DISSERTAÇÃO_AnáliseDesempenhoOperadores
-
Upload
sans-eliezer -
Category
Documents
-
view
219 -
download
0
Transcript of DISSERTAÇÃO_AnáliseDesempenhoOperadores
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
1/124
ANLISE DO DESEMPENHO DOS OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE MINAE SIMULAO DE CENRIOS FUTUROS DE LAVRA
ESTUDO DE CASO MINA CASA DE PEDRA CONGONHAS/MG
WALTER SCHMIDT FELSCH JUNIOR
OURO PRETO
2014
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
2/124
ii
ANLISE DO DESEMPENHO DOS OPERADORES DEEQUIPAMENTOS DE MINA E SIMULAO DE CENRIOS
FUTUROS DE LAVRA ESTUDO DE CASO (MINA CASA DEPEDRA CONGONHAS / MG)
Autor: WALTER SCHMIDT FELSCH JUNIOR
Orientador: Prof. Dr. ADILSON CURI
Dissertao apresentada ao Programa de Ps-
Graduao do Departamento de Engenharia de
Minas da Escola de Minas da Universidade
Federal de Ouro Preto, como parte integrante
dos requisitos para obteno do ttulo de
Mestre em Engenharia Mineral.
rea de concentrao:
Lavra de Mina
Ouro Preto/MG
Fevereiro de 2014.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
3/124
iii
B238a Felsch Junior, Walter Schmidt.Anlise do desempenho dos operadores de equipamentos de mina e simulao de
cenrios futuros de lavra: [manuscrito] / estudo de caso (Mina Casa de PedraCongonhas, MG) / Walter Schmidt Felsch Junior. 2014.
120f.: il.; color.; graf.; tabs.; mapas.
Orientador: Prof. Dr. Adilson Curi.
Dissertao (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas.
Departamento de Engenharia de Minas. Programa de Ps-graduao emEngenharia Mineral.
rea de concentrao: Lavra de Minas.
1. Lavra de minas- Teses. 2. Desempenho - Teses. 3. Mtodos de simulao - Teses.I. Curi, Adilson. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Ttulo.
CDU: 622.012.2
Catalogao: [email protected]
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
4/124
iv
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
5/124
v
DEDICATRIA
minha famlia, pelo acompanhamento e incentivo de todo o esforo realizado para asuperao de mais uma etapa.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
6/124
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, por conceder-me fora, perseverana e lucidez para execuo e
concluso do presente trabalho.
bela Solaine pelo amor, carinho, companhia, pacincia, incentivo na
realizao deste trabalho e na compreenso das dificuldades cotidianas.
Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, ao Departamento de
Engenharia de Minas - DEMIN e ao Programa de Ps-graduao em Engenharia
Mineral - PPGEM por possibilitarem a realizao deste trabalho em conjunto com
minhas atividades profissionais.
Ao Prof. Adilson Curi, orientador deste trabalho, pelos ensinamentos e apoio
na realizao de todas as etapas deste trabalho.
Aos Professores do Programa de Ps-graduao em Engenharia Mineral
PPGEM, que possibilitaram um importante aprendizado tcnico e cientfico.
Companhia Siderrgica Nacional, representada pela Gerncia Geral de
Minerao, pelo apoio na realizao deste trabalho concomitante com as minhas
atividades na empresa, em especial as equipes de Despacho Eletrnico, Operao de
Mina, Planejamento de Mina e TI.
Aos ex-moradores, moradores e amigos da Repblica Sparta pelo apoio,amizade e companheirismo durante toda a trajetria acadmica.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
7/124
vii
Resumo
O trabalho tem como foco principal o impacto na lavra da Mina Casa de Pedra,
analisando o desempenho dos operadores dos equipamentos de carga e transporte. A
minerao Casa de Pedra, pertencente Companhia Siderrgica Nacional (CSN),
localizada na cidade de Congonhas, Estado de Minas Gerais, faz extrao de minrio de
ferro atravs da lavra convencional utilizando equipamentos de carga e transporte de
grande porte. A mina composta por quatro regies de lavra: Corpo principal e Corpo
Oeste (mtodo de lavra em cava); Corpo Norte e Serra do Mascate (mtodo de lavra em
encosta). Os caminhes fora de estrada possuem vrias alternativas de perfis de
transporte, o que influencia diretamente em seu desempenho. Os estudos foramdesenvolvidos a partir da escolha de indicadores de desempenho chave para os
operadores dos equipamentos de mina, mensurados atravs do sistema de despacho
eletrnico utilizado da mina, com o intuito de classificar os operadores de acordo com
prticas operacionais individuais. O objetivo do trabalho obter maior aderncia ao
plano mensal de lavra e aumentar a produtividade efetiva dos operadores, atravs da
identificao de atividades detectadas como baixo rendimento, em comparao com as
melhores praticas operacionais das equipes e criao de treinamentos especficos paracada indicador previsto. Os resultados do trabalho foram simulados utilizando diferentes
cenrios de operao, com tempos fixos variados (tempos de manobra no carregamento
e basculamento, tempo de carregamento e tempo de basculamento) com o intuito de
mensurar os ganhos operacionais atravs dos indicadores produtivos. A empresa
funciona em regime integral, com turnos de 6 horas de durao e possui 270 operadores
divididos em cinco equipes de produo.
Palavras-chave: Lavra, Operadores de equipamentos, Indicadores de desempenho,
Simulao.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
8/124
viii
Abstract
The dissertation has a main focus in mining the impact of the Casa de Pedra
mine, analyzing the performance of the operators of mining equipment. The "Casa de
Pedra" iron ore mine, a division of the CSN(*) Group, is located in the city of
Congonhas, in the Brazilian state of Minas Gerais. The ore exploitation is made
conventional ally trucks and front loaders. The mine is composed for four regions of
mine: Main body and West Body (open pit mining in cave); North Body and Serra do
Mascate (open pit mining in hillside). The trucks of the mine have some alternatives of
transport profiles, influencing directly in their performance. These studies were
developed to evaluate the performance of the operators of mining equipments. In thesestudies was used electronic dispatch system of the mine in order to sort the operators
according to individual operating practices. The objective of this dissertation is to obtain
better adherence to the monthly plan of mining and improvement in effective
productivity of operators. The activities that detected as overhead, compared to the best
practices of operating teams and creating specific training for the indicators. The results
were simulated using different operating scenarios, with cycle times varied (spot on the
load and dump times, loading time and dumping time) in order to measure theoperational gains through the productivity indicators. The mine regime of production is
24 hours a day with work shifts of 6 hours each and has 270 operators divided into five
production teams.
Keywords: Mining, Equipment operators, Performance indicators, Simulation
*(CSN) Companhia Siderrgica Nacional
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
9/124
ix
Sumrio
Captulo 1 - Introduo
1.1Mina Casa de Pedra...........................................................................................011.1.1 Histrico da Mina....................................................................................011.1.2 Localizao..............................................................................................021.1.3 Geologia Regional e Local......................................................................031.1.4 Topografia...............................................................................................041.1.5 Mtodo de lavra.......................................................................................05
1.2Contexto e motivaes.......................................................................................061.3Objetivos............................................................................................................07
1.3.1 Objetivo Geral.........................................................................................071.3.2 Objetivos especficos...............................................................................07
1.4 Justificativas.......................................................................................................08
Captulo 2 - Reviso Bibliogrfica
2.1Sistemas de despacho.........................................................................................112.2Alocaes de caminhes utilizando sistemas de despacho................................142.3Aplicaes de sistemas de despacho..................................................................16
2.3.1 Best Path ou Melhor Rota........................................................................20
2.3.2 Programao Linear.................................................................................212.3.3 Programao Dinmica............................................................................22
2.4Ciclo de carregamento e transporte....................................................................252.5Avaliao de desempenho..................................................................................272.6 Simulao...........................................................................................................31
2.6.1 Utilizao da simulao nas indstrias minerais.....................................33
Captulo 3 Estudo de caso: Mina Casa de Pedra
3.1Materiais e mtodos...........................................................................................37
3.1.1 Rede de telecomunicaes.......................................................................373.1.2 Sistema de GPS.......................................................................................393.1.3 Computador de bordo..............................................................................393.1.4 Banco de dados........................................................................................41
3.2Operadores de equipamentos de transporte.......................................................433.2.1 Indicador Relao Produtiva...................................................................433.2.2 Tempo de manobra..................................................................................453.2.3 Tempo de basculamento..........................................................................463.2.4 Metodologia de clculo...........................................................................47
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
10/124
x
3.3Operadores de equipamentos de carga...............................................................483.3.1 Produtividade efetiva...............................................................................483.3.2 Carga mdia.............................................................................................483.3.3 Tempo de carregamento..........................................................................493.3.4 Integridade de carregamentos vlidos.....................................................503.3.5 Metodologia de clculo...........................................................................50
3.4Anlise estatstica de dados...............................................................................523.5Validao da metodologia.................................................................................62
Captulo 4 Anlise do desempenho dos operadores de equipamentos de mina
4.1Desempenho dos operadores de equipamentos de transporte............................644.2Desempenho dos operadores de equipamentos de carga...................................664.3Metodologia de treinamento..............................................................................68
4.3.1 Transporte ...............................................................................................684.3.2 Carga........................................................................................................70
Captulo 5 Anlise de dados via modelo de simulao
5.1Simulao utilizando o software Modular mining .........................................775.2Implementao do modelo de simulao...........................................................835.3Discusso dos resultados das rodadas de simulao..........................................86
Captulo 6 Resultados Gerais
6.1Reduo dos tempos fixos de operao.............................................................906.2Aderncia ao plano mensal de lavra..................................................................92
Captulo 7 Concluses e trabalhos futuros..............................................................95
Referncias Bibliogrficas............................................................................................99
Anexos...........................................................................................................................102
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
11/124
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1Tempo mdio (s) e rotao (rmp) de elevao e abaixamento da caamba deum caminho basculante..................................................................................................46
Tabela 2Caractersticas individuais das frotas de equipamentos de transporte.........47
Tabela 3Volume das caambas das variadas frotas de transporte..............................49
Tabela 4Capacidade nominal de carregamento de acordo com o tipo de materialtransportado.....................................................................................................................51
Tabela 5Caractersticas individuais das frotas de equipamentos de carga.................52
Tabela 6Valores usuais de p-value.............................................................................53
Tabela 7Pontos detectados como falhas na metodologia apresentada e aescorretivas.........................................................................................................................63
Tabela 8Pontos detectados como anomalias na operao de mina e aes corretivas.........................................................................................................................................63
Tabela 9Ponto detectado como falha de natureza externa e ao corretiva...............63
Tabela 10Exemplo de anlise comparativa para a Frota 3.........................................65
Tabela 11Exemplo de histrico de desempenho (Operador: Pel) ............................65
Tabela 12Exemplo de anlise comparativa para Extrao (Frota 4 carregando a frota1)......................................................................................................................................67
Tabela 13Exemplo de anlise comparativa de operadores de equipamentos de cargapor equipe........................................................................................................................67
Tabela 14Identificao de baixo rendimento (tempo de manobra)............................69
Tabela 15Acompanhamento semanal do operador (tempo de manobra)...................70
Tabela 16 Identificao de baixo rendimento (equipamentos de carga).....................71
Tabela 17 Acompanhamento semanal do operador (tempo de carregamento)...........73
Tabela 18Acompanhamento semanal do operador (carga mdia).............................74
Tabela 19Acompanhamento semanal do operador (produtividade efetiva)..............74
Tabela 20Dados de entrada inseridos no software de simulao...............................85
Tabela 21 Variao percentual dos resultados obtidos com a simulao emcomparao com os outros cenrios analisados..............................................................89
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
12/124
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1Localizao da Mina Casa de Pedra.............................................................02Figura 2Santurio do Bom Jesus de matozinhos, destacando os "Doze Profetas" deAleijadinho......................................................................................................................03
Figura 3Perfil topogrfico da mina Casa de Pedra, identificando as cavasoperacionais.....................................................................................................................04
Figura 4Superfcie topogrfica destacando os perfis de transporte............................05
Figura 5Percentuais relativos aos custos de operao em uma mina a cu abertoressaltando a participao da mo de obra......................................................................09
Figura 6Percentuais relativos aos pesos de fatores chave que impactam diretamente aprodutividade de equipamentos.......................................................................................09
Figura 7Esquema geral simplificado do sistema de despacho na lavra a cu abertoutilizando algoritmos de otimizao................................................................................24
Figura 8Fluxograma simplificado do ciclo operacional de uma mina a cu aberto..25
Figura 9Fluxograma simplificado do ciclo de operao em uma lavra a cu abertotpica................................................................................................................................26
Figura 10Hardware de processamento de informaes dos equipamentos de carga etransporte.........................................................................................................................38
Figura 11Imagem do computador de bordo localizado nos equipamentos de carga etransporte da mina...........................................................................................................40
Figura 12Funcionalidades do computador de bordo que permitem interaes com osoperadores.......................................................................................................................40
Figura 13Fluxograma simplificado da base de dados do sistema de despacho........42
Figura 14Comparativo mensal entre produtividade efetiva de transporte e DMT
(Correlao -89,8%)........................................................................................................44Figura 15Comparativo entre produtividade efetiva de transporte e DMT - operadores(Correlao -88,2%)........................................................................................................45
Figura 16Fluxograma simplificado da manobra de um caminho paracarregamento...................................................................................................................46
Figura 17Mobilidade de uma escavadeira, destacando os ngulos de giro para ocarregamento...................................................................................................................49
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
13/124
xiii
Figura 18Estimativas de distribuies, teste de normalidade e histograma para otempo de manobra...........................................................................................................54
Figura 19Estimativas de distribuies, teste de normalidade e histograma para o
tempo de basculamento...................................................................................................55Figura 20Estimativas de distribuies, teste de normalidade e histograma para oindicador Relao produtiva............................................................................................57
Figura 21Estimativas de distribuies, teste de normalidade e histograma para otempo de carregamento....................................................................................................58
Figura 22Estimativas de distribuies, teste de normalidade e histograma paraprodutividade de carga.....................................................................................................60
Figura 23Curva caracterstica da distribuio normal com as probabilidades de cada
classe operacional............................................................................................................62Figura 24Ilustrao de uma escavadeira com detalhe em seu ngulo de giro...........73
Figura 25- Comparativo real de tempos fixos entre os anos de 2012 e 2013...............76
Figura 26Dados mdios dos cenrios a serem utilizados para simulao.................76
Figura 27Interface principal indicando o perodo cujo modelo est configurado asimular e o perodo que servir como base de dados......................................................79
Figura 28Interface que permite a excluso de eventos indesejados na simulao....80
Figura 29Interface para insero de parmetros estatsticos a serem consideradosdurante a simulao.........................................................................................................81
Figura 30Interface de visualizao dos eventos selecionados. Estas informaesserviro como suporte a simulao..................................................................................81
Figura 31Interface de acompanhamento da rodada de simulao..............................84
Figura 32Grfico comparativo do nmero de viagens em cada simulaorealizada...........................................................................................................................86
Figura 33 Grfico comparativo da produtividade efetiva de transporte em cadasimulao realizada..........................................................................................................87
Figura 34Grfico comparativo da movimentao total em cada simulao
realizada...........................................................................................................................87
Figura 35Grfico de acompanhamento mensal dos tempos fixos de operao.........91
Figura 36Acompanhamento do nmero de viagens realizadas pelos equipamentos detransporte.........................................................................................................................91
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
14/124
xiv
Figura 37Desvio mdio absoluto para o indicador Produtividade de equipamentos detransporte.........................................................................................................................93
Figura 38Anlise comparativa de desvio mdio absoluto para aderncia ao plano de
lavra.................................................................................................................................94
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
15/124
xv
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
BP Best PathCM Carga Mdia
CSN Companhia Siderrgica Nacional
DFDisponibilidade Fsica
DMA Desvio Mdio Absoluto
DMT Distncia Mdia de Transporte
GPS Global Position System
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
MR Melhor Rota
PDProgramao Dinmica
Pef Produtividade efetiva
PLProgramao Linear
PO Pesquisa Operacional
ROMRun of Mine
RPM Rotaes por Minuto
SGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
SIMIN Sistema de Minerao
SLAM Simulation Language for Alternative Modeling
SQL Structured Query Language
OTISIMIN Otimizador e Simulador para Minerao
TC Tempo de Ciclo
TF Tempo de Fila
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
16/124
CAPTULO 1
Introduo
1.1Mina Casa de Pedra
1.1.1 Histrico da Mina
A Mina Casa de Pedra foi fundada pelo empresrio dinamarqus Arn Thun esuas atividades tiveram incio no ano de 1913 (Intranet CSN 2013).
A CSNCompanhia Siderrgica Nacional foi fundada em 09 de abril de 1941,
com incio de operao em 12 de outubro de 1946. A partir desta data, atravs do
processo de desapropriao, a Mina de Casa de Pedra passou a pertencer CSN.
No governo do presidente Itamar Franco, em 2 de abril de 1993, a empresa foi
privatizada. O grupo Vicunha, liderado pelo empresrioBenjamin Steinbruch,passou a
administrar a mina.A minerao Casa de Pedra responsvel pelo suprimento integral de minrio
de ferro para a Usina Siderrgica Presidente Vargas, tambm pertencente CSN;
produz granulados, sinter feed e pellet feed de elevado teor de ferro e timas
propriedades fsicas. As reservas minerais de Casa de Pedra so expressivas, com alto
teor de pureza (de at 68%) e foi uma das primeiras a receber a certificao ISO 14001
no Brasil, no final de 2001. A CSN uma companhia aberta cujas aes so listadas nas
Bolsas de So Paulo (Bovespa) e de Nova York (NYSE). um dos complexos
siderrgicos integrados mais eficientes do mundo, atuando em cinco pilares de
negcios: siderurgia, minerao, logstica, cimento e energia.
Atualmente, a mina Casa de Pedra produz cerca de 16 milhes de toneladas de
minrio de ferro. H projetos de expanso em desenvolvimento e a previso que em
2015 a produo supere o patamar de 40 milhes de toneladas. (Intranet CSN 2013).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Steinbruchhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Steinbruchhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Steinbruch -
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
17/124
2
1.1.2 Localizao
A Mina Casa de Pedra encontra-se situada no municpio de Congonhas, no
Estado de Minas Gerais e destaca-se por possuir um sistema integrado de distribuio
de sua produo formado por [mina - ferrovia - siderurgia - porto] que suporta o
atendimento de todas as operaes correntes, conforme a figura 1:
Figura 1 - Localizao da Mina Casa de Pedra
Fonte: Minerao Casa de Pedra (CSN)
A Usina Presidente Vargas est localizada na cidade de Volta Redonda, no
Estado do Rio de Janeiro, e consome cerca de 30% da produo da mina. A produo
restante destinada ao porto localizado na cidade de Itagua, tambm no Estado do Riode Janeiro, para exportao.
A cidade de Congonhas, com populao de aproximadamente 40.000
habitantes, Patrimnio Histrico da Humanidade, tendo sido tombada devido ao valor
de seu conjunto arquitetnico do movimento barroco. Seu expoente mximo foi o
famoso escultor Antnio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho. A figura 2
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
18/124
3
destaca a obra Os Doze Profetas, localizados no adro do Santurio do Bom Jesus de
Matozinhos.
Figura 2 - Santurio do Bom Jesus de Matozinhos, destacando os "Doze Profetas" de Aleijadinho
Fonte: Minerao Casa de Pedra (CSN)
1.1.3 Geologia Regional e local
Segundo o IBGE (censo 2010) a regio apresenta um conjunto de rochas
altamente transformadas (tectnica e metamorficamente), de idade pr-cambriana. No
norte aflora um conjunto de rochas cujo tipo litolgico mais antigo pertence ao Super
grupo Rio das Velhas, constitudo pelo super grupo Nova Lima, composto por
micaxisto e metavulcnicas. Ocorrem ainda rochas pertencentes ao Complexo
Barbacena, gnaisses, granitides e migmatitos, rochas intrusivas (granodioritos,
granitos, piroxnito e serpentinito) e do Super grupo Minas, composto pelos Grupos
Piracicaba (filitos, quartzito), Itabira (itabirito, dolomito e filito) e Caraa (quartzito,
filito e conglomerado).
Ao norte do Municpio, terrenos da Serra da Moeda, Esmeril e da Bandeira(onde se localiza a mina Casa de Pedra), possuem como caracterstica a ocorrncia de
rochas ferrferas e quartzticas, os solos resultantes so arenosos, pouco frteis e com
elevado teor de acidez.
A mina composta pelos seguintes litotipos de minrio de ferro: hematitas
brandas e compactas, itabiritos silicosos brandos e compactos, e itabiritos carbonticos
predominantemente compactos.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
19/124
4
De acordo com a litoestratigrafia regional, estes corpos, situados no
Quadriltero Ferrfero, pertencem ao Supergrupo Minas e esto inseridos no Grupo
Itabira, mais precisamente na Formao Cau.
A Formao Cau constituda essencialmente por itabiritos e minrios
hematticos. Dentre os itabiritos, observaram-se os seguintes tipos composicionais:
itabirito silicoso, itabirito manganesfero, itabirito dolomtico, itabirito anfiboltico
alterado, relacionados nesta ordem decrescente em termos de sua ocorrncia na Mina
Casa de Pedra (TRZASKOS-LIPSKI, 2001 apud RELATRIO INTERNO CSN -
SNTESE DA MINERALOGIA DA MINA CASA DE PEDRA).
1.1.4 Topografia
Dentre as unidades de relevo existentes na rea do municpio, a regio da mina
constitui a rea mais elevada, representada por cristas de direo sudoeste-nordeste da
Serra da Moeda. A altitude mxima chega a 1.630 metros na Serra da Bandeira.
A rea de lavra composta por quatro corpos: Corpo Oeste, Corpo Principal,
Corpo Norte e Serra do Mascate. Estes corpos esto distribudos conforme a figura 3.
Figura 3 - Perfil topogrfico da mina Casa de Pedra, identificando as cavas operacionais
Fonte: Minerao Casa de Pedra (CSN)
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
20/124
5
O corpo Principal e corpo Oeste possuem um perfil de transporte onde os
caminhes necessitam trafegar carregados em perfil ascendente (predominantemente
subidas) e vazios em perfil descendente (predominantemente descidas), pois suas
frentes de lavra em operao se encontram em cotas mais baixas e as cavas j esto em
um estgio de desenvolvimento avanado. J no Corpo Norte, as cotas das frentes de
lavra so superiores s cotas das pilhas de estril, estoques e britadores primrios, logo
os caminhes trafegam carregados no perfil descendente e vazios no perfil ascendente.
A figura 4 ilustra a superfcie topogrfica de mina, onde esto mostradas as
linhas que representam todos os perfis de transporte atualizados em Janeiro/13. A cor
vermelha indica um perfil de transporte ascendente, a cor verde indica perfil de
transporte descendente e a cor azul indica que os locais onde o acesso plano e nopossui inclinao.
Figura 4Superfcie topogrfica destacando os perfis de transporte
Fonte: Minerao Casa de Pedra (CSN)
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
21/124
6
1.1.5 Mtodo de lavra
O mtodo de lavra o open pit mining (bancadas a cu aberto), com remoo
do material estril; perfurao, desmonte, carga e transporte do minrio. A lavra
realizada de forma descendente, em nveis horizontais, em bancadas de 13m de altura e
bermas de 8m de largura. Os ngulos de talude variam entre 36 e 45, conforme a
litologia e os parmetros geotcnicos pertinentes.
O minrio extrado possui trs destinos: estoques de ROM (Run Of Mine), pilha
de minrio de oportunidade (rea de empilhamento de itabiritos com baixo teor de
ferro que podem ser processados mediante aumento da capacidade de processamento
deste tipo de material por parte da planta de beneficiamento) e britagem primria. Naminerao so utilizados dois britadores primrios, sendo um britador cnico e outro de
mandbulas. O material estril removido destinado para a o depsito controlado de
estril.
Tambm so realizadas operaes de servios auxiliares (dump) que so
materiais utilizados para manuteno, revestimento de acessos e formaes de leiras.
1.2
Contexto e motivaes
Por ser o estado que mais produz minrio de ferro no pas comum encontrar
em Minas Gerais diversos exemplos de cidades que, devido sua riqueza natural, so
alvo de grandes empreendimentos industriais. Muitas dessas cidades no possuem mo
de obra qualificada disponvel. As empresas de minerao esto investindo cada vez
mais em programas de capacitao e formao de profissionais com o objetivo de suprir
esta demanda.Em se tratando de operao de equipamentos de mina, o tempo de formao de
um operador varivel. Cada indivduo tem seu prprio desenvolvimento, de acordo
com a prtica (tempo de operao) e habilidades individuais. Na minerao h
operadores experientes, operadores em desenvolvimento e operadores em treinamento.
Estes perfis de operadores tm grande influncia na lavra, produo e nos indicadores
operacionais de uma mina.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
22/124
7
Visando a avaliao do desempenho individual, a existncia de indicadores
operacionais especficos fundamental para se estabelecer um critrio nico de
comparao de eficincia operacional. Estes indicadores so utilizados para medir e
avaliar o desempenho dos operadores e da equipe a qual pertencem. A busca por
competitividade, a crescente concorrncia de mercado e as constantes exigncias dos
clientes aos critrios de valores, tais como qualidade, tempo, flexibilidade e preo, torna
a utilizao destas ferramentas de grande importncia para o alcance dos objetivos
estratgicos das empresas.
Na Minerao Casa de Pedra, so utilizados trs tipos de frotas de caminhes
Fora de Estrada, com capacidade nominal de transporte e sistemas de trao diferentes.
Conforme a metodologia de lavra, necessrio o transporte via caminhes tanto dominrio quanto do estril.
Alm das diferenas de modelo dos equipamentos e perfis de transporte, so
verificadas diferentes praticas operacionais dos equipamentos.
1.3 Objetivos
1.3.1
Objetivo Geral
O objetivo deste trabalho analisar os impactos na lavra da mina atravs de
correes na conduta de operao individual dos operadores e simular diferentes
cenrios de ciclos de carga e transporte utilizando informaes de categorias de tempo
variadas.
1.3.2 - Objetivos especficos
Classificar os operadores buscando identificar classes operacionais variadas
e estabelecer aes sobre as atividades que resultam nos motivos de baixo
rendimento;
Estabelecer metodologias para o treinamento de operadores;
Obter maior aderncia ao plano de lavra mensal;
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
23/124
8
Simular a produo e produtividade da mina utilizando diferentes cenrios
de tempos fixos praticados.
1.4 - Justificativas
Este estudo pode ser justificado pela inovao da metodologia utilizada para
classificao dos operadores e pela relevncia do tema abordado.
No que diz respeito inovao da metodologia estudada, pode-se dizer que o
desenvolvimento de cada operador est ligado a pratica de operao do equipamento e
habilidades desenvolvidas atravs dos treinamentos, como manobras. A partir do
momento em que se utilize uma ferramenta que seja capaz de mensurar suashabilidades, possvel estipular treinamentos mais especficos, alm de acompanhar o
desenvolvimento de cada operador desde o incio de sua aprendizagem. Outro fator
importante o estmulo ao operador atravs de feedbacks, sendo uma forma de
retorno, facilitando que percebam quando suas aes no atingiram o resultado
determinado. Estes resultados podem ser utilizados como fator de escolha em futuras
promoes ou aumentos de salrio por mrito.
A partir da anlise de diferentes praticas de operao de mina atravs dos paresde carregamento e transporte, possvel mensurar novas metas de indicadores
operacionais no plano de lavra de curto prazo e avaliar o impacto na mina na variao
dos tempos de ciclo.
De acordo com a figura 5, analisando o custo de operao da mina, o fator mo
de obra representa 13% do custo total de produo, excluindo gastos com
beneficiamento (analisando os custos de manuteno, combustvel, suprimentos e
servios terceirizados).
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
24/124
9
Figura 5Percentuais relativos aos custos de operao em uma mina a cu aberto ressaltando a participao da mo de obra
Fonte: Minerao Casa de Pedra (CSN) (2010)
A figura 6 mostra os resultados de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos
e Canad, entre os anos de 1989 a 2004, divulgada pela revista M&T (2004), onde so
analisados os pesos dos fatores mquina, administrao e operao na produtividade dos
equipamentos de mina.
Figura 6Percentuais relativos aos pesos de fatores chave que impactam diretamente a produtividade de equipamentos
Fonte: Revista M&T(fev/mar 2004)
De acordo com os dados da pesquisa, podemos verificar que 6% dos problemas
que impactam a produtividade dos equipamentos so de natureza mecnica, ou seja,
13%
21%
52%
11%
3%
Mo de obra
Combustvel
Manuteno
Servios (terceiros)
Suprimentos
6% 7%12%
27%
8%14%
26%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
Falha mecnica Normas eprocedimentos
inadequados
Planejamento eorganizao
deficientes
Baixa superviso Desobedincia anormas e
procedimentos
Desateno Impercia
FATORMQUINA
FATOR ADMINISTRAO FATOR OPERAO
Peso de fatores chave na produtividade de equipamentos
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
25/124
10
relacionadas com a manuteno dos equipamentos. O fator administrao responsvel
por 46% dos problemas e 48% so oriundos de falhas operacionais, incluindo o baixo
desempenho dos operadores.
Os fatores baixa superviso e impercia somam 53% dos motivos de baixa
produtividade listados na pesquisa e sero tratados de forma direta neste trabalho.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
26/124
11
CAPTULO 2
Reviso Bibliogrfica
As exigncias por aumento de competitividade, associadas adoo de novas
tecnologias e conhecimentos, so fatores cada vez mais comuns em empresas e
organizaes de todos os segmentos. No caso especfico da minerao, o aumento de
produtividade e diminuio de custos so viabilizados sempre que so introduzidos
novos conhecimentos e tcnicas execuo do trabalho. Em se tratando de operao de
equipamentos de carga e transporte de mina, os operadores tm grande participao
atravs da interao com sistemas automatizados. Neste captulo sero abordados os
processos de alocao de equipamentos atravs de sistemas de despacho eletrnico, os
algoritmos de estratgia dos sistemas de controle de frotas, anlise dos ciclos
operacionais de carga e transporte e utilizao da simulao para anlise de dados do
processo produtivo.
2.1 Sistemas de despacho
Vrios mtodos tm sido desenvolvidos para implementar o despacho
(alocaes) de equipamentos de transporte. Segundo Pinto (2008), esses mtodos
podem ser agrupados em trs tipos bsicos de sistemas de despacho de caminhes:
1. Sistemas de despacho manual: utilizado desde o incio dos anos 60, trata-se
de uma prtica padro de alocao de caminhes, no qual o despachador, quefica localizado em um ponto estratgico da mina (onde possa ter uma viso
abrangente da mina), toma decises com base na situao por ele
presenciada e tambm com base em sua experincia e envia as instrues por
rdios transmissores aos equipamentos de carga e transporte.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
27/124
12
2. Sistemas de despacho semi-automticos: neste sistema, o computador (que
grava o status e localizao dos equipamentos) programado para auxiliar o
despachador no processo de tomada de deciso referente a alocao dos
caminhes. O computador no tem contato direto com o equipamento, sendo
necessrio o despachador para decidir e comunicar todas as instrues.
3. Sistemas de despacho automticos: mais abordados na literatura atual, estes
sistemas permitem ao computador tomar decises referentes ao despacho dos
caminhes e envi-las para os mesmos, sem a interveno de um
despachante.
A primeira instalao de um sistema computadorizado de despacho registrado
ocorreu em 1979, na mina de cobre chamada Tyrone, prxima a cidade de Silver City,
estado do Novo Mxico, nos Estados Unidos.
De acordo com etin (2004), as melhorias significativas na tecnologia da
informao tem levado a indstria da minerao a desenvolver muitos modelos de
tomada de deciso para auxiliar na melhor alocao possvel dos caminhes em minas a
cu aberto. Segundo ele, os sistemas de despacho computadorizados foram
desenvolvidos nos anos 70 e tem se tornado o modo mais comum de operao em
muitas minas a cu aberto de larga escala. Devido ao seu alto custo de implementao,
tais sistemas no apresentam justificativa econmica em minas de mdio ou pequeno
porte. Mas a evoluo cada vez mais crescente na informtica tem possibilitado a
reduo de custos de implantao de sistemas de despacho, podendo viabilizar sua
implantao em mineradoras de menor porte.
Um sistema de despacho bem planejado e implementado pode gerar boas
economias para as empresas do setor de minerao, mas segundo Tu e Hucka (1985),
faz-se necessrio um estudo cuidadoso a fim de determinar se as melhorias de
produtividade da frota so grandes o suficiente para pagar os custos de implementao
do sistema.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
28/124
13
O objetivo principal do despacho computadorizado maximizar o tempo
produtivo na mina, minimizar o nmero de caminhes necessrio para o transporte,
maximizar a produo dos equipamentos de carga atravs da reduo de sua ociosidade
e atender aos padres de qualidade da usina de beneficiamento.
Segundo Rodrigues (2006), reconhecido que a operao de caminhes e
equipamentos de carga um dos itens mais importantes no custo da operao como um
todo, assim, a utilizao de sistemas de despacho podem reduzir o custo de capital e de
operao em uma mina.
De acordo com Maran e Topuz (1988), pelo motivo dos sistemas de transporteem minas a cu aberto envolverem grande volume de capital e recursos, o objetivo do
problema de transporte em minerao mover o material retirado da mina para a usina
de modo que o custo seja minimizado, sendo que este custo de transporte de minrio
tem forte influncia na escolha do local da lavra. Desta maneira, sistemas de despacho
podem reduzir os custos de operao atravs da reduo da frota de transporte
necessria para se atingir as metas de produo, atravs do aumento na utilizao da
frota e reduo em deslocamentos de caminhes vazios.
O transporte por caminhes amplamente utilizado na minerao a cu aberto
e representa uma grande parcela no custo de operao das empresas. O aumento da
profundidade das minas, e os altos custos de energia/combustvel, contribuem para o
aumento dos custos na operao da frota de caminhes. Tu e Hucka (1985) afirmam que
tem sido observada melhorias de 3% a 15% na produtividade do transporte por
caminhes nas operaes das minas que implementaram sistemas computadorizados dedespacho de caminhes.
Para se implementar um sistema de despacho em tempo real necessrio
decidir algumas polticas (prioridades) de despacho. Tu e Hucka citam que as polticas
de despacho mais utilizadas so:
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
29/124
14
1. Maximizao da produtividade de caminhes: prev os locais de
carregamento dos caminhes e os aloca para equipamentos de carga
equivalentes, tendendo a minimizar o tempo ocioso dos caminhes
aumentando sua utilizao.
2. Maximizao da produtividade de carregamento: prev qual equipamento de
carga seria o prximo a ficar ocioso ou ficaria ocioso por mais tempo e aloca
o caminho para ele, tendendo a igualar os tempos ociosos e utilizao dos
equipamentos de carga.
De acordo com Tu e Hucka (1985), o potencial que o sistema de despacho
possui para melhorar a utilizao das frotas de carga e transporte obtido evitando filas
excessivas de caminhes em determinados equipamentos de carga, enquanto outros
podem estar ociosos, aguardando a chegada de caminhes.
Segundo Chanda e Dagdelen (1995), uma meta de produo bvia e utilizada
com muita frequncia o fornecimento de minrio com qualidade (teor e tonelagem)
uniforme, com base nas necessidades da planta, de forma a garantir a eficincia
operacional da mesma.
Para garantir a uniformidade da alimentao do processo de beneficiamento
preciso misturar minrios de qualidades diferentes de vrias frentes de lavra da mina.
Uma blendagem de minrio apropriada pode ampliar a base da reserva, na medida em
que o minrio abaixo do teor de corte no considerado estril, mas pode ser utilizado
se misturado com material de alto teor (Chanda e Dagdelen, 1995).
2.2 Alocaes de caminhes utilizando sistemas de despacho
A alocao de caminhes em minas subterrneas e a cu aberto um processo
importante e complexo e uma alocao tima pode resultar em significante economia.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
30/124
15
Se tratando de mineraes a cu aberto, os modos para a alocao de
caminhes mais utilizados so: alocao esttica e dinmica. Na alocao esttica, os
caminhes so fixados a um ponto de carga e a um ponto de descarga, ou seja, o seu
deslocamento ocorre apenas entre esses dois pontos durante um determinado perodo de
tempo. Na alocao dinmica, a cada carga e/ou descarga, o caminho direcionado
para um ponto especfico de acordo com critrios previamente estabelecidos.
Historicamente, as minas a cu aberto sempre operaram utilizando a alocao
esttica, mas com o desenvolvimento de novas tcnicas e tecnologias, a alocao
dinmica tem sido utilizada pelas principais empresas de minerao do mundo, pois
aumentam a possibilidade de contribuio para atendimento dos objetivos de produo.
Rodrigues (2006) afirma que a alocao esttica ainda o mtodo mais
utilizado nas mineraes, por no apresentar a obrigatoriedade de utilizao de um
sistema automtico de alocao. Porm, esse mtodo proporciona menor produtividade
devido maior probabilidade na gerao de filas de caminhes e consequentemente,
maior ociosidade dos equipamentos de carga. Esse tipo de alocao , geralmente,
aplicado em minas de pequeno a mdio porte.
Segundo Knights e Bonates (1999), a utilizao da alocao dinmica requer a
utilizao de um sistema de despacho. Pode se dizer que os termos alocao dinmica
e despacho so equivalentes, ou seja, o termo despacho refere -se alocao dinmica
de caminhes a equipamentos de carga. Tal sistema utiliza critrios pr-estabelecidos
para sua operao. Dentre esses critrios pode-se citar a maximizao do tempo total de
produo da mina, minimizao da quantidade de caminhes necessria para otransporte e maximizao da produo dos equipamentos de carga de modo a atender os
padres de qualidade da usina de tratamento.
Tu e Hucka (1985) explicam que, no sistema de despacho, ao contrrio da
alocao esttica, os caminhes no so alocados para um mesmo equipamento de carga
durante todo o tempo, o que significa que, aps cada descarregamento, o caminho
enviado a um equipamento de carga de acordo com a situao de momento da mina.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
31/124
16
Para Costa (2005), o problema de alocao dinmica de caminhes tem como
soluo o nmero de viagens a serem realizadas pelos caminhes em cada frente. Tal
nmero de viagens deve ser o mnimo necessrio para garantir um produto final que
atenda as especificaes preestabelecidas pelo cliente. Alm disso, essa quantidade
mnima de viagens deve prevenir a formao de filas nos pontos de carga e
basculamento, de forma a aumentar a produtividade da frota. O aumento de
produtividade da frota pode refletir um aumento na produo da mina ou a reduo do
nmero de equipamentos necessrios para manter o mesmo nvel de produo. Um
eficiente algoritmo para a alocao dinmica de caminhes importante porque ele
integra o sistema de despacho. Um sistema de despacho rene, ainda, um algoritmo de
sequenciamento de viagens, um sistema de comunicao entre os equipamentos decarga e caminhes e uma central de comandos.
2.3 Aplicaes de sistema de despacho
O sistema de despacho utilizado na Mina Casa de Pedra tem como
caracterstica a otimizao dos equipamentos atravs de alocaes dinmicas, utilizando
uma combinao de tcnicas de Pesquisa Operacional.
A aplicao de tcnicas de PO (Pesquisa Operacional) em minas a cu aberto
tem atrado o interesse de pesquisadores desde 1965, quando foi publicado o algoritmo
de programao dinmica de Lerchs-Grossmann para obteno da cava final tima
(Hustrulid e Kuchta, 1995). A partir desta data, foram desenvolvidos muitos outros
modelos e algoritmos para esse e outros problemas.
De acordo com Costa (2005), um eficiente algoritmo para alocao dinmica
importante na integrao do sistema de despacho computadorizado. Um sistema de
despacho rene um algoritmo de sequenciamento de viagens, um sistema de
comunicao entre os equipamentos de carga, caminhes e central de comandos.
Os clculos dos despachos computadorizados envolvem programao linear,
que um mtodo matemtico para resoluo de uma srie de problemas em diversas
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
32/124
17
reas. Segundo Chanda e Dagdelen (1995), a rea de aplicao de programao linear
mais bem sucedida, em minerao, tem sido os problemas de blendagem e produo.
Eles sugerem que, sempre que a tcnica for utilizada em uma mina, deve-se modelar
matematicamente a situao para garantir a mistura (blendagem) tima.
Gershon (1982) - apud Pinto (2008), descreveu um modelo de programao
linear para otimizao de sequenciamento de operaes em minas. Segundo ele, a
programao linear tem sido aplicada a uma grande variedade de problemas em
minerao. Embora a maioria das aplicaes bem sucedidas na indstria da minerao
pode ser observada em problemas de mistura, h um grande potencial para aplicaes
na programao da produo e no sequenciamento.
Soumis et al. (1989) propuseram uma metodologia para resolver o problema de
despacho baseada em trs fases:
Escolha do equipamento: envolve a seleo da localizao dos equipamentos
de carga;
Planejamento operacional: estabelece uma estratgia tima (plano de
produo), para um determinado perodo de tempo, resolvendo um problemade rede com custos no lineares associados ao tempo de espera de caminhes
e equipamentos de carga e aos objetivos de qualidade;
Despacho: despacha cada caminho, em tempo real, resolvendo um
problema de atribuio.
White e Olson (1986) fazem uma discusso acerca dos aspectos dos sistemas
de despacho computadorizados em minas com objetivos simultneos, ou seja, que visamresolver em conjunto os problemas da produtividade da frota de equipamentos, da
blendagem e da garantia da taxa de alimentao da planta. Segundo eles, o uso de
programao linear em sistemas de despacho mais indicado quando a densidade
relativamente constante para qualquer tipo de material e todos os caminhes tem o
mesmo tamanho (capacidade). Eles descreveram um modelo baseado em dois passos:
Programao Linear e Programao Dinmica. A otimizao do despacho por
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
33/124
18
programao linear dividida em duas partes: a primeira resolve o problema da
otimizao geral, enquanto que a segunda maximiza a produo. J a programao
dinmica, que segue o princpio da Otimalidade de Bellman`s, o qual diz uma poltica
tima tem a propriedade que, qualquer que sejam o estado inicial e a deciso inicial, as
decises restantes devem constituir uma poltica tima com relao ao estado resultante
da primeira deciso, envolve, no caso de despacho de equipamentos de carga e
transporte, alocaes timas de todos os caminhes que aguardam a solicitao de
atribuio para um equipamento de carga, atendendo ao timo previamente determinado
nos caminhos selecionados. O objetivo a minimizao dos custos relacionados
qualidade, transporte e estocagem do material. O modelo considera o ritmo de lavra, o
atendimento s taxas de alimentao da usina de beneficiamento e a qualidade damistura. Este modelo a base para o sistema Dispatch, que utilizado na mina Casa
de Pedra e que tambm utilizado em vrias minas em todo o mundo.
Pinto (2008), afirma que a formulao do problema da blendagem como um
modelo de programao linear clssico limitada, pelo fato de que apenas uma funo
objetivo pode ser formulada por vez, quando de fato o problema da blendagem /
produo multi-objetivo. Chanda e Dagdelen (1995) apresentaram uma formulaoconhecida como Programao Linear por Metas, que engloba dois critrios de
otimizao na funo objetivo: a maximizao de um critrio econmico e a
minimizao da soma dos desvios absolutos dos teores e das tonelagens em relao as
suas metas. Variveis de desvios foram usadas para calcular penalidades associadas ao
no atendimento das especificaes de qualidade. A vantagem desta aplicao - que foi
resolvida pelo mtodo Simplex - sobre a programao linear clssica justamente esta
funo objetivo secundaria (minimizar a soma dos desvios absolutos dos parmetrosindividuais de qualidade, bem como das tonelagens, em relao a um conjunto de
objetivos).
Ezawa e Silva (1995) desenvolveram um sistema de alocao dinmica de
caminhes visando a reduo da variabilidade dos teores dos minrios produzidos e a
gerao de ganhos de produtividade no sistema de transporte na Mina do Pico, em
Itabirito. Segundo eles, a preocupao se faz necessria devido a complexidade
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
34/124
19
geolgica da reserva da mina. Este sistema pode ser considerado um exemplo de
tentativa de utilizao dos dois critrios de despacho (qualidade e produtividade), mas
no considera as polticas simultaneamente. De acordo com os autores, as condies
assumidas pelo sistema so:
Para reas com controle de qualidade: o parmetro de qualidade um
parmetro de deciso forte, que elimina qualquer outro, ou seja, para estas
reas o despacho feito de acordo com a poltica de qualidade. Em caso de
empate, o tempo de fila ser considerado como critrio de desempate.
Persistindo o empate, o despachador definir a sequencia dos outros fatores
de desempate (tempo de ciclo total, prioridade de produo, equipamento
mais produtivo);
Para reas sem o controle de qualidade: ignora-se o parmetro de qualidade,
utilizando diretamente o tempo em fila. Em caso de empate, o despacho
decidido da mesma maneira utilizada nas reas com controle de qualidade.
Costa (2005), modelou o problema da mistura de minrios oriundos de diversas
frentes de lavra com alocaes estticas e dinmicas, com uma metodologia de
otimizao baseada na meta heurstica Mtodo de Pesquisa em Vizinhana Varivel.
Os resultados deste estudo mostraram que a heurstica desenvolvida capaz de
encontrar solues finais de qualidade mais rapidamente que os mtodos baseados em
programao matemtica.
De acordo com etin (2004), o Dispatch, sistema de despacho desenvolvido
pela Modular Mining System um dos mais poderosos sistemas e utilizado em
muitas minas a cu aberto pelo mundo, inclusive na mina Casa de Pedra. Este sistemavisa maximizar a produtividade com os equipamentos disponveis ou minimizar os
equipamentos necessrios para atingir a produo desejada, de forma a minimizar as
filas de caminhes e ociosidades de equipamentos de carga, alm de ajudar a atingir os
objetivos de blendagem das operaes. O Dispatch realiza um despacho dinmico,
com monitoramento constante da seleo da rota, da localizao e do status dos
equipamentos.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
35/124
20
O Dispatch utiliza uma lgica de alocao por programao dinmica e
consiste de trs subsistemas: Best Path Melhor Rota (MR), Programao Linear (PL)
e Programao Dinmica (PD).
2.3.1 Best Path ou Melhor Rota (MR)
O algoritmo Melhor Rota (MR) o modelo inicial da estratgia de otimizao
e determina a melhor rota entre dois pontos da mina, optando pela distncia mais curta
como critrio. Ele precisa de informaes da rede de estradas e da topografia da mina
como base para seus clculos de rotas.
O modelo de mina mostra a estrutura que o sistema de despacho utiliza para
uma representao da escala de todos os locais e as estradas da mina real e so a base
para muitos dos algoritmos para a otimizao da frota.
Rede de estradas: Representa o modelo geogrfico da mina contido
dentro sistema de despacho. onde so cadastrados, atravs de coordenadas
geogrficas, locais como britadores, frentes de lavra, estoques, depsitos de estril,oficinas, postos de abastecimento e tambm todas as estradas que interligam estes
locais, permitindo localizar os equipamentos pela posio de GPS.
Topografia: Consiste do levantamento topogrfico da rea da mina e sua
insero no sistema de despacho. fundamental para a informao das cotas dos locais
cadastrados na rede de estradas e para utilizao do modelo 3D. A topografia deve ser
constantemente atualizada para se obter maior preciso no funcionamento dosalgoritmos.
A Melhor Rota recalculada toda vez que ocorrer mudanas nas rotas e
topografia da mina.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
36/124
21
2.3.2 Programao Linear (PL)
A programao linear compreende os modelos de programao onde as
variveis so contnuas e todas as expresses apresentam um comportamento linear.
A Programao Linear (PL) o segundo algoritmo da estratgia de otimizao
e recebe as informaes do modelo Melhor Rota (MR), para criar um plano mestre, com
o objetivo de maximizar a produtividade da mina. A programao linear determina o
fluxo ideal de material dos pontos de carga para os pontos de descarga, minimiza o
custo de remanuseio e estocagem, obedecendo a limites de qualidade para cada ponto de
descarga alm de satisfazer as necessidades de alimentao da planta. Esse plano conhecido como soluo da PL e contm circuitos de produo otimizados, que indicam
quais os depsitos que devem fornecer recursos (caminhes vazios) para quais
escavadeiras e suas respectivas taxas de alimentao (toneladas / hora) para cobrir as
escavadeiras. A PL aloca os recursos de transporte para as unidades de carregamento,
baseada em taxas de escavao e carregamento.
A taxa de escavao de um equipamento de carga dependente do tipo decaminho que ela carrega. Uma escavadeira pequena, por exemplo, pode demorar mais
tempo carregando um caminho maior devido maior dificuldade de despejar o
material. A relao de tamanho da caamba versus tamanho do caminho tambm
muito importante e determina o nmero de passes necessrios para encher e liberar o
caminho. A recomendao de no mnimo trs passes e no mximo seis. A PL utiliza
dados histricos para, sempre que possvel, alocar o caminho de tamanho ideal para o
circuito produtivo da escavadeira.
A PL designa um peso para cada circuito identificado como possvel
(restries como barramento de material, rotas fechadas, tornam alguns circuitos
impossveis).
O peso representa a produtividade dos caminhes nos circuitos:
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
37/124
22
Produtividade do circuito cheio = Tamanho do caminho
(escavadeira depsito) Tempo viagem + tempo basculamento
Produtividade do circuito vazio = Tamanho do caminho
(depsito escavadeira) Tempo (viagem + manobra + carregamento)
Aps ordenar e priorizar os trajetos possveis, a PL seleciona as rotas que
geram os circuitos mais produtivos, ou seja, menor tempo de viagem e maior taxa de
carregamento. Esses circuitos mais produtivos so chamados de designaes PL.
A PL faz diversas anlises, verificando as configuraes inseridas no sistema e
busca a taxa mxima de alimentao, sendo limitada pelas diversas restries
operacionais (taxa de escavao, utilizao e limites dos britadores, parmetros de
qualidade, etc.) e pelos recursos de transportes disponveis (nmero de caminhes aptos
e parados).
Alem de determinar as taxas de alimentao dos britadores e depsitos, a PLcalcula o nmero de caminhes necessrios para atingir essas taxas. Esse clculo feito
da seguinte maneira:
Taxa de alimentao X Tempo de viagem
-----------------------------------------------------
Tamanho do caminho
2.3.3 Programao Dinmica (PD)
A programao dinmica uma tcnica de programao desenvolvida para
resolver problemas de decises sequenciais, ou multi estagiadas. Possui propriedades
que podem reduzir significamente o tempo de processamento de alguns algoritmos,
transformando funes exponenciais em funes polinomiais.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
38/124
23
Como regra geral, um problema susceptvel a ser abordado atravs de
programao dinmica, se nele forem identificadas trs caractersticas bsicas:
Ser um problema de deciso que pode ser decomposto em etapas de deciso
distintas;
Em cada etapa da deciso, seja possvel definir o estado da soluo;
Em cada etapa, decide-se para cada estado, qual o estado da etapa seguinte
que oferece melhor retorno para a soluo do problema.
No Dispatch, a Programao Dinmica (PD) o modelo que usa o plano
mestre da Programao Linear (PL) para fazer as designaes dos caminhes em tempo
real, obedecendo aos circuitos e as taxas de alimentao calculadas pela PL.
Na PD, a cada necessidade de alocao, verifica-se para cada uma das
possveis rotas qual ser a melhor opo de alocao. O caminho alocado dever
chegar ao ponto de carga quando o equipamento de carga estiver finalizando o
carregamento de todos os caminhes alocados anteriormente. Caso isso no seja
possvel, o caminho ser alocado para outro equipamento de modo a minimizar o seu
tempo em fila.
A PD designa caminhes, considerando restries como altura de
carregamento, frente fixa, rotas fechadas, ngulo de giro de escavao, entre outros. A
PD congela o cenrio atual da mina e coleta as informaes: localizao e tipo dos
equipamentos, o tempo esperado dos caminhes para fazer sua prxima ao, a posio
de cada escavadeira, os caminhes alocados para cada escavadeira e os respectivos
tempos de manobra e carregamento. Quando um caminho finaliza o basculamento, aPD o designa para um circuito mais produtivo, sempre minimizando as filas e
ociosidade de equipamentos de carga.
A designao dos caminhes vazios pela PD segue o seguinte fluxo:
1. A PD verifica o cenrio atual da mina, e coleta as seguintes informaes:
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
39/124
24
localizao de cada caminho e seu destino inicial;
o tempo esperado do caminho para chegar ao seu destino;
o locale status de cada escavadeira;
os caminhes alocados para cada escavadeira e os respectivos tempos de
manobra e carregamento
2. A PD gera uma lista de circuitos (depsito escavadeira) criados pela PL,
verifica a capacidade do ciclo produtivo e a necessidade de caminhes no circuito.
3. A PD gera tambm uma lista dos caminhes que vo pedir alocaes de
carregamento. Essa lista inclui caminhes cheios se deslocando ou j posicionados nosdepsitos e os caminhes vazios em deslocamento para escavadeiras. O primeiro
caminho nessa lista o que possui o menor tempo esperado para solicitar a alocao de
carregamento.
A figura 7 demonstra a funo de cada algoritmo utilizado pelo sistema de
despacho:
Figura 7Esquema geral simplificado do sistema de despacho na lavra a cu aberto utilizando algoritmos de otimizao
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
40/124
25
2.4 Ciclo de carregamento e transporte
Em minas a cu aberto, as atividades se iniciam com a preparao da rea a ser
lavrada para que ela possa ser perfurada e detonada. Aps a detonao, o equipamento
de carga deslocado para frente de lavra, no local onde a carga foi desmontada, e se
inicia o processo de carregamento. Os caminhes carregados transportam o material at
determinados pontos de descarga: britadores, estoques de minrio e pilhas de estril.
Em seguida so alocados para uma frente de lavra disponvel, onde repetiro as mesmas
operaes. Este processo est ilustrado na figura 8.
Figura 8 - Fluxograma simplificado do ciclo operacional de uma mina a cu aberto
Fonte: Minerao Casa de Pedra (CSN)
O ciclo de um caminho composto pelas seguintes etapas: Deslocamento
vazio, carregamento, deslocamento cheio e basculamento. Entre estas etapas podemos
considerar novos eventos que so chamados de tempos fixos. Os tempos fixos so:
Tempo de fila no carregamento e basculamento, tempo de manobra no carregamento e
basculamento e tempo de carregamento.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
41/124
26
O sistema de despacho direciona os caminhes para os equipamentos de carga
de forma automtica, com a ativao do comando destino feito pelo operador atravs
do computador de bordo alocado no equipamento e a partir desta ao comea a ser
contabilizado o tempo de deslocamento vazio. Ao chegar praa de carregamento
indicada, o operador informa esta ao, novamente no computador de bordo, iniciando a
contagem do tempo de manobra para o carregamento ou tempo de fila (caso haja
alguma caminho em carregamento no momento). Aps a realizao da manobra, no
momento em que se iniciar o processo de carregamento, o operador deve apontar o
incio de carga, desta forma finalizado a contagem do tempo de manobra e se inicia
o tempo de carregamento. Completada a ao de carregamento, o operador do
equipamento de carga deve apontar o fim do carregamento, indicando que o caminhoest carregado e pronto para transportar o material at o local de basculamento. Aps
esta ao, o sistema de despacho aloca este equipamento, de forma automtica, ao ponto
de descarga. A prxima etapa contabilizada o tempo de deslocamento carregado. Ao
chegar no ponto de basculamento, o operador realiza a ltima etapa do ciclo, novamente
a chegada, iniciando a contagem do tempo de basculamento. Ao trmino do
basculamento, o ciclo se reinicia com o comando destino. Este processo est
demonstrado na figura 9.
Figura 9Fluxograma simplificado do ciclo de operao em uma lavra a cu aberto tpica
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
42/124
27
Em resumo, para a realizao completa do ciclo, so necessrios quatro
apontamentos do operador de equipamento de transporte: destino; chegada; incio de
carga e chegada no local de descarga. E um apontamento do operador de equipamento
de carga: fim do carregamento. Estas informaes alimentam um banco de dados, que
atravs de consultas e frmulas especificas, se transformam em indicadores de
desempenho.
importante considerar que os equipamentos de transporte so produtivos
somente quando esto transportando material, ou seja, se deslocando carregados. Os
equipamentos de carga so considerados produtivos quando esto em processo de
carregamento. O perodo de filas e ociosidades so os principais fatores para a perda deprodutividade.
2.5 Avaliao de desempenho
Avaliar apreciar, estimar, criticar ou julgar. Desempenho o comportamento
real do indivduo em face de uma expectativa ou de um padro de comportamento
estabelecido pela organizao.
A avaliao de desempenho tem como principal objetivo diagnosticar e
analisar odesempenho individual e grupal dos funcionrios, promovendo o crescimento
pessoal e profissional, bem como melhor desempenho. Alm disso, fornece
administrao de recursos humanos informaes para tomadas de decises acerca de
salrios, mritos, bonificaes, promoes, demisses, treinamentos e planejamento de
carreira, proporcionando o crescimento e o desenvolvimento do empregado avaliado.A avaliao de desempenho a crtica que deve ser feita na defasagem
existente no comportamento do indivduo entre a expectativa de desempenho definida
com a organizao e o seu desempenho real.
A anlise do gapou da distncia entre o comportamento ideal e o real o
foco essencial da avaliao de desempenho.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desempenhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_de_recursos_humanoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_de_recursos_humanoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Desempenho -
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
43/124
28
As pessoas diferem entre si no que se refere s atitudes, hbitos, prticas,
disposio para realizar as suas atividades, cumprimento de prazos e compromissos,
interesse, assimilao de novas atribuies, posturas diante dos superiores, colegas e
subordinados, zelo pessoal e em uma srie de outros fatores. A avaliao de
desempenho tem por finalidade apreciar, de modo sistemtico e formal, as diferenas
individuais de desempenho na situao de trabalho.
Antoniolli (2003) cita que a necessidade do gerenciamento de desempenho
cada vez mais efetivo tem impulsionado as empresas a desenvolverem formas de
monitorar e avaliar o seu desempenho.
Oliveira e Leal Jnior (2005) afirmam que a ferramenta de avaliao de
desempenho deve propiciar subsdios que permitam comparar diversas bases de
informaes e deve refletir o real diagnstico da situao, possibilitando identificar os
pontos fortes da gesto, bem como os pontos fracos merecedores de maior ateno.
Em virtude da dinmica do mundo de trabalho atual, o sistema homem-
mquina sofre o estresse dos ritmos intensos de modificaes tecnolgicas, mercadoscompetitivos e presses de diferentes origens no ambiente de trabalho (Rasmussen,
1997). Para o operador de hoje, no basta apenas a operao manual de maquinas, mas
a percepo de sinais e a interpretao dos dados gerados pelas interfaces embarcadas.
Alm dos fatores relacionados diretamente ao ser humano, existem fatores
organizacionais que tem forte influncia no desempenho operacional. De acordo com
Rasmussen (1997), as presses internas e as jornadas de trabalho so fatores capazes deinfluenciar o desempenho humano no sistema.
Fatores como recursos computacionais e ferramentas de controle podem
auxiliar o operador a perceber quando suas aes no esto dentro de uma meta
previamente determinada, possibilitando um melhor desenvolvimento individual.
Existem vrios sistemas, ou mtodos, de avaliao de desempenho. De acordo
com Chiavenato (1999), os mtodos mais tradicionais de avaliao de desempenho so:
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
44/124
29
1) Escalas grficas de classificao: o mtodo mais utilizado nas empresas.
Avalia o desempenho por meio de indicadores definidos, graduados atravs da
descrio de desempenho numa variao de ruim a timo. Para cada nvel pode haver
exemplos de comportamentos esperados para facilitar a observao da existncia ou no
do indicador. Permite a elaborao de grficos que facilitaro a avaliao e
acompanhamento do desempenho histrico do avaliado.
2) Escolha e distribuio forada: consiste na avaliao dos indivduos atravs
de frases descritivas de determinado tipo de desempenho em relao s tarefas que lhe
foram atribudas, entre as quais o avaliador forado a escolher a mais adequada para
descrever os comportamentos do avaliado. Este mtodo busca minimizar a subjetividadedo processo de avaliao de desempenho.
3) Pesquisa de campo: baseado na realizao de reunies entre um especialista
em avaliao de desempenho da rea de Recursos Humanos com cada lder, para
avaliao do desempenho de cada um dos subordinados, levantando-se os motivos de tal
desempenho por meio de anlise de fatos e situaes. Este mtodo permite um
diagnstico padronizado do desempenho, minimizando a subjetividade da avaliao.Ainda possibilita o planejamento, conjuntamente com o lder, do desenvolvimento
profissional de cada um.
4) Incidentes crticos: enfoca as atitudes que representam desempenhos
altamente positivos (sucesso), que devem ser realados e estimulados, ou altamente
negativos (fracassos), que devem ser corrigidos atravs de orientao constante. O
mtodo no se preocupa em avaliar as situaes normais. No entanto, para haversucesso na utilizao desse mtodo, necessrio o registro constante dos fatos para que
estes no passem despercebidos.
5) Comparao de pares: tambm conhecida como comparao binria, faz
uma comparao entre o desempenho de dois colaboradores ou entre o desempenho de
um colaborador e sua equipe, podendo fazer o uso de fatores para isso. um processo
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADderhttp://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADder -
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
45/124
30
muito simples e pouco eficiente, mas que se torna muito difcil de ser realizado quanto
maior for o nmero de pessoas avaliadas.
6) Auto-avaliao: a avaliao feita pelo prprio avaliado com relao a sua
performance. O ideal que esse sistema seja utilizado conjuntamente a outros sistemas
para minimizar o fortevis e falta de sinceridade que podem ocorrer.
7) Relatrio de performance: tambm chamada de avaliao por escrito ou
avaliao da experincia, trata-se de uma descrio mais livre acerca das caractersticas
do avaliado, seus pontos fortes, fracos, potencialidades e dimenses de comportamento,
entre outros aspectos. Sua desvantagem est na dificuldade de se combinar ou compararas classificaes atribudas e por isso exige a suplementao de outro mtodo, mais
formal.
8) Avaliao por resultados: um mtodo de avaliao baseado na comparao
entre os resultados previstos e realizados. um mtodo prtico, mas que depende
somente do ponto de vista do supervisor a respeito do desempenho avaliado.
9) Avaliao por objetivos: baseia-se numa avaliao do alcance de objetivos
especficos, mensurveis, alinhados aos objetivos organizacionais e negociados
previamente entre cada colaborador e seu superior. importante ressaltar que durante a
avaliao no devem ser levados em considerao aspectos que no estavam previstos
nos objetivos, ou no tivessem sido comunicados ao empregado. E ainda, deve-se
permitir ao empregado sua auto-avaliao para discusso com seu gestor.
10) Padres de desempenho: tambm chamada de padres de trabalho
quando h estabelecimento de metas somente por parte da organizao, mas que devem
ser comunicadas s pessoas que sero avaliadas.
11) Frases descritivas: trata-se de uma avaliao atravs de comportamentos
descritos como ideais ou negativos. Assim, assinala-se sim quando o comportamento
do operador corresponde ao comportamento descrito, e no quando no corresponde.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vi%C3%A9shttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vi%C3%A9s -
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
46/124
31
diferente do mtodo da Escolha e distribuio forada no sentido da no
obrigatoriedade na escolha das frases.
Para Moscovic (2000), por meio de feedback que uma pessoa pode ser
auxiliada a reconhecer em que precisa melhorar, da necessidade de se adquirir novos
conhecimentos, de desenvolver novas habilidades ou aptides e mesmo esclarecer sobre
atitudes inadequadas que precisam ser modificadas ou extintas. Segundo o autor, o
feedback, seja ele positivo ou negativo, se torna mais eficaz quando aplicado no
momento adequado.
2.6 Simulao
A simulao, segundo Pegden et al. (1990), um processo onde se projeta um
modelo computacional de um sistema real e se realiza experimentos com este modelo
com o propsito de entender seu comportamento e/ou avaliar estratgias para sua
operao. Desta maneira, pode-se entender a simulao como um processo amplo que
engloba no apenas a construo de modelos, mas todo o mtodo experimental que se
segue, buscando: Descrever o comportamento do sistema;
Construir teorias e hipteses considerando as observaes efetuadas;
Usar o modelo para prever o comportamento futuro, isto , os efeitos
produzidos por alteraes no sistema ou nos mtodos empregados em sua
operao.
Os termos "modelos" e "sistemas" so os componentes chave da definio desimulao. Por modelo se entende a representao de um grupo de objetos e idias. Por
outro lado, um sistema um grupo ou coleo de elementos inter-relacionados que
cooperam para executar algum objetivo pr-estabelecido (Pegden, 1990).
Panagiotou (1999) afirma que a simulao uma tcnica aplicvel devido ao
alto desempenho e baixo custo de computadores, da existncia de linguagens
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
47/124
32
sofisticadas que permitem a construo rpida de modelos e da facilidade de mudanas
e atualizaes nos modelos em conseqncia de alteraes nas operaes das minas.
Outra razo para o crescente uso da simulao a rapidez de manipulao e facilidade
de uso.
Segundo Knights e Bonates, (1999), simulao envolve modelar um problema
para tornar possvel experimentar e testar alternativas e formas de ao, propiciando
boas idias sobre esses problemas sem as despesas envolvidas na experimentao em
um sistema real.
De acordo com Maran e Topuz (1988), a simulao envolve a construo deum modelo matemtico que descreve a operao do sistema investigado. O modelo
simulado vrias vezes para determinar o seu comportamento. Em consequncia disso, a
simulao pode ser usada para obter medidas de desempenho para um sistema
complexo atravs de experimentos de amostragem em um modelo matemtico do
sistema.
Como um modelo de simulao pode ser definido como uma representaosimplificada do sistema real, ao se projetar um modelo de simulao, deve-se definir
quanto o modelo de simulao vai se aproximar do sistema real (Knights e Bonates,
1999).
Uma simulao simples prev o desempenho de um sistema de operaes sob
um conjunto especifico de entradas. Como afirma Robinson (2004), a simulao uma
abordagem experimental para a modelagem, assim como uma ferramenta de anlise,pois o usurio entra com os dados (inputs) e o modelo gera alguns cenrios com a
previso dos resultados. Desta maneira, o usurio do modelo continua a explorar
cenrios alternativos at que ele obtenha conhecimento suficiente ou identifique como
melhorar o sistema real. Com isso, ele procura obter um cenrio ideal que o auxiliar na
tomada de decises.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
48/124
33
A utilizao de sistemas de simulao permite rpida avaliao com baixo
custo de uma srie de problemas levantados, sem a necessidade de interferir no sistema
a ser analisado. Segundo Tu e Hucka (1985), a simulao faz o papel de laboratrio ou
planta-piloto em situaes onde a execuo de experincias seria fisicamente
impraticvel ou proibitiva em termos de custos.
De acordo com Sturgul (1995), quando obtemos uma soluo usando simulao
computacional importante entender o significado da soluo, j que um modelo de
simulao no resolve um problema, apenas mostra como um sistema ir operar sob um
conjunto de parmetros.
A simulao tem sido largamente utilizada em: manufatura, manuseio de
materiais, sistemas militares, controle de trfego, treinamento de pilotos e motoristas,
sistemas de planejamento e projeto de minas e vrios sistemas com forte estrutura de
filas.
2.6.1 Utilizao da Simulao nas indstrias minerais
As primeiras aplicaes de simulao em minas ocorreram nos Estados Unidos
e na Europa. Na Europa, os primeiros estudos de simulao em minerao foram no
transporte em minas subterrneas. Rasche e Sturgul (1991) citam que o primeiro estudo
de simulao em minas publicado foi apresentado por Rist (1961). Nesse estudo, foi
determinado o nmero timo de trens numa mina subterrnea.
A partir do final dos anos 80, a utilizao de tcnicas de simulao paraplanejamento e analise de novos projetos de operao em mina, para modificao e
melhoramento dos processos existentes se popularizou. A simulao no um mtodo
de otimizao, mas uma ferramenta que pode ajudar no aperfeioamento de operaes
de qualquer rea especfica das minas.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
49/124
34
Segundo Sturgul (1995), a maioria dos primeiros modelos eram implementados
utilizando a linguagem FORTRAN e, consequentemente, resultavam em modelos
difceis de aplicar s diferentes situaes encontradas nas minas.
Panagiotou (1999) afirma que a simulao tem se estabelecido como a nica
tcnica que pode rodar sistemas de minerao complexos, os quais so de natureza
estocstica, mudam dinamicamente ao longo do tempo e do espao e operam dentro de
um ambiente econmico varivel.
Para Maran e Topuz (1988), a simulao computacional pode ser usada como
uma forma de experimentao e avaliao de problemas de despacho, especialmentequando mtodos analticos na produzem resultados satisfatrios.
Tu e Hucka afirmam que os sistemas de transporte em uma mina a cu aberto
de grande porte so to complexos, que se torna difcil obter resultados quantitativos
pela teoria de filas. Segundo os autores, a simulao computacional provavelmente o
nico mtodo prtico para predizer a performance de um sistema de transporte de
caminhes sob controle do despacho computadorizado.
Para Panagiotou (1999), a utilizao de computadores de alto desempenho
aliado a linguagens de simulao/modelagem que permitem a construo rpida de
modelos e facilitam as alteraes, tem tornado a simulao uma importante ferramenta
na minerao.
De acordo com Knights e Bonates (1999), modelos discretos de simulaopodem ser aplicados para estimar variveis de produo durante as fases de estudo de
viabilidade e planejamento de projetos e avaliar estratgias alternativas de operao em
mineraes.
A simulao tem sido usada como uma ferramenta para responder uma srie de
questes, como: (o que acontece... se?), visando avaliar alternativas antes da construo
ou modificao do sistema atual, testar o comportamento de diferentes tticas
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
50/124
35
operacionais e prever o desempenho econmico e operacional de diversas estratgias
Panagiotou (1999).
Tu e Hucka (1985) desenvolveram um modelo de simulao para analisar a
performance de operao de carga e transporte em uma mina a cu aberto. Alm de
permitir a analise das operaes dos equipamentos, o modelo pode ser usado para
avaliar diferentes cenrios de redes de transporte na fase de planejamento. Eles usaram
a linguagem de simulao SLAM (Simulation Language for Alternative Modeling). No
modelo em questo, os caminhes foram considerados as entidades e os equipamentos
de carga, os recursos. Os resultados da simulao indicaram que o uso do despacho
computadorizado podia gerar uma reduo de 2 a 3% no tamanho total da frotanecessria.
Ezawa e Silva (1995) utilizaram a simulao para a concepo, validao e
implantao do sistema de alocao dinmica de caminhes na Mina do Pico
(Itabirito/MG), onde todos os testes preliminares foram realizados nos prottipos e no
com o sistema em operao. Eles afirmam que a simulao foi importante para se
levantar problemas operacionais do sistema e corrigi-los antes da implantao,proporcionando rpida assimilao da nova tecnologia pelos envolvidos.
Knights e Bonates (1999) analisaram algumas aplicaes de simulao na
indstria mineral na Amrica do Sul. Eles citaram exemplos de uso da simulao em
Minas Gerais, Bahia, Gois e outros estados brasileiros, alm de outros pases da
Amrica do Sul. Para eles, o uso da simulao no continente parece estar restrito s
universidades e grandes companhias mineradoras.
Merschmann (2002) desenvolveu um sistema de otimizao e simulao para
anlise de cenrios de produo em minas a cu aberto, o OTISIMIN. De forma
semelhante ao SIMIN, o OTISIMIN foi desenvolvido em Delphi, com base no DCA e
no mtodo das trs fases. Esse sistema dividido em dois mdulos:
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
51/124
36
a. Otimizao: Trabalha com programao linear e utiliza o software de
otimizao LINDO.
b. Simulao.
etin (2004) desenvolveu um modelo para simular o despacho e produo de
uma mina a cu aberto de mdio porte, com o intuito de analisar e comparar regras
heursticas de despacho de caminhes. Os resultados das analises estatsticas mostraram
que os efeitos das regras bsicas de despacho no so significativos para a performance
do sistema.
A partir dos anos 90, o interesse no uso de simulao a eventos discretos emminas a cu aberto e subterrneas aumentou consideravelmente. Atravs da simulao e
da animao pode-se chegar a um novo patamar no estudo da engenharia de minas.
-
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
52/124
37
CAPTULO 3
Estudo de caso Mina Casa de Pedra
As metodologias desenvolvidas neste trabalho foram aplicadas utilizando
informaes reais da mina Casa de Pedra. Sero abordados os materiais e as
metodologias utilizadas no processo de classificao dos operadores de carga e
transporte, bem como suas particularidades. Os operadores foram classificados de
acordo com o tipo de equipamento (transporte e carga), aps ser apresentada ametodologia de classificao e a anlise estatstica dos dados.
3.1 - Materiais e mtodos
A empresa dispe de um sistema de controle de trfego que monitora todos os
equipamentos de carga e transporte. Sua principal funo o gerenciamento da mina
com objetivo de otimizar a operao de lavra e maximizar a produtividade geral damina, desta forma, reduzindo custos operacionais.
O sistema recebe dados em tempo real, atravs de informaes via rede
wireless, utilizao de GPS e utilizao do computador de bordo embarcado em cada
equipamento.
3.1.1 Rede de telecomunicaes
A rede de telecomunicaes via wireless refere-se a transmisso de dados via
passagem area sem a necessidade do uso de cabossejam eles telefnicos coaxiais ou
pticos por meio de equipamentos que usamradiofrequncia (comunicao via ondas
de rdio). A rede utilizada na mina denominada Masterlink e proporciona taxas de
transmisso de dados em banda larga de 11 a 54 Mb/s. A rede composta por
hardwares de processamento e converso de dados, antenas repetidoras mveis,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radiofrequ%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Radiofrequ%C3%AAncia -
7/25/2019 DISSERTAO_AnliseDesempenhoOperadores
53/1