Diagnóstico por Imagem 03

35
 V e t e r i n a r i a n D o c s www.veterinariandocs.com.br 1 www.veterinariandocs.com.br  Diagnóstico por Imagem E stud o Rad i o gr á fi co d o Si ste m a Ga stro i nte sti nal 01-Esôfago   Ana t o m ia  Na região do pescoço situa-se a esquerda da traqueia e no interior do tórax, situa-se inicialmente a esquerda da traqueia, então cruza a traqueia e atinge seu aspecto dorsal na altura da carina. Radiografia  Contraste: geralmente o uso do contraste é necessário para o estudo detalhado e o agente utilizado é o sulfato de bário (3 a 5 mL/Kg.). A radiografia deve ser feita assim que a ultima porção de bário for engolida.  Indicações: casos de regurgitação e vômito persistentes. Contra indicações: suspeita de ruptura  Posição: ventrodorsal ou laterolateral.  A p arên cia Norm a l Geralmente não é visto em radiografia simples e ar ou alimento irão delineá-lo  parcialmente. O padrão de mucosa de felinos é diferenciado (padrão de zigue zague) em comparação com de caninos (padrão longitudinal).

Transcript of Diagnóstico por Imagem 03

  • V e t e r i n a r i a n D o c s

    www.veterinariandocs.com.br

    1

    www.veterinariandocs.com.br

    Diagnstico por Imagem

    Estudo Radiogrfico do Sistema Gastrointestinal

    01-Esfago

    Anatomia

    Na regio do pescoo situa-se a esquerda da traqueia e no interior do trax,

    situa-se inicialmente a esquerda da traqueia, ento cruza a traqueia e atinge seu aspecto

    dorsal na altura da carina.

    Radiografia

    Contraste: geralmente o uso do contraste necessrio para o estudo detalhado e

    o agente utilizado o sulfato de brio (3 a 5 mL/Kg.). A radiografia deve ser feita assim

    que a ultima poro de brio for engolida.

    Indicaes: casos de regurgitao e vmito persistentes.

    Contra indicaes: suspeita de ruptura

    Posio: ventrodorsal ou laterolateral.

    Aparncia Normal

    Geralmente no visto em radiografia simples e ar ou alimento iro deline-lo

    parcialmente.

    O padro de mucosa de felinos diferenciado (padro de zigue zague) em

    comparao com de caninos (padro longitudinal).

  • 2

    www.veterinariandocs.com.br

    Alteraes Esofgicas

    01.1-Dilatao Esofgica

    Verifica-se alguma poro do esfago dilatada e pode estar associada a

    pneumonia por aspirao ou processo obstrutivo o qual resulta em uma dilatao cranial

    obstroo.

    Causas: megaesfago, acalasia esofagiana, cardioespamo e hipomotilidade

    esofagiana.

    01.2-Megaesfago

    Tipos

    Congnito/Primrio: corresponde hipomotilidade e dilatao generalizada do

    esfago, provocando regurgitao e subdesenvolvimento do filhote aps o desmame. A

    patogenia da forma congnita ainda no est completamente esclarecida, embora

    estudos apontem para um defeito na inervao aferente vagal para o estmago.

    Adquirida/Secundrio: caracteriza-se por esfago dilatado, resultante da

    ausncia de contraes peristlticas. Esse tipo de megaesfago ocorre espontaneamente

    em ces adultos, com maior frequncia entre 7 a 15 anos de idade. As principais causas

    de megaesfago secundrio so miastenia grave, lpus eritematoso, polimiosite,

    polineurite, neuropatias degenerativas, hipoadrenocorticismo, hipotireoidismo, dficit

    de tiamina, intoxicaes por metais pesados (chumbo e tlio), tumores (principalmente

    timoma) e problemas cervicais.

    Figura 1. Radiografia laterolateral em estudo contrastado demonstrando

    megaesfago.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 3

    www.veterinariandocs.com.br

    Etiologia

    Desconhecida.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se regurgitao de alimento e gua, perda de peso ou crescimento

    defiiente, hipersalivao e som de borbulhas a deglutio. Outras alteraes tambm

    podem ser observadas no megaesfago, como tosse, corrimento nasal mucopurulento e

    dispneia com pneumonia por aspirao concomitante.

    Alteraes Radiogrficas

    Em incidncia laterolateral de radiografia simples demonstra esfago dilatado

    com ar, lquido, alimento ou uma mistura destes. Se a dilatao for extensa, a traqueia e

    o corao esto deslocados.

    O esfago amplia o mediastino.

    Um estudo com brio revela a dimenso da dilatao e pneumonia concomitante

    um sinal comum.

    01.3-Anomalias do Anel Vascular

    Definio

    Anomalias congnitas em que vasos ou vestgios de vasos formam faixas que

    comprimem o esfago.

    Etiologia

    Geralmente causada pela persistncia do arco artico direito.

    Figura 2. (A) Radiografia laterolateral em estudo contrastado demonstrando anomalia do anel vascular com dilatao marcante

    cranialmente ao ponto de constrio (seta vermelha). (B) Esofagoscopia demonstrando estenose esofgica com hiperemia de

    mucosa e pontos de ulcerao em cadela SRD. Imagens pertencentes ao mesmo animal.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e Gatos Lages/SC, 2012.

  • 4

    www.veterinariandocs.com.br

    Alteraes Radiogrficas

    Esfago dilata-se cranialmente ao local de constrio (base do corao) e

    geralmente manifesta-se logo aps o desmame. Geralmente possui uma aparncia

    sacular.

    O contorno esofgico parece normal caudalmente a constrio e frequentemente

    h evidncias de pneumonia por aspirao.

    01.4-Corpo Estranho Esofgico

    Definio

    Presena de corpos estranhos intraluminais radiotransparentes ou radiopacos.

    mais comumente visto no interior do esfago torcico (base do corao).

    Sinais Clnicos

    Variam de acordo com o grau de obstruo e durao da obstruo mas

    geralmente ocorre desconforto aps a alimentao, regurgitao, complicaes

    respiratrias, perfurao e morte.

    Alteraes Radiogrficas

    Corpos estranhos radiopacos so identificados em radiografias simples. Ar ou

    lquido geralmente so visveis cranialmente quando h obstruo completa.

    Corpo estranho radiotransparente pode ser delineado por contraste.

    Espessamento da parede esofgica pode ser visvel e pode formar divertculo.

    Figura 3. Radiografia laterolateral demonstrando corpo

    estranho (anzol).

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 5

    www.veterinariandocs.com.br

    01.5-Divertculo e Estenoses

    Divertculo

    Tracionador: resultante de aderncias e contraes associadas a uma

    leso periesofgica.

    Propulsor: resultante de presso intraluminal aumentada que pode surgir

    com prolongada obstruo por corpo estranho ou estenose esofgica.

    Estenoses: geralmente causada por refluxo de contedo gstrico durante

    anestesia geral ou por corpos estranhos e envenenamento.

    Alteraes Radiogrficas

    Verifica-se presena de ar, lquido ou alimento.

    *Pode passar desapercebido no exame radiogrfico simples.

    Figura 4. Radiografia laterolateral demonstrando

    divertculo esofgico.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    01.6-Compresso Extrnseca

    Definio

    Presena de massas no interior do pescoo e do trax no associadas ao esfago

    que causam presso sobre ele.

    Alteraes Radiogrficas

    Verifica-se opacidade aumentada (presena de massa tireide aumentada, timo

    ou linfonodos) e presena de ar cranialmente compresso.

  • 6

    www.veterinariandocs.com.br

    01.7-Neoplasias Esofgicas

    Consideraes Gerais

    So raras em caninos e felinos e os principais so o carcinoma de clulas

    escamosas e fibrossarcoma.

    Alteraes Radiogrficas

    Presena de massa radiopaca e no exame contrastado verifica-se irregularidade

    de parede, falha no preenchimento e espessamento de parede.

    01.8-Intussuscepo Gastroesofgica

    Definio

    Passagem de uma poro ou da totalidade do estmago para o interior do lmen

    esofgico.

    *Pode estar associado ao megaesfago.

    **Maioria dos animais afetados morrem dentro de algumas horas.

    Alteraes Radiogrficas

    Verifica-se rea de opacidade aumentada no trax caudal, esfago dilatado por

    gs cranialmente massa, o brio permite a visualizao das dobras gstricas no interior

    do esfago.

    Bao e pncreas podem estar envolvidos na invaginao.

    Figura 5. Radiografia laterolateral demonstrando intussuscepo

    gastroesogfica, notar pregas gstricas no interior do trax.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 7

    www.veterinariandocs.com.br

    02-Estmago

    Anatomia

    Crdia: abertura que se comunica com o esfago.

    Fundo: fundo cego que se situa dorsalmente a esquerda do crdia.

    Corpo: estende-se desde o fundo at o piloro.

    Piloro: comunica-se com o duodeno.

    Posio da Bolha Gstrica nos Diferentes Decbitos

    Decbito lateral direito: bolha dorsal (ar).

    Decbito lateral esquerdo: bolha ventral (ar).

    Alteraes Estomacais

    02.1-Corpo Estranho

    Caractersticas Gerais

    Pode obstruir o piloro provocando vmito e distenso gstrica ou pode estar

    presente apesar da ausncia de sinais clnicos.

    Alteraes Radiogrficas

    Presena de corpo estranho no interior do lmen estomacal, podendo ser

    radiopaco (verifica-se em radiografia simples) ou radioluscente (necessita de meio

    contrastado para melhor visualizao).

    Figura 6. Radiografia laterolateral demonstrando

    corpo estranho de material plstico radiopaco (seta

    azul).

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 8

    www.veterinariandocs.com.br

    02.2-Gastrite

    Alteraes Radiogrficas

    No facilmente diagnosticada por radiografias. A parede gstrica pode estar

    espessada, o estmago inflamado esvazia mais rapidamente e pode-se verificar

    calcificao de parede em gastrite urmica.

    02.3-lcera Gstrica

    Alteraes Radiogrficas

    O exame deve ser contrastado e h projeo da coluna de contraste no sentido da

    parede gstrica e formao de halo radiotransparente demonstrando edema de parede

    gstrica.

    02.4-Sndrome Dilatao Toro Gstrica

    Definio

    A sndrome da dilatao vlvulo gstrica se refere a aumento no volume gstrico

    no qual o estmago distendido, gira sobre seu eixo, podendo ou no ser agravado por

    vlvulo, levando a desordens fisiopatolgicas e sistmicas.

    Etiologia

    Os fatores que desencadeiam essa sndrome ainda no foram identificados, mas

    acredita-se que os elementos de risco incluam idade, conformao corporal magra,

    ingesto rpida de grandes volumes de comida e gua (distenso gstrica crnica que

    pode potencialmente danificar o esvaziamento gstrico), fornecimento de uma nica

    refeio diria, exerccio e estresse ps prandiais e composio alimentar (raes secas

    a base de cereais e volumosos).

    Os motivos do aumento gstrico decorrem do acmulo de gs, fludo ou ambos

    no so bem conhecidos, teorias incluem que o gs possa ser produzido por

    Clostridium perfringens, formao de CO2 durante a digesto, e principalmente

    aerofagia. A secreo gstrica normal e a transudao de fludos para o interior do

    lmen gstrico como resultado da congesto venosa contribuem com o acmulo de

    lquido.

    Alteraes Radiogrficas

    A avaliao radiogrfica necessria, para diferenciar a dilatao simples, da

    dilatao mais vlvulo.

    O piloro se situa cranialmente ao corpo gstrico e fica separado do resto do

    estmago por tecido mole (sinal de C reverso).

  • 9

    www.veterinariandocs.com.br

    Na vista dorso ventral, o piloro aparece como uma estrutura preenchida por gs,

    esquerda da linha mdia.

    Pode ocorrer a compartimentalizao do estmago na vista lateral e

    esplenomegalia.

    O pneumoperitnio sugere perfurao gstrica e requer cirurgia imediata

    estmago pode estar to dilatado que parecer preencher quase todo o abdome.

    Os intestinos esto deslocados caudalmente.

    Figura 7. Radiografia abdominal lateral direita de um co com dilatao vlvulo gstrico,

    mostrando estmago preenchido por gs, distendido e compartimentalizado.

    Fonte: FOSSUM, 2005.

    Figura 8. Radiografia abdominal laterolateral de um co Basset

    Hound com dilatao gstrica demonstrando estmango preenchido

    com gs e distendido.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e Gatos Lages/SC, 2012.

  • 10

    www.veterinariandocs.com.br

    02.5-Neoplasia

    Caractersticas Gerais

    So pouco comuns em felinos e caninos e podem ser classificados em primrias

    ou secundrias (neoplasias adjacentes que podem invadir o estmago). O principal sinal

    clnico o vmito.

    Alteraes Radiogrficas

    Verifica-se ausncia do padro normal das pregas da mucosa, espessamento da

    parede gstrica, presena de massa intraluminal.

    Incapacidade de delinear o estmago no estudo com o brio (exame

    contrastado), presena de lceras e perda da distensibilidade do estmago.

    02.6-Obstruo Pilrica

    Etiologia

    A obstruo pode ser causada por corpo estranho, hipertrofia, inflamao,

    estenose pilrica, espasmo, toro gstrica ou neoplasia.

    Alteraes Radiogrficas

    Estmago aumentado de tamanho (dilatao), atraso no esvaziamento gstrico,

    com grande quantidade de lquido.

    Brio preenche somente a entrada do lmen do piloro (sinal em bico de ave) ou

    passa para o interior do canal pilrico estreito (sinal em fio).

  • 11

    www.veterinariandocs.com.br

    03-Intestino Delgado

    Anatomia

    Estende-se desde o piloro at a juno ileoclica.

    Caractersticas Gerais

    Estudos detalhados necessitam da utilizao de meio de contraste e o tempo

    usual de trnsito de brio atravs do intestino delgado varia de 2 a 4 horas.

    Alteraes Intestinais

    03.1-Obstruo Intestinal

    Etiologia

    Pode ocorrer por mal formao congnita, corpo estranho, intussuscepo,

    abscesso intramural, hrnia encarcerada ou estrangulada, vlvulo, infarto mesentrico,

    parasitas, aderncias, estenose ps operatria, acmulo e reteno, leses inflamatrias

    ou traumticas e neoplasias.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se dor, anorexia, depresso, diarreia, distenso e dores abdominais.

    Figura 9. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando alas

    intestinais dilatadas que se constituem em camadas.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    Alteraes Radiogrficas

    Distenso notvel de uma ala intestinal, preenchida por lquido/gs ou lquido,

    alas intestinais distendidas paralelas umas s outras, criando a estratificao dos

    intestinos.

  • 12

    www.veterinariandocs.com.br

    Gs visibilizado cranialmente ao nvel da obstruo e o intestino distal a

    obstruo pode estar vazio.

    Corpos estranhos em forma de fio causam pregueamento intestinal. E no exame

    contratado verifica-se passagem lenta ou no progresso do meio de contraste ao longo

    do intestino e diminuio do lmen intestinal.

    03.2-Intussuscepo

    Definio

    a invaginao de uma poro do intestino (intussuscepto) para o interior do

    segmento distal adjacente a ele (intussuscipiente).

    Etiologia

    Associado a hipermotilidade, enterite ou parasitismo.

    A mais comum a intussuscepo ileoclica e pode causar obstruo parcial ou

    total.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se vmito, dor abdominal, passagem de muco e/ou sangue e massa

    palpvel no abdome.

    Alteraes Radiogrficas

    Simples: alas intestinais distendidas por gases cranialmente obstruo e

    presena de massa radiopaca.

    Contrastada: falha na progresso do contraste (sinal de fio) e falha de

    preenchimento (delimitao de ala dentro da outra) ou pode-se ter aparncia em mola

    em espiral (brio no interior das pregas no intussuscipiente).

    *O enema de brio o mtodo mais satisfatrio para demonstrar intussuscepo.

    Figura 10. Radiografia laterolateral abdominal com enema de brio demonstrando

    aparncia caracterstica de mola em espiral.

  • 13

    www.veterinariandocs.com.br

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    03.3-Enterite

    Alteraes Radiogrficas

    Simples: quantidades anormais de gs so vistas em todo o intestino sem dilatao.

    Contrastada: passagem rpida por peristaltismo aumentado, serrilhamento da mucosa e

    espessamento da parede.

    Figura 11. Radiografia laterolateral abdominal com quantidade excessiva de

    gs no intestino delgado sem dilatao, sugerindo enterite.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    03.4-Neoplasia

    Caractersticas Gerais

    Adenocarcinoma e linfossarcoma so os mais comuns.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se perda de peso, anorexia, vmito e diarreia. Pode haver hematoquesia

    e ascite.

    Alteraes Radiogrficas

    Pode-se verificar sinais de obstruo como falhas de preenchimento e

    irregularidade das mucosas.

  • 14

    www.veterinariandocs.com.br

    04-Intestino Grosso

    Anatomia

    Composto por ceco, clon e reto e lmen maior que do intestino delgado.

    Caractersticas Gerais

    Geralmente visibilizado em radiografias simples por causa das fezes e do gs

    em seu interior.

    Alteraes Intestinais

    04.1-Megaclon

    Definio

    Dilatao importante do clon.

    Etiologia

    Congnito ou adquirido (obstruo prolongada).

    Alteraes Radiogrficas

    Massas de fezes radiopacas so visibilizadas no clon dilatado. No megaclon

    mecnico a dilatao termina no ponto de obstruo.

    Dimetro normal do clon deve ser inferior a extenso de L7.

    Figura 12. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando clon

    distendido com acmulo e reteno de material fecal radiopaco.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 15

    www.veterinariandocs.com.br

    04.2-C olite

    Definio

    Inflamao do clon, podendo ser aguda ou crnica, ulcerativa ou

    granulomatosa.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se tenesmo, diarreia (sanguinolenta) e passagem frequente de pequenas

    quantidades de fezes com ou sem muco.

    Alteraes Radiogrficas

    Verifica-se dobras da mucosa espessadas, estreitamento do lmen do clon,

    espasmo e dilatao dos segmentos do clon, aparncia serreada e irregular do clon,

    ulcerao pode ou no estar presente ou pode no haver alteraes radiogrficas

    visveis.

    Figura 13. Radiografia ventrodorsal abdominal demonstrando clon

    com ulceraes superficiais difusas (setas brancas).

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    04.3-Corpo Estranho

    *Raramente tem significado clnico porque geralmente so eliminados.

    04.4-Neoplasia

    Caractersticas Gerais

    No comum em caninos e felinos e as principais neoplasias so o

    adenocarcinoma, carcinoma e linfossarcoma.

    Sinais Clnicos

  • 16

    www.veterinariandocs.com.br

    Verifica-se sangue nas fezes, constipao ou diarreia e tenesmo.

    05-Fgado

    Anatomia

    Contato com o estmago, rim direito e duodeno.

    Consideraes Gerais

    O estmago indicador de alteraes hepticas (deslocamento caudal).

    Normalmente o fgado no ultrapassa o rebordo costal e possui bordas finas.

    A vescula biliar observada nos casos de litases e colecistite enfisematosa.

    Figura 14. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando

    posio normal de fgado e bao.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    Alteraes Hepticas

    05.1-Hepatomegalia

    Causas

    Insuficincia cardaca (congesto passiva), sndrome de Cushing

    (hiperadrenocorticismo), diabete mellitus, neoplasia primria ou secundria, inflamao,

    hiperplasia, lipidose ou amiloidose ou ingurgitao de bile.

    Alteraes Radiogrficas

    Aumento generalizado de tamanho com arredondamento da margem

    caudoventral (lobo lateral esquerdo), margem caudal projeta-se alm do arco costal,

  • 17

    www.veterinariandocs.com.br

    deslocamento de estruturas relacionadas ao fgado como o estmago que est deslocado

    caudal e dorsalmente (incidncia ventrodorsal).

    Figura 15. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando

    hepatomegalia (setas), fgado alm do arco costal.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 18

    www.veterinariandocs.com.br

    06-Bao

    Anatomia

    rgo alongado de limites bem definidos, caudal e ventral ao estmago. O

    tamanho e o posicionamento podem variar.

    Alteraes Esplnicas

    06.1-Esplenomegalia

    Causas

    Neoplasias, hipertenso portal, hiperplasia em animais com anemia ou infeco,

    doena mieloproliferativa, toxemia, hematoma, administrao de tranquilizantes

    (fenotiaznicos) e toro.

    Alteraes Radiogrficas

    A direo do deslocamento depender do grau de aumento do bao. Um

    aumento notvel deslocar o estmago cranialmente e o intestino delgado

    caudodorsalmente.

    Ceco e clon tambm podem ser deslocados dorsalmente.

    Figura 16. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando

    esplenomegalia (setas azuis).

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 19

    www.veterinariandocs.com.br

    07-Cavidade Peritoneal

    Alteraes em Cavidade Peritoneal

    07.1-Ascite

    Figura 17. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando ascite.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    07.2-Pneumoperitnio

    Figura 18. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando pneumoperitnio,

    o ar pode ser visto caudalmente ao diafragma (setas pretas).

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 20

    www.veterinariandocs.com.br

    Estudo Radiogrfico do Sistema Urinrio

    01-Rins

    Consideraes Gerais

    Radiografia simples: visibilizao dos rins pela presena de gordura perirenal.

    Animais magros ou com lquido perirrenal tem-se dificuldade de visualizao.

    Deve-se observar quantidade, forma, tamanho e topografia.

    Localizao renal

    Tabela 1. Localizao renal

    Espcie Rim Direito Rim Esquerdo

    Canino T13 a L2 L2 a L4

    Felino L1 a L4 L2 a L5

    Tamanho renal (analisar em projeo ventrodorsal)

    Ventrodorsal

    Canino: 2,5 a 3,5 vezes o comprimento de L2.

    Felino: 2,4 a 3,0 vezes o comprimento de L2.

    Alteraes Renais

    Nmero: agenesia, atrofia ou duplicao.

    Localizao: ectopia (pelve ou trax).

    Aumento de silhueta: nefrite aguda, hidronefrose, rins policsticos, cistos

    perirrenais, neoplasias e PIF.

    Diminuio da silhueta: hipoplasia renal, nefrite crnica e infarto renal.

    Aumento da radiopacidade: nefrocalcinose, clculos renais ou neoplasias.

  • 21

    www.veterinariandocs.com.br

    02-Utereteres

    Anatomia

    Localizado no espao retroperitoneal.

    Consideraes Gerais

    No so visualizados em radiografia simples e na radiografia contrastada o

    dimetro normal varia entre 2 e 3 mm.

    Alteraes Ureterais

    Nmero (associada ao nmero de rins), ruptura, ureter ectpico, megaureter,

    clculos ureterais e estenose (ps cirrgico).

    Urografia Excretora

    Definio

    Administrao endovenosa de composto iodado orgnico hidrossolvel que ser

    rapidamente excretado pelos rins. Avalia qualitativamente a funo renal e permite a

    avaliao do tamanho, forma e localizao de rins, ureteres e bexiga.

    Indicaes

    Quando houver suspeita de clculos renais, clculos ureterais ou compresses,

    ruptura de ureter, parasitose renal, neoplasia e cistite.

    Contra Indicaes

    contra indicado em animais severamente debilitados, especialmente na

    presena de desidratao marcante.

    Meios de Contraste

    Reliev 60 (diatrizoato de meglumina 60%) ou Urografina (amidotrizoato de

    sdio e amidotrizoato de meglumina).

    Preparo do Animal

    Jejum alimentar de 24 horas e hdrico de 12 horas, administrao prvia de

    laxantes e antifisticos (24 horas antes do exame) e esvaziar a bexiga antes da

    administrao do contraste.

    Tcnica

    Radiografia simples em projeo laterolateral e ventrodorsal para avaliao geral

    e aps isto administrao de contraste.

  • 22

    www.veterinariandocs.com.br

    Tempo de Progresso do Contraste

    Tabela 2. Tempo de progresso e preenchimento do contraste

    Tempo (radiografia) Projeo Fase

    Imediatamente aps Ventrodorsal Parnquima comea a filtrar (nefrograma)

    3 a 5 minutos Ventrodorsal e Laterolateral Parnquima, pelve e ureter (pielograma)

    10 a 15 minutos Ventrodorsal e Laterolateral Parnquima, pelve, ureter e bexiga (cistograma)

    20 a 30 minutos Ventrodorsal e Laterolateral Preenchimento total da bexiga (cistograma)

    Fases

    Arteriograma: geralmente no se visualiza esta fase.

    Nefrograma: opacificao difusa do parnquima renal. Demonstra suprimento

    vascular, a perfuso do rim e documenta a presena de tecido renal funcional.

    Pielograma: o contraste filtrado no interior do sistema coletor renal com a

    urina. A pelve e o recesso renal sero opacificados.

    Cistograma: opacificao da bexiga.

    Figura 19. Radiografia ventrodorsal abdominal. (A) Nefrograma (B) Pielograma.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    Achados Normais

    Ambos os rins so visualizados, a imagem cortical renal deve ser difusamente

    opacificada, indicando uma funo uniforme em todas as reas, ambas as pelves e

    ureteres devem ser visualizados, os ureteres devem ser retilneos, as pelves e os sistemas

    coletores devem ter densidade tnue.

  • 23

    www.veterinariandocs.com.br

    A bexiga urinria deve se opacificar progressivamente e no deve apresentar

    defeitos de preenchimento. A parede vesical deve apresentar contorno liso e espessura

    uniforme.

    03-Bexiga

    Consideraes Gerais

    A gordura ao redor dos ligamentos que mantm a bexiga na posio facilita a

    visualizao desta.

    A parede no visvel em radiografia simples, devido a densidade da parede ser

    igual da urina.

    Apresenta diferentes tamanho de acordo com a repleo e o formato geralmente

    ovide

    Cistografia

    Definio

    Consiste na administrao de contraste pela uretra para visualizao da bexiga

    urinria.

    Tipos

    Positivo: pela administrao de contraste (iodo orgnico) no volume de 6 a 12

    mL/Kg com prvio esvaziamento da bexiga.

    Negativo (pneumocistografia): pela administrao de ar no volume de 6 a 12

    mL/Kg com prvio esvaziamento da bexiga.

    Duplo contraste: pela administrao de contraste e ar conjuntamente no volume

    de 2 a 5 mL de iodo orgnico e 6 a 12 mL de ar.

    *Cateter sempre posicionado na posio distal da uretra e radiografias em projees

    laterolateral e ventrodorsal.

    Indicaes

    Quando houver suspeita de cistite, clculos vesicais, neoplasia de parede,

    ruptura, mal formaes e ectopia.

    Contra Indicaes

    Quando houver atonia vesical.

    Preparo do Animal

    Jejum de 12 a 24 horas antes do procedimento e enema antes do procedimento.

  • 24

    www.veterinariandocs.com.br

    Achados Normais

    A bexiga deve estar uniformemente distendida, com parede final e de largura

    regular.

    Figura 19. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando contraste negativo (ar) e contraste positivo

    (contraste) respectivamente.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    Figura 20. Radiografia laterolateral abdominal

    demonstrando duplo contraste (ar e contraste).

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    Alteraes Vesicais

    Forma: cistite, divertculos, persistncia ou resqucio do raco, ruptura vesical,

    compresso por formao isolada (aumento de volume uterino, prosttico ou

    neoplsico).

    Aumento: clculos vesicais, atonia vesical ou neoplasia.

    Diminuio: ureter ectpico, ruptura e hrnias.

  • 25

    www.veterinariandocs.com.br

    Falha de preenchimento: cogulos, clculos, plipos e neoplasias.

    03.1-Cistite

    Consideraes Gerais

    Bexiga deformada predispe a formao de ncleos de sedimentao e

    ocorrncia de cistites e clculos.

    Sinais Clnicos

    Verifica-se tentativas frequentes de mico com passagem de pequenas

    quantidades de urina, a urina pode estar turva ou manchada de sangue.

    Uma palpao profunda de abdome caudal causa desconforto.

    Alteraes Radiogrficas

    Difcil de avaliar em radiografia, mas pode-se visualizar irregularidade da

    mucosa e falhas de preenchimento, principalmente em estudo contrastado.

    Alteraes Ultrassonogrficas

    Visualizao da parede da bexiga difusamente espessada, parede pode estar

    hiperecica e mucosa irregular.

    03.2-Divertculos

    Definio

    Protruso da mucosa da bexiga atravs de uma fragilizao da parede vesical.

    Pode ser resultado de um traumatismo.

    * melhor demonstrado atravs de cistografia positiva.

    Consideraes Gerais

    Geralmente localizados em polo cranial ou no meio da bexiga e relao com

    persistncia do raco.

    Os divertculos so locais de predisposio para processos infecciosos.

    Alteraes Radiogrficas

    Reteno de contraste no divertculo aps exame contrastado e mico ou

    pequena bolsa externa na parede da bexiga.

  • 26

    www.veterinariandocs.com.br

    Figura 21. Radiografia laterolateral abdominal

    demonstrando divertculo e parede nitidamente

    espessada.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    03.3-Clculos Vesicais

    Radiopacos

    Oxalato: rugosos, denteados e espiculados.

    Fosfato: redondos, elpticos e piramidais.

    Slica: espiculados, redondos e pequenos.

    Radiotransparentes

    Cistina: lisos, pequenos e de formato esfrico a oval.

    Urato: redondos a elpticos e pequenos.

    *Cuidado com radiografia contrastada e presena de bolhas de ar devido a sondagem

    (diferenciar de clculos).

  • 27

    www.veterinariandocs.com.br

    Figura 22. Radiografia em projeo laterolateral demonstrando mltiplos

    clculos vesicais e uretrais radiopacos (setas azuis) em canino macho.

    Fonte: Clnica Veterinria Ces e Gatos Lages/SC, 2011.

    03.4-Ruptura de Bexiga

    Consideraes Gerais

    Verifica-se presena de lquido ou meio de contraste na cavidade abdominal e

    geralmente esto relacionados a fraturas de pelve.

    03.5-Neoplasias

    Consideraes Gerais

    Aspecto irregular da bexiga e geralmente ocorre no polo caudal.

    indicado o exame contrastado (uretrocistografia) de duplo contraste para

    melhor visualizao.

  • 28

    www.veterinariandocs.com.br

    04-Uretra

    Anatomia

    Fmeas: mais curta.

    Machos: duas pores (prosttica e peniana).

    Uretrografia

    Definio

    Tcnica radiogrfica contrastada para avaliao da uretra.

    Indicaes

    Indicado para casos de disria, hematria, estrangria ou incontinncia urinria,

    avaliao de alteraes congnitas, casos de fratura de pelve, clculos uretrais,

    obstrues e neoplasias.

    Preparo do Animal

    Enema prvio e sedao do animal.

    Tcnica

    Realizar radiografia simples nas projees laterolateral e ventrodorsal

    previamente. Introduzir sonda uretral e administrar o contraste no volume entre 5 a 15

    mL de iodo orgnico. Realizar novas radiografias primeiramente em projeo

    laterolateral e posteriormente em projeo ventrodorsal.

    Achados Normais

    -A uretra deve ter um contorno liso em todo seu trajeto.

    -A uretra prosttica mais larga que a extraplvica.

    -No macho o contraste no penetra nos ductos prostticos ou no tecido

    glndular.

    Alteraes Uretrais

    Compresso por clculos, ruptura uretral ou estenose (cicatricial, hiperplasia

    prosttica, fratura de osso peniano e neoplasias).

  • 29

    www.veterinariandocs.com.br

    Estudo Radiogrfico e Ultrassonogrfico do Sistema Reprodutor

    Feminino

    01-Ovrios

    Anatomia

    Localizao: polo caudal ao rim ipsilateral.

    Consideraes Gerais

    Ultrassonografia: utilizar transdutores entre 5 e 10 MHz (10MHz mais detalhes

    e menor penetrao) e cuidado para no confundir com ala intestinal vazia.

    Dificuldades: porte do animal, ecogenicidade semelhante aos tecidos adjacentes,

    presena de gs nas alas intestinais, fase do ciclo estral e capacidade do aparelho.

    Aspectos: aspecto varivel de acordo com a fase do ciclo. Aumento de todo o

    trato reprodutivo (tamanho e dimetro da parede) devido a alteraes fisiolgicas pelo

    aumento da concentrao de estrgeno.

    Indicaes da avaliao: ciclos curtos, prolongados ou anestro, infertilidade,

    suspeita de doena ovariana policstica, presena de massa na regio caudal ao rim,

    sndrome do ovrio remanescente, ps OSH (formao de granuloma) e ps cirrgico

    imediato (investigar hemorragia).

    Fases do ciclo estral: deteco da ovulao pela diminuio do tamanho e

    nmero de folculos de um dia para o outro. Requer acompanhamento dirio.

    Dificuldade em cadelas: detectar a ovulao, j que os folculos pr e ps

    ovulatrios so semelhantes ultrassonograficamente.

    Alteraes Ovarianas

    Cistos ovarianos, neoplasias, formao cstica decorrente de poro estroma no

    retirado, granulomas por reao ao fio de sutura e fstulas ureterovaginais iatrognicas.

    01.1-Cistos Ovarianos

    Tipos

    Foliculares;

    Lutenicos;

    Alteraes Ultrassonogrficas

    Verifica-se contedo anecico, paredes finas, reforo acstico, quantidade

    varivel de cistos, podendo ser uni ou bilateral e de tamanho variado.

  • 30

    www.veterinariandocs.com.br

    01.2-Neoplasia

    Tipos

    Tumores de superfcie epitelial: adenocarcinoma e adenoma geralmente em

    cadelas.

    Tumores do cordo sexual e estroma gonadal: tumor de clulas da granulosa

    geralmente em gatas, tecoma e luteoma.

    Tumor de clula germinativa: disgerminoma.

    Classificao

    Localizao, tamanho, uni ou bilateral, contornos e ecogenicidade.

    *Importante excluir outras possveis massas em outros rgos e fazer pesquisa de

    metstase.

    02-tero

    Anatomia

    Estrutura homognea hipoecica, lmen no visibilizado em condies normais,

    localizado dorsalmente a vescula urinria e ventralmente ao clon.

    Consideraes Gerais

    Ultrassonografia: utilizao de transdutoras de 5 a 7,5MHz. Cuidados antes do

    exame: deve-se ter vescula urinria repleta e ausncia de gases.

    *Deve-se diferenciar de alas intestinais as quais possuem peristaltismo, gs e 5

    camadas na parede.

    Alteraes no tamanho uterino: devido ao tamanho do animal, nmero de

    gestaes, estado gestacional, alteraes patolgicas e fase do ciclo estral.

    Alteraes Uterinas

    02.1-Prenhes

    Diagnstico

    Confirmado aps a identificao de uma bolsa fetal com cerca de 18 dias

    (precoce).

    At os 25 dia se os fetos morrerem sero absorvidos.

    interessante saber o ltimo dia da cobertura.

  • 31

    www.veterinariandocs.com.br

    Consideraes Gerais

    No determina a sexo do filhote e dificilmente ir saber o nmero correto de

    filhotes.

    A quantidade mais facilmente determinada pela radiografia aps o 45 dia de

    gestao, pela contagem de crnios.

    Idade Gestacional

    Mensurao da cabea pouco precisa.

    Deve-se correlacionar com a data da ltima cobertura e a estimativa de erro de

    5 dias.

    Alteraes Fetais

    15 a 18 dias: aumento do tero e presena de vescula gestacional.

    21 dias: vesculas gestacionais e presena de fetos.

    26 a 28 dias: definio do contorno fetal.

    29 a 30 dias: incio da mineralizao do esqueleto e movimentao dos filhotes.

    33 dias: mineralizao das costelas.

    45 dias: diferenciao entre pulmo e fgado, visualizao das cmaras

    cardacas.

    50 a 52 dias: visualizao dos rins.

    57 a 63 dias: movimentao intestinal fetal.

    Figura 23. Radiografia laterolateral abdominal demonstrando gravidez

    normal em uma gata.

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

  • 32

    www.veterinariandocs.com.br

    Avaliao para Encaminhar para Cesariana

    Deve-se considerar os parmetros: peristaltismo fetal, quantidade de lquido

    entorno do feto, movimentao fetal e batimentos cardacos (o normal cerca de 200

    bpm, quando estiver abaixo de 150 bpm indica estresse fetal).

    02.2-Morte Fetal

    Consideraes Gerais

    Visto na radiografia simples.

    Alteraes Radiogrficas

    Presena de gs no tero e/ou fetos, sobreposio dos ossos do crnio, lise do

    esqueleto fetal, perda da curvatura normal da coluna e mumificao (contrao do

    esqueleto e menor tamanho do feto).

    Morte fetal at 25 dias de gestao leva a absoro, entre 35 e 40 dias aborto e

    acima de 45 dias mumificao ou macerao (contaminao bacteriana concomitante).

    02.3-Gravidez Ectpica

    Alteraes

    Feto com aparncia muito opaca devido a falta de lquido, pode ter aparncia de

    mumificado e posio anmala.

    02.4-Endometrite

    Alteraes Ultrassonogrficas

    Aumento uterino, espessamento de parede uterina, contorno irregular da mucosa

    e geralmente pequena quantidade de lquido anecico no lmen.

    importante diferenciar de estro e incio de diestro.

    02.5-Hiperplasia Endometrial Cstica

    Definio

    Enfermidade causada por uma resposta acentuada do endomtrio a

    prostaglandina levando a formao cstica do tecido glandular.

    Alteraes Ultrassonogrficas

    Verifica-se aumento do dimetro uterino, mltiplos cistos irregulares de

    tamanho varivel e pode ocorrer aumento dos linfonodos ilacos mediais.

  • 33

    www.veterinariandocs.com.br

    02.6-Piometra

    Definio

    Infeco uterina secundria.

    Classificao

    Aberta: crvix aberta com expulso de contedo uterino via vaginal.

    Fechada: crvix fechada sem expulso de contedo uterino e maior distenso

    abdominal.

    Alteraes Ultrassonogrficas

    Verifica-se estrutura tubular com contedo hipo ou anecognico (dependente da

    celularidade) e presena de reforo acstico distal.

    Figura 23. (A) Radiografia laterolateral abdominal demonstrando massas uterinas convolutas caracterstico

    de piometra. (B) Exame ultrassonogrfico demonstrando grande estruturas tubulares com contedo anecico

    (tero em seco transversal mltipla).

    Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.

    *Diferenciar de intestino delgado.

    Alteraes Radiogrficas

    Detecta grandes aumentos uterinos e verifica-se estrutura tubular de

    radiopacidade homognea.

    Diagnstico Diferencial

    Mucometra, hidrometra e hemometra.

  • 34

    www.veterinariandocs.com.br

    02.7-Piometra de Coto

    Alteraes Ultrassonogrficas

    Verifica-se presena de massa entre a bexiga e clon com aspecto heterogneo

    ou cstico. Pode ocorrer aderncia vescula urinria.

    02.8-Neoplasia

    Consideraes Gerais

    Raro em cadelas e gatas. Os mais comuns so leiomiomas, leiomiossarcoma

    (cadelas) e adenocarcinomas (gatas).

    H relatos de TVT em coto uterino.

    Caractersticas inespecficas, difcil de diferenciar de abscessos, hematomas e

    granulomas.

  • 35

    www.veterinariandocs.com.br

    Referncias Bibliogrficas

    KEALY J. K., MCALLISTER H. Radiologia e Ultrassonografia do Co e do Gato. 3

    ed. Editora Manole, So Paulo, 2005.

    FOSSUM, T. W. Cirurgia de Pequenos Animais. 2 ed. Editora Roca: So Paulo, 2005.