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O PAPEL DA MUSICA NAS CERIMÔNIAS MATRIMONIAIS OCIDENTAIS NÃO RELIGIOSAS – DO PLANEJAMENTO À EXECUÇÃO DE CASAMENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO SUMARIO 1. IMPORTÂNCIA DAS MÚSICAS NO CASAMENTO 1.1 CONTEXTUALIZAR – MOMENTO, PAÍS, CULTURA 1.2 BREVE HISTÓRICO DA MÚSICA NOS CASAMENTOS 1.3 MÚSICA COMO ELEMENTO CONDUTOR DA CERIMÔNIA / 1.4 MÚSICA COMO INDUTOR EMOCIONAL DURANTE A CERIMÔNIA 1.5 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DE ÁUDIO (acústico? Empresa parceira ou equipamento próprio?) 1.6 OS ERROS MAIS COMUNS E EXEMPLOS QUE PODEM ARRUINAR A FESTA 1.7 RELIGIÃO E MUSICA 1.7.1 Marcha Nupcial 2. PLANEJAMENTO DA MÚSICA NO CASAMENTO 2.1 PRIMEIRA ESCOLHA: MÚSICA AO VIVO OU MECÂNICA 2.2 ESCOLHA DO FORNECEDOR E CONTRATAÇÃO (lembrar de som e coordenação) 2.3 ESCOLHA DA FORMAÇÃO E ESTILO MUSICAL (traje também) 2.4 ROTEIRO MUSICAL, DEFININDO QUANTAS MÚSICAS SERÃO UTILIZADAS 2.5 REPERTÓRIO IDEAL, ATUALZIAÇÃO CONSTANTE 2.6 COORDENAÇÃO MUSICAL. FUNDAMENTAL PARA CRIAR MOMENTOS SINCRONIZADOS 3. PLANEJAMENTO MUSICAL E PRODUÇÃO 3.1 ESCOLHA DOS MÚSICOS 3.2 INSTRUMENTAL OU CANTADO? DEFININDO OS TONS

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O PAPEL DA MUSICA NAS CERIMÔNIAS MATRIMONIAIS OCIDENTAIS NÃO RELIGIOSAS – DO PLANEJAMENTO À EXECUÇÃO DE CASAMENTOS NA

CIDADE DE SÃO PAULO

SUMARIO

1. IMPORTÂNCIA DAS MÚSICAS NO CASAMENTO

1.1 CONTEXTUALIZAR – MOMENTO, PAÍS, CULTURA

1.2 BREVE HISTÓRICO DA MÚSICA NOS CASAMENTOS1.3 MÚSICA COMO ELEMENTO CONDUTOR DA CERIMÔNIA /

1.4 MÚSICA COMO INDUTOR EMOCIONAL DURANTE A CERIMÔNIA

1.5 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DE ÁUDIO (acústico? Empresa parceira ou equipamento próprio?)

1.6 OS ERROS MAIS COMUNS E EXEMPLOS QUE PODEM ARRUINAR A FESTA

1.7 RELIGIÃO E MUSICA

1.7.1 Marcha Nupcial

2. PLANEJAMENTO DA MÚSICA NO CASAMENTO

2.1 PRIMEIRA ESCOLHA: MÚSICA AO VIVO OU MECÂNICA

2.2 ESCOLHA DO FORNECEDOR E CONTRATAÇÃO (lembrar de som e coordenação)

2.3 ESCOLHA DA FORMAÇÃO E ESTILO MUSICAL (traje também)

2.4 ROTEIRO MUSICAL, DEFININDO QUANTAS MÚSICAS SERÃO UTILIZADAS

2.5 REPERTÓRIO IDEAL, ATUALZIAÇÃO CONSTANTE

2.6 COORDENAÇÃO MUSICAL. FUNDAMENTAL PARA CRIAR MOMENTOS SINCRONIZADOS

3. PLANEJAMENTO MUSICAL E PRODUÇÃO

3.1 ESCOLHA DOS MÚSICOS

3.2 INSTRUMENTAL OU CANTADO? DEFININDO OS TONS

3.3 ARRANJOS E PARTITURAS

3.4 MARCAÇÃO DE PONTOS CHAVE PARA TERMINAR OU RECOMEÇAR AS MUSICAS3.5 MIXAGEM – TRABALHANDO VOLUME ENTRE LOCUÇÃO E MÚSICA DE FUNDO

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4. DA EXECUÇÃO DO EVENTO DO PONTO DE VISTA MUSICAL

4.1 MONTAGEM E TESTE

4.2 PASSAGEM DE SOM

4.3 SALA DE ESPERA

4.4 ENTRADAS

4.5 BENÇÃO DAS ALIANÇAS

4.6 ASSINATURAS E CUMPRIMENTOS

4.7 SAÍDAS

1. A IMPORTÂNCIA DAS MÚSICAS NO CASAMENTO

1.1CONTEXTUALIZAR

Existe atualmente uma enorme diversidade de cerimônias matrimoniais

que ocorrem na cidade de São Paulo, porém é difícil imaginar qualquer um

desses eventos, de diferentes religiões ou nível socioeconômico, sem a

presença de música. Desde a recepção, passando pelas entradas,

cumprimentos até a saída, a música faz parte fundamental de quase todos as

cerimônias matrimoniais conhecidas.

Mesmo procurando delimitar esse trabalho a apenas ao Estado de São

Paulo como foco de estudo, esse universo urbano multifacetado e de cultura

cosmopolita apresenta cerimônias matrimoniais das mais diversas: católicas,

evangélicas, judaicas, espíritas, budistas, umbandistas, candomblecistas,

ecumênicas, não religiosas (celebradas pelos MCs - mestres de cerimônia),

enfim, de todas orientações religiosas e culturais. Acontecem em igrejas,

sinagogas, templos religiosos diversos, residências, e cada vez mais em

espaços de eventos e buffets. Apesar dessa diversidade, a música costuma ter

o mesmo papel e muitas vezes o mesmo roteiro. Ela dá ritmo e condução para

o cortejo e as entradas até o altar, aparece na bênção das alianças, nos

cumprimentos, assinaturas e saídas. Esse padrão parece existir por uma

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"cultura do casamento" atual, criada pela mistura do resgate das tradições

ocidentais europeias - em especial da nobreza e realeza - junto com as

necessidades do mercado de eventos de hoje, seus DJs, fornecedores de

música ao vivo e assessores, buffets, igrejas e templos. Assim como outras

tradições ocidentais aplicadas hoje nas cerimônias de casamento, tais como

buquê, vestido branco, alianças, tapete no caminho ao altar, a música também

segue um esse padrão sustentado pelo mercado de eventos. Isso nos permite

observar em São Paulo situações curiosas de mistura cultural, como por

exemplo: uma cerimônia budista com mantras orientais, dentro de um buffet

sem orientação religiosa, com músicas de tradições europeias, assim como

buquê e vestuário de noivos e convidados. Isso é bem mais comum no

mercado do que soluções musicais puristas e tradicionalistas de determinada

cultura ou religião, principalmente devido a demanda e oferta desse mercado

de eventos para casamentos em São Paulo.

Esse estado brasileiro representa o maior número de casamentos do

país, e só vem aumentando de acordo com o SEADE. Grande parte por

desburocratização do divórcio, permitindo novos casamentos, e pela resolução

de 2013 do Conselho Nacional de Justiça que obriga todos os cartórios do país

a celebrar casamentos de pessoas do mesmo sexo. E também por tem o maior

mercado de eventos do país segundo o site investe.sp.gov.br, o que

consequentemente é bem provável que tenha o maior mercado especializado

em cerimônias matrimoniais. Analisando esse o estado paulista, temos um

retrato mais intenso e moderno das tendências do uso da música nas

cerimónias de casamento.

1.2 Breve histórico

Ao tratarmos de música e ritos matrimoniais, não haverá nesse trabalho

pretensão de definir as origens, visto que são manifestações culturais tão

presentes nas mais diversas culturas humanas, que tentar definir o início da

relação entre elas seria quase como discutir a origem de cada cultura. Nesse

capítulo, o foco fica para um episódio em 1858 na Inglaterra, que parece ter

definido uma referência para as cerimônias matrimoniais até hoje,

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principalmente nas religiões cristãs, mas também observado em outras

religiões e assim como na ausência de delas.

No caso, o episódio em questão foi um casamento no dia 25 de janeiro

de 1858, na Capela Real do Palácio de St. James em Londres, entre a princesa

Victoria Real da Grã-Bretanha e o príncipe Frederico da Prússia. Foi um

cerimônia que teve grande repercussão e gerou "moda" na época, com

casamentos de outros príncipes, nobres e também burgueses, imitando tanto o

vestido branco de noiva, quanto o repertório musical escolhido. Isso se repete

até hoje, refletindo nossa cultura presente nos casamentos realizados em São

Paulo e também em outras partes do mundo. Os principais motivos da grande

repercussão foram a importância política do casamento e a personalidade forte

e popular da princesa Vitória, que mesmo sendo amor a filha mais velha da

Rainha Vitória da Inglaterra, ela casou-se por amor, em uma época em que os

casamentos eram normalmente arranjados pelos pais dos noivos motivados

por questões políticas e econômicas, principalmente dentro da nobreza, e

muito mais então, na realeza.

A princesa Vitória conheceu seu futuro esposo ao receber, em 1851, na

Inglaterra por duas semanas, a visita da família de Frederico, príncipe da

Prússia. Apesar da diferença de idade - ela tinha apenas 10 anos e ele tinha 17

anos - eles se deram muito bem por esse curto período. Quando o príncipe foi

a Inglaterra pela segunda vez, em 1855, em apenas três dias em companhia da

princesa Vitória, pediu a sua mão em casamento. Os pais da princesa então

pediram que os apaixonados esperassem até que Vitória completasse 17 anos.

E assim foi, o noivado durou 3 anos e acabou no famoso matrimônio de 1858

em Londres, mesmo contra algumas pressões políticas de partes que não se

interessavam pela união que aproximava o Reino da Inglaterra do Império da

Prússia e Alemanha.

Tal personalidade forte da princesa ficou marcada também pela

inovação de casar com vestido branco - até então era mais comum o azul ou

outras cores fortes - e o fato de ter escolhido pessoalmente o repertório da

cerimônia matrimonial: a entrada com a Marcha Nupcial de Wagner e a saída

com a Marcha Nupcial de Mendelssohn. A primeira faz parte da ópera

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Lohengin de Wagner e a última foi composta composta por Félix Mendelssohn

para a peça Sonhos de Uma Noite de Verão de William Shakespeare. Ambas

são músicas tocadas durante cerimônias de casamento dentro dos enredos

das peças. Curioso é o fato de que as duas peças tem um caráter tragicômico,

e as músicas não foram compostas pra provocar romantismo ou pompa. Na

ópera Lohengin, Wagner compôs sua famosa marcha nupcial (Bridal Chorus)

para musicar uma cena no final do casamento, em que o noivo assassina cinco

convidados e termina com a morte da noiva por tristeza. Algumas igrejas até

proíbem a execução da Marcha Nupcial de Wagner, principalmente na

Alemanha, por considerarem fazer parte de uma peça que não condiz com os

preceitos cristãos. Alguns judeus a proíbem nos casamentos por Wagner ter

mostrado uma postura antissemita em vida.

Ainda assim, ambas obras persistem contra o tempo e ainda são

algumas das músicas mais escolhidas e sugeridas nos casamentos. Hoje,

mesmo quando uma noiva procurar inovar e escolher uma música atual ou da

moda, muitas vezes acaba optando por uma canção presente em uma cena de

um casamento de filme ou musical contemporâneo, imitando assim, mesmo

que sem querer, a Princesa Vitória, que optou por músicas de peças em cartaz

na época, ao invés de simplesmente seguir tradições.

1.3 "papel" da música na cerimônia

Independente da cultura ou religião da cerimônia matrimonial, a música

sempre se faz presente e desenvolve duas principais funções: serve como

condutor na progressão do andamento da cerimônia e como indutor emocional

para cada um dos momentos definidos.

Os ritos cerimoniais vão mudando com o passar dos anos, e parece que

a quantidade de músicas e momentos para elas está cada vez aumentando.

Antigamente era comum o noivo entrar junto com o cortejo principal, ou então,

já esperar do altar. Hoje, o mais comum é ter separado as entradas dos

padrinhos, do noivo, da daminha e/ou pagem, da noiva e das alianças, cada

uma delas com uma música diferente. A saída que antes era única, agora

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quase sempre separa saída dos pais e padrinhos, e dos noivos. O que define o

início e o final de cada momento é a música.