diagnóstico em cólica equina

download diagnóstico em cólica equina

of 29

Transcript of diagnóstico em cólica equina

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    1/29

    Auto resArmcn Thomassian - FIVIVZ-UNESP

    D'clphim da Grap Macoris - FCA V-}lNESPCeraldo Eleno Si lve ira Alves - EV-UfMG

    Luis Claudio Lopes C. da Silva - F1Vl\{Z-USl)Pedro V. Michelotto Junior - SOMEVE-PRSWio Pacca Lourei ro Luna - FiAVZ-UNESP .;

    I Forurn de Ga~)tro(:ntcrologia EquinaI Congn;sso Brasileiro de Cirurgia e

    Anestesiologia VeterinarraCoordenacfio

    Dciphi:n da Crap Macoris - yeA V-UNEsrJose Antonio Marques - fCA\'-UNES?

    C urit ihu - p~

    - - - - - - - - - - - - ~ ~ - -. JAn01'lCAf;U!sikh Alves 'd-eOl.i~en lSS.5\'.~~&-3t

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    2/29

    OS RESUl\ lOS i )AS PALESTRAS DO I FC)RUI\1 DE GASTI{OENTEROLOGIAFORAM ENCAMlNllADOS PARA INOEXA

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    3/29

    , ORlJM 01: Ci,\SIROtNII ROUXilA 1,()lJINA.1('urlllh.,. M

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    4/29

    II)RUM DE (;ASl ROI.N rt:ROL{)< ;IA I ()tnNA. !CUfl lrho v, . M(; . ox de Nnvcmbeo de 1'1'1.1\0)\1'. __

    acornpanhante informa scm scr ar gliido de mancira ponncno rizada, j~lnaanarnncse este acornpanhan te responde a inquirimcnto ao scr induzido.Neste aspecto, 0 clinico deve ser cuidadoso, pais nao 5,10 raras aspossibilidades de h istoricos inusitados dctu rpados assim como anamnesesprejudicadas por ornissocs ou rcsposras ruio vcrdadciras alern dasrespostas induzidas ou convcnientcs.Na rea lidadc , e rn var ias s ituacocs a diagnost ico pode sc r rcal izadocom base na anarnncse, cntretanto na maio ria dos casas a anarnncseauxilia a rcalizacao do diagnosrico. sendo f rcq iicntc tambcrn ,IS situacocsem que 0 paciente ex ige pronto atcndimcnto, n.io havendo de in icio tempopara rcalizacao da anarnnese. Por tim hi aquelas situacoes em que tanto ahistorico quanta a anarnncse nao sornarn nada, como ja foi mencionado.Apes considcrar todos os fatorcs pode influir signiticativamcnte nohistor ico c na anamnese, 0 Vetcrinar io nao deve csqucccr que 0 bomrclacionamento entre as pessoas cnvolvidas com 0 caso, pedesalvaguardar 0 cxito.

    INQUIRIMENTOSera conduzido como se faz na pratica. Cada quesuio Sera segu ida

    de consideracoes a respcito da sua irnportancia, nortcada pelapredisposicao, fatores de risco e corrclacocs entre cada dado lcvantado cas possibi lidades etiologicas .1) Quando iniciou a colica? ( tempo de col ica)

    ... Colicas que duram dias ou sernanas. normalmcnte ocorrem pardisturbios no transite sem obstrucfio total. por alteracao da peristalse, porirnpactacocs seJinll;nun:~;ull IIH:SII10 sCL,lllcn(ar!'s. !loticndo t.uuhcruocorrer em virtude de dcslocamcntos scm cstirarnento do mesenteric esew estrangulamento.2) Como iniciou a colica? ("sinais apresentados ")

    ... Colicas de manifestacao subita com dar continua e severn.ocorrem apos alirnentacao, em virtude de dilatacao gastrica, ou parprejuizo da perfusao visceral corn amcaca da intcgridade tissular.estrangularnento inguino-escrotal.

    I ORUM OL(j.\:-' I I-H1LN ITRot.O( ;lA j() IJINA. Il"UrI!l08_ Mj . ()~ e Nu\ ('mh fl l d e 1 ', 1< .1 t.\ns,,_

    3) Quantas I'ezes estc animal tcve colica? ("qU;1llt:lS colicas")... Colicas que rccidivam de modo scmclhante, dentre outras

    causas, podem se originar de trornboernbolismo parasirario nas derivacoesa na st or no ti ca s c ia vasculature intestinal.4) 0 anima/ foi operado anteriormcnte? (ja Ioi opcrado de colica")

    ... Varies cpisodios abdomina is que cxigcm tratarnento cirurgico,deixarn 0 animal prcdisposto a novos disturbios au recidivas, assirn comodeterminadas tecnicas cirurgicas. As aderencias pos-cirurgicas nao sa oraras , quando envolvern 0 intestino delgado e oco rrendo pr ecocernentepodern detcrminar abdorne agudo.5)Houve alguma atividade illites do inicio da colica? (0 q ue fe z" )

    -+ Garanhocs confinados. Iisicamernc mal condicionados, que saosolicitados a cobcrturas ou subitamente submetidos ao trabalho scmprevio aquecimento, estao sujcitos a cncarceramentos de alcas intestinaisa traves dos ane is inguinai s int ernes.

    6) Houve p arto recente? (quanto tempo faz que pariu?)... Eguas recern paridas podern apresentar tarnbern falsas colicas

    (retencoes da placenta e anexos fetais), ou colicas verdadeiras pordeslocarnentos de colons. Assim como cguas apos 0 setirno mes degcstacao podem adquirir uma torcao de utero e manifestar falsa colica .7)0111'(' alguma mudanc a no mancjo? (0 que rnudo '?)

    -+ Banhos carrapaticidas (formamidinas ndo sao indicadas paraeqiiinos pais determinam atonias e consequentes colicas parimpactacoes: organofosforados determinam hipertonias e conseqiientescalicos espasmodicas: etc.}

    \

    .. . Forragem fibrosa . fer rnentada Oll mal manejada tpicadeira com[acas cegas all com correias frouxas), oferta de alimento em grandequant idade apos 0 longo periodo de jejum ou trabalho, podern levar asobrecarga gastrica ou irnpactacoes de ceco e colons.

    5

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    5/29

    6 1 ~ )RI )M {)L ( iAS rRHt_! '' 'l LRO t. {X; lA U)\ lINA Ic . . " t Jr l l Iha . . . .. 1(; . oR dclNo ..emhco de 19t1.t Anll~_

    _ Mudancas de paste, de marcas ou tipos de cOllCcntral!os podernlevar a super ingestao c ocasionar colicas por sobrccargas. i\sslln como aingcstao de racocs inadcquadas, moladas ou improvisadas.

    -+ Mudanca de pessoal (trutador cs /lOVOS =-: a ()f~rccermaiores quantidadcs de alimento}; pcriodos de fcstas, tcriados. tins desernan a (niio e 1010 que () animal passe por miulancas /10 mO.lle}o. ~l/recebe alimento para varios elias. () que ocasiona super ingestao,deterioracoes ou apos periodo de lome recebc muito alimento. com ()intuito de compensayQo).8) Qual a intensitlade e a [requencia da dor? (como e a dor?)

    -+ Nesta qucstao 0 Vcterinario t ern que ser muito cuidad~so, poisse trata de urna das mais importarues questocs da anarnnesc e assun sendonao podera haver pre ju izo de in!tmna

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    6/29

    I ORlJM or (iASI RIH NI l IU II t)t.l.'\ I '. 't 1 "-1\ I( t 1Tl rl~M( j j IKu< :: :N l "cmbru ik ,'1'11 \ 1 1 1 1 1 ' ' ' . _

    1{) IHIM 01. ( jASIIH1LN I t ROl .(xaA I ( )t :INA ICUfltTh.l . t '-Hj . UNde No\cmhrn de 1 '/"01\0. '' '_

    liuuidos em dcrnasia e 'on prcss.io ou nclu f'~',ti','a de crcndicc ahsurda dei.uroduzir QVOS iru cir os par a sercm qUt .: ll f; l(h.S C LUl1l l '1-:S massagear ()intestine. Diante de qualqucr situaciio ern que (l lcigo rnanipulou 0 animalpor via rctal. a atcncao deve ser rcdohrndu para sc considcrar a clinicainicial cia colica, a qual pode tcr sc associado ;'IS conscqucncias de urnapossivel ruptura, Alern do que, a rcsponsahilidadc polo acidcnte jaocorrido pode ser transferida ao Velerin:lrio, sc cstc vier a tocar 0 animalroto, apes 0 leigo. Ainda existe a possibilidadc da rupture tcr sido parcial(mucosa e muscular) e se completer (mucosa. IIII/SClIlur c serosa) quandodo exarne Veterinario.

    animais I/OV(}S in=crindo [orravcm muito tibrosa durante a cstaciio secado ano i que ocasionarn cclica gasosa, obscrva-sc a auscncia de dc tccacaoou presence de pcqucno numcro de sibalas contendo muco. Estaquantidadc rcduzida c rcssccada de Iczcs com muco, podera scrob servada quando se taz palpucao rctal ou enema.

    ...... A ausencia da peristalse prcscntc nos casas de ileus resultatarnbern em auscncia de dcfccacao. Quando 0 ileus advern de per itoniteem difusao, e bern cornurn 0 quadro se iniciar com diarreia e depois dealgumas horas ocor rer a parada da detccacao .

    10) Foi pass ada a sonde nosogtistricu? (passou sonda") ...... N as colicas por irnpactacao no intestine grosso, a defccacaopock se tornar cscassa, cvoluindo dcpois de algurn tempo para a auscncia.Todavia nesscs caso s, quando a irnpactacao nao obstrui totalmcn te 0 Iumeda a lca intest inal timpactacoes em scdimento}, a defecacao permaneceprcsente, em virtude do trans ito intestinal nao ser interrompidototalrnente.

    - Saiu alguma coisa pela sonda", 0 que", (;:IS? Liquido", Gas cLiquido?, Racao", Qual a quantidadc", Quantas vczcs saiu ou foi rctiradoconteudo pela sonda?, Como era 0 chciro". Qual era a cor", Como 0animal se cornportou apos a saida ou rctirada de conteudo pcla sonda? Arnelhora apresentada foi definitive?

    - Dilatacao gastric a primaria de v i do a sobrccarga ou fcrmentacaoalirnentar, quase sempre determina dor intensa c continua que cede demaneira dcfin itiv a apos sonc!agem e esvaziamcn to gclstr ico . a que nao scconsegue atraves de analgesicos.

    -- A defecacao em quantidade rcduzida e s o par uma ou duasvezes, nao e de signif icancia consideravel, POl' outro lado, a defecacaoabundante por mais de uma vez, nao se tratando de diarreia, significaquase sernpre urn forte sinal de rnclhora do paciente (pos-operatorio nascirurgias de colica, ileus, impactacoes, etc.).

    - Refluxo continuo de intcnsidadc considcravcl, acornpanhado dedor continua e scvera denota obstrucao por cstrangularncruo de intestinedelgado ou deslocamcnto de intestine grosse, com cstirarncntomesenterico, impedindo a adrnissao de conteudo do intestine dclgado, oudcslocamcnto cornplcto com inicstino delgado. m.intcndo-o .un.issadodebaixo de alcas pesadas (colons]. Retluxo continuo, color acuoarnarelada e odor alcalino, sem dor scvera, tende a ocorrer ern cases deileus, sobretudo no periodo pos-operatorio tcirurg.as abdominaisl,podendo 0 animal ja ter ido a cirurg ia com ileus. Refluxo continuo emgrande quantidade, co loracao avermelhada e cheir o repugnante ocor.e naentente anterior.

    12)0animal urinou?......() cqiiino com colica vcrdadcira pede nao urinar ou urinar pouco

    C conccntrndo ("X(/nl!"', minvau ") dcvido a rcducao da producao deurina, ern casos de dcxidratnc.io. Tumbcm em casos de bloqueio renal, cainda, quando a posicao de micciio cxacerba a dor levando 0 animal aoptar por nao urinar, ale que a dor de distensao vesical supere a dororiginal. 0 que pode nao ocor rer.

    ->Nos cases de colica com toxemia presente, iprincipalrnente emgaranhoes'; ~ Q animal estiver 1_Lrinando repetitivamentc_, sm intery_aloscurtos, pouca quantidade Q . . l ! mesmo ;JDenas tomando Q posicao dc mic

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    7/29

    ;,_ .

    10 I ( l IU ," I ll . ( ;t \' -. !J .HH N IiHOU}( il,\ I ( )t lt :" iA. I{ ur l\ Ih .i .I .T \t (i . \IXJ.:Nu ..~mhwdr: l'II~ \nlli""._

    EXAME CLINICODelphim da Gracu ,Hacori.~

    fTA~'.J-UNESP

    o exarne clinico do pacicntc com colica podc, juntarncntc comoutros nroccdirnentos, scr de grande importancia no cstabclccirnento dodiagnostico cspcc ifico do proccsso c pc rm irir. quando conduzidoadequadamente, urna avaliaciio scgu ra da condicao gcral do pacicntc.

    Os sinais clinicos cia colica equine sao geralmcnle obvios. mcsmopara urn observador casual. Entretanto dcvido ,i grande varicdade decausas de co licas e cia resposta individual de cada an imal, ur n diagnosticoespccifico deve ser buscado, para que se possa instituir a terapiaadequada para cada caso.E importante tarnbern, a despeito da cxperiencia do clinico e dasofisticacao da retina de diagnustico, que se faca scmpre lim cxarncclinico bern planejado. de forma a p er rn it ir u rn r ap id o c st ab cl cc im e nt o dod iagnostico e u rna boa avaliacao do cstado do paciente.

    As inf orrnacocs de estudo s clinicos e pesquisas mais recentes sobrecolica relacionadas aos dad os obtidos no cxame, auxiliarn nacaracterizacao do problema abdominal basico de forma mais especifica,permitindo urn direcionamento para 0 d ia gn os ti co d ef in it iv e, 0estabeleci rnento da terapia e do prognos ti co .

    Os principais itens que devcm constar dcsse cxarne incluem ainspecao, a mensuracao da temperatura (reta I c das extremidades), aauscultacao/percussao do abdorne, a avaliacao das frequencias cardiaca crespiratoria, 0 examc do pulse, a avaliacao da coloracao das I1l11COS8Saparentes c do tempo de prcenchimento capilar. alcrn da avaliacao dahidratacao.INSI'f:(:Ao

    o exame clinico deve ser iniciado pcla observacao do animal,procurando-se identificar a atitude do mesrno, as manifestacoes de dor, asrnodificacoes de formate do abdorne e a aparencia externa. sendoimportante nessa etapa 0 conhecimento de rncdicacao previamenteaplicada pois alguns

    IH{ t JM IH (;AS! ROt N n ROI0( ;IAI ()1 'IN,\ 1t 'u f 1l 1h . .a T \H ; - tlX de No . . cmbeo dc 11J~ \n .,~_ II

    medicarncntos podcm rnascnrar os sinais dificultando a intcrprctacao dosI11CSI110S.

    Com frcquencia 0 animal esta acompanhado por urn tratador.podendo ser contido Oll colocado para carninhar. Nos cases em que asmanifcst acocs de elf'" n.lo Iorcm cvidcntcs. dcvc-se obscrvar 0 animal embaia ou piquete para procurar idcntificar 0 tipo de dor c 0 cornportamcntodo mcsrno.

    Os sinais de manifestacao de dor sao m uito v ariav cis p oden doincluir 0 patcarnento dos mcmbros antcriorcs ou de urn dcles. as vczespreccdida de l ima c lcvacao Ul11pOUCO mais dcmorada do rncsrno, virar acabcca e olhar 0 Ilanco, 0 que oc asion alm cn tc p ode iridicar 0 sitiounatomico da lcsao, coiccar 0 abdome com os mcrnbros posteriorcs.agachar-sc como sc fosse ticar em dccubito, em alguns casos repetindovar ias vezes 0 rnovirncnto e retornando a POSic,: :lO normal em es tacaoapenas para rcinicia-lo, adotar posicao de rniccao repetidas vezes, postar-se em decubito por tempo prolongado, aprescntar bruxisrno. assumir aposicao de cao

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    8/29

    I:! I IlR rM I)L (,AS I ROt N II H )IO(il,\ I 1)\111'1".I("\llIttoo f \. Hi - I ') { de N m cr n o' -" , k ,'1'/' \ n . , _ { uruttw :-1( ()Xdc NO"rtnhfU uc 1,,"1 \nal, _ .

    11 !Kt ,\11)( (,,\~ 1 HOI N r r ROI {}( ,IA jl_lI'IN J\ I 1 J

    das m anifcstacocs dolorosas c 0 C0Il11'f('!11etil1',:ntn

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    9/29

    l o fIO}f..l_I:\1 OL (~t\:-' t it( H ! W It I {() ()( ; 1/ \ I ( }t \ - :. \ Il unu t"oa. M ( , . t lK \ k N '' '' I. ." l1 Ih It 1 d e \'1'1\ '".1'._ IORUM DI (;t\~1 R( H NnRot (MilA I()\ 11"""'\,ICUr\lIt..I\.1(; . (1)( deI"

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    10/29

    16 IORllM Dt ( if 'S (ROI NTI.ROI, I) ( .L\ If)t t lN \ (tunnb. a M(; - OX de NO\'t.:mhro de I '1'1~ \on_ 17OK 1M IH. ( iAS I I tO! Nll ROt {Hi lA l 1 ) \! lNA I( ur rl rh .1 .. r - .H; . ( I) { de Nnvcrnbr n de 1'1'I . l \rui,_- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

    Rccorncnda-sc anlicar o [L'S[Cdo l'n'~'lIl';lll1elll(] d:1 r"lc nn rC!'i;lOpre-cscap; dar ou sobre ~l eSGIi,;1 i.i \ 1:;lU que n.; pL ,c; l il) l 'eSC(l~Ll c:;scpregueamento rode permanecer por urn tempo maior scm guardar rclacaocom a desidratacao.

    Urna ligeira dcrnora do retorno da pclc ~I [lOSiy;10 normal.ucornpanhado de mucosa oral lcvcmcntc pcgajosa indicarn dcsidratacaosuave. Urna dcmora rnais accntuada acornpanhada de mucosa orallcvernente ressccada sao indicativos de urna dcsidratac.io rnodcradacnquanto que urn prcguearncnto que persiste [lor LIm longo tempo,acornpanhado de secura da mucosa bucal c atundamcnto L 10s olhosindicarn urn quadro de desidratacao severa, que rcquer tluidotcrapiaintensiva e imcdiaia.

    SONDAGEM NASOGASTRICAPedro V: ,\fiche/OitO Junior

    SOfffHE-PR

    Na .rvaliacao do pacicntc corn dor abdominal a sondagern nasog{lstric3(sng) C LIm proccdirncnto csscncial tanto [lara 0 diagnostico como para aicrapia. Lcvando-sc ern considcrucdo que em lodos os tipos de co licapo de ocorrcr sobrccarga g;'lstrica primaria ou sccundaria.Anntornicamcnrc 0 cavalo c impossibilitado de rcgurgitar, havendoportanto, 0 risco de ruptura caso o cstornago cstcja sobrecarrcgado. EmCISOS de sobr ccarga extrema COIl1 g~is, fluido ou alimcntos, a prcssaoin tc rn a a urn cn ta F .:c ha ndo c or np lctamcntc 0 cardia. Os pac icntes corn darmodcrada a severn 0\1 com pulso igual Oll maior de 60/min.devem scrsondados logo no inicio do cxamc para dctcrminacao da distcnsaog~'I~;trica, aliviando a prcssJo c cvituudo assim a ruptura. Ern pacicntcscom cst

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    11/29

    18 I ORUM 1>1:(;,\SI ROtN 11ROI.O(;I,\ 1{J\I INA.'( Ufl tI N. Mi - ux de Novembro dc I'kj,l '\n2ii,,_

    CONTEN

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    12/29

    20 I tUt,tlM 1>1(,.\stRtH 7'-!q If'Of.()(,I,\ UJlIINA_1('Ilmh:t_ M(i U)(!.k: f't.Iu\embrod..: II/OJ.! \nJli:,_

    aoertado, devendo-so :1frp"x~i-loou rctira- lo . Na lar ingc a sonda pode serrooada 100 graus para sua curv.uura natural scr dirccionada dorsalmentepara 0 esofago. t\ presence da sonda na faringe e laringe provoca adegluticao, memento em que a sonda deve ser avancada rapidamente.Algurn cavalos otcrcccm rcsistcncia em cngolir a sonda scndo que amelhor tentativa c considcrada a prime i ra vez em que a sonda chcga ataringe . Deve-se cvi tar momentos repe tidos com a sonda mas. sopra r Ollt rocar a faringe lcvcrnentc para provocar a degluticao. evitando trauma esangramento a par tir da regi, io etrnoidal ou veins da mucosa.

    No insuccsso em passar corretarnentc a sonda nasogastrica nasprimeiras tentativas, deve-sc ret ira- la e submergi- la em 6.gua rnorna, Istotem dupla funcao: a primeira c a de lubrificar a sonda, cnquanro a segundae a de dar tempo para 0 ve terina rio assimi lar a frustracao. Urna boarnedida e tentar entao pela nar ina oposta, 0 que normalrncnte resulta emsucesso.

    Devemos sernpre estar seguros de que a sonda encontra-se noesofago. A succao colapsa 0 esofago. 0 que nfio ocorre na traqucia onde 0ar sera constantemente succionando. 0 esofago ofe rcce resi st encia aoavanco da sonda 0 que nao ocorre na traqueia. Assoprando-se naextrernidade da sonda 0 esofago sera insuf lado permitindo a sondagemcom menor resistenc ia, A passagem inadvertida para a traque ia e avancoda sonda podera provocar tosse. A observacao da goteira jugularesquerda faz notar 0 aurnento de volume que rnarca 0 t raje to da sonda. Naduvida deve-se reti rar a sonda e urna nova tentat iva deve ser procedida, jaque a administracao inadver tida de medicamentos para os pulrnoes leva amorte do paciente e urn processo contra 0 pro fissional.

    A sonda nunc a deve ser forcada contra wn ponto de resistenc ia noesofago 0 que pode causar uma ruptura.o cardia oferecc nomaior rcsistcncia a sondngcrn, que podc scrdirninuida assoprando-se a sonda ou administrando-se solucao delidocaina e esperando que 0 cardia relaxe.Na passagem do cardia, num cavalo sadie, percebe-se 0 odor docepodendo-se obter no maximo 500ml de urn fluido cstornacal verdeconstituido principalmente de par ticulas alimentares e com pH entre 3 e 6.Caso 0 estornago estej a vazio, somente muco e parti culas de al imentoaderern-se na extremidade distal da sonda. No cavalo com colica, apassagem do cardia normalmente e seguida de um odor fe rmentado, Nemsempre 0 tluido acurnulado drena passivamente. 0 timpanismo va i sc raliviado imediatamente enquanto 0 fluido de secrecoes sequest radas nointest ino delgado e estomago nao van drenar prontarnente. Caso 0 fluido

    I ( )R lIM DE (iAS rR()I:N 1I Rtl, (XilA Iot l lNA_1(.uril1t.. M(i . tl1'( de NU"cm f\ltk llJU\n.ll1_ 21

    drenado seja retluxo do intestine dclgado a coloracao sera arnarclo-amarronzada em tuncao da bile c tcra odor tctioo dos acidos graxosproduzidos durante a estase; dcvido ao efcito tarnpao dos sa i s biliarcs csuco pancreatico (ricos em bicarbonato) 0 t1uido tera pH entre 6 e 8. Noscasos de obsrrucao do piloro 0 pH podc manter-so acido mcsmo havendovolumes massivos de tluido devido a rctencao de acido no estornago.Na falta de refluxo nao deve-se assumir estornago vazio(part icularrnente se sao percebidas alcas de intes tine delgado dis tendidasna palpacao retal) e s irn, realizar var ias tcntativas de esvazia-lo porque 0material pode ser de dificil drenagern pcla sonda, principalmente seconstituir-se de alimento impactado. Deve-se proceder a sifonagem emvaries pontos do estornago, com ar ou agua, ba ixando a cabeca do cava lopara que 0 inicio da sonda rique abaixo da extremidade no estomagoiniciando 0 sifao. Apos a drenagem do Iluido estornacal, na suspeita deimpactacao gas tr ica, a introducao de agua morna pela sonda pode facil itara retirada das particulas alirnentares: e importante que 0 volume retiradoseja aproximado ao que e colocado,

    A tecnica de sng pode ser tanto de sa lvamento como diagnostica . Adrenagem de uma grande quantidade de fluido indica obstrucao dointestino delgado, sendo norrnalmente de correcao cirurgica. ileus eduodenite-jejunite proximal tambern podem causar este t ipo de ref luxo. 0volume de fluido sera maior nas obstrucoes de piloro ou duodenoproximal . Nestes casos podern ser removidos ent re 40 e 80 l itros de fluidoem 24 horas,

    Grandes quantidades de f luido ou ref luxo prolongado podem causarhipocloremia, normalmente acompanhada de alcalose,

    Deslocamentos do colon maior podem causar ret1ux:ogas tr ico poiso duodeno esta aderido ao colon maior pelo ligamento duodenocolico,E possivcl que hujn rcfluxo mcsrno com 0 estilrnago rornpido.

    A interpretacao da descornpressao gastrica via sng. por tanto, deveser a seguinte:I) Sem fluido - e improvavel que haja obstrucao do estornago ouporcao proximal do intes tino delgado ou 0 clinico nao soube estabelecerurna sinfonagem adequada. Deve-se reavaliar este parametro se a dorpersistir. Deve-se tomar cuidado com a impactacao gastrica que naocausa acurnulo de fluido;

    2) Gas - especialmente em grandes volumes sugere pres sao gastricaaumentada secundaria a obstrucao ou ileus. Comum apos 0 cavalo tercomido excessivamente ou ter ingerido alimento rnofado:

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    13/29

    22 rORlIM DEGA . .\-fROnnEROI.O(;IA t or !INA. I( 'utl l lha.MO - ox de Novcmnro de (o,t)1 \naj,_

    3) Mais que 5 litros defluida - su=crc duodenitc-jejunite nroxirnalou obstrucao do intestine delgado. {) pH l11J.i~Jr de: 5 sugcre origem nointestine delgado:

    4) Fluido marrom com sans;.re digerido - prcsenca de sangueoculto sugerindo ulcera gastrica ou duodenal sangrantes.

    Na re tirada deve-se ocluir a abertura da sonda com 0 dedo e. com amao no foeinho pressiona-la no meato nasal ventral. tracionado-a nosentido de urn areo.

    Na necessidade de manter a sonda no lugar para frequentesdrenagens e descornpressoes gastricas, a mcsma deve scr atada nocabresto. A ext remidade da sonda deve ser posicionada de modo que naopermita drenagem de fluido nos olhos ou ouvido, podendo ser fechadacom borracha ou seringa, Pode-se colocar urna focinheira evitando que 0paeiente danifique au retire a sonda.

    A dilatacao gastrica pode ser insidiosa e a ruptura do estomagopode oeorrer mesmo com a sonda devidamente posicionada. Muitasrupturas oeorrem na curvatura maior com a carnada seromuscularrompendo antes que a mucosa.INDICACAO CIRURGICA

    A utilizacao de diversos parametres clinicos avaliados em conjuntoresulta na triagem entre casos medicos e cirurgicos , 0 que deve acontecerde forma rapida durante 0 atendirnento. Dent ro do conj unto, no que dizrespeito a sng, os provaveis casos medicos sao aqueles que naoapresentam fluido au somente uma quanti dade menor ou igual a 1 lit re e ,sendo de pH menor ou igual a 5. Por outro lado. as provavcis pacientcsde indicacao cirurgica sao aqueles com urn volume de t1uido gastricomaior que I litro e com pH maior que 5.COMPLICACOES

    Cornplicacoes desng sao infrequentes e usualmente insignificantes.Epistaxe e a mais comum e nonnalmente auto-lirnitante. Tecnicairnpropria pode resultar em sondagem nasotraqueal levando aconsequencias serias ou mesmo fatais caso administre-se medicamentos.A sondagem forcada contra urn ponto de resistencia no esofago podelevar a ruptura. Trauma nasogast rico previo tern sido associado com

    I

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    14/29

    IORUM I lC (iASTRntNTLRO\'O(jIA I ( )UINA. I('Utluba.,,"U;. mld~Nu\cmlwodcl

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    15/29

    26 IORUM 01. liAS IR-OI.NHROt.l)(iL\ 1()UIN!\.ICUnllha.M(i - [)KdcNcnemhtodcl'N.t -\ui,_

    7) Auscultaciio e percussiio abdominal - constituern-se tarnbcrn,em Cidutas scrniologicas irnportantes no auxil io a imernrctacao liasachados de palpacao transretal, Pela auscultacao pode-se avaliar 0 graude comprometimento da moti lidade do tubo enterico, alern cia prcsenca degas. l iquido/gas ou s ilencio abdominal. A sernelhanca da distensao etensao da parede abdominal, e na dependencia da loca lizacao da lcsao, aauscultacao podera dernonstrar se a patologia esta se rnanifcstando uni oubila teralmente, alt a, ba ixa, ou de forma difusa, sempre respeitando aanatomia topogra fica, ou entao caracterizando deslocamentos como osque frequeruernente podem acornete r 0 colon maier C 0 ceco(aprisionamento nefro-esplenico, destroflexao, retroflexao e torcao doceco).

    Ernbora seja POLICO praticada em medicina eqiiina, a percussao doabdomen fomece excelentes subsidies para a avaliacao da auscultacao,alem de auxil iar a interpretacao de alguns achados da palpacao transretal ,como: presenca de gas nas alcas, sobrecarga por indigestocs edeslocarnentos, principalmente da base do ceco na dextroflexao,retroflcxiio e no timpanismo como agentc de distensoes intestinais.

    J) Ingestiio de allmentos - e muito irnportante ao clinico 0 cxatoconhecimento do rnanejo alimentar a que 0 cavalo e submetido. Cavalosalirnentados apenas com volumosos de boa qualidade, ingeridoslivremente em regime de pastagens e de forma extensiva, rararnenteapresentam patologias fermentarivas ou de indigestao: assirn comoingestao de grandes quantidaces de graos ou racoes fareladas,desequilibrando a relacao concentrado - volumoso, em regime estabulado,predispoem 0 animal a graves desequilibrios diges tivos e patologiasmuitas vezes fatai s. A ingestao de volumosos de ba ixa digest ibilidade ecom altos .niveis de lignina e oxalatos, em geral, desencadeiamprocessarnento digestive l-nto, ou a indigestao devido a sobrecarga quepode evoluir para quadro de compactacao de digesta no colon maior, porexemplo.

    A importancia do conhecimento do tipo e do manejo alimentar aque 0 cavalo e submctido, reside no fato de que a amostr.i de fezes quepode ser colhida no inic io das manobras de palpacao t ransreta l, fornecaelementos de avaliacao algumas vezes decisivos para a elaboracao dodiagnostico diferencial do desconforto abdominal agudo. Com base nestesaspec tos. cava los que se alimentam em pastagens com manejo baixo. emterrenos arenosos. ou que ingerem agua em corregos ou acudes comfundo de areia, sao animais predispostos a apresentarem quadros de

    IORllM.or (iAS IROl:N rrROU)(il/\ If)(!INA.ICunu .... M(; UK de Novembro tie I'N" \ n . .. . _ "2 7

    sablose. que podern evoluir desfavoravclrncntc em rclacao a sobrcvida docavalo.PROCEDIMENTOS INICIAIS PARA A EXECU(:Ao DAPALPA(:AO TRANSRETAL

    A palpacao transretal, assim como todas as dernais manobrassemiotecnicas realizadas pelo clinico, deve obedecer a cer tos pr incipiosdisciplinares e a uma ritualist ica pre-determinada. Assim, 0 profissionaldeve considerar os scguintes detalhes:

    1) Materials btisicos de polpacdo - 0 clinico deve cstardevidarnente paramentado com macacao ou jaleco, betas de borracha eavental plast ico, e portar luvas plast icas de palpacao ou confeccionadasem latex ou lamina rosa, especialmente para esta f inalidade. E importanteque as luvas plasticas ou de material siliconizado, primariamenteconfcccionadas para 0 ato da inserninacao art if icial. sejam inver tidas (aoavesso) para que as bordas de ernenda da luva perrnanecam em seuinterior e ndo traurnatizcm a mucosa do rcto.2) Material de lubrificaciio e anestesia - para que se possa proceder alubrificacao da luva e do rcto, e, se for necessaria a realizacao deanestes ia de contato ou intercoceigea, 0 clinico deve ter em rnaos osseguintes produtos:

    oleo mineral ou mucilagem (carboxi-rnetil-celulose) ou gellubrificante;. gel anestes ico ou c1oridrato de lidocaina a I% scm vasoconstri tor:

    . seringas de 10 ml e agulhas 40 x 20;

    . aparelho de laminas para tricotomia, algodao e alcool iodado,J) Contenciio do animal - preferencialrnente, 0animal devera estar

    contido em tronco adequado para equines, visando a protecao e segurancado clinico e do animal. Os metodos de contencao dos membrosposteriores com 0 usa de travoes , tambern proporcionam boa segurancaao medico veterinario durante 0 ato da palpacao transretal. Tais medidasde seguranca sao importantes e nao devem ser relegadas pelo profissional,vez que sao frequentes as ocorrencias de acidentes graves. principalmentequando, por excesso de confianca, 0 profissional nao uti liza as medidasde seguranca do trabalho.

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    16/29

    : 8 fORUMDE (iASrRO[N1TR{)I.OCTA (_( )l t~A . 1("unl lro. M(j ~11Kde Novcmbro de191M \n."_

    4) Posiciio do clinico - 0 cl inico, posicionado junto ao posterior doanimal. podera palpa-lo utilizando 0 brace direito ou 0 csquerdo, nosentido de facilitar 0 acesso e a identificacao das estruturas anatornicas adirei ta e a esquerda no inter ior da cavidade abdominal. Entrctanto, e usualque 0 medico veterinario utilize 0 brace csquerdo - quando destro - naretina de palpacao transretal.~e ja qua l for 0 brace utilizado para a palpacao, a mao do outrobraco devera estar apoiada sobre a tubcrosidade do isquio, e a cauda doanimal preferencialmcnte dcvcra ser crguida por urn auxiliar e des locadapara 0 mesmo lado do brace que ira ser utilizado para a palpacao. Esteposicionamento faeilita as rnanobras de palpacao, e permite aopro fissional sentir na mao que est iver apoiada sobre 0 isquio, qualquertentativa de reacao por par te do animal.TECNICA DEPALPA(:AO

    Apos a lubrificacao da luva como um todo. 0 medico veterinariodeve iniciar a introducao cia mao no reto do animal, com os dedos emcone, e , com movimentos suaves de penetracao, superar a contracao doesfincter anal. Os cuidados devern ser redobrados caso 0 animal nuncatenha sido palpado, ou quando a relacao do diarnetro do brace doprofissional, com 0 esfincter anal do animal for desproporcional. Vencidaa resistencia do esfincter anal, introduz-se cuidadosamente a mao.paralelarnente a coluna vertebral. procurando de forma delicada afastar-se"L ' paredes do reto, abrindo-se periodicarnente os dedos que perrnaneciarnsob a forma de cone.Palpacoes retais mau conduzidas podem causar fissuras ana i s cG'.~senvolverem proctites que irao produzir rctcncao fecal rcllcxa dcvidoao intenso desconforto que 0 animal ira sentir ao defecar . 0 prof issionaldevera estar atento ao fato de que palpacoes violentas. com introducces eret iradas bruscas do braco do rete do animal. podern produzir laceraccesatingindo a serosa, mucosa e submucosa. ou ate mesmo perfurar a ampolaretal (mucosa). Neste momenta 0 animal pode reagir, e certarnente a luvasaira manchada de sangue, Nos casos de ruptura da arnpola Ietallocalizada na regiao posterior ao diafragma pelvico, formado pela dobrapelvinea do per itonio, a evolucao do quadro clinico sera benigna, uma vezque 0 derrame fecal . e consequentemente a contaminacao, f icara contidona cavidade pelvica. Nas rupturas craniais ao diafragma pelvico, 0 clinicopodeni tocar diretamente asalcas intest inais atraves do orificio formado,ocorrendo derrame fecal e contaminacao da cavidade abdominal. Nestes

    'ORlIM m. ( iAS rROENTt:R()UXiIA LOt I INA, 1Cunnbe. M(i - 11K dc Noverebec oe I lJQ-I ,\II.i:l_

    casos. a processo evolui para pcrironite tornando 0 pronnosticoreservado, indepcndcntcmcntc da parologia prnnana causadora dodesconforto abdominal agudo.

    I)Comportamento do animal a palpaciio transretal - durante asrases iniciais de introducao do braco na palpacao t ransretal, 0 animalpodera apresentar as seguintcs cornportamentos:

    a) scm reacao - 0 cavalo aceita ser palpado sem reagir ou nfiomanifestar sinais de aumcnto do desconforto, principalmente empatologias nao estrangulantes enos processos no quadrante anterior daeavidade abdominal. E necessario, sempre, que se leve em conta 0 fato doeavalo ter ou nao recebido drogas analgesicas potentes, ou estarprofundamente deprimido e em fase terminal de evolucao do quadro deinsuficiencia circulatoria periferica.

    b) com reacao - 0 cavalo reage violentamente ao toque retal,agravando seu estado cardio-circulatorio devido a intensificacaoneurogenica, principal mente na ocorrencia de patologias que produzarngrandes distensoes dos intestinos, ou estrangulamentos de grandes troncosvascula res no decorre r da fase aguda. Em alguns casos, 0 cavalo poderaaceitar a palpacao transretal, e sornente reagir quando a mao doprofissional est iver proximo de areas de serosa visceral comprometida. outocar diretamente a sede da lesao.

    2) Integridade do reto - 0 medico ve terinario devera avalia rdelicada e cuidadosarnente a integridade do reto do cavalo, por serernfrcquentes as lesoes decorrcntes de palpacoes e enemas realizados porpessoas nao habilitadas, que no desespero, podem tentar transferir aoprofissional a responsabilidade do acidcnte.o clinico nunca deve se esquecer de que e preferrvel nao realizar apalpacao transretal, do que causal' urn acidente a si ou ao animal; ouainda a ambos.

    3) Tecnicas de anestesia - quando 0 estado de "tensao" do animal.ou 0 desconforto tor tao intenso a ponto de nao permiti r que a palpacaoseja realizada sem riscos rnaiores, pode-se lancar mao de doisprocedimentos anestesicos:

    a) infusao retal - apos a retirada das fezes da ampola retal, pode-se infundir eerca de 40 ml de cloridrato de lidocaina a 2% sem vasaconst ri tor, diluida em 60 ml de agua, com auxilio de sonda ou equipo, que

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    17/29

    30 I ( )RtlM I ll ": (;A."\tROEN r[RO~_()(;11\ I J) \ ' INA. ICunnbe. M (i ~ n .4 dc No-,cm~dc 11, ' 1 ' " A oa . .. _

    sera tracionado a medida em que sc injeta a SOIUy;lO anestesica. Aguarda-se cerca de 5 a 8 minutos antes de se proceder it cxploracao da cavidadeabdominal.

    b) anestesia intcrcoccigea (I" -rertebras] - atravcs da tecnicat radicional de aces so ao espaco epidural . pode-sc injetar cerca de 7 ml desolucao de cloridrato de lidocaina a I% scm vasoconstritor. Aguarda-secerca de 5 minutos antes de se proceder a exploracao da cavidadeabdominal.

    Em arnbas as tecnicas de anestesia, ocasionalmcnte a luva depalpacao podera ser untada com gel anestesico para se obter urn efei to depotencializacao da atividade anestesica.

    4) Colheita e avaliacdo lias[ezes - a colheita e a avaliacao dascaracteristicas fisicas das fezes, constitui wn procedimento muitoimportante para se cstimar a vclocidade de transite e dos processos dedigestao dos alimentos.

    As fezes devem ser examinadas quanta as seguintes caracterisr . 's :a) formate - esta na dependencia do tipo de alimcnto e do grau da

    relacao concentrado/volumoso; grau de wnidade; tarnanho das part iculase da velocidade do transite do digesta. Em geral, sibalas pequenas eressecadas , podem ser indicativas de rna qualidade do volumoso inger ido,transite lento, au de compactacao de digesta nas fases iniciais doprocesso. Fezes disformes ou diarreicas podem indicar aurnento davelocidade do trans ite por est imulacao neurogencia, infeccao enterica,infestacso parasitaria e manifestacao das fases iniciais de reducao deoxigenacao dos intestinos nos processos de obstrucao de vasosmesentericos e colicos,

    b) umidnde - Iezcs rcssccndas podcm rcflctir rctarrlo de tr.insito,baixa ingestao de agua, obstrucoes entericas nas lases iniciais do quadroclinico, e desidratacao, alem de outras indicacocs ja referidasanteriormente.

    c) coloraeao - em animais que ingerem apcnas pastagens tenras cde boa qualidade, a coloracao das sfba las e de urn verde musgo (escuro);ao passo que em anima is suplementados com alimentos concentrados,peletizados ou fare lados, quanta maior for a quantidade desuplementacao, mais amare ladas se aprescntarao as fezes, chegando emalguns casos a adquirirem aspecto, cor e odor de fezes de suinos, Noscasas de sangramento al to (estornago e intest ine delgado), a coloracaosera escura e os testes de sangue oculto serao positivos. Estri as e sangue

    H)K.lJM DL (;AS TROl N 1IROUx;iA U)t ll l"lA_1(unUM. " "1(; 11Kde Nnvcrnhro l ie l 'I\ ) .t An.lj!_ 31

    "vivo' sobre as siba las. podern anarccer nas lesoes rccentcs da mucosa enas rupturas da arnpola rctal,

    d) pelicula de cobertura - em condicoes de trans ito e de digestaonormais, a sibala aprescnta urna tina cobertura de rnuco, resultante daacao de enzimas bil iares sabre 0 muco produz ido na rcgiao terminal dotrato cntcrico. A pelicula de muco de cobertura se presta para proteger amucosa intestinal de possiveis t raumas que poderiam ser causados pelosfragmentos de f ibra do volumoso. e para facil itar a desl izamento duranteo transi t a feca l. Em condicces de hipcrdigcstao, t ransit e aumentado e nasdiarreias, nao ha formacao da pelicula, cujo muco pode perrnanecer"ernulsionado" aos demais cornponentes das fczes. J3 nos rctardos detransite, cornpactacocs ou obstrucoes intraluminais inespecificas.observa-se a formacao de cordoes mucosos que sao caracteristicos destassituacoes. Nestes casos, 0 profissional pode referi r que a prova do bracede palpacao e positiva.

    e) odor - as fezes "normais" sao classificadas pelo odor comosendo "sui-generis", representando a rcsultado dos processos dedesdobramento dos nutrientes e de sucos digestivos. 0 odor das fezes irase apresentar al terado principal rnente nos processos fermenta tivos queocorrem em casas de ingestao de altos niveis de racoes concentradas,com aroma de fermentacao alcoolica. 0 odor sera putrido especialmentenas enteri tes de or igem bacteriana, quando bacterias e enzimas digest ivasatacam e destroem a mucosa intestinal.

    f) tamanho das particulas - em geral as particulas vegctais dassibalas norrnais, situam-se em torno de 3 mm de comprimento, erepresentam 0 resultado da digestao de alirnentos volwnosos de boadigestibi lidade e wn t ransit e intestinal normal. Qualquer patologia queretarde au acelere 0 t ransi to intes tinal provocara reducao ou aumento notumunho lias purtlculas vegctais, rcspcctivarucntc. Alimcnto s volurnoso scom fibras de rna qualidade possibilitam retardo na digestao e navelocidade do transi te de digesta, apresentando as sibalas pequenas e comfibras longas e grosseiras, altamente predisponentes a indigestoes ecompactacoes no 'colon rnaior, e obstrucoes por compactacao no colonmenor.

    Ocasionalmente a medico veterinario pod era se deparar com umapalpacao transretal indistinta; resultado da impossibilidade de seidentificar cada segmento devido a presenca de peritonite do tipofibrinosa, Embora seja de ocorrencia rara, a presenca da fibrina de formadifusa na cavidade abdominal, recobre a viscera e impossibili ta a precisa

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    18/29

    32 1ORlll\f otGI\STROI~Nn:ROUX It\ LOll tNA. Itutltlha_ Mf"O de I'N~ \ft _ 33

    dcmais segmentos da regiao. 0 ceco pode alojar patologias comocompactacoes e tirnpanismo que podern ate mesmo dilicultar a explorac.iode outras regioes da cavidade abdominal. Os processos obstrutivos dasporcoes finais do ileo como intussusccpcoes e cornpactacoes. dificilrnentepodem ser detectados atraves da palpacao transretal,

    Cranialrnente ~ibase do ccco, e partindo-se em direcao ao ladocsquerdo da cavidade abdominal, j unto a raiz do mesenteric - cerca de 20centimetres abaixo, pode-se em alguns anirnais, identificar-se 0 duodeno,que apresenta-se unido a base do ceco atravcs do mesoduodeno.

    Partindo-se do hilo do rim csqucrdo, ou seguindo-se 0 curso daaorta abdominal em direcao cranial, pode-se palpar 0 pediculomesenterico que se caracteriza como urn cordao elastico em lonna delcque cm direcao ao dorso ventral. reconhecido pela presenca do pulsodas arter ias do mesenteric. Nas grandes torcoes do pediculo rnesenterico,c possivcl a verificacao da espiral rnescntcrica que dcpende do grau detorcao. Nos casos de torcocs de ate 90, 0 toque no cordao mcscntcr icodesencadeia no cavalo dcsconforto abdomina l adiciona l. As a1;:s estaraouniformemente rcpletas com conteudo Iiquido ou liquido/gas, comdiarnetro frequenternente acima de 8 centimetros. Alcas do intestinodelgado com diametro superior a lOa 13 centirnetros, praticamentetomam irreversivel a atonia do segmento cnvolvido (ileo paraliticoirreversivel). NaSI torcoes cornpletas (acirna de 180) do pediculomesenterico, 0 j ejuno encontra-se disposto em forma de espiral , ao pas soque nos volvulos a disposicao sera a de urn "bouquet" de alcas. Asobstrucoes intraluminais, encarceramentos no forarne de Winslow. herniasmesentericas e inguino-escrotais , entre outras, podem apresentar par tes dointestino delgado distendidas, e a porcao posterior ao obstaculocompletarnente vazia, ao ponto de dificultar a sua idcntificacao a palpacaotransretal. Em gcral, as quadros de duodeno-jejunite-proximal, c asobstrucoes do fico por massas de digcsta compactadas, sob 0 ponto devista clinico c da palpacao transretal, nao apresentam diferencassignificativas, sendo comum 0 diagnost ico diferencial ser reali zadodurante 0 ato cirurgico.o rim esquerdo e a lcancado junto a parede .lorsal, abaixo da ultimacostela e proximo ao processo transverso das primeiras vertebraslombares. Sornente a porcao caudal pode SIC' palpada, e ra ramenteanormal idades como pielonefri tes c hidronefrose podern se apresentarcomo patolcgias renais primarias. A irnportancia da local izacao do rimesquerdo, e quanta a sua referencia para se locali zar 0 ligamento nefro-

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    19/29

    IORtJM OL(iASnOINTFR(n,nGI!\ H)\lINA..1(unUM. Mj - nade f r . t uv l. "1 'T1hro tk l ' . ," l - , \DlIis_

    esplenico que situa-se junto a parede, a partir do rim. em di rccao ao bacoe pode sediar encarcerado 0 colon maier dorsal e ventral esquerdo.

    Quante ao baco, sornente mctade a urn terce de sua porcao podeser palpado junto ao arco cos tal esqucrdo. 0 baco pode estar deslocadocaudalmcnte ou medic sagitalmente. 0 deslocamento sagitul (medial) dobaco po de ser causado pelo aprisionamcnto ncfro-csplenico, nosdeslocamentos dorsais, e nas torcoes com mais de 1800 do colon ventral edorsal esquerdo. A palpacao transretal, permitira. ainda, 0 diagnostico deesplenornegalia nos casos de insuficiencia cardiaca congestiva, obstrucoesdo sistema porta. hepatite e nas hernoparasitoses.o colon maior pode ser pa!pado facilmente em condicoes desobrecarga, deslocarnentos e nas torcoes. Em animais norrnais, sornentepode ser palpado parte do segmento dorsal csquerdo e a flexura pelvica,que em geral , encontra-se vazia. 0 colon ventral esquerdo e identificadopelo seu diametro maior, presenca de boccladuras e quatro teniaslongitudinais.

    Nos casos de sobrecarga e cornpactacao de alirnentos no colonmaier, os Iocai s de predilecao para 0 acurnulo de alimentos, situarn-sejunto it flexura pelvica e 0 colon transverso que estarao distendidos pormassa compactada com consistencia firme.

    Nos casos de dextro f lex ao, 0 c610n esquerdo e identificadopassando atraves da margem pelvinea e insinuando-se entre a paredeabdominal direi ta e 0 corpo do ceco. Ja na retroflexao, 0 colon esquerdo,dorsal e ventral, ins inuarn-se cranialmente em direcao sagital, formandourn angulo de 180, apos movimcntar-sc no sentido cranio-caudal. caudo-cranial. projetando a flexura pelvica para frente, junto ~l flexuradiafragmatica. E importante destacar-se que tanto na dextroflexao, quantana retroflexao, os focos de auscultacao e percussao da base do cecoestarao deslocados cranialmente ao gradil cos tal direi to , podcndo, devidoa distensao, ser audivel tambem a esquerda.

    No aprisionamento nefro-esplenico, 0 colon maior esquerdo estarasituado dorsalrnente a parcde abdominal osquerda c "pcndurado" noligamento. Conforme a cxtcnsao do colon maier que cstivercomprornetida, e 0 grau de replecao G.lSalcas, 0 quadro clinico sera demaior ou menor gravidade. Torcoes do colon maior com rnais de 90.assim como nas ocorrencias de aprisionamento nefro-esplenico, poderahaver inversao no posicionarnento entre os segmentos dorsal e ventral . 0prof issional ira palpar dorsalmente a esquerda, boceladuras e tenias, 0 queem outras situacoes seria impossivel de serem observadas.

    IORtJM DI: ( jAS IROLN ITROUx. ;IA U)LJINA. ICun ll oo . M ( i - OX de Novcmhro de : 1 'N4 ""I ll :' !! _ 35

    Eguas no terco final de gcstacao e que se apresentam emdesconforto abdominal agudo, lrcqucntemente sfioucometidas por torcocsuterinas que podem ser confinnadas pela palpacao transretal (pos-ccrvicais) , e pela imagem ao exarne com especulo vagina (pre-cervicais i,Niio mcnos frcqiicntc sao as iorcocs do colon maior que ocorrern emcguas ate 0 primciro rnes apes 0 parto. Os tumores ovarianos volumosospodcm ser palpados e responsabili zados por desencadearern quadros dedesconforto abdominal. devido a tracao do ligamento ovariano e a dorproduzida nos rarissirnos casos de rupturas traumaticas.

    A aorta abdominal e palpavel e sentida como urn tubo forte epulsante abaixo das vertebras lombares. Em cavalos de porte medic,pode-se pal par os troncos mesentericos e alguns de seus rarnos, nosentido de sc identificar a presenca de aneurismas (dilatacoes erugosidades ).

    A bexiga urinaria e palpada abaixo do reto, notadarnente quandoest a repleta. Pode-se ainda detectar-se calculos, espessamentos da paredee dilatacoes. 0 profissional deve ter em mente que bexiga rep leta podenao s ignificar a causa de desconfor to abdominal, como frequentemente einterpretado por leigos, alern do fato de que a rnaioria dos cavalosdcsidratados apresentarn a bexiga urinaria vazia.

    Os aneis inguinais internos direito e esquerdo sempre devem serpalpados nos garanh6es com colica. E frequente a ocorrencia de herniainguinal e inguino-escrotal, com predilecao a esquerda, que po de seridentificada a palpacao pela presenca de alca do intestine delgadocncarccrada no anel. Quando a palpacao dos aneis internos forinconclusiva, torna-se necessaria. em alguns casos, a palpacao sirnultaneado ariel extemo, 0 que facilitaria a identificacao do anel interno e seaIguma alca do intestino delgado esta insinuada. Em geral, nas herniasinguinais c inguino-escrotais. 0 segmento enterico envolvido e 0 ileo. Noscasos em que haja duvidasquanto ao conteudo do aumento de volume dabolsa escrotal , 0 diagnostico diferencial pode scr realizado com 0 auxiliodo u l tr a ss o rn .DlAGNOSTICO DA SIl\DROME COUCA E A PALPA

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    20/29

    36 IORIiM DJ GASIROLNl I IUlU>

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    21/29

    38 IORlJM lJl

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    22/29

    40 'I )RIIM DL(iASTBtOtNTLROU X;[A IOl 11NA.ICUfll1ha_ Mi - 08. f " . I o v cmb ro de g.,'l4 AOES_

    como peritonite. Em urn trabalho recente quatro arnostras seriadas deliquido peritoneal colhidas a cada duas horas em dez animais, naoprovocaram nenhuma alteracao nos valores normais (LEME et al. , 1994) .

    As variaveis rnais irnportantes, tanto para 0 diagnostico como parao prognostico da s indrome colica sao provavelmente 0 lactato, proteinatota l e a presenca de hemaceas, Um aumento de lacta te normalmente estarelacionado a urn mau prognostico. Ern urn estudo apresenca de dorabdominal e conteudo de hemaceas acima de 20000 celulas/mrn' foirelacionado com obito ou necessidade de eutanasia , e quando tornou-secomo decisao para laparotomias 0 fato do numero de hernaceasultrapassa r 20000 ce lulas/ rnm' e proteina tota l acima de 4 g/dl, 78% dasdecisoes forarn corretas.

    As var iaveis mais irnportantes, tanto para 0 diagnostico como parao prognostico da s indrome colica sao provavelmente 0 lactate, proteinatotal e a presenca de hemacias. Urn aumento de lacta to normalmente estarelacionado a um mau prognostico. Ern urn estudo a presenca de dorabdominal e conteudo de hernacias acima de 20000 celulas/rnrn' foi

    \relacionado com obito ou necessidade de eutanasia, e quando tornou-secomo decisao para Iaparotornias 0 fato do numero de hernaciasul trapassar 20000 ce lulas/ rnm' c proteina tota l ac ima de 4 g/dl , 78% dasdecisoes foram corretas.HEMOGRAMA

    o hemograma nao fomece nenhurna informacao espec ifica, mas acombinacao com outros exames laboratoriais proporciona guias paraidentificacao do processo e prognostico, em terrnos de estado dehidratacao, risco cirurgico, tipo e duracao do processo inflarnatorio.

    o hematocrito (normal 25-45%) e proteina totai (normal 6,0-7,7g/dl) fomecem informacao relacionada ao estado de hidratacao, sendo queo hernatocrito acima de 45% indica desidratacao, lembrando que aproteina total pode estar normal mesmo em casos de desidratacao, porperda da mesma para dentro da cavidade abdominal. Caso a prole ina tou,le 0 hernatocrito continuarem a aumentar apos fluidoterapia, 0 prognosticotende a ser ruim.

    o ieucograma consiste na contagem total. diferencial e morfologiade leucocitos. Norrnalmente na fase inicial da sindrome colica observa-se

    IORUM HI (j,\STROINTrROI.OC.tlA 'UlliN" I

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    23/29

    l ' lRUMDI:GASrROL-WlTROUXIA I ') I IINA. ICunhha.M(j __ 1 ! U l oe ~emhm de j'N'; _"\nnu,_

    VALORES NORMAlS PARA 0 LiQUIDO PERITONEALEQlHNO

    VolumeCor

    Normal10-lon ml

    arnarclho a cor de Diluldo (uropcritonio.ascitc). amarclo intensepalha (anorexia. doencas hepaticas). laranja a

    vcnnelho (hcmoperi tonio , l csao intestinal.puncao csplenica ou ruptura vascular). verde(puncao intestinal au ruptura de alca), rnarrorn(necrose tccidual ) __ -

    Aspecto lurvo (aurncnto de cclulas ou gordura), opaco,(peritonite). Iloculcruo r Iibrina)claroDensidadeIpHCitologia (cels/rnm')Hernaceas

    Leucocitos

    SegmentadosLinfocitos;Y1on6citos

    10106.5-7.5

    5000IOOO

    200-9000

    62-70 %13 -27 %6-14%

    2900023000 (cxtravazarncnto ou puncao devasos) : 135000 55000 (cstrangularncnto,ruptura vascular au puncao esplenica)> 10000 (peritonite: eels degencradas.mater ia is fagoc it ados, eel s bi e tri-nucleadas).15000 (pos-parto/normal)

    Proteina total:> l O f l m a /d librinozenio

    BioquirnicoAST(UIII)LOH (UI/I)FA (UIII)Ureia (rnmol/l)Glicose (mmol/I)LactatoCalcio (rnmol/l)Alburnina (gil)Fosf.In. (mmol!l)

    1-2.0 -;;;dl50-100 rnz/dl118.9 46.9143106.156_0 52.76.1 1.I7.7 1.85.9 3.92.0 0.26.3 1.61.4 +0.5

    > 3 g/dl

    > lesao de intestino delgado

    I

    I ORUM DL (jAS rROLN rt.ROL

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    24/29

    44 IORlJM UL (J"Sl-ROENTFROt.O B2CO] c:> H" +HCO)'(respiracao) (rnetabolismo)Oeste modo 0" equilibrio no sangue de urna parte de acido

    carbonico para 20 partes de bicarbonate, faz com que 0 pH do mesmose ja de 7,4. Qualquer a lteracao na quant idade de urna outra substanciacausara uma acidose (excesso absoluto ou relat ivo de acido carbonico) oualcalose (excesso absolute ou relative de bicarbonate).

    Ha dois mecanismos de controle do pH sanguineo. 0 mecanismorespiratorio, responsavel pela e liminacao de acidos volateis, cujoquimiorrcccptor localiza-se na medula oblongata e que responde a niveissanguineos de pH e PaC02 e 0 mecanismo renal, responsive I pelaeliminacao de acidos m 10 volateis, como 0 acido latico, corpos cetonicos,a cido s ulfu ri co e fosforico.

    A hemogasomctria consiste na mensuracao dos gases sanguincos,pH e indiretamente bicarbonate. E 0 rnetodo mais adequado paradeteccao de alteracoes de equil ibr io acido-base dos liquidos organicos.Deve-se coletar preferencialrnente sangue arter ial oriundo das arter iasfac ial, carotida ou meta tarsiana, em seringa previamente heparinizada ehenneticamente fechada, com leitura s imultanea oi. acondicionada emrecrpiente isotermico a 4C por ate tres horas. Os valoreshernogasometricos normais em equines sao pH 7,35-7,45; Pa02 95-105mmHg; PaC02 35-45 mmHg; bicarbonato 20-24 rnEq/l; C02T21-25 mEq/1e deficit ou excesso de bases -3 a + 3 mEq/1.

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    25/29

    46 I OHtlM Ut (iAS I ROI.NH RO.(x .i IA I_{ )\ IIN -\_ ICunube. Mt.i ox de Nn\t.-mhrtJ d e 1 " ; \. 1 ,& -\nals_

    Disturbios do Equilibrio Acido-BasepH PaCOz BicarbonateAcidose rnetabolica < - ou < - ou >Alcalose rnetabolica > - ou > >Alcalose respiratoria > < - ou PAS indireta < 60 mmHg - 8% de sobrevivencia

    < 80 mmHg - mau prognostico80-100 mmHg - prognostico variavel

    Frequencia Cardiaca (bat/min)< 4041-6061-8081-100102-120> 120

    sobrevivencia1008376542920

    (avaliacao deve ser cornbinada com outros aspectos)Furr & White (199()Coloracao da mucosa: congesta (rescrvado)Pequena rcsposta it fluidotcrapia: rescrvado3) Achados laboratoriais -Lactato Orsini et a li / 98[') Parry et al(/983) Moore eta{(/976)lactato < 3.59 mmolll 8 mmolll < 8.3 mmolllsobrevivcncia (%) 10 0 90 93lactate < 7.00 mmolll IImmol/l 8.44-11.11mmolilsobrevivencia (%) 0 32 33

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    26/29

    1{HtlIM nt. (jI\SfROLNfTROI.()(ilA I.OlIINA, ICunl th . .a. Me, ~ o x d e Novemree dc 1"1'1" ;\Rtl~_

    IORIIM llU;AS rROINHROI.OGIA 1 25

    INDICA(:AO CIRURGICAobrevivencia8147o

    Luis Claudio Lopes C. da SilvaFMVZ-USP

    INTRODU300 mg/dl) ou hipoglicernia 60 mg/dl)estao relacionadas com progn6stico ruim As colicas de origem digestiva, tambern chamadas colicas

    verdadeiras, sao as causas rnais comuns em ernergencias na clinica deequines, seguidas de perto pelos traumatismos e ferimentos graves.principa lrnente naque las propriedades onde 0 manejo alirnentar erealizado de forma incorreta.

    Apesar dos avances alcancados com relacao aos metodos dediagnostico, tecnicas anestesicas e cirurgicas, e acornpanharnentointcnsivo no pos-operator io . infel izmente a mortalidade permanece alta. 0principa l contribuinte para a manutencao deste fa to esta na relutanc ia dealguns proprietar ies em solici tar ass is tencia veter inar ia de imediato. e naoraramente na demora de indicacao cirurgica por par te des ta.

    A sindrome colica abrange variedade rnuito grande deenfermidades, que pode irde s imples obs trucao a nivel de intest ino grossoate obstrucao estrangulat iva de todo intest ino delgado, e a evolucao destaafeccao pode levar de poucas horas a varies dias. Considerando-se esteaspec to, e 0 fato de que a maior parte dos pacientes morre como urnresultado direto de falencia circulat6ria aguda, secundar ia a isquemiaintest inal e endotoxernia, pode-se ter ideia da importancia do diagnosticoprecoce e/ou indicacao cirurgica, independentemente da realizacao dediagnostico definitivo ou nao,

    "Em emergencias abdomina is agudas, a diferenca entre a melhor epior cirurgia e infmitamente menor que a diferenca ent re sua indicacaoprecoce ou tardia, e I)maior sacrificio de todos e 0 sacr ificio do tempo"(Sir. Heneague Ogilve).

    Para nao discutirmos cada enferrnidr-de individualmerue, uma vezque muitas delas apresentarn evolucao e tratamento sernelhantes. vamosdividi-las em 4 grandes grupos:

    \) Obstrucoes simples do intestino delgado.2) Obstrucoes simples do intestino grosso.3) Obstrucoes estrangulativas do intestino delgado.4) Obstrucoes estrangulativas do intestino grosso.

    Nitrogenio Ureico Sangiiineo144270

    Sobrevivencia (%)S O476

    Hematocrito (%) Orsini et 01 (1988) lIematocrito ['IiOI uncn-Re inart(/986)

    sobrevivcncia (%) sobrevivencia (%)30 93 < 35 8645 64 36-45 7960 20 46-50 8465 \0 5\-50 52

    >6 0 25

    49

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    27/29

    50 IORUM ouGA~!R)I.~ I JRU1()(;IA U)tJINA. 1Cunoba. M('. ~ 1m de ,""o,"emiwo de I""~ ..\oJli!l._

    J) Obstruciies simples lie intestine delguaoAs principai s enfermidades deste grupo sao as cornpac tacoes de

    ileo por ingesta ou ascarideos, e a obstrucao por corpos est ranhos, sendoque as duas ult imas ocorrern principalmente em petros. Tal obstrucao levaao irnpedirnento na passagem de grandes volumes liquidos secrctados anivel de intes tine delgado, que seriam poster iormcnte rcabsorvidas a nivelde intestine grosse, principalmente c610n rnaior. Este liquido pas sa aacumular-se inicialmcnte a nivcl de intest ine dclgado, postcriormcrue anivel de estomago (refluxo enterogastrico) e deve ser drenado atraves desondagern nasogastrica. Para termos ideia da quantidade de liquidosequestrado, em um dia este volume pode equivaler ao volumeextracelular, que em urn equine adulto e de aproximadarnente 125 litros.

    Sistematicarnerue, a primeira implicacao na obstrucao simples e ade deplecao do volume plasmatico e rcducao no retorno venose associadoa disturbios acido-base. 0 aumento da pressao intraluminal conduz aestase venosa, hipoxemia tecidual e aumento de permcabil idade a nivel deparede intes tinal. Tal fato associado a atonia intes tinal produz aumento daproducao "deendotoxinas por bacterias gram negativas, que ultrapassamfacilmente a parede intes tinal e ganham a cavidade per itoneal e correntesanguinea, Esta endotoxernia leva a liberacao de arninas vasoativas cirritacao direta do endotelio vascular. 0 que va i intensifi car ainda mais adeterioracao do quadro cardio-circulatorio.

    Clinicarnente 0 animal apresenta -se desidratado, as alte racoescardio-circulator ias sao corrigidas com a tluidotcrapia adequada, a dor eleve ou ausente apos a drenagem gastrica. 0 ret1uxo entero-gastrico eprecoce e abundante, hi auscncia de distcnsfio abdominal. poncadistensao intestinal it palpacao retal , l iquido peri toneal corn discretaalteracao em quadros iniciais.2) Obstruciies simples de intestino grosso

    Normalmente a obstrucao simples do intestino grosse ocorredevido a compactacoes de material fecal , enterolit iases, f lexoes do colonmaier e encarceramento nefro-esplenico.

    Nesses casos as perdas l iquidas sao bern menos intensas e tardias ,assirn como a diminuicao de perfusao a nivel de parede intestinal.producao de endotoxinas e aumento de permeabilidade capilar , levando aurn quadro de endotoxemia mais tardio.

    I ORUM DEGAS IROEN rt.R()(,OGIA U)tJ1NA. ICunube, M (i _ 1 J 1 ' t de Novcrnbro de (toN.t \ft."_ 51

    Em geral , os sinais cl inicos e a dcterioracao sistcrruca sao muitomenos imensas nas obstrucoes simples de intestine grosse que nasobstrucoes de intestino delgado. E caracteristico 0 quadro de ausencia dedefecacao ou fezes ressecadas com presenca de muco. distensaoabdominal progressiva, desconforto leve a ausente no inicio, refluxo edesidratacao tardias. Alguns casos podem apresentar ate 10 dias deevolucao,3) Obstruciies estrangulativas de intestine de/gada

    As obstrucces estrangulat ivas de intes tine delgado cornpreendernas torcoes , intussuscepcces . volvulos e encarcerarnentos estrangulados.Es tas afeccoes sao responsaveis pelas crises abdorninais severas. Nestescasos, ocorre a mesma patofisiologia de seqilestro liquido que estapresente nas obstrucoes simples, com eventual refluxo entero-gas tr ico,porem 0 compromet imento vascular isquernico nresente nestes casoslevam a quadro mais agudo e grave.

    As lesoes obst rut ivas com estrangulamento vascular apresentamalta mortalidade. 0 comprometimento vascular pode ser venose. ouarterial e venose, porem a lesao tipica causara inicialmeme oclusaovenosa com consequente congestao .

    A parede intest inal torna-se rapidarnente congesta e edernaciada. Anecrose do segrnento intestinal determinara maior extravasarnento eabsorcao de endotoxinas bacterianas, 0 que Ievara ao choqueendotoxemico, 0 qual e dose-relac ionado, sendo mais eomplicado e gravequanto maior 0 segrnento de alca envolvido,o quadro clinico e agudo com dor grave. normal mente continua ecom pouea ou nenhurna res posta ao lIS0 de analgesicos, A frequenciacardiaca aumenta progrcssivarnente e a qua lidade do pulso deteriora . Asmucosas tornam-se congestas e 0 tempo de preenchirnento capilaraumenta. 0 hemat6crito e proteina total aumentam progressivarnente. Ataquipneia esta relacionada a acidose metabolica, dor e distensaoabdominal. Na maioria dos quadros a palpacao ira revelar apenasdistensao de intestino delgado, com grande sensibilidade durante 0exame, 0 l iquido per itoneal. mesmo em quadros InICIaIS, apresenta-seal terado, norrnal rnente de coloracao avermelhada, podendo esta r fe tidoem menos de 24 horas .

    A evolucao clinica e rapida e a maioria dos pacientes comobst rucao estrangulat iva nao tratada morre em 12 a 36 horas do inic io do

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    28/29

    52 IORUM I>L

  • 5/11/2018 diagnstico em clica equina

    29/29

    54 1ORl )M DI (~"srR()LNTtRqU)(iIA I ()t' .....A. Iturmba. M{j . mtl 1cNu . .cmb ro de I'''''' \n.l'1_

    ORSINI. J.A.. (',\I.LlGAN. D.T.. REEVES. ]\1. (1