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DESTINO EMPREGATÍCIO DOS EGRESSOS DO CURSO TÉCNICO EM
AGROPECUÁRIA DO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL OLEGÁRIO MACEDO, EM CASTRO – PR
Autor: Lourdes de Fátima Ferreira1
Orientadora: Carina Alves da Silva Darcoleto2
RESUMO
O presente artigo é resultado do Projeto de Intervenção Pedagógica, parte do
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado de Educação, que tem como objetivo oferecer formação continuada para
professores da rede pública de ensino do Estado do Paraná. Teve como foco a atuação profissional dos alunos egressos do Curso Técnico em Agropecuária, do Centro Estadual de Educação Profissional Olegário Macedo (CEEPOM), do
município de Castro, Paraná. O objetivo principal do trabalho foi verificar se o referido curso está adequado às demandas do mercado de trabalho atual,
investigando se os profissionais, formados nos anos de 2008 e 2009, atuam na área do curso ofertado ou se migraram para outro campo de trabalho, mediante um levantamento de dados, por meio de questionários contendo perguntas
direcionadas aos ex-alunos e pecuaristas da região.
Palavras-chave: Técnico em Agropecuária; Mercado de Trabalho; Atuação
Profissional, CEEPOM.
ABSTRACT
This article is the result of the Educational Intervention Project, part of the Educational Development Program - EDP, of the State Department of
Education, which aims to offer continuing education for teachers of public schools in the state of Parana. Focused on the professional activities of former students of the Technical Course in Agriculture, the State Center for
Professional Education Olegario Macedo (CEEPOM), of the Castro City, Paraná. The objective of this investigation was to determine whether that
course is suited to the demands of today's job market, investigating whether professionals, trained in the years 2008 and 2009, working in the area of the course is offered or migrated to another field of work by a data collection
through questionnaires containing questions directed to alumni and ranchers in the region.
Keywords: Farming Technician, Labor Market, Professional Practice, CEEPOM.
1 Pós-Graduada em Psicopedagogia, Graduada em Pedagogia, Professora do Centro Estadual
de Educação Profissional Olegário Macedo, em Castro-PR. 2 Doutora em Educação Escolar, Graduada em Pedagogia, Professora da Universidade
Estadual de Ponta Grossa, no curso de Pedagogia.
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1. INTRODUÇÃO
O presente artigo é resultado do projeto de intervenção pedagógica, que
faz parte das atividades realizadas no Programa de Desenvolvimento
Educacional do Estado do Paraná (PDE), iniciado em agosto de 2010. O
referido projeto teve como foco a atuação profissional dos alunos egressos do
Curso Técnico em Agropecuária, especificamente os alunos do Centro
Estadual de Educação Profissional Olegário Macedo (CEEPOM) – do município
de Castro, Paraná – formados nos anos de 2008 e 2009.
O interesse em estudar a atuação profissional dos alunos egressos do
Curso Técnico em Agropecuária do referido Colégio se deu considerando a
diferenciação do curso em questão, bem como o fato de que os alunos do
Centro de Educação poderiam optar por uma, de duas modalidades de ensino:
integrado3 ou subseqüente4. Com esta realidade escolar peculiar, houve um
questionamento se os futuros técnicos em agropecuária teriam espaço para
atuar em sua formação específica.
O objetivo principal do trabalho é verificar se o Curso Técnico em
Agropecuária do referido estabelecimento de ensino está adequado às
demandas do mercado de trabalho atual, investigando se os profissionais,
formados nos anos de 2008 e 2009, estão atuando na área do curso ofertado
ou se migraram para outro campo de trabalho. Objetivou, ainda, identificar o
perfil profissional e pessoal dos alunos egressos, bem como se buscou
compreender as razões que levam os alunos a atuarem em outra área que não
a sua área de formação específica.
Na busca de se alcançar os objetivos delimitados para o projeto
desenvolvido, foi elaborada uma ficha de avaliação dos empregadores de
técnicos em agropecuária da região de Castro, bem como um questionário para
ser respondido pelos alunos egressos, foco da análise da pesquisa. Os dados
3 Para a educação profissional de nível técnico, o aluno selecionado faz o curso técnico
integrado ao ensino médio, obedecendo à opção de curso técnico feita no processo seletivo. Nesse caso, o aluno deve ter concluído o 1° ano de Ensino Medio, para assim cursar o Ensino Tecnico 4 Para a educação profissional de curso técnico subsequente ao ensino médio, o al uno
aprovado no processo seletivo e portador do certificado de conclusão do ensino médio (antigo segundo grau) ou equivalente, pode iniciar o curso de nível técnico pretendido.
3
coletados a partir desses instrumentos de pesquisa (a ficha de avaliação dos
empregadores e o questionário dos alunos) foram a base para a análise, a qual
está disponível a todos os envolvidos no/com o Centro Estadual de Educação
Profissional Olegário Macedo, quais sejam, os funcionários, os professores,
alunos e pais/comunidade.
Para o escopo do presente trabalho, deteve-se ao estudo de autores
referenciais que tratam de temas como o trabalho, o mundo do trabalho e o
mercado de trabalho; estudiosos da área da educação; pesquisas em como as
mudanças no mundo do trabalho afetam a formação dos seres humanos; o que
implica a necessidade, cada vez mais intensa e mais atual, da formação
específica para atuar em determinados setores da sociedade (caso da
demanda crescente por cursos técnicos profissionalizantes).
2. RELAÇÃO ENTRE EMPREGO E FORMAÇÃO ESCOLAR: BREVES
APONTAMENTOS
A partir dos estudos de Antunes (2001), denota-se que, nas últimas
décadas, principalmente nos últimos anos, o mundo do trabalho tem passado
por transformações profundas, o que afeta todos os setores da sociedade, de
uma forma ou de outra; o que é o caso, pode-se dizer, do setor agropecuário.
Diante das mudanças no mundo do trabalho, um dos impactos sofridos
pela população, segundo Antunes & Alves (2004), é
a crescente exclusão dos jovens, que atingiram a idade de ingresso no mercado de trabalho e que, sem perspectiva de emprego, acabam muitas vezes engrossando as fileiras dos trabalhos precários, dos
desempregados, sem perspectivas de trabalho, dada a vigência da sociedade do desemprego estrutural (ANTUNES; ALVES, 2004, p. 339).
Nessa perspectiva, a pesquisa desenvolvida e aplicada na forma de
projeto de intervenção pedagógica, no Centro Estadual de Educação
Profissional Olegário Macedo– CEEPOM , pretendeu contribuir para que os
professores, técnicos e demais educadores desenvolvessem atitudes
favoráveis ao processo de inclusão destes profissionais, redescobrindo novas
4
práticas e, ao mesmo tempo, inserindo-os no contexto de sua formação
técnica.
Com isso não se pretendeu colocar a responsabilidade na instituição
escolar de garantir a inclusão dos profissionais no mercado de trabalho, porém
ocorre que, com uma formação de qualidade, e com a consciência, tanto dos
limites quanto das necessidades do mercado de trabalho, aumenta-se a
possibilidade de os profissionais do CEEPOM contribuírem de modo
significativo para o futuro profissional dos seus alunos.
O curso Técnico em Agropecuária possui uma grande procura por
alunos das mais variadas regiões do Estado do Paraná e , inclusive, de fora
dele. A razão deste estudo se dá pela preocupação em constatar se realmente
estes técnicos em agropecuária estão inseridos na área de sua formação, no
contingente de trabalhadores habilitados tecnicamente.
Maria da Glória Gohn (2002) aponta que uma economia globalizada
exige profissionais com perfi l de desempenho diferente do tradicional:
Nos novos códigos, a educação deve contribuir para formar um trabalhador que tenha habilidades e domínio de conhecimentos
tecnológicos, habilidades de gestão e que saiba ser criativo, desenvolvendo relacionamentos estratégicos (saudáveis e produtivos) e com habilidade nos relacionamentos intergrupais,
que saiba aprender a aprender. Mas tudo isso não pode ser visto nos limites de uma lógica utilitarista, que contempla o ser humano como uma máquina produtora, usuário / consumidor
de bens, numa ótica mecânica e economicista (GOHN, 2002, p. 96).
De acordo com Gohn, essas habilidades devem ser vistas como
ferramentas de apoio e não como finalidades últimas.
A globalização exige adaptação às mudanças e, dessa forma, o
profissional necessita buscar, constantemente, aprender, encontrando no
binômio educação e trabalho o aparato que poderá lhe proporcionar uma
formação condizente, diante da crise social decorrente da crise do mundo do
trabalho ora manifestada. Dessa maneira, impõe-se à educação uma árdua
tarefa, que é a de ser capaz de formar um indivíduo que seja capaz de atender
às novas necessidades do mercado de trabalho em constante transformação.
A educação profissionalizante é um dos grandes fatores de
desenvolvimento econômico e social do país. Para tanto, ela precisa estar
5
articulada às necessidades do mundo do trabalho. Sabendo-se que hoje o
mercado de trabalho impõe exigências cada vez maiores aos trabalhadores, é
fundamental que a escola se organize de modo a possibilitar uma formação
adequada aos alunos, para que estes tenham condições reais de ingressar no
mercado de trabalho. Entretanto, não se pode esquecer do que alertam
Antunes & Alves (2004), ao dizerem que “cada vez mais os jovens estão sendo
excluídos do mercado de trabalho”.
Na sociedade atual não se pode distinguir formação profissional de
mercado de trabalho, visto que ambos existem como fatores determinantes
para o desenvolvimento das organizações, da comunidade local, da sociedade
em geral, e do país. Através do processo de formação profissional as pessoas
enriquecem os seus conhecimentos, desenvolvem as suas capacidades e
melhoram as suas atitudes ou comportamentos, aumentando, desta forma, as
qualificações técnicas ou profissionais, visando a sua felicidade e realização,
bem como a participação no desenvolvimento das organizações e do tecido
socioeconômico e cultural da sociedade.
O mercado de trabalho está cada vez mais global e mais exigente no
que tange às qualificações profissionais dos indivíduos. A formação profissional
contínua e a certificação das qualificações representam fatores determinantes
para o desenvolvimento global. Nesse contexto encontra-se a finalidade última
da valorização dos recursos humanos, possibilitando às organizações a mão-
de-obra qualificada com reflexos importantes em nível de produtividade e
competitividade, contribuindo também para uma melhoria de inserção na vida
ativa. Nesta perspectiva, a formação profissional é um agente de mudança
fundamental no processo de ajustamento das qualificações profissionais e das
competências dos indivíduos às exigências da sociedade/mercado de trabalho,
constituindo, acima de tudo, uma medida estratégica capaz de potenciar
transformações econômicas, por via da pressão do mercado de trabalho sobre
a economia.
Diante deste quadro da realidade atual, buscou-se verificar se a
formação oferecida pelo Centro Estadual de Educação Olegário Macedo
contribui para o ingresso dos técnicos em agropecuária no mercado de
trabalho, atuando na área específica de sua formação. Em outras palavras: faz-
6
se necessário examinar se a formação ofertada está adequada às demandas
do mercado de trabalho atual. Ainda, é pertinente identificar o perfil profissional
e pessoal dos alunos egressos do curso técnico em agropecuária que estão
empregados, desenvolvendo atividades na sua área de formação. No caso dos
alunos egressos que não atuam na área de formação específica, buscou-se,
além de saber onde estão atuando – se exercem alguma atividade –,
compreender as razões para estarem atuando em outra área. Vale lembrar que
esses dados foram obtidos por meio das respostas dos questionários
entregues aos alunos egressos do curso e pelas fichas que foram preenchidas
pelos empregadores de técnicos em agropecuária da região de Castro.
3. A RELAÇÃO ENTRE O CEEPOM E A AGROPECUÁRIA
O Centro Estadual de Educação Olegário Macedo – CEEPOM foi
instituído para atender a uma necessidade da região, que precisava de
trabalhadores com formação específica para atuar na área da agropecuária.
Está localizado na região dos Campos Gerais, no município de Castro, distante
a quatro quilômetros do centro da cidade e cento e cinquenta quilômetros da
capital do Estado do Paraná, Curitiba, próximo à Cooperativa Castrolanda e
junto ao Parque de Exposições Municipal Dario Macedo. Nesse sentido, vale
considerar algumas informações adquiridas a partir do site da cidade de
Castro, que permitem entender um pouco da sua história e seu papel enquanto
instituição educacional. 5
“Castro originou-se do Pouso de Tropeiros, que vinham com gado de
Sorocaba (SP) para Viamão (Rio Grande do Sul) e aqui faziam suas paragens
às margens do Rio Iapó, para descansarem e seguirem viagem”. A cidade foi
colonizada pelo movimento de tropeiros que passavam nesta região,
descansavam com suas tropas e sentiam a necessidade de um lugar de
paragem, criando uma pousada, que foi a semente para uma próspera
atividade agropecuária.
5 As informações que se seguem a partir daqui e se estendem até meados da página 09,
identificadas entre aspas, são retiradas do referido site, que está devidamente referenciado nas Referências, ao final do artigo.
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Com o povoamento, a partir de 1885, deu-se início a um grande fluxo de
imigrantes, que tinham como meta o cultivo da terra e a criação de animais
para sua sobrevivência. Dentre esses, destacam-se: italianos, neerlandeses,
russos, poloneses, alemães que fundaram diversas colônias, cultivando a
agricultura de subsistência.
Mais tarde, em meados de 1911, chegaram os holandeses, que
fundaram a Colônia Carambeí (atualmente município) e, na década de 1950, a
Colônia Castrolanda. Estes objetivavam a agricultura e a criação de bovinos.
Em 1958, apareceram também os japoneses com novas técnicas de plantio na
agricultura.
Hoje, a economia do município está voltada às atividades dos
agropecuaristas, envolvendo plantio de grãos (soja, milho, feijão, arroz, etc.)
hortaliças e a criação de gado leiteiro, suínos e aves.
O Centro Estadual de Educação Profissional Olegário Macedo, assim
denominado nos dias atuais, foi instituído no ano de 1935, com o nome de
Escola de trabalhadores Rurais Olegário Macedo de Castro, sendo
regulamentada pelo Decreto 7.762, de 03 de dezembro de 1930, publicado no
Diário Oficial do Estado em 13 de dezembro de 1938.
Na escola de Trabalhadores Rurais Olegário Macedo era ministrado o
ensino de grau primário, com a duração de quatro anos, no qual estava
inserido um preparo de ensino elementar rural de caráter prático. Após o
término dos quatro anos do curso, aos alunos que demonstravam aptidão para
práticas rurais era concedida a transferência para a escola de Trabalhadores
Rurais "Dr. Carlos Cavalcanti", na cidade de Curitiba, onde os alunos
frequentariam o Curso Profissional de Trabalhadores Rurais, com a duração de
três anos, aperfeiçoando seus conhecimentos adquiridos na escola.
No ano de 1960, através do decreto 31.657/60 de 29 de agosto de 1960,
publicado em Diário Oficial, a Escola de Trabalhadores Rurais Olegário
Macedo passou a denominar-se Escola Agrícola de Grau Médio.
Em 1962, através das portarias nº. 1.049/62, de 06 de novembro, e nº.
1.204/62, de 10 de dezembro, a Escola Agrícola de Grau Médio foi
transformada em Centro de Treinamento de Professores de Nível Médio.
8
Em 1964, pela portaria nº. 151/64, de 27 de fevereiro, o então Centro de
Treinamento de Professores de Nível Médio foi transformado em Escola de
Preparação Pré-ginasial.
Posteriormente, através da portaria 74/65, de 21 janeiro de 1965, a
Escola de Preparação Pré-Ginasial foi transformada em Ginásio Agrícola.
Em 1967, passa a denominar-se Ginásio Agrícola Olegário Macedo,
através da portaria nº. 744/67, de 29 de setembro de 1967.
Em 16 de agosto de 1969, teve início o Curso Vocacional de Economia
Doméstica.
Até o ano de 1972, mais precisamente em 31 de dezembro, o Ginásio
Agrícola Olegário Macedo pertencia à Secretaria da Agricultura. A partir de 01
de janeiro de 1973, passou a pertencer à Secretaria de Estado da Educação e
Cultura, subordinado ao Departamento de Ensino de 2º Grau, de acordo com o
Decreto nº. 2706, publicado no Diário Oficial do Estado nº. 172, de 07 de
novembro de 1972.
O curso Vocacional de Economia Doméstica foi extinto em 17 de
janeiro de 1976. Em 1º de março de 1979 teve início o Curso de 2º Grau, com
habilitação em Técnico em Agropecuária, conforme parecer nº. 157/79.
Em dezembro de 1981 formou-se a última turma do curso ginasial que
estava sendo extinto gradativamente, tendo em vista a implantação do curso de
2º Grau.
Em 20 de dezembro de 1984, através da resolução nº. 8.419/84, foi
autorizado o funcionamento do Curso Complementação de Estudos em
Agropecuária para egressos da habilitação Básica em Agropecuária, que teve
sua última turma em 1989.
O curso de 2º Grau, com habilitação Técnica em Agropecuária, formou a
última turma em dezembro de 1998, sendo gradativamente extinto de acordo
com as novas leis de Diretrizes e Bases da Educação, para dar lugar ao Ensino
Pós–Médio, que teve suas primeiras turmas em fevereiro de 1999, com base
na Resolução nº. 1.440/00 da Secretaria de Estado da Educação e do Parecer
nº. 101/00 do Conselho Estadual de Educação.
Em fevereiro de 2000, o Colégio voltou a ofertar o Ensino Médio, através
da Resolução nº. 1456/2000 do Conselho Estadual de Educação/Câmara de
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Ensino Médio. A partir de 2001, o Colégio passou a ofertar a parte
profissionalizante do Concomitante6 para os alunos que cursam o Ensino
Médio (Cursos Técnicos em Produção Agrícolas e Técnicos em Produção
Pecuários modalidade concomitante).
Em fevereiro de 2004, passou a ofertar o Curso Técnico em
Agropecuária modalidade integrado e subsequente”.
4. ESTRATÉGIA DE AÇÃO: (RE) PENSANDO A FORMAÇÃO OFERTADA
PELO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA – CEEPOM
Após apresentar informações sobre o Centro Estadual de Educação
Profissional Olegário Macedo, necessárias diante da importância do ensino
profissional para o desenvolvimento do país, vale considerar que a última Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/1996 consolida os
conhecimentos advindos do Ensino Fundamental que visa o pleno exercício da
cidadania, a preparação para o trabalho e o prosseguimento dos estudos. No
caso do Ensino Técnico Profissionalizante, especificamente, consta nessa Lei
que:
Os cursos de educação profissional técnica de nível médio,
nas formas articulada concomitante e subseqüente, quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certi ficados de qualificação para o
trabalho após a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para o trabalho. (LDB, 1996, Parágrafo Único da Seção IV -A, Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008)
Nessa dimensão, sabe-se que a educação profissional (nível médio)
deve formar o aluno para ter qualificação específica para o mercado de
trabalho. Entretanto, como adverte Kuenzer (2000, p.15-39): reformular e
democratizar o sistema do Ensino Médio exige mais do que apenas uma nova
lei; devem ser repensados vários fatores importantes, como adequação do
espaço físico da instituição, bibliotecas, laboratórios, equipamentos e,
principalmente, professores capacitados.
6 Que ocorre ao mesmo tempo; simultâneo.
10
A partir dessas advertências de Kuenzer, buscou-se compreender se a
formação oferecida pela instituição em questão é significativa, tanto para a
formação pessoal dos alunos como para a sua atuação no mercado de
trabalho, de modo a atuar na área para a qual se buscou especializar.
4.1 Estratégia de Ação
A fim de se alcançar os objetivos delimitados para o projeto que foi
desenvolvido, foram elaborados questionários (Anexo I) com perguntas abertas
e fechadas a serem respondidas pelos alunos egressos do curso em questão,
nos anos de 2008 e 2009. Também foram distribuídas fichas de dados a serem
preenchidas pelos empregadores de técnicos em agropecuária que se
formaram no CEEPOM nos anos delimitados a se estudar na pesquisa. O
instrumento entregue para os empregadores possibilitou observar as
qualificações exigidas nas propriedades rurais, empresas ou cooperativas e se
os formados pelo curso estão atuando na sua área de formação/qualificação.
Foram mobilizados 120 egressos, porém somente um grupo de sessenta
e duas pessoas (62) apresentaram interesse em participar da pesquisa,
possibilitando a sua implementação, em agosto de 2011, com término em
outubro do mesmo ano.
Foram contatadas cinco (5) empresas no município de castro, sendo que
apenas uma (1) restituiu o questionário, o que não possibilitou ênfase no
tocante aos empregadores, porém, considerando a previsão do ocorrido, tal
situação não implicou prejuízo à pesquisa.
A estratégia exigiu demasiado empenho, considerando se tratar de
pesquisa de campo feita por meio de material entregue, o qual deveria ser
respondido e devolvido, o que implicou a vagarosa restituição dos mesmos,
uma vez que restou dependência da vontade alheia, porém compensou quando
da constatação da feliz possibilidade de se poder trabalhar com os dados
coletados.
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Após este retorno dos questionários, foram levantados todos os dados
referentes às informações requeridas, tornando viável a tabulação dos mesmos
(Anexo II), facilitando, assim, a sua interpretação.
Com relação à instituição de ensino pesquisada, relacionando-a com o
mercado de trabalho em questão, por meio do estudo constatou-se que, dos 62
(sessenta e dois) egressos entrevistados 29 (vinte e nove) estão atuando na
área agropecuária e outros 33 (trinta e três) estão trabalhando em diferentes
áreas como: lanchonetes, farmácias, empresas de produtos alimentícios,
restaurante, supermercados e posto de gasolina.
Entre as justificativas registradas pelos egressos sobre a permanência
na área agropecuária destacaram-se as afirmativas de que garantem o
sustento das famílias, além de produzirem alimento para milhares de outras
famílias; melhores condições de trabalho; amor pelo trabalho, ademais, abrir
mais oportunidades de trabalho, bem como a possibilidade de se poder fazer
mais cursos na área.
O estudo e a aprendizagem ofertado no curso coincidem com a realidade no campo; consegui colocar em prática os conhecimentos técnicos adquiridos durante o curso na propriedade da família;
corresponde às expectativas exigidas no mercado de trabalho proporcionando-me muitas oportunidades, inclusive dá autonomia para trabalhar na própria propriedade (Egresso questionado –
Anônimo – Anexo IV).
Os alunos participantes demonstraram interesse em responder a
pesquisa, houve uma boa aceitação da entrevista e contribuíram, com
entusiasmo, para que a referida pesquisa resultasse significativa e de maneira
satisfatória.
De forma geral o trabalho realizado com o alunos egressos nos anos de
2008 e 2009 do Centro Estadual de Educação Profissional Olegário Macedo
implicou a constatação evidente da satisfação dos mesmos com o curso
questionado, qual seja, Técnico em Agropecuária.
Com relação à instituição de ensino, há que se afirmar que a mesma é
satisfatória, vez que dos 62 (sessenta e dois) entrevistados, apenas 2 (dois)
manifestaram-se contrariamente.
Quanto aos empregadores, infelizmente apenas uma empresa retornou
o questionário, não sendo possível mensurar as opiniões dos empregadores,
12
porém felizmente não implicando em fato prejudicial à pesquisa. Vale ressaltar
que o questionário restituído conteve sugestões, o que afirmou que os
egressos levam para o mercado de trabalho boas noções dos serviços a serem
executados (Anexo III).
5. CONCLUSÃO
O estudo desenvolvido, com vistas a implementar o Projeto de
Intervenção Pedagógica, possibilitou não só a elaboração deste artigo, como
também amadurecimento intelectual e profissional.
Pelas leituras realizadas para estruturar o Projeto de Intervenção
Pedagógica e o material didático pedagógico, bem como pelas outras
atividades desenvolvidas ao longo desse processo de formação continuada no
PDE, resta claro que a educação profissional deve formar o aluno para ter
qualificação específica para o mercado de trabalho.
Nesse ínterim verificou-se que a formação profissional e a certificação
das qualificações dos profissionais determina seus postos no mercado de
trabalho, bem como possibilita que se busquem áreas divergentes qua ndo da
não satisfação com o meio agropecuário. Considerando a grande maioria de
egressos pertencer a uma faixa etária jovem, tal constatação resta agradável,
vez que os referidos jovens poderão, ou seguir qualificando-se na área, ou
encontrarem-se de acordo com suas reais aptidões.
Em suma, a pesquisa tornou possível afirmar que o Curso Técnico em
Agropecuária do CEEPOM habilita seus alunos a serem bons profissionais
para o mercado de trabalho, considerando que o referido mercado não exige a
formação específica, mas os conhecimentos exatos, os quais são lecionados
pela equipe docente da instituição de ensino em questão.
Por fim, conclui-se que o egressos estão preparados para o mercado de
trabalho, uma vez tendo freqüentado o curso questionado e, principalmente,
estão satisfeitos com o que cursaram, ficando evidente, desta forma, que onde
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se há amor pelo que faz, determinação e busca por qualificação, há, sim,
felicidade, sucesso e satisfação.
14
Referências
ALVES, Giovanni; ANTUNES, Ricardo. As mutações no mundo do trabalho na era da mundialização do capital. Revista Educação & Sociedade, Campinas,
vol. 25, n. 87, p. 335-351, maio/ago. 2004.
ANTUNES, Ricardo. Reestruturação produtiva e mudanças no mundo do
trabalho numa ordem neoliberal. In: DOURADO, L.F.; PARO, V. (orgs). Políticas Públicas & educação básica. São Paulo: Xamã, 2001.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1988.
BRASIL. Lei n° 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº9394, de 1996.
FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria. (orgs). Ensino Médio: Ciência,
Cultura e Trabalho. Brasília: MEC/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E
TECNOLÓGICA, 2004.
GOHN, Maria da Glória. Educação, trabalho e lutas sociais. In: FRIGOTTO, Gaudêncio; GENTILI, Pablo. A Cidadania negada: políticas de exclusão na
educação e no trabalho. 3ª. ed. São Paulo: Cortez; [Buenos Aires, Argentina]: CLACSO, 2002.
KUENZER, Acácia Zeneida. O Ensino Médio agora é para a vida: entre o pretendido, o dito e o feito. Campinas, Educação e Sociedade, vol. 21, nº. 70,
p.15-39, abril 2010.
PPP - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Centro Estadual de Educação Profissional Olegário Macedo. Castro: CEEPOM, 2007. Mimeo.
SITE DE CASTRO <http://www.ositedaqui.com.br/news.php.> Acesso em:
10/10/2010.
15
ANEXOS
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Anexo I - Questionários
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FICHA DE AVALIAÇÃO DOS EMPREGADORES DE TÉCNICOS EM AGROPECUÁRIA7
Nome da Empresa:________________________________________________________ Porte da empresa: ( ) grande ( ) média ( ) pequena
Endereço:________________________________________________________________
Cidade: ___________________________________
CEP:______________________________________
Fone:( )___________________________________
E-mail/ Home Page/ Blog:
_________________________________________________________________________
01. Quantos são os técnicos do Curso Técnico em Ag ropecuária que trabalham nesta
empresa:
______________________________________________________________________
02. Relacione as principais tarefas executadas pelo (a) funcionário com formação de
Técnico em Agropecuária: _________________________________________________________________________________
03. Como são feitas as contratações dos candidatos a técnico em agropecuária nesta empresa:
( )Currículos ( )Agência de empregos ( )Divulgação em classificados e / ou internet
( )Através de estagiários ( )Contatos com instituições que fornecem formação na área
04. AVALIAÇÕES: OBS: Atribuir os Conceitos: Ótimo (O); Bom (B); Regular ( R) e Deficiente (D) a cada aspecto analisado.
1º-ASPECTO:
ASPECTOS TÉCNICOS PROFISSIONAIS CONCEITO
a) Rendimentos no trabalho (qualidade, rapidez, precisão com os
quais executa as tarefas constantes do programa).
b) Facilidade de compreensão (facilidade em interpretar, colocar
em prática ou entender instruções).
c) Nível de conhecimentos teóricos (conhecimentos demonstrados
no cumprimento das tarefas, tendo em vista sua escolaridade)
d) Organização e método de trabalho (uso de meios racionais na
confecção dos trabalhos)
e) Iniciativa e independência (capacidade de buscar soluções sem
prévias orientações, dentro dos padrões adequados)
2º - ASPECTO
1
Pesquisa realizada pela Prof. ª PDE Lourdes de Fátima Ferreira que visa avaliar a formação dos
profissionais Técnicos em Agropecuária oriundos do Centro Estadual de Educação Profissional Olegário
Macedo, da cidade de Castro, Paraná.
18
ASPECTOS ATITUDINAIS CONCEITO
a) Assiduidade (constância, pontualidade e cumprimento das tarefas)
b) Disciplina (respeito aos superiores e acato as normas regulamentares)
c) Sociabilidade e desembaraço (facilidade e espontaneidade com que age frente
às pessoas e situações)
d) Cooperação (atuação junto a outras pessoas no sentido de contribuir para o bem comum)
e) Responsabilidade (capacidade de cuidar e de responder pelas atribuições, equipamentos e bens da empresa)
3º- ASPECTO:
ASPECTO DE FORMAÇÃO
TÉCNICO-CIENTÍFICA
Muito bom Bom Regular Ruim
a) Conhecimentos adquiridos
no curso
b) Relação entre a teoria e a
prática no trabalho
c) Atualização
d) Consciência ambiental
(preservação do ambiente, uso racional da água, luz, papéis, reciclagem geral...)
e) Ética profissional,
responsabilidade e cidadania
f) Desenvolvimento da comunicação oral e escrita
g) Gestão (organização,
liderança, administração...)
h) Habilidade na utilização de equipamentos, máquinas e ferramentas
05. Com base na avaliação dos itens anteriores, o funcionário preenche os requisitos técnicos da profissão?
( ) SIM ( ) NÃO
Por quê? _________________________________________________________________________
06. Gostaríamos de receber suas críticas e/ou sugestões para a melhoria da formação técnica do(a) (s) nosso (a) (s) aluno (a) (s ). _________________________________________________________________________
__________________, ____de_____________ de 20 ___
19
Curso Técnico em Agropecuária - Instrumentos de Pesquisa
Questionário de Alunos Egressos
A– Dados Pessoais
Marque com um x na opção:
1 - Atualmente você está:
Trabalhando Trabalhando e estudando
Apenas estudando
Não está trabalhando e nem estudando.
2 - Sexo
( ) Feminino ( ) Masculino
3 - Idade
( ) 19 a 21 ( ) 22 a 25 ( ) 26 a 30 ( ) mais de 30
4 - Escolaridade
( ) Continua estudando na área? ( ) Sim ( ) Não
Se sim , em qual curso ?________________________ Em qual
instituição?__________________
( ) Continua estudando em outra área ? ( ) Sim ( )Não
Se sim, em qual área?__________________________ Em qual
instituição?__________________
5 - Na sua vida escolar, você estudou
( ) Integralmente em escola pública (Federal, Estadual ou Municipal)
( ) Integralmente em escola particular (incluindo Senai e Sesi)
( ) Maior parte em escola pública
( ) Maior parte em escola particular
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6 - Atualmente você trabalha na área do curso de formação em Técnico em
Agropecuária?
( ) não
( ) sim
Se sim, onde você trabalha?_____________________
Se não, onde você trabalha?_____________________
Por que você não atua na área de formação?________________________
Você sente-se realizado nesta área profissional em que está atuando? ( )sim ( )Não
Justifique:____________________________________________________________________
__________________________________________________
B– Indique o que influenciou suas escolhas,marcando com um X:
1 - Escolhi o CEEPOM porque: Não influenciou Sim influenciou
Por ser uma boa escola
Era a mais próxima de minha residência
Tinha o curso que eu queria
Foi indicada por conhecidos
Ensino gratuito
Os meus pais aconselharam
2 - Escolhi este curso por que: SIM NÃO
Tinha algum conhecimento da área e gosto do curso
Possibilitaria maiores oportunidades de emprego
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Pretendia me profissionalizar
Pretendia exercer a profissão de técnico
Pretendia prosseguir estudos na área
Já trabalhava na área
Freqüentei o ensino médio nesta escola
Era reconhecido como um bom curso
C - Sobre seus relacionamentos:
1 - Avalie o seu relacionamento com: Muito bom Bom Regular Ruim
Professores
Funcionários (cozinheiras, motoristas, serventes, secretária, auxiliares administrativos, vigias.)
Direção
Colegas
Inspetores
Técnicos
D - Em relação ao seu curso:
1 - Avalie seu curso quanto a: Muito
bom
Bom Regular Ruim
Adequação dos equipamentos em relação ao desenvolvimento
dos conteúdos
Conhecimentos adquiridos
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Conteúdo ensinado e sua relação com o trabalho
Atualização dos conteúdos ensinados
Conhecimento que os professores tinham das disciplinas que lecionavam
Projetos interdisciplinares (desenvolvidos conjuntamente entre diferentes disciplinas)
Qualidade das aulas teóricas
Qualidade das aulas práticas
2 - Durante o curso foram sendo oferecidas informações ou atividades relacionadas com:
Sempre Muitas Vezes
Poucas vezes
Nunca
Consciência ambiental (preservação do ambiente, uso racional da água, luz, papéis, reciclagem geral... )
Ética profissional, responsabilidade e cidadania
Desenvolvimento da comunicação oral e escrita
Gestão (organização, liderança, administração...)
Habilidade na utilização de equipamentos, máquinas e ferramentas
E - Aponte sobre o que acontecia nas aulas
1. Durante as aulas, de modo geral, você percebia que a maioria dos professores:
Sempre Muitas Vezes
Poucas vezes
Nunca
Promoviam atividades que incentivavam o desenvolvimento de hábitos de segurança e qualidade de vida.
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Utilizavam recursos audiovisuais (vídeo, música, jornais, transparências...)
Atendiam a todos os alunos sem discriminação
Incentivavam a participação em ati vidades externas (feiras,
exposições, visitas...)
Apresentavam os critérios de avaliação
Procuravam aproveitar os conhecimentos e habilidades que os alunos já tinham.
Permitiam que os alunos propusessem outras formas de lidar com o conhecimento para se chegar aos mesmos resultados
Tratavam os assuntos com objetividade e clareza
Procuravam estimular o racioc ínio dos alunos
Demonstravam ter preparado suas aulas
Estimulavam o trabalho em grupo e espírito de cooperação
Relacionavam os conhecimentos ministrados com outras áreas
Mantinham a atenção da classe
Analisavam as provas e comentaram os resultados e ofereciam atividades de recuperação
2 – Considerando a maioria dos professores, avalie a si tuação dos professores quanto a:
Muito bom Bom Regular Ruim
Freqüência (assiduidade às aulas)
Pontualidade (cumprir o horário)
Apresentação da programação dos conteúdos das disciplinas do módulo
Cumprimento do cronograma do curso /aulas
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3 - Avaliação geral do curso
Plenamente Satisfatoriamente Com algumas
restrições
Com muitas
restrições
O curso atendeu as suas expectativas
A organização e conteúdos preparavam para o desempenho profissional(postura e apresentação)
F - Desempenho pedagógico
1, Cite as disciplinas em que ocorreu maior aprendizagem.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 Indique as disciplinas em que encontrou maior dificuldade.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 - Sobre as disciplinas em que você teve dificuldade, indique por quais motivos
( ) não gostava da disciplina
( ) exigia muito tempo de estudo
( )não tinha base suficiente para compreender o conteúdo ( )faltou clareza nas exposições do professor ( )faltou preparo nas aulas
( )não havia relação entre o que era ensinado e a prática profissional ( )faltou motivação ao professor ( )exigia muito trabalho extra classe
( )o que era cobrado não coincidia com o que era ensinado ( )o professor era especialista em outra área ( )havia pouco equipamento pra muitos alunos
( )havia equipamentos que não funcionavam ( )julgava que o conteúdo não era importante para minha formação profissional
__________________, ____de_____________ de 20 ___
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Anexo II - Tabulação
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Anexo III – Ficha de avaliação de empregador restituída
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Anexo IV – Fragmento de questionário respondido por egresso