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Dissertação de Mestrado – PPGG/UFRN

ÍNDICE

DEDICATÓRIA

LISTA DE FOTOS E FIGURAS………………………………………………………………...i

RESUMO………………………………………………………………………..………….……iii

ABSTRACT……………………………………………………………………………………...iv

AGRADECIMENTOS………………………………………...………………………………...v

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1

I. 1 - APRESENTAÇÃO.............................................................................................................. 1I. 2 – SÍNTESE SOBRE O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA PALEONTOLÓGICA NO RIO GRANDE DO

NORTE .................................................................................................................................... 2I. 3 – OBJETIVOS ..................................................................................................................... 4

CAPÍTULO II - MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 5

II. 1 - MATERIAL..................................................................................................................... 5II. 2 - METODOLOGIA.............................................................................................................. 6

a) Campo ........................................................................................................................ 6

b) Laboratório ................................................................................................................ 7

CAPÍTULO IV – CARACTERIZAÇÃO DOS DEPÓSITOS .............................................. 15

V. 1 – FAMÍLIA CAMELIDAE GRAY, 1821 .............................................................................. 21V. 2 – FAMÍLIA CERVIDAE GRAY, 1821................................................................................. 21V. 3 – FAMÍLIA FELIDAE GRAY, 1821.................................................................................... 21V. 4 – FAMÍLIA CANIDAE GRAY, 1821................................................................................... 22V. 5 – FAMÍLIA MEGATHERIIDAE OWEN, 1843 ...................................................................... 22V. 6 – FAMÍLIA MYLODONTIDAE AMEGHINO, 1889 ............................................................... 23V. 7 – FAMÍLIA GLYPTODONTIDAE BURMEISTER, 1879.......................................................... 23V. 8 – FAMÍLIA DASYPODIDAE BONAPARTE, 1838 ................................................................. 24V.9 – FAMÍLIA MACRAUCHENIIDAE GILL, 1872..................................................................... 24V. 10 – FAMÍLIA TOXODONTIDAE GERVAIS, 1847.................................................................. 25V. 11 – FAMÍLIA GOMPHOTHERIIDAE CABRERA, 1929 ........................................................... 25V. 12 – FAMÍLIA EQUIDAE GRAY, 1821................................................................................. 25V. 13 – FAMÍLIA HYDROCHOERIDAE GILL, 1872.................................................................... 26

VI – ASSOCIAÇÕES FOSSILÍFERAS ................................................................................ 27

VI. 1 – FAZENDA DOIS ALTOS, ANTÔNIO MARTINS ............................................................... 27VI. 1.1 -Associação Fossilífera ......................................................................................... 27

VI. 2 – IPUEIRA, MUNICÍPIO DE BARCELONA .......................................................................... 28VI.2.1 – Associação Fossilífera......................................................................................... 28

VI. 3 – ACAUÃ, RUI BARBOSA .............................................................................................. 29VI. 3.1 - Associação fossilífera ......................................................................................... 32

VI. 4 – LAJEDO DE SOLEDADE, APODI ................................................................................... 32VI. 4.1 - Associação Faunística ........................................................................................ 33

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CAPÍTULO VII – CONSIDERAÇÕES TAFONÔMICAS E PALEOECOLÓGICAS ...... 47

CAPÍTULO VIII – CONCLUSÕES...................................................................................... 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 63

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

I. 1 - APRESENTAÇÃO

Este trabalho é requisito obrigatório para obtenção do título de Mestre no

Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica do Centro de Ciências Exatas

e da Terra - CCET da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. O objeto

de estudo deste trabalho são depósitos fossilíferos denominados genericamente de

tanques, de ampla ocorrência no nordeste brasileiro e em uma ravina desenvolvida em

relevo cárstico. Foram estudados ossos de mamíferos de idade pleistocênica encontrados

nestes depósitos durante trabalhos de campo, ou cedidos de coleções sob guarda

particular, além de fósseis já depositados na coleção do Museu Câmara Cascudo, desta

Universidade. A dissertação consiste do registro de novas localidades fossilíferas, da

ocorrência de novos taxons no Estado do Rio Grande do Norte, da contextualização

geológica das áreas destas ocorrências, da identificação e caracterização das famílias

presentes, como também dos tipos de fossilização e estado de conservação. É apresentada

uma discussão sobre a associação fossilífera em cada depósito, enfocando aspectos

tafonômicos e realizada uma análise comparativa entre os taxa presentes nos diferentes

jazigos.

Empregou-se, tentativamente, o equipamento geofísico Radar de Penetração no

Solo - GPR (Ground Radar Penetration), em um tanque da localidade Acauã, município

de Rui Barbosa, com a finalidade de propor rotineiramente sua aplicação como uma

ferramenta em investigações de depósitos fossilíferos. O equipamento utiliza ondas de

rádio para localizar estruturas e feições geológicas rasas em subsuperfície. Tem sido

empregado nos vários campos da geologia, planejamento urbano, em atividades militares,

ações forênsicas e em pesquisa arqueológica (Porsani, 2001). A importância da aplicação

desse método em paleontologia está relacionada ao fato de constituir uma técnica

exploratória, não invasiva, que permite detectar a geometria de corpos sedimentares em

subsuperfície.

Também foram confeccionadas e descritas lâminas delgadas, como elemento

auxiliar a identificação do processo e estágio de fossilização presente nos ossos, bem

como na caracterização dos minerais envolvidos. Foi dada maior ênfase aos aspectos

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sistemáticos e identificação morfológica de peças. Tem-se observado recentemente,

especialmente entre pesquisadores argentinos, a valorização dos aspectos

paleoambientais, bioestratigráficos e bioestratinômicos (Toni & Fidalgo, 1978, 1982;

Ubilla, 1985; Ubilla & Martinez, 1987). Partindo da necessidade e importância dessa

nova abordagem, Toni & Quiroga (1987) definiram categorias de bioestratigrafia

mamiferiana como: Fauna local, Unidade mamífero e Idade mamífero. Destas, o termo

fauna local, que segundo definição de Toni & Quiroga (1987: p.127)... Está constituída

por todas las especies de mamíferos recolectados en determinados puntos de un

yacimiento y en determinados niveles de la colunna estratigráfica... começa a ser

empregado no Brasil, em pesquisas voltadas para essa forma dinâmica de analisar e

integrar os dados (Cartelle,1995; Bergqvist et al,1997). Neste trabalho, o termo não foi

empregado, pois os espécimes foram tratados apenas na categoria de família, optando-se,

portanto, por abordá-los como associação faunística.

I. 2 – SÍNTESE SOBRE O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA PALEOMASTOZOOLÓGICA

NO RIO GRANDE DO NORTE

O estudo dos fósseis pleistocênicos no Rio Grande do Norte teve início com

Moraes (1924), quando este registrou a ocorrência de megafauna também em outros

estados nordestinos. O autor fez o registro de localidades fossilíferas e, tentativamente, a

identificação da fauna presente nos “tanques”, apresentando breves comentários sobre

esses depósitos. Sem dúvida, este trabalho ainda constitui base para investigações mais

apuradas. Conforme palavras do autor, o objetivo de sua abordagem foi “preparar o

caminho para estudiosos e especialistas que queiram se interessar pela matéria, ao

mesmo tempo que deixámos entrevêr a importância do assumpto” (Morais,

1924:p.56).Carvalho et al. (1966) desenvolveram pesquisa paleontológica em tanques da

Fazenda Lágea Formosa, em São Rafael/RN, apresentando um relatório preliminar onde

constam descrições de seqüências sedimentares, identificadas nos depósitos. Neste

relatório apresentaram considerações sobre o processo de fossilização evidenciado nos

ossos e sobre os vestígios arqueológicos associados. Campos e Silva (1966) também fez

referências a aspectos paleontológicos de vertebrados do Rio Grande do Norte. Carvalho

(1968) teceu considerações sobre a fauna do Lagedo da Escada, Baraúna, apresentando

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uma associação composta por Rodentia, Edentata, Marsupialia, Proboscidea,

Perissodactyla, Carnivora e Reptilia. Carvalho et al. (1969) apresentaram uma

amostragem geral das descobertas paleontológicas no estado ressaltando a presença de

invertebrados quaternários. Sem dúvida, os trabalhos de Carvalho (1968) e Carvalho et

al. (1969) representam um marco nas pesquisas paleontológicas no Rio Grande do Norte.

Também foi significativa a pesquisa de Souza-Cunha (1966), onde fez um relato sobre o

Pleistoceno no Estado, relacionando ocorrências e localizações de fósseis.

A década de 80 foi a mais produtiva quanto ao estudo da paleontologia no Rio

Grande do Norte. Oliveira et al. (1982) registraram a primeira ocorrência de

Parapanochthus jaguaribensis, cujo gênero revisto por Bergqvist (1989), foi considerado

sinônimo do gênero Panochthus. Oliveira et al. (1985) apresentaram uma síntese das

ocorrências de Haplomastodon waringi e novos registros foram feitos no município de

Nova Cruz por Oliveira & Damasceno (1987).

Santos et al. (1989), fizeram breves descrições dos taxons Edentata, Proboscidea e

Notoungulata ocorrentes no município de Alexandria. Oliveira et al. (1984) registraram

uma nova ocorrência de Panochthus greslebini na localidade Lagoa do Santos, em

Currais Novos. Oliveira & Hackspacher (1989) traçaram fotolineações a partir da

interpretação de dados estruturais e trataram dos processos de sedimentação, da gênese e

idade dos tanques fossilíferos no município de São Rafael.

Com o intuito de experimentar novas técnicas em escavações paleontológicas,

Oliveira et al. (1989) aplicaram métodos geofísicos de eletroresistividade e sísmica rasa

de refração, os quais já haviam sido empregados em investigações arqueológicas

anteriores. Neste trabalho foi possível determinar a geometria de tanques na Fazenda

Capim Grosso, São Rafael, direcionando a abertura de trincheiras para os locais mais

profundos e com maior possibilidade fossilífera. Neste momento, foi reconhecida uma

associação faunística composta por Haplomastodon waringi, Eremotherium laurillardi,

Glossotherium (?), Toxodon, Palaeolama major e Macraucheniidae, atribuída, à época,

com reservas, a Xenorhinotherium bahiense.

Porpino e Santos (1997) registraram a presença de Xenorhinotherium, Glyptodon,

Eremotherium, Toxodon, Panochthus e Palaeolama, em Lagoa do Santos, Currais Novos.

Porpino et al. (1998), notificaram a primeira ocorrência de canídeo fóssil, em Lágea

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Formosa, São Rafael. Porpino (1999) caracterizou as famílias Dasypodidea e

Glyptodontidae e descreveu a morfologia de peças dos taxa Panochthus greslebini,

Panochthus jaguaribensis, Panochthus sp, Glyptodon clavipes e Propraopus sp, além de

tecer breves considerações paleoecológicas e paleoambientais.

I. 3 – OBJETIVOS

Tomando como base as considerações anteriormente feitas, observa-se a

necessidade de abordagens complementares nos estudos paleontológicos realizados no

Rio Grande do Norte, razão pela qual optou-se por desenvolver, neste trabalho, os

seguintes objetivos:

→ Contribuir para o conhecimento geológico e paleontológico de depósitos

pleistocênicos no Estado do Rio Grande do Norte;

→ Identificar as associações fossilíferas presentes nos depósitos estudados;

→ Observar aspectos tafonômicos que possam auxiliar na interpretação da história

deposicional do material;

→ Identificar o processo de fossilização presente nos ossos com base na

interpretação de lâminas delgadas.

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CAPÍTULO II - MATERIAL E MÉTODOS

II. 1 - MATERIAL

Os fósseis estudados nesta dissertação resultam de diferentes origens geográficas:

1 - material coletado durante o trabalho de campo desenvolvido em 1993, no Lajedo de

Soledade, no município de Apodi, pela equipe de paleontólogos da UFRN, tendo como

finalidade reunir acervo para a montagem de um museu naquela localidade;

2 - de escavações efetuadas na localidade Acauã, município de Rui Barbosa, dentro do

projeto Megafauna Potiguar, em 1998 e 1999, desenvolvido pela equipe de Paleontologia

do Museu Câmara Cascudo, com apoio da PPPg/UFRN;

3 - material coletado por operários de frente de trabalho em período de estiagem, no

município de Barcelona, na localidade Ipueira, e enviado ao Museu Câmara Cascudo; e

fósseis coletados na fazenda Dois Altos, município de Antônio Martins, sob a guarda do

Sr. Júnior Marcelino, no município de Martins.

A escolha do material procedente destas localidades deveu-se ao fato do mesmo já

está coletado e também por constituir importantes associações fossilíferas, permitindo o

registro de novas ocorrências no Rio Grande do Norte.

As peças da coleção do Museu Câmara Cascudo são listadas junto à associação

fossilífera e cada número acrescido da letra v (vertebrados). Os outros fósseis estudados

serão apenas nomeados, pois ainda não possuem número de tombamento, uma vez que a

situação do material está em fase de definição e/ou de reestruturação, como é o caso

daqueles coletados em Antônio Martins e Lajedo de Soledade, respectivamente.

A representação óssea é bem diversificada, predominando elementos pós-

cranianos. Ossos de pé, de mão e alguns dentes, estes últimos são os que se apresentam

em melhor estado de conservação. Vértebras, via de regra, estão representadas por corpos

e fragmentos de suas apófises. Ossos cranianos de Gomphotheriidae e Megatheriidae,

bem conservados, estão entre os fósseis coletados na Fazenda Dois Altos e em Barcelona.

Em Rui Barbosa, foi coletado um ramo mandibular de Toxodontidae. Em nenhum dos

depósitos relatados aqui foram coletados fragmentos de carapaça de Edentata Cingulata.

Destes, apenas alguns osteodermos e fragmentos foram reconhecidos.

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II. 2 - METODOLOGIA

a) Campo

Considerando que a maior parte dos fósseis estudados nessa dissertação já havia

sido coletada, em momentos e condições diferentes, foram necessárias algumas

expedições de campo para reconhecimento in situ de depósitos e coleta de informações

complementares.

A coleta de material, sob nossa responsabilidade, obedeceu, na medida do

possível, aos critérios propostos por Mendes (1988), os quais levam em consideração

fatores como características do afloramento, natureza da rocha fossilífera, resistência e

distribuição espacial dos fósseis. Como esses fatores não são comuns em todos os

afloramentos, foi necessário estabelecer estratégias de coleta para cada caso.

No Lajedo de Soledade, os fósseis foram coletados na parte mais profunda e

estreita da ravina, utilizando-se picaretas e pás. Todo o sedimento foi peneirado (fração

areia muito grossa), o que permitiu a recuperação de pequenas peças, fragmentos de

pequenos dentes e inúmeros fragmentos ósseos não identificáveis.

Em Rui Barbosa, localidade Acauã, foram medidas as dimensões do tanque

(forma, profundidade estimada, preenchimento sedimentar e possíveis associações com

outros depósitos). Após o reconhecimento das áreas que já haviam sido escavadas pelo

proprietário, decidiu-se por ampliar trincheiras nestes locais, que coincidem com as

partes mais profundas do depósito. Com a escavação foi possível reconhecer um

horizonte fossilífero, constituído por uma brecha óssea, bastante litificada. Para a coleta

de algumas peças desta brecha, sem perdas significativas, foi necessário o envolvimento

da peça a ser retirada por uma bandagem à base de gesso, reforçado com estopas e/ou

papel absorvente de baixa qualidade. Em algumas situações optou-se por conduzir o

bloco para ser trabalhado em laboratório. Também se coletou material disperso

aleatoriamente, no sedimento dentro do tanque e no rejeito das escavações anteriores.

Numa etapa posterior, nesse mesmo tanque, foram realizadas sondagens geofísicas

com o GPR (modelo SIR SYSTEM-2), com antenas de 80 e de 200 MHz, por se tratar de

uma investigação rasa e também por não se conhecerem plenamente as condições

elétricas do ambiente. A propagação do sinal eletromagnético depende da frequência do

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sinal transmitido e das propriedades elétricas dos materiais (condutividade elétrica,

permissividade dielétrica e permeabilidade magnética) As ondas de radar refletidas e

difratadas em subsuperfície são recebidas através de uma antena, receptora, colocada na

superfície do terreno. A energia refletida é registrada em função do tempo de percurso

(tempo duplo), que é amplificada, digitalizada e gravada no disco rígido de um

computador, portátil, deixando os dados prontos para o processamento posterior que se

fizer necessário (Porsani, 2001).

b) Laboratório

Preparação – No geral, os fósseis são bem conservados. Os casos em que se

apresentam muito fragmentados devem ser atribuídos, principalmente, ao procedimento

de coleta. Não necessitaram de cuidados especiais, a não ser para a retirada de peças

significativas de uma brecha óssea, procedente de Acauã. Neste caso, foram utilizados

brocas, ponteiras e pequenos martelos e fez-se uso de cola branca, lavável, pura e/ou

diluída em água, de acordo com a necessidade da peça. Na maioria das vezes, esse

simples procedimento foi suficiente para proteger os ossos.

Identificação – Foi feita ao nível de família, com base em bibliografia específica e

comparação com peças da coleção paleontológica e de anatomia comparativa do Museu

Câmara Cascudo e do Departamento de Geologia, ambos da UFRN. Esta etapa permitiu o

reconhecimento de novos taxons no Rio Grande do Norte, os quais deverão,

posteriormente, constituir objeto de estudo em artigos específicos.

Lâminas – Foram confeccionadas lâminas delgadas de ossos fósseis do Lajedo de

Soledade e do tanque de Rui Barbosa, para complementar informações sobre os

processos e estágios de fossilização das peças coletadas. Para confecção das lâminas

delgadas dos ossos foram seguidos os mesmos procedimentos usuais na preparação de

lâminas de rochas, ou seja: corte, colagem com araldite cy 248 e catalisador HY951,

impregnação com álcool PA e azul de oracet. Este corante foi fundamental para

visualização de porosidade. Na seqüência, as lâminas delgadas passaram por desbastes

com abrasivos de carbeto de silício.

GPR – Os dados coletados por este método e analisados em laboratório, não

apresentaram resultados satisfatórios, fato atribuído a presença de material argiloso

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saturado em água, o que constituiu obstáculo à penetratividade das ondas

eletromagnéticas. Esta blindagem impediu a visualização das camadas sedimentares

internas do Tanque de Rui Barbosa como mostra o radargrama da figura 2.1. Entretanto,

consideramos o método promissor para estudos semelhantes onde os sedimentos dos

tanques não estejam saturados em água.

Ilustrações – As ilustrações constantes neste trabalho foram feitas a partir de

figuras e fotografias digitalizadas e editadas no CorelDraw 9 e Corel Photo-Paint 9. As

peças serão apresentadas em forma de prancha, e apenas as mais expressivas, em termos

morfológicos, serão figuradas.

Catalogação – Novas peças, procedentes de Acauã, Ipueira, e alguns exemplares

de Antônio Martins, foram acrescidas ao livro de tombo do Museu Câmara Cascudo. Para

aquelas de Lajedo de Soledade e as demais de Antônio Martins, fez-se recomendações

junto aos responsáveis para a necessidade de implantação de livro de tombamento e

registro oficial das peças, o que caracteriza uma coleção.

Figura 2.1 – Radargrama obtido na localidade Acauã/Rui Barbosa, com antena de 200 MHz. Em função

da alta condutividade do solo (argila úmida) não foi possível observar a presença de camadas.

6150

5125

4100

375

250

000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

25 Profundidade(m

)atv=0,08m

/sTe

mpo

(ns)

Distância (m)

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CAPÍTULO III – GEOLOGIA REGIONAL

Os depósitos fossilíferos estudados ocorrem nos municípios de Antônio Martins,

Barcelona, Rui Barbosa e Apodi, estando os três primeiros inseridos na Faixa Seridó e o

último no extremo oeste da Bacia Potiguar (figura 3.1).

A Faixa Seridó, região nordeste da Província Borborema, segundo Jardim de Sá

(1984), compreende uma sequência de rochas supracrustais (metasedimentos e

metavulcânicas) metamorfisadas em fácies xisto verde a anfibolito, denominada Grupo

Seridó, de idade paleoproterozóica, repousando sobre o embasamento de idade

paleoproterozóica a arqueana (Complexo Caicó). Hackspacher et al. (1990), Legrand et

al., (1991), Souza et al. (1993), indicam que o embasamento é formado principalmente

por uma sequência magmática diferenciada de idade transamazônica, apesar de se

referirem à existência de núcleos arqueanos.

A delimitação da Faixa Seridó segundo Jardim de Sá (1994), se dá à oeste pela

zona de cisalhamento de Portalegre, a sul pela zona de cisalhamento de Patos enquanto a

leste e norte é coberta pelas bacias sedimentares da margem atlântica.

No complexo Caicó, Jardim de Sá (1984) reconhece dois tipos litoestratigráficos,

sendo um deles correspondente a uma sequência de origem vulcanossedimentar,

incluindo gnaisses variados, anfibolitos, calciossilicatos, formações ferríferas e a outra

formada por uma associação de gnaisses ortoderivados, intrudidos concordantemente

com as supracrustais da primeira associação ou truncando uma estrutura mais antiga.

A subdivisão para as supracrustais do Grupo Seridó de acordo com Jardim de Sá

(1984), é a seguinte:

Formação Jucurutu – unidade inferior, constituída de paragnaisses quartzo-

feldspático, pouca biotita ± muscovita ± epidoto, com pouco plagioclásio mais abundante

que K-feldspato, porém com quartzo dominante na rocha. Alternando com estes, há em

escala métrica, anfibolitos, mármores, quartzitos, micaxistos, calciossilicáticas e

formações ferríferas.

Formação Equador - constituída principalmente de quartzitos e

metaconglomerados. Os gnaisses, micaxistos, mármores e calciossilicatos são restritos ao

topo dessa formação ou pertencentes à base da Formação Seridó.

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Formação Seridó - dominada por micaxistos, quartzitos, mármores, anfibolitos e

calciossilicáticas subordinadas. Em setores de baixo grau metamórfico se distinguem

feições primárias como estratificação gradacional silte-argila e, mais raramente,

estratificação convoluta.

Duas associações de rochas granitóides intrusivas nos metassedimentos são

descritas por Jardim de Sá (1994). A geração mais jovem corresponde aos granitóides

brasilianos, sendo estes contemporâneos às estruturas transcorrentes da fase D3,

designadas de G3. Este plutonismo é representado por diversos batólitos, stocks e diques

com características geológicas e geoquímicas distintas. Várias classificações foram

propostas para estes granitóides e, mais recentemente, Nascimento et al. (2000),

propuseram uma nomenclatura de acordo com a afinidade magmática, caracterizando

cinco suítes para estas rochas: shoshonítica, cálcio alcalina k porfirítica, cálcio alcalina k

equigranular, alcalina e alcalina charnoquítica. Estes plútons truncam sistematicamente o

fabric tangencial (S1-S2) nos metassedimentos e no Complexo Caicó. Entretanto, o fabric

S2, encontra-se impresso num conjunto de metaplutônicas mais antigas, denominada

associação G2, dominada por augen gnaisses graníticos, com tipos subordinados de

composição granodiorítica-tonalítica, leucograníticos e pegmatitos.

A evolução tectono-metamórfica da Faixa Seridó, segundo Jardim de Sá (1984),

obedece a seguinte cronologia: Arqueano – embasamento gnáissico formado por

deposição de sequências vulcanossedimentares, intrusões graníticas a tonalíticas, onde

muitas características foram mascaradas pelo retrabalhamento ocorrido no Proterozóico;

Paleoproterozóico – há a deposição das supracrustais do Grupo Seridó, com as

Formações Jucurutu e Equador, pré-orogênicas, culminando com a deposição sin-

orogênica da Formação Seridó; No Ciclo Transamazônico, há deformação da sequência

Seridó e seu embasamento, cujo metamorfismo variou de fácies xisto verde a anfibolito,

com migmatização e intrusão de corpos graníticos; No Neoproterozóico/Ciclo Brasiliano,

há um processo de orogênese e levantamento regional, predominando num primeiro

momento, condições de fácies xisto verde a anfibolito.

Dados geocronológicos permitiram Jardim de Sá (1994) descartar o referido

embasamento Arqueano, admitindo ser este formado por um importante episódio de

acresção crustal. Entretanto, Dantas et al. (1987) identificaram núcleos de rochas

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arqueanas, no maciço de São José de Campestre, que datado pelo método U/PB,

indicaram idade de 3,45 Ga. Souza et al. (1999) sugeriram para este mesmo núcleo

Arqueano, idade mínima de 3,2 Ga.

A Bacia Potiguar, situada quase totalmente no Rio Grande do Norte, tem apenas

uma pequena porção no Estado do Ceará. É a mais oriental das bacias da margem

equatorial e sua origem, tal qual as outras bacias neocomianas intracontinentais do

Sistema de Riftes do Nordeste Brasileiro, está relacionada a abertura do atlântico sul

(Matos, 1987 apud Bertani, 1990; Bertani et al.,1990). É limitada a noroeste pela Bacia

do Ceará e a leste pela Bacia de Pernambuco-Paraíba, tendo 40% de sua extensão

submersa (Araripe e Feijó, 1994).

Sua importância deve-se a potencialidade petrolífera, o que levou ao avanço de

pesquisas e o maior entendimento de unidades estratigráficas, especialmente, aquelas não

conhecidas em afloramentos (Araripe e Feijó, 1994).

De acordo com Bertani et al. (1990), o arcabouço estrutural da Bacia Potiguar

apresenta três sequências assim constituídas: grabens, altos internos e plataformas do

embasamento. Os grabens são preenchidos por sedimentos do Cretáceo Inferior; os altos

internos, constituídos por faixas do embasamento (gnaisses, migmatitos ou xistos), não

apresentam seqüência do Cretáceo Inferior, por não ter havido deposição ou por ter sido

erodida; nas plataformas do embasamento, encontram-se rochas sedimentares na parte

terrestre, cuja deposição foi atribuída ao Aptiano e Cretáceo Superior, enquanto rochas

sedimentares de idade terciária recobrem a porção marinha.

A proposta de Matos (1987 apud Bertani et al., 1990), para a origem dos riftes

intracontinentais da Província Borborema, está relacionada ao processo de estiramento e

afinamento crustal, quando da fragmentação do Gondwana.

O desenvolvimento tectono-sedimentar da bacia pode ser identificado em três

fases distintas: Estágio Rifte – quando se desenvolveram falhas que resultaram no

surgimento de grabens onde se instalaram lagos pouco profundos. Os sedimentos deste

estágio foram depositados em sistemas flúvio-lacustres; Estágio Transicional – a

subsidência conseqüente ao resfriamento da crosta proporcionou a instalação de sistemas

de baixa energia resultando na deposição de abundantes folhelhos e carbonatos lagunares

durante o Neoaptiano, correspondem a Formação Alagamar; Estágio Drifte – neste

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estágio foram depositadas duas sequências: a primeira é uma unidade transgressiva,

representada pelas Formações Açu, Jandaíra, Ponta do Mel e Membro Quebradas da

Formação Ubarana, enquanto a segunda, regressiva, corresponde às Formações Tibau,

Guamaré e Ubarana (Bertani et al., 1990).

O Cenozóico da Bacia Potiguar é representado, principalmente por depósitos de

idade Terciário, constituídos por rochas vulcânicas da Formação Macau, por rochas

siliclásticas da Formação Barreiras e por sedimentos quaternários de praia e aluviões

(Menezes, 1999).

A Formação Barreiras, a mais expressiva, ocorre na faixa litorânea, sendo

composta por depósitos arenosos a areno-argilosos ou conglomeráticos de cores variadas

(Menezes, 1999). A deposição, segundo Araripe e Feijó (1994), ocorreu durante o

Mioceno, inserida numa sequência regressiva iniciada no Cretáceo, quando também se

depositaram as rochas equivalentes as formações Tibau, Guamaré e Ubarana. Foi

inicialmente denominado de Grupo Barreiras por Branner (1902 in Campos e Silva,

1969), e há várias décadas tem constituído campo de estudo para diversos pesquisadores,

empenhados na melhor definição de suas unidades litológicas (Moraes, 1924; Bigarella &

Andrade, 1964; Campos e Silva, 1965; Mabesoone et al., 1972). Numa avaliação das

proposições anteriores e considerando as dificuldades de correlação regional, Alheiros et

al. (1988) e Mabesoone (1994) recomendam a denominação Formação Barreiras para

designar os sedimentos terciários e quaternários da faixa costeira do Rio Grande do

Norte, mantendo a denominação Formação Serra dos Martins para as rochas correlatas,

que capeiam serras no interior do estado (Serra de Martins, Serra de Portalegre e Serra de

Santana). A detalhada descrição de fácies dos litótipos da Formação Serra dos Martins

por Menezes & Lima Filho (1997), levou estes autores a corroborarem a origem fluvial

desse depósito e permitiu inferir um sistema fluvial entrelaçado a meandrante grosso.

Os últimos registros cenozóicos são representados por sedimentos e rochas

depositados no Quaternário em ambientes continental ou transicional. O transicional (ou

costeiro) é conhecido principalmente por depósitos deltáicos, beach rocks e por eólicos,

em plena dinâmica no Holoceno (Menezes, 1999). Vários pesquisadores têm-se dedicado

ao conhecimento da dinâmica e evolução desses depósitos. Beachrocks foram estudados

e reconhecidos como indicadores de variação do nível do mar (Lima Filho et al., 1995;

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Bezerra et al. 1998), e sedimentos eólicos datados por termoluminescência (Lima Filho et

al., 1995). Sedimentos superficiais das lagunas de Guaraíras e Papeba foram estudados

por Carvalho (1978) e Carvalho (1982). Recentemente, Melo (2000) desenvolveu

pesquisa nesse complexo lagunar e região costeira adjacente, visando o conhecimento

estratigráfico e as relações da dinâmica costeira nos processos de sedimentação. No

Quaternário continental têm-se depósitos de leques aluviais, fluviais e lacustres. Muitos

depósitos têm sido considerados “formações”, mas na verdade não apresentam definição

de litologia, do conteúdo fossilífero, de limites, de seção-tipo e idade o que torna

impossível o mapeamento (Macedo et al., 1987). Estes autores sugerem a supressão desse

termo, com referência a depósitos com estas características. No tocante aos tanques, que

a literatura mais antiga trata como “Formação das Cacimbas”, ou apenas “Cacimbas”,

Oliveira (1987) discutiu a impropriedade do uso do termo “Formação”, para esses

pequenos reservatórios naturais, conhecidos na literatura geo-paleontológica pela

possibilidade de conterem restos da megafauna pleistocênica.

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CAPÍTULO IV – CARACTERIZAÇÃO DOS DEPÓSITOS

Os jazigos fossilíferos abordados neste trabalho são de dois tipos: tanques e

ravinas. Os primeiros são amplamente distribuídos no nordeste brasileiro enquanto as

ravinas são mais restritas, associadas a ocorrências de rochas carbonáticas da Formação

Jandaira. É aqui realizada a primeira descrição de uma ravina como depósito fossilífero

no Rio Grande do Norte.

Tanques - são depressões naturais produzidas pela erosão ao longo de fraturas

desenvolvidas em rochas do embasamento, Oliveira & Hackspacher (1989) (foto 4.1).

São interessantes do ponto de vista paleontológico e geológico, porque normalmente se

encontram fósseis em seu interior. Terminologias como cacimbas e caldeirões já foram

empregadas como sinônimo de tanque fossilífero. Souza-Cunha (1966) os considerou

acidentes naturais, enquanto cacimbas resultam do trabalho humano em terrenos de

diversas naturezas geológicas. Os caldeirões são depressões no leito dos rios, resultantes

do turbilhonamento das águas, segundo Guerra (1969). Considerando a impropriedade do

uso desses termos e de outros menos freqüentes, como “Formação Cacimbas” e

Formação das Cacimbas, Oliveira (1989) fez uma avaliação crítica do uso dessa

nomenclatura e concluiu que não devem ser considerados sinônimos, pois tanques,

cacimbas e caldeirões são feições topográficas de origens distintas.

Foto 4.1 – Vista panorâmica de um tanque no município de Santo Antônio do Salto da Onça/RN.

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A origem dos tanques é controversa e já foi relacionada à ação erosiva de

redemoinhos no leito de rios, posteriormente abandonados e preenchidos com material

aluvionar, segundo Morais (1924), Paula-Couto (1953) e Santos (1982). Esta teoria foi

refutada por Oliveira & Hackspacher (1989), quando relacionaram a origem desses

depósitos à ação intempérica nas fraturas e diáclases (foto 4.2).

A largura, comprimento e profundidade desses depósitos são bastante variadas.

Encontra-se desde formas alongadas a semicirculares, limitadas ou não por rochas do

embasamento aflorante, com paredes íngremes ou suaves, ou associadas num mesmo

depósito. Quanto à profundidade, já foram relatados até 7 metros (Bergqvist et al., 1997).

Em Lágea Formosa, Carvalho et al. (1966) abriram trincheiras em vários tanques e

observaram que a profundidade máxima destes variou de 0,95 m a 2,00 m.

Foto 4.2 – Início do

processo de formação de um

tanque pela ação do

intemperismo atuando em

fraturas no Município de

Antônio Martins/RN.

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Os sedimentos que preenchem os tanques resultam da desintegração mecânica e,

subordinadamente, química das rochas situadas nas proximidades e que são carreados

para o seu interior durante chuvas torrenciais (Oliveira & Hackspacher, 1989).

Alguns autores que conjugaram os trabalhos paleontológicos e sedimentológicos

propuseram um modelo composto por três camadas a partir do levantamento de algumas

seções colunares assim descritas: a porção inferior é constituída de uma camada de

material intemperizado do embasamento de granulação muito grossa; a porção média é

formada por sedimentos mal selecionado (areia, silte, argila, seixos, concreções

ferruginosas e ossos); a porção superior, de características semelhantes a anterior, com

maior teor de matéria orgânica. Este modelo foi proposto a partir de escavações em

tanques da Fazenda Capim Grosso, São Rafael/RN, por Oliveira et al. (1989).

Mabesoone (1990) propôs um modelo estratigráfico para os tanques norteriograndenses,

onde três camadas são definidas: a do topo e a de base afossilífera, estando os fósseis na

camada intermediária. Porpino et al. (1998) fizeram escavações em um tanque em Rui

Barbosa e também descreveram uma seqüência de três camadas (figura 4.1), sendo a

inferior resultante da desintegração do metaxisto, a camada intermediária caracterizada

pela presença de brecha óssea e a superior, bastante espessa, argilosa com muitos seixos,

dispersos aleatoriamente, desprendidos pela ação do intemperismo físico (foto 4.3).

Figura 4.1 – Perfil esquemático do tanque da localidade Acauã. Município de Rui Barbosa/RN.

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Foto 4.3 – Acúmulo de sedimentos de

textura variada, predominando seixos de

quartzo e fragmentos de rochas, resultantes

de intemperismo físico, no interior do

tanque. Localidade Acauã, Município de

Rui Barbosa/RN.

Nos trabalhos mais antigos percebe-se uma tendência a admitir esse modelo de

três camadas de deposição para todos os depósitos considerados como tanques. No

entanto, a partir de Mello-Júnior (1987) registra-se um número variável de camadas em

tanques de Lágea Formosa, São Rafael/RN e Bergqvist (1989) mostrou um perfil de um

tanque em Taperoá/PB, onde se individualizaram apenas duas camadas.

Entendemos que os tanques apresentam diversos modelos de deposição,

dependendo do aporte sedimentar, do meio de transporte e da energia envolvida e,

portanto, poderão contar histórias diferentes. Conseqüentemente, podem ter número

variado de camadas.

Ravinas – em relevo cárstico correspondem a feições desenvolvidas a partir de um

processo de carstificação, atuando em falhas e fraturas, o qual promove o alargamento

destas (Córdoba et al., 1994). De acordo com White (1988), a alta permeabilidade nestas

áreas é decorrente da concentração e interseção de fraturas as quais vão se alargando

podendo formar chaminés, trincheiras e outras feições típicas de paisagem cárstica.

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A gênese, o controle e modelagem de relevos cársticos estão relacionados a fatores

como: tectônica, estratigrafia, litologia, disponibilidade de solo, cobertura vegetal, clima

e ação antrópica, (Jennings, 1985; Bigarella, 1994). A interação do clima com os demais

fatores exerce importância decisiva para o desenvolvimento de formas de relevo

características de paisagens cársticas. Estas ocorrem em maior escala em regiões úmidas

com maior precipitação. Nestas condições, há possibilidade de maior concentração de

solo ácido, o que aumenta a acidez da água que percola por entre as fendas, dissolvendo a

rocha carbonática, que é solúvel em meio ácido. Em regiões de clima árido ou semi-

árido, as paisagens cársticas são restritas ou ausentes. Conforme Bigarella (1994:p. 246),

as que se encontram em regiões assim, devem ser consideradas “relíquias formadas

durante regimes climáticos mais úmido”.

Os sedimentos encontrados nas várias feições resultantes de dissolução da rocha

carbonática, como cavernas, dolinas, fendas, ravinas, etc são detríticos clásticos,

depositados in situ, por desabamentos (comuns em cavernas) ou têm origem alóctone,

resultante de intemperismo, sendo transportados para o interior das fendas por águas

coluviais ou fluviais. Inúmeras cavernas são atravessadas por cursos de água de nascentes

internas ou de fontes externas, favorecendo a deposição sedimentar em vários níveis ao

longo de seus leitos. Freqüentemente são encontrar restos de animais pleistocênicos

associados a estes sedimentos. São clássicos os achados de fósseis na região do rio das

Velhas em Minas Gerais e, mais recentemente os de Jacobina, na Bahia (Cartelle, 1982).

Neste estado, há notícia de um esqueleto completo de megaterídeo, no fundo de um lago

de uma das cavernas (Cartelle, 1992). No Rio Grande do Norte uma série de cavernas já

foi mapeada, sendo que até o momento, apenas no Lajedo da Escada, em Baraúna, foi

desenvolvida pesquisa paleontológica resultando no conhecimento de interessante

associação fossílífera (Carvalho et al., 1966).

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CAPÍTULO V – CARACTERIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS IDENTIFICADAS

Considerando que este trabalho não tem como objetivo a descrição morfológica de

peças para a identificação específica, optou-se por uma caracterização geral, a nível de

família, para o material estudado, mostrando seus traços marcantes, distribuição no

tempo geológico (figura 5.1), e principais ocorrências no Brasil.

Foram identificadas 13 famílias distribuídas pelos taxa: Ardiodactyla (Famílias

Camelidae e Cervidae), Carnívora (Famílias Felidae e Canidae), Edentata (Famílias

Megatheriidae, Mylodontidae, Glyptodontidae e Dasypodidae), Litopterna (Família

Macraucheniidae), Notoungulata (Família Toxodontidae), Proboscidea (Família

Gomphotheriidae), Perissodactyla (Família Equidae) e Rodentia (Família

Hydrochoeridae).

Figura 5.1 – Biocrono das famílias identificadas

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V. 1 – FAMÍLIA CAMELIDAE Gray, 1821

Agrupa desde camelídeos arcaicos da América do Norte, aos camelos e

dromedários, lhamas, guanacos e vicunhas modernos (Cartelle,1994). Têm registro do

Eoceno ao Recente. As formas primitivas apresentavam dentição completa e à medida

que evoluíram tiveram pré-molares e molares reduzidos. São formas didáctilas e

tetradáctilas com tendência a redução dos dedos laterais (Paula Couto,1979).

No Brasil é bem representada pela espécie Palaeolama major, cujos restos são

freqüentes nos depósitos quaternários. Segundo Cartelle (1992), a extensa lista específica

para o gênero Palaeolama, resulta, possivelmente, da variação intraespecífica em P.

major, uma vez que as espécies sul-americanas apresentam características muito

semelhantes. Para esse autor, no Brasil, há registro dessa espécie desde o Rio Grande do

Sul até o Nordeste e sugere que as espécies desta região devem ser de idade posterior

aquelas do Rio Grande do Sul. Esta família é bem documentada, no Rio Grande do Norte,

entre os fósseis coletados em Lágea Formosa/São Rafael.

V. 2 – FAMÍLIA CERVIDAE Gray, 1821

Nesta família estão os verdadeiros e mais evoluídos ruminantes, cuja característica

marcante é a projeção dos ossos frontais em forma de galhadas, especialmente nos

machos, exceto em renas, onde machos e fêmeas, exibem este adorno. É conhecida desde

o Mioceno (Cartelle, 1994). No Brasil, é representada pela subfamília Odocoileinae, com

os gêneros Blastocerus, Ozotocerus, Antifer, Mazama e Odocoileus (Paula-Couto, 1979).

Recentemente, foi registrado em território brasileiro, o gênero Morenelaphus, comum no

Pleistoceno do Uruguai, o que para Cartelle (1995), é o resultado de uma migração em

busca de temperatura mais amena. No Rio Grande do Norte consta registro na caverna

do Lajedo da Escada em Baraúna.

V. 3 – FAMÍLIA FELIDAE Gray, 1821

Nesta família estão incluídos desde os felinos atuais aos tigres-dentes-de-sabre.

Seus registros mais antigos estão na América do Norte e Europa atribuídos ao Oligoceno

inferior (Vaughan et al., 2000). Eram formas muito primitivas que passaram por

transformações evolutivas, especialmente, no crânio e sistema dentário. Seus

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representantes atuais possuem série dentária (incisivos, caninos, pré-molares e molares),

especializada ao mesmo tempo que simplificada (Paula-Couto, 1979). O pequeno

tamanho dos incisivos é compensado por caninos fortes, pontiagudos e de grande

tamanho. O tigre-dentes-de-sabre, subfamília Machairodontinae, é a forma mais

característica e conhecida no Pleistoceno brasileiro. Seus caninos superiores além de

grandes e robustos apresentam o bordo posterior serrilhado. A subfamília Felinae, que

abriga os verdadeiros gatos também possui representantes fósseis no Brasil. No Rio

Grande do Norte, o tigre-dentes-de-sabre é bem documentado entre os fósseis coletados

em cavernas, no município de Baraúna. Outros felídeos (subfamília Felinae), no

momento sem condição de identificação a nível específico, estão sendo referidos pela

primeira vez, no Estado, no Lajedo de Soledade, requerendo uma análise detalhada.

V. 4 – FAMÍLIA CANIDAE Gray, 1821

Família onde estão agrupados os cães. Seus representantes são carnívoros ou

onívoros, dotados de pré-molares cortantes, molares trituberculados, sendo o P4

transformado em carniceiro (Paula-Couto, 1979). Os registros mais antigos datam do

Eoceno superior da América do Norte e Europa. Das subfamílias que encampa,

destacam-se na América do Sul os Caninae e Simocyoninae. Dentre os Caninae,

Cerdocyon thous foi assinalado como fóssil, no nordeste por Gomide (1989) e Lessa et

al. (1998). Os representantes atuais desta espécie, no Brasil, vivem nas regiões Sul e

Sudeste (Bergqvist et al., 1997). Dos Simocyoninae, o Speothos é a forma que ainda vive

na América do Sul, enquanto Protocyon troglodites, extinto, foi identificada na região de

Minas Gerais, Bahia e Ceará (Paula-Couto,1979; Gomide, 1989; Bergqvist et al., 1997;

Lessa et al. 1998). O primeiro registro de Canidae no Rio Grande do Norte, coube a

Porpino et al. (1998), com fósseis procedentes do município de São Rafael.

V. 5 – FAMÍLIA MEGATHERIIDAE Owen, 1843

Família que encampa as maiores preguiças pleistocênicas e cujo gênero mais

conhecido é o Megatherium. No Brasil o representante típico é Eremotherium laurillardi,

muito encontrado nos depósitos pleistocênicos do nordeste. A maior representação óssea

desse táxon procede de cavernas no município de Jacobina, Bahia. O grande número de

achados também deve ter contribuído para a excessiva criação de espécies, na maioria

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das vêzes fundadas com base em material de faixas etárias distintas ou dimorfismo sexual

(Paula-Couto, 1979, Cartelle, 1992, 1995). No Rio Grande do Norte sua presença é

frequente em todos os depósitos estudados. São notáveis os achados desta família nas

cavernas do Lajedo da escada em Baraúna e em tanques nos municípios de São Rafael,

Currais Novos, Alexandria e Nova Cruz.

V. 6 – FAMÍLIA MYLODONTIDAE Ameghino, 1889

Nesta família está um grupo de preguiça de porte semelhante ao dos maiores

megaterídeos. Seus molares têm seção transversal variando de arredondado a triangular e

o primeiro molar, quando presente, é caniniforme e separado dos demais por um amplo

diastema (Paula-Couto, 1979). Os achados atribuídos a esse táxon eram identificados

como Glossotherium. No entanto, as características do grupo são suficientes para

subdividir a subfamília Mylodontinae em Mylodon e Mylodonopsis, sendo M. ibseni, a

espécie brasileira. O registro mais antigo da família é no Mioceno da Patagônia, enquanto

no Brasil, são conhecidos no Pleistoceno (Cartelle, 1992). No Rio Grande do Norte foi

identificada no município de Rui Barbosa por Porpino et al (1998), que atribuíram os

achados ao gênero Glossotherium.

V. 7 – FAMÍLIA GLYPTODONTIDAE Burmeister, 1879

Faz parte desta família um grupo de animais muito característico da fauna sul-

americana, de corpo protegido por uma armadura óssea contínua (sem mobilidade,

diferente do que ocorre em dasipodídeos), conhecidos por gliptodontes. Os achados mais

antigos datam do Eoceno e seus representantes chegaram ao Pleistoceno (Farina, 1995).

As primeiras descobertas no Brasil deram-se em cavernas de Minas Gerais e depois se

estenderam a praticamente todos os depósitos pleistocênicos, associados a outros

edentatas (Paula-Couto, 1979). No Rio Grande do Norte, encontram-se as espécies

Panochthus greslebini, Panochthus jaguaribensis, Hoplophorus eufrachthus e Glyptodon

clavipes (Paula-Couto, 1979, Santos et al., 1984, Bergqvist, 1988, Cartelle, 1994,

Porpino, 1999).

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V. 8 – FAMÍLIA DASYPODIDAE Bonaparte, 1838

Esta família comporta os tatus modernos e grande parte das formas fósseis,

estando os registros mais antigos no Paleoceno superior, Bacia de Itaboraí, Oliveira &

Bergqvist (1998). Inclui animais protegidos dorsalmente por uma carapaça que na

maioria das formas se pode distinguir as porções: escapular, pélvica e mediana. Nesta, as

placas são imbricadas e móveis (Hoffsteter, 1958; Paula-Couto, 1979; Porpino, 1999).

Seus representantes apresentam membros locomotores curtos e dotados de garras, sendo

que em algumas formas estas garras dão lugar a falanges em forma de casco nos

membros posteriores, o que Cartelle (1985) também observou em gliptodontes. Esta

família engloba desde formas pequenas como Tolypeutes aos pampatérios. Scillato-Yané,

(1986), preferem considerar estes como representantes de uma família distinta, ou seja, a

dos Pampatheriidae.

A família é bem documentada no Pleistoceno brasileiro. No Rio Grande do Norte

vem-se ampliando a sua distribuição a exemplo do registro de Tolypeutes, em Rui

Barbosa, RN, efetuado por Porpino et al. (1998).

V.9 – FAMÍLIA MACRAUCHENIIDAE Gill, 1872

Importante família de Litopterna, exclusivamente sul-americanos e completamente

extinta. No Brasil, os primeiros fósseis pleistocênicos foram encontrados em cavernas no

estado de Minas Gerais e identificados como Macrauchenia patachonica, o que passou a

denominar, por muito tempo, todos os achados pertencentes a esta família. Entretanto,

Cartelle & Lessa (1988), de posse de expressivo material coletado na Toca dos Ossos,

Bahia, reconheceram características suficientes para a criação de um novo gênero e nova

espécie para a família Macraucheniidae. Esses pesquisadores definiram o novo

representante como Xenorhinotherium bahiense e defenderam que todos os achados

brasileiros, exceto os da região sul, devem ser identificados dentro desta nova espécie. Os

achados do sul do Brasil permanecem como Macrauchenia patachonica. Lessa (1992),

corrobora a definição da nova espécie. No Rio Grande do Norte, o material é escasso,

mas já havia permitido o registro da espécie nos município de São Rafael e Currais

Novos.

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V. 10 – FAMÍLIA TOXODONTIDAE Gervais, 1847

Esta família comporta notoungulados típicos da América do Sul. As formas que

tentaram migração, durante o “grande intercâmbio faunístico”, não foram além da

América Central (Cartelle, 1994). Seus representantes primitivos eram pequenos mas no

final da história evolutiva, apresentavam grande porte, tinham membros anteriores

robustos e menores que os posteriores e pescoço curto. Uma característica marcante do

grupo é a presença de dentes com faixas sem esmalte, as quais aumentavam com o

crescimento. Duas espécies brasileiras são incluídas nesta família: Toxodon platensis e

Trigonodops lopesi, cuja diferenciação é feita com base no crânio, dentes incisivos e

alguns ossos dos membros. No Rio Grande do Norte, os toxodontídeos estão presentes,

porém, não consideramos o material disponível, até o momento, suficiente para uma

diferenciação precisa. O registro geológico da família é do Oligoceno superior ao final do

Pleistoceno. No Rio Grande do Norte constam registros nos municípios de São Rafael,

Nova Cruz e Baraúna.

V. 11 – FAMÍLIA GOMPHOTHERIIDAE Cabrera, 1929

Os vestígios mais antigos desta família foram encontrados no Egito e datados do

Oligoceno. Posteriormente, chegaram a América do Norte, de onde a subfamília

Anancinae, migrou para a América do Sul, no Pleistoceno, após o soerguimento do istmo

do Panamá. No Brasil, há referência a três representantes: Stegomastodon, Cuvieronius e

Haplomastodon waringi, sendo este último a forma típica do Pleistoceno nordestino

(Simpson & Paula-Couto, 1954; Paula-Couto, 1979). Esta família ocorre, no Rio Grande

do Norte, nos municípios de São Rafael, Baraúna, Nova Cruz, Alexandria e Currais

Novos.

V. 12 – FAMÍLIA EQUIDAE Gray, 1821

Encampa equídeos fósseis sul-americanos distribuídos entre hipidiformes e

cavalos “stricto sensu” (Cartelle, 1992). Foram citados pela primeira vez na América do

Sul por Darwin quando de sua expedição a bordo do Beagle, e têm sido objeto de estudo

para diversos pesquisadores como, Souza-Cunha (1978), MacFaden & Azzaroli (1987),

Cartelle (1992), dentre outros. No Brasil, os achados mais significativos foram coletados

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na região de Minas Gerais, estudados por Lund. Souza-Cunha (1960), estudando dentes e

metapodiais procedentes de Minas Gerais identificou Hippidium principali

Lund,1846.Vários pesquisadores propuseram novas espécies para Equus e Hippidion, as

quais entraram em sinonímia. Cartelle (1992), após exaustivo estudo dos equídeos

fósseis, afirma que no Brasil existem apenas as espécies: E. (Amerhippus) neogeus e H.

principale, não havendo fundamentação para manutenção de outras inclusões nestes

gêneros. No Rio Grande do Norte ocorrem as duas espécies em São Rafael e Alexandria.

A distribuição da família é conhecida do Paleoceno ao Recente.

V. 13 – FAMÍLIA HYDROCHOERIDAE Gill, 1872

Comporta os roedores modernos de grande porte conhecidos na América do Sul a

partir do Mioceno (Vaughan et al. 2000). Encampa as subfamílias Cariatheriinae

Kraglievich,1929, capivaras extintas e Hydrochoerinae Weber,1928, cujos representantes

têm molares muito especializados, com lamelas variando, nos dentes superiores, de 10 a

18 e de 5 a 6 nos inferiores. Esta última subfamília é conhecida desde o Plioceno e dentre

as espécies sul-americanas, destacam-se no Brasil Hidrochoerus sulcidens Lund, 1839 e

Hidrochoerus hydrochaeris Linnaeus, 1766. Este último táxon foi registrado no RN por

Oliveira et al. (1983), a partir de fósseis coletados em cavernas do Lajedo da Escada.

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VI – ASSOCIAÇÕES FOSSILÍFERAS

VI. 1 – FAZENDA DOIS ALTOS, ANTÔNIO MARTINS

Nesta localidade há uma extensa exposição de rocha do embasamento cristalino

constituída principalmente por ortognaisses onde se desenvolveram as depressões. Aqui

também estão associadas à presença de fraturas que, em alguns pontos, aparecem em

pares conjugados. O tanque estudado tem forma elíptica, o eixo maior mede 150m e o

menor cerca de 30m (foto 6.1). As amostras estudadas foram retiradas num período de

seca, onde trabalhadores faziam escavações, obviamente sem observar os cuidados

necessários aos trabalhos de natureza paleontológica. O preenchimento sedimentar deste

tanque está associado a uma pequena drenagem, ativa apenas nos períodos de chuvas. Os

sedimentos encontrados na parte marginal do tanque são constituídos de matacões, seixos

e areia grossa, mineralogicamente e texturalmente imaturos, provavelmente, oriundos da

desintegração mecânica das rochas circundantes.

Foto 6.1 – Vista panorâmica do tanque no município de Antônio Martins, na parte superior da foto

ocorrem matacões, seixos e areia de origem autóctone.

VI. 1.1 -Associação Fossilífera

Megatheriidae – Representada por fragmentos de crânio estando a porção

posterior de um deles, bem conservada, mandíbula de dois espécimes, em diferente

estágio de desenvolvimento, com dentes implantados, fragmentos de dentes isolados,

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ramo mandibular, grande quantidade de ossos pós-cranianos, sendo a maioria

fragmentada. Dentre estes, se reconhecem fêmures, tíbias, astrágalos, calcâneos, falanges,

clavícula e vértebras.

Glyptodontidae – Pequeno número de osteodermos, tão desgastados que já não

mostram a ornamentação externa.

Macraucheniidae – Fragmento de mandíbula com três molares e um tarso-tibial

(astrágalo), bem conservados.

Toxodontidae – Reconhecida por raros fragmentos de molares. Mesmo

fragmentados é possível reconhecer a disposição do esmalte típica desta família.

Gomphotheriidae – Constam ramos mandíbulares de indivíduos diferentes e uma

mandíbula quase completa. Exceto um dos ramos, todos apresentam molares completos

ou fragmentados implantados nos alvéolos. Também se encontra um grande fragmento de

incisivo e vários fragmentos de molares. Dos ossos pós-cranianos, destacam-se epífises

distais de fêmur e úmero.

Equidae – Molares, pré-molares, falange e um fragmento de ulna.

Na prancha 6.1, são mostradas as peças mais representativas da associação e na

figura 6.1, as famílias identificadas na assembléia.

VI. 2 – IPUEIRA, MUNICÍPIO DE BARCELONA

Nesta localidade os tanques estão alojados num corpo granitóide de textura

porfirítica. Os fósseis foram coletados por trabalhadores de uma frente de emergência e

logo depois, toda a área foi inundada impossibilitando momentaneamente a retirada de

mais material. Também não se tem informação sobre os sedimentos que preenchem os

depósitos. O material coletado neste local é pouco diversificado, com predominância de

fragmentos de dentes de proboscídeo.

VI.2.1 – Associação Fossilífera

Megatheriidae – Fragmento de dentes (MCC 1603 v, 1604 v), podiais (MCC

1605 v, 1606 v), fragmento craniano (MCC 1608 v).

Glyptodontidae – Osteodermo (MCC 1607 v).

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Figura 6.1 – Assembléia fossilífera identificada no município de Antônio Martins/RN.

Gomphotheriidae – Diáfise de fêmur (MCC 1599 v), fragmentos de molares

(MCC 1602 v, 1609-1623 v, fragmentos de incisivos (MCC 1624 v, 1626 v), fragmentos

mandibulares (MCC 1627 v, 1629 v), falange (MCC 1630 v).

Equidae – Um molar (MCC 1631 v).

A prancha 6.2 mostra as peças mais significativas desta associação e a figura 6.2,

uma visão panorâmica do tanque com representação das famílias ocorrentes.

VI. 3 – ACAUÃ, RUI BARBOSA

Nesta localidade ocorrem grandes exposições de xisto da Faixa Seridó e o tanque

de onde foram retirados os fósseis está inserido num desses afloramentos. Os primeiros

ossos foram coletados por trabalhadores do local, que retiravam sedimento do interior do

depósito com intuito de aumentar a capacidade de retenção de água. Posteriormente,

paleontólogos do Museu Câmara Cascudo efetuaram escavações, em parte do depósito,

obedecendo a critérios paleontológicos e coletaram material bastante representativo da

fauna pleistocênica do RN.

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Figura 6.2 – Assembléia fossilífera identificada no município de Barcelona/RN.

O tanque apresenta forma elíptica, o eixo maior mede 35m e o eixo menor 17m

(foto 6.2). É delimitado por bordas íngremes da própria rocha do embasamento cristalino.

Durante a escavação foi possível reconhecer que o preenchimento sedimentar ocorre

também em três camadas e que o horizonte fossilífero está na camada intermediária, logo

abaixo de espesso pacote de material argiloso (em torno de 01 metro) com seixos

dispersos e muita matéria orgânica na parte mais superior. Alguns ossos se encontravam

soltos enquanto a grande maioria constituía uma brecha óssea consolidada (foto. 6.3).

Peças pequenas foram coletadas intactas e os ossos longos, na grande maioria, carecem

de pelo menos uma das extremidades, e/ou apresentam numerosas fraturas ao longo das

diáfises.

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Foto 6.2 – Vista panorâmica do tanque de

Acauã. Observa-se o contorno delimitado

por paredes íngremes.

Foto 6.3 – Brecha óssea

coletada no horizonte

fossilífero do tanque em

Acauã. Município de Rui

Barbosa/RN.

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VI. 3.1 - Associação fossilífera

Megatheriidae – Fragmentos de vértebras (MCC 1584 v, 1600v, 1632 v, 1633 v,

1635 v), falanges (MCC 1636 v, 1573 v), podiais (MCC 1570 v, 1571 v, 1577 v),

fragmento de fêmur (MCC 1647 v), clavícula (MCC 1601 v), fragmento de rádio (MCC

1649 v).

Mylodontidae – Metacarpal (MCC 1572 v).

Glyptodontidae – Osteodermos e fragmentos (MCC 1589 v, 1591 v, 1640 v, v,

1641 v, 1646 v, 1650 v).

Dasypodidae – Osteodermos e fragmentos destes (MCC 1588 v, 1590 v, 1637 v,

1639 v, 1642 v, 1651 v).

Macraucheniidae – Dente (MCC 1595 v).

Toxodontidae – Falange (MCC 1578 v), fragmentos de dentes (MCC 1579 v,

1581 v, 1643 v, 1645 v), áxis (MCC 1585 v), ramo mandibular (MCC 1568 v), fragmento

de tíbia (MCC 1597 v).

Gomphotheriidae – Incisivo (MCC 1596 v), fragmentos de molares.

Equidae – Fragmento de metapodial (MCC 1586 v)

Edentata Pilosa Indeterminado – Falanges (MCC 1574 v, 1575 v, 1632 v).

Associada a esta megafauna registram-se placas de Testudines.

Na prancha 6.3 constam as peças mais representativas da associação e na figura

6.3, os grupos identificados na assembléia.

VI. 4 – LAJEDO DE SOLEDADE, APODI

No distrito de Soledade, em Apodi- RN, na porção NE do Estado do Rio Grande

do Norte destaca-se o Lajedo de Soledade (Fig. 6.4, a e b), representando a maior

exposição de rochas carbonáticas da Formação Jandaira, Bacia Potiguar (Bagnoli,1994).

Ao longo do lajedo há um conjunto de falhas e fraturas de direção preferencial NE/SW e

NW/SE, que submetidas a um intenso processo de carstificação, resultou no

desenvolvimento de ravinas e cavernas (Córdoba et al. 1994). Foi numa dessas ravinas,

situada na porção sul do Lajedo (Fig. 6.4 b), denominada de Ravina do Leon (em

homenagem póstuma ao Prof. Leon Diniz Dantas de Oliveira, do Departamento de

Geologia/UFRN) que foram coletados os fósseis objetos deste estudo. A Ravina do Leon

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(Fig. 6.4c) apresenta direção NE, com formato ligeiramente triangular, com entrada de

cerca de 7 m de largura, 60 m de comprimento e 2,5 m de profundidade. Os fósseis

ocorrem numa depressão inferior situada próximo a entrada da ravina como mostra a

Figura 6.5. É apresentado um modelo evolutivo de formação da Ravina do Leon, a partir

da instalação de um sistema de fraturas que permite a passagem de água, rica em

soluções ácidas, e conseqüente alargamento das paredes fraturadas pela dissolução do

carbonato de cálcio (Fig. 6.5).

Figura 6.3 – Assembléia fossilífera identificada no tanque de Acauã. Município de Rui Barbosa/RN.

VI. 4.1 - Associação Faunística

Camelidae – dentes, fragmentos de falanges e ossos do carpo e tarso

Cervidae – Dentes

Felidae – Dentes, fragmento de mandíbula e fragmento de fêmur e úmero.

Canidae – Dentes, astrágalos, calcâneos e fragmentos de fêmur.

Megatheriidae – Fragmento de molar.

Glyptodontidae – Osteodermos

Dasypodidae – Osteodermos

Macraucheniidae – Dentes.

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Toxodontidae – Fragmentos de molares.

Gomphotheriidae – Fragmentos de molares e incisivos

Equidae – Dentes (molares e incisivos) e fragmentos destes.

Hydrochoeridae – Dente incisivo.

Carnivora Indeterminado – Falanges, calcâneos e astrágalos.

Associada a esses mamíferos foram coletadas placas de Testudines, vértebras de

Squamata e fragmento mandibular de Crocodylomorpha.

A prancha 6.4 apresenta as principais peças desta associação e a figura 6.6, os

grupos componentes da assembléia.

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Figura 6.6 – Assembléia fossilífera identificada na Ravina do Leon, município de Apodi/RN.

Figura 6.5 – Modelo evolutivo da Ravina do Leon (adaptado do modelo deWhite, 1988).

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CAPÍTULO VII – CONSIDERAÇÕES TAFONÔMICAS E PALEOECOLÓGICAS

“The complex processes that

preserve organic remains in rocks also leave their own traces, adding another dimension

of information to fossil samples” Behrensmeyer

A proposição do termo Tafonomia para definir as leis envolvidas no sepultamento

de organismos foi feita por Efremov (1940 apud Simões & Holz 2000). Apresentava uma

definição abrangente e que poderia também ser vista como sinônimo de processo de

fossilização, paleobiologia, bioestratinomia e actuopaleontologia. Mais tarde,

Behrensmeyer & Kidwel (1985) apresentaram uma compreensão moderna e precisa

segundo a qual, a tafonomia trata dos processos de preservação e como eles afetam o

registro fossilífero.

Observações tafonômicas são de suma importância para o entendimento dos

fatores relacionados ao transporte, deposição e diagênese de fósseis. A aplicação de seus

princípios permite tratar de forma integrada todos os processos envolvidos na

acumulação de restos orgânicos, os quais passam por várias etapas. Estas compreendem

desde uma fase, inicial que deve ser rápida, indo da morte dos indivíduos até o

soterramento, denominada de bioestratinomia, seguida de uma longa fase, onde vão

atuar os processos diagenéticos, para formar o jazimento fossilífero, ou seja, a

orictocenose. Por se tratar de uma abordagem de natureza interdisciplinar, a qual permite

que o fóssil seja analisado dentro de um contexto que envolva conhecimento geológico,

biológico, paleoecológico, além de uma ampla escala de tempo, suas possibilidades de

aplicação em paleontologia, tornam-se quase ilimitadas (Simões & Holz, 2000).

O desenvolvimento de estudo bioestratinômico de fósseis encontrados em tanques

apresenta uma série de dificuldades, pois estes depósitos, na grande maioria, são

adulterados por escavações com finalidades diferentes daquelas de interesse

paleontológico. Isso torna impossível observações quanto a distribuição espacial,

densidade e possíveis orientações do material. Mesmo aqueles que foram trabalhados

com fins paleontológicos, não tiveram esses parâmetros documentados, por razões

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diversas, incluindo-se, em alguns casos, a falta de conhecimento geológico para

interpretar o sistema deposicional, a conscientização da importância desse tipo de

informação, o tempo necessário para uma escavação que priorize estes dados e/ou porque

essa abordagem ainda não constitui rotina em pesquisas paleomastozoológicas.

Na literatura paleontológica surgiram várias tentativas para explicar a ocorrência

de fósseis nos tanques nordestinos. São proposições que se referem a animais sedentos

que se jogavam dentro dos depósitos, de onde não podiam mais sair, ou ainda aqueles que

ficavam aprisionados na lama, e também os que morriam nas redondezas e eram

carreados para o interior dos depósitos (Bergqvist, 1989; Gomide, 1989). Bergqvist

(1989), entendendo a inconsistência das duas primeiras observações, em especial fez uma

análise dos fósseis encontrados em tanques no município de Taperoá/Paraíba e deduziu a

partir da disparidade entre o material coletado e o que deveria ter sido encontrado, se os

animais tivessem morrido nas proximidades e transportados, por eventos pluviais, para o

interior dos depósitos. Bergqvist (1989), ainda fez referência à morfologia de

determinados tanques como um fator limitante ao uso destes reservatórios pela

megafauna. Entretanto, observa-se que mesmo naqueles depósitos onde as paredes não

são íngremes e o acesso é fácil, também não se encontram exemplares completos, nem

mesmo uma boa representação óssea, especialmente no tocante a peças cranianas.

Devemos também ressaltar que não existem trabalhos de cunho tafonômico, em campo,

para interpretar toda a história de deposição que possa ter sido registrada. Some-se, ainda,

o fato de o processo de fossilização ser seletivo, o que poderia causar a perda de ossos

menos resistentes e de indivíduos juvenis e muito velhos.

Na maior parte dos depósitos estudados, neste trabalho, a associação é

caracterizada por megafauna herbívora, de grande porte e variedade de formas. No geral,

nota-se muita semelhança, salvo situações particulares, com faunas estudadas em outras

localidades do Estado, bem como em outras ocorrências no nordeste.

A associação faunística registrada no Lajedo de Soledade, na coleta de campo aqui

referida, é composta por significativa associação representada por pequenos ossos, em

especial os das extremidades distais dos membros locomotores, dentes de animais de

pequeno a médio porte e fragmentos de dentes de indivíduos típicos da megafauna como

proboscídeos, macrauquenídeos, toxodontídeos e megaterídeos. Neste depósito, diferente

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do que ocorre na grande maioria dos tanques é notável, a evidência de pequenos animais

associados a essas formas gigantes, bem como a ocorrência de táxons ainda viventes,

como é o caso de alguns carnívoros representados por canídeos, felídeos além de

edentatas, destacando-se, entre estes últimos, o tatu bola (Tolypeutes). A predominância,

de pequenos ossos, nesta ravina, pode estar relacionada ao fato de que no momento em

que foram depositados, a mesma ainda se encontrava em incipiente estágio evolutivo, ou

seja, a fenda devia ser ainda muito estreita para reter ossos de maiores dimensões.

Na Fazenda Dois Altos o registro é somente de formas herbívoras e de grande

porte, com características muito próximas da fauna encontrada em outros tanques do

Estado. Dentre as peças esqueletais, destacam-se fragmentos de ossos longos, ossos

cranianos, ramos mandibulares, corpos de vértebras e muitos fragmentos não

identificáveis. Foram reconhecidos megaterídieos, gonfoterídeos, toxodontídeos,

equídeos, macrauquenídeos, dasipodídeos e gliptodontídeos. Observaram-se

características indicativas da presença de formas jovens, como por exemplo: ausência de

discos vertebrais e de extremidades de alguns ossos longos.

A paleofauna de Acauã é diversificada e constituída por herbívoros de grande

porte, destacando-se gonfoterídeos, megaterídeos, toxodontídeos, macrauquenídeos,

dasipodídeos, gliptodontídeos, equídeos, milodontídeos e Edentata Pilosa indeterminado.

Essa megafauna foi reconhecida, principalmente, por ossos pós-cranianos, (ossos longos

e curtos de membros locomotores, vértebras e osteodermos), seguidos de dentes e

fragmentos destes e de outras peças cranianas como, por exemplo, um ramo mandíbular

de toxodontídeo. Não foi registrada a presença de carnívoros. Das formas de pequeno

porte, apenas um tipo de dasipodídeo, o Tolypeutes, foi identificado.

Em Ipueira, Barcelona, a assembléia fóssil é indicativa de uma associação

constituída por animais herbívoros, de grande porte similares aquela registrada em

Acauã. Essas duas localidades estão muito próximas geograficamente e as condições

ambientais provavelmente foram semelhantes. A pequena representação fóssil e o

número restrito de famílias identificadas devem ser atribuídos a falta de coleta, uma vez

que a escavação restringiu-se a uma pequena área do depósito. Foram identificados

gonfoterídeos, megaterídeos, equídeos e gliptodontídeos, através de peças como

fragmento de fêmur, fragmentos de dentes, fragmentos mandibulares e um osteodermo.

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Na amostragem estudada é possível reconhecer a disparidade referida

anteriormente, além da predominância de alguns táxons e de determinados ossos nos

diferentes depósitos. Na Ravina do Leon registrou-se grande variedade de formas,

predominando ossos indicativos da presença da Família Camelidae (18,9%), seguidos de

Macraucheniidae (12,3%), Cervídae (11,3%) e Gomphotheriidae (9,4%). É notável aqui,

a presença de felídeos e canídeos, encontrados no mesmo local. Em Barcelona, a maior

ocorrência é de Gomphotheriidae (69,2%) e Megatheriidae (25,6%). No tanque de Acauã,

Rui Barbosa, destaca-se o número de ossos relacionados às Famílias Megatheriidae

(38,4%), Toxodontidae (25,6%) e Dasypodidae (15,3%). Em Antônio Martins, há maior

abundância de Megatheriidae (63%), enquanto os outros taxa variam entre 1% a 9,5%.

Na figura 7.1, são apresentados os percentuais do número de ossos relacionados às

famílias identificadas nos depósitos estudados.

A dominância da Família Megatheriidae em Acauã e Antônio Martins é um

aspecto concordante com o que normalmente ocorre com esse taxon, nos diversos

depósitos pleistocênicos, o que poderia estar relacionado a fatores diversos como, por

exemplo, maior abundância destas formas ou mesmo possibilidade diferencial de

fossilização. Os Dasypodidae e Glyptodontidae estão bem representados em Acauã, pelo

fato de seus vestígios registrarem a presença de mais de uma espécie por família. No

entanto, o fato destas famílias serem dotadas de carapaça óssea, que normalmente se

desarticula em grande número de osteodermos, se esperaria encontrar uma representação

percentual mais significativa, diferente do que foi observado. O que se percebe tanto

neste trabalho como nas revisões de literatura, é que o número de ossos preservados é

sempre muito inferior ao que se deveria encontrar mesmo em se tratando de depósitos

com evidência de associações faunísticas bastante diversificadas.

Considerando que o material objeto deste trabalho não foi coletado de acordo com

critérios tafonômicos, nos reportaremos apenas às observações físicas reconhecíveis em

laboratório, tais como: representação óssea, quebras, abrasão e intemperismo, que de

acordo com Shipman (1981), constituem importantes fatores a serem considerados numa

análise tafonômica, além dos processos diagenéticos presentes.

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A representação óssea em todos os depósitos é constituída por peças

desarticuladas, na grande maioria fragmentadas e por elevado número de fragmentos não

identificáveis. Dentre o material identificável predominam fragmentos de ossos longos,

especialmente os relacionados a animais de grande porte. Dentes e ossos do carpo e tarso

são relativamente bem preservados. Mesmo os ossos razoavelmente conservados carecem

de pelo menos uma de suas extremidades. Isso pode ser atribuído a falta de fusão

completa dos ossos, comum em formas jovens o que facilitaria o desmembramento. A

falta dessas partes ósseas também pode ser devida ao ataque de predadores e carniceiros,

pois são partes esponjosas, suculentas, e mais fáceis de serem devoradas. Em alguns

casos as fraturas são decorrentes da coleta e manuseio com material inadequado.

As quebras ocorrem nas epífises e diáfises de ossos longos, tanto de animais

pequenos quanto de formas gigantes, nas apófises vertebrais e, no caso do material de

Barcelona é significativo o número de fragmento de dentes de Haplomastodon. É

possível reconhecer a origem dos padrões das quebras e identificar se decorrem da coleta

ou não. São freqüentes quebras perpendiculares ao maior eixo do osso e em alguns casos

pode-se observar que suas bordas são arredondadas sem nenhum vestígio de

angulosidade (foto 7.1). Isso evidencia que o osso pode ter sido fraturado

independentemente da coleta e que sofreu algum transporte ou algum revolvimento no

próprio local de deposição. Já o desgaste é evidenciado pela desfiguração de feições

morfológicas, notadamente, as facetas articulares, como é o caso mostrado em um

calcâneo de Haplomastodon (foto 7.2). A ação do intemperismo físico é mais difícil de

reconhecer, especialmente por não se ter o controle de todos os parâmetros, mas

normalmente está relacionado a fraturas longitudinais em ossos longos como tíbias,

fêmures, úmeros, rádios e ulnas (foto 7.3), que podem também ocorrer sob a forma de

mosaicos pouco profundos (Badam et al., 1986). Os sinais de desidratação são

evidenciados, por um fraturamento que resulta em forma de delicados mosaicos na

superfície de determinados ossos (foto 7.4).

Quanto a diagênese, percebe-se que o processo de fossilização predominante é a

permineralização, o qual consiste no preenchimento da porosidade dos ossos, por

sedimentos e material precipitado quimicamente, sem alterar a composição original do

osso. A análise macroscópica mostra que os fósseis coletados em Rui Barbosa e em

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Barcelona têm coloração clara, enquanto os de Antônio Martins são escuros e os do

Lajedo de Soledade (Ravina do Leon), têm coloração avermelhada. Esta variação de

cores, certamente, está associada ao tipo de material sedimentar envolvido no processo de

preservação e o nível de oxidação alcançado. Ainda a olho nu é possível verificar que

alguns ossos, de uma mesma localidade apresentam diferentes estágios de fossilização. A

análise de lâminas delgadas de fósseis coletados no tanque de Acauã/Rui Barbosa

permitiu identificar peças ósseas com pouco preenchimento, o qual é feito por uma argila

esverdeada, misturada com grãos de quartzo na fração silte e areia fina (foto 7.5).

Ocasionalmente, observa-se uma tangencialidade da massa argilosa, infiltrada

mecanicamente, com feições de encolhimento indicativas de um provável processo de

desidratação posterior (foto 7.6).

Com relação aos fósseis coletados na Ravina do Leon, as lâminas delgadas

permitiram identificar que, neste caso, além da permineralização também ocorre o

processo de substituição. Esta substituição foi feita por um mineral opaco,

provavelmente, óxido de ferro sob a forma de limonita (foto 7.7), de ocorrência freqüente

na área do lajedo. Em algumas lâminas, observa-se que a porosidade óssea foi

completamente preenchida por CaCO3, sob a forma de cristais prismáticos, precipitados a

partir das paredes dos ossos, dando um aspecto radial centrípeto (foto 7.8). Predominam

cristais equigranulares e, subordinadamente, ocorre cimento criptocristalino de cor

marrom escuro. Em uma única lâmina observou-se, em alguns pontos, uma linha

denteada marrom escura que parece ter sido gerada a partir da precipitação do material

ferruginoso, aproveitando os contatos entre os cristais carbonáticos (foto 7.9). Neste

mesmo osso, a substituição foi menos acentuada, o que se evidencia pelos resquícios do

material original. Em quantidade traço aparecem grãos de quartzo, em meio ao cimento

carbonático.

A semelhança de Rui Barbosa, algumas lâminas do material da ravina também

apresentam em seus poros uma massa argilosa esverdeada misturada com grãos

predominantemente quartzosos, na fração silte a areia média. Ocasionalmente, ocorrem

misturados a este material, fragmentos de ossos na fração areia, angulosos e alongados,

distribuídos aleatoriamente, isto é, sem uma direção preferencial (foto 7.10). Em alguns

pontos, a massa argilosa encontra-se alterada para um material opaco).

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Uma das lâminas de material coletado em Acauã, mais precisamente do horizonte

fossilífero, evidencia uma brecha óssea com inúmeros fragmentos muito angulosos,

dispersos aleatoriamente num cimento carbonático, que em analogia à concepção de

Simões & Holz (2000), poderia ser classificada como cimento suportado (foto 7.11). Na

parte compacta dos ossos, é visível o sistema harvesiano, onde alguns canais de Harvers

estão completamente preenchidos, e outros em fase de preenchimento (foto 7.10 e foto

7.12).

Mesmo diante das dificuldades relacionadas ao estudo tafonômico de fósseis

coletados nos depósitos referidos, é possível, a partir dos dados obtidos, tecer algumas

observações: a infiltração mecânica de argila na porosidade óssea e a associação com

sedimentos mais grossos como areia e seixos sugere que o material foi transportado por

fluxo trativo gerado por enxurradas em regime de fluxo superior, responsáveis pelo

transporte sedimentar para dentro do tanque onde os ossos já se encontravam, ou para ali

foram transportados durante estes eventos. A posterior desidratação destas argilas é

evidenciada pelo encolhimento das mesmas que, em decorrência do ressecamento

parecem ter-se desprendido da parte óssea. Este ressecamento pode significar que

periodicamente o tanque secava completamente ou pelo menos em parte, permitindo o

ressecamento e contração dos argilos minerais. Na Ravina do Leon, além desta argila

infiltrada, ocorre precipitação de cimento carbonático, originário da dissolução do

Calcário Jandaíra, onde a ravina se desenvolveu. O baixo grau de arredondamento dos

grãos de quartzo e dos fragmentos de ossos indica que houve pouco transporte, estando a

fonte próxima do local de deposição. Estas observações esclarecem, pelo menos em

parte, as condições de deposição tanto do material fóssil quanto sedimentar.

Considerações paleoecológicas sobre o Quaternário no nordeste brasileiro têm sido

realizadas a partir do estudo das associações faunísticas encontradas nos diferentes

depósitos fossilíferos. A análise de tais associações, incluindo as formas predominantes,

o habitat e hábito de cada espécie têm permitido pesquisadores como Bergqvist (1989),

Gomide (1989), Cartelle (1994), dentre outros, tecerem considerações sobre as

características climáticas que predominavam no Brasil, desde o final do Pleistoceno ao

início do Holoceno. Diante da carência de análise palinológica nos sedimentos associados

aos fósseis, os quais propiciariam interpretações mais fundamentadas, os pesquisadores

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têm feito uso do princípio do atualismo biológico, especialmente quando se trata de fauna

com representantes presentes na atualidade.

A análise das assembléias faunísticas permite inferir que se trata de associações

autóctones, cujas especificidades ecológicas individuais permitem inferir as condições

ambientais em que viveram.

A presença de gonfoterídeos, cujos hábitos deviam ser semelhantes ao dos

proboscídeos atuais, requeria um espaço amplo, com alimento em abundância, podendo

explorar domínios de florestas e ambientes abertos como savanas (Bergqvist, 1989;

Gomide, 1989). Este último parece ter sido o habitat desses animais, no Pleistoceno

norteriograndense, a exemplo do que ocorre com formas afins viventes.

Os equídeos, nesta época, já apresentavam formas muito próximas das atuais,

portanto com necessidades e hábitos semelhantes. Em se tratando de animais de corrida,

requeriam campos abertos e ricos em gramíneas.

Para os megaterídeos, herbívoros exuberantes, Paula-Couto (1979) propõe hábito

alimentar semelhante ao das preguiças atuais, ou seja, constituído por uma vegetação

suculenta. Essas gigantescas formas também necessitavam de áreas abertas que

permitissem a facilidade de deslocamento.

Os gliptodontídeos, por apresentarem uma estrutura dentária complexa e

resistente, podiam fazer uso de uma dieta alimentar mais abrasiva, incluindo ramos

grossos e folhas coriáceas, além de raízes desenterradas com auxílio de suas potentes

garras (Gomide, 1989; Cartelle, 1992; Porpino, 1999).

Os dasipodídeos apresentavam estrutura dentária mais simples que os

gliptodontídeos, cuja superfície de oclusão, plana e sem crista de osteodentina, limitava a

um regime à base de brotos e folhas suculentas (Bergqvist, 1989; Gomide, 1989).

Para os macrauquenídeos, surgiram diversas proposições quanto ao habitat de

representantes deste grupo. Hipóteses relataram animais de hábito “anfíbio”, passando

por formas que podiam viver em regiões áridas, ou ainda um animal adaptado a um modo

de vida intermediário, ou seja, mais ou menos “anfíbio” (Paula-Couto, 1979). O estudo

detalhado de Cartelle & Lessa (1998), além de definir uma nova espécie para os

macrauquenídeos intertropicais, propõe hábito pastador de herbáceas e gramíneas.

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Os toxodontídeos são considerados formas com modo de vida anfíbia, dieta

herbívora, cujo habitat estaria nas proximidades de cursos d’água, Paula-Couto (1979).

Dentre as espécies do grupo, Trigonodops lopesi, segundo Cartelle (1992), apresentava

também hábito pastador.

O registro de camelídeos é indicativo de ambiente semelhante ao das lhamas

atuais, com algumas restrições (Walker et al., 1983 apud Bergqvist, 1989). A ocorrência

de ossos de indivíduos de porte diferente, porém sem apresentar vestígios indicativos de

formas jovens da mesma espécie, nos leva a sugerir a possibilidade da coexistência de

espécies diferentes de camelídeos, o que já foi proposto por Cartelle (1992), com base em

achados no Pleistoceno final da Bahia.

A ocorrência de hidroquerídeo é indicativa de um ambiente com maior

disponibilidade de água e, consequentemente, mais alimento. No Estado, até o momento

só há mais um registro desse grupo que é uma capivara, em cavernas do Lajedo da

Escada, no município de Baraúna.

A presença de carnívoros de médio e grande porte na ravina do Leon é um indício

de que aquela localidade e/ou seus arredores apresentava condições bem favoráveis em

termos alimentares, tanto para herbívoros quanto para carnívoros. Somente a

possibilidade de alimento permitiria a convivência de diferentes predadores.

As observações anteriores das associações faunísticas e suas peculiaridades

sugerem um ambiente compatível com as proposições de que no Pleistoceno final, na

região Nordeste, o clima era semi-árido e a vegetação típica de savana (Begqvist, 1989;

Gomide, 1989; Mabesoone et al., 1990; Guérin et al., 1993). Os tanques e as áreas

próximas, em períodos de estiagem, provavelmente, constituíam os únicos locais onde

ainda existia fonte de alimento e água para os herbívoros e, conseqüentemente, os

carnívoros, pois estes vivem no entorno de suas presas.

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CAPÍTULO VIII – CONCLUSÕES

O estudo dos depósitos fossilíferos tratados neste trabalho permitiu ratificar a

importância dos mesmos, com relação à capacidade de conterem significativa associação

faunística do Pleistoceno superior. Observações relativas a bioestratinomia e a diagênese

nesses depósitos não devem ser generalizadas, pois os mesmos podem apresentar

histórias tafonômicas diversas.

Foram reconhecidas as famílias Camelidae e Cervidae (Ordem Artiodactyla),

Canidae, Felidae e carnívoros indeterminandos (Ordem Carnivora), Glyptodontidae,

Dasypodidae, Mylodontidae e Megatheriidae (Ordem Edentata), Equidae (Ordem

Perissodactyla), Toxodontidae (Ordem Notoungulata), Gomphotheriidae (Ordem

Proboscidea), Hydrochoeridae (Ordem Rodentia) e Macraucheniidae (Ordem Litopterna).

A fauna pleistocênica do Rio Grande do Norte apresenta grande uniformidade,

especialmente, no que se refere aquela encontrada nos depósitos do tipo tanque, podendo

ser comparada com outras ocorrências em depósitos similares de diversos Estados

nordestinos.

Neste trabalho também se observou a predominância de formas herbívoras e de

grande porte, como preguiças e gonfoterídeos.

Dentre os tanques estudados a maior diversidade de formas e a presença de

animais de pequeno médio e grande porte, registrou-se na localidade Acauã, município

de Rui Barbosa.

Os fósseis da Ravina do Leon retrataram uma importante associação faunística,

com a presença de diversos carnívoros, os quais não foram encontrados nos demais

depósitos, além de formas ainda presentes na fauna atual.

A exemplo de outras ocorrências fossilíferas, no Estado, observou-se uma grande

disparidade entre a representação óssea preservada e a que deveria ser encontrada.

A predominância de fragmentos de ossos longos de animais de grande porte foi

observada nos achados no município de Antônio Martins, Rui Barbosa e Barcelona. Na

Ravina do Leon predominaram ossos pequenos das extremidades, dentes e fragmentos de

dentes.

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A utilização de lâminas delgadas como auxiliar na interpretação do processo

diagenético permitiu ratificar a predominância da permineralização, enquanto processo

de fossilização mais comum nos fósseis associados aos tanques, sendo que nos ossos

fósseis da Ravina do Leon também se observou substituição da parte óssea por um

mineral opaco, provavelmente, limonita. Nos casos, onde foram feitas lâminas (Rui

Barbosa e Ravina do Leon), não se observou uniformidade quanto ao processo de

fossilização. Numa mesma peça foi possível verificar porosidades com diferentes

estágios de preenchimento.

As sumárias observações tafonômicas mostram a importância desse estudo e

apontam para a necessidade de aprofundamento, o que permitirá o melhor entendimento

dos processos envolvidos na deposição e preservação dos fósseis.

O método de GPR, cujos resultados não foram satisfatórios, neste trabalho, em

decorrência das condições climáticas, deve ser empregado em novas investidas

paleontológicas, pois certamente será de grande valia, neste campo, a exemplo do que

vem ocorrendo em áreas afins.

A associação faunística encontrada na Ravina do Leon e a variedade de carnívoros

presentes sugerem que a região, nesta época, apresentava condições climáticas bastante

favoráveis, com clima úmido, o que é corroborado pela presença de animais com estreita

dependência da água, como é o caso da Família Hydrochoeridae e dos Testudines

associados.

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