De Merleau Ponty a Barbaras

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5/19/2018 DeMerleauPontyaBarbaras-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/de-merleau-ponty-a-barbaras 1/5 63 DE MERLEAU-PONTY A BARBARAS luiz Damon santo Mounho * Resumo: Este artigo apresenta de modo bastante sucinto alguns lances da leitura  barbarasiana de Merleau-Ponty e o tournant que, em face dessa obra, levou Barbaras a uma “fenomenologia da vida”. Plvrs-chve: Merleau-Ponty, Barbaras, ontologia, fenomenologia, vida. Certamente, os estudos sobre Merleau-Ponty se dividem em antes e depois de Barbaras. A sua tese,  De l’être du phénomène (1991),  deu novo impulso aos trabalhos sobre a obra do lósofo e renovou o interesse por ela, obscurecida, salvo raras exceções, por trabalhos de divulgação ou por manuais que a colocavam ao lado da de Sartre – na verdade, abaixo desta  –, como representante do “existencialismo”. Leituras que, entre tantos outros equívocos, ignoravam solenemente as inexões radicais – por exemplo, uma nova concepção de natureza – que levaram Merleau-Ponty à ontologia nal de O visível e o invisível. Barbaras privilegia justamente esse último período e oferece interpretações inovadoras daquelas inexões. Basta ver a dimensão que ele concede – a meu ver, corretamente – ao tema da “expressão”, ao abalo que essa noção provocou na ideia de sensível que ainda se encontra na Fenomenologia da percepção. Mas o mais importante veio depois da tese. Barbaras continua seus estudos sobre Merleau-Ponty e publica uma pequena obra-prima, Le tournant de l’expérience, em que, entre tantas novas intuições, aproxima * Universidade Federal do Paraná.

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    De merleau-Ponty a BarBaras

    luiz Damon santos Moutinho*

    Resumo: Este artigo apresenta de modo bastante sucinto alguns lances da leitura barbarasiana de Merleau-Ponty e o tournant que, em face dessa obra, levou Barbaras a uma fenomenologia da vida. Palavras-chave: Merleau-Ponty, Barbaras, ontologia, fenomenologia, vida.

    Certamente, os estudos sobre Merleau-Ponty se dividem em antes e depois de Barbaras. A sua tese, De ltre du phnomne (1991), deu novo impulso aos trabalhos sobre a obra do filsofo e renovou o interesse por ela, obscurecida, salvo raras excees, por trabalhos de divulgao ou por manuais que a colocavam ao lado da de Sartre na verdade, abaixo desta , como representante do existencialismo. Leituras que, entre tantos outros equvocos, ignoravam solenemente as inflexes radicais por exemplo, uma nova concepo de natureza que levaram Merleau-Ponty ontologia final de O visvel e o invisvel. Barbaras privilegia justamente esse ltimo perodo e oferece interpretaes inovadoras daquelas inflexes. Basta ver a dimenso que ele concede a meu ver, corretamente ao tema da expresso, ao abalo que essa noo provocou na ideia de sensvel que ainda se encontra na Fenomenologia da percepo.

    Mas o mais importante veio depois da tese. Barbaras continua seus estudos sobre Merleau-Ponty e publica uma pequena obra-prima, Le tournant de lexprience, em que, entre tantas novas intuies, aproxima

    * Universidade Federal do Paran.

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    Merleau-Ponty de Bergson e mostra o que este deve crtica bergsoniana da metafsica e do princpio de razo. A enorme familiaridade de Barbaras com o pensamento de Merleau-Ponty o leva a explorar o que h de insuficiente neste e encontrar seu prprio caminho de reflexo. Depois de longo priplo, Barbaras d-se conta de alguns problemas da ontologia merleaupontiana grosso modo, ela recai no dualismo que sempre quis combater, toma um ponto de partida que invariavelmente a faz girar em falso, permanece cativa do modelo da conscincia, reitera os prejuzos do humanismo metafsico e prope uma nova fenomenologia da vida. A partir daqui, todos os problemas clssicos da fenomenologia sero redefinidos: Barbaras inicia nova etapa. Nossa inteno aqui apenas apontar alguns lances desse caminho.

    Como Barbaras l Merleau-Ponty? Grosso modo, no perodo da tese, ele denuncia o intelectualismo dos anos 1940 e desenvolve mais do que simplesmente comenta a ontologia do ltimo perodo. Nos anos 1940, Merleau-Ponty teria sido demasiado tmido. Beaufret teria notado isso desde o comeo, naquele clebre debate na Sociedade Francesa de Filosofia, em 1946: voc no foi bastante radical, disse ele a Merleau-Ponty. Ora, o problema todo nos anos 1940 gira em torno crtica merleaupontiana ao idealismo de Husserl. Verdade que Merleau-Ponty sempre procurou algo como o lado B de Husserl, a sombra do filsofo, e Barbaras no ignora isso, mas, para alm disso, seria preciso, de acordo com Barbaras, refutar o idealismo husserliano, e nisso Merleau-Ponty foi tmido, mais convivendo com ele do que rejeitando-o. A percepo parecia ento uma alternativa capaz de ir alm daquele idealismo. Percepo tomada em sentido indito: basta dizer que toda conscincia, mesmo a mais abstrata, , para Merleau-Ponty, uma conscincia perceptiva. Com o primado da percepo, Merleau-Ponty procurou assegurar um vnculo ntimo entre o sensvel e o inteligvel e encontrar assim a alternativa para ultrapassar o

    idealismo. No entanto, Barbaras, em uma leitura indita poca, mostrou em detalhes o que esse primado da percepo ainda deve ao idealismo. Flerta com o idealismo a noo de transcendncia que se encontra na Fenomenologia: uma simples transcendncia de fato, no de direito, o que aponta para uma coincidncia possvel, prpria ao idealismo, e, se assim, porque Merleau-Ponty a pensa no horizonte da racionalidade.

    Esse, certamente, no o nico problema desse perodo, conforme a leitura de Barbaras. Por exemplo, o modo como a linguagem tematizada na Fenomenologia revela uma insuficincia insupervel: Merleau-Ponty levado a pensar a passagem do gesto do corpo significao lingustica de modo emprico, fazendo esta derivar daquele. Ou, dito de outra forma: Merleau-Ponty cava uma distino natural e no fenomenolgica entre percepo e linguagem, ou, at mais amplamente, entre natureza e cultura. Aos leitores habituais de Merleau-Ponty, bom lembrar: se isso hoje parece bem assentado (mas tambm pode ser bem discutido: eu prprio no vou at esse ponto de ruptura entre percepo e linguagem), o fato que quela poca isso no era nada claro (a discusso pode ser levantada, mas a questo foi claramente exposta por Barbaras).

    Resulta disso tudo que Barbaras guarda distncia dos enunciados mais bvios de Merleau-Ponty, como, por exemplo: o mundo no o correlato de uma conscincia, o que significa dizer: ele no pode ser, nem de direito, completamente determinado. E o que importa na leitura de Barbaras esse nem de direito, pois Barbaras reconhece que Merleau-Ponty busca explicitamente, alis superar a determinao completa. Mas, com os instrumentos de que dispe nos anos 1940, Merleau-Ponty simplesmente no tem como ter xito. No haver preenchimento de inteno, certamente, o mundo o mundo sensvel e o sujeito, por sua vez, no uma conscincia, mas um corpo, um corpo sensvel. Nada disso, contudo, nenhuma dessas grandes inflexes da fenomenologia de Merleau-

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    Ponty diante do idealismo de Husserl o leva a bom termo. O ncleo da objeo de Barbaras no consiste tanto em dizer: o projeto dos anos 40 no uma boa alternativa, mas em dizer: Merleau-Ponty no tem xito em realiz-lo. O problema no que a ideia seja falsa, mas que ela no simplesmente alcanada. O esprito e a letra da Fenomenologia esto, portanto, em desacordo. So muitas as razes elencadas por Barbaras para apontar o fracasso da Fenomenologia, ou melhor, sua inconsistncia. Talvez a principal delas, a que organiza todas as outras, seja essa: o campo aberto pela Fenomenologia residual, o que resta da recusa do intelectualismo. Por isso mesmo, ele descrito todo o tempo em negativo. O corpo, por exemplo, no de ordem inteiramente diversa da conscincia, ele antes uma conscincia opaca ou incoativa. Logo, o horizonte da racionalidade persiste como obsesso a marcar o corpo como simples insuficincia. O modelo pendular da Fenomenologia tambm: a crtica ao empirismo feita a partir do intelectualismo e vice-versa, o que significa dizer que nem um nem outro modelo realmente superado.

    A grande ruptura na obra de Merleau-Ponty, segundo essa leitura inicial de Barbaras, teria se dado com o aparecimento do tema da expresso. Na Fenomenologia, a transcendncia ainda pensada no horizonte de uma filosofia da conscincia: por isso, de direito, apesar da insistncia de Merleau-Ponty em sentido contrrio, subsiste a possibilidade de doao plena, ainda que no de fato. (Por que, alis, Barbaras privilegia a transcendncia? Porque ela d a medida, ao mesmo tempo, do estatuto do corpo e do mundo.) Para Barbaras, a verdade da transcendncia ser descoberta por Merleau-Ponty a partir da teoria da expresso. A idealidade era ento pensada, na Fenomenologia, a partir de um gesto do corpo, o que levava Merleau-Ponty a hesitar entre o carter natural e arbitrrio do signo. Ele reconhecia que o signo no natural, mas reconhecia, por outro lado, uma motivao em gestos do corpo, tomado ento como corpo vivo.

    O que faltava a, segundo Barbaras? Faltava a originalidade da expresso lingustica, que s vir nos anos 1950. Mas ento, retrospectivamente, o percebido deixar de ser uma positividade natural e tornar-se- voz do silncio. ento que Merleau-Ponty rompe a clivagem entre percepo e linguagem. Ambas aparecem como momentos do logos, ora logos do mundo esttico, ora logos proferido. A expresso se torna expresso do mundo no duplo sentido do genitivo, sempre lembrado por Barbaras. E a que o sujeito da Fenomenologia perde sua funo imperial: j no somos mais sujeitos, somos apenas pontos de passagem de uma teleologia que liga natureza e cultura, arqu e telos. O mundo se torna arqu infinita.

    A ontologia do ltimo perodo vem sobretudo da, segundo essa leitura fina de Barbaras, vem dessa inscrio da idealidade no percebido. Mundo no mais correlato de uma conscincia, ele passa a ter uma profundidade infinita. Logo, a transcendncia ontolgica. A ontologia a descoberta dessa transcendncia originria, que impede definir o mundo pela presena: de modo radical, o ser do mundo excede toda apresentao. Isso requer uma outra ideia de reduo, e aqui que Barbaras aproxima Merleau-Ponty de Bergson uma reduo que ultrapasse o modelo da filosofia da conscincia dos anos 1940. Para essa, o ser puro objeto, plenamente determinvel, e vem da, desse prejuzo, uma implcita ontologia do objeto. Aqui, se aborda o ser a partir do nada, aqui vigora o princpio de razo suficiente, o ser implicitamente lgico, necessrio, resistente ao nada que o antecede e o ameaa. A nova ideia de reduo, preparada pela expresso, j no busca mais neutralizar a tese da existncia, mas neutralizar o nada como prvio da existncia. Esse passo apontado por Barbaras de maneira indita, bom frisar pleno de consequncias: Merleau-Ponty se apercebe, explorando uma dessas consequncias, que ele no pode mais conservar a conscincia, no importa em qual forma, que j no basta passar da conscincia reflexiva

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    conscincia no ttica de si, que a ruptura com Husserl tem que ser mais radical, que preciso aprofundar o que ele havia pensado sobre o corpo, e a sada o aprofundamento da encarnao.

    A encarnao aqui o outro lado da moeda: a transcendncia originria, o mundo como arqu infinita, a no coincidncia requerem um novo estatuto para o corpo, de que a encarnao pretende dar conta. Conscincia, por envolver imanncia, lembra Barbaras, exclui encarnao. Conscincia encarnada simplesmente no existe, como um crculo quadrado. A encarnao, por sua vez, se bem pensada, afasta qualquer conscincia. Conscincia tem dupla implicao, ambas vinculadas ao idealismo: a determinao completa e, ligada a ela, o desconhecimento da inscrio do sujeito. Barbaras vai insistir muito nisso, e a meu ver com toda razo: a invalidao do sujeito transcendental e da adequao, ambas feitas em nome da encarnao e daquela transcendncia originria, isto , da no coincidncia. Da o giro radical de Merleau-Ponty na passagem do corpo para a carne: o corpo nada mais era que uma conscincia incoativa. A carne, por sua vez, no simplesmente o corpo, no a matria do corpo, ela condio de compreenso do corpo. Em algumas de suas mais belas pginas, Barbaras vai explorar essa tese merleaupontiana to abstrusa, a unidade entre sentir e intramundaneidade. Sentir sentir do mundo no duplo sentido do genitivo, como Barbaras gosta de insistir.

    Ora, que teria havido aqui, segundo Barbaras, na passagem do corpo para a carne? Uma generalizao que levou da carne do corpo carne do mundo. isso que ele teria aceitado na poca da tese e que no vai aceitar mais no perodo da fenomenologia da vida. A generalizao significa isso: Merleau-Ponty estende a minha carne para a carne do mundo. Essa extenso, avalia Barbaras, feita num passe de mgica, pois Merleau-Ponty obrigado a pressupor e esse prejuzo inadmissvel que o meu corpo seja fragmento do mundo. essa a condio para haver extenso

    ao mundo. Merleau-Ponty quer conciliar, com aquela generalizao, dois aspectos aparentemente inconciliveis: a diferena entre corpo e mundo e o pertencimento do corpo ao mundo. Mas ento, ao pensar o momento da carne nica, ele no pode ignorar a diferena, e, para no perd-la, se antecipa e distingue a carne do mundo da minha carne: essa ltima se sentir. Com isso, avalia Barbaras, Merleau-Ponty desnuda o preconceito idealista que jamais o abandonou: a univocidade da carne nica encobre uma equivocidade irredutvel.

    Bem feitas as contas, a carne prpria no pode conduzir a uma s carne. O que da resulta um monismo confuso. Barbaras vai distinguir ento uma carne ontolgica de outra, transcendental. No o lugar aqui de entrar em detalhes. Basta dizer que, pela carne ontolgica, Barbaras quer assegurar uma disjuno entre originariedade e intuitividade, pelo qu ele restringe ontologicamente o escopo da intuio. Se o mundo co-aparecente em toda apario, a intuio de um ente pressupe a doao em carne do mundo, a presena supe no presena, o originrio implica ausncia. A carne, portanto, no um ente, o mundo como totalidade no-ntica: ela ontolgica. Esse passo torna irredutvel a distino entre carne prpria e ontolgica, e por esse meio Barbaras pretende escapar ao monismo. Por outro lado, a carne transcendental, ou seja, ela no apenas aquela transcendncia que excede toda apario, o originrio que no pode ser intudo: porque carne, e no forma, ela ser caracterizada pela iterao: a carne passa para o lado daquilo que ela faz aparecer, e assim ser se confunde com aparecer embora no se esgote nele. Daqui, Barbaras vai concluir por uma autonomia do aparecer, que se torna ento imanente ao mundo. Fim do privilgio de qualquer natureza do subjetivo. Fim de privilgio, no insignificncia. O subjetivo deixa de ter papel constituinte e se torna, ele, implicado pela lei do aparecer: porque o ser mundo implica apario que ele requer polo subjetivo.

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    Eis aqui o tournant decisivo, a virada radical tramada por Barbaras: ela que permite a ele abandonar o eterno ponto de partida de Merleau-Ponty e que, na sua avaliao, o levava inexoravelmente ao idealismo, apesar de todas as precaues de sua ontologia final. No mais necessrio, pensa Barbaras, partir da percepo: se o sujeito se tornou implicado pela lei do aparecer, podemos dar um passo adiante e perguntar pelo corpo no enquanto perceptivo, mas por ele mesmo, em seu sentido de ser prprio. A carne uma m resposta porque ela apenas visa responder a um problema estranho ao corpo, isto , no ao sentido do corpo tomado nele mesmo, mas ele submetido a um prejuzo idealista (que Merleau-Ponty, frise-se bem, conserva at o fim). Noutras palavras, o ncleo da objeo de Barbaras a Merleau-Ponty reside nisso: Merleau-Ponty submete a percepo e, com ela, os seus momentos racionalidade, ele submete a arqu ao telos. por isso que ele vai, inexoravelmente, se enredar em dificuldades das quais no consegue escapar. O problema ltimo de Merleau-Ponty, malgrado sua inteno em sentido contrrio, , na avaliao de Barbaras, a razo. esse ncleo que Barbaras quer superar. Sendo assim, por que ainda surpreender-se que ele seja conduzido a uma fenomenologia da vida, isto , a uma dimenso anterior a inteno racional, a uma dimenso da qual a cultura no pode seno derivar? O tournant de Barbaras , sem dvida, bem mais radical do que aquele realizado por Merleau-Ponty por volta dos anos 1950, ele d um passo, com a fenomenologia da vida que, a meu ver, Merleau-Ponty no poderia aceitar. Com Barbaras, decisivamente, a fenomenologia entra em nova etapa.

    fRom mERlEaU-PoNty to BaRBaRaS

    abstract: In a particularly succinct approach, this paper presents some snapshots of Barbaras reading of Merleau-Ponty and the tournant which, vis--vis the Merleau-Pontian work, led the former to a phenomenology of life.Keywords: Merleau-Ponty, Barbaras, ontology, phenomenology, life.

    viDa Privativa ou viDa lacunar?uma Possvel resPosta De HeiDegger

    fenomenologia Da viDa De renauD BarBaras

    Marcia s Cavalcante schuback*

    []O que vive incomoda de vidao silncio, o sono, o corpoque sonhou cortar-seroupas de nuvens.O que vive choca,tem dentes, arestas, espesso.O que vive espessocomo um co, um homem,como aquele rio.[]Joo Cabral de Melo Neto (Cabral de Melo Neto, 4 p. 114)

    Resumo: A questo que vai guiar minha reflexo da necessidade de se precisar o que seja uma vida filosfica e de que maneira a vida filosfica est relacionada necessidade de se desenvolver uma filosofia da vida. A questo pode ser formulada do seguinte modo: so as expresses vida filosfica e filosofia da vida idnticas? De que modo uma filosofia da vida pode indicar o sentido de uma vida filosfica e vice-versa? Trata-se na verdade de uma questo-guia do questionamento mais especfico desse artigo que aquele de discutir a possibilidade de uma fenomenologia da vida, trazendo Barbaras e Heidegger para uma conversa filosfica.Palavras-chave : Filosofia da vida, vida filosfica, fenomenologia da vida,

    Heidegger, Barbaras.

    * Universidade Sdertrn Estocolmo.