DiDática Da Língua ingLesa i - UNIASSELVI

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2018 DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA I Prof. Estela Maris Bogo Lorenzi Prof. Luciana Fiamoncini

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2018

DiDática Da Língua ingLesa i

Prof. Estela Maris Bogo LorenziProf. Luciana Fiamoncini

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Copyright © UNIASSELVI 2018

Elaboração:

Prof. Estela Maris Bogo Lorenzi

Prof. Luciana Fiamoncini

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri

UNIASSELVI – Indaial.

420.7

L869d Lorenzi, Estela Maris Bogo

Didática da língua inglesa I / Estela Maria Bogo Lorenzi; Luciana Fiamoncini. Indaial: UNIASSELVI, 2018.

179 p. : il. ISBN 978-85-515-0147-4

1.Língua Inglesa – Estudo e Ensino. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

Impresso por:

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apresentação

Hello, dear students. It is a pleasure to write a book especially for you: a future English Teacher. A didática, como já se sabe, é a arte de ensinar. Por ser uma técnica, a didática pode ser aprimorada ao longo dos anos e a experiência é uma forte aliada. Neste material, buscamos evidenciar quais são as principais técnicas didáticas usadas para o ensino da língua e apresentar a você, acadêmico e futuro professor, o que a literatura traz acerca desta importante temática para quem quer adentrar à docência.

Na Unidade 1, teremos como enfoque o conceito e a aplicação da didática da língua inglesa. Nesta etapa, você será capaz de compreender quais são as implicações culturais da língua inglesa e sua implicação no mercado de trabalho. Ainda nessa unidade, abordaremos o conceito de didática, sua aplicação em sala de aula, e aspectos relacionados à escolha do material didático para trabalhar a língua estrangeira.

Ainda na Unidade 1, você conhecerá um pouco mais sobre o que versam os documentos nacionais da educação no que tange o ensino das línguas. Documentos como LDB, PCN, BNCC e algumas resoluções importantes que norteiam o ensino serão explorados. Fique atento a eles.

Já a Unidade 2 foca na diferença entre language learning and language aquisition. Serão abordados os conceitos de ambos os termos, maneiras de estimular e trabalhar cada um deles e ainda a ideia de bilinguismo. Ainda na Unidade 2, trataremos das implicações de se ter ou não um professor nativo na língua inglesa e trabalharemos as quatro habilidades que devem ser desenvolvidas quando estamos no processo de aprendizagem da língua: listening, speaking, writing and reading.

Por fim, na Unidade 3, o enfoque será exclusivamente nos métodos de ensino de língua inglesa. São eles: Direct Method, Grammar Translation Method, Audiolingual Method, The Silent Way, Suggestopedia, Communicative Language Teaching, The Lexical Syllabus and Immersion. Trataremos de como estes métodos surgiram, quais são seus prós e contras, discutiremos suas principais características e se eles ainda são viáveis ou não para a aplicação nos tempos hodiernos.

Explore tudo o que oferecemos a você a partir da ferramenta UNI, das dicas de vídeos, sugestões de leituras e acesse também a trilha de aprendizagem da disciplina no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que é recheada de informações para que você cresça sempre mais como profissional da educação.

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Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos!

NOTA

Esperamos que a partir deste material você possa ampliar seus horizontes, compreendendo os princípios básicos da didática e apaixonando-se cada vez mais pela arte de ensinar. Estaremos sempre à disposição para trocar ideias e aprendermos juntos a partir das suas sugestões e dúvidas.

We hope you have an excellent journey and be happy! See you soon! Teachers

Estela and Luciana.

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UNIDADE 1 – ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE ............................. 1

TÓPICO 1 – DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO ..................... 31 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 32 POR QUE ESTUDAR A LÍNGUA INGLESA? ............................................................................... 3

2.1 A LÍNGUA INGLESA E SEU CONTEXTO DE USO ................................................................ 62.2 A LÍNGUA INGLESA E AS IMPLICAÇÕES CULTURAIS ...................................................... 72.3 A LÍNGUA INGLESA NO MERCADO DE TRABALHO ........................................................ 9

3 O QUE É DIDÁTICA? ......................................................................................................................... 113.1 A DIDÁTICA E SUA APLICAÇÃO EM SALA DE AULA ........................................................ 133.2 A ESCOLHA DO MATERIAL DIDÁTICO E AS IMPLICAÇÕES NO ENSINO E

APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA ................................................................................ 15LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 16RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18

TÓPICO 2 – AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES .......................................................................................................... 19

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 192 O ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL ........................................................................................... 203 ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS: UM OLHAR NAS LEIS, NORMAS E NOS DOCUMENTOS ORIENTADORES .................................................................................... 27

3.1 A LDB E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA .................................................................. 283.2 OS PCN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, AS OCEM – ENSINO MÉDIO E A LÍNGUA ESTRANGEIRA ....................................................................................................... 313.3 OUTROS DOCUMENTOS ORIENTADORES E NORMAS ACERCA DA LÍNGUA

ESTRANGEIRA – INGLÊS ............................................................................................................. 343.3.1 A resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 4, de 13 de julho de 2010 ......... 343.3.2 A resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 7, de 14 de dezembro de 2010 ...................................................................................................................................... 353.3.3 A resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 2, de 30 de janeiro 2012:

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio .................................................. 363.3.4 Plano Nacional de Educação - PNE de 2014 ....................................................................... 373.3.5 O que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? ..................................................... 393.3.6 Como será o currículo do novo Ensino Médio em relação à língua estrangeira? ......... 40

4 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM LÍNGUA INGLESA .............................................. 404.1 O QUE OS DOCUMENTOS ORIENTADORES E LEIS POSTULAM SOBRE AVALIAÇÃO .................................................................................................................................... 41

RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 44AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 46

sumário

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VIII

TÓPICO 3 – O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA .................. 491 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 492 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................................................................................................. 50

2.1 ENSINANDO A PARTIR DA ORALIDADE .............................................................................. 532.2 UTILIZANDO O MATERIAL CONCRETO E RECURSOS VISUAIS ..................................... 54

3 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL I .............................................................................................................................. 55

3.1 A COMPREENSÃO DO VOCABULÁRIO NAS TEMÁTICAS DE ENSINO ........................ 563.2 A LÍNGUA ESTRANGEIRA E OS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO ................................... 57

4 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL II.............................................................................................................................. 58

4.1 CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DA GRAMÁTICA ......................................................... 594.2 O USO DAS TECNOLOGIAS E A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA ................... 61

5 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO MÉDIO ............... 625.1 A COMPREENSÃO TEXTUAL NA LÍNGUA INGLESA .......................................................... 635.2 O ENSINO DO INGLÊS E O VESTIBULAR ................................................................................ 64

RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 67AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 69

UNIDADE 2 – LANGUAGE LEARNING AND LANGUAGE ACQUISITION ......................... 71

TÓPICO 1 – LANGUAGE ACQUISITION OU ASSIMILAÇÃO NATURAL ............................. 731 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 732 CONCEITUANDO A LANGUAGE ACQUISITION .................................................................... 74

2.1 LÍNGUA MATERNA ...................................................................................................................... 762.2 SEGUNDA LÍNGUA ....................................................................................................................... 772.3 LÍNGUAS MINORITÁRIAS E MINORITARIZADAS ............................................................... 78

3 MANEIRAS PARA ESTIMULAR A LANGUAGE ACQUISITION ........................................... 793.1 AQUISIÇÃO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA: QUE FATORES CONSIDERAR? .................. 79

3.1.1 Idade de aquisição .................................................................................................................. 803.1.2 Bilinguismo .............................................................................................................................. 81

RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 83AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 84

TÓPICO 2 – LANGUAGE LEARNING OU ESTUDO FORMAL .................................................. 871 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 872 CONCEITUANDO A LANGUAGE LEARNING ........................................................................... 87

2.1 O ESTUDO FORMAL E O APRENDIZADO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA ........................ 883 COMO DESENVOLVER A LANGUAGE LEARNING ................................................................. 91

3.1 O PAPEL DO PROFESSOR NA LANGUAGE LEARNING ...................................................... 923.2 AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NA LANGUAGE LEARNING .............................................. 96

LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 100RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 103AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 104

TÓPICO 3 – PROFESSOR NATIVO E NÃO NATIVO DE LÍNGUA INGLESA: IMPLICAÇÕES ................................................................................................................. 1051 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1052 O PROFESSOR NATIVO NA LÍNGUA INGLESA ....................................................................... 1053 O PROFESSOR NÃO NATIVO NA LÍNGUA INGLESA ............................................................ 107

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3.1 O QUE DIZEM AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES SOBRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ................................................ 108

4 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS COM OS ALUNOS DE LÍNGUA INGLESA .................................................................................................... 110

4.1 LISTENING ....................................................................................................................................... 1114.1.1 Pre-listening, listening and post-listening .......................................................................... 112

4.2 READING ......................................................................................................................................... 1124.2.1 Processes top-down e bottom-up ......................................................................................... 1134.2.2 Reading strategies ................................................................................................................... 114

4.3 SPEAKING ........................................................................................................................................ 1154.3.1 Speech stimulation techniques ............................................................................................. 116

4.4 WRITING .......................................................................................................................................... 1164.4.1 English everywhere ................................................................................................................ 116

RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 118AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 120

UNIDADE 3 – THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS .......................................................... 123

TÓPICO 1 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 1 .............................................................................. 1251 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1252 DIRECT METHOD .............................................................................................................................. 125

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIRECT METHOD ..................................................................... 1272.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO DIRECT METHOD ....................................... 128

3 GRAMMAR TRANSLATION METHOD ........................................................................................ 1303.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O GRAMMAR TRANSLATION METHOD ............................... 1313.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO GRAMMAR TRANSLATION METHOD .... 133

4 AUDIOLINGUAL METHOD ............................................................................................................. 1334.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O AUDIOLINGUAL METHOD ................................................... 1364.2 SUGESTÃO DE ATIVIDADE UTILIZANDO AUDIOLINGUAL METHOD ......................... 138

RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 139AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 140

TÓPICO 2 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 2 .............................................................................. 1431 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1432 THE SILENT WAY ................................................................................................................................ 143

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O SILENT WAY METHOD ............................................................ 1452.2 SUGESTÃO DE ATIVIDADE UTILIZANDO SILENT WAY METHOD .................................. 146

3 SUGGESTOPEDIA .............................................................................................................................. 1463.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O SUGGESTOPEDIA METHOD .................................................. 1473.2 SUGESTÕES DE COMO TRABALHAR O SUGGESTOPEDIA METHOD ............................ 149

4 TOTAL PHYSICAL RESPONSE ....................................................................................................... 1504.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O TOTAL PHYSICAL RESPONSE METHOD ........................... 1504.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO TOTAL PHYSICAL RESPONSE METHOD .......................................................................................................................................... 152

RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 154AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 155

TÓPICO 3 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 3 .............................................................................. 1571 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1572 COMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHING ........................................................................... 157

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2.1 CONSIDERAÇÕES DO COMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHING METHOD ........... 1582.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO COMMUNICATIVE LANGUAGE

TEACHING METHOD.................................................................................................................... 1593 THE LEXICAL SYLLABUS ................................................................................................................ 161

3.1 PRÓS E CONTRAS DO LEXICAL SYLLABUS METHOD ........................................................ 1623.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO LEXICAL SYLLABUS METHOD ............... 162

4 IMMERSION ........................................................................................................................................ 1634.1 PRÓS E CONTRAS DO IMMERSION METHOD ....................................................................... 1644.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO IMMERSION METHOD .............................. 165

LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 166RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 170AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 171

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 173

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UNIDADE 1

ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você estará apto a:

• compreender o contexto de uso da língua inglesa;

• discutir o conceito de didática e suas aplicações;

• conhecer a trajetória do ensino de línguas no Brasil;

• compreender os dizeres das leis, normas e os documentos orientadores acerca do ensino e aprendizagem das línguas estrangeiras;

• refletir acerca da avaliação;

• analisar o ensino da língua inglesa na Educação Básica.

Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final da cada um deles, você poderá dispor de atividades que o auxiliarão na fixação do conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO

TÓPICO 2 – AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

TÓPICO 3 – O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

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TÓPICO 1UNIDADE 1

DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO

1 INTRODUÇÃO

Students, welcome to our new book. Todos nós sabemos que a língua inglesa é a mais falada no mundo e que as pessoas que a dominam têm, sem sombra de dúvidas, certas vantagens com relação a quem não a domina.

A partir do estudo deste material você será capaz de compreender por que a didática da língua inglesa é tão importante quando falamos em aprendizado de uma second language, ou segunda língua, em português. Especificamente na Unidade 1, dedicaremos nossos estudos ao conceito e aplicação da didática em sala de aula (e, em alguns casos, fora dela também).

A didática, conforme estudaremos mais adiante, não é um conceito novo. Ela já vinha sendo estudada por Jan Amós Comenius em meados do século XVII. Por que, então, estudaremos algo tão antigo aqui, em um material atual como este?

A resposta é simples: a didática, embora date de séculos atrás, é um conceito que nunca deixou de ser atual. Todos os anos, inúmeros pesquisadores realizam seus estudos voltados para esta temática, visando sempre fazer descobertas significativas que possam auxiliar os professores a lapidar cada vez mais o seu trabalho em sala de aula.

A partir de agora, acadêmico, você passará a estudar este conceito e conhecer cada detalhe da aplicabilidade da didática do ensino da língua estrangeira em sala de aula. Are you ready to start? So, let’s go!

2 POR QUE ESTUDAR A LÍNGUA INGLESA?

It is a pleasure to meet you again! Quem de vocês já se perguntou por que a língua inglesa é um dos idiomas mais estudados do mundo? E por que em todo o mundo cada vez mais pessoas buscam aprender este idioma? Bem, não é difícil deduzir que, se a procura está aumentando, é porque realmente a língua está em ascendência.

De acordo com inúmeras pesquisas, pode-se afirmar que uma das respostas para esta pergunta é o fato de que a língua inglesa é o idioma principal

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UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE

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da comunicação em business mundo afora. Mesmo nos países que falam mandarim (China e Japão, por exemplo), o inglês é predominante quando o tema são os negócios.

Christopher Newcombe (2015, p. 74), diretor assistente dos cursos de Inglês do British Council Singapore, afirma que:

além da necessidade mais localizada, há um grande aumento na necessidade da proficiência no inglês em relação ao mundo globalizado em geral, no qual qualquer um pode receber uma ligação em inglês de um colega na Escócia, e ao mesmo tempo ter de responder um e-mail em espanhol ou em outra língua.

Apesar de o inglês ser destaque no mundo dos negócios (business), não

é só nesta área que ele está em evidência. No mundo tecnológico, por exemplo, o inglês é muito presente. Podemos perceber isso nos estrangeirismos que nos permeiam quando o assunto é informática.

FIGURA 1 - BUSINESS

FONTE: Disponível em: <http://www.dicasdosergio.com.br/category/diversos/tirinhas-diversos/>. Acesso em: 15 jul. 2017.

A tirinha apresentada traz uma conotação humorística para uma parte do computador, o mouse. Neste caso, o mouse a que o atendente se refere é o animal, que está tranquilo a bordo. A partir dela, podemos trazer inúmeros estrangeirismos muito utilizados na nossa língua portuguesa que se referem à tecnologia: mouse, touchscreen, enter, pen drive, board, closed caption, e muitas outras palavras usadas em nosso dia a dia.

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TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO

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Vamos relembrar o que são os estrangeirismos? São palavras estrangeiras que a língua portuguesa acabou por acrescentar ao vocabulário. Os estrangeirismos não são somente palavras trazidas da língua inglesa, mas também de outros idiomas, por exemplo, a palavra abajour, que vem do francês.

UNI

Mais um importante passo para que possamos compreender o porquê da importância de estudar o inglês é analisar o mundo que nos cerca: outdoors, lojas, a própria tecnologia, conforme comentamos anteriormente, todas estas peculiaridades do dia a dia estão rodeadas pela língua inglesa. O mercado de trabalho cada vez mais busca profissionais qualificados que dominem, total ou parcialmente, um segundo idioma – neste caso, especificamente a língua inglesa. Esta procura cresce vertiginosamente porque há ocasiões em que somente conhecer vocabulário e gramática básica não basta. Para participar de discussões de trabalho e comunicar-se efetivamente com estrangeiros é necessário que o falante domine o listening.

Um dado curioso exposto por Newcombe (2015) é que em muitas universidades conceituadas, como Oxford e Edimburgo, há muitos estudantes de outros países, que se matriculam e lá estudam justamente para que possam ter a língua inglesa como base nas situações acadêmicas, do dia a dia e também para que possam ter a experiência de compartilhar as culturas dos mais diversos países, lá representados pelos estudantes.

Estes e outros motivos fazem com que o inglês, apesar de ser por vezes complicado para os estudantes iniciantes, ainda seja a primeira opção, pois apesar da dificuldade e das frustrações iniciais, as recompensas do seu aprendizado são sempre compensadoras e acabam por valer a pena de médio a longo prazo.

Você sabia que, apesar de a língua inglesa ser a mais utilizada no mundo, ela não é a que mais tem falantes nativos? Isso quer dizer que ela é a mais aprendida como língua estrangeira e você, acadêmico, está somando para estas estatísticas.

UNI

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UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE

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A razão pela qual devemos aprender a língua inglesa é abrir portas, em todos os setores. Negócios, turismo, comunicação, cultura, economia, relacionamentos, literatura, internet, informação. Todas estas são áreas facilmente exploradas quando se tem um bom domínio da língua inglesa. So, what are you waiting for? Let’s learn English, folks!

2.1 A LÍNGUA INGLESA E SEU CONTEXTO DE USO

A língua inglesa, ao contrário do que muitos pensam, teve seu ápice mundial por volta do século XVI, quando o imperialismo britânico proporcionou que a língua inglesa se estendesse além das suas fronteiras (GRADDOL, 2006). Este fato influenciou a linguística e a cultura de outros países, que muitos anos depois fizeram com que a língua inglesa se transformasse em língua internacional.

O rápido avanço tecnológico fez com que a interação entre diferentes pessoas do mundo inteiro aumentasse significativamente, e esta comunicação deu-se especialmente a partir do uso da língua inglesa. Por este motivo, a língua passou a ser estudada em massa pela população, fazendo com que seu uso aumentasse significativamente em questão de décadas.

Hoje, não há como medir em números exatamente a quantidade de pessoas que estudam a língua inglesa e quais são suas intenções ao fazê-lo, mas é perceptível o aumento do interesse não somente nas instituições que oferecem cursos particulares, mas também por parte das pessoas que o fazem autonomamente por meio de cursos on-line ou de maneira autodidata.

De acordo com Dal Molin (2003), a velocidade da inserção da população nos meios tecnológicos fez com que o perfil dos aprendizes mudasse, ou seja, vivemos hoje em um mundo no qual a atuação pedagógica está passando por profundas mudanças, fugindo do obsoleto, da rotina e daquele ensino tradicional cansativo e enfadonho. Dal Molin (2003) ainda afirma que a reprodução de conhecimentos ultrapassados, inoperantes e descompassados não é mais aceita hoje.

Podemos perceber esta situação se compararmos o ensino de línguas atual com o de 20 anos atrás (ou menos): na época, era o professor o detentor do saber, aquele que transmitia o conhecimento. O aluno era ouvinte. Hoje, os estudantes tornaram-se atuantes e já trazem a informação de casa, pois a acessam a qualquer momento de seus aparelhos tecnológicos. Ao professor cabe mediar esta informação e transformá-la em conhecimento. O fácil acesso à tecnologia fez com que o professor saísse do pedestal de detentor do saber para o papel de mediador.

O professor de língua inglesa passa a ser, portanto, aquele que dará continuidade a um processo que, geralmente, já está iniciado. Motter et al. (2009) afirmam que hoje o ciberespaço tem papel importante na formação das pessoas,

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TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO

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seja na reprodução cultural, na informação de diferentes visões de mundo, na proposição e criação de habilidades, adoção de atitudes, valores, e, principalmente, em relação ao acesso de uma língua estrangeira.

Para os autores, o contexto de uso da língua inglesa hoje “cria novas identidades, forma cidadãos com interesses originais e diferentes” (MOTTER et al., 2009, p. 4). Assim, pode-se inferir que o falante da língua inglesa, seja ele nativo ou aprendiz, percebe a língua inglesa não somente como um segundo idioma, mas sim, como uma possibilidade de troca, seja pelo fato de 80% das informações da web estarem em inglês ou mesmo por suas características socioculturais.

Percebe-se, então, que os sujeitos que estão em contato com a língua inglesa não são mais meros receptores, mas sim, que “têm liberdade de escolha e produção dos conteúdos que desejam acessar” (MOTTER et al., 2009, p. 2). Assim, agem com propriedade e liberdade para aprenderem da maneira como acharem mais conveniente.

Portanto, o contexto de uso da língua está mudando. Antes, tínhamos o inglês como mais uma disciplina escolar. Hoje, o temos como uma porta para uma cultura que já não é mais, de acordo com Costa (2004), ocidental ou americanizada, mas sim, global. Esta cultura global existe, de acordo com Costa (2004), partindo de diversos países e não tem um foco principal.

A língua inglesa é, portanto, usada hoje com diferentes objetivos, diferente do que era antes. É o idioma do desenvolvimento tecnológico, econômico e científico, sendo o ápice da interação e do entretenimento. E você, acadêmico? Why are you learning English? Think about it!

2.2 A LÍNGUA INGLESA E AS IMPLICAÇÕES CULTURAIS

A cultura da língua inglesa! Eis um tema sobre o qual poderíamos falar tranquilamente por horas e horas. Embora não seja tão simples quanto pareça, é um dos temas que, quando se fala em “aprender inglês”, mais vem à tona. Para esta sessão, tomaremos por base a definição antropológica de cultura, que ressalta que esta vai muito além do mundo letrado, ou seja, o comportamento humano, independentemente de sua classe, define a cultura.

A cultura, portanto, é evidenciada por um conjunto de situações, que, de acordo com Ullmann (1980, p. 86), é “todo comportamento humano-cultural, transmissão social... Cultura é saudação dirigida a alguém... é a forma de educar a prole... é o modo de vida da sociedade... Cultura é um termo que dá realce aos costumes de um povo". Observe a tira de Mafalda:

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UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE

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FIGURA 2 - MAFALDA E OS ESTRANGEIRISMOS

FONTE: Disponível em: <http://blog.culturainglesa-ce.com.br/linguagem/anglicismo-a-influencia-do-ingles-na-lingua-portuguesa>. Acesso em: 23 jul. 2017.

Na tira, podemos perceber que a personagem não compreende a palavra living como estrangeira, visto que ela já está tão impregnada no seu dia a dia que passa a ser como se fosse do seu próprio idioma, ignorando o fato de que, para ela, há uma palavra específica (sala de estar). Pode-se afirmar que a língua inglesa está, aos poucos, infiltrando-se de tal maneira nas outras culturas que, por vezes, passa despercebida, fazendo com que esta pareça já fazer parte da própria cultura de cada país.

Ensinar a língua inglesa não quer dizer que estejamos forçando o aluno a adquirir a cultura do outro, mas sim, fazendo com que ele saiba que os povos se comportam de maneiras diferentes. Culturas não são superiores ou inferiores umas às outras, mas sim, diferentes, e a situação econômica nada tem a ver com estes fatores, embora muitas vezes a cultura dos países mais influentes domine sobre as demais.

Em sala de aula, discutir estas questões com o aluno é essencial, pois a partir delas é possível fazer com que se compreenda que aprender inglês vai além do simplesmente compreender um idioma de um país dominante, devemos utilizá-lo como um instrumento de comunicação que abrange os mais diversos aspectos, tanto culturais quanto tecnológicos.

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TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO

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Atualmente, pode-se perceber que a visão da língua inglesa como dominadora está perdendo espaço, fazendo com que ela passe a ser vista não mais como a língua da cultura americana ou ocidental, mas como a língua da globalização, a partir da qual podemos comunicar e interagir. Os impactos da língua inglesa sobre os aspectos culturais estão, portanto, mais voltados à globalização.

2.3 A LÍNGUA INGLESA NO MERCADO DE TRABALHO

Hi, folks! Cá estamos nós novamente para falar um pouco acerca da língua inglesa no mercado de trabalho. No mundo atual, estamos cercados por produtos e marcas estrangeiras, correto? Desde alimentos até automóveis, todas as esferas comerciais nos oferecem algo importado. Assim como para nós há o importado de outros países, também nosso Brasil é grande exportador, ou seja, lá fora, os produtos brasileiros são importados aos olhos dos outros.

Vamos nos ater ao que é, para nós, importado. Você já deve ter reparado no mercado ou em lojas de tecnologias que, mesmo que os produtos sejam chineses, árabes ou de outra nacionalidade, as informações são predominantemente em inglês? Isso é uma prova do que vimos falando até agora: a língua inglesa é, sim, a língua dos negócios.

Podemos ver isso também nas organizações e empresas. Muitos dos termos utilizados são em língua inglesa, e isso ocorre porque são termos mundiais, ou seja, não se usa tradução para eles. E adivinhem em que língua são usados? Isso mesmo: em inglês. A tira a seguir ilustra um pouco do que estamos falando, com dose de humor. Vamos descontrair?

FIGURA 3 - THE ENGLISH TEACHER

FONTE: Disponível em: <http://www.ivoviuauva.com.br/tag/ingles/>. Acesso em: 23 jul. 2017.

Isto ocorre porque na visão das empresas, por exemplo, em uma relação cliente e fornecedor, é importante tratar direto com o fornecedor, que, na maioria das vezes, é estrangeiro. A partir desta logística, ganha-se tempo e eficiência. Por isso, compreender a língua inglesa razoavelmente bem é imprescindível.

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Não somente na área de negócios, mas também na área tecnológica a língua inglesa ganha cada vez mais espaço. Os profissionais que lidam com tecnologia têm a língua inglesa como ferramenta de trabalho em potencial. Isto, podemos explicar, porque a maioria das criações no quesito tecnológico vem dos Estados Unidos ou do Japão, e aprender o mandarim é mais complicado do que aprender o inglês, concordam? Portanto, pelo fato de o inglês ser a língua mais disseminada, acordou-se trocar as informações nesta língua.

Aos profissionais do turismo também o inglês é bem-vindo. Podemos ver que a área turística cresceu vertiginosamente nos últimos anos. Muitos são os estrangeiros que vêm ao Brasil diariamente, seja para turismo ou mesmo a negócios. Saber atendê-los (e bem!) por aqui é de suma importância para que eles voltem. Exemplos disso foram a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Muitas foram as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes, justamente por não dominarem a língua.

Da maneira oposta também: há muitos brasileiros que viajam diariamente para o exterior. E todos eles se comunicam em língua inglesa para atender aos turistas. Você poderá ir à França, Alemanha, Japão, China... Sempre haverá alguém tentando ajudá-lo... EM INGLÊS. Que tal aprender rapidinho?

Não somente estes ramos (organizações, tecnologia e turismo) crescem no Brasil e no mundo. Falar bem a língua inglesa abre portas para muitos setores que devagar vêm ganhando espaço. No seu caso, acadêmico, estamos falando da educação. Você será professor de língua inglesa, e esta área também está em constante crescimento. Você, como professor licenciado, terá oportunidade de trabalhar em escolas, universidades, cursos, como coach, e ainda como professor particular. É ou não é uma enorme gama de possibilidades? Aproveite and let’s learn English! E para finalizar esta sessão, veja estas dicas.

DICAS

Cinco motivos para investir no aprendizado

1. Ter acesso às informações de todos os lugares do mundo.2. Conhecer pessoas e culturas diferentes.3. Ter maiores salários.4. Ter melhores empregos.5. Ter a possibilidade de trabalhar ou estudar em outros países.

Cinco estratégias para não perder o foco e desistir do curso

1. Entender que não há fórmulas milagrosas para aprender um novo idioma.2. Não ter vergonha de praticar.

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3. Conversar com pessoas de outros países quando tiver a oportunidade.4. Se dedicar, estudando também em casa.5. Ver filmes e séries com legendas em inglês.

Christiane Nociti - professora da escola de idiomas Centro Britânico.

FONTE: Disponível em: <https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/colunistas/convidados/a-importancia-da-lingua-inglesa-para-o-mercado-de-trabalho>. Acesso em: 25 jul. 2017.

3 O QUE É DIDÁTICA?

Welcome to our new section. Nosso livro, que trata especificamente da Didática, tem como um dos objetivos ensinar a você, futuro professor de língua inglesa, a importância da didática no decorrer do seu dia a dia profissional. Vamos estudar um pouco mais sobre ela?

A Didática é uma disciplina que une a teoria à prática. De acordo com Melo e Urbanetz (2008, p. 152), ela pretende auxiliar os professores “em todos os elementos constitutivos da dinâmica escolar, quais sejam: a reflexão pedagógica necessária à implementação de um projeto educativo, com suas concepções explicitadas através de seus planejamentos e efetivadas através de sua dinâmica cotidiana”. Em outras palavras, a didática torna concretos os métodos, de maneira a escolher os melhores caminhos em cada caso para chegar a uma determinada meta.

A didática é parte do cotidiano do professor no que tange à compreensão da educação como fenômeno, ou seja, auxilia a escolher quais caminhos seguir de acordo com os objetivos que pretende alcançar. Quem nunca ouviu dizer a seguinte frase: “aquele professor sabe muito, mas não tem didática”. Esta frase exemplifica qual é a função da didática: facilitar o processo de ensino e aprendizagem, tanto para o professor quanto para o aluno.

DICAS

Para compreender melhor o que estamos estudando, acesse o link a seguir e assista ao vídeo do professor Mário Sérgio Cortella: <https://www.youtube.com/watch?v=TMIGLNT-yis>. Acesso em: 20 jul. 2017.

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A história da didática não vem de hoje. Já na Grécia antiga ela era considerada inata a algumas pessoas e chamada de “arte de ensinar”. Hoje, após inúmeras pesquisas, sabemos que a didática é muito mais do que uma arte e que não é inata, ou seja, pode ser aprendida.

Até chegar ao conceito de didática que temos hoje, muitos foram os pesquisadores que ajudaram a construir este conhecimento, a partir do nobre Comenius, considerado seu pai, até Herbart, Dewey e muitos outros. Cada um deles contribuiu de maneira grandiosa para a construção do conhecimento acerca de didática que temos hoje.

A didática, basicamente, se ocupa em descobrir o “como ensinar”. De acordo com Martins (2008), esta questão está sempre ligada a mais questionamentos importantes: para que ensinar, por que ensinar, a quem ensinar, qual sua realidade, que tipo de pessoas desejamos formar... e muitas outras. Assim, pode-se concluir que não há uma técnica neutra e única para se ensinar. A mesma técnica não serve para todos os contextos, para todas as pessoas e para todos os objetivos.

A didática nada mais é do que isto: a técnica que ajuda o professor a tomar a decisão acerca dos encaminhamentos que serão tomados para cada ocasião. Uma disciplina, uma atividade, uma prova... não são organizadas de maneira neutra. Sempre haverá impactos de caráter político e social na maneira como determinados assuntos são ensinados.

A maneira como se enfatizam determinados temas ou que se omitem outros, a forma como são abordados os conteúdos, o nível de importância que se dá a cada um deles, os autores utilizados para embasar o que está sendo ensinado. Tudo isso são fatores que fazem com que o professor tenha um papel político importante na hora de ensinar.

Isso não quer dizer que o professor deva, de acordo com Martins (2008), doutrinar os alunos. Para que ele possa cumprir seu papel, ele deve organizar a disciplina de maneira a favorecer a aprendizagem significativa do aluno, apresentando todas as facetas e proporcionando ao aluno o crescimento intelectual apropriado para que ele mesmo chegue às suas conclusões.

A didática é, portanto, mediadora entre a teoria e a prática. Dominar esta prática faz com que o professor decida de maneira autônoma quais são os melhores caminhos a serem tomados de acordo com a turma em que está lecionando, observando as questões anteriormente expostas: Para quê? Para quem? Por quê? A didática fica, portanto, focada na aula, mas não restrita a ela (MARTINS, 2008). A aula é apenas o emaranhado de relações que ocorrem no decorrer do processo de ensino e aprendizagem.

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3.1 A DIDÁTICA E SUA APLICAÇÃO EM SALA DE AULA

Até então, falamos no conceito da didática, mas como funciona a aplicação da didática em sala de aula? Vamos lá. Existem inúmeras técnicas para o ensino dos alunos individualmente, mas quando se fala em sala de aula, as coisas se tornam mais densas. Isso porque, como já se sabe, a sala de aula não é um local composto por alunos iguais nos aspectos social, intelectual, econômico, cognitivo, físico, político e inúmeros outros fatores. A sala de aula é heterogênea.

A didática deve instruir, guiar, ensinar, ajudar... A sala de aula, por ser heterogênea, necessita de um professor que conheça os recursos da didática para que possa ter seus objetivos alcançados ao final do período letivo. Juntamente à pedagogia, a didática visa analisar a realidade educativa para compreendê-la, e em seguida, aplicar as atividades mais coerentes para que a turma siga em sintonia e possa obter um resultado positivo em todos os aspectos.

Como ensinar de maneira eficaz para que os alunos possam gerar conhecimento? Esta pergunta é diária na rotina dos professores. A resposta é e sempre será a mesma: não há receita pronta para ensinar com sucesso. O planejamento é primordial para que se possa organizar uma aula que abranja os conteúdos que se pretende e, ao mesmo tempo, alcançar os objetivos almejados.

De acordo com Lerner (2009), conhecer as didáticas específicas deveria ser a matéria-prima do trabalho do professor, pois é uma das únicas maneiras de garantir o aprendizado em sala de aula. Por que existem as didáticas específicas? Simplesmente pelo fato de que não se ensina matemática da mesma maneira que se ensina geografia. E mais: dentro da própria geografia, por exemplo, há maneiras diferentes de ensinar o mesmo conteúdo.

Hoje em dia não é mais o professor que leva a informação à sala de aula, pois os alunos já vêm, em sua maioria, com elas de casa a partir do acesso à internet e outros meios tecnológicos. A ele cabe, portanto, fazer com que o aluno assimile estas informações de maneira a transformá-las em conhecimento. Na hora de planejar estas aulas, é primordial que o professor não se atenha simplesmente ao fato de levar informações, mas sim, de propor atividades que despertem no aluno a criticidade e a capacidade argumentativa. Lerner (2009) complementa afirmando que infelizmente a didática ainda não é tida como uma ciência e que muitos ainda resistem às descobertas, porque acreditam que basta simplesmente repetir o que vem sendo feito que o ensino dará certo.

Agora, separamos para você dez passos para inovar no seu processo de ensino e aprendizagem e tornar suas aulas bem-sucedidas. Vamos a eles?

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10 passos para ter mais inovação no ensino e no aprendizado

1. Dos horários fixos para as atividades dinâmicas: Organizar o ensino de maneira mais dinâmica e aproveitar as oportunidades que surgem durante o processo. Fortalecer a improvisação.

2. Dos conhecimentos adquiridos dentro da sala de aula para aqueles obtidos fora da escola: O aprendizado ocorre em todos os lugares, na sala de aula e no mundo que nos rodeia. Hoje, as crianças e os jovens obtêm informações de muitas fontes, e a realidade exterior desempenha um papel cada vez maior no ensino e na aprendizagem.

3. Do conhecimento teórico ao conhecimento aplicado na prática: Os alunos usam o conhecimento teórico como base para a concepção e desenvolvimento de soluções práticas para problemas concretos, realistas.

4. De respostas certas às perguntas abertas: Os alunos não devem apenas ser incentivados a dar as respostas certas, mas também a agir como antropólogos, curiosos e repórteres que trazem novos conhecimentos valiosos que podem ser usados para a criação de novas perguntas.

5. De problemas fictícios para os desafios reais: Motivar os alunos a explorarem a realidade ao redor, em vez de ficar inventando problemas para serem resolvidos.

6. Da aprendizagem passiva para uma participação ativa: Transformar os alunos em agentes ativos, criadores. Eles devem se envolver na geração de novos conhecimentos e novas soluções.

7. De aprender com a cabeça para aprender com o corpo inteiro: O ensino deve mesmo inspirar os alunos a tocar, cheirar e mergulhar num assunto em vez de apenas ler um livro ou olhar para uma tela.

8. De trabalhos individuais para a solução de problemas em conjunto: Em vez de priorizar o trabalho individual do aluno, colocar um problema no centro de todos eles, para que o conhecimento individual contribua para a resolução em conjunto.

9. Do professor como especialista onisciente para o professor como facilitador: O professor deve ajudar a trazer novos conhecimentos em vez de ficar narrando velhos conhecimentos. Ele é responsável por seu método e deve usar técnicas e ferramentas diferentes para ensinar.

10. Da sala de aula formal à oficina experimental: A sala de aula deve ser um laboratório para a experimentação, em vez de um ambiente rígido e formal. Elas precisam ser espaços onde os erros são permitidos.

FONTE: Disponível em: <http://porvir.org/10-passos-para-inovar-ensino-aprendizado/>. Acesso em: 21 jul. 2017.

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3.2 A ESCOLHA DO MATERIAL DIDÁTICO E AS IMPLICAÇÕES NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA

Paralelamente aos demais recursos didáticos está a escolha do material que será utilizado como base para o ensino da língua inglesa. Esse material, utilizado pelo professor para nortear o ensino, deve ser muito bem escolhido para que se possa atingir os objetivos pretendidos.

De acordo com Vilaça (2001), material didático é tudo o que auxilia no ensino de aprendizes de uma língua. Ao ser destinado para atividades educativas, este deve ser pensado de modo que o professor seja capaz de utilizá-lo da maneira mais adequada possível para facilitar o aprendizado.

Por estar, conforme já mencionamos, em constante ascendência, o ensino de línguas hoje ganha cada vez mais espaço. Aprimorar, ou mesmo adquirir, uma segunda língua está se tornando indispensável no mundo em que estamos inseridos. Assim, falaremos aqui sobre dois tipos de ensinos de língua inglesa: o ensino instrumental e o ensino nas escolas.

Por ensino instrumental compreende-se, de acordo com Martins, Rochebois e Paula (2009), o ensino da língua para fins específicos. Este ensino teve início em meados dos anos 70 com vistas a desenvolver a habilidade de leitura de textos científicos. Este ensino objetivava auxiliar os acadêmicos a interpretar e compreender textos da esfera científica. Já o ensino nas escolas faz parte do nosso dia a dia há muito tempo. Como parte do currículo, o ensino de línguas estrangeiras nas escolas já é parte do cotidiano da maioria das crianças do Brasil em fase escolar.

Assim, podemos concluir que, de acordo com Leffa (2003), a produção de material para o ensino de línguas é uma sequência de atividades que, juntas, objetivam criar um instrumento de aprendizagem. A partir deste instrumento, o professor deverá dar ênfase ao uso da língua, bem como proporcionar ao aluno uma reflexão acerca dele. Almeida Filho (1994, p. 50) afirma que “acima de tudo, os materiais expostos serão pontos de partida e fontes potenciais de insumo e apoio na construção de experiências válidas, profundas, duradouras e memoráveis nas trajetórias díspares e oscilantes dos que aprendem novas línguas”. A partir disso, conclui-se que o material didático deve estar sempre aliado ao ensino da língua, seja ele instrumental ou escolar.

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O livro didático, quando mal-empregado, pode representar um empecilho em vez de ser um auxiliar do ensino. Inclusive, ele tem sido apontado por professores como um vilão do processo educativo. Segundo eles, seu uso faz com que mudanças significativas não se realizem.

Embora muitos avanços tenham que ocorrer, os materiais de apoio à docência têm que estar presentes, cabe ao professor fazer a escolha do tipo de material mais adequado para as aulas.

Existe uma variedade de materiais que podem fazer parte de uma aula, incluindo os livros paradidáticos, vídeos, softwares etc., mas não se pode dispensar o uso do livro didático como ferramenta de ensino. Então, como fazer uma escolha correta do livro a ser adotado? Responda às seguintes perguntas antes de decidir:

1. Os conceitos se apresentam de forma correta no livro? 2. A metodologia de ensino é estimulante, ou seja, vai despertar o interesse do

aluno a estudar a matéria através do livro? 3. Nas atividades práticas presentes no livro existe uma preocupação com

a integridade física do aluno? Exemplo: recomendações de segurança e primeiros socorros.

4. Os exercícios propostos são coerentes com a matéria?

Se a resposta é sim para esses quatro itens, o professor pode usar o livro em sala de aula e desfrutar de seus benefícios para o aluno. Agora, se alguma das perguntas mereceu resposta negativa, está na hora de reconsiderar a decisão. Imagine colocar nas mãos de seus alunos um livro que os conduza a conceitos errados, expondo-os a riscos.

O importante é que o professor escolha com carinho seu parceiro na obtenção do conhecimento, um livro didático de qualidade pode trazer uma nova percepção da matéria.

FONTE: ALVES, Líria. Escolha correta do livro didático. Equipe Brasil Escola. Disponível em: <http://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/escolha-correta-livro-didatico.htm>. Acesso em: 20 jul. 2017.

LEITURA COMPLEMENTAR

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Neste tópico, você aprendeu que:

• A didática da língua inglesa é muito importante quando falamos em aprendizado de uma second language.

• É muito importante estudar a língua inglesa, pois ela é expoente nos quesitos negócios, turismo, informação, cultura e oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

• O ápice mundial da língua inglesa ocorreu por volta do século XVI, quando o imperialismo britânico proporcionou que a língua inglesa se estendesse além das suas fronteiras.

• Não se pode calcular exatamente quantas pessoas no mundo falam inglês, mas o interesse, não somente nas instituições que oferecem cursos particulares, aumenta exponencialmente.

• Os aspectos culturais estão muito presentes no ensino e na aprendizagem da língua inglesa, mas devemos deixar claro que não existem culturas superiores ou inferiores, mas sim, diferentes.

• A didática é uma disciplina que une a teoria à prática e que pretende auxiliar os professores no preparo e aplicação das suas aulas. A didática é parte do cotidiano do professor no que tange à compreensão da educação como fenômeno.

• O material didático é tudo o que auxilia no ensino de aprendizes de uma língua. Ao ser destinado para atividades educativas, este deve ser pensado de maneira que o professor seja capaz de utilizá-lo da maneira mais adequada possível para facilitar o aprendizado.

RESUMO DO TÓPICO 1

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1 Acerca do estudo da didática, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) A didática é uma disciplina que une a teoria à prática.b) ( ) A didática torna concretos os métodos, de maneira a escolher os melhores

caminhos em cada caso para chegar a uma determinada meta.c) ( ) A didática não é estudada em cursos de licenciatura porque não pode ser

considerada uma disciplina.d) ( ) A didática é parte do cotidiano do professor e o auxilia a escolher quais

caminhos seguir de acordo com os objetivos que pretende alcançar.

2 Observe a tira a seguir e responda com suas palavras qual é a crítica implícita na fala de Mafalda e que relação ela tem com a didática:

AUTOATIVIDADE

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TÓPICO 2

AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES

ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA:

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Hello, acadêmico! Preparado para mais um tópico da Unidade 1? Este tópico tratará especificamente de questões que envolvem as leis, normas e os documentos oficiais que legislam e orientam o ensino e a aprendizagem das línguas estrangeiras no Brasil. Tais normas, leis e documentos, de certa maneira, fundamentaram e fundamentam as políticas de educação linguística na (re)construção da proposta pedagógica de ensino de línguas nas diversas localidades nacionais.

Inicialmente, porém, realizaremos uma retomada histórica do ensino de línguas no Brasil, através de uma trajetória que contextualiza as escolhas das línguas estrangeiras nos currículos escolares do nosso país. Para tanto, leis, normas e documentos orientadores, como LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996); OCEM – Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006); PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais (1998); PNE – Plano Nacional da Educação (2014); BNCC – Base Nacional Comum Curricular (2017), que ainda está em construção, resoluções, entre outros, referentes à organização curricular e ao ensino de línguas estrangeiras, serão apresentados e discutidos, já que versam sobre movimentos políticos acerca da escolha das línguas estrangeiras modernas para o currículo da educação básica brasileira.

A linguista Celani (1997, p. 147) nos ensina que “para se contemplar o futuro torna-se imperativo olhar para o passado, e isso só é possível a partir do presente”. Partindo disso, de que o passado colabora para explanar ações constituídas e vivenciadas na nossa atualidade, buscamos esclarecimentos sobre quais línguas foram ofertadas e quais não foram ofertadas no currículo das escolas brasileiras, para então compreendermos algumas posturas perante que línguas ensinar e aprender.

Neste tópico também serão apresentadas considerações sobre como a avaliação da língua estrangeira está proposta segundo as leis e os documentos que orientam o ensino no Brasil.

Continue conosco! Analise e (re)construa sua visão sobre o ensino de línguas no nosso país.

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2 O ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL

Podemos compreender a história do ensino de línguas no Brasil a partir das leis, normas e dos documentos oficiais que permeiam a educação brasileira. Para tanto, vamos iniciar compreendendo o que as “línguas estrangeiras modernas” englobam, pois esse é o termo utilizado nos documentos orientadores e legisladores até o momento. O termo “línguas estrangeiras modernas” engloba as línguas francesa, inglesa, alemã, italiana e, recentemente, a espanhola, em oposição às línguas clássicas como o grego e o latim (LEFFA, 1999). Muitos documentos orientadores desse século inserem em seu texto a nomenclatura línguas adicionais, já que, como iremos estudar, a inglesa é a mais escolhida nos currículos, e as adicionais englobariam as outras línguas inseridas na escola. De repente, o termo línguas adicionais substituirá o termo antes exposto. Lucena (2016, p. 362) nos orienta que:

[...] reconhecendo a pluralidade de línguas e valorizando as línguas já usadas por eles, que os alunos poderão entender mais facilmente por que a língua inglesa é um objeto de ensino, cujo conhecimento vale a pena ser acrescido aos seus repertórios. Importa, ainda, no caso da compreensão do uso do termo “adicional”, o fato de a grande maioria da população brasileira já lidar com a língua inglesa, não tendo motivos, pois, para negar sua onipresença.

Retomando o recorte histórico, a educação formal, na história do Brasil, iniciou com a catequização jesuítica. A partir de 1808, ano da chegada da Família Real, mudanças significativas em relação à escola aconteceram. A Coroa Portuguesa implantou políticas para o ensino das línguas, visto que, no período do descobrimento existiam em torno de 1.200 línguas indígenas, e os jesuítas se aproximaram, especialmente, do tupi, para catequizar os índios, pois a diversidade linguística vetou a rápida introdução do latim e da língua portuguesa (LORENZI, 2014).

Como nos apresenta a figura que segue, os padres jesuítas iniciaram a educação no Brasil com o objetivo principal da propagação da fé cristã, eles foram, praticamente, os únicos educadores do Brasil por mais de 200 anos.

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FIGURA 4 - CATEQUIZAÇÃO JESUÍTICA

FONTE: Disponível em: <http://www.matematicaefacil.com.br/2015/02/breve-historia-educacao-brasil.html>. Acesso em: 24 abr. 2017.

Em 1758, após a expulsão dos jesuítas, o Marquês de Pombal publicou o Diretório dos Índios, que tinha em seu texto, como norma principal, proibir as línguas indígenas, decretando a língua portuguesa como língua oficial do Brasil, a qual manteve o controle educacional por mais de dois séculos (MAHER, 2013).

A partir de 1808, ano da chegada da Família Real no Brasil, mudanças significativas em relação à escola aconteceram. Dom João VI, em relação à educação, promoveu apenas o ensino superior, instituindo cursos de nível superior que objetivavam uma formação profissional mais qualificada. Nos currículos, as disciplinas de língua francesa e de língua inglesa eram designadas para suprir falhas nas negociações realizadas nos portos (LEFFA, 1999).

O que se destaca no ensino primário e secundário é a criação do Colégio Federal Pedro II, em 1837, no Rio de Janeiro, apresentado na figura que segue, que ofertou o inglês como língua curricular obrigatória (OLIVEIRA, 1999). Dentre as reformas acerca do ensino das línguas, o decreto de número 62, de 1841, estabeleceu o ensino das línguas clássicas e modernas.

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FIGURA 5 - COLÉGIO PEDRO II

FONTE: Disponível em: <http://cp2centro.net/hitoriacp2centro.aspx>. Acesso em: 1º maio 2017.

No Brasil, muitas reformas educacionais foram efetivadas até o fim da Primeira República. As reformas foram “tão indefinidas quanto as da fase anterior, tornando-se apenas um prolongamento do Império” (HANNA, 2009, p. 227).

Durante o Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas implementou a segunda campanha de nacionalização, na qual a escola e a imprensa foram, significativamente, atingidas. A segunda campanha de nacionalização, segundo Fritzen (2007, p. 22), problematiza a proibição das línguas em “comunidades de imigrantes [que, ] com sua pluralidade cultural e linguística, com uma língua materna que não coincidia com a língua nacional, representavam [...] uma ameaça capaz de contaminar o corpo nacional e abalar a soberania do Estado-Nação”. Dessa maneira, Vargas implementou a segunda campanha em termos nacionais, mas antes disso, a primeira campanha de nacionalização aconteceu no Estado de Santa Catarina, em 1911, na qual Orestes Guimarães fomentou o ensino da língua portuguesa como essencial para a constituição de uma identidade nacional homogênea.

Em 1942 foi realizada a Reforma Capanema, que foi a que mais importância deu ao ensino das línguas estrangeiras, na qual todos os alunos, desde o ginásio até o científico ou clássico, estudavam latim, francês, inglês e espanhol. A Reforma Capanema propôs uma formação voltada para a cultura, a cidadania, numa perspectiva humanística, evidenciando a exaltação ao nacionalismo. Até 1942, o latim, francês, inglês e espanhol eram ensinados. Com o passar do tempo, o espanhol supriu o latim e, em 1945, foi lançado o Manual de Espanhol, de Idel Becker, que foi referência para o ensino do idioma por muitos anos (LEFFA, 1999).

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Depois de muitas reformas e tentativas educacionais, criou-se a LDB de 1961 e, 10 anos depois, a emenda à LDB, a Lei 5.692, de 1971, que, segundo Paiva (2004), não enfatizam a obrigatoriedade do ensino de línguas estrangeiras no currículo escolar.

As duas Leis, 4.024/61 e 5.692/71, não são similares, mas ambas incumbem os Conselhos Estaduais de Educação para decidir sobre o ensino de línguas.

A Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, fixou as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e retirou a obrigatoriedade do ensino de línguas estrangeiras, deixando a cargo dos Estados a opção para incluir ou não tal ensino nos currículos escolares.

A Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971, fixa as Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus à época, e não toda educação nacional, o que inclui a Educação Superior e atualmente a Educação Infantil. Com o parecer de número 853/1, recomendava, mas não obrigava a língua estrangeira nos currículos, pois o Brasil passava por uma fase que exaltava o patriotismo.

Segundo Del Vigna e Naves (2008, p. 35), “após essas duas LDB, outras leis são formuladas para gerir o ensino no país, e em todas elas, a questão do ensino de língua estrangeira é abordada, mas nem sempre tratada com a importância que se deveria dar ao assunto”.

Em 1974 foi criado o Centro de Linguística Aplicada pelo Conselho Diretor da Unicamp. Em novembro de 1996, a Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) organizou um Encontro Nacional de Política de Ensino de Línguas (I ENPLE), que discutiu a obrigatoriedade do ensino de línguas estrangeiras nas escolas públicas (DEL VIGNA; NAVES, 2008).

Trinta dias após o I ENPLE, a nova LDB, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, foi promulgada. A lei “estabelece normas para o sistema educacional em sua totalidade” (BERENBLUM, 2003, p. 142). A LDB 9.394/96 torna obrigatório o ensino de línguas a partir dos anos finais do Ensino Fundamental e ainda institui que, no Ensino Médio, a comunidade escolar poderia escolher uma língua estrangeira moderna obrigatória e outra optativa.

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DICAS

Que tal, acadêmico, conhecer a LDB 9.394/96 na íntegra? Acesse: <https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96> e leia essa lei com muita atenção, pois é ela que rege a educação brasileira.

FONTE: Disponível em: <http://llikapedagoga.blogspot.com.br/2015/04/ldb-o-que-e-e-quais-sao-seus-fundamentos.html>. Acesso em: 4 jul. 2017.

Em 1998, o Ministério da Educação e Cultura – MEC publica os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, que “estão organizados num extenso e detalhado documento introdutório no qual se estabelecem os fundamentos para a elaboração dos documentos das áreas dos Temas Transversais” (BERENBLUM, 2003, p. 156). Dentre os PCN, há o que fundamenta o ensino da língua estrangeira nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e, também, o PCN dos temas transversais incluem uma discussão sobre a pluralidade cultural, que engloba o ensino de línguas.

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DICAS

Você já conhece, acadêmico, os PCN? Bem, se já os conhece, não custa rever, não é mesmo? Acesse: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf> e leia o Caderno de Introdução dos PCN, depois você pode buscar os outros cadernos, de acordo com suas necessidades e interesses.

FONTE: Disponível em: <https://www.estantevirtual.com.br/b/secretaria-de-educacao-fundamental/parametros-curriculares-nacionais/2882811754>. Acesso em: 4 jul. 2017.

Os PCN do Ensino Médio foram lançados em 2000. Esse material orienta que as línguas estrangeiras modernas são “consideradas, muitas vezes, de maneira injustificada, como disciplina pouco relevante”, porém adquirem, na nova LDB, a configuração de disciplina tão importante como qualquer outra do currículo (DEL VIGNA; NAVES, 2008, p. 37).

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DICAS

Acadêmico, acesse a Parte I dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio no link: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>, e fique por dentro do que eles orientam.

FONTE: Disponível em: <http://lista.mercadolivre.com.br/livros/livro-par%C3%A2metros-curriculares-nacionais-pcn-ensino-m%C3%A9dio>. Acesso em: 4 jul. 2017.

Em 2005, a Lei nº 11.161 instituiu que a oferta do espanhol se torna obrigatória no Ensino Médio. As Orientações Curriculares do Ensino Médio são elaboradas em 2006, contemplando, nas diretrizes de língua estrangeira, a constituição de “um conjunto de orientações que buscam retomar a discussão dos Parâmetros Nacionais do Ensino Médio de forma a expandir seus conceitos e a oferecer práticas pedagógicas alternativas” (DUBOC, 2011, p. 732).

DICAS

Acadêmico, leia e compreenda mais acerca das OCEM no link: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf>.

FONTE: Disponível em: <https://pt.slideshare.net/maurouchoa/orientaes-curriculares-para-o-ensino-mdio-ocem>. Acesso em: 4 jul. 2017.

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Em 2010, as línguas inglesa e espanhola são introduzidas na prova do ENEM e, em 2011, livros didáticos de língua estrangeira, inglês e espanhol, são distribuídos gratuitamente nas escolas públicas através do Plano Nacional do Livro Didático.

DICAS

Entenda melhor o que é o Plano Nacional do Livro Didático visitando o link: <http://portal.mec.gov.br/pnld/apresentacao>. Acesso em: 4 jul. 2017.

Acadêmico, com esse recorte histórico enfatizando alguns dos principais movimentos em torno do ensino e aprendizagem das línguas estrangeiras, podemos inferir como as relações de poder, de interesses movidos, muitas vezes, pela política, articularam e, de repente, ainda articulam o ensino e a aprendizagem das línguas no Brasil. Novos documentos estão sendo elaborados e novidades acerca dessa e de outras temáticas relacionadas à educação nacional brasileira serão promovidas. Uma delas é a BNCC – Base Nacional Comum Curricular (adiante estudaremos sua proposta).

Passamos agora a compreender e conhecer um pouco mais de perto as leis que regem e os documentos que orientam o ensino e aprendizagem na atualidade. Não perca o foco, continue conosco!

3 ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS: UM OLHAR NAS LEIS, NORMAS E NOS DOCUMENTOS ORIENTADORES

Nesta parte do livro de estudos voltaremos nosso olhar especificamente às

leis, normas e documentos orientadores que tratam do ensino e da aprendizagem das línguas estrangeiras no Brasil e que, de certa maneira, fundamentaram e ainda fundamentam as políticas de educação linguística no que diz respeito à proposta pedagógica de ensino de línguas nos currículos escolares brasileiros.

Inicialmente, revisaremos a lei maior, que estabelece questões educacionais no Brasil como um todo, a LDB 9.394/96. Essa lei, além de legislar a educação brasileira, conforme mencionamos, também determina regras sobre o ensino de línguas no Brasil, tanto para o Ensino Fundamental como Médio.

Após, os PCN de Língua Estrangeira - terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental e de Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, e a OCEM, que orientam e norteiam o ensino de línguas, do Ensino Fundamental e Médio, serão

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apresentados e discutidos no que tange ao ensino e aprendizagem de língua estrangeira.

Por fim, outros documentos que orientam as línguas estrangeiras, como resoluções e, agora, a Base Nacional Comum Curricular (apesar de ainda estar em construção), serão apresentados.

3.1 A LDB E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, norma maior, que tem como função “regular o andamento das redes escolares, no que está relacionado ao ensino formal” (LIMA; CABRAL; GASPARINO, 2009, p. 27), estabelece todas as questões educacionais. A lei, ainda, proporciona autonomia a órgãos como o Conselho Nacional de Educação (CNE) para que estes estabeleçam caminhos diversificados ao ensino, conforme as necessidades de cada região.

Exemplo dessa autonomia é o ensino da língua estrangeira moderna, no Ensino Fundamental II, que pode ser escolhida pela comunidade escolar, desde que esteja dentro das possibilidades de oferta da instituição, conforme nos apresenta o artigo 26, parágrafo 5o da LDB 9.394/96: “Art. 26 - §5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição”.

Quanto ao Ensino Médio, o art. 36, inciso III, da LDB 9.394/96 estabelece que: “[...] será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das possibilidades da instituição”.

Assim, acadêmico, compreendemos que a lei não expressa, explicitamente, critérios específicos para que esta ou aquela língua seja a escolhida, nem nestes artigos nem nos posteriores da lei. O que se verifica é uma pequena redação em torno da escolha da língua que deve ocorrer dentro das possibilidades da instituição, o que deixa a decisão a cargo da comunidade escolar, que são os profissionais da escola, alunos, pais, conselheiros, gestores, associações, universidades e outras organizações interessadas e envolvidas com a escola para analisar e aplicar políticas de escolha.

Assim sendo, a lei abre espaço para que línguas estrangeiras passem a fazer parte obrigatória do currículo [pelo menos uma], não fazendo referência à quantidade máxima de línguas que possam ser ofertadas pelas escolas, apenas devem pertencer ao grupo das consideradas modernas. Compreendemos, então, que a LDB 9.394/96 proporciona, de certa forma, autonomia de ensino quanto ao número de línguas estrangeiras a serem ofertadas nas escolas.

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O ensino preferencial atual é o inglês, e apesar de não haver instruções que aconselhem o ensino e aprendizado do inglês como LE, ele ainda é a LE predominante nos currículos das escolas de Ensino Fundamental e Médio brasileiras. Porém, a questão da escolha da língua estrangeira moderna, na parte diversificada do currículo, encoraja novas ações de políticas educacionais linguísticas acerca do ensino de línguas, já que a lei abre espaço no currículo para a diversidade cultural, partilhando da ideia de que, ao invés de se procurar a “unidade” na diversidade, deve-se perceber as “misturas” para compreender e desenvolver trabalhos com a pluralidade que se vive (CÉSAR; CAVALCANTI, 2007).

A partir disso, compreendemos que a LDB 9.394/96 dialoga com a questão da globalização e com o intercâmbio entre línguas estrangeiras. Podemos ainda dizer que, segundo a LDB, o Brasil tem sim o mito de ser um país que é constituído por uma única língua, a língua portuguesa, porém, se incentiva a aprendizagem de línguas estrangeiras modernas e, dentre elas, indiretamente, a considerada franca, que é a língua inglesa.

Acadêmico, vamos entender melhor o termo “língua franca”? Segundo Seidlhofer (2001), uma língua franca define-se como um sistema linguístico adicional usado como meio de comunicação entre falantes de diferentes línguas maternas, ou uma língua em que os membros de diferentes comunidades de fala podem se comunicar, mas que não é a língua materna de nenhum deles.

IMPORTANTE

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FIGURA 6 - LÍNGUA FRANCA

FONTE: Disponível em: <http://www.lingua-online.com/en/2016/10/12/english-lingua-franca/>. Acesso em: 19 jun. 2017.

Como nos mostra a tirinha apresentada, o inglês, como todas as línguas já faladas em toda a história humana, evoluiu ao longo dos séculos e milênios, gradualmente acumulando vocabulário de outras línguas. Se qualquer língua falada no planeta hoje pode ser classificada como de natureza verdadeiramente híbrida, poucas devem ser classificadas à frente do inglês.

Você sabe o que é híbrido, acadêmico? O termo hibridismo acontece quando, no processo de formação de uma palavra, por exemplo, utiliza-se elementos de línguas diferentes, isto é, uma parte da palavra decorre de um termo de uma determinada língua, enquanto a outra parte da palavra provém de outra língua. Um bom exemplo é a palavra “Romanista” – Romano (latim) + -ista (grego).

NOTA

Agora que conhecemos um pouco mais da LDB, com foco nas línguas estrangeiras, vamos voltar nosso olhar aos PCN. Continue conosco!

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3.2 OS PCN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, AS OCEM – ENSINO MÉDIO E A LÍNGUA ESTRANGEIRA

Os PCN/1998 e 2000, como já mencionado, são documentos um tanto extensos e, podemos dizer, detalhados, que foram elaborados para orientar os educadores por meio da normatização de alguns aspectos fundamentais relativos a cada disciplina do currículo escolar.

Analisando-os de maneira crítica, podemos ousar dizer que, por vezes, os PCN deixam lacunas na questão da real importância e aplicabilidade de uma língua estrangeira no currículo escolar, pois essa temática é tratada de maneira muito ampla, o que também percebemos quando compreendemos um pouco da história das línguas no Brasil.

Porém, tais lacunas podem ser preenchidas com uma interpretação e aplicabilidade diferenciada, isto é, os parâmetros, como o próprio nome já diz, são orientações que podem ser reinterpretadas e aplicadas de maneira muito positiva nas realidades brasileiras.

É nos parâmetros de Língua Estrangeira - terceiro e quarto ciclos do Ensino

Fundamental e de Pluralidade Cultural e Orientação Sexual que a discussão que norteia o ensino de línguas é reativada.

No início do primeiro parágrafo, quando se referem à inclusão de língua estrangeira no Ensino Fundamental, os PCNLE (1998, p. 15 e 20) orientam que:

A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma possibilidade de aumentar a autopercepção do aluno como ser humano e como cidadão. Por esse motivo, ela deve centrar-se no engajamento discursivo do aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no discurso de modo a poder agir no mundo social [...].

A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre outros fatores, pela função que desempenha na sociedade. Em relação a uma língua estrangeira, isso requer uma reflexão sobre o seu uso efetivo pela população. No Brasil, tomando-se como exceção o caso do espanhol, principalmente nos contextos das fronteiras nacionais, e o de algumas línguas nos espaços das comunidades de imigrantes (polonês, alemão, italiano etc.) e de grupos nativos, somente uma pequena parcela da população tem a oportunidade de usar línguas estrangeiras como instrumento de comunicação oral, dentro ou fora do país [...].

Podemos compreender, a partir do primeiro trecho apresentado, que a aprendizagem de uma língua estrangeira possibilita ao estudante o desenvolvimento da comunicação e da linguagem, o que diretamente o conscientiza da importância da língua como um recurso para compreensão dos paradigmas que envolvem os elementos que formam a sociedade na qual ele está inserido.

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Já no segundo trecho, percebemos que há uma discussão acerca da inserção do ensino da língua estrangeira no currículo escolar, pois o documento afirma que sua efetiva inclusão deva levar em conta a função e o uso que a população faz de determinado idioma, o que justificaria a escolha de uma língua e não de outra. O documento dos PCN - Pluralidade Cultural e Orientação Sexual (1997, p. 35) salienta que:

Conhecer a existência do uso de outras línguas diferentes da língua portuguesa, idioma oficial, significa não só ampliação de horizontes, como também compreensão da complexidade do país. A escola tem a possibilidade de trabalhar com esse panorama rico e complexo, referindo-se à existência, estrutura e uso dessas centenas de línguas. [...] Saber da existência de diferentes formas de bilinguismos e multilinguismos, presentes em diferentes regiões — assim como ver-se reconhecida e presente neste tema transversal, aberto às suas próprias singularidades regionais, étnicas e culturais — será extremamente relevante na construção desse conhecimento e na valorização do que é a pluralidade cultural brasileira.

O trecho, apresentado anteriormente, promove uma discussão acerca das línguas num aspecto transversal a sua área. A discussão em torno das línguas estrangeiras, nos PCN/1997, está no texto da “Pluralidade Cultural e Orientação Sexual”, conforme mencionado, abordando as línguas como algo que se transversa com a área da língua portuguesa. Você concorda com essa postura, acadêmico?

Na verdade, o que nos causa estranheza é que toda essa problemática das línguas no Brasil é tratada como Tema Transversal. De repente aí esteja a lacuna que mencionamos, pois a discussão do ensino e aprendizagem da língua estrangeira deve estar em um campo específico na área da educação linguística.

Sabemos que no Brasil são faladas mais de 200 línguas, muitas pertencentes às comunidades indígenas (BERENBLUM, 2003), assim, uma discussão mais aprofundada, integrada à língua nacional, deveria ser problematizada também em documentos oficiais e em diversos outros setores ligados à linguagem.

O uso de outras línguas, diferentes da língua portuguesa, nos faz compreender que todas elas, estrangeiras ou não, necessitam ser contempladas em documentos específicos na área a que pertençam, e não apenas como um tema transversal em sala de aula, daí a real necessidade de se (re)pensar o ensino de línguas no currículo escolar. As Orientações Curriculares do Ensino Médio - OCEM de LE (2006, p. 87) nos orientam que:

[...] retomar a reflexão sobre a função educacional do ensino de línguas estrangeiras no Ensino Médio e ressaltar a importância dessas; reafirmar a relevância da noção de cidadania e discutir a prática dessa noção no ensino de línguas estrangeiras; discutir o problema da exclusão no ensino em face de valores “globalizantes” e o sentimento de inclusão frequentemente aliado ao conhecimento de línguas estrangeiras; introduzir as teorias sobre a linguagem e as novas tecnologias (letramentos, multiletramentos, multimodalidade, hipertexto) e dar sugestões sobre a prática do ensino de línguas estrangeiras por meio dessas.

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O documento das OCEM/2006 enfatiza como função geral para o Ensino Médio o fato de reafirmar a importância do princípio da constituição da cidadania, que, por vezes, a globalização fraqueja através de sua rápida transformação social, em consonância com o ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras (LORENZI, 2014). Aprender uma língua estrangeira, segundo o trecho apresentado anteriormente, favorece muito mais que a comunicação, ela proporciona a inclusão numa sociedade, que, por vezes, é excludente.

As OCEM instituíram-se levando em conta as necessidades dos estudantes brasileiros, pois foram pensadas a fim de promover um reposicionamento do ensino de línguas enfatizando a inclusão social e a cidadania.

Porém, de certa maneira, as OCEM inibem a dinâmica proposta pela LDB 9.394/96, que garante que a escolha das línguas seja feita pela comunidade escolar. As OCEM (2006, p. 129) orientam sobre “[...] o papel educativo que pode ou deve ter o ensino de línguas, em especial do espanhol, na formação do estudante”, ou seja, as OCEM promovem o ensino da língua espanhola, salientando que a aprendizagem do espanhol garante a inclusão do indivíduo com o mundo globalizado.

É possível você pensar que o que apresentamos até o momento é apenas o início de tantas outras discussões a serem realizadas acerca do ensino e aprendizagem das línguas estrangeiras. Apesar dos avanços, ainda se está passando por um período em que as línguas não são foco de atenção por parte das leis, normas e dos documentos orientadores.

DICAS

Conheça os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio no link: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>, conheça também as Orientações Curriculares para o Ensino Médio no link: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf>, pois conhecer o texto na íntegra é essencial para que uma discussão fundamentada possa acontecer.

Adiante continuaremos a discussão acerca do ensino e da aprendizagem das línguas em outros documentos orientadores. Continue conosco!

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3.3 OUTROS DOCUMENTOS ORIENTADORES E NORMAS ACERCA DA LÍNGUA ESTRANGEIRA – INGLÊS

Quando estudamos uma língua estrangeira, somos conscientes de que para se comunicar com excelência, além do sistema linguístico, necessitamos conhecer a cultura dos países que falam essa língua. Tanto a língua como a cultura são considerados indissociáveis na aprendizagem de uma língua estrangeira.

Para que todo o processo do ensino e aprendizagem de línguas aconteça, necessitamos de discussão, leis e documentos que orientam e pregam determinadas atitudes. Apesar dos esforços desenvolvidos pelas entidades e pelos professores, vemos que as discussões não podem ser adormecidas.

Assim, discutiremos resoluções que foram elaboradas a fim de disciplinar assuntos inerentes ao ensino de línguas, bem como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que, apesar desse material ainda estar em construção, necessitamos conhecê-lo e entendermos seu texto.

Don’t stop here! Venha conosco e vamos conhecer outras orientações e normas acerca do ensino de línguas.

3.3.1 A resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 4, de 13 de julho de 2010

Acadêmico, uma resolução é um ato administrativo normativo que é emitido por uma autoridade superior, com a finalidade de disciplinar determinada matéria específica. As resoluções não podem contrariar os regulamentos e os regimentos, elas os explicam. Dependendo da fonte e do alcance, as resoluções podem qualificar-se de diferentes maneiras.

A resolução que analisaremos aqui vem do Conselho Nacional de Educação (CNE), que é um órgão integrante do Ministério da Educação (MEC). O CNE foi designado com o objetivo de colaborar na formação da Política Nacional de Educação, exercendo atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao ministro da Educação.

Dessa maneira, a resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 4, de 13 de julho de 2010, da Câmara de Educação Básica, define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Em seu artigo 15, acerca da língua estrangeira, preconiza:

Art. 15 - §2º - A LDB inclui o estudo de, pelo menos, uma língua estrangeira moderna na parte diversificada, cabendo sua escolha à comunidade escolar, dentro das possibilidades da escola, que deve considerar o atendimento das características locais, regionais, nacionais e transnacionais, tendo em vista as demandas do mundo do trabalho e da internacionalização de toda ordem de relações.

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Podemos compreender que a partir do enunciado, apresentado anteriormente, a expressão “pelo menos, uma língua estrangeira moderna”, direciona, mesmo que de maneira implícita, quais línguas devem ser ensinadas. Assim, a comunidade escolar pode escolher entre as línguas que formam o grupo das modernas que, conforme já mencionado, são: línguas francesa, inglesa, alemã, italiana e, recentemente, a espanhola.

Entendemos a partir dessa resolução que até hoje se mantém, através de políticas ora explícitas ora implícitas, um controle em torno do ensino das línguas que vem desde a proibição do Tupi, na época de Pombal, e do uso de línguas estrangeiras, como o alemão, japonês e o italiano na época de Vargas, com a segunda campanha de nacionalização, em torno de 1930 a 1945 (CAVALCANTI, 2011).

Embora a Resolução CNE/CEB nº 4/2010 assegure a escolha da língua à “comunidade escolar”, em relação às características locais, regionais, nacionais e transnacionais, atendendo ao mundo do trabalho e da internacionalização de toda ordem de relações, implicitamente há a ideia de que atender a essa demanda só será possível se a língua escolhida for uma franca, ou seja, a inglesa, já que o comércio e a economia a envolvem em suas negociações (LORENZI, 2014).

Assim, mesmo que a aprendizagem de outras línguas seja assegurada pela resolução, é a língua inglesa que se configura em muitos currículos escolares brasileiros.

3.3.2 A resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 7, de 14 de dezembro de 2010

A Resolução de número nº 7, de 14 de dezembro de 2010, postula o ensino de uma língua estrangeira obrigatória desde os anos iniciais. A resolução fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Os artigos 17 e 31, que lidam com a temática das línguas, estabelecem que:

Art. 17 - Na parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental será incluído, obrigatoriamente, a partir do 6º ano, o ensino de, pelo menos, uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar. Parágrafo único. Entre as línguas estrangeiras modernas, a língua espanhola poderá ser a opção, nos termos da Lei nº 11.161/2005. Art. 31 - Do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, os componentes curriculares Educação Física e Arte poderão estar a cargo do professor de referência da turma, aquele com o qual os alunos permanecem a maior parte do período escolar, ou de professores licenciados nos respectivos componentes. § 1º Nas escolas que optarem por incluir língua estrangeira nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o professor deverá ter licenciatura específica no componente curricular.

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Nesta resolução, em especial, a adequação “ano e série” foi realizada devido à introdução do Ensino Fundamental de nove anos e também para cumprir o que a LDB 9.394/96 previu sobre a obrigatoriedade da oferta de uma língua estrangeira moderna a partir dos anos finais do Ensino Fundamental.

No parágrafo único do artigo 17 é feita, explicitamente, a menção em torno da língua espanhola, que poderá ser a opção, o que nos causa estranheza, já que é a comunidade escolar que define a língua estrangeira a ser ofertada, mesmo não havendo critérios formalizados.

A Resolução nº 7/2010 é a primeira que prevê o ensino de línguas nos anos iniciais. Tal manifestação, além de assumir uma postura política com interesses econômicos, assume, também, que o ensino de línguas, já nos anos iniciais, justifica-se pelo discurso de que quanto mais cedo se ensina uma língua, melhor sua aprendizagem, mesmo que, conforme Gimenez (2013, p. 208), “o aprendizado de uma língua estrangeira depende de inúmeros fatores, dentre os quais figura a regularidade na aprendizagem”.

É importante mencionar que no artigo 31º da Resolução CNE/CEB nº 7/2010 há a menção de que o professor de língua estrangeira, no caso o dos anos iniciais, deverá ter licenciatura específica no componente curricular, o que não é obrigatório em outras áreas específicas, como na Educação Física e em Artes.

Tal imposição implica uma política de formação de professores. No entanto, sabemos que nem os cursos de Pedagogia e Letras formam profissionais para a atuação na área de línguas para os anos iniciais do Ensino Fundamental. A partir disso, nota-se que, por muitas vezes, as lacunas das políticas públicas engessam o ensino efetivo das línguas, limitando-se ao que já se tem como conquista.

Assim, podemos dizer que há muito mais para se discutir e delinear nos documentos que abordam a temática relacionada às línguas. Continue conosco, adiante trocaremos mais ideias.

3.3.3 A resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 2, de 30 de janeiro 2012: Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio

A Resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 2, de 30 de janeiro 2012, estabelece novas diretrizes curriculares nacionais para o Ensino Médio no Brasil, ou seja, elas estão substituindo as diretrizes de 1998.

Tal resolução veio para atualizar e acompanhar as diversas mudanças ocorridas na legislação relativas ao Ensino Médio, bem como as transformações

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em curso na própria sociedade, no mundo do trabalho e também no Ensino Médio. No que se refere ao ensino e aprendizagem da língua estrangeira, o art. 9º prega que:

Art. 9º - A legislação nacional determina componentes obrigatórios que devem ser tratados em uma ou mais das áreas de conhecimento para compor o currículo: I - são definidos pela LDB: [...]f) uma língua estrangeira moderna na parte diversificada, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.

Compreendemos que, em relação ao ensino e aprendizado da língua estrangeira, a resolução está em consonância com a LDB 9.394/96. Podemos dizer que um avanço foi que nessa nova versão o Ensino Médio não é apenas visto como uma etapa de preparação para o vestibular e para o mercado de trabalho, ele necessita também preparar para a vida.

Sobre a nossa temática de estudo, línguas estrangeiras, a resolução divide as disciplinas por áreas de conhecimento. No que se refere à área das linguagens, as aulas de língua portuguesa, língua materna (para populações indígenas), língua estrangeira moderna, arte e educação física fazem parte dela. A resolução ressalta ainda que o ensino da língua espanhola é obrigatório nas instituições de ensino.

DICAS

Conheça a Resolução de no 2/2012, do CNE na íntegra. Acesse: <http://pactoensinomedio.mec.gov.br/images/pdf/resolucao_ceb_002_30012012.pdf>.

3.3.4 Plano Nacional de Educação - PNE de 2014

O PNE é um documento que resultou de uma discussão realizada com os membros da sociedade e tal debate resultou em uma política pública para a educação. Consideramos importante, acadêmico, nesse momento, você rever o conceito de Estado, educação e política pública, já que são elementos que dizem respeito às políticas educacionais na história da educação brasileira.

Para tanto, vamos retomar esses conceitos percorrendo a história. Já nas primeiras décadas do século XX, em torno de 1930, as discussões referentes à educação tinham formatos distintos. Os educadores e a sociedade promoveram encontros para buscar formas de exigir do Estado a formulação de políticas educacionais que atendessem à necessidade de toda população no que se refere à educação.

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As ditaduras militares chegaram ao fim nos países da América Latina após a segunda metade do século XX, e novos tempos iniciaram. Na década de 1980, fóruns nacionais e estaduais foram constituídos em defesa da educação da escola pública. As entidades educacionais promoveram discussões, muitas, inclusive, foram levadas para a Assembleia Nacional Constituinte, que foi instituída para haver um Estado Democrático.

A Constituição Federal de 1988 trouxe, pela primeira vez, o conceito de Estado de Direito, que é aquele em que o poder exercido é limitado pela ordem jurídica vigente, assim, tanto o Estado quanto seus indivíduos são submetidos ao Direito.

Na década de 1990 muitas foram as discussões para que a melhoria da qualidade educacional acontecesse. Em 1993, o MEC, fundamentando-se na Declaração Mundial sobre Educação para Todos, elaborou o “Plano Decenal de Educação para Todos”, um documento voltado para a educação fundamental.

A LDB nº 9.394/96, em seu título IV – Da Organização da Educação Nacional, institui no artigo 9º que a União deve incumbir-se de: “I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios”.

Em 2001, conforme o disposto na Constituição Federal de 1988 e nas diretrizes da LDB 9.394/96, foi aprovado o Plano Nacional de Educação para o decênio 2001-2009, e em 2014 foi aprovado o PNE 2014-2024.

FIGURA 7 - PNE

FONTE: Disponível em: <http://professoracheiadeideias.blogspot.com.br/2014/>. Acesso em: 4 jul. 2017.

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A figura apresentada nos mostra um resumo das metas do novo PNE 2014-2024, que, a princípio, não apresenta muitas mudanças comparando-o ao que já tínhamos na educação, porém ele foi construído por meio de discussões democráticas e por uma concepção política voltada aos direitos sociais. Em seu art. 2º, o PNE/2014 fixa em suas Diretrizes:

[...] I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII - promoção humanística, científica, e cultural e tecnológica do país; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto – PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - valorização dos(as) profissionais da educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental (BRASIL, 2014, p. 1).

Dessa maneira, compreendemos, com o trecho apresentado, que há uma preocupação com as políticas educacionais e que acerca dessa temática percebemos avanços e retrocessos. Quando mencionamos retrocessos, queremos apontar que o documento não consegue tecer um diálogo a fim de chegar a uma educação capaz de atender, com qualidade, todas as necessidades educacionais da população brasileira.

Para finalizar, é interessante você compreender que esse plano estabelece diretrizes, metas e estratégias que necessitam reger as iniciativas na área da educação. Por isso, todos os estados e municípios, inclusive o seu estado e o seu município, devem elaborar planejamentos específicos, levando em conta a realidade e as necessidades locais e demandas para alcançar objetivos previstos.

3.3.5 O que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)?

A BNCC é um conjunto de orientações que norteará os currículos das escolas das redes públicas e privadas do Brasil inteiro. Ela, a BNCC, apresentará os conhecimentos, as competências e as aprendizagens essenciais que as crianças e os jovens, dependendo de sua etapa na Educação Básica brasileira, devem adquirir.

O documento, de maneira geral, apresentará as competências gerais e específicas que os alunos devem desenvolver em todas as áreas, inclusive os componentes curriculares e os conteúdos e as habilidades a serem desenvolvidas e abordadas em cada etapa da Educação Básica – da Educação Infantil ao Ensino Médio.

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Na área que trata das linguagens, mais precisamente da língua estrangeira, o documento expressa a importância do ensino da língua inglesa voltado para um ensino e aprendizagem intercultural, levando em conta os letramentos, especialmente as práticas sociais relacionadas à tecnologia. Tal preocupação estabeleceu seu ensino em eixos organizadores, que se dividem em áreas temáticas que envolvem a oralidade, a leitura, a escrita, os conhecimentos linguísticos e gramaticais e a dimensão intercultural.

DICAS

Quer conhecer o documento da BNCC em sua segunda versão? Acesse o link:<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf> ou <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>.

3.3.6 Como será o currículo do novo Ensino Médio em relação à língua estrangeira?

Essa pergunta é muito pertinente, não é mesmo? Pois a LDB, como apresentamos anteriormente, não fazia menção exclusivamente ao ensino da língua inglesa como estudo obrigatório.

As reformas, bem como os novos documentos, tornam ou tendem para que o inglês seja obrigatório desde o 6º ano do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, na Educação Básica. Compreendemos que os sistemas de ensino poderão, sim, ofertar outras línguas estrangeiras, se assim o desejarem e observarem sua necessidade, e a escolha necessita envolver, preferencialmente, o ensino da língua espanhola. Acreditamos que essa tendência para a língua inglesa se dá por ela ser a língua mais disseminada e a mais ensinada no mundo inteiro.

4 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM LÍNGUA INGLESA

Os processos avaliativos estão cada vez mais presentes em nossas vidas, dessa forma, discutir as dimensões da avaliação no processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa torna-se um tópico imprescindível para futuros profissionais dessa área.

O ato de avaliar é algo que gera preocupação e inquietação nos professores, justamente por isso é que devemos desmistificar seu papel e aliá-la de maneira positiva ao processo de ensino e aprendizagem. No dia a dia escolar podemos notar três maneiras principais de avaliar: a que engloba a mensuração, a avaliação de conteúdos e a aplicação de provas (BARCELOS, 2004).

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Compreendemos a primeira delas quando a avaliação é tida como sinônimo de mensuração, isto é, ela advém de um padrão positivista de educação do século XIX, originando-se do cientificismo daquela época, no qual a experimentação e a observação dos fatos eram feitas de maneira lógica e concreta.

Outra maneira de compreendermos a avaliação é quando ela dá ênfase aos conteúdos objetivos que envolvem memorização, ou seja, na medida em que os professores entendem a língua como um código linguístico fixo, eles avaliavam aspectos gramaticais e lexicais, esquecendo de outros aspectos que a aprendizagem de uma língua estrangeira envolve (BARCELOS, 2004).

Muitas vezes, a avaliação é compreendida como uma aplicação de provas escritas, ou seja, elemento utilizado no ambiente escolar como única forma de registro avaliativo. Assim, ao tratar da avaliação de língua estrangeira, especificamente, necessitamos promover debates para que ela não se restrinja a poucos meios e instrumentos que apenas mensuram conhecimento, muitas vezes através de provas escritas de conteúdos memorizados.

Necessitamos, portanto, compreender que o tipo de avaliação utilizado nas aulas de língua inglesa deve estar de acordo com a nossa prática de ensino, isto é, se a língua estrangeira é ensinada de uma maneira mais comunicativa e interativa, o desenvolvimento de uma avaliação deverá também conter esses elementos (BARCELOS, 2004).

Dessa maneira, a avaliação necessita ser compreendida como uma ferramenta de auxílio para o professor e também para o aluno, ela deve ser vista como mais um elemento de ensino e aprendizagem, dentre tantos outros, como o planejamento, a escolha das habilidades e a metodologia, ela necessita ser constantemente debatida e ajustada às necessidades do momento.

Vamos adiante, a discussão nos faz rever muitos conceitos e, de repente, repensar posturas e atitudes no cotidiano escolar.

4.1 O QUE OS DOCUMENTOS ORIENTADORES E LEIS POSTULAM SOBRE AVALIAÇÃO

A LDB 9.394/96, cuja finalidade é a de ajustar os princípios elencados no texto constitucional para as situações reais que envolvem várias questões educacionais, como o funcionamento das redes escolares, a formação dos professores, as matrículas, a aprendizagem e a promoção de alunos, entre outros, prevê, em seu art. 24, inciso V, acerca da avaliação do rendimento escolar. Ao lidar com esse assunto, a lei contempla a possibilidade de avanço na trajetória escolar e estudos de recuperação:

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V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.

Também acerca da avaliação, o parecer do CNE de no 05, de 1997, trata da regulamentação da Lei 9.394/96, no que diz respeito ao “rendimento escolar [que] permanece, como nem poderia deixar de ser, sob a responsabilidade da escola, por instrumentos previstos no regimento escolar e observadas as diretrizes da lei [...]”.

No Parecer CNE nº 12/97 existe uma menção acerca da não associação da avaliação a uma colocação classificatória, como sugere o trecho que segue:

[...] é importante assinalar, na nova lei, a marcante flexibilização introduzida no ensino básico, como se vê nas disposições contidas nos artigos 23 e 24, um claro rompimento com a “cultura da reprovação”. O norte do novo diploma legal é a educação como um estimulante processo de permanente crescimento do educando – “pleno desenvolvimento” –, onde notas, conceitos, créditos ou outras formas de registro acadêmico não deverão ter importância acima do seu real significado. Serão apenas registros passíveis de serem revistos segundo critérios adequados, sempre que forem superados por novas medidas de avaliação, que revelem progresso em comparação a estágio anterior, por meio de avaliação, a ser sempre feita durante e depois de estudos visando à recuperação de alunos com baixo rendimento.

Compreendemos, dessa maneira, que a função da avaliação, apresentada no trecho anterior, é a de acompanhar o desempenho escolar do aluno, visando o seu progresso.

É prevista, na LDB nº 9.394/96, nos artigos 12, 13 e 24, respectivamente, incisos V, IV e V, a obrigatoriedade de a escola e os professores, cada um em sua disciplina, promoverem a recuperação para os alunos com atraso escolar. O Parecer CNE nº 5/97 trata desse assunto da seguinte maneira:

Os estudos de recuperação continuam obrigatórios, e a escola deverá deslocar a preferência dos mesmos para o decurso do ano letivo. Antes, eram obrigatórios entre os anos ou períodos letivos regulares. Esta mudança aperfeiçoa o processo pedagógico, uma vez que estimula as correções de curso, enquanto o ano letivo se desenvolve, do que pode resultar apreciável melhoria na progressão dos alunos com dificuldades que se projetam nos passos seguintes. Há conteúdos nos quais certos conhecimentos se revelam muito importantes para aquisição de outros com eles relacionados. A busca da recuperação paralela se constitui em instrumento muito útil nesse processo (artigo 24, inciso V, alínea “e”). Aos alunos que, a despeito dos estudos paralelos de recuperação,

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ainda permanecem com dificuldades, a escola poderá voltar a oferecê-los depois de concluído o ano ou período letivo regular, por atores e instrumentos previstos na proposta pedagógica e no regimento escolar.

Compreendemos que não se pode recuperar o que não se aprendeu. Caso se verifique, através da avaliação, a não aprendizagem, um encaminhamento que pode ser feito é a oferta de novas ocasiões de ensino que visem uma nova oportunidade de aprendizagem.

Nesse sentido, a LDB 9.394/96 prevê mecanismos como a recuperação e os avanços no fluxo escolar e enfatiza a avaliação como meio de acompanhamento da aprendizagem dos alunos. Já os PCN (1997, p. 83) contemplam a avaliação como:

Elemento integrador entre aprendizagem e ensino; conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o aluno aprenda da melhor forma; conjunto de ações que busca obter informações sobre o que foi aprendido e como; elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua prática educativa; instrumento que possibilita ao aluno tomar consciência de seus avanços, dificuldades e possibilidades [...].

Compreendemos que os PCN e também outros documentos (alguns, inclusive, mencionados aqui) têm uma concepção de avaliação que necessita estar a serviço da aprendizagem e da qualidade de ensino.

A avaliação, nas aulas de língua inglesa, necessita contemplar competências, verificar o desenvolvimento de habilidades, identificar diferenças para a real promoção de interações discursivas, compreensão e produção oral, escrita, entre outras.

Dessa maneira, é necessário um aprofundamento em torno do assunto por todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, através de estudos e discussão para que proporcionem a compreensão da referida proposta, evitando equívocos.

Finalizamos compreendendo que cabe ao professor conhecer as orientações pedagógicas, que estão em constantes mudanças e, dentre elas, escolher aquela que melhor atenda aos anseios de seus alunos. A história tem mostrado que a instabilidade dos professores e também da escola é grande, ao variarem de concepção, sem conhecer os verdadeiros caminhos para onde essa mudança os levará.

Acadêmico, vamos fazer a diferença! Poder ensinar e aprender a língua inglesa propicia novas maneiras de atuação e participação em um mundo mais globalizado e plural, em que as fronteiras e os interesses, tanto pessoais como locais, regionais ou nacionais e transnacionais, estão cada vez mais densos e ilógicos.

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RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• Vários aspectos relacionados às normas e aos documentos orientadores acerca do ensino e aprendizagem da língua inglesa, bem como considerações sobre a avaliação na atualidade.

• As “línguas estrangeiras modernas” englobam, pois esse é o termo utilizado nos documentos orientadores e legisladores até o momento, as línguas francesa, inglesa, alemã, italiana e, recentemente, a espanhola, em oposição às línguas clássicas como o grego e o latim.

• A educação formal, na história do Brasil, iniciou com a catequização jesuítica, com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil. A Coroa Portuguesa implantou políticas para o ensino das línguas, visto que no período do descobrimento existiam em torno de 1.200 línguas indígenas, e os jesuítas se aproximaram especialmente do tupi, para catequizar os índios, pois a diversidade linguística vetou a rápida introdução do latim e da língua portuguesa.

• Durante o Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas implementou a segunda campanha de nacionalização, na qual a escola e a imprensa foram significativamente atingidas.

• Vargas implementou a segunda campanha em termos nacionais, mas antes disso, a primeira campanha de nacionalização aconteceu no Estado de Santa Catarina, em 1911, quando Orestes Guimarães fomentou o ensino da língua portuguesa como essencial para a constituição de uma identidade nacional homogênea.

• A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, foi promulgada. Essa lei estabelece normas para o sistema educacional em sua totalidade.

• A LDB 9.394/96 torna obrigatório o ensino de línguas a partir dos anos finais do Ensino Fundamental e ainda institui que, no Ensino Médio, a comunidade escolar poderia escolher uma língua estrangeira moderna obrigatória e outra optativa.

• Em 1998, o MEC publica os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, que estão organizados num documento introdutório no qual se estabelecem os fundamentos para a elaboração dos documentos das áreas dos Temas Transversais.

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• Os PCN do Ensino Médio foram lançados em 2000 e esse material orienta que as línguas estrangeiras modernas são consideradas como disciplina pouco relevante.

• As OCEM são elaboradas em 2006, contemplando, nas diretrizes de língua estrangeira, a constituição de orientações que buscam retomar a discussão dos PCN do Ensino Médio de forma a expandir seus conceitos e a oferecer práticas pedagógicas alternativas.

• O ato de avaliar é algo que gera preocupação e inquietação nos professores, justamente por isso é que devemos desmistificar seu papel e aliá-la de maneira positiva ao processo de ensino e aprendizagem.

• Cabe ao professor conhecer as orientações pedagógicas e dentre elas escolher aquela que melhor atenda aos anseios de seus alunos. A história tem mostrado que a instabilidade dos professores e também da escola é grande, ao variarem de concepção, sem conhecer os verdadeiros caminhos para onde essa mudança os levará.

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1 Você já elaborou um mapa conceitual? Se já elaborou, mãos à obra! Se esta é a sua primeira tentativa, saiba que os mapas conceituais são

estruturas esquemáticas que apresentam conjuntos de ideias e, se você quiser, de conceitos dispostos em uma espécie de rede de proposições, de modo a apresentar mais claramente a exposição do conhecimento e organizá-lo segundo a sua compreensão cognitiva.

Assim, elabore um mapa conceitual acerca dos principais conceitos estudados neste tópico. Você pode utilizar temas como o ensino-aprendizagem da língua inglesa segundo a LDB; a língua inglesa e os PCN; as resoluções e as propostas de ensino; o ensino de línguas no Brasil, considerações históricas; a avaliação e a língua inglesa, entre outros.

Procure um esquema, como o que segue, ou seja criativo e crie o seu!

AUTOATIVIDADE

2 Dentre os trechos transcritos dos Parâmetros Curriculares Nacionais Língua Estrangeira Ensino Fundamental, aquele que relaciona diretamente a aprendizagem de língua estrangeira com a aprendizagem de língua portuguesa é:

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a) ( ) No Brasil, tomando-se como exceção o caso do espanhol, [...], o de algumas línguas nos espaços de imigrantes [...] e o de grupos nativos, somente uma parcela da população tem oportunidade de usar línguas estrangeiras como instrumento de comunicação, dentro ou fora do país.

b) ( ) Mesmo nos grandes centros, o número de pessoas que utilizam o conhecimento das habilidades orais de uma língua estrangeira em situação de trabalho é relativamente pequeno.

c) ( ) A aprendizagem de leitura em língua estrangeira pode ajudar no desenvolvimento integral do letramento do aluno. A leitura tem função primordial na escola e aprender a ler em outra língua pode colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua língua materna.

d) ( ) As condições na sala de aula da maioria das escolas brasileiras (carga horária reduzida, classes superlotadas, pouco domínio das habilidades orais por parte da maioria dos professores, material reduzido etc.) podem inviabilizar o ensino das quatro habilidades comunicativas.

e) ( ) Pode-se antever que, com o barateamento dos meios eletrônicos de comunicação, mais escolas venham a ter acesso a novas tecnologias, possibilitando o desenvolvimento de outras habilidades comunicativas.

FONTE: Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2005/provas/LETRAS.pdf>. Acesso em: jul. 2017.

3 Os Parâmetros Curriculares Nacionais Língua Estrangeira Ensino Fundamental fazem um alerta aos professores sobre os softwares disponíveis para o ensino de língua estrangeira que reproduzem, muitas vezes, um tipo de “instrução programada”, incompatível com a visão de linguagem e de aprendizagem proposta nos PCN. Qual é a característica apresentada por um software típico de “instrução programada” que o torna incompatível com a proposta dos PCN?

a) ( ) Uma série subordinada de exercícios linguísticos, sem contextos definidos, com base em uma única resposta certa do aluno.

b) ( ) Uma série de atividades específicas de uso da linguagem, em que se estabelece relação entre a língua e o mundo social do aluno.

c) ( ) Uma série de propostas de inferência linguística, com base no pré-conhecimento do aluno sobre gêneros textuais.

d) ( ) Uma série de perguntas sobre as expressões de um texto, que o aluno não conhece, com destaque para pistas contextuais.

e) ( ) Uma série de hipóteses sobre o sentido do texto a serem aferidas pelo aluno, com base em índices contextuais.

FONTE: Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/enade/2005/provas/LETRAS.pdf>. Acesso em: jul. 2017.

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TÓPICO 3

O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA A

EDUCAÇÃO BÁSICA

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Dear students! Welcome to our new topic! Aqui, estudaremos um pouco sobre o ensino de língua inglesa para a Educação Básica, que envolve a Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II (séries iniciais e finais) e Ensino Médio. Você, como licenciado em língua inglesa, poderá atuar em todas estas frentes, portanto, é de suma importância que conheça a abrangência do inglês nestas áreas.

Quando falamos em língua portuguesa, logo pensamos que as habilidades a serem desenvolvidas nesta área são as regras gramaticais, a literatura da área e a interpretação de textos, não é mesmo? Devemos sempre estimular nosso aluno a desenvolver suas competências leitoras para além da gramática, mas, no estudo da língua inglesa, quais são as competências a serem desenvolvidas? E de que maneira podemos fazer com que o nosso aluno tenha gosto pelo idioma?

Se na língua portuguesa, que é a nossa língua materna, nos preocupamos em desenvolver as competências para além da gramática, pressupõe-se que também para o ensino de inglês seja esta a lógica. Contudo, na língua estrangeira não se tem o domínio cultural, lexical e gramatical para este aprofundamento, logo, devemos aprendê-lo desde a base para que, com o decorrer do tempo, possa ser aprofundado.

Para ensinar língua inglesa com eficácia é de suma importância que os elementos culturais da língua sejam apresentados, bem como o vocabulário e a gramática. Esta imersão na língua pode ser feita a partir de vídeos, pequenos textos, mídias diversas e outros recursos que façam com que a língua pareça o mais natural possível e não seja interpretada como imposta.

Vamos conhecer um pouco mais do mundo da língua inglesa na educação básica? Come with us!

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UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE

2 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Muitos são os pesquisadores que se interessam pelo processo de aquisição de linguagem. A partir dos anos 60, os estudos acerca do desenvolvimento da linguagem foram exponenciais. Como exemplos, podemos citar os estudos de Chomsky, Piaget e Vygotsky. Estes teóricos contribuíram de maneira significativa para os estudos acerca da linguagem e da aprendizagem. A partir destes estudos, outros teóricos mais contemporâneos preocuparam-se em dar continuidade e estes estudos, o que fez com que novas teorias fossem surgindo, dentre elas, a que afirma que as crianças têm vantagem na aprendizagem em relação ao adulto. Isso inclui o aprendizado de línguas.

Um dos autores que aborda esta questão é Schütz (2007). Ele verificou em seus estudos que a criança possui maior assimilação do que um adulto na aquisição de uma segunda língua e esta pode ser uma das razões pelas quais a procura por escolas de idiomas para os pequenos cresce tanto.

Vygotsky (1996) afirma que a linguagem é a base da comunicação inerente ao ser humano, ou seja, todas as pessoas nascem com a capacidade de manifestar-se socialmente e inserir-se em uma cultura. Chomsky (1965), a partir de sua pesquisa, contribuiu para os estudos da linguagem comprovando que a linguagem é uma capacidade humana similar à capacidade que o pássaro tem de voar, ou seja, basta que ele seja inserido no meio que este aprendizado ocorrerá. Não será necessário parar e ensinar a criança a falar.

Traremos, agora, esta afirmação para o ensino da língua inglesa. Partindo deste pressuposto, pode-se afirmar que se a criança for exposta ao idioma, ela o aprenderá sem que seja necessário ensiná-lo. Já aos dois anos de idade, segundo Vygotsky (1996), as curvas da evolução do pensamento da fala se encontram para que o pensamento verbal seja criado.

DICAS

No link <https://www.inglescurso.net.br/dicas-para-professores-de-ingles/96-ingles-para-criancas> você encontra inúmeras dicas interessantes de atividades a serem desenvolvidas com crianças. Que tal dar uma olhada?

O ensino de línguas na educação infantil já vem sendo implantado em muitas escolas pelo Brasil afora justamente por conta desses estudos. Você, acadêmico, em breve estará inserido nesta realidade. A dúvida que permeia

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TÓPICO 3 | O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

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os pais e professores é: até que ponto é saudável inserir a criança no contexto bilíngue? Não haverá, por parte das crianças, confusão?

The Kids Club publicou uma reportagem acerca do assunto. A entrevistada foi a especialista Sylvia de Moraes Barros (2015, p. 2). O tema da reportagem era justamente esses questionamentos. Ela afirma que “Se o cérebro é estimulado a aprender novas línguas nos primeiros anos, ele responde imediatamente ao estímulo e vemos o aprendizado de idiomas em crianças acontecer de maneira rápida e extremamente eficiente. E o mais importante: sem que a criança tenha tido dificuldades durante o processo”.

A especialista desenvolveu uma lista de “mitos e verdades” quanto ao ensino de língua inglesa na educação infantil. Let’s read the list?

Mitos e verdades sobre o ensino de Língua Inglesa na Educação Infantil

(X) Mito: A alfabetização bilíngue gera confusão com a língua materna.O cérebro humano é capaz de aprender diversos idiomas e armazená-

los de forma que cada um seja acessado independentemente quando estimulado. O que acontece é que, durante o processo de aprendizado, uma criança pode misturar dois idiomas em uma mesma frase. Isso ocorre não porque ela está confundindo, mas porque ela está aprendendo da maneira correta. O cérebro escolhe sempre o caminho mais fácil e eficiente para realizar a tarefa que precisa. Se uma criança brasileira que está aprendendo inglês quer falar uma palavra e aquela palavra (em inglês) foi realmente aprendida e internalizada pela criança, o cérebro pode acessar a palavra em inglês de forma mais rápida que a palavra em português. Isso é parte do processo natural de aprendizado. Com o tempo, o aluno aprende a usar cada idioma separadamente.

(✓) Verdade: Aprender inglês em tenra idade evita o sotaque.Sim, porque nosso aparelho fonador (boca e língua) ainda está em

formação e, por isso, é capaz de reproduzir qualquer som. Conforme o tempo passa, esta capacidade se perde. Quando chegamos à idade adulta, perdemos a capacidade até de distinguir certos sons que não fazem parte da nossa língua materna, o que na infância não acontece. Crianças têm maior capacidade para distinguir e reproduzir fonemas, o que permite a perfeição na pronúncia.

(X) Mito: Há conflitos gramaticais em aprender duas línguas ao mesmo tempo.

Não, pois cada idioma tem suas regras gramaticais que são ensinadas separadamente. Em uma escola bilíngue, como o nome diz, ensinam-se duas línguas. Portanto, a gramática de português é ensinada em português, e a gramática de inglês, em inglês. Além disso, deve-se respeitar a ordem natural de aprendizado de um idioma, ou seja, seguir o mesmo caminho que percorremos em nossa primeira língua: primeiro, aprendemos a falar, depois, aprendemos a escrever o que já falamos e, por último, aprendemos as regras gramaticais do que já falamos e escrevemos! O aprendizado da gramática deve ser a última etapa do processo.

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UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE

(✓) Verdade: É mais difícil esquecer a segunda língua quando ela é aprendida na infância.

Se o aprendizado é feito de forma apropriada e natural, o conhecimento pode ficar adormecido, mas não é esquecido. O aprendizado de idiomas é a melhor e mais saudável forma de se estimular o cérebro de um ser humano. Existem pesquisas que comprovam até que pessoas bilíngues têm menos chance de ter doenças mentais na terceira idade. A infância é a melhor época para se aprender idiomas e é a fase em que podemos ensinar o aluno a gostar de aprender línguas, tornando-o, assim, um eterno aprendiz.

(X) Mito: O bilinguismo pode causar traumas e constrangimentos nas crianças.

As crianças não apresentam qualquer tipo de resistência ou interferência no processo de aprendizado, o que torna o método natural, fácil e bastante prazeroso. Há transtornos apenas se o ensino ocorrer de forma inapropriada. O correto é ensinar de forma lúdica, leve e divertida, fazendo com que a criança não perceba que está aprendendo e que se relacione com o novo idioma sempre como algo fácil e divertido.

(✓) Verdade: Pais bilíngues ajudam no processo de aprendizado das crianças.

Sim, pais que são nativos de países diferentes podem e devem falar com seus filhos nas duas línguas. Esta é a forma mais eficiente de se criar crianças bilíngues. A criança que ouve dois idiomas em casa desde o nascimento, cresce falando os dois fluentemente e alterna o idioma que fala com o pai e com a mãe de forma automática. Mas isso tem que ser natural. Só funciona bem quando os pais são realmente nativos no idioma.

Filhos de pais que falam o mesmo idioma e estão aprendendo outra língua em sala de aula necessitarão um pouco mais de tempo para adquirir o conhecimento no idioma a ponto de se tornarem bilíngues, pois tudo depende da quantidade de exposição à língua. Porém, se os pais são brasileiros, por exemplo, mas sabem falar inglês, podem estimular o aprendizado do filho envolvendo-se com o que ele está aprendendo, interessando-se, aprendendo as músicas que ele aprende, contando histórias em inglês etc. Esperar que pais brasileiros falem inglês o tempo todo com seus filhos é uma situação forçada que não dá resultado, pois é muito difícil de ser levada adiante.

(X) Mito: O bilinguismo pode comprometer o aprendizado da língua materna ou diminuir o interesse por ela.

Este risco não existe. A língua materna é a língua do coração, a que a família fala e é a primeira que a criança vai aprender. Nada pode comprometer este aprendizado. O cérebro da criança tem a capacidade de acomodar todos os conhecimentos sem prejudicar um para garantir o outro. Crianças que aprendem inglês em sala de aula a partir dos dois anos não têm qualquer problema em relação à fala do idioma materno, pelo contrário! Estudos e experiências nos mostram que quem começa a aprender um segundo idioma passa a usar melhor seu primeiro idioma.

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TÓPICO 3 | O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

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(X) Mito: Crianças bilíngues têm atraso no desenvolvimento da fala?Isso depende muito da criança. Algumas crianças de pais que falam dois

idiomas diferentes podem demorar um pouco mais que o normal para começar a falar, mas, quando começam, falam os dois idiomas fluentemente. Isso não é um problema, mas apenas uma acomodação maior do cérebro aos dois idiomas. Em se tratando de crianças que estão aprendendo um segundo idioma em sala de aula, este risco não existe. O que acontece é exatamente o contrário, ao aprender um segundo idioma, a criança fica ainda mais estimulada a falar.

A entrevista na íntegra poderá ser lida no link: <http://thekidsclub.com.br/especialista-esclarece-mitos-e-verdades-sobre-o-ensino-bilingue-na-primeira-infancia/>. Acesso em: 28 jul. 2017.

Agora que já contextualizamos o aprendizado da língua inglesa na Educação Infantil, vamos a algumas dicas acerca de como ensinar o inglês às crianças de maneira eficaz? Let’s go!

2.1 ENSINANDO A PARTIR DA ORALIDADE

A exposição da criança à língua inglesa deve ser, antes de mais nada, prazerosa. O aprendizado forçado ou imposto não trará bons resultados na aprendizagem, haja visto o fato de que na Educação Infantil a criança aprende através da ludicidade.

O ensino a partir da oralidade é um dos principais métodos explorados por educadores e pesquisadores na Educação Infantil. O educador deve inserir-se na brincadeira da criança e, a partir dela, apresentar à criança o vocabulário referente ao que ela está fazendo. Por exemplo: se a criança está brincando com carrinhos, o educador poderá sentar-se ao lado dela e falar as cores dos brinquedos, estimulando a criança a repetir os sons.

A princípio, a criança poderá receber a palavra com estranheza ou mesmo não dar importância a ela, mas com o passar do tempo vai se familiarizando com o som e assimilando que blue, por exemplo, refere-se à cor do brinquedo.

Outro recurso que envolve a oralidade e já faz parte do cotidiano da criança são as músicas e vídeos. A partir desta atividade, o educador poderá trabalhar algumas palavras do vídeo, bem como estimular a criança a cantar a música.

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UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE

DICAS

No link <https://canaldoensino.com.br/blog/15-musicas-infantis-para-aprender-ingles> você poderá acessar várias músicas em inglês para trabalhar com os pequenos. Corra lá!

2.2 UTILIZANDO O MATERIAL CONCRETO E RECURSOS VISUAIS

Outro importante recurso para ensinar a língua às crianças são os recursos visuais e materiais concretos. Visualizar faz parte do processo de ensino e aprendizagem e é um recurso que facilita a assimilação dos conteúdos. Embora na Educação Infantil não se utilizem conteúdos de fato, mas sim comandos e vocabulário (inserção da criança no mundo da língua), a assimilação ocorre de maneira mais efetiva a partir da visualização.

O trabalho com os objetos em si motiva o aluno à aprendizagem, pois a curiosidade nesta faixa etária é bastante acentuada. O pegar, o manusear e o sentir são sensações importantes para o desenvolvimento das múltiplas inteligências. Além disso, o objeto materializa a aprendizagem: além de ouvir, ele também está vendo.

O ensino do vocabulário, por exemplo, pode ser amplamente potencializado a partir do uso de materiais concretos. De acordo com Lorenzatto (2006), o material concreto funciona como uma ferramenta de apoio para o educador conciliar teoria e prática objetivando uma aprendizagem significativa do aluno.

O trabalho através da manipulação de objetos possibilita o desenvolvimento da criança em habilidades como discriminação e memória visual. É muito difícil, ou provavelmente impossível, para qualquer ser humano, caracterizar espelho, telefone, bicicleta ou escada rolante sem ter visto, tocado ou utilizado esses objetos. Para as pessoas que já conceituaram esses objetos, quando ouvem o nome do objeto, sem precisarem dos apoios iniciais que tiveram dos atributos tamanho, cor, movimento, forma e peso. Os conceitos evoluem com o processo de abstração; a abstração ocorre pela separação (LORENZATO, 2006, p. 22).

A próxima etapa fala da didática no Ensino Fundamental I, que é o segmento no qual se dá continuação aos processos de ensino e aprendizagem que são iniciados na Educação Infantil. Lets go!

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3 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL I

De acordo com todos os estudos que já foram efetuados até o momento, podemos afirmar com ciência que a criança é, sim, capaz de aprender uma língua estrangeira desde cedo. Após passar pela Educação Infantil, período no qual a criança entra em contato com a vida escolar, vem o Ensino Fundamental I, segmento no qual, teoricamente, a criança é efetivamente alfabetizada (salvo exceções).

A língua não pode ser imposta como regra, assim como nenhum outro conteúdo escolar deveria ser. Para refletirmos acerca desta temática, veja a tira a seguir.

FIGURA 8 - CALVIN E HAROLDO

FONTE: Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/4482/61-milhoes-de-criancas-fora-da-escola>. Acesso em: 28 jul. 2017.

Na tira, o pequeno Calvin discute com seu amigo acerca da imposição do pai a fazer a tarefa. Infelizmente, muitas crianças acabam desgostando do idioma pelo fato de ele ser colocado como uma disciplina que vale nota, que tem trabalhos, que tem provas, e não como uma oportunidade de aprendizado para a vida.

Quando findada a educação infantil, a criança adentra o ensino fundamental I, período no qual a criança, salvo exceções, é alfabetizada. Por este motivo, é importante que a criança seja apresentada à língua estrangeira o quanto antes, para que possa habituar-se a ela, facilitando, assim, seu aprendizado.

A melhor maneira de ensinar as crianças é fazer com que elas aprendam se divertindo. Para que o ensino de língua inglesa seja de fato prazeroso para a criança, algumas dicas podem ser seguidas:

• Trabalhe com desenhos animados: crianças são visuais e trabalhar com o imaginário faz com que sua atenção se fixe no que está sendo estudado.

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UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE

• Ensine de uma maneira divertida: escolha atividades lúdicas. Saia da rotina da sala de aula e apresente à criança novas formas de aprender.

• Leia livros bilíngues: se a criança aprende a ouvir em inglês, a familiarização com a língua ocorre mais naturalmente e a criança se acostuma com o idioma.

• Passe vídeos divertidos em inglês: esta atividade entretém as crianças e faz com que prestem atenção. Estimule-as a repetir frases ou palavras que aparecem no vídeo.

• Faça jogos de competição em inglês: Crianças adoram jogar. Que tal passar regrinhas em inglês?

Let’s go ahead!

3.1 A COMPREENSÃO DO VOCABULÁRIO NAS TEMÁTICAS DE ENSINO

O reconhecimento da importância de se aprender vocabulário para uma comunicação efetiva está ganhando reconhecimento. Isso porque cada vez mais se percebe que o uso de vocabulário de maneira inadequada faz com que a comunicação seja quebrada, causando, assim, alguns problemas, muitas vezes, indesejados.

De que maneira podemos, então, pensar em estratégias para aquisição de vocabulário? Conforme já estudamos anteriormente, o aluno deve ser exposto a palavras em língua inglesa desde cedo, para que possa compreender em que contextos elas aparecem, para acostumar-se com a pronúncia e para apreender seu significado a partir da repetição natural.

De acordo com a faixa etária que se trabalha, as palavras podem variar de nível de dificuldade. Na Educação Infantil, por exemplo, a exposição a palavras já é suficiente. A partir do Ensino Fundamental I, já podem ser empregadas frases curtas, bem como pequenos comandos, dos quais se espera uma resposta do aluno.

O aprendizado do vocabulário, conforme também já estudamos, é mais eficaz quando apoiado em material concreto ou mesmo nas vivências que a criança já tem. Por exemplo, de nada adianta conversar com crianças que vivem na praia sobre as montanhas ou vice-versa. Isso ocorre porque apenas ouvir uma língua estrangeira sem saber do que se está falando não levará a criança a aprender o idioma. Aqui, mais uma vez, entra o professor, que deve, antes de mais nada, contextualizar a criança e fazer com que ela saiba do que se está falando.

Aos pequenos comandos chamamos de “chunks”, ou seja, comandos prontos da língua. Por exemplo, by the way, let’s go, come with me, e outros. Aliás, você já deve ter percebido que usamos esta estratégia por aqui, correto? De vez em quando aparece algum “chunk” no meio do texto. Esta é uma importante estratégia de aprendizagem.

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A autonomia do aluno também deve ser estimulada. Não é interessante corrigir o aluno de maneira ríspida quando ele pronunciar alguma palavra de maneira incorreta. O que o professor deve fazer é, por exemplo, elogiar e em seguida repetir a palavra dita por ele de maneira contextualizada.

O professor é um facilitador em sala de aula, mas não estará com o aluno em todos os momentos. Por este motivo, mais uma vez ressalta-se a importância de se desenvolver no aluno a autonomia. Quanto mais autonomia o aluno tiver (e sim, isto se desenvolve desde a infância), mais ele aprenderá por si só. Fazer com que o aluno saiba qual é a maneira que melhor ele aprende já é um grande passo para desenvolver esta habilidade. Tem gente que aprende melhor escrevendo, tem gente que precisa desenhar, traduzir, ouvir ou mesmo ler em voz alta. Quando esta etapa é atingida, o aluno descobre como fazer seu aprendizado render mais e desenvolve, então, a independência.

3.2 A LÍNGUA ESTRANGEIRA E OS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO

Dear students! Não é mais necessário dizer qual é a importância da língua inglesa para a comunicação, não é mesmo? Não estamos falando em nível de Brasil, apenas, mas em nível mundial. Sua difusão pelo mundo fez com que a língua passasse por algumas mudanças, por exemplo, algumas expressões são usadas apenas em alguns países, e em outros não. O que chamamos de sotaque também muda, assim como na própria língua portuguesa. Dependendo da região na qual é falado, os falantes têm diferentes sotaques.

O inglês é a língua mais ensinada nas escolas pelo mundo afora, pois passou a ser o idioma da comunicação mundial. A trabalho ou a passeio, o inglês está sempre em evidência quando se fala em aprender uma segunda língua. Podemos perceber isso a partir do nosso dia a dia: as séries de TV, a publicidade das TVs a cabo, as informações da internet (mais de 80% estão em inglês). Muitas são as provas que temos diariamente de que a comunicação mundial é o inglês.

Como podemos fazer para aprimorar nossa comunicação em inglês, já que em algum momento da vida a maioria de nós terá de utilizá-lo? Adaptamos para vocês, students, uma lista com dicas to improve your English, publicado pela revista Exame. Go ahead!

1. Fale, independente do seu sotaque, e não tenha vergonha: As pessoas se preocupam muito, principalmente as mais tímidas e reservadas. Elas tendem a procurar desculpas para não falar.

2. Fale sem medo de errar: Autocrítica muito elevada é um dos fatores limitantes para o aprendizado. A exposição ao idioma e o erro são fundamentais para o aprendizado, afirma a especialista. É como aprender a dirigir. Se só estudar o livrinho, não sai dirigindo. Se tiver medo de pegar o carro ou de deixar o carro morrer, não aprenderá.

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3. Não tenha receio de ser corrigido: A não ser que você peça para um estrangeiro corrigi-lo, ele não o fará. É comum o receio de que o estrangeiro vai agir com dureza ao ouvir seu interlocutor cometendo um erro.

4. Aproveite as oportunidades para praticar: Não fuja, pratique. Procure pessoas que estudam ou já falam a língua e com quem tenha mais intimidade para conversar, indica Simões. Para os mais tímidos, é uma boa forma ir “soltando a língua” em situações mais informais, primeiro. Quem frequenta cursos regulares do idioma deve entender que aquele é o momento certo para se esforçar e tentar, de fato, falar na outra língua.

5. Equilibre habilidades de compreensão, leitura, escrita e fala: O ideal é ter o equilíbrio na prática das quatro habilidades. A leitura constante nos dá vocabulário, consolidação de estruturas gramaticais e milhões de ideias de como se expressar. Por isso lembre-se, ler e ouvir são essenciais também para destravar a fala.

6. Assista a filmes com legendas no idioma original: Comece com filmes que você já viu e conhece a história para testar sua capacidade de compreensão ou aposte em filmes de ação, que têm frases mais curtas e objetivas.

7. Ouça músicas acompanhando a letra: Mais uma forma de usar o interesse a favor do aprendizado do idioma. Escolha músicas de que gosta e pesquise a letra.

FONTE: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/7-dicas-para-destravar-a-conversacao-em-ingles/>. Acesso em: 20 jul. 2017.

4 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO FUNDAMENTAL II

Quando pensamos em didática, logo nos vem à mente métodos de ensino e de aprendizagem. Conforme já estudamos, uma importante orientação que encontramos nos PCN é que necessitamos ensinar todas as habilidades de uma língua, já que os alunos devem aprender a falar, ouvir, compreender, ler e escrever de maneira correta.

Os documentos postulam que em relação ao ensino e aprendizagem de língua inglesa, o foco na leitura (BRASIL, 1998), principalmente nas escolas públicas brasileiras, se justifica, já que nestas redes de ensino há salas com superlotação de alunos e ainda com uma carga horária, para as línguas estrangeiras, reduzida e/ou fragmentada.

Diversos documentos, como os que foram apresentados neste livro didático, deixam claro que o ensino da língua estrangeira não precisa focar na preparação do aluno para prestar provas que possibilitem seu ingresso em faculdades; ele, o ensino, necessita ser voltado também para a sua comunicação oral ou qualificação profissional.

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É muito importante que o professor conheça as teorias linguísticas atuais para que suas práticas de ensino sustentem um ensino dos mais variados conteúdos e que a maneira que os conteúdos sejam abordados cumpra com os objetivos propostos e necessários para a real aprendizagem e, ainda, despertem interesse dos alunos.

Assim, fazer uso de diferentes métodos de ensino da língua estrangeira corrobora para um ensino com qualidade, já que temos consciência de que não há um método plenamente perfeito, pois a aprendizagem de um idioma envolve muito mais que estruturas gramaticais.

Para tanto, é importante lembrar que a formação continuada, por parte dos professores de língua inglesa, neste caso, aconteça de maneira, como o próprio nome diz, continuada, para que eles – os professores – sejam capazes de atuar com excelência nas possíveis mudanças educacionais.

Esperamos também que esses professores, a partir de uma nova abordagem de ensino, despertem nos alunos a motivação necessária para que a língua inglesa não seja apenas mais uma matéria na grade curricular. O que se quer é que ela se integre definitivamente ao cotidiano da sociedade brasileira.

4.1 CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DA GRAMÁTICA

Pensar em uma aprendizagem de um idioma de maneira contextualizada é ter consciência de que a gramática é um instrumento essencial, mas não é o único meio de se ensinar uma língua. Não há como pensar que professores, em pleno século XXI, com tantos recursos, ainda ensinem língua inglesa, por exemplo, com palavras soltas e descontextualizadas.

Nesse sentido, é importante compreender que uma simples aula de regras gramaticais pode ser extremamente rica, à medida que ela abra espaço para os alunos ora construírem, ora reconstruírem sua carga cultural e linguística.

Quando nos referimos ao ensino da gramática para os adolescentes do Ensino Fundamental II, compreendemos que nem sempre o conhecimento de regras gramaticais habilita o aluno aprendiz a utilizar a língua de maneira significativa. Conseguimos compreender tal afirmação, pois os teenagers estão, por vezes, muito avançados na aprendizagem da língua devido ao uso constante da tecnologia, e não se dão conta das regras e estruturas que utilizam com tanta habilidade.

Muitos alunos têm a capacidade de memorizar as regras gramaticais e, inclusive, aplicá-las corretamente quando resolvem exercícios em listas com frases isoladas, ou seja, descontextualizadas, mas estes mesmos alunos falham quando produzem textos de forma espontânea ou quando realizam uma interpretação textual mais apurada.

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FIGURA 9 - GRAMMAR

FONTE: Disponível em: <http://shawnradcliffe.com/include-comma/>. Acesso em: jul. 2017.

Como a imagem apresentada nos incentiva, o estudo da gramática consiste na análise de formas e estruturas de uma língua, neste caso, da língua inglesa. Ela descreve regras e explica exatamente a forma pela qual as sentenças são formadas e/ou estruturadas com o intuito de desenvolver habilidades na língua.

Quando estamos ensinando o inglês para as turmas do Ensino Fundamental II, geralmente, estamos no nível iniciante e, neste caso, não devemos exigir uma fala correta, pois nesse momento o importante é apenas falar, comunicar-se espontaneamente, sem medos e, a princípio, sem regras. Porém, se os alunos estiverem em um nível intermediário, já é hora de começar a refletir e, consequentemente, corrigir, quando as estruturas frasais são utilizadas de maneira errônea, baseando-se nas regras gramaticais, ambicionando uma fluência de forma correta.

Dessa maneira, acadêmico, você consegue compreender que a gramática contextualizada é uma tendência que está envolvendo um número cada vez maior de adeptos? Ensinar gramática por ensinar, através de frases soltas, além de ser um método ultrapassado, desestimula o aluno.

Quando você ensinar a gramática, esteja atento as três partes que a compõem: a forma, o significado e o uso. Partindo disso, contextualize a estrutura gramatical com o que mais atrai seus alunos. Como fazer isso? Inicie descobrindo os gostos de seus alunos: música, filmes, seriados, jogos on-line, livros, revistas, canais no Youtube, entre outros. Depois disso, elabore sequências de atividades, crie grupos de estudos temáticos e explore todos os aparatos tecnológicos (BALANCHO, 1996). Assim, a gramática pode ser diluída e praticada através de atividades lúdicas e de textos do dia a dia que circulam na sociedade e na internet, facilitando sua assimilação. Exercícios que fazem com que o aluno apenas complete frases que não fazem sentido encaminham o aprendizado apenas para o decorar, sem haver nenhum envolvimento com a atividade proposta.

Os adolescentes necessitam de desafios e motivação para que o rendimento seja superior ao que se espera com a simples memorização de regras gramaticais e, com essa prática contextualizada, o tempo levado para aprender é otimizado, reduzindo recuperação, reforço e até a reprovação (BALANCHO, 1996).

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Destacamos, acadêmico, que contextualizar o conhecimento certamente possibilita uma aprendizagem signifi cativa e aulas contextualizadas são práticas de professores que buscam qualidade de ensino.

Vamos adiante!

4.2 O USO DAS TECNOLOGIAS E A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA

A tecnologia transformou, transforma e ainda transformará a comunicação no mundo todo. A interação entre os indivíduos, mesmo estando em diferentes lugares, a disseminação da informação, rápida e efi caz, têm se tornado presentes na vida cotidiana das pessoas. Dentre todas as invenções tecnológicas até hoje criadas, a internet destaca-se devido à velocidade, à acessibilidade e, certamente, ao conforto oferecidos aos seus usuários.

FIGURA 10 – NOVAS TECNOLOGIAS

FONTE: Disponível em: <https://comparador.tecmundo.com.br/?utm_source=hometecmundo&utm_medium=comparador>. Acesso em: 17 jul. 2017.

Como a fi gura nos faz refl etir, as novas tecnologias se fazem cada vez mais presentes, transformando a nossa maneira de pensar e de agir, além de mudarem também o modo como lidamos com a informação. Dessa maneira, como ignorar esse rico instrumento no ensino e na aprendizagem de um idioma? Ela, a tecnologia, pode enriquecer os conhecimentos interculturais dos alunos, promovendo novas práticas de contato, como interação escrita e oral através de aplicativos instantâneos, por exemplo.

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Segundo Warschauer (2000), o uso da internet no ensino da língua inglesa desenvolve diversas habilidades, como a utilização do idioma em contextos autênticos e significativos, o letramento através da leitura e da escrita, a oportunidade da publicação de comentários expondo as ideias. E a internet ainda estimula uma comunicação dinâmica, flexível, espontânea, viabilizando a autonomia em outra(s) língua(s).

Partindo disso, compreendemos que a internet permitiu ao aluno, e a todos nós, sair da zona de conforto e participar de comunidades autênticas, trocando experiências com pessoas do mundo todo que também estudam a língua inglesa ou que já a têm como língua materna.

Como professores do século XXI e com o aparecimento da tecnologia em nossas vidas, passamos de meros assimiladores passivos de informações para construtores ativos do conhecimento. Façamos nós a real inclusão da tecnologia nas aulas de língua inglesa.

5 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO MÉDIO

Compreendemos, acadêmico, com nossos estudos até aqui realizados, que um dos avanços das aulas de língua estrangeira é de que ela passou a ser ensinada e aprendida no sentido de aproximação e de levar em conta a interação dos alunos com diferentes culturas, permitindo, dessa maneira, o contato desses alunos com formas diferentes de pensar, agir, sentir, perceber a realidade e também o mundo.

Na verdade, o ensino e a aprendizagem da língua inglesa cumprirão seu papel se, no Ensino Médio, não forem levados em conta apenas aspectos gramaticais. É de extrema necessidade um estudo mais amplo, isto é, um estudo que explore a língua em todos seus aspectos, especialmente o de comunicação e de troca de conhecimentos.

Para que esse tipo de ensino aconteça, nas aulas de língua inglesa, do Ensino Médio, há a necessidade de serem traçadas novas competências e habilidades, diferentes das do Ensino Fundamental, ou seja, neste momento de estudos os alunos necessitam compreender o sentido dos vocábulos, a razão social, cultural que levou o autor a escolher por uma palavra em detrimento de outra e a relação que se constitui entre os termos (MOTTA-ROTH, 2006).

Quando um aluno do Ensino Médio dominar as habilidades mencionadas anteriormente, o levará a melhorar a compreensão textual, analisar com facilidade o contexto e as ideias que se encontram implícitas, bem como o entendimento de elementos não verbais que, muitas vezes, preenchem lacunas da comunicação verbal.

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Vamos verificar como isso pode acontecer de maneira mais prática? Stay with us!

5.1 A COMPREENSÃO TEXTUAL NA LÍNGUA INGLESA

Acadêmico, para uma boa compreensão textual, faz-se necessário conhecer os tipos e os gêneros textuais. Assim, uma leitura eficiente e eficaz acontece a partir da identificação desses elementos.

Você se lembra o que são tipos e gêneros textuais? Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As tipologias mais usadas são: narração, descrição, dissertação (ou exposição), argumentação, informação e injunção. Agora, uma lista de supermercado, uma receita, um e-mail, um jornal, homepage, uma conversa ao telefone, um guia turístico, um manual de instrução, um panfleto, um anúncio, um sermão, uma carta pessoal, uma bula de remédio, enfim, os mais variados gêneros textuais são expostos e lidos diariamente por nós, sem nem ao menos percebermos.

NOTA

Agora que você relembrou o que são tipos e gêneros textuais, é interessante também mencionar que o inglês é uma língua com o vocabulário numeroso, em torno de um milhão de palavras. No entanto, para se comunicar, precisamos dominar cerca de 30.000 a 60.000 palavras.

Mesmo que a língua inglesa seja a língua oficial, devido à globalização, e uma disciplina obrigatória na grade curricular das escolas brasileiras desde, muitas vezes, a Educação Infantil, a maior parte dos alunos tem dificuldade em compreender um texto em língua estrangeira, ou melhor dizendo, no inglês. Para que essa situação seja superada, existem técnicas que podem facilitar a compreensão de um texto, e essas técnicas podem ser ensinadas no Ensino Médio, fase em que as regras e o vocabulário já foram ensinados e aprendidos.

Observar a estrutura do texto pode ser um primeiro passo para uma boa compreensão textual. Assim, analisar os títulos, subtítulos, pistas tipográficas, como as datas, os números, as figuras, os gráficos, as palavras em destaque, as referências, faz com que se tenha uma ideia geral do assunto. Essa técnica recebe o nome de inferência, ou seja, inferir qual é o mote do texto mediante uma leitura rápida; em inglês essa técnica é chamada de skimming. Outra atitude inicial é fazer a leitura das questões referentes ao texto, assim filtrar as informações dentro do texto torna-se mais prático e fácil para sua resolução.

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Feita essa parte inicial de skimming, chegou a hora, acadêmico, de ensinar aos alunos – do ensino médio, especialmente – como realizar uma leitura minuciosa do texto para encontrar informações específicas. Em inglês, essa técnica chama-se scanning. Ela busca informações detalhadas, de forma top down (de cima para baixo), rejeitando os elementos periféricos, atendo-se às informações importantes para resolver os propósitos que levaram à leitura. Reconhecer os cognatos ou friends e os false friends também acontece nessa fase. Para as palavras que o aluno não souber o significado, oriente-o a não consultar o dicionário a toda hora, pois às vezes o dicionário apresentará muitos significados e poderá fazê-lo escolher o verbete errado. O próprio contexto auxiliará para que o aluno infira seu significado, logo, evitar a tradução de palavra por palavra, pois o mais importante é a compreensão geral do texto.

Você se lembra o que são os friends ou false friends? Palavras cognatas ou friends são aquelas que possuem a mesma origem, com grafias iguais ou semelhantes, e o mesmo significado, por exemplo: comedy - comédia. Falsos cognatos ou false friends são palavras cuja grafia em dois idiomas é semelhante, mas a origem em ambas as línguas é distinta, fazendo com que o significado das palavras apresente divergências, por exemplo: actually: realmente.

NOTA

Se o aluno conseguir levar em conta essas técnicas, ele desenvolverá a prática da leitura e da compreensão de um texto, em língua inglesa, de maneira eficaz e sentirá muito mais segurança ao deparar-se com um texto em avaliações e em provas de vestibulares e ENEM.

5.2 O ENSINO DO INGLÊS E O VESTIBULAR

O nosso curso de Letras Inglês prepara você, acadêmico, para lecionar a língua inglesa em diversos níveis, ou seja, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, daí a necessidade de dominarmos, além da língua, técnicas e dinâmicas para comtemplar todas as fases de ensino, sem deixarmos lacunas.

É crescente a preocupação dos alunos para com as futuras provas de vestibular e ENEM, seja para universidades públicas ou privadas. Destacar-se é o que todos almejam. Uma boa nota na prova da língua inglesa, por exemplo, pode fazer a diferença no final de uma seletiva.

Geralmente, essas provas são contextualizadas, não adianta apenas conhecer a língua inglesa, necessita-se aplicar técnicas de compreensão, conhecer

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a estrutura e, ainda, dominar vocabulário, entre tantas outras vertentes de estudo que provas como essas exigem.

Selecionamos algumas dicas para que você, acadêmico, possa orientar seus alunos nessa fase de provas, como a do ENEM e, também, vestibulares.

Você sabe o que é o ENEM? O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é uma prova elaborada pelo MEC para constatar o domínio de competências e habilidades dos estudantes que finalizaram o Ensino Médio. Esse exame é composto por quatro provas de múltipla escolha, com 45 questões cada, e uma redação. A prova de inglês do ENEM tem cinco questões. A maioria delas é de interpretação textual e exige do candidato um bom conhecimento da língua para conseguir acertar as respostas.

NOTA

Você pode orientar os alunos a iniciarem a prova identificando o tipo de texto para poder fazer uso dos critérios corretos de avaliação para cada gênero. Os gêneros predominantes nas provas do ENEM são charges, narrações advindas de livros, entrevistas ou textos jornalísticos.

DICAS

Você pode oferecer esses gêneros e estudá-los com seus alunos previamente, garantindo segurança e habilidade para responder questões referentes a cada um deles. Acesse <http://portal.inep.gov.br/provas-e-gabaritos> e visualize diversas provas de ENEM. Resolva as questões de inglês com seus alunos!

O hábito da leitura traz benefícios na hora da realização da prova. O costume de lidar com o idioma em outras situações de leitura muito fomenta a habilidade da compreensão.

Manter-se atualizado é outro item de grande relevância, não somente para os que pretendem adentrar em uma faculdade, não é mesmo, acadêmico? Já não existem mais provas baseadas apenas em regras gramaticais. Atualmente, as provas do ENEM e vestibulares englobam conteúdos contextualizados com as mais diversas áreas. Nesse contexto, as provas de inglês podem abordar temas como meio ambiente, economia, educação, política, fenômenos geográficos, religião, entre outros.

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Você pode orientar seus alunos a encontrar a palavra-chave dos textos de cada questão. A palavra-chave levará o aluno à ideia central do texto e é por meio dela que o aluno identificará o que precisa fazer para encontrar a alternativa correta.

DICAS

Oriente seus alunos a consultar o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), instituição responsável pela realização do ENEM. O Inep mantém um banco de dados desde 2009. Oriente seus alunos do Ensino Médio a baixar as últimas edições e resolvê-las. Isso ajuda na assimilação da estrutura solicitada no exame.

See you!

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RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu que:

• O ensino de língua inglesa pode começar desde muito cedo, pois as crianças são preparadas para desenvolver a linguagem naturalmente.

• A exposição à língua deve ser prazerosa, sem ser imposta. Para as crianças, a maneira mais eficaz de aprender é a partir da inserção na língua.

• Os documentos postulam que em relação ao ensino e aprendizagem de língua inglesa, o foco na leitura, principalmente nas escolas públicas brasileiras, se justifica, já que nestas redes de ensino há salas com superlotação de alunos e ainda com uma carga horária, para as línguas estrangeiras, reduzida e/ou fragmentada.

• Fazer uso de diferentes métodos de ensino da língua estrangeira corrobora para um ensino com qualidade, já que temos consciência de que não há um método plenamente perfeito, pois a aprendizagem de um idioma envolve muito mais que estruturas gramaticais.

• A gramática pode ser diluída e praticada através de atividades lúdicas e de textos do dia a dia que circulam na sociedade e na internet, facilitando sua assimilação. Exercícios que fazem com que o aluno apenas complete frases que não fazem sentido encaminham o aprendizado apenas para o decorar, sem haver nenhum envolvimento com a atividade proposta.

• Os adolescentes necessitam de desafios e motivação para que o rendimento seja superior ao que se espera com a simples memorização de regras gramaticais e, com essa prática contextualizada, o tempo levado para aprender é otimizado, reduzindo recuperação, reforço e até a reprovação.

• As novas tecnologias se fazem cada vez mais presentes, transformando a nossa maneira de pensar e de agir, além de mudarem também o modo como lidamos com a informação. Dessa maneira, como ignorar esse rico instrumento no ensino e na aprendizagem de um idioma? A tecnologia pode enriquecer os conhecimentos interculturais dos alunos, promovendo novas práticas de contato, como interação escrita e oral através de aplicativos instantâneos, por exemplo.

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• O ensino e a aprendizagem da língua inglesa cumprirão seu papel se, no Ensino Médio, não forem levados em conta apenas aspectos gramaticais. É de extrema necessidade um estudo mais amplo, isto é, um estudo que explore a língua em todos os seus aspectos, especialmente o de comunicação e de troca de conhecimentos.

• Observar a estrutura do texto, realizar uma leitura minuciosa do texto para encontrar informações específicas, reconhecer os cognatos ou friends e os false friends, fomentar o hábito da leitura muito auxiliam a preparação para avaliações como ENEM.

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1 Aprendemos diversas técnicas para compreensão textual em língua inglesa. Escreva abaixo dicas que podem auxiliar você e seus futuros alunos nessa questão da interpretação, explicando-as:

2 Agora, aplique as técnicas de leitura em uma questão do Enem/2016 e conheça um pouco mais as questões dessa avaliação. Você poderá elaborar, se professor do Ensino Médio, questões como a que segue:

QUESTÃO 92 New vaccine could fight nicotine addiction

“Cigarette smokers who are having trouble quitting because of nicotine’s addictive power may some day be able to receive a novel antibody-producing vaccine to help them kick the habit. The average cigarette contains about 4 000 different chemicals that — when burned and inhaled — cause the serious health problems associated with smoking. But it is the nicotine in cigarettes that, like other addictive substances, stimulates rewards centers in the brain and hooks smokers to the pleasurable but dangerous routine. Ronald Crystal, who chairs the department of genetic medicine at Weill-Cornell Medical College in New York, where researchers are developing a nicotine vaccine, said the idea is to stimulate the smoker’s immune system to produce antibodies or immune proteins to destroy the nicotine molecule before it reaches the brain.”

FONTE: Disponível em: <www.voanews.com>. Acesso em: 2 jul. 2012.

Muitas pessoas tentam parar de fumar, mas fracassam e sucumbem ao vício. Na tentativa de ajudar os fumantes, pesquisadores da Weill-Cornell Medical College estão desenvolvendo uma vacina que:

a) Diminua o risco de o fumante se tornar dependente da nicotina. b) Seja produzida a partir de moléculas de nicotina. c) Substitua a sensação de prazer oferecida pelo cigarro. d) Ative a produção de anticorpos para combater a nicotina. E controle os

estímulos cerebrais do hábito de fumar.

3 Estudamos que ensinar a língua inglesa através de regras gramaticais não agrega conhecimento e, ainda, pode desmotivar os alunos na aprendizagem de qualquer idioma. Escreva duas atividades nas quais a gramática esteja abordada de maneira contextualizada.

AUTOATIVIDADE

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UNIDADE 2

LANGUAGE LEARNING AND LANGUAGE ACQUISITION

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você estará apto a:

• definir language acquisition e language learning;

• conceituar língua materna;

• compreender segunda língua, língua minoritária;

• entender o processo do bilinguismo;

• compreender o conceito de estudo formal;

• apropriar-se do conceito de sequência didática, bem como saber aplicá-la;

• aprofundar os estudos acerca da aquisição da linguagem L1 e L2.

• compreender a importância do papel do professor de língua estrangeira.

Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – LANGUAGE ACQUISITION OU ASSIMILAÇÃO NATURAL

TÓPICO 2 – LANGUAGE LEARNING OU ESTUDO FORMAL

TÓPICO 3 – PROFESSOR NATIVO E NÃO NATIVO DE LÍNGUA INGLESA: IMPLICAÇÕES

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TÓPICO 1

LANGUAGE ACQUISITION OU ASSIMILAÇÃO NATURAL

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

Hello, all! O Tópico 1 contempla noções importantes sobre a expressão "aprendizado de línguas" que fomenta o desenvolvimento da habilidade de interagir com estrangeiros, entendendo e falando sua língua. Para esse tipo de aprendizagem utilizamos o termo language acquisition.

Como o título deixa claro, a language acquisition tem um processo de assimilação natural, intuitivo e, ainda, subconsciente, que deriva da interação em situações reais do cotidiano, em ambientes da língua e da cultura estrangeira, em que o estudante participa ativamente como sujeito aprendiz.

Essa assimilação natural assemelha-se ao processo que acontece com a língua materna, ou seja, as crianças produzem uma habilidade funcional sobre a língua falada e não apenas um conhecimento teórico. Elas desenvolvem familiaridade com a fonética da língua, sua estruturação e seu vocabulário. O entendimento oral acontece pela capacidade da comunicação criativa e pela identificação de valores culturais.

Assim, metodologias inspiradas em acquisition são vistas como atividades que ocorrem num plano pessoal psicológico, ou seja, inspiram e valorizam o ato comunicativo desenvolvendo a autoconfiança do estudante. Um exemplo de language acquisition são os estudantes intercambistas que, através de programas de intercâmbio cultural, moram um ano no exterior e conseguem um grau de fluência na língua estrangeira muito próximo ao da língua materna, sem nenhum conhecimento a respeito do idioma. Eles não adquirem noções de fonologia, nem dos tempos verbais, embora saibam utilizá-los intuitivamente.

Partindo disso, neste tópico revisitaremos toda essa problemática e, ainda, discutiremos conceitos que envolvem as línguas, bem como maneiras de fomentar positivamente a aprendizagem através da assimilação natural.

Stay with us!

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UNIDADE 2 | LANGUAGE LEARNING AND LANGUAGE ACQUISITION

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2 CONCEITUANDO A LANGUAGE ACQUISITION

Segundo Schütz (2006), a language acquisition define-se como um processo de assimilação natural, que acontece por meio da interação em situações reais e cotidianas de convívio humano, no qual o estudante, intuitivamente, participa do processo de aprendizagem como sujeito ativo.

Dessa maneira, compreendemos que o processo de language acquisition tem semelhanças com o processo de aprendizagem da língua materna, ou seja, essas semelhanças existem no que diz respeito à comunicação que é adquirida através de um conhecimento prático e funcional em relação à língua falada. A interação, importante elemento desse processo, se dá através das pessoas que cercam o aprendiz, e não através do conhecimento teórico, pois este acontece anos mais tarde, na escola.

É pela interação e com as vivências em contato com diferentes esferas, isto é, escola, rua, padaria, igreja, entre outros, que se desenvolve a familiaridade com a parte fonética da língua, com o vocabulário e com o entendimento oral, a fim de compreender e ser compreendida em diversas situações, possibilitando uma comunicação criativa e ativa.

A abordagem language acquisition fomenta e estimula o ato comunicativo, levando o estudante a ter um melhor desenvolvimento na língua e, ainda, adquirir autoconfiança. Um bom exemplo de language acquisition, já mencionado no início deste tópico, é o caso de jovens e, inclusive, de adultos que participam de programas de intercâmbio, os quais residem durante um ano ou até mais no exterior e conseguem adquirir alto nível de fluência na língua estrangeira que têm contato. No entanto, eles adquiriram essa fluência intuitivamente, pois geralmente não desenvolvem conhecimentos teóricos sobre idioma, ou seja, não têm noção de fonologia, sintaxe, verbos e outras estruturas particulares da língua estrangeira etc.

Outro tipo de aprendizagem, além da language acquisition, é a language learning, que tem uma abordagem tradicional ao ensino de línguas, assim como é ainda hoje em muitas escolas. A atenção acontece em torno da língua na sua forma escrita e estrutura gramatical, cujas partes são dissecadas e analisadas através de exercícios de fixação.

Muitas vezes, o professor assume o papel de autoridade e a participação dos alunos é passiva. Nas aulas são abordados os modos interrogativo e negativo, verbos irregulares e regulares, verbos modais, entre outros. O estudante aprende a construir frases em exercícios escritos, que dificilmente saberá pronunciá-las e muito menos quando utilizá-las no seu dia a dia.

Para que você possa identificar as diferenças entre essas duas vertentes de ensino da língua estrangeira, a language acquisition e a language learning, verifique o quadro a seguir:

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TÓPICO 1 | LANGUAGE ACQUISITION OU ASSIMILAÇÃO NATURAL

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QUADRO 1 - SUMMARY OF DIFFERENCES  

FONTE: Disponível em: <http://www.sk.com.br/sk-laxll.html>. Acesso em: 13 ago. 2017.

Compreendemos, a partir do quadro anteriormente apresentado, que a language acquisition difere em muitos elementos da language learning. Assim, o entendimento das diferenças entre acquisition e learning possibilita a investigação das inter-relações e das implicações de ambas perante o ensino de línguas, pois o ensino passou por diversas transformações ao longo do tempo devido ao surgimento de novos métodos que influenciaram, e influenciam até hoje, o desenvolvimento das aulas de língua estrangeira (SCHÜTZE, 2017).

DICAS

Acesse o link: <https://www.slideshare.net/MagdaBeitler/acquisition-vs-learning> e visualize um material em slides acerca da language acquisition e language learning.

Let’s go ahead!

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2.1 LÍNGUA MATERNA

Students, a nossa língua materna é a língua que adquirimos primeiro, ou seja, é a língua falada em situação de comunicação espontânea (CALVET, 2002). Ela também pode ser chamada de L1, em oposição à L2, que é qualquer outra língua aprendida depois da língua materna. Geralmente, nos deparamos com os conceitos língua materna, segunda língua e língua estrangeira, e não nos damos conta das peculiares e defi nições desses termos, vamos entendê-los melhor.

A língua materna, ou a primeira língua (L1), não é, necessariamente, a língua que a nossa mãe fala. Normalmente, a língua materna é a língua que aprendemos primeiro e em casa, muitas vezes, através dos nossos pais, e, geralmente, ela é a língua da comunidade em que vivemos e nos relacionamos, porém, muitas vezes, a língua que é falada pelos pais pode não ser a língua da comunidade em que se vive e convive, e, ao aprender as duas, o indivíduo passa a ter mais de uma L1. Dessa maneira, uma criança pode adquirir uma língua que não é falada em casa, e ambas valem como L1, certo?

Vamos verifi car isso com um exemplo, imagine uma criança que nasceu e cresceu na Itália, fi lha de um francês com uma brasileira. Imagine também que ela se comunica com cada um dos pais nas suas línguas respectivas, e na escola, no parque, na rua, com os amigos e vizinhos o italiano é a língua diária, essa criança tem três línguas maternas: italiano, francês e português. A ordem de aprendizagem das línguas, nesse caso, não interessa.

FIGURA 11 - LÍNGUA

FONTE: Disponível em: <http://minhalinguaeeu.blogspot.com.br/2010/03/lingua-e-idioma.html>. Acesso em: 15 ago. 2017.

Você compreendeu, acadêmico, que a tirinha em questão chamou atenção por tratar de conceitos muito importantes, como a variação linguística e a língua?

Podemos fazer uma análise da tirinha, especialmente da frase do último quadrinho, levando em consideração os conceitos de língua e variação linguística. Segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 1762-1763), língua:

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[...] é o sistema de representação constituído por palavras e por regras que as combinam em frases que os indivíduos de uma comunidade linguística usam como principal meio de comunicação e de expressão, falado e escrito. Linguagem é qualquer meio de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais, [...].

Dessa maneira, utilizamos mais o termo língua quando indicamos o que fala um povo, algo relativo a uma unidade cultural e utilizamos o termo idioma no sentido geopolítico, como quando dizemos, o idioma do Brasil, o idioma da Itália etc.

Ainda sobre a tirinha apresentada anteriormente, compreendemos que o personagem Calvin diz que ambos, no caso, ele e sua mãe, falam o mesmo idioma, que é o português, porém a ideia que os dois têm de lanche é muito diferente, isto é, uma diferença de pensamentos, porém, se analisarmos os dizeres de Calvin numa perspectiva linguística, podemos analisar que tanto ele quanto sua mãe têm a língua portuguesa como língua materna, contudo utilizam variedades linguísticas diferentes, com o uso de palavras e expressões próprias.

De maneira geral, a caracterização de uma língua materna como tal só se dá com a combinação de vários fatores. A língua da mãe, a língua do pai, a língua dos outros familiares, a língua da comunidade, a língua adquirida por primeiro, a língua com a qual se estabelece uma relação afetiva, a língua do cotidiano, a língua que predomina na sociedade, a que tem status, a que melhor se domina, enfim, todos esses são aspectos decisivos e necessitam ser levados em conta para se definir uma L1.

2.2 SEGUNDA LÍNGUA

Depois de conversarmos um pouco sobre a língua materna, compreendemos que uma segunda língua não é necessariamente uma segunda língua que aprendemos, no sentido de que haverá uma terceira, quarta e tantas outras. Podemos dizer que, de acordo com Schütze (2017), o termo “segunda” significa “outra que não seja a primeira, isto é, a materna”, e a ordem de aquisição se torna irrelevante nesse sentido.

Partindo desse pressuposto, compreendemos que uma segunda língua é uma língua que não é a primeira aprendida e que ela é adquirida com a necessidade de comunicação em um processo de socialização e para o domínio de uma segunda língua exigem-se alguns fatores, como que a comunicação seja diária e que a língua cumpra um papel na integração em sociedade.

A aquisição de uma segunda língua e a aquisição de uma língua estrangeira são parecidas levando em consideração ao fato de ambas serem desenvolvidas por indivíduos que já possuem uma bagagem de habilidades linguísticas de

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fala, ou seja, os aprendizes já têm pressupostos cognitivos e de organização do pensamento que foram utilizados para a aquisição da L1.

2.3 LÍNGUAS MINORITÁRIAS E MINORITARIZADAS

Por língua minoritária e/ou minoritarizadas entende-se, conforme Altenhofen (2013, p. 94), que é “a modalidade de línguas ou variedades usadas à margem ou ao lado de uma língua (majoritária) dominante”.

Dessa maneira, o status dado a uma língua não depende apenas do número de falantes que ela possui ou de seu valor social, pois toda língua tem um valor e quem oferece a ela esse valor são seus próprios usuários, garantindo o direito de seu uso (ALTENHOFEN, 2013).

Sabemos que o Brasil mantém um mito em torno de uma “nação monolíngue”, isto é, um país que tem uma única língua, ignorando as minorias linguísticas que constituíram e ainda constituem comunidades indígenas, de imigrantes, de surdos, de regiões de fronteiras (CAVALCANTI, 1999).

Como postula César e Cavalcanti (2007, p. 50), “a diversidade linguística e cultural em solo brasileiro abriga mais de cento e setenta línguas nacionais indígenas, cerca de trinta línguas de imigração, a LIBRAS; além da multiplicidade de usos linguísticos que se arrola sob a denominação de ‘língua portuguesa’”.

Cavalcanti (1999) afirma que o número de falantes não representa se uma língua é minoritária ou não, mas o poder que elas têm é que o determina, assim, uma maioria de excluídos tem menos poder do que uma minoria de elite.

DICAS

Que tal aprofundar seus estudos sobre as línguas minoritárias e/ou minoritarizadas com a leitura do artigo “Reflexões sobre práticas de letramento em contexto escolar de língua minoritária” da professora Maristela Pereira Fritzen? Acesse o link que segue e desfrute de uma leitura muito pertinente à temática apresentada: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502011000100004>.

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3 MANEIRAS PARA ESTIMULAR A LANGUAGE ACQUISITION

A socialização através da linguagem é uma maneira promissora de se estimular a aprendizagem de uma língua. Ela acontece de uma maneira muito rica em que a criança tem acesso a valores, crenças e regras da cultura em que está inserida ou tem contato.

O contato antecipado da criança com outra língua que não seja a materna, ou seja, a aprendida inicialmente, geralmente com a mãe e que se estende à família, faz com que mais representações e noções sobre o mundo sejam associadas aos objetivos concretos da realidade conhecida, observada, sentida e vivenciada.

O crescente domínio e uso da linguagem, assim como a interação, possibilitam que seu contato com o mundo se amplie, tendo mais representações e significados construídos culturalmente.

A proposta é que se incentive a aquisição de uma língua o mais cedo possível, permitindo à criança e depois ao aluno aprender com as suas experiências cotidianas. E como estamos vivendo em um mundo altamente tecnológico, sem fronteiras ou distâncias, promovido pelo fácil uso da internet, as relações ficam dependentes de poucos aspectos, entre eles a linguagem, que acaba se tornando uma das maiores barreiras.

3.1 AQUISIÇÃO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA: QUE FATORES CONSIDERAR?

Quando falamos em aquisição de uma segunda língua, logo nos vem à mente a idade correta para que essa aquisição aconteça, pois isso pode interferir em diversos aspectos do desenvolvimento do indivíduo bilíngue, como no desenvolvimento linguístico, neuropsicológico, cognitivo e até sociocultural.

De acordo com a idade de aquisição da segunda língua, acontece um bilinguismo diferenciado, levando em conta se essa habilidade acontece na fase infantil, na adolescência ou na fase adulta.

Compreendemos que na fase infantil, a aquisição de uma língua tem um desenvolvimento do bilinguismo simultâneo ao desenvolvimento cognitivo da criança, podendo consequentemente um influenciar o outro (SANTOS, 2013). O bilinguismo infantil subdivide-se, ainda, em bilinguismo simultâneo e consecutivo.

No simultâneo, a criança acaba aprendendo as duas línguas ao mesmo tempo, sendo ela apresentada desde o nascimento as duas línguas. Já no bilinguismo consecutivo, a criança adquire a segunda língua na infância também, mas após ter aprendido todas as bases linguísticas da L1. Isso acontece, geralmente, aos cinco anos de idade.

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Quando a aquisição da L2 ocorre na adolescência, esse fenômeno é conhecido como bilinguismo adolescente e por bilinguismo adulto, durante a idade adulta. O que representa uma maneira diferente de aprendizagem, haja vista que a aquisição de L1 já está, praticamente, completa.

DICAS

Assista ao vídeo: CHILD LANGUAGE ACQUISITION: Key Theories, acessando o link: <https://youtu.be/jr_hK2Owq8o> e revisite a teoria acerca desta temática.

3.1.1 Idade de aquisição

Conforme já mencionamos, a sociedade atual está em transformação, tendo se desenvolvido rapidamente, especialmente com a vinda das tecnologias, que têm se destacado nesse processo, permitindo um contato mais intenso entre as pessoas, facilitando a troca de experiências e de conhecimento.

Compreendemos que as crianças necessitam estar preparadas para um mundo mais comunicativo e, também, competitivo. Para tanto, o ensino e a aprendizagem da língua inglesa já na primeira infância se tornam um elemento essencial, pois leva-se em conta que a criança já interage com o mundo externo desde a gestação.

Assim, a aquisição de um segundo idioma, especificamente da língua inglesa, se torna um facilitador nas relações sociais e também nas futuras relações profissionais, inserindo o indivíduo, naturalmente e de maneira lúdica, na cultura inglesa, uma das mais presentes no mundo moderno.

DICAS

Quer aprender mais sobre essa importante temática? Acesse o artigo “A aquisição de uma segunda língua e os argumentos acerca da existência de um período crítico” de Camila de Bona, através do link: <https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/viewFile/4183/3219>.

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3.1.2 Bilinguismo

O bilinguismo, a partir do século XX, tornou-se amplo e, inclusive, difícil de conceituar. De acordo com o dicionário Oxford (2000, p. 117), ser uma pessoa bilíngue é “ser capaz de falar duas línguas igualmente bem porque as utiliza desde muito jovem”.

FIGURA 12 - BILINGUISMO

FONTE: Disponível em: <http://www.cantuemfoco.com.br/2016/07/bilinguismo-os-beneficios-alem-do.html>. Acesso em: 20 ago. 2017.

Popularmente, ser bilíngue é ser capaz de falar duas línguas perfeitamente, ou seja, é ter o controle nativo de duas línguas, porém o termo pode variar entre teóricos que dizem que ora ser bilíngue vai desde saber palavras em uma segunda língua, ora vai até ter o domínio de um segundo idioma.

O que sabemos é que o bilinguismo está presente em praticamente todo o mundo, envolvendo diferentes idades e também classes sociais. Ele não é um fenômeno recente, pois sabemos que desde o início da história da linguagem humana houve a necessidade da comunicação entre os diferentes grupos linguísticos, o que propiciou a aprendizagem das línguas, dando origem a situações bilíngues (GROSJEAN, 1982).

Conforme Grosjean (1982), a criança bilíngue adquire duas línguas ou mais, praticamente, ao mesmo tempo. Geralmente, esse processo de aprendizagem de uma primeira língua acontece em casa e a outra língua quando a criança vai para a escola.

Devemos levar em conta, ainda, o fato de que o bilíngue pode fazer empréstimos de palavras de outras línguas e agregar elementos fonológicos e morfologicamente na base de sua linguagem, de maneira inconsciente. Por vezes, um bilíngue pode iniciar uma conversa numa língua e seu interlocutor responder nessa mesma língua, ou uma conversação é feita em uma língua e o interlocutor responde em outra, havendo normalmente um ajuste na escolha da língua, e outras vezes esse ajuste não acontece e a conversa se faz em duas línguas.

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A definição mais comum de bilíngue é a do indivíduo que fala duas línguas. Esperamos que você tenha conseguido compreender esta etapa. Vamos adiante? So, come with us!

DICAS

Acadêmico, você quer se aprofundar mais na temática do bilinguismo? Acesse o link: <https://revistas.pucsp.br/index.php/intercambio/article/viewFile/3487/2295> e leia o interessante artigo intitulado: “Bilinguismo no Brasil: significado e expectativas”, da autoria de Marcello Marcelino.

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RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu que:

• A language acquisition define-se como um processo de assimilação natural, que acontece por meio da interação em situações reais e cotidianas de convívio humano, no qual o estudante, intuitivamente, participa do processo de aprendizagem como sujeito ativo.

• A language learning tem uma abordagem tradicional ao ensino de línguas, assim como é ainda hoje em muitas escolas. A atenção acontece em torno da língua na sua forma escrita e estrutura gramatical, cujas partes são dissecadas e analisadas através de exercícios de fixação.

• A língua materna é a língua que adquirimos primeiro, ou seja, é a língua falada em situação de comunicação espontânea.

• A segunda língua não é necessariamente uma segunda língua que aprendemos, no sentido de que haverá uma terceira, quarta e tantas outras. Podemos dizer que, de acordo com Schütze (2017), o termo “segunda” significa “outra que não seja a primeira, isto é, a materna”, e a ordem de aquisição se torna irrelevante nesse sentido.

• Por língua minoritária e/ou minoritarizada entende-se que é a modalidade de línguas ou variedades utilizadas ao lado de uma língua majoritária dominante.

• Há diversas maneiras para estimular a language acquisition, uma delas é a socialização através da linguagem que muito estimula a aprendizagem de uma língua. Ela acontece de uma maneira rica em que a criança tem acesso a valores, crenças e regras da cultura em que está inserida ou tem contato.

• É na fase infantil que a aquisição de uma língua tem o desenvolvimento do bilinguismo simultâneo ao desenvolvimento cognitivo da criança, podendo consequentemente um influenciar o outro.

• As crianças necessitam estar preparadas para um mundo mais comunicativo e, também, competitivo. Para tanto, o ensino e a aprendizagem da língua inglesa já na primeira infância se tornam um elemento essencial, pois leva-se em conta que a criança já interage com o mundo externo desde a gestação.

• O bilinguismo, a partir do século XX, tornou-se amplo e, inclusive, difícil de conceituar, dessa maneira, ser uma pessoa bilíngue é ser capaz de falar duas línguas porque as utiliza desde muito jovem.

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AUTOATIVIDADE

1 Analise o quadro que segue e ligue o termo com o conceito adequado:

No Termo No Conceito

1 Language acquisition É a capacidade de falar duas línguas perfeitamente, ou seja, é ter o controle nativo de duas línguas.

2 Língua materna

A atenção acontece em torno da língua na sua forma escrita e estrutura gramatical, cujas partes são dissecadas e analisadas através de exercícios de fixação.

3 Language learning Variedade usada à margem de uma língua majoritária dominante.

4 Segunda língua

Tem semelhanças com o processo de aprendizagem da língua materna, ou seja, essas semelhanças existem no que diz respeito à comunicação que é adquirida através de um conhecimento prático e funcional em relação à língua falada.

5 Língua minoritária

É a língua que aprendemos primeiro e em casa, muitas vezes, através dos nossos pais, e, geralmente, ela é a língua da comunidade em que vivemos e nos relacionamos.

6 Bilinguismo

É uma língua que não é primeira aprendida e que ela é adquirida com a necessidade de comunicação em um processo de socialização.

2 Escreva, a partir de suas leituras neste livro didático e de seu conhecimento de mundo, acerca da idade correta para a aquisição de uma segunda língua:

3 A temática Plano Nacional da Educação foi abordada em questões ENADE. Reflita sobre essa temática respondendo à Questão 32, do ENADE/2014, aplicado para acadêmicos do curso de Letras – Inglês. Vamos exercitar, pois logo chega a sua vez de participar do ENADE!

O Plano Nacional de Educação (PNE) inclui 20 metas e estratégias traçadas para o setor nos próximos 10 anos. Entre as metas, está a aplicação do valor equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública, promovendo a universalização do acesso à educação infantil para crianças de quatro a cinco anos, do ensino fundamental e do ensino médio. Esse plano também prevê a abertura de mais vagas no ensino superior, investimentos maiores em educação

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básica em tempo integral e em educação profissional, além da valorização do magistério. A Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o PNE, prevê importantes dispositivos, tais como:

Art. 5º A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento e de avaliações periódicas. Art. 10 O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução. Art. 11 O Sistema nacional de Avaliação da Educação Básica, coordenado pela União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte de informação para a avaliação da qualidade da educação básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de ensino.Art. 13 O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da publicação desta lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação.

Considerando as informações acima, conclui-se que o PNE:a) Possibilita ao país iniciar seu processo de desenvolvimento, pois prevê

aumento anual de 10% nos patamares de aplicação do PIB em educação e sistema de monitoramento de aplicação de investimentos, o Sistema de Avaliação da Educação Básica, a ser instituído nos próximos dois anos.

b) Prevê meta de aplicação de 10% do PIB em educação, sinalizando que os gestores escolares terão 10 vezes mais possibilidades de atingir patamares mais elevados de educação nos próximos 10 anos, pois vincula os investimentos com a educação aos níveis de desenvolvimento do país, aferidos pelo PIB.

c) Estabelece que a melhoria da educação básica – universalização do acesso à educação infantil, aumento de vagas no ensino superior, maior investimento em educação em tempo integral e em educação profissional – evidencia a base para o desenvolvimento, poiso crescimento econômico é o indicador do percentual de recursos do PIB a ser aplicado em educação.

d) Disponibiliza para os gestores escolares o crescimento de 10% dos investimentos do PIB em educação, ao ano, durante os próximos 10 anos e um Sistema Nacional de Avaliação para verificar a efetivação das diretrizes e metas dispostas no referido plano.

e) Permite planejar a educação para os próximos 10 anos e institui mecanismos de monitoramento e avaliação, tanto da execução do Plano como da qualidade da educação, por meio do estabelecimento de metas educacionais e definição dos investimentos a serem disponibilizados para o alcance dessas metas.

FONTE: Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2014/32_letras_portugues_ingles.pdf>. Acesso em: jul. 2017.

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TÓPICO 2

LANGUAGE LEARNING OU ESTUDO FORMAL

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

Hello, students. It is nice to talk to you again. Chegou a hora, acadêmico, de aprendermos um pouco mais sobre a language learning. Ainda falaremos muito em language acquisition, conceito que você estudou no tópico anterior, pois ambos caminham juntos.

Neste tópico, você compreenderá que a language learning é um pouco menos prestigiada do que a language acquisition, pois os estudos mais atuais provam que aprender uma língua a partir da inserção em situações reais é muito mais eficaz do que aprender a língua a partir do ensino formal (o que não justifica sua exclusão durante as aulas de língua inglesa).

Assim, convidamos você, acadêmico, para aprender um pouco mais acerca de como poderão ser abordados ambos os conceitos em sala de aula quando se tornar professor de língua inglesa, afinal, você será licenciado para esta função. Let’s go? So, come with us!

2 CONCEITUANDO A LANGUAGE LEARNING

Acadêmico, agora que você já conhece o conceito de learning acquisition, vamos relembrar o conceito de language learning. De acordo com Schütze (2006), o conceito de language learning relaciona-se à abordagem tradicional do ensino de línguas. Sabemos que hoje em dia muito se discute acerca da eficácia deste método, cujas técnicas, que você verá adiante, são consideradas ineficientes para alguns autores.

Na maior parte das escolas do Brasil, o ensino ainda é aplicado desta maneira. No modelo tradicional, o objetivo do ensino de línguas é fazer com que o aluno compreenda a estrutura gramatical e as regras que regem o idioma. As atividades geralmente são voltadas a analisar partes de sentenças, dissecando-as.

A comunicação, na language learning, não tem tanta ênfase, ao passo que a estrutura gramatical da língua sim. O conteúdo deste tipo de ensino é preestabelecido e a teoria é, essencialmente, mais valorizada que a prática (SCHÜTZE, 2006). O acerto, neste caso, é valorizado, enquanto o erro é reprimido. Em uma situação de language acquisition isso não ocorre, pois a espontaneidade é valorizada mais do que a regra em si.

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UNIDADE 2 | LANGUAGE LEARNING AND LANGUAGE ACQUISITION

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Na language learning ensina-se, por exemplo, os verbos irregulares a partir do estudo de listas e sua aplicação nas sentenças, mas a pronúncia somente será aprendida na prática, o que não ocorrerá neste caso.

Com base nos estudos de Schütze (2006), resumimos duas das características que são predominantes no processo de language learning para que você, acadêmico, possa compreender com mais facilidade este conceito, amplamente mencionado nos estudos de língua inglesa. Let’s know them!

• Processo progressivo e cumulativo: geralmente é seguido um livro didático, o que faz com que o aprendizado inclua a memorização de vocabulário e conhecimento metalinguístico.

• Conhecimento a respeito da língua estrangeira: o funcionamento e a gramática da língua são amplamente estudados, mas pouco aplicados. Geralmente, faz-se comparação com as regras da língua materna.

O esforço em conhecer as regras gramaticais da língua pode tornar-se cansativo, pois apesar de amplo conhecimento gramatical pode ocorrer a pouca familiaridade com a língua em seu uso.

NOTA

Acadêmico, você que será professor da língua inglesa precisa conhecer profundamente suas regras e sua formação gramatical, por isso, podemos citá-lo como exemplo de estudante de learning language, porém é importante ressaltar que você tem a obrigação de buscar a comunicação efetiva na língua inglesa e inserir-se nela para não ter limitações de comunicação na língua que estará apto a ensinar. Por isso, busque assistir a vídeos, conversar com pessoas estrangeiras pelas redes sociais e aprender sempre mais!

Let’s go ahead!

2.1 O ESTUDO FORMAL E O APRENDIZADO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

Conforme já mencionamos, aprender uma segunda língua é um investimento que terá validade por toda a vida. Aprender um segundo idioma, porém, não é fácil e demanda tempo, dedicação, persistência e boa vontade. Conforme já mencionamos na seção anterior, a melhor maneira de aprender uma

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TÓPICO 2 | LANGUAGE LEARNING OU ESTUDO FORMAL

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segunda língua é fazê-lo de maneira semelhante ao que aprendemos a nossa língua materna, ou seja, a partir da language acquisition. Nesta seção, porém, estudaremos um pouco mais sobre a language learning.

De acordo com Krashen e Terrel (1997), acquisition e learning são conceitos totalmente diferentes e demandam muita atenção: a acquisition é a assimilação natural da língua, ou seja, como aprendemos a nossa língua materna. Você se lembra de como aprendeu português, por exemplo? Sua mãe sentou para ensiná-lo ou você aprendeu automaticamente? Isso mesmo. Você não se lembra de sua mãe ter sentado ao seu lado e dito: agora vou te ensinar a falar português. Isso é a acquisition. Já o learning, é o que ocorre a partir do que chamamos de ensino formal, ou seja, há sim um professou/tutor/mediador que ensina. Por isso, na sala de aula, ocorre a language learning.

A língua materna, quando a aprendemos, já é comum aos nossos ouvidos, pois mesmo que inconscientemente, a ouvimos o tempo todo desde quando estávamos no ventre de nossas mães. Quando a criança entra na escola, aos seis anos de idade, aproximadamente, é que começa o aprendizado formal da língua, mas a esta altura, a criança já é falante há bastante tempo.

Perceba, acadêmico, que não é necessário saber as regras para que o falante seja fluente. Por exemplo: se você pedir para uma criança de seis anos o que é uma oração subordinada, uma ironia ou um advérbio de modo, ele não saberá responder, mas mesmo assim, ele utiliza estas estruturas diariamente em sua comunicação, portanto, é fluente na língua.

DICAS

Quando dizemos que uma pessoa é fluente na língua, queremos dizer que esta pessoa é capaz de utilizar os recursos da língua com naturalidade, sem precisar pensar para formar as estruturas. Assim, não é necessário conhecer as regras para ser fluente na língua, mas sim, saber utilizá-las de maneira eficaz.

Quanto à língua estrangeira, neste caso o inglês, Krashen e Terrel (1997) afirma que há quatro habilidades que devem ser desenvolvidas para a efetiva comunicação. São elas:

Compreensão auditiva: é necessário compreender o que o outro diz. Expressão oral: é necessário saber expressar-se de maneira compreensível

a partir da fala. Leitura: é necessário compreender textos a partir da leitura dos mesmos.Escrita: é necessário saber comunicar-se a partir da correta escrita das

palavras.

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Estas habilidades, de acordo com o autor, são desenvolvidas a partir de situações reais de comunicação. Por esses motivos os cursos de imersão são tão procurados, pois expõem o aprendiz a situações nas quais estes são obrigados a conviver com o idioma, assimilando-o de maneira natural.

Conforme já mencionamos, há também a necessidade de estudar formalmente a língua (language learning), especialmente para você, acadêmico, que será futuramente professor de língua inglesa. Isto ocorre porque é necessário saber quais são as regras de aplicação em determinadas situações, por exemplo, quando utilizar o verbo irregular, qual a estrutura das frases interrogativas etc.

O aprendizado formal da língua não é somente necessário para nós, professores, mas para todos os cidadãos brasileiros, conforme preconizam os documentos que norteiam a educação (LDB, por exemplo). Lá, está descrita a obrigatoriedade de uma língua estrangeira nos currículos a partir do Ensino Fundamental II. Há escolas brasileiras que já aplicam o ensino da língua estrangeira desde a educação infantil. Esta situação está cada vez mais comum.

Quando ensinada desde a educação infantil, a língua estrangeira deve ser trabalhada de maneira lúdica, fazendo com que a criança a veja com curiosidade. O ensino do vocabulário e de pequenas sentenças de comando, como thank you ou excuse me são eficazes.

Durante todo o processo de aprendizado da língua inglesa (language learning), a partir do estudo formal, a atividade cognitiva é ampla, ou seja, mesmo que o professor pense que apenas ensinando vocabulário a criança não aprenderá, existe grande atuação cerebral durante esta assimilação, ou seja, tudo no processo de aprendizagem é válido, mesmo que pareça pouco significativo.

Já em torno de 11 anos, de acordo com Krashen e Terrel (1997), a criança passa a produzir estruturas mais complexas na língua. As inferências e o desempenho linguístico aumentam e nesta etapa o professor já pode abordar o funcionamento da língua, a partir da análise de pequenos gêneros textuais ou frases.

Acadêmico, mesmo que o ensino formal de língua inglesa seja o tradicional que conhecemos há muito tempo, vale ressaltar que todo o ensino deve ser contextualizado. O ensino a partir de frases soltas ou sem conexão é comprovadamente ineficaz. Lembre-se disso na hora de planejar suas aulas.

IMPORTANTE

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O uso de músicas é muito útil na hora de iniciar esta abordagem acerca do funcionamento da língua. Vamos a um exemplo? Observe a música a seguir:

Fix You (Coldplay)

When you try your best but you don't succeedWhen you get what you want but not what you needWhen you feel so tired but you can't sleepStuck in reverse

When the tears come streaming down your faceWhen you lose something you can't replaceWhen you love someone but it goes to wasteCould it be worse?

...

A partir desta letra, você poderá ensinar a forma afirmativa do Present Simple Tense. Atividades como “substitua o pronome you por she” são muito eficazes para que o aluno compreenda as mudanças que ocorrem nas terceiras pessoas do verbo.

DICAS

No site <http://inglesar.com.br/musicas-em-ingles/> há dicas de músicas para ensinar de maneira eficaz e quais músicas não devemos utilizar com os alunos. Acesse e saiba mais!

Adiante, estudaremos como desenvolver a language learning. Você está pronto? Então, go ahead!

3 COMO DESENVOLVER A LANGUAGE LEARNING

Nesta etapa, falaremos um pouco sobre a L1 (primeira língua) e L2 (segunda língua). Já sabemos, a partir das leituras que realizamos, que a experiência linguística vem das vivências que temos ao longo da vida, correto? Sempre, ao longo de toda nossa existência, estaremos aprendendo alguma coisa, seja ela relacionada à língua ou não. O caminho que traçamos para aprender a L1 é, porém, diferente do caminho que percorremos para aprender a L2.

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Para que possamos desenvolver a habilidade com uma L2 são necessários alguns recursos que não precisamos ao adquirir a L1, como o estudo formal. É claro que há exceções para todos os casos, mas a maior parte das pessoas que deseja aprender de fato uma L2 precisa estudar.

Existem muitas maneiras de aprender uma língua, os aprendizes podem ser visuais, quando aprendem melhor vendo algo ou lendo sobre; sinestésicos, quando necessitam de movimento ou de atividades práticas; ou auditivos, quando aprendem melhor apenas ouvindo. Estes aspectos individuais, de acordo com Prabhu (1990), acabam por interferir no aprendizado da L2.

Como desenvolver a language learning, afinal de contas? O exercício da aprendizagem dependerá de cada aprendiz. O contexto atual, o local de onde ele veio, sua cultura, seu estado emocional... enfim, tudo isso acaba por interferir no aprendizado de uma segunda língua. Por este motivo, reforça-se a tão famosa frase: cada aluno aprende de uma maneira diferente. E é isso mesmo.

A sala de aula, por ser heterogênea, é o local no qual o professor tem um enorme desafio: atingir o máximo de alunos possível com técnicas que o façam, de fato, aprender. Dinâmicas de grupo, por exemplo, não funcionam com alunos que sejam mais inibidos. Já as atividades de concentração não atingem os alunos mais agitados. Assim, o aprendizado de uma L2 depende de inúmeros fatores.

Na próxima seção veremos como o professor da L2 tem papel fundamental para este processo. Are you ready?

3.1 O PAPEL DO PROFESSOR NA LANGUAGE LEARNING

Acadêmicos, iniciaremos esta seção observando a imagem a seguir:

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FIGURA 13 - I AM A TEACHER

FONTE: Disponível em: <https://www.inglesnapontadalingua.com.br/tag/dicas-para-ensinar-ingles>. Acesso em: 27 ago. 2017.

Perceba que, em meio a um turbilhão de funções, está o professor. Antes de iniciar sua longa jornada de planejamentos, ele se pergunta: a quem ensinarei? Qual material devo usar? Qual é o melhor método a ser utilizado? Dentre tantos questionamentos, a resposta é uma só: there’s no method. Isso mesmo. Não há um método pronto e acabado para ensinar inglês de maneira eficaz, porque conforme já dissemos anteriormente, cada aluno aprende à sua maneira.

O professor é, portanto, o mediador. Aquele que auxiliará nas dúvidas, que transmitirá a informação, mas não é ele que garantirá o aprendizado efetivo da língua. Ele dará o norte, mas não conseguirá desenvolver no aluno a fluência necessária com a prática. Diante disso, abordaremos algumas questões importantes para que você, acadêmico, compreenda qual o papel do professor no language learning.

Iniciaremos falando sobre o que ensinar. De acordo com Alves (2007), ensinar inglês vai muito além de passar regras e cobrá-las a partir de atividades. Imagine a seguinte situação: em uma aula de inglês o professor passa a matéria no quadro, explica como realizar a análise das sentenças, aplica exercícios, pede para que estudem o conteúdo e aplica uma prova. Esta ação é, de acordo com o autor, apenas testar a capacidade de memorização do aluno.

Ensinar inglês é auxiliar o aluno a conseguir transmitir suas ideias, expor seus desejos e frustrações e comunicar-se efetivamente na L2 da maneira mais

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natural possível. Esta ação envolve muito mais do que a comunicação, porque a partir do ensino da L2, o aluno passa a conhecer a cultura das pessoas que utilizam aquela língua.

O professor, em sua função, sabe que chegará um momento no qual será necessário explicar a regra em si, mas quando a comunicação é estabelecida, o aluno passa a internalizá-la antes mesmo de precisar desta explicação. O ensino de uma regra na língua inglesa pode ser feito comparando com a regra na língua portuguesa. Fazer com que o aluno analise a língua e a compare com a sua língua é muito mais efetivo do que, de fato, memorizar a regra. Lembre-se: ele precisa compreendê-la, não decorá-la.

Quanto ao papel do professor, ele está lidando com pessoas que querem (ou não!) aprender. Portanto, acadêmico, o professor pode influenciar o aprendizado. Brown (1994) diferencia os termos ensino e aprendizagem da seguinte maneira: ensino: ação na qual alguém (no caso, o professor) demonstra ou ministra conhecimentos a alguém; aprendizagem: processo que dá a possibilidade ao indivíduo de apropriar-se do conhecimento a partir de instrução, estudo ou experiências, o que resultará em uma mudança significativa de comportamento.

Já com base na concepção sociointeracionista, o professor é visto como uma ponte, ou seja, aquele que faz a mediação entre o aluno e o conhecimento. Neste processo, ele também aprende. Mediar, mostrar, possibilitar e orientar são verbos ativos na função do professor, de acordo com o sociointeracionismo, amplamente estudado por Vygotsky.

Levando esta análise a uma sala de aula na qual são ministrados conteúdos relacionados a uma língua estrangeira, devemos levar em consideração o papel do professor como mediador, e do aluno, pois ambos se complementam. De acordo com Almeida Filho (1986), o professor de uma L2 deve “desestrangeirizar” a língua para as pessoas que a estão aprendendo, ou seja, a língua deve passar a ser parte do cotidiano da pessoa, não mais algo estranho a ela.

A língua deixa de ser estrangeira para o aluno dependendo do contato que ele faz com ela. Assim, a partir deste processo, o professor tira de si a responsabilidade de ser o único transmissor do conhecimento, pois, a partir disso, passa a ser mediador (ALMEIDA FILHO, 1986).

As situações de aprendizagem da L2 em sala de aula devem ser saudáveis, sem causar constrangimento ou situações desagradáveis a quem a aprende ou ensina. O professor, durante as atividades, faz a mediação e orienta. Quanto aos métodos, conforme já salientamos anteriormente, Prabhu (2005) afirma que não existe um único correto, ou um único adequado. Tudo dependerá da postura que o professor adotar em sala de aula e dos objetivos que pretende alcançar.

Brown (1994) elenca alguns dos principais métodos de ensino de língua inglesa e as posturas do professor ao adotar estes métodos.

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Grammar Translation Method: o professor é controlador, tradutor, repetidor, centralizador e memorizador.

Direct Method: condutor, questionador, fornecedor de modelo, treinador da gramática e pronúncia e repetidor.

Audiolingual Method: controlador e manipulador da aprendizagem, fornecedor de modelo, repetidor e reforçador.

Total Physical Response Method: diretor ativo do processo, repetidor e controlador.

Silent Way Method: instrutor, diretor, ajudante e conselheiro.Natural Method: estimulador e facilitador. Suggestopedia Method: encorajador, incentivador, garantidor de

segurança e facilitador. Communicative Method: participante, analista, conselheiro, supervisor

e negociador.

ESTUDOS FUTUROS

Acadêmico, na Unidade 3 deste livro estudaremos um a um os métodos citados acima com mais detalhes. Aguarde.

Veja que hoje há ainda mais estudos acerca destes métodos e, de acordo com cada um, o papel do professor muda. Assim, o professor de uma língua estrangeira pode seguir duas abordagens: a abordagem gramatical ou a comunicativa, cada uma com suas particularidades.

Acadêmico, vale destacar que independente de qualquer método, de qualquer abordagem ou de qualquer conteúdo, o professor é o exemplo para seu aluno. Se não houver dedicação ao que se faz e comprometimento, não haverá validade. Assim, preparamos para você um quadro no qual destacamos algumas importantes dicas de didática para você, que futuramente estará em sala de aula ensinando inglês.

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QUADRO 2 - DICAS PARA ENSINAR INGLÊS DE MANEIRA DIDÁTICA

1. Antes de iniciar com algum conteúdo, de língua inglesa, mostre aos alunos a importância dele. Se os alunos não sabem por que estão aprendendo determinado conteúdo ou para que servirá, eles não terão interesse em aprender.

2. Saber o que os alunos querem aprender é muito importante. Saiba se eles querem aprender inglês porque gostam de viajar, se é para o trabalho ou mesmo por interesses particulares. Adapte-se e saiba o que eles querem.

3. A literatura é sempre uma grande possibilidade para trabalhar a língua inglesa. Use livros literários para tornar a aula mais interessante. Leia uma história, um conto, um poema... Lembre-se de adequar o nível do livro de acordo com o nível dos alunos.

4. A maioria das pessoas gosta de música. Use música em suas aulas de inglês. 5. Também ocorre o mesmo com filmes. Use filmes e outros recursos de vídeo

para tornar suas aulas mais interessantes. 6. Apresente aos seus alunos sites interessantes em inglês. Faça com que

eles se interessem pelos conteúdos que lá estão elencados. Descubra se eles gostam, por exemplo, de carros, de futebol, de culinária. Garimpe. Há muita coisa na internet.

7. Ninguém gosta de aulas monótonas, não é mesmo? Não enrole e vá direto ao assunto que vai ensinar. Uma aula eficiente mostra que o professor está preparado para ela.

8. Os alunos geralmente gostam de jogos. Prepare uma aula com jogos interativos em inglês. Há muitos sites por aí. Pesquise. Fazer com que eles aprendam brincando é mais eficaz.

9. Crie situações nas quais seja necessário conversar entre eles. Debates sobre temas atuais, mesas redondas e outras atividades nesse sentido podem estimular a conversation.

10. Não deixe de fazer uma avaliação com seus alunos acerca do que estão achando da aula. Pergunte aos alunos, assim, você saberá do que eles estão gostando e no que você poderá melhorar.

FONTE: Adaptado de: <https://canaldoensino.com.br/blog/conheca15-dicas-para-ensinar-ingles-de-uma-forma-didatica>. Acesso em: 25 ago. 2017.

3.2 AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NA LANGUAGE LEARNING

Um dos métodos mais eficazes para o aprendizado eficaz da língua é a partir da aplicação das sequências didáticas. Afinal, o que são sequências didáticas? De acordo com Kobashigawa et al. (2008), a sequência didática é um conjunto de atividades, estratégias e intervenções planejadas etapa por etapa pelo docente para que o entendimento do conteúdo ou tema proposto seja alcançado pelos alunos.

As sequências didáticas são atividades que precisam ser planejadas antecipadamente, caso contrário podem não surtir o efeito esperado. Sabemos que o tempo é um fator decisivo para o planejamento, especialmente quando

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há poucas aulas semanais destinadas à língua estrangeira. Justamente por este motivo, as sequências didáticas devem ser previamente planejadas, caso contrário, acarretarão falta de tempo.

A escolha dos conteúdos também é de suma importância para que a sequência didática seja bem-sucedida. De nada adianta desenvolver uma sequência didática se, porventura, aquele conteúdo não for relevante para aquele determinado momento. Uma sequência didática pode durar um bimestre, um semestre ou mesmo o ano todo, portanto, deve-se prestar muita atenção ao escolher os conteúdos.

A seguir, preparamos um quadro com base nos estudos de Nemirovsky (2005), o qual trará alguns esclarecimentos acerca do como escolher bem o que trabalhar em uma sequência didática. Vamos lá?

Definindo o tema da sequência didática:

• A escolha dos temas pode ser aleatória.• A escolha deve basear-se nos objetivos que se pretende atingir.• Trabalhe a partir de gêneros textuais. • Converse com a coordenação pedagógica para expor sua ideia e ouvir opiniões.

Realizando a sondagem inicial:

• Não fique somente na pergunta “o que vocês sabem sobre...".• Coloque o aluno em contato com a prática.• Se for trabalhar, por exemplo, seasons, distribua livros e revistas sobre o tema

aos alunos, dê uma atividade e observe o que eles já sabem sobre. • A sondagem não se limita a apenas uma aula.

Definindo os objetivos e os conteúdos:

• Conteúdo: o que se ensinará; objetivo: onde se pretende chegar. É importante que você delimite aonde quer chegar para definir os conteúdos.

• Antes de definir qualquer conteúdo, pare e pense o que você quer que os alunos saibam ao final da sequência.

• É inútil definir conteúdos que nada tenham a ver com seus objetivos.

Atrelando as atividades aos objetivos:

• Esta ação define as estratégias que serão utilizadas.• As atividades são as orientações didáticas para a execução do que foi pensado

na sequência, portanto, devem ser bem escolhidas. • É importante analisar os conteúdos trabalhados e desdobrá-los em ações

concretas.

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• Histórias em quadrinhos, músicas, leituras temáticas, poemas e palavras cruzadas são ideias de atividades que podem auxiliá-lo a verificar se houve ou não aproveitamento do que foi estudado.

• Cada atividade deve ser pensada com uma finalidade: saiba exatamente aonde quer chegar.

Calculando o tempo que será utilizado:

• O cálculo do tempo não deve ser com base nas atividades que serão aplicadas, mas sim na complexidade dos conteúdos abordados.

• Deve-se levar em conta o que você deseja que os alunos aprendam e quanto vai demorar cada ação, pois umas podem exigir mais tempo do que outras.

• Pensar se essa sequência cabe no seu planejamento de acordo com as aulas que você tem disponíveis é muito importante, pois se iniciada, a sequência deve ser finalizada.

• Caso tenha em sala de aula crianças com necessidades educacionais especiais (NEE), é provável que elas levem mais tempo do que as demais para realizar algumas atividades. Este tempo também deve ser contabilizado, pois podem ser necessárias adaptações a algumas atividades.

Mudando planos durante a sequência:

• Isso pode ocorrer e é absolutamente normal, desde que isso não atrapalhe o restante do planejamento.

• Assuntos podem ter que ser retomados ao longo da sequência, o que pode demorar mais que o esperado ou exigir novas atividades.

• É necessário cuidar para que os objetivos iniciais não se percam com a mudança de rumo da sequência, caso ocorra.

• A sequência didática é flexível, mas deve atrelar esta flexibilidade com objetivo e foco.

Realizando a avaliação:

• Esta é a parte mais delicada da sequência didática, pois deve-se responder à pergunta “o aluno aprendeu o que foi ensinado?”

• Os registros durante o processo auxiliarão o professor a tirar suas conclusões acerca do que foi aprendido ou não. Faça uma tabela desde o início da sequência (sondagem) até o último dia de aplicação e registre tanto avanços quanto dificuldades.

• Ao longo do processo, pense também em atividades avaliativas, como trabalhos e provas.

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DICAS

Indicamos o site <http://pipcbcingles.blogspot.com.br/2013/08/sequencias-sempre-trabalhando-juntos.html> para que você veja exemplos de inúmeras sequências didáticas, especialmente preparadas para as aulas de Língua Inglesa.

Acadêmico, para esta leitura complementar preparamos um texto que, na verdade, é uma reportagem que fala sobre a descoberta de cientistas acerca da rapidez na aprendizagem das crianças. Vamos a ele?

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LEITURA COMPLEMENTAR

CIENTISTAS DESCOBREM POR QUE CRIANÇAS TÊM FACILIDADE DE APRENDER MAIS DE UMA LINGUAGEM

Cientistas britânicos e americanos descobriram que entre dois e quatro anos de idade existe uma janela crítica de formação no cérebro – período em que este está aberto a um determinado tipo de experiência – para o aperfeiçoamento da linguagem.

Através do escaneamento do cérebro, pesquisadores perceberam que influências exteriores têm o seu maior impacto antes dos quatro anos de idade, quando as ligações entre os neurônios se desenvolvem para processar novas palavras.

A pesquisa, divulgada na publicação cientifica The Journal of Neuroscience, sugere que distúrbios que causam atraso na linguagem, como o autismo, devem ser abordados mais cedo.

O estudo também explica por que as crianças têm facilidade em aprender mais de um idioma.

A pesquisa

Os cientistas, do Kings College em Londres, e da Brown University em Rhode Island, estudaram 108 crianças com desenvolvimento cerebral normal, e com idades entre um e seis anos.

Eles usaram exames cerebrais para estudar a mielina – substância responsável por proteger o circuito neural, que se desenvolve desde o nascimento.

Para surpresa dos especialistas, os testes indicaram que a distribuição da mielina é fixada a partir dos quatro anos, o que sugere que o cérebro é mais plástico nos primeiros anos de vida.

Eles preveem que qualquer influência ambiental sobre o desenvolvimento do cérebro será mais forte na infância.

Isso explica porque a imersão de crianças em um ambiente bilíngue antes dos quatro anos de idade oferece uma melhor chance de elas se tornarem fluentes em ambas as línguas, a pesquisa sugere.

Segundo os pesquisadores, existe um momento crítico durante o desenvolvimento em que a influência exterior sobre as habilidades cognitivas pode ser maior.

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Jonathan O'Muircheartaigh, da Kings College, que liderou o estudo, disse à BBC: "Uma vez que o nosso trabalho parece indicar que os circuitos do cérebro associados com a linguagem são mais flexíveis antes dos quatro anos de idade, a intervenção em crianças com atraso na execução da linguagem deve ser iniciada antes dessa idade crítica".

"Isso pode ser relevante para muitos distúrbios de desenvolvimento, como o autismo, em que o atraso na fala é um traço comum no início".

Habilidade linguística

A primeira infância é uma época em que as habilidades linguísticas se desenvolvem muito rapidamente.

Aos 12 meses de idade, os bebês têm um vocabulário de até 50 palavras, mas aos seis anos este pode chegar a cerca de cinco mil palavras.

Competências linguísticas estão localizadas nas áreas frontais do lado esquerdo do cérebro.

Por isso, os pesquisadores esperavam que uma quantidade maior de mielina fosse produzida no lado esquerdo do cérebro enquanto as crianças desenvolvem a linguagem.

No entanto, eles descobriram que a quantidade de mielina se manteve constante, mas teve uma influência mais forte sobre a capacidade linguística antes dos quatro anos de idade, sugerindo que há uma janela crucial para intervenções em transtornos do desenvolvimento.

"Este trabalho é importante, pois é o primeiro a investigar a relação entre a estrutura do cérebro e a linguagem na primeira infância, e a demonstrar como essa relação muda com a idade", disse Sean Deoni da Brown University, copesquisadora do estudo.

"Isto é importante já que a linguagem é geralmente alterada, ou retardada, em muitos casos de crianças com problemas durante a fase de desenvolvimento, tais como o autismo".

Estudo a longo prazo

Comentando o estudo, Dorothy Bishop, do Departamento de Desenvolvimento Neuropsicológico da Universidade de Oxford, disse que a pesquisa acrescentou novas informações importantes sobre o desenvolvimento inicial das ligações em regiões do cérebro importantes para funções cognitivas.

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"Há evidências sugestivas sobre a relação entre ligações no cérebro e o desenvolvimento da linguagem, mas é muito cedo para ter certeza sobre as implicações funcionais dos resultados", disse ela.

"Idealmente, seria necessário um estudo de longo prazo seguindo as crianças por um determinado tempo para acompanhar como as mudanças estruturais do cérebro são relacionadas a função da linguagem".

O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde Mental nos Estados Unidos e pelo Wellcome Trust na Grã-Bretanha.

FONTE: Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/10/131009_linguagem_infancia_an>. Acesso em: 28 ago. 2017.

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RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• Language learning é o processo de aprendizagem da língua estrangeira que depende de um ensino formal.

• A language learning é um processo progressivo, cumulativo e o funcionamento e a gramática da língua são amplamente estudados, mas pouco aplicados.

• Acquisition é a assimilação natural da língua, ou seja, como aprendemos a nossa língua materna, já o learning, é o que ocorre a partir do que chamamos de ensino formal, ou seja, há sim um professor/tutor/mediador que ensina.

• Na sala de aula tradicional ocorre a language learning.

• Há quatro habilidades que devem ser desenvolvidas para a efetiva comunicação. São elas: compreensão auditiva, expressão oral, leitura e escrita.

• Para que possamos desenvolver a habilidade com uma L2 são necessários alguns recursos que não precisamos ao adquirir a L1.

• A aprendizagem é um exercício e cada aprendiz aprende de maneiras (e em velocidades) diferentes.

• O professor, em sua função, sabe que há o momento da comunicação e há o momento no qual explicar regras é necessário.

• Para Vygotsky, o professor é o mediador do conhecimento.

• As sequências didáticas são recursos que possibilitam ao professor ensinar de maneira sequencial e avaliar a aprendizagem do aluno.

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AUTOATIVIDADE

1 Acerca de language learning e language acquisition, marque T para a(s) sentença(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):

( ) A language learning é o aprendizado da língua em uma situação na qual o aluno é inserido no contexto real de comunicação.

( ) A language acquisition é mais natural do que a language learning. ( ) A language learning ocorre a partir do ensino formal. ( ) Nas escolas tradicionais, é comum que ocorra a language acquisition.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) F – T – F – T. b) ( ) F – T – T – F. c) ( ) T – F – F – F. d) ( ) T – F – T – T.

2 Com base nos estudos que fizemos acerca das sequências didáticas, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) Na sequência didática, o planejamento é fundamental. b) ( ) Para o trabalho com sequência didática é necessário pensar nos objetivos

antes de estabelecer quais conteúdos serão abordados. c) ( ) A sequência didática é mais eficaz porque o aluno aprende em menos

tempo. d) ( ) A avaliação na sequência didática deve ser feita ao longo de todo o

processo.

3 Assinale a alternativa que não apresenta três importantes recursos para uma aula de língua inglesa eficaz.

a) ( ) Textos de diversos gêneros, livro didático e poemas. b) ( ) Vídeos, música e interpretação de textos.c) ( ) Aulas expositivas, situações reais de comunicação, aulas contextualizadas. d) ( ) Provas, correção de erros em voz alta, decorar vocabulário.

4 Assinale a alternativa que não contempla uma etapa da sequência didática.

a) ( ) Definição do tema. b) ( ) Sondagem inicial.c) ( ) Cálculo do tempo. d) ( ) Memorização de conteúdo.

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TÓPICO 3

PROFESSOR NATIVO E NÃO NATIVO DE LÍNGUA INGLESA:

IMPLICAÇÕES

UNIDADE 2

1 INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido acerca do ensino e da aprendizagem de uma língua estrangeira no que se refere ao professor, pois é ele que faz todo o processo entre o aprender o idioma, através de metodologias pedagógicas, e o aprendiz.

As discussões permeiam a respeito do professor nativo ou não nativo. Os dilemas empregados nessa questão dos dois tipos de professores se referem à real diferença entre os dois profissionais. Questiona-se se os estudantes terão ou não alguma vantagem em ter aulas com um ou outro tipo de professor.

Nesta fase de nossos estudos vamos compreender qual é a diferença entre esses dois tipos de professores, bem como as habilidades e competências a serem desenvolvidas quando nossos estudantes e, inclusive nós, estamos na fase da aprendizagem da língua estrangeira, neste caso, a inglesa.

Veremos, ainda, o que dizem as normas e documentos orientadores acerca da formação do professor de língua estrangeira.

Let’s go ahead! We need you here!

2 O PROFESSOR NATIVO NA LÍNGUA INGLESA

Iniciamos nossa discussão pontuando que o professor chamado nativo é aquele oriundo de países em que se fala a língua-alvo, ou seja, a língua que será ensinada, oficialmente, nesse caso, a língua inglesa.

Isso quer dizer que esse professor ensinará aos estudantes a língua que ele mesmo fala desde que nasceu, com as gírias, expressões e termos variados. Um exemplo seria um professor norte-americano que vem ao Brasil ensinar inglês, ou seja, além do idioma, ele ensina também aspectos culturais, históricos e sociais de seu país de origem.

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FIGURA 14 – PROFESSOR NATIVO

FONTE: Disponível em: <http://www.emtempo.com.br/seduc-seleciona-professores-de-ingles-para-intercambio-nos-eua/>. Acesso em: 25 ago. 2017.

A figura apresentada nos faz refletir que ter um professor nativo ou não nativo tem vantagens e desvantagens e a opção por um ou outro vai depender dos objetivos que temos.

Podemos dizer, acadêmico, que a principal vantagem de se aprender com um professor nativo é a segurança linguística que, de repente, o professor não nativo pode não apresentar, ou pode tê-la em menor nível.

Devemos, ainda, levar em conta que aspectos culturais e considerações do cotidiano também poderão ser mais bem explicados e exemplificados de acordo com a origem do professor nativo. E, caso esse professor nativo não tiver adquirido habilidades suficientes de fala para se expressar na língua portuguesa, a comunicação com ele acontecerá em inglês dentro e fora da aula, enriquecendo o ambiente de aprendizagem (MICCOLI, 2010).

Essa é uma grande vantagem para os estudantes que estão em níveis mais avançados, mas pode ser um grande problema para aprendizes de níveis básicos, não é mesmo?

E, partindo disso, há ainda o agravante de que um professor nativo muitas vezes não é “professor”, ou seja, ele é um excelente falante nativo do idioma inglês, mas não tem conhecimento sobre metodologias de ensino para aprendizes em um novo idioma, nem conhece e aplica a dita didática em sala de aula (MICCOLI, 2010). Quem nunca teve um professor que apenas repassava o que estava escrito nos livros, sem agregar um conhecimento extra?

Assim, muitas escolas de idiomas, em especial, professam que em seu corpo docente há professores nativos, isso, certamente, funciona como um bom

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TÓPICO 3 | PROFESSOR NATIVO E NÃO NATIVO DE LÍNGUA INGLESA: IMPLICAÇÕES

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marketing para atrair alunos, mas talvez não funcione no bom entendimento na sala de aula.

O que devemos compreender aqui é que falar uma língua é uma habilidade e saber ensiná-la exige muitas outras competências, que só quem passa por uma licenciatura, por exemplo, poderá entender.

Então, como estudantes em um curso superior de língua estrangeira, devemos nos posicionar acerca da temática da escolha por um professor nativo ou não nativo, pois a todo o momento seremos questionados, inclusive por nossos alunos.

Compreendemos, então, que além do conhecimento do idioma a ser ensinado e da qualificação como professor, devemos levar em consideração características como respeito, empatia, preparo, comprometimento e autenticidade. O professor que reúne essas qualidades e realmente se compromete e se importa com a aprendizagem é, sem dúvida, o melhor professor de inglês, independentemente de ser ou não nativo (MICCOLI, 2010).

3 O PROFESSOR NÃO NATIVO NA LÍNGUA INGLESA

Por outro lado, temos o professor não nativo que é aquele professor que aprendeu a língua estrangeira de alguma maneira no seu país, ou seja, aprendeu inglês, de repente, através de sua língua materna, no país em que nasceu. Um exemplo típico seria o caso de um professor brasileiro que aprendeu inglês na universidade e que agora vai ensinar alunos brasileiros essa língua estrangeira.

Podemos ainda dizer que um professor não nativo é aquela pessoa que aprendeu inglês como você está aprendendo agora, teve as dificuldades que você, talvez, tenha e as superou. Além disso, esse professor não nativo se qualificou para ensinar o idioma, o que exige um grande conhecimento, estudo, dedicação, persistência e desenvolvimento de diversas habilidades.

O professor não nativo pode, em alguns momentos, utilizar a língua materna, sim, para comparar, explicar e esclarecer diferenças entre as línguas portuguesa e inglesa nas suas aulas. Ele também pode motivar, indicar materiais, ensinar e aplicar técnicas de estudo, dialogando e pontuando sobre o desempenho do estudante em português, nos níveis básicos.

A questão do ensino da cultura e das relações positivas que agregam ao aprendizado de um idioma e que só um nativo teria condições de repassar pode não ser um problema para professores não nativos que já moraram ou frequentemente viajam a países de língua inglesa, ou, até mesmo, aos que tem esse contato de maneira diferenciada, assistindo a vídeos, documentários e seriados.

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UNIDADE 2 | LANGUAGE LEARNING AND LANGUAGE ACQUISITION

Acadêmico, você já teve professores nativos e não nativos? Relate aos seus colegas como foi essa experiência!

UNI

Concluindo, não podemos deixar de lado uma discussão que já fez e ainda fará parte das notícias acerca da aprendizagem de um idioma, que é a que aborda que a melhor opção de se aprender inglês é ter como professor aquele que vem de um país que fala a língua estrangeira ensinada, ou seja, um professor nativo.

Muitas pesquisas são realizadas sobre esse assunto e cada vez mais evidencia-se que essa conclusão não tem fundamento. Claro que aulas com um professor nativo tem sim muitas vantagens, mas isso não quer dizer que o professor não nativo não ofereça uma aprendizagem não eficaz (MICCOLI, 2010).

Professores não nativos conseguem destaque após muito estudo que exige anos de preparação em testes internacionais, reciclagem na sua área de atuação através de congressos, workshops, intercâmbios, pesquisas e leituras na área.

Podemos ainda afirmar que o professor não nativo tem a vantagem de conhecer o funcionamento da língua materna de seus estudantes e, dessa maneira, consegue prever possíveis problemas no que diz respeito à aquisição da língua por parte dos estudantes.

Indiferentemente da escolha, entre o professor nativo e não nativo, devemos lembrar que cada profissional deverá trazer consigo experiências profissionais e pessoais únicas, o que importa nesse contexto de aprendizagem é saber fazer a diferença no idioma ensinado.

3.1 O QUE DIZEM AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES SOBRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Conforme Schultz (2004), para que haja um atendimento pleno da criança e também do estudante, faz-se necessário um profissional com preparo que vai além do bom senso e do amor à criança ou estudante. Para a autora, os profissionais da área da língua estrangeira necessitam ter formação na licenciatura do inglês, pois ele precisa entender a complexidade do ensino de uma língua como num todo.

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TÓPICO 3 | PROFESSOR NATIVO E NÃO NATIVO DE LÍNGUA INGLESA: IMPLICAÇÕES

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O ambiente escolar também necessita oferecer condições, ou seja, um lugar receptivo e alegre, onde o estudante é convidado a aprender de uma forma lúdica e prazerosa. Para tanto, o ensino de uma segunda língua não pode ser diferente do ensino de qualquer outra disciplina. Portanto, é válido ressaltar que a formação do profissional é de suma importância e o professor deve possuir além de conhecimento científico, perfil para lecionar o idioma. A LDB (1996), acerca da formação do professor, dispõe, no título VI, art. 62 que:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

Considerando a necessidade de termos um professor em sala de aula, muitas vezes, temos profissionais atuando sem a escolaridade exigida. Sabemos que esta mesma lei dispõe no título IX, art. 87, § 4º que “até o fim da década [no caso, a década passada] somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço”, porém, sabemos também da dificuldade que esses profissionais têm para concluir sua formação em um país que não incentiva e motiva a formação com atitudes práticas. Segundo Almeida Filho (2005, p. 51):

[...] a formação básica profissional do professor de língua está prevista para se dar ao nível da graduação em Letras (licenciatura) nas disciplinas ao longo dos semestres e, especificamente, nas disciplinas de formação do professor, através das práticas nas disciplinas comuns e da prática de ensino e estágio supervisionado, entre outras.

O autor postula ainda que o curso de graduação é procurado pelos professores para adquirir, muitas vezes, apenas o título universitário correspondente a sua profissão, já que a maioria atua sem essa formação.

Sabemos também que essa formação, no caso a graduação nos cursos de Letras, é apenas o primeiro passo para que o professor consiga atuar nos padrões convencionais da educação. Dizemos primeiro passo, pois se inicia na licenciatura, prosseguindo, depois na atuação em sala de aula, nos cursos de extensão, nos eventos profissionais, na pesquisa, leitura e escrita de artigos que os encaminha para a especialização (pós-graduação lato sensu) já no exercício profissional.

Neste país, o profissional geralmente atua e conquista a formação simultaneamente. Com problemas de valorização salarial, muitas vezes, não há como primeiro estudar e somente depois terminar a graduação e lecionar.

A atual LDB define a obrigatoriedade de uma língua estrangeira moderna, a ser escolhida pela comunidade escolar, assim como a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também fomenta, especialmente, o ensino da língua inglesa, o que para nós profissionais dessa área muito nos estimula a buscar formação para, com excelência, ministrar nossas aulas e fazer a diferença em sala de aula.

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DICAS

O artigo “A formação do professor de língua estrangeira: elementos relevantes para a prática reflexiva”, discute a temática aqui abordada. Acesse o link: <file:///C:/Users/estel/Downloads/20136-76052-1-PB%20(1).pdf> e leia mais sobre a formação do professor.

4 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS COM OS ALUNOS DE LÍNGUA INGLESA

Desde o início, conforme foi mencionado na Unidade 1 deste Livro Didático, o ensino de língua inglesa no Brasil tem sofrido significativas e inúmeras transformações. Dessa maneira podemos afirmar que muito se ganhou e muito se perdeu em termos de ensino e aprendizagem da língua estrangeira. Para Leffa (1999, p.13), o professor é a peça fundamental para que uma metodologia de ensino de língua inglesa tenha excelência.

E, depois de tantas mudanças, nossas discussões agora permeiam para uma concepção mais integral do processo educacional, ou seja, já não se pode mais pensar em uma aprendizagem isolada de fatores sociais, culturais, políticos e ideológicos.

Aprender efetivamente uma língua estrangeira significa, em amplas linhas, estar apto a comunicar-se, sem deficiências, nem barreiras. O estudante só se tornará comunicativamente competente quando conseguir fazê-lo de maneira apropriada oral e também verbalmente (BROWN, 2007).

Compreendemos também que a competência comunicativa dos estudantes só se tornará possível se as quatro habilidades linguísticas, listening, speaking, reading e writing, forem trabalhadas de forma adequada, ou seja, de maneira integrada.

Geralmente, as habilidades são abordadas de maneira separada em sala de aula e, por vezes, não há tempo suficiente para tratar das quatro. Porém, quando elas são apresentadas de maneira integrada, há a possibilidade de o estudante praticar tais habilidades em um contexto comunicativo interligado (BROWN, 2007).

Aliás, essa maneira de abordar as habilidades de maneira integrada aumenta a motivação e a autoconfiança dos estudantes, uma vez que aprender interagindo com a língua é muito mais benéfico do que simplesmente adquirir conhecimento sobre ela memorizando estruturas. É interessante, ainda, mencionar que a integração possibilita mais tempo para que o aluno reflita antes de interagir, já que, necessariamente, ele é convidado a ler um texto, conjeturar sobre suas ideias, para depois socializar com os colegas.

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Agora, vamos revisitar cada uma das habilidades.

4.1 LISTENING

O listening, que é a compreensão auditiva, é uma das habilidades que promove o desenvolvimento do estudante para a aquisição do idioma. O listening, muitas vezes, é deixado de lado, mas é uma ferramenta importante para que o estudante domine a língua inglesa com competência, haja visto, nas salas de aula, os alunos ouvem mais do que falam. A competência de ouvir é universalmente maior que a de falar e isso não pode ser diferente nas aulas de inglês (BROWN, 1994).

Avoid interruption & distraction

Observe non-verbal behaviour

Active Listening

ProbeReflect

Clarify Summarise

Avoid prejudice

Use of open & closed questioning

Show interest

Listen for feelings

Signal encouragement

FIGURA 15 – ACTIVE LISTENING

FONTE: Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/listening-skill-priya-garg>. Acesso em: 25 ago. 2017.

A figura apresentada retrata que o listening é pertinente uma vez que é a primeira habilidade adquirida, pois, de maneira geral, aprendemos a ouvir muito antes do que falar.

Assim, o professor poderá adotar diversas práticas que promovam esse aprendizado, de acordo com a necessidade dos estudantes e do conteúdo que será trabalhado. O importante é ter em mente que os estudantes precisam ouvir muitas variedades de linguagem, dessa maneira, quanto mais eles ouvem, melhor falarão e escreverão.

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4.1.1 Pre-listening, listening and post-listening

É muito importante, acadêmico, que as atividades que envolvam o listening sejam planejadas e sigam procedimentos de ordem como: pre-listening, listening and post-listening.

O pre-listening é o momento em que o professor apresenta o tema que será trabalhado de maneira interativa. Este período da aula é utilizado para fazer com que os estudantes fiquem animados com o tema proposto. É nesse momento também que é realizada uma atividade para “aquecer” os estudantes, o chamado warm up (BROWN, 1994).

O listening é a parte da aula que os estudantes devem responder à atividade proposta durante o período que escutam ou ouvem o diálogo, a música ou um trecho de uma conversa entre nativos, entre outros. Essa parte pode ser proposta de maneira individual ou em grupo, dependendo do nível (BROWN, 1994).

E, por fim, temos o post-listening, que é o momento em que os alunos discutem o tema, refletem acerca do que eles pensam ou do que fariam se estivem na situação da escuta proposta (BROWN, 1994).

4.2 READING

A habilidade do reading tem se tornado a mais importante no ensino de língua inglesa no nosso país. Isso se considerarmos fatores como as necessidades dos alunos em uma sociedade globalizada e as condições de ensino e de aprendizagem no Brasil (HEBERLE, 2000).

Partindo disso, compreendemos que o ensino de leitura foca na aprendizagem de uma habilidade que é muito benéfica para os estudantes, já que a leitura fornece a possibilidade de aumentar os limites conceituais e as visões diferentes de mundo.

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FIGURA 16 – READING WAYS

FONTE: Disponível em: <https://br.pinterest.com/themailbox/words-skills-reading/>. Acesso em: 26 ago. 2017.

Nesse sentido, ensinar a habilidade do reading significa ter em mente a necessidade e a possibilidade de construir, avaliar, pesquisar e negociar percepções de mundo em contato com o texto. Portanto, o objetivo do ensino do reading, na escola, é mais amplo do que ensinar tópicos gramaticais e, uma leitura organizada, como o esquema apresentado na figura anteriormente, muito auxilia no entendimento.

4.2.1 Processes top-down e bottom-up

O modelo top-down é fundamentado num modelo de ensino pautado essencialmente no leitor. O nome desse modelo é top-down porque se utiliza das estratégias de leitura descendentes, ou seja, ele resulta das experiências adquiridas ao longo da vida que são utilizadas para prever o conteúdo de um texto (MOITA LOPES, 1996).

Uma atividade que pode ser utilizada como exemplo de top-down é a previsão do conteúdo do texto a partir de textos não verbais que utilizam figuras, imagens e tabelas, ou em textos verbais o título, subtítulo, fonte e indicações de datas. Por meio da leitura desses elementos, os estudantes ativam seu conhecimento prévio e fazem previsões acerca do conteúdo do texto.

Já o modelo bottom-up  é fundamentado na leitura de decodificação, focando o texto. O nome desse modelo é bottom-up porque se fundamenta nas estratégias ascendentes, nelas o leitor decodifica a informação disponível no nível de aspectos perceptíveis (MOITA LOPES, 1996).

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Uma atividade de leitura que exemplifica esse modelo é um exercício em que os alunos devem tentar agrupar os títulos das seções de um texto com os parágrafos que compõem essas seções, que num primeiro momento foram desordenadas pelo professor. Os estudantes identificam o título da seção que se encaixa no parágrafo do texto. Para fazer esse exercício, os estudantes necessitam entender o texto como um todo.

4.2.2 Reading strategies

As estratégias de leitura servem para desenvolver habilidades de leitura. Ler é fundamental para adquirir conhecimento, informação, enriquecendo o vocabulário e facilitando a interpretação. As reading strategies mais utilizadas são: skimming, scanning, typography, cognates, prediction, repeated words, topic, main idea e pronoun reference.

O skimming significa justamente fazer uma leitura rápida de um texto, com o objetivo de se ter uma ideia geral.

O scanning é uma estratégia de leitura que lhe permitirá buscar e identificar informações específicas contidas em um texto, tais como: datas, nomes, números etc.

Outra estratégia muito utilizada por leitores é a estratégia de leitura prediction, que nada mais é do que predizer o significado do texto.

As typography, marcas tipográficas, são marcas que chamam a atenção do leitor e podem estar em forma de números, símbolos, desenhos, tabelas etc.

Já os cognates ou as palavras cognatas, também chamadas de friends, são palavras semelhantes às palavras na língua portuguesa. Porém, precisamos tomar cuidado com os false friends, que são palavras com a escrita semelhante à língua portuguesa, mas têm um significado totalmente diferente. Um exemplo de false friends? Take a look in the image that follow!

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FIGURA 17 - COGNATES

FONTE: Disponível em: <http://reallifeglobal.com/the-17-most-dangerous-brazilian-false-cognate-errors-in-english/>. Acesso em: 26 ago. 2017.

As repeated words, como o nome já diz, são palavras que se repetem com frequência no texto.

O topic é o assunto do texto, ou seja, sobre o que o texto fala. Temos também a main idea. Ela deve ser encontrada como resposta à seguinte pergunta: Qual é o ponto central que o autor quer mostrar?

E, por fi m, temos o pronoun reference. Sabendo que o pronome é usado para substituir um nome, é fundamental que o leitor identifi que os pronomes empregados num texto e a que (nomes) eles fazem referência.

4.3 SPEAKING

O speaking é uma das habilidades para se obter a fl uência. Essa habilidade facilita qualquer processo de viagem e trabalho que o estudante deseja realizar, logo, é uma habilidade é complexa.

Ela está associada à habilidade do listening, pois além de ouvir, necessitamos repetir os sons que ouvimos. Quanto mais praticamos o speaking, mais teremos domínio na fala e na fl uência.

Para exercitarmos essa habilidade devemos realizar conversas utilizando a habilidade informal, como em um grupo de amigos ou, em outras situações para dar informações, ou ainda, em uma comunicação mais formal. A habilidade de falar fl uentemente pressupõe processar a informação.

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UNIDADE 2 | LANGUAGE LEARNING AND LANGUAGE ACQUISITION

4.3.1 Speech stimulation techniques

O speech stimulation techniques são, em língua portuguesa, as práticas de estimulação da linguagem que envolvem uma série de interações e comportamentos que facilitam o desenvolvimento do idioma.

Podemos exemplificar esse processo dizendo que é através da observação e da imitação que se fomenta uma prática. Assim, como professores que seremos ou somos, um bom discurso e padrões de linguagem agregam muito conhecimento na aprendizagem de uma língua.

4.4 WRITING

A habilidade do writing tem a função de comunicar e entender os significados de palavras e contextos.

Devemos utilizar a linguagem escrita para autoexpressão e para nos comunicarmos com o leitor. Então, a produção escrita busca uma comunicação eficaz, através do uso termos apropriados, expressões e estruturas gramaticais aplicadas corretamente.

A busca pelo aprimoramento da escrita é cada vez maior se a comunicação estiver inserida num contexto com objetivos claros ao leitor. Esse mesmo caminho, utilizado na língua portuguesa, deve ser seguido na escrita da língua estrangeira (MOITA LOPES, 1996).

4.4.1 English everywhere

Cookies, subway, drive thru, save the date, shopping center, home office, check in, update, happy hour, Burger, delivery, sale, off... e a lista é longa. Algumas palavras que utilizamos na língua portuguesa são emprestadas do inglês, outras são modificadas e, muitas vezes, adaptadas, mas podemos dizer que o inglês está em todos os lugares.

Nas lanchonetes temos o hot dog, cheeseburguer, hamburger, cheesebacon, baked potato, milkshake, delivery, self-service, sundae, diet, light, drive-thru.

Nos supermercados, há o corn flakes,  popcorn,  cream  cracker,  creamcheese, cookies.

Nos computadores ou na internet temos o mouse, mouse pad, messenger, windows, word, start, delete, page up, page down, enter, shift, pause, insert, explorer, page, help, speed, site, link, download, upload, notebook, game over.

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E, em diversos lugares da nossa cidade, há playground, drive-in, shopping center, free shop, snack bar, lan house, cyber cafe, fast food.

And you, can you give me more examples?

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RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu que:

• O professor nativo é oriundo de países em que se fala a língua-alvo, ou seja, a língua que será ensinada, oficialmente, nesse caso, é a língua inglesa.

• O professor não nativo é aquele professor que aprendeu a língua estrangeira de alguma maneira no seu país, ou seja, aprendeu inglês, a partir de sua língua materna, no país em que nasceu.

• A LDB (1996) postula que a formação dos professores para atuar na educação básica deverá ser em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, e oferecida em nível médio na modalidade Normal.

• As quatro habilidades linguísticas que necessitam ser desenvolvidas na aprendizagem de uma língua estrangeira são: listening, speaking, reading e writing e devem ser trabalhadas de forma adequada, ou seja, de maneira integrada.

• O listening, que é a compreensão auditiva, é uma das habilidades que promove o desenvolvimento do estudante para a aquisição do idioma.

• O pre-listening é o momento em que o professor apresenta o tema que será trabalhado de maneira interativa. O listening é a parte da aula que os estudantes devem responder à atividade proposta durante o período que escutam ou ouvem o diálogo, a música ou um trecho de uma conversa entre nativos. O post-listening que é o momento em que os alunos discutem o tema, refletem acerca do que eles pensam ou que fariam se estivem na situação de escura proposta.

• A habilidade do reading significa ter em mente a necessidade e a possibilidade de construir, avaliar, pesquisar e negociar percepções de mundo em contato com o texto.

• O modelo top-down, na habilidade do reading, é fundamentado num modelo de ensino pautado essencialmente no leitor. Já o modelo bottom-up é fundamentado na leitura de decodificação focando o texto.

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• As reading strategies mais utilizadas são: skimming, scanning, typography, cognates, prediction, repeated words, topic, main idea e pronoun reference.

• O speaking é uma das habilidades para se obter a fluência. O speech stimulation techniques são, em língua portuguesa, as práticas de estimulação da linguagem que envolvem uma série de interações e comportamentos que facilitam o desenvolvimento do idioma.

• A habilidade do writing tem a função de comunicar e entender os significados de palavras e contextos.

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1 Let’s exercise the Reading Strategies?

a) Read the text and answer the question: A 1960 Havana memorial service for the 100-member crew of a Belgian arms cargo ship gave socialist revolutionaries their (1) defining image. On a platform behind Fidel Castro stood the charismatic leader, Che Guevara. With just two frames photographer Alberto Diaz Gutiérrez, known professionally as Korda, captured the Argentine-born revolutionary’s determined gaze. [....] Now a British advertising agency appropriated the image for a vodka ad and, when Korda saw that (2), he (3) saw red.

FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_simulado/revisao/revisao10/er050010.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2017.

As palavras em negrito referem-se a: 1. their: ______________________________________________________________2. that: _______________________________________________________________3. he: ________________________________________________________________

b) Read the text and underline the main idea: According to scientists who study aging, there are many things people can do to remain healthy in old age. They believe it is essential old people find mental and physical challenges. Moreover, those scientists recommend that people follow a balanced diet and an exercise program as long as they live. They also caution smokers, particularly those heavy ones, about the dangers of smoking.

FONTE: Disponível em: <https://www.theguardian.com/education/2016/jun/18/how-physical-exercise-makes-your-brain-work-better>. Acesso em: 26 ago. 2017.

c) Read the text and choose the correct answer: The dingo, Australia’s wild dog, was first spotted on the northwest shores of the subcontinent in the late seventeenth century. The arrival of the dingo brought about substantial changes in the continent’s ecosystem. It is noted that with the establishment of dingoes, native predators declined. Among the animals probably displaced from the mainland by the dingo was the Tasmanian tiger, a recently extinct wolf-like marsupial.

FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_simulado/testes/testes10/ingt.htm>. Acesso em: 26 ago. 2017.

What is the main idea of the passage? a) The dingo caused changes in Australia’s balance of nature. b) The dingo is not native to Australia.

AUTOATIVIDADE

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c) The dingo, who was first spotted on the northwest shores of the subcontinent in the late seventeenth century, is similar to a dog.

d) The dingo came to Australia in the 1600s. e) With the establishment of dingoes, native predators declined.

d) Read the text and pay attention in the pronouns: “Our partnerships span forty, fifty, sixty years and more. They’re in oil, gas, and chemicals. They involve everything from building new plants to helping develop entire industries. But they have one thing in common: a commitment to be there for the long term. As a global energy partner in over seventy countries, our track record proves it. We don’t just make partnerships, we keep them”.

FONTE: Disponível em: <www.chevron.com>. Acesso em: 6 jan. 2017.

The pronoun “they” refers to: a) entire industriesb) chemicals c) new plants d) countries e) partnerships

2 A temática formação do professor foi abordada em questões ENADE. Reflita sobre essa temática respondendo à Questão 23, do ENADE/2014, aplicado para acadêmicos do curso de Letras – Inglês. Vamos exercitar, pois logo chega a sua vez de participar do ENADE!

É necessário que o docente esteja em constante processo de formação, buscando sempre se qualificar, pois, por meio da formação continuada, ele poderá melhorar sua prática docente e seu conhecimento profissional. A prática e o ato de reflexão sobre essa prática exercida no espaço da sala de aula contribuem para o surgimento de uma ressignificação do conceito de professor, de aluno, de aula e de aprendizagem. O professor deve assumir o papel de facilitador e mediador do conhecimento, um participante ativo na aprendizagem dos alunos, possibilitando que o aluno seja sujeito do processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, podemos perceber a importância do professor na sua própria formação e na formação dos educandos. Agindo como mediador, o docente está oferecendo aos alunos a oportunidade de terem autonomia na construção do seu próprio conhecimento como forma de compreender a realidade social em que vivem. É preciso que o professor tenha consciência do seu papel social para que possa ajudar o aluno a compreender a sociedade em que está inserido e a complexidade do conhecimento que pretende adquirir. Assim, o professor tem como meta principal uma aprendizagem voltada para resolver os problemas que a vida nessa sociedade irá apresentar a ele, oportunizando o desenvolvimento de uma visão crítico-reflexiva da vida. Com isso, ele terá a possibilidade de compreender e interpretar os problemas que emergem do cotidiano. É por meio de um processo formativo capaz de mobilizar os saberes da teoria da educação que os docentes compreenderão e desenvolverão as competências e habilidades necessárias para a investigação da sua própria atividade.

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O texto trata da importância da formação docente para a vida profissional frente às mudanças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas. A esse respeito, avalie as afirmações a seguir.

I- A ressignificação dos conceitos de professor e de aluno provoca mudanças de papéis em que o professor acaba perdendo sua autonomia e posiçãoo pedagógica, tornando-se um agente menos participativo nos processos de mudanças institucionais.

II- As mudanças sociais, econômicas e culturais aceleradas colocam novos questionamentos à prática docente e à escola, determinando também um novo papel dos docentes.

III- A formação docente deve construir para que o professor conecte a teoria à prática, o que poderá proporcionar-lhe uma visão investigativa e questionadora de sua própria prática.

IV- A visão crítico-reflexiva do aluno está relacionada com o papel de mediador do professor e com o foco no ensino que privilegia a transmissão de conteúdos.

É correto apenas o que se afirma em: a) ( ) I. b) ( ) III.c) ( ) I e IV.d) ( ) II e III.e) ( ) II e IV.

FONTE: Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2014/23_letras_portugues_ingles.pdf>. Acesso em: jul. 2017.

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UNIDADE 3

THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND

LEARNING METHODS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir desta unidade você será capaz de:

• compreender os usos do Direct Method;

• analisar as vantagens e desvantagens do uso do Direct Method;

• analisar a usabilidade do Grammar Translation Method, avaliando suas vantagens e desvantagens;

• conhecer um pouco acerca do Audiolingual Method, verificando quais são as vantagens e desvantagens em utilizá-lo nos dias de hoje;

• definir The Silent Way Method, bem como saber diferenciá-lo dos demais métodos de ensino;

• compreender a aplicabilidade do método Suggestopedia e avaliar sua usabilidade atualmente;

• conceituar o método Total Physical Response diferenciando suas vantagens e desvantagens;

• definir The Communicative Language Teaching Method;

• conceituar The Lexical Syllabus and The Immersion Method;

• conhecer atividades de aplicação dos métodos estudados.

Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final da cada um deles, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 1

TÓPICO 2 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 2

TÓPICO 3 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 3

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TÓPICO 1

MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 1

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Aprender uma segunda língua não é tão fácil quanto parece, mas também não se pode afirmar que é uma atividade impossível de ser realizada. Para cada pessoa, há algum método que se pareça mais adequado. Dentro da teoria da língua inglesa, há vários métodos de ensino que são (ou foram, conforme veremos) aplicados para que o aprendizado se efetive.

Cada um desses métodos possui diferentes objetivos: uns focam na gramática, outros na pronúncia e outros ainda na tradução. No entanto, todos eles caminham para a mesma direção: o ensino da língua inglesa.

Desde quando foram criados, todos eles passaram por grandes transformações. Pesquisas mostraram o que poderia ser mantido e o que precisava de alguma mudança. Assim, o que temos hoje definidos como métodos nem sempre são eficazes na hora de serem aplicados, o que faz com que, por vezes, tenham caído em desuso.

Neste tópico, especificamente, trabalharemos três deles: o Direct Method, o Grammar Translation Method e o Audiolingual Method. Now, you can come with us in our new journey!

2 DIRECT METHOD

FIGURA 18 - SPEAK OR TALK?

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/NPoQZa>. Acesso em: 20 set. 2017.

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

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Conforme já afirmamos anteriormente, na atualidade muitas são as técnicas e métodos usados para ensinar a língua estrangeira. Uns prometem que o idioma será aprendido em menos tempo, outros que ele será aprendido com mais excelência. O fato é que nenhum método de ensino é único e exclusivo. Cada um deles, com suas particularidades, muitas vezes é eficaz para uma pessoa e ineficaz para outra.

Há uma diferença muito grande entre ensinar a língua inglesa a partir da imposição de regras e textos e o ensino de inglês a partir da sua fluência em ambientes de conversação. Assim é estruturado o Direct Method, ou Método Direto, em Língua Portuguesa.

Neste método, de acordo com Brown (2006), são desenvolvidas conversações controladas para o desenvolvimento da língua. Acadêmico, neste momento você deve estar se perguntando: Por que conversação controlada? A conversação livre não seria mais eficaz? A justificativa para esta imposição é que a conversação livre não impõe limites ao assunto, sendo que o aprendiz poderá falar sobre algum assunto do qual já tenha certo domínio, sem proporcionar a ele ambientes mais desafiadores.

Já a conversação controlada, defendida pelo Direct Method, é feita através de um sistema de perguntas e respostas de maneira que o aluno precisa responder sem “pensar muito” sobre o que vai dizer. De acordo com Brown (2006), este método estimula o aprendiz a superar o medo de falar.

O Direct Method é um método muito utilizado em cursos de idiomas, pois os alunos aprendem diretamente a partir da fala, sendo esta uma ação controlada por um tutor, orientador ou mesmo pelo professor. A partir da fala, eles desenvolvem o raciocínio na língua.

Preparamos uma lista de quais são os princípios do Direct Method para que você possa acompanhar.

• Perguntas e respostas: este é um dos princípios do Direct Method. O professor fará uma pergunta referente ao tema que está sendo discutido e a repetirá. Em seguida, o aprendiz responde o que foi perguntado. Caso haja dificuldade, o professor indica o início da resposta. Em seguida, o incita a continuar, tornando o aprendizado mais dinâmico.

• Níveis de Respostas: existem perguntas que direcionam respostas que não tenham a possibilidade de serem mudadas. Por exemplo, quando se pergunta What time is it?, a resposta não apresentará possibilidade de mudança. A resposta é uma e ponto. Assim, o aprendiz aprenderá aquela regra gramatical, fazendo com que ele a domine cem por cento. Quando o nível aumenta, são feitas perguntas com mais possibilidades de respostas. Assim, este princípio firma que a melhor maneira de aprender a falar inglês é falando.

• Revisão: a repetição é constante nesse estilo de aprendizado. O reflexo da língua só é internalizado a partir da repetição, assim como ocorre, por exemplo,

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na música. Esta é considerada uma das vantagens mais positivas deste método, porque não há, em outros métodos, a revisão. O aprendiz não esquecerá a lição que aprendeu, pois há revisões constantes do que já foi estudado.

• Velocidade: este item refere-se à velocidade na qual o professor fala com os aprendizes. Apesar de haver a possibilidade de estranheza nos primeiros contatos, é algo que vai sendo superado em pouco tempo. O professor fala normalmente, como um nativo, o que faz com que o aprendiz já habitue seu ouvido ao ritmo da língua.

Agora que você já sabe o que é este método, vamos refletir um pouco sobre ele? Come with us!

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIRECT METHOD

Como todo bom método de ensino, o Direct Method possui suas vantagens e desvantagens. Embora tenha mais vantagens do que desvantagens, citaremos as principais para que você possa avaliar e ver qual é o método que mais se adéqua às necessidades suas e de seus alunos! Let’s go!

Como vantagens podemos citar especialmente o fato de que ele ajuda o aprendiz a superar seu medo de falar na língua que está aprendendo. Por ser um ambiente direcionado, no qual o professor faz as perguntas e estas devem ser respondidas, o aprendiz não tem outra saída se não responder o que foi perguntado. Mesmo que ele responda de maneira incorreta, estará falando o idioma e, no momento oportuno, ele será direcionado a responder corretamente.

Mais uma vantagem que pode ser citada é que, de acordo com pesquisas realizadas, o aluno que é inserido em ambientes nos quais o Direct Method é trabalhado aprende mais rápido. Isso porque este tipo de situação simula um ambiente real da língua estrangeira.

Como desvantagens citamos a dificuldade de implantação em escolas com maior número de alunos. Quando há menos, este método é eficaz, porém, quando se trata de salas de aula com maior quantidade de alunos, este método não é efetivo, haja vista a dificuldade de possibilitar a participação de todos.

Vamos às regras básicas do Direct Method a partir do princípio do que nunca devemos fazer quando utilizamos este método:

Never translate: demonstrateNever make a speech: ask questionsNever explain: actNever imitate mistakes: correctNever speak with single words: use sentencesNever speak too much: make students speak muchNever be impatient: take it easy

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Never use the book: use your lesson planNever jump around: follow your planNever go too fast: keep the pace of the studentNever speak too slowly: speak normallyNever speak too quickly: speak naturallyNever speak too loudly: speak naturally

FONTE: Disponível em: <http://www2.vobs.at/ludescher/alternative%20methods/direct_method.htm>. Acesso em: 19 set. 2017.

E então, acadêmico, você gostou da aplicação deste método? Analisou quais são suas vantagens e desvantagens? Agora, elencaremos algumas atividades que podem ser aplicadas a partir do Direct Method. Vamos a elas?

2.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO DIRECT METHOD

Há algumas atividades que podem ser feitas ao longo do processo de aprendizagem de língua inglesa que podem ser encaixadas no Direct Method. Dentre as principais, listaremos algumas a seguir:

Situações-Problema: nesta atividade, o professor fala um pouco sobre um tema escolhido por ele que possa ser debatido com os alunos. Por exemplo, fala sobre a política no Brasil. Após, ele começa fazendo perguntas mais direcionadas sobre o tema, como: de que maneira você resolveria esta situação? Qual seu posicionamento sobre o tema? De que forma você lidaria com isso? Pode ser utilizado também um texto para leitura prévia e, em seguida, perguntas são feitas acerca do texto.

DICAS

O professor deve, sempre antes de iniciar as questões, fazer uma repetição do vocabulário com os alunos para que estes não tenham nenhuma dúvida.

Entrevista: a entrevista também é uma das atividades comuns quando se fala em Direct Method. O professor conduz as perguntas acerca da vida pessoal ou profissional do aprendiz e vai respondendo conforme seu conhecimento. Esta é uma situação interessante, pois pode-se iniciar com o nível básico de perguntas (aquelas que permitem somente um tipo de resposta) e, conforme o aprendiz for se soltando, o professor pode conduzi-lo a responder perguntas de nível mais complexo (aquelas que podem ter respostas mais variadas).

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TÓPICO 1 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 1

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Veja um exemplo de roteiro de entrevista que pode ser utilizado em um ambiente de imersão na língua:

- What’s your name? - Where do you live? - Do you live alone? - Talk about your house. - Where do you work? - Do you like your job? - Do you intend to go to University? - Talk about your family. - What’s your hobby? - Do you have pets? Talk about them/it. - What’s your favorite TV program?- Do you remember the last time you travelled? - Talk about the trip. - What don’t you like to do? - Talk about your fears.

Muitas outras perguntas podem ser acrescentadas de acordo com o andamento da conversa. Observe que algumas das respostas podem ter como contestação apenas yes ou no. Neste caso, cabe ao professor conduzir a conversa para não deixar que ela morra.

DICAS

É importante que o professor sempre tenha um plano B, ou seja, perguntas de níveis mais fáceis ou mais difíceis para o caso de ter que adequar a entrevista ao nível do aluno. É sempre bom ter o roteiro em mãos e não deixar para criar as perguntas na hora.

Agora que você já conhece algumas das principais atividades que podem ser desenvolvidas a partir do Direct Method, vamos conhecer mais um dos métodos bastante conhecidos (e utilizados) para o ensino de língua inglesa mundo afora? So, come with us again!

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3 GRAMMAR TRANSLATION METHOD

FIGURA 19 – LET’S TRANSLATE!

FONTE: Disponível em: <http://www.mundojp.com/dicas-que-podem-te-auxiliar-traduzir-o-japones/>. Acesso em: 20 set. 2017.

Quem nunca, seja na infância ou atualmente, se pegou traduzindo alguma música ou texto literalmente? O Grammar Translation Method, de acordo com Rhalmi (2009), aborda a língua estrangeira como material para tradução, apenas. A comunicação oral, por exemplo, não é foco deste método, mas sim a leitura.

A avaliação, quando este método é empregado, é a tradução literal. Este método não abre a possibilidade de uma comunicação mais livre, pois a gramática é cobrada à risca, assim como o vocabulário, expressions e outras regras gramaticais.

No Grammar Translation Method não existe muita interação por parte do aluno, pois a maior parte da aula é dada pelo professor, sem a possibilidade de que o aluno participe ativamente. Isso porque o objetivo da aula é justamente fazer com que o aluno compreenda as regras para que, em seguida, consiga aplicá-las em métodos de tradução (RHALMI, 2009).

Você deve estar se perguntando como este método surgiu, não é mesmo? Vamos a uma breve explicação da história deste método. Há mais ou menos 500 anos, o latim era muito utilizado na comunicação, para pregar a religião e para governar. No século XVI, entretanto, o italiano, o inglês e o francês também entraram no rol de línguas importantes para a comunicação mundial e foram, aos poucos, substituindo o latim.

Desta maneira, o latim acabou passando de língua em uso para língua morta. Saber latim era ter status intelectual, mas como não era mais uma língua usada, passou a ter que ser aprendida. De acordo com Rhalmi (2009), saber falar latim era uma forma de demonstrar que a pessoa era estudiosa.

Assim, a maneira pela qual eles passaram a aprender o latim foi traduzindo textos clássicos. Surgiu aí o Grammar Translation Method. Este método focava especificamente a leitura e a escrita, e não mais a comunicação, pois não era necessária.

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TÓPICO 1 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 1

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Com o passar dos anos, as pessoas foram notando que aprender outras línguas – não só as línguas mortas – também era importante. Então, decidiram aplicar o método para o ensino de outras línguas. Porém, esqueceram que estas línguas estão vivas, e que é necessário aprender também a comunicação delas.

Assim, temos o Grammar Translation Method conhecido e aplicado até hoje em muitas escolas (inclusive cursos) que trabalham com o ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira.

Por este motivo, conforme já explicamos, o foco não é a oralidade, mas sim a escrita, porque as línguas mortas eram predominantemente encontradas em pergaminhos, livros e escrituras antigos. Para eles, conhecer estas línguas desenvolvia a disciplina mental, que era essencial para os poderes da mente.

O material mais predominante no ensino destas línguas a partir do Grammar Translation Method era a literatura clássica grega e romana. Já deu para entender do que se trata, não é mesmo? Com base em Brown (2006), preparamos uma lista de características deste método. Let’s see them!

• Uso da língua materna.• Densas explicações sobre gramática.• Vocabulário ensinado a partir de listas de palavras. • Foco na morfologia e na sintaxe.• Exercícios predominantes de tradução.• Contato com textos densos desde o início, sem nivelamento.• Exercícios de tradução de língua materna para a língua-alvo e vice-versa.

Em algumas escolas atuais, o Grammar Translation Method ainda é utilizado, embora saibamos que seu objetivo mudou (não é mais utilizado para ensinar línguas mortas). Agora, ele é utilizado para o ensino de línguas estrangeiras em uso. Vamos conhecer quais são as vantagens e desvantagens do ensino a partir deste método?

3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O GRAMMAR TRANSLATION METHOD

A tradução é e sempre será, de alguma maneira, utilizada quando se está no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira. Nos tempos atuais, há muitas teorias que comprovam que este método não é eficaz quando utilizado sozinho. Porém, quando utilizado em conjunto com outros métodos, pode sim auxiliar no aprendizado.

Como vantagens, podemos citar as seguintes:

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• A tradução é uma das melhores maneiras de explicar os significados das frases e palavras sem precisar de muita repetição para isso.

• Os aprendizes, neste caso, podem ter menos dificuldades em aprender as regras, já que estas são repassadas na língua materna. Isso porque, diferente do Direct Method, o Grammar Translation Method permite o uso da língua materna durante a explicação das regras da língua que está sendo aprendida.

Já como desvantagens, podemos citar os seguintes fatos:

• Há pouca atenção para a comunicação na língua. O foco é na escrita e na leitura.• É considerado um método bom para ensinar sobre a língua, mas não para

ensinar a língua. • A tradução é por vezes considerada maçante, ou seja, o aluno pode cansar de

traduzir repetidamente e pode perder o interesse pelo aprendizado. • A criatividade e a espontaneidade são de certa maneira podadas neste método

de ensino e aprendizagem.

Acadêmico, como se pode perceber, neste método há mais desvantagens do que vantagens, por este motivo, professores e tutores acabaram por optar por outros métodos de ensino ou atividades complementares para suprir as falhas ou as ausências deixadas pelo Grammar Translation Method. Observe a tira a seguir:

FIGURA 20 – CALVIN E O ENSINO

FONTE: Disponível em: <https://mundodesalienado.wordpress.com/2015/03/26/o-autoritarismo-na-educacao-por-que-nao-formamos-mais-pensadores/>. Acesso em: 1º out. 2017.

O Grammar Translation Method é um método que, embora possa ter suas vantagens, acaba, por vezes, podando a criatividade dos alunos, como mostra a crítica de Calvin. Veremos mais adiante quais são as desvantagens do método, e você perceberá que, embora ele seja em alguns casos eficaz, em outros, ele pode ser não tão bom assim.

Mesmo sendo por muito tempo considerado um método, atualmente é visto como ineficaz se aplicado sozinho, mas podemos sim afirmar que para muitos alunos ainda é o mais eficaz. Vamos saber o porquê?

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De acordo com Rhalmi (2009), o método, embora não pareça ser motivador para quem está aprendendo a língua, apresenta inúmeras vantagens e não deve ser de todo desconsiderado. Por exemplo, neste método a leitura é aprendida de maneira mais eficaz do que no Direct Method, por exemplo, e sabemos muito bem que quando lemos, aprendemos muito vocabulário.

3.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO GRAMMAR TRANSLATION METHOD

Como atividades de Grammar Translation Method temos basicamente as que envolvem a tradução.

Tradução de textos: esta atividade pressupõe que o professor converse previamente com seus alunos acerca de algum tema específico e, em seguida, entregue a eles um texto especificamente escolhido para que eles o traduzam. Para esta tradução, dependendo do nível de inglês dos alunos, pode ser usado o dicionário (eletrônico ou de papel). Em seguida, é feita a correção desta tradução e as dúvidas com relação ao vocabulário e à estrutura gramatical são sanadas.

Tradução de frases a partir de imagens: esta atividade é direcionada para aprendizes que estão em fase inicial de aprendizagem. O professor conversa com seus alunos acerca de um determinado tema e, em seguida, entrega a eles frases relacionadas a imagens e os alunos devem traduzi-las. Após, é feita a correção das frases.

4 AUDIOLINGUAL METHOD

O método audiolingual, ou Audiolingual Method, foi criado a partir da ideologia behaviorista. Neste método, o aprendizado da linguagem ocorre a partir da formação de novos hábitos na língua que está sendo aprendida. Assim, a partir da superação dos hábitos da língua materna, o idioma é internalizado (LEFFA, 1988).

Quando e por que este método foi desenvolvido? Sua história é um tanto quanto curiosa. De acordo com Leffa (2017), o Audiolingual Method surgiu durante a Segunda Guerra Mundial. Isso porque, naquele período, o exército dos Estados Unidos precisava de soldados que falassem várias línguas e teve dificuldade em encontrar.

Assim, a solução foi transformar os soldados em falantes o quanto antes. Para que a missão tivesse sucesso, foram contratadas pessoas nativas da língua que se queria aprender e os soldados aprendizes passavam em torno de nove horas por dia em contato com elas, durante aproximadamente seis meses.

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O método usado pelo exército logo ficou conhecido por várias universidades, que se interessaram por ele, rejeitando, assim, o Método Direto. Após, as universidades e escolas de ensino básico passaram a adotá-lo, o que aumentou, de acordo com Leffa (1988), o número de alunos. O método foi, aos poucos, sendo mais estudado e refinado e tornou-se o que hoje conhecemos como Audiolingual Method.

A base para o aprendizado no Audiolingual Method é o diálogo. Sendo apresentados de maneira estrutural, os diálogos iniciais são trabalhados de modo a estimular a memorização e a repetição. Após esta etapa, a fixação de conteúdos e de vocabulário é conduzida a partir de exercícios.

OUVIR – RESPONDEROUVIR – REPETIR OUVIR – ARGUMENTAR

A figura a seguir representa a linha do tempo do Audiolingual Methode, observe quando ele foi utilizado:

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A linha tracejada indica o momento no qual o Audiolingual Method foi usado em regiões específicas e por determinadas classes de pessoas. A linha contínua indica o momento no qual este método foi usado amplamente pela população em geral e em quase todas as regiões.

O Audiolingual Method é considerado um método parecido com o Direct Method, pois a lição ou aula ocorre somente na língua-alvo. O objetivo deste método é adquirir a padronização da língua a partir de diálogos comuns e diários. Portanto, se você não gosta de conversar (e muito!), este não é o método mais indicado para você.

Este método não objetiva aprender palavras soltas, mas sim adquirir as estruturas necessárias para que a compreensão possa ocorrer por contextualização e automaticamente. A repetição dos diálogos ocorre até que o professor perceba que as respostas dos alunos já sejam automáticas.

Vamos às características, elencadas em tópicos!

• O vocabulário é ensinado por contexto.• Recursos audiovisuais são comumente utilizados.• Há bastante foco na pronúncia e na entonação.• Frases são memorizadas.• Explicações gramaticais ocorrem raramente, somente quando muito necessário. • Os erros são corrigidos imediatamente e com reforços positivos.

Por ser fundado na teoria behaviorista, a cada resposta positiva há estímulo e reforço por premiação, por exemplo. Neste método aborda-se a gramática explícita. Veremos agora quais são as vantagens e desvantagens do uso desse método. Come with us and learn more!

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O AUDIOLINGUAL METHOD

Leffa (1988) nos traz algumas premissas do método. Vamos conhecer quais são elas?

A língua é fala, não escrita

Esta ideia traz a ênfase na oralidade. Para os adeptos do método, ensinar a ler a língua não era ensinar a língua de fato. Esta premissa tem como impacto o fato de que o aluno deve primeiramente ouvir a língua para depois aprender a escrever e ler, como ocorre na nossa língua materna. Portanto, para aprender a escrever, o aluno precisaria estar muito bem adaptado às estruturas da língua.

Por considerar-se que a escrita precoce prejudicava a pronúncia, o diálogo foi um recurso utilizado e considerado ideal para o ensino da língua, pois representava a língua de maneira real no dia a dia.

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TÓPICO 1 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 1

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Língua é conjunto de hábitos

Por ter sido, conforme já explicado, criado a partir das ideias behavioristas, defendia-se que a língua era adquirida a partir de condicionamento (estímulo e resposta). As respostas que eram corretas, portanto, deveriam ser reforçadas pelo professor positivamente.

O erro deveria ser evitado ao máximo. O ensino era então feito aos poucos, passo a passo. As estruturas da língua eram, uma a uma, apresentadas a partir de diálogos, até que ocorresse a automatização delas. Assim que isso ocorria, passava-se para o próximo passo.

Deve-se ensinar a língua, não sobre ela

Aprender a partir da prática sempre foi muito enfatizado no Audiolingual Method. Fornecer as explicações de regras e/ou vocabulário era considerado ineficaz. As perguntas sobre a língua eram evitadas e defendia-se que a língua é o que se faz dela, e não o que alguém diz que deve ser feito.

Línguas não são iguais

Para o Audiolingual Method, a língua deve ser ensinada a partir da sua própria estrutura, não baseado na língua materna. O sistema fonético, fonológico e estrutural de cada língua é, de acordo com este método, único.

Acadêmico, vamos, agora, resumir o que aprendemos até agora? So, come with us!

• O professor é o mestre da orquestra: no Audiolingual Method o professor controla e direciona a linguagem para os aprendizes. Ele deve proporcionar aos que o ouvem um modelo a ser imitado. De acordo com Larsen-Freeman (2010, p. 45), “os alunos imitam o professor e respondem a ele o mais rápido possível”.

• A interação entre professor e aluno ocorre quando o aluno não segue o direcionamento dado pelo professor no diálogo. A interação é iniciada pelo professor, que deve corrigir e redirecionar a conversa.

• A correção dos erros ocorre sempre que eles forem cometidos, e caso o aluno não consiga responder o que o professor está pedindo, este deve encontrar outra maneira de levar o aluno à resposta.

Atualmente, o método ainda é muito utilizado. Normalmente, é aplicado como reforço ou como atividade de apoio, mas nunca unicamente como a forma global do ensino. As lições trabalhadas neste método não são consideradas difíceis e vão aumentando o nível gradativamente. Alguns métodos famosos, como o Calan e o Shenker, são baseados no Audiolingual Method.

Assim, como vantagens podemos citar o rápido aprendizado das estruturas da língua sem que necessariamente seja preciso parar o que está sendo ensinado

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para trabalhar regras ou vocabulário. Também é considerado um método mais dinâmico do que o Grammar Translation Method, por exemplo.

Agora que já falamos um pouco sobre as vantagens do método, vamos falar um pouco das desvantagens dele. Recentemente, uma pesquisa mostrou que a língua não é aprendida em sua totalidade unicamente utilizando a mudança de hábitos. Os erros não são necessariamente ruins. O Audiolingual Method é duramente rigoroso quanto a erros, sendo que, quando ocorrem, são imediatamente corrigidos.

Vamos agora conhecer algumas atividades que são aplicadas utilizando o Audiolingual Method. You are learning a lot! Don’t stop reading!

4.2 SUGESTÃO DE ATIVIDADE UTILIZANDO AUDIOLINGUAL METHOD

Para este método, é comum que haja muitas dúvidas no início da atividade. Como a base são os diálogos, as atividades que são desenvolvidas no Audiolingual Method são basicamente preparadas nesta estrutura.

Uma sugestão de atividade seria o professor apresentar aos alunos vários diálogos (todos na mesma estrutura) e lê-los repetidamente. Em seguida, o professor faz as perguntas, direcionando o diálogo, e os alunos respondem de acordo com a estrutura apresentada no diálogo que fora anteriormente apresentado.

Estas atividades são basicamente orais, portanto não devem ser aplicadas durante toda uma aula, por exemplo, mas sim como um complemento para ela. O aluno deve memorizar a estrutura que a ele foi apresentada e, em seguida, utilizar a base para elaborar suas próprias respostas ao professor.

DICAS

Acesse o link <https://www.conversation.com.br/20-metodos-para-aprender-ingles/> e conheça os 20 métodos mais comuns para aprender inglês. Não deixe de praticar, afinal, quanto mais estudo, maior seu aprendizado! Enjoy your journey!

Caro acadêmico, agora que você já conhece mais alguns dos principais métodos de ensino de língua inglesa, vamos para o próximo tópico, no qual você conhecerá ainda mais métodos. Esperamos que a partir deles você possa analisar sobre a língua que lecionará e adequar suas aulas conforme a necessidade real dos seus alunos. Lembre-se: seu sucesso depende de você. See you soon!

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Neste tópico, você aprendeu que:

• Aprender uma segunda língua não é tão fácil quanto parece, mas também não se pode afirmar que é uma atividade impossível de ser realizada.

• Existem inúmeros métodos que podem ser utilizados para o ensino da língua e estes devem ser avaliados de acordo com as necessidades e avanços da turma.

• Os objetivos que se pretende alcançar também devem ser observados antes de escolher o método.

• O Direct Method utiliza a fala como base para o raciocínio acerca da língua.

• As perguntas e respostas são muito utilizadas no Direct Method.

• Direct Method é considerado um método que ajuda o aprendiz a perder o medo de utilizar a língua.

• Pesquisas apontam que o Direct Method é um dos métodos a partir dos quais a pessoa aprende mais rapidamente.

• O Grammar Translation Method consiste em pura tradução de textos literários. Este método possui um enfoque muito forte na gramática da língua.

• No método Grammar Translation Method o aluno não participa ativamente da aula, pois o objetivo é justamente fazer com que ele compreenda as regras para que, em seguida, consiga aplicá-las em métodos de tradução.

• O Audiolingual Method parte dos pressupostos behavioristas, portanto, o estímulo resposta é muito presente.

• A base para o aprendizado no Audiolingual Method é o diálogo. Sendo apresentados de maneira estrutural, os diálogos iniciais são trabalhados de maneira a estimular a memorização e a repetição. Após esta etapa, a fixação de conteúdos e de vocabulário é conduzida a partir de exercícios.

• O Audiolingual Method é considerado um método parecido com o Direct Method, pois a lição ou aula ocorre somente na língua-alvo.

RESUMO DO TÓPICO 1

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1 O Grammar Translation Method, método estudado neste tópico, apresenta algumas características bem particulares. Analise as sentenças a seguir e marque V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s) de acordo com o método em questão.

( ) O Grammar Translation Method não é eficaz para o ensino de pessoas adultas em nenhuma ocasião.

( ) O Grammar Translation Method consiste especialmente em tradução de textos. Esse método possui um enfoque muito forte na gramática da língua.

( ) No Grammar Translation Method o aluno não participa ativamente da aula, pois objetiva-se que ele saiba as regras por escrito.

( ) No Grammar Translation Method o foco é a oralidade.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a resposta CORRETA: a) ( ) V – F – F – F. b) ( ) F – V – V – F.c) ( ) V – F – F – V.d) ( ) F – F – V – V.

2 Quando falamos em aprender uma segunda língua, devemos saber que dificuldades surgirão, e que o professor deve estar preparado para saber quais métodos utilizar dependendo da turma para a qual lecionará. Neste tópico, estudamos o Direct Method. Com base no que foi aprendido, analise as sentenças a seguir:

I- O Direct Method utiliza a fala como base para o raciocínio acerca da língua.II- As perguntas e respostas não são uma atividade coerente com os princípios

do Direct Method. III- O Direct Method não é considerado um método que ajuda o aprendiz a

perder o medo de utilizar a língua. IV- O Direct Method é um dos métodos a partir dos quais a pessoa aprende mais

rapidamente.

Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas. b) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas. d) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.

3 Muitos são os métodos para aprender e ensinar a língua inglesa. Eles devem ser avaliados de acordo com as necessidades e avanços da turma. Acerca do Audiolingual Method, assinale a alternativa CORRETA:

AUTOATIVIDADE

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a) ( ) O Audiolingual Method parte dos pressupostos behavioristas, portanto, o estímulo resposta é muito presente.

b) ( ) A base para o aprendizado no Audiolingual Method é a tradução de textos. Isso porque este método visa ensinar a estrutura da língua ao aprendiz.

c) ( ) O Audiolingual Method e o Direct Method são o mesmo método.d) ( ) Não se usa mais o Audiolingual Method nos dias atuais. Ele é considerado

um método fora de uso.

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TÓPICO 2

MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 2

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Os métodos de ensino de língua inglesa, conforme já mencionamos, foram muito importantes para os avanços do ensino. Hoje, temos muitas técnicas que foram baseadas nos métodos que antigamente eram amplamente difundidos, mas é claro que sabemos que muitos avanços ocorreram.

É muito interessante também para você, futuro professor, saber como eles surgiram, pois percebe-se a partir disso que cada um deles apareceu com uma determinada finalidade e por um determinado motivo.

Hoje, após tantos estudos e tantas mudanças (para melhor, é claro), é gratificante poder escolher qual método abordar em sala de aula a partir dos objetivos que pretendemos alcançar com nossos alunos. Portanto, neste tópico, abordaremos mais três importantes métodos de ensino: The Silent Way, Suggestopedia e Total Phisical Response. Você está pronto? So, come with us!

2 THE SILENT WAY

Caro acadêmico, estamos cá novamente para aprender acerca de mais um interessante método de aprendizado: The Silent Way. Observe a imagem a seguir:

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

FIGURA 22 – THE SILENT WAY

FONTE: Disponível em: <https://www.slideshare.net/amernajmi/the-silent-way-approach>. Acesso em: 20 set. 2017.

A frase, atribuída a Benjamin Franklin, diz o seguinte: Tell me and I forget, teach me and I remember, Involve me and I learn. A tradução: Diga-me e eu esquecerei, ensina-me e eu lembrarei, envolva-me e eu aprenderei, resume a proposta do Silent Way. Este método visa envolver os seus aprendizes.

The Silent Way foi criado por Caleb Gattegno quando, no início da década de 1970, os alunos precisavam ter independência e responsabilidade. Nesta época, descobrir o aprendizado era forte, e os alunos precisavam ser independentes.

Como as aulas eram apresentadas, então? O conteúdo, geralmente, era exposto em cartazes coloridos e o professor não explicava o que deveria ser feito ou de que maneira era feito. Os alunos tinham que, sozinhos, aprender, fazer seus apontamentos e discutir entre si na língua que estava sendo aprendida.

O método The Silent Way foi baseado em teorias cognitivas, portanto caracterizou-se como uma abordagem que visa solucionar problemas a partir do raciocínio.

De acordo com Richards e Rodgers (1986), é através do raciocínio que as pessoas descobrem e produzem as regras da língua que estão aprendendo. Os sentimentos, pensamentos e a percepção dos alunos são levados muito em consideração, por isso, eles necessitam da autoconfiança.

O professor, através do silêncio, incita a percepção do aluno para que ele raciocine, pois para este método é o aluno que constrói seu aprendizado. Você deve estar se perguntando: como através do silêncio?

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A resposta é simples: o professor faz silêncio, ou seja, não dá as respostas que os alunos precisam, mas sim, os instiga a buscar estas respostas por si próprios. Alguns apoios para este método são os sinais e plaquetas com cores, que representam palavras ou expressões.

Richards e Rodgers (1986) afirmam que o professor, neste método, deve criar certas situações a partir das quais o aluno focalize a atenção na regra, conduzindo-o a desenvolver sua estrutura. Assim, listening,  writting,  reading  e speaking são desenvolvidas e reforçadas mutuamente.

Richard e Rodgers (1986) nos trazem algumas considerações acerca do método, e nós as colocamos em um quadro para que você possa acompanhá-las de maneira mais efetiva. Let’s go!

No Silent Way, facilita-se o aprendizado porque o próprio aluno acaba descobrindo ou mesmo criando a regra que está sendo usada. Não ocorre a simples repetição.

A solução de problemas é colocada em prática quando o próprio aluno precisa resolver o problema.

Ocorre contínuo acompanhamento por parte do professor.

Este método contribuiu muito para o estudo do desenvolvimento da construção da linguagem.

UNI

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O SILENT WAY METHOD

Apesar de o método The Silent Way ter sido muito importante para o aprendizado numa época na qual os alunos precisavam ter autonomia, não foi um dos métodos que mais durou.

Neste método, acreditava-se que o silêncio ajudava o aluno a concentrar-se no que estava sendo aprendido, portanto, o professor falava muito pouco para incentivar o aluno a falar muito.

Como vantagens do método, podemos citar:

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

• Autonomia: o aluno, a partir do conteúdo que era exposto pelo professor, desenvolvia a autonomia, pois era necessário fazer com que ele sozinho ou com pouquíssima ajuda criasse seu método para compreender a regra e internalizá-la.

• Construção do conhecimento: o aluno desenvolvia, a partir do que era exposto em cartazes, suas próprias conclusões para explicar as regras que estavam ali expostas.

Como desvantagens do método, podemos citar as seguintes:

• Dúvidas: os alunos, quando não compreendiam a regra em seu funcionamento, acabavam ficando, por vezes, com dúvidas com relação ao assunto, pois não havia explicação para aquele determinado conteúdo.

• Insegurança: os alunos, por serem aprendizes, muitas vezes não ficavam à vontade em falar a língua-alvo, pois sentiam-se inseguros para fazê-lo, já que a pronúncia e a fala eram pouco praticadas neste método.

2.2 SUGESTÃO DE ATIVIDADE UTILIZANDO SILENT WAY METHOD

O método The SiIent Way não era um método no qual usavam-se atividades específicas para o ensino. Isso porque o conteúdo era dado aos alunos e o professor apenas observava qual seria o caminho que eles percorreriam para chegar à regra em si.

Vamos a um exemplo de ação que era feita para, por exemplo, ensinar o Verb To Be: o professor apresentava aos alunos um cartaz (ou vários) com frases escritas utilizando o Verb To Be. A partir da observação destas frases expostas, os alunos deveriam verificar a recorrência de determinadas situações e, em seguida, construir a regra. Por exemplo: todas as vezes que aparecia o He ou o She, usava-se o IS. Portanto, esta é uma das regras do Verb To Be.

3 SUGGESTOPEDIA

O Suggestopedia é um método que faz com que o aluno aprenda a língua-alvo a partir de um estado de relaxamento intenso. Geralmente, nestas aulas há a presença de música e o ambiente é o principal fator a ser observado.

Como será que este método surgiu? De acordo com Rhalmi (2009), o Suggestopedia foi um método que surgiu a partir da teoria de que a mente armazena mais informações se exposta a um ambiente relaxante e favorável. Esta teoria é do psicólogo Georgil Lozanov, que criou um método para relaxar a mente a partir da música barroca e, assim, potencializar o aprendizado.

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Durante estas aulas, ele trabalhava variadas atividades, inclusive as voltadas ao vocabulário e leitura. As atividades eram realizadas em locais confortáveis, como poltronas, para que realmente o aluno se sentisse relaxado para o processo de aprender.

3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O SUGGESTOPEDIA METHOD

FIGURA 23 - ESTUDE TRANQUILAMENTE

FONTE: Disponível em: <http://interesnoje.ru/zanyat-rebenka-10-14-let-chteniem-knig-rekomenduemaya-literatura/>. Acesso em: 10 set. 2017.

Para este método não há muito segredo. Como em todos os casos, há vantagens e desvantagens para ele, mas neste subtópico focaremos nas características que fazem com que esse método seja tão peculiar. Let’s know them?

Na Suggestopedia, os alunos, mesmo que adultos, comportam-se como crianças em estágio de aprendizagem (LEFFA, 1988). O professor é a autoridade que precisa ser respeitada e é ele quem dá as ordens.

Todas as aulas que são baseadas no método Suggestopedia são acompanhadas por música, portanto, os alunos ficam em silêncio, ouvindo os sons até atingirem estado de relaxamento. Quando o professor julgar que está na hora de começar a aula, ele passa as instruções.

Neste método, não há material cem por cento na língua-alvo. Todos os textos apresentados aos alunos são traduzidos na língua materna do aluno e não existe lição de casa quando este método é utilizado.

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

O que deve sempre ser levado em consideração neste método é o ambiente no qual o aluno está inserido. O ensino deve estar associado ao estado de relaxamento, ou seja, o aluno não deve sentir-se tenso ou desconfortável para aprender.

A confiança no professor também é um quesito que deve ser levado em consideração. O professor é visto como aquele que estimula a criatividade do aluno e, segundo Leffa (1988), ele somente consegue agir se o aluno confia plenamente nele. Os sentimentos são sempre levados em consideração, pois são fundamentais para a ativação do cérebro.

O visual também é estimulado a partir da exposição de cartazes, por exemplo, com as regras que estão sendo estudadas. De tempos em tempos, estes cartazes são trocados para que os estímulos externos também auxiliem o aluno a aprender. Observe a imagem que define o que a Suggestopedia propõe:

FIGURA 24 – CLASSROOM SET-UP

FONTE: Disponível em: <https://pt.slideshare.net/Asmaramadhani/suggestopedia-method-of-teaching>. Acesso em: 20 set. 2017.

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TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 2

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3.2 SUGESTÕES DE COMO TRABALHAR O SUGGESTOPEDIA METHOD

Para este método, as atividades são bastante variadas. Existem muitas maneiras de se trabalhar a oralidade, a escrita, a leitura e a compreensão, mas o que realmente importa, neste caso, é o preparo do ambiente.

Vejamos quais são as principais dicas para o preparo do ambiente a partir do método Suggestopedia?

• Deve haver música relaxante que estimule a mente do aluno. • O professor poderá preparar a sala de aula de acordo com o tema que será

estudado, por exemplo, se o tema são os animais, a sala poderá ser decorada com esta temática. Importante lembrar que a temática deve ser trocada de tempos em tempos para que o aluno não acostume com a imagem. Lembre-se de que o ambiente externo estimula o aprendizado.

• Deve haver um lugar para que os alunos possam relaxar, como pufes, poltronas, sofás e ambientes que deixem o aluno livre para circular e pensar. As carteiras são importantes, mas devem ser apenas para que o aluno tenha um apoio. A sala não pode deixar o aluno tenso.

FIGURA 25 – RESUMO DO MÉTODO

FONTE: Disponível em: <https://pt.slideshare.net/juankmg/suggestopedia-ppt-jc-maureira-javier-castro>. Acesso em: 1º out. 2017.

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

Agora que você já conhece um pouco mais acerca do Suggestopedia, vamos conhecer mais um dos métodos de ensino e aprendizagem da língua inglesa? Estamos quase lá! Don’t give up! Go ahead.

4 TOTAL PHYSICAL RESPONSE

Acadêmico, você deve estar se perguntando quantos métodos existem para que se aprenda a língua inglesa, não é mesmo? Também já deve ter percebido que cada um deles apresenta suas características e que nem todos os métodos são adequados a todos os tipos de pessoas.

A partir de agora, aprenderemos um pouco sobre o Total Physical Response, cujo movimento corporal é a chave para o aprendizado. De acordo com Asher (1968), este método preza pelo aprendizado prazeroso da língua.

O estudante deve aprender a língua de maneira prazerosa, portanto, trabalha-se com atividades engraçadas e divertidas, que usam muito o movimento corporal como complemento. Os comandos são muito utilizados também, para que haja a compreensão de determinados conteúdos.

No caso do uso dos comandos, quando o aluno aprendeu determinado assunto, ele passa a ter que demonstrá-lo ao restante da turma. Após dominar vários destes comandos, eles passam a escrevê-los e, por fim, a falá-los e, assim, dar estes mesmos comandos a outros alunos.

Desta maneira, o professor estimula o listening através dos comandos, os alunos compreendem e, em seguida, praticam o speaking. Por exemplo, o professor diz: Sit down! E faz o movimento de sentar-se. Após o aluno compreender o movimento e obedecer ao comando, ele o repete aos demais colegas (ASHER, 1968).

Ainda de acordo com o autor, a compreensão sempre vem antes da fala, e em muitos casos ela ocorre até um ano depois. Para os autores que defendem o Total Physical Response, o listening e o comprehension são primordiais no aprendizado da língua.

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O TOTAL PHYSICAL RESPONSE METHOD

Aqui, faremos uma análise dos prós e contras da aplicação deste método para o aprendizado da língua inglesa. Lembre-se de que não estamos tratando de um manual, mas sim de um livro que o levará a analisar todas as possibilidades.

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TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 2

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Para muitos alunos, as aulas de língua inglesa passam a ser difíceis e entediantes pelo fato de eles escreverem, lerem e até mesmo falarem antes de compreender. Um dos prós do uso do Total Physical Response é justamente o fato de que o aluno é levado a, antes de qualquer coisa, compreender. Forçar o aluno a falar ou escrever o que ele não compreende não é didaticamente eficaz, pois desencoraja o aluno.

Outra vantagem do uso do Total Physical Response é o fato de ele fazer com que o aprendizado seja mais parecido com a maneira natural de aprender: ouvir para compreender e compreender para falar. Se você analisar, é basicamente assim que aprendemos nossa língua materna: pense em uma criança. Ela ouve as pessoas falarem, passa a compreender o que está sendo dito e finalmente começa a proferir suas primeiras palavras.

De acordo com Scott e Ytreberg (2011), quando uma criança está aprendendo, o listening é a junção do ouvir com o compreender, e esta habilidade é a primeira que é adquirida. Para os autores, o estímulo ambiental ajuda muito no processo de aprendizagem da segunda língua, portanto, o papel do professor aqui é fundamental.

Quanto maior for o estímulo auditivo do aluno nas aulas de língua inglesa, maior será o aprendizado dela. De acordo com Scott e Ytreberg (2011, p. 31), “quanto mais eles ouvem, mais capazes são de falar e escrever”. Assim, podemos afirmar que a leitura, a escrita e especialmente a fala só são desenvolvidas quando a criança se sente preparada para tal, ou seja, após muito ouvir.

A língua somente é aprendida quando a compreendemos, por este motivo o Total Physical Response é um método cuja principal vantagem está no fato de que o aprendiz somente é exposto a ler e escrever quando se sente capaz para tal.

Atualmente, muitos professores de educação básica e de cursos utilizam as atividades de listening como recurso para desenvolver a compreensão dos estudantes. Isso é muito positivo, pois eles reconhecem que o aprendiz, antes mesmo de desenvolver qualquer outra habilidade, necessita desenvolver a capacidade auditiva.

Uma das vantagens de utilizar o Total Physical Response é que o professor comanda a compreensão auditiva a partir de comandos, a partir dos quais os alunos agem e, a partir desta ação, o professor pode perceber se o aluno está ou não compreendendo o que foi a ele passado.

A tradução não é muito enfatizada neste método, pois de acordo com estudos recentes, ela não deve ser excessiva. Também não pode ser considerada como essencial para o ensino da língua, haja vista a importância da compreensão para a comunicação.

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

Outra vantagem importante deste método é que o professor pode utilizar o conhecimento prévio do aluno para que ele se sinta estimulado a aprender ainda mais. Assim, o que ele já sabe, seja com relação à língua ou mesmo de conhecimentos prévios de ordem geral, acaba sendo utilizado.

Por outro lado, há também desvantagens no método. Uma delas, por exemplo, é o fato de que o aprendizado da língua a partir dele é mais lento. Os aprendizes que utilizam este método têm mais dificuldades para desenvolver a escrita e a leitura, por exemplo. Nesse método, os alunos desenvolvem antes a fala e isso, por vezes, acaba dificultando o aprendizado da correta grafia das palavras.

O Total Physical Response é, portanto, um método muito eficaz para o aprendizado da língua, pois ele possibilita um aprendizado rápido no quesito compreensão e fala, mas escrita e leitura são processos mais demorados.

A tradução, neste método, foge da tradução convencional, pois é estimulada a partir dos comandos. A efetividade do aprendizado é mais evidente do que nos outros métodos quando se trata de compreensão auditiva.

Cabe salientar que todos os métodos somente são eficazes quando o professor planeja previamente suas aulas. Sem o planejamento, nenhum dos métodos anteriormente mencionados terá eficácia.

Para finalizarmos o método Total Physical Response, vamos relembrar?

• O Total Physical Response foi um método criado por Asher em 1977. Ele afirmava que aprender a língua deveria estar ligado a atividades físicas, associando esta aprendizagem à maneira como as crianças aprendem a língua materna.

• Ele estudou o cérebro e reforçou a teoria de que o lado direito é responsável pelo aprendizado motor e o esquerdo pela aprendizagem da linguagem.

• Esse estudo explicaria, para ele, porque as crianças primeiro ouvem e respondem com ações, gestos e olhares e apenas depois falam.

• Asher ainda afirmava que aprender a língua traz muita ansiedade, por isso, alunos e professores devem estar à vontade, em um ambiente confortável e relaxado.

4.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO TOTAL PHYSICAL RESPONSE METHOD

Para este método, as atividades desenvolvidas são basicamente as que propõem o movimento do corpo e os comandos. Como a tradução quase não existe nesse método, as atividades de mímica são comumente utilizadas. Alguns exemplos de atividades elaboradas a partir do Total Physical Response:

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TÓPICO 2 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 2

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• Atividades com cartões: o professor pode levar todos os alunos ao pátio e espalhar cartões com vários comandos pelo pátio. A um sinal sonoro, cada aluno pega um dos comandos e forma-se uma fila. Cada aluno reproduz o comando que pegou. Os comandos devem ser, por exemplo, relacionados a movimentos: Put your hands up, jump three times, sing a song etc.

• O professor poderá formar duplas: cada dupla recebe uma folha com comandos. De frente um para o outro, um dá o comando e o outro responde. Em seguida, trocam-se os papéis.

• Big dominó: nesta atividade, o professor trabalhará com peças de dominó grandes, que possam ser espalhadas pelo pátio. Os alunos deverão escolher as peças e formarem o jogo do dominó, juntando o comando com sua correta tradução. Ao final, todos devem responder aos comandos dados nas peças e repeti-los.

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Neste tópico, você aprendeu que:

• The Silent Way foi criado por Caleb Gattegno quando, no início da década de 1970, os alunos precisavam ter independência e responsabilidade. Este método era ensinado a partir de cartazes coloridos e o professor não explicava o que deveria ser feito ou de que maneira era feito: os alunos tinham que, sozinhos, aprender, fazer seus apontamentos e discutir entre si na língua que estava sendo aprendida.

• O método The Silent Way foi baseado em teorias cognitivas, portanto caracterizou-se como uma abordagem que visa solucionar problemas a partir do raciocínio.

• O aluno deve perceber sozinho do que se trata o aprendizado, a partir da sua própria compreensão.

• O papel do professor, no método The Silent Way, é incitar o aluno a chegar às conclusões sozinho.

• The Silent Way possibilita ao aluno autonomia e construção de conhecimento, porém, pode deixar o aluno com dúvidas e insegurança.

• O Suggestopedia é um método que faz com que o aluno aprenda a língua-alvo a partir de um estado de relaxamento intenso. Geralmente, nas aulas há a presença de música e o ambiente é o principal fator a ser observado.

• Na Suggestopedia os alunos, mesmo que adultos, comportam-se como crianças em estágio de aprendizagem: o professor é a autoridade que precisa ser respeitada e é ele quem dá as ordens.

• Total Physical Response é um método no qual os comandos são muito utilizados também para que haja a compreensão de determinados conteúdos. Este método ressalta que quanto maior for o estímulo auditivo do aluno nas aulas de língua inglesa, maior será o aprendizado dela.

• No método Total Physical Response somente se aprende a ler e escrever na língua-alvo após compreendê-la e falá-la.

RESUMO DO TÓPICO 2

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AUTOATIVIDADE

1 The Silent Way foi um método criado por Caleb Gattegno quando, no início da década de 1970, os alunos precisavam ter independência e responsabilidade. Com base nos estudos realizados acerca deste método, analise as sentenças a seguir e marque V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).

( ) No método The Silent Way utilizam-se inúmeros cartazes e o professor explica pouco o conteúdo.

( ) O método estimula o aprendizado a partir do raciocínio e da construção das regras pelo próprio aluno.

( ) No Silent Way, o aluno deve perceber sozinho do que se trata o aprendizado, a partir da sua própria compreensão.

( ) The Silent Way não é vantajoso, porque faz com que o aluno fique dependente de outra pessoa para aprender.

Agora, assinale a alternativa CORRETA.a) ( ) V – V – V – F. b) ( ) V – F – V – V. c) ( ) V – V – F – V.d) ( ) F – V – V – F.

2 O Suggestopedia é um método que faz com que o aluno aprenda a língua-alvo a partir de um estado de relaxamento intenso. Geralmente, nestas aulas há a presença de música e o ambiente é o principal fator a ser observado. Com base no que você aprendeu acerca deste método, analise as sentenças a seguir:

I- Na Suggestopedia usa-se o método de aprendizado da mesma maneira que uma criança aprende sua primeira língua.

II- Na Suggestopedia o professor é a autoridade que precisa ser respeitada e é ele quem dá as ordens.

III- Para trabalhar a partir do método Sugegstopedia deve haver música relaxante que estimule a mente do aluno.

IV- A Suggestopedia não é recomendada para alunos adultos.

Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas. b) ( ) Todas as sentenças estão corretas. c) ( ) A sentença III está correta. d) ( ) Nenhuma das sentenças está correta.

3 O Total Physical Response é um método no qual os comandos são muito utilizados também, para que haja a compreensão de determinados conteúdos. Com base no que foi estudado acerca do método, assinale a alternativa CORRETA.

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a) ( ) Este método era muito usado no exército, pois os soldados deveriam aprender rápido.

b) ( ) Quanto mais os alunos escreverem, mais rápido aprenderão, de acordo com o Total Physical Response.

c) ( ) O método não é mais utilizado atualmente porque não é considerado eficaz para o ensino. Sua base é a tradução.

d) ( ) Este método ressalta que quanto maior for o estímulo auditivo do aluno nas aulas de língua inglesa, maior será o aprendizado dela.

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TÓPICO 3

MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 3

UNIDADE 3

1 INTRODUÇÃO

Como já estamos estudando nesta última unidade, o ensino de línguas estrangeiras tem diferentes concepções acerca da linguagem, bem como o modo como essas línguas podem ser aprendidas e ensinadas.

Em função disso, o ato do ensino e da aprendizagem de línguas estrangeiras enfrenta julgamentos e questionamentos, tendo em vista a necessidade de se avaliar e pensar o ensino de maneira mais condizente e contextualizada com a realidade do estudante, do professor e da escola.

Partindo disso, diferentes metodologias de ensino de línguas têm evidenciado concepções diferenciadas sobre a linguagem e como esta é aprendida e ensinada na escola. No contexto do ensino de línguas estrangeiras em sala de aula, este processo está vinculado a decisões sobre o conteúdo programático e sua sequência, escolhas, entre outros (LEFFA,1988).

Neste tópico, vamos continuar nossos estudos acerca dos métodos de ensino. Abordaremos o communicative language teaching method, the lexical syllabus, immersion, bem como suas implicações e sugestões de atividades em busca de apresentar e discutir ideias para melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem na área das línguas.

Let’s go ahead!

2 COMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHING

O communicative language teaching method é um movimento que foi iniciado no início da década de 1960 em reação ao estruturalismo, que é o estudo das formas da língua, de sua estrutura gramatical, e ao behaviorismo, que aborda os reflexos condicionados moldando o comportamento.

Como já estudamos, o estruturalismo e o behaviorismo deram, em amplas linhas, a origem ao audiolingualism, aos métodos áudio-orais e aos métodos audiovisuais, fundamentados em repetição mecânica de estruturas.

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

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A abordagem comunicativa foi motivada pela necessidade de métodos que fomentem o ensino de línguas de maneira eficaz. Ela foi constituída pela nova teoria do norte-americano Noam Chomsky e Piaget contra o audiolingualism (SCHULTZ, 2007).

Na abordagem comunicativa, a atenção é voltada ao ato comunicativo, ao invés das frases em si, ou seja, a função dessa abordagem vai além da forma. O que se destaca é o significado e as situações que guiam o planejamento didático e a elaboração de materiais (SCHULTZ, 2007). Assim, a competência comunicativa passa a ser o objetivo da aprendizagem em vez do conhecimento gramatical realizado através de formas memorizadas e mecanizadas.

Compreendemos, então, que a abordagem comunicativa representa uma evolução que fomenta um ensino e aprendizado de línguas mais humanizado e centrado nos interesses e na realidade do estudante.

É essa abordagem que fundamenta os métodos atuais mais eficazes no ensino de línguas. Se estes proporcionarem familiarização, constituição e obtenção de habilidades comunicativas através de interação humana, em situações reais de comunicação nos diversos ambientes multiculturais, é que são fundamentados por uma abordagem comunicativa (SCHULTZ, 2007).

2.1 CONSIDERAÇÕES DO COMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHING METHOD

O communicative language teaching method busca uma aprendizagem que prioriza a comunicação de maneira mais flexível em relação à utilização de técnicas eficientes provenientes de outros métodos.

Esse método foi pensado levando em consideração a união de experiências anteriores que obtiveram sucesso no ensino de línguas, porém o communicative language teaching method avançou muito se comparado aos métodos criados anteriormente.

O que mais difere esse método é a importância que ele oferece ao significado e ao uso da língua, pois sua principal finalidade é promover a aprendizagem da língua estrangeira através de atividades que focam a comunicação e a linguagem, e ambas necessitam ser utilizadas de maneira que os alunos compreendam, ou seja, levando em conta sua realidade.

O communicative language teaching method busca, como já mencionamos, desenvolver a competência comunicativa, que - podemos dizer amplamente - é a junção de quatro competências: a competência gramatical, discursiva, sociolinguística e a competência estratégica (LEFFA, 1988).

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TÓPICO 3 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 3

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Segundo Leffa (1988), a competência gramatical tem relação com o domínio das formas e dos aspectos gramaticais, como aspectos morfológicos, fonológicos, semânticos, fonéticos, além do vocabulário.

Já a competência discursiva fundamenta a capacidade de uma comunicação adequada, ou seja, é a habilidade que um falante tem de elaborar uma conversação coerente nos mais diferentes contextos sociais (LEFFA, 1988).

A sociolinguística é a capacidade de poder escolher a forma linguística adequada para cada situação comunicativa, que pode sofrer alterações de acordo com a situação e com a interação social do falante (LEFFA, 1988).

Por fim, Leffa (1988) explica que a competência estratégica é a utilização de diferentes artifícios verbais ou não verbais que suprem falhas de comunicação devido a alguma limitação linguística do falante.

Assim, para ser comunicativamente competente, não devemos apenas dominar as estruturas linguísticas, mas também saber como a língua é utilizada pelos membros de uma comunidade de fala, conhecer a cultura, entre outros elementos.

2.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO COMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHING METHOD

Vamos iniciar com algumas das características fundamentais da communicative language teaching method, segundo Littlewood (1981):

• A língua necessita ser compreendida como discurso, ou seja, como um sistema para expressar sentido, significado.

• Devemos ensinar a língua e não aspectos sobre a língua.• A função principal da língua é a interação com finalidades comunicativas.• Os estudantes devem ter contato com manifestações autênticas da língua

estudada.• A fluência é tão importante quanto a gramática.• O domínio é constituído pelo uso da língua.• Necessitamos incentivar a criatividade dos estudantes.• Os erros precisam ser tidos como testagem de hipóteses.• A reflexão sobre os processos de ensino e aprendizagem necessita ser estimulada

para contribuir para a autonomia dos estudantes.• E, por fim, a sala de aula deve propiciar uma aprendizagem colaborativa.

No communicative language teaching method o livro didático não tem uma função essencial, ou seja, ele não está presente em todas as aulas, ele torna-se um dos recursos para o ensino e aprendizagem. Os alunos são estimulados a utilizarem revistas, jornais, filmes, vídeos, letras de músicas, programas de TV, clipes, canções, mapas, menus, gráficos, além de diversos programas da internet.

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

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FIGURA 26 – COMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHING

FONTE: Disponível em: <http://bin-20.blogspot.com.br/2011/10/week-5-communicative-approach-in.html>. Acesso em: 8 set. 2017.

Ao levar em consideração o discurso, o ensino de línguas deveria ter sofrido mudanças com a vinda da communicative language teaching method, como podemos perceber na figura anteriormente apresentada. No entanto, muitos professores não conseguiram ensinar a língua estrangeira sem o ensino da gramática pela gramática. Os exercícios mecanizados, que objetivam a memorização de estruturas afirmativas, negativas e interrogativas, continuam enraizados nas práticas pedagógicas dos professores.

Assim, depois de tanta leitura e discussões, responda: como se aprende uma língua estrangeira? Acreditamos que isso acontece quando a língua faz sentido para o estudante e quando ela oferece oportunidades de real uso da língua, seja lendo, ouvindo, falando, escrevendo, ou interagindo pelo computador ou com nativos.

DICAS

Assista ao vídeo que apresenta atividades utilizando a abordagem comunicativa. Acesse o link: <https://www.youtube.com/watch?v=7N80178uTzQ> e visualize uma amostra de atividade.

Communicative ApproachLesson Planning

• Communication goals

• Specific vocabulary & expressions needed to accomplish communicative intent

• Visuals, graphs or displays

• Dialogue prepared by teacher or students

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TÓPICO 3 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 3

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3 THE LEXICAL SYLLABUS

Lewis (1993) explica que o ensino de língua estrangeira não acontece quando há a aquisição da língua estrangeira apenas com o conhecimento gramatical, ou seja, através de regras e termos técnicos em conjunto com palavras isoladas. Isso não é o suficiente para uma efetiva comunicação e aquisição da língua-alvo com fluência.

A lexical approach ou lexical syllabus mostra uma abordagem diferenciada da aprendizagem da língua inglesa. A lexical approach, quando compreendida e inserida na aprendizagem, auxilia a abordagem comunicativa.

Essa abordagem oferece ao professor maiores e melhores possibilidades de ensinar determinado conteúdo. Ela torna a aquisição do léxico, ou seja, do vocabulário, mais dinâmica, prática e significativa para o estudante.

A abordagem lexical approach propõe a ideia de que a proficiência em uma língua estrangeira é adquirida e desenvolvida no ensino e aprendizado de combinações de palavras, as collocations, ou mais precisamente, dos lexical items, itens lexicais, em português.

Por itens lexicais entendemos que léxico, na abordagem lexical, não é a mesma coisa que vocabulário, ou seja, palavras isoladas. Assim, o termo léxico faz referência a palavras isoladas e também a combinações de palavras que estão armazenadas no nosso léxico mental. Segundo Lewis (1993), os itens lexicais são:

• As palavras isoladas, que podem ser adquiridas no cotidiano, como: table, book, pen, pencil, computer, magazine, hand, day, look, office, post etc.

• As polipalavras, que são as combinações fixas, geralmente são compostas por preposições ou outras palavras sem muito valor semântico. Como: by the way, upside down, up to now, from now on, on the other hand, put up with, look forward to.

• As combinações de palavras que se referem às combinações de palavras em uma língua, como em: have lunch, have dinner, have breakfast, carry on a research, go home, provide help, outside chance etc.

• As sentenças institucionalizadas são as utilizadas sem alterações pelos falantes nativos de uma língua. Como em: I’ll get it; I’m sorry; that’ll do; I don’t think so.

• O “esqueleto” de sentenças que são estruturas fixas e que são alteradas em uma parte ou outra. Como em: that is not as … as you think; sorry to interrupt, but can I just say…

• As estruturas de textos são as lexicais fixas que pertencem à elaboração de textos, formais ou informais. Em inglês expressos como: in this paper we explore…; firstly…; secondly…; finally…

• As sentenças completas são expressões com um significado identificável por quem as ouve e que podem ser fixas ou não na língua, como em: what do you mean? I don’t see your point, whothehell do you think you are? How old are you?

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UNIDADE 3 | THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: TEACHING AND LEARNING METHODS

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Porém, para se compreender a lexical approach é necessário saber o que é gramática e o que é léxico. Quando falamos em saber a gramática, não estamos falando de saber a gramática normativa que nos é ensinada nas faculdades, nos cursos de inglês. A lexical approach estimula o aprendizado através da compreensão de vocabulário e aprender gramática através dele.

O ápice desse método foi na década de 1990, depois disso ele caiu em desuso. No nosso país, ele nem ao menos é mencionado, e quando o é tratam-no como se fosse algo proibido, algo a que não deve ser dada atenção.

3.1 PRÓS E CONTRAS DO LEXICAL SYLLABUS METHOD

Como estudamos, a abordagem lexical syllabus postula que para que haja a fluência na língua inglesa, a quantidade de itens lexicais que armazenamos no nosso léxico mental deve ser levada em conta.

Assim, segundo a abordagem lexical syllabus, a fluência na língua estrangeira não tem a ver com o conhecimento gramatical e com a memorização do conteúdo dos livros de gramática normativa que adquirimos.

É evidente que esta abordagem tem muitas críticas, pois, de certa maneira, aqueles que se opõem a ela afirmam que a gramática é a base de qualquer língua e que o nosso cérebro não possui um sistema diferente para memorizar o léxico e a gramática (SINCLAIR, 1996).

3.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO LEXICAL SYLLABUS METHOD

Acadêmico, partimos da figura que segue para compreendermos as atividades que necessitam ser propostas nesta abordagem.

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TÓPICO 3 | MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 3

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FONTE: Disponível em: <http://slideplayer.com/slide/9982216/>. Acesso em: 8 set. 2017.

FIGURA 27 – THE LEXICAL SYLLABUS METHOD

Compreendemos que o ensino e a aprendizagem desse método pregam que o vocabulário, que sempre se mostrou importante para as aulas de língua inglesa, necessita ser a peça fundamental em todas as atividades propostas.

Porém, sabemos que aprender vocabulário não significa aprender listas de palavras, ele deve estar nos diversos contextos abordados na aprendizagem da língua em questão.

4 IMMERSION

No ensino de idiomas, a palavra “imersão” tem o significado de submersão, ou seja, de mergulho na língua para que, dessa maneira, o estudante possa perceber suas particularidades.

A immersion possibilita a aquisição da linguagem de forma inconsciente por meio da experimentação e da vivência em situações reais, como o que acontece na aprendizagem do idioma nativo.

O método immersion parte do pressuposto de que para que o estudante se interesse pelo aprendizado de uma segunda língua, é importante que ele seja exposto a uma gama de atividades de seu interesse (TARONE; SWAIN, 1995).

Assim, quando o estudante é exposto a situações reais de aprendizagem, a linguagem é o elemento que se torna o meio pelo qual tudo acontece, e isso é que faz com que ele desenvolva a fluência no idioma que está sendo aprendido. A língua é utilizada com propriedade para que a comunicação aconteça e, através disso, o processo se completa.

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DICAS

Se você quiser aprofundar essa temática, sugerimos a leitura do livro “The Immersion Method: How to Learn Any Language From What You Love”, de Eric Bodnar. Este livro mostra como aprender qualquer idioma através de uma estratégia de imersão em linguagem. Nele você encontrará a aprendizagem de línguas através de vídeos, programas de TV, filmes, música, livros e videogames. Técnicas específicas de aprendizagem de línguas e, ainda, exercícios que podem mostrar como aprender qualquer idioma.

FONTE: Disponível em: <https://www.amazon.com.br/Immersion-Method-Learn-Language-English-ebook/dp/B01KNOPALG>. Acesso em: 17 set. 2017.

4.1 PRÓS E CONTRAS DO IMMERSION METHOD

Muitas pessoas veem o método de immersion como a melhor maneira para que um estudante se destaque em uma língua estrangeira. Certamente, muitos afirmam isso, pois compreendem que as crianças aprendem muito mais do que qualquer adulto. Assim, oferecer metodologias diferenciadas pode fazer toda a diferença.

Há pesquisas que mostram que programas de imersão completa fazem

com que os estudantes desenvolvam alfabetização inicial na linguagem de imersão e, depois, desenvolvam um entendimento completo acerca da língua estrangeira.

Positivamente, a immersion estimula processos cognitivos que amparam a capacidade da leitura em uma língua estrangeira, como o entendimento da relação entre a fala e a escrita, que são transferidos de um idioma para outro, fortalecendo, inclusive, a compreensão da estrutura da língua nativa.

Porém, não há nesse método somente pontos positivos, há episódios que necessitamos considerar. Muitas vezes, por exemplo, não há uma aderência à immersion por parte da família, seus hábitos, do feeling com os professores e com o ambiente.

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Para aprender uma nova língua, quanto mais cedo, melhor. Os estudantes absorvem informações em um ritmo bastante rápido. Com um aluno mais jovem, a imersão pode ser uma boa opção, pelo ganho de habilidades linguísticas, por exemplo.

4.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO IMMERSION METHOD

As atividades geralmente aplicadas nesse método têm um efeito educativo de real contato com a língua, pois durante um certo período de tempo, como um feriado prolongado ou férias curtas, o estudante convive com professores e colegas, falando no idioma que estuda.

Assim, a segunda língua é ensinada e também aprendida de maneira natural. Nesse método, o processo de aquisição da linguagem é inconsciente e acontece por meio da vivência de situações reais.

Os temas e as atividades organizadas pelas áreas do conhecimento do método immersion permitem que as atividades sejam relevantes para as crianças e estas conseguem se expressar com naturalidade e facilidade.

A contação de histórias é uma atividade muito utilizada na immersion, pois proporciona a aquisição de vocabulário e, ainda, desperta o gosto pela leitura. A dramatização é um dos meios utilizados pelo professor para envolver as crianças. A música e a expressão corporal, mímica e outras técnicas nesse mesmo viés envolvem as aulas, além de educação nutricional, aulas de culinária, conscientização ambiental, projetos que envolvem artes e educação física (TARONE; SWAIN, 1995).

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LEITURA COMPLEMENTAR

Qual a verdadeira finalidade do ensino de língua inglesa na sala de aula?

Flavius Almeida dos Anjos

Aspectos relativos à finalidade do ensino e da aprendizagem da língua inglesa

Não é de hoje que o ensino das línguas estrangeiras no Brasil vem sendo discutido, refletido e mal interpretado ao longo dos anos, talvez por não se acreditar na sua relevância ou se desconhecer a sua verdadeira finalidade. Quanto a isso, Moita Lopes (1996) assegura que o campo de ensino de línguas estrangeiras no Brasil tem sido vítima de uma série de mitos, oriundos da falta de uma reflexão maior sobre o processo.

Apesar de longos anos dedicados à discussão sobre o processo de ensino e aprendizagem da língua estrangeira, ele permanece ineficiente nas escolas públicas. Isso parece estar acontecendo por não se atender à finalidade do ensino que o momento em que vivemos exige.

Vale ressaltar que a finalidade do ensino e da aprendizagem das línguas estrangeiras deve ser norteada de acordo com o contexto histórico, está relacionada ao momento cultural vivido pelos estudantes.

Logo, o ensino e a aprendizagem da língua inglesa nas escolas públicas precisam também atender às exigências de hoje. Eles têm sido baseados nos aspectos gramaticais, apenas. Por isso têm sido maçantes e desinteressantes. O que não é difícil de constatar, “o retrato negativo no uso e na aprendizagem de língua inglesa na sala de aula, em especial da escola pública, pode ser confirmado por inúmeros depoimentos” (SCHEYERL, 2009, p. 126).

Os estudos conduzidos por Basso (2006) com professores e alunos de LI revelaram que as aulas são baseadas em exercícios gramaticais e a gramática aparece como o que eles menos gostam de fazer. Ela menciona ainda que continuamos a ter professores como simples repassadores de um novo código, tendo a gramática como único recurso e foco principal em suas aulas, apoiados na crença de que saber a língua corretamente antecede o saber a usá-la e que, se aprendem assim, esse deve ser o caminho para ensinar.

Esta prática de ensino, infelizmente, parece ter espaço frequente nas salas de aula de língua inglesa. Entretanto, a atual conjuntura mundial requer outra forma de ensino. Hoje, em pleno século XXI, com o novo cenário mundial estabelecido, com o advento da Internet, com o encontro das culturas, é imprescindível um programa de ensino de línguas dinâmico e envolvente, para o desenvolvimento da competência comunicativa e da consciência intercultural crítica, dentre outras coisas. Desta forma se estará desenvolvendo conscientemente um ensino que tende a minimizar resultados insatisfatórios.

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E estes resultados parecem ser o reflexo da falta de esclarecimento acerca da verdadeira finalidade do ensino. Nesse sentido, Rajagopalan (2003, p. 70) nos diz que “o verdadeiro propósito do ensino de línguas estrangeiras é formar indivíduos capazes de interagir com pessoas de outras culturas e modos de pensar e agir. Significa transformar-se em cidadãos do mundo”.

Para pôr fim nestes problemas, o que nós, professores de LI, precisamos enxergar é justamente os objetivos e finalidades do ensino desta língua multinacional. Só a partir daí é que o ensino da LI fará sentido, tanto para quem ensina quanto para quem aprende.

O professor de língua inglesa orientado pela verdadeira finalidade do ensino

A finalidade do ensino da língua inglesa deve orientar todo o processo da aprendizagem. Neste sentido, Richards (2006) sugere que o objetivo das aulas de línguas estrangeiras é preparar os alunos para a sua sobrevivência no mundo real.

Por sua vez, Lima (2009) reflete sobre esse assunto e sugere que ensinar uma língua estrangeira implica a inclusão das competências gramatical e comunicativa, proficiência na língua, assim como a mudança de comportamento e de atitude em relação à própria cultura e às culturas alheias.

É necessário que se compreenda a finalidade do ensino da língua inglesa para que este processo passe a fazer sentido no seio escolar, assumindo o seu verdadeiro valor educativo, que vai muito além de simplesmente capacitar o aluno a usar uma determinada língua para fins comunicativos ou cumprir exigências legais.

Dessa forma, seria importante encontrarmos maneiras de desconstruir o discurso de que o aprendizado da língua inglesa é almejado apenas como meio para a obtenção de emprego, aprovação em concursos, viagem internacional etc.

Paiva (2009, p. 33), em suas investigações sobre aquisição da língua estrangeira, utilizando um corpus de narrativas de aprendizagem, onde os participantes contam como aprenderam ou aprendem diversas línguas, concluiu que quando motivados, os aprendizes utilizam a LE para determinadas finalidades fora da sala de aula, tais como: ouvir música, ouvir programas de rádio e TV, assistir filmes, interagir com estrangeiros. No entanto, a autora acentua que isso, apesar de ideal, raramente acontece na escola.

Convergências e divergências nas abordagens de ensino e o papel do professor brasileiro de inglês

Ao argumentar sobre o ensino da língua inglesa nas escolas públicas, Moita Lopes (1996), inicialmente, sugere o ensino com foco na leitura e assegura que este ensino instrumental colabora com o desenvolvimento da habilidade em língua materna, geradores de problemas, com os quais também se defrontam as crianças, assim como faz desenvolver a capacidade de letramento global.

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No entanto, vê-se aqui um equívoco do argumento do autor, uma vez que ele pontua que a única justificativa social para a aprendizagem da língua inglesa no Brasil tem a ver com a leitura, tendo em vista ser essa a única habilidade que atende às necessidades educacionais e que o aprendiz pode usar em seu próprio meio.

Por outro lado, concordamos quando Schimitz (2009, p. 18) ressalta que “uma política de ensino de línguas que enfatiza somente a leitura enfraquece o papel do professor de língua estrangeira”.

Moita Lopes (1996, p. 130) salienta também que “considerar o ensino de Inglês no Brasil como um recurso para a comunicação oral parece negar qualquer relevância social para a sua aprendizagem”.

O ensino da compreensão oral, assim como da habilidade de falar, é essencial. A comunicação via internet, assistir a um filme em inglês pode representar não só momento em que a LE pode ser apreciada em uso, bem como caracteriza exemplos que representam a continuidade do uso, após o término de um curso, sem contar o quão gratificante é ser capaz de entender um filme ou um e-mail na LE que estamos aprendendo.

Nesse aspecto, portanto, Schimitz (2009, p. 14) chama atenção para o fato de muitos brasileiros usarem inglês no seu dia a dia, no trabalho, e que muitos falam inglês e outras línguas estrangeiras do que os ingleses ou americanos, o que parece desmistificar a crença levantada por Moita Lopes (1996).

No entanto, os problemas não se resumem apenas nos objetivos desse processo. Apesar de todos os problemas que as escolas públicas apresentam por não disporem de recursos necessários para a consolidação das aulas, número inadequado de alunos por turma, carências de recursos audiovisuais, o fator mais dificultador ainda é o professor. Quanto a isso, Oliveira (2010, p. 29) seguramente afirma que “a grande maioria dos professores de línguas estrangeiras nas escolas públicas no Brasil fala muito pouco ou não fala a língua estrangeira que lecionam”.

Parece-nos relevante aqui mencionar que, diante de tal realidade, é preciso repensar os currículos dos cursos superiores e a formação do professor de LE, buscando uma formação crítica e reflexiva, deixando de ser uma formação “conteudista”, geradora de crenças do tipo “finjo que ensino, eles fingem que aprendem”. Nesse sentido, Leffa (2007) assinala que, como o professor não tem o domínio da língua que deveria ensinar, fica repassando com o aluno as páginas do livro didático com os exercícios devidamente preenchidos pelo autor do livro, fazendo de conta que ensina.

Por outro lado, o professor orientado pela verdadeira finalidade do ensino da língua inglesa passa a entender as dimensões desse processo, compreendendo, como afirma Siqueira (2009, p. 80), que “as aulas de língua estrangeira devem, dentre outras coisas, servir como espaço para discussão de assuntos relevantes para a formação do(a) aprendiz”.

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O ensino e a aprendizagem da língua inglesa devem ainda ser momento que proporcione oportunidade para explorar diferentes visões, desenvolvendo uma perspectiva multicultural crítica. Não apenas a do aprendiz, mas também a do professor, proporcionando o crescimento de ambos. Desse modo, a língua inglesa deve ser apenas o meio através do qual se pode criar e desenvolver pontos de vista relacionados à esperança, à paz, à cidadania, aos direitos humanos, a condutas, a valores, crenças, tornando o processo prazeroso e significativo para os participantes.

Desse modo, é que na sala de aula de língua inglesa, o professor, na posição de intelectual transformador, compartilhando conhecimento, privilegiando a diversidade, o diálogo, a esperança, a paz, atitudes, crenças capazes de conduzir os aprendizes ao desenvolvimento da consciência intercultural crítica, atenderá aos aspectos inerentes à verdadeira finalidade do ensino de LE.

Como educadores, devemos mostrar que a LE é útil, transforma, faz progredir quem dela se apropria, nos insere no mundo. Ela nos dá base para analisar, compreender, aceitar e participar da vida do outro.

Por fim, o processo, ao que tudo indica, parece estar sendo mal conduzido, negando política e/ou ideologicamente aos participantes a sua verdadeira finalidade, que é se preparar para conhecer outras maneiras de ser, agir, pensar e sentir. A LE é apenas um meio através do qual se possibilitará a intervenção no mundo. Por isso, precisamos acertar os passos, pensar e agir corretamente e com ética compartilhar o que tem sido ocultado a quem de direito.

Só assim as dimensões social, ética e política, inerentes ao processo de ensino-aprendizagem das línguas estrangeiras, entrarão em cena, desfazendo equívocos, atendendo à verdadeira finalidade desse processo.

FONTE: Disponível em: <http://www.sala.org.br/index.php/estante/academico/468-qual-a-verdadeira-finalidade-do-ensino-da-lingua-inglesa-na-escola>. Acesso em: 28 out. 2017.

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Neste tópico, você aprendeu que:

• O communicative language teaching method é um movimento que foi criado em reação ao estruturalismo, que é o estudo das formas da língua, de sua estrutura gramatical, e ao behaviorismo, que aborda os reflexos condicionados moldando o comportamento.

• Na abordagem comunicativa, a atenção é voltada ao ato comunicativo, ou seja, a função dessa abordagem vai além da forma. O que se destaca é o significado e as situações que guiam o planejamento didático e a elaboração de materiais.

• O communicative language teaching method busca uma aprendizagem que prioriza a comunicação de maneira mais flexível em relação à utilização de técnicas eficientes provenientes de outros métodos.

• A lexical approach mostra uma abordagem diferenciada da aprendizagem da língua inglesa. A lexical approach, quando compreendida e inserida na aprendizagem, auxilia a abordagem comunicativa.

• A immersion possibilita a aquisição da linguagem de forma inconsciente por meio da experimentação e da vivência em situações reais, como o que acontece na aprendizagem do idioma nativo.

RESUMO DO TÓPICO 3

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AUTOATIVIDADE

1 Complete o quadro comparativo que segue, apresentando o conceito e uma atividade que pode ser aplicada em cada um dos métodos estudados nesse tópico.

METHOD DEFINITION ACTIVITIESCOMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHINGLEXICAL APPROACHIMMERSION

2 Nas questões ENADE são abordadas diversas temáticas relacionadas à didática da língua inglesa. Responda às questões 27 e 29 do ENADE/2014, aplicado para acadêmicos do curso de Letras – Inglês. Vamos exercitar, pois logo chegará a sua vez de participar do ENADE!

Questão 27: The Communicative Approach is one the most popular perspectives in modern language teaching. Considering its main characteristics and concepts, analyse the statements below.

I- The teacher uses drills in order to teach structural patterns. Students memorize sets of phrases with a focus on pronunciation and intonation. There are few grammatical explanations. Students learn vocabulary in context and through audio-visual aids. Correct responses are positively reinforced immediately.

II- Learners receive large quantities of information in the new language during initial lessons. Texts are translated and then read aloud with classical music in the background. The teacher uses large quantities of linguistic material to introduced the idea that language understanding is easy and natural.

III- Understanding occurs through active student interaction in the foreign language. Students learn strategies both for understanding and for learning tasks and exercises provide opportunities for students to negotiate meaning.

IV- The teacher helps students select the appropriate phrases and know how to control them, with good intonation and rhythm. There is no use of use of the learner's native language. The teacher uses patterns that contain vocabulary, and color-coded models for pronunciation ti guide the students' understanding without uttering a single sound.

V- Learners engage in interaction and meaningful communication. Learners' personal experiences and situations are very important and considered as an invaluable contribution to the content of the lessons. Using the new language in unrehearsed contexts creates learning opportunities outside the classroom.

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It is only correct what is stated ona) ( ) I and II.b) ( ) I and III.c) ( ) II and IV.d) ( ) III and V.e) ( ) IV and V.

Questão 29: Na busca por informações que ofereçam novas opções de recursos tecnológicos para a sala de aula, um professor depara-se com o resumo de um artigo científico, apresentado a seguir.

This paper analyses the process of multimedia integration in English language classrooms equipped with interactive whiteboard (IWB) technology, and offers insights into the theoretical underpinnings of multimedia use in language learning from the perspective of cognitive learning theory. The data discussed here drawn from a study carried out as part of a PhD research program at Lancaster University (UK). The study was conducted within an interpretative research paradigm, and data were collected and analyzed according to a qualitative approach. In the first part, the paper discusses some perceived pedagogical benefits of adopting a multimedia-oriented approach in the IWB-based classroom. Secondly, it discusses a variety of potential problems related to the use of multimedia resources in the language classroom in the question. Finally, the paper draws upon the literature on multimedia learning to address the potential pedagogical implications of these research findings.FONTE: Adaptado de <http://www.sciencedirect.com>. Acesso em: jul. 2014.

Com base no resumo apresentado, avalie as afirmações a seguir:

I- O autor analisa um contexto educacional específico com uso da lousa interativa como recurso tecnológico.

II- O autor discute os benefícios pedagógicos da abordagem com recursos de multimídia na sala de aula de línguas.

III- No artigo, são analisados contextos tradicionais e contextos com uso de recursos tecnológicos na perspectiva da teoria de aprendizagem cognitiva.

IV- No artigo, são abordados possíveis problemas do uso de recursos tecnológicos na sala de aula de língua inglesa.

É CORRETO apenas o que se afirma em:a) ( ) I e II.b) ( ) I e III.c) ( ) III e IV.d) ( ) I, II e IV.e) ( ) II, III e IV.

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