DE LINHA DE EIXO DE NAVIOS AFFONSO LIMA … · elementos de viga, massa e mola, ... naturais e de...
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CALCULO D E VIBRACÃO AXIAL E LATERAL
DE LINHA DE EIXO DE NAVIOS
AFFONSO LIMA VIANNA JUNIOR
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIU DE JANEIR.0 COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENCÃO DO GRAU D E MESTRE
EM CIENCIAS (M. Sc) EM ENGENHARIA OCEANICA.
Aprovada por:
Peter Kaleff, Dr. ~ n ~ .
Edga/do Taroco ano, D. SC/
P
RIO DE JANEIRO, R J - BRASIL
ABRIL DE 1991
VIANNA JUNIOR, AFFONSO LIMA
Cálculo de Vibração Axial e Lateral de Linha de Eixo de
Navios.
(Rio de Janeiro) 1991
IX,99 p, 29,7crn (COPPE/UFRJ, M.Sc., Engenharia
Oceânica, 1991)
Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE.
1. Análise Estrutural I. COPPE/UFRJ 11, Titulo (Série).
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Tiago A. P. Lopes, pela orientação no desenvolvimento desta
tese de mestrado.
Ao Prof. Carlos Rodrigues P. Belchior, cujo apoio foi fundamental
para minha entrada na COPPE.
Aos Profs. Severino F. S. Neto e Antonio Carlos R. Troyman pela
co-orientação e pelo apoio no desenvolvimento desta tese.
Ao meu primo Carlos Fernando, que ajudou na datilografia.
Ao meu colega de trabalho Dino e Marcelo, pelos desenhos feitos.
Ao ABS (American Bureau of Shipping), pelos dados complementares
utilizados na tese.
A equipe do Laboratório de Estruturas Navais da COPPE/UFRJ, que
de uma ou outra forma apoiou o desenvolvimento desta pesquisa.
Resumo d a Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M. Sc.)
CALCULO DE VIBRAÇÃO AXIAL E LATERAL
DE LINHA DE EIXO DE NAVIOS
Affonso Lima Vianna Junior
Abril, 1991
Urientador
Programa
: Tiago Alberto Piedras Lopes
: Engenharia Oceânica
A proposta deste trabalho é apresentar uma metodologia, que permita.
durante a fase de projeto do navio, obter as frequências naturais de vibração lateral
e axial da linha de eixo.
Utilizando o método dos elementos finitos, o sistema linha de eixo , manca1
de escora e árvore de manivelas, é reduzido a uin modelo matemático composto por
elementos de viga, massa e mola, a partir do qual é feita uma análise moda1 para
obtenção das freqências naturais
Abstract of Thesis presented to C O P P E / U F R J a.s partia1 fulfillment of the
requirements for t he degree of Master of Science (M. Sc.)
ACCESSEMENT TO AXIAL AND LATERAL VIBFiATION
UF LINE SHAFTS OF ÇHIPS
Affonso Lima Vianna Junior
April, 1991
C hairman
Department
: Tiago Alberto Piedras Lopes
: Ocean Engineering
The purpose of this work is to present a m e t h o d o l o ~ to calculate the axial
and lateral line shaft natural frequencies vahration for ship design.
The system, composed by shaft line, thrust bearing and crank shaft, is
modelled according t o the finite element technique using b e m , spring and mass
elements. The moda1 analysis of this model provided the natural frequencies oí' the
st ruct ures.
CAPÍTULO I1 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A EQUAÇAO DE
REYNOLDS
11.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
11.2 - EQUAÇÃO DE NAVIER, - STOMES
11.3 - EQUAÇAO DE REYNOLDS GENERALIZADA
CAPÍTULO I11 - IDEALIZAÇAO DA ESTRUTURA
111.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
111.2 - ELEMENTO FINITO D E VIGA
111.3 - ELEMENTO DE MOLA
CAPÍTULO IV - VIBRAÇÃO AXIAL
IV.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
IV.2 - DISCRETIZAÇÃO DA ESTRUTURA
IV.3 - DISCRETIZAÇÃO DAS MASSAS
Página
1
IV.4 - ELEMENTOS DE MOLA 31
IV.4.1 -RIGIDEZ DA LINHA DE EIXO 32
IV.4.2 - RIGIDEZ DO EIXO D E MANIVELAS 32
IV.4.3 -RIGIDEZ DO MANCAL D E ESCORA 33
IV.4.3.1 -FUNDO DUPLO E FUNDAÇÃO DO MANCAL 33
IV.4.3.1.1- DEFLEXAO ANGULAR DO FUNDO DUPLO33
IV.4.3.1.2 - DEFLEXÃO DA BASE DO MANCAL
IV.4.3.2 - COLAR DE ESCORA
IV.4.3.3 - RIGIDEZ DO FILME D E OLEO
IV.4.3.4 - RIGIDEZ RESULTANTE PARA O MANCAL
DE ESCORA
IV.5 - MASSA ADICIONAL D O HÉLICE
IV.6 - FREQUÊNCIA NATURAL
CAP~TULO V - VIBRAÇÃO LATERAL
V. 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
V.2 - IDEALIZACÃO DA ESTRUTURA
V.2.1- MODELO PARA LINHA D E EIXO
V.2.2 - CALCULO DA RIGIDEZ ESTRUTURAL DOS MANCAIS 54
V.2.3 - RIGIDEZ DO FILME DE OLEO 55
V.2.4 - RIGIDEZ FINAL DOS MANCAIS 61
V. 3 - EFEITO GIROSC~PICO DO HÉLICE 61
V.4 - CALCULO DA FREQUENCIA FINAL 69
V.5 - MASSA ADICIONAL DO HÉLICE 70
CAPÍTULO VI - RESULTADOS
VI. 1 - CONSIDERAÇ~ES GERAIS
VI.2 - RESULTADOS DO ESTUDO NUMÉRICO
VI.2.1- RESULTADOS PARA VIBRAÇAO AXIAL
VI.2.2 - RESULTADOS PARA VIBRAÇAO LATERAL
VI.2.3 - TABELAS
VI.3 - RESULTADOS EXPERIMENTAIS
VL3.1- CONSIDERAÇ~ES GERAIS
VI.3.2 - IDENTIFICAÇAO DOS LOCAIS MEDIDOS
V I A 3 - PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO
VI.3.4 - EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
VI.3.5 - RESULTADOS DA MEDIÇÃO
VI.3.6 - ANALISE DOS RESULTADOS
VI.3.7 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS
VIA - C O N C L U S ~ E S , COMENTARIOS E S U G E S T ~ E S
~ 1 . 4 . 1 - C O N C L U S ~ E S E COMENTARIOS
VI.4.2 - SUGESTÕES
BIBLIOGRAFIA
A linha de eixo é um eIemento vitaI para o funcionamento do navio. Seu
comportamento tem reflexos importantes na operação, no conforto e na segurança
da embarcação, e consequent ement e, torna-se necess&rio uma previsão deste
comportamento durante a fase de projeto,
O estudo do comportamento de uma linha de eixo envolve 4 tipos de análise:
1) alinhamento
2) vibração torcional
3) vibração axial
4) vibração lateral
O alinhamento pode ser resumido como sendo uma análise para previsão do
carregamento doa mancais e esforços desenvolvidos ao longo da linha de eixo
durante a fase de operação do navio.
As análises de vibração torcional, axial e lateral têm como objetivo uma
previsão das tensões e deslocamentos impostos a linha de eixo e as estruturas a elas
solidárias, pelas solicitações dinâmicas do motor e propulsor.
Este trabalho trata especificamente das análises referentes a vibração axial e
lateral d a linha de eixo, tendo como objetivo principal a apresentação de um
procedimento para obtenção das frequência naturais para ambos os problemas.
O procedimento foi utilizado em uma linha de eixo real, instalada em um
navio petroleiro cujas características principais são mostradas a seguir:
Comprimento t ot a1
Comprimento entre perpendiculares
Boca moldada
Pont a1 moldado
Calado de projeto
Porte bruto
Motor
Pot êncialrot ação
Propulsor
174,80 m
167,OO m
28,OO m
14,OO m
10,30 rn
30850 TPB
MP / 5L50MC
5700 kw1133 rpm
4 pás
No capitulo I é feito um resumo da literatura utilizada nos temas
pesquisados.
No capítulo I1 é apresentada a formulação genérica da equação de Reynolds
utilizada no estudo hidrodinâmico de lubrificação de mancais.
No capítulo I11 é apresentada uma descrição dos elementos utilizados na
modelagem dos elementos estruturais.
No capitulo IV são descritas detalhadamente todas as etapas necessárias a
obtenção das frequências naturais de vibração axial, indicando os critérios
utilizados, propriedades dos elementos, geometria e condições de contorno.
No capítulo V procede-se da mesma forma que no capítulo IV para o
problema de vibração Iat eral.
No capítulo VI são apresentados os resultados teóricos decorrentes da
aplicação dos procedimentos descritos no trabalho, juntamente com os resultados
práticos, conclusões e sugestões.
Em função dos diversos problemas a. que a embarcação está sujeita,
decorrentes de um mau funcionamento da linha de eixo, é muito importante que
durante a fase de projeto seja possível fazer uma previsão do seu comportamento o
mais próximo possílvel das condições de operação da embarcação.
A necessidade de obtenção de procedimentos que permitissem prever o
comportamento d a linha de eixo favoreceu o aparecimento de diversos estudos.
Alguns destes estudos foram tornados como base para o desenvolvimento do
trabalho, sendo resumidos a seguir.
Van Gent e HylaridesJr. [I], apresentaram um estudo para obtenção da
rigidez dos principais elementos que influenciam na determinação das frequências
naturais =iais d a linha de eixo, corno mancal de escora, estrutura do fundo duplo e
filme de óleo. O trabalho é dividido em duas partes, a primeira parte faz uma
abordagem sobre a obtenção da rigidez hidrodinâmica através de uma formulação
bidimensional para o movimento do fluido lubrificante na superfície de
deslizamento do mancal com base na Equação de Reynolcls Generalizada. A
segunda parte t rata da rigidez estrutural, apresentando os critérios de modelagem
para. os elementos do fundo duplo, colar de escora e base do mancal de escora. Os
autores sugerem para a base do manca.1 de escora e estrutura de fundo duplo os
seguintes tipos de inodelagem;
- Base do mancal de escura:
Redução da estrutura em elementos de viga e placa, conforme pode ser
visto na fig.I.1.
- Fundo duplo da praça de máquinas:
Redução da estrutura a elementos de placa e viga apoiada entre a
a.ntepara de ré e de vante d a praça de máquinas, conforme pode ser
visto na fig. 1.2.
Finalizando, os autores mostram que a associação d a rigidez dos elementos
deve ser em série para a obtenção da rigidez resultante, conforme fig 1.3.
Technical Research Report R-15, [2], apresenta um estudo para o cálculo da
rigidez estrutural da base do mancal de escora e do fundo duplo da praça de
máquinas. O estudo é dividido em 4 partes, sendo que a primeira e segunda partes
descrevem os critérios de modelagem utilizados para obtenção da rigidez do fundo
duplo da praça de máquinas e base do mancal de escora. A terceira parte faz um
estudo d a composicão da rigidez doa dois elementos e a apresentação de um
resultado numérico para um determinado tipo de estrutura. Finalmente, a quarta
parte faz uma revisão bibliográfica, com comentários de diversos autores sobre o
assunto.
Olav Lie, Eng,, [3], a partir de vários cálculos e medições realizadas pelo
D.n.V para frequências de ressonância de vibração axial, desenvolveu um estudo
com base na correlação entre os resultados teóricos e medidos, para estimativa de
rigidez do mancal de escora visando a obtenção das frequências naturais de
vibração axial, O trabalho parte de uma formulação simplificada para o cálculo da
frequência natural do primeiro modo de vibrar, observando que os parâmetros mais
relevantes neste cálculo são a massa total do sistema e a rigidez do mancal de
escora. Em seguida o autor descreve os vários tipos de acoplamento entre mancal
de escora e motor, com suas possíveis influências no cálculo das frequências
naturais. Um capítulo é dedicado exclusivamente ao trabalho de correlação de
resultados. Sendo desenvolvido a partir de 27 casos de cálculo de freqências
natural e 35 casos de medição de frequências de ressonância, onde a correlação
direta foi possível em 8 casos, sendo que em 7 deles os resultados teóricos e
práticos foram obtidos para o mesmo navio, e nos outros casos para navios
semelhantes. O autor apresenta também um resumo da influência de cada um dos
elementos que compõem a rigidez do sistema. A parte prática também é abordada
no trabalho com a descrição dos equipamentos utilizados nas medições,
posicionament o dos "st rain gauges" e critérios para obtenção de resultados.
Finalizando, o autor faz um resumo dos ítens mais relevantes no cálculo da rigidez
e uma avaiiação sobre a influência desta rigidez na frequêcia natural.
A.W.van Beek, [4], dedica seu estudo ao esclarecimento do cálculo para
obtenção das frequências naturais e respostas para vibração lateral da linha de
eixo. O autor inicialmente faz uma abordagem do tipo de modelo matemático que
deve ser associado a uma linha de eixo para o cálculo das frequências naturais, veja
fig. 1.4. No passo seguinte, faz uma sugestão para o tipo de modelagem a ser
utilizada para os mancais e um resumo sobre a influência do filme óleo na obtenção
da rigidez. O trabalho finaliza com uma comparação entre valores de frequências
naturais e de resposta medidas e calculadas.
Yukio Hori, Masato Tanaka, Akira Hasuike, Toshiaki Nasura, [51, fazem um
resumo da investigação teórica e experimental realizada por eles para vibração
lateral de eixos propulsores. O trabalho apresenta o modelo matemático da linha
de eixo utilizada pelos autores e a montagem da matriz de transferência usada no
cálculo de resposta e na obtenção das forças transmitidas aos mancais. A
característica do filme de óleo é abordada em um dos ítens, com a apresentação de
uma formula<ão matemática para distribuição de pressão do óleo na superfície de
deslizamento do mancal. A conclusão do trabalho se dá com a comparação entre
os resultados teórico e prático para um exemplo específico,
Richard Woytowich, [6], apresenta um método manual que pode ser
implementado em pequenas calculadoras, para estimativa de velocidades críticas
de excitação do propulsor em vibração lateral de linha de eixo. Considerando a
linha de eixo como uma viga bi-apoiada, veja fig. 1.5, o método propõem a
obtenção das frequências naturais em três etapas:
1) considerando a extremidade livre, oposta ao propulsor, como simplesmente
apoiada.
2) considerando a extremidade livre como engastada,
3) interpolação entre os valores inferior e superior de frequência conseguidos
nos itens 1 e 2, para obtenção da frequência final.
Os efeitos giroscópico e de massa adicional da água sobre o hélice também
são descritos no trabalho. Finalizando os autores aparesent am um exemplo
numérico e fazem uma comparação entre os resultados obtidos manualmente e os
conseguidos pelo programa "Propulsor" do ABS (American Bureau of Shipping).
CASCO
COLAR
-
-
FILME BASE DO DE MANCAL
ÓLEO
FUNDO DUPLO I
FIG. I .3 - ASSOCIACÃO DE MOLAS PARA OBTENÇÃO DA RIGIDEZ DO MANCAL DE ESCORA
11 - CONSIDERAC~ES SOBRE A EQUACÃO DE REYNOLDS
11.1 - CONSIDERAÇ~ES GERAIS
O estudo hidrodinâmico de lubrificação é, do ponto de vista matem&tico, um
estudo particular da Equação de Navier-St okes. Esta formulação foi obtida por
Osborne Reynolds a partir de experimentos e observações do mecanismo de
lubrificação hidrodinâmica.
A Equação de Reynolds contem os parâmetros viscosidade, densidade e
*espessura do filme de óleo, que são parâmetros dependentes da temperatura, da
pressão e do comportamento elástico da superfície do mancal.
Para se ter uma representação precisa do comportamento hidrodinâmico do
filme de óleo que serve a lubrifição do mancal, é preciso considerar
simultaneamente a Equação de Reynolds, a Equação de Energia, a Equação de
Elasticidade e a Equação de Estado.
A formulação generalizada que serve como base no estudo da rigidez do filme
de óleo, tanto para vibração axial quanto para vibração lateral, é obtida conforme
indicado a seguir.
11.2 - EQUAÇÃO DE NAVIERSTOKES
Em uma análise diferencial t ridimensional, o fluído viscoso está sujeito a ação
de 9 componentes de tensão.
Partindo da Equação de Equilíbrio de Forças no Cubo, chegasse a conclusão
que as componentes tangenciais da tensão são isométricas:
e que a pressão p é resultante da ação das tensões normais:
A magnitude das tensões depende da taxa de distorção a que o fluído está
sujeito. Para muitos fluídos está dependência esta na forma:
onde u . e u. são componentes do vetor velocidade nas direções x,y e z, o têrmo 1 1
entre parentêses a g~andeza d a distorç-áo, p o coeficiente de proporcionalidade e 6.. 11
para indicação da subtração da pressão no caso de subscritos iguais (delta de
Kronecker).
As componentes da tensão são:
onde U,B e w correspondern a u u e u e x,y e z correspondern a x x e x na. i' 2 3 1) 2 3
expressão (11.5)
A soma d a três componentes normais resulta em:
O têrmo entre parênteses é o divergente do vetor velocidade e mede a.
expansão do fluído.
Podemos expressar as componentes da tensão de forma geral com a
introdugão do coeficiente de Stokes ( XB) , caracterizando desta forma as condições
de compressibilidade do fluido;
3.i r = - p + x e - + 2 p -
X X X (11.13)
&
O coeficiente X representa quantidades indet erininadas, A soma destas
componentes normais resulta em -3p, desde que:
Alguns fluídos possuem "viscosidade de volume", que corresponde a uma
medida de resistência a alteração de volume, da mesma forma que a viscosidade
representa uma medida de resistência ao fluxo,
No caso do fluídos incompressíveis, a viscosidade de volume A
e X e p dependentes um do outro.
Du As componentes de aceleração do fluído são as derivadas - d t
2 f - p será zero
3
massa do elemento fluído com dimensões dx, dy, dz é p dx dy dz, onde as
componentes da força necessária para aceleração do elemento ficam n a forma:
Du p-dxdy dz d t
Dv p-dx dy dz d t
As derivadas totais das componentes de velocidade são calculadas tratando a
velocidade como função de x, y, z e t em que x, y e z são dependentes de t .
A derivada t ot a1 no tempo mede a variação da velocidade de uma partícula
do fluído durante o seu percurso no espaço e a derivada parcial mede a variação d a
velocidade desta partícula quando ela ocupa uma posição particular.
As forças necessárias para acelerar um elemento do fluído são supridas por
forças externas de campo, como a gravidade, ou por pressão ou gradientes de
tensão. Se as componentes da força externa de campo por unidade de massa são X,
Y, Z, estas forças são iguais a X p dx dy dz, Y p dx dy dz, Z p dx dy dz.
As forças decorrentes dos gradientes de tensões devem ser adicionadas as
forças externas. Três destas tensões tendem a mover o elemento na direção x.
Como exemplo temos T cuja variação através do cubo em uma distância XY'
Esta tensão a tua sobre uma face do cubo com área dx dz e produz uma força
Existem expressões similares para T e %z. XX Quando estas forças
decorrentes dos gradientes de tensões são adicionadas as forças externas, o fator
comum dx dy dz é eliminado:
Existem expressões semelhantes para os gradientes de tensão que tendem a
mover o elemento na direção y e z:
2 No caso da viscosidade de volume X + - p ser zero, X pode ser escrita em 3
termos de p, e r.. será substituída pela sua expressão equivalente: 11
As equações apresentadas acima são as Equações de Nav ie rS t okes,
Para complementação do estudo de escoamento temos a Equação de
Continuidade:
onde m leva em conta a presença de fontes e sorvedouros. Não existindo fonte nem
sorvedouros e o estado do lubrificante sendo independente do tempo, a Equação de
Continuidade fica na seguinte forma:
Para uma definição completa do problema temos as seguintes relações
funcionais:
P = P(P,T) (11.31)
e a Equação de Continuidade na forma;
11.3 - EQUAÇÃO DE FtEYNOLDS GENERALIZADA
As seguintes considerações foram assumidas de forma a reduzir as Equações
de NavierStokes na Equação de Reynolds Generalizada.
1. A espessura do filme de óleo é muito menor do que as dimensões dos
mancal, Isto permite ignorar a curvatura do filme de óleo no caso de mancais de
deslizamento, e substituir velocidades de rotação por velocidades de translação.
2, Não há variação de pressão através do filme de óleo
3. 0 escoamento é Iaminar,
4. Nenhuma força externa atua sobre o filme de óleo. Então
) ( l = y = z = o (11.38)
5. A inércia do fluido é pequena se comparada com a viscosidade. Estas
forças de inércia consitem em aceleração do fluído, forças centrífugas e força da
gravidade. Então:
6. Não há deslizamento na superfície do mancal.
7. Comparado com os dois gradientes de velocidade d u e d w , todos d y ds
os outros gradientes são considerados desprezíveis, derivadas de ordem superior,
d2u d2w exceto - e - . ds2 ay2
Com as 7 considerações, as Equações de NavierStokes ficam reduzidas a:
Integrando a equação (11.40) com as condições de contorno:
obt ein-se:
Integrando a equação (11.41) com as condições de contorno:
obtem-se:
Usando a Equação de Continuidade na forma
e substituindo as expressões para u e w, obtem-se:
Integrando em relação a y com as condições de contorno:
v = V e m y = O e v = O e r n y = h
obtem-se,
O limite superior h na equação acima é função das coordenadas x,z. Fazendo
uso da relação:
i,'" dh( 4 dcu
pode-se fazer a int egração antes da diferenciação:
O segundo têrmo no Iado direito representa a variação tangencial da
velocidade. Para cargas constantes isto representa que o material do manca1 terá
comportamento igual a borracha. Este fenômeno, apesar de possível, é raro
durante a fase de operação. Em cargas dinâmicas, quando a componente da
velocidade V existe, a velocidade tangencial varia. Com base nas expressões para
velocidade t angencial e radial em mancais de deslizament o, demonst ra-e que o
segundo termo do lado direito da equação pode ser desprezado.
Desta forma a Equação de Reynolds Generalizada pode ser expressa na
for ma:
Está formulação da Equação de R,eynolds será usada para cálculo da rigidez
do filme de óleo dos mancais.
111.1 - CONSIDERAÇ~ES GERAIS
Em um meio continuo elástico sempre é preciso estudar o comportamento das
tensões e deformações. Os problemas podem variar desde problemas de tensão ou
deformação plana, flexão de placas, até a análise de sólidos tridimensionais. Em
todos os casos, o número de interconexões entre um elemento qualquer rodeado por
fronteiras imaginárias e os elementos referentes a ele e infinito. B difícil, por
conseguinte, ver a primeira vista como discretizar este tipo de problemas. Para
obter uma boa discretização 6 necessário considerar o seguinte:
- O contínuo se divide, mediante linhas e superfícies imaginárias, em um
número finit o de elementos.
- Supondo-se que os elementos estão conectados entre si, mediante um
número discreto de pontos, denominados nós, situados em seu contorno, os
deslocamentos dos nós serão as incógnitas fundamentais do problema.
- Considera-se um conjunto de funções que definam de maneira única o
campo de deslocamento dentro de cada elemento em função dos delocamentos
nodais do referido elemento.
- Os deslocamentos definem o estado de deformaçZo dentro do elemento em
função dos deslocamentos nodais. Estas deformações e as
propriedades do material definem um estado de tensões em todo o elemento,
- Determina-se um sistema de forças concentradas em nós, tal que equilibre
as tensões no contorno a qualquer carga distribuída, resultando assim uma relação
entre força e desIocamento.
111.2 - ELEMENTO FINITO DE VIGA
O elemento finito de viga em 3 dimensões, é mostrado na fig. 111.1.
Para sua definição são necessários 3 nós, dos quais o terceiro é utilizado para
orientar o elemento, São considerados 6 graus de liberdade por nó, dos quais três
são de rotação e três de t ranslação.
As coordenadas locais do elemento são localizadas a partir do nó 1. O eixo r
é localizado na direção longitudinal do elemento, desde o nó 1 ao nó 2 e o eixos fica
no plano formado pelos nós 1, 2, 3, perpendicular ao eixo r, e o eixo t completa o
sistema cartesiano.
As principais propriedades geométricas necessárias para a identificação do
elemento são:
rl - Area da seção
r2 - Momento de inércia do elemento com respeito ao eixo s.
r3 - Momento de inércia do elemento com respeito ao eixo t .
r4 - Altura do elemento.
r5 - Largura do elemento
111.3 - ELEMENTO DE MOLA
O elemento de mola pode ser usado para representar apoios elásticos ou
ligações elásticas entre diferentes tipos de estrutura.
Para a definição do elemento são necessários 2 nós no mesmo plano. São
considerados 6 graus de Iiberdade por nó (3 de translação e 3 de rotação). As
coordenedas locais do elemento são escolhidas como: a)o eixo x é situado a partir
do nó 1, na direção do nó 2; b)o eixo y fica definido no plano formado pelos nós 1,
2, 3; c)o eixo z completa o sistema cartesiano, veja a fig. 111.2.
A única propriedade geométrica do elemento correponde a rigidez K da mola.
IV - VIBRACÃO AXIAL
IV.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
A vibração axial pode ser descrita como sendo o movimento alternativo na
direção longitudinal da linha de eixo decorrente das excitqões provocada pelo
propulsor e pelo motor.
O estudo de vibração axial é feito a partir de um sistema equivalente
consistindo de massas discretas conectados por molas, conforme fig.IV.1. Os
valores encontrados no cálculo das frequências naturais, que representa objeto
deste estudo, é extremamente dependente dos seguintes parâmet ros:
- rigidez do manca1 de escora
- rigidez do eixo de manivelas
- rigidez da linha de eixo
- massa adicional da água no propulsor
A estrutura é modelada da seguinte forma:
a) Discretização da massa do sistema composto pelo eixo de manivelas,
volante, eixo intermediário, eixo propulsor e hélice.
b) Obtenção da rigidez das molas que fazem a ligação entre os elementos de
massa, sendo a principal delas a que representa a rigidez do manca1 de escora.
IV.3 - DISCRETIZAÇÃO DAS MASSAS
As massas que compõem o sistema eixo de manivelas, volante, eixo
intermediário, flange, eixo propulsor, hélice são obtidas da sequinte forma:
i) Metade da massa do eixo propulsor é adicionada a massa do hélice e a
outra metade a massa do flange, que faz a união entre eixo propulsor e eixo
intermediário.
ii) Metade da massa do eixo intermediário é adicionada a massa do volantedo
motor e a outra metade ao flange de união,
iii) A massa do eixo de manivelas é diszretizada no mesmo número de
manivelas que compõem o eixo.
IV.4 - ELEMENTOS DE MOLA
As molas que compõem o sistema representam a rigidez dos seguintes
elementos:
1) rigidez da linha de eixo (intermediário e propulsor)
2) rigidez do eixo de manivelas
3) rigidez do manca1 de escora
Elas funcionam como elementos de ligação entre as massas que compõem o
eixo discreto e entre este e o casco,
IV.4.1 -RIGIDEZ DA LINHA DE EIXO
Os diversos segmentos que compoem a linha de eixo são considerados como
elementos de viga cuja rigidez na direção longitudinal é dada por:
Onde E - módulo da elasticidade longituddinal
A - área da seção transversal
L - comprimento do segmento
IV.4.2 - RIGIDEZ DO EIXO DE MANIVELAS
A rigidez do eixo foi obtida modelando-se uma das manivelas como elemento
de pórtico e verificando-se qual o deslocamento da extremidade livre na direção
axial para uma carga unitária aplicada, conforme fig.IV.2. O valor da rigidez
corresponde ao inverso do deslocamento conseguido.
IV.4.3 -RIGIDEZ DO MANCAL D E ESCORA
O mais importante elemento que compõe o sistema para cálculo de vibração
axial é o elemento de mola que representa o mancal de escora
A rigidez do mancal de escora é dada pela associação em série das m o l a que
representam a rigidez dos diversos elementos que compõem a estrutura do mancal.
Os elementos que respondem pela rigidez são os seguintes:
. fundo duplo
. fundação do mancal
. colar de escora
. filme de óleo
IV.4.3.1 -FUNDO DUPLO E FUNDAÇÃO DO MANCAL
O procedimento para obtenção d a rigidez do mancal de escora envolve o
cálculo da deflexão angular da estrutura do fundo duplo e a deflexão devido a
flexão e cisalhamento da fundação do mancal.
IV.4.3.1.1- DEFLEXÃO ANGULAR DO FUNDO DUPLO
A deflexão angular é calculada assumindo-se que a estrutura do fundo duplo,
que envolve também a fundação do mancal, é uma viga bi-apoiada nas posições
correspondentes a antepara de vante e de ré da praça de máquinas. A extensão do
funclo duplo, além destes limites, irá reduzir a rotação e aumentar levemente a
rigidez, fato este que não acarretará nenhum aumento considerável na precisão do
resultado. Embora os elementos estruturais transversais também acrescentem
alguma rigidez ao fundo duplo, eles são desprezados na análise com a finalidade de
simplificar o procedimento. A largura efetiva do fundo duplo sob a fundação é
aumentada levemente para compensar o efeito das transversais desprezadas.
Geralmente, escolhe-se a largura efetiva como sendo o comprimento que engloba
uma ou duas longitudinais além dos limites determinados pelos extremos da
fundação do motor, conforme fig. IV.3,
Após o estabelecimento d a largura efetiva, reduz-se a estrutura resultante
em uma viga com seção variável, através da composição das longitudinais para
cada alteração da seção transversal da estrutura, conforme fig. IV.4. O eixo neutro
e o momento de inércia devem ser calculados após a escolha das seções e a
determinação das dimensões das chapas de aço que compõem esta seção.
Os comprimentos e os momentos de inércia da seção ser20 usados para
modelar a viga, que está simplesmente apoiada nas duas anteparas que limitam a.
praça de maquinas. Uma carga axial unitária e a distância entre o eixo neutro da
seção dos calços do manca1 e da linha de eixo são usadas para calcular o momento
ao qual a viga está sendo submetida.
Este momento, seja fig. IV.5, causa uma deflexão a.ngular, que multiplicada
pela distância entre o eixo neutro da seção dos calços e o centro da. linha de eixo,
permite calcular a rigidez do fundo duplo na direção longitudinal..
IV.4.3.1.2 - DEFLEXÃO DA BASE DO MANCAL
As deflexões devido a flexão e ao cisalhamento são calculadas para a
fundação do mancal acima do fundo duplo.
A carga de cisalhamento atua uniformemente sobre as longitudinais através
da chapa horizontal que forma o teto do fundo duplo, enquanto a carga de flexão
atua tanto nas transversais quanto nas longitudinais. Desta forma é necessário
considerar separadamente tais deflexões resultantes dos dois carregamentos e usar
diferentes seções da fundação para o cálculo.
No cálculo da deflexão por cisalhamento a estrutura efetiva é considerada
como sendo as longitudinais abaixo do mancal, veja fig. IV.6.
No caso da deflexão devido a flexão a estrutura efetiva é considerada como
sendo a base e a fundação sobre o mancal, veja fig. IV.7.
Após a escolha das seções representativas da estrutura, as sigas para cálculo
das deflexões devido ao cisalhamento e a flexão podem ser modeladas. O cálculo
deve ser efetuado baseado em uma carga axial aplicada no centro da linha de eixo.
IV.4.3.2 - COLAR DE ESCORA
Uma aproximação para rigidez axial do colar é obtida a partir d a formulação
proposta por Roark [8].
A deflexão total é composta de 2 partes:
Deflexão por íiexão:
Deflexão por cisdhamento:
Veja a fig. IV.8 para compreensão dos parâmetros abaixo:
a = constante dependente de ,8
a = diamêtro de aplicação da carga
b = diamêtro interno
Fo = carregamento
t = espessura do colar
E = módulo de elasticidade longitudinal
G = módulo de elasticidade transversal
IV.4.3.3 - RIGIDEZ DO FILME DE ÓLEO
Com base na formulação apresentada no Capítulo I1 e desprezando a
velocidade radial do fluído na superfície do manca1 de escora, a Equação de
Reynolds Generalizada fica reduzida a um caso bidirnensional.
Partindo da formulação bidimensional, chegamos a rigidez de acordo com o
desenvolvimento apresentado a seguir.
onde:
p = viscosidade (constante)
p = densidade do fluído (constante)
p = pressão do filme de óleo
H = altura da cunha de óleo
U = velocida,de do fluído na direção x em y = O 1
Vi= velocidade do fluído na direção y em y = O
U2= velocidade do fluído na direção x em y = H
V2= velocidade do fluído na direção y em y = H
Para maior compreensão dos parâmetros apresentados veja (fig. IV.9).
O movimento geral do manca1 consiste de uma translação da superfície do
manca1 (y = 0) com velocidades em x e y correspondentes a U e V e a uma I 1
rotação da superfície deslizante em torno do ponto S com velocidade angular E =
A velocidade da superfície (y = H) é função da rotação e resulta na direção x
em U z --~t e na direção y em V = é (s - x). Após a substituição destas 2 2
expressões na equação, obt em-se:
onde
Esta pode ser integrada ficando na forma abaixo após a divisão por H3:
Para uma segunda integração, coloca-se H em função de x:
H = a, ( a -x )
e obt em-se a expressão:
p(x) = 614 (U + et)I (x) - 12p (V - rs)12(x) 1 1 I
- 6pa13(x) i- C1 (x) + p(O) 4
X
x 2 d x 1 ~ ~ ~ ) = j r -=- [ l n L - x (2 a - 3x)
H3 a,, a - x 2 ( a - ~ ) 2 1
(IV. 12)
Usando-se as condições de contorno p(l) = p(o) = p,, obtem-se:
O = 6p ( p + E ~ ) I (1) - 12AV - rs)12(l) - 6p I,(]) 1 1 I
+c 1 (1) 4
(IV. 13)
Determinando a expressão de C a partir da equação (IV.13) e substituindo na
equação (IV.81, obtem-se:
com
(IV. 14)
(IV. 15)
a - In - a - x
(IV. 16)
Na a equação (IV.16) o termo t ~ u . pode ser desprezado se comparado com 2(a
- s), ficando então a equação (IV. 14) na forma:
(IV. 17)
A partir do desenvolvimento matemático da equação (IV.17) apresentado em
[I] e [15], a rigidez hidrodinâmica do manca1 de escora é expressa por:
onde:
2k i
K (rigidez) = - z- - 1 [ "-1 - (0,462M) [ i ] 1
k i C (amortecimento) = -
' 12+ 0,714 6 &n 1 - (0,462M) [ l2 I
(IV. 19)
F = força (N)
p = viscosidade do fluído (Nsmm2)
v = frequência de excitação (cpm)
n = rotação do motor (rpm)
Os parâmetros D, B, a e 1 estão relacionados a geometria do mancal,
conforme pode ser visto na fig. IV.9.
A rigidez hidrodinâmica pode ser expressa também na forma:
onde:
(IV. 22)
(IV. 23)
IV.4.3.4 - RIGIDEZ RESULTANTE PARA O MANCAL DE ESCORA
A rigidez para o manca1 de escora é resultante da associação em série da
rigidez de cada um dos seguintes elementos:
. fundo duplo
. fundação do manca1
. colar de escora
. fime de óleo
A fig. 1.3 apresenta a associação destes elementos.
IV.5 - MASSA ADICIONAL DO HÉLICE
A massa adicional decorrente da presença da água entre as pás do propulsor é
estimada em 60% do valor da massa do hélice incluindo o bosso, [16].
Em virtude da não disponibilidade de fórmulas para estimativa d a massa
adicional do hélice devido a vibração axial, a sugestão da referência [16], será
utilizada neste trabalho. Deve ser resaltado que a sugestão de [16] é um valor
próximo ao utilizado pelo ABS 1141.
IV.6 - FREQUÊNCIAS E MODOS NATURAIS
O sistema para determinação das frequências e modos naturais de vibração,
conforme pode ser visto na fig. IV.1, é uma composição de massas e molas em
série. Com os valores numéricos associados a cada um dos elementos, monta-e a
matriz de massa e a matriz de rigidez do modelo, a partir das quais, empregando
os algorítimos usuais para cálculo de autovetores e autovalores, obtem-e as
frequências naturais e os modos de vibrar do sistema.
CAVERNAS 1 70- I28
CAVERNAS 1 4-1 67 1 /2 P
CAVERNAS 157-161 1/2
CAVERNAS I67 1/2 -170
CAVERNAS 161 1/2 - 164
I CAVERNAS 153-157
FIG. 1v.4 - SECÇÕES MOSTRANDO A VARIAÇÃO LONGITUDINAL DA ESTRUTURA.
APOIO ANTEPARA DE RÉ DA PÇA. DE MA~UINAS
DEFLEXAO AXIAL
LINHA DO CENTRO
Do Y !i-
APOIO ANTEPARA DE VANTE DA PÇA. DE MAQUINAS
F=l LB
I
'7 I I L
I I I I 1 - - - - _ _ _ _ _ _ - - - - - -
16 I 5 l 4 13 12 I I
LINHA DE CENTRO DO EIXO - - - I
TETO DO FUNDO DUPLO
BASE DO MANCAL
FIO. IV&- SEÇÕES DA BASE RESISTINDO A DEFLEX~O POR CIZALHAMENTO
superfície de deslize
H O - VI A
X U 1 -i -
FIG. IV.9 - DEFINIÇÃO DOS SIMBOLOS PARA MANCAL DE DESLIZAMENTO
V - VIBRACÃO LATERAL
V.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
O fenômeno de vibração lateral em linha de eixo de navios mercantes tem
recebido nos últimos anos uma atenção especial. A otimização da espessura de
chapa conjuntamente com o afilamento das linhas do navio favoreceu o
aparecimento de estruturas de popa menos rígidas, e de alguns tipos de arranjo de
linha de eixo com prolongamento para fora do casco e suportação por mancais tipo
pé de galinha, acarretando problemas sérios no comportamento estrutural
dinâmico.
O aparecimento do fênomeno resulta em diversos problemas, tais como:
- Tensões adicionais em zonas de transição de diâmetro ou fixação de
chavetas;
- Ampliação das reações dos mancais, ocasionando ribrqões na estrutura de
popa;
- Distúrbios nos mancais, podendo ocasionar aumento excessivo na
temperatura de funcionamento.
-54-
V.2 - IDEALIZAÇÃO DA ESTRUTURA
V.2.1- MODELO P A U A LINHA DE EIXO
A análise é realizada com dois tipos de modelo. No primeiro, onde não é
considerado o efeito giroscópico do hélice, a linha de eixo é subdividida em vários
elementos de viga, com a transição entre elementos dada pela variação da seção
transversal ou pela localização de um ponto de apoio ou aplicação de carga. A
massa de cada elemento é considerada uniformemente distribuída e a massa do
propulsor concentrada. Para as condições de contorno assume-se os mancais como
elementos de mola e a extremidade ligada ao motor engastada, conforme fig. 1.4.
No cálculo das frequências levando em conta o efeito giroscópico, consideramos um
modêlo mais simplificado para linha de eixo, onde o comprimento se extende
somente até a posição do manca1 de vante do tubo telescópio. A massa do eixo é
considerada como distribuida, e a inércia diametral e massa do hélice como
concentradas, conforme fig. 1.5.
V.2.2 - CALCULO DA RIGIDEZ ESTRUTURAL DOS MANCAIS
Os mancais de ré e de vante do tubo telescópio, compostos por uma estrutura
de suportação, carcaça e camada de metal patente, são considerados como
estruturas perfeit arnente rígidas. O manca1 intermediário será modelado
considerador;e a carcaça como perfeitamente rígida e o pedestal como elemento de
viga.
- 55 -
V.2.3 - RIGIDEZ DO FILME DE ÓLEO
O comportamento dinâmico para mancais cilíndricos de deslizamento é
obtido pela solução d a Equação de Reynolds:
A fig.V.1 nos mostra os parârnetros relacionados com este tipo de mancal.
Considerando o mancal operando em condições de incornpressibilidade, a
densidade p poderá ser cancelada em ambos os lados d a equação.
Para solução da equação, consideram-se os seguintes parârnetros
adimencionais:
onde
H = espessura do filme de óleo
c = folga radial
L = comprimento do mancal
p = pressão no filme de óleo
Escrevendo ds = R dp, a Equação de Reynolds fica na forma:
para o caso restrito de mancais cilíndricos, tem-se:
onde E é a razão excentricidade
e e a excentricidade propriamente dita.
A Equação de Reynolds, então, fica na forma:
Para mancais infinitamente longos:
Para mancais infinitamente curtos:
(V.9)
(V, 10)
(V. 12)
Para mancais finitos, a Equação de Reynolds deverá ter sua solução por meio
de diferenças finitas, pela técnica de elementos finitos ou por série:
Em termos de carregamento e velocidade, pode-e dizer que mancais muito
carregados são aqueles caracterizados por velocidade e Número de Summerfeld (S)
baixos. Os mancais pouco carregados são aqueles caracterizados por velocidade, e
Número de Sommerfeld altos, [12].
O Número de Sommerfeld é dado pela seguinte expressão:
onde:
p = viscosidade do óleo
D = diâmetro do manca1
L = comprimento do mancal
R = raio do mancal
W = carregamento do mancal
n = velocidade angular
O comportamento de um mancal é dado pela sua capacidade de carregamento
(S), e o ângulo de atitude ( 4 ) para diferentes razões de excentricidade. A fig.V.2
mostra c em função de S e a fig.V.3 mostra # em função de E onde # define a
posição do centro do eixo em relação ao centro do mancal.
O mancal devido ao seu comportamento assimétrico oferece rigidez e
armotecimento diferentes em diferentes direções radiais. A assimetria é decorrente
da configuração dos movimentos verticais e horizontais resultante de uma variação
do carregamento vertical.
Da fig.V.3 obtem-se:
A rigidez estática na direção z pode ser escrita na forma:
(V. 13)
(V. 14)
(V. 15)
A fig V.4 fornece a relação W em função de z, mostrando que a rigidez KZ
dada pela equação é não linear e depende das condições de carregamento. A
- 59 -
rigidez e o amortecimento são funções da excentricidade e do carregamento.
Para diferentes condições de carregamento do manca1 obt em-se diferentes
posições (ZJ) do centro do eixo. Quando a carga sofre variação, o eixo assume
uma nova posição, alterando o par (z,y). A diferencial total do carregamento W
em relação a z e y é dada por:
(V. 16)
que pode ser escrita como:
(V. 19)
Será considerado também um carregamento na direção p de forma a
generalizar a relação. Sob condições permanentes, Wz = - W e Wy = O. Logo
que ocorra dgum tipo de pertubação, uma carga horizontal será gerada de forma a
se opor a esta pertubação. Com o propósito de tornar a relação a mais geral
possível, considerar-se-á o carregamento radial na direção y. Então Wz e W são 9
dependentes tanto de z como de y. A diferencial total em relação a z e p devem ser
consideradas, obtendo-se as seguintes expressões:
(V. 20)
onde:
que podem ser escritas como:
(V. 22)
(V.23)
(V. 25)
(V. 27)
Kii são os coeficiente de rigidez, com i dando a direção da força e j dando a
direção do deslocamento, Em condições dinâmicas, o centro do eixo terá
velocidades i, e induzirão forças adicionais W, e W devido à. compressão do 9'
filme de óleo. Estas forças são denotadas através dos coeficientes de
amortecimento Czz, C,,, CyZ e %Y
para definir a variação t o td nas fo rça WZ e
WY.
AW,=-K zz A Z - C a i-K ay-C zz ZY 2 Y (V. 28)
A W y = - K Az-C A i - K A y - C A i Y 2 9 2 Y Jr Y Y
(V. 29)
Kzz> Czz' KyJ e Cyy são coeficientes diretos de rigidez e amortecimento.
K , C , K , C são coeficientes cruzados de rigidez e amortecimento. YZ yrz ZY ZY
As expressões acima evoluiram da equação (V.8) a partir de uma solução por
série, conforme é apresentado na referência [12].
As figs.V.5a a 5h mostram a relação entre o Número de Sommerfeld e os
coeficiente de rigidez e amortecirnent o.
V.2,4 - FLIGIDEZ FINAL DOS MANCAIS
A rigidez final é obtida pela associação em série de rigidez estrutural e da
rigidez hidrodinâmica do mancal.
V.3 - EFEITO GIROSCOPICO DO H ~ L I C E
Quando um disco está localizado em um eixo em balanço ele não vibrará em
seu próprio plano. O sistema apresentado na fig,V,6a terá uma velocidade crítica
(primária) diferente daquela da fig,V.6b, sendo a massa e rigidez do eixo as
mesmas em ambos os casos. Isso decorre do fato de as forças centrífugas das várias
partículas do disco não estarem em um plano, formando então um conjugado (ou
binário) de ajuste do eixo, tendendo a retificá-lo. Antes de calcular esse momento,
é necessário ter-se uma visão clara do modo de vibrar.
Admitimos um completo balanceamento da máquina e esta girando
excêntricamente com uma velocidade crítica com ligeira deflexão. A velocidade
angular da rotação excêntrica do centro do eixo é admitida a mesma que a
velocidade angular de rotação do eixo.
A fig.V.7 mostra as forças centrífugas que aparecem nesse movimento. Na
fig.V.8, observa-se que a força centrífuga de um elemento de massa dm é d r 1'
dirigida para fora do ponto B. Essa força pode ser decomposta em duas
componentes: 2 6 dm verticalmente para baixo e k2r dm dirigida para fora do
disco, ou centro do eixo S. As forças d 6 dm para vários elementos de massa
adicionam-se, resultando numa força simples m 4 S (onde m é a massa total do
disco), agindo verticaImente para baixo no ponto S da fig.V.7. As forças d r dm
partem do centro do disco S, e suas influências tornam-se clar* na observação da
fig.V.8 como segue. A componente y da força 4 r dm é d y dm. O braço de
alavanca do momento dessa força centrífuga é yp, onde p é o angulo do disco com
relação a vertical. Assim o momento de uma pequena partícula dm é, d y 2 p dm, o
momento tot a1 M das forças centrífugas, é dada por:
(V. 39)
onde I é o momento de inércia diametral. d
A extremidade do eixo é submetida a uma força m d 6 e a um momento
k2IdP, sob cuja influência ela adquire uma deflexão 6 e um ângulo p. Isso pode
ocorrer apenas em certa velocidade w, e o cálculo da velocidade crítica reduz-se a
um problema estático, que é o de achar o valor w para o qual o eixo deflete de 6 e
p, sob a influência de P = m 4 6 e M = I d d p .
O cálculo para. velocidade critica de um eixo em balanço, com rotação, de
rigidez EI e comprimento 1 é obtido conforme explicado a seguir.;
Da resistência dos materiais, as fórmulas para deflexão e ângulo da
extremidade de uma viga em balanço devido a uma força P e um momento A4 são:
Com essas fórmulas, obtem-se:
que pode ser escrita como:
(V. 35)
(V. 34)
(V. 35)
(V 36)
(V. 37)
(V. 38)
O conjunto homogêneo de equações pode ter uma solução para .!i e p apenas
quando o determinante é nulo, o que resulta em:
que corresponde a equação de frequência.
O efeito giroscópico de um eixo com um disco fixo na sua extremidade pode
ser descrito de uma maneira mais detalhada, conforme é apresentado a seguir:
Com base na fig.V.9, nós podemos ver que a linha de centro do eixo, em sua
posição defletida mostrada, é suposta com rotação em tôrno de sua posição sem
deflexão OA, com velocida,de angular w. De maneira simultânea e independente, o
disco e o eixo giram em tôrno d a linha de centro defletida OC, com velocidade
angular R. Podemos visualizar os casos de w = wo com S2 = O e, w = O com Q -- Q0, Com esse movimento combinado, tentamos achar a quantidade de movimento
angular do disco. Se êle não tem movimento excêntrico, mas apenas gira, a
quantidade de movimento angular dada por I Q, onde I é o movimento de inércia P P
polar do disco em tôrno d a linha de centro do eixo fletida. A seta indica que o
disco gira no sentido anti-horário, quando observado d a direita, Admitimos agora
que não haja rotação S2, mas apenas rotação excêntrica w. O disco oscila no espaço
e é difíçil visualizar sua velocidade angular e essa visualização torna-se mais difícil
ainda pela observação de que em C, o eixo é perpendicular ao disco, tal que
podemos estudar o movimento angular do eixo e não do disco,
A linha CA é tangente ao eixo em C, e a extremidade do eixo ao disco
move-se com a linha AC, descrevendo um cone, que tem A como vértice. A
velocidade do ponto C (para uma rotação excêntrica anti-horária vista d a direita,
na mesma direção que a rotação) é perpendicular ao papel, penetrando nêle, e seu
valor é wy. A linha AC está contida no papel, mas, no instante t seguinte, o 1
ponto C está atrás do papel, wydt. O ângulo entre as duas posições da linha AC é,
então, wy d t J - 8, se 8 for pequeno, o ângulo de rotação de AC para dt , e, como - - AC AC
é w8dt e a velocidade angular de AC (e do disco) é w0. O disco gira em tôrno de
um diâmetro no plano do papel, perpendicular a AC, em C, ta1 que o movimento
1 de inércia apropriado é Id = - I para um disco delgado. O vetor quantidade de 2 p
inovirnento angular do disco, devido a rotação excêntrica, é I 8w na direção d
mostrada na fig.V.9. A quantidade de movimento angular total é o vetor soma de
I R e Id8w. Deseja-se calcular a razão de variação dêsse vetor quantidade de P
movimento angular e, com isso em vista, decompõem-se o vetor nas componentes
paralela e perpendicular a linha de centro OA. A componente paralela a OA gira
paralelamente a si mesma, em tôrno de OA, num circulo de raio y: e mantem seu
comportamento durante o processo, de forma que sua razão de variação é zero.
Entretanto, a componente perpendicular a OA é um vetor na direção CB, e é o
raio de um círculo com centro B. Vemos, na fig.V.9, que essa componente de B
para C é:
I R ~ - I , ~ w = I , ~ ( ~ R - w ) , P
(V. 40)
No instante t = O, êsse vetor está no plano do papel; no instante t êle está I
atras do papel, a um ângulo wdt, O incremento no vetor (perpendicular ao papel e
contido nêle) é o comprimento do vetor em si multiplicado por wdt, ou
I d 8 ( 2 G - w ) wdt (V.41)
e a razão de variação da quantidade de movimento angular com o tempo é
Id8(262-w) w (V. 42)
Alem dêsse conjugado, há uma força centrífuga m d y que age sobre o disco,
conforme pode ser visto na fig. V.10..
As propriedades elásticas do eixo podem ser descritas da seguinte forma:
a é a deflexão g no disco devido a uma força de unitária aplicada no disco 11
cu é o ângulo 6 no disco devido a força unitária 12
a é a deflexão y no disco devido a um momento unitário aplicado no disco i2
cu é o ângulo 8 no disco devido ao momento unitário. 22
onde as expressões são:
(V.43)
(V. 44)
(V. 45)
As equações do eixo podem agora ser escritas, observando-se que a deflexão
y do eixo é provocada por uma força rndy e pelo momento Ido#:
y = cu m d y - a I w ( 2 R - w ) 6 11 12 d
(V. 46)
O = c u mdy-cu I w ( 2 R - w ) O 12 22 d (V. 47)
As equações acima, como usual, são homogêneas em y e 8, e a equação de
frequência é dada pelo cálculo de da primeira delas e, a seguir, da segunda, 6'
-67-
igualando as duas respostas. Reordenando os têrmos por potências de w, temos:
(V. 48)
Através da análise dimensional a equação fica reduzida a seguinte forma:
F = w Jrm , a frequência adimensional 11
D = - I d q 2 , oefeito dodisco
o" T=- ' , O aclopamento elástico
C Y Q 1 1 22
S = S2 J=, a velocidade adimensional 11
A equação de frequência fica então,
(V. 49)
(V. 51)
(V. 52)
(V. 53)
o que implica que haverá quatro frequências naturais de rotação excêntrica.
A frequência natural de precessão excitada pelo propulsor, onde as forças de
excitação estão relacionadas ao números de pás, pode ser escrito da seguinte forma:
Isto quer dizer que a frequência de vibração lateral w será N vezes a
re10cida.de de rotação h2, podendo ter o mesmo sentido da rotação ou sentido
contrário.
Voltando as expressões anteriormente definidas:
Substituindo na equação de frequência, obt em-se:
+
logo
(V. 57)
sendo:
(V. 59)
(V. 60)
onde:
+- é usado para frequências em sentido contrário ao de rotação
- é usado para frequências no mesmo sentido de rotação
N = número de pás do propulsor
Id= momento de inércia diametral do propulsor
B = rotação do hélice (velocidade crítica)
V.4 - CALCULO DA FREQUÊNCIA FINAL
A frequência final é resultante d a composição entre as frequências w e w , 1 2
cujo significado está apresentado a seguir:
Aplicando a equação de DUNKERLEY, [12, a frequência natural do sistema
pode ser escrita d a seguinte forma:
onde
w - frequência final
w - frequência inchindo o efeito giroscópico do hélice I
w - frequência da viga bi-apoiada 2
No cálculo de w , considera-e apenas a massa do hélice e a rigidez do eixo, 1
incluindo no cálculo de frequência o efeito giroscópico causado pelo hélice.
No cálculo de w , considera-se a massa e rigidez do eixo, o que corresponde a 2
um simples cálculo de vibração de uma viga bi-apoiada.
V.5 - MASSA ADICIONAL DO HELICE
Como já foi mencionado anteriormente para vibração axial, a presença de
água entre as pás do propulsor introduz uma massa adicional no hélice. No caso da
vibração lateral, esta massa causa um acréscimo estimado de 25% na massa e na
inércia do propulsor, [6].
FIG.V.Õ- PARÂMETROS DE DEFINIÇ~O DE MANCAIS CILINDRICOS
1 -
FlG.V.2- N Q E SJMMERFELD EM F U N Ç ~ O QA RAZAO DE EXCENTRICIDADE P/ MANCAIS CILINDRICOS DE DESLIGA MENTO.
U A Z ~ O EXCENTRICIDADE E
~ l G . v . 4 -VARIAÇÃO DO CARREGAMENTO W EM FUNÇÃO DO DESLOCAMENTO VERTICAL 2 .
FIG.V:5.A- COEFICIENTES DE RIGIDEZ E AMOR TECI - MENTO P/ MANCAIS CILINDRICOS.
L c w c ,, - W
I NUMERO SOMMERFELD S -
FIG.V.5.B- COEFICIENTES CRUZADOS D E RIGIDEZ E AMORTECIMENTO P/ MANCAIS CILINDRICOS.
NÚMERO SOMMERFELD
F1G.VS.E- COEFICIENTES DIRETO DE RIGIDEZ E AMORTECIMENTO P/ MANCAIS CILIN- DRICOS RANHURADOS.
F I G.Vf5.F - COEFICIENTES CRUZADOS DE RIGIDEZ E AMORTECIMENTO P/ MANCAIS CILINDRJ COS RANHURADOS.
FIG.V.5G- COEFICIENTES DIRETO DE RIGIDEZ E AMOR TECIMENTO P/ MANCAIS CILINDRICOS RANHU RADOS.
L / D = 1.0
F1G.V.B.H- COEFICIENTES CRUZADOS DE RIGIDEZ E AMORTECIMENTO P/ MANCAIS CILINDRI COS RAN HURADOS. -
F1G.V.B.-ELEMENTO DIFERENCIAL DE MASSA SOB A A Ç ~ DAS -
FORÇAS CENTRIFUGAS
h i p n FIG.V9 - DEOOMPOSIG~O DAS FORÇAS DIN~MICAS DE UM DISCO NAS
EXTREMIDADES DE UM EIXO EM BALANÇO I
VI - RESULTADOS
Para se chegar aos resultados obtidos, algumas considerações tiveram que ser
feitas, tais como:
1) O sist eina discreto se comporta de maneira similar ao sitema real.
2) O sistema real tem um comportamento linear.
3) N a análise não são considerados os efeitos térmicos e da gravidade.
4) Substituição das forças atuantes no sistema real por forças nodais
que se aplicam sobre o modêlo idealizado.
5) Os materiais são isot rópicos e homogêneos.
6) No cálculo das frequência naturais de vibração lateral nZo foi
considerada a rigidez das carcaças dos mancais.
As considerações assumidas facilitam bastante os cálculos, mas resultam em
valores que podem divergir em maior ou menor grau da realidade.
Os resultados conseguidos são apresentados através de t a b e l a e figuras, e
estão divididos em dois blocos. Um bloco reservado para cálculo da I'requência
natural para. vibração axial e outro para lateral,
V1.2.1- RESULTADOS PARA VIBBAÇÃO AXIAL
Os resultados obtidos para rigidez dos elementos estruturais, fundo duplo,
fundação do manca1 e eixo de manivela, foram obtidos a partir do programa de
elementos finitos COSMOS/M. 0 resultado relacionado a rigidez do filme de óleo
foi obtido por meio de uma calcula.dora programá.ve1 Casio fs 6000G. E
finalizando, o resultados para frequências e modos naturais foram obtidos a partir
da introdução das matrizes de massa e ridez no programa SMIS para cálculo de
autovalores e autovetores
Tabela VI.1 são apresentados os parâmetros utilizados no cálculo da rigidez do
filme de 6leo e o resultado obtido.
A tabela VI.2 apresenta o resultado e os dados para o cálciilo da rigidez do
colar de escora.
A tabela VI.3 apresenta o resultado e os dados para o cálculo da rigidez do
fundo duplo e fundação do mancal,
A tabela VI.4 apresenta o resultado e os dados para o cálculo da rigidez de
uma das manivelas que compõem o eixo do motor.
A tabela VI.5 apresenta os valores de massa e rigidez das partes que
compõem o modêlo da linha de eixo, juntamente com os resultados obtidos para
primeira e segunda frequências naturais calculadas.
VI.2.2 - RESULTADOS PARA VIBRACÃO LATERAL
O resultado para as frequências e modos naturais de vibração lateral sem
considerar o efeito giroscópico bem como a rigidez do pedestal do manca1
intermediário, foram obtidos a partir do programa COSMOS/M. Os resultados de
frequências e velocidade críticas foram obtidos a partir de uma calculadora
programável Casio fx 6000G.
Tabela VI.6 apresenta a definição do modêlo de linha eixo utilizada
A tabela VI.7 apresenta os parâmetros necessários a obtenção da rigidez dos
mancais da linha.
A tabela VI.8 apresenta os coeficientes de influência utilizados para obtenção
da frequência devido ao efeito giroscópio do hélice.
A tabela VI.9 e a fig. VI.l apresentam os resultados para o cálculo das
frequências naturais sem contabilizar o efeito giroscópico do hélice, mas levando
em consideração a massa do hélice.
A tabela VI.10 apresenta os resultados finais de velocidades críticas.
A tabela VI.11 apresenta os dados relacionados com o hélice tanto para
vibração axial como para vibração lateral.
VI.2.3 - TABELAS
TAB. VI.1- Filme de Óleo
Força de deslocamento (F,) 1300 kN
Rotação de serviço (n) 133 rpm
Frequência de excitação (v) 650 rpm
Viscosidade do óleo ( p ) 0.063 N s ~ - ~
B 0.27 m
D 0.84 m
Rigidez calculada 3,33~10~Nm-'
TAB. VI.2 - Colar de Escora
Ponto de carregamento (D) 840 mm
Especura do colar ( t) 310 mm
Fator de multiplicação ( a) 0,0684
Fator de multiplicação (p) 0,5
Módulo de elasticidade (E) 2,1x1O1l Nmm2
Rigidez calculada 7 , 9 1 ~ 1 0 ' ~ Nm-I
TAB. VI.3 - Fundo Duplo e Fundaqão
Fundo Duplo
Elementos de viga
Niímero de nós
Rigidez
Fundação
Elementos de viga
Números de nós
Rigidez
TAB. VI. 4 - Eixo de Manivelas
Elementos de viga
Número de nós
Rigidez calculada
TAB. VI.5 - Linha de Eixo para. Vibração Axial
h4assa
Molas
Rigidez
Manca1 de escora
Massa
Primeira frequência
Segunda frequência
k =5,58x109 Nm" 1
680 cpm
1128 cpm
TAB. VI.6 - Modelo para Vibraçao Lat era1
Elementos de viga
Nós
TAB. VI. 7 - Rigidez dos Mancais
Manca1 Sommerfeld Carregamento R i g i d e z (Kg (N/m)
Ré 0,0164 18000 4,38x109
Vant e 973 1 0,3Ox1O5
Linha 0,119 5488 2,46x109
TAB. VI.8 - Influências Devido ao Efeito Giroscópico
Deslocamento no propulsor devido a uma força
unitária aplicada no propulsor (a i i) 7 , 1 7 x 1 0 ~ m/kg
Deslocamento angular no propulsor devido a uma força
unitária aplicada no propulsor (a l2) 5,45x10d rad/kg
Deslocamento no propulsor devido a um momento
unitário aplicado no propulsor ( ~ 1 ) 5,45x104 m/kgm
Deslocamento angular no propulsor devido a um momento
unitário aplicado no propulsor (a22) 5,90x10d rad/kgm
TAB. VI.9 - Frequências sem Efeito Giroscópico
Primeira frequência 12,4 Hz
Segunda frequência 30,3 Hz
TAB. VI.10 - Velocidades Críticas (rpm)
Mesmo sent ido Sentido de rotação con t rá r io
Eixo 1014 613
Hélice 203 188
TAB. VI . l l - Dados do Hélice
no. de pás 4
massa no ar (incluindo bosso) 10120 kg
massa adicional (vib. axial) 6072 kg
massa adicional (vib, lateral) 2530 kg
momento de inércia diametral 8306 kgm
VI.3 - FLESULTADOS EXPERIMENTAIS
VI.3.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
O estudo experimental de vibrações em navios na escala real tem como
principal objetivo a obtenção de parâmetros que sejam correlacionados com valores
obtidos dos cálculos efetuados durante a fase de projeto do navio parârnetros são
obtidos durante prova de mar, de acordo com regulamentos estabelecidos pelas
Sociedades Classificadoras, que estabelecem condições de navegar,ão durante a
prova, como tarnbem os limites máximos de vibração.
Ao realizar uma comparação dos resultados experimentais com os de projeto,
é possível a avaliação dos modelos utilizados nos cálculos.
VI.3.2 - IDENTIFICAÇÃO DOS LOCAIS MEDIDOS
O estudo experimental foi feito por uma equipe do Laboratório de Estruturas
Navais da COPPE/UFRJ, realizando uma série de medições de vibração em
superestruturas e praça de máquinas, para roi ações distintas do sistema propulsor,
durante a prova de mar do navio.
Foram instalados transdutores de aceleração para possibilitar a medição
simultânea de vibração nos locais e direções na tabela V1.12 e tambem apresentada
na fig. VI.2.
TAB, VI, 12 - Locais Medidos
Ponto Local Direção
Convés do Tombadilho vertical Cav. -5, Linha de centro
2V Convés do Tombadilho Cav. 48, Linha de Centro
vertical
3L Convés do Tombadilho longitudinal Cav. 48, Linha de Centro
4L Convés do Tijupá longitudinal Cav. 48, Linha de Centro
5T Topo do MCP transversal Cav. 35, Linha de Centro
Manca1 de Escora Ca.v. 26
longitudinal
YI.3.3 - PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO
As medições foram realizadas de acordo com os procedimentos sugeridos no
documento "A Proposed Code for the Measurement and Reporting of Shipbord
Vibration Data", da ISO [Il].
Este documento está voltado para a vibração da viga na.vio e superestrutura,
excitados pelo sistema propulsor.
As medições foram realizadas nas rotações de 136, 134, 132, 130, 128, 126,
124, 121, 118,115, 112, 109, 106, 103 e 100 rpm.
VI.3.4 - EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
Foram utilizados os seguintes equipamentos para aquisição e registro dos
sinais de vibração:
- 8 transdutores de aceleração do tipo resistivo
- 8 módulos de amplificação e filtragem de sinais
- 2 gravadores científicos, tipo cassete, com 6 canais FM e 1 canal
para VOZ.
Os sinais foram processados em laboratórios, utilizando?se a técnica de
Transformada Rápida de Fourier, com os seguintes equipamentos:
- 2 analisadares de espectro
- 1 microcomputador
- 1 plotador gráfico
IV.3.5 - RESULTADOS DA MEDIÇÃO
O resultado utilizado para comparação no estudo da vibração axial, foi o da
curva de resposta obtida com o transdutor localizado no mancal de escora no
sentido longitudinal (6L).
Foi selecionado o gráfico de resposta da 5a. ordem, que corresponde a
excitação gerada pelas forças de combustão do motor principal.
As curvas de resposta para o ponto 6L são apresentadas na fig. VI.3.
VI.3.6 - ANALISE DOS RESULTADOS
A componente de 5a. ordem no ponto 6L, apresentada na fig. VI.3 tem as
seguintes características:
A) Aparecimento de um pico a 130 rpm.
B) De accrdo com os resultado obtido conclui-se que existe ressonância da
linha de eixo na direção axial entre 130 rpm e 13'2 rpm, esta condição de
ressonância é excitada pela força axial de 5a. ordem, resultante no ponto 6L
(mancal de escora).
V I 3 7 - C O M P A ~ A Ç Ã O DOS RESULTADOS
A tabela VI.13 mostra a comparação da frequência natural, calculada
numericamente com a obtida experimentalmente.
Com a finalidade de ilustração, a tabela V1.14 e a tabela VI.15 apresentam
respectivamente as frequências naturais de vibração lateral e as velocidades
críticas obtidas com o estudo e as obtidas pela Sociedade Classificadora ABS. A
comparacão entre frequências naturais é possiuel, já que a linha de eixo utilizada*
pelo ABS e a utilizada pelo estudo são praticamente identicas. O mesmo não se
pode dizer das velocidades críticas, devido a fato de o ABS se utilizar um hélice de
5 pás e o estudo de um hélice de 4 pás.
TAB. VI.13 - Vibração Axial
Calculada Medida
Primeira Frequência (cprn) 600 650
TAB, VI.14 - Comparativo de Frequências (Hz)
Calculada ABS
1" frequência 12,4 12,6
2a frequência 30,O 26,l
TAB. VI.15 - Velocidades Criticas (rpm j
Hélice
Mesmo sent ido Sentido de rotação contrár io
estudo ABS estudo ABS
" Helice calculo/Aí3S: 5 pas
Para o estudo de vibração axial pode-se apresentar as segilintes conclusões e
comentários:
- O resultaclo niimérico para primeira frequência natural está bem prSximo
da frequência natural obtida da curva de resposta de 5" ordem medida no
manca1 de escora , implicando que o inorlêlo idealiza.do está próximo do real.
- A diferença encontrada entre o valor numérico e o valor medido, pode ter
origem em urna, rigidez total para o sistema. acima do valor real ou em uma
massa total abaixo do valor real. Entretanto, visto que o presente modelo
numérico foi desenvolvido de forma cuidadosa, não é possível se ter uma idéia
precisa da origem do erro.
Para o estudo de vibração lateral pode-se apresentar as seguintes conclusões
e comentários:
- O número de elementos (17) e o número de nós (18); são suficientes para
uma boa aproximação do modêlo com a linha de eixo real, tendo em vista que
os resultados alcançados estão bem próximos aos conseguidos pelo ABS, que
apresenta um modêlo com 73 elementos e 74 nós.
- O número de pás é importante no cálculo das frequências naturais de
precessão que são excitadas pelo hélice. Este fato pode ser claramente
observando quando se compara o cálculo efetuado nesta tese com os
resultados do ABS, onde a velocidade crítica para o hélice com 5 pás é menor
do que para com 4 pás.
- Alterações no ponto de aplicação das reações dos inancais, implica em
variasões nas influências utilizadas no cálculo do efeito giroscítpico, Este fato
implica em uma avaliação cuidadosa da distribuição de força no interior do
mancal.
Como comentário geral, podemos citar que os dados relativos ao manca1 de
escora, árvore de ma.nive1as e aos mancais da linha de eixo são críticos, tendo em
vista a dificuldade de acesso às informações dos fabricantes, já que muito dos
parâmetros são considerados sigilo industrial. Este fato, certamente, dificulta a
obt enc,ão de resultados precisos para os cálculos numéricos. No caso específico
deste trabalho de tese, esta dificuldade foi em parte superada devido ao apoio do
ABS e do estaleiro CANECO.
A consideração de forma racional, da rigidez do filme de óleo deve ser
ressaltada como um ponto importante nesta tese, visto que normalmente são
considerados valores empíricos para este problema. No caso deste trabalho, a
abordagem proposta permite quanti-ficar de maneira confiável os coeficientes de
rigidez através da Equação de Reynolds.
A abordagem feita na tese, para a obtenção das resposta considerando-+ie
tanto a parte estrutural como hidrodinâmica dos mancais, só é realizada
atualmente por Sociedades Classificadoras ou fabricante de motores no exterior,
O aperfeiçoamento da metodologia utilizada neste trabalho é recomendável e
os principais passos a serem seguidos são:
- modelagem do fundo duplo mais precisa pelo método dos elementos finitus,
através de elementos mais sofisticados, tais como membrana e casca. Desta forma,
a influência da rigidez da estrutura do fundo duplo pode ser melhor considerada no
cálculo da vibração axial e levada em conta no cálculo da vibração lateral, visto
que a hipótese assumida neste trabalho implicou em se considerar apenas a rigidez
do pedestal e do filme de óleo,
- realização de medições em escala real, durante prova de mar ou viagens do
navio, que permitam a obtenção de um maior número de dados para avaliar as
técnicas utilizadas neste trabalho para o cálculo das frequências e modos naturais
de vibração
- estudo de técnicas para avaliar a resposta da linha de eixo para o caso de
vibração axial, visto que os novos motores de 2 tempos possuem grande curso de
pistões, o que implica em forças axiais agindo no manca1 de escora bem superiores
aos motores convencionais.
O -- ia. ordem
v -- 5a. ardem FIG.Vl.3- GRÁFICO DE RESPOSTA PARA POSIÇÃO 6L (MANCAL DE
ESCORA) NA DIRECÃO LONGITUDINAL
Rotações (RPW
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[I61 Kane, J. R., "Longitudinal Vibrat ion of Marine Propulsion-Shaft ing
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