter sucesso “nadando contra a corrente”.
Antes de darmos continuidade, é importante refletir sobre o que se considera
serem as características essenciais para um bom funcionário. Pense nas competências
técnicas e nas competências relacionais e comportamentais, tente se lembrar de todos os
empregos pelos quais passou, qual competência era mais visada? Quais características
comportamentais eram valorizadas pela empresa? Como se via nesse ambiente?
Na minha opinião, é compreensível que as empresas busquem funcionários pró-
ativos, empreendedores, que tenham competências técnicas adequadas para a função,
que pratiquem a educação continuada e busquem aprimoramento em curso e MBAs, que
tenham uma postura e apresentação pessoal impecáveis, ótimo relacionamento com os
cargos de chefia e com colegas de trabalho, que trabalhem em equipe, mas se destaquem
por suas características individuais. Que sejam criativos e inovadores, mas que acatem a
decisão dos superiores, enfim, pela minha parca experiência em ambientes corporativos,
já compreendo que o mercado de trabalho faz diversas exigências e seleciona os
funcionários com o perfil mais adequado para a função e cultura organizacional da
empresa.
Tenho certeza de que você pensou em muitas outras características que possam
ter sido decisivas para a promoção de um funcionário, e não de outro.
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Até certo ponto, isto é perfeitamente normal. Empresas com cultura
organizacionais diferentes procuram funcionários com perfis diferentes.
Sem precisar cair na “teoria da conspiração” – de que os “poderosos” querem
manter a população ignorante para que mantenham a dominação através do
conhecimento etc. – é fácil entender que algumas profissões, cujas competências
necessárias sejam simples (como, por exemplo, a função de secretária de consultório
médico), o funcionário selecionado terá sido avaliado por sua polidez ao telefone,
organização e capricho em ambiente de trabalho, educação e trato com os pacientes,
além das competências técnicas de ter uma boa leitura e escrita, agilidade na digitação
etc.
Não é que seja impossível, mas dificilmente encontrará uma vaga para
recepcionista de médico exigindo graduação em administração e MBA em gestão
empresarial.
Se considerarmos que as funções da recepcionista são, apenas, as citadas acima,
não é de interesse de uma pessoa graduada em Administração com especialização em
Gestão empresarial concorrer a essa vaga, uma vez que e seu salário não seria
compatível com sua formação e nem, tampouco, é de interesse do médico contratar uma
recepcionista com tanta formação, visto que suas atribuições não exigiriam tantas
competências.
Se não fosse a questão do salário, certamente num processo de seleção a
candidata com MBA teria mais chances de obter a vaga de recepcionista do que a de
nível médio, porém, não é assim que acontece.
A concorrência entre os candidatos se torna mais acirrada a cada momento, pois,
o mercado de trabalho exige uma densa formação, experiência na área e competências
relacionais adequadas à cultura organizacional da empresa.
Esse capítulo procurou trazer exemplos de artigos da revista Você S/A que
demonstrem os esforços feitos pela mídia para a orientação dos funcionários para o
mercado de trabalho. Como foi visto anteriormente, as revistas de negócios expõem
sugestões de conduta para que o funcionário tenha um bom desempenho em sua
empresa. São apresentados temas cotidianos ao mundo corporativo e demonstradas
formas de avançar na carreira.
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O interessante dessa observação é que o teor das matérias costuma ser
relacionado ao comportamento adequado do funcionário de modo que ele conviva
harmonicamente com seus companheiros e mantenha seu foco no crescimento da
empresa.
Neste capítulo pudemos perceber que a mídia formadora de opinião, no caso a
revista Você S/A, trabalha em prol da boa convivência entre funcionários orientando-os
a evitar atitudes prejudiciais a equipe, desta forma, não podemos considerar que a
revista seja responsável pelo crescente espírito competitivo no ambiente corporativo.
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3) O fator humano na corporação – efeito bola de neve
Analisamos, até o momento, a concepção de Competitividade no ambiente
corporativo vista por duas vertentes. Primeiramente tivemos a opinião de Max
Gehringer, um profissional conceituado na área de gestão e negócios. Em segundo
momento vimos como as revistas destinadas ao público executivo orientam os
profissionais quanto ao tema Competitividade e os Comportamentos adequados ao
ambiente de trabalho. Neste terceiro capítulo iremos analisar o fator humano da
competitividade. Veremos a seguir o resultado dos processos anteriormente ditos para o
individuo.
Criei um formulário de simples preenchimento e enviei para alguns colegas de
trabalho solicitando a divulgação entre seus amigos. Após algumas semanas obtive os
resultados relatados abaixo.
A pesquisa foi feita com o número total de 19 pessoas, é interessante constatar que 68%
dos entrevistados são do sexo feminino:
Esse item nos faz relembrar o que Max Gehringer fala sobre a ascensão da
mulher no mercado de trabalho e em como isto está sendo visto pelos homens,
anteriormente únicos detentores dos cargos de chefia.
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Dos entrevistados, 90% têm entre 21 e 30 anos.
Sete pessoas entrevistadas relataram ter nível superior incompleto; quatro
pessoas, superior completo; sete pessoas, o nível de pós-graduação e apenas uma pessoa
tem mestrado.
Pudemos observar que 58% dos entrevistados são formados em Pedagogia, 16%
em Letras, os demais são formados em administração (6%) Comunicação Social (5%);
Engenharia Elétrica (5%); Fisioterapia (5%) e área de TI (5%):
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Quinze pessoas entrevistadas trabalham em empresas na área de educação sendo quatro delas especificamente em Educação a Distância.
Abaixo temos a relação dos cargos que os entrevistados ocupam:
O questionário preenchido solicitava que fosse classificado o grau de satisfação
em relação a alguns quesitos.
Em relação ao salário percebemos que 37% dos entrevistados estão
Moderadamente satisfeitos, apenas 5% (no caso, 1 pessoa) declarou estar Plenamente
satisfeito com seu salário e a maioria (42%) declarou não estar nem satisfeito nem
insatisfeito.
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O resultado de satisfação do nível hierárquico apresentou-se de forma
interessate. 16% dos entrevistados alegaram estar Plenamente satisfeitos, enquanto 11%
declararam-se totalmente insatisfeitos. Observamos, também, que 26% consideram-se
moderadamente satisfeitos com sua hierarquia na empresa, em contra partida, 26% se
veem parcialmente insatisfeitos. Por fim, 21% alega não estar satisfeito nem insatisfeito.
Se comparado ao gráfico anterior que considerava a remuneração, entendemos
que a satisfação do cargo ocupado não está diretamente relacionada à remuneração,
como visto, o nível hierárquico foi mais bem avaliado que o salário recebido.
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Podemos observar que 32% dos entrevistados sentem-se moderadamente
satisfeitos com o reconhecimento de seu trabalho, mas 26% declararam estar
parcialmente insatisfeitos.
O gráfico abaixo mostra o resultado da satisfação no que diz respeito à relação
com a chefia, percebemos que 48% encontram-se plenamente satisfeito e 26%
moderadamente satisfeito. Temos 5% totalmente insatisfeito e 21% alega não estar nem
satisfeito nem insatisfeito.
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O gráfico a seguir apresentou um resultado extremamente relevante para o
presente trabalho. Em relação à equipe de trabalho 90% dos entrevistados alegaram estar
satisfeitos, sendo 37% plenamente satisfeitos e 53% moderadamente satisfeitos.
Posso entender, com base nessa informação, que a relação interpessoal,
vivenciada pelos entrevistados, com relação aos demais funcionários de sua equipe é
harmónica e agradável.
Como última análise de satisfação, temos o ambiente de trabalho. O gráfico
mostra que 58% dos entrevistados estão moderadamente satisfeito com o ambiente de
trabalho, 26% estão plenamente satisfeitos e apenas 5% declararam estar totalmente
insatisfeitos.
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Outra pergunta do questionário dizia em relação às amizades no ambiente
coorporativo. Já ouvi a frase de que “trabalho não é lugar de amizade” ou que “amizade
no trabalho é bônus”, no entanto, quatro entrevistados alegaram ter diversos amigos no
trabalho e 14 afirmaram ter alguns amigos. Apenas um dos entrevistados respondeu que,
no ambiente de trabalho, tem apenas colegas.
Partindo do resultado anterior não é dificil compreender o porquê de quando
questionada a reação do entrevistado quando o colega é promovido a esmagadora
maioria de 16 pessoas respondeu que “fica muito contente e pensa que sua chance está
próxima” enquanto apenas 3 entrevistados admitiram sentir inveja do colega, apesar de
sentir-se contente.
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Quando se trata de ajuda entre colegas de trabalho 12 pessoas responderam que
explicam como se faz e deixa o colega se virar, cinco entrevistados afirmaram ajudar o
colega fazendo a maior parte do trabalho e apenas dois disseram que só ajudarão quando
tiverem tempo. Esse gráfico reafirma o resultado positivo do grau de satisfação da
equipe de trabalho. Pelo que podemos observar, os entrevistados valorizam a relação de
parceria entre a equipe.
Em outra pergunta o entrevistado é questionado sobre suas ideias brilhantes e o
que fazer com elas. Não é de se admirar que onze pessoas respondessem que consultam
seus colegas antes de apresentar à chefia. Cinco são cautelosos e averiguam as
possibilidades de implementação antes de divulgar seus planos e dois recorrem ao chefe
para ajudá-los a pesar prós e contras.
Uma pessoa respondeu que não tem ideias brilhantes com frequência, minha
suposição é que o autor dessa resposta trabalhe em um ambiente onde as ideias não são
valorizadas e, quem sabe, sua função seja mais técnica do que de gestão, mas isso é
apenas minha opinião.
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O resultado dessa pergunta honestamente me surpreendeu. Quatro entrevistados
responderam que apesar do colega “roubar” sua ideia ele se sentiria feliz por vê-la posta
em prática. Em igual número, quatro afirmaram que contariam a todos de quem foi a
ideia e onze responderam que, mesmo chateado, não tomariam qualquer atitude.
Quando a honestidade do chefe é posta à prova os entrevistados alegaram que o
melhor, talvez, seja fingir que não viram nada, 12 pessoas responderam que não
contariam a ninguém. Cinco alegaram que advertiriam o chefe e duas que avisariam ao
supervisor do ocorrido.
Quando há uma vaga disponível nove pessoas responderam que iriam se
canditar. Outras nove aguardariam que fossem convidados para assumir a vaga por
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reconhecimento de seu valor. Já uma pessoa alegou que faria seu networking funcionar
em seu beneficio e iria pedir ajuda aos colegas influentes. Por sorte ninguem respondeu
que eliminaria os concorrentes na base da intriga.
Talvez a resposta mais significativa para esse trabalho seja a de “Como você
enxerga a competitividade na sua empresa?”.
Para essa pergunta tivemos um numero surprendente de pessoas que
responderam que não consideram o ambiente competitivo. Cinco afirmaram que não
gostam mas conseguem conviver com isso, já três pessoas foram categóricas em afirmar
que fazem de tudo para evitar a competitividade.
Com base nas respostas acima, posso entender que a concorrência entre as
pessoas não é considerada saudável, ao menos para o pequeno grupo de 19
entrevistados.
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Quando associei o provérbio ao comportamento/atitude dentro da empresa,
obtive o seguinte resultado: Em primeiro lugar tivemos um provérbio que trata da
necessidade de ter cautela, em segundo o que afirma que cada pequena atitude nos leva
aonde desejamos e em terceiro lugar um proverbio que afirma que grandes ambições
podem levar a grandes perdas. Infelizmente o provérbio que aparece no título desse
trabalho não foi selecionado como definidor da atitude dos entrevistados.
Como era de se esperar, pelo que pudemos observar do perfil dos entrevistados,
quinze pessoas afirmaram dar um feedback detalhado quando o colega pede a opinião.
Três entrevistados consideraram dar a opinião, mas sem muito interesse e apenas um
respondeu que apontaria os erros pensando que faria melhor do que o colega.
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Se por um lado os entrevistados preferem agir em parceria com os colegas
quando o assunto é trabalho, cinco responderam que quando o tema é jogos
competitivos eles preferem ficar no melhor time. Uma pessoa assumiu que prefere
desistir do jogo a perder e 13 entrevistados alegaram que jogam por prazer sem se
preocuparem com o resultado.
Quando o assunto é a relação com os colegas treze pessoas partem do principio
que cada um tem suas caracteristicas e que é sempre bom valorizar as suas. Cinco
julgam-se inferiores a alguns amigos, mas tem a eles como exemplo. Apenas uma
pessoa considera-se diferente dos colegas e afirma que prefere as coisas do jeito dela.
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A última resposta do questionário é sobre fofoca. Dos 19 entrevistados sete
afirmaram que não fazem fofoca, mas adoram ouví-la. Três disseram ser alvo sem nunca
participar da fofoca. Quatro não se interessam pela fofoca a ponto de desconhecer a
existencia dela, enquanto cinco tem a fofoca como falta de respeito e profissionalismo e
evitam os fofoqueiros ao máximo.
Esse capítulo nos trouxe a visão dos funcionários quanto ao tema
competitividade. Pudemos observar como a relação de parceria e amizade é
valorizada pelo grupo de entrevistados. Essa pequena entrevista realizada entre
colegas da minha rede de conhecidos pode demonstrar como as relações
interpessoais nas empresas está sendo vista pelos funcionários.
Identificamos que a os funcionários entrevistados não são a favor da
competitividade na empresa e que tem o perfil de prejudicar os companheiros de
trabalho em benefício próprio. Desta forma, podemos entender que a
competitividade não é estimulada pelos proprios funcionários que, conforme
observado nas respostas desse questionário, procuram evitar ações nocivas aos
colegas de trabalho.
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Considerações finais
Minha hipótese inicial era de que a competitividade é estimulada pelos
funcionários e mídia, tornando-se, assim, retroalimentada e importante para a empresa
no que diz respeito ao desempenho do funcionário. Antes de iniciar a pesquisa,
considerava que as revistas de negócios orientavam o funcionário a ser competitivo para
que ele se destacasse no mercado de trabalho.
Ao longo desse estudo pudemos observar que o cenário atual se distancia
bastante dessa hipótese visto que as orientações para o leitor da revista de negócios
Você S/A foram, em sua maioria, elaboradas de modo a cultivar a boa relação entre os
funcionários lubrificando as relações de hierarquia e estimulando a cooperação.
Contudo, durante a análise das revistas, pudemos observar que a competitividade
entre funcionários é constantemente abordada tendo sido até matéria principal em uma
das edições. Esse fato nos induz a pensar que, apesar dos esforços da mídia para
minimizar o impacto do espirito competitivo e valorizar a cooperação e relação de
parceria entre empresa e colaborador (funcionário), existe algum fator que associa o
ambiente corporativo à competitividade entre funcionários.
Na consolidação das entrevistas não pudemos, também, associar o foco da
competitividade ao funcionário uma vez que os resultados da pesquisa tenham indicado
que tais funcionários não são a favor da competitividade em suas empresas e, também,
que muitos deles se esforçam diariamente para trabalhar em equipe de forma solidária e
cooperativa. Esse resultado, apesar de parcial devido ao pequeno número de
entrevistados, não deve ser desconsiderado. Ao contrário do que supusemos no início da
pesquisa, as relações entre os funcionários não parecem estimular a competitividade,
desta forma, a hipótese do efeito bola de neve pode ser, por ora, descartada.
Ainda sobre o questionário, a naturalidade com que os entrevistados lidam com a
competitividade, seja em relação a colegas de trabalho que cometem atos desonestos-
como roubar a ideia, agir de forma ilícita, etc.- ou em relação a fofoca, deve ser levada
em consideração. A naturalização e a banalização das relações competitivas no trabalho
devem continuar sendo objeto de estudo para pesquisadores e estudantes da área.
Esse trabalho pode ser visto, enfim, como o um pequeno estudo sobre as relações
humanas e o espirito competitivo dentro das empresas.
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Referências Bibliográficas:
BECHARA, Evanildo. Minidicionário da língua portuguesa - atualizado pelo novo
acordo ortográfico. São Paulo: Nova Fronteira, 2009.
GEHRINGER, Max. Pergunte ao Max: Max Gehringer responde a 164 dúvidas sobre
carreira. 1. ed., 24ª. reimpressão. São Paulo: Globo, 2010.
VOCÊ S/A. São Paulo: Abril, nº 128, Fev./2009
VOCÊ S/A. São Paulo: Abril, nº 129, Mar./2009
VOCÊ S/A. São Paulo: Abril, nº 130, Abr./2009
VOCÊ S/A. São Paulo: Abril, nº 136, Out./2009
VOCÊ S/A. São Paulo: Abril, nº 141, Mar./2010
VOCÊ S/A. São Paulo: Abril, nº 143, Mai./2010
VOCÊ S/A. São Paulo: Abril, nº 148, Out./2010