Daniel Raviolo 2010_guia Do Jornal Escolar

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    RealizaoComunicao e CulturaRua Castro e Silva 121 - 60030.010 Fortaleza(85) 3455.2150 - [email protected]

    www.comcultura.org.br

    ParceriaInstituto C&A

    Elaborao, texto e edioDaniel Raviolo

    ApoioMarina Mesquita, Andra Gondim

    Projeto GrficoCarlos Machado

    Capa e contracapaGil Diceli

    Reviso de textosRafael Rodrigues da Costa

    ImagensArquivos Comunicao e Cultura

    Fortaleza

    2010

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    GUIA DO JORNAL ESCOLAR

    NO PROGRAMA MAIS EDUCAO

    Verso Preliminar distribuda s escolas que

    participam do seu aprimoramento.

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    O Jornal Escolar promove os direitos humanos e

    democrticos em toda sua extenso; ele veicula uma

    viso de respeito s diferenas culturais, de gnero,

    sexuais, tnicas, religiosas e outras;

    O Jornal Escolar pluralista; ele no pratica censura

    nem oculta informaes;

    O Jornal Escolar tem finalidade social; ele no faz

    promoo pessoal ou partidria;

    Em poca de eleies, o Jornal Escolar no favorece

    a nenhum candidato, mesmo em eleies de Grmio

    Estudantil, direo, associao dos servidores da

    escola etc.;

    O Jornal Escolar no publica textos que atinjam a

    dignidade das pessoas; uma ateno especial dada

    s piadas, que podem feri-las ou ridiculariz-las,

    mesmo quando parecem inocentes;

    Os textos que contenham crticas so publicados

    junto com a verso da parte criticada, para que ela

    possa se defender (Direito de Resposta na mesmaedio);

    O Jornal Escolar no publica matrias ou charges

    annimas; todas as produes so assinadas pelos

    autores;

    O Jornal Escolar publica prestao de contas, caso

    tenha patrocinadores, e declara a tiragem no seu

    Expediente.

    CDIGO DE TICADO JORNAL ESCOLAR

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    Definindo o Projeto Pedaggico

    No se pode pensar na produo do Jornal Escolar apenas como um "fazer". O potencial da

    mdia escolar muito grande para ser realizado sem um pensamento que o oriente.

    Por outro lado, aqui se aplica muito bem o ditado popular: "As aparncias enganam". Com

    efeito, o fato de publicarmos um jornal bonito, que as pessoas elogiam, no significa

    necessariamente que houve algum desenvolvimento nos alunos participantes. Pode mesmo

    acontecer o contrrio. Suponhamos, por exemplo, que na vontade de o jornal sair certinho o

    educador se exceda na reviso do texto do aluno, produzindo uma capacidade de expresso

    escrita que na realidade no existe. Os leitores do jornal provavelmente vo aprovar o resultado

    e parabenizar a criana, que, involuntariamente, estar participando de uma pequena fraude

    e tirando proveito dela. Algo condenvel para a formao desse aluno.

    As mdias escolares so qualificadas pelos processos de ensino-aprendizagem dos quais

    resultam. Um Jornal Escolar pode tanto permitir a expresso de crianas e adolescentes como

    reforar tendncias autoritrias. Pode resultar de processos de ensino e aprendizagem

    libertadores, como de uma concepo de educao "bancria" (Paulo Freire). Pode servir ao

    entendimento das dimenses comunitrias, como expressar uma viso narcisista dos autores.

    Pode manifestar uma compreenso crtica do papel da comunicao ou uma viso acomodada.

    Com isso, dizemos que nada est decidido de antemo. O resultado do Jornal Escolar depende

    da coerncia pedaggica com que for conduzido. A fidelidade dos educadores aos princpios

    da educao libertadora e a autocrtica em relao s prticas so condies necessrias

    para o sucesso da publicao.

    Pergunta estratgica

    A primeira pergunta que a equipe do Jornal Escolar deve se fazer : "J definimos o projeto

    pedaggico do jornal escolar?"

    Entendemos como equipe do Jornal Escolar no Mais Educao, o Monitor que dar as oficinas,o Coordenador do Mais Educao, o Coordenador Pedaggico e o Diretora da Escola. Outrosprofessores podem ser associados a essa discusso (veremos adiante que possvel a escola

    imprimir jornais com um grande nmero de pginas, o que torna possvel tambm publicartextos realizados em sala de aula).

    Um bom debate inicial permitir dar um encaminhamento correto ao jornal. , portanto, um

    investimento de tempo com alto rendimento.

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    Na primeira perspectiva, que chamaremos de MDIA DA ESCOLA (jornal da escola,

    rdio da escola etc.) o objetivo principal a comunicao institucional. As mdias

    construdas com essa inteno veiculam informaes para a comunidade escolar e

    procuram valorizar o trabalho da instituio. Essas caractersticas fazem com que

    elas sejam vulnerveis ao uso promocional - uma vontade de mostrar "tudo bonito".

    Assim, um acabamento de melhor qualidade priorizado. A divulgao das produes

    de alunos neste tipo de mdia , frequentemente, subordinada inteno da escola

    se mostrar com a melhor cara (da uma forte "reviso" dos textos publicados).

    As MDIAS ESTUDANTIS constituem a segunda categoria de mdias feitas na escola.

    So produzidas autonomamente pelos estudantes, como seu nome indica, atravs

    dos mltiplos ambientes em que isto pode acontecer (Grmios, Clube do Jornal, grupos

    culturais etc.). A mdia estudantil, a rigor, prescinde da participao dos professores

    como animadores (no como colaboradores, se os estudantes solicitarem), pois quem

    edita a publicao so os prprios adolescentes. Do ponto de vista da reflexo

    educativa, a mdia estudantil faz parte tanto do campo da educomunicao como da

    pedagogia do protagonismo juvenil.

    Introduo ao debate

    O jornal escolar uma tradio iniciada nas primeiras dcadas do sculo 20. O pensamento

    de Celestin Freinet (1896-1966), que inseriu o jornal escolar dentro de uma pedagogia articu-

    lada ideia de aproximar a escola da vida e dos interesses dos alunos, a principal refern-cia conceitual.

    Em 1924, Freinet introduziu a tcnica da impresso (tipografia) na escola onde

    ensinava. Seus alunos passaram a imprimir textos de autoria prpria,posteriormente enviados a outras escolas. Essa prtica foisistematizada no livro "A Imprensa na Escola"(1967). No final desta

    seo publicamos uma longa citao desse livro, para apresentaras vantagens pedaggicas, psicolgicas e sociais do JornalEscolar, segundo Celestin Freinet.

    O Jornal Escolar suporte de uma experincia de vida dacriana, que se mobiliza para comunicar. Nesse engajamento,ela utiliza e desenvolve seu julgamento e criatividade. Assim,

    constri sua autonomia.

    A expresso "jornal escolar" passou, no entanto, a designariniciativas com finalidades e caractersticas diversas. importante entender essas diferenas, pois equvocos podem

    nascer da confuso semntica. Vejamos ento as trsperspectivas que acabam recebendo o mesmo nome.

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    As MDIAS ESCOLARES (jornal escolar, rdio escolar) diferem das duas anteriores,

    pois elas no tm como objetivo a divulgao institucional tampouco so iniciativas

    autnomas dos alunos. As Mdias Escolares tm sua diretriz no projeto poltico-

    pedaggico da escola, sendo um instrumento de sua proposta educativa.

    Consequentemente, esto focadas na aprendizagem do aluno e precisam da mediao

    de um educador. Isto no quer dizer que o jornal escolar seja autoritrio, muito pelo

    contrrio, como veremos a seguir. Este o legado de Celestin Freinet e a perspectiva

    do Jornal Escolar no Programa Mais Educao.

    possvel compatibilizar as trs perspectivas?

    Mesmo tendo uma viso do jornal como ferramenta da aprendizagem e do

    desenvolvimento do aluno, possvel que o grupo responsvel desejedivulgar tambm informaes institucionais ou do Grmio Estudantil, por

    exemplo. Para que isso seja possvel necessrio que o jornal tenha espao

    para criar sees diferenciadas que dem conta dessas outras perspectivas.

    Trataremos disso no tpico PROJETO EDITORIAL deste Guia.

    Produto e processo, uma dicotomia crucialNas prticas com mdias escolares, existe uma tenso entre a mdia-produto (o jornal impresso,

    o programa de rdio) e a mdia-processo (o percurso realizado pelo aluno e o professor durantea elaborao do produto).

    Nas perspectivas instrumentalistas ou autoritrias, o comando passa por um determinadopatamar de qualidade ou mesmo uma intencionalidade comunicativa fixada de antemo. O

    processo forado a se adaptar a esse desejo pr-existente, o que provoca diversas distores. como se o professor de sala de aula, sentindo-se obrigado a apresentar redaes escolares

    de qualidade, fizesse por conta prpria as correes necessrias, mesmo que o resultado notenha relao com a capacidade de produo do aluno.

    Na perspectiva de Celestin Freinet, o produto (a mdia em sua dimenso material) expressasempre o resultado de um processo de aprendizagem e a vivncia dos alunos na sua produo.O aluno produz mdia testando e ampliando, com ajuda do educador, os limites de seus

    conhecimentos. Freinet alertava contra o fato de se esperar que o jornal escolar seja igual a umjornal de massa (comercial). Nunca poderia ser. A pauta (os assuntos escolhidos) nunca serto diversificada, os textos nunca estaro to bem escritos nem tero a mesma abordagem,

    a diagramao jamais ser to profissional, a impresso no ter a mesma qualidade. Veja o

    que ele falava a esse respeito:

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    Os nossos jornais no so imitaes nem substitutos de jornais adultos. So uma produooriginal que tem a partir de agora as suas normas e as suas leis, que tem, certo, as suas

    imperfeies, mas que apresenta tambm a vantagem histrica de abrir uma nova via deconhecimento da criana e de prtica pedaggica de que o futuro mostrar a fecundidade (O

    Jornal Escolar).

    O imperativo pedaggico de considerar como determinante o processo de produo do jornal

    escolar no significa, em nenhuma hiptese, que a escola deva se contentar com aquilo queo aluno capaz de produzir de forma espontnea. O jornal escolar se insere dentro do pensa-mento construtivista. A criana sabe que ao escrever no jornal estar falando "para os ou-

    tros". Sabe que esses "outros" vo formar uma idia sobre o que ele escreveu ou desenhou.Ela participa, portanto, de uma experincia de vida significativa, constri a si mesma nainterao social mediada pelo jornal e fica condicionada para uma explorao frutfera

    ("desejante") da Zona de Desenvolvimento Proximal1, com o apoio do professor. Seria imper-dovel, ento, desperdiar a oportunidade educativa propiciada pela disposio do aluno em

    avanar. Falaremos sobre isso na seo BOAS PRTICAS PARA O JORNAL ESCOLAR deste Guia.

    Vejamos, por enquanto, algumas reflexes provocadas por depoimentos de alunos que fazemjornal escolar.

    O Jornal Escolar uma experincia de vida

    Depoimentos TV Verdes Mares - Fortaleza, da Professora Evania Barroso Ferreira,

    coordenadora do jornal na Escola Municipal Joo Cirino Nogueira, da cidade de Maranguape

    - Cear, e de alunos da 4 ano dessa escola. Vdeo com os depoimentos disponvel no site

    www.jornalescolar.org.br (depoimentos transcritos aqui sem correo)

    Escrever no jornal escolar uma experincia de vida para a criana, um fator de estmulo emotivao que abre um caminho direto para a mobilizao interior necessria ao aprendiza-

    do. Suas opinies e produes so valorizadas pela circulao na escola, na famlia e nacomunidade. Escrever passa a ter significado pessoal e social.

    "Quando eles pegam aquele jornal, eles ficam loucos para ler, para ver logo tudo

    que est ali, procurando o que eles escreveram" (professora)"Acho muito legal, porque onde a gente coloca as nossas coisas, o que a gente faz. Agente coloca o que a gente gosta tambm, coloca o que a gente sente" (aluna)

    As crianas sentem emoo e orgulho, dois sentimentos poderosos e fortalecedores da perso-nalidade. Elas querem dar o melhor de si, pois sua imagem que est em jogo:

    "Quando eu comecei a fazer o jornalzinho, tia, eu comecei a melhorar para

    1Vygotsky define como Zona de Desenvolvimento Proximal a distncia entre o nvel de desenvolvimento real de uma pessoa (determinadopela capacidade de resolver um problema sem ajuda) e seu nvel de desenvolvimento potencial.

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    poder sair legal, para no ficar erros quando a pessoa for ler no entender. Euestou lendo mais e agora eu estou melhorando muito na escrita e na leitura."

    (aluna)

    A vontade de fazer bem se estende para alm da escrita, o que remete importncia queFreinet dava ao jornal no resgate da idia do trabalho, da "obra" que dignifica seu autor:

    "Tem que ilustrar o jornal que igual queles livros de histria infantil clssi-

    cos; tem que ter ilustrao" (aluna)

    Escrever para o jornal proporciona criana uma percepo automtica de participao noespao pblico. Francisco Alisson, que estava produzindo uma matria sobre meio ambiente,relatou sua motivao reprter que o entrevistava:

    "Eu fao, passo para o jornal, mostro para os outros e os outros entendem n?Assim vai ajudar s pessoas."

    E seu colega complementou:

    "Eu acho que as pessoas quando lem o jornal vo se conscientizar e vo evitar

    queimadas e cuidar mais e melhor das rvores e das plantas."

    Escrever no jornal permite que a criana construa a conscincia de si, em sua relao com omundo. "Eu fao chegar minha mensagem s pessoas". A criana que escreve no jornal estse manifestando como cidad, e uma escola habilidosa saber aproveitar o momento para

    trabalhar o surgimento de um imaginrio positivo sobre a participao social.

    Ao escrever no jornal escolar, a criana percebe de imediato que se tornou uma emissora demensagens. Releia o comentrio do Francisco Alisson: "Eu fao, passo para o jornal, mostro

    para os outros e os outros entendem, n?". Entre o fato e a conscincia do seu significadono h nenhuma separao, embora essa conscincia se expresse ingenuamente. Aexperincia inesperada e surpreendente para as crianas, cujas opinies raramente so

    ouvidas e muito menos levadas em conta. A vivncia tem um grande impacto no seu imaginrio(de uma vez por todas a criana passa a ter a percepo de que, por trs dos meios decomunicao, h atores de carne e osso, como ele mesmo).

    Desta forma, a escola passa a ter um

    alicerce slido para desenvolver umaproposta que promova a criticidade de

    seus alunos sobre o mundo dacomunicao, essa realidade dominanteda cultura contempornea que, emmuitos sentidos, se sobrepe prpria

    escola.

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    Celestin Freinet, uma viso integral do Jornal Escolar

    O pensamento de Celestin Freinet (1896-1966) constitui a principal referncia conceitual sobre

    o Jornal Escolar. Embora o educador francs no tenha sido o primeiro a utilizar esse recurso,

    com ele que o Jornal Escolar ganha amplitude e coerncia, a partir de 1924.As bases do pensamento de Freinet so o naturalismo (isto , o respeito pela especificidade da

    criana) e a viso social, que se manifesta no interesse pela vida das crianas, a promoo do

    esprito cooperativo e a valorizao do trabalho (como "obra" que libera a energia criativa do

    indivduo).

    Freinet enxergava na produo de jornais escolares vantagens pedaggicas, psicolgicas e

    sociais. Os trechos que apresentamos a seguir so do livro O Jornal Escolar, publicado

    originalmente em 1967 (Editorial Estampa: Lisboa, 1974).

    VANTAGENS PEDAGGICAS (trechos)A criana sente a necessidade de escrever, exatamente porque sabe que seu texto, se for

    escolhido, ser publicado no jornal escolar e lido por seus pais e pelos correspondentes; por

    isso sente a necessidade de expandir o seu pensamento por meio de uma forma e de uma

    expresso que constituem a sua exaltao.

    1 Usando um mtodo natural, sem redaes formais, sem repisamento gramatical, poder

    atingir-se:

    - Uma expresso correta e viva, cujo valor sancionado pelos exames habituais;

    - Um desejo, uma necessidade de escrever e de ler, de experimentar e calcular que estona base de uma formao de cultura.

    2 As trocas interescolares

    Pelo jornal escolar, a escola estar doravante ligada a vrias escolas semelhantes a nossa,

    situadas em diversos pontos da Frana e do mundo.

    3 O jornal escolar um inqurito permanente que nos coloca a escuta do mundo e

    uma janela ampla, aberta sobre o trabalho e a vida

    Uma escola que edita um jornal escolar no pode continuar a trabalhar segundo as normas

    habituais. Pela fora das coisas, est na via da modernizao e do progresso.

    4 O jornal escolar o arquivo vivo da aula

    Por meio da imprensa e do jornal escolar, os "momentos" memorveis da vida da classe so

    fixados definitivamente (...) Esquecemos o que abrangia o programa escolar de uma certa

    segunda-feira, mas lembramo-nos do pedao de vida que redigimos e imprimimos, do jornal

    no qual foi includo, dos desenhos e linos que o realavam, das impresses trocadas, das

    interrogaes feitas e das respostas obtidas, dos textos lidos e dos poemas saboreados.

    Para o professor, assim como para as crianas, cada pgina do jornal como um degrau na

    lenta escalada da educao e da cultura: ela materializa e idealiza o esforo. a medida da

    Escola.

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    5 Teremos uma obra para mostrar

    O campons mostra-nos com orgulho o campo rico de erva ou de espigas abundantes; a

    dona de casa faz-nos admirar os seus cobres ou o seu gato, o arteso conserva na sua

    oficina as obras-primas que constituam ttulos de nobreza. O professor nada tem na aula que

    possa testemunhar a sua cincia e devoo.

    A pgina da vida e o jornal escolar constituem exatamente essas obras-primas quotidianas.

    Nada mais desesperante, tanto para os professores como para as crianas, do que cavar

    sempre o mesmo sulco sem ver germinar a colheita. Todos temos necessidade de xitos

    tangveis. O Jornal Escolar um deles.

    O jornal escolar uma "produo", uma obra ao alcance das nossas classes e que toca

    profundamente no essencial da nossa funo educativa. Pe-nos no caminho de uma frmula

    nova de escola, aquela escola do trabalho cuja necessidade comeamos a sentir, que j no

    trabalha segundo normas intelectualizadas, mas sim com base numa atividade social.

    6 Como toda a associao de trabalhadores, a escola deve ter o seu boletim de ligaoe de ao

    necessrio que fomentemos estes contatos e relaes entre a Escola e o meio, entre a

    Escola, as autoridades de ensino e os pais, mas devemos faz-lo no apenas na base de

    um formalismo superficial, mas segundo um processo novo, orgnico e profundo.

    Mesmo se no virmos a necessidade, por enquanto, de uma explorao pedaggica do

    jornal escolar, temos necessidade, no nosso bairro ou na nossa aldeia, de um boletim de

    intercomunicao e de ligao. O jornal escolar constitui a soluo prtica desejvel.

    7 O nosso jornal escolar ser o "reflexo da nossa aula"

    O nosso jornal escolar falar por ns. Certamente ser a expresso das crianas que tero

    sido os seus principais artesos. Mas o valor dos seus textos, o cuidado e a arte postas na

    apresentao, a humanidade e a espiritualidade que dele se libertam, so justamente os

    produtos da Escola, os frutos da nossa pedagogia.

    Quando passamos diante de um jardim bem cuidado (...) no dizemos simplesmente: que

    boa terra! e que lindas plantas! Dizemos tambm: que jardineiro to hbil e sensvel!

    8 O trabalho bem feito

    Em todos os domnios, o trabalho bem feito sinal de um equilbrio feliz, de uma concentra-

    o sempre benfica, de hbitos preciosos de medida e ordem e tambm da insero daatividade encarada num complexo de vida e segundo uma filosofia.

    E em verdade que tais conquistas esto entre as mais importantes de uma boa educao.

    Aplica-te! S mais cuidadoso! Pensa no que fazes! Estas so as recomendaes incessantes

    da Escola e, como todas as recomendaes, tornam-se inteis, porque apenas visam a

    forma e o resultado do esforo, quando afinal esse mesmo esforo s pode ser proveitoso

    se estiver harmoniosamente inserido numa regra de vida.

    Quando a criana estuda uma lio, copia um texto ou faz uma redao, cumpre os seus

    "deveres". Para ela, a finalidade imediata obter uma boa nota ou, pelo menos, evitar

    sanes.

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    (...) No vale a pena dizer aos pequenos tipgrafos: cuidado com a tcnica de impresso!

    Todas as crianas sentem bem que uma pgina rasurada um fracasso e ningum gosta de

    fracassos.

    O jornal escolar que se distribui ou se envia pelo correio deve ser perfeito, visto que por

    ele que nos julgaro e todos ns gostamos de ser julgados favoravelmente.

    9 O jornal e as aquisies escolares

    Mas, pensaro talvez os educadores tradicionais ainda por convencer, no negamos que

    esse mtodo e, em particular, a realizao do jornal escolar sejam grandemente favorveis a

    uma formao profunda dos nossos filhos.

    Contudo, na prtica, objectaro eles, temos de ensinar a redao, a gramtica, a ortografia,

    o clculo, as cincias e a histria. E esta preocupao, que consideramos primordial,

    aambarca-nos as horas e os dias. Teremos o direito de nos aventurar por caminhos

    desviados, que talvez at sejam estradas principais, mas que no nos permitem ir direito aofim, cumprindo os programas? Vamos explicar, resumindo:

    - Que o jornal escolar, motivao ideal do nosso mtodo de expresso livre, o melhor

    exerccio de redao, de ortografia e de gramtica vivos. (...)

    - Pelos vrios inquritos e intercmbio escolar, estudamos cuidadosamente o meio am-

    biente, sob o ponto de vista histrico, geogrfico, cientfico e social. Teremos portanto

    ricos e seguros elementos de base para uma slida aquisio das noes exigidas pelos

    programas.

    - Mas afirmamos sobretudo que a qualidade dos progressos, sejam escolares ou extra-

    escolares, vem sempre da nossa sede de conhecer e de agir e do interesse que pomos nonosso prprio trabalho.

    Por meio do jornal escolar despertamos esta curiosidade e este interesse; permitimos que

    eles se afirmem: damos aos nossos alunos qualidades de gosto, aplicao e mincia que so

    a nobreza de todo o bom trabalhador.

    E sabe-se bem que, quando as nossas crianas tm este desejo e este gosto pelo trabalho,

    quando despertamos os seus interesses e lhes sabemos satisfazer as necessidades, podemos

    lev-las ao fim do mundo ou, melhor, elas iro ao fim do mundo: basta que as saibamos

    ajudar tcnica, social e moralmente.

    Este o papel do nosso mtodo de educao.

    VANTAGENS PSICOLGICAS (trechos)

    1 Normalizao do meio onde a criana vive

    O que certo que ainda hoje, segundo as concepes da Escola e da Educao, se cria

    uma dualidade lamentvel nas funes maiores do indivduo: a famlia, a aldeia ou a rua tem

    as suas normas, forma de instruo moral e tipos de cultura. A Escola trabalha segundo

    normas deliberadamente diferentes, opostas na maior parte das vezes, que lanam a confu-

    so no comportamento das crianas e contribuem para a sua desadaptao.

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    Com o nosso mtodo superamos esta dualidade. A criana chega a nossa classe com os

    sentimentos, preocupaes, necessidades e inquietaes que pouco a pouco modelam a

    sua personalidade. No lhe dizemos: "abandona esse hbito, mesmo que j faa parte de

    ti... vamos ensinar-te outra coisa, por outros meios, com outros processos!"

    Tomamos a criana tal como ela e, usando tcnicas de trabalho semelhantes as do meio

    familiar e social, mas com uma maior riqueza experimental esforamo-nos por lhe permitir ir

    mais longe e mais alto nos caminhos da verdade e da humanidade.

    O simples fato de harmonizarmos, pelas nossas tcnicas, a vida escolar e a vida familiar e social

    , sem dvida nenhuma, de grande alcance na formao psquica e psicolgica das crianas.

    2 A disciplina nova, disciplina do trabalho

    A substituio de um modo de vida estranho aos hbitos correntes do meio s se pode fazer

    recorrendo autoridade - direta ou indireta - e esta, sob qualquer forma que se apresente,

    sempre origem de conflitos que nada mais fazem do que agravar as dificuldades nascidas

    do dualismo educativo que denunciamos.Pensamos mesmo que a quase totalidade dos complexos psquicos e psicolgicos provm

    de uma m soluo dada aos problemas de disciplina, isto , aos problemas da coexistncia

    harmoniosa dos indivduos e grupos.

    A "normalizao", seja na Escola ou na fbrica, visa atenuar estes conflitos disciplinares.

    Conseguimo-lo ainda fazendo as crianas enveredar por caminhos que as levaro mais

    seguramente ao fim a atingir e que se baseiam todos no trabalho.

    Restitumos a esta noo de trabalho - sobretudo pelo texto livre e pelo jornal - toda a sua

    nobreza e alcance; possibilitamos que a criana se oriente; damos-lhe razes novas para

    viver e agir, o que contribui certamente para o progresso psicolgico desejado.

    3 A expresso livre das crianas

    Uma parte importante das perturbaes de carter provm igualmente do fato de que a

    criana na Escola no tem a possibilidade de exteriorizar as suas necessidades, sentimentos

    e tendncias.

    A Escola, que durante tanto tempo desprezou estes complexos psquicos obstinando-se em

    ignor-los, substitua estes sentimentos por pensamentos e emoes dos clssicos e dos

    "mestres". Esquecia que todos ns temos humanamente necessidade de dizer, gritar e cantar

    as nossas alegrias, esperanas e desgostos.Utilizando o texto livre e o jornal escolar, alimentamos e exploramos esta necessidade de

    exteriorizao da criana. Tecnicamente, desta necessidade que partimos para todo o

    trabalho de instruo e educao que vamos empreender.

    4 A libertao psquica

    As recentes pesquisas da psicanlise contriburam para pr em relevo os perigos que

    constituem para o indivduo a incapacidade em que se encontra de exteriorizar os seus

    problemas.

    Guardamos conosco segredos que nos obcecam e nos corroem porque suscitam

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    complicaes para as quais no conseguimos encontrar sozinhos a soluo.

    O simples facto de o indivduo exteriorizar estes problemas, de os lanar no circuito coletivo

    e social, de esperar portanto solues favorveis, constitui uma descarga moral, ou melhor,

    uma descarga psquica que nos permite reagir mais sensatamente (...).

    A Escola habitual desinteressa-se disso totalmente, por princpio e at por tcnica, poda-mos dizer. Age como se a criana que acolhe fosse uma matria nova, sobre cujos destinos

    s especulaes da Escola pudessem prosseguir independentemente de todas as realida-

    des prvias que a condicionam.

    A criana tem mau carter, no socivel, parece estranha vida da comunidade. A Escola

    regista e sanciona. Mas um texto livre revelar-nos- um dia qual o drama secreto que

    aambarca permanentemente as inquietaes do seu autor. Uma rapariguinha chega aula

    sempre tarde, suja e mal penteada. Nunca lhe faltam justificaes fantasistas que nos fazem

    atribuir-lhe uma imaginao anormal e perversa.

    Mas os textos livres contar-nos-o, abertamente ou no, a situao familiar dramtica daquelacriana. Saberemos doravante as tarefas com que sobrecarregada de manh, a pouca

    afeio que encontra na famlia e que ela compensa por uma ligao comovente s suas

    galinhas e cordeiros.

    Esta revelao vai modificar profundamente - ainda bem, alis - a situao escolar desta

    criana; sero estabelecidas novas pontes e abrir-se-o vias novas intercompreenso -

    tudo isto pode estar na origem de verdadeiras ressurreies.

    5 Trabalho produtivo

    Uma das causas atuais do desequilbrio individual e social provm certamente do fato de na

    nossa poca j quase no se conhecerem as alegrias do trabalho. O trabalhador na fbrica"esfola-se" (tem razo em no pronunciar neste caso a palavra sagrada do trabalho) "para

    ganhar a sua cdea" e no para produzir uma obra valiosa - preocupao acessria. A

    criana "marra" sem objetivo nem razo para passar nos exames e ganhar tambm ela o seu

    po por uma situao se possvel bem assegurada. (...)

    A Escola deve voltar a dar a esta noo de trabalho todo o seu eminente valor individual,

    social e humano.

    O jornal escolar o prottipo deste trabalho novo. Para se dedicar a ele, a criana deixa de

    ter necessidade do estimulante das notas, do lucro material ou da atrao do jogo.

    Ainda que o jornal escolar apenas desse Escola essa atmosfera nova de atividade criadora

    e funcional, ele no agitaria menos profundamente uma pedagogia que nos anos vindouros

    se ir inscrever sob o signo do trabalho.

    6 Uma pedagogia de sucesso

    Em todos os domnios, o fracasso um destruidor de personalidades. Na criana est sempre

    na base de taras graves, desde a hesitao ate gaguez e anorexia fisiolgica e mental.

    Por intermdio do jornal escolar, a criana bem sucedida: triunfa com o seu texto, que se

    torna uma pgina definitiva difundida na aldeia e atravs do espao: triunfa com a sua

    gravura e os desenhos que do beleza obra coletiva.

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    Realizemos um belo jornal. Organizemo-nos tecnicamente para que ele seja, sem graves

    riscos, o triunfo que nos honrar. Pouco a pouco na nossa aula e na nossa vida ir-nos-emos

    habituando a salientar os xitos que do esperana e energia. Progressivamente iremos

    atirando para a tralha dos processes cados em desuso os exerccios, as sanes, as provas

    que so apenas uma tcnica de fracasso.

    a andar que se experimenta o movimento; trabalhando na forja que nos tornamos forjadores.

    animando a vida que nos treinamos a viver til e generosamente.

    VANTAGENS SOCIAIS (trechos)

    1 O jornal escolar um trabalho de equipe que faz a preparao prtica para a coope-

    rao social das crianas

    - A impressora tem os seus responsveis, cuja vigilncia seria porque condiciona uma

    atividade social cuja necessidade sentida pela turma inteira.

    - O trabalho de cada aluno faz parte de um todo que necessita de diligncia, aplicao eperfeio.

    - Na equipe de trs ou quatro alunos que fazem a tiragem, cada um deve desempenhar

    corretamente a sua tarefa.

    - Todo o ato que possa alterar o bom funcionamento da impresso sancionado pelo grupo

    ou equipe que faz questo de cumprir bem o seu trabalho.

    Em todas as fases do seu processo, a edio e a difuso do jornal escolar so a melhor das

    preparaes para as responsabilidades sociais.

    2 O jornal escolar pressupe a cooperao escolarO jornal escolar no pode deixar de ser cooperativo. Para receb-lo, teremos a obrigao de

    prever uma organizao que possa assegurar a instalao e conservao das instalaes

    [Freinet fala aqui da impressora, pois na Frana cada escola tinha seu prprio equipamento].

    Assim poder ser constituda a cooperativa escolar que, durante muito tempo se ir cristali-

    zar volta de um jornal que ser o seu rgo oficial.

    3 O jornal escolar a melhor soluo para a indispensvel ligao com os pais

    A ligao Escola-Pais, mais indispensvel do que nunca, realizada "tecnicamente" pelo

    jornal escolar que, todos os meses, leva s famlias o aspecto original da vida da aldeia, vistapelos olhos das crianas.

    Alis, acrescentando algumas pginas especialmente destinadas aos pais, pode-se fazer do

    jornal escolar um verdadeiro jornal da aldeia, sem comprometer as vantagens pedaggicas

    da iniciativa.

    Com efeito, o que os pais esperam do jornal escolar, no tanto as notcias da regio - que

    eles conhecem - mas mais os aspectos originais do trabalho dos seus filhos.

    Excepcionalmente alis, certos nmeros especiais podero incidir sobretudo neste papel de

    ligao: organizao de permutas e viagens de permuta, preparao de festas, monografia

    da aldeia, inquritos, contos etc.

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    4 O jornal no ser tabu

    E guardamos para o fim a vantagem, ao mesmo tempo individual e social, que consideramos

    como a mais importante e eficaz no que diz respeito formao do homem e do cidado.

    Uma das grandes falhas da nossa cultura (...) o fato grave de, para as crianas e adultos

    da nossa poca, o texto impresso ser tabu.O jornal sobretudo tabu. Est escrito... est impresso. No vinha no jornal se fosse falso!

    desta fascinao pelo texto impresso que vivem os jornais de grande tiragem e as organi-

    zaes de propaganda que se servem deles como instrumento. este "atafulhar" sistemti-

    co de esprito que falseia to tragicamente nos nossos dias os prprios princpios das nos-

    sas democracias.

    Hoje, o jornal pensa pelos seus leitores. Aquilo que pessoas inteligentes e instrudas escre-

    veram e imprimiram s pode ser a verdade. O pblico abstm-se de criticar. E muita sorte

    haver se no apedrejar os originais que continuam a ter idias prprias e que se atrevem

    a exprimi-las!Infelizmente, a escola tradicional prepara esta submisso dos indivduos perante a nova

    deusa: a imprensa. Os primeiros textos apresentados s crianas so naturalmente textos

    de adultos. L esto eles, impressos na cartilha. No sabemos o que querem dizer, mas so

    textos de leitura, que preciso papaguear antes de tentar compreender, se que merecem

    ser compreendidos.

    Quando chegar a altura de abordar a redao (...) a criana vai repetir e copiar as frases

    impressas nos livros ou que foram ditadas pelo mestre. Em cincias, histria, geografia, as

    aulas e os resumos tomam o lugar da informao e das experincias.

    Ento a criana convence-se lentamente que o seu prprio pensamento - como alis osseus atos - so e devero ficar insignificantes e que s ter valor o pensamento majestoso

    amplificado pelos livros e jornais. Est portanto pronta

    a receber as novas ditaduras.

    Conosco a criana compe pgina a pgina o seu

    prprio jornal que, como todas as criaes humanas,

    comporta a sua parte de erros e incertezas. Sabe

    doravante como se fazem os inquritos, como se

    conduzem as reportagens, como se prepara e se

    deforma a bela profisso de escritor ou de jornalista.

    Utilizando o texto livre e o jornal, habituamos os nossos

    alunos a uma crtica da imprensa, a aceitao e procura

    dessa crtica. (...) Aprendem, por experincia, a julgar

    as obras que lhe so apresentadas e rapidamente se

    tornam aptos a descobrir o que se esconde de falso e

    contraditrio nas imponentes rubricas dos jornais.

    O mesmo acontece sob o ponto de vista histrico e

    cientfico. Os nossos alunos fazem prospeces e

    pesquisas cujos resultados no se enquadram

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    Ao escreverem no jornal, crianas e adolescentes sabem que estaro se expondo

    publicamente. Muito humanamente, estaro propensos a dar o melhor de si e a fazer oesforo necessrio para aprimorar sua obra pessoal. Seria imperdovel um educador no

    aproveitar esse momento.

    Boas prticas para o jornal escolar

    A criana e o adulto tm a mesma natureza Primeira das 30 Invariantes Pedaggicas,sistematizadas por Freinet em 1964.

    Desafios

    Falamos a seguir sobre os trs principais desafios postos aos educadores que trabalham comJornais Escolares: como escolher os contedos, como aprimor-los e como selecionar as pro-

    dues que sero publicadas.

    ESCOLHA DOS CONTEDOS

    Qual ser o contedo do Jornal Escolar? Eis um primeiro tema de reflexo para os educadores.J tratamos desse tema indiretamente ao apresentar as reflexes sobre o PROJETO PEDAG-GICO DO JORNAL ESCOLAR anteriormente.

    Dentro da coerncia pedaggica proposta por Celestin Freinet, o potencial renovador da pro-

    duo do jornal desapareceria por completo se os contedos fossem determinados pela tradi-o da redao escolar, na qual o professor escolhe o tema sobre o qual se ir trabalhar, e oaluno tem de se adaptar a uma diretriz que no necessariamente reflete seus interesses e

    sua vida. Um dos fundamentos do Jornal Escolar justamente permitir a expresso dos auto-res, o que conflui para os objetivos da educao integral no que diz respeito promoo dacidadania e da participao.

    Na definio dos contedos do jornal, o educador tem algumas opes legtimas do ponto devista pedaggico:

    1. Contedo livre

    um enfoque totalmente respeitoso dos interesses1 dos alunos, pois cada um escreve

    sobre o tema que quiser, escolhendo tambm o gnero textual.

    1A descoberta de que o interesse da criana que cons titui o motor da aprend izagem um dos maiores avanos da pedagogia . Essadescoberta, junto com o conceito de atividade, fundamentou o movimento da Escola Nova. Esquematicamente, pode-se dizer que no o

    professor que ensina, mas a criana que aprende. Faz isso seguindo seus interesses e necessidades.

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    2. Contedo livre, dentro de gnero predefinido

    O educador determina o gnero textual, ficando os alunos livres para escolherem

    o tema sobre o qual desejam escrever.

    3. Contedo direcionado para rea temtica, sem gnero predefinido

    Neste enfoque h um direcionamento para uma determinada rea temtica quedever ser suficientemente ampla e genrica, para possibilitar diversas aborda-

    gens (exemplos: cultura na comunidade, papel da escola, aquecimento global etc.).A escolha de uma rea predefinida deve ser problematizada junto aos alunos (vejaabaixo).

    4. rea temtica e gneros predefinidos

    o enfoque de maior risco do ponto de vista da expresso do aluno, que fica presoa dois condicionantes do educador (gnero textual e rea temtica). No impos-svel trabalhar deste modo, mas a vigilncia deve ser redobrada na problematizao

    da rea temtica, para o jornal no se afastar da vida dos alunos, perdendo seusentido pedaggico.

    O Jornal Escolar permite combinar vrios desses enfoques. Por exemplo, determinada partedo jornal fica disponvel para gneros textuais e contedos livres, outra parte tem orientao

    temtica ou de gnero textual. Como se pode ver na seo DEFININDO O PROJETO EDITORIALdeste Guia, possvel que o Jornal Escolar tenha um nmero suficiente de pginas para queisso acontea.

    ProblematizaoDo ponto de vista didtico, o desafio lanado aos educadores conciliar os quatro termos daquesto, que so:

    - A aprendizagem;

    - A expresso livre de crianas e adolescentes;

    - O trabalho cooperativo;

    - A leitura crtica do mundo.

    A problematizao permite escolher os contedos das mdias escolares a partir da investiga-

    o e da discusso sobre o contexto sociocultural dos alunos. Ela ocorre atravs do dilogoentre educando, educador e mundo (Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido). nesse mo-mento que surgem os temas geradores, sobre os quais se vai trabalhar. Esses contedos so

    o ponto de partida para a descoberta e construo de diversos saberes.

    Passos da problematizao:

    1. Investigao, por parte do professor, de temas relativos realidade dos alunos;

    2. Estmulo para os alunos expressarem seus interesses e conhecimentos sobre essa reali-

    dade, dialogando sobre as situaes expostas pelo educador;

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    3. Seleo do(s) tema(s) gerador(es) da produo a partir das situaes apresentadas; essaescolha realizada pelos alunos de forma participativa;

    4. Incentivo para os alunos investigarem sobre a temtica escolhida, por meio de pesquisasem livros, revistas, jornais, internet e entrevistas com pessoas ligadas ao assunto.

    O respeito liberdade de expresso dos alunos pode criar situaes delicadas, quando

    eles tocam em assuntos que a direo ou os professores prefeririam no ver abordados.O pior reflexo, nesses casos, a censura, que destri o prprio projeto da educaointegral. Aconselha-se atuar dentro do respeito da liberdade de expresso dos alunos,

    condicionada a algumas normas bsicas, como a obrigao de "ouvir o outro lado" emesmo conceder direito de resposta. claro que, em nenhuma hiptese, a liberdadede expresso pode ser entendida como direito de difamar, caluniar ou invadir a

    privacidade de outras pessoas.

    APRIMORAMENTO DOS CONTEDOS

    A reviso e correo da produo do aluno essencial em dois aspectos:

    No existe progresso se a pessoa no trabalha para ampliar seus limites, revisando eaprimorando aquilo que j consegue fazer em determinado momento do seu desenvolvi-mento. A cada fase, abre-se uma Zona de Desenvolvimento Proximal (Vygotsky) que o

    indivduo explora com a ajuda do educador. A escola no pode divulgar produes que vulnerabilizem o aluno, expondo-o a piadinhas

    e mesmo a reprimendas. Isso seria um contrasenso no plano moral e educativo. Afinal, aproduo de mdia escolar est fundamentada em uma Pedagogia do Sucesso (Freinet)

    que enaltece as vitrias dos alunos.

    Assim, recomenda-se que o educador organize sucessivas revises e correes das produes,com o objetivo de aprimor-las. Com efeito, no existe melhor momento para a compreenso

    da utilidade da reviso e da correo que no momento do aluno enviar seu texto para o jornal. quando ele percebe a visibilidade que ir adquirir na sua comunidade e se motiva para

    realizar um bom trabalho. possvel fazer autorreviso, reviso coletiva, reviso em pequenas turmas - nos dois lti-

    mos casos, a participao dos pares um valor agregado - ou exerccios individuais com omonitor (muito til para o trabalho com alunos que precisam de mais ateno). Cabe aoeducador escolher e combinar essas possibilidades. O apoio do Coordenador do Mais Educa-

    o na escola, ou mesmo do Coordenador Pedaggico, pode ser importante para orientar omonitor nessa reviso, caso este no tenha formao ou vivncia para tanto.

    importante enfatizar que a reviso de um texto no o momento final. Esse um trabalho

    constante, feito a cada momento em que se volta ao texto, cuja produo est sempre em

    andamento por meio dessas reescritas. Planejar, escrever e revisar no so atividades

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    sucessivas e rgidas. Elas se fundem no momento em que se volta a olhar para um textotrabalhado em um momento anterior, pois toda produo pode ser modificada pela crtica e

    pela criatividade.

    O que fazer com textos de crianas no alfabetizadas?Quando os textos so publicados na forma manuscrita - que usualmente o caso de produ-

    es das pessoas no alfabetizadas -, o fato de a escrita ser "hesitante" indica ao leitor queo autor uma pessoa em alfabetizao. Isto modifica totalmente sua percepo do que sejaum "erro". Para reforar esta noo, os jornais podem reunir esses textos em uma seoespecfica, com o aviso "Esta seo do jornal publica textos de alunos em fase de alfabetiza-

    o" ou texto parecido.

    Limite

    A reviso e a correo dos textos, dinamizadas pelo educador,

    tm um limite intransponvel, que o respeito das ideias e da

    capacidade de expresso do aluno. No se trata de

    inventar uma capacidade de produo inexistente.

    O texto, mesmo simples, vlido se expressa o

    mximo do esforo do aluno, ainda que com a ajudado educador.

    A inveno de um texto fora da possibilidade de

    expresso do aluno uma pequena fraude da qual

    o aluno participa involuntariamente...

    Por outro lado, necessrio distinguir imperfeio

    e erro. Uma produo pode no ser perfeita, mas

    no deve apresentar erros (de ortografia, de

    informao etc.). Imperfeies podem seraceitas, como limitao inerente ao momento

    da aprendizagem e/ou ligada capacidade

    expressiva do aluno; erros no.

    A apl icao dessas duas recomendaes

    precisa de uma apreciao subjetiva do

    educador.

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    SELEO DE PRODUES

    Frequentemente difcil, se no impossvel, divulgar a produo de todos os alunos no JornalEscolar. Em um programa com grande nmero de alunos escritores, o melhor que se pode

    fazer publicar um texto a cada duas edies. Isso s vivel, contudo, se o jornal tiver umnmero relativamente grande de pginas (felizmente isso possvel com o apoio do ProgramaMais Educao, veja DEFINIO DO PROJETO EDITORIAL neste Guia).

    Selecionar o que ser publicado um ato delicado, pois um encaminhamento errado podegerar frustraes e mesmo conflitos dentro do grupo. De incio, deve ficar claro que o cami-

    nho mais fcil - a seleo feita pelo prprio educador - tambm o caminho menos produti-vo. Com efeito, mesmo sendo uma seleo "justa", compromete um aspecto fundamental doJornal Escolar, que a aprendizagem da cooperao. No momento da seleo das produes,

    esta aprendizagem acontece por meio dos debates e mesmo de votaes entre os alunos,

    para a escolha das produes a serem divulgadas. Quando a edio feita pelo educador oumesmo um pequeno grupo de alunos (um aluno Diretor, um aluno Editor, outro Chefe de Arte

    etc.), a mdia volta a se inserir na tradio "verticalista" da escola, perdendo boa parte deseu potencial transformador.

    J a proposta da seleo cooperativa abre um novo campo. Nesta segunda via, de incio, oeducador deve esclarecer aos alunos o problema enfrentado: no h, objetivamente, espao

    para todas as produes e ter de haver uma seleo. Um bom Combinado (acordo de traba-lho) permite guiar essa discusso:

    - Todos os alunos tero chances iguais de divulgao;

    - As produes sero escolhidas democraticamente;

    - Os mesmos alunos no podero ser sempre selecionados;

    - As produes indicadas passaro por processo de aprimoramento, no qual todos os alunospodero fazer recomendaes;

    - O professor poder ter uma cota de produes para indicao prpria (veja item seguinte)

    3

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    Situaes excepcionais de seleo legtimo que o educador tenha direito a uma cota de indicaes, para garantir a divulgaode produes que considere importantes. Pode-se imaginar facilmente uma situao em que

    deseje publicar um texto de um aluno com necessidade de reforar sua autoestima, sejaporque est passando por um momento difcil em sua vida pessoal ou porque aquela produ-o representa uma conquista dentro de sua aprendizagem e merece ser valorizada.

    Se essa possibilidade for esclarecida desde o incio e fizer parte dos acordos, certamente nohaver nenhum problema de aceitao por parte dos demais alunos. Transparncia funda-mental nesse processo.

    Alis, importante o educador se manter crtico a respeito do significado da palavra "quali-

    dade" em educao. O texto de melhor qualidade de uma turma, para um bom educador, aquele que expressa o maior avano e a maior superao dos alunos - e no o que "melhor"em relao a parmetros externos e absolutos.

    Produo cooperativaPara reduzir os problemas colocados pela seleo, uma possibilidade realizar produes

    cooperativas, nas quais vrios alunos trabalham no mesmo texto. A produo cooperativano uma obrigao, pois possvel trabalhar com produes individuais, revisesparticipativas e seleo democrtica dos textos publicados no Jornal Escolar.

    No obstante, para jornais com pequeno nmero de pginas e muitos alunos participantes, a

    produo cooperativa pode ser um caminho necessrio.

    A cooperao pode ser mais ou menos completa. Na produo coletiva, todos os alunos par-ticipam de todas as etapas de determinada produo. O tema do texto escolhido de comum

    acordo, a redao e a ilustrao so feitas em conjunto. O grande desafio manter a identi-dade individual, algo mais fcil se os grupos de trabalho forem pequenos (no mais de 4 ou 5alunos).

    O recurso da produo cooperativa s vlido se o monitor tiver condies de evitar a cen-

    tralizao. O excesso de vontade de liderar ou as desigualdades nas competncias comuni-cativas podem fazer com que alguns alunos realizem o essencial das atividades, enquanto amaioria fica quase na posio de observador, sem aprendizagem. Quanto maior for o grupo,

    maior o risco de tais problemas acontecerem.Uma soluo que apresenta menos dificuldades tcnicas de motivao a diviso de tare-fas. Um aluno fica encarregado do ttulo, outro da redao, um terceiro da ilustrao. Ou

    dois alunos fazem a pesquisa, outros dois a redao. As possibilidades so muitas. Nadiviso de tarefas, a cooperao tambm existe, mas sua densidade menor do que naproduo coletiva.

    Aqui a frustrao do aluno pode vir do fato de no constituir o mesmo desafio, nem gerar a

    mesma satisfao, produzir o ttulo e a matria do jornal. O educador pode, porm, guiar aconstituio dos grupos e a diviso de tarefas para que estas sejam desafiadoras para todos,

    considerando o momento e a aprendizagem de cada um (este esquema muito til quando

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    existem no grupo alunos com diferentes graus de domnio da escrita e mesmo noalfabetizados). O educador pode, tambm, estabelecer um rodzio na distribuio de

    responsabilidades na sucesso de produes durante o ano.

    Autoria

    muito importante que a autoria seja reconhecida. O elogio de uma pessoa queridaa um artigo ou desenho publicado no Jornal Escolar um estmulo que pode fazer adiferena em toda a histria de aprendizagem do aluno.

    Para que isso possa acontecer, os textos devem ser assinados com nome, idade esrie do autor. Ao assinar com seu nome, entre outras coisas, estaremos tambmensinando criana algo importante no mundo da comunicao: a necessria

    responsabilidade com o que se escreve e com o que se diz.

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    Chamamos de PROJETO EDITORIAL a definio de parmetros como periodicidade da publica-o, tamanho do jornal, tipo de impresso, nmero de pginas e como sero ocupadas.

    O PROJETO EDITORIAL complementa o PROJETO PEDAGGICO, pois as questes tcnicas

    tm influncia na insero do jornal na comunidade escolar e mesmo no seu rendimentocomo instrumento pedaggico, como se ver a seguir.

    Dedicar algum tempo e ateno definio do Projeto Editorial uma boa deciso.

    Pense neste momento no Projeto Editorial ideal. Depois s checar se o custo de

    impresso cabe no oramento (veja ponto 8).

    Decises bsicas

    1 Periodicidade

    Recomendamos publicar uma edio do jornal a cada dois meses ou a cada 45 dias, no mxi-mo. Fazer um jornal mensal provoca uma correria pouco propcia realizao de um bomtrabalho. Considere que, alm da produo dos textos impossveis de ser feitos de um dia

    para outro quando se pretende que haja aprendizagem , h a distribuio da publicao, sualeitura e avaliao. Melhor do que publicar todo tempo fazer jornais com mais pginas(mais alunos podem publicar).

    2Quantidade de pginas

    Cada aluno deveria ter pelo menos um texto publicado a cadaduas edies. O fato de ter sua produo divulgadaconstitui um importantssimo fator de motivao,

    garantindo uma tima predisposio para aaprendizagem.

    O nmero mnimo de pginas para que

    isso possa acontecer, na experincia doComunicao e Cultura, o que segue natabela a seguir.

    Definindo o Projeto Editorial

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    Se a escola imprime seu jornal em folhas A4 (= duas pginas), deve arredondar para mltiplos

    de 2. Se imprime em folhas A3 (= 4 pginas), deve arredondar para mltiplos de 4. Vejacomo fica:

    Alunos na turma Pginas necessrias (mnimo)

    Impresso em A4 Impresso em A3

    60 6 8

    80 6 8

    100 8 8

    120 10 12

    140 12 12

    160 12 16

    180 14 16

    3 Tiragem do jornal

    O jornal tem de circular. Cada aluno da escola deveria receber um exemplar. Exemplares

    extras tambm poderiam ser distribudos na comunidade. J imaginou o jornal da escola nosalo da cabeleireira ou na padaria? Pense tambm na possibilidade de trocar jornais comoutras escolas do municpio ou mesmo do Brasil inteiro. Essa uma tradio no jornal

    escolar.

    Mas evite imprimir uma quantidade exagerada, que acabe sobrando. O meio ambiente

    agradece!

    Alunos na turma Pginas necessrias

    60 5

    80 7

    100 8

    120 10

    140 12

    160 13

    180 15

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    4Qualidade de impressoA qualidade de impresso influi na percepo que os alunos tm da importncia do jornal.Jornais com cpias parcialmente apagadas tendem a ser desvalorizados, tanto pelos redatores

    como pelos leitores. O mesmo acontece com jornais compostos por folhas soltas ougrampeadas.

    necessrio imprimir colorido? No. A expectativa de qualidade a respeito de um jornal

    escolar no a mesma de um jornal comercial ou de uma revista (veja o que falou Freinet,citado anteriormente). Os leitores no tm essa percepo. Ento, se imprimir colorido cou-ber no oramento, tudo bem. Se no, pode-se realizar a impresso em preto e branco sem

    nenhum problema.

    possvel imprimir em papel branco ou em papel jornal. Este ltimo tem o charme de serjornal, portanto j fala do prprio produto.

    Papel reciclado: s grficas que imprimem em offset podem usar papel

    reciclado (que de fato, parcialmente reciclado). A impresso e oinsumo so bem mais caros.

    5S publicam no jornal alunos do Mais Educao?Eis uma questo importante, que merece reflexo.

    Recomendamos abrir espao para os alunos que no participam do Mais Educao tambmpublicar suas produes, que podem ser espontneas ou realizadas em sala de aula, em

    trabalho orientado pelos professores. Desta maneira, o jornal representa um fator de unidadeda escola e expresso do trabalho de todos os seus integrantes. Os textos dos alunos queno fazem parte do Mais Educao podem ser agrupados em uma seo especfica,

    eventualmente.

    Se a opo for esse espao para outros alunos, talvez seja necessrio aumentar o nmero depginas do jornal (ponto 2). Mas veja o item seguinte, antes de refazer o clculo.

    6A direo e os professores tero um espao no jornal? possvel, se o jornal tiver um nmero suficiente de pginas (essa participao no podeanular o aspecto principal, que o jornal como resultado de processos de ensino-aprendizagem). No dedicar a este tipo de contedo mais de 1/8 da publicao meia

    pgina para jornais de 4 pginas, 1 pgina para jornais de 8 pginas e assim por diante.Recomenda-se identificar esse espao com vinhetas como Informes da Escola, FalaProfessor ou algo semelhante.

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    A grfica do Comunicao e Cultura funciona h 18 anos. Nela so impressosjornais de mais de mil escolas part icipantes dos programas da organizao.Est equipada com copiadoras digitais adquiridas com doao do.

    7 Preparando o Projeto EditorialTomadas essas decises, j possvel realizar o Projeto Editorial. Depois s conferir ocusto (veja a instruo 8)

    PROJETO EDITORIALTiragem:Tipo de papel (branco ou jornal):Periodicidade:

    Quantidade de pginas para os textos produzidos pelos alunos do MaisEducao d durante as oficinas (1).

    Quantidade de pginas para outros textos produzidos pelos alunos do MaisEducao, em produo independente, fora das oficinas do jornal (1).

    Quantidade de pginas para as produes dos outros alunos da escola (produoespontnea ou realizada em sala de aula).

    Espao para a direo, Conselho Escolar, professores.

    Total de pginas (2).

    (1) Ver as tabelas apresentadas anteriormente para o clculo do espao mnimo necessrio.

    (2) Deve ser um mltiplo de 2 ou de 4 (para apoio da Grfica do Comunicao e Cultura,

    sempre mltiplo de 4).

    8Calculando o custo de impressoA escola recebe recursos de custeio que podem ser aplicados tanto na compra de insumos

    para impresso prpria ou em servios de impresso do Jornal Escolar. Consulte a Coordena-dora do Mais Educao.

    O Comunicao e Cultura oferece servios de impresso a preo de custo, em papel jornal ou

    branco, em folhas A3 - dobradas ao meio so 4 pginas. A impresso em preto e branco.

    A escola envia o arquivo contendo o jornal via internet grfica do Comunicao e Cultura eo recebe de volta, impresso, pelo correio, junto com a nota fiscal.

    No link Imprima com a Gente (site www.jornalescolar.org.br) possvel fazer uma simula-o do oramento utilizando os dados do Projeto Editorial.

    Esse oramento serve como referncia para comparar propostas de outros fornecedores (paracontratar servios de impresso, a escola deve solicitar 3 oramentos. Veja recomendaes a

    seguir).

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    Como solicitar o oramento de impresso

    O FNDE exige que a escola apresente trs oramentos de fornecedores, para qualquer tipo deservio ou compra de insumos. Veja como a solicitao deve ser feita para servios de

    impresso de Jornal Escolar:

    Solicitamos oramento para impresso de ..... exempla-

    res do Jornal Escolar, impressos em folhas A3, frente e

    verso, preto e branco, em papel jornal. O jornal ter .....p-

    ginas em tamanho A4 (considerando as folhas A3 dobra-

    das ao meio). O oramento deve incluir a recepo dos

    materiais do jornal, a orientao pertinente, a correo deerros de editorao eletrnica e a reviso. A validade do

    oramento de 6 meses, com indicao da modalidade

    de impresso desejada (so aceitos offset, xerox e

    duplicador digital com resoluo mnima de 600 x 600 dpi).

    Esclarecimentos sobre a solicitao de oramento:

    z Quantidade de exemplares: colocar a tiragem desejada do jornal.

    z Papel jornal pode ser substitudo por papel branco.

    z Afinal, A3 ou A4? As folhas A3, dobradas ao meio, formam 4 pginas com tamanho A4.

    Quando contamos o nmero de pginas do jornal, contamos essas pginas A4. A grfica

    precisa saber que, para um jornal de 4 pginas, ter de imprimir uma folha A3, frente everso.

    z Validade do oramento: em tempos de inflao estvel, no h problemas em solicitar um

    oramento vlido por seis meses.

    possvel financiar o jornal, total ou parcialmente, com o apoio de comerciantes do bairro. O

    comerciante faz parte da comunidade.

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    Quantos textos selecionar para o jornal?

    A quantidade de textos a selecionar depende do nmero de pginas do jornal dedicadas s

    produes das oficinas.

    Veja que o PROJETO EDITORIAL deixa a possibilidade de algumas pginas serem utilizadaspara publicar textos feitos fora das oficinas, produes de alunos que no so do Mais Educao

    e/ou recados da direo.

    Essas outras pginas no podem ser contadas para selecionar os textos das oficinas.

    4 pginas 8 pginas 12 pginas 16 pginas 20 pginas 24 pginas

    15 - 25 30 - 50 45 - 75 60 - 100 75 125 90 - 150

    Para o primeiro nmero de cada caixa foram considerados textos deste tamanho.

    com muito prazer que estamos retomando a publicao do jornal Fala Joo Nunes, com assuntose gneros textuais variados e produzidos em sala de aula.

    Aps as frias, reiniciando as atividades escolares realizamos eventos importantes, tais como: festafolclrica aberta comunidade, bloco de palestras para os alunos e pais com o Ronda do quartei-ro, desfile cvico no entorno da escola, e tambm palestra para os pais com o Posto de Sade do

    bairro sobre a gripe H1N1.

    Todas as atividades desenvolvidas visam a construo da cidadania e ampliar a comunicao comos pais dos alunos, e tornaro cada vez mais a escola um espao de conhecimento para todos ossegmentos envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

    Agradecemos a todos que se envolveram na publicao do Jornal Fala Joo Nunes, professores,alunos e funcionrios.

    Diretora

    Para o segundo nmero de cada caixa foram considerados textos deste tamanho:

    H1N1 um vrus conhecido mundialmente pela gripe suna, um vrus transmitido atravs de espir-ros, objetos pessoais como: copo, talheres, pratos e etc. Ela mais contagiosa em cidades grandesou seja, onde maior o numero de pessoas circulando diariamente.

    Podendo assim espalhar o vrus rapidamente. No Brasil j morreram vrias pessoas inclusive aquina Paraba. Os sintomas so: febre muito alta, tosse seca, dor de cabea e dores musculares.

    Vamos todos lutarmos juntos, para combater essa gripe!

    Aluno: Erinaldo Edgar 5 ano

    Prof.: Maria do Carmo

    Caso o nmero de pginas disponveis para textos das oficinasno sejam os expostos acima, s fazer um clculo proporcional.

    Quantidade de textos a selecionar, conforme o nmero de pginasdedicadas s produes das oficinas.

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    A diagramao do jornal consiste no ordenamento dos textos e desenhos, o uso de recursos

    como quadros, marcas d'gua e retculas, a determinao do tipo e tamanho de letras

    utilizadas e do espaamento entre linhas e pargrafos, entre outros itens. A diagramaodetermina a "cara" com que o jornal se apresenta ao pblico. , portanto, um aspecto muito

    importante. Essa tarefa executada no computador.

    Pr-diagramao

    difcil fazer a diagramao de formacoletiva, por ser uma tarefa eminentementetcnica e centralizada.

    Felizmente possvel realizar atividadescoletivas de pr-diagramao, para escolheras matrias principais, os destaques, as

    melhores ilustraes, a arrumao preliminarde todo o material. Essas instrues sorepassadas a uma equipe mais reduzida ouat a uma nica uma pessoa, para que as

    execute no computador.

    No Programa Mais Educao, a pr-diagramao cooperativa um pouco mais complicada,pois so vrias turmas participando do Jornal Escolar, e no possvel para cada turma

    montar um pedao do jornal nem reunir todo mundo em uma espcie de assemblia.

    Existem, porm, duas alternativas:

    - Na primeira, a pr-diagramao realizada por uma nica turma, rotativamente. Nessecaso, o facilitador deve encontrar uma atividade para as outras turmas na semana em

    que acontece a pr-diagramao;

    - A segunda opo criar um grupo de pr-diagramadores formado por representantes decada turma, que podem ir se alternando. A dificuldade aqui consiste em encontrar umhorrio para esse grupo se encontrar.

    Deve-se destacar que, antes da pr-diagramao, existe a seleo dos textos e desenhosque compem o jornal. Via de regra, as turmas produzem mais textos do que possvelpublicar. Esta seleo deve ser feita, de forma cooperativa, durante as oficinas. Veja a se-

    o BOAS PRTICAS PARA O JORNAL ESCOLAR deste Guia.

    No final desta seo voc encontrar:

    z Plano de Aula para a oficina de pr-diagramao;

    z Guia de Pr-diagramao, com instrues teis.

    Diagramao do Jornal

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    Diagramao eletrnica

    A diagramao eletrnica feita com ajuda de programas de computador. muito difcilrealiz-la de maneira coletiva.

    Havendo no grupo do jornal alunos com conhecimentos adequados de informtica, eles po-dero fazer a diagramao, em uma equipe de trabalho com no mximo 4 integrantes. A

    diagramao eletrnica poder ser elaborada tambm pelo monitor do Mais Educao ou porqualquer outra pessoa com domnio de programas de editorao eletrnica.

    Para as escolas onde no h quem saiba usar algum desses programas, o Comunicao eCultura criou um Tutorial (sequncia de aprendizagem guiada passo-a-passo) para a

    diagramao de jornais. O material ensina a utilizar trs programas proprietrios (Corel Draw,Publisher e Page Maker) e dois programas gratuitos (BROffice e Scribus).

    O tutorial est disponvel no site www.jornalescolar.org.br. Ele roda em Windows ou Linux. Osprogramas gratuitos podem ser baixados seguindo o link fornecido no site. Alm desses re-

    cursos, esto disponveis modelos de jornais, um programa gratuito de compactao de ar-

    quivos (til para enviar o jornal para a grfica) e um Manual de Digitao. possvel tambmreceber um CD-ROM com todos esses contedos.

    Caso no exista na escola algum disponvel ou capacitado para fazer a diagramao eletr-nica, existem outras possibilidades:

    - Parceria com pessoa ou empresa que presta servios de computao grfica. Pode-se

    conseguir um patrocnio para pagar esse servio. Por exemplo: um comerciante colocasua propaganda no jornal com custo de R$ 50; esse valor repassado ao diagramador;

    - Uma lan house prxima da escola faz parceria paraa diagramao do jornal. Em

    contrapartida, a propagandado estabelecimento inseridana publicao;

    - O jornal diagramado pela pr-pria Secretaria de Educao.Deve-se recorrer a este plano s

    em ltimo caso, pois possvelque o jornal acabe atrasando.

    Para fazer a pr-diagramao necessrio que os textos estejam digitados.Caso contrrio, impossvel calcular o espao que ocuparo nas pginas.A digitao pode ser feita pelo monitor do Mais Educao ou mesmo pelosalunos. Porm, fundamental fazer uma reviso posterior para evitardeformaes e depurar erros de digitao. Essa reviso no de

    responsabilidade do diagramador.

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    OBJETIVOS

    Fazer a pr-diagramao do jornal (a pr-diagramao consiste em determinar em que pgina

    ser publicado cada texto e ilustrao).

    PREPARAO

    Ler o Plano de Aula. Trazer para a reunio os textos escolhidos pelas diferentes turmas j digitados e impressos. Para cada texto, contar e anotar a quantidade de linhas. Trazer os desenhos e ilustraes escolhidos para esses textos (se possvel, grampeados junto

    com os textos). Ler e apropriar-se do Guia de Pr-diagramao.

    SNTESE

    1. Seleo de textos e ilustraes para cada pgina.

    2. Preparao do esboo da diagramao de cada pgina.

    INTRODUO

    O educador explica ao grupo o trabalho do dia.

    SELEO DE TEXTOS PARA A PRIMEIRA PGINA

    1. Os alunos escolhem os textos que consideram mais importantesou mais interessantes para primeira pgina do jornal.

    O encaminhamento da atividade depende da quantidade de textosescolhidos anteriormente para publicao.

    - Se houver um nmero suficiente de textos, cada aluno recebe

    dois ou trs e seleciona aquele que quer publicar na primeirapgina (tem cinco minutos).

    - Se forem poucos textos, formam-se grupos para fazer a seleo.

    2. A seguir formam-se grupos (ou fusionam-se os formados naatividade anterior), que recebem os textos pr-selecionados nafase anterior, e escolhem aquele que desejam publicar na primeirapgina. Os grupos tm direito a pleitear a publicao de mais deum texto, caso considerem que eles so igualmente importantes.

    ***

    Papel, lpis,borracha,folhas embranco.

    5 min

    15 min

    PLANO DE AULA

    Atividade Durao Material

    Sequncia Didtica Artigo de Opinio

    Plano de Aula Oficina de pr-diagramao

    15 min

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    15 min

    Se o nmero de textos for insuficiente para essa dinmica, o educadororganizar grupos de trs alunos que recebem dois ou trs textos, eselecionam um para a primeira pgina.

    TRABALHO EM GRUPOS

    Grupo A. Cinco alunos vo trabalhar na primeira pgina. Recebem

    os textos escolhidos e os desenhos/fotos correspondentes, erealizam as seguintes atividades:

    - Verificam se o total de linhas dos textos compatvel. Casosobrem textos, repassam para o segundo grupo.

    - Escolhem a ilustrao ou as ilustraes que querem publicar.

    - Fazem o esboo de diagramao (o professor dedicar algunsminutos a explic-lo, com ajuda do modelo a seguir).

    Os autores dos textos selecionados para a primeira pgina no

    devem participar deste grupo.

    Grupo B. Demais alunos

    - Inicialmente agrupam os textos que sobraram por temas afins.

    - A seguir escolhem as pginas onde esses temas seropublicados. O educador recomenda que os assuntos maisimportantes sejam colocados nas pginas mpares (3, 5, 7 etc.),pois tm mais visibilidade.

    - Tambm determinam onde sero publicados os textos "soltos"

    (que no foi possvel agrupar por temas).

    Recomendao: Acompanhar o trabalho deste grupo para evitarque se coloque uma quantidade excessiva de textos em uma pginae poucos em outra.

    TRABALHO EM GRUPOS (CONTINUAO)

    1. O educador forma um grupo por pgina, excluindo a primeira,que j foi finalizada na atividade anterior.

    2. Cada grupo recebe os textos escolhidos para a sua pgina.Tambm recebe os desenhos/fotos correspondentes.

    3. Esses grupos repetem a mesma atividade realizada pelo grupoda primeira pgina anteriormente.

    Caso sobrem alguns textos, esses so devolvidos ao educador.

    Recomendao: Se a quantidade de alunos for muito grande, oeducador pode dispensar os alunos que participaram do grupoda primeira pgina e j fizeram a experincia completa da pr-diagramao.

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    1) Entregar os textos digitados em fonte Times New Roman, tamanho 11.

    2) Textos manuscritos e desenhos devem ser feitos com tinta preta ( no podem serfeitos a lpis). No enviar desenhos com letras ou detalhes muito pequenos. Osdesenhos devem ser numerados.

    3) Verificar se as fotos so de boa qualidade e no foram tiradas a muitadistncia. As fotos devem tambm ser numeradas.

    Junte a esses arquivos uma folha com as instrues para o diagramador, indicandoos ttulos das matrias e os desenhos/ fotos numerados que devem ser publicadosem cada pgina.

    Indique tambm as outras instrues que considere necessrias. Por exemplo:

    Colocar dentro de um quadro, Esta a matria principal; etc.

    Se preferir, voc pode tambm fazer um esboo, mostrando a arrumao da pgina(veja um exemplo na pgina seguinte).

    Com cabealho ou com rodapde 5 cm de altura

    70 linhas

    84 linhas

    52 linhas

    63 linhas

    35 linhas

    42 linhas

    17 linhas

    21 linhas

    Pgina semdesenhosou fotos

    Desenhos efotos ocupam1/4 da pgina

    Desenhos efotos ocupammeia pgina

    Desenhos efotos ocupam1/3 da pgina

    P g in a Tamanho dos textos

    Importante!O tamanho (quantidade de linhas) dos textos que possvel colocar em cada pgina varia

    conforme tenham espaos ocupados pelo cabealho, rodaps, anncios etc. Tambm contao tamanho dos desenhos e fotos. Veja a tabela abaixo:

    7 0 l i n h a s - 1 / 4 = s o b r a m 5 2 l i n h a s .

    Veja como organizar os materiais para entregar aodiagramador do jornal.

    .

    Sem cabealho e sem rodap

    QUESTO FUNDAMENTAL:

    Quantos textos cabem em uma pgina?

    Conte quantas linhas tem o texto digitado em Times New Roman tamanho 11.

    Em cada pgina do jornal cabe uma determinada quantidade de linhas.

    Exemplo: em uma primeira pgina, que tem o cabealho do jornal, cabem 70 linhas.Se, alm de textos, ser publicado nessa pgina um desenho que ocupa 1/4 doespao, os textos devem ser cortados na mesma proporo:

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    Caso queira, voc

    pode dar essas instrues em

    um modelo de pgina, com 3 colunas,

    que est disponvel para baixar na

    seo Diagrame seu Jornal do site

    www.jornalescolar.org.br

    Dvidas e esclarecimentos,

    escreva para

    [email protected]

    Duas formas de daras instrues aodiagramador:

    Em uma folha, identifique os

    textos e ilustraes que iro

    preencher cada pgina do jornal.

    Faa um esboo do jornal,

    indicando a posio que

    cada produo dever

    ocupar na pgina.

    11111

    22222

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    GUIA DO JORNAL ESCOLARno Programa Mais Educao

    VERSO PRELIMINAR

    Fortaleza

    2010

    Comunicao e CulturaRua Castro e Silva 121

    60030.010 Fortaleza

    [email protected]

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