D.João I em Guimarães
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D. João I em Guimarães
Em 1383, com a morte de D. Fernando, começou uma crise que durou até 1385.
O reino dividiu-se entre os que apoiavam D. Beatriz e os que apoiavam D. João, Mestre de Avis.
Por essa altura, Guimarães era formado pela Vila de Baixo e a Vila de Cima e tomou partido por Castela.
Para recuperar o apoio, D. João decidiu conquistar primeiro a vila de baixo.
D. João pediu ajuda a Afonso Lourenço. Este, que morava na Vila de Baixo pediu ao guarda João Azedo, da Porta do Postigo que no dia seguinte, bem cedo, lhe abrisse a porta pois vinha sozinho e queria entrar com uma pipa de vinho. No dia seguinte, quando a porta se abre, D. João e as suas tropas entram e tomam a vila. Este pediu que não fizessem mal ao povo e foi instalar-se em casa do D. Prior, onde os homens da vila lhe foram beijar a mão.
Meses mais tarde, D. João
cerca a vila de cima.
Manda vir armas do Porto e
põe fogo às portas da muralha
do castelo. O cerco durou um
mês.
Sem o apoio prometido por
Castela, o alcaide do castelo
acabou por se render.
Depois disto, D. João I
manda destruir a muralha que
separava as vilas, criando
apenas uma.
Devoção a Nossa Senhora da Oliveira
Enquanto se encontrava em casa
do D. Prior, na vila de baixo, D. João I
recebe a notícia de que Castela iria
invadir Portugal.
Como era devoto da Virgem
Maria e porque estava preocupado
com a batalha, pediu- Lhe que o
ajudasse a vencer os castelhanos.
Diz-se que durante a batalha
de Aljubarrota, D. João deu um
grande espirro que tomou como
agoiro.
Então, deitou-se de bruços e
pediu a Nossa Senhora da
Oliveira que o ajudasse a
defender o reino.
Depois da vitória, o rei pôs as
armas no altar da senhora
dizendo “Vós, Senhora mas
deste, Vós as tomai e guardai”.
Para agradecer a Nossa Senhora da Oliveira, D.
João I veio a Guimarães.
Ofereceu um tríptico:
- Ofereceu o seu loudel- um traje militar formado por várias camadas de linho e lã.
- Estes presentes estão ainda hoje no Museu Alberto Sampaio.
• Outra forma de agradecer foi ampliar a igreja da Oliveira.
D. João I, a sua mulher, D. Filipa e os seus filhos
estiveram várias vezes em Guimarães.
Foi D. Afonso, seu filho ilegítimo que mandou
construir o Paço dos Duques de Bragança.
Lenda das Duas Caras O facto dos vimaranenses terem “duas caras” vem do tempo de D. João I. Na conquista de Ceuta, em África estavam soldados de Guimarães e de Barcelos. Com medo dos mouros, os de Barcelos fugiram, sendo os de Guimarães a defender a sua parte e a dos outros. Como castigo, D. João I obrigou os de Barcelos a varrer as ruas de Guimarães na véspera das festas.