Deuses e Vampiros 01 - Brinquedo Para Os Deuses
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Brinquedos para os Deuses
O conto de um homem mortal, e de um Deus extraordinário
que se encontram em um baile a fantasia. Mas, qual deles ira pagar
o preço da dor pela promessa de prazer?
Conto
Com um gesto agridoce, Himerus levemente afastou um fio
de cabelo dos meus olhos antes de verificar a captura das argolas
de prata que uniam meus pulsos. Elas me mantinham preso, mas
também confortável. No entanto, borboletas voavam no meu
estômago.
Eu respirei fundo para me acalmar. Não é todo dia que um
cara mortal como eu é convidado para um baile de máscaras com
as divindades do Olimpo.
— Não se preocupe você estará seguro. — Ele me deu um
sorriso reconfortante e me deu um tapinha amigável no rosto. No
entanto, senti que o Deus da luxúria dentro de si mesmo estava um
pouco preocupado.
— Himerus, não temos de ir para a festa, se você não quiser.
— Baixei a voz, deixando o último pedaço de meu verdadeiro eu
escapar antes mesmo que meu papel de menino escravo fosse
definido.
— Não seja um tolo. — Ele piscou. — O baile de máscaras
da Madame é a novidade do Monte Olímpo! Além disso, você e eu
deveríamos ter mais um tempo de jogo juntos antes da meia-noite.
Certo?
Ele estava certo, como sempre. Eu assenti com a cabeça.
Sim, nós dois sabíamos que quando o relógio marcasse doze horas,
nosso relacionamento de mestre e escravo chegaria ao fim. E que
melhor maneira de acabar com meu tempo junto com Himerus
como parceiros de jogo, senão ser convidado a participar do baile
de máscaras da Madame Diana na isolada ilha de Delos, perto da
Grécia.
O Grego imortal será um excelente mestre para quem ele
tinha escolhido para ser seu novo brinquedo pra jogos sexuais.
Himerus já tinha escolhido seu próximo parceiro de jogo. Eu não
estava com ciúmes.
Na verdade, eu estava feliz por ele e seu novo escravo.
Eu gostaria agora de ser livre. Livre sem cordas ou correntes
me prendendo. No entanto, eu me sentia como se um grande
buraco vazio e escuro estivesse se abrindo em minha alma. O meu
único desejo, só desejo, era adquirir outro Mestre.
No entanto, ninguém havia feito uma oferta para mim. A
súbita compreensão fez um frio percorrer minha espinha. Estava
Himerus insistindo para irmos à festa privada da Madame Diana
para que eu pudesse tentar encontrar um novo Mestre?
— Eu não sei se eu posso fazer isso, Himerus — . Eu
sussurrei. Era uma tentativa inútil de parar o inevitável. A porta
deslizou para a vila ricamente decorada que se abriu diante de nós.
Ele se virou para mim, seus olhos escuros brilharam com irritação.
— Eu pedi-lhe para falar, escravo? — Eu apenas balancei a
cabeça. Meu coração estava pesado no meu peito quando um servo
fechou a porta atrás de nós. Eu não podia voltar atrás agora.
Renunciar a tudo que o destino colocava à minha frente, eu
mantive meu queixo erguido e segui atrás do meu Mestre.
Apesar do turbilhão de ansiedade no estômago, eu peguei um
vislumbre de mim mesmo no espelho do corredor quando pegamos
nosso caminho em direção ao salão de baile. Eu estava em forma,
magro e tão desejável quanto qualquer escravo deve ser na
companhia de seu Mestre.
Determinado a fazer Himerus se sentir orgulhoso de mim
uma última vez, eu sabia que teria que estar no meu melhor
comportamento.
O grande salão estava cheio de deuses e deusas fantasiados
e seus convidados. Himerus tinha escolhido nossas roupas para o
baile. A linda divindade de cabelos escuros usava uma túnica num
profundo tom escarlate, rodeado por um grande detalhe bordado
em dourado, e um cinto de couro grosso do qual pendia um chicote
lindamente trabalhado. Um chicote que, quando bem manejado,
podia me levar até a borda agridoce de dor, êxtase e prazer.
Eu estava fantasiado em complemento perfeito com o meu
mestre, usava uma túnica verde-mar, com uma fita na altura dos
ombros prendendo meu cabelo para baixo nas minhas costas. Uma
simples tiara de prata cercava minha cabeça, e combinava com as
algemas que estavam prendendo meus pulsos na minha frente.
Fizemos uma parada fora do arco da entrada. A sala lotada ficou
em silêncio, suas cabeças virando em nossa direção quando outro
servo prontamente anunciou nossa chegada.
— Apresentando Himerus, filho de Ares e Afrodite, deus da
luxúria e desejo. E seu acompanhante, Milo Angelo. — Todos os
olhos estavam sobre nós, quando eu obedientemente segui
Himerus para onde Madame estava recebendo os seus convidados.
— Himerus, querido, estou tão feliz por ter vindo! —
Madame falou com entusiasmo.
Ele pegou a mão dela e levou-a aos lábios. — É sempre um
prazer, Diana. Obrigado por nos convidar. — Apesar da sua
aparência majestosa, eu poderia jurar que vi Madame corar sob a
máscara de penas.
— Himerus, você é um encantador! — Ela riu e, em seguida,
seu olhar encontrou o meu.
— Milo, meu querido, eu estou tão contente de vê-lo
novamente. — Eu dei uma reverência e agradeci-lhe por ter me
convidando para o baile de máscaras também.
Ela estava vestida como Maria Antonieta, com uma grande
peruca branca e um adornado, e berrando vestido. A mulher de
cabelos escuros ao lado de Madame sorriu para mim. Eu a
reconheci de uma festa anterior. — Boa noite, Senhorita Sappho. É
um prazer vê-la novamente. — Devolvi seu sorriso caloroso e me
curvei.
Era um pensamento reconfortante de que poucos mortais
tinham sido agraciados com uma vida útil prolongada pelas
divindades. A poetisa Sappho da ilha de Lesbos era um deles.
Embora as mulheres não sejam a minha preferência, ela parecia
simplesmente deslumbrante.
Ela usava um traje simples, que revelava mais do que cobria.
Sua pele linda dourada pelo sol foi polvilhada com glitter dourado e
uma pedra vermelha brilhante cintilava em seu umbigo.
Enquanto Himerus cumprimentava Sappho com beijos na
bochecha e elogios, olhei ao redor do salão. A sala zumbia com a
energia vibrante. Os jogos já tinham começado para alguns dos
escravos. O som ressonante de couro passando rapidamente sobre
a pele e os gemidos da doce tortura era acompanhado pelo riso
delicioso que enchia toda a sala. Era como música para mim e
acalmou temporariamente a minha inquietação.
Madame era definitivamente uma boa anfitriã. Para que seus
convidados tenham uma noite maravilhosa de diversão e jogos ela
não havia poupado nada. Champanhe e canapés eram servidos em
grandes pratos de ouro por funcionários, todos jovens e bonitos,
em roupas apertadas. A atmosfera inebriante do salão intoxicava
meus sentidos. Eu exalei um suspiro de alívio. Como sempre,
Himerus tinha razão. Eu estava feliz que tinha decidido vir.
— Milo! — A voz de comando de Himerus trouxe minha
atenção de volta para o meu Mestre. — Eu quero alguns canapés e
um copo de vinho da mesa do banquete. — Ele removeu as
algemas de prata dos meus pulsos.
— Sim, mestre. — Eu balancei a cabeça e dei uma
reverência formal a Himerus e Madame Diana, me desculpando.
Para meu espanto, Sappho me seguiu até a mesa do banquete.
— Então, você já decidiu quem você vai servir agora, Milo?
— , perguntou ela, se aproximando.
Eu estremeci. Será que todo mundo aqui sabia que eu ficaria
sem um Mestre à meia-noite? Obviamente sim, eu deduzi, mas me
preocupei com a seleção a partir de uma grande variedade de
canapés espalhados diante de mim.
— Eu não tenho certeza, Senhorita Sappho — . Eu confessei,
colocando um bocado de comida na minha boca antes de me virar
para encará-la. Seu sorriso felino me deixou curioso. Talvez ela
soubesse de algo que eu não sei. — Será que Madame disse
alguma coisa para você?
— Tudo que Diana disse foi que Himerus estaria tomando
outro brinquedo depois desta noite. Ela convidou-o aqui, a seu
pedido especial. Ele quer mostrá-lo. Eu acredito que ele está
esperando que você vá encontrar alguém está noite. Você não
acha? — Ela levantou uma sobrancelha, olhando para mim
interrogativamente.
— Eu não estou preocupado. Se eu encontrar alguém, então
ele vai ficar bem. E, se eu não fizer isso não importa. — Mas,
importava para mim, mesmo que eu nunca fosse admitir isso em
voz alta. Nunca!
O pensamento de ser livre significava, em última instância,
estar sozinho.
No fundo do meu coração eu estava desesperado por
orientação de um mestre, uma firme, mas gentil mão para me
guiar. Alguém que pudesse me trazer para a beira da tensão
sexual, em seguida, chamar-me de volta com ternura e
compreensão. Alguém que entendesse os meus desejos mais
obscuros e secretos.
Meu Mestre Himerus, tinha se saído bem comigo, mas ele
tinha uma regra firme. Ele não jogava para valer, apenas por uma
ou duas temporadas. Eu só tinha concordado em ser seu brinquedo
de jogos sexuais porque eu senti que precisava apenas do que ele
poderia oferecer. Eu também sabia que um dia seguiríamos por
caminhos separados... E esse momento se aproximava a cada
movimento do relógio.
Eu continuei a preparar o prato de canapés do meu Mestre,
quando a senhorita Sappho inclinou-se novamente. — Não se
assuste, Milo, mas Himerus agora está conversando com seu meio
irmão Príapus .
Olhei para onde o meu mestre estava. Ele estava falando com
um homem alto, com músculos bem construídos e cabelos pretos
quase parecendo azuis na luz do salão. — Himerus nunca
mencionou ter qualquer outro irmão, além de Eros. Quem é esse
Príapus? — Perguntei, sem vergonha pela minha ingenuidade.
Havia tantos deuses e deusas presentes no baile, era difícil manter
o controle.
Os olhos de Sappho se arregalaram. — Você nunca ouviu
falar de Príapus? Ora, ele era o patrono dos bordéis de Pompéia — .
Ela parou por um momento, as bochechas corando num tom rosado
como uma jovem estudante. — E é bem conhecido que Priapus
tem um grande pênis.
— Bem, meu Mestre não é um homem pequeno, por qualquer
meio
— Não, você não entende, Milo! — Sappho me cortou em um
tom exasperado. — O pênis de Priapus é lendário. Quando não
está ereto, ele oscila nos joelhos! — Eu não sabia se ria ou entrava
em pânico. — Você deve estar brincando. Ninguém é tão grande!
— Olhe atentamente — . Ela persuadiu. — Veja por si
mesmo. — Sappho inclinou a cabeça em direção Priapus.
Tentei manter a calma e olhei mais uma vez para onde ele e
meu mestre estavam. Eles não tinham conhecimento do meu olhar
roubado enquanto eles brincavam e riam. Priapus estava vestido
como um guerreiro usava sandálias, e um peitoral de metal sobre o
peito enorme que cobriu com uma túnica branca de seda. Uma
espada embainhada pendia de um cinto de couro em torno de sua
cintura. Então, eu notei uma forma alongada sob o tecido plissado
abaixo de sua cintura. O esboço sombrio de um pênis roçava o
interior de seu joelho. Meu coração batia freneticamente no meu
peito. Pelos deuses! Ele era enorme! — Você está certa! Ora, ele
iria me dividir ao meio! — Gaguejei quando eu voltei o meu olhar
para o sorriso cúmplice no rosto de Sappho.
— Parece que Himerus está tentando configurá-lo com o seu
irmão. Boa sorte, Milo. — Ela gentilmente me consolou com um
tapinha nas costas, em seguida, desapareceu na multidão que
cercava a mesa do banquete.
Ainda em estado de choque, eu diminuí o ritmo na
preparação do prato do meu Mestre pra ganhar tempo. Minha
mente corria.
O que é que eu iria fazer?
Como você diz não a um imortal?
Eu estava perplexo com a enorme gravidade da situação.
— Oh, você, garoto de sorte. — Uma mão suave tocou meu
braço e me puxou de meus pensamentos. — Você hoje está muito
popular. Há alguém mais a verificá-lo também Milo — Sappho
havia retornado ao meu lado com um sorriso no rosto.
— Onde... — Meus olhos encontraram os dela.
Sendo indiferente, ela lentamente inclinou a cabeça para um
lado.
— Lá! No canto — , ela respondeu com entusiasmo sem
fôlego.
Eu me virei lentamente para o canto do salão. Nas sombras
escuras eu vi a forma de um homem. Meu coração pulou uma
batida. Sim, ele estava me observando, tudo bem. Senti o olhar do
outro lado da sala lotada. Calor percorreu meu corpo quando meu
pau se agitou em minhas calças apertadas. Eu estava excitado com
o fato de que eu estava sendo vigiado. Por quem? Eu não saberia
nem que eu pudesse ver seu rosto.
— Quem é ele? — Eu não conseguia tirar os olhos do canto.
Eu tentava desesperadamente distinguir as feições do homem,
desejando em silêncio que ele desse um passo para frente e para a
luz.
— Esse é Erebus, Deus das Trevas.
— Oh, sim. Himerus falou dele para mim antes. Ele vive no
inferno, não é?
Sappho assentiu. — E o Deus do submundo parece estar
muito interessado em você, Milo. — Ela confirmou com um sorriso
torto. — Você já foi para o inferno?
Eu sacudi minha cabeça. Eu não tinha nenhuma idéia sobre o
inferno. No entanto, eu sabia que não era suposto ser como o
inferno judaico cristão também. Olhei a partir do estranho no canto
de trás de volta para Sappho. — E você.
— Bem, o inferno é praticamente estéril hoje em dia já que
os mortais não acreditam mais. Eu suspeito que Erebus deva ser
bastante solitário em seu domínio. — Solitário? Meu coração doía
com o pensamento de alguém, mesmo um grego imortal, ser
solitário. Eu olhei de volta para o canto escuro, mas ele tinha
desaparecido nas sombras.
Com um suspiro de decepção, eu terminei de preparar o
prato do meu Mestre e peguei um copo de vinho de uma bandeja
de um servo. Eu, então, segui o meu caminho através da sala
lotada para onde meu Mestre e seu irmão esperavam.
— Milo, o que te manteve, rapaz? — Os olhos de Himerus
brilharam com impaciência, mas um sorriso se espalhou pelo rosto
bonito.
Corei e lhe entreguei o prato de canapés e seu copo de vinho.
— Eu peço desculpas pelo meu atraso, Mestre.
— Eu quero que você conheça meu irmão, Priapus — . Ele
inclinou com um aceno de cabeça para o homem de cabelos pretos,
vestido como um guerreiro, que estava ao seu lado.
De perto, Priapus era ainda mais intimidador do que parecia
do outro lado da sala lotada. Ele sorriu para mim e deu um aceno
curto. — É certamente um prazer conhecê-lo, Milo. Himerus me
falou muito sobre você. — Eu murmurei minha saudação habitual e
devolvi o sorriso.
— Então, você e meu Mestre são irmãos? — Priapus jogou a
cabeça para trás de tanto rir.
— Irmãos. Não, somos apenas meio irmãos, meu caro. Nós
dois temos a mesma mãe, no entanto, Hermes é meu pai. — Eu
poderia dizer que a divindade Grega estava orgulhosa de sua
ascendência imortal pelo sorriso no rosto.
— Isso é verdade... — Himerus assentiu. — No entanto,
nossa mãe é a pessoa que nos concedeu nossa natureza passional.
Estou certo, Priapus?
— Com certeza! — Priapus concordou com um brilho em
seus olhos.
— Então, Milo, eu adoraria que você jogasse comigo esta
noite. — Minhas bochechas ardiam com mortificação. Ele me olhou
dos pés à cabeça, lambendo os lábios como se eu fosse uma
comida saborosa que ele queria devorar. Eu rapidamente baixei o
olhar. Para minha surpresa tive um vislumbre de seu pênis
mexendo debaixo das dobras da sua saia plissada. Minha cabeça
girava. De repente, me senti tonto, desorientado pelo interesse do
homem rude em mim.
— Talvez mais tarde, senhor. — Eu rebati. — Eu, uh, eu
preciso de um pouco de ar fresco .
— Qual o problema? Você não está se sentindo bem? —
Himerus me estudou de perto.
— Eu vou ficar bem, Mestre, — Eu assegurei a ele. — Eu só
preciso sair por um momento... Com sua permissão, é claro,
senhor. — Himerus relutantemente concordou. Priapus ergueu o
queixo e me deu um olhar gelado. Eu podia sentir que ele não
estava satisfeito com o jeito que eu tinha posto de lado sua oferta.
No entanto, eu não sentia remorso. Desculpando-me com um gesto
apressado, eu fui para as portas da varanda.
A brisa fresca acariciou minha pele quente. Eu caminhei pra
fora, olhando por cima do corrimão para a paisagem extensa
banhada pelo brilho pálido do céu noturno. Eu respirei fundo,
inalando o aroma sensual da maresia. Fiquei maravilhado com a
beleza da ilha isolada encantada com a lua. No entanto, eu parei de
pensar a muito tempo sobre a torção e mistura de realidades
alternativas dos reinos dos imortais. Uma vez que eu havia me
tornado um brinquedo sexual para os deuses, eu aceitei o meu
destino e não questionava a validade da minha única finalidade.
Felicidade é um estado de espírito. Eu vivia para o momento em
questão.
Meus pensamentos se voltaram para Erebus nas sombras
escuras. Um arrepio de excitação percorreu minhas veias com o
pensamento de um misterioso admirador, alguém que estava me
olhando do canto da sala e despertou meu interesse. Talvez, se eu
voltasse à mesa do banquete, eu conseguiria vê-lo novamente.
Invocando a minha coragem, eu me virei em direção à porta.
— Oh! — Engoli em seco, assustado com a forma escura
que agora estava diante de mim, à luz prateada da lua lançando
um brilho ao seu redor. A única coisa que eu vi claramente foram
seus olhos... Seus olhos hipnotizantes.
— Priapus não está nada feliz que você o rejeitou você sabe?
— A figura sombria segurou o meu olhar. Fiquei fascinado,
hipnotizado pelos olhos do Grego imortal que me examinava da
cabeça aos pés por trás de uma máscara preta.
— Eu não o rejeitei. Apenas quis vim um pouco aqui pra
fora. — Eu respondi, um pouco defensivamente. — Ele me deixa
bem nervoso.
A sombra riu. Sua risada divertida tomou conta de mim como
uma sedutora melodia escura. — Eu pensei que eu seria a pessoa
que iria deixá-lo nervoso, Milo. Aqueles de nós que habitam no
submundo são conhecidos por terem esse efeito sobre os mortais .
— Então, você é Erebus, o Deus das Trevas — Eu estava
apavorado. Ele estava envolto em sombras como um imperador
usando um robe. No entanto, quando ele se aproximou, as sombras
se dissiparam para revelar uma forma masculina. A escuridão
aveludada de sua roupa deu uma aparência de fluidez. Pelo que eu
vi pela luz da lua, ele era alto, com uma construção magra. Os
cabelos de Erebus eram ricos, pretos e escorriam ao redor de seus
ombros. Seus olhos brilhavam com uma tonalidade prateada
rodeados por uma máscara de veludo negro. Ela cobria metade de
seu rosto, deixando o nariz e a boca totalmente revelados. Eu
encontrei-me perguntando como seria beijar seus lábios. Eles
pareciam suaves e convidativos quando os cantos de sua boca
elaboraram um sorriso de tirar o fôlego.
— Sim, eu sou Erebus. — Ele assentiu com a cabeça. — Eu
teria me aproximado de você mais cedo, mas eu estava preocupado
que o que Sappho disse poderia ter te assustado.
— Pelo contrário, senhor, isso me deixou mais curioso.
Ele inclinou a cabeça, me estudando atentamente à luz do
luar. — Como assim?
Minha pele se arrepiou com a energia nervosa. Reunindo toda
a minha coragem, eu escolhi a minha resposta com cuidado. — Eu
estou curioso para saber se você está interessado em um escravo
mortal, senhor. Um brinquedo sexual para o seu prazer.
Num piscar de olhos, Erebus se aproximou, a centímetros de
mim. Eu inalei seu cheiro, um profundo aroma rico como terra
úmida misturada com uma pitada de almíscar. Mordi meus lábios e
olhei para seu rosto bonito. Seus braços me cercaram pelos ombros
e me puxaram para um abraço. Um negrume nos cercou e me senti
seguro em seu casulo de energia escura.
Ele gentilmente segurou meu queixo com seu dedo, longo e
elegante.
Os olhos prateados de Erebus estavam com uma pitada de
remorso, apesar de seus olhares impressionantes. Eu ansiava por
ver o seu rosto sem a máscara.
— Hum. — Ele segurou o meu olhar. — Então, você é um
mortal no meio dos deuses?
— Sim, senhor.
— Tenho muitas vezes ansiado por um belo jovem, como
você, para me acompanhar de volta ao inferno. — Ele confessou
em um baixo sussurro rouco. — No entanto, o meu domínio não
oferece muito. É uma região isolada abaixo da realidade onde seus
sentidos têm crescido e não seria fácil se acostumar também. Eu
adoraria fazer de você meu brinquedo sexual, mas eu não tenho
certeza se eu posso lhe oferecer o que você procura jovem amado
Jovem amado. Meu coração acelerou com o carinho do Lorde
das Trevas.
Ele era o mestre que eu vinha procurando. Eu sabia. — Por
favor, senhor, por favor, reconsidere — Protestei delicadamente.
Quando ele se inclinou pra mais perto, o véu de seda do seu
cabelo acariciou meu rosto. Meu corpo se encheu de desejo,
quando sua boca capturou a minha. Em primeiro lugar, eu provei o
fogo escuro da sua paixão. Eu senti que os meus lábios se abriam
para o âmago da minha alma. Através de seu beijo sensual, porém
delicado, eu também senti uma tristeza agridoce, um desejo que
combinava com aquele dentro de mim.
— Oh, não pare — , eu gemi baixinho, decepcionado quando
Erebus tirou sua boca da minha. Fiquei encantado em seu abraço,
todo o meu ser desejando se fundir com as sombras escuras dele.
— Eu quero ir para o inferno. Leve-me com você, senhor. Eu quero
ser o seu escravo... por favor. — Mas Erebus já tinha me libertado
de seus braços. Eu estava na sacada tremendo de desejo e
saudade. Ele olhou, como se perplexo com as minhas súplicas.
— Diga-me mortal, por que você estaria disposto a me
seguir até o inferno?
— Porque eu sinto que você está solitário. E eu acredito que
ninguém deve ser solitário, senhor. — O olhar de Erebus se
suavizou. Ele relutantemente concordou. — Então, você gostaria
de me acompanhar até Inferno e ser meu brinquedo sexual?
— Oh, sim, senhor — , eu sorri. — Eu faria qualquer coisa...
— Antes que eu pudesse terminar minha resposta, a porta da
varanda se abriu.
— Milo! — Virei-me para ver Hirmerus, meu Mestre, de pé na
porta. A carranca de desaprovação estava em sua cara. — Todo
mundo está esperando. É hora de jogar. Agora. — Ele ordenou em
um tom firme.
Olhei para trás, mas Erebus tinha ido embora. Mais uma vez,
ele desapareceu nas sombras. Meu coração afundou com a
decepção. — Sim, senhor. — Baixei a cabeça e me movi
lentamente em direção a Himerus que me pegou com firmeza pelo
braço e me guiou para o salão iluminado.
— Você tem sido um escravo ruim esta noite. Você
abandonou a mim e ao meu irmão para seguir a sua própria
loucura e você precisa aprender uma lição!
No entanto, pelo tom de sua voz, eu sabia que meu Mestre
não estava realmente chateado comigo. Nossa brincadeira estava
prestes a começar.
Em resposta, excitação atingiu meu corpo com antecipação.
Antes que eu pudesse apelar para o perdão, ele me obrigou a
me ajoelhar. Suas mãos fortes desabotoaram minha túnica na
parte de trás, tirando-a com um gesto fácil. Tivemos a atenção de
todos ao nosso redor quando Himerus colocou as algemas de prata
em meus pulsos e prendeu minhas mãos atrás das minhas costas.
Meu corpo parecia borracha quando ele me puxou pelo meu rabo
de cavalo. Eu estava diante de Madame e seus convidados em
apenas minhas calças com o meu peito nu exposto aos seus olhos
encantados.
— Esse escravo precisa aprender uma lição esta noite. Eu
pensei que tinha lhe treinado bem, mas devo estar enganado. —
Senti seu hálito quente no meu pescoço. Meus sentidos se
tornaram vivos sob sua mão firme enquanto ele me levou para
longe da multidão em direção a uma porta em arco.
Madame tinha, mais uma vez, pensado em tudo para o baile.
A porta já estava preparada com ganchos para prender os pulsos
de um escravo. Liberando minhas mãos atrás das minhas costas,
Himerus rapidamente me prendeu na moldura da porta em
arco. Eu gemi quando ele colocou em meus mamilos dois grampos
apertados, brilhantes e depois recuou. Uma pequena multidão se
reuniu em torno de nós. Ansioso, eu não sabia o que esperar.
Sem outras palavras, Himerus pegou o chicote do cinto. O
couro lambeu minhas costas, não cortando, mas aquecendo a pele
exposta. Cada varredura do chicote me colocava mais em um
estado quente de excitação. A espécie de felicidade que eu, um
brinquedo para os Deuses, realmente desejava.
Meu pau agitou-se entre as minhas pernas, criando uma
protuberância desconfortável na frente das minhas calças justas.
Himerus diminuiu o assalto nas minhas costas, e depois
parou. Baixei a cabeça, respirando fundo. O suor escorria pelo meu
rosto por causa do calor e adrenalina correndo em minhas veias.
— Eu sou o próximo. — A voz rouca veio atrás de mim. Era
Priapus. Chocado, meu estômago se enrolou em reação. Ele entrou
na minha frente, seu peitoral metálico brilhando na luz.
Com os dedos ásperos ele levantou meu queixo para olhar
em seus olhos tempestuosos. — Oh, você é um menino tão
impertinente, Milo, recusando minha oferta anterior. — Priapus
provocou. — Mas, agora, eu estou pronto para jogar e você está
indo pagar. — Com prazer perverso, ele soltou meu queixo, em
seguida, impiedosamente arrancou os grampos fora de meus
mamilos. Eu gritei de dor. Priapo era um bastardo cruel. Ele gostou
do meu desconforto.
Meu coração batia forte no meu peito, sem saber o que
poderia vim a seguir quando minha atenção foi atraída para as
mãos do meu mestre sobre minhas coxas. Com um puxão teve
minha calça arrancada de minhas pernas e me revelou para a
pequena multidão que nos rodeava. Eu estava nu diante deles com
meu pau apontando para cima na excitação total.
— Passe-me a minha raquete. — Eu ouvi a voz rouca de
Priapus atrás de mim.
Engoli em seco, os meus nervos no limite. Antes que eu
tivesse tempo de me preparar para o ataque de Priapus, eu senti a
primeira picada da raquete na minha bunda.
O som da raquete batendo na minha pele criou uma série de
altos e nítidos sons. Meu desejo inflando a cada golpe que ondulava
ao longo de todo o meu corpo. Eu lutei, tentando não gritar, mas
minha determinação derreteu sob seus golpes. Eu fechei meus
olhos quando a minha visão ficou nublada com diferentes tons de
índigo e manchas vermelhas por causa da dor agridoce. Com uma
risada demoníaca, Priapus me deu um duro beijo antes parar.
Engoli em seco lutando por ar quando o meu traseiro
resplandeceu com a dor. Senti alguém soltar as correntes e caí de
joelhos no chão frio. A pequena multidão explodiu em aplausos,
obviamente entretida pela nossa exibição desenfreada de
sadomasoquismo.
Abri os olhos. Erebus estava diante de mim. — Himerus,
chegou ao meu conhecimento que o seu brinquedo procura outro
Mestre. Isso está correto?
Erebus inclinou a cabeça para Himerus, que estava ao meu
lado.
Uma onda de sussurros atônitos percorreu a multidão.
Com as mãos firmes, Himerus me ajudou a me levantar
diante de Erebus e Priapus, que parecia desapontado que outra
divindade havia manifestado interesse em mim.
— Sim, é verdade. — Ele assentiu com a cabeça. — Mas a
escolha é de Milo.
Senti todos os olhos em cima de mim enquanto eu encarava
o misterioso olhar de Erebus. Meu coração pulou uma batida. Eu
percebi que o Deus das Trevas me queria... Tanto quanto eu o
queria.
— Milo, você deseja se submeter à Erebus por sua própria e
livre vontade?
— Sim, senhor, eu faço.
— Ele tem que pagar o preço! — Priapus retumbou em
protesto. — Ele deve receber mais de cinqüenta açoites de chicote
para provar a sua servidão ao seu novo Mestre. — Eu estremeci.
No entanto, o preço da dor valeria a pena cada chicotada.
— Você concorda com cinquenta chicotadas por minha mão,
jovem amado? — Perguntou Erebus.
Meu traseiro ainda queimava das torturantes chicotadas
anteriores, mas eu sabia que estaria disposto a fazer qualquer coisa
para estar com Erebus, meu senhor escuro das sombras. Qualquer
coisa.
Eu balancei a cabeça, sabendo que a minha submissão
voluntária iria selar o meu destino.
— Sim, meu senhor. — Sem outra palavra, eu assumi uma
posição contra a abertura da porta, apoiando meus braços em cada
lado dos arcos, então esperei. Uma onda de pavor atravessou a
multidão que nos rodeava. Meu corpo tremeu em antecipação.
Erebus tirou a capa preta e descartou a máscara de seu
rosto. Uma onda quente de desejo me venceu quando eu olhei para
seus belos traços. Fechei meus olhos por um momento.
Seu queixo estava tenso de determinação quando ele se
moveu atrás de mim, longe da minha vista. O estalo da língua de
couro do chicote encheu o ar quando ele se preparou, aquecendo-
se para nossas cinquentas chicotadas.
— Milo, meu jovem amado, eu quero que você conte a cada
chicotada. Você está entendendo? — Eu balancei a cabeça e
respirei fundo, me preparando para a dor. Em seguida, ele
começou. A língua de couro mais uma vez lambeu minha carne
nua. A minha pele ardia enquanto eu contava cada chicotada.
No momento em que chegou a dez, meus joelhos tremiam. A
dor era afiada e intensificada. Meu corpo estava em chamas. Vinte
e cinco e eu me sentia como manteiga derretida com seus golpes.
Eu estava além da dor. Quarenta e seis. Estávamos tão perto. Tão
perto. Quarenta e nove.
Era quase o fim.
Assim que eu contei a ultima chicotada, meu corpo cedeu. Eu
deslizei para o chão frio do salão. Eu respirava como um animal
selvagem. Alguém colocou um copo de água contra os meus lábios.
Sedento, eu engoli em um único gole e, em seguida, olhei
para o rosto sorridente de Sappho. — Boa sorte, Milo. — Eu dei-
lhe um aceno educado, então ela desapareceu no meio da
multidão.
Erebus me puxou por trás. Eu pressionei minhas costas
doendo contra a firmeza do seu peito e coloquei minha cabeça no
seu ombro. Seu profundo cheiro almiscarado encheu meus
sentidos. Sua mão agarrou o meu pau. Eu fechei meus olhos,
bloqueando qualquer dor.
Não havia nada... nada, somente o prazer do toque do meu
novo mestre. Eu estremeci com a sensação de seus dedos em
movimento para cima e para baixo ao longo do meu eixo. A tensão
crescia a cada deslizar das mãos sobre meu pau. Meu corpo
sensibilizado facilmente alcançado um estado febril juntamente com
as minhas emoções.
Finalmente, eu não podia adiar mais. Eu me dei ao seu toque
e um gemido alto escapou dos meus lábios antes de a escuridão
nos cercar.
No momento em que eu gozei, a multidão havia se dissipado.
Himerus tinha ido embora. Priapus, também. Era apenas Erebus e
eu... sozinhos.
Cai em seus braços, nossos corpos pressionados juntos. Meu
coração acelerou com a percepção de que ele me segurava em seus
braços.
— Eu acredito que você vai ser um bom brinquedo sexual
para o meu prazer, jovem amado — , ele sussurrou em meu
ouvido.
Virei-me e pressionei meus lábios nos dele. Nossas bocas se
fundiram em um beijo doce e apaixonado. Ao longe, ouvi um
relógio badalando.
Era meia-noite.
— Agora, você vai me servir, Milo. — Erebus sorriu. — Você
está pronto?
Olhei em seus olhos prateados e vi minha própria felicidade
refletida de volta. Minha alma se iluminando com a recém
descoberta felicidade.
Meu desejo tinha sido cumprido.
— Sim, mestre. Aguardo ansiosamente — Respondi quando
meu novo mestre me segurou firmemente ao redor dos ombros e
me conduziu para o inferno.
FIM