DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · de Assis, Lima Barreto, Fernando Sabino e Luís Fernando...
Transcript of DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · de Assis, Lima Barreto, Fernando Sabino e Luís Fernando...
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS ATRAVÉS DOS CONTOS
Autor: Sebastiana Sirlene Rodrigues Fabrin Orientador: Vladimir Moreira
Resumo
Este artigo tem como objetivo mostrar o trabalho com alguns contos do século XX realizado com alunos da 1ª série do Ensino Médio, da Rede Pública do Estado do Paraná. Sendo o conto um texto de fácil compreensão, serviu de motivação para os jovens que estão iniciando o Ensino Médio a buscarem leituras mais complexas. O trabalho desenvolvido teve como base o conto na sua representação diversificada, estabelecendo ligações com outras leituras tornou o ensino mais interessante e eficiente. Escolhi situações causadas pela busca de dinheiro presentes nos contos do século XX, porque a leitura deve ser percebida como uma construção de sentido que acontece por meio de relações dialógicas ocorridas entre o texto e o leitor, oportunizando-o a buscar pistas, formular e reformular hipóteses, aceitar ou rejeitar conclusões, tendo como parâmetro sua vivência sociocultural e o conhecimento sistematizado. Situando o conto no gênero narrativo, conceituado e contextualizando historicamente. Foram lidos e analisados os contos : “O homem nu” , de Fernando Sabino , “Conto de verão nº 2 Bandeira Branca” , de Luís Fernando Veríssimo, ”Pai contra Mãe”, de Machado de Assis e “O homem que sabia javanês”, de Lima Barreto. A elaboração das atividades pedagógicas contou com o parecer dos participantes do GTR.
Palavras-chave: Leitura; contos; PDE
___________________1 Especialização em Didática e Metodologia do Ensino pela UNOPAR Faculdades Integradas Norte do Paraná (1996), graduação em Licenciatura Plena Em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Londrina (1991), Professora de Língua Portuguesa do Colégio Estadual Brasílio de Araújo - Bela Vista do Paraíso.2 Doutorado em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo (1999), mestrado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996), especialização em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Londrina (1992), graduação em Licenciatura Plena Em Letras Vernáculas e Clássica pela Universidade Estadual de Londrina (1989), professor titular da Universidade Estadual de Londrina.
Nste conto de Lima Barreto, um personagem chamado Machado cont
Introdução “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros.
Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.” Bill Gates
A rapidez das mudanças sociais e as mais variadas relações discursivas
existentes, exigem uma posição mais crítica do professor quanto a sua forma de
trabalho, porque podemos perceber que o ser humano interage e compreende a
realidade na qual está inserido. Para ensinar Literatura é preciso pensar em todas
as diferenças e contradições da realidade contemporânea.
Segundo as DCEs - Diretrizes curriculares do Estado do Paraná, a leitura
deve ser entendida como processo de produção de sentido que se dá a partir de
interações sociais ou entre as relações dialógicas que ocorrem entre leitor e texto e
destaca a importância das experiências e conhecimentos prévios ao realizar uma
leitura pois vai permitir ao leitor fazer previsões e inferências sobre o texto. O leitor
recebe um significado global do texto, mas também constrói uma significação:
procura pistas, formula e reformula hipóteses, aceita ou não as conclusões com
base no seu conhecimento linguístico e na sua experiencia sociocultural e visão de
mundo faz uso de estratégias. E é numa dimensão dialógica, discursiva,
intertextual, que a leitura deve ser realizada.
A contística brasileira é muito rica e é formada por inúmeras vertentes, por
isso tornou-se necessário selecionar alguns contos para desenvolver o tema
proposto “Leitura de Alguns Contos do século XX”, tendo como objeto de estudo
contos de alguns autores da literatura brasileira do século XX, dentre eles, Machado
de Assis, Lima Barreto, Fernando Sabino e Luís Fernando Veríssimo. Como título:
Ampliação do horizonte de expectativas através dos contos acreditamos ser a
proposta interessante e que apresente viabilidade para a classe de alunos, visto
que o conto é um gênero textual de fácil acesso, pela estrutura que apresenta, e
também pela linguagem. Por ser um material de fácil localização, o professor não
tem dificuldades para pôr em prática as atividades elaboradas no decorrer dos
estudos.
Um dos objetivos é possibilitar a leitura e análise de alguns contos para que o
aluno tenha a oportunidade de refletir sobre a importância do ato de ler. O número
de leitores de literatura sempre foi um problema e está ligado a questões históricas,
pois 1971 com a criação da Lei nº 5692 podemos verificar o reforço entre trabalho
manual e intelectual. Com a democracia, uma nova clientela chega à escola, por
isso alteram-se programas e metodologia, para atender a interesses políticos quanto
a formação deste novo público, as formas literárias consagradas para a formação de
homens cultos foi fragmentada para ser assimilada por alunos de um país capitalista
de Terceiro Mundo, sendo assim, a leitura de literatura precisa se adequar ao gosto
“pobre” e “fácil” da nova clientela que a escola viu-se “obrigada” a educar.
A sociedade contemporânea percebe os problemas relativos a leitura e exige
respostas urgentes por parte dos educadores, mas não são questões de fácil
solução porque os problemas ligados à leitura necessitam de soluções abrangentes.
Uma preocupação maior com estas questões são: encontros, seminários,
congressos, e etc., promovidos por diversos setores da sociedade que vêm
demonstrando interesse em repensar o papel político da leitura e literatura.
A banalização da leitura de literatura é justificada como forma de adequação
ao interesse do aluno e assim a literatura fica “diluída” para atender ao imediatismo
e às pressões da modernidade, e as consequências deste sistema de ensino com
relação à literatura são leitores de trivialidade literária, em que o nosso sistema de
ensino acaba contribuindo com a imobilização do gosto do leitor, comprometendo
sua formação cultural.
Por acreditar que a maior parte dos professores vem apresentando muitas
dúvidas com relação às atividades presentes nos livros didáticos e à forma que
estas são desenvolvidas, pode-se perceber que a formação de bons leitores está
um pouco comprometida e, sendo assim, podemos justificar o interesse pela
pesquisa. A princípio, optamos pelo conto por ser um gênero textual
contemporâneo, por serem textos curtos e de leitura acessível e, por apresentarem
enredos envolventes, as chances de sucesso são maiores.
Hoje, muitos jovens não tem consciência de que seu futuro depende de suas
escolhas e que tais escolhas dependerão de conhecimento e capacidade de análise
de diferentes situações pelas quais passará ao longo da vida. Este trabalho
predente ajudá-los na formação de uma visão sobre a importância da leitura e, para
que isto aconteça, é necessário que percebam sua função social e seu poder de
transformar o ser humano nos mais diferentes aspectos e levá-lo a uma reflexão
diante das múltiplas mensagens trazidas pelas variadas situações e vivência de
novas experiências sem, necessariamente, correr perigos. Faz-se necessário um
enfoque dialógico dessa tipologia textual.
1. Abordagens Teóricas
Para começar, fez-se necessária uma abordagem sobre contos, uma vez que
é o gênero textual escolhido para a realização do trabalho. Embora haja
controvérsias em torno do estabelecimento de uma teoria para o conto, pois há
aqueles que admitem uma teoria e há aqueles que não admitem uma teoria
específica, no que tange aos limites das especificidades do gênero e à definição de
suas características dentro do gêneros narrativos. Dentre os gêneros de ficção, o
conto se caracteriza como uma narrativa cujo enredo move em torno de um único
enunciado. Na trama, os fatos, as ações se direcionam para o desfecho. A ausência
de detalhes facilita a construção do enredo, visto que cada palavra carrega um
significado em potencial que dá ao conto o poder de envolver o leitor.
O ser humano sempre gostou de contar e de ouvir histórias. Localizar o
início dessa atividade no tempo é impossível, mas permanece a hipótese de que o
hábito de contar histórias vem da antiguidade, por volta de quatro mil anos antes de
Cristo. Para compreender as fases de evolução do conto, teríamos que rever a
nossa História. Alguns contos ganham registro escrito no século XIV e com
Boccacio, ganha arranjo estético. Daí por diante, aparecem grandes nomes como
Marguerite de Navarre, no século XVI; Cervantes e Charles Perrolt, no século XVII e
La fontaine, no século XVIII, mas muitas estórias permaneceram vivas pela tradição
oral.
No século XIX, o conto ganha espaços próprios e se desenvolve, com um
retorno à cultura medieval, interesse pelo folclore e com o uso da imprensa tem
divulgação mais abrangente. Surgem, então, grandes contistas: Edgar Allan Poe,
Maupassant, Eça de Queirós e Machado de Assis.
Para Cortazar, há três acepções da palavra conto, que ele utiliza no seu
estudo sobre Poe: “Relato de um acontecimento; narração oral ou escrita de um
acontecimento falso; fábula que se conta às crianças...” e resume o conceito de
Poe, chamando o conto de uma “verdadeira máquina de criar interesse”. Aquilo que
ocorre num conto para Cortázar deve ser intenso, entendendo-se intensidade como
o acelerador da substância narrada, em torno do qual circulam vários elementos.
Assim como o romance interage com outros elementos: filme, novelas, e etc.,
fazendo acúmulos, mas desenvolvendo elementos parciais, para Cortazar o conto
é como uma fotografia, onde a arte pode apresentar-se de forma paradoxal.
Cortazar considera o paradoxo como elemento presente também no conto: o de
arrancar um pedaço da realidade, fixando determinados limites, mas de tal modo
que esse pedaço atue como uma “explosão” que abre uma nova realidade.
Nádia Batella Gotlib afirna no início de seu texto que muitos estudos já foram
feitos com o objetivo de relatar a história da teoria do conto e sobre isso comenta:
[...] enumerar as fases de evoluçao do conto do conto s eria percorrer a nossa própria história , a história de nossa cultura, detectando os momentos da escrita que a representam. O da estória de Caim e Abel, da Bíblia, exemplo,. Ou os textos literários do mundo clássico greco-latino: a s várias estórias que existem na Ilíada e na Odisséia, de Homero. E chegam os contos do Oriente: Pantchatantra (VI a.C.), em sânscrito, ganha tradução árabe (VII d.C.) e inglesa (XVI d.C.); e as Mil e uma noites circulam da Pérsia ( Século XVII). (GOTLIB, 1990, p. 3-4)
Para Gotlib,1998, o conto permanece com a mesma estrutura do conto
antigo. E o que faz o conto, seja ele policial, terror, moral ou outro tipo é a forma
pela qual é apresentado e, para que cumpra o seu papel, é necessário que
provoque na alma do leitor um estado de “excitação” , que deva ser sustentado
durante toda a leitura, por isso o texto não pode ser muito curto ou longo demais,
que o leitor possa realizar a leitura de uma vez, visto que a matéria aparece
condensada e com ênfase nos melhores momentos e sem compromisso com o
evento real.
A delimitação da estrutura do conto contemporâneo é resultado da influência
do Modernismo, principalmente com o surgimento de um novo Realismo a partir de
1930. Nos últimos 40 anos, é possível verificar a valorização da mistura de gêneros
pluralismo de estilo. Os autores modernos não criaram uma nova escola literária,
com regras rígidas, mas deixaram as antigas teorias das escolas anteriores e
passaram a ter uma preocupação em transmitir sentimentos por meio dos fatos
do cotidiano de forma mais realista e livre. No conto urbano, podemos encontrar
com frequência temas como: a violência, a hipocrisia, a marginalização, a solidão, a
desigualdade, e outras tantas mazelas que fazem parte do dia a dia das
metrópoles. E o conto é o gênero mais apropriado para abordar esses problemas
sociais.
Podemos verificar a influência dos contistas e romancistas de 1945 entre
escritores da atualidade, por meio de uma reflexão sobre o modo de vida do
homem moderno obtida por uma ficção intimista que se ocupa em desvendar os
conflitos do homem em sociedade.
É difícil estabelecer apenas uma teoria para sustentar este tipo de trabalho,
por isso, além de várias leituras, cujo objetivo era ampliar o conhecimento sobre o
conto sua origem e definição, tornou-se necessário buscar também outros
conhecimentos, como, por exemplo, o interacionismo sócio-discursivo que valoriza
as condições externas ligadas ao momento da produção textual, permitindo uma
análise descritiva de determinada época, tendo por base um gênero textual, por isso
o professor pode promover atividades que levem os seus alunos a uma percepção
da realidade em que o texto foi escrito.
Outra teoria interessante é a estética da recepção, pois indica que cada
leitor pode perceber o texto de forma diferente, e esta percepção, ainda, pode sofrer
variação com o decorrer do tempo, porém sem perder seu poder de ação, pois o
que vai determinar sua importância é “a percepção suscitada por ela no presente e
sendo a recepção um fato social, a literatura exerce uma função formadora porque
pode trazer para o presente as questões éticas enquanto exortação à reflexão
moral”. (ZILBERMAN, 2009)
Tendo em mente o livro didático e sabendo que este não contempla todo o
trabalho que o professor pode realizar, uma vez que se torna necessário a contínua
busca da inovação. Desta forma, chegamos a uma proposta que tinha como
objetivo o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno por meio de atividades
que levou o aluno a analisar textos literários de forma que percebesse “os diálogos
existentes entre eles”.
[...] se a relação do professor com o texto não tiver um significado,se ele não for bom leitor, são grandes as chances de que ele seja um mau professor. E, à semelhança do que ocorre com ele, são igualmente grandes os riscos
de que o texto não apresente significado nenhum para os alunos, mesmo que eles respondam satisfatoriamente a todas as questões propostas. LAJOLO, 1982, p.53)
O Professor precisa preparar atividades interessantes para sua turma,
levando em conta a qualidade e a realidade do público alvo, desta forma estará
contribuindo de forma natural com o processo de formação de leitores competentes
na aquisição de novos saberes. Kleiman, (1989, p.151) nos diz: ”Ensinar a ler é criar
uma atitude de expectativa prévia com relação ao conteúdo, maior será a sua
compreensão; (...)”.
O que caracteriza o conto é o seu movimento enquanto uma narrativa através dos tempos. O que houve na sua “história” foi uma mudança de técnica, não uma mudança de estrutura: o conto permanece, pois, com a mesma estrutura do conto antigo; o que muda é a sua técnica. (…) Segundo o modo tradicional, ação e o conflito passam pelo desenvolvimento até o desfecho, com crise e resolução final. Segundo o modo moderno de narrar, a narrativa desmonta este esquema e fragmenta-se numa estrutura invertebrada. (GOTLIB,1990, p. 29)
A elaboração deste trabalho teve como alvo a clientela do 1ª série do Ensino
Médio e para que o conto pudesse contribuir tornou-se necessária uma abordagem
diferenciada daquela com a qual estamos acostumados. A percepção das relações
intertextuais depende dos conhecimentos que o indivíduo já possui e quanto maior
for este conhecimento, mais competente será como leitor. Daí a importância da
leitura, da observação dos diálogos presentes nos textos literários.
[...] a leitura é vista como um ato dialógico, interlocutivo. O leitor, nesse contexto, tem um papel ativo no processo da leitura, e para se efetivar como co-produtor, procura pistas, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa estratégias baseadas no seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e na sua vivência sócio-cultural. (DCEs,2008, p.71)
Nessa perspectiva, a leitura de textos literários deve ter como preocupação
a construção de sentido no momento, ou seja, no ato da leitura, numa compreensão
das especificidades entre os discursos literários e os outros discursos. A literatura é
um jeito particular de ver o mundo, onde mentira e verdade estão relacionadas.
Sobre isso, Magnani comenta:
[…] a leitura não é um ato isolado diante do escrito do indivíduo. Implica não só a decodificação de sinais, mas também a compreensão do signo linguístico enquanto fenômeno social. Significa o encontro de um leitor com um escrito que foi oficializado como texto em determinada situação histórica e social. E nessa relação complexa interferem também as histórias de leitura de texto do leitor. ( MAGNANI , 2001, p.49).
A fundamentação teórica para a escolha da metodologia a ser aplicada no
desenvolvimento deste trabalho, como já dissemos, foi feita a partir de algumas
leituras para aquisição de conhecimentos necessários á implementação da proposta
pedagógica de forma em que a aprendizagem da leitura pudesse ser mais
adequada e de acordo com a realidade escolar. Depois de muita leitura e análises
de diversos contos e autores, foi possível elaborar atividades para serem realizadas
em sala de aula, com questões de interpretação que levassem o aluno a ter uma
maior compreensão de forma mais interessante para o jovem de 1ª série do Ensino
Médio.
[...]o foco deve recair sobre o leitor ou a recepção, e não exclusivamente sobre o autor e a produção. Seu conceito de leitor baseia-se em duas categorias: a de horizonte de expectativa, misto dos códigos vigentes e da soma de experiências sociais acumuladas: e a emancipação, entendida aqui como finalidade e efeito alcançado pela arte, que libera seu destinatário das percepções usuais e lhe confere uma nova visão da realidade.( ZILBERMAN, 2009, p.49)
Para a estética da recepção, o que importa é recuperar a forma de
transferência de realidade em ficção, pois a compreensão desse processo traz uma
definição de como o artista direcionava seu trabalho aos interesses de seu público
e, ao retornar às expectativas e 'nível de experiências' ,o leitor pode aceitá-las,
modificá-las, desejar novas atitudes, posicionar-se diante de ideias ou fatos e até
esclarecer suas opções sejam elas submissas ou revolucionárias.
Nessa perspectiva, os textos literários auxiliam o leitor na compreensão do
mundo em que está inserido, ajudando no processo de superação de suas
necessidades. Desta forma, formar leitores proficientes foi o objetivo da proposta.
2. Abordagens sobre autores e seus respectivos contos
Afonso Henriques de Lima Barreto
Lima Barreto (1881-1922) nasceu no Rio de Janeiro. Conseguiu, com ajuda do
Visconde de Ouro Preto, concluir o curso secundário no colégio Pedro ll e iniciou o
curso de Engenharia, porém foi obrigado a abandonar o curso para trabalhar e
sustentar a família.
Os problemas com a família, as dificuldades financeiras e ainda o sofrimento
trazido pelo preconceito racial do qual foi vítima estão associados à depressão e ao
alcoolismo, fatos que contribuíram para que Lima Barreto se tornasse um crítico
social severo.
O escritor combateu o preconceito racial e a discriminação social do negro e
do mulato. Registrou os acontecimentos da República e em sua obra podemos
observar a crítica pelos episódios da insurreição antiflorianista, a campanha contra
a febre amarela, a política de valorização do café, o governo do marechal Hermes
da Fonseca, a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial.
Em sua obra retrata de forma autêntica a população carioca, de um lado, os
pobre e oprimidos e , do outro lado a burguesia. Como era um grande opositor da
República, utilizou os recursos da ironia, da sátira, da crítica para desmontar o
esquema de sustentação da recém-proclamada República. As mazelas do governo,
a corrupção política e econômica, ali, presentes.
Com um estilo simples objetivo e direto, que contrasta com os estilos literários
conhecidos, Lima é um precursor do Modernismo que na segunda década do século
XX irrompe na cultura brasileira.
Podemos verificar na obra de Lima Barreto uma grande contribuição na
melhoraria da sociedade brasileira que é conseguida por meio de várias denúncias
frequentemente encontradas em seus contos.
O Homem que sabia Javanês
O conto mostra um triste retrato do Brasil e do brasileiro evidenciando a nossa
triste inclinação para o oportunismo e para a improvisação e denuncia um país em
desordem, onde as aparências escondem e protegem os mais variados “Castelos”
do cenário nacional.
A ordem social é minada pela desordem pelas trocas de favores, pelos títulos
importantes que protegem e garantem status. O conhecimento nem sempre é o
mais valorizado. Porque para se ter ascensão na sociedade com rapidez, as
relações com pessoas influentes é o que importa, estar próximo ao poder e construir
uma imagem positiva são mais importantes que o verdadeiro saber.
O personagem “Castelo” sabe que a tal desordem está camuflada pela aparente
ordem e que ambas convivem como as leis, as normas e a burocracia. E pela
malandragem, sabe minar o campo da ordem para tirar proveito. Como ele mesmo
diz: é num “Brasil burocrático e imbecil” que se acham as oportunidades para “as
belas páginas da vida.”
O tema do conto, infelizmente, ainda faz parte de nossa realidade, pois nos
deixamos, impressionar pelas palavras complicadas do médico, pelas bonitas
palavras dos políticos e pela linguagem complicada dos economistas sobre os
problemas econômicos. Porque, hoje, muitas pessoas alcançam lugar de destaque
mais pela malandragem e pelo oportunismo do que pela cultura e pelo
conhecimento.
Com um conteúdo crítico, o que não é raro na sua obra. Mostra de forma
clara a aversão ao culto ao “doutor” no Brasil daquela época, e serve para mostrar
sua crítica à imprensa que trata as pessoas de acordo com os próprios interesses e
sem preocupação com a verdade dos fatos.
Fernando Tavares Sabino
Fernando Sabino, filho do procurador de partes e representante comercial
Domingos Sabino, nasceu a 12 de outubro de 1923, em Belo Horizonte. Aprendeu
a ler em casa, na adolescência trabalhou como locutor de rádio e já escrevia para
revistas da cidade. Trabalhou na Secretaria de Finanças de Minas Gerais, além
de trabalhar como professor de português. Formado em Direito Em 1941, publica no
Rio de Janeiro, o livro de contos “Os Grilos não Cantam mais, seu primeiro
lançamento literário. Em 1956, lança o livro “Encontro Marcado”, obra editada até no
exterior; em 1957, decide viver somente da escrita, lançando livros e escrevendo
para os jornais. Em 1964, é contratado por João Goulart para trabalhar em Londres,
a permanência na Inglaterra o fez correspondente da Copa de 66 para o Jornal do
Brasil. Entre as suas obras mais recentes estão uma biografia da ex-ministra Zélia
Cardoso de Mello, de 1991; e o romance “Os Movimentos Simulados”, de 2004.
Faleceu no dia 11 de outubro de 2004, em sua casa no bairro de Ipanema, após ter
lutado contra um câncer de fígado.
O Homem Nu
É difícil precisar a época em que a história aconteceu, levando em conta
apenas os aspectos observados no conto, pois não há nenhuma referência aos
fatos ocorridos naquele momento histórico. É possível observar apenas dois
aspectos: o padeiro que entrega os pães nas residências e o cobrador que se
dirige à casa dos moradores para fazer a cobrança da prestação da televisão. Os
fatos citados podem levar o leitor a pensar que a história se passou há alguns
anos, pois atualmente é muito difícil encontrar alguém fazendo distribuição de
pães como o fato verificado no texto e, muito menos, um cobrador de aparelhos
eletrônicos, ou de qualquer outro tipo de compra, se dirigir à residência de seus
clientes para receber as prestações.
Escrito em 1960, época cheia de acontecimentos inovadores como: bandas
musicais, roupas extravagantes, meios de transportes, músicas, a própria televisão
e outros. Como o leitor não dispõe de informações específicas para precisar a época
em que a história ocorreu. Cabe ao leitor inferir que a época presente no texto não é
a atual e cabe ao professor o trabalho de fazer com que sua turma faça um
levantamento dos fatos ocorridos naquela década.
O conto O Homem Nu apresenta uma a narração realista, pois o personagem
principal do conto vive uma situação que poderia acontecer a qualquer pessoa do
mundo real e por isso oferece facilidade de compreensão por parte dos leitores. O
próprio Fernando Sabino ao se posicionar sobre o conto teria afirmado que o seu
desejo é que a história acontecesse dentro da mais simples realidade, uma situação
verossímil, cuja nudez pudesse significar um segundo renascimento, ainda que de
forma cômica e excêntrica.
É também possível observar no conto alguns julgamentos que podemos
verificar por meio da polifonia presente no texto, onde muitas vezes a voz do autor
se faz presente, mas logo em seguida a narração é retomada. Há uma mistura de
vozes no conto: autor, narrador, personagens, vozes sociais e que cada instância
desempenha um papel importante no decorrer da narrativa. As vozes do homem nu,
de sua esposa, dos vizinhos e da velha do apartamento vizinho são claras , pois
são personagens que atuam diretamente no texto. Já , as vozes do cobrador, da
empregada, de Franz Kafka, da radiopatrulha são vozes sociais implícitas que
colaboram para tornar o texto mais claro e favorecer a compreensão.
Joaquim Maria Machado de Assis
Machado de Assis(1839-1908) nasceu no Rio de Janeiro. Mestiço, de origem
humilde. Frequentou apenas a escola primária foi obrigado a trabalhar desde a
infância, alcançou alta posição como funcionário público e prestígio social numa
época em que o nosso país ainda era uma monarquia escravocrata. Começou a
publicar seus escritos em vários jornais e revistas. Na década de 1860, escreveu
toda as suas comédias e os versos ainda românticos de Crisálidas. Jornalista,
crítico literário, crítico teatral, teatrólogo, poeta, cronista, contista e romancista.
O conto machadiano traz vários tipos de análise e um modo particular de ver
os fatos. Machado utiliza também o conto para retratar a sociedade da época e
consegue revelar os vários lados do ser humano.
Pai contra Mãe
O conto pode servir como uma representação de uma pequena parte da
grande produção literária do escritor. Ao observarmos vários aspectos nesse conto
fica evidente a ironia em seu modo de retratar a realidade e na narração, podemos
observar tom irônico presentes nas personagens por meio de nomes que são
opostos ao modo de pensar e agir. Exemplo disso e o nome “Cândido” que significa
puro e ingênuo, apondo-se à figura do protagonista apresenta uma caráter
duvidoso e um comportamento estúpido. Já, “Clara”, mulher de “Cândido” é
submissa e sem ação , não corresponde ao significado de seu nome que significa
evidente, visível . E sendo ela completamente dominada pelo marido acaba
legitimando a vida medíocre e sem perspectivas. A vida miserável das personagens,
com suas grandes dificuldades, vivendo em total dependência dos outros. Onde os
escravos são tratados como mercadorias, pois não passam de meros objetos e
presos ao sistema capitalista. Machado ironiza a hipocrisia presente na sociedade
retratada daquela época que tenta através de mandos e desmandos dominar os
oprimidos, como se pudesse conseguir o total controle. E desta forma podemos
observar o contraste entre personagens, e uma luta onde o mais forte, apesar de
uma moral cheia de insegurança e de um frágil sistema emocional, consegue sair
vitorioso. Machado não se contentou em apenas contar histórias, ele as transformou
em instrumentos ideológicos, que podemos verificar no dramático final do conto em
que o aborto de Arminda é insignificante para o protagonista e assim combate o
sistema de escravidão (sistema capitalista) com uma linguagem cheia de ironia.
Luis Fernando Veríssimo
Escritor e também jornalista, Veríssimo nasceu na cidade de Porto alegre, em
1936. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seus estudos no Instituto
Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá por
dois anos, em virtude do trabalho de seu pai seu pai. Voltou ao Brasil e sua estréia
na literatura se dá em 1973 com o livro de crônicas "O Popular". Daí não parou
mais: hoje, tem mais de quarenta títulos publicados. Foi colaborador de
importantes jornais, como Zero Hora, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil. Na
televisão forneceu material para a famosa série "Comédias da Vida Privada", entre
outros trabalhos. O autor é conhecido e admirado por suas obras repletas de
humor.
Possui textos de ficção e crônicas publicadas nas revistas Playboy, Cláudia,
Domingo (do Jornal do Brasil), Veja, e nos jornais Zero Hora, Folha de São Paulo,
Jornal do Brasil e, a partir de junho de 2.000, no jornal O Globo.
Além de contribuir diariamente com textos para revistas e jornais de todo o
país, parte de seu trabalho está reunido em livros, que figuram na lista dos mais
vendidos atualmente. É cronista, romancista, contista, cartunista e músico, mas é na
crônica que se destaca. Os textos de Veríssimo exploram os mais diversos
aspectos, e trazem mensagens que não são vistas pelo leitor logo de imediato, é
preciso uma leitura eficaz para compreender o que está implícito. Seus textos não
querem mostrar soluções para os problemas abordados, mas levar o leitor a uma
reflexão e uma análise crítica a realidade na qual está inserido. Veríssimo em seus
textos, denuncia padrões sociais pré-estabelecidos que, muitas vezes, impede o ser
humano a agir de acordo com sua vontade para torna-se um alienado e, por isso
passa a uma aceitação passiva, sem direito a contestação. Por meio de diálogos
leves e irônicos, Veríssimo nos apresenta muitas situações que envolvem o
cotidiano de forma crítica. E é, justamente, o fato de retratar a realidade das
pessoas no dia a dia que faz de Veríssimo um grande escritor.
O “Conto de Verão n. 2: Bandeira Branca”
É um texto narrativo que apresenta o envolvimento amoroso de dois jovens
que se relacionam desde criança, de forma irônica e bem humorada que é a grande
característica do autor. Veríssimo retrata momentos da infância e da adolescência
aparentemente sem muita importância, mas que na vida adulta torna-se verdadeiro
tormento na vida de um dos personagens. O casal se encontra somente nos bailes
de carnaval durante anos seguidos, onde ocorrem brincadeiras e algumas trocas de
carinhos, e isto, por vários anos tendo como resultado a afetividade, mas pelo
trabalho do pai da garota, (sistema capitalista) a família vai morar em uma cidade
distante e ocorre a separação definitiva. É na vida adulta que aparecem as
frustrações, narradas num tom melancólico e com uma pitada de humor. O conto é
um retrato da vida humana, contada de forma comovente com certa dose de humor.
No conto o narrador-personagem, Píndaro, faz a pergunta: "mudou o carnaval ou
mudamos nós"? Com o passar do tempo tudo muda e não é preciso de muitas
reflexões para percebermos que a existência está muito ligada a questão do tempo.
Nesta perspectiva, “temos como parâmetros os confetes, as serpentinas, as
fantasias e o ritmo das marchinhas carnavalescas”. E de máscaras e fantasias a
vida de cada um vai sendo construída e de vez em quando a dura realidade com
suas surpresas e desilusões.
3. Contribuições do GTR
O Projeto foi apresentado ao GTR , realizado em 2010, contendo as
possibilidades de intervenção na escola, onde foi colocado em discussão o processo
de implementação. Os participantes contribuíram com sugestões de atividades e
enriqueceram o trabalho com novos conhecimentos adquiridos com base em suas
experiências. Foi uma troca de experiência significativa, pois ficou claro que
independente da classe, é possível realizar um trabalho com resultados satisfatório.
Já finalizando o GTR, foi encaminhado aos participantes o caderno pedagógico
em construção para que analisassem o conteúdo. Os participantes atenderam ao
pedido e responderam com palavras de incentivo e aprovação.
No Caderno Pedagógico os contos, já citados, apresentam ligações com
outras tipologias textuais, poema, pintura, música e simulação de julgamento.
Trabalhando questões sobre a grande influência do capitalismo na vida das pessoas
tanto no passado como no presente. Estabelecendo ligação com História e Artes.
Dentre as tipologias textuais , escolhemos para a intertextualização: “A criação
de Adão”, de Michelangelo, “Balada do amor através das Idades”, de Carlos
Drummond de Andrade, “Bandeira Branca”, de Dalva de Oliveira. Também fomos
conhecer a sala de julgamento do Fórum da cidade e ouvir explicações sobre os
trabalhos ocorridos no local.
Ao término do trabalho, chegamos às propostas de algumas atividades para
trabalhar a leitura e interpretação dos contos selecionados. E construímos um
Caderno Pedagógico contendo quatro Oficinas para serem realizadas e
apresentamos para os professores do Colégio Estadual Brasílio de Araújo, em
reunião, no início do segundo semestre, antes da implementação para que
pudessem fazer uma apreciação do trabalho que resultou na aprovação de todos os
presentes.
Durante a implementação existiram problemas, dificuldades, visto que, os
alunos precisaram pesquisar para que pudessem ampliar seus conhecimentos e,
desta forma, poder posicionar-se de modo coerente e lógico diante dos temas
abordados. Mas, com o apoio da equipe pedagógica, dos colegas e direção os
obstáculos foram sendo superados e trazendo bons resultados.
4. Implementação do Caderno Pedagógico
Implementação da Oficina 1 - O Homem nu – 1960 . Fernando Sabino
Para iniciar o trabalho com o conto , tornou-se necessário fazer uma
comparação entre conto e crônica para perceber sua semelhanças e diferenças,
bem como, fazer um estudo dos elementos presentes em um conto: narrador,
personagens, enredo e etc.
Em seguida, foi trabalhado o conto “ O homem nu” ( Fernando Sabino)
numa relação com a imagem “A criação de Adão” (Michelangelo) e depois das
leituras, análises e compreensão dos textos finalizamos esta “Oficina” com um
debate para discutirmos sobre valores sociais : honestidade, honra, compromisso e
outros.
Foi possível perceber o interesse pela leitura e o envolvimento de todos os
alunos na realização das atividades.
IImplementação da Oficina 2 - Conto de verão nº 2 Bandeira Branca – 1999. Luís Fernando Veríssimo
Estabelecemos ligação com o poema “Balada do Amor através das Idades”
(Carlos Drummond de Andrade) e um vídeo da música “ Bandeira Branca” ( Dalva
de Oliveira). Neste trabalho, desenvolvemos as seguintes atividades: dinâmica
(brincadeira com as palavras) para a compreensão das palavras difíceis; leitura
dramatizada; exercícios estruturais para a compreensão dos textos e a construção
de outro desfecho para o conto; leitura oral dos diferentes desfechos produzidos
pelos alunos.
Pela concentração na leitura e interesse na realização das atividades, houve
participação de todos os alunos da sala numa demonstração de ótimo
aproveitamento.
Implementação da Oficina 3 - Pai contra Mãe – 1906. Machado de Assis
Para iniciar esta “Oficina”, construímos um mural com figuras de pessoas
negras famosas no Brasil e no mundo, como o texto apresenta um vocabulário mais
“requintado” houve necessidade de fazer uma pesquisa prévia dos significados que
foi como tarefa para casa. Na aula seguinte, fomos para a leitura do texto “ Pai
contra Mãe”. Em seguida , houve a construção de um paralelo entre o
comportamento de Cândido Neves e escrava . Foi possível, também, fazer uma
comparação entre o comportamento humano nos diferentes relacionamentos
sociais no final do século XIX com os dias atuais. Depois, fomos conhecer o
interior do Fórum da cidade, onde os alunos puderam fazer perguntas,
principalmente, sobre julgamentos. Em outra aula, fizemos leitura de um texto
informativo sobre a ordem do julgamento do casal Nardoni. E, para finalizar,
fizemos “o julgamento” de Cândido Neves (personagem do texto) e para isto
organizamos a sala de aula como a sala observada no Fórum da cidade.
Implementação da Oficina 4 - O homem que sabia javanês – 1911. Lima Barreto
Cada aluno recebeu uma palavra desconhecida e quem conseguisse
acertar o significado faria um ponto e poderia eliminar alguém do jogo. Cada aluno
trocava de palavra até passar por todos. Em seguida , cada aluno recebeu o
conto “O homem que sabia javanês” e com a ajuda de um dicionário fizeram a
primeira leitura. ( fazendo anotações)
Na aula seguinte, fizemos a leitura oral do texto e,posteriormente,
atividades de análise do texto: elementos presentes no conto e atividades de
interpretação do texto. ( Através das atividades os alunos puderam perceber que o
texto continua servindo para denunciar as mazelas da nossa sociedade:
oportunismo, corrupção e etc. )
Para finalizar o trabalho, fizemos a sessão pipoca. Assistimos a minifilmes
( contos transformados em filmes bem curtos ), dando oportunidade para que cada
aluno pudesse expressar suas ideias sobre os vídeos e textos estudados durante
a implementação deste trabalho.
Com a conclusão da Implementação da Proposta de Intervenção na escola,
que ocorreu no segundo semestre de 2010, e consistiu na aplicação do material
didático produzido, na 1ª série do Ensino Médio , solicitamos aos alunos que se
manifestassem sobre a realização do trabalho. Segundo eles, foram momentos em
que adquiriram conhecimentos de forma diferente e mais interessante. Que as
aulas terminavam de forma rápida e gostaram tanto das leituras e quiseram ler
outros contos dos mesmos autores.
Com o apoio de todos os companheiros de trabalho ficou evidente a
importância da leitura que foi muito destacada pelos professores. Sobre isso
comenta Locatelli:
(...)”quanto mais lemos, mais ampliamos nossos horizontes e nossas competências de estabelecer referências entre os textos lidos. E é a partir daí que podemos perceber as relações de semelhanças e diferenças entre um texto e outro, tornando assim a leitura mais atraente e repleta de expectativas”. (LOCATELLI, 2007).
5.Considerações finais
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é, sem dúvida, um
programa excelente, por oportunizar aos professores da Rede Pública de Ensino do
Paraná um retorno às Instituições de Ensino Superior, onde ocorre grande interação
entre as pessoas envolvidas no curso, e isso faz do PDE um programa eficaz na
busca de qualidade no processo educacional, pois ao retornar às Universidades, o
professor passa a refletir, de forma mais consciente, a sua própria prática, e tudo
isso vem servir de motivação para buscar novos conhecimentos para trabalhar com
o ensino da leitura de forma mais atraente e realista. Fazer com que o aluno passe
a gostar de ler é um grande desafio, pois é comum ouvirmos que o aluno não gosta
de ler, porque a leitura não faz sentido. As contribuições recebidas durante os dois
anos de estudo foram de grande valor, pois ofereceram conhecimentos para que
pudéssemos refletir a nossa prática e também para que pudéssemos olhar para os
textos de forma diferente e isso nos impulsionaram a um grande conhecimento do
tema escolhido e que foi acontecendo ao longo do processo e de forma gradativa
desde o primeiro encontro e finalizando com este artigo.
6. CRONOGRAMA
2º e 3º períodos do PDE – 2009/2010
atividades dezembro fevereiro março abril maio junhoOrientações x x x x x xElaboração do Projeto
x x x
Entrega do Projeto
x
Elaboração do material didático
x x x x x x
Aplicação do Projeto de intervenção
x
Atividades julho agosto setembro outubro novembro dezembroOrientações x x x x x xElaboração do material didático
x
Aplicação do Projeto de intervenção
x x x x x x
Entrega do material didático
x
7. Referências Bibliográficas
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Martins Fontes. São Paulo, 1972.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividades de linguagens, texto e discurso. Por um
interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Raquel Machado e Péricles Cunha. São
Paulo: Educ, 1997/1999.
CORTAZAR, Júlio. Alguns Aspectos do Conto.In: Valise de Cronópio. São Paulo,
Perspectiva, 2006;
GOTLIB, Nádia Batella. Teoria do conto. Ática. 5ª ed. São Paulo, 1990.
KAUFMAN, Ana Maria; Rodrigues, Maria Helena. Escola, leitura e produção de
textos. Porto Alegre: Artmed, 1995.
LAJOLO, Marisa. O texto em sala de aula. In Zilberman, Regina (org.). Leitura em
crise na escola. Porto Alegre: Mercado Aberto,1982.
MAGNANI, Maria do rosário M. Leitura, literatura e escola: sobre a formação do
gosto. São Paulo: Martins Fontes, 1989;
MORICONI, Ítalo (org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001;
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a escola
pública do Estado do Paraná. 2 ed. Curitiba: SEED, 1992.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da rede pública
de educação básica do Estado do Paraná – Língua portuguesa. Curitiba: SEED,
2008.
ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção e história da literatura. São Paulo: Ática,
2009.
SITES CONSULTADOS
http://www.culturabrasil.pro.br/biografias.htm
http://machadodeassis.net/download/numero03/num03artigo08.pdf
http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luis_Fernando_Verissimo