Diuréticos - Corrigido

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIENCIAS DA VIDA – CCV FACULDADE DE FARMÁCIA VERÔNICA CORRÊA PAIVA DIURÉTICOS

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIENCIAS DA VIDA – CCV

FACULDADE DE FARMÁCIA

VERÔNICA CORRÊA PAIVA

DIURÉTICOS

CAMPINAS/ SÃO PAULO

2013

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VERÔNICA CORRÊA PAIVA

DIURÉTICOS

Trabalho apresentado a Pontifícia

Universidade Católica de Campinas como

parte dos requisitos para compensação de

freqüência para a disciplina de

Farmacodinamica do curso de farmácia, sob a

orientação da professora Alice Aparecida de

O. Bricola.

CAMPINAS/ SÃO PAULO

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2013

DIURÉTICOS

Os diuréticos são fármacos usados no tratamento da hipertensão

arterial, edemas. Eles atuam nos rins, aumentando a velocidade do fluxo de

urina (aumentando assim a eliminação de líquidos) e aumentando a taxa de

excreção de sódio (função da natriurese). O último efeito é relacionado com a

função de sódio de regular o volume dos líquidos extracelulares, então quando

maior a eliminação de sódio, maior será a perda de água por esses túbulos.     

Além desses efeitos, os diuréticos também modificam o processamento

renal de cátions e ânions: a eliminação do Na+ leva a consequente eliminação

da água e do ânion cloro; Ca+2, K+, Mg+2 e fosfato também são eliminados

junto, porém esse efeito não é benéfico.                  

Os principais diuréticos atuam sobre o ramo ascendente da alça de

Henle, início do túbulo distal e túbulos e ductos coletores.

O NEFRON

O nefron é uma estrutura tubular microscopia que possui em uma das

extremidades, uma expansão em forma de uma taça, denominada capsula de

Bowman, que se conecta com o túbulo contorcido proximal, que continua pela

alça da Herle e pelo tubulo contorcido distal. Este desemboca em tubo coletor.

Responsável pela filtração e formação da urina.

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CLASSE DOS INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA

Atuam no túbulo proximal sob a enzima anidrase carbônica, inibindo a

reabsorção de bicarbonato de sódio (NaHCO3) e a secreção de ácido. Dessa

forma, pelo aumento de eliminação de bicarbonato, aumentam o pH urinário e

podem gerar acidose metabólica. *( A anidrase carbônica não forma íons de

hidrogênio, e com isso, dificulta a troca de Na+ por H+ na membrana do túbulo

proximal.Isso também dificulta a absorção de íons carboneto (HCO3)- , que não

irá ser recuparado ao contrario do sódio que pode ser reuperado pelos íons

cloro e potássio, e devido a presença em excesso de íons carboneto, a urina

fica mais alcalinizada, com pH=8,5 e como há perda desses íons (que tem a

função de sistema tampão no sangue), ocorre uma acidose metabólica, e o pH

do sangue fica em torno de 7,1.)                                               

 Essa classe também aumenta a excreção de K+ por diversos

mecanismos:

1- O aumento da concentração de sódio no túbulo proximal faz com que

o Na+ seja reabsorvido e torne o lúmen negativo; com isso, o K+ é eliminado

para anular a negatividade.

2- Pelo aumento da secreção de K+ dependente do fluxo no ducto

coletor.

3- Através do eixo renina-angiotensina-aldosterona, onde há reabsorção

de Na+ e eliminação de K+ (essa entrada e eliminação de potássio é

favorecido na membrana basolateral, pois o potássio abre seu próprio canal

iônico). Além disso, os Inibidores da Anidrase Carbônica aumentam a excreção

de fosfato, porém não interferem (ou interferem pouco) na perda de cálcio e

magnésio.

 

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MECANISMO DE AÇÃO

Esta imagem mostra dois efeitos renais dos inibidores da anidrase

carbônica. Esse diurético faz com que o HCO3 não seja absorvido (sendo

assim eliminado) e que o H+ seja secretado. Na inibição mostrada mais a

direita da figura, o diurético impede que o bicarbonato seja formado e

reabsorvido por simporte com o K+ e antiporte com o Na+ e Cl-. Já na inibição

mostrada mais a esquerda da figura, há condensação do HCO3- com o

H+ para formar ácido carbônico (H2CO3), onde o diurético impede a

dissociação deste em àgua (que seria eliminada) e CO2 (que sofreria difusão

pela membrana luminal para entrar na célula e formar ácido carbônico). Na

membrana basolateral a bomba diminui a concentração do sódio intracelular,

criando gradiente de concentração para o Na+. Esse gradiente promove a

difusão do Na+ na membrana luminal pelo antitransportador Na+/H+, que faz o

sódio entrar na célula e o hidrogênio sair e ser eliminado.

EFEITOS ADVERSOS

       

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Entre os efeitos adversos da classe, pode-se citar os efeitos secundários

causados à alcalinização da urina e à acidose metabólica; além de desvio de

amônia (da urina para a corrente sanguínea, pois o pH alcalino urinário

favorece a reabsorção de amônia), formação de cálculos (sais de fosfato de

cálcio, também favorecidos pelo pH básico da urina), agravamento da acidose

respiratória ou metabólica, queda da taxa de excreção urinária de bases

orgânicas fracas (em função do pH alcalino).                

CONTRA – INDICAÇÃO

Essa classe é contra-indicada para pacientes com cirrose hepática, pois

essa enfermidade não permite que  haja um efetivo metabolismo da amônia,

gerando hiperamonemia e consequente aumento de amônia no sangue.

Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica também devem evitar o uso

da classe, pois na DPOC há retenção de CO2, podendo aumentar a acidose. O

uso dessa classe pode ser combinada com outros diuréticos, porém o uso

prolongado dos Inibidores da Anidrase Carbônica pode gerar acidose

metabólica.

As reações tóxicas dessa classe são raras, porém acontecem. Os

derivados da sulfonamida causam como efeito tóxico: depressão da medula

óssea, toxicidade cutânea, lesão renal e reações alérgicas. Em altas doses

podem causar sonolência e parestesia (reação cutânea alterada).

MEDICAMENTOS

Principio ativo Nome comercial Concentração Apresentação

Acetazolamida Diamox frasco

Diclorfenamida

Metazolamida

*(Acetazolamida é um medicamento protótipo, ou seja, ele é o medicamento

diurético inibidor da anidrase carbônica mais indicado, entretanto ele pode

causar uma diurése pequena. Além disso, pode alcalinizar a urina por

intoxicação do uso de barbitúricos.

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Os medicamentos diuréticos inibidores da anidrase carbônica usados para o

Glaucoma são a dorzolamida e brinzolamida, mas tem que administrar com

medicamentos agonistas de ação direta como a Pilocarpina, pois atua

diretamente no receptor alfa ou beta; produzindo efeitos semelhantes àqueles

que ocorrem após estimulação nervosa simpática ou redução do hormônio

epinefrina na medula adrenal, ou a Neostigmina, que é um

parassimpaticomimético de ação indireta que bloqueia o sitio de ligação da

enzima acetilcolinesterase impedindo a hidrolise de acetil colina, e com isso

libera epinefrina na medula adrenal.)

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DIURETICOS DE ALÇA

No túbulo proximal, há reabsorção de 65% do sódio, porém os diuréticos

que agem nesse local tendem elevada eficiência, pois age na Alça de Henle

ascendente, inibindo o sintransporte de 2 íon cloro, 1 íon potássio e um íon

sódio. É eficiente também por levar a perda de cerca de 20% de íons sódio,

que auxilia na expoliação de água, aumenta o volume urinário pois o sódio que

foi rejeitado no túbulo proximal retém certa quantia de água. Dessa forma, os

diuréticos de alça, os quais atuam no ramo ascendente espesso da alça de

Henle, são mais potentes que as outras classes, como inibidores na anidrase

carbônica (pois estes agem no túbulo proximal). Já outros diuréticos que atuam

depois da alça de Henle também têm sua eficácia limitada. Fatores que

comprovam a eficácia dos diuréticos de alça: eles impedem a reabsorção, no

ramo ascendente espesso, de 25% do sódio filtrado; segmentos do néfron após

o ramo espesso não têm capacidade de reabsorção, de modo que o sódio será

diretamente eliminado na urina.

Esses diuréticos são muito utilizados no tratamento de insuficiência cardiaca

congênita (ICC), edema pulmonar e cirrose hepatica.

MECANISMO DE AÇÃO

Inibem seletivamente a reabsorção de Nacl (saluréticos), com grande

produção de urina. Atua inibindo a atividade do simportador Na+/K+/2Cl-.

Podemos observar, na figura abaixo, alguns mecanismos renais e a atuação do

diurético.

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A bomba Na+/K+/ATPase é responsável pelo gradiente de concentração

gerado que aumenta a concentração do sódio no lúmen e diminui a

concentração de sódio na célula tubular. Assim, o sódio sofre difusão para a

célula através do simtransportador Na+/K+/2Cl-. Posteriormente a esse

transporte, o Cl- sai da célula através da membrana basolateral pelos canais de

Cl-. Isso faz com que a célula perca carga negativa, gerando despolarização. O

K+ vai da célula para o lúmen por difusão, hiperpolarizando a membrana

luminal. Essa diferença de carga gera um potencial transepitelial positivo no

lúmen (lúmen fica positivo), facilitando, assim, o transporte dos íons positivos

Na+,Ca+2e  Mg+2 por via paracelular para o espaço intersticial (para anular

essa positividade).  A classe dos diuréticos de alça se ligam ao canal de cloreto

do simportador Na+/K+/2Cl-, inibindo a reabsorção desses íons. Isso anula o

potencial transepitelial, fazendo com que esses fármacos levem a perda de

Ca+2, K+ e  Mg+2, que normalmente seriam reabsorvidos (logo, a perda

desses íons não é benéfica).

EFEITOS ADVERSOS E REAÇÕES TOXICAS

Os diuréticos de alça causam anormalidades no equilíbrio

hidroeletrolítico, hiponatremia e natriurese ou depleção de volume (hipotensão,

diminuição da taxa de filtração glomerular e colapso circulatório), aumenta

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excreção de potássio (gerando hipotassemia e caliurese) e hidrogênio (gerando

alcalose metabólica), hipocloremia e cloriurese. A hipopotassemia faz com que

seja necessária a suplementação de potássio ou associação com diuréticos

poupadores de potássio; além disso, a hipopotassemia causa arritmias

cardíacas em pacientes que usam glicosídeos cardíacos, pois estes atuam

na bomba Na+/K+/ATPase (na parte do sítio de ligação do potássio),

diminuindo ainda menos a ação do potássio. Esses diuréticos também podem

causar hipomagnesemia (dando também arritmias cardíacas) e hipocalcemia e

calciurese (causando tetania, porém raramente isso ocorre). Além disso geram

hiperuricemia (causando gota), hiperglicemia, aumento de LDL, aumento de

triglicerídeos e diminuição de HDL. Também podem causar erupções cutâneas,

fotossensibilidade, parestesias, depressão da medula óssea e distúrbios

gastrintestinais.                                                               Ototoxicidade: Ocorre

quando o fármaco é usado por via venosa, causando zumbido, surdez,

vertigem e comprometimento auditivo temporario para sons baixos, devido ao

desequilibrio iônico na membrana timpânica. O diurético de alça ácido

etacrínico gera essa ototoxicidade, sendo escolhido como última opção dessa

classe.

Efeitos na excreção urinária: Essa classe de diuréticos aumenta a

excreção de ácidos, Na+, Cl-, Ca+2 e Mg+2. Além desses, diminui a excreção

de K+ por 3 motivos (semelhantes à classe dos inibidores na anidrase

carbônica): 1- O aumento da concentração de sódio no túbulo distal faz com

que o Na+ seja reabsorvido e torne o lúmen negativo; com isso, o K+ é

eliminado para anular a negatividade. 2- Pelo aumento da secreção de K+

dependente do fluxo no ducto coletor. 3- Através do eixo renina-angiotensina-

aldosterona, onde há reabsorção de Na+ e eliminação de K+. A furosemida,

apesar de ser um diurético de alça, é derivada da sulfonamida e inibe também

a anidrase carbônica (porém de forma mais fraca); dessa forma, ela atua no

túbulo proximal e ramo ascendente da alça de Henle, aumentando a excreção

de bicarbonato e fosfato.

Efeitos agudos: aumenta a excreção do ácido úrico, pois o diurético

compete com o sistema de transporte de ácidos orgânicos no túbulo proximal,

Page 11: Diuréticos - Corrigido

diminuindo a secreção tubular de ácido úrico.  Porém, a administração crônica

do fármaco diminui a excreção do ácido úrico, podendo gerar uma

hiperurecemia pela diminuição do volume plasmático e filtração, o que favorece

a reabsorção tubular proximal do ácido.

Antiinflamatórios não esteroidais atenuam a resposta do diurético, pois

diminuem a formação de prostaglandinas renais. Ao inibir as prostaglandinas,

diminui a vasodilatação renal, levando a uma retenção renal de sódio.

Absorção e eliminação: Como os diuréticos de alça estão ligados às

proteínas plasmáticas, eles têm uma filtração limitada. Por isso, são secretados

pelo sistema de transportadores de ácidos orgânicos no túbulo proximal. A

probenecida (que inibe a reabsorção tubular proximal de ácido úrico e é

secretada por sistema de transportador de ácido orgânico) compete com a

furosemida pelo mesmo transportador, diminuindo assim o efeito diurético da

furosemida.                                                                                 -A Furosemida

tem uma biodisponibilidade oral de 60% (variando de 10% a 100%); é

excretada conjugada com ácido glicurônico e 65% de forma inalterada;

pacientes com doença renal têm a meia vida da furosemida aumentada,

prolongando sua duração.  

- Bumetanida e Torsemida: Biodisponibilidade oral elevada (vantagem);

metabolismo hepático significativo (portanto uma hepatopatia aumenta a meia

vida e duração do fármaco); possuem meia vida de eliminação curta

(necessárias doses de mais que uma vez ao dia), porém a torsemida é

exceção (pois tem meia vida mais longa).

MEDICAMENTOS

Principio ativo Nome comercial Concentração Apresentação

Furosemida Lasix ®

Bumetanida Burinax®

Ácido etacrínico

Torsemida.

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DIURÉTICOS QUE ATUAM SOBRE O TÚBULO DISTAL:

• INIBIDORES DO SIMPORTE Na⁺-Cl⁻ (TIAZIDAS E DIURÉTICOS

SEMELHANTES A TIAZIDAS)

Tiazidas são todos os membros da classe dos inibidores do simporte Na⁺-Cl⁻.

Diuréticos semelhantes à tiazidas são farmacologicamente similares aos

diuréticos tiazídicos, mas não são tiazidas.

As benzotiazidas foram sintetizadas com o intuito de aumentar a potência dos

inibidores da anidrase carbônica. Porém, ao invés de aumentar a excreção de

NaHCO₃, como fazem os inibidores da anidrase carbônica, as benzotiadiazidas

aumentam principalmente a excreção de NaCl, efeito que independe da

inibição da enzima anidrase carbônica.

Mecanismo de ação: O túbulo contorcido distal expressa os locais de

ligação da tiazida e é aceito como o principal local de ação destes diuréticos. O

túbulo proximal pode representar um segundo local de ação.

Mecanismo de ação dos diuréticos tiazídicos

Fonte:

Page 13: Diuréticos - Corrigido

Reabsorção de NaCl no túbulo contorcido distal e mecanismo de ação

diurética dos inibidores do simporte Na⁺-Cl⁻. Como ocorre com os segmentos

do néfron, o transporte é acionado por uma bomba de Na⁺ na membrana

basolateral. A energia livre no gradiente eletroquímico para Na⁺ é aproveitada

por um cotransporte Na⁺-Cl⁻ na membrana luminal que desloca o Cl⁻ para a

célula epitelial contra o seu gradiente eletroquímico. O Cl⁻ então sai pela

membrana basolateral de forma passiva por um canal de Cl⁻. Os diuréticos

tiazídicos inibem o simporte Na⁺-Cl , ⁻ pois não vai abrir o portão da zona

ocludente (dependente da diferença de voltagem, por permitir a entrada de

íons). Não atuam sobre a alça de Henle. Causam perda significativa de

potássio.

Efeitos na excreção urinária: Como esperado, aumentam a excreção de Na⁺ e

Cl⁻. Contudo, são apenas moderadamente eficazes (a excreção máxima da

carga de Na⁺ filtrada é de apenas 5%), pois cerca de 90% da carga de Na⁺ filtrado é reabsorvida antes de alcançar o túbulo contorcido distal. Alguns

diuréticos tiazídicos também são fracos inibidores da anidrase carbônica, o que

aumenta a excreção de HCO₃⁻ e fosfato, sendo provavelmente também

responsável pelos fracos efeitos no túbulo proximal. Outro efeito dos inibidores

do simporte Na⁺-Cl⁻ é aumentar o K⁺ e a excreção do ácido titulável. Ainda, a

administração aguda de tiazida aumenta a excreção de ácido úrico (essa

excreção se torna reduzida com a administração crônica). Quanto ao Ca²⁺, os

efeitos agudos dos inibidores do simporte Na⁺-Cl⁻ são variáveis; já na

administração crônica reduzem a excreção de Ca²⁺. Os diuréticos tiazídicos

podem provocar leve magnesúria, e o uso prolongado pode provocar

deficiência de magnésio, principalmente nos idosos.

Aspectos Farmacocinéticos: Há uma ampla faixa de meias-vidas para esta

classe de fármacos. Como as tiazidas precisam ter acesso ao lúmen tubular a

fim de inibir o simporte Na⁺-Cl⁻, fármacos como a probenecida podem atenuar

a resposta diurética a tiazidas ao competir pelo transporte para o túbulo

proximal. No entanto, a ligação a proteínas plasmáticas varia

consideravelmente entre os diuréticos tiazídicos e este parâmetro que

Page 14: Diuréticos - Corrigido

determina a contribuição da filtração na liberação tubular de uma tiazida

específica.

Efeitos Adversos: A incidência de disfunção erétil é maior com os inibidores do

simporte Na⁺-Cl⁻ do que com vários outros agentes anti-hipertensivos, mas

geralmente é tolerável. Assim como nos diuréticos de alça, os efeitos adversos

mais graves das tiazidas dizem respeito às anormalidades do equilíbrio de

fluido e eletrólitos, que incluem depleção do volume extracelular, hipotensão,

hipopotassemia, hiponatremia, hipocloremia, alcalose metabólica (devido a

excreção de ions hidrogenio) , hipomagnesemia, hipocalemia (perda de

potassio), hipercalcemia (pode ser usado por quem possui osteoporose) e

aumento dos níveis plásmatico de acido urico [hiperuricemia (podendo levar à

gota)]. Na urina podem causar caliurese, natriurese, cloriurese, calciurese e

magnourese. Além disso, estes diuréticos também reduzem a tolerância à

glicose, e o diabetes melito latente pode ser identificado durante a terapia (a

hiperglicemia pode estar relacionada de alguma forma com a depleção do K⁺). 

Os diuréticos tiazídicos também podem aumentar os níveis plasmáticos de

HDL-colesterol, colesterol total e triglicerídeos totais.

Contra-Indicação: Os diuréticos tiazídicos são contraindicados a pessoas com

hipersensibilidade às sulfonamidas.

Interações Medicamentosas: Os diuréticos tiazídicos podem reduzir os efeitos

dos anticoagulantes, agentes uricosúricos (usados no tratamento da gota),

sulfonilureias e insulina. Podem aumentar os efeitos dos anestésicos,

glicosídeos digitálicos, lítio, diuréticos de alça e vitamina D. A efetividade dos

diuréticos tiazídicos pode ser reduzida por sequestradores de ácidos biliares e

AINEs. A anfotericina B e os corticosteroides aumentam o risco de

hipopotassemia induzida por estes diuréticos.

Usos Terapêuticos: São utilizados no tratamento de edema associado a

doença cardíaca (insuficiência cardíaca congestiva), hepática (cirrose hepática)

e renal (insuficiência renal crônica, síndrome nefrótica). Também reduzem a

pressão arterial nos casos de hipertensão (aumentando a inclinação da relação

pressão renal-natriurese), sendo utilizados sozinhos ou combinados a outros

medicamentos anti-hipertensivos. Estudos afirmam que são a melhor terapia

Page 15: Diuréticos - Corrigido

inicial para hipertensão não complicada. Além disso, são baratos,

tão eficazes quanto outras classes de anti-hipertensivos e bem tolerados. Além

disso, os diuréticos tiazídicos que reduzem a excreção urinária de Ca²⁺ (gerando hipercalcemia) podem ser úteis para tratar osteoporose.

MEDICAMENTOS

Principio ativo Nome comercial Concentração Apresentação

Bendroflumetiazida,

hidroclorotiazida,

clortalidona,

indapamida,

metolazona.

Hidroclortiazida é o medicamento diuretico tiazídico padronizado nos sistemas

de saúde, devido à media eficiência é de primeira escolha para pacientes

hipertensos.

• INIBIDORES DOS CANAIS DE Na⁺ DO EPITELIO RENAL

(DIURÉTICOS POUPADORES DE K⁺)

O triantereno e amilorida são os únicos dois fármacos desta classe usados na

clínica. Ambos provocam pequenos aumentos na excreção de NaCl (2%) e

geralmente são utilizados por suas ações anticaliuréticas, a fim de compensar

os efeitos de outros diuréticos que aumentam a excreção de K⁺. Ambos os

fármacos são bases orgânicas, sendo transportados pelo mecanismo secretor

de base orgânica no túbulo proximal.

Local e mecanismo de ação: Células principais no final do túbulo distal e no

ducto coletor. Estas células possuem canais de Na⁺ epiteliais que fornecem

uma via de condução para a entrada de Na⁺na célula no sentido do gradiente

eletroquímico criado pela bomba de Na⁺ basolateral. Como a membrana

luminal tem maior permeabilidade para Na⁺, esta membrana é despolarizada,

criando uma diferença de potencial transepitelial negativo do lúmen. Assim,

Page 16: Diuréticos - Corrigido

esta voltagem transepitelial fornece uma importante força motriz para a

secreção de K⁺ para o lúmen através de canais de K⁺ na membrana luminal.

Mecanismo de Ação dos Poupadores de K –

Fonte:

Outros diuréticos aumentam a liberação de Na⁺ para o final do túbulo

distal e coletor, uma situação que frequentemente está associada ao aumento

da excreção de K⁺ e H⁺.

A espironolactoma é antagonista competitivo da Aldosterona na ligação

do receptor mineralocorticóides. Apesar da aldosterona interferir em apenas

3% da capacidade total de reabsorção de Na+, o défice de aldosterona cria um

saldo negativo considerável no equilíbrio do Na+. Como a Aldosterona não vai

se ligar ao receptor, não vai ter indução de PIA, os íons sódio vão ser perdidos

e íons potássio não serão trocados.

A Amilorida é um bloqueador dos canais iônicos de sódio. Ela realiza um

bloqueio interno dos canais de sódio impedindo assim que os íons sódio que

estiverem no filtrado não sejam trocados por íons potássio.

Efeitos na excreção urinária: Como a porção final do túbulo distal e o ducto

coletor possuem capacidade limitada para reabsorver solutos, o bloqueio do

canal de Na⁺ nesta parte do néfron aumenta levemente as taxas de excreção

de Na⁺ e Cl⁻ (cerca de 2% da carga filtrada). O bloqueio dos canais de Na⁺ hiperpolariza a membrana luminal, reduzindo a voltagem transepitelial negativa

Page 17: Diuréticos - Corrigido

do lúmen, o que reduz as taxas de excreção de K⁺, H⁺, Ca⁺ e Mg²⁺.  Ainda, a

contração do volume pode aumentar a reabsorção de ácido úrico no túbulo

proximal, por isso pode haver redução da excreção de ácido úrico na

administração crônica de amilorida e triantereno.

Absorção e eliminação: A amilorida é eliminada principalmente pela excreção

urinária do fármaco intacto. Já o triantereno é metabolizado no fígado, dando

origem a um metabólito ativo, o sulfato de 4-hidroxitriantereno, e este é

excretado na urina. A atividade deste metabólito é comparável com a do

fármaco original. Em caso de doença hepática ou insuficiência renal crônica, há

aumento da concentração do metabólito, fazendo com que a toxicidade do

triantereno seja potencializada.

Vias de Eliminação dos Diuréticos Poupadores de Potássio –

Fonte: Daniela Delwing de Lima, 2013 (apresentação ppt feita em sala)

Efeitos adversos: O efeito adverso mais perigoso é a hiperpotassemia,

que pode ter risco de morte. Até AINEs podem aumentar a probabilidade de

hiperpotassemia em pacientes que recebem inibidores do canal de Na⁺. O

triantereno pode reduzir a tolerância a glicose e induzir fotossensibilidade.

Tanto o triantereno como a amilorida podem produzir efeitos adversos no SNC,

gastrointestinal, músculo esqueléticos, dermatológicos e hematológicos. Os

efeitos adversos mais comuns da amilorida são náuseas, vômitos, diarreia e

cefaleia, os do triantereno são náuseas, vômitos, cãibras nas pernas e tontura.

Os efeitos adversos gerais de Diuréticos Conservadores de Potássio são:

Page 18: Diuréticos - Corrigido

Hiperpotassemia, acidose metabólica (devido à baixa solubilidade de íons Ca2+)

ginecomastia (que é o crescimento de mamas em homens) e calculos renais.

Contra-indicação: Pacientes com hiperpotassemia ou com risco maior de

desenvolvê-la. Ex: pacientes com insuficiência renal, pacientes recebendo

outros diuréticos poupadores de K⁺, pacientes usando inibidores da ECA ou

pacientes utilizando suplementos de K⁺ e uso de AINEs em pacientes que

recebem inibidores do canal de Na⁺.

Usos terapêuticos: É raro utilizar estes fármacos como agentes únicos no

tratamento de edema e hipertensão(por causa da leve natriurese que é

induzida). Assim, preferencialmente são utilizados em combinação com outros

diuréticos, sendo comercializados em uma combinação de dose fixa com uma

tiazida: amilorida/hidroclorotiazida, triantereno/hidroclorotiazida. Ainda, a co-

administração de um inibidor do canal de Na⁺ aumenta a resposta diurética e

anti-hipertensiva da tiazida e dos diuréticos de alça, pois a capacidade dos

inibidores do canal de Na⁺ em reduzir a excreção de K⁺ (por isso, poupadores)

tende a contrabalancear os efeitos caliuréticos dos tiazídicos e diuréticos de

alça, o que resulta em valores plasmáticos normais de K⁺.

Page 19: Diuréticos - Corrigido

DIURETICOS OSMOTICOS

Os Diuréticos osmóticos são um grupo de fármacos diuréticos que

actuam no Rim, aumentando o volume e diminuindo a concentração da

urina.Alteram as forças osmóticas ao longo do néfron, inibindo a reabsorção de

solutos e água como exemplo podemos citar o manitol que assim como os

diuréticos osmóticos, criam pressão osmótica dentro do túbulo impedindo a

água de ser reabsorvida passivamente e a fazendo ficar retina na urina. Os

diuréticos osmóticos também aumentam a osmolaridade do plasma.

Em altas concentrações, a glicose (diabetes mellitus) e a uréia (uremia)

podem agir como diuréticos osmóticos. Chegam ao túbulo por filtração

glomerular e praticamente não são reabsorvidos. Eles alteram a reabsorção em

segmentos muito permeáveis à água, como o túbulo proximal e a parte delgada

da porção descendente da alça de Henle.

Os diureticos osmoticos agem no tubulo proximal que é um epitélio de

baixa resistência elétrica e alta condutância hidráulica, devido à facilidade com

que seus complexos juncionais intercelulares que permitem a passagem de

água e eletrólitos. Essas propriedades físicas facilitam ao túbulo proximal o

cumprimento de sua tarefa básica: o transporte maciço de água e de solutos, o

qual lhe permite absorver cerca de 2/3 da carga filtrada de sódio. Ao mesmo

tempo, no entanto, tornam-no incapaz de manter através de suas paredes

qualquer gradiente de concentração, potencial elétrico ou pressão osmótica. É

exatamente essa característica o que torna o túbulo proximal suscetível à ação

dos diuréticos osmóticos.

Assim como nos túbulos renais, os diuréticos osmóticos funcionam como

solutos impermeantes no epitélio intestinal. Por essa razão, essas drogas não

são absorvidas por via oral e devem ser administradas exclusivamente por via

endovenosa, Na verdade, o poder dos diuréticos osmóticos de promover uma

diurese moderada é hoje utilizado principalmente na profilaxia da insuficiência

renal aguda em situações tais como as anemias hemolíticas, as cirurgias

extensas ou em presença de icterícia e nas lesões traumáticas graves.

Page 20: Diuréticos - Corrigido

MECANISMO DE AÇÃO

Os diureticos osmoticos são substâncias inertes hidrofílicas que são

absorvidas para o sangue e daí passam para o filtrado glomerular no rim.

Como não são absorviveis pelas células tubulares sua presença cria pressão

osmótica dentro do túbulo, impedindo a água de ser reabsorvida passivamente

aumentando a diurese de todos os sais e água.

USOS CLÍNICOS

Em profilaxia da insuficiência renal aguda em situações tais como as

anemias hemolíticas, as cirurgias extensas ou em presença de icterícia e nas

lesões traumáticas graves.

O uso de diuréticos deve ser feito com restrição do sal na dieta, pois o

seu efeito poderá aumentar o apetite por sal, e se este for ingerido em grandes

quantidades, não terá efeito.

EFEITOS ADVERSOS MAIS COMUNS

Hiponatrémia

Dor de cabeça (cefaléia)

Nauseas

Vômitos

MEDICAMENTOS

Principio ativo Nome comercial concentração Apresentação

Manitol Manitol 20%(250ml) Ampola

INTERAÇÃO COM O ALIMENTO

Babosa interage, com Diuréticos tiazídicos e de alça, pois a babosa

possibilita a redução da absorção de medicamentos.

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Cáscara Sagrada interage com Diuréticos tiazídicos e da alça pode

reduzir a absorção de alguns fármacos, em virtude da redução do tempo

de trânsito intestinal.

Gingo biloba interage com, Diuréticos tiazídicos,

Sene interage com Diuréticos tiazídicos, pois ocorre a redução da

absorção do fármaco devido ao aumento do peristaltismo

gastrointestinal promovido pelo fototerápico.

Page 22: Diuréticos - Corrigido

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

GOODMAN, L.S; GILMAN, A. (eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. Ed. Porto Alegre: Editora McGraw Hill, 2012.RANG, H. P.; DALE, M. M. Rang & Dale. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011..LINKS EXTERNOS

http://www.copacabanarunners.net/diureticos.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Diur%C3%A9tico_osm%C3%B3tico

http://www.fm.usp.br/bases/2008/Mecanismo%20de%20acao%20de

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http://www.saude.sp.gov.br/resources/profissional/acesso_rapido/gtae/

saude_pop_negra/hipertensao_negros.pdf