documentario velhice

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09 Bárbara Sousa & Raquel Santos DOCUMENTÁRIO – A SOLIDÃO E OS IDOSOS EM PORTUGAL Serviço Social 3º Ano diurno Unidade Curricular: Sociologia do Lazer e do Trabalho Docente: Professor Doutor Juan Sevilha

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documentario sobre a velhice

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Documentrio A solido e os Idosos em Portugal

Documentrio A solido e os Idosos em Portugal09

Brbara Sousa & Raquel Santos

Servio Social3 Ano diurnoUnidade Curricular: Sociologia do Lazer e do TrabalhoDocente: Professor Doutor Juan SevilhaDocumentrio A solido e os Idosos em Portugal

IdentificaoTitulo A solido e os Idosos em PortugalTextos Barbara Sousa, Raquel Santos, Helder Fernandes, Neto, Paillat, Costa, Lopatta, Weiss. [footnoteRef:1] [1: No sendo possvel localizar todos os autores de textos referidos neste trabalho, as autoras responsabilizam-se pelos direitos destes.]

Organizao Raquel Santos e Barbara SousaFotografias Brbara Sousa, Raquel Santos e imagens googleVoz off Tiago GonalvesImpresso ISCETContactos:NomeTelefoneCorreio electrnico

Barbara Joana Carvalho [email protected]

Raquel Patrcia Cerqueira Gama dos [email protected]

Texto introdutrioO termo velhice deriva de velho, que procede do latim veclus, vetulusm definidos como uma pessoa de muita idade, segundo Fernandez Bellasteros (2000) citado por Magalhes (2004), cit por Fernandes (2007). O idoso classificado como uma pessoa com mais de 65 anos em pases desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em pases em desenvolvimento. (Levet (1998))Segundo Levet (1998) a velhice j foi considerada como uma glria sobre a vida, os velhos eram considerados ancies pessoas de mrito e com sabedoria.Segundo Costa (2002), cit por Fernandes (2007), o envelhecimento um processo subjectivo, isto , no igual para todos, e no qual existe uma mudana fsica do organismo, resultando numa vulnerabilidade e a probabilidade de morte.Segundo Paillat (s/d) cit por Costa (s/d), cit por Fernandes (2007), no se pode considerar de igual modo todos os idosos, isto , nem todas as pessoas envelhecem do mesmo modo, envelhecer um processo dinmico, lento e progressivo, mas individual, e tem de se ter em conta cada pessoa, que o processo de uma pessoa diferente de outra. Trata-se de um processo inevitvel e irreversvel, pois no possvel chegar idade e no passar por ela, ou reversvel, no se pode voltar para trs. O tempo e o espao, pode ser outro factor para o diferente envelhecimento, sendo diferente o envelhecimento no passado e hoje em dia, tambm diferente o espao se estamos num pas desenvolvido ou em vias de desenvolvimento. Estas diferenas podem surgir segundo a geografia: no se envelhece da mesma maneira nos plos e no equador, beira do mar e na montanha; segundo o nvel econmico do pas: no h nada em comum entre envelhecer num pas pobre e um pas rico; segundo a cultura: o lugar e o papel reconhecidos pessoa de idade diferem naturalmente de uma sociedade para a outra; pode ainda ser segundo o sexo e a classe social qual pertence. (Levet (1998))A longevidade um fenmeno do idoso, que se torna especifico no envelhecimento feminino. Nos pases industrializados, as mulheres tm nascena uma esperana de vida superior dos homens. nascena existem mais meninos que meninas: cento e cinco para os meninos, e cem para as meninas, mas ao longo dos anos esta diferena diminui, e acaba mesmo por se inverter. Na velhice conta-se correntemente quatro vezes mais mulheres do que homens.O percurso do envelhecimento feminino profundamente diferente do dos homens, pelo que, a mulher experimenta, mais que o homem, o peso das normas ligadas idade, sendo sempre considerada velha mais cedo que os homens. A longevidade da mulher, de um certo modo condena-a a uma vida na velhice, por vezes difcil tanto no plano afectivo e social como no plano pecunirio e na vida quotidianaUm dos grandes problemas que os idosos sofrem a solido que muitas vezes se pode confundir com isolamento, abandono, entre outros. Segundo o dicionrio Houaiss (2003), cit por Fernandes (2007), solido significa sensao ou situao de quem vive afastado do mundo ou isolado no meio de um grupo social.A solido no exclusiva de idades mais adultas, mas abrange todos os escales etrios, sendo mais frequente em escales de idades mais baixos, o que se constata que a solido decresce com o aumento da idade. Um dos grandes factores da solido nos idosos a perda do emprego e da famlia, isto , entram para a reforma onde perdem o emprego e a ocupao que tinham com este, noutros casos pode se agravar se estes tiver um impacto na economia desse idoso, a nvel familiar, os filhos comeam a sair de casa e os conjugues morrem. Com a reforma verifica-se quebras na manuteno de capacidades intelectuais e fsicos.A sada do trabalho para a reforma pode ter aspectos negativos, ou at mesmo traumticos, pois existe uma separao do grupo de amigos, a perda do status, a perda de uma rotina diria, o que pode levar ao isolamento e podendo se transformar num estado de solido.A solido tambm varia de pessoa para pessoa, pois cada pessoa reage de uma forma diferente e o que para uma pessoa se trata de solido, para outra pode significar apenas estar sozinha no seu espao, mesmo quem sente solido tem o seu prprio significado para a solido. Segundo Weiss (1982), cit por Neto (2000) cit por Fernandes (2007), um dos factores relevantes para a solido o estatuto social pois existe diferenas entre os pobres e os ricos, isto porque os ricos tm mais tempo e dinheiro para actividades de lazer, enquanto os pobres isolam-se em casa tambm porque no tm dinheiro para gastar. Segundo Branco (2001), cit por Fernandes (2007), os idosos so a populao com uma maior taxa de pobreza, devido s baixas reformas, que por vezes leva excluso social, e esta excluso pode levar solido.Para o desenvolvimento da solido, bem como da velhice, tem que se ter em conta as caractersticas situacionais e pessoais, pois cada um de ns reage de modo diferente s diversas situaes da vida e depois como lidamos com estas, de modo a deixarmos que a solido nos atinja com maior ou menor intensidade.Segundo Neto (2000), cit por Fernandes (2007) a solido pode ser encarada como um trao de personalidade, sendo as pessoas solitrias as que referem sentir mais solido ou como um estado psicolgico, onde as pessoas passam por diversos momentos de solido durante a sua vida. bom distinguir que uma pessoa que experincia momentos de solido, pode no se sentir sozinho. Um dos problemas quando a pessoa se apercebe que a solido a sua companhia, quando se apercebe que est sozinha, quando isto se passa as pessoas ficam tristes, sem vontade de viver o futuro. Tambm existe um maior risco de morte junto desta populao, estas perante o isolamento acabam por adoecer com muita frequncia.Segundo Lopata (1969) cit por Neto (2000), cit por Fernandes (2007), as pessoas sentem alguns sentimentos como desejar estar com o marido, querer ser amada por algum, temer no ter capacidades para fazer novos amigos, querer ter algum em casa, entre outros.Weiss (1973), cit por neto (2000), cit por Fernandes (2007), distingue dois tipos de solido, a solido social e a solido emocional. Na solido social, o indivduo sente-se insatisfeito porque no tem uma rede de amigos ou pessoas com quem possa conviver. A solido emocional causada pela insatisfao com a relao pessoal, intima. Estas solides esto interligadas pela falta de amizade e de relaes de intimidade e partilham um mau estar perante esta situao. Segundo Levet (1998), outro dos grandes problemas para a solido nos idosos a perda de sade como a audio e a viso que faz com que os idosos se isolem, os contactos sociais tendem a diminuir e com a diminuio da sade existe uma diminuio da capacidade fsica dos indivduos. Podemos dizer que a solido pode ser ligada a acontecimentos naturais de vida, como a viuvez, ou a factores ligados ao envelhecimento, como a diminuio das capacidades fsicas, mas por outro lado pode estar ligado a mudanas sociais como a diminuio dos rendimentos e o isolamento social. Um dos grandes apoios para estas pessoas deveriam ser as famlias, apoiar este final de vida, propiciando o bem-estar destes, ajudando-os no desenvolvimento das tarefas visto que esto a perder a autonomia e capacidades para realizar algumas tarefas. Mas o que se tem verificado que a sociedade com a evoluo tem-se desvinculado da famlia e tambm dos seus velhos. Esta interaco necessria e beneficia para a integrao social do idoso, e para evitar que este se isole. (Fernandes (2007))O que se verifica hoje em dia, aprova pouco em favor desse humanismo. Quer a sociedade, quer o quotidiano das pessoas esto organizados de tal modo que os idosos no tm lugar nem papel na vida social. Esta excluso social pode tomar a forma de total solido. uma forma de excluso social e de privao que pode no ter qualquer relao com a falta de recursos, e, portanto, com a pobreza. (Fernandes (2007))

Guio da entrevista

IdadeSexoEstado Civil

Como constitudo o seu agregado familiar?O que significa para si a solido?Costuma-se sentir sozinho? Em que momentos?Sente que a solido a sua companhia?Sente solido quando sai rua?Gosta de estar isolada? Acha que se sentia mais ou menos solido quando tinha menos idade?Sente medo do Futuro?O que sente perante a sua situao?Quando se formou?A entrada na reforma influenciou a sua situao?Tem problemas de sade?Acha que esses problemas contribuem para esse isolamento?

Locais de Filmagem

Croqui 1- localizao da primeira filmagem Rua das Antas Casa da Sr. Vitalina Fonte - http://maps.google.com Consultado em 12/11/09

Croqui 2 Bairro Mineiro localizao das filmagens de duas entrevistas Sr. Maria e Sr. Laura e filmagem do Bairro.Fonte - http://maps.google.com/ Consultado em 12/11/09

Croqui 3 Localizao de quatro filmagens: Cais de Gaia, Jardim do Morro, Cais da Ribeira e Funicular respectivamente com figura grande e onde se encontra cada um dos locais.Fonte - http://maps.google.com/ Consultado em 12/11/09

Imagens

Imagem 1 casa da Senhora Vitalina, na rua das antas Fonte Raquel Santos e Brbara Sousa

Imagem 2 Bairro mineiro, local de entrevista da Sr. Laura e Sr. MariaFonte: Raquel Santos e Brbara Sousa

Imagem 3 Bairro mineiro, local de entrevista da Sr. Laura e Sr. MariaFonte: Raquel Santos e Barbara Sousa

Figura 4/5/6/7/8/9/10 so imagens que se referem solido, mostrando de um modo geral as caras e posicionamentos corporais dos idosos, que pode ser uma forma de transmitir solido e a placa que indica a direco da solido.Fonte: www.images.google.pt Consultado em 12/11/09

Voz OffO termo velhice deriva de velho, e e definido como uma pessoa de muita idade.O idoso classificado como uma pessoa com mais de 65 anos nos pases desenvolvidos e 60 anos nos em vias de desenvolvimento.A velhice j foi considerada como uma glria sobre a vida, os velhos eram considerados ancies pessoas de mrito e com sabedoria.Segundo Costa, o envelhecimento um processo subjectivo, individual, inevitvel e irreversvel.Factores como o tempo, o espao, o nvel econmico, a cultura, o sexo e a classe social, podem influenciar o envelhecimento.A solido significa sensao ou situao de quem vive afastado do mundo ou isolado no meio de um grupo social.Um dos grandes problemas que os idosos sofrem a solido que muitas vezes se pode confundir com isolamento, abandono, entre outros.Os grandes factores para a solido nos idosos a perda do emprego da ocupao que tinham e a perda de famlia, os filhos comeam a sair de casa e os conjugues morrem. bom distinguir que uma pessoa que experiencia momentos de solido. Pode no se sentir sozinho.A perda de sade tambm pode gerar solido nos idosos, a audio e a viso, a diminuio das capacidades fsicas, como tambm pode estar ligada a mudanas sociais como a diminuio dos rendimentos e o isolamento social, o que faz com que os idosos se isolem.

Realizamos um inqurito a 12 idosos, com perguntas idnticas das entrevistas feitas e conclumos que:A maioria dos idosos responderam que a solido sentir-se s e no ter ningum com quem falar.Cerca de 41,7% dos idosos diz-se sentir s, sendo as mulheres a demonstra-lo de uma forma mais visvel.Cerca de 58% dos entrevistados sente solido.75% respondeu que gostava de estar isolado, sendo a maioria mulheres.Cerca de 58% dos inquiridos no tm medo do futuro sendo que 42% tem medo do seu futuro e das dificuldades que possa surgir.Cerca de 67% dos idosos sente-se triste perante a sua situao.58% dos entrevistados diz ter alterado a sua vida com a reforma.91,6% diz que os problemas de sade alteram a sua vida, essencialmente a audio.

Quer a sociedade quer o quotidiano das pessoas, esto organizados de tal modo que os idosos no tm lugar nem papel na vida social.

AnoO9

MsNovembro

Dia1619

Horrio14:oo s 15:1016:10 s 16:2016:35 s 16:5018:00 s 18:15

Local de FilmagemRua das Antas Sr. VitalinaJardim do Morro - GaiaCais de gaiaRibeira

Filmagem1234

Cenas81/2/1445/6

Plano de Filmagens e gravao AnoO9

MsNovembro

Dia1920

Horrio18:20 s 18:2315:30s16:1016:15 s 17:0017:05 s 17:30

Local de FilmagemFunicular(Ribeira -Batalha)Filmagem da Sr. MariaFilmagem da Sr. LauraFilmagem do bairro mineiro

Filmagem5678

Cenas312109/11

Ano09

MsNovembro

Dia27

Horrio17:10 s 17:30

Local de Gravao ISCET TV

Gravao1

Cenas2/3/4/5/6/13/14

Plano Aco - SomJardim do Morro (Gaia) filmagem sobre a ribeira do porto e Rio Douro Msica seleccionada

Jardim do Morro (Gaia) filmagem sobre o cais de Gaia o Rio Douro e a Ribeira do PortoVoz off e musica seleccionada

Filmagem no funicular da ribeira, da ponte D. Lus Voz off e musica seleccionada

Cais de Gaia, filmagem dos barcos rabelos atracados no caisVoz off e musica seleccionada

Cais da ribeira do Porto, filmagem do Rio DouroVoz off e musica seleccionada

Cais da Ribeira do Porto, filmagem da ponte D. LusVoz off e musica seleccionada

Foto da fachada da casa da Sr. Vitalina (Antas, Porto), e descrio da sua situaoSom de uma maquina de escrever

Entrevista Sr. VitalinaVoz dos intervenientes

Filmagem do exterior do Bairro mineiro (Gondomar, S. Pedro da Cova) enquanto se descreve a situao da Sr. LauraSom de uma maquina a escrever

Entrevista Sr. LauraVoz dos intervenientes

Filmagem do exterior do Bairro mineiro (Gondomar, S. Pedro da Cova) enquanto se descreve a situao da Sr. MariaSom de uma maquina a escrever

Entrevista Sr. MariaVoz dos intervenientes

Resultados dos Inquritos feitos a 12 idosos Voz off e musica seleccionada

Jardim do Morro (Gaia), filmagem sobre o rio Douro e Cais da Ribeira do Porto.Voz off e musica seleccionada

Ficha tcnica Musica seleccionada

Durao12 minutos e 49 segundos

MsicaMusica Evanescence My Immortal

Voz OffTiago Gonalves

Sinopse

Este documentrio especifica o termo velhice e a solido, pois hoje em dia cada vez existe mais idosos isolados e por vezes sem nenhuma ajuda e apoio dos outros.Na realizao deste trabalho, desenvolvemos uma entrevista a trs idosas, para poder comparar os vrios tipos de vida, sendo que uma vive sozinha e no sente solido, outra que vive acompanhada e sente solido, e uma que vive sozinha e sente solido. No mesmo mbito fizemos um estudo, num centro de dia, com as mesmas perguntas desenvolvidas inicialmente, sempre com a finalidade de especificar a solido e os idosos.A velhice j foi considerada como uma glria sobre a vida, os velhos eram considerados ancies pessoas de mrito e com sabedoria. (Levet, 1998)

Breves Histrias das Entrevistadas

Dona Vitalina mora sozinha, numa casa degradada, desde muito nova. O marido abandonou a casa muito cedo, o que fez com que dona Vitalina sofresse muito desde nova. Gosta de viver em casa sozinho, sem ningum que a incomode. Gosta de morar sozinha e afirma no querer companhia.

Dona Laura, vive com a filha e o marido, mas os trs no se falam entre si, dona Laura sente muita solido apesar de no morar sozinha, pois no tem com quem falar e desabafar os males que a filha lhe faz com ela, desde cozinhar comida diferente para a me ou ate mesmo no cozinhar, sem contar com a ignorncia que Dona Laura vitima por parte do marido e da filha. Mas o problema no se restringe so em casa, porque os restantes filhos de dona Laura pouco fazem para melhorar a vida da me.

Dona Maria viva, vive sozinha, e tem uma depresso crnica. Vive com muita solido, e diz no gostar de viver assim. Confessa que de noite quando sente mais solido e medo de estar sozinha visto ter uma depresso muito grande.

Inquritos No dia 13 de Novembro realizamos 12 entrevistas a um centro de dia, no Concelho de Amarante, onde fizemos as entrevistas em ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 65 anos aos 93 anos.Pretendemos desmistificar o conceito de solido, bem como comparar os diferentes parmetros de ambos os sexos, assim como demonstrar a forma como a solido entra na vida destes idosos.No que diz respeito primeira pergunta o que significa para si a solido?, a maioria respondeu que a solido estar s, uma escurido, no ter ningum com quem falar, uma tristeza muito grande, no ter companhia.No existem diferenas relativamente forma responder entre homens e mulheres, pois ambos os sexos tm opinies semelhantes a esta pergunta. Relativamente segunda pergunta costuma sentir-se sozinho?, cinco entrevistados responderam que sim, porque os filhos na do ateno, porque os filhos esto no estrangeiro, e no tem os apoios que necessita, e mesmo pelo facto de no ter companheiro e mudar de casa para uma que no gosta. Enquanto quatro responderam que no se sentem sozinhos, referindo que no se sentem sozinhos por esto em casa dos filhos, porque tem o seu cnjuge e so bastantes unidos, pelo facto de vir para o centro de dia. Em contrapartida o resto responderam as vezes, pois por vezes sentem falta do companheiro, mas por outro lado tem os filhos que os apoiam, pelo facto de gostava de ter algum ao seu lado.Nesta pergunta, no que se refere aos sexos, nota-se uma ligeira diferena, visto ser as mulheres a sentirem-se mais sozinhos, enquanto os homens j no se sentem to ss.No que respeita terceira pergunta Sente que a solido a sua companhia? a maioria responderam que sim (7), pelo facto de no falarem com ningum, mesmo na prpria casa, porque no tm companhia e passam os dias sozinhos, porque sente a falta da sua antiga companheira, apesar de ter outra companheira, e devido falta de apoios por parte dos filhos. O resto dos entrevistados responderam no (5), porque no se sente s, apesar de estar doente tem o apoio necessrio da filha e da neta e porque tm os filhos que os apoiam.No que se refere comparao entre sexos, verifica-se que as mulheres sentem mais a falta de um companheiro do que os homens.A quarta pergunta sente solido quando sai rua?, dez pessoas responderam que no, pois a maioria dos idosos no sai rua, e estes entrevistados quando saem vo sempre acompanhados; os restantes entrevistados responderam que sim, pois quando saem rua precisavam de algum que os acompanha-se.Nesta pergunta no existe diferenas em ambos os sexos pois a maioria dos idosos no saem de casa.No que respeita quinta pergunta gosta de estar isolada?, dos entrevistados nove idosos responderam que sim, pois s vezes melhor estar sozinho para no se consumir, por vezes est-se melhor sozinha que mal acompanhada, em certos casos j esto habituados a estar sozinhos, e gostam de estar assim; os restantes trs entrevistados responderam que no pois sentem-se tristes sozinhos.Em relao aos sexos, nesta pergunta podemos observar que os trs entrevistados que responderam que no gostavam de estar sozinhos eram do sexo masculino, isto significa que as mulheres so as que gostam de estar mais isoladas.Relativamente sexta pergunta acha que sentia mais ou menos solido quando tinha menos idade?, dez idosos responderam que sentem mais solido agora, referem como motivos o facto de quando eram mais novos podiam fazer mais coisas que agora no pode, porque antes tinham trabalhos e passavam assim o tempo, alguns casos sentem a falta do cnjuge, j no tm a sade que os permita fazer diversas coisas do dia-a-dia e porque j no tm a juventude. Os restantes entrevistados, um respondeu que sentiu mais solido quando era mais novo, pois trabalhou muito para ganhar o po, e teve uma vida muito complicada, o outro entrevistado respondeu mais ou menos nas diversas idades, pois antigamente no gostava muito de passear e agora que no tem trabalho vai para o centro de dia para se entreter.Em ambos os sexos no se demonstra diferenas nesta pergunta.A stima pergunta Sente medo do Futuro?, sete idosos responderam que no tm medo do futuro, alguns referem que querem morrer, que seria melhor, outros dizem no ter medo a nada e no tm medo de ficarem sozinhos; os cincos entrevistados que faltam, tm medo do que poder vir, medo de morrer e medo de ficarem sozinhos. Na comparao de sexos, verifica-se que as mulheres tm mais medo do futuro do que os homens.Na oitava pergunta O que sente perante a sua situao?, oito dos entrevistados responderam que se sentem tristes e com medo, tristes porque no tm companhia, gostavam de se entreter, no tm a juventude, no podem fazer o que querem, tm medo de ficar em casa sozinhos. Em contrapartida quatro responderam que no sentem nada perante a sua situao, pois esto bem assim, sentem-se bem sozinhos, e ir passando os dias.Em relao aos sexos, as mulheres demonstram estar mais tristes com a sua situao, enquanto nos homens podemos verificar que so os que mais no nada perante a sua situao.Quanto nona pergunta Quando se reformou?, nas entrevistas verifica-se que as idades em que as pessoas se reformaram variam muito, entre os cinco anos ate aos trinta anos, em ambos os sexos.Na dcima pergunta a entrada na reforma influenciou a sua situao?, sete responderam que sim, apesar de as vezes fazerem alguns trabalhos, porque sente falta do trabalho, de ter algo para fazer, num caso porque antes trabalhava na escola e via a alegria das crianas e agora no. O resto dos entrevistados responderam que a entrada na reforma no influenciou, em certos casos porque no estavam sozinhos, continuavam a ter trabalho, num caso no influenciou porque invlido e antes tambm no podia fazer nada, e no influenciou porque foram para o centro de dia.Em ambos os sexos se verifica que no existem diferenas relativas a esta pergunta.No que se refere dcima primeira pergunta Os problemas de sade afectam a sua qualidade de vida? De que forma?, e a ltima pergunta Acha que esses problemas contribuem para esse isolamento?, onze responderam em ambas perguntas que sim, porque no ouvem e isso dificulta o seu dia-a-dia, porque j no podem ter a vida que tinham, em certos casos tm que andar sempre acompanhados. Estes problemas contribuem para o isolamento destes idosos. Apenas uma pessoa respondeu que no tem problemas de sade, e no contribui para o isolamento.Nestas duas perguntas no se verifica diferenas nos sexos.Posto esta anlise das entrevistas, conclumos que, a maioria dos idosos responderam que a solido sentir-se s e no ter ningum com quem falar; cerca de 41,7% diz-se sentir s, sendo as mulheres a demonstr-lo de uma forma mais visvel. Verifica-se que 58% dos entrevistados sente solido, mas em contrapartida, 75% disseram que gostam de estar isolados, sendo a maioria as mulheres. Relativamente ao facto de ter medo do futuro, 58% dos idosos responderam que no tm medo do futuro, enquanto 42% afirmaram ter medo das dificuldades que podero surgir. Cerca de 67% sentem-se tristes perante a sua situao, 58% referem que a reforma alterou a sua vida, e por ltimo, 91,6% responderam que os problemas de sade alteraram a sua vida, principalmente problemas de audio.

Consideraes Finais

Inicialmente escolhemos o tema Solido nos idosos em Portugal devido ao facto de ser uma rea que est relacionado com o nosso estgio, assim como o fenmeno da solido.Depois de desenvolvermos o documentrio, verificamos que foi um trabalho muito produtivo, onde nos deparamos com diferentes realidades, o que levou-nos a obter mais experincia nesta rea, no s ao nvel prtico, pelo facto de andarmos no terreno a fazer a entrevista s trs idosas, assim como a doze idosos do centro de dia; mas tambm ao nvel terico, no que se refere comparao entre as diferentes vivncias destes idosos.Ao longo das entrevistas deparamo-nos que o grande problema dos idosos se sentirem isolados, sem ningum com quem falar, deve-se ao facto de a famlia, s vezes at os prprios filhos, no lhes darem ateno. Hoje em dia, esta problemtica est agravar-se, os filhos no do apoio aos pais, mesmo quando estes necessitam, o que faz com que os idosos se sintam cada vez mais ss, principalmente quando morre um dos cnjuges.Mas nem todos os idosos sentem solido, pois existem idosos a viver sozinhos, sem apoio, mas no entanto sentem-se bem perante a sua situao, talvez porque j esto habituados a viver assim, sozinhos, sem ningum. Na elaborao deste trabalho tivemos vantagens, pois como referimos anteriormente, obtemos uma experincia neste ramo, bastante importante, lidamos com vrias realidades, mas em contrapartida, tambm passamos por uma certa desvantagem, na medida em que os idosos nem sempre respondiam s entrevistas de uma forma clara ao que era pedido, alongavam-se muito e entravam em campos que no eram necessrios.Ao realizar o trabalho passamos por diversas dificuldades, como nas gravaes a diferentes stios, assim como os cortes destas para integrar no trabalho, o programa em que fizemos o documentrio, pois era difcil trabalhar nesse programa, mas a principal dificuldade foi como deveramos abordar este assunto, principalmente quando efectuamos as entrevistas, visto que, tnhamos que utilizar uma linguagem corrente, pois alguns idosos no percebiam certas palavras, como por exemplo, no centro de dia, deparamos que muitos idosos no sabiam o que a solido, assim como neste caso, surgiram outros, o que nos levou a ter uma certa maneira de comunicar com estes idosos.

Assim, depois de concluir o nosso trabalho, podemos afirmar que conseguimos obter o nosso principal objectivo, que compreender este fenmeno nos idosos, atravs de vrias vivncias, em diferentes contextos.

Ficha Tcnica FICHA TCNICA

Instituto Superior de Cincias Empresariais e do TurismoISCETCurso: Servio Social3 Ano diurnoUnidade Curricular: Sociologia do Lazer e do TrabalhoDocente: Professor Doutor Juan Sevilha

A SOLIDO E OS IDOSOS EM PORTUGAL C 2009 Brbara Joana Carvalho de SousaRaquel Patrcia Cerqueira Gama dos Santos

Msica: Evanescence - My Immortal Instrumental, 2002Imagem: observatrio do Algarve, Dionisio Leito, Brissos Lino, Jamila Maia, Brbara Sousa e Raquel SantosColaboraes: Tiago Gonalves (voz off)Agradecimentos: ISCET TV, Doutora Antnia Ferreira, Sr. Laura, Sr. Maria, Sr. Vitalina, Doutor Paul e Tiago Reis.

Bibliografia

Fernandes, H. J. (2007). Dissertao de Mestrado Solido Em Idosos No Meio Rural do Concelho de Bragana. Porto: FPCEUPLevet, M. (1998). Viver Depois dos 60 Anos. Lisboa: Instituto PiagetImagens google. Disponvel em < www.images.google.pt >. [Consultado em 12.11.2009].Imagens google. Disponvel em < http://maps.google.com/ >. [Consultado em 12.11.2009].Imagens google. Disponvel em < http://www.observatoriodoalgarve.com>. [Consultado em 20.11.2009].

AnexosEm Anexo foram colocados os 12 Inquritos feitos aos idosos.

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