DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · Sabe-se que o ato de jogar e brincar é tão antigo...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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JOGOS E BRINCADEIRAS: UM RESGATE PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

BONATTI, Marta1 SILVA JÚNIOR, Arestides Pereira da2

RESUMO

Os jogos e brincadeiras fazem parte dos conteúdos estruturantes propostos pelas Diretrizes Curriculares Educacionais da disciplina de Educação Física e compõem um conjunto de possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de intensificarem a curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas diferentes atividades. Desta forma, o objetivo do presente estudo é apresentar através de um relato de experiência os resultados do projeto de intervenção denominado “Jogos e brincadeiras: um resgate para alunos do Ensino Fundamental”, bem como a importância do conteúdo Jogos e Brincadeiras nas aulas de Educação Física. O referido projeto foi desenvolvido com 30 alunos da 5ª série ‘A’ do turno matutino do Colégio Estadual Flor da Serra – Ensino Fundamental e Médio no município de Realeza – PR. O desenvolvimento do projeto foi realizado em três módulos. No Módulo I, tratou de fundamentar o estudo bibliográfico dos jogos e brincadeiras no contexto escolar, bem como, relatar a importância da Educação Física para o desenvolvimento sadio do educando. Neste mesmo módulo, foi realizada uma pesquisa de campo, procurando levantar os tipos de jogos, brinquedos e brincadeiras que os pais dos alunos faziam para se divertir na sua infância. No módulo II, foram confeccionados pelos alunos os tipos de jogos e brincadeiras selecionados. No módulo III, aconteceu a interatividade e socialização dos alunos das 5ª séries com os outros das demais turmas do colégio demonstrando a importância destes jogos e brincadeiras para o desenvolvimento sadio do indivíduo. Depois de confeccionados os jogos e brincadeiras, os alunos expuseram os materiais aos outros alunos das demais turmas da escola. Conclui-se a partir do desenvolvimento deste projeto os alunos puderam vivenciar e refletir sobre a importância do resgate de Jogos e Brincadeiras nas aulas de Educação Física. Palavras-chave: Jogos, brincadeiras, infância, Educação Física. 1 Professora PDE 2009, Graduada em Educação Física pela FACEPAL de Palmas (PR), Pós-graduada em Treinamento Desportivo pela UNIOESTE de Marechal Cândido Rondon, atua no Colégio Estadual de Flor da Serra – Ensino Fundamental e Médio. 2 Mestre em Educação Física (USJT). Graduado em Educação Física (UNIOESTE). Docente do Curso de Educação Física da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, as crianças preferem ficar no videogame, internet, usando celular,

do que brincar com colegas, bolas, sucatas e outros, que por elas já são considerados

obsoletos. Atualmente há uma valorização da tecnologia e uma desvalorização das

atividades físicas e consequentemente um esquecimento de brincadeiras que são

fundamentais para o desenvolvimento geral das crianças. Desta forma, resgatar jogos e

brincadeiras torna-se importante para que as crianças tenham o seu desenvolvimento

estimulado na plenitude.

O brincar faz parte não só do universo infantil da criança, mas do mundo do

adulto também. Quem não tem saudades e um pouco de inveja, ao observar crianças

brincando livremente, vendo a alegria, a espontaneidade com que executam as

atividades lúdicas que tanto gostam? Nessas brincadeiras vê-se que o jogo é sério e

prazeroso ao mesmo tempo.

Os jogos e brincadeiras mudaram muito desde o começo do século até os dias

atuais, em todos os países em qualquer cultura, em todos os contextos sociais, mas o

prazer de brincar - este não mudou.

Sabe-se que o ato de jogar e brincar é tão antigo quanto o próprio homem, na

sua essência o jogo e a brincadeira fazem parte inerente da vida dos mamíferos. Neste

ínterim, o ensino quando se utilizam os meio lúdicos é capaz de criar ambientes

gratificantes e atrativos para o aluno servindo como base estimulante para o

desenvolvimento integral da criança envolvida neste processo de ensino-aprendizagem.

Piaget (1976) reforça que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades

intelectuais no desenvolvimento sadio da criança. Ele afirma que:

O jogo é portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil (PIAGET, 1976, p.160).

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O jogo e a brincadeira devem ser usados por nós, educadores, para que se

possa ajudar o aluno no desenvolvimento de seu raciocínio lógico, já que somos

sabedores que o lúdico pode estar presente na aprendizagem e no desenvolvimento,

sem esquecer que a principal importância é conhecer sua aplicação na escola.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação Física do

Paraná (DCEs, 2008), a cultura corporal e a ludicidade fazem parte como elementos

articuladores que ganham relevância porque, ao vivenciar os aspectos lúdicos que

emergem das e nas brincadeiras, o aluno torna-se capaz de estabelecer conexões

entre o imaginário e o real, e de refletir sobre os papéis assumidos nas relações em

grupo. Reconhece e valoriza, também, as formas particulares que os brinquedos e as

brincadeiras possuem em distintos contextos e diferentes momentos históricos, nas

variadas comunidades e grupos sociais.

Dessa maneira, a ludicidade, como elemento articulador da DCEs, apresenta-se

como uma possibilidade de reflexão e vivência das práticas corporais em todos os

Conteúdos Estruturantes, desde que não esteja limitada a uma perspectiva utilitarista,

na qual as brincadeiras surgem de modo descontextualizado, em apenas alguns

momentos da aula, relegando o lúdico a um papel secundário.

Segundo Negrine (1994, p.20), em estudos realizados sobre aprendizagem e

desenvolvimento infantil, observa-se que "quando a criança chega à escola, traz

consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas

através da atividade lúdica".

Desta forma, a partir dos princípios anteriormente expostos, onde o professor

deverá contemplar o jogo e a brincadeira como princípio norteador das atividades

didático-pedagógicas, possibilitando às manifestações corporais encontrarem

significado pela ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o seu

próprio mundo. Neste contexto, emergem duas questões centrais de investigação do

presente estudo: Se os jogos e as brincadeiras infantis cooperam para o

desenvolvimento e aprendizagem da criança, por que os educadores têm dificuldades

em adotá-las em seus planejamentos educativos? Como colocar em prática uma

proposta de jogos e brincadeiras nas aulas de Educação Física?

4

Sendo assim, o objetivo do presente estudo é apresentar através de um relato de

experiência os resultados do projeto de intervenção denominado “Jogos e brincadeiras:

um resgate para alunos do Ensino Fundamental”, bem como a importância do conteúdo

Jogos e Brincadeiras nas aulas de Educação Física.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 HISTÓRICO DOS JOGOS E BRINCADEIRAS

Em nossa sociedade civil organizada, os jogos e brincadeiras tradicionais infantis

(queimada, jogo de pião, ciranda cirandinha, cabra-cega, pedrinhas, amarelinha, pega-

pega, entre outros), que encantavam e faziam parte de nosso dia-a-dia, estão sendo

deixados de lado devido a diversos fatores, dentre os quais destacam-se: à influência

da televisão, dos jogos eletrônicos e da internet. As ruas, jardins, quintais e as calçadas

deixaram de ser os espaços atrativos para a criança brincar.

Neste ínterim, Kishimoto (1999), reforça que os jogos e brincadeiras tradicionais

são importantes na educação e socialização da criança, pois brincando e jogando a

criança estabelece vínculos sociais, ajusta-se ao grupo e aceita a participação de

outras crianças com os mesmos direitos e deveres que ela. Obedece, ainda, às regras

traçadas pelo grupo, como também propõe suas modificações; aprende a ganhar e a

perder.

Segundo Cascudo (1984) e Kishimoto (1999), os jogos e brincadeiras

tradicionais infantis fazem parte de nossa cultura popular, expressando a espiritualidade

de um povo em uma determinada época histórica, sendo transmitidos pela língua oral e

sempre estão em transformação, incorporando as criações anônimas de geração para

geração.

Cascudo (2001) afirma que grande parte das práticas lúdicas da infância

brasileira – adivinhas, parlendas, cantigas de roda, histórias de príncipes, rainhas,

assombrações, bruxas e brinquedos, como a pipa, o pião, o bodoque e os jogos de

5

pedrinhas, a amarelinha, entre outros – foram trazidas pelos portugueses e fazem parte

da cultura européia e, por isso, segundo Amado (2005), estão gradativamente entrando

em declínio devido:

(...) primeiramente, a cedência a modas ditadas pelas classes cultural e economicamente favorecidas, e ao seu desejo de ostentação e de luxo, depois ao consumismo desenfreado de produtos acabados e de fácil aquisição que, no entanto, retiram à criança o prazer de descobrir, de inventar, de fazer e de partilhar (p.306).

Desta forma, o ensino transmitido por meio das brincadeiras tornam-se um

método eficiente para ampliar o crescimento intelectual e afetivo das crianças, visto que

nesta fase do desenvolvimento é muito importante que os alunos se envolvam com o

processo de ensino-aprendizagem, pois o tempo de atenção nesta idade é bastante

curto. Uma das brincadeiras mais utilizadas para este objetivo é o jogo (AMADO, 2005).

2.2 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DO

EDUCANDO

Para termos de esclarecimento, torna-se importante salientar que no presente

estudo foi utilizada a palavra jogo para referir-se ao termo "brincar", que é um vocábulo

predominante em nossa língua materna. A palavra "jogo" se origina do vocábulo latino

ludus, que significa diversão, brincadeira. Portanto, todo jogo é considerado um meio

prazeroso de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e

enriquecido, no desenvolvimento das suas inteligências múltiplas e aprendizado no

ambiente escolar (KISHIMOTO, 1997). Vale reforçar que todo jogo e brincadeira infantil

tornam-se um importante meio para o desenvolvimento da aprendizagem da criança.

Independente de época, cultura e classe social, os jogos e os brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde a realidade e o faz-de-conta se confundem (KISHIMOTO, 1997, p. 65).

6

Neste campo de estudo, destacam-se pesquisadores como: Piaget, Kishimoto,

Wallon, Fröbel, Vygotsky, Montaigne e Montessori que realizaram diversos estudos e

experiências que como resultado contribuíram para o desenvolvimento e socialização

do ser humano.

Henri Wallon, estudioso do jogo infantil juntamente com suas pesquisas na área

de Psicologia Genética, procura evidenciar o caráter emocional em que os jogos se

desenvolvem, e seus relativos aspectos na socialização da criança durante sua fase de

desenvolvimento.

Ressaltam-se as contribuições de Fröbel (apud BLOW, 1991), que foi o primeiro

filósofo a justificar o uso do ato de brincar para educar crianças em idade pré-escolar,

teorizando que o brinquedo permite o estabelecimento de relações entre os objetos do

mundo cultural e a natureza, inter-relacionados pelo emocional do ser.

Para Kishimoto (1993, p. 15), “os jogos tradicionais, enquanto manifestação

espontânea da cultura popular tem a função de perpetuar a cultura infantil e

desenvolver formas de convivência social”.

Vygotsky (1991) desenvolveu a teoria da Zona de Desenvolvimento Proximal

(ZDP – nível de desenvolvimento, no qual a criança imagina e resolve situações com

auxílio de outras pessoas, para mais tarde resolver sozinha), e trata o papel dos jogos

na aprendizagem e no desenvolvimento infantil, realçando a função do jogo no

desenvolvimento emocional e social da criança, proporcionando a construção do

conhecimento e a interação entre os indivíduos em sociedade.

É notável que a criança comece com uma situação imaginária que, inicialmente, é tão próxima da situação real. O que ocorre é uma reprodução da situação real. Uma criança brincando com uma boneca, por exemplo, repete quase exatamente o que sua mãe faz com ela. Isso significa que, na situação original, as regras operam sob uma forma condensada e comprimida. Há muito pouco de imaginário. É uma situação imaginária, mas é compreensível à luz de uma situação real que, de fato, tenha acontecido. O brinquedo é muito mais a lembrança de alguma coisa que realmente aconteceu do que imaginação. É mais a memória em ação do uma situação imaginária nova (VYGOTSKY, 1991, p. 117).

Lopes (2000) argumenta a importância dos jogos para o desenvolvimento infantil:

7

O jogo para a criança é o exercício, é a preparação para a vida adulta. A criança aprende brincando, é o exercício que a faz desenvolver suas potencialidades [...] Enquanto a criança está simplesmente brincando, incorpora valores, conceitos e conteúdos [...] A proposta é ir além do jogo, do ato de jogar, para o ato de antecipar, preparar e confeccionar o próprio jogo antes de jogá-lo, ampliando desse modo à capacidade do jogo em si a outros objetivos, como profilaxia, exercício, desenvolvimento de habilidades e potencialidades e também na terapia de distúrbios específicos de aprendizagem (LOPES, 2000, p. 35-36).

Piaget (1973), aponta três categorias de jogos infantis:

a) jogos de exercícios: do nascimento até por volta dos 18 meses, quando

inicia o surgimento da linguagem, sendo aquela em que a criança repete

uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos;

b) jogos simbólicos: do surgimento da linguagem até aproximadamente 6/7

anos, são aqueles que satisfazem a necessidade da criança de não

somente relembrar o mentalmente acontecido, mas de executar a

representação; e,

c) jogos de regras: dos 6/7 anos em diante são transmitidos socialmente de

criança para criança e por conseqüência vão aumentando de importância,

de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social.

Segundo Brougère (1998), Piaget não estudou apenas o jogo por si mesmo, mas

também a brincadeira e como ela se constitui em uma das raras atividades

espontâneas da criança, permitindo a leitura de suas representações, o jogo foi

utilizado para que Piaget pudesse entender melhor o desenvolvimento infantil.

Durante muito tempo confundiu-se "ensinar" com "transmitir" e, nesse contexto, o aluno era um agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor. A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por material pedagógico. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes. É nesse contexto que o jogo ganha um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno. O jogo ajuda-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem (VALENTIN, 2009, s.p.).

Já Antunes (2000), voltou seus estudos para o levantamento e mapeamento nas

áreas das inteligências que podem ser estimuladas através da utilização de um jogo ou

8

brincadeira infantil, de natureza material ou até mesmo verbal. Antunes foi o precursor

das dimensões: lingüística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésico-corporal,

naturalista, intrapessoal e interpessoal. Na área de inteligência lingüística temos como

exemplos o jogo da forca, bingo gramatical e telefone sem fio. Na inteligência lógico-

matemática o dominó, jogos das tampinhas, jogo das formas e baralho de contas. Na

inteligência espacial temos o jogo da sucessão, jogo da memória e damas (VALENTIN,

2009).

No contexto estudado, os jogos educativos e as brincadeiras infantis

caracterizam-se por serem as atividades que estimulam a formação integral da criança

e o seu comportamento, incutindo o senso de responsabilidade, de respeito e

organização, motivando a interação através da comunicação e socialização que todo o

conjunto dessas atividades trazem ao indivíduo.

2.3 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

A Educação Física, como qualquer outra disciplina compreende uma unidade

curricular da educação básica e que possui conteúdos específicos da sua área,

colaborando para a formação integral do indivíduo.

Todos os tipos de atividades físicas presentes em nossa cultura (jogos, danças,

ginástica, esportes, lutas e outras), influenciam o comportamento do indivíduo, no

cotidiano das pessoas, nos momentos de lazer, na atuação profissional ou na mídia. Na

escola, o ensino da Educação Física pode e deve incluir a vivência de todas essas

modalidades como conteúdos escolares, possibilitando aos alunos compreenderem,

participarem e transformarem a realidade em que vivem.

A Educação Física escolar tem sido vista como um componente curricular

preocupado em ensinar apenas o “saber fazer”, constituído de atividades e habilidades

motoras. O “saber fazer”, ou seja, ser capaz de realizar com eficiência atividades e

habilidades motoras, constituem a dimensão procedimental do conhecimento a ser

ensinado nas aulas de Educação Física (FREIRE, 1999).

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A Educação Física é um componente importante na construção do

desenvolvimento do indivíduo, na medida em que seu objeto de estudo é a produção

cultural da sociedade, da qual os cidadãos têm o direito de se apropriar. A Educação

Física compreende a área de conhecimento da cultura corporal de movimento e a

Educação Física escolar como uma área ou disciplina que introduz e integra o aluno

nesta área da cultura (OLIVEIRA, 2001).

Isso teria ocorrido em parte, porque numa certa perspectiva o esporte codificado, normatizado e institucionalizado pode responder de forma bastante significativa aos anseios de controle por parte do poder, uma vez que tende a padronizar a ação dos agentes educacionais, tanto do professor quanto do aluno; noutra, porque o esporte se afirmava como fenômeno cultural de massa contemporâneo e universal, afirmando-se, portanto, como possibilidade educacional privilegiada. Assim, o conjunto de práticas corporais passíveis de serem abordadas e desenvolvidas no interior da escola resumiu-se à prática de algumas modalidades esportivas. As práticas escolares de Educação Física passaram a ter como fundamento primeiro à técnica esportiva, o gesto técnico, a repetição, enfim, a redução das possibilidades corporais a algumas poucas técnicas estereotipadas (OLIVEIRA, 2001, p. 33).

A perspectiva esportiva da Educação Física escolar recebeu uma forte crítica da

corrente da psicomotricidade cujos fundamentos se contrapunham às perspectivas

teórico-metodológicas baseadas no modelo didático da esportivização (DCE, 2008,

p.43). Tais fundamentos valorizavam o desenvolvimento e a formação integral da

criança, através de aspectos cognitivos, afetivos e motores.

Baseada na interdependência do desenvolvimento cognitivo e motor, (a abordagem psicomotora) criticam o dualismo predominante na Educação Física, e propõe-se, a partir de jogos de movimento e exercitações, contribuir para a Educação Integral [...] Com a Psicomotricidade, temos um deslocamento da polarização da Educação do movimento para a Educação pelo movimento, ficando a primeira nitidamente em segundo plano. (BRACHT, 1992, p. 27)

A Educação Física escolar deve considerar a diversidade como um princípio que

se aplica à construção dos processos de ensino e aprendizagem e orienta a escolha de

objetivos e conteúdos, visando a ampliar as relações entre os conhecimentos da cultura

corporal de movimento e os sujeitos da aprendizagem (DCEs, 2008). Busca-se legitimar

as diversas possibilidades de aprendizagem que se estabelecem com a consideração

das dimensões afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos.

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3 METODOLOGIA

Este estudo objetivou apresentar através de um relato de experiência os

resultados do projeto de intervenção denominado “Jogos e brincadeiras: um resgate

para alunos do Ensino Fundamental”, bem como a importância do conteúdo Jogos e

Brincadeiras nas aulas de Educação Física. O referido projeto foi desenvolvido com 30

alunos da 5ª série ‘A’ do turno matutino do Colégio Estadual Flor da Serra – Ensino

Fundamental e Médio, entre os meses de abril a novembro de 2010.

Nesta perspectiva em estudo, o uso de materiais alternativos (sucatas e

recicláveis) e construtivos foram um dos meios para a elaboração e confecção desses

brinquedos e brincadeiras, conhecendo e valorizando as culturas regionais e locais,

fazendo uso da pesquisa de campo e bibliográfica.

Os materiais utilizados para a elaboração e confecção desses brinquedos e

brincadeiras, foram os seguintes: papel cartaz, dobradura, EVA, isopor, cola-quente,

tinta-guache, retalhos de roupas, caixas de papel e papelão, litros descartáveis, latas de

diversos tamanhos, cola (branca, com glitter, alto-relevo), fitas adesivas, lápis de cor,

canetinhas, pincéis, aparelho de som, TV Pendrive e massa de textura para madeira.

Esses materiais foram adquiridos pela escola e utilizados pelos alunos.

Como espaço físico para o desenvolvimento dessas atividades delimitou-se o

saguão do colégio e a quadra de esportes do referido estabelecimento escolar.

De acordo com o previsto, durante a implantação do referido estudo, entre os

meses de abril a novembro de 2010, realizaram-se diversas atividades de resgate de

jogos e brincadeiras, dividindo assim as atividades e os períodos de realização.

Na primeira quinzena do mês de abril de 2010, foi realizada a fase da pesquisa

bibliográfica sobre jogos e brincadeiras infantis.

Na segunda quinzena do mês de abril de 2010, o aluno desenvolveu a pesquisa

de campo (entrevista com pais dos alunos envolvidos – ver anexo 1), sobre os tipos de

jogos e brincadeiras que realizavam em sua infância.

A delimitação e escolha dos jogos e brincadeiras infantis que foram

confeccionados se realizou no mês de maio de 2010.

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Na primeira quinzena do mês de junho de 2010, efetuou-se o recolhimento de

materiais (sucatas e outros) pelos alunos.

A partir da segunda quinzena do mês de junho e o mês de agosto de 2010,

foram confeccionados os jogos e brincadeiras infantis delimitados para este estudo.

Entre os meses de setembro e outubro de 2010, realizou-se a interação dos

alunos da 5ª série com os outros alunos de 6ª, 7ª e 8ª séries do Colégio Estadual Flor

da Serra – Ensino Fundamental e Médio, para demonstração dos jogos e brincadeiras

confeccionados.

Finalizando, no mês de novembro de 2010, com a montagem da exposição dos

jogos e brincadeiras infantis confeccionados pelos alunos da 5ª série.

Como fonte de resgate, delimitaram-se os seguintes jogos e brincadeiras para

confecção com os alunos: batalha musical, bilboquê, desenhar e pintar amarelinhas,

confeccionar vai-e-vem, brincando de pique-bandeira, pinatã, queimada, cabo de

guerra, taco ou betes, corrida do saco, dança, cantigas de roda, brincadeiras e canções

juninas, confeccionar pipas, xadrez gigante, open de xadrez, teatro de sombras,

confecção de pernas de pau, bola de meia, jogo das cinco-maria, e, jogo de palitos.

As atividades de pesquisa bibliográfica foram realizadas em livros, sites, revistas

e artigos para a descrição dos aspectos teóricos abordados; e pesquisa de campo para

a coleta dos dados práticos necessários, tais como, tipos de jogos e brincadeiras

infantis antigas e, uso do material reciclado e sucata para confecção dos brinquedos.

Sendo que através do estímulo provocado com a pesquisa e confecção dos

referidos materiais espera-se que favoreça os comportamentos interativos entre os

alunos a fim de que possam reconhecer as limitações dos elementos competitivos,

abordando e discutindo a origem e história dos jogos e brincadeiras no transcorrer do

tempo, aprimorando e desenvolvendo a liberdade de expressão corporal e a

criatividade no brincar.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O desenvolvimento do referido estudo aconteceu em três situações distintas, que

podem ser delimitados por três módulos, expostos a seguir.

No Módulo 1, tratou de fundamentar o estudo bibliográfico dos jogos e

brincadeiras no contexto escolar, bem como, relatar a importância da Educação Física

para o desenvolvimento sadio do educando. Neste mesmo módulo, faz-se a pesquisa

de campo, procurando levantar os tipos de jogos, brinquedos e brincadeiras que os pais

dos alunos faziam para se divertir na sua infância.

A pesquisa de campo culminou com dados valiosos para se conhecer a

realidade dos pais dos alunos envolvidos na pesquisa sobre os jogos e brincadeiras

que tinham em sua infância.

Na questão 1, os jogos ou brincadeiras que mais se destacaram nas respostas

foram: Amarelinha, Pega-pega, Pula corda, Caçador ou queimada, Esconde-esconde,

Elástico, Ovo choco, Pular tábua, Construir casinha no meio do potreiro, Passar anel,

Bola de meia, Peteca, Cantar, Carrinho de rolimã, Cabra-cega, Pular sapata e outras

mais que foram relatas pelos pais dos alunos. Pode verificar que a diversidade e a

criatividade eram imensas para ocupar o tempo ocioso que possuam.

35%

23%

12% 12%

3% 4% 4% 3% 4%

00,050,1

0,150,2

0,250,3

0,350,4

Amar

elinh

a

Pega-

pega

Pular c

orda

Caçador

Escon

de-e

scond

e

Pular t

ábua

Constru

ir cas

inha

Passa

r anel

Pular s

apat

a

Gráfico 1: Jogos e/ou brincadeiras da infância dos pais dos alunos envolvidos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

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O brinquedo, visto como objeto, suporte da brincadeira, permite à criança criar,

imaginar e representar a realidade e as experiências por ela adquiridas, como nas

dramatizações onde a criança vive personagens diferentes. Essa aprendizagem básica

é importante para o seu desenvolvimento e para a compreensão dos relacionamentos

humanos (NUNES, 2006, p.21).

A questão 2 é relativa a quantos dias por semana seus pais tinham para brincar,

ou seja, quanto de tempo dispunha para executar as brincadeiras que vivenciavam

durante os momentos de lazer entre o estudo e o trabalho no campo junto aos pais.

0

2

4

6

8

10

12

14

7 dias 6 dias 5 dias 4 dias 3 dias 2 dias 1 dia

Gráfico 2: Quantos dias por semana os pais dos alunos pesquisados possuíam para brincar. Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Conforme demonstrado pelo gráfico, nota-se que por semana a grande maioria

dos pais tinham entre três e quatro dias para aproveitar os folguedos para se divertir

sozinho, com os irmãos ou com amigos. Essas brincadeiras eram consideradas

saudáveis, eram realizadas ao ar livre, com brinquedos feitos de sucata pelas crianças,

a amizade e solidariedade eram os principais fatores de socialização destas pessoas.

Na questão 3, questionava quantas horas por dia os pais tinham para brincar. Os

dados apresentam-se a seguir.

14

30%

7%

17%

7%

33%

6%

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

5 Horas 4 Horas 3 Horas 2 Horas 1 Hora Nãoopinaram

Gráfico 3: Horas de brincadeiras por dia dos pais dos alunos envolvidos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Como a pesquisa se desenvolveu em uma escola estabelecida à pesquisa está

localizada na zona rural, percebe-se que os horários para brincadeiras foram variados,

vale lembrar que antigamente os pais dos alunos trabalhavam muito mais tempo na

lavoura do que seus filhos atualmente.

A ludicidade e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e imaginação favorecem á criança comportamento além dos habituais. Nos jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior que a realidade, e isto, inegavelmente, contribuem de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento (REGO, 1932, p.36).

A cultura popular, a brincadeira tradicional tem a função de perpetuar a cultura

infantil, desenvolver formas de convivência social e permitir o prazer de brincar. Por

pertencer à categoria de experiências transmitidas espontaneamente conforme

motivações internas da criança, a brincadeira tradicional infantil garante a presença do

lúdico, da situação imaginária (LOPES, 2000).

Na questão 4, referia-se ao local onde eram realizadas essas brincadeiras, o

ponto unânime foi o pátio da casa. Segundo relatos, apenas brincavam dentro de casa

quando chovia e com muitas restrições ainda.

15

0

5

10

15

20

25

Dentro decasa

No pátioda casa

Na rua Na escola Emparques

Outros

Gráfico 4: Local onde se realizavam as brincadeiras dos pais dos alunos. Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

A questão 5, fazia alusão aos companheiros de brincadeiras, como primeiro item

citado, os irmãos e os amigos eram os maiores companheiros de folguedos.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Pais Irmãos Amigos Primos Colegasde

escola

Outros

Gráfico 5:Quais os companheiros de brincadeiras dos pais dos alunos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

A questão 6 demonstra que quantidade de pessoas que se reuniam para brincar

também é expressiva, o mínimo que se reuniam eram 05 pessoas, chegando até

mesmo a vinte pessoas nos dias de festas.

16

0

2

4

6

8

10

12

Até 3 pes

soas

Até 5 pes

soas

Até 10 pe

ssoa

s

Até 15 pe

ssoa

s

Até 20 pe

ssoa

s

Mais de

20 pe

ssoa

s

Gráfico 6:Quantos eram os companheiros de brincadeiras dos pais dos alunos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

A questão 7 referia-se ao interesse por brincadeiras sendo maior pelas crianças

de antigamente ou de hoje. Segundo os pais dos alunos pesquisados, antigamente as

crianças tinham mais criatividade e vontade de brincar, gostavam de criar e inventar

seus brinquedos, reunir a turma para brincar no pátio de casa era uma verdadeira festa,

sendo que hoje, as crianças divertem-se em frente ao computador ou na televisão.

0

5

10

15

20

25

30

Antigamente Hoje

Gráfico 7:Interesse por brincadeiras: crianças de antigamente ou de hoje.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

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A última questão do questionário destinado aos pais estava relacionada aos

motivos que acreditam ser responsável pela falta de interesse das crianças de hoje em

deixar de lado as brincadeiras socializadoras preferindo a solidão em frente a um

computador ou televisão.

Internet e computador

Videogame

Televisão

Falta de companhia

Trabalho

Outro motivoFalta de espaço físico

Falta de tempo, outras ocupações fora de horário

0

2

4

6

8

10

12

Gráfico 8: Motivo da resposta da questão 7.

Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

Já nas questões informais direcionadas aos alunos, pode-se verificar que as

horas dedicadas à ociosidade são grandes.

3% 3%

13% 13%

26%

36%

6%

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

10 H

oras

8 Hor

as

4 Hor

as

3 Hor

as

2 Hor

as

1 Hor

a

Não opina

ram

Gráfico 9: Horas por dia ociosas dos alunos envolvidos. Fonte: Dados da pesquisa, 2010.

18

Observa-se que 36% dos alunos, ficam em torno de uma hora por dia sem fazer

nada de relativa importância, não se dedicam ao brincar, estudar ou trabalhar. No

entanto, se somar às horas ociosas dos demais, os resultados tornam-se preocupantes,

pois 58% ficam mais de duas horas por dia em atividades pouco produtivas, como

videogame, televisão e Internet. A televisão e o videogame são os itens mais

destacados para a diversão dos mesmos. Vale lembrar que a presença do computador

e conseqüentemente da Internet só é vista em 03 casas dos alunos pesquisados.

Lembrando que o acesso às localidades do interior do município ainda é difícil.

Para o módulo II, delimitaram-se os tipos de jogos e brincadeiras confeccionados

pelos alunos, sendo realizado também o recolhimento do material (sucatas e

recicláveis), bem como, a confecção propriamente dita destes objetos que auxiliaram na

aplicação das atividades.

Primeiramente, os alunos envolvidos trouxeram de suas casas o material

(sucata) necessário para a elaboração dos jogos e brincadeiras, tais como: cordas,

garrafas pet, barbantes, papéis coloridos, arame, madeira, latas, entre outros. Outros

materiais utilizados para a elaboração e confecção desses brinquedos e brincadeiras,

foram adquiridos pela escola, como: papel cartaz, dobradura, EVA, isopor, cola-quente,

tinta-guache, retalhos de roupas, caixas de papel e papelão, litros descartáveis, latas de

diversos tamanhos, cola (branca, com glitter, alto-relevo), fitas adesivas, lápis de cor,

canetinhas, pincéis, aparelho de som, TV Pendrive e massa de textura para madeira.

Depois de recolhido e organizado o material, passou-se a delimitar os grupos e

quais materiais iriam confeccionar. Cada grupo confeccionou um jogo ou uma

brincadeira para apresentar e compartilhar com os outros grupos, a cooperação e a

iniciativa nos trabalhos foram os destaques.

As situações lúdicas são favoráveis ao processo de aprendizagem, pois conseguem a atenção da criança na execução do exercício de forma satisfatória e agradável, sem deixar de destacar que além da brincadeira popular constituir um momento de interação social bastante significativo, a sociabilidade constitui motivação para que seja mantido o interesse pela atividade (SIQUEIRA, 2011, s.p.).

Para a confecção dos jogos e brincadeiras delimitaram-se: batalha musical,

bilboquê, desenhar e pintar amarelinhas, confeccionar vai-e-vem, brincando de pique-

19

bandeira, pinatã, queimada, cabo de guerra, taco ou betes, corrida do saco, dança,

cantigas de roda, brincadeiras e canções juninas, confeccionar pipas, xadrez gigante,

open de xadrez, teatro de sombras, confecção de pernas de pau, bola de meia, jogo

das cinco-maria, e, jogo de palitos.

Segundo Kishimoto (2003, p.20), o suporte material, deve incluir: “locais

apropriados, dotados de estantes para comportar diferentes tipos de brinquedos,

dispostos de modo acessível às crianças e espaços para seu uso”.[...] e também, o

professor dever oferecer informações sobre diferentes formas de utilização dos

brinquedos, contribuindo para ampliação do referencial infantil.

Nessas atividades pôde-se concluir que é fundamental a participação da

professora nas atividades, contribuindo na ampliação das experiências das crianças,

proporcionando-lhes base sólida para suas atividades físico-motoras, sociais e culturais.

Quanto mais as crianças sentirem e experimentarem, quanto mais aprenderem e

assimilarem, quanto mais elementos reais tiverem em suas experiências, tanto mais

produtivas e criativas serão as atividades desenvolvidas.

No módulo III, aconteceu a interatividade e socialização dos alunos das 5ª séries

com os outros das demais turmas do colégio demonstrando a importância destes jogos

e brincadeiras para o desenvolvimento sadio do indivíduo. Depois de confeccionados os

jogos e brincadeiras, os alunos expuseram os materiais aos outros alunos das demais

turmas da escola. Essa interatividade foi organizada numa manhã na escola onde todos

os lados do ensino fundamental foram envolvidos em atividades recreativas

diversificadas, onde através de um sistema de rodízio participaram de todas as

atividades desenvolvidas, tais como: amarelinha, pular corda, caçador, peteca,

esconde-esconde, passar anel, batalha naval, batalha musical, bilboquê, desenhar e

pintar amarelinhas, confeccionar vai-e-vem, brincando de pique-bandeira, pinatã,

queimada, cabo de guerra, taco ou betes, corrida do saco, dança, cantigas de roda,

brincadeiras e canções juninas, confeccionar pipas, xadrez gigante, open de xadrez,

teatro de sombras, confecção de pernas de pau, bola de meia, jogo das cinco-maria, e,

jogo de palitos.

20

Figura 1: Interatividade e Socialização dos alunos de 5ª série juntamente com os brinquedos e jogos

confeccionados. Fonte: Dados da autora, 2010.

Segundo Maffesoli (1998), àquilo que nos une ao lugar que é vivido em conjunto

com outros, por se tratar de um lugar onde muitos grupos se encontram, é importante

que cada um se reconheça. É saber-se diferente nesse território, nesse espaço em que

se é e se está junto, e onde é permitido compartilhar com o outro os valores vividos

nesse presente. Portanto, favorecer a aproximação entre as pessoas, é ao mesmo

tempo participar do lugar, mas saber que não fazer parte dele.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola pública vem sendo replanejada no Estado do Paraná nos últimos anos

e isso traz uma luz diferenciada para a prática pedagógica, sustentada por uma intensa

discussão sobre as concepções teórico-metodológicas que organizam o trabalho

educativo.

21

Essas reflexões, sugestões e análise sobre a ação docente, concretizaram novas

idéias, que para a maioria da população brasileira, a escola constitui a alternativa

concreta de acesso ao saber, entendido como conhecimento socializado e

sistematizado na instituição escolar.

Com o término deste estudo, focado nos aspectos fundamentais do trabalho

educativo, pretendeu-se oferecer aos alunos da 5ª série do Ensino Fundamental novas

práticas educativas de resgate dos jogos e brincadeiras que estão sendo deixados de

lado devido à modernização das tecnologias e após, socializar com a participação dos

pais e as demais turmas.

O envolvimento dos educandos nesta pesquisa de resgate dos jogos e

brincadeiras, seja através da observação dos brinquedos que têm em casa, de

conversas com os pais sobre os brinquedos de que gostavam em sua infância, foi muito

produtivo, considerando que este é um tema altamente significativo e mobilizador para

as crianças, pois não apenas fazem parte de sua realidade como são os meios mais

adequados para aprender prazerosamente.

As brincadeiras e os jogos aplicados neste projeto foram propostos com a

intencionalidade de explorá-los para a formação de conceitos e construção do

conhecimento por parte do educando.

As atividades realizadas durante a execução deste estudo, foram propostas de

sugestões e/ou alternativas metodológicas diferenciadas que possibilitarão ao professor

tomar conhecimento da importância desses instrumentos no processo de ensino-

aprendizagem para que, por meio do seu uso, possam interferir significativamente no

desenvolvimento do educando, tornando os jogos situações propícias às

aprendizagens.

Para a professora em questão, os jogos e brincadeiras possibilitam momentos de

aprendizagem agradável e prazerosa, demonstrando que o uso desses, no cotidiano

escolar, são de extrema importância, situação esta que se verificou principalmente na

atividade do jogo dos palitos, onde os alunos puderam perceber de forma concreta as

noções de adição.

Portanto, a partir da análise dos dados, os resultados demonstram que vale a

pena investir na formação dos professores para a utilização dos jogos no Ensino

22

Fundamental como alternativa metodológica eficaz para a formação de conceitos.

Assim, espera-se que esta investigação possa servir de incentivo aos educadores que

não utilizam o lúdico no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que se

demonstrou a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento dos

educandos em todo o processo educacional.

Sendo assim, com esta investigação espera-se contribuir no sentido de alertar os

educadores para a importância da inserção das atividades lúdicas, no contexto escolar,

e que estas não sejam deixadas em um segundo plano, ou apenas no período do

recreio. Almeja-se, ainda, que este estudo possa servir de incentivo para os professores

inovarem sua prática, e que a partir de agora tenham, nos jogos e brincadeiras, aliados

permanentes, possibilitando às crianças uma forma de desenvolver as suas habilidades

intelectuais, sociais e físicas, de forma prazerosa e participativa, uma vez que os jogos

e brincadeiras são de grande contribuição para o processo de ensino e aprendizagem.

Creio que fica evidente, para pais e professores, a importância de valorizar os

jogos, brincadeiras e brinquedos tradicionais da infância com seus(as) filhos(as), dando-

lhes o tempo, o espaço e a oportunidade de brincarem, de serem crianças e de viverem

uma infância que merecerá ser lembrada no futuro como feliz e repleta de brincadeiras.

Se os próprios adultos puderem lembrar e reviver suas experiências de infância com

seus filhos e alunos, ainda melhor. Se não tiveram esta vivência, eis uma oportunidade

nova de brincar.

Quanto às pesquisas de campo realizadas, a partir dos relatos das entrevistas e

observações realizadas, constatou-se que o brincar e o jogar, como atividades livres na

escola pública são pouco trabalhadas os conceitos fundamentais do educando como

um ser em crescimento, pois os educadores possuem pouca informação sobre a

importância da brincadeira/jogos em sala de aula como meio dinamizador da

aprendizagem.

Vale lembrar que, para alguns autores que foram citados durante a elaboração

deste trabalho, que entendem que a brincadeira é um fato social, espaço privilegiado de

interação educacional e de constituição do sujeito-criança como sujeito humano,

produto e produtor de história e cultural. Através do brincar, valores, crenças, normas,

23

leis, regras, hábitos, costumes, história, princípios éticos, conhecimentos são

construídos, transmitidos e assimilados pela criança.

Atualmente, o que se pode observar é que o valor do brinquedo tornou-se um

pouco esquecido pelas escolas. As teorias e as recomendações vêm de longa data

para a educação, mas com o avanço da tecnologia e o “corre-corre” do dia-a-dia, cada

vez mais as crianças encontram refúgios na televisão, videogame, computador, sem

falar nas várias atividades extracurriculares que os pais procuram, para ocupar a

criança durante o período em que não estão na escola.

Recordar as brincadeiras e os brinquedos tradicionais, muitas vezes nos faz

lembrar de tempos difíceis em que havia poucos e raros brinquedos. Afirmamos isto

diante da grande variedade de que atualmente dispomos.

Reportamo-nos ao tempo em que era mais valorizado o processo de construção

e reconstrução de brinquedos e das brincadeiras, onde o mais importante não era o

produto final, aquele pronto e acabado. Lembramos de quando éramos crianças: “ter

casinha arrumada” não era o objetivo final. A criatividade em procurar objetos para

arrumar a casinha parecia-nos mais interessante do que a brincadeira em si na casinha.

Assim, refletir sobre jogos e brincadeiras que fizemos na infância, a tranqüilidade

e a alegria que esse tempo nos trazia, deveria nos fazer desejar o mesmo para nossas

crianças. Seria e serão se resgatarmos esses jogos, uma prova de amor: querer passar

aos representantes do futuro a nossa herança de prazer, alegria, treino para a vida e

liberdade de pensamento e criação.

24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO 1 - ENTREVISTA COM PAIS DOS ALUNOS DE 5ª SÉRIE

QUESTIONÁRIO SOBRE JOGOS E BRINCADEIRAS

Este questionário faz parte da pesquisa que está sendo desenvolvida no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) proposta pela professora de Educação Física Marta Bonatti.

1. Quais as brincadeiras ou jogos que foram inesquecíveis na infância de seus pais?

a) Amarelinha b) Pula corda c) Esconde-esconde d) Pega-pega e) Caçador ou queimada f) Elástico g)Outro(s):____________________________

2. Quantos dias por semana seus pais tinham para brincar?

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 f) 6 g) 7

3. Quantas horas por dia seus pais brincavam? a) Até uma hora b) Até duas horas c) Até três horas d) Até quatro horas e) Até cinco horas f) Mais de cinco horas

4. Onde eram realizadas essas brincadeiras?

a) Dentro de casa b) No pátio da casa c) Na rua d) Na escola e) Em parques f) Outro(s):________________

5. Quem eram as pessoas que brincavam com seus pais? a) Pais b) Irmãos c) Primos d) Amigos e) Colegas de escola f) Outro(s):_____________

6. Quantas pessoas brincavam com seus pais? a) Até três pessoas b) Até cinco pessoas c) Até dez pessoas d) Até quinze pessoas e) Até vinte pessoas f) Mais de vinte pessoas

7. O interesse por brincadeiras é maior pelas crianças de antigamente ou de hoje? a) Antigamente b) Hoje

8. Qual o(s) motivo(s) para a explicação da resposta anterior? a. Internet e computador b. Videogame c. Televisão d. Falta de espaço físico e. Falta de tempo, devido aos alunos terem outras ocupações fora do horário de

aula. f. Falta de companhia g. Trabalho h. Outro motivo:______________________________________

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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Contrato de Cessão Gratuita de Direitos Autorais

Pelo presente instrumento particular, de um lado MARTA BONATTI, BRASILEIRA, SOLTEIRA, PROFESSORA, CPF nº643.905.359-00, Cédula de Identidade, RG nº 3.855.343-7, residente e domiciliado na Avenida Arnaldo Busatto, nº 3449, na cidade de Realeza, Estado Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular Flávio Arns, Secretário de Estado da Educação, brasileiro, portador do CPF nº….........................., ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:

Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra: JOGOS E BRINCADEIRAS: UM RESGATE PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL , cede, a título gratuito e universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse contrato, como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 – sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA. Cláusula 2ª – A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra autoral ao qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia, como exemplificativamente impressa, digital, audiovisual e web, que se fizer necessária para sua divulgação, bem como utilizá-la para fins específicos, educativos, técnicos e culturais.

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Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições. Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias. Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web. Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em audiovisual. Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento. Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a respeitar todos os direitos morais do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988. Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em outra(s) obra(s) e meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela CESSIONÁRIA, desde que indique ou referencie expressamente que a obra foi, anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR.

30

Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua exclusiva autoria e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação. Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida, anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada (na forma como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor. Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada. Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao cumprimento do presente contrato.

E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.

Curitiba, 15 de Junho de 2011.

______________________________________ CEDENTE

______________________________________ CESSIONÁRIA

______________________________________ TESTEMUNHA 1

______________________________________ TESTEMUNHA 2