Desporto&Esport - Desporto&Esport ed9

7
Desporto & Esport António Fidalgo Motivação & Inteligência Emocional Futebol – Lewandowski, Gareth Bale, jamei Jardy, Luiz Suárez e... Alexis Sanchez 101 +2 Perguntas & Repostas Antevisão Olimpiadas Rio 2016 - Quem pode trazer medalhas para Portugal e Brasil? Fitness, Corrida, Musculação, Saúde, Nutrição, futebol... Especial 35 pag. Edição 9 • 2016 Marketing & Futebol Gestão no Futebol Europeu Futsal - Coesão de Grupo e Exito Por Marcos Castro Por Marke Gueisy Por Tiago Tavares Alexandre Monteiro Nelson Évora, Marcus Vinícius, Rui Costa, Martine Grael, Telma Monteiro, Luana e Lohaynny Vicente, João Rodriguês, Patrick Lourenço, Seleção Portuguesa de Futebol, e muito mais .... O Ciclo de Vida da Formação no Futebol Liderança em tempos de crise Por Júlio Coelho Por Alcino Rodrigues Nuno Sabido Fadiga e dor na Alta Montanha - Mente vs Músculo Ciclismo Português “Nem tudo é o que parece. Tudo é o que parece.” #Treinadores e Linguagem Corporal

description

This is a free sample of Desporto&Esport issue "Desporto&Esport ed9" Download full version from: Apple App Store: https://itunes.apple.com/us/app/id978749657?mt=8&at=1l3v4mh Magazine Description: Desporto&Esport é um Revista digital mensal, suportado por uma plataforma online (www.desportoeesport.com), que tem como seu principal propósito pensar e fazer pensar o desporto em todas as suas vertentes. Dando especial destaque a questões que derivem da estratégia e da gestão, como o negócio, o marketing ou a organização. Sem no entanto, esquecer o impacto social do desporto ou as questões éticas, legais ou filosóficas que levanta. You can build your own iPad and Android app at http://presspadapp.com

Transcript of Desporto&Esport - Desporto&Esport ed9

Desporto&Esport

António Fidalgo Motivação & Inteligência Emocional

Futebol – Lewandowski, Gareth Bale, jamei

Jardy, Luiz Suárez e... Alexis Sanchez

101+2

Perguntas

&Repostas

Antevisão Olimpiadas Rio 2016 - Quem pode trazer medalhas para Portugal e Brasil?

Fitness, Corrida, Musculação,

Saúde, Nutrição, futebol...

Especial 35 pag.

Edição 9 • 2016

Marketing & Futebol

Gestão no Futebol Europeu

Futsal - Coesão de Grupo e Exito

Por Marcos Castro

Por Marke Gueisy

Por Tiago Tavares

Alexandre Monteiro

Nelson Évora, Marcus Vinícius, Rui Costa, Martine Grael, Telma Monteiro, Luana e Lohaynny Vicente, João Rodriguês, Patrick Lourenço, Seleção Portuguesa de Futebol, e muito mais....

#ciclismo

O Ciclo de Vida da Formação no Futebol

Liderança em tempos de crise

Por Júlio Coelho

Por Alcino Rodrigues

Nuno SabidoFadiga e dor na Alta Montanha - Mente vs Músculo

Ciclismo Português “Nem tudo é o que parece.

Tudo é o que parece.”

#Treinadorese Linguagem Corporal

16

04

Desporto&EsportÍndice42

De que forma a motivação pode influenciar o êxito de um atleta? E como este pode mental-mente ficar mais perto da vitória?

António Fidalgo - Motivação e Inteligência emocional

12 Qual é de facto a realidade do ciclismo portu-guês? É aquela que todos nós desejamos? Ou vivemos num “conto de fadas” ilusório, onde nada é o que parece, e onde tudo é o que não deveria de ser?

Nuno Sabido – Ciclismo em Portugal

58 Um futebolista de qualidade e competitivo nunca surge do nada, é preciso trabalho e dedicação, e é preciso passar pelas várias fases de forma-ção…

Júlio Coelho – futebol e formação

100 Descobrir o início histórico do desporto e do futebol em determinado país é sempre uma tarefa complicada para os historiadores. Angola não foge à regra, mas saiba como foram dados os primeiros toques na bola neste belo país africano…

Andrea Marzano – Futebol em Angola e em Luanda

46 Que diferentes estilos de liderança nos treina-dores podemos observar pela linguagem corpo-ral? E, de que forma o treinador pode potenciar a sua liderança pela postura? E, ainda 3 dicas de liderança!

Alexandre Monteiro - Linguagem Corporal

Todos os anos, muitos dos melhores futebolistas do mundo, ficam esquecidos na “award season” dos prémios da FIFA e

UEFA. Nesta edição, relembramos os melhores futebolistas depois dos

melhores de 2015

26 - FutebolistasPag.

2 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

16

04

68

Desporto&Esportwww.desportoeesport.com

Índice

Edição 9 • 2016

82

O IMPACTO DO USO DE CREATINA NOTREINAMENTO DE FORÇA

94

Daniel A. Corrêa

Nelson Évora – Conheça melhor o atleta português do triplo salto, que é uma principais esperanças para as medalhas no Rio16 para a lusofonia.

16 - 101 +2 Perguntas e Respostas

Fitness, Corrida, Musculação, Saúde, Nutrição, futebol, e muito mais....

82 - Olímpicos Quais são os atletas portugueses e brasileiros com mais hipóteses de medalha nas Olimpíadas do Rio de Janeiro

68 - Futebol & Gestão Como é a gestão dos principais clubes de futebol europeu?

04 - Ciclismo, Dor e FadigaOnde começa a dor e a fadiga extrema nos ciclistas: no cérebro ou nos mús-culos?

66 - Futebol, Clubes e Plano para o Marketing digital

O “mundo dos zeros e uns” mudou a forma como interagimos, e o futebol e os seus clubes só agora o começam a entender. Saiba como…

Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 3

#ciclismo

Cérebro vs.

Músculo

Fadiga e Dor Extrema nos Atletas :Cérebro vs. Músculo

Ciclismo: Mente vs. Corpo Perceba porque as mais

recentes pesquisas indicam que a fadiga

reside no cérebro e não nos músculos

Diogo Sampaio, Director Desporto&Esport

[email protected]

4 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

A ideia é dominante e afirma que o desempenho des-portivo é unicamente limitado pela energia resi-dente nos músculos dos atletas. Esta noção dura há quase cem anos, desde que o prêmio Nobel A.V. Hill publicou em 1924 o artigo “Muscular Exercise,

Lactic Acid, and the Supply and Utilisation of Oxygen”. No entanto, desde os anos 90, existem suficientes dados para refutar a premissa de Hill, que na sua teoria, descarta por completo o efeito que o cérebro tem na regulação do desem-penho durante os exercícios. A teoria de Hill é incapaz de explicar a presença de fadiga e dor extrema nos atletas mesmo quando ainda reside energia suficiente nos músculos para continuar, no caso dos ciclistas, a pedalar. Nestes últimos vinte anos, e com o avanço da tec-nologia, nomeadamente na recolha e análise de informações do cérebro, tornaram-se claras as intervenções do cérebro no desempenho físico e na perceção subjetiva de esforço e da dor que interferem decisivamente com a performance desportiva. É preciso assinalar o esforço notável da comunidade científica e das universidades, para melhor compreender os fatores que levam à fadiga dos atletas e que influência tem o cérebro na quebra de rendimento durante os exercícios. Existem particu-larmente dois fenómenos que têm merecido particular atenção.

O primeiro é a diminuição da força muscular. O segundo é sensação de fadiga, na qual se pode incluir a dor.

É particularmente interessante como a sensação de fadiga pode interferir negativamente com a perfor-mance atlética quando não existem razões fisiológicas para que tal aconteça. Isto contraria totalmente a teoria de Hill, que se baseava em dois princípios base: (a) o ácido láctico é produzido apenas sob condições de anaeróbio muscular, e (b) que a fadiga muscular é originada por o aumento das concentrações de lactato muscular. A grande questão hoje, é que a fadiga é definida pelos especialistas como uma emoção, e não um prin-cipio da fisiologia muscular onde o musculo, exausto pelo esfoço, comunica que “chegou ao seu limite”. É absolutamente claro, segundo as pesquisas mais recentes, que a fadiga é um mecanismo gerado no cérebro, e acontece muito antes do músculo chegar sequer perto dos seus limites energéticos. Simplificando, é um mecanismo mental e não um mecanismo fisiológico!

Cérebro vs.

Músculo

Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 5

E, para que serve então este “mecanismo” criado pelo cérebro a que vulgarmente chamamos fadiga? Novamente simplificando: é um mecanismo de preservação do corpo. O cérebro “produz” dois tipos distintos de sintomas de fadiga para garantir que a homeostase (propriedade do organismo que regulam o ambiente interno) é mantida em níveis aceitáveis e saudáveis para o corpo durante todas as formas de exercício. O primeiro conjunto é a sensação física induzida pela execução e duração dos exercícios, e vai crescendo de intensidade de forma linear com o tempo e com o aumento do esforço fisiológico. O segundo grupo de sintomas advém do esforço psíquico necessário para manter os exercícios físicos num ritmo elevado.Podemos então concluir que “... a sensação de fadiga é muitas vezes um índice muito falacioso da capacidade de trabalho do corpo ... e não há necessariamente nenhuma correspondência entre a sensações subje-tivas de fadiga e da capacidade dos músculos para executar o trabalho ... é um sentimento de proteção, o que tende (e pretende) conter um Homem de continuar a realizar trabalho muscular quando este pode ser prejudicial ao seu sistema”

Ciclismo: Mente vs. Corpo – Perceba porque as mais recentes pesquisas indicam que a fadiga reside no cérebro e não nos músculos . A dor é intrínseca à prática do ciclismo profissional. Basta olharmos o rosto dos ciclistas a subir as grandes montanhas do Giro em Itália ou do Tour em França para isso ser claro como água. E, se isso não bastasse, existem centenas de relatos de ciclistas que afirmaram ter encontrado nessas mesmas subidas os seus limites humanos. Muitos vão ainda mais longe, e descrevem ao detalhe como sentiam os seus corpos quebrar. Ou como não julgavam ser possível que os seus mús-culos (os seus corpos) sentissem tanta dor, e mais, como se sentiam “perto da morte” - literalmente sentiam o corpo a morrer. Mas, ainda assim, não desistiram. Não saíram das bicicletas e deram meia volta. Ou saíram das bicicletas diretos para os carros de apoio. Sentiram a

“É particularmente interessante como a sensação de fadiga pode interferir negativamente com a performance atlética

quando não existem razões fisiológicas para que tal aconteça.”

“A fadiga é definida pelos especialistas como uma emoção, e não um principio da fisiologia muscular onde o musculo, exausto pelo esfoço, comunica que “chegou ao seu limite”. É absolutamente claro, segundo as pesquisas mais recen-tes, que a fadiga é um mecanismo gerado no cérebro, e

acontece muito antes do músculo chegar sequer perto dos seus limites energéticos. Simplificando, é um mecanismo

mental e não um mecanismo fisiológico!”

6 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

dor, mas a determinação foi maior que o sofrimento! A mente superou o corpo. Durante décadas, os fisiologistas têm pro-curado uma única variável biológica que explique as diferenças entre atletas e encon-trar nela a razão porque alguns vencem mais que outros. Mas esta abordagem, como referido acima, é errada ou pelo menos incompleta. Os atletas são coração, pulmões, músculos mas também são cérebro. A sensação de fadiga, no entanto, é também ela variável, e como já compreendemos, ela é determinante para o rendimento dos atletas. Mas, a sensação de fadiga é uma sensação ilusória. O principal especialista nesta área, Timothy Noakes, professor e pesquisador da Universidade de Cape Town, afirma inclu-sive nos seus estudos, “os atletas que melhor iludem os sintomas [de fadiga] e menor esse efeito tiver nas suas performances, será o mais bem-sucedido, da mesma forma, que o melhor golfista é aquele que dá a sua tacada sem pensar nela conscientemente.” Este modelo, proposto pelo próprio Noakes, sugere que o cérebro tem um “interrup-tor” de segurança que entra em ação para impedir que o corpo fique muito perto dos seus (perigosos) limites, o que normal-mente acontece no ciclismo, por exemplo, nas etapas de alta montanha nos Alpes ou Pireneus. Descomplicando, é um mecanismo que nos defende de nós mesmos quando o corpo ultrapassa os limites do razoável. A questão chave na teoria de Noakes, é que as

dores, mesmo aquelas que deixam os ciclis-tas perto da incapacidade, não são fruto de incapacidade fisiológica mas apenas o cére-

bro a dizer ao corpo que é necessário parar!Esta teoria não é nova, e já no início do século 20, o italiano e pesquisador Angelo Mosso propôs esta mesma hipotese: “os limites físicos podem ser controlados muito menos pelo nosso corpo e muito mais pelo nosso cérebro”. E, quase passados 100 anos, Noakes e a sua equipa, levam esta teoria mais além e tentam confirma-la usando as mais recentes técnicas e equipamento de pesquisa. Ainda assim, apesar de toda a tecnologia atual, tem sido uma tarefa árdua, uma vez que, o “interruptor de controlo da dor” no cérebro não pode ser medido ou localizado como acontece com outros sinais fisiológicos. Muitas das evidências, que apoiam a teoria de Noakes advêm de análises e observações indiretas.Um exemplo, é o facto dos esforços extrema-mente elevados não serem fatais, e raramente produzem danos ao corpo humano - ao cora-ção, músculos, tendões, etc. Obviamente que estamos a falar de atletas profissionais e saudáveis. Verificou-se igualmente que

o cérebro tem a habilidade de “aprender” a tolerar o calor, a falta de oxigénio nos mús-culos, e superar a dor e apresentar melhores

performances, quando não existiram razões biológicas para tal acontecer. Em um recente estudo, vários ciclistas foram literalmente enganados, e foi-lhes dando um produto em forma liquida que incluía hidrato de carbono (energia), e foi-lhes igualmente pedido que apenas lavassem a boca e depois cuspissem esse produto, sugerindo-lhes no entanto, que seria suficiente para que ganhassem energia. Como eles não ingeriam o produto, nenhum benefício biológico poderia daí resultar, mas, mesmo assim, estes ciclistas melhoraram em 11% a sua performance. Outro dado, que sugere como verdadeira a teoria de Noakes, é a forma como o treino de altas cadências de pedalada, parecem enga-nar o cérebro e dar mais tempo aos ciclistas sem dores durante as provas. Esta foi a conclusão do estudo Universidade de Basel, na Suíça. Estudos sobre o efeito da temperatura, como por exemplo o estu-do conduzido pela Bangor University em Wales, sugerem o mesmo: podemos treinar o cérebro muito para lá dos ganhos fisiológi-cos.

“O CÉREBRO TEM A HABILIDADE DE “APRENDER” A TOLERAR O CALOR, A FALTA DE OXIGÉNIO NOS MÚSCULOS, E SUPERAR A DOR E APRESENTAR MELHORES PERFORMANCES, QUANDO NÃO

EXISTIRAM RAZÕES BIOLÓGICAS PARA TAL ACONTECER.”

Muitos ciclistas afirmaram que já sentiram tantas dores que sen-tiam os seus corpos a quebrar, ou que se sentiam perto da morte. Mas, ainda assim, não desistiram. Não saíram das bicicletas e deram meia volta. Ou saíram das bicicletas diretos para os car-ros de apoio. Sentiram a dor, mas a determinação foi maior que o sofrimento! A mente superou o corpo.

Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 7